Gestão de Stocks
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Gestão de Stocks
9 – GESTÃO DE STOCKS
Não é raro que o montante de compras atinja 50% do volume de vendas da empresa. Pode-
mos afirmar que uma redução das encomendas, de somente 2%, ligada a uma sã gestão de
stocks, conduz a uma economia de 1% sobre as vendas.
Por outro lado a introdução das novas orientações estratégicas à gestão empresarial conduzi-
ram à segmentação da intervenção das empresas no ciclo total de obtenção dos produtos,
originando um aumento das aquisições de produtos semi-acabados e serviços, de modo a
permitir a concentração dos activos das empresas no núcleo duro do negócio, a fim de ganhar
competitividade. Um exemplo na cerâmica será a aquisição de pasta preparada. Quantas fábri-
cas, há vinte anos ou mesmo há dez anos atrás, adquiriam pasta preparada para utilizarem na
sua produção? A formulação da pasta era um “segredo” bem guardado e cada fábrica, por
mais pequena que fosse, tinha a sua própria pasta que não vendia a ninguém. O mesmo se
está a passar em relação aos vidrados, em relação aos moldes, etc.
Fora do sector da cerâmica, temos outros exemplos.
Qualquer destes exemplos mostra que a gestão dos stocks e das compras são factores de
relevância na gestão actual das empresas.
Mas a gestão de stocks não constitui uma célula isolada na empresa. Em resumo, a gestão de
stocks, para além de uma organização própria que responda ao conjunto de economias possí-
veis de realizar, encontra-se, no seio da empresa, como um órgão integrado numa organização
global que, caso não esteja suficientemente desenvolvida, bloqueia a sua acção e a concreti-
zação dos seus objectivos.
São diversas as razões que estão na base da existência de stocks. Passamos a enumerar
aquelas que nos parecem mais importantes.
Fluxo das entradas e fluxo das saídas com diferentes ritmos
Erros de previsão
Produção por lotes
Produzir mais do que é necessário
Prazos de fornecimento e pouca habilidade na negociação dos prazos acordados
Deficiências de qualidade
Sistemas fabris não balanceados (diferenças de cadências entre os equipamentos) ori-
ginando stocks entre as operações.
E ainda, muitas vezes ligados ao processo do fabrico
produção antecipada para reduzir o prazo de satisfação dos clientes
produção antecipada para regular as oscilações da procura e para compensar irre-
gularidades da fabricação (avarias, paragens, etc.)
mudanças de fabrico.
Para reduzir o stock é necessário reduzir o ciclo de produção, mas para isso é fundamental
reduzir a dimensão dos lotes
fiabilizar o equipamento
eliminar as não conformidades
reduzir o tempo de mudança de série.
Os stocks suportam, para além do custo de ruptura, duas espécies de custo: custo de passa-
gem encomendas para a constituição e reabastecimento e que vai somar-se ao preço de com-
pra artigos e custo de posse inerente à sua existência e que vai agravar os preços de saída de
armazém
Custo de Passagem
Custo de Posse
Custo de Ruptura
Por outro lado, o custo da ruptura em manutenção é devido à falta de uma peça de substituição
o que dá origem a um conjunto de consequências financeiras que depende da peça e da má-
quina, da taxa de utilização da máquina e das possibilidades de reparação.
O custo de ruptura tem em conta o tempo suplementar t entre o tempo de reparação t1 com a
peça existindo no stock e o tempo t2 para arrancar a instalação quando a peça não existe no
stock.
Durante este tempo ( t2 – t1 ), o custo da ruptura integra, para além do custo de posse dos pro-
dutos em curso de fabrico e do suplemento de desperdícios, a
A gestão física de stocks preocupa-se, por um lado, com a organização do espaço físico ocu-
pado em armazém e por outro com a conservação e movimentações necessárias desde a
recepção dos materiais, até à sua entrega aos utilizadores internos ou clientes externos.
Compreende a definição:
do layout de implantação dos armazéns
do plano de arrumação dos materiais
dos meios de movimentação associados
do plano de conservação dos materiais
É indispensável o conhecimento do preço unitário dos artigos para os poder integrar no cálculo
dos preços de custo dos produtos finais ou em curso. È portanto necessário que os stocks e os
seus movimentos sejam correctamente valorizados.
A Gestão Administrativa dos Stocks controla os fluxos de informação e fiabiliza os dados reco-
lhidos, ao mais baixo custo, através:
da gestão eficiente do processo de recepção
do registo correcto e funcional das movimentações
do controlo do inventário permanente
da gestão eficiente do processo do reaprovisionamento
do controlo contabilístico dos stocks.
Os materiais dentro da empresa estão sujeitos aos mais diversos tipos de movimentos. Destes,
os mais utilizados são os seguintes:
Saídas para utilização interna - produtos requisitados para uso na própria empresa e que
originam a redução das existências
Expedição - movimento de saída para o exterior que conduz à redução das existências
Transferências - movimentos entre armazéns ou entre locais de armazenagem, que não con-
duzem ao aumento em termos globais do inventário
Convém, no entanto realçar que todos estes movimentos devem ser reduzidos ao míni-
mo estritamente indispensável.
A valorização de qualquer elemento do Activo do Balanço de uma empresa tem reflexos natu-
rais ao nível dos seus Resultados pelo que os critérios de valorização dos stocks têm de ser
ponderados com toda a prudência.
Os critérios de valorização correntemente utilizados são os seguintes:
A utilização deste critério faz distribuir por todos os artigos em stock com o mesmo código, as
alterações de custo resultantes de novas entradas. Obtendo-se assim uma Valorização ao
mesmo custo de todos os artigos desse código. É um critério correntemente utilizado e bem
aceite pelo Fisco.
♦ 2 – Custo standard
É fixado um valor standard para cada artigo de stock. Todos os movimentos se processam com
base no valor estabelecido para o período de referência (normalmente 1 ano).
Os desvios, entre os valores reais e o standard fixado, vão a contas de desvios e são regulari-
zados no final do exercício.
É um método também muito utilizado e bem aceite pelo Fisco.
Este critério assume que o último lote que entrou será o primeiro a sair.
Os artigos iguais são valorizados de acordo com o lote que esteve na origem da sua entrada.
As saídas são valorizadas em função do lote movimentado na ordem inversa da sua entrada
(último a entrar - primeiro a sair).
Este critério conduz a uma tendência de inflacionamento do custo dos produtos produzidos,
uma vez que se utilizam sempre os lotes mais recentes existentes em stock.
Em contrapartida as existências são tendencialmente subavaliadas, uma vez que se mantém
os lotes mais antigos que integram o stock.
Segue a mesma lógica do LIFO, considerando que as saídas se efectuam ao valor de merca-
do. Este critério afecta sobretudo a valorização dos produtos onde são imputados os artigos
movimentados
O problema da gestão económica dos stocks não se centra na aplicação de métodos de ges-
tão, mas na selecção do melhor método para cada artigo, conforme a sua identidade, as suas
características de consumo, de preço e de prazo, e os custos associados à armazenagem,
reabastecimento e ruptura.
Trata-se de garantir o abastecimento dos utilizadores ao menor custo total através da:
a) minimização dos custos de posse e de passagem
b) redução dos obsoletos
c) redução das rupturas.
Para o efeito
é preciso saber calcular com exactidão o stock médio
em quantidade e em valor e
avaliar os resultados obtidos com os métodos aplicados
Para medir a eficiência da utilização de um stock recorre-se a indicadores que traduzem a rela-
ção entre o consumo e o stock médio detido.
Traduz o número de vezes que o stock se renova. Quanto mais elevada for esta taxa tanto
melhor é a gestão adoptada. Este indicador pode apresentar valores que se situam num inter-
valo muito largo que pode ir de valores inferiores à unidade até 100, dependendo do tipo de
artigos e da indústria de referência. Todavia considera-se positivo, um rácio superior a 5 para
uma indústria tradicional.
Se o consumo anual de um artigo for de 60 000 € e se o stock médio no período foi de 15 000
€, a taxa de rotação será igual a 4, o que significa que o stock se renova quatro vezes por ano
ou de 3 em 3 meses.
O stock médio deverá ser calculado somando o stock no final de cada mês ao longo do ano e
no final dividir por 12.
Stock médio
Taxa de cobertura =
Consumo médio mensal
Este indicador traduz o número de meses de consumo assegurado pelo stock médio.
Existe ainda um terceiro indicador que se traduz pela taxa de ruptura dos stocks e que se
pode medir através do seguinte rácio:
É difícil definir um valor óptimo para esta taxa dado que é função de um elevado número de
variáveis, todavia poderemos considerar como valores razoáveis para a taxa de ruptura um
intervalo entre os 2% e 4% para o stock global.
É impossível prever o consumo ou a necessidade de um dado artigo com uma precisão perfei-
ta. Isto significa que variações devidas a erros de previsão ou a acontecimentos excepcionais
introduzem factores suplementares que afectam a planificação. Para antecipar flutuações que
não se podem prever, é usual introduzir stocks nos sistemas que permitem compensar todas
as variações, dentro das previsões efectuadas.
Para planificar o stock deve-se saber quando o artigo deverá ser armazenado e quantas unida-
des são preciso armazenar. Para isso é necessário prever o consumo médio e a variância
(desvio padrão) associada, no modelo de stock considerado, de modo a que, respondendo às
solicitações em prazo e em volume, se minimizar o custo médio envolvido.
O controlo do stock, em particular para o curto prazo é, em muitos casos, um meio mais prático
e mais barato de tomar em consideração o problema das flutuações dos pedidos, do que os
métodos de previsão muito sofisticados.
Convirá todavia, acentuar que estamos a tratar de modelos de consumo independentes. Nos
modelos de consumo dependentes, em que o consumo de um artigo está directamente relacio-
nado com as necessidades do composto ao qual está ligado, serão utilizadas técnicas que se
combinam com as que iremos estudar, nomeadamente o MRP – Materials Requirement Plan-
ning ou Planeamento das Necessidades de Materiais e o já referido Just-in-Time.
Uma vez inventariados, identificados e classificados os artigos e conhecido o valor dos consu-
mos anuais, a empresa possui os mecanismos para a aplicação os métodos de gestão.
Uma primeira etapa para definir o método mais económico consiste na repartição dos artigos
segundo o método ABC, seleccionando os stocks em função da importância do valor do con-
sumo de cada artigo.
Mas esta repartição não é suficiente para se resolver completamente o problema que se põe à
gestão económica dos stocks. e que se resume em saber:
QUANDO ENCOMENDAR
E
QUANTO ENCOMENDAR
No entanto, a teoria dos stocks assenta sempre sobre a análise dos registos do passado.
Daí que a aplicação dos métodos de gestão deva incidir em particular nos artigos das classes
B e C. Os artigos da classe A deverão ser objecto de um tratamento específico não devendo
estar completamente dependentes de leis estatísticas.
Este método insere-se nos métodos de previsão. O objectivo central dos métodos de previsão
consiste em isolar o melhor possível a lei dos consumos que caracteriza a sua utilização.
3) Uma mistura das duas abordagens, essencialmente uma correcção das previsões
baseadas nas expectativas do futuro a partir das projecções do histórico de consumos.
Quando se verifica uma tendência regular na lei dos consumos, pode ser definida uma recta
y = ax + b , chamada recta de tendência” que procura minimizar a soma dos quadrados das
distâncias entre cada valor de consumo e uma recta a determinar para a mesma abcissa.
Q(y)
em que:
a=
∑Q ⋅ t − n ⋅ t ⋅ Q e b = Q −a⋅t
∑t −n⋅t
2 2
sendo:
b - Ordenada na origem
a - inclinação da recta
Q - média dos valores de consumo tomados em ordenadas
t - média dos valores de tempo considerad os nas abcissas
n - número de pontos considerad os na série em estudo
t - abcissa considerad a
Q - ordenada em cada ponto
Exemplo:
Março 500 kg
Abril 550 kg
Maio 550 kg
Junho 600 kg
Julho 630 kg
Agosto 650 kg
Q
t t2 Q.t
(consumo)
Março 1 500 1 500
Abril 2 550 4 1.100
Maio 3 550 9 1.650
Junho 4 600 16 2.400
Julho 5 630 25 3.150
Agosto 6 650 36 3.900
21 3.480 91 12.700
Média = 3,5 580 15,17 2116,667
n= 6
Definição
PRAZO DE APROVISIONAMENTO
O prazo de aprovisionamento de um artigo é o prazo real total que decorre desde a comunica-
ção da necessidade até à disponibilização do artigo, quer dizer, que além do prazo fixado pelo
fornecedor é necessário juntar:
prazo de recepção, que decorre desde a chegada do artigo ao armazém até ao seu
registo de entrada no stock. Compreende o prazo de recepção qualitativa e de
recepção quantitativa.
P APR
= PADM + PFORN + PRECEP
Se o stock fosse renovado duas vezes/ano variaria de 400 a 0 unidades em 6 meses e o seu
nível médio fixar-se-ia em 200 unidades.
É o valor deste nível médio que pesa na carga financeira dos stocks e isto mostra que
ela é influenciada pela quantidade encomendada e pelo número de encomendas feitas
no ano.
Qte. Qte.
800 800
400 400
200
Suponhamos que para um dado artigo, o nível de stock é 80 e que o consumo é de 10 unida-
des/semana, em média.
Deste modo, stock será nulo na 8ª semana
Para evitar uma ruptura é necessário efectuar uma nova encomenda tendo em conta o prazo
de entrega. Se este fosse de 3 semanas, a encomenda seria feita na 5ª semana.
Ponto de
encomenda
Tempo
to t1 t2
d
Prazo teórico
de entrega da
encomenda
Portanto, lançar-se-á a encomenda de modo que esta entre em armazém, não quando o stock
é nulo, mas quando tiver caído a um nível chamado "stock de segurança".
Ponto de
encomenda
Stock de
Tempo
segurança
to d t1 t2
O conhecimento deste custo permite calcular o custo médio de lançamento de uma encomen-
da. Sendo:
a custo de passagem da encomenda de um determinado artigo
Q quantidade de cada encomenda desse artigo
S consumo anual do artigo
O custo médio anual de lançamento das encomendas, para um determinado artigo, obtém-
se multiplicando o número de aprovisionamentos anuais (S/Q) desse artigo pelo custo unitário
de passagem, seja:
S
⋅a
Q
Se o consumo anual for constante, quanto maior for a quantidade de cada encomenda, menor
será o número de encomendas anuais e menor será o custo médio de lançamento por unidade
do artigo.
O custo anual de posse do stock é expresso em função do valor do stock, através da taxa
anual de posse do stock ( t ). Compreende o custo do capital imobilizado, os seguros, o custo
de funcionamento do armazém, a obsolescência e a depreciação e as perdas por deterioração.
O seu montante é directamente proporcional ao valor do stock e à classe de risco dos materiais
armazenados
Este risco é difícil de calcular. Na prática, o melhor método consiste em não o correr e a limitar
a quantidade de encomendas dos artigos susceptíveis de obsolescência ou de depreciação.
Percentagem calculada por estatística, a seguir aos inventários físicos. Visa fazer face a per-
das que acontecem devido a deficiente manipulação ou acondicionamento e a possíveis rou-
bos.
Q
⋅u⋅ t
2
Em média, a taxa anual de posse do stock pode representar 10% a 20% do valor investido nos
stocks.
Como estes dois resultados são inversos, é preciso procurar a solução que os optimize. A
quantidade resultante é exactamente a Quantidade Económica de Encomenda.
180
160
Cus to A nual
140
120
Cus to A nual de
V ALORES
100 P os se de S tock
80
60
Cus to A nual
40 de P ass agem
20
0
0 20 40 60 80 100
QUANTIDADE
S
- do custo anual de lançamento das encomendas ⋅a
Q
seja então:
S Q
y = u⋅S + ⋅a + u⋅t ⋅
Q 2
dy S u⋅t 2⋅S⋅a
= 0 ⇒ 0 − 2 ⋅a + =0 ⇒ = Q2
dQ Q 2 u⋅t
2⋅S⋅a
Qe =
u⋅t
Designamos por
S
Sf − Res + Ec − ⋅d = 0
12
É preciso que essa quantidade seja aumentada do Stock de Segurança (Ss) se nos quiser-
mos prevenir contra variações do consumo durante o prazo de aprovisionamento ou varia-
ções do próprio prazo de aprovisionamento
Obtemos assim:
S
Sf − Res + Ec = ⋅ d + Ss
12
S
PE = ⋅ d + Ss
12
Sp = Sf − Res + Ec
Sp ≤ PE
Qcomprar = Q económica + PE − Sp
Exemplo de aplicação
u=3€ Sf = 500 un
S = 2000 un Ec = 50 un
a = 15 € Res = 450 un
t = 20% Ss = 10 un
d = 20 dias
2 Sa 2 × 2000 × 15
Qe = = = 316 un
ut 3 × 0, 2
S 2000 20
PE = d + Ss = × + 10 = 121un
12 12 30
Sp ≤ PE
S Qe
Custo Económico Total = u ⋅ S + ⋅a + u⋅ t ⋅
Qe 2
2000 316
Custo Económico Total = 3 × 2000 + × 15 + 3 × 0,2 × = 6189,74€
316 2
6189,74
Custo Económico Previsto (unitário) = = 3,095€
2000
Se, aplicando o método de gestão de stocks, o custo económico previsto for maior que o
custo (real) actual, quer dizer que ou o método não foi bem aplicado ou há variáveis
cujos valores não são exactos. Neste caso abandona-se temporariamente o método até
possuirmos valores mais consistentes.
Este método consiste em encomendar quantidades variáveis em intervalos fixos. Este método
consiste em encomendar quantidades variáveis em intervalos fixos. È usado quando a um
mesmo fornecedor compramos diversos materiais e pretendemos que o seu reaprovisionamen-
to seja simultâneo, para reduzir custos de lançamento da encomenda, para reduzir custos de
transporte, etc
A primeira questão que se nos coloca é quando encomendar? Ou seja, de quanto em quanto
tempo é que eu faço a encomenda? – daí que também se chame a este método o Método do
Ciclo de Revisão Fixo.
Quando encomendar ?
Se lançarmos N encomendas por ano , a quantidade média de cada encomenda será S/N, e o
custo anual global (Y) será :
S
Y = u ⋅S + a ⋅N + u ⋅t ⋅
2N
u ⋅t ⋅S
N=
2a
N é assim, o número óptimo de encomendas que conduz ao valor mais baixo do custo anual
global
12 12 2a
p= = p = 12 ⋅
N u ⋅t ⋅S u ⋅t ⋅S
2a
Quanto encomendar ?
A quantidade que devemos encomendar, partindo do zero, para nos precavermos durante o
período de aprovisionamento (p) e durante o prazo de aprovisionamento (d), acrescida do
stock de segurança (Ss) será:
S
Qmáx = ⋅ ( p + d ) + Ss
12
Qcomprar = Qmáx − Sp
Ss = zσ (Q ) d
1
Há, no entanto, autores que consideram o Stock de segurança dado pela expressão:
Ss = zσ (Q ) (d + p )
Esta expressão conduz a valores do stock de segurança mais elevados.
Pode acontecer que durante o período de aprovisionamento (p) os consumos sejam anormais
e antes de chegarmos à data de lançamento da encomenda podemos atingir a ruptura. Para
evitar essa situação, define-se um valor de stock (stock de alarme) que uma vez atingido dará
lugar a uma encomenda fora do período. Este stock deve então fazer face aos consumos
durante o prazo de aprovisionamento e às flutuações do consumo no mesmo prazo.
É dado pela expressão:
S
SA = ⋅ d + Ss
12
Trata-se, portanto, de se precaver contra os desvios em relação aos valores escolhidos para
determinar o Ponto de Encomenda. Calcule-se então de novo este Ponto de Encomenda.
Fazendo
S
=M
12
1
Assis, Rui et Figueira, Mário – Microstock, IAPMEI
PE = (M + σ (M) ) × (d + σ (d) )
PE = Md + Mσ ( d ) + dσ ( M ) + σ ( M )σ ( d )
PE = M ⋅ d + (M ⋅ σ (d) + d ⋅ σ (M) )
Sendo o Ponto de Encomenda igual a :
PE = M ⋅ d + Ss
No caso dos métodos que estamos a estudar, o período de risco é igual ao prazo de aprovi-
sionamento (trata-se efectivamente de um período de tempo em que qualquer reposição, por
excesso de consumo ou por alargamento do prazo, traz custos suplementares)
Ss = zσ (Q ) d [2]
Em que:
Z Valor fornecido pela Tabela 1 (função do risco de ruptura)
d prazo de aprovisionamento
RISCO DE RISCO DE
VALOR DE Z VALOR DE Z
RUPTURA (%) RUPTURA (%)
0,01% 3,719 7,35% 1,450
0,05% 3,290 8,07% 1,400
0,10% 3,090 8,85% 1,350
0,25% 2,807 10,00% 1,282
0,50% 2,576 13,56% 1,100
1,00% 2,326 15,86% 1,000
2,50% 1,960 22,67% 0,750
4,01% 1,750 25,00% 0,674
5,00% 1,645 30,87% 0,500
6,68% 1,500 50,00% 0,000
EXEMPLO
Muitas vezes o gestor depara-se com ofertas de descontos nos preços dos bens a adquirir em
função das quantidades compradas. Esses descontos podem assumir, basicamente, duas for-
mas:
Caso 1
Oferta de uma percentagem de desconto no preço de compra desde que se adquira mais do
que uma determinada quantidade.
Caso 2
Variação dos preços de compra conforme escalões de quantidades compradas.
Ex: até 99 unidades preço = 50/un
de 100 a 199 unidades preço = 45/un
200 ou mais unidades preço = 40/un
Como decidir ?
Caso1
Partindo do princípio que nos é proposta uma quantidade Qa a um preço unitário u’
1º - Calcular a Qe (com o preço unitário base – u)
2º - Calcular Qe’ (com o preço unitário com desconto – u’)
Se Qe’ ≥ Qa Comprar a quantidade proposta
Se Qe’ < Qa Calcular o custo anual (Y) do stock com e sem desconto
Exemplo
Para um produto com o seguinte perfil de consumo:
u= 900 u.m
S= 3500 unidades
a= 5000 u.m
t= 20%
o fornecedor propôs-nos fornecer 4500 unidades a um preço (u’) = 765 u.m. (15% de descon-
to). Devemos ou não aceitar?
1º - Calcular Qe
2 ⋅S ⋅a 2 × 3500 × 5000
Qe = = = 440
u ⋅t 900 × 0,2
2º - Calcular Qe’
Como QE’ < QA nada podemos concluir pelo que é necessário calcular o custo anual global
para U e U’.
Sem desconto
Com desconto
Como Y(Qa)<Y(Qe) (302563 < 322973) podemos concluir que é vantajoso aceitar a proposta
do fornecedor.
Caso 2
Neste caso podemos seguir o método de cálculo que se expõe:
1. Calcular para o preço mais baixo a quantidade económica. Se face
às condições do problema esta quantidade for praticável, este é o 2⋅S ⋅a
Qe =
lote escolhido. Caso contrário continuar a calcular as quantidades u ⋅t
económicas até encontrar a primeira possível.
3. O valor que apresentar o custo total mais baixo é o lote que se vai adquirir.
Exemplo
Para um produto com o seguinte perfil de consumo:
S= 3500 unidades
a= 5000 u.m.
t= 20%
QUNTIDADE PREÇO
100 - 599 700
600 - 1999 650
2000 ou mais 600
1º Passo
2º Passo
Para Qe = 233 e u = 700
3º Passo
A quantidade a adquirir é 600 unidades porque é a que apresenta um custo económico mais
baixo (674167 u.m.). Todas as outras apresentam custos económicos mais elevados.
QUESTÕES DE REVISÃO