Crescendo Na Luz
Crescendo Na Luz
Crescendo Na Luz
Crescendo na Luz
Max Freedom Long
SUMÁRIO
Apresentação
I- Polindo o espelho da fé
II - Entrando na corrente
III - A união que foi dividida
IV - Restaurando a união
V- A função do eu básico na prece
VI - Alcançando o conhecimento
VII - Amor
VIII - Abrindo o caminho para a Luz
IX - O que se pode pedir na prece
X- Embebendo a bomba
XI - Medo e liberação do medo
XII - O “último inimigo”
XIII - Os dogmas acrescentados à religião
XIV - O problema do mal
XV - O alento da vida
XVI - As relações humanas
APRESENTAÇÃO
Este livro foi escrito para atender a uma necessidade especial e também a uma
um tanto geral, para aqueles que desejam colocar em uso o conhecimento tão
recentemente desvelado do antigo sistema "Huna". Esta necessidade foi tão bem
demonstrada em uma carta que recebi, que a transcreverei aqui:
Segui com grande interesse as coisas que V.Sa. escreveu, à medida que a
recuperação do antigo sistema Huna progredia. Em 1948 li seu livro básico "Os
Milagres da Ciência Secreta". Tenho todos os Boletins A.P.H. (*) publicados desde
aquela época e em 1953 obtive e li seu livro "A Ciência Secreta em Ação", que falava
de todas as coisas mais recentes que tinham sido descobertas, dos testes que V.Sa. e os
Associados tinham feito e dos resultados que estavam surgindo.
Vezes sem conta determinei ordenar minha vida muito atarefada e reservar
alguns minutos de cada dia para pensar sobre a Huna e praticar seu uso. Mas parece que
não consigo organizar-me e começar a leitura e prática. Necessito de orientação e ajuda.
V.Sa. não pode escrever para mim e pessoas como eu, um livro simples de leituras
diárias? De forma tal que eu possa sentar-me, quando dispuser de alguns momentos,
abrir o livro no lugar em que parei no dia anterior e ler um pouco?
Preciso de algo que conserve fresca na memória a questão da Huna e seus usos.
E poderia dar-nos alguns dos exercícios simples que achou útil para continuar crescendo
na Huna? Parece-me que todos necessitamos de uma Cartilha Huna - algo muito simples
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e ainda assim capaz de impressionar a mente para fazê-la guardar mais e mais as antigas
verdades e pô-las em uso cada vez melhor, - com o passar dos dias.
Faça-o um livro pequeno, no qual V.Sa. fale livremente com o leitor, sabendo
que este leu seus outros livros e está familiarizado com a tradição Huna. Quando V.Sa.
tiver que explicar, apenas para ficar seguro de que um leitor novo não se confundiu,
provavelmente será uma boa revisão para todos nós.
Compartilhe conosco as pequenas coisas simples que o ajudaram e inspiraram no
dia-a-dia, durante os longos anos de pesquisa e estudo, que lhe deram tal compreensão
sobre a Huna e tal confiança e viabilidade das crenças Huna.
Abra seu coração e mente para nós. Diga-nos o que quer que seja ditado por seu
coração. Deixe-nos compartilhar com V.Sa. as coisas que têm conservado sua fé
ardendo tão brilhantemente por tão longo tempo. Ajude-nos a crescer em Luz.
M.W.T.
Depois de pensar sobre o assunto por algum tempo, escrevi uma carta em
resposta, onde disse:
Prezado M.W.T.
Posso ver que aquilo que me pediu é muito necessário. Somos todos tão
ocupados e criaturas de hábitos, de modos que tendemos a escorregar de volta aos
velhos hábitos de pensamento e crença, talvez esquecendo o que aprendemos e caindo
novamente na velha rotina infrutífera da vida interior desorganizada.
Acredito que você necessita daquilo que muitos de nós precisamos em uma ou
outra ocasião, em nosso aprendizado da Huna: algo para conservar o eu básico, assim
como o eu médio, pensando progressivamente ao longo das linhas Huna, dia após dia.
Significa absorver as grandes verdades, colocando-as gradualmente em ação, a fim de
que se tornem uma parcela de si próprio, no decorrer de alguns poucos meses.
Sim, alegremente compartilharei com você os pensamentos e ideias que me
ajudaram a crescer na Huna. Dar-lhe-ei os exercícios e afirmações que usei e também
tentarei ser muito simples em tudo o que tiver que dizer - mas isto será difícil. Somente
os muito grandes têm sido capazes de atingir a simplicidade, e eu não estou naquela
categoria. Contudo, aprendi a ver que, quando encontro uma cortina de fumaça de
palavras longas, argumentos e pretensões à sabedoria superior, o escritor que teve a
temeridade de nomear-se para ensinar outros, está, muitas vezes, longe de ser grande.
Não é fácil discutir em termos simples as ideias muito grandiosas que os sábios
iluminados de tempos antigos nos legaram como herança. Mesmo os ditos mais sábios
têm geralmente significado duplo ou até triplo. São cifrados, com um sentido na
superfície, para as pessoas de mente muito simples. Pode haver outro, interior, para os
mais evoluídos. E muito frequentemente, há um significado interno profundo que está
velado e oculto, a fim de que os mais adiantados sejam forçados a usar todos seus
poderes da mente e intuição, a fim de entendê-lo.
Sem dúvida, há muitos outros sentidos velados que ainda não cheguei a alcançar.
O trabalho continua firme nesta busca à qual me dediquei. Mas farei o melhor possível
para compartilhar as coisas que agora conheço, não retendo aquilo que vi com clareza
somente parcial, mas que, ainda assim, me deram aquela sensação de impulso interior,
no qual a inspiração começa a vir. Compartilharei minhas esperanças e alegrias com
você o melhor que puder, e se cansá-lo com especulações que se arrastam no que
escrevo, você entenderá e perdoar-me-á por elas.
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Uma coisa só lhe pedirei: que tenha em mente o fato de que não sou um
professor e que aquilo que agora acredito ser a última palavra em verdadeira
compreensão, pode ter que ser mudado mais tarde, à medida que a pesquisa progride.
Sou um estudante tentando compartilhar com você o que aprendi e estou aprendendo -
que vislumbrei como uma visão brilhante das coisas que podem ainda ser
compreendidas na plenitude do tempo.
I - POLINDO O ESPELHO DA FÉ
A natureza da Causa Primeira não pode ser apreendida. Tudo o que pode ser
sabido Dela é aquilo que podemos aprender observando as coisas que ELA criou.
Ela criou você, HOMEM, então observe a si próprio e aprenda a conhecê-la.
Havia uma vez um jovem noviço que, logo após começar seu noviciado, insistiu
em que deveria ver o abade sobre um assunto espiritual muito importante. Conseguindo
sua audiência com o ocupado ancião superior, disse com imponência: “Pai, o Irmão
Ambrósio deveria instruir-me, mas ele se recusa a responder uma questão que surgiu em
minha mente. Parece-me que talvez o assunto sobre o qual desejo falar teria sido
omitido pelos Pais da Igreja desde o princípio."
“Nada foi omitido”, replicou o abade. "Eu responderei a sua pergunta, meu filho,
o que é?"
É a questão sobre em que Deus se apoiou quando criou a Terra. O Irmão
Ambrósio disse que Ele poderia ter apenas flutuado no ar ou se apoiado em uma nuvem.
“Mas eu digo que Ele tinha que ter algo sobre o que se erguer, mesmo antes que criasse
os céus, que certamente incluiriam ar e as nuvens.”
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O velho abade fechou os olhos e desfiou seu rosário. Quando olhou novamente
para o jovem noviço, viu que o brilho em seus olhos tinha se tornado ainda mais intenso
e que apresentava um ar de triunfo.
“É desta forma”, disse o abade. "Quando você chegar ao estágio de perfeição
espiritual em que for capaz de criar um mundo e for fazê-lo, então será capaz de
entender precisamente como é feito, pois Deus nos dá o entendimento de acordo com
nossa fé e necessidade. Especulação inútil não é apenas uma presunção, é um
desperdício de tempo e há muito para ser feito. Contudo, proporcionarei algum tempo
para você se comprazer nisso, quando puder dizer-me que terminou todos seus deveres
físicos e espirituais e ajudou a última alma a seu redor que necessitar de auxílio."
O noviço pareceu desanimado, quando o abade fez uma pausa. O ancião
estudou-o por um momento e então apontou-lhe um dedo.
“Além disso, chegou ao meu conhecimento que ontem você roubou as sandálias
do Irmão Ambrósio, que devem ser devolvidas imediatamente. Agora vai ser-lhe
ensinado criar sandálias para todos os irmãos, com suas próprias mãos. E você
observará uma semana de silêncio enquanto ora pelo bem de sua alma.”
Gautama, conhecido como Buda, disse certa vez. “Não afunde os cordões da
mente no insondável. Quem faz isso, erra.” Talvez ele tenha observado aquilo que
tantos outros notaram até hoje: aqueles que dedicam muito tempo à especulação
concernente ao insondável, raramente fazem uso das coisas simples, que todos podem
entender e que são as "pérolas de alto preço."
A Inteligência atrás ou dentro das coisas materiais ao nosso redor tem existência
e se move e tem o seu ser sob aquela orientação ordenada que chamamos de "lei". Nada
que tenha duradoura importância pode tomar um curso caótico. Todas as coisas, visíveis
e invisíveis, tangíveis e intangíveis, progridem sob leis definidas, que nunca mudam.
Elas se movem dentro dos limites de tempo e espaço. Tudo é ordem. Tudo é invariável
e confiável.
Essa confiabilidade do todo da criação e suas leis é algo sobre o que devemos
ponderar, meditar, afirmar e, de outra forma, fazer com que seja parte de nosso quadro
de Deus e Sua Criação. Devemos chegar a ter uma convicção interior e exterior do fato
de que podemos confiar na imutabilidade de Deus e de Suas leis. Devemos fazer-nos
ver, na luz mais clara possível, que algo infinitamente mais sábio, mais poderoso e mais
amorável que qualquer ser humano, ergue-se atrás de nós e atrás de todas as coisas
criadas.
Devemos ficar pensando sobre este fato, até que percebamos que as estações vão
e vêm de forma metódica, mesmo se ao tempo de cada dia for permitido variar, sob a
orientação da lei. Devemos chegar a perceber que nossa marcha, do nascimento à morte,
é tão completamente guiada e controlada como são as estações, mesmo que os eventos
dos dias sofram um número infinito de variações.
Uma vez que sintamos a estabilidade duradoura e infalível, dentro e atrás de
todas as coisas e todas as leis, temos um fundamento sobre o qual poderemos construir
uma FÉ inabalável na regularidade da vida.
Muitos de nós temos fé em algum grau, mas raramente o entendimento
suficiente para levar a uma fé que permaneça firme, quando ocorrem coisas que não
podemos entender. A fé da maioria das pessoas é algo que se derrete e desvanece, de
acordo com as coisas boas ou más que acontecem. Podemos dizer que a fé, é como um
antigo espelho de prata, que embaçará e tornar-se-á escuro, se não for usado e polido
diariamente.
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Contudo, em termos de mudanças diárias que tomam lugar sob a Lei dos
movimentos sazonais, podemos ver que a todos os seres é permitida uma certa liberdade
de escolha e ação.
Uma vez que vejamos o grande fluxo de coisas imutáveis e o pequeno
movimento diário das coisas sobre as quais os indivíduos podem presidir, seremos
capazes de distinguir entre as que podemos confiar com absoluta fé em sua estabilidade
e aquelas que estão passando e são variáveis, pequenos redemoinhos de acontecimentos
que não têm permanência, e sobre os quais não ousamos basear nossa fé, com receio de
que nos falhem.
Uma parte do trabalho de polir nosso espelho da fé é o de fazê-lo refletir
perfeitamente as coisas de Deus, nas quais devemos confiar total e completamente. E
devemos aprender a distinguir as coisas que são o resultado do uso do livre-arbítrio, que
é permitido agir em questões menores e raramente confiáveis. Podemos confiar em
Deus para dar-nos a luz do sol amanhã, por exemplo, mas devemos ser racionais e
clarividentes, a fim de confiar em um homem que promete acender a Lâmpada na usina
do amanhã. O homem sempre pode falhar.
No estudo da Huna, aprendemos que os antigos "Guardiães do Segredo" estavam
convencidos de que o homem tem uma constituição tripla: um eu básico*, que é
semelhante àquilo que a moderna psicologia chama de subconsciente, e um eu médio,
que se compara bem com a mente consciente. Há também o Eu Superior, que
corresponderá ao Superconsciente, quando os psicólogos o reconheceram, e que
podíamos facilmente chamar de o Deus Interno. O papel que o Eu Superior desempenha
na prece e sua relação com Deus, o Criador, será retomado em um capítulo posterior.
Uma vez que as coisas em que cremos mais profundamente, com a maior força
do hábito, estão localizadas no eu básico ou subconsciente, não é suficiente fazer uma
leitura rápida destas páginas e chegar a um acordo da parte do eu médio. O eu médio
pode ser convencido, racionalmente, com uma leitura. Mas o eu básico é uma criatura
dirigida por hábitos a um grau espantoso, como bem saberão quantos tentaram quebrar
um forte hábito. E nenhum hábito é mais forte que o hábito de pensar.
O eu básico deve ter sua atenção chamada repetidas vezes, para qualquer
conjunto de crenças que estejam em desacordo com aquelas que ele estiver
armazenando. Deve ser mostrado a ele, vezes e vezes sem conta, que o eu médio aceita
estas novas crenças como sendo corretas ou melhores. Somente desta forma, repassando
as páginas sempre, cuidadosamente, dia após dia, e fazendo certos exercícios mentais
que ajudam a imprimir as novas crenças no eu básico, podem seus velhos hábitos de
crença, pensamento e reação emocional, serem mudados.
Isto é de vital importância. Deve ser claramente entendido. De outra forma, será
seguida a prática costumeira de dar uma única lida em um livro e colocá-lo de lado e
não será atingido nenhum crescimento em novo entendimento.
Aqui estão os exercícios, tal como os tenho praticado. Podem ser mudados para
atender às necessidades pessoais, mas como estão servirão para a maioria dos
estudantes.
* NT - O eu básico também recebe outros nomes, sendo mais comum o de "eu inferior",
evitado aqui para não dar conotação de que é menos importante que os demais eus.
EXERCÍCIOS
2. Siga as instruções do Aforismo 1. Olhe para você para conhecer Deus. Pare a
agitação de sua mente. Permaneça quieto.
Pergunte a si próprio se você é uma pequena parcela de Deus. Pergunte se lhe foi
dada a inteligência adequada as suas necessidades, como ser humano. Pondere o fato
evidente de que você tem sua participação na inteligência de Deus. Pergunte se a seu
corpo foi dado o poder de compartilhar da força da vida. Exerça essa força movendo um
único dedo. Saiba que você participa de todo o Poder e Força do Universo.
Pergunte se você compartilha da Substância de Deus e se uma parcela dela está
presente em seu corpo. Sinta seu peso. Note como sua participação na Inteligência está
fazendo cada célula e órgão trabalharem em união e cooperação, dirigindo o cálido e
vivo poder que anima seu corpo.
Considere quão habitualmente a inteligência e força estão usando espécies de
substância, e sinta a alegria interior, que flui com toda a ação de vida em você, da
cabeça aos pés.
Peça às coisas que estão crescendo para falar-lhe de Deus. Elas lhe mostrarão de
que forma maravilhosa compartilham da Inteligência e Poder, que conservam unidos os
átomos da Substância nelas. Peça às flores e à grama para contar-lhe sobre sua
participação, e fale aos pássaros e aos pequenos insetos do jardim. Eles falarão a você
com alguma voz interior, pois cada um deles "se inclina para Deus", cada um ama a
parte de Deus que lhe foi dada - ama ser o que é.
Deus tanto AMOU o mundo que derramou nele Seu próprio Ser. Compartilhou
tudo o que é e tem, até mesmo com as menores Criaturas do universo. É o ar que
respiro, o sol que ilumina a terra, as águas que preenchem os mares. Sem Deus não há
nada. Em Deus está toda a vida, todo ser, toda ordem, toda bondade, toda alegria, todo
crescimento e toda realização.
Deus flui repetidamente através de mim, preenchendo cada fibra, impulsionando
cada pulsação, movendo-me com cada respiração. Deus olha comigo, através de meus
olhos, procurando beleza. Espera comigo em cada um dos meus sentidos, para
compartilhar do encanto a ser encontrado pelos que buscam, Deus pensa comigo e
compartilha da bondade e beleza dos pensamentos.
É Deus movendo-se em mim e comigo, que me faz ciente de todo o bem, amor,
bondade e beleza.
Eu e o Grandioso Pai, DEUS, somos inseparavelmente um. Não importa o que
aconteça, nunca sou deixado só. Mesmo na morte (que é apenas o abandonar do corpo
físico). Sua perfeita lei guia a novo crescimento, novo bem, novas alegrias.
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II – ENTRANDO NA CORRENTE
Consideremos o fato singular de que, embora saibamos que DEUS está em todas
as coisas, incluindo nossos próprios corpos e mentes, não podemos senti-Lo com
qualquer de nossos cinco sentidos.
O segredo parece ser que Deus sente conosco através dos sentidos e que os
esforços para senti-Lo através deles nos darão tão pouca satisfação quanto um esforço
para perceber-nos. Não é fácil perceber nosso ser mais interior, que é algo bem à parte
de estarmos quentes ou frios, felizes ou deprimidos, pesados ou leves e assim por
diante. Os sentidos são usados para nos tornar cientes de coisas externas, não de coisas
internas que constituem o "eu".
É igualmente singular que, sem sermos capazes de sentir o "eu" em nós como
algo tendo cheiro ou gosto, dureza ou maciez, ainda temos um quase todo-poderoso
sentimento do "eu próprio", ser individual, autoconsciência, como quer que o
chamemos.
Não podemos imaginar nosso "eu" em termos de mundo físico. Não podemos
imaginar qual sua aparência, voz ou a força de suas mãos. Contudo, não há um homem
ou mulher saudáveis em todo mundo, que pudesse ser persuadido, mesmo pelos
argumentos mais eruditos, de que ele ou ela não exista como um "eu", bem
independente do corpo. É uma FÉ inerente - e este é o ponto a lembrar.
Como temos uma fé inabalável no fato de que nós EXISTIMOS como
indivíduos, assim devemos, por nossa vez, ter uma fé semelhante na existência de Deus
Supremo, que existe em Sua Criação assim como nós, os "deuses microcósmicos",
existimos no que chamamos nossas mentes, corpos e espíritos.
É essencial chegar a sentir Deus da mesma forma inexplicável pela qual
sentimos a nós próprios como um "eu", se queremos ter um quadro mental perfeito de
Deus e da Criação, como pano de fundo para o trabalho de aprender a entender-nos
como parte e parcela de Deus e de Sua Criação.
Aprender a perceber Deus como sentimos o "eu" em nós próprios começa com
uma ação mental. Raciocinemos sobre as coisas - como estamos fazendo juntos agora.
Convençamos o eu médio ou mente racional consciente de que deve haver um Deus -
que há um Deus. Isto não é muito difícil, pois podemos ver Deus como vida em todas as
coisas e podemos aceitar a evidência que nos pressiona de todos os lados.
Mas quando chega a hora de desenvolver o sentimento interior que nos diz estar
Deus tão próximo e real e tanto em nós como nosso próprio "eu", isto demanda que algo
seja acrescentado ao processo de raciocínio.
Este algo adicional é tão estranho quanto o sentimento singular que temos da
veracidade de nosso próprio "eu". É, também, um sentir, por assim dizer, no qual
nenhum dos cinco sentidos pode ser usado. É mais como se fôssemos capazes de
desenvolver um sexto sentido, um sentido intuitivo que nos permite perceber e saber
sem tato físico.
Centenas de livros foram escritos discutindo meios e modos de vir a conhecer ou
"perceber" Deus. Muitos deles têm pouco a oferecer, porque deixam de perceber que é o
eu básico ou subconsciente em nós que está em contato mais íntimo com o mundo no
qual Deus "se move e tem o Seu Ser". Depois que o eu médio fez tudo o que pôde para
conceber Deus deve-se voltar para o eu básico e aprender a perceber através dele, com
um sentir bem à parte dos sentidos comuns ou conhecidos, a presença de Deus em e
através de todas as coisas. É um processo de penetrar em Deus, enquanto ele está no
mundo ao nosso redor, em lugar de penetrá-lo em algum distante céu, onde Ele é puro
Espírito.
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AFORISMO II
Quando você pensar que encontrou Deus, peça que fale a você. Peça que toque sua
fronte, que lhe dê um sinal, uma lufada de perfume, uma mancha de cor ou um
acorde celestial de música. Se algo aparecer, NÃO veio de Deus. Ela fala de dentro
de você. VOCE é Deus. Você deve dar o sinal. Entre na corrente.
EXERCÍCIOS
1. Um professor certa vez ensinou uma lição fascinante a seu aluno. No dia
seguinte o aluno chegou ansioso, pedindo: "Mais! Conte-me mais daquelas
maravilhosas verdades". O professor disse “Eu o farei alegremente - mas primeiro
conte-me o que eu lhe ensinei ontem.”
Sua primeira lição para hoje é recitar a lição de ontem. Se você não puder
lembrar mais que fragmentos dela, não é motivo para alarme. É o seu eu básico que
precisa repetir várias vezes todas as lições para memorizá-las. Isto exige tempo,
paciência e esforço, porque nenhuma lição é nossa até que o eu básico a absorva do eu
médio ou eu consciente.
Aprender a ter fé é uma lição - a lição que vamos aprender. Repita e revise.
Repita e revise. Volte e certifique-se de que você vê uma vez mais, claramente, aquilo
que viu ontem na lição. Tente hoje vê-la ainda mais claramente. Lembre-se de que polir
o espelho é algo que requer que se esfregue cada dia, mesmo depois que a Luz começa a
refletir-se dele.
outra. Há sons por todo lado. Imagine que parou de ouvi-los. Imagine que você está no
meio de redemoinhos de fragrância, que está experimentando uma variedade de sabores
deliciosos. Depois ponha-os de lado. Imagine todos os prazeres de sentir as coisas pelo
toque e pelo sentimento de movimento. Você pisa em um rio claro, profundo e goza a
sensação de flutuar com ele. Depois para de sentir qualquer coisa com a pele e coloca de
lado toda sensação de movimento. Por último, regale-se com cores, figuras e formas,
colinas e vales, nuvens e pores do sol, lagos e flores.
Depois feche os olhos. Recolha todos seus sentidos e aquiete-os um a um em sua
imaginação. Quando você tiver criado esse SILÊNCIO e entrar nele, tente sentir a
realidade de seu ser mental interior - seus dois eus.
Este é um exercício para praticar tão frequentemente quanto permitirem tempo e
oportunidade. Continue tentando, e um dia você se moverá, saindo da situação
imaginada para a realidade. Você começará repentinamente, ou talvez por lentos graus,
a sentir-se como um centro vivo e vibrante de consciência, que de forma alguma é
dependente das impressões vindas de fora - as sensações de som, tato, cheiro, gosto ou
visão. Estas sensações são relatos de condições - relatos que contarão sobre os irmãos
de todos os níveis do ar até aos pássaros canoros, que são responsáveis pela percepção
de realidades físicas.
O que é desejável agora não é a percepção do físico. Isso não é o bastante, Deus
em nós é Inteligência, como também Força e Substância. Agora é tempo de parar de
sentir o movimento que a Força dá e as sensações que são derivadas do contato com a
Substância - e a última inclui todas ações da Força e Substância que causam som e todas
as coisas secundárias. Tente. E use a seguinte meditação:
tempos modernos sabemos que mesmo as menores porções da matéria ou força são
positivas e negativas e que lutam para unir-se, a fim de chegar a um ponto de repouso.
Não podemos dizer o que causou a divisão em duas partes separadas, do átomo
ao homem, mas podemos estar bem certos de que há tal divisão geral, e que o ímpeto
para unir-se e alcançar um estado de inércia equilibrada é universal.
A união, contudo, não cessa com uma simples combinação de uma força positiva
e negativa no mundo dos elétrons. As unidades reunidas tornam-se polarizadas e
novamente são levadas a lutar pela união. As unidades constroem. As coisas viventes
desenvolvem-se como combinações de unidades lutadoras microscópicas. Trilhões de
tais unidades compõem o corpo humano e então ao próprio corpo é dada uma forma
total ou ampliada da divisão básica, fazendo-o masculino ou feminino.
Não podemos levar os espíritos do homem para o laboratório para examiná-lo,
mas suas características podem ser observadas como sendo masculinas ou femininas, e
vemos em todos os lados o grande anseio de união, o corpo masculino com o corpo
feminino, a mente masculina ou eu médio, procurando seu complemento e realização na
mente feminina.
Isto nos leva ao Primeiro Mistério, o do Eu Superior, ou superconsciência,
conforme revelado pelo estudo da Huna. É muito difícil de observar. Pouco podemos
fazer, além de aceitar a declaração antiga "como é acima, assim abaixo" e o reverso
dela, "como abaixo, assim acima." Desta forma, podemos chegar à conclusão de que a
mesma divisão que separa os dois eus inferiores, separa os espíritos dos Eus Superiores
e que eles também lutam em seu próprio alto nível e em seu próprio modo mais elevado,
para alcançar a união.
A regra observável é: primeiro - que as unidades macho e fêmea semelhantes
movem-se em direção à união, como alvo de sua vida. Segundo, que as unidades
menores movem-se para unir-se com as unidades maiores - isto é, com unidades mais
desenvolvidas que elas próprias. Vemos isto na união do animal, que chamamos
"homem", com o espírito que denominamos de "eu médio". Por sua vez, o eu médio,
arrastando consigo o eu básico, ou espírito que anima o corpo animal, sente a
necessidade de uma união mais completa com o Eu Superior. E, podemos supor, o Eu
Superior com algo ainda mais elevado, até que o Deus Supremo seja alcançado.
Para todos os fins práticos, o alvo do homem é a completa união dos TRÊS EUS,
para formar um homem ou mulher completos. Os eus básico e médio frequentemente
estão em guerra, divididos por propósitos e impulsos divergentes. Raramente os dois
eus inferiores estão suficientemente unidos para causar uma união automática com o Eu
Superior.
Cada um de nós, quer masculino ou feminino, tem o ímpeto de unir os três eus
em uma equipe perfeita, ou ser triúno. Ao mesmo tempo, a necessidade de unir-se, do
macho e fêmea, está sendo obedecida. Estes dois grandes impulsos em direção à união
são suficientes para conservar-nos totalmente atarefados por enquanto. Talvez, em
alguma futura encarnação, teremos progredido o bastante para descobrir que é
primordial o grande alvo hindu da União com o Deus Supremo.
Muita falha em progredir, ao seguir as sendas da religião, advém de um erro no
entendimento de que há uma divisão a ser considerada nos níveis inferiores, e que há os
dois estágios inferiores de união a serem atingidos com toda nossa força, a fim de que
possamos aperfeiçoá-los. Primeiro, entre os eus básico e médio e, depois, com o Eu
Superior.
A primeira tentação que todos homens sentem, mais cedo ou mais tarde, é a
promessa de "descanso". Este repouso é o alvo da união e, especialmente na Índia, tem
se tornado quase dominador em sua atração. Os sábios hindus dos primeiros séculos
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Supremo, que é o único Eu verdadeiro - a única Realidade, tudo o mais sendo Ilusão" e
não duradouro.
O ideal apregoado na passagem é a maldição da Índia de hoje e tem sido assim,
desde que o leve conhecimento de Huna foi perdido.
O "desejo" é a ânsia em direção a duas espécies de união, no nível de tempo do
"aqui e agora". Quando acordamos ao alvorecer, descansados e prontos para o novo dia,
nossa força motriz é o desejo de viver, unir, desfrutar todas as coisas que acontecem na
vida, mesmo sabendo que mais tarde estaremos novamente cansados. O alvo do
hinduísmo é para a encarnação "final", quando for alcançada a perfeição de crescimento
e experiência e for atingida a absorção final descrita em tanta literatura hindu.
Durante séculos, o esforço para cessar de desejar qualquer coisa, além da união e
extinção resultante da absorção em Deus, encaminhou homens e mulheres para os
mosteiros e conventos, ou além nos desertos ou florestas, para viver a vida de eremitas,
enquanto lutam para fugir de todas as necessidades normais das uniões menores, que
são tão necessárias ao nosso crescimento, experiência e desenvolvimento como comer e
dormir. Refletindo-se sobre isso, parece ser um ensinamento errôneo, aquele de que
deveríamos tentar aperfeiçoar os bons métodos que nos foram dados como parte da
Criação. Estes métodos de crescimento e evolução são, felizmente, motivados por
impulsos saudáveis e normais, ou "desejos", de trabalhar em direção à próxima etapa de
união. O alvo é conseguir a perfeição na união dos três eus, como também dos dois
consortes.
Há uma controvérsia nos sábios hindus, começando com um dos Kapilas em
seus escritos e continuando com os ensinos de Gautama, o Buda, em que toda a vida é
tão sobrecarregada com tristezas e dor, que se torna dominadoramente desgastante e
devia ser evitada por qualquer e todos os meios. Assim, o remédio é parar de querer
viver e, dessa forma, chegar à absorção com Brahma. Este é o ensinamento de um
homem cansado e só é adequado para aqueles tão esgotados no fim do dia, que não
podem desejar nada além do repouso. Mesmo estes sábios, contudo, fizeram um esforço
para levar em consideração as suaves horas da manhã. Deram conselhos sobre como
atravessar o conjunto total de movimentos que acompanham um dia do viver e crescer
felizes, mas se apressaram em lembrar tudo e todos de que, enquanto atravessando os
movimentos, não se deveria tirar nenhum prazer deles, e que a mente devia ser
esvaziada de desejo por mais alegria amanhã. Somente devia ser permitido o alvo final
de ausência de desejos e absorção.
Os kahunas, por outro lado, ensinavam que ao homem tinham sido dadas
infindáveis alegrias, como também tristezas. Que a vida era boa e bela quando vivida
normalmente, e que viver assim era crescimento e experiência necessários. Para viver
uma vida completamente normal e, portanto, totalmente feliz e evolutiva, necessitava-se
ter todos três eus unidos perfeitamente e trabalhando como uma equipe, sob a sábia
direção do Eu Superior. A união normal, como segunda parte do viver feliz, era também
uma fonte de alegria. Quanto mais normal e assim mais perfeita a união conjugal, mais
alegria contém.
Somente a vida sem a orientação do Eu Superior e sem algum grau de união com
ele, poderia ser predominantemente dolorosa e cheia de tristeza. Deus, não o homem,
criou a terra e seus habitantes, de acordo com os kahunas, e Deus não cometeu erros em
sua tarefa. Qualquer homem que seja suficientemente presunçoso para tentar melhorar o
trabalho de Deus e prescrever um modo de vida normal, estará fora do compasso e
afastado, tanto da união quanto do entendimento de sua dupla significação.
Estando a ideia de Deus dividida em tantos fragmentos e espalhada através de
todo universo criado de sistemas estelares, torna difícil para o homem médio aproximar-
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se Dele na prece. A ideia de que Ele estabeleceu o universo com uma única porção de Si
próprio, e que permanece à parte da Criação, causa uma aproximação ainda mais difícil,
porque coloca Deus, em grande proporção, fora de sua Criação.
Em todas as religiões que se apegaram a tais dogmas, encontramos o homem
forçado a inventar alguma "encarnação" de Deus em forma humana, a fim de suprir um
Deus próximo e fácil de alcançar com a prece. Os ídolos foram talvez a primeira
invenção destinada a fazer uma aproximação simples e fácil - algo tangível.
Entre os videntes antigos dos kahunas, era conhecimento comum o fato de que o
Eu Superior de cada homem representava para si um deus e que, através de seu próprio
Eu Superior, tais preces podiam ser enviadas ao Deus Supremo, como um chamado por
atenção. Era sabido que o Eu Superior Pai-Mãe estava tão próximo de nós como nossas
mãos e pés.
O Eu Superior é uma parte de nós próprios. É o mais elevado dos três eus no
homem. É o Anjo Guardião, o Pai interno, o salvador pessoal. Todas as preces, não
importa a quem dirigidas e a despeito da multiplicidade de deuses e ídolos, não vão a
nenhum outro lugar que não seja aos Eus Superiores.
Este é um dos grandes segredos de todos os tempos: o fato da existência do Eu
Superior e sua permanência conosco e acima de nós, como um deus e um representante
do Deus Universal. Não precisamos lutar para conceber a natureza do Deus Universal.
Tudo o que é necessário é que reconheçamos o Eu Superior como ele é, e dirijamos
nossas preces a ele. Em sua sabedoria superior, podemos depender dele para transmitir
qualquer pedido na prece ou força da prece, para Seres Mais Elevados na escala
ascensional de crescimento e evolução.
Uma vez reconhecido pelo que é, o Eu Superior estará sempre pronto a aceitar
convites para guiar-nos e ajudar-nos. Mas ele deve ser reconhecido e convidado, pois é
impedido, por alguma lei de seu próprio nível, de tirar dos eus básico e médio o dom do
LIVRE-ARBÍTRIO. Este dom permite a eles aprender pela experiência, depois de
decidir, por si próprios, o que farão ou deixarão de fazer.
Este livre-arbítrio, que é nossa herança como homens e mulheres pode, contudo,
deixar-nos à mercê de problemas sem fim. Somente quando aprendemos a convidar os
Eus Superiores a assumir seu terço total na tarefa de viver nossas vidas, podem usar sua
sabedoria superior e guiar-nos por caminhos que nos farão viver vida normal e feliz.
Saiba então que o Eu Superior está lá, anelando por nós e permanecendo pronto
para proteger-nos e ajudar-nos, mas não é o bastante. Devemos abrir a porta e convidá-
lo a entrar em nossas vidas e tomar seu devido lugar.
O eu médio pode compreender imediatamente os detalhes do que foi explicado.
Pode estar pronto e ansioso de dar ao Eu Superior sua total terça parte de nossa vida
triúna. Mas fazer o eu básico entender e mudar seus caminhos de luta com avidez
animal por aquilo que deseja fazer, é bem diferente.
O eu básico deve ser ensinado, por estágios fáceis, a cessar de tentar ser o
homem total e parar de lutar com todos para conseguir o que quer, seja bom ou mau.
Devem ser dadas a ele ideias novas e melhores para substituir as velhas que conserva.
Isto leva tempo e aplicação diária de esforço, mas pode ser realizado, uma vez que o eu
médio saiba quão necessário é e como realizar o treinamento. Pois é tarefa do eu médio
(eu consciente), empreender o treinamento do eu básico (subconsciente).
Afirmações, meditações e períodos de imaginação são as ferramentas a serem
usadas no treinamento do eu básico. Mas, uma vez treinado, ele fará aquilo que o eu
médio não pode fazer. Fará o contato com o Eu Superior para nós, toda vez que for
desejado. O contato é impossível quando o eu básico está em oposição ao eu médio.
16
EXERCÍCIOS
IV - RESTAURANDO A UNIÃO
considerá-los à luz da regra de FERIR, a fim de que possam ser vistos na perspectiva
correta. Devemos lembrar-nos de que o Eu Superior Pai-Mãe passou pela experiência de
ser um eu básico e depois um eu médio. Evoluiu através de todas as experiências dos
níveis inferiores para alcançar sua condição atual semelhante à de um deus. Ele sabe
como tratar cada problema que enfrentamos. Ele é, na verdade, o Anjo Guardião, o
Confortador, e, como os índios Paiutes o chamam no Oeste, Wakanda ou "Amigo do
espírito do homem."
O Eu Superior aprendeu totalmente sua lição de integração e união e no seu
nível está em um estado de união com todos os outros Eus Superiores, mesmo enquanto
permanece separado e um par espiritual individual.
Os Kahunas chamavam os Eus Superiores unidos de Poe Aumakua, "Grande
Companhia dos Eus Superiores". Não há nada bom que sejamos chamados a fazer em
nossas vidas que os Eus Superiores não tenham aprendido a fazer. Eles são uma fonte
infindável de auxílio e guia, bastando convidá-los a tomar seus lugares adequados no
viver dos três eus, que é a nossa vida.
EXERCÍCIOS
Pense na longa linhagem familiar da qual você surgiu, pense nela voltando
geração após geração e século após século. Considere o fato de que no decorrer dos
séculos os membros da família nunca estiveram separados e sós. Tem havido os avós
indo na frente e o filhos e netos seguindo atrás. Eles formam uma corrente no Fluxo da
Vida, mas são um com ela, não separados.
Não somos separados, nunca fomos, nem jamais seremos. Somos parte do grupo
familiar e como parte da família somos também parte de Deus e do Fluxo Universal de
Vida.
Conforme somos, por nossa vez, filho, pai e avô, assim progride o eu básico, que
é agora nosso filho para vigiar, treinar e cuidar. O eu médio está, por sua vez, abaixo do
nível do Eu Superior, que é mais velho e mais sábio e que fica no lugar dos avós. Tudo
é união, a despeito da aparência externa de separação.
Pense nas causas do sentimento de solidão. Pense no desejo de companhia, na
forma de casamento, família e amigos. Pense nas coisas que se deveria fazer
normalmente para substituir a solidão pelas uniões menores, que proporcionam as
alegrias da companhia.
Pense na profunda solidão interior ou espiritual do Eu Superior, que espera a
ocasião em que possa ser totalmente reconhecido e convidado a tomar parte total no
viver dos três eus. Pense nos meios que podem fazer o eu básico parar de sentir-se
separado, culpado e rejeitado, e na alegria que vem quando os três estão unidos e
nenhuma sombra de dúvida ou temor acontece entre eles. Pense no grupo ideal, no qual
casais, crianças e país são todos capazes de perceber a veracidade do Eu Superior e
trabalhar com ele como Guia.
Pergunte o que devemos fazer pelos Eus Superiores em retribuição pelas muitas
coisas que pedimos a eles para fazer por nós.
também sou um no todo. Sou parte de meu grupo familiar, parte de minha nação e parte
do mundo.
Luto de forma a conduzir-me para que outros possam ser ajudados e desta forma
ajudo-me. Estou lutando para perceber completamente a presença do Eu Superior e
ensinar o eu básico a chegar à mesma percepção. Não haverá barreiras entre meus três
eus. Estamos começando a trabalhar juntos como uma equipe unida - os três que fazem
o Um.
Meu Eu Superior é meu Salvador imediato e pessoal de todos os males. Mas é
entristecido, diariamente, se não reconheço que ele existe e se não o convido a tomar
seu devido lugar na vida desta pessoa de três eus que chamo de "eu próprio". Cesso de
entristecê-lo com minhas dúvidas, temores, ganância e com ferimentos feitos a outros
ou a este corpo no qual sou um hóspede. Tomo medidas diariamente para iluminar
minha ignorância e ultrapassar meu egoísmo e - com meu eu básico - começo a tarefa de
abrir a porta com suas dobradiças enferrujadas para convidar o Eu Superior a entrar.
Afirmo que me esforçarei para servir aos outros, da forma como tenho sido
servido ou espero ser servido por eles. Estou começando a fazer a minha parte e a ajudar
o eu básico a aprender a fazer a sua, a fim de que possamos fazer completo contato com
nosso Eu Superior e gozar de sua Orientação em tudo que fizermos.
Comece reservando um tempo diariamente para relembrar seus atos da infância
em diante e submeter cada um ao teste de ver se causou FERIMENTO a alguém ou não.
Se causou um FERIMENTO real e duradouro, foi um pecado - mas não contra Deus ou
o Eu Superior. Deus e o Eu Superior são grandiosos e poderosos demais para se pecar
contra eles ou feri-los.
Peça perdão, equilibrando um mau ato com um bom, de um tamanho que o
supere. Nós, eus médios, somos seres racionais e sabemos que somente com um bom
ato pode ser equilibrado um mal. Somente quando o eu médio estiver convencido
logicamente de que equilibrou a dívida do passado, pode ele convencer o eu básico de
que está limpo e novamente digno de ir com o rosto brilhante perante o Pai-Mãe Eu
Superior.
Aplique o teste do FERIMENTO. Corrija concepções errôneas. Substitua as
concepções erradas e hábitos de crença errôneos no eu básico, trazendo diariamente
para casa as ideias corretas. Gradualmente o eu básico será desimpedido de qualquer
bloqueio errôneo ou dogmático, que impede seu contato com o Eu Superior.
Gradualmente os sentimentos de culpa hesitantes e secretos serão racionalizados e
purificados.
O segundo dos três grandes mistérios concerne à força vital, ou mana. Ela foi
tida na mais alta estima pelos iniciados e é algo que aparece em todos os escritos
ocultos, repetidamente. Um bom terço dos símbolos em palavras dos kahunas dizia
respeito a este segundo mistério. Na índia, cerca de metade das práticas religiosas ainda
centralizavam-se no uso da força vital para atingir a "Yoga", ou união com o eu mais
elevado.
Deus é toda Vida e aquela vida é uma forma vivente de força que retiramos do
suprimento comum fornecido pela Mãe Natureza. Está no raio de sol e armazenada nas
plantas que usamos para comer. "Luz" é o símbolo para esta força vital ou mana. A
adoração do Sol era, para os iniciados, a adoração de Deus e do Eu Superior. O último
foi chamado de "A Luz Verdadeira", ou "A Luz que ilumina cada homem".
A força vital extraída da luz solar, ar e alimentos pelo eu básico era simbolizada
pela água límpida (mana). Esta era a "água da vida" dos escritos antigos.
O eu médio, como o Eu Superior (ambos não tendo um corpo físico e aparelho
digestivo), deve tomar emprestada sua força vital do eu básico. O símbolo para a força
vital que ele toma e usa é o da "água duas vezes poderosa" (manamana). Ao Eu
Superior é dado, o título de "Senhor", que na linguagem dos kahunas significa "o que
supervisiona a divisão das águas". A força vital, quando usada por ele, é magicamente
forte para concretizar respostas às preces e é chamada de "a força vital mais forte"
(mana loa).
O Eu Superior necessita de pouco mana, a não ser que seja chamado a tomar
parte na vida dos três eus e materializar mudanças em resposta a preces. Então, como o
eu básico necessita de abundância de força vital para usar quando empreende a ajuda na
construção de uma casa, assim acontece com o Eu Superior, quando se incumbe de
ajudar a construir uma casa ou quando se encarrega de fazer quaisquer mudanças no
denso nível físico. Devemos treinar o eu básico a dar uma parcela de sua força vital
básica, ou mana, para o Eu Superior, sempre que lhe enviarmos nossa prece
(telepaticamente). Isto é para permitir ao Eu Superior começar a trabalhar no denso
plano físico para realizar a cura e fazer mudanças nas condições, presentes ou futuras,
ou fazer qualquer coisa pela qual estejamos orando.
A prova de que esta é a correta interpretação do Segundo Mistério não é difícil
de encontrar. Na tradição dos Kahunas encontramos uma palavra após outra que fala
desse grandioso fato. Os kahunas havaianos usavam a palavra hoo-mana, para "adorar",
que quer dizer "fazer mana" (força vital). E de outras palavras de natureza semelhante,
aprendemos que a força vital ou mana assim feita é enviada ao Eu Superior para lhe dar
poder sobre o plano físico e como um ato de adoração.
Quando oramos, no “Pai Nosso”, “Teu é o poder e a glória...”, repetimos uma
declaração oculta que já era antiga quando foi registrada no Novo Testamento. Qualquer
iniciado sabia imediatamente que o Eu Superior estava sendo presenteado com mana ou
força vital pelo eu básico, a fim de fazê-lo poderoso para realizar o trabalho no plano
físico - que ele estava sendo adorado e glorificado pelo dom ou sacrifício de mana.
Como a prece é dirigida ao "Pai Nosso que estás no céu", não pode haver erro quanto ao
real significado deste método de prece, ensinado por Jesus àqueles a quem oferecia
iniciação.
Philo de Alexandria, um judeu, que era também versado nos mistérios gregos do
tempo em que Alexandria era o centro do conhecimento no Egito, fez um trabalho
muito bom de fixar os assuntos da Huna em parágrafos velados. Falando e escrevendo
em grego, deixou após ele um tesouro para nosso tempo. Discutindo suas obras, G. R. S.
Mead diz (em Três vezes grande Hermes, Vol. 1 pág. 239): "Este Logos Supremo,
então, é preenchido de poderes - palavras, logoi, por sua vez, energias de Deus".
25
Como Mead escreveu antes da redescoberta das chaves que abriam a Huna para
o mundo, não podia explicar o que Philo queria dizer. Mas para nós, é claro, sabendo o
que agora sabemos. O Eu Superior, um eu espírito, é incapaz de agir bem e rapidamente
no denso nível físico para ajudar-nos, a não ser que tenha mana. Em uma prece
enviamos "palavras" e embora “1ogos" significa "palavra", também indica um
pensamento ou meditação. Primeiro vêm as palavras-pensamento da prece, estas
subindo ao Eu Superior através do eu básico. Mas junto com os pensamentos deve ir o
logoi, ou energia mana.
Nos ensinamentos ocultos da época, João, conforme registrado no Novo
Testamento, escreveu para todos que pudessem entender: "No princípio era a Palavra e
a Palavra estava com Deus e a Palavra era Deus." Isto faz pouco sentido para o não
iniciado, mas quando a chave é fornecida, vemos que João estava expondo o processo
prático da criação, conforme é feito para nós pelo Eu Superior, em resposta às palavras
da prece que, por necessidade, são acompanhadas de uma doação de mana. O mana
torna as palavras em "palavras de poder."
Não compreendendo este fato, os ocultistas lutaram interminavelmente para
encontrar e usar certas palavras que podiam conter poder em Si. Mas os nomes
secretos de Deus ou anjos, demônios ou seres não terrestres, não têm nada a ver com as
verdadeiras "palavras de poder". Pode-se memorizar os supostos setenta e dois nomes
de Deus e recitá-los em invocações repetidas, e, a não ser que haja mana enviado ao Eu
Superior com a prece, através da mediação do eu básico, nada acontece.
Na língua kahuna, a palavra "ha" que significa "respirar profundamente", era o
símbolo de acumular um fornecimento extra de mana e enviá-lo ao Eu Superior. É
sabido pelos fisiologistas modernos, que nós precisamos respirar mais profundamente
para queimar o açúcar no sangue e criar mais força vital. Isso era conhecido dos
iniciados, que conscientemente respiravam mais profunda e fortemente, mesmo quando
em repouso, para criar e enviar mana ao Eu Superior.
Na Índia, onde quase toda a tradição da Huna foi perdida há muito tempo atrás,
uma coisa era lembrada. Era que o respirar mais forte era o primeiro passo no uso da
magia dos iniciados. Este fato era simples e amplamente conhecido. Mas o que foi
perdido de vista foi o segundo passo - o conhecimento do que fazer depois de respirar
fortemente e acumular prana extra, para usar a palavra hindu.
O segundo passo, como sabemos agora, era fazer o eu básico enviar o mana e o
pensamento ou palavras silentes da prece ao Eu Superior. Os praticantes da Yoga, tendo
perdido de vista o Eu Superior, ao expandi-lo para tornar-se o Ente Supremo, Brahma
ou Deus, não sabiam o que fazer com a força vital extra. Assim, fizeram experiências e
uma escola após outra surgiu para acumular exercícios de respiração sobre outros
complicados exercícios de respiração. Posturas físicas, muitas vezes muito difíceis de
manter, eram acrescentadas, também intermináveis cantos ou mudras*. Tapava-se uma
narina com o polegar ou outro dedo, ao tomar uma longa respiração, então o outro lado
era usado para expelir a respiração. A força vital foi personalizada e tornada uma Deusa
chamada Kundalini. Supõe-se que ela é despertada após interminável e cuidadoso
treinamento, levanta-se e sobe até algum centro na cabeça ou acima dela, lá produzindo
luz miraculosa e assegurando iluminação. Ela devia, ao mesmo tempo, produzir para o
yogi toda espécie de poderes de mente e corpo. É, na verdade, um longo e sinuoso
caminho partindo do sistema da Yoga Tântrica de hoje para o mecanismo simples
originalmente usado para fazer a prece do tipo Huna.
O terceiro Mistério tem a ver com a "escada de palavras" frequentemente
mencionada nos escritos antigos. E o cordão invisível (ectoplásmico - ou aka para os
kahunas), ao longo do qual a prece telepática e o mana viajam quando enviados pelo eu
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EXERCÍCIOS
Figure em sua imaginação aquilo em que você deve tentar tornar-se ou realizar
com o auxílio do Eu Superior. Mentalize várias condições na qual você é o centro e
pivô. Pergunte-se se tal condição, realizada, iria ferir outros de alguma forma, enquanto
se ora para concretizá-la. Pergunte se cada condição é boa e digna de esforços de si
próprio e do seu Eu Superior.
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Faça disso o começo de um esforço diário para entender os alvos de sua vida ou
falta deles. Torne-o o primeiro passo para chegar a uma decisão quanto ao que você
pedirá em sua prece, quando tiver ensinado o eu básico suficientemente para começar a
enviar preces pequenas muito simples, tais como as pedindo orientação, inspiração e
saúde.
VI - ALCANÇANDO O CONHECIMENTO
Havia, certa vez, uma vila, perto da qual ficava um templo em ruínas. Dizia-se
que ele havia desmoronado por um tremor de terra, quando os deuses estavam muito
zangados, e os sacerdotes tinham sido mortos na queda. Dessa forma, ninguém podia ter
certeza de qual deus tinha vivido no santo dos santos do templo e qual poderia ter sido
seu nome.
Contudo, conservou-se uma tradição referente a esse Desconhecido,
Murmurava-se que, em tempos passados, não se tinha senão que entrar no templo,
ultrapassar os sacerdotes e ficar em certa rotunda para estar na presença do
Desconhecido. Uma vez lá, podia-se pedir o que era desejado e seria concedido. A
lendária rotunda ainda existia e muitos eram os habitantes da vila que entravam nela e
diziam uma prece, esperando que o Desconhecido ouvisse e respondesse com o poder
miraculoso e a generosidade que a tradição descrevia.
Às vezes, uma prece era respondida, ou pelo menos a coisa pedida acontecia.
Alguns afirmavam que a prece fora respondida, outros que a coisa desejada teria
acontecido por si própria, de qualquer forma. Mas era largamente mantida a crença de
que havia uma chave perdida em toda a questão. Foi decidido que se devia trazer
alguma coisa rara como presente, a fim de ser ouvido. Alguns pensavam que era preciso
saber e falar um certo nome secreto e esquecido do Desconhecido e outros diziam que
uma certa fórmula devia ser usada ao fazer a prece e oferecê-la como presente.
Por fim, foi concluído que todos os melhores e mais sábios homens e mulheres
da vila deveriam revezar-se em apelar ao Desconhecido, com uma oferenda e um
pedido, e proceder como ele ou ela achasse melhor. Então, se algum deles encontrasse a
oferenda, fórmula ou combinação destes, certa, o segredo devia ser compartilhado com
todos. Esse era o compromisso - compartilhar o segredo com todos.
Um escriba foi apontado para sentar-se com tábuas de argila e estilo para
registrar as coisas que cada adorador fazia e dizia, pois fora decidido que o registro
devia ser conservado com muitos detalhes e com o máximo cuidado, não importa quão
simples pudesse ser o apelo de algum senhor idoso e trêmulo ou de uma virgem
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inexperiente. Nada devia ser desprezado - mesmo o tolo da vila podia acidentalmente
topar com o presente ou palavra corretos.
Dias após o escriba observava e escrevia em sua lousa de argila molhada,
colocando cada cilindro completo e numerado, cuidadosamente, para secar ao sol. Umas
poucas preces menores pareciam na verdade ter sido ouvidas e respondidas. A vaca da
viúva recuperou-se rapidamente e a chuva necessária certamente chegou depois que um
dos anciãos orara fervorosamente por ela. Mas, como todos tristemente admitiram, a
vaca podia ter se recuperado e a chuva podia ter caído sem o benefício da prece.
Quando se aproximou o fim do verão, os cilindros de argila acumulados tinham
subido quase até formar um altar; havia tantos deles e ainda faltava - a chave perdida
não tinha sido encontrada. Transmitiu-se a palavra de que o teste chegaria ao fim,
porque não havia ninguém que não tivesse tentado. Finalmente o escriba ficou sozinho,
perguntando-se o que faria com seus muitos registros.
"Que desperdício de meu melhor tempo e esforço", dizia tristemente. "E que
infelicidade que nenhum dos aldeões sabia a forma correta de apelar ao Desconhecido".
Ele suspirava e começava metodicamente a arremessar os cilindros de argila fora da
rotunda, nos escombros. Quando finalmente terminou, escovou o assoalho de mármore
com cuidado, a fim de que o lugar do Desconhecido ficasse arrumado e imaculado. Em
sua mente, estava pensando:
"Ninguém viu o Desconhecido e alguns dizem que ele não está mais aqui. Mas
em todas estas semanas, enquanto eu observava, ouvia e registrava, tive um sentimento
crescente de que o Desconhecido estava realmente aqui, que estava ouvindo com muita
esperança, tão ansioso de ver encontrada a chave perdida quanto qualquer pessoa viva."
Repentinamente sentiu uma onda de emoção levantar-se dentro dele. Ergueu o
rosto e disse: "Oh, Desconhecido, não fiques triste! Mesmo se a chave estiver perdida e
mesmo se os homens cessarem de acreditar que tu existes, ou que tu ouves! Se for de
algum consolo para ti, sabe que eu, o Escriba, acredito em ti sem sombra de dúvida. Sei
em meu coração que tu estás sempre aqui e que anseias por ajudar-nos... Então ouve-me
agora, grande Desconhecido! Faço uma última prece antes que os homens te deixem
ficar esquecido. Não sei nada da chave, não tenho oferenda e não há nada que eu deseje
pedir. Tudo o que desejo é que tu possas conhecer a minha fé na tua veracidade e que te
amo e anelo confortar-te de alguma forma."
O escriba fez uma pausa por um longo momento e então acrescentou,
desculpando-se: "Sou apenas um pobre homem e tenho pouca sabedoria, mas se de
alguma forma consolar-te, ó Desconhecido, deixa teu templo, que ficará solitário agora
e vem viver comigo em minha humilde morada: serias mais que bem-vindo. Eu
compartilharia tudo o que tenho contigo e te amaria e adoraria... e nunca pediria que
respondesses a uma prece. Seria suficiente somente saber que tu estavas comigo e
contente de ser amado e convidado e sentar-se à minha mesa, andar fora de casa comigo
ou descansar no frescor do dia à sombra de minha árvore..."
O escriba não podia pensar em mais nada para dizer, assim cessou de falar e
virou-se para ir. Quando se virou, repentinamente sentiu a Presença, forte e certa desta
vez. "Ah!", gritou com a alegria inundando-o, "Estás aqui! Tu virás! Viverás comigo e
compartilharás de minha vida e deixar-me-ás confortar-te, amar-te e servir-te! Obrigado
do fundo do meu coração... Agora vamos. Devo dizer à minha boa mulher para colocar
um lugar para Ti na cabeceira da mesa. Vem!"
Dizem que há uma tábua de argila num museu empoeirado e sobre ela o registro
de toda a questão. Ao final do registro, onde a argila do cilindro tinha sido quebrada de
formas que somente parte da mensagem podia ser lida, pode ser encontrado o que o
Escriba registrou no fim de sua vida como "A Verdadeira Chave".
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EXERCÍCIOS
Afirme como o Três Vezes Grande Hermes: "Porque nunca... poderá uma alma
incorporada, que uma vez saltou para as alturas a fim de conseguir agarrar o
verdadeiramente Bem e Verdade, escorregar de volta ao contrário."
VII - AMOR
produzida pela união Pai-Mãe permanece no plano não físico. De certa forma, podemos
dizer que o eu médio ou espírito-mente consciente de uma mulher é uma "virgem". A
união de mentes, vontades e propósitos que ocorre quando homem e mulher trabalham
juntos em um projeto, cria de uma forma semelhante - primeiro a ideia, depois o
projeto, em seguida o edifício. Somente o eu básico ou animal dá à luz na carne.
No Hinduísmo, como mencionei antes, a tradição da Mãe-Pai Eu Superior foi
conhecida durante algum tempo, depois foi perdida sob o impacto varredor das crenças
religiosas védicas oficiais ou aquelas que surgiram da Yoga. Pensava-se que o Deus
Supremo, Brahma, havia criado para si uma esposa como um dos seus primeiros atos.
Com o auxílio dela, como Mãe Natureza, Ele então prosseguiu o trabalho da criação.
A Mãe continuou a ter uma participação crescente na adoração dos hindus. Em
algumas das muitas divisões do Hinduísmo, os altares eram dirigidos à metade Pai do
Eu Superior e a adoração e preces eram dirigidas à Mãe Divina e a ela somente. Os
hindus que emigraram para Fiji têm templos e ritos de andar sobre o fogo nos quais a
Mãe, como a Deusa Mariana ou Mariam é suprema*. (Deve-se pensar na similaridade
dos nomes Maria, do Cristianismo, e Mariam do Hinduísmo. Também se pode encontrar
aqueles que argumentam que a encarnação hindu de Deus, Krishna, é o original, p que o
Cristo grego associado com Jesus surgiu da mesma fonte.)
Os kahunas, que viajavam amplamente em tempos antigos, espalhando a
tradição secreta onde encontravam pessoas aptas a entendê-la, não usavam nem a
palavra "Pai" nem a palavra "Mãe" ao nomear e discutir o Eu Superior. Seu nome era
Aumakua, ou "Eus-Pais". A raiz au era usada pelos kahunas primitivos contendo vários
significados secretos muito importantes. Se pronunciada de uma forma tinha o
significado de "eu", de outra forma significava "meu". Um estudo das variações mostra
que o ensinamento original do Primeiro Mistério era aquele no qual o mestre dizia ao
discípulo: "Cada um de nós é feito de três "eus" - um unihipili, um uhane e um Ser
duplo: o Aumakua ou par de eus-pais."
Na Índia encontramos hoje o que parece ser uma corruptela do termo Aumakua,
usado largamente na adoração como a palavra mais sagrada de três sons, Aum. Esta é
entoada em três batidas no exercício de adoração do Eu Superior pessoal do adorador,
como uma parte de Deus Supremo ou Brahma.
Os kahunas ensinavam que a mente do eu humano ou médio era incapaz de
entender a maneira pela qual o Par Eu Superior pensa, age e tem o seu ser. Contudo,
fornecia-se aos não iniciados uma simples forma de adoração, que era muito concreta,
facilmente figurada e prática, dentro de certos limites. (Não se podia esperar, por
exemplo, que o não iniciado, de poderes mentais inferiores, realizasse ritos ou ações
mentais que trouxessem respostas miraculosas à prece). Para os homens comuns havia
tanto deuses Pai como Mãe para adorar. Incontáveis lendas eram inventadas e contadas,
em que um Deus masculino de natureza triuna produziu dEle uma companheira
feminina, que o assistia no trabalho da Criação, e que vagava como Mãe Natureza e
frequentemente tomava várias formas femininas. Deuses e deusas menores e mais
próximos eram numerosos, assim como eram as "deidades" ou espíritos da natureza, que
agiam nos níveis da vida vegetal e animal.
Em nossas igrejas protestantes do Ocidente, sofremos uma grande perda, sem
saber. A revolta contra a Igreja de Roma resultou em um grande descartamento das
crenças dogmáticas e práticas ritualísticas e, nesse processo, a "Mãe", mesmo na forma
escarçamente reconhecível de Maria, ficou perdida para metade da cristandade. É
verdade que na velha igreja o significado oculto fora perdido, mas talvez seja reparado
em parte pelo amor e fé infantil dos adoradores, que repetem e repetem a prece ritual
"Ave Maria, Mãe de Deus, rogai por nós".
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acreditar que o amor que enviamos com nossa oferenda de mana tem sua melhor
frutificação nas respostas que vêm, em tempo hábil, às nossas preces.
Somente quando os três eus do homem vibram em união para amar, pode haver
aquela harmonia que faz uma perfeita equipe de trabalho. O amor, além disso, pode
remover os ódios e temores, ciúmes e invejas, que se amontoam e bloqueiam a senda
em frente, que conduz a todas as coisas progressivas e boas - que leva à brilhante
recompensa que espera aqueles que trabalham como uma trindade e não sozinhos.
AFORISMO III: O amor cria em todos três níveis do ser. Sem amor, nada
bom, belo ou duradouro pode ser criado. O ódio somente pode destruir.
EXERCÍCIOS
AFIRMAÇÃO: Eu sei que meu Pai vive, também minha Mãe divina. Eles são
um e ainda assim dois. Atingiram a união perfeita e conhecem o perfeito amor. Eu me
conduzirei e dirigirei meu eu básico de tal forma que possamos aprender dia-a-dia a
fazer nossa parte na realização, nos planos físicos e mental, de uma união e amor tão
perfeitos quanto possível.
Imagine-se como três eus, cada um dos dois eus inferiores agindo
egoisticamente para seus próprios fins. Primeiramente imagine-se como o eu básico.
Imagine-se desejando alguma coisa e indo em busca dela, sem consideração pelo direito
e desejo de outros. Agarre e coma, tome e armazene. Mas também *imagine outros eus
básicos voltando-se para você e reagindo com luta, barbaramente. Em seguida, imagine-
se como um eu médio fora de seu corpo, Veja-se acomodando-se com um livro muito
interessante e lendo-o repetidamente, sem parar, enquanto seu eu básico e corpo não
têm nenhum exercício, nenhum sono, nenhuma comida.
Agora imagine-se no estado bom e normal, no qual todos os três eus trabalham
juntos alegremente, como uma equipe perfeitamente combinada, motivados pelo amor e
repletos da alegria do progresso e serviço.
Reserve tempo para revisar as leituras anteriores e para certificar-se de que você
está completando o treinamento de seu eu básico, a fim de que construa dentro dele um
conjunto completo e inabalável de crenças e hábitos de reação de forma adequada.
Se você puder encontrar alguém que ouça, veja se pode contar-lhe, em palavras
concisas, o que aprendeu até aqui. Tente decidir por si próprio que crescimento
conseguiu na crença, fé e conhecimento, através do uso das afirmações. Se for capaz de
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decidir, conte ao seu amigo ouvinte em que pé pensa que está. E se ninguém ouvir,
imagine um amigo e conte a ele ou a ela.
Mãe observando e ansiando sobre ele esperando com paciência infindável até que tenha
aprendido a lição que todos têm que aprender, mais cedo ou mais tarde.
Corrigir o ódio poderia parecer ser algo mais digno de ser feito por causa de
nossa aspiração - mas todos nós sabemos que é um ato de autopreservação, sob outra
forma. Pois o ódio é um veneno mortal, física, mental e espiritualmente. Qualquer
médico ou fisiologista testemunhará sobre seus efeitos no corpo e mente, provocando
incontáveis desordens originárias nele. E a partir de nosso estudo, como também do
senso comum, sabemos que pode bloquear a união com o Eu Superior. Neste campo,
não está só.
Alguns indivíduos que chegaram ao ponto em que o Eu Superior é reconhecido,
e que estão fazendo um esforço para trabalhar em união com ele, falham porque se
recusam a reconhecer alguns de seus caminhos como gananciosos, invejosos ou
prejudiciais aos outros. Frequentemente, tais peculiaridades são consideradas legítimas,
por causa da competição nos negócios - ou uma ou outra desculpa. Há uma pequena
estória que tornará isto mais claro:
Certa vez um homem bondoso e generoso empreendeu o estudo da magia e
alquimia, na esperança de encontrar alguma fórmula secreta para ajudá-lo a tornar-se
rico e poderoso. Na medida em que sua pesquisa prosseguia, tornava-se ele mais e mais
convencido de que merecia essas bênçãos e juntava a seus crescentes desejos, a
aquisição de uma jovem e bela esposa, para compartilhar suas riquezas.
Descobriu, finalmente, um manuscrito abandonado no qual estava escrita uma
fórmula mágica, uma simples evocação a sete deuses. O autor do manuscrito, que tinha
cuidadosamente assinado seu nome, explicou que cada deus tinha imposto certas
condições, que deviam ser entendidas pelo suplicante, antes que seus pedidos pudessem
ser atendidos. Como não havia outro meio de aprender essas coisas, o homem começou
a fazer propostas ao guardião da porta do templo e depois a apresentar alguns pequenos
donativos e foi capaz de ganhar uma audiência com o sacerdote que havia assinado seu
nome no rodapé do manuscrito.
Em certa ocasião, e com um presente muito generoso, apresentou-se diante do
velho sacerdote - um indivíduo bondoso, com um faiscar nos olhos. Quando explicou
porque tinha vindo, o sacerdote aquiesceu gravemente. "Estou feliz por ajudá-lo", disse
ele, e desenrolou o manuscrito. Estas são as condições:
"O primeiro deus não responderá a nenhuma prece, se for por algo tolo. O
segundo não responderá a nenhuma prece que peça algo pertencente a outro, de quem
deverá ser tirado para ser dado ao suplicante. O quarto não responderá a nenhuma prece
para um suplicante que já tenha mais que sua participação de direito nas boas coisas. O
quinto deus não concederá nada que não seja bem merecido e o sexto punirá o
suplicante se ele pedir por seu próprio engrandecimento, glória e ascensão ao poder."
"Espere", suplicou o homem. "Estive contando em meus dedos. Você esqueceu-
se de me dizer sobre o terceiro deus."
"Assim fiz", disse o velho sacerdote. "O terceiro deus não responderá a nenhuma
prece para qualquer suplicante que pense que é melhor que outras pessoas. Ainda temos
o sétimo. Se os outros seis deuses olharem para você com desaprovação, o sétimo será
aquele que o tirará de diante de suas faces". O sacerdote sorriu, fechou os olhos e
deitou-se, como se fosse tirar um cochilo.
O homem ansiosamente revisou o que lhe tinha sido lido. Tentou pensar em uma
única coisa que tinha tencionado pedir, que não violasse as limitações estabelecidas
pelas naturezas dos deuses. Finalmente levantou-se vagarosamente, curvou-se diante do
sacerdote sem acordá-lo e retornou a seu lar.
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"Onde você esteve?", perguntou-lhe sua mulher, enquanto retirava uma mecha
de cabelo de seu rosto vermelho e voltava novamente a tirar pães assados do forno de
barro.
Ele parou para dar-lhe uma pancadinha amorosa e beijar suas faces gorduchas.
"Estive falando com um homem sábio sobre preces e deuses," disse-lhe, "e voltei para
casa para dar graças pelas minhas muitas bênçãos."
Sua boa mulher sorriu-lhe alegremente. "Vou assar um bolo de mel muito
especial para sua ceia," prometeu, e retornou a seus pães.
Quando os kahunas instruíam seus discípulos para abster-se de fazer qualquer
coisa que ferisse outrem, o mandamento era olhado como a lei básica do viver correto.
Ensinavam que só havia um pecado, e que era o de FERIR ALGUÈM. Seu ditado
poderia ter sido NENHUM DANO: NENHUM PECADO, se tivessem desejado
expressá-lo de forma assim sintética. Contudo, havia muitas coisas para serem ditas
sobre esse assunto, uma vez que havia tantos meios de “ferir”. Negligenciar seus
deveres para com o outro era feri-lo, fazer o outro ficar invejoso, era um ferimento e
assim a lista prosseguia.
Um grande iniciado certa vez levou o mandamento de "não ferir" às mínimas
palavras possíveis, fazendo-as conter também a longa lista de itens explanatórios. Disse
ele: "Tudo aquilo que quiserdes que os homens vos façam, fazei vós também a eles."
Isso foi na Palestina. Na índia, alguns anos antes, outro grande iniciado tinha dito: "Não
façais aos outros o que não queirais que façam a vós."
Estes mandamentos tinham uma coisa em comum. Era mostrar o caminho a ser
seguido, a fim de abrir a senda para o Eu Superior, para contato e cooperação totais.
Este era o tema em discussão quando perguntaram a Jesus como se poderia fazer para
conseguir as boas coisas da vida através da oração. "Buscai primeiro o Reino do Céus"
disse ele, "e todas estas coisas vos serão acrescentadas".
As palavras usadas pelos kahunas para "reino" e "céu" - aupuni e lani têm o
significado literal de "um lugar onde tudo é quieto e em ordem, em um nível mais alto
que o do homem físico." Este é o Eu Superior, e as palavras descrevem não só seu
estado ou condição, como também sua localização.
Se buscarmos em primeiro lugar os Eus Superiores, todas as outras boas coisas
podem ser-nos dadas - mas no ato de dar não deve estar envolvido nenhum ferimento a
outros. Esta é a lei no nível dos Eus Superiores, e nós, que somos os eus inferiores, não
podemos transgredi-la.
Um grande médico certa vez foi ao santuário de Lourdes, na França, onde muitas
curas miraculosas tinham acontecido. Pôs-se a trabalhar, estudando cada caso disponível
em que havia acontecido uma cura miraculosa e tentou encontrar em cada uma delas
algo em comum com outros casos. Depois de longo tempo, chegou a uma conclusão
muito curiosa e reservou tempo para escrevê-la em um longo livro. Tinha descoberto
algo que quase todos os casos tinham em comum - mas somente uma coisa. Era o fato
de que, não importa quão doente ou deformado ou sofredores pudessem estar, os
indivíduos que foram milagrosamente curados tinham vindo para rezar por alguém
querido, que estava em dificuldades. Dificilmente alguém que tivesse sido curado
miraculosamente tinha vindo para orar por si próprio apenas., Nesse livro, o médico não
chegou a uma conclusão definida, concernente ao estranho fato que tinha descoberto,
mas deixou seus leitores com uma pergunta a responder por si próprios. A questão não
fora declarada em palavras, mas fora sugerida a possibilidade de que a cura instantânea
podia depender da natureza interior dos curados.
Apenas podemos perguntar-nos se poderia ter sido o grande amor ao semelhante,
quando trazido diante do Altar-Mor do Santuário e apresentado ao Habitante daquele
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Altar-Mor, que teria causado uma súbita atração do Pai-Mãe em perfeito amor. Nesse
caso, poderia ter-se criado uma miraculosa condição nova para o sofredor. Esta
condição seria feita primeiramente ao nível dos Eus Superiores, depois ao nível do seu
médio e, por último, ao nível do eu 'básico, onde os tecidos seriam transformados em
um piscar de olhos, e tudo feito novo.
Em um antigo escrito relatou-se que um Ser Divino havia exclamado exultante:
"Olhai! Eis que faço novas todas as coisas!" Foi um grito expressando grandioso amor.
A cidade de Jerusalém foi reconstruída, símbolo da moradia dos homens, seus corpos, e
neste corpo estava Deus e o cordeiro, que é a luz - o Eu Superior. Lemos Ap. 20:4* e a
seguir:
"E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem
pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas."
Os kahunas tinham um cântico ou prece de cura, na qual uma casa, em lugar de
uma cidade, simbolizava a morada dos três eus do homem. O canto narrava como o
velho telhado de sapé fora removido e o novo teto colocado, até que a casa foi
transformada em nova. Seguia-se uma descrição da alegria do dono da casa e os amigos
vindo para regozijar-se com ele e serem recepcionados com amor, festa e canções.
Sempre, ao longo dos séculos, o segredo superficialmente oculto foi preservado
e transmitido - o segredo de que, uma vez que se estabeleça o contato com os Eus
Superiores conscientemente, estando presentes a fé, crença e amor para atrair os três, a
fim de unir os eus Pai-Mãe para a ação mútua criadora, “todas as coisas são feitas
novas” e a vida do homem triplo torna-se normal - sendo, por assim dizer, preenchida
de progresso, felicidade e paz.
Que possas guiar-nos e dirigir-nos em tudo que está sendo feito e possa tua
vontade ou desejo sempre ser aceita como a melhor a seguir do que a minha própria ou
a do eu básico, junto a quem permaneço como um irmão mais velho e guardião. Que tua
vontade possa criar para nós as boas coisas, primeiro em teu reino celestial invisível,
depois fazê-las aparecer como realidades em nossos níveis inferiores de ser.
Dá-nos a cada dia o pão nosso, pois tal é a nossa necessidade básica. Dá-nos
também aqueles dons bons e perfeitos que sejam julgados adequados e que não violem a
lei de não ferir, ao serem-nos concedidos.
Livra-nos dos ódios, temores e invejas invisíveis - de todas as coisas que
transgridam a lei do amor. Purifica-nos enquanto tentamos purificar-nos nós próprios e
enquanto fazemos o melhor para ajudar outros e para ver sobre ele seus Eus Superiores,
que somente merecem nosso amor.
Teu seja este fluxo de mana que te enviamos em uma corrente de amor ao longo
do cordão invisível de conexão. Que nossa oferenda possa capacitar-te a trabalhar
perfeitamente em teu nível e desempenhar teu papel gloriosamente, em nossa vida
tripla.
Que eu nunca vacile no papel que desempenho como eu médio de nosso ser.
Termino minha prece e deixo-a a tua guarda para agir como julgares adequado.
Minha prece voou. Deixa a Luz brilhar de volta a mim. Amém.
EXERCÍCIOS
Conte as bênçãos que você desfruta agora. Dê graças por cada uma delas. Pense
nas coisas que deseja ter e pergunte se o consegui-las através da prece violaria a lei de
amor e de não ferir. Decida o que você faria da riqueza, se fosse dada a você, e se esse
uso seria para benefício de outros, tanto quanto também seu e de sua família ou seres
amados.
Imagine que você tenha orado por riqueza e a tenha recebido. Aquiete-se e veja
se pode sentir a atitude de seu básico ao pensamento de ganhar grande riqueza e usá-la
sabiamente e bem. Se o seu eu básico está armazenando a convicção de que devia
“vender" tudo, dar aos pobres e vir a seguir-me, é provável que algum senso de culpa
seja sentido ou alguma outra indicação pode surgir em sua mente, para mostrar que
alguma coisa está atrapalhando o caminho para a realização de todas as coisas boas" que
podem ser dadas, depois que você tiver seguido a injunção "Procurai primeiro o reino de
Deus...”
Pense nas muitas coisas que podem ser dadas a você sem serem tiradas de outros
e sem feri-los. Mas pense no que precisa ser feito quando se tem riqueza e poder, saúde
e beleza, para impedir os menos afortunados de sentir-se indevidamente invejosos.
Reconte as coisas que sente que pode “levar consigo" quando deixar este plano, e
determine-se a conseguir tanto desses tesouros duradouros quanto possa, enquanto viver
na carne.
Pense nos meios pelos quais você pode compartilhar seu conhecimento da Huna
com outros que estejam prontos para ela. Pense também na regra de que se deve
permitir a cada pessoa usar seu próprio dom de livre-arbítrio - que não devemos forçar
ou ultrapassar os limites daquele livre-arbítrio, a não ser que vejamos que é nosso dever,
como pai ou guardião, assim proceder, ou, a não ser que seja para o bem da comunidade
que você ajuda no combate ao crime.
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Planeje remover o cisco de seu olho primeiro, depois ajudar a outrem a removê-
lo dos olhos dele - mas somente se ele quiser ser ajudado.
AGUARDE que o CONHECIMENTO interior do Eu Superior venha a você no
devido tempo. Regozije-se pelo fato de que você está no seu caminho e que todas as
coisas boas e perfeitas estarão esperando por você, quando estiver pronto e tiver feito
pacientemente sua parte para trazê-las à realização neste plano.
TRABALHE para livrar-se do mal que você próprio cometeu no passado e para
livrar seu eu básico, através de estágios simples, das más tendências que possam ser
encontradas nele ou de ideias fixas conservadas por ele, em detrimento do "UM" - o ser
total.
Os homens têm meditado durante séculos sobre o problema daquilo que seria
adequado pedir em prece e o que não seria. Chegaram a muitas respostas conflitivas,
porque não dividiram os DESEJOS em três categorias, para atender à necessidade de
cada um dos três eus.
Os homens sábios dos tempos antigos chegaram a uma variedade de conclusões
sobre esse assunto e deram ao mundo uma mistura de alvos e de métodos para atingi-lo.
Pode-se dizer que esse conjunto começou na própria base do desejo, sendo ensinado
que, em nada se desejando, mais cedo se escapa do mundo perturbado das coisas
terrenas e se torna absorvido de volta ao Supremo. Em outra instituição discute-se "A
ausência de desejo", como este ensinamento intitula seu ideal. Uma das melhores
declarações deste ponto de vista pode ser encontrada no Bhagavad-Gita. Reproduzimos
aqui a citação completa, incluindo as linhas mencionadas antes:
"Diz-se que um homem é confirmado no conhecimento espiritual quando ele
abandona todo desejo que entra em seu coração e por si próprio é feliz e contente no Eu
através do Eu. Sua mente não é perturbada na adversidade; ele é feliz e contente na
prosperidade e um estranho à ansiedade, temor e ira. Tal homem é chamado de sábio
quando em toda condição recebe cada evento, quer favorável ou desfavorável, com
mente igual que nem gosta nem desgosta. Sua sabedoria é firmada e tendo encontrado o
bem ou mal, nem se regozija com um nem fica abatido pelo outro." (pág. 18 da tradução
Judge).
A fim de dar uma explicação razoável para esta declaração de que todos desejos
terrenos são ou errados ou um completo desperdício de tempo e esforço, os sábios
hindus inventaram uma teoria de que todas as coisas visíveis e tangíveis no mundo e
acima nos céus, não seriam mais que invenções da imaginação. Inventaram uma deusa,
Maya, cujo trabalho era criar a ilusão do mundo real e tangível, de tempo e espaço.
Argumentavam que, como nada no mundo permanecia para sempre imutável, não podia
ser real. Argumentaram mais, que como o Deus Supremo não podia tornar-se maior ou
menor, mais ou menos, Ele era imutável e, portanto, a única coisa REAL. Sua falha no
raciocínio estava em que se recusavam a admitir a possibilidade de existir realidade em
todo crescimento, mudança e movimento.
Maya, além disso, inventou "pares de opostos" com os quais confundir e iludir a
humanidade. Os opostos eram coisas tais como gosto e desgosto, bom e mau, luz e
escuridão - os quais eram ilusão e somente aparência. Neste emparelhamento vemos o
remanescente da doutrina Huna de que todas as coisas criadas são quer positivas ou
negativas, masculinas ou femininas.
Nas doutrinas cristãs posteriores, usava-se mais lógica. O ensinamento era de
que primeiro se buscasse o contato com o Senhor (Eu Superior). Através dele todas as
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coisas boas poderiam ser dadas. "Boas" coisas excluía tirar algo de outro por meios
injustificados.
Em nossas religiões muito modernas, em que novos dogmas foram superpostos
aos mais antigos das religiões aceitas, foi ignorado o perigo de obter alguma coisa a
expensas de outros. Em alguns cultos, o problema do pecado e perdão foi alegremente
reduzido ao dogma de que o pecado era uma ilusão, não podia existir e, portanto, não
precisava ser expiado ou perdoado. Este último item tornou o convertido livre para ser
tão ganancioso quanto podia e evitar toda responsabilidade pelo triste caso daqueles que
se encontram em qualquer espécie de perturbação.
Dizia-se que aqueles que tinham problemas mereciam o que os afligia porque
continuavam a cometer o erro de não reconhecer que toda perturbação, e mal eram
irreais. Por que só a saúde e Prosperidade eram reais e, portanto, mais desejáveis e
legítimas, não foi explicado, exceto em termos muito vagos. O paradoxo era usado com
grande liberalidade e com grande eficácia, por aquelas que estavam desejosos de aceitar
quase que qualquer dogma, contanto que lhes prometesse as coisas da vida e uma fuga
da responsabilidade pelos problemas sociais em geral.
Há um paradoxo que é legítimo, e somente um. Este é encontrado nos estudos
dos Seres Mais Elevados - estados que são evidentes pelas coisas que produzem, mas
que estão além dos poderes do entendimento do homem racional. Os três eus, por
exemplo, são paradoxalmente um, embora permaneçam três. Os pais Eu Superior são
unidos para formar um, e ainda assim permanecem um par.
As únicas coisas que podem ser consideradas legítimas no nível dos eus básico e
médio, são aquelas sobre as quais se pode raciocinar e em que não há paradoxos. O ar
que respiramos, o tempo no qual nos baseamos e existimos, a terra em que vivemos e
todos os fatos biológicos da vida terrena - todas estas coisas são tão reais para nós como
algo pode ser.
Nenhuma negação de sua realidade pode torná-las uma ilusão. Que mudam é um
fato que devemos aceitar, mas a mudança ainda deixa substâncias reais, forças reais e
unidades de consciência-guia para serem confrontadas em cada circunstância.
Abençoado seja um pouco de senso comum.
Na Huna, a totalidade da vida, com todos seus aspectos e problemas, é encarada
do ponto de vista dos três eus, suas forças vitais e os corpos visíveis ou invisíveis que
habitam. Os "eus", naturalmente, incluem o elemento de consciência permeando toda
criação e todo crescimento.
Aplicando este ponto de vista ao problema, por longo tempo mal compreendido,
daquilo por que podemos orar e para que fins devemos lutar na tarefa de viver e evoluir,
chegamos a conclusões razoáveis e sãs.
Não temos senão que nos perguntar o que é bom e normal no viver. Devemos
considerar que "normal" significa o que quer que seja bom para o indivíduo, a família e
a comunidade. As respostas estarão corretas se aplicadas a cada um dos três eus e ao
nível de cada um. O que é desejado por um, contudo, pode não ser bom para o outro.
Aquilo que o eu básico deseja pode ser contrário ao que ele necessita para seu
crescimento e bem-estar, e o mesmo pode ser dito do eu médio. Os desejos do Eu
Superior são perfeitos, mas podem ser impedidos pelos desejos dos dois eus inferiores.
É adequado desejar para o eu básico as coisas que Deus fez para seu uso. Ele
necessita de alimento, roupa, segurança, abrigo, um companheiro, recreação, a
oportunidade de gozar das belezas da natureza, cor, forma, movimento, som. O animal
no homem frequentemente mostra a avidez e a selvageria do nível animal, onde se
observa a lei da sobrevivência do mais apto. Mas quando o eu básico é guiado e
informado pelo eu médio racional, aprende a conduzir-se como um ser humano,
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abandonando os meios animais dos quais não mais necessita. O esforço para destruir
outros e tirar deles suas posses é substituído pelo esforço de cooperar e prosperar,
através de projetos em comum.
O eu médio, considerado à parte do eu básico, tem outras necessidades normais.
Necessita de experiência, a fim de crescer em poder mental e amplitude de
compreensão. Também necessita de união e companhia em seu próprio nível e mais
avidamente juntar-se ao esforço cooperativo da humanidade, para acumular e usar
conhecimentos de todas as espécies.
Aquilo que o Par paradoxal de Eus Superiores necessita e o que é normal para
ele em termos de desejos, não podemos dizer com alguma esperança de precisão. Só
podemos traçar analogias,,a partir do que conhecemos dos níveis inferiores e aquilo que
pensamos saber dos níveis acima de nós.
De uma coisa podemos estar bem seguros: é que o alvo total de viver não é
escapar às atividades e experiências da vida e tornar-nos absorvidos, desprovidos de
vontade, no Supremo. Deus, parece razoável crer, não quer que todas as coisas
permaneçam "absorvidas" nEle. Ele as impulsionou para fazer uma Criação, na qual
vemos toda evidência de crescimento e evolução, das formas inferiores de vida para as
superiores, e cada uma destas formas de vida deve aprender a lidar com as condições
nas quais foi colocada. Para viver normalmente, devemos atender às necessidades que a
vida na carne nos traz - atendê-las como uma equipe de três eus. Isto pode ser chamado
de "A Regra do Grande Normal" e qualquer desvio dela, em qualquer direção, convida
aos problemas físicos e mentais.
Em uma sociedade animal, como entre os chacais, o normal será matar e comer
da forma mais ávida e selvagem. Entre os seres humanos, o modo normal de vida é
aquele em que a selvageria é abandonada e a cooperação toma seu lugar. Desejar saúde
normal e prosperidade, amigos, felicidade e outras boas coisas, é o correto para o
homem. Deve lutar para atingir estas coisas e condições e pedir ao Eu Superior para
assisti-lo em alcançá-las.
Quando se tira vantagem dos outros, nos esforços para adquirir as boas coisas e
ganhar mais que a participação legítima deles, viola-se a lei do viver normal. A vida
normal leva à paz entre os homens e as nações. Os homens destruidores que usam meios
desleais para controlar os governos ou para conseguir mais que sua participação nos
bens do mundo pela imposição sobre seus companheiros, vivem uma vida anormal. Não
temos sido capazes de impedir sua imposição sobre nós porque não estamos
suficientemente bem organizados.
A coisa legítima pela qual o eu médio deve lutar é por conhecimento e, dentre
todos os conhecimentos, o mais valioso é o conhecimento de si próprio. Conhecer a
série de fatos que revelam a natureza do Eu Superior e dos dois eus inferiores, dá-nos o
contraste entre os efeitos dos três quando trabalhando em cooperação, e o estado infeliz
em que o homem titubeia ao longo da vida, sem o auxílio e guia do Eu Superior.
Se orarmos para termos maior porção de riqueza e poder além do que
possuímos, devemos provar antecipadamente que usaremos ambos para o bem comum.
Qualquer uso que for contrário ao bem comum é contrário à lei do amor que permeia o
nível de ser do Eu Superior. O dízimo é uma relíquia do método antigo, usado para
provar antecipadamente que a riqueza e o poder não serão mal usados, se concedidos.
Mas dar dos bens atuais e usar os poderes atuais para trabalhar para o bem geral - estas
são as provas reais. Elas impressionam os três eus, começando pelo eu básico, se o dar e
ajudar forem adequadamente baseados em boas intenções.
Impressionar o eu básico com algum ato físico tangível de dar auxílio, fá-lo
vibrar com o sentimento de bondade e tornar-se convencido de que merece as coisas
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pelas quais são feitas as preces. Ao contrário, se ele conserva o sentimento fixo de que
seu homem tem sido ávido, egoísta e sôfrego e que não merece ajuda, então a ajuda será
interrompida no estágio da prece e de doar mana.
Os homens não estão todos no mesmo nível de evolução. Alguns têm pouca
inteligência, alguns têm inteligência e a usam para impor-se aos outros. Alguns são tão
inteligentes quanto bons. A forma normal de vida é aquela em que o mais velho, mais
sábio e mais forte, ajuda o mais jovem, mais fraco e menos capaz. Qualquer de nós que
se recuse a ajudar, merece que a ajuda seja negada a ele.
A civilização ocidental moderna dá um grande passo para a frente, no sentido de
que a carga do cuidado dos fracos e incapacitados está começando a ser distribuída de
maneira ordenada, sobre os ombros de todos da comunidade. Vagarosamente evoluímos
da selvageria para a ordem, planejamento cuidadoso e justiça. Ainda não alcançamos
este alvo normal, mas já o avistamos.
Uma vez que reconheçamos a responsabilidade que a riqueza e o poder impõem
sobre nós na forma Huna de vida, começamos a ver que as coisas mais simples podem
ser mais de nosso gosto que as complicadas. E uma arte delicada permanecer simples no
seu viver, evitar lutar para conseguir coisas que por sua vez exigem de nós um preço
demasiadamente alto. Há também uma arte admirável em decidir o que é necessário e o
que não é. O desejo de TRABALHAR pelas coisas que se deseja é de primordial
importância. Considere este conto:
Havia uma vez um reino em um lugar distante, onde a paz reinava sob uma sábia
rainha, porque o lema da terra era "ABENÇOADO SEJA O NADA" e os camponeses
plantavam cevada e criavam ovelhas apenas o suficiente para suas necessidades
pessoais. Não negociavam com ninguém e consideravam um pecado possuir mais que
uma cabana, umas poucas ovelhas e umas poucas roupas, para as quais fiavam e teciam
o pano. Toda a terra era possuída pela rainha e nenhum invasor jamais veio perturbar a
paz, porque não, havia nada digno de roubar.
Um dia, um padre renegado, banido de uma terra distante, chegou. Estudou as
possibilidades e quando ouviu o lema da terra, riu sozinho e foi até a rainha. Disse a ela
que o grande deus "NADA", que eles tinham estado adorando cegamente por tanto
tempo, tinha lhe falado, sendo ele um sacerdote e sábio em tais assuntos. O deus
ordenara que fosse construído um belo templo e estabelecida a adoração. As pessoas
deviam produzir bem mais do que vinham fazendo, e um décimo de toda a terra e
produtos devia ser dado ao templo. Ele seria o arquiteto e mais tarde o sacerdote, e o
deus traria uma praga sobre o reino, se suas ordens não fossem obedecidas.
A rainha ficou perturbada. Disse ao sacerdote que devia passar a noite pensando
na decisão e que ele deveria voltar ao meio-dia do dia seguinte para receber a resposta
para o deus. Quando ele partiu, chamou o Bobo da corte. Era um Bobo muito velho, que
uma vez tinha feito uma pilhéria muito contundente e assim tinha sido mandado embora
de uma caravana passante.
“Você viveu em terras em que deuses falam a sacerdotes e onde devem ter
templos?” perguntou ela. Ele acenou que sim e ela contou-lhe o que o padre tinha dito.
O velho Bobo riu até que sua corcunda sacudisse. Enxugou os olhos e começou
a falar em tom baixo com a rainha. O olhar de preocupação desvaneceu-se de seu rosto.
"Deixe-o para mim", concluiu ele, dando palmadas em sua coxa fina. "Finalmente
ganharei meu pão e pagarei sua bondade. Vou planejar uma pilhéria que fará até mesmo
o Grande Deus Nada sacudir de rir."
A rainha recebeu o sacerdote com grande cordialidade, no dia seguinte. “Que
maravilhoso", disse ela, “o deus falou também a meu velho Bobo. E na verdade ele
deseja muitos campos de cevada, belos templos e um sacerdote. Mas ordena, sob pena
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de castigo, que o sacerdote are os campos ele mesmo e também desenhe, corte e
coloque as pedras para fazer o templo. "A um gesto seu, quatro avantajados camponeses
rodearam o sacerdote, que tinha sé tornado cor de cinza." Você começará carregando
pedras do vale ao topo da colina, imediatamente," decretou ela, e os camponeses
arrastaram o sacerdote que protestava.
Naquela noite, trancado numa cabana, o sacerdote soluçava amargamente,
enquanto comia seus bolos de cevada. Todo ele doía e estava repleto de negro
desespero. Tudo que desejava agora era fugir daquele assustador trabalho. Pela manhã,
ouviu o som de uma risada. Uma chave girou na fechadura e a porta rangeu ao abrir. O
som da gargalhada morreu e ele descobriu que não havia nenhum guarda do lado de
fora.
Hoje os camponeses daquela terra pacífica ainda mostram aos viajantes uma
pilha de pedras grosseiras no topo da colina e dizem: "Este é o templo do Grande Deus
Nada". E depois disso riem estrondosamente, como se fosse a melhor pilhéria do
mundo.
Decide-se o que é melhor para nosso ser triuno, deseja-se que se realize e
começa-se a orar e TRABALHAR para trazê-lo à realidade. Se o lema for "Abençoado
seja o nada", então que assim seja. Se, por outro lado, o lema for "O melhor e maior não
são demais para mim", deverá haver um esforço maior e assumir maior responsabilidade
pela mordomia.
A primeira coisa a ser feita é decidir o que se deseja. Naturalmente, um vasto
número de pessoas nunca chega à decisão. Elas vão tropeçando, desejando uma coisa
hoje e outra amanhã. Raramente conseguem o que querem, ou o desejam, se o
conseguem.
Quando uma pessoa decide sentar-se, pesquisar-se cuidadosamente e fazer o
inventário de suas habilidades, necessidades, falhas, oportunidades, obrigações e o todo
da condição de seu meio ambiente, ela empreende uma tarefa que não deverá ser posta
de lado semi-acabada. É necessário um pensamento profundo e concentrado, e se não se
é capaz de pensar completamente sobre os problemas, amigos mais sábios deveriam ser
consultados.
A questão é que, quando chegarmos a conhecer sobre o Eu Superior e tivermos
treinado o eu básico a ter fé, estaremos nos aproximando da hora em que devemos
começar a pedir aos Eus Superiores para ajudar-nos a realizar boas coisas. Mas devemos
considerar cuidadosamente o que é bom para nós nas nossas circunstâncias atuais e o
que decidiremos tentar cumprir. A prece por ORIENTAÇÃO deveria permear todos
nossos dias. Mas lado a lado com isto está o trabalhar nossos próprios problemas para
chegar ao ponto de ter um objetivo a ser alcançado.
Quando dizemos que uma pessoa não tem ambição, indicamos que ela tem muito
poucos desejos. O desejo é o que nos faz lutar. Devemos aprender a cultivá-los -
naturalmente aquele de boa categoria - e usá-lo como uma força motivadora para
empurrar-nos firmemente para a frente. Uma vez que nada fica parado, a pessoa do tipo
"Eu não ligo", que não está trabalhando em direção a alguma coisa, está indo
firmemente para trás.
Criamos desejos em nós próprios meditando em algo que possa ter qualidades
desejáveis. Se olhamos para um bilhete de trem, pode não provocar sentimento de
nenhuma espécie. Mas se começamos a figurar o prazer da viagem de trem, o desejo é
despertado. Por outro lado, se nos pusermos a pensar nos desconfortos da viagem, ela
será olhada com aversão. Jejum, exercícios, estudo árduo - todas estas coisas - podem
parecer muito desejáveis, se ficamos pensando nelas e imaginando os resultados
benéficos a serem obtidos.
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A vasta maioria do povo, após obter as necessidades da vida, gasta seu tempo e
força extra divertindo-se. Em nosso mundo moderno, o negócio de alimentar a
necessidade de diversão é muito grande. Televisão e rádio, jornais, revistas, livros,
visitas, jogos, viagens aqui e ali - tudo isto preenche o tempo extra do indivíduo médio,
de modos que nenhum tempo sobra para um esforço diário de auto-aperfeiçoamento.
Mas estudo é trabalho e a média das pessoas foram condicionadas de tal forma
que evitam o trabalho tanto quanto possível, de berço ao túmulo. Um número muito
grande de pessoas compraram a famosa "Prateleira de cinco pés” de livros reunidos pelo
Dr. Eliot. Começaram corajosamente a gastar pelo menos quinze minutos por dia,
conforme aconselhado, na leitura dos livros. Uma pesquisa ulterior dos compradores
mostrou que menos de um por cento tinha lido todos os livros. Foi calculado que
noventa por cento dos compradores nunca tinham lido mais que três dos livros, e deles,
apenas partes.
EXERCÍCIOS
Aquiete-se. Imagine-se sendo seu vizinho da porta ao lado ou algum bom amigo
em situação bem semelhante à sua. Imagine-se vivendo a vida dele de manhã até a noite
por um dia completo e registre em anotações a lápis as coisas que pensa que podiam ser
mudadas para melhorar as condições de vida nas formas física, mental e espiritual.
Imagine, se puder, como aquela pessoa devia viver, a fim de que sua família, associados
ou o mundo fossem de alguma forma ajudados ou beneficiados.
Agora imagine uma pessoa puramente fictícia. Figure-se vivendo um dia como
tal pessoa. Planeje ao longo do dia, com o objetivo de tornar cada momento enquadrado
no modelo melhor e mais ordenado possível, do viver perfeito..
Imagine vários jovens, cada um com um conjunto diferente de talentos e
habilidade mental. Selecione um muito semelhante a você quando jovem e tente
planejar para ele um esboço das atividades diárias que farão aquela pessoa progredir
mais rapidamente, com mais certeza, e mais proveitosamente, para si e todos ligados a
ele.
Volte à sua própria vida rapidamente e veja como poderia ter aplicado a si
próprio os planos que foi capaz de delinear para a outra criatura jovem que você criou
em sua imaginação e que era muito parecida com você mesmo, quando jovem. Pare em
sua própria idade e tente aplicar seu conselho a estes outros para você próprio também.
A razão pela qual é melhor começar este exercício com pessoas imaginárias e
trabalhar vagarosamente até chegar a si próprio, é que o eu básico dentro de você pode
ter ideias muito estabelecidas sobre o que deseja que seu homem faça ou deixe de fazer.
Considerar o seu caso em primeiro lugar, poderia fazê-lo levantar armas de uma forma
inesperada. Faça a aproximação lentamente. O eu básico tem muitos traços do “Macaco
vê, macaco faz" e se você primeiro imagina outro fazendo as coisas corretas da melhor
forma possível e se permanece deleitando-se com as boas coisas conseguidas, seu irmão
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mais jovem pode até correr na dianteira e ficar um passo adiante de você. Ele pode dar-
lhe um súbito fluxo do bom desejo emocional de "vai e faze o mesmo”.
X - EMBEBENDO A BOMBA
Um dos melhores sermões já escrito pode ser visto, montado entre duas folhas
de vidro, em uma loja deserta na Califórnia do Sul. Foi escrito com um toco de lápis em
dois lados de uma folha de papel de embrulho, que tinha sido dobrada e colocada, para
proteção, dentro de uma lata de pó de fazer bolo. A lata tinha sido amarrada com arame
a uma velha bomba, que oferecia a única chance de água em um longo trilho raramente
usado, através do Deserto Amargosa.
Eis o que estava escrito:
"Esta bomba está em ordem a partir de junho de 1932. Pus uma nova arruela no
pistão dentro dela e deve durar cinco anos. Mas a arruela seca e a bomba tem que ser
embebida. Em baixo da pedra branca enterrei uma garrafa de água, longe do sol e com a
rolha para cima. Tem água suficiente nela para embeber esta bomba, mas não se você
beber um pouco primeiro. Derrame cerca de 1/4 e deixe-a ensopar para umedecer o
couro. Depois derrame o resto bem depressa e bombeie como o diabo. Você terá água.
O poço nunca secou. Tenha fé."
“Quando você se satisfizer de água, encha a garrafa e ponha ela de volta como a
encontrou, para o próximo companheiro.”
Pedro Deserto.
Uma vez um engenheiro de minas contou-me que havia lido aquele sermão e
sobre sua experiência, ao seguir o conselho caseiro. O relato é significativo para todos
nós, que tomamos o Eu Superior como companheiro e começamos a trabalhar com ele,
para obter orientação e ajuda.
Este homem construiu sua fé e orou sinceramente pelo alvo de tornar-se um
engenheiro consultor - cargo para o qual tinha o preparo adequado. Indo para uma
grande cidade, alugou um belo escritório e morou no grande hotel onde sólidos
mineradores costumavam ficar. Ao encontrá-los, fazia-se de ousado. Com fé
determinada e afirmação silenciosa de confiança, inquiria dos mineradores se
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encontrar depósitos mais profundos de ouro. Alguns dos donos de garimpo logo
decidiram aposentar-se e viver fartamente de seus ganhos, em vez de arriscá-los na
chance a longo prazo de encontrar depósitos de ouro mais profundos. Um a um
despediram seus mineradores chineses e partiram. Os imigrantes chineses não tinham
lugar para ir.
Quando permanecia somente um dono de garimpo, os chineses mandaram um
dos seus pedir trabalho a ele. O proprietário contou-lhe que tinha empregado quase tudo
que tinha ganho nos túneis experimentais e poços. Só tinha dinheiro suficiente para
continuar a exploração com seus próprios homens por outro mês ou dois.
Os homens desempregados discutiram as coisas e mandaram seu representante
de volta para dizer "Se você comprar arroz e pólvora suficiente para todos, nós cavamos
- sem pagamento. Se encontrarmos ouro, você paga em ouro".
O dono do garimpo aceitou a proposta deles e prometeu dividir igualmente com
os mineradores, se encontrassem ouro. Imediatamente o trabalho prosseguiu com tal
entusiasmo que o campo nunca tinha conhecido antes. Bem quando estava acabando o
remanescente de arroz e pólvora, uma das turmas irrompeu em um leito de um antigo
rio, onde o cascalho estava pesado de ouro. O dono do garimpo cumpriu sua promessa
ao pé da letra e os chineses espantaram o mundo minerador da época, realizando um
perfeito recorde de honestidade, em face do costume prevalecente de minerar só o
minério rico. Tanto quanto se soube, nem uma só pepita foi garimpada, sem que tivesse
sido fielmente colocada no fundo comum.
Havia certa vez uma colmeia de abelhas em que ocorreu violenta discórdia. A
rainha fugiu voando magoada, declarando que encontraria um lar dela própria, longe das
operárias queixosas e zangões preguiçosos. As obreiras, seguindo seu exemplo,
debandaram, cada uma para encontrar um buraco em uma rocha ou árvore, para servir
de lugar de armazenagem individual para favo e mel. Mas a rainha tinha esquecido
como alimentar-se ou como construir células nas quais depositar ovos, pois estes
deveres eram realizados por outras. As obreiras não podiam fazer nem cera nem mel.
Antes que o dia terminasse, todas perceberam que alguma coisa estava muito errada.
Voltaram isoladamente para a colmeia-lar, onde a rainha tinha reassumido seu lugar, e
ela lhes falou:
"Aprendi", disse ela, "que cada uma de nós deve dar. Não se pode dar para si
próprio. Somente quando cada um der o que puder para os outros, poderemos cada uma
de nós conseguir de volta o que precisamos ter para continuar vivas..." Como explicação
posterior, concluiu: "Vão e alimentem os bebês nas células de criação e deem uma
mordida ou duas no favo. Quando tentamos trabalhar sozinhas, conseguimos menos que
o necessário para conservar-nos vivos, mas quando trabalhamos para os outros, temos
tanto que não podemos consumir tudo."
Havia, certa vez, três homens, cada um dos quais estava tentando fazer uma
ponte em um pequeno riacho, com um tronco de árvore. A tora de cada um deles era
curta demais para alcançar o outro lado, então começaram a lutar, a fim de tomar pela
força a tora adicional. Mas tinham a mesma força e, ao fim do dia, todos estavam
quebrados e feridos e nenhum tinha conseguido tirar a tora do seu vizinho. Eles estavam
ainda do mesmo lado da corrente.
Quando banhava seu rosto inchado na água, um dos homens observou uma
formiga tentando arrastar para casa uma minhoca que era grande demais para comer e
comprida demais para arrastar. Observou que outras formigas chegaram e que nenhuma
tentou afastar a primeira ou tomar a minhoca dela. De comum acordo, juntaram-se no
trabalho de arrastar a minhoca de volta ao formigueiro.
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"Ah", exclamou o homem, "até as formigas são mais sábias que nós! Agora eu
sei como fazer a ponte sobre a correnteza." Assim dizendo, voltou aos seus primitivos
inimigos para explicar-lhes que cooperação seria necessária, e logo todos alcançaram o
outro lado.
EXERCÍCIOS
trêmulo e suas mãos moviam-se em gestos inúteis, como a repelir - entre todas as coisas
- uma gata. Somente após o soldado ter espantado o animal é que seu superior foi capaz
de recompor-se um pouco. Seu problema era um medo complexado e irracional de
gatos.
Houvesse o general sabido da ferramenta da imaginação que agora aprendemos a
usar com tal vantagem, teria treinado seu eu básico a enfrentar os gatos
destemidamente. É verdade que poderia nunca ter chegado a gostar deles, mas poderia
ter forçado seu eu básico a aceitar uma ideia racionalizada de gatos que fosse mais forte
que a irracional deixada no seu eu animal por um temor acidental da primeira infância,
com toda a probabilidade. (Contudo, foi aventada a hipótese de que tais temores
complexados podem ter sido trazidos de uma encarnação anterior como, por exemplo, a
questão hipotética do general ter sido atacado e mesmo morto por um grande gato, na
forma de um tigre.)
Se o general tivesse empreendido, sob a orientação de um psiquiatra, a correção
do temor de gatos, é muito improvável que o médico tivesse começado por dizer-lhe
para relaxar e imaginar que um grande gato estava vindo em direção a ele e que o
general estava em um canto e não podia fugir dele. Na verdade, tivesse tal ordem sido
dada e se o general tivesse tentado obedecê-la, provavelmente teria ficado em
frangalhos e talvez começado a desenvolver um temor de gatos imaginários.
O médico teria, se fosse sábio como muitos, atingido o assunto do gato com
cuidado e circunspecção. Teria providenciado para que o general dispusesse de todo seu
poder racional para suportar isso, enquanto prosseguiam numa tranquila discussão, na
qual o assunto dos gatos fosse tocado de tempos em tempos. O bravo general seria
levado a colocar seu problema na mesa para inspeção por ele próprio e por seu médico.
Teriam-no discutido de todos os ângulos e teriam chegado à decisão muito importante
de que os gatos não eram de forma alguma perigosos, mas que eram simplesmente algo
que desencadeava um temor complexado enterrado profundamente no seu
subconsciente.
Em tal circunstância, quando o general tomasse ciência de todos os ângulos de
seu caso, o uso da imaginação poderia ser empreendido em uma forma muito pequena, a
princípio. O médico podia pedir a ele para imaginar-se andando em um lugar onde um
gato havia estado. Isto poderia causar o aparecimento de alguns dos sintomas familiares
e, se assim fosse, poderiam ser discutidos e racionalizados. A própria presença do
médico iria ajudar a dar confiança ao apavorado eu básico.
Poder-se-ia seguir um estágio de imaginar uma situação com o gato e enfrentá-
la, em imaginação. Quando isso fosse enfrentado com sucesso e tivesse passado,
poderia ser introduzido um segundo estágio, com imaginação de um gato real e com
esforços determinados para imaginar o encontro do desafio com completa calma. Tal
treino, que seria rápido ou vagaroso, provavelmente forneceria o remédio necessário, a
fim de que no final o general fosse capaz de enfrentar um gato real e não sucumbisse ao
velho modelo de reação.
Para a média das pessoas, pode haver medo em profusão ' sem envolver um só
temor complexado. Mas temores do tipo comum ou ordinário são bastante
perturbadores por si sós. Deve-se caminhar lenta e cuidadosamente no começo, para
usar a ferramenta da imaginação, a fim de ensinar o eu básico a reagir adequadamente a
situações ou coisas que causem provocação ao medo.
Um famoso humorista escreveu certa vez que tinha sobrevivido através de uma
vida de preocupações constantes e infindáveis - a maioria das quais nunca tinha
acontecido. Este é o lado PREOCUPAÇÃO do medo e frequentemente é muito mais
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processo e aprender o trecho, repetindo-o várias vezes, sem pensar, o resultado será
tropeço e hesitação, não um recital homogêneo.
Acontece o mesmo com a tarefa de aprender a não temer. Primeiro o eu médio
raciocina sobre a situação relacionada ao medo. Faz um quadro mental dos
acontecimentos, que o eu básico pode então seguir. É como o pai imprimindo as
pegadas na neve fresca, a fim de que o filho possa caminhar sobre elas, enquanto
marcha atrás. Tudo que o filho tem a ser ensinado é o continuar pisando nas pegadas do
pai. Mas sem aquelas pegadas orientadoras, o filho teria que ser ensinado
vagarosamente e com grande cuidado, a direção a seguir, assim como a finalidade e
tudo o que o seguir poderia significar e envolver.
Antes de tomar as formas mais comuns de temor em detalhe, junto com o
remédio para vencê-las, aqui está o exercício de afirmação a ser usado em todos os
casos.
* NT - Na escala evolutiva.
EXERCÍCIOS
Faça um quadro de si próprio, no qual você está sendo protegido como que por
um muro circundante de luz do Eu Superior e no qual você está atraindo a si as
situações que um dia poder-lhe-iam causar temor. Veja-se calmo, confiante e
completamente corajoso ao enfrentar e atravessar o período de crise até a ocasião
posterior em que o perigo foi enfrentado e a vida continuou na fase seguinte.
Um amigo meu certa vez contou-me porque ele tinha parado de vender apólices
de seguros de acidentes. Disse ele: "Cheguei a ver que alguma coisa que eu fazia ao
descrever os acidentes que podiam acontecer a qualquer minuto ao meu cliente -em
perspectiva, tinha um jeito desagradável de realmente acontecer a eles um pouco mais
tarde. Eu andava constantemente tomando providências para pessoas às quais tinha
vendido recentemente apólices de acidentes, enquanto que aqueles que não tinham
comprado minhas apólices pareciam estar impunes. Assim, parei de vender seguros
contra acidentes."
Quanto mais uma pessoa é influenciável por sugestão, mais facilmente compra
seguros contra acidentes e maior perigo há de que o vívido quadro da ocorrência do
desastre cause o desenrolar da "propensão ao acidente". Algumas autoridades nos
campos psicológicos acreditam que a maioria dos acidentes são causados por alguma
sugestão aceita pelo subconsciente.
O que acontece aqui é isso: o quadro do acidente é deixado com o eu básico no
pico da crise. Deve-se ter em mente que o poder de tal sugestão considerada por nós,
torna-se inoperante se a pessoa, quando fizer exercícios Huna especiais, levar qualquer
cena imaginada de acidente até o fim, na qual nunca falha a proteção, orientação e ajuda
do Eu Superior.
O TEMOR SENTIDO QUANDO UM SER AMADO ESTÁ DOENTE, para
muitas pessoas é o mais difícil de vencer. Em tais condições, as emoções são,
naturalmente, muito excitadas. O velho instinto básico que faz um irracional lutar para
proteger sua cria ou companheira, virá à tona provindo do subconsciente humano, de
modos que o amor, temor ou raiva lutadora cega do animal derrama onda sobre onda
sobre a pessoa apanhada na tempestade.
A jovem mãe pode estar completamente isenta de medo quando lê que há
poliomielite nas redondezas. Uma lembrança desperta outra e ela se lembra com horror
das pessoas defeituosas, especialmente crianças, que viu. Seus temores disparam,
causando o quadro de seu próprio filho amado morrendo em um pulmão de aço, o belo
corpo encolhido e impotente.
Um medo como este é baseado em suficiente perigo real para produzir um
impulso que voa. O perigo não deve ser ignorado. Todas as precauções devem ser
tomadas de maneira mais sã e eficiente. Se a criança mostrar qualquer sintoma que
possa indicar perigo imediato, o médico deveria ser chamado imediatamente. Mas o
pânico, que tão frequentemente acontece, deveria ser enfrentado previamente, ao
encarar todas as possibilidades com coragem e viver através de cada possibilidade até
VÊ-LA TERMINAR NA CONDIÇÃO DE PERFEITA CURA. A condição de saúde
normal deveria ser mantida na mente para os seres amados, como um contínuo começar
e findar, recusando-se um lugar na cena ao perigo intermediário (o qual tem somente
uma chance em muitas, de materializar-se). Qualquer prece ao Eu Superior que
contenha uma sombra do quadro errado, deveria ser tratada como um pecado e evitada
com grande cuidado.
Um ser amado, especialmente uma criança, deveria ser protegido a todo custo
contra os temores da mãe ou do pai. Se o medo não puder ser inteiramente colocado
fora da mente e substituído pela fé em que a ajuda do Eu Superior será concedida, pelo
menos não devia ser dada a ele nenhuma expressão em palavra ou ação. A criança devia
ser tranquilizada e deixada o mais confortável possível em mente e corpo, depois o pai
ou mãe devia ir a outra sala e tomar medidas para vencer os temores, substituindo-os
pela fé. Relaxe. Figure-se calmo e confiante, cheio de fé em que o Eu Superior refletirá
de volta o quadro do estado saudável pedido e o tornará real no plano físico. Com a
calma restaurada, pode-se fazer uma prece em que a criança é vista em seu estado
57
normal de saúde e felicidade. As preces podem ser repetidas tão frequentemente quanto
for necessário para atenuar os temores.
A prece é cumulativa e constrói. Os católicos sabem disso há séculos.
Frequentemente começam uma série de preces com algo embebendo a bomba - um
donativo ou alguma caridade aprovada pela Igreja, ou, pelo menos, o estímulo físico de
acender uma vela, com a qual simbolizam a produção de mais Luz ou o fortalecimento
dos Eus Superiores (que para eles são os santos). A prece repetida a intervalos
estabelecidos durante um longo dia e noite, constrói e constrói. Se tal novena ou série de
preces for feita de forma Huna, com o entendimento do elemento envolvido,
especialmente o fato de que deve ser ofertado mana e que o quadro da condição
desejada não deve conter nenhum traço da condição não desejada, somente os melhores
resultados advirão.
Se o progenitor puder restaurar a calma e fé, como também fazer um quadro
claro e limpo da condição normal da criança, pode ser usado o método da cura direta.
Este é quase um gesto natural da parte dos progenitores. A mão é colocada sobre a
criança, com a mente mantendo a cena da condição normal de saúde e felicidade,
enquanto se invoca o Eu Superior e se agradece pelo fato de que o mana de seu corpo
está sendo usado para atender à criança, e que a condição devida de saúde está instalada.
"Dou graças que a força vital de meu corpo foi usada pelo Pai-Mãe e tornou esta
criança completamente saudável, feliz, confortável e boa. Dou graças que a criança
agora está completamente na Luz e perfeita em todas as formas naturais e normais.
Amém".
Os jovens têm grande vitalidade em reserva e não é difícil obter a cura para eles.
Os muito velhos, nos quais a corrente de vida está quase esgotada, respondem mais
lentamente e muitas vezes pode ser sentido que é melhor pedir uma transição indolor e
fácil para eles, do que um milagre de recuperação.
O MEDO DA PERDA DO TRABALHO OU DINHEIRO - OU DE DOENÇA E
INCAPACIDADE PARA ENFRENTAR AS OBRIGAÇÕES ou o simples MEDO DA
POBREZA e NECESSIDADE para si ou para os seres amados, inferniza um número
infindável de pessoas. Este conjunto de temores é pior para os indivíduos sensíveis,
cujos eus básicos foram profundamente impressionados pela pobreza, quer na infância
ou mais tarde na vida, ou ambos. Para estes, a mais leve ameaça à segurança financeira
dispara uma carga inteira de reações explosivas e depressivas, enquanto lembranças de
outros tempos difíceis são trazidas à vida.
Aqui, novamente, a correção das reações de medo começa com a percepção de
que o homem animal está mais uma vez desempenhando o papel de uma fera que é
forçada a lutar contra outras feras por sua comida ou segurança. No eu básico podem
restar algumas das memórias raciais de batalhas por buracos de água, por pastagens, por
regiões de caça e pesca. O ajustamento normal do eu básico animal devia resultar em
um bom impulso de lutar para proteger sua capacidade de ganhar ou encontrar nova
fonte de renda, se a velha for perdida. Devia resultar em coragem e vontade de
trabalhar, pesquisar e tentar.
A reação imperfeita é aquela em que as velhas falhas são lembradas com
exclusão dos muitos sucessos do passado. O homem amedrontado ou frenético, andando
pesadamente nas calçadas à procura de um trabalho, esquece o fato de que na América
ninguém é forçado a morrer de fome. Esquece a fé e sua filosofia de vida, se tem uma.
Seu sofrimento torna-se intenso. É entorpecido por seus temores e desencorajamento.
Alcança o ponto em que não espera vencer, por mais que possa tentar. Em resumo, as
chances de sair de suas dificuldades financeiras tornam-se cada vez menores. Sua
esposa pode ser um monumento de força para um marido apanhado em uma situação
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como esta, esmagado entre seus temores interiores e as circunstâncias externas. Ela
pode encorajar, agarrar-se à fé e fazer as preces pedindo ajuda, que a condição
deprimida do marido pode não lhe permitir fazer eficazmente. Ou um bom amigo pode
realizar este trabalho. Naturalmente, a necessidade deve ser comunicada e a fé e
confiança devem substituí-la.
O remédio para aquele que enfrenta a possibilidade de perder seu emprego é
preparar-se em tempos de abundância para a tensão do medo que chega com a
necessidade. A imaginação diária, é novamente útil, fazendo o quadro da perda do
trabalho ou fracasso do negócio atual, depois viver através dele, saindo do outro lado
com algo ainda melhor - com todas as coisas certas novamente. Com um pouco de
imaginação protetora atrás de você, a perda real da fonte de renda, se acontecer, será
enfrentada sem a preocupação atormentadora e medos paralisadores. O eu básico entrará
na linha e o indivíduo será capaz de fazer um esforço maior e mais impressionante para
encontrar nova fonte de renda e invocar a ajuda do Eu Superior. O homem ou mulher
que puder começar cada dia de procura de um trabalho com uma prece de fé, "vendo" o
novo cargo como já encontrado, como bom, bem-vindo, não pode ser decepcionado. O
trabalho surgirá da forma esperada e frequentemente de uma forma totalmente
imprevista. Os Eus Superiores são espantosamente sábios em tais assuntos e podem
fazer maravilhosas coisas, se lhes for permitido ter a participação normal e natural que
devia ser deles, na vida diária do homem triuno.
MEDO DA PERDA DE DINHEIRO ou PERDA DE UMA QUESTÃO LEGAL
e semelhantes, junto com medos de que os pagamentos não possam ser feitos e que a
propriedade seja tomada - estes medos e uma centena semelhantes a eles, precisam ser
enfrentados com os mesmos métodos, a mesma preparação, justamente para tais
emergências, e a mesma fé construtiva na ajuda e orientação do Eu Superior.
Ao antecipar qualquer emergência dessa categoria, é bom viver através da
situação imaginada até o fim, mas mudar o final às vezes, de sucesso permanente para
um de perda temporária, que mais tarde se descobre ser a melhor coisa que podia ter
acontecido. Às vezes o Eu Superior, com sua habilidade de ver o futuro, chega a
perceber que uma certa perda é necessária, para merecer um benefício maior.
Por exemplo, uma vez comprei uma tipografia cujo valor para mim jazia
principalmente no fato de que estava estabelecida em uma excelente localização, mas
em um velho prédio, onde o aluguel era barato. Mal tinha tomado posse após a compra,
quando uma falha no contrato apareceu e, após uma inútil luta nos tribunais, perdi o
contrato e fui forçado a desocupar o local. Minhas preces para vencer a questão legal
não foram respondidas, mas quase imediatamente um prédio na vizinhança ficou livre
pela primeira vez em anos e pude mudar para ele quase sem nenhuma interrupção nos
negócios. Mal foi feita a mudança, quando o proprietário do velho prédio subitamente
mudou seu plano de deixar o antigo edifício em pé por mais cinco anos. Ordenou que
fosse demolido e construído um grande prédio de escritórios, despejando o homem ao
qual o tribunal tinha concedido o aluguel. O Eu Superior me havia salvo pelo meio
difícil. Olhando para trás, pude ver que se não tivesse perdido a questão legal e
assegurado a nova localização na ocasião em que estava disponível, teria sido posto na
rua com meu negócio e teria tido que mudar para um lugar tão distante que teria perdido
o movimento comercial.
Nunca admita que o desastre aconteceu, não importa o que ocorra. Agradeça ao
Eu Superior pela lição que está sendo ensinada ou pela mudança forçada de um caminho
para outro (E sinta isso!).
Em quase todos os casos em que os problemas parecem acontecer, apesar dos
esforços diários para trabalhar de mãos dadas com o Eu Superior, há um bem maior a
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caminho e o espaço está sendo limpo, a fim de que uma estrutura nova e melhor da vida
possa ser materializada. Uma vez eu perdi um trem, o que pareceu coisa muito
perturbadora no momento, mas mudou todo o curso de minha vida, para um canal
melhor. Em outra ocasião caí em uma escada escorregadia e quebrei um braço,
impedindo isto de começar um negócio que, como o tempo logo demonstrou, teria sido
muito infeliz para mim, na verdade.
OS VAGOS TEMORES DO NÃO VISTO E DO INDEFINÍVEL constituem o
último na categoria dos medos comuns. As mulheres sofrem muito com eles, talvez
porque elas frequentemente não têm a força física para defender-se.
Muitas mulheres sofrem agonias de medo se forem deixadas sozinhas em uma
casa à noite. Os velhos temores plantados na infância são disparados e surge uma onda
de memórias de coisas horrendas ouvidas e lidas nos jornais. É inútil dizer-se para a
mulher aterrorizada que nem uma mulher em muitas mil jamais é molestada durante o
curso de uma longa vida e que as chances dela ser perturbada nessa noite particular de
sua vida são quase remotas demais para serem calculadas. No eu básico da mulher o
temor vai crescendo. Torna-se inteiramente incontrolável e deixa-a um destroço
trêmulo, parecendo-lhe que cada som, familiar ou não,é o de alguém tentando invadir a
casa ou outro perigo. Esta é, na verdade, uma situação lastimável, mas não precisa ser
sofrida.
Estes medos podem ser chamados à luz, tanto quanto qualquer outro. Podem ser
tomados um a um, dos menores aos maiores e mais negros. O Eu Superior é de
inestimável valor para trabalhar através do curso da imaginação corretiva. Pode-se
apresentar ao Eu Superior repetidamente, o quadro de si próprio, cheio de coragem,
calma e fé, e este quadro será tornado suficientemente real e duradouro para suportar
qualquer situação. Fantasmas e espectros, mesmo o temor familiar dos insetos e
roedores, podem ser enfrentados com o mesmo calmo cuidado, com a mão firmemente
dada ao nosso Eu Superior, enquanto a confrontação é feita.
Em todas as lutas contra temores, há uma libertação, no eu subconsciente, de
força vital que estava atada às sementes ou lembranças complexadas, de medos. Se esta
força for oferecida, em agradecimento, ao Eu Superior, para seus usos e propósitos, o
ser total é fortalecido passo a passo e a energia adicional ganha pelo abater do dragão do
temor, torna o abate do próximo muito mais certo - como também muito mais fácil.
Certo grande homem, que tinha enfrentado o desastre pessoal da pior espécie,
que tinha vencido os temores e sobrepujado suas desvantagens, certa vez empunhou o
capacete de nossa nação, quando estava paralisada com temores sem base. Das
profundas fontes de sua própria experiência espiritual ele falou em sua primeira
mensagem para o povo, estabelecendo a verdade. Disse ele: "Nós não temos nada a
temer senão o próprio medo". E, como se verificou depois, estava inteiramente certo.
Esta verdade serve para pelo menos noventa e nove por cento de nossos medos -
somente os próprios temores necessitando serem temidos e isto somente porque
encarceramos e enfraquecemos a fé, ao permitir que o medo encha nossos corações e
mentes.
Permaneça afirmando: Não temerei nenhum mal. Não temerei NENHUM mal.
Não temerei NENHUM MAL. Vivo sob a orientação do Eu Superior e nada pode vir a
mim que não seja para meu bem final. NÃO TEMO NENHUM MAL.
Use a afirmação feita por um antigo sábio - a qual sustentou homens e mulheres
ao longo de todos os séculos e que continua a fazê-lo. Vem do Salmo 27:
"O Senhor (meu Eu Superior) é minha luz e minha salvação; a quem temerei? O
Senhor é a força de minha vida, de quem me arrecearei?"
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Após cada sessão em que você trabalhar para converter o poder de seus medos
em um grande e protetor poder de FÉ, apague a lousa mental. Dê um novo polimento ao
espelho de sua mente, a fim de que ele reflita somente o bom, o amável, a LUZ.
natureza, poder-se-á ter paz de espírito neste plano e uma transição imperturbável para o
próximo plano.
No século passado, libertamos os psíquicos naturais das armadilhas dos
caçadores de feiticeiras, que antiga mente as queimavam na fogueira. A moda repentina
de negar que possa haver algo "sobrenatural" desapareceu nas universidades, quando
muitos professores de renome empreenderam o estudo dos poderes psíquicos, dos
espíritos e todas as coisas antes desprezadas.
Os intrépidos cientistas que organizaram a Sociedade de Pesquisa Psíquica ou os
que de outra forma desafiaram o materialismo, que tinha repentinamente aparecido nos
círculos universitários e científicos, prestaram à humanidade um grande serviço. Os
materialistas tinham abalado o mundo religioso com suas proclamações "científicas" de
que todas as ideias de sobrevivência pós-morte eram parte e parcela da velha massa de
superstições, que estavam finalmente sendo afastadas.
A Ciência Psíquica desenvolveu-se rapidamente e não pôde ser abafada. Homens
de alto "status" e reconhecida habilidade e integridade observaram o fenômeno da
sessão espírita e relataram o que tinham observado sob rígidas condições de teste. O
frágil esforço para dizer que todos tinham mentido ou sido logrados por malandros não
conseguiu realizar a defesa do materialismo, que já estava sendo olhado como em
extinção.
Centenas de livros foram escritos durante o período em questão, embora a Igreja
e a Imprensa (excetuando-se aqueles que trabalhavam no campo psíquico) ainda
preferissem continuar ridicularizando as manifestações psíquicas. O indivíduo que se
der ao trabalho de ir a uma biblioteca e ler alguns dos mais famosos livros de pesquisa
psíquica, não pode senão sair convencido, sem sombra de dúvida, de que a
sobrevivência após a morte é um fato, não apenas uma promessa religiosa.
A fim de preparar-se para morrer corajosamente, em lugar de encolher-se de
medo, precisa-se, primeiro de tudo, aceitar o fato de que a sobrevivência após a morte é
uma verdade básica. Naturalmente, para a pessoa que acha a vida tão difícil que
melancolicamente volta-se para a esperança de que a morte "termine tudo", o fato da
sobrevivência é um tanto difícil de enfrentar.
George Bernard Shaw, um dos expoentes da crença de que a morte é absoluta,
deu uma mensagem após seu passamento, repetindo-a através de vários médiuns
espíritas e dizendo toda vez que, com efeito, morrer lhe tinha tirado toda sua esperança
anterior de que a morte traria a extinção. Discutindo as condições que tinha encontrado
no outro lado da morte, relatou que a vida continuava lá quase onde é deixada aqui,
embora fosse, confessou, levemente diferente e muito mais divertida.
Objetou-se certa vez que a sobrevivência do homem como um espírito não era
verdadeira, pela razão de que os espíritos que retomam para comunicar-se com os vivos,
não concordam sobre que condições existem no outro lado da vida.
Não se pode negar que cada espírito descreve seu lugar de morada de forma
mais ou menos diferente daquela descrita por seus companheiros. Contudo, quando o
assunto chamou a atenção de vários comunicadores, que deram toda evidência de ser
capazes de responder a qualquer pergunta comum, explicaram que, após a morte, cria-se
seu ambiente pela figuração mental. Por exemplo, uma pessoa que desejava estar num
céu com ruas de ouro, como tinha sido ensinado a esperar, automaticamente criava tal
céu e povoava-o com anjos e os "abençoados". Alguns, temendo o inferno e seus fogos,
criavam um inferno e ocupavam-no com muito sofrimento na mente, se não no corpo
físico e real.
Esta habilidade criativa após a morte, sendo cada criação quase tão real quanto
os sonhos que criamos à noite e nos quais vivemos, têm causado as reconhecidas
62
proteção, aquilo que é necessário pode ser feito, as lições podem ser aprendidas. Depois
que a dor e o reajustamento terminarem, há sempre a reunião feliz com os novos seres e
o novo progresso. Para aqueles que chegaram a conhecer o amor dos Eus Superiores, as
dificuldades passam rapidamente. Segura-se confiantemente na mão dos Eus Paternais e
vai-se alegremente em frente.
AFIRMAÇÃO: A morte não traz terror para mim porque eu vivo diária e
confiantemente com ela, como algo normal, bom e correto. É tanto uma parte da vida
como o nascimento. Quando quer que chegue minha hora de passar pela transição, dar-
lhe-ei as boas vindas como uma fase recém-chegada em meu progresso evolucionário e
reafirmarei minha fé no cuidado que nunca falha e orientação do Eu Superior, que
providenciará para que tudo esteja bem. Vivo a vida boa e agradável aqui. Somente o
bem e a bondade poderão vir a mim do lado de lá. Prossigo com serenidade, confiança e
coragem completas.
NOTA: A afirmação acima é uma "Afirmação Mestra" e deveria ser usada após
prosseguir com qualquer dos exercícios de imaginação ou após ler qualquer das coisas
ditas sobre os medos. Use-a toda vez para apagar sua lousa mental. Nunca convide a
perturbação, imaginando-a longa e morbidamente. Sempre limpe sua lousa no fim de
cada exercício e no fim de cada dia. Continue polindo seu espelho, a fim de que possa
refletir somente a LUZ.
Uma das estórias mais esclarecedoras que já foram contadas, foi sobre os três
cegos que examinavam um elefante - um deles, apalpando a cauda e dizendo: "Um
elefante é como uma corda"; o outro, apalpando a perna e falando "É como uma
árvore", enquanto o terceiro apalpava o tronco e dizia "É como uma grande cobra".
Muitas pessoas com dois bons olhos são mais cegas que os cegos. Elas
descobrem uma religião e agarram uma parte dela sem fazer um circuito completo de
estudo e inspeção. Se é a cauda que conseguem agarrar, torna-se para elas a única parte
que é digna de compreender e nem fogo nem água podem fazê-las largar e partir para
examinar a perna ou o tronco. Ninguém é tão cego como aqueles que se recusam a ver.
Uma questão de suprema importância no aprender a conhecer-nos é tentar abrir
os olhos da mente para examinar nossas convicções. Devemos aprender se estas ideias
teimosas são algo que apanhamos cegamente, ao acaso, antes que um exame completo
da matéria envolvida fosse feito, ou não.
Um bom número de pessoas tornam-se o que é conhecido como "andarilhos
metafísicos". Correm deste livro para aquele, vão de um dos "cursos" para o próximo e
ouvem uma série de conferências após outra. Em cada lugar apanharam frases de
chamariz e palavrório, ideias conflitantes, crenças e teorias. Ficam confusas no começo
e permanecem confusas no fim.
No lado oposto da escala, temos aqueles que nasceram em pequenos círculos
fechados, na circunferência do qual foram cuidadosamente espremidos por pais e
66
Demasiados dogmas feitos por homens tratam do COMO ser bom e não do
trabalho real de ser bom. Há uma diferença muito grande entre os dois. Mas há um teste
soberano que todos podemos aplicar a nossas crenças religiosas, a fim de decidir quais
precisam ser examinadas e possivelmente descartadas:
Se uma crença não nos beneficia no nível do eu básico, como também no eu
médio e no do Eu Superior, não tem nenhum valor, quando, se trata da tarefa do viver
diário evolutivo.
Na antiga Índia, um certo homem leu uma coleção de escritos que não tinham
sido inspirados por Deus, conforme ele supunha, mas eram realmente o trabalho de um
fanático "sábio". Dizia-lhe para deixar sua família e arranjar-se por si próprio, desistir
de qualquer coisa agradável na vida e ir para a floresta viver semi-faminto e passar
todos seus dias e noites meditando em Deus. Ele fez isso, nunca se desviando uma
vírgula de seu propósito. Na distância do arremesso de uma pedra observou homens
vagarem, que estavam em grande necessidade de ajuda. Não fez nenhum movimento
físico ou mental para ajudá-los. Outros vieram sentar-se diante dele e suplicar-lhe para
serem ensinados sobre os bons caminhos da vida. A estes ele ofereceu ouvidos surdos.
Não prejudicou, exceto ao causar grande miséria sobre sua família e por negligenciar
sua parte na manutenção da comunidade e governo. Não fez o mais leve bem, nem
mesmo para si próprio, no final de contas.
Isso nos dá o exemplo típico dos extremos aos quais dogmas religiosos
irracionais podem levar mesmo homens bons. Os dogmas não produzem nenhum bom
viver em qualquer nível da vida triuna.
Havia outro fanático da Índia que aceitou os dogmas jônicos. Ele deixava
piolhos viverem em seu cabelo e vermes em seu corpo, obedecendo ao mandamento de
outro fanático escritor anterior, para abster-se de matar qualquer coisa vivente. Levava
tanto tempo para varrer o pátio em frente a ele a fim de não pisar em nenhum inseto,
que não podia realizar nenhum trabalho útil de qualquer espécie. Deixou que sua esposa
e filha se afogassem na corrente enquanto se movimentava vagarosamente na direção
delas, para salvá-las. Morreu e algumas das pequenas criaturas que tinha lutado para
proteger, comeram seu corpo sem o menor remorso.
Então havia um homem que leu o que outros homens tinham escrito e fez um
talismã da guarda do Sabbath. Não se satisfez em observar o dia ele próprio, mas forçou
sua mulher e filhos a observá-lo com ele, com tal carranca e austeridade que eles
acabaram por odiar o "Dia do Senhor". Quando os filhos cresceram e se tornaram
capazes de deixar o lar, estavam tão amargurados sobre toda a questão da religião, que
todos foram totalmente impedidos de qualquer possível alegria, esperança ou benefício
que pudessem ter recebido através de uma fé em um Deus amoroso e compassivo. O pai
morreu ainda inflexivelmente seguindo uma regra que ele tinha feito, a regra de NÃO
ajudar ninguém que observasse o Sabbath menos rigorosamente que ele. Como era
sabido que seus vizinhos, vez ou outra, tinham pisado além da linha que ele traçara,
nunca se soube que ajudasse um deles em nenhuma circunstância. Não foi pranteado.
Na cidade de minha meninice, no Wyoming, as boas senhoras da Igreja se
puseram a converter o "imprestável" da cidade. Ele era um pecador, por seus padrões, e
dado a beber demais, quando podia ganhar uns poucos dólares fazendo as tarefas sujas
que ninguém mais se dispunha a fazer. Procuraram "salvar a alma dele" imprimindo
nele os dogmas de sua própria seita particular. Ele ficou bem lisonjeado pelas atenções e
preces das senhoras. Agradecidamente aceitou os presentes de roupas velhas e
frequentou a igreja, alegremente aceitando os convites para ser batizado e acrescentado
ao rol da igreja. Para um homem que era quase um retardado, fez um progresso muito
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bom. Sua gratidão era tocante. Mal podia tirar seu chapéu devidamente depressa para
fazer uma mesura suficientemente inclinada, quando as senhoras da igreja passavam.
Mas um dia teve a infelicidade de topar com um velho camarada, que tinha
arranjado uma garrafa de whisky. Era num domingo e, naquela noite, quando ele chegou
obedientemente à igreja para realizar sua tarefa recentemente atribuída de passar um dos
pratos da coleta, a bebida venceu-o e cambaleou pela nave unicamente para cair
vergonhosamente sobre os joelhos de três senhoras que se sentavam no banco da frente.
Tão indignadas ficaram as boas senhoras que conspiraram para puni-lo, fazendo
com que seus maridos não dessem mais trabalhos avulsos para o ofensor fazer. Ele
vendeu suas roupas para um vagabundo por um dólar, para poder comprar comida e
terminou sendo expulso como vadio, por um delegado da cidade. Voltou, contudo,
numa noite escura, um mês mais tarde, e ficou o bastante para jogar várias pedras na
janela de vitral da igreja. As senhoras da igreja, naturalmente, não tinham ideia de que
ele tinha causado a quebra. Nem tinham elas uma vaga ideia de como ou por que tinham
falhado tão completamente em seu esforço para “salvar uma alma perdida". Suas casas
mentais estavam necessitando muito da limpeza de certos aposentos e de jogar fora
artigos inúteis de fé.
"Salvar uma alma" devia começar ao nível do eu básico, como frequentemente
começa, nos bons trabalhos daquelas pessoas cristãs simples, os Quakers. Em 1954, os
Quakers puseram-se afazer uma pequena coisa para salvar um grupo de índios
Maricopa, do Arizona. Os homens brancos tinham construído açudes para represar a
água com a qual os índios tinham antigamente regado seus campos. Moradores acima e
ao redor de sua pequena reserva tinham cavado poços e abaixado o lençol de água de tal
forma, que os poços rasos e cavados a mão, acabaram secando.
Os Quakers não começaram construindo-lhes uma igreja e enviando alguém para
pregar a eles. De forma alguma. Levantaram dinheiro para mandar cavar um poço
profundo para os índios e instalar bombas adequadas, a fim de que pudessem irrigar
suas terras. Como resultado, realizaram com os índios algo que uma centena de igrejas e
ministros não poderiam ter cumprido. Transformaram os índios, de uma profunda e
amarga suspeita e desgosto pelo homem branco, à percepção de que pelo menos alguns
deles eram tão bons e amáveis como os índios.
Aqueles que assumem o compromisso da afirmação que se segue, e agem de
acordo com ela, estão, geralmente, como os Quakers, tão ocupados ajudando as pessoas
a ajudar-se, que têm pouco tempo ou energia para tentar forçar sobre elas dogmas
religiosos que não têm nenhum valor, quer no plano físico, quer no mental. A maioria
dos dogmas, descobrir-se-á em um exame acurado, não têm valor prático mesmo no
"plano espiritual", sobre os quais os homens desperdiçam tempo falando, quando
podiam estar fazendo alguma coisa para melhorar a comunidade em que vivem.
EXERCÍCIOS
AFIRMAÇÃO: Percebo que é parte do meu dever ajudar meu eu básico. Sou na
verdade o guardador de meu irmão a este respeito. Vejo claramente. Questiono todas as
crenças velhas em que aceitei sob a autoridade de outros, em lugar de porque eu as
tivesse estudado e decidido por mim próprio que são válidas em todos os três níveis de
meu ser.
Começo hoje a tomar os passos necessários, lentos e contínuos, para reeducar
meu eu básico. E a dizer-lhe frequentemente quais são as crenças certas, a fim de que
possa diluir e substituir no eu básico as crenças dogmáticas que achar que podem
somente confundir e obstruir as que necessitam ser descartadas e substituídas.
Sempre houve alguém para erguer a voz e perguntar: "Se Deus é tudo o que há, e
se Ele é bom, de onde vem o mal?"
Nas religiões mais primitivas, os homens inventavam a ideia de deuses menores
ou Diabo, que causavam todo mal e lutavam contra Deus pela direção da Terra.
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Os sábios têm tentado explicar o mal de várias formas, sendo a desculpa favorita
aquela em que os homens são maus porque são ignorantes. Alguns têm discutido que
todas as coisas devem ter dois lados, e no caso do bem, deve haver o mal para equilibrá-
lo.
No Gênesis, o Diabo ou Satã, aparecendo na forma de uma serpente, introduziu
o pecado no Jardim do Édem. Dogmas cristãos das igrejas, aceitando este relato como
"A palavra de Deus", aceitaram a narrativa literalmente e foi ensinado que todos
homens, porque são descendentes de Adão e Eva, são naturalmente pecaminosos e
assim devem ser "salvos" por uma dispensação divina.
Nos antigos ensinamentos da Huna, encontramos os indícios para um
entendimento mais amplo do mal. A Huna, em primeiro lugar, nos diz o que é realmente
o mal. É qualquer ato ou falta de ação que cause prejuízo a si próprio, a outros
indivíduos ou a uma comunidade em geral. FERIR é mal e este é o único "pecado" real.
Não é um pecado contra Deus, pois Ele está além do poder de ferir do homem. É um
pecado contra o crescimento ordenado e ascendente da evolução da humanidade.
O pecado de prejudicar pertence principalmente ao eu básico. Os instintos
animais no eu básico diferem tanto, que temos sido levados a suspeitar que, durante o
curso da evolução, os animais da floresta evoluíram para se tornar eus básicos humanos
e em muitos casos trouxeram com eles seus instintos selvagens. Os homens têm a
natureza destrutiva do lobo que mata muito mais ovelhas do que podem ser comidas,
apenas pelo amor de matar. Em alguns vemos traços do covarde e traiçoeiro chacal ou
hiena, em outros a avidez do porco. As variações são semelhantemente intermináveis
em todas as sociedades.
Não podemos saber se as feras da floresta encamam ou não no eu básico dos
homens, à medida que a evolução prossegue ascendente. Mas para fins práticos de viver
com o mal e combatê-lo, podemos dizer que, daquilo que vemos dos homens maus ao
redor de nós, parecem ter as mais maléficas características dos animais, em muitos
casos.
Por outro lado, algumas das boas características das ordens inferiores de vida
animal, o homem deve aprender a emular. As abelhas "aspiram a Deus" e cooperam na
colmeia, afastando qualquer intruso maléfico. Devido ao livre arbítrio, os homens
devem escolher trabalhar juntos e impedir o mal de ferir a parte normalmente boa dos
cidadãos. Isto tem sido um dos primeiros esforços cooperativos, datando do alvorecer
da história. As famílias se uniam para proteger-se contra os ataques de outras famílias.
As tribos formavam-se para enfrentar tribos no campo de batalha, para impedir que
fosse feito o mal pelos predadores. Na verdade, os predadores também se organizaram,
mas à medida que a humanidade progride, o mal é mais e mais mantido sob controle.
Temos polícia, prisões e tribunais de justiça, Estamos trabalhando mais arduamente que
nunca para encontrar um meio de impedir as nações predadoras ou seus líderes
despóticos, de perturbar a paz mundial.
A religião tem procurado estabelecer regras para o indivíduo ajudar-se a
enfrentar o mal em si próprio ou em outros homens. Devido ao segredo da estrutura de
três eus do homem ter sido perdida, muitas grandes religiões têm regras que não são
práticas. A fim de entender nosso dever, à medida que lutamos para tornar-nos não
prejudiciais, úteis e a estimular nosso Crescimento pessoal, necessitamos examinar o
problema do mal, como fizeram os kahunas, do ângulo dos três eus.
O primeiro ângulo é o do eu básico. Sabemos que o ladrão armado, que está
disposto a matar se impedido, está quase que completamente sob o domínio do eu
básico. A vítima de seu ataque, desarmada, geralmente está indefesa. Seu próprio eu
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básico reage com medo e raiva. Ela ou entrega humildemente seu dinheiro ou é morta
tentando resistir.
Mas há casos registrados em que a planejada vítima é capaz de "convencer o
ladrão" a não realizar seu desígnio maléfico. Aí vemos o homem cujo eu médio está no
controle, que já venceu os temores de seu eu básico. Está em contato com seu Eu
Superior e o poder flui através dele. Não pode deixar de impressionar o eu básico do
assaltante. Há também registro do caso da senhora idosa que recitou com entusiasmo o
salmo 23 - e o ladrão fugiu.
Os cristãos geralmente têm ignorado a admoestação de Jesus para "voltar a outra
face", porque tomaram as palavras literalmente. Sentiram que tal reação os marcaria
como covardes. De nosso conhecimento de Huna, Jesus poderia estar aconselhando que
voltássemos os outros eus ao atacante. Quando os três eus estão trabalhando como uma
equipe, o homem é invencível.
Contudo, até chegar àquela época em que mais indivíduos tenham atingido a
união, que é poder e proteção, a sociedade fornece a força policial, os tribunais e as
prisões. Estas são inadequadas para prevenir o crime, mas servem como medida de
proteção contra agentes do mal.
Sociólogos de hoje estão honestamente investigando os meios de prevenir as
condições que produzem o crime. Seu trabalho deve ser comparado à batalha contra a
malária. Há não muito tempo atrás, aquela temida epidemia causava milhares de vítimas
em muitas comunidades. Os remédios traziam pouco bem contra o ataque violento.
Finalmente foi descoberto que o mosquito Anopheles transmitia o vírus; assim,
drenaram os pântanos, onde os mosquitos se criavam. Limpando os cortiços, acreditam
os sociólogos, educando pais quanto a suas responsabilidades, substituindo atividades
de "gangs" por esforços saudáveis, estarão "drenando os pântanos".
Nós, como nação, estamos mais e mais tomando interesse na possibilidade de
reabilitação de criminosos em nossas prisões. É uma tentativa para reeducar aqueles
que, ou não têm noção do certo e errado, ou são tão impulsionados pelos instintos
animais de seus eu básicos, que usam os métodos animais de conseguir o que querem.
Os motivos dos criminosos podem estar no fundo daquilo que eles fazem. Se isto
puder ser percebido e os maus motivos trazidos à luz e removidos, o criminoso pode ser
reformado. Punição sem a correção dos motivos básicos raramente é um meio eficiente
de transformar um homem mau em um bom. Se pudéssemos olhar através dos olhos do
Pai Eu Superior para todos os homens do mal, veríamos neles o lento processo de
evolução que, sob seu dom de livre-arbítrio, permite aos homens aprender a lição que
todos devemos aprender - a lição da inofensividade e da utilidade.
Ao enfrentar o problema do mal em nossas próprias vidas, portanto, devemos
confrontá-lo nos três níveis de ser. Devemos perceber que os ofensores não são "almas
perdidas" ou demônios, mesmo se parecem ser ambos. Com o tempo, aprenderão a
viver o bom caminho. Como fazemos com as crianças, tiramos os fósforos delas, os
confinamos onde não podem quebrar os móveis e tomamos medidas para que a vida
ordeira da comunidade possa prosseguir. Amá-los? Sim, do ângulo dos eus médio ou
Superior, não no nível do eu básico, pois estes não são dignos de amor de qualquer
forma, quando são prejudiciais.
É o Eu Superior pairando sobre cada indivíduo extraviado, que podemos amar.
O eu médio, que é incapaz de controlar o eu básico perverso, não é tanto para ser amado
como para compadecer-se dele.
É um hóspede na casa dirigida por um eu básico que ainda é selvagem e
astucioso. Ele irá, com o tempo, educar e humanizar o recalcitrante eu básico. De nossa
parte, o essencial é entender estas coisas. O entendimento é afim do amor e o eu médio
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dever policial vital e impessoal para realizar, para o bem de um grande número de
pessoas.
Os dogmas, quando aceitos cegamente, podem fazer um homem normalmente
bom agir de uma forma maléfica. O ensinamento dogmático, em algumas nações
destruidoras, de que um homem morto em luta por seu país vai imediatamente para um
céu superior, é um exemplo. Na II Guerra Mundial, os japoneses estavam claramente
esforçando-se para tomar pela força uma vasta porção do Oriente. Os batalhões suicidas
provavelmente eram guarnecidos de homens razoavelmente bons, que tinham sido mal
orientados pela aceitação de dogmas da religião do Estado.
Na estória do jovem rico que perguntou a Jesus "O que deverei fazer para ser
salvo?" temos a fonte de dogmas formados através de uma falta de entendimento do
significado da estória. Fez-se com que milhares de cristãos honestos ficassem
angustiados porque acreditam que deviam vender tudo e dar aos pobres, como Jesus
sugeriu que o rico jovem devia fazer para ser salvo.
Na luz da tradição Huna, contudo, pode ser visto que Jesus estava atingindo
diretamente os motivos que faziam agir aquele jovem em particular. Sabemos, pela
estória, que ele era' movido pelo amor às posses a tal extensão que escolheu a perdição
para não desistir de sua riqueza.
Se ele tivesse sido capaz de ver claramente o mal que sua ganância estava lhe
causando como indivíduo, poderia ter realizado sua salvação sem demora, tornando-se
menos ávido e considerando-se um administrador das riquezas que possuía e que
poderiam ter sido usadas sabiamente para o bem geral, como também para seu sustento
pessoal.
Para crescer e evoluir normalmente, necessitamos tomar uma porção de nossas
crenças cada dia e examiná-las à luz da Huna e do senso prático comum. Também
necessitamos examinar os furos no tecido de nossas crenças. Muitas vezes tais ensinos,
encontrados nas religiões muito modernas, revelam tais furos. É uma prática comum
repudiar todo mal como algo não real ou como um erro da mente mortal. Mas o negar a
existência do mal de toda espécie, é sinal certo de raciocínio imaturo e deturpado.
Se qualquer crença dogmática, velha ou nova, deixa de combinar com os fatos
da vida, conforme os encontramos por todos os lados, é hora de descartá-las e repensar
para chegar a pontos de vista mais sãos. A frase de efeito "Pensar torna-o assim", não se
aplica a todo o mal, quando tentamos fazê-lo desvanecer do mundo, pensando que não é
real e nem bom e que não está lá pedindo ação para enfrentá-lo.
Nossos próprios filhos não devem ser esquecidos, quando consideramos o
problema do mal. Não é suficiente deixar o amor paternal fazer-nos ignorar ou
desculpar as tendências maléficas dos filhos. O pai sábio, ao descobrir que há uma
criança problemática na família, faz bem em tornar-se tão objetivo quanto for
humanamente possível. Os motivos atrás do comportamento antissocial da criança
deviam ser buscados. Devia ser feito um exame médico para determinar se algum
defeito físico, como de visão ou audição ou coordenação motora, podem causar a
formação do comportamento, corno compensação. Pode ser necessária a reeducação da
criança, com ajuda, talvez, de um psicólogo infantil. Em raros casos, deve-se recorrer a
medidas repressoras ou meramente restritivas como a única coisa que atingirá o eu
básico da criança. Em qualquer caso, o problema devia ser resolvido tão cedo quanto
possível, a fim de que o crescimento e desenvolvimento possam prosseguir. E aqui,
novamente, o Eu Superior devia ser chamado a trabalhar com o Eu Superior da criança,
a fim de dar-lhe orientação e ajuda.
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EXERCÍCIOS
Continue a tomar uma parte de suas crenças aceitas, cada dia, examinando-as
para ver se são razoáveis. Corrija-as, se não são. Dedique-se a imaginar circunstâncias
nas quais você encontra pessoas de má intenção e com a ajuda e proteção do Eu
Superior, contrapõe os esforços deles para feri-lo. De sua posição invulnerável, sob a
amorosa proteção, tente imaginar quais poderiam ser seus motivos e como estas causas
erradas podem ser corrigidas.
Para cada ato pessoal de natureza prejudicial, realize um que seja útil. (isto fará
mais para limpar seu eu básico de convicções de culpa e abrir o caminho de contato com
Eu Superior, do que a leitura de milhares de pregações sobre o como ser bom.) Se a
ocasião aparecer, tente ajudar alguém a aprender a agir sem magoar e a ajudar. Auxilie
outros a aprender a pesquisar seus próprios motivos ocultos.
XV - O ALENTO DA VIDA
O Dr. Philip Rice, um dos APH, certa vez me disse que em seus anos de trabalho
com crianças-problema e delinquentes juvenis, jamais encontrou um que não pudesse
tornar-se normal se: (1) sua saúde pudesse ser conduzida ao padrão ou (2) pudesse ser
persuadido a desejar ser bom e unir-se às preces pedindo ajuda para voltar-se dos
caminhos maus para os bons.
O Dr. Rice descobriu que uma grande maioria dos rapazes e garotas enviados a
ele em seu período probatório, tinha um desenvolvimento muito pequeno do pulmão ou
fracos hábitos de respiração. Em ambos os casos, estavam conseguindo pouco oxigênio.
Ensinava-os a fazer exercícios de respiração de um tipo simples e a orar. A melhoria era
rápida e muitas vezes quase miraculosa. (Veja o livrinho "Organizando o Corpo
Humano", de Philip Rice, M.D., Oxford Press, Hollywood; Calif. 1941). Uma dieta
correta e a quantidade certa de exercício acompanhavam, naturalmente, a maior
inalação de oxigênio.
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esforço físico está sendo gerado. Mana é aquela força invisível que pode ser dirigida a
qualquer parte do corpo, em direção a outros e para cima, como uma suprema dádiva
para o Eu Superior.
Durante os exercícios respiratórios, se for mantida a ordem ao eu básico para
acumular suprimento extra de mana, ele rapidamente obedecerá. Visualize o corpo
enchendo-se de força vital, enquanto o ar é vagarosamente inspirado. Depois, enquanto
ele for expirado muito vagarosamente sob pressão através dos lábios franzidos, visualize
o excesso de novo mana acumulando-se dentro e ao redor de qualquer parte do corpo
que necessite de cura ou correção. Os olhos podem ser muito auxiliados, imaginando-os
rodeados e banhados em redemoinhos de mana limpador e fortificador.
O mana pode também ser visualizado acumulando-se nas mãos, depois as mãos
serão colocadas sobre alguém que você deseja ajudar ou curar. Coloque as mãos nas
partes afetadas ou simplesmente coloque-as sobre as mãos da outra pessoa, enquanto
expirando o ar muito vagarosamente e figurando-se forçando o mana sob a pressão da
respiração, a fluir para a pessoa a ser curada. Visualize, entrementes, a condição
CURADA a ser trazida, NÃO a condição doentia. Esta pressão expiratória da respiração
é um excelente impulsor para fazer o eu básico mover o mana ao lugar em que você
deseja colocá-lo para agir.
Soprar o ar diretamente sobre as partes do corpo que necessitam cura é uma
prática antiga que tem sido revivida com sucesso marcante por uns poucos curadores
modernos. A respiração pode ser soprada através de lábios franzidos ou com os lábios
abertos, como se para soprar o ar em um espelho que deve ser polido. O mana tem uma
estranha característica, que é a de que irá aonde você mandar ir, com a mente ou
"vontade" do eu médio. Há um poder de sugestão muito forte exercido nessa hora pelo
eu médio. Ele faz o eu básico da pessoa tratada usar a força vital para curar e trazer vida
nova às células das áreas doentes.
Ao enviar tratamento à distância, pense na pessoa a ser ajudada, acumule o
mana, figure-se assoprando a força vital em um fluxo forte e contínuo para ela, levando
vida e cura consigo. Ao mesmo tempo, invoque mentalmente o Eu Superior para assistir
na cura. O Eu Superior toma um tanto de força vital e o transforma em uma vibração
muitíssimo mais alta e mais potente, então cura com ele de sua própria forma superior.
O tratamento para males financeiros ou complicações sociais pode também ser
enviado à distância dessa maneira, mas em lugar de figurar a condição de saúde sendo
construída, figura-se a condição financeira ou social corrigida sendo construída. É ainda
mais necessária a ajuda do Eu Superior neste tratamento, do que no trabalho por saúde
somente.
Se suas preces parecem encontrar uma "parede em branco", use o exercício da
respiração por alguns minutos, antes de começar a orar. Era uma antiga prática Huna
usar este método de acumular mana extra como o primeiro passo, antes da prece e atrás
dela jaz uma das grandes verdades de todos os tempos. Devemos ter força vital para
compartilhar com o Eu Superior para permitir-lhe realizar o trabalho no nível do Corpo
físico no qual vivemos, enquanto na carne.
Depois de treinamento suficiente, o eu básico enviará o mana ao Eu Superior,
conforme pedido pelo eu médio, no começo do período da prece. Se o mana tiver sido
acumulado antecipadamente, é necessário somente a ordem do eu médio para fazer o eu
básico enviá-lo telepaticamente ao longo do cordão aka ao Eu Superior. Com o tempo,
isto se torna praticamente uma ação automática da parte do eu básico, quando se
começa uma prece.
Contudo, nunca deixa de ser oportuno, mesmo para o mais perito, usar o
exercício de respiração profunda antes de começar a prece. Ajuda a tirar da mente
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qualquer distração. Um executivo ocupado, embora tenha começado o dia com uma
prece, achará proveitoso reservar um minuto para uma respiração especial, antes de
enfrentar algum visitante importante. Tomará suas respirações profundas, enviará o
mana ao Eu Superior e pedirá orientação e guia sobre a decisão a ser feita. O
escriturário, na hora da "pausa para o café" pode, com vantagem, respirar
profundamente, depois fazer seu contato com o Eu Superior. Receberá o descanso e paz
que parece necessitar intensamente, como também uma nova força para prosseguir.
Já discutimos (no capítulo V) as práticas da Yoga baseadas em exercícios
respiratórios e vimos que os praticantes do método não sabem o que fazer com a força
vital extra que acumularam. Agora, com a recuperação do conhecimento da Huna,
vemos claramente tantas coisas que tornaram-se mal compreendidas quando a tradição
antiga dos kahunas foi perdida e suas iniciações não foram mais passadas de uma
geração para a seguinte.
Jesus, um dos grandes iniciados de todos os tempos, ensinou a tradição secreta
para seus discípulos. Muitos dos ditos atribuídos a ele chegam-nos tão velados, que o
significado exterior deles está longe da clareza. Os mesmos dizeres, colocados na
“linguagem secreta" usada pelos kahunas, revelam seu significado oculto. Por exemplo,
a grande verdade de que havia um "caminho" ou meio telepático de fazer contato com o
Pai Eu Superior era da primeira importância no uso da prece. De quase igual
importância era o fato de que o homem pode acumular um excesso de vida ou força
vital e enviá-la ao longo do "caminho" para o Eu Superior- Na 1inguagem sagrada" não
havia uma forma verbal para "eu sou". A frase usada por Jesus "Eu sou o caminho e a
vida" torna-se, em seu verdadeiro significado oculto, "Eu (apresento ou mostro-lhe) o
caminho e a vida".
Os iniciados das escolas de Yoga da índia, num período anterior da história
mundial, escreveram sobre a “senda", que significa a mesma coisa que "caminho", na
linguagem secreta. Também falaram de "prana", a força vital e asseguraram que ela
tinha que ser "erguida" de alguma forma, do eu básico para o mais alto, esquecendo que
era do eu básico para o Eu Superior que a força vital era elevada. Mais tarde, depois que
os ensinamentos ocultos estavam quase completamente perdidos, o ensinamento era de
que a força vital era erguida da parte mais baixa no final da espinha, para o topo dela e
enviada, do topo da cabeça, para Brahma Supremo ou Deus, em lugar de ao expectante
Eu Superior, que é parte e parcela do homem triuno.
Ao acumular e usar o mana, não fazemos menos que usá-lo da melhor forma
possível - o único e correto meio - de RESPIRAÇÃO DE VIDA.
ideias no nível do Eu Superior e poderão crescer em realidades nos níveis inferiores, por
sua vez).
cooperação. Por outro lado, se um dos componentes do trio domina os outros (supondo
que todos três são normais em inteligência e equilíbrio emocional), o relacionamento é
quebrado e é inevitável a perturbação e infelicidade.
A mãe possessiva que recusa deixar seus filhos viverem suas próprias vidas,
quando estão prontos para deixar o ninho do lar, está criando um estado anormal na
união natural que deveria unir cada pai a todo filho. A sogra frequentemente recusa-se a
deixar o filho ou filha exercer a livre vontade e viver normalmente com o companheiro
escolhido. Neste esforço anormal para continuar o controle possessivo sobre um filho
adulto, o filho ou filha pode, também, ter muita culpa. Todos temos visto um filho
agarrar-se à mãe e tornar a cônjuge uma intrusa, mãe e filho preservando uma forma de
união que impede a união adequada do casal.
O problema mais difícil de resolver pode bem ser aquele em que um indivíduo
prefere permanecer no estado de união que marca o jovem filho e sua mãe. Isto é
responsável pelo relacionamento do tipo "videira que se agarra" entre os dois, a não ser
que um domine o outro. Como o pai raramente é incluído neste tipo de ligação, também
isto é responsável por perda e desequilíbrio na vida dele. E alguém que se casa em tal
condição, somente pode viver uma vida de complicações e desapontamentos. Tal
indivíduo é chamado a tomar todas as decisões, resolver os problemas, assumir a
responsabilidade por seus resultados e tentar viver duas vidas em lugar de uma - a sua
própria e a de sua esposa ou vice-versa. Exceto se na verdade as decisões foram
tomadas pela mãe e filho, para dominar ambas as casas. Muitas vezes é o homem que
não pode manter-se sozinho e a mulher tem que ser o ganha-pão, planejador e
mantenedor da família. Estas situações podem destruir a felicidade de todas as pessoas
envolvidas.
Em toda a família grande há aqueles que tendem a dominar e aqueles que ou se
rebelam ou se submetem. O relacionamento normal entre avós, pais, filhos e sogros, traz
felicidade, e uma forma suave de união familiar, que é o ideal. Mas quando mesmo um
membro da família se agarra, domina ou de alguma outra forma deixa o caminho
normal de vida e união cooperadora, a família toda sofre.
Se as emoções que se originam nos eus básicos pudessem ser postas de lado,
enquanto a família reunida discutisse aberta e racionalmente as formas pelas quais os
vários membros da família estão se conduzindo, tudo poderia ser ajustado com
facilidade, ou pelo menos poderiam ser feitas compensações adequadas pela falha ou
fraqueza dos membros fracos, para chegar à normalidade.
Mas amor e ciúmes estão ambos em casa na família média, como em nenhum
outro grupo. É muito difícil de suportar a crítica de uma pessoa que se ama e que
pensamos nos amar. O faltoso já deve estar queimando de vergonha e emocionalmente
alvoroçado, com ressentimento e raiva. Como regra, pelo menos na maioria das
famílias, alguém é forçado a assumir o comando, esmagar os sentimentos do culpado e
determinar que sejam feitos ajustes. (Ou então tudo é abafado sem fazer reparações,
para acontecer novamente e romper a paz de todos).
Aqueles que sabem o que são as emoções - que são reações irracionais da parte
do eu básico, que é incapaz de raciocinar adequadamente - podem tomar medidas para
treinar a família a discutir problemas de forma gentil e impessoal. Pode levar tempo e
prática. Pequenos problemas podem, a princípio, ser tomados e manipulados como
treino para o manejo de problemas maiores e mais difíceis. Quando se pisa nos calos
emocionais, deve haver gentileza e compreensão. Se a pessoa faltosa tiver sido
prevenida de que uma discussão pode ferir os sentimentos dele ou dela, e provocar uma
explosão infantil, o foguetório pode recomeçar.
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na vida. Exercício adequado, jogos, música - todas as coisas que ele aprecia e que
contribuem para sua felicidade, e, portanto, para sua saúde física e mental, são também
boas para o eu médio. Se abusarmos do eu básico e do seu corpo, nós, os hóspedes na
casa corporal também sofremos.
Felizmente a união é de tal natureza, que somos capazes de sentir e desfrutar,
através do eu básico, de todas as coisas que lhe dão prazer. De modo inverso, embora
ele não possa entender muitas das coisas que o eu médio gosta de fazer, comparti lha em
uma larga escala dos sentimentos do prazer desfrutados pelo “irmão mais velho". Parece
ficar como um espectador interessado, mas está disposto a ajudar, sem queixa, durante
horas, fazendo o que o ensinamos a fazer como sua parte no trabalho que queremos
realizar. Ele costura, corta e experimenta, mesmo quando os dedos são picados e as
costas doem. Maneja as ferramentas, faz o lado mecânico do trabalho e realiza
infindáveis tarefas, que não lhe dão nenhum prazer sensorial, mas que ele aprecia de sua
própria maneira, porque o eu médio está apreciando o que quer que seja que esteja
sendo feito.
Em condições normais, a união entre os eus básicos e médio é muito satisfatória.
Chega muito perto de ser um exemplo de perfeita cooperação e interdependência. Em
condições anormais, quando se nega ao eu básico sua participação devida na vida, e
quando seus desejos naturais são desconsiderados por um certo período de tempo, uma
guerra não reconhecida toma lugar entre os dois eus. Falta de harmonia engendra falta
de saúde. É muito tolo seguir um modo de vida que torna impossível para os dois eus
viver juntos em harmonia.
O Eu Superior também deve receber seu papel adequado no viver, para ter o
máximo de vida normal e feliz. Quando isto é feito e há harmonia nesta íntima união
dos nossos três eus, as condições estarão no seu melhor aspecto, tanto nesta vida quanto
na próxima.
EXERCÍCIOS
encorajarei outros a fazer o mesmo. Lutarei diariamente para tornar normal a minha
visão da vida, em todas as coisas.
AFORISMO VIII: Feliz é o homem que cessa de viver como mandou algum
líder cego de cegos, e usa seu senso comum dado por Deus, para vencer os
obstáculos até o normal em todas as coisas. Amar o Eu Superior é normal. Amar o
eu básico é uma forma de saúde e felicidade. Amar e trabalhar generosa e
utilmente com aqueles ao redor de nós é meio seguro para o crescimento e
contentamento. O sucesso é ter o suficiente, a fim de que possa alimentar o
próximo necessitado. Ter mais que o suficiente e deixar de alimentar o próximo
faminto é a pior das falhas. Ter vida em seu corpo e deixar de compartilhá-la com
o Pai-Mãe é cortejar o desastre. Em primeiro lugar, busque conhecer-se. Depois
disso, esforce-se para conhecer e entender aqueles ao redor de você.
Assim, chegamos ao fim das leituras, Não houve muitas delas, mas os princípios
estabelecidos e os exercícios sugeridos para uso no aprender a fazer o máximo das
coisas que chegamos a conhecer, consumirá dias, semanas e meses de tempo e esforço
para a maioria de nós. Mas o crescimento evolutivo é digno de qualquer esforço e as
recompensas ao longo do caminho são muitas. As boas coisas que podem ser dadas pelo
amoroso Pai-Mãe são infindáveis, uma vez que aprendamos a trabalhar sob sua sábia
orientação.
A senda não é nova. O alvo ainda é integração ou união - unidade com o Eu
Superior e amorosa cooperação entre os três eus, depois entre nós próprios e os que nos
cercam. Não há pressa. Temos todo o tempo que existe, mas a felicidade vem de
prosseguir e certos sofrimentos, de estacionar ou regredir. O Caminho está marcado
claramente. Podemos prosseguir sem perigo de ficarmos perdidos, com serenidade e
confiança. Nossa salvação repousa em nossas próprias mãos, se apenas tomarmos as
medidas necessárias para obtê-la.
FIM