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ACÓRDÃO - Wilson

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PODER ACADÊMICO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA CIDADE UNIVERSITÁRIA


09ª Câmara de Direito Privado

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível do Processo Originário nº


000002-08.2020.01.3069, da Comarca da Cidade Universitária, tramitado pela 1ª Vara
Cível, em que é apelante MATEUS MORETTI e, apelada RENATA BORGES.
ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 9ª Câmara de Direito Privado do
Tribunal Acadêmico de Votuporanga, proferir a seguinte decisão: Procedente em partes
o recurso, pela inexistência de provas pertinentes em sede de exordial a fim de
comprovar o mero alegado, de conformidade com o voto do relator, que integra este
acórdão.
O Julgamento teve a participação dos desembargadores BRENO TEIXEIRA E
RODRIGO FÁVARO.
Votuporanga, 11 de novembro de 2021

CAIO HENRIQUE DOS SANTOS VILA


Des. Relator
Assinatura Eletrônica

Apelação n° 000002-08.2020.01.3069 - Voto 01.234


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09ª Câmara de Direito Privado

APELAÇÃO CÍVEL N° 000002-08.2020.01.3069

RELATOR : DESEMBARGADOR CAIO HENRIQUE S. VILA


APELANTE : MATEUS MORETTI
ADVOGADOS : BRENDA SILVA ALVES (OAB/FEV n° 465.171)
: GABRIEL OLIVEIRA RODRIGUES (OAB/FEV n° 496.067)
: NAYARA VIDOTTI GAVA (OAB/FEV n° 123.321)
APELADA : RENATA BORGES
ADVOGADOS : CARLOS ALBERTO FASCINA (OAB/FEV n° 958.601)
: GUILHERME FRANCISCO RODA (OAB/FEV n° 953.170)
: THIAGO HENRIQUE DE OLIVEIRA (OAB/FEV n° 752.145)

VOTO N° 01.234

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS


MATERIAIS C/C LUCROS CESSANTES E
DANOS MORAIS C/C DANOS ESTÉTICOS.
Sentença do juízo “a quo” parcialmente
procedente. Condenando o réu no pagamento da
importante quantia de R $784.233,68. APELAÇÃO
CÍVEL. Inconformismo do recorrente. Alegação de
falta de lastro probatório, pedido de reforma da
sentença para total improcedência. Sentença
reformada em parte. RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO EM PARTES.

RELATÓRIO
O processo em questão trata-se de um acidente de trânsito que veio
ocorrer, onde a parte autora RENATA BORGES se encontrava no passageiro, e a mesma
alega que tal acidente fora gerado de maneira proposital, seu ex cônjuge e réu MATEUS

Apelação n° 000002-08.2020.01.3069 - Voto 01.234


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09ª Câmara de Direito Privado

MORETTI que estava dirigindo, e que no momento, não aceitou o fim do matrimônio,
neste sentido esta pleiteia, danos morais, danos estéticos e danos materiais com lucro
cessante.
A parte ré em tese de contestação alega que fora responsabilidade
exclusiva de terceiros, e após as diligências em primeiro grau, a ação foi julgada
parcialmente procedente condenando o réu no pagamento da importante quantia de R$
784.233,68 (setecentos e oitenta e quatro mil duzentos e trinta e três reais e sessenta e oito
centavos), ainda a parte sucumbente foi condenada no pagamento de nas custas
processuais e honorários sucumbências fixados em 10% da quantia. Este é o relatório.
Votuporanga, 11 de novembro de 2021

CAIO HENRIQUE DOS SANTOS VILA


Des. Relator

Apelação n° 000002-08.2020.01.3069 - Voto 01.234


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VOTO

Primeiramente, sobre a justiça gratuita, voto sobre o deferimento para


a parte recorrida, devido sua atual situação, com renda insuficiente para arcar com
despesas e custas processuais, e se feito, trará prejuízos ainda maiores para a mesma e sua
família. Entretanto, quanto ao recorrente, estou adepto sobre o indeferimento da
concessão da justiça gratuita, onde mesmo é empresário, e não comprovou sua situação
hipossuficiente.
Acerca dos danos estéticos reformulo a decisão, dando provimento para
a parte apelante, visto que, a parte autora, não comprovou o dano estético, sendo que o
mero anexo de uma foto não é válido para a caracterização do mesmo, pois conforme
narra o artigo 949 do código civil, a lesão deve ser no nível que ocorra a alteração da vida
social e pessoal da vítima, o que não restou comprovado, entretanto há no que se falar em
dano moral, visto que a autora passou por momentos de extrema complexidade que geram
um desgaste extremamente alto.
Portanto voto para que seja reformado o Dano Estético e julgado
improcedente, entretanto voto para que se mantenha o dano moral.
Partindo para as alegações de danos materiais, a parte autora por ser
médica possui plano de saúde que cobriria todos os gastos, e a mesma não se importou
em comprovar acerca da necessidade de contatar serviços hospitalares por fora, ora, não
ficando comprovado, o mesmo se mostra mero luxo da parte autora por tanto os danos
materiais se fazem necessários em serem reformados, e considerados indevidos.
Ainda sobre o instituto do dano material, deve-se lembrar que mesmo
na teoria objetiva de dano, deve se restar comprovado o nexo de causalidade, o que não
restou comprovado, nem em laudos periciais e tampouco com as provas testemunhais
produzidas em primeiro grau, e nesse mesmo sentido, não resta demonstração de culpa
por parte do réu, logo, não consiste em condenar este, abrindo precedentes para voltar o
que já foi caracterizado no ordenamento jurídico como indústria do dano.

Apelação n° 000002-08.2020.01.3069 - Voto 01.234


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E mantendo tal linha a luz do código civil não ficou comprovado a


caracterização do dano conforme vem disposto mediante os artigos 927, 186 e 187 do
mesmo.
Por fim cabe ressaltar que uma das regras do processo civil acerca do
ônus da prova, conforme narra o artigo 373 do cpc, é claro que a parte autora em REGRA
deve comprovar suas alegações o que a mesma não fez em nenhum dos pontos alegados
na exordial, por fim nesse sentido se faz necessário, a reforma parcial da sentença, e dando
provimento em partes sob apelação da parte ré.
Os demais desembargadores acompanharam na sua integralidade o
voto do Relator.
ACORDAM, os desembargadores a conhecer em parte o recurso do
apelante e prover em sua parcialidade provimento, pelos motivos expostos.
Neste sentido, ante o exposto, JÁ CONHECIDO o recurso de
apelação e suas razões, DEFERE-SE PARCIAL PROCEDÊNCIA para a reforma dos
tópicos do Juízo a quo acerca dos tópicos de dano estético, danos materiais, houve falta
de lastro probatório neste sentido. Já acerca dos danos morais, mantém-se a sentença
de primeiro grau.
Como resultado, fixo os honorários sucumbenciais em 10% (dez por
cento) do valor sucumbido do valor da causa, observado o disposto no artigo 85,
parágrafo 11º c.c artigo 98 parágrafo segundo, ambos do atual Código de Processo
Civil, a serem pagos pela parte recorrida.
Votaram de acordo com o Relator, os Desembargadores: Breno
Teixeira e Rodrigo Fávaro.

Votuporanga, 11 de novembro de 2021

CAIO HENRIQUE DOS SANTOS VILA


Des. Relator

Apelação n° 000002-08.2020.01.3069 - Voto 01.234

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