AV1-TRABALHO INDIVIDUAL - Direitos Humanos Ingryd Seixas Barroso
AV1-TRABALHO INDIVIDUAL - Direitos Humanos Ingryd Seixas Barroso
AV1-TRABALHO INDIVIDUAL - Direitos Humanos Ingryd Seixas Barroso
Escravidão
O Estudo dos Direitos Humanos nos ajuda a compreender o quanto esta disciplina
jurídica, por vezes associada à mera defesa de pessoas vistas como criminosas, representa
algo que transcende a tradicional divisão do Direito em Direito Público e Direito Privado. É
possível afirmar que os Direitos Humanos, em boa parte, disciplinam aqueles direitos sem os
quais os demais fariam pouco sentido. O estudo dos Direitos Humanos tem como uma de suas
finalidades a compreensão dos fundamentos de uma Sociedade Inclusiva e plural, em que o
Direito Interno e o Direito Internacional formem um todo harmônico de preceitos e garantias
ao indivíduo, tanto genérica quanto historicamente considerado.
A atividade aqui proposta tem por finalidade aprofundar estes conhecimentos, assim
como permitir que o estudante possa perceber, a partir de casos reais, a importância, o
significado e o sentido de tantas medidas de proteção ao ser humano em âmbito internacional.
Ademais, trata-se ainda de uma excelente oportunidade para relembrar temas estudados e
desenvolver aptidões dissertativas, algo de extrema importância para o desempenho das
atividades jurídicas.
Um dos temas que mais preocupam a sociedade internacional, no que concerne aos
Direitos Humanos, é a ESCRAVIDÃO. A Organização Internacional do Trabalho, ainda em
1930, adotou a ‘Convenção sobre o Trabalho Forçado’, de 1930’, aprovada no Brasil pelo
Decreto Legislativo n. 24, de 29 de maio de 1956 e ratificada em 25 de abril de 1957.
O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, aprovado no Brasil por meio do
Decreto Legislativo no 112, de 6 de junho de 2002 e ratificado através do DECRETO Nº
4.388, DE 25 DE SETEMBRO DE 2002, define como crime contra a humanidade, entre
outros, a escravatura sexual, quando cometido no quadro de um ataque, generalizado ou
sistemático, contra qualquer população civil, havendo conhecimento desse ataque.
A escravidão em razão de critérios raciais foi outra forma de retirar a liberdade de
grupos como os negros e os Judeus, o que recebeu do Sistema Internacional de proteção aos
Direitos Humanos como resposta, entre outras, a CONVENÇÃO INTERNACIONAL
SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL
(1966).
Nossa história tem como marco o dia 13 de maio de 1888 com a “abolição da
escravidão”. Firmada pela princesa Isabel, com a Lei Áurea findando 350 anos de escravidão
vivenciados por muitos negros com sofrimento, exploração, violação de direitos deste cidadão
vindo de navios negreiros da África. Sabe-se que o Brasil foi o último país a libertar seus
negros da escravidão na América.
A abolição foi vitoriosa após muitas tentativas de conquista da liberdade e igualdade
dos negros em nosso país, passando pela Lei do Ventre Livre em 1871, Lei do Sexagenário
em 1885 e outras formas de alforrias. Infelizmente, as péssimas condições de vida do negro, a
desigualdade dentro da sociedade capitalista não deu ao negro a liberdade completa. Sem
qualquer apoio, reparação ou indenização para moradia, trabalho, alimentação viviam em
busca da sobrevivência em uma sociedade capitalista, patriarcal, racista e desigual ocorreu a
exploração do trabalho dos negros em lavouras e outras atividades, miscigenação com o
estupro e outras formas de violência após a abolição.
A criminalidade em nosso país é rotulada pelos negros e pobres com menor condições
de educação e poucas normas voltadas para garantir a mínima igualdade entre todos. Então, o
pós abolição era sim, uma falsa abolição mesmo com pequenas conquistas da classe
trabalhadora e o entendimento do racismo como crime.
A integração do negro é uma tarefa que continua sendo ineficiente dentro da sociedade
brasileira, podemos dizer, que vem caminhando, mas as classes dominantes visando manter
privilégios, exploração, enriquecimento direcionado privam que propostas importantes sejam
aprovadas como: Reforma Agrária, Reforma Política, democratização dos meios de
comunicação e outras questões que visam a igualdade social como um todo.
A ideologia de um país que o povo é tratado de forma igualitária, com povos, etnias
vivem democraticamente com direitos, deveres e desenvolvimento que gera oportunidades
para todos igualmente é uma grande ilusão.
Socialmente injusto e etnicamente desigual o Brasil tem demonstrado nos indicadores
sociais, econômicos e educacionais, sofrendo a população afrodescendente (pretos e pardos,
segundo o IBGE, em quantitativo de 90 milhões de brasileiros) uma modalidade de racismo
sutil e dissimulada, a miséria das favelas, os ambientes insalubres dos cárceres, em posição de
subalternidade. A população negra tem condições diferente da população branca e pesquisas
confirmam essas opiniões divulgada pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento) baseada no PNAD/IBGE, um negro ganha, em média, metade da renda de
uma pessoa branca. E em 2010, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de uma pessoa
negra era 14,4% menor que de uma pessoa branca. O IDH está relacionado com nível de
escolaridade, expectativa de vida, renda, e outros fatores.
Referências:
Felipe Antunes Yonemoto https://jus.com.br/artigos/86398/sobre-a-competencia-
do-tribunal-penal-internacional Publicado em 2020 Acesso em 20 de outubro de 2021.
BRASIL DE FATO https://www.brasildefato.com.br/2017/05/13/artigo-a-abolicao-
veio-e-nao-libertou Acesso em 10 de outubro de 2021.
NATHÁLIA AFONSO https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2019/11/20/consciencia-
negra-numeros-brasil/ Acesso em 11 de outubro de 2021.
https://www.brasildefato.com.br/2017/05/13/artigo-a-abolicao-veio-e-nao-libertou
Acesso em 20 de outubro de 2021.
TRINDADE, Antônio Augusto Cançado. A Proteção Internacional dos Direitos
Humanos e o Brasil. Brasília: Universidade de Brasília, 1998.
SOUZA NETTO, Flávia Emanuelle de. A Convenção Internacional Sobre a Eliminação de
Todas as Formas de Discriminação Racial e o Ordenamento Jurídico Brasileiro. Disponível
em: https://jus.com.br/artigos/6488/a-convencao-internacional-sobre-a-eliminacao-de-todas-
as-formas-de-discriminacao-racial-e-o-ordenamento-juridico-brasileiro. Acesso em 23 de
outubro de 2021