Modelo Apelação Gratuidade
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Processo nº XXXXXXXX
Requer que, após o recebimento desta, com as razões inclusas, dispensada a oitiva da
parte contraria, uma vez que inexiste litigio, por se tratar de demanda consensual, sejam
os autos remetidos ao Egrégio Tribunal, onde serão processados e provido o presente
recurso.
Nestes termos,
Pede deferimento.
OAB/SC 50.767
RAZÕES DE APELAÇÃO
PROCESSO Nº 5008084-84.2019.8.24.0036
EGRÉGIO TRIBUNAL
COLENDA CÂMARA
ÍNCLITOS DESEMBARGADORES
I. DA ADMISSIBILIDADE
No presente caso, a admissibilidade resta amparado pelo art. 101 do CPC, que prevê a
possibilidade de interposição de recurso de apelação contra a sentença que negar o
deferimento da justiça gratuita. Vejamos:
Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação
caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual
caberá apelação.
§ 1º O recorrente estará dispensado do recolhimento de custas até decisão do relator sobre a questão,
preliminarmente ao julgamento do recurso.
§ 2º Confirmada a denegação ou a revogação da gratuidade, o relator ou o órgão colegiado determinará ao
recorrente o recolhimento das custas processuais, no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de não
conhecimento do recurso.
Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação caberá
agravo de instrumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação.
§ 1º O recorrente estará dispensado do recolhimento de custas até decisão do relator sobre a
questão, preliminarmente ao julgamento do recurso.
(...) 3. Recurso e preparo. Tratando-se de recurso interposto contra decisão que indeferiu o pedido de
assistência judiciária, ipso facto o preparo não se apresenta como requisito de admissibilidade desse
recurso, porquanto a questão central do recurso é a necessidade do requerente em obter assistência
judiciária. Seria inadmissível exigir-se do recorrente que efetuasse o preparo, quando justamente está
discutindo que não pode pagar as despesas do processo, nas quais se inclui o preparo de recurso. (...)
No mesmo sentido decidiu o STF, sob o fundamento de que, quando a questão de mérito do recurso for a
própria legitimidade, cabe e deve ser conhecido: JSTF 146/226. À mesma conclusão chegou o STJ: 4.ª
T., REsp 247428-MG, rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, v.u., j. 2.5.2000, DJU 19.6.2000, p. 153, e RSTJ
140/455. Este entendimento, que já era por nós defendido nas edições anteriores dos comentários ao
CPC/1973, foi expressamente acolhido pelo atual CPC.”[1] (Grifo Nosso!)
Por tanto, deixa de recolher o respectivo preparo, uma vez que o objeto do presente
recurso é a concessão da justiça gratuita, para isenção do pagamento de custas
processuais.
Indefiro o pedido de Justiça Gratuita em benefício do requerente Licio Pedro Schabarum, porquanto
aufere renda suficiente ao seu sustento e de sua família, a qual perfaz o somatório bruto de
aproximadamente R$ 8.000,00 (oito mil reais), que calculados os descontos obrigatórios (IRRF e
Previdência Social) e despesas alegadas nos autos, não resulta em valor inferior a R$6.000,00 (seis mil e
novecentos reais), bem como em razão do egrégio Tribunal de Justiça adotar como parâmetro norteador
de análise de concessão da benesse da justiça gratuita, os critérios definidos na Resolução n. 15 do
Conselho da Defensoria Pública do Estado de Santa Catarina, pois permite que a matéria seja analisada
com maior objetividade, garantindo, por via de consequência, efetivo controle das decisões judiciais sobre
o tema.
Defiro ao requerente o parcelamento de sua cota parte das custas iniciais em 6 (seis) parcelas iguais.
(...)
Ocorre que a sentença que indeferiu a justiça gratuita, vai contra a atual situação
financeira do Recorrente, conforme será demonstrado nas razões de reforma.
IV. DO MÉ RITO
1. DAS RAZÕ ES PARA REFORMA
Ora, a atual renda do Recorrente é metade do valor de R$ 8.000,00 (oito mil que a
magistrada alega que o recorrente receba mensalmente.
Conforme documentos anexos tirados do site do estado de santa cataria, o autor recebe
como professor a importância liquida de R$ 4.081,88 (quatro mil e oitenta e um reais
e oitenta e oito centavos). vejamos:
Ainda, pode-se observar pelos documentos anexos, que nos últimos três meses, a
renda do Recorrente tem sido nesse valor, diferente do alegado em sentença, onde
se levou em consideração um período que o Recorrente recebeu férias.
Entretanto, para fins de análise para deferimento da justiça gratuita deve-se ser levado
em consideração a renda liquida do Recorrente e as despesas que o mesmo possui
mensalmente, que nesse caso seria: R$ 4.081,88 (quatro mil e oitenta e um reais e
oitenta e oito centavos).
Vejamos as despesas:
Sobre as despesas do Recorrente, é valido esclarecer que algumas são relativas, podendo
ser maiores, a exemplo do combustível, que nesse momento, o autor não está gatando
muito em virtude da pandemia.
Eméritos julgadores, o Recorrente possui diversas despesas, sendo assim, por mais que
sua renda seja boa, não se pode presumir que o mesmo tenha condições de arcar
com as custas.
Portanto é possível notar que que as custas irão prejudicar o sustento da família do
recorrente, bem como, lhe colocar em DÉFICIT FINANCEIRO.
Salienta que o autor já fez um divórcio consensual para não ter que arcam com
despesas de honorários advocatícios, uma vez que sua ex-mulher, se comprometeu
em ajudar a pagar as despesas.
Além disso, a atual situação da pandemia do COVID-19 tem feito que muitas
escolas ficassem fechadas, por sorte o Recorrente, ainda não teve sua renda
comprometida, mas está a mercê de sofrer alterações por parte do Poder Público.
Salienta que o presente pedido de justiça gratuita é previsto no art. 4º da Lei 1.060/50,
diz que à declaração de pobreza, pode ser feito mediante simples afirmação, na própria
petição inicial ou no curso do processo, não dependendo a sua concessão de declaração
firmada de próprio punho pelo hipossuficiente (STJ. REsp 901.685/DF. Rel. Min.
Eliana Calmon. Dje 6/8/08).
O primeiro impulso que se tem, diante disto, é reputar o art. 4º, § 1º, da LAJ, não
recepcionado pelo art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal, que fala na necessidade de
comprovação da insuficiência de recursos. A impressão, contudo, não é correta.
Há de se ponderar, como faz Barbosa Moreira, que a lei ordinária terminou por ampliar
a garantia deferida pela Constituição, o que somente favorece o jurisdicionado. Também
assim entende Dinamarco, para quem a Carta Magna oferece um mínimo, que a lei
infraconstitucional não poderá negar. Inadmissível seria se, por exemplo, ela impusesse
restrições ao preceito normativo maior, como negativa do benefício, mesmo que
houvesse comprovação de carência. Não mais se admite, portanto, qualquer dúvida: A
DECLARAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA É O SUFICIENTE PARA A
CONCESSÃO DO BENEFÍCIO.
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na
petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o pedido poderá ser formulado por
petição simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso.
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à
parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.
§ 4º A assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de gratuidade da justiça.
§ 5º Na hipótese do § 4º, o recurso que verse exclusivamente sobre valor de honorários de sucumbência
fixados em favor do advogado de beneficiário estará sujeito a preparo, salvo se o próprio advogado
demonstrar que tem direito à gratuidade.
§ 6º O direito à gratuidade da justiça é pessoal, não se estendendo a litisconsorte ou a sucessor do
beneficiário, salvo requerimento e deferimento expressos.
O novo CPC deixa claro que não é preciso que a parte comprove sua situação de
hipossuficiência para que seja concedido o benefício, bastando apenas sua declaração
nesse sentido, documento bastante para comprovar a necessidade de que trata o
parágrafo único do artigo 2º da Lei de Assistência Judiciária.
No que tange a contratação de advogado particular pela parte beneficiária, esta não é
razão suficiente para o indeferimento da justiça gratuita, pois, para gozar do benefício
desta, a parte não está obrigada a recorrer aos serviços da Defensoria Pública, o que
resta comprovado a teor da Lei 1060/50 e da Constituição Federal, que garantem o
direito à gratuidade de justiça sem esse requisito de representação processual.
V. DO PEDIDO
Diante do exposto, requer que seja dado provimento ao presente recurso a fim de
reformar a r. Decisão recorrida, deferindo a gratuidade da justiça, nos termos dos
requerimentos formulados pela recorrente na declaração de pobreza firmada e juntada
aos autos, e pelos motivos expostos nos corpos deste recurso.
Nestes termos,
Pede deferimento.