Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

TD ENEM Justiniano AULA 03 Prof DANILO

Fazer download em doc, pdf ou txt
Fazer download em doc, pdf ou txt
Você está na página 1de 6

COLÉGIO ESTADUAL JUSTINIANO DE SERPA 3

PREPARATÓRIO ENEM: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Prof. Danilo Rodrigues.


FIGURAS DE LINGUAGEM Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro
São recursos que tornam mais expressivas as
mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras A tua piscina tá cheia de ratos
de sintaxe e figuras de pensamento. Essa classificação Tuas ideias não correspondem aos fatos
se dá de acordo com a finalidade e os recursos utilizados O tempo não para
pelo produtor de um texto ou falante. Eu vejo o futuro repetir o passado
No nosso cotidiano, costumamos utilizar muitas Eu vejo um museu de grandes novidades
figuras de linguagem, principalmente, as figuras de O tempo não para
pensamento que modificam a idéia original de uma Não para, não, não para
palavra ou sentença. Um texto com essas figuras chama
mais a atenção do leitor, daí o uso predominante delas Dias sim, dias não
em textos publicitários e humorísticos. Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Na língua falada, o uso delas é muito intenso, Da caridade de quem me detesta
quem nunca disse: “morri de rir” ou “estou morrendo de A tua piscina tá cheia de ratos
fome”, “braço da cadeira”, “fome de leão” etc. Como já foi Tuas ideias não correspondem aos fatos
dito, as figuras de linguagem dão mais expressividade e O tempo não para
originalidade ao texto ou a fala de alguém.
Eu vejo o futuro repetir o passado
FIGURAS DE PALAVRAS Eu vejo um museu de grandes novidades
São as figuras de linguagem mais comuns no nosso O tempo não para
cotidiano. Elas trabalham o significado de uma palavra Não para, não, não para
ou expressão utilizada em um enunciado. Algumas
figuras são bem conhecidas, confira: b) antítese: é o emprego de idéias ou termos opostos
em num enunciado.
a) metáfora: é a substituição de um termo por outro Ex: “Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.”
devido a semelhança entre ambos.. “A tristeza de uns é a alegria de outros”.
Ex: Esta menina é uma cobra.

O TEMPO NÃO PARA - Cazuza

Disparo contra o sol


Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara

Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara
Mas se você achar
Que eu tô derrotado
c) hipérbole: é o exagero na expressão de ideias.
Saiba que ainda estão rolando os dados
Ex: Estou morrendo de fome. Ela morreu de rir daquela
Porque o tempo, o tempo não para
piada.
Dias sim, dias não Não vivo um segundo sem você.
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta d) ironia: Consiste no emprego de palavras, expressões
ou períodos que querem dizer o contrário do que está
A tua piscina tá cheia de ratos
sendo dito.
Tuas ideias não correspondem aos fatos
Ex: Que bonito, Pedrinho! Tirou nota zero em cinco
O tempo não para
matérias.
Eu vejo o futuro repetir o passado “Bebeu e está dirigindo? O testamento está pronto?”
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para e) Prosopopeia: Também chamada de personificação, é
Não para, não, não para a figura que atribui ações, atitudes ou características
humanas a seres inanimados.
Eu não tenho data pra comemorar Ex: “Agora agüenta coração! Já que inventou essa
Às vezes os meus dias são de par em par paixão (...)”
Procurando uma agulha num palheiro
Nas noites de frio é melhor nem nascer f) Sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão,
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.
E assim nos tornamos brasileiros Ex: A sua voz áspera intimidava a plateia.
Esse perfume tem um cheiro doce.
COLÉGIO ESTADUAL JUSTINIANO DE SERPA 3
PREPARATÓRIO ENEM: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Prof. Danilo Rodrigues.
g) eufemismo: é o emprego de palavras ou expressões
que visam atenuar ou suavizar palavras muito fortes ou Questão 01 (ENEM)
negativas.
Ex: Ele ganha muito dinheiro se apropriando de coisas Cidade grande
alheias.
Roberto está com uma indisposição estomacal. Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)
Entre os recursos expressivos empregados no texto,
destaca-se a:
METONÍMIA: TROCAS OU SUBSTITUIÇÕES A) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem
referir-se à própria linguagem.
A metonímia é uma das figuras de linguagem mais B) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora
comuns, principalmente em textos publicitários. Consiste outros textos.
em utilizar um termo no lugar de outro para designar C) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se
algo. Seu estudo deve ser feito a parte, pois existem pensa, com intenção crítica.
diferentes tipos, como veremos agora: D) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em
a) Autor pela obra; seu sentido próprio e objetivo.
Nunca li José de Alencar, prefiro Machado de Assis.
Solange só ouve Fábio Júnior e Djavan.
Apreciamos bastante Picasso e Van Gogh.
b) Continente pelo conteúdo;
Ex: Maria, me dá um copo d’água, por favor!
Neste carnaval, bebi dez latas de cerveja.
Ele me negou um prato de comida.
c) A marca pelo produto;
Ex: “Neste natal, dê um vivo a quem você ama”.
“Faça a revisão do seu Volkswagen com os doutores em
Volkswagen”. E) prosopopeia, que consiste em personificar coisas
inanimadas, atribuindo-lhes vida.

Questão 02 (ENEM)
Oxímoro (ou paradoxo) é uma construção textual que
agrupa significados que se excluem mutuamente. Para
Garfield, a frase de saudação de Jon (tirinha abaixo)
expressa o maior de todos os oximoros.
Nas alternativas abaixo, estão transcritos versos
retirados do poema “O operário em construção”. Pode-
se afirmar que ocorre um oximoro em:
A) "Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão."
B) "... a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão."
C) "Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
d) Parte pelo todo; Um mundo novo nascia
Ex: Não temos um teto para morar. De que sequer suspeitava."
Não faltam braços no Brasil a fim de trabalhar.
D) "... o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário."
E) "Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão."
MORAES, Vinícius de. Antologia Poética. São
Companhia das Letras, 1992.
Questão 03 (ENEM)
EXERCÍCIOS
COLÉGIO ESTADUAL JUSTINIANO DE SERPA 3
PREPARATÓRIO ENEM: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Prof. Danilo Rodrigues.
BICHO URBANO
Se disser que prefiro morar em Pirapemas Questão 05 (ENEM)
ou em outra qualquer pequena cidade do país O termo (ou expressão) destacado que está empregado
estou mentindo em seu sentido próprio, denotativo ocorre em
ainda que lá se possa de manhã A) “(....) É de laço e de nó/ De gibeira o jiló/ Dessa vida,
lavar o rosto no orvalho cumprida a sol (....)”
e o pão preserve aquele branco (Renato Teixeira. Romaria. Kuarup Discos.Setembro de 1992.)
sabor de alvorada.
..................................................................... B) “Protegendo os inocentes/ é que Deus, sábio demais,/
A natureza me assusta. põe cenários diferentes/ nas impressões digitais.”
Com seus matos sombrios suas águas (Maria N. S. Carvalho. Evangelho da Trova. /s.n.b.)
suas aves que são como aparições C) “O dicionário-padrão da língua/ e os dicionários
me assusta quase tanto quanto unilíngües são os tipos mais comuns de dicionários. Em
esse abismo nossos dias, eles se tornaram um objeto de consumo
de gases e de estrelas obrigatório para as nações civilizadas e desenvolvidas.”
aberto sob minha cabeça. (Maria T. Camargo Biderman. O dicionário-padrão da língua.
(GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Alfa (28), 2743, 1974 Supl.)
Janeiro: José Olympio Editora, 1991)
D)
Embora não opte por viver numa pequena cidade, o
poeta reconhece elementos de valor no cotidiano das
pequenas comunidades. Para expressar a relação do
homem com alguns desses elementos, ele recorre à
sinestesia, construção de linguagem em que se
mesclam impressões sensoriais diversas. Assinale a
opção em que se observa esse recurso
A) "e o pão preserve aquele branco / sabor de
alvorada."
B) "ainda que lá se possa de manhã / lavar o rosto no
orvalho" (O Globo. O menino maluquinho. agosto de 2002.)
C) "A natureza me assusta. / Com seus matos
sombrios suas águas" E) “Humorismo é a arte de fazer cócegas no raciocínio
D) "suas aves que são como aparições / me assusta dos outros. Há duas espécies de humorismo: o trágico e
quase tanto quanto" o cômico. O trágico é o que não consegue fazer rir; o
E) "me assusta quase tanto quanto / esse abismo / de cômico é o que é verdadeiramente trágico para se fazer.”
gases e de estrelas" (Leon Eliachar. www.mercadolivre.com.br. acessado em julho
de 2005.)
Questão 04 (ENEM)
QUADRO SÍNTESE
Amor é fogo que arde sem se ver; (Figuras de Linguagem)
é ferida que dói e não se sente; Metáfora Associação de ideias
é um contentamento descontente;
é dor que desatina sem doer; Antítese Ideias opostas / antônimos
É um não querer mais que bem querer; Hipérbole Exagero
é solitário andar por entre a gente; Eufemismo Suavização de ideias
é nunca contentar-se de contente;
é cuidar que se ganha em se perder; Ironia Dizer o contrário do que se afirma
É querer estar preso por vontade; Prosopopeia Humanização de seres / ideias
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata lealdade. Sinestesia Sentidos / impressões

Mas como causar pode seu favor Oximoro Contradições / paradoxos


nos corações humanos amizade, Metonímia Trocas / substituições
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões
O poema tem, como característica, a figura de
linguagem denominada antítese, relação de oposição
de palavras ou idéias. Assinale a opção em que essa
oposição se faz claramente presente.
A) “Amor é fogo que arde sem se ver.”
B) “É um contentamento descontente.”
C) “É servir a quem se vence, o vencedor.”
D) “Mas como causar pode seu favor.”
E) “Se tão contrário a si é o mesmo Amor?”
COLÉGIO ESTADUAL JUSTINIANO DE SERPA 3
PREPARATÓRIO ENEM: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Prof. Danilo Rodrigues.
ATENÇÃO!
As marcas de intertextualidade podem se
manifestar em textos que apresentam certos processos
de apropriação linguística, tais quais a:
a) Epígrafe (do grego epi = em posição superior +
graphé = escrita) - constitui uma escrita introdutória a
outra. Geralmente é uma citação utilizada na abertura de
um texto.

b) Citação - é uma transcrição do texto alheio, marcada


por aspas ou pelo discurso indireto ("segundo
Shakespeare", "de acordo com fulano").

c) Paráfrase - é a reescrita de um texto nas palavras do


autor. Ela não se confunde com o plágio, pois quem
parafraseia deixa clara sua intenção e a fonte (ainda que
não a cite explicitamente).

d) Paródia - é uma forma de apropriação que, em lugar


de transferir o modelo retomado, rompe com ele, sutil ou
abertamente. Ela perverte o texto anterior, visando à
ironia ou à crítica.

INTERTEXTUALIDADE E APROPRIAÇÃO
e) Tradução - a tradução está no campo da
Todo texto que lemos é intertextualidade porque implica em recriação de um
resultado de outro anterior texto.
assim como o nosso discurso.
Essas relações entre os textos
ou idéias expressas pelo ser
humano é um dos temas mais
abordados na prova do ENEM.
Sendo assim, a constante
leitura e o conhecimento de
mundo são imprescindíveis para o candidato. Essa
relação entre os textos é conhecida como
intertextualidade, que se manifesta não só na literatura,
como também na pintura, arquitetura, escultura, cinema,
música, publicidade, linguagem falada.

INTERTEXTUALIDADE
É a influência de um texto sobre outro que o toma
como modelo ou ponto de partida, e que gera a
atualização do texto citado. Pode ser ainda a utilização
de uma multiplicidade de textos ou de partes de textos
preexistentes de um ou mais autores, de que resulta a
elaboração de um novo texto literário.
(Dicionário Eletrônico Houaiss)
COLÉGIO ESTADUAL JUSTINIANO DE SERPA 3
PREPARATÓRIO ENEM: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Prof. Danilo Rodrigues.
REVISÃO: PERÍODOS LITERÁRIOS (SÉCULO XVI AO XIX)

 QUINHENTISMO  REALISMO

Literatura informativa – descritiva, objetiva, sem Machado de Assis – certamente o grande nome
propósitos artísticos. da Literatura Brasileira. Seus romances são
“A Carta” de Caminha. classificados em duas fases: romântica e realista.
Literatura jesuítica- religiosa, doutrinária, No caso do Realismo, Machado explora temas
pedagógica e artística (mesmo que parcialmente) como o adultério, o jogo de interesses, a loucura e
Poesia e teatro de José de Anchieta. o pessimismo humano, além de traçar um perfil
feminino completamente diferente dos românticos.
 BARROCO Características
 Racionalismo, linguagem objetiva;
Gregório de Matos (“Boca do Inferno”) –  Análise psicológica dos personagens;
primeiro poeta genuinamente brasileiro, possuía  Crítica à sociedade burguesa e ao idealismo
varias temáticas: o amor, a fé católica, a crítica romântico;
social e as reflexões filosóficas.
Padre Antônio Vieira – português, escreveu  NATURALISMO
diversas cartas e salmos. O caráter religioso e
pedagógico de seus textos é evidente. Aluísio Azevedo – maior nome do Naturalismo
Características brasileiro, seus romances (O Mulato e O Cortiço)
 Linguagem rebuscada (complexa), uso de figuras exploram o determinismo nos destinos e ações
de linguagem (antítese, paradoxo e hipérbole); dos personagens, os temas de suas obras são
 Dualismos (a fé x o pecado, céu x inferno etc.); polêmicos e nela, a análise psicológica e moral
 Subjetivismo e religiosidade católica; dos personagens são relevantes.
Características
 ARCADISMO  Cientificismo e determinismo;
 Análise do ambiente da obra. Preferência por
Tomás Antônio Gonzaga – produziu poesia lírica ambientes coletivos e corrompidos moralmente;
(Marília de Dirceu) e prosa satírica (As Cartas  Exploração de Patologias sociais;
Chilenas).
Cláudio Manoel da Costa – cultivou  PARNASIANISMO
principalmente o soneto, sua poesia também
possui caráter lírico. Olavo Bilac (“Príncipe dos Poetas”) – poeta de
Características grande talento e prestígio no Brasil do fim do
 Linguagem equilibrada, racional (sem os século XIX e início do XX. Sua poesia caracteriza-
exageros barrocos); se pela perfeição formal, o racionalismo e culto do
 Bucolismo (valorização do ambiente campestre); métrica. Será um dos poetas mais atacados pelos
 Valorização da cultura clássica (mitologia greco- modernistas durante A Semana de 22.
romana); Características
 “Arte pela Arte, valorização da forma do poema;
 ROMANTISMO  Valorização da cultura clássica;
 Linguagem rebuscada (complexa),
Gerações poéticas distintas – cada uma delas  Versos metrificados e rimas raras;
possui temáticas variadas:  Impessoalidade do eu-lírico;
1ª geração ou geração indianista (Gonçalves Dias)
2ª geração ou geração ultrarromântica (Álvares de  SIMBOLISMO
Azevedo)
3ª geração ou geração condoreira (Castro Alves) Cruz e Sousa (“O Cisne Negro”) – sua poesia
Prosa romântica – José de Alencar foi o maior caracteriza-se pela musicalidade, aliterações e
romancista romântico, suas obras são temas como o culto do vago amor espiritualizado e
classificadas através de quatro tendências a cor branca.
(indianista, regionalista, urbana e histórica) Características
Características  Espiritualismo e misticismo;
 Sentimentalismo e individualismo;  Abstracionismo (culto do vago)
 Escapismo e pessimismo;  Musicalidade (aliterações e assonâncias);
 Literatura de caráter nacional e regional;  Linguagem metafórica (sinestesias e metáforas);
 A idealização do amor, do casamento e da
mulher;

REVISÃO: PERÍODOS LITERÁRIOS (SÉCULO XX)


COLÉGIO ESTADUAL JUSTINIANO DE SERPA 3
PREPARATÓRIO ENEM: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – Prof. Danilo Rodrigues.
 PRÉ-MODERNISMO consenso na historiografia literária acerca da
O termo se refere ao período que compreende a continuidade ou não da terceira fase modernista na
produção literária brasileira das duas primeiras décadas atualidade, já que após ela,
do séc. XIX. É considerado um período de transição, que surgiram vários movimentos na
terá fim com o advento da Semana de Arte Moderna, poesia e na prosa brasileira
marco inicial do Modernismo. Prosa e poesia foram como o Concretismo, a Poesia-
valorizadas, revelando, em algumas obras, a continuação Práxis, o Romance Reportagem,
dos propósitos parnasianos e realistas; em outras, uma dentre outros.
conscientização dos problemas sociais brasileiros.
A figura do nordestino, do caipira, do negro, do  PÓS-MODERNISMO
imigrante tornaram-se temas em várias obras, de autores O termo pós-moderno
como Lima Barreto, Monteiro Lobato, Euclides da Cunha ainda é visto com ressalvas por
e Graça Aranha. A poesia de caráter cientificista e com parte de vários críticos literários,
termos antipoéticos foi revelada nos textos de Augusto pois alguns acreditam que o Modernismo persiste, com
dos Anjos. um novo aspecto. Apesar de ainda não termos um
consenso entre os críticos, verifica-se que a literatura
 MODERNISMO atual apresenta um universo de tendências, gêneros,
É o período literário mais extenso de nossa escritores que dão a ela um caráter original,
literatura, com variadas fases e autores. Na verdade, o caracterizando então um novo período de nossa
Modernismo se tornou não apenas uma escola literária, literatura.
mas um estilo de época que marcou o século XX. A Diferentemente de outras escolas, o período
pintura, a escultura, a conhecido como Pós-Modernismo ou Literatura
arquitetura, a música, o teatro e Contemporânea não privilegia um determinado gênero
a dança também estiveram literário; pelo contrário, valoriza a crônica, o conto, o
envolvidos nesse estilo. romance, o teatro, a poesia, a literatura infantil, entre
Primeiramente, o Modernismo outros. São destaques desse período Luis Fernando
no Brasil teve três fases Veríssimo, Lygia Fagundes Teles, Ferreira Gullar, Ariano
principais. Suassuna, Chico Buarque, Paulo Coelho, entre outros.
A primeira fase esteve
relacionada à Semana de Arte A LITERATURA BRASILEIRA HOJE
Moderna de 1922 e ao caráter As últimas produções literárias em nossa literatura, da
revolucionário de autores como Mário de Andrade, década de 70 até o final do século XX, não receberam ainda
Oswald de Andrade e Manuel Bandeira. As principais um estudo mais aprofundado e sistematizado por parte dos
características desse período foram a aproximação da historiadores e críticos literários. Isso se deve a duas razões
prosa e da poesia, a valorização do coloquialismo e do centrais: de um lado, a falta de distanciamento histórico, que
verso livre nos poemas, o experimentalismo formal e a permita um enfoque mais abrangente e crítico; de outro, a
dúvida sobre a qualidade dessa produção, em virtude das
paródia de textos consagrados de escolas anteriores
condições históricas de censura e repressão cultural em que
como o Romantismo e o Parnasianismo.
parte dela foi concebida.
Durante a década de 1970, acreditava-se que o
A segunda fase ficou conhecida pelo fato de ter marasmo cultural em que então se encontrava o país devia-
sido bem eclética na poesia e na prosa. Na poesia, se à ditadura militar. Pensava-se que, com o fim da censura,
destacaram-se Carlos Drummond de Andrade, Vinícius grandes obras literárias viriam à tona.
de Moraes e Cecília Meireles. Temas de caráter intimista, Com a abertura política, na década de 1980, não
místico, lírico, filosófico e aconteceu nada disso. Nenhum grande movimento literário
sociopolítico predominaram. Na estava sendo gestado. Os grandes escritores continuavam
prosa, Grandes nomes de sendo aqueles já consagrados, como Drummond, João
nossa literatura como Rachel Cabral e os concretistas, ao lado de outros que haviam
de Queiroz, Graciliano Ramos, despontado décadas antes e que então se firmaram, como
Jorge Amado, José Américo de Lygia Fagundes Telles, Osman Lins e Mário Quintana.
Almeida e Érico Veríssimo Verificou-se também o aparecimento de uma vasta geração
trouxeram romances que de novos poetas e prosadores, porém sem eu houvesse
focalizaram o regional, os tipos entre eles um projeto literário em comum.
In CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Teresa
sociais, a corrupção política, o Cochar. Português: Linguagens: literatura, produção de
drama da seca no nordeste, textos e gramática. Volume III. 3ª ed. São Paulo: Atual,
entre outros. A esse grupo de romancistas, deu-se o 1999. [p. 398]
nome de “Geração de 30” ou “Prosa Regionalista”.

A terceira fase modernista significou a retomada


de valores combatidos pelos autores da primeira fase: a
rima, a metrificação do poema, a influência de autores
estrangeiros e o vocabulário erudito. Embora não possua
uma homogeneidade em sua configuração, três autores
se destacam nesse período: Guimarães Rosa, Clarice
Lispector e João Cabral de Melo Neto. Não há um

Você também pode gostar