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Av. Neuropsicop Estudo de Caso

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AVALIAÇÃO NEUROPSICOPEDAGÓGICA EM CRIANÇAS COM DIFICULDADES

DE APRENDIZAGEM: UM ESTUDO DE CASO

Andressa Pimentel Porto1, Tatiana Vasques Camelo dos Santos2


1 Graduanda em Psicologia, Centro Universitário Unifacig, andressapporto@yahoo.com.br
2 Doutora em Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
tatiana.espacocrescer@gmail.com

Resumo: Dificuldades no aprendizado podem ser advindas de situações desfavoráveis ligadas à


família, escola, ou problemas orgânicos e emocionais da criança, dificuldades socioeconômicas e
afetivo-culturais. Os Transtornos Específicos da Aprendizagem, dizem respeito a prejuízos em
domínios cognitivos específicos (leitura, escrita e matemática). O presente artigo tem como objetivo
relatar um estudo de caso de uma avaliação neuropsicopedagógica realizada em uma criança de
doze anos de idade com queixa de baixo desempenho acadêmico e suspeita de transtorno específico
de aprendizagem. Para tal, foram utilizados instrumentos de avaliação como, entrevista, aplicação de
testes e observação. A criança em análise apresentou prejuízos na capacidade de manter e
selecionar o foco de atenção, bem como alternar entre dois estímulos e alterações nas funções
executivas, que são comumente encontrados nos transtornos do neurodesenvolvimento. A criança
cumpriu critérios sugestivos de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), e
considerou-se pertinente uma análise médica para investigação e conclusão diagnóstica.

Palavras-chave: Avaliação Neuropsicopedagógica; Dificuldades de Aprendizagem; Transtornos


Específicos de aprendizagem; Transtornos do Déficit de Atenção; Transtornos do
Neurodesenvolvimento.

Área do Conhecimento: Ciências da Saúde

1 INTRODUÇÃO

Aprendizagem pode ser definida como um processo que se cumpre no sistema Nervoso
Central (SNC) em que se produzem modificações mais ou menos permanentes, que se traduzem por
uma modificação funcional, que permite ao indivíduo uma melhor adaptação em seu meio (ROTTA,
2016). Sabe-se que situações desfavoráveis ligadas à família, escola, ou problemas orgânicos e
emocionais da criança, dificuldades socioeconômicas e afetivo-culturais, acarretam dificuldades no
aprendizado. Estes muitas vezes, são problemas que exigirão sensibilidade e esforços intersetoriais
para resolvê-los. Porém, além das dificuldades, existem os Transtornos Específicos da
Aprendizagem, que dizem respeito a prejuízos em domínios cognitivos específicos (leitura e escrita,
matemática, expressão escrita), não explicados por problemas sensoriais ou motores, deficiência
intelectual, questões emocionais ou variáveis pedagógicas ou familiares (SEABRA et al, 2014).
Seabra (2014) cita que os transtornos de aprendizagem estejam presentes em 2% a 10% das
crianças em idade escolar, já Rotta (2016), indica uma prevalência entre 5% e 15%. Para ser
caracterizado como tal, as dificuldades da aprendizagem devem ser: persistentes, as habilidades
cognitivas deverão estar abaixo do esperado para a fase de desenvolvimento da criança, conferido a
partir de parâmetros quantificáveis (testes padronizados) e com comprometimento acadêmico
associado, os sintomas deverão ter início precoce e não apresentam melhora, mesmo após
intervenção por no mínimo 6 meses, ou seja, persistentes.
O transtorno do aprendizado pode se apresentar: com prejuízo na leitura (dislexia), com
prejuízo na expressão escrita (disortografia), e com prejuízo na matemática (discalculia). É possível,
não só diagnosticar tais transtornos, já claramente desenvolvidos na infância, vivenciados na idade
escolar, como também identificar precocemente as crianças que apresentem risco de apresentar tais
transtornos, e com isso intervir precocemente, através de programas específicos para cada
transtorno.
Entendendo que a educação é um dos determinantes e condicionantes que influenciam a
ocorrência de problemas de saúde e fatores de risco à população, tornam a detecção precoce das
dificuldades e transtornos de aprendizagem importante. É possível, não só diagnosticar tais
transtornos, já claramente desenvolvidos na infância, vivenciados na idade escolar, como também
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identificar precocemente as crianças que apresentem risco de apresentar tais transtornos, e com isso
intervir precocemente, através de programas específicos para cada transtorno.
O presente estudo tem como objetivo relatar um caso de uma avaliação
neuropsicopedagógica realizada em uma criança de doze anos de idade com queixa de baixo
desempenho acadêmico e suspeita de transtorno específico de aprendizagem.

2 METODOLOGIA

A avaliação neuropsicopedagógica foi direcionada para a investigação dos aspectos


relacionados às habilidades acadêmicas, compreensão leitora, processamento numérico e aritmética,
e funções executivas: atenção, memória e flexibilidade cognitiva, adequados a idade de doze anos.
Para tanto foram utilizados testes e atividades conforme apresentados na tabela 1.

Tabela 1 – Instrumentos de avaliação

NOME DO INSTRUMENTO DIMENSÕES AVALIADAS REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Prova de Aritmética Competência Aritmética Dias e Seabra, 2013

Prova Escrita Sob Ditado Escrita Dias e Seabra, 2013

Span de dígitos (tarefa) Memória Figueredo & Nascimento, 2007

Teste de Atenção por


Atenção Montiel e Seabra, 2012
Cancelamento
Teste de Competência de Leitura
de Palavras e Pseudopalavras Competência Leitura Seabra e Capovilla, 2010
(TCLPP)
Prova de Consciência Fonológica Habilidade de Manipular os
Seabra e Capovilla, 2012
por Produção Oral Sons da Fala

Habilidades Visuoespaciais e
Teste do Cubos de Corsi Kessels et al, 2000
Memória

Teste de Trilhas Flexibilidade Cognitiva Montiel e Seabra, 2012

A avaliação foi realizada com um total de dez sessões, no período entre maio e julho de 2019,
sendo 1 sessão inicial com a mãe da criança, seguida de 8 sessões com a criança e 1 sessão final,
de devolutiva. Cada sessão teve duração de 50 minutos.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A criança em análise possui doze anos de idade e no período da avaliação estava cursando o
sexto ano do ensino fundamental da rede pública. É filha única de seus pais, que são separados há
dois anos, mora com a mãe, e não há relatos de atrasos no desenvolvimento motor e nem de
linguagem. A mãe buscou Avaliação Neuropsicopedagógica devido ao baixo rendimento escolar e as
queixas da escola de que a filha conversa muito durante as aulas e tem muita dificuldade em
permanecer quieta para realização das tarefas. A criança iniciou na educação infantil aos quatro
anos, onde se desenvolveu bem. Aos cinco anos reclamava da professora, e a mesma relatava que a
criança em análise, saia da mesa e conversava muito. No primeiro ano aprendeu a ler com facilidade,
no segundo ano transcreveu cursiva. Sempre houve relatos do comportamento agitado da criança e
de sua dificuldade em permanecer quieta e concentrada durante as tarefas. Porém, as queixas
relacionadas às dificuldades “de aprender” só vieram quando a criança iniciou o sexto ano,
especialmente após tê-lo repetido.
Durante a avaliação a criança demonstrou-se calma, tímida, participativa e cooperou na
realização de todas as atividades.
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“As habilidades acadêmicas estão relacionadas a processos que são ensinados pela
educação formal como a leitura, escrita e matemática” (FUENTES, 2013).
De acordo com Seabra (2013), a Prova de Aritmética avalia distintos aspectos da
competência aritmética, incluindo escrita por extenso de números apresentados algebricamente,
escrita da forma algébrica de números pronunciados pelo aplicador, escrita de sequencias numéricas
crescente e decrescente, comparação de grandeza numérica, cálculo de operações apresentadas por
escrito e oralmente e resoluções de problemas matemáticos. Nessa atividade, a criança alcançou
pontuação 33, cuja classificação é muito baixa para sua idade.
A Prova Escrita Sob Ditado avalia a escrita na condição de ditado. Nesse instrumento, o
aplicador pronuncia, em voz alta, 36 itens psicolinguísticos, um a um, e a criança deve grafá-los em
uma folha pautada. Todos os itens pertencem à lista disponibilizada por Pinheiro (1994) e variam em
termos de lexicalidade, regularidade das correspondências grafofonêmicas envolvidas, sua
frequência de ocorrência na língua portuguesa brasileira e seu comprimento (SEABRA, 2013). A
criança obteve pontuação 18, sendo um resultado baixo para sua idade.
A Prova de Consciência Fonológica por produção oral (PCFO) avalia a habilidade das
crianças em manipular os sons da fala, expressando oralmente esta manipulação. Diversos estudos
evidenciam que há uma forte relação entre consciência fonológica e leitura, as crianças com bom
desempenho em leitura apresentaram scores significativamente maiores em consciência fonológica
do que as crianças más leitoras (DIAS, 2012). A criança conseguiu pontuação 33, demonstrando
estar dentro da média para a sua idade.
As funções executivas correspondem a um conjunto de habilidades que, de forma integrada,
permitem ao indivíduo direcionar comportamentos a metas, avaliar a eficiência e a adequação desses
comportamentos, abandonar estratégias ineficazes em prol de outras mais eficientes e, desse modo,
resolver problemas imediatos, de médio e de longo prazo (FUENTES, 2013). Tais funções configuram
entre os aspectos mais complexos da cognição e envolvem seleção de informações, integração de
informações atuais com informações previamente memorizadas, planejamento, monitoramento e
flexibilidade cognitiva (GAZZANIGA et al, 2002; LEZAK, 1995).
O Teste de Atenção por Cancelamento é composto por três matrizes impressas com
diferentes tipos de estímulos, em que a tarefa do sujeito consiste em assinalar todos os estímulos
iguais a um estímulo-alvo anteriormente determinado. A primeira e segunda parte do teste é
destinada à avaliação da atenção seletiva, que consiste na capacidade do indivíduo de atentar a um
estímulo determinado dentre outros estímulos diferentes. Na terceira e última parte, o teste objetiva
avaliar a atenção alternada, ou seja, a capacidade do indivíduo mudar o foco de atenção (SEABRA,
2012). No resultado geral, a criança apresentou pontuação 66, cuja classificação é baixa, no fator
sustentação muito baixa e alternância baixa, o que aponta para dificuldades na capacidade de
sustentar e alternar a atenção.
Span de Dígitos é uma tarefa destinada à avaliação da memória de trabalho que envolve
sustentar e manipular mentalmente informações de natureza verbal. Embora as duas tarefas da
tarefa Dígitos envolvam a repetição de números apresentados oralmente pelo examinador, a tarefa
solicitada na ordem inversa apresenta nitidamente maior grau de complexidade, pois solicita
estratégias de seleção, controle e coordenação dos vários processos envolvidos na armazenagem de
curto prazo, exigindo, simultaneamente, a armazenagem e o processamento da informação
(FIGUEIREDO; NASCIMENTO, 2007). Na ordem direta a criança obteve pontuação 5, sendo uma
classificação médio inferior, e na ordem inversa alcançou 5, o que caracteriza classificação média.
A atenção seletiva é um mecanismo cognitivo que permite ao indivíduo processar
informações, pensamentos ou ações relevantes de uma determinada tarefa, ignorando estímulos
distratores ou irrelevantes. O rebaixamento desta capacidade de selecionar o que é relevante torna a
absorção de informações acentuada e desorganizada, prejudicando o processamento subsequente
da informação (SEABRA & DIAS, 2012). Cubos de Corsi é um teste destinado à avaliação da
memória de trabalho visuoespacial, isto é, uma função que permite o armazenamento temporário e
manipulação de informações mentalmente. Na ordem direta alcançou pontuação 8, e na ordem
inversa atingiu pontuação 9, especificando média para sua idade.
O Teste de Trilhas é um dos instrumentos mais utilizados internacionalmente para a avaliação
das funções executivas, e especificamente, da flexibilidade cognitiva. Esse teste é composto por duas
partes (A e B). A parte “A” avalia a busca visual, e “B” caracteriza uma medida de atenção, velocidade
e, sobretudo, flexibilidade (SEABRA, 2012). Na parte A, a pontuação da criança foi 24, sendo um
resultado médio para sua idade, porém na parte B atingiu pontuação 8, que é baixa, dessa forma,
confirma o baixo nível atencional desta.
A leitura é uma atividade cognitiva complexa que envolve a integração de diferentes
processos cognitivos, como a decodificação de letras em sons, a identificação de palavras, o acesso
a seu significado, a integração sintática e semântica do texto, dentre outros. (BECKER; SALLES,
2018). O Teste de Competência de Leitura de Palavras e Pseudopalavras (TCLPP) avalia o estágio
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de desenvolvimento da leitura ao longo das etapas logográfica, alfabética e ortográfica. É um
instrumento psicométrico e neuropsicológico cognitivo para avaliar a competência de leitura silenciosa
de palavras isoladas, e servir de coadjuvante para diagnóstico diferencial de distúrbios de aquisição
de leitura (SEABRA; CAPOVILLA, 2010). A criança atingiu pontuação 62, a qual demonstra estar
dentro da média para sua idade.

4 CONCLUSÃO

As queixas apresentadas pela mãe da criança direcionam que a menor apresenta déficits em
manter-se empenhada em comportamentos adequados, direcionados a objetivos específicos,
relatados, por exemplo, quando os professores se queixam de que ela não fica quieta em seu lugar.
Parte deste comportamento pode ser explicado pelos resultados abaixo do esperado que ela obteve
nas tarefas de atenção.
A atenção é responsável por selecionar e organizar as informações para serem processadas
posteriormente, exercendo duas funções principais: a primeira de manter a informação na memória
de trabalho para que a mesma possa ser utilizada em um curto intervalo de tempo, e a outra é de
manter a informação ativa para ser associada com o conhecimento já existente na memória de longa
duração. A criança apresentou rendimento abaixo do esperado na capacidade de sustentar e alternar
a atenção, o que dificulta a sua capacidade de processar e armazenar as informações. Isto justifica o
relato de seus professores quanto a sua “distração”.
O rendimento abaixo do esperado para sua idade nos testes de atenção gera impacto em
todas as atividades acadêmicas, pois todas elas demandam essa capacidade. Por exemplo, quando
a criança necessita focar seu interesse no que a professora está ensinando, ou quando está fazendo
seu dever de casa, deve investir toda sua atenção na tarefa a ser realizada. Porém, como esta função
está alterada, acaba por comprometer os outros processos cognitivos como percepção, memória,
linguagem, etc.
A memória é de grande importância no processo de aprendizagem. A memória de trabalho,
especialmente a memória verbal, é responsável por reter e manipular informações, por relacionar /
contextualizar informações que já foram aprendidas previamente com aquelas informações novas,
presentes no texto ou na matéria do professor. A criança apresentou resultados abaixo do esperado
na capacidade de reter e manter informações, e isto pode ser explicado devido a seu baixo nível
atencional.
Confere-se, portanto, que a criança apresenta déficits em funções executivas. De acordo com
Malloy-Diniz (2016), as funções executivas são um conjunto de processos cognitivos que permitem
ao indivíduo direcionar comportamentos a metas específicas, avaliá-los em eficazes ou não, e
adequá-los, a fim de resolver problemas. São habilidades relacionadas à capacidade das pessoas de
se empenharem em comportamentos orientados a objetivos.
A criança em análise apresentou prejuízos na capacidade de manter e selecionar o foco de
atenção, bem como alternar entre dois estímulos. Alterações nas funções executivas são comumente
encontrados nos transtornos do neurodesenvolvimento e considera-se pertinente uma análise médica
para investigação.
Diante do exposto sugeriu-se a hipótese diagnóstica de Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade (TDAH), pois a criança cumpriu os critérios descritos no Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5, 2014) para tal transtorno. A criança demonstra seis
sintomas do quesito desatenção, que são eles: frequentemente não presta atenção em detalhes ou
comete erros por descuido em tarefas escolares ou outras atividades; frequentemente tem dificuldade
de manter a atenção em tarefas; frequentemente não segue instruções até o fim e não consegue
terminar trabalhos ou tarefas escolares; frequentemente tem dificuldade para organizar tarefas e
atividades; frequentemente evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que exijam esforço
mental prolongado e com frequência é facilmente distraído por estímulos externos. No item
hiperatividade e impulsividade, apresenta dois sintomas, sendo eles, frequentemente remexe ou as
mãos ou os pés na cadeira e frequentemente fala demais.
O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por desatenção,
hiperatividade/impulsividade. Entretanto, pode ser dividido em, TDAH com predomínio de sintomas de
desatenção, TDAH com predomínio de sintomas de hiperatividade/impulsividade ou TDAH com
ambos os sintomas. Para diagnóstico do transtorno, é fundamental que pelo menos seis dos sintomas
de desatenção e/ou seis dos sintomas de hiperatividade/impulsividade estejam presentes
frequentemente, persistentes e em longo prazo (DSM-5, 2014). A criança em questão preenche os
critérios diagnósticos para TDAH com predomínio de sintomas de desatenção.
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No momento em que o diagnóstico é concluído faz-se necessário que
intervenções na família e na escola sejam iniciadas. A intervenção com os
pais possui a finalidade de desmistificar as características e o processo de
tratamento do TDAH, bem como capacitar aqueles que convivem
diariamente com a criança para serem participantes ativos no processo de
melhora da mesma. Com relação ao ambiente escolar o objetivo do trabalho
é fornecer ao professor informações que possam contribuir para o
desenvolvimento de práticas potencializadoras do trabalho desenvolvido em
consultório (MISSAWA; ROSSETTI, 2014).

O tratamento do TDAH deve ser realizado por meio de intervenções multidisciplinares, que
envolve uso de psicofármacos, acompanhamento psicológico e neupsicopedagógico. O tratamento
não deve ser resumido em medicação, visto que o medicamento agirá apenas nos sintomas. Para
que haja uma melhora significativa faz-se necessário que o indivíduo compreenda o que está
acontecendo e desenvolva estratégias para lidar de forma benéfica com tais sintomas, também é
importante abordar as questões afetivas, sociais e emocionais do indivíduo, sendo possível realizá-
las através de psicoterapias. A Neuropsicopedagogia tem um importante papel no desenvolvimento
acadêmico da criança, por meio de programas de treinamento de atenção, memória e funções
executivas.

5 REFERÊNCIAS

ROTTA, N. T. et al. Transtornos da Aprendizagem. 2. ed. Porto Alegre, Artmed, 2016.

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SEABRA, A. G. et al. Avaliação Neuropsicológica cognitiva: Leitura, escrita e aritmética. Volume


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FIGUEIREDO, V. L. M.; NASCIMENTO, E. Desempenhos nas duas tarefas do subteste dígitos do


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