10 (25.03.2019) Aleitamento Materno e Diversificação Alimentar
10 (25.03.2019) Aleitamento Materno e Diversificação Alimentar
10 (25.03.2019) Aleitamento Materno e Diversificação Alimentar
Aleitamento materno
ENFERMAGEM
Natália Silva
Nutricionista
25.03.2019
Aleitamento materno
Amamentação em Portugal
“De acordo com as estatísticas disponíveis, à data da alta hospitalar a larga maioria das puérperas
e seus recém-nascidos terão como plano alimentar esperado o aleitamento materno exclusivo, o
que permite falar numa taxa de 90% de iniciação.
No entanto, a elevada taxa de aleitamento materno exclusivo à alta parece ter um acentuado
declínio logo no primeiro mês de vida para ser inferior a 50% aos 3 meses.
http://www.saudereprodutiva.dgs.pt/aleitamento-materno/rede-de-cantinhos-da-amamentacao.aspx
Aleitamento materno
Aleitamento materno total (full breast-feeding)
Aleitamento materno exclusivo: unicamente leite materno (nenhum outro líquido ou sólido
com excepção de gotas ou xaropes de vitaminas, suplementos minerais ou fármacos)
Aleitamento predominante: leite materno + líquidos não lácteos (água e chás sem conteúdo energético)
OMS
Aleitamento materno
Colostro (1-3 dias) LM prematuro LM maduro (12-15 dias)
A mãe deve estar fortemente motivada para amamentar antes do bebé nascer.
A mãe deve amamentar na posição mais confortável para ela.
Efeito protector sobre as alergias, nomeadamente as específicas para as proteínas do leite de vaca.
MENOR RISCO:
A duração ideal do aleitamento materno exclusivo, ou seja, sem que seja oferecido ao bebé mais
nenhum alimento, é de 6 meses.
• A decisão de amamentar ( 3º trimestre da gestação tem sido apontado como o primeiro ponto de viragem em termos de sucesso do aleitamento materno)
• O estabelecimento da lactação (o 2º ponto de viragem, sendo decisivas as práticas hospitalares ligadas ao trabalho de parto, parto e pós-parto)
• O suporte da amamentação (O 3º ponto de viragem será o suporte da amamentação depois da alta da maternidade)
Os primeiros quinze dias de vida do bebé, até que a lactação esteja bem estabelecida, são especialmente importantes
Ajuda em casa por alguém nas tarefas, e apoio de profissionais de saúde e disponíveis no centro de saúde. “Rede de
Cantinhos da Amamentação”
Mães com algumas doenças infecciosas como a varicela, herpes com lesões mamárias,
tuberculose não tratada ou ainda quando tenham de efectuar uma medicação imprescindível.
Mães com doenças graves, crónicas ou debilitantes, mães infectadas pelo vírus da
imunodeficiência humana (VIH), mães que precisem de tomar medicamentos que são
nocivos para os bebés e, ainda, bebés com doenças metabólicas raras como a
fenilcetonúria e a galactosemia.
Aleitamento materno
/ hipófise
Aleitamento materno
3-
Se um bebé não pode mamar de uma ou das duas mamas, o leite deve ser removido por
expressão, manual ou com bomba, para permitir que a produção continue.
Reflexos do bebé
Existem três principais reflexos do bebé relacionados com a amamentação:
de busca e preensão,
de sucção
De deglutição.
Reflexos do bebé
Aleitamento materno
Até quando?
Mastite
– O bebé deve esvaziar uma mama até ao fim (até que ele pare espontaneamente), só
depois a mãe deve oferecer a outra; na mamada seguinte deve alternar;
– Acordar o bebé e não o deixar muito agasalhado ( favorece o adormecimento);
– A mãe pode amamentar com mais frequência durante alguns dias;
– Amamentar também de noite (libertação prolactina é >);
– Retirar o leite, sempre que não esteja com o bebé.
Rêgo, C. Et al. Leites e Fórmulas Infantis: a realidade portuguesa revisitada em 2012Acta Pediatr Port 2013;44(5):S50-S93.Sociedade Portuguesa de Pediatria
Fórmulas Infantis*
*Rêgo, C. Et al. Leites e Fórmulas Infantis: a realidade portuguesa revisitada em 2012.Acta Pediatr Port 2013;44(5):S50-S93.Sociedade Portuguesa de Pediatria
No que respeita aos leites para crianças saudáveis a partir dos 12 meses de idade, não são até agora uma
categoria e não possuem legislação própria, o que dificulta a sua classificação. Daí algumas marcas efectuam o
seu registo de acordo com a legislação dos Leites de Transição, enquanto outras os incluem na categoria de
“Alimentação especial”.
Fórmulas infantis- fonte proteica
POR DEFINIÇÃO AS FÓRMULAS INFANTIS SÃO PRODUTOS : Duas fontes proteicas na
baseados no leite de vaca (Leite) ou ainda de origem vegetal (soja) (Fórmula) manufactura das FI: a proteína
podendo o termo Fórmula ser aplicado aos primeiros mas não o inverso. do Leite de Vaca e a proteína de
soja.
Leites de transição
Leites especiais
Leites 3, “+ crescidos” e “de crescimento”
Leites e fórmulas infantis
CLASSIFICAÇÃO DOS LEITES E FÓRMULAS INFANTIS
◦ Leites acidificados
Inicia-se com a introdução de qualquer outro alimento para além do leite (materno ou fórmula) e
termina quando a criança se integra na dieta familiar, durante o 2.º ano de vida.
Introdução de alimentos que não o leite não deve ocorrer precocemente, ou seja, nunca antes dos
4 meses e preferivelmente cerca dos 6meses de idade.
Distribuição energética
(variável ao longo do 1.º ano de Leite materno
vida)
Proteínas 7-15% 7%
• Adaptações hormonais
• Adaptabilidade digestiva
Diversificação alimentar
Maturação fisiológica e neurológica
Aleitamento Alimentação
familiar
6 meses (LM)
Diversificação alimentar
(Skinner et al)
Diversificação alimentar
A influência precoce das preferências alimentares
Gosto pelo salgado aumenta a partir do 2.º semestre até atingir um pico aos 3-4
anos. A exposição mais precoce aumenta interesse.
Diversificação alimentar
A influência precoce das preferências alimentares
Neofobias alimentares
Experiência precoce
Variedade alimentar
Diversificação alimentar
A influência precoce das preferências alimentares
15.ª semana de gestação botões gustativos estão completamente formados
Capacidade do bebé aceitar novos sabores, principalmente amargos e ácidos (vegetais e frutas)
aumenta à medida que se familiariza com o sabor: média de 11 tentativas!!!!
Variedade precoce de alimentos oferecidos maior capacidade de gostar “à primeira” de alimentos que
nunca experimentou.
Diversificação alimentar
A influência precoce das preferências alimentares
Diversificação alimentar
Cronologia da introdução dos diferentes alimentos não pode ser rígida ...
...e deve ter em consideração uma série de factores de ordem social e cultural, tais como:
•costumes de cada região,
•questões socioeconómicas,
•temperamento da criança,
•disponibilidade do agregado familiar
•e ainda particularidades do lactente (ex: atopia, alergias alimentares, patologia específica, etc.)
10
0 12 24 36 Meses
5 8
Neofobia
Passagem da sucção Habituação aos A concordância de
para mastigação sabores preferências para a maioria
Estimular dos sabores mantém-se
mastigação entre os 2-3 anos e os 8
anos (Skinner JD et al, 2002)
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
Diversificação alimentar
0 3 6 9 12 Meses
Introduzir por volta dos 6 meses, não deve constituir uma refeição;
Maçã, pêra (cozidas ou assadas com casca e caroço ou em vapor) e a banana são habitualmente os 1.ºs frutos utilizados;
Até 1 ano evitar frutos potencialmente alergogénicos ou libertadores de histamina (morango, amora, kiwi, maracujá) | Frutos
tropicais ( manga, pêra abacate, papaia )a partir dos 6-7 meses;
Fornecer os frutos individualmente e não sob a forma de puré de vários frutos treino do paladar; Água
Única bebida a
Consumir frutos inteiros e não sob a forma de sumos; ser oferecida
Frutos ricos em vitamina C deverão preferencialmente ser consumidos em simultâneo com alimentos ricos em ferro (feijão,
lentilha, agrião, salsa…) ou cereais pois aumentam a absorção de ferro não-hémico.
Deve oferecer-se a cada dia fruta de cor e forma variada de forma a grantir a mais completa variedade nutricional.
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
intolerância digestiva);
açorda.
A partir dos 8-9 meses pode adicionar-se a arroz branco ou massa, cozidos sempre com legumes.
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2017-01-28-Baby-Led-Weaning-a-
tecnica-que-esta-a-conquistar-as-refeicoes-dos-bebes-com-mais-de-6-
meses
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
OVO Rico em proteínas (aminoácidos essenciais), em lípidos (fosfolípidos com uma relação elevada de
A partir dos 9 meses introduzir de forma progressiva e lenta ( meia gema/refeição/semana durante 2-3
Utilização de uma gema numa refeição obriga à ausência de oferta de outra fonte de proteína animal nessa
refeição;
GEMA- ) meses ( gradual)
CLARA- 11 meses Introduzir a clara a partir dos 11 meses.
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
(feijão, ervilha, fava, lentilha, grão)
LEGUMINOSAS
Fonte de proteína vegetal e hidratos de carbono complexos;
Introduzir entre os 9-11 meses (iniciar com feijão fradinho, branco ou preto e a
lentilha) sempre previamente bem demolhados e inicialmente sem casca e em
pequenas porções. Em lactentes em dieta vegetariana iniciar mais precocemente.
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
Alimento completo, com proteínas de alto valor biológico, vitaminas e minerais (cálcio);
IOGURTE
Melhor absorção de cálcio e ausência de efeitos adversos comparativamente ao leite em crianças
com intolerância à lactose;
Pré e probiótico, bem tolerado, protetor de infeções intestinais e regularizador e protetor da flora
cólica;
Introdução POR VOLTA DOS 9 MESES, em alternativa ao leite ou papa, uma pequena porção (150-
200ml);
Deve ser natural, sem aromas nem qualquer aditivo de açúcar (adocicados) ou de natas (cremoso).
Diversificação alimentar
Prebióticos na alimentação do lactente
Alimentos funcionais: aqueles que proporcionam ao organismo efeitos benéficos para além do seu contributo
puramente nutricional. São exemplo a maioria das vitaminas, minerais e oligoelementos, os nucleótidos, os AGP-
CL, os prebióticos e os probióticos.
Prebióticos: componentes alimentares não digeríveis que afetam favoravelmente o hospedeiro através da
estimulação selectiva do crescimento e/ou atividade de um limitado número de bactérias do cólon
• Desenvolvimento de flora intestinal mais parecida aos bebés alimentados com LM;
• Flora intestinal
• Barreira mucosa
Funções:
• Nutritivas e metabólicas
• Proteção e defesa
• Depois dos 4 meses a suplementação pode estar associada a benefícios (ex. redução da
incidência de infeções gastrointestinais inespecíficas).
• A segurança e efeitos clínicos de probiótico não pode ser extrapolada para outros
microorganismos.
Intervenção:
• Tem como objetivo primordial a prevenção da doença.
• Dieta “semi-vegetariana” – permite uma ingestão limitada de peixe e carne de aves, e elevada
ingestão de vegetais e cereais integrais.
• Dieta vegan – não permite qualquer tipo de alimento de origem animal. Os vegans rejeitam
todos os produtos que exijam o sacrifício de uma animal (mel, couro, lã, seda) – a dieta vegan
apoia-se em fundamentos filosóficos e para além de uma opção alimentar, é um estilo de vida.
•Doenças genéticas
•Eventos pré-natais e perinatais adversos (hemorragia peri-intraventricular, asfixia
perinatal)
•Exposição intra-uterina do feto a substâncias tóxicas.
Desenvolvimento do feto, lactente, criança, indicando muitas vezes anormalidade no seu SNC.
(Canete e Pires, 2002; Resegue, Puccini e Koga, 2008)
Na introdução de novos alimentos a criança deve poder ver o alimento várias
vezes antes de provar!
- Quanto mais cedo introduzir melhor
- Introduzir um de cada vez
- Ter possibilidade de escolher entre 2
- Escolher a hora em que tem mais tempo
- Ser um alimento familiar (vê os pais comer)
- Incentivar a provar, sem forçar a comer todo
- Se a criança rejeitar, servi-lo de uma forma diferente
Diversificação alimentar
Estratégias de intervenção