Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Texto 01 - A Origem Dos Batistas

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 6

A ORIGEM DOS BATISTAS

De onde vêm os batistas? Quem fundou esse grupo evangélico? Por que razão foi
fundado e quando? Eis algumas perguntas comuns que ouvimos, cada vez com mais
frequência, à proporção que as igrejas batistas se multiplicam no solo brasileiro.
Podem-se distinguir três teorias a respeito da origem dos batistas. A primeira é a teoria
JJJ ou Jerusalém-Jordão-João. A segunda é a do parentesco espiritual com os
anabatistas do Século XVI. E a terceira é a teoria da origem dos separatistas ingleses do
Século XVII.
Vamos dar um rápido resumo dessas teorias. A primeira diz que os batistas vêm em
linha ininterrupta desde os tempos em que João Batista efetuava seus batismos no rio
Jordão. Foi esposada por historiadores como Thomas Crosby, que escreveu, entre 1738
e 1740, uma História dos Batistas Ingleses , em quatro volumes. Outro historiador, G.
H. Orchard escreveu, em 1855, uma História Concisa dos Batistas Estrangeiros
defendendo a mesma idéia. Perfilharam o mesmo ponto de vista J. M. Cramp,
professor na Nova Escócia, que publicou, em 1868, uma História Batista: Desde os
Princípios até o Fim do Século XVIII, e John T. Christian, professor do Instituto Bíblico,
hoje Seminário Batista de New Orleans que escreveu, em 1922, uma História dos
Batistas Adota também essa teoria um opúsculo largamente difundido no Brasil sob o
título O Rastro de Sangue, da autoria de um pastor batista, J. M. Carrol.
A teoria do parentesco espiritual com os anabatistas do Século XVI foi defendida por
David Benedict, que publicou, em 1848, uma História Geral da Denominação Batista na
América e em Outras Partes do Mundo5 por Richard Cook, que publicou, em 1884,
uma História dos Batistas em Todos os Tempos e Países6 , por Thomas Armitage, que
publicou uma História dos Batistas7 em 1889. O grande historiador batista Albert
Henry Newmann concorda com essa teoria na sua História do Antipedobatismo8
publicada em 1897, o mesmo acontecendo com o famoso iniciador do Cristianismo
Social, o pastor e professor Walter Rauschenbusch.
A terceira teoria afirma que os batistas se originaram dos separatistas ingleses,
especialmente aqueles que eram congregacionais na eclesiologia e insistiam na
necessidade do batismo somente de regenerados. Advogam essa teoria o notável
teólogo Augustus Hopkins Strong e o historiador Henry C. Vedder, professor do
Seminário Teológico Crozer, na Pensilvânia, de 1894 a 1927. Em sua Breve História dos
Batistas9 , publicada em 1907, Vedder declara que depois de 1610 temos uma
sucessão ininterrupta de igrejas batistas, estabelecidas com provas documentais
indubitáveis. Também adota essa teoria o mais recente e respeitado dos historiadores
batistas, Robert G. Torbet, ex-presidente da Convenção Batista Americana, cujo livro
História dos Batistas10 foi publicado em 1950, precedido de um prefácio de outro
grande historiador batista, Kenneth Scott Latourette, professor da Universidade de Yale.
Torbet resume as razões por que aceita essa teoria: 1° Ela não violenta os princípios da
exatidão histórica, como fazem os que procuram afirmar uma continuidade definida entre as
seitas primitivas e os batistas modernos. 2° Os batistas não partilham com os anabatistas a
aversão destes pelos juramentos e pelos cargos públicos e nem adotaram doutrinas
anabatistas, como o pacifismo, o sono da alma e a necessidade de sucessão apostólica para a
ministra-ção do batismo.

A IGREJA NEOTESTAMENTÁRIA
A Igreja Católica Apostólica Romana, cuja organização formal nesse caráter de
suzerana sobre as demais igrejas só vieram a acontecer seis ou sete séculos depois de
Cristo, e muitas igrejas protestantes afirmam que têm origem em Jesus Cristo, na
Igreja neotestamentária. Os batistas podem afirmar o mesmo. Resta ver quem pode,
diante do Novo Testamento, comprovar a alegação. Nossa tese é a seguinte: os
discípulos de Jesus Cristo, que a partir dos Séculos XVII e XVIII passaram a ser
conhecidos como Batistas, têm as mesmas doutrinas e práticas das igrejas cristãs do
primeiro século de nossa era. Mais ainda: as igrejas batistas de hoje podem resistir a
uma comparação com as igrejas cristãs do primeiro século. Acrescente-se que, através
destes vinte séculos de história do cristianismo, muitos discípulos de Jesus mantiveram
essa identificação com o cristianismo neotestamentário. Não tinham o nome de batistas, mas,
pela comparação, se pode verificar um estreito parentesco entre eles e os batistas de hoje. Por
isso dissemos que o nome não nos deveria pertubar. No decorrer desta obra iremos
comprovar o que acabamos de dizer. Neste primeiro capítulo nos limitaremos ao cotejo
mencionado.

Esse cotejo deverá ser feito em matéria de doutrina e prática. Observese, entretanto,
desde logo, que em matéria de prática haverá coisas que, usadas no primeiro século, já
não são de uso hoje e outras que, usadas hoje, eram desconhecidas no primeiro
século. Trata-se, entretanto, de pormenores de caráter secundário. Para exemplificar:
no primeiro século era de uso, nos banquetes ou refeições, beberem vários ou todos
de um mesmo copo. Na celebração da Ceia Jesus e os discípulos procederam assim.
Hoje as modernas concepções de higiene não permitem que tal se faça. Mas na Ceia o
símbolo não perde em nada quando a cerimônia é realizada com cálices individuais: o
que importa é beber o vinho; o vinho é que simboliza, é que recorda o sangue de
Cristo, e não o copo. Nas igrejas batistas de hoje se usa o cálice individual na
celebração da Ceia. Mas, na observância da Ceia, elas procedem como as igrejas
primitivas, conforme instruções deixadas por Jesus, e expostas e comentadas por
Paulo no capítulo 11 da Primeira Epístola aos Coríntios. Outro exemplo: nas igrejas
batistas de hoje há uma organização denominada Escola Bíblica Dominical, destinada
ao estudo da Bíblia por diversos grupos — crianças, jovens, adultos — aos domingos.
Não havia tal organização nas igrejas primitivas. Mas nestas se estudava a Palavra de
Deus. O método moderno de estudar as Escrituras através da Escola Bíblica Dominical
não viola, em absoluto, o espírito das igrejas primitivas. O importante é estudar a
Bíblia. Os métodos podem variar. Basta que se tome cuidado em que, adotando novos
métodos, não sejam infringidos princípios. Que se tenha também o cuidado de
conservar como base de qualquer prática a boa doutrina cristã do Novo Testamento.
Pois o essencial é que a doutrina permaneça a mesma. Que não se invente um outro
evangelho para alicerçar práticas esdrúxulas, caindo, assim, na veemente condenação
escrita por Paulo na Epístola aos Gálatas: "Se alguém vos anunciar outro evangelho
além do que já recebestes, seja anátema".

AS GRANDES DOUTRINAS CRISTÃS


Feitas essas advertências, vamos ver agora a comparação proposta, primeiramente em
matéria de doutrina. Principiamos pela doutrina de DEUS. Os cristãos primitivos criam
em um só Deus, que se manifestava em três pessoas distintas, Pai, Filho e Espírito
Santo (Mat. 28.19; II Cor. 13.13). Criam num Deus que é Espírito e que deve ser
adorado em espírito e verdade (João 4.24). Criam num Deus que poderia ser alcançado
pelas orações dos fiéis, através de Jesus, o único mediador entre Deus e os homens
(João 14.13; 16.24; I Tim. 2.15). Crêem os batistas de hoje nisso? Perfeitamente. É
essa, aliás, a razão porque condenam o uso de imagens e o culto a elas prestado,
qualquer que seja o nome que tenha; é por isso que não aceitam nenhum outro
mediador, seja humano seja super-humano, seja um padre, seja um santo, entre Deus
e os homens. É por essa razão que fazem sempre suas orações em nome de Jesus.
Em segundo lugar, temos a doutrina das ESCRITURAS. As igrejas primitivas criam nas
Escrituras Sagradas como a fonte da Revelação divina. Nelas criam como suficientes
para a orientação espiritual do homem. Consideravam-nas inspiradas por Deus, e por
isso mesmo a única autoridade escrita em matéria religiosa. É o que podemos ver pela
leitura cuidadosa dos seguintes textos: Mateus 7.24-27; 28.18-20; Lucas 1.1-4; 16.27-
31; João 5.39; 15.15 20.30,31; Atos 1.1; 20.21-27; I Coríntios 4.6; Gálatas 1.7; II Pedro
1.20,21; II João 9,10; Apocalipse 22. 18,19. As igrejas batistas de hoje crêem o mesmo
e é por isso que timbram em não se desviar de determinadas posições, apesar de
todas as críticas recebidas.
Para exemplificar: dizendo as Escrituras que a salvação é pela fé, as igrejas batistas não
aceitam a idéia de que a salvação é pelas obras; dizendo as Escrituras que somente os
que crêem devem ser batizados, as igrejas batistas não aceitam para o batismo
pessoas que não sejam capazes de manifestar sua fé, noutras palavras, as igrejas
batistas não batizam criancinhas ainda incapazes de um gesto voluntário, espontâneo,
de decisão religiosa, mesmo porque não estão ainda em condições de compreender a
religião. Observe-se ainda que, para os batistas, as Escrituras representam a
autoridade escrita final em matéria de religião. Não aceitam os batistas, de maneira
nenhuma, a autoridade da tradição, que, segundo o ensinamento católico romano, é
formada pelos escritos dos chamados Pais da Igreja e pelos decretos de papas e
concílios. Esses escritos e decretos são meramente humanos; a Escritura é divina.
Em terceiro lugar, temos a doutrina de JESUS CRISTO. Os cristãos primitivos criam em
Jesus como o Salvador; Jesus Cristo era para eles o Filho de Deus. Criam nele não
somente como Salvador, mas como o único Salvador. Não havia outro caminho para o
homem desejoso de salvação. É o que se encontra nos Evangelhos, é o que se lê com
absoluta constância nos escritos neotestamentários. Podem ser consultados, entre
muitos outros, os seguintes textos: Mateus 1.21; 18.11; Lucas 2.11; 19.10; João 4.42;
14.6; Atos 5.39; 15.23; I Timóteo 2.5; II Timóteo 1.10; Tito 1.4 e II Pedro 1.1. Os
batistas de hoje crêem e pregam a mesma coisa. Por isso é que não podem admitir a
idéia de uma coredentora, que seria Maria. Com todo o respeito que têm pela mulher
admirável, bendita entre as mulheres, a que foi escolhida para ser a mãe da
humanidade de Jesus Cristo, não podem admitir que ela tenha esse papel de
coredentora. Jesus Cristo, aquele que morreu na cruz, o Cordeiro de Deus imaculado, é
o único redentor da humanidade. Só nele pode haver esperança.
Como decorrência da anterior, temos a doutrina da SALVAÇÃO. Esta, como dissemos
antes, efetua-se pela fé, e não pelas obras. Ao homem cabe arrepender-se de seus
pecados e voltar-se com fé para Jesus Cristo. Era isso que ensinava a igreja cristã
primitiva. Os textos são abundantes: Marcos 1.50; 2.5; 16.16; Lucas 7.50; 8.12; 8.50;
João 8.16,17; 5.24; Atos 2.41; 16.31; Romanos 1.16; 3.27,28; 4.4,5; 8.13; 10.9,10; 11.6;
I Coríntios 14.20; Gálatas 2.10,16; Efésios 2.8; I Tessalonicenses 1.3; 5.8; II
Tessalonicenses 1.11; Hebreus 5.13,14; 6.9-14; Apocalipse 14.13. É a mesma coisa que
ensinam os batistas hoje. Nada mais exigem senão o arrependimento sincero dos
pecados cometidos e que, por ser sincero, vem sempre acompanhado de frutos, «os
frutos dignos do arrependimento» e a fé em Jesus Cristo como Salvador. Não Oréem
os batistas em obras para a obtenção da salvação, mas crêem, como também os
cristãos primitivos, que todo aquele que é salvo pela fé demonstra pelas obras que foi
salvo. Em primeiro lugar a f é e depois I IN obras como conseqüência. Nunca o
contrário.
A seguir, e finalmente, temos a doutrina da IGREJA. Igreja nos primeiros séculos era
uma comunidade local. O termo não tinha sentido geral. Não se fala de uma igreja
cristã do 1° século, mas, sim, da Igreja de Jerusalém, da Igreja de Antioquia, da Igreja
de Filipos, da Igreja de Filadélfia, da Igreja de Laodicéia, etc. Fala-se de igrejas que se
reuniam em casas de pessoas, como se pode ver em Colossenses 4.15 e Filemom 2.
Eram comunidades locais, formadas de crentes batizados, que se reuniam para o
louvor de Deus, para a celebração das duas ordenanças estabelecidas por Jesus, para a
edificação mútua e para a pregação do evangelho. Esses termos, aliás, definem o que
era uma igreja cristã do primeiro século.
Os seguintes textos confirmam o que estamos asseverando: Mateus 18.17; Atos 8.1;
13.1; 14.23; 20.17; Romanos 16.1,5; I Coríntios 1.2; 16.19,30; Apocalipse 2 a 3. Nada
mais longe do pensamento dos escritores neotestamentários que a idéia de uma Igreja
Católica, eficientemente organizada, com um chefe terreno que fosse o substituto de
Jesus Cristo. Há a idéia de uma Igreja composta de todos os crentes. Em Mateus 16.18
temos Jesus usando o termo “igreja” nessa acepção. Aí igreja pode ser considerada
sinônimo de cristianismo.
Cristianismo verdadeiro, bem entendido. Tem como chefe Jesus Cristo, não tem outros
ministros senão ele, não tem sombra de organização humana e só se reunirá inteira
após o juízo final. No mais, temos igrejas cristãs, reunindo-se em diversos lugares, com
seus bispos e diáconos, os únicos cargos eclesiásticos a que o Novo Testamento faz
referência. Os bispos também são chamados pastores e presbíteros, três termos para
uma só função, a indicar as diferentes responsabilidades a ela inerentes. Os bispos têm
muita importância, objeto que são de uma vocação especial. Devem ser sustentados
pelas igrejas respectivas, mas sobre elas não exercem poder ditatorial, mesmo porque
os assuntos de interesse das igrejas são resolvidos democraticamente pela
comunidade. Os diáconos são auxiliares dos bispos, devendo ter determinadas
qualidades espirituais para a realização de sua missão. Mais estes outros textos podem
ser consultados para se ver que tudo quanto dissemos linhas atrás, é confirmado pelo
Novo Testamento: Atos 11.30; 14.23; 15.2,4, 6, 22,23; 16.4; 20.17,28; 21.13; Efésios
4.11; Filipenses 1.1; I Timóteo 3.1,2; 5.17,19; Tito 1.5,6; Hebreus 13.20; Tiago 5.14; I
Pedro 2.25; 5.1-5; II João 1; III João 1. As igrejas batistas de hoje são também assim:
comunidades de crentes batizados, que se reúnem em determinado lugar para cultuar
a Deus, celebrar as ordenanças do batismo e da ceia, para a edificação mútua e a
pregação do evangelho. São lideradas espiritualmente pelos seus pastores; têm
também seus diáconos, que auxiliam aos pastores.
Enquanto falamos de igreja podemos acrescentar mais o seguinte: as igrejas primitivas
respeitavam os governos constituídos e só não lhes reconheciam o direito de interferir
em seus assuntos internos. É a doutrina da separação entre Igreja e Estado, que se
tornou um florão de glória na história das igrejas batistas modernas, como se irá ver
depois. Os textos são os seguintes: Lucas 20.25; Atos 4.19,20; 5.29; Romanos 13.1-9;
Tito 3.1; I Pedro 2.13,17. As igrejas primitivas recebiam membros por meio do batismo,
que era assim como que a porta de entrada para a igreja, embora não fosse, como não
é, a porta de entrada para o Reino de Deus.
Assim procedem as igrejas batistas de hoje, que não reconhecem no batismo nenhum
mérito para a 12 salvação, mas consideram-no um ato de obediência e testemunho,
por meio do qual uma pessoa convertida, que tem fé em Cristo, entra para uma igreja
de Cristo. Examinem-se os textos: Mateus 28.19; Atos 2.38,41; 8.36-38; 9.19; 10.47;
16.33. Há mais ainda: a forma de batismo no Novo Testamento era a imersão n'água.
Nem podia ser de outra maneira, porque é isso que significa, em grego, a palavra
baptismos: imersão, mergulho, e não simplesmente aspersão de água. Esse é um fato
hoje aceito pelos estudiosos honestos das Escrituras e da História, da língua grega e
dos documentos primitivos. A própria Igreja Católica Romana adotou durante muitos
séculos essa forma correta de batismo, e, se fosse necessária comprovação, aí estão os
batistérios de Pisa e Ravena, verdadeiras piscinas. A Igreja chamada Ortodoxa até hoje
adota a imersão como forma de batismo. Deve-se observar, aliás, que o batismo, na
sua forma correta, contém algo de simbólico que somente nessa forma pode ser
compreendido. O batismo simboliza que a pessoa, ao ser imersa na água, está
morrendo para o mundo e o pecado e, ao emergir da água, está nascendo para uma
vida nova em Cristo. O texto de Paulo, no capitulo 6 da Epistola aos Romanos, é
decisivo: “Fomos sepultados com ele, pelo batismo, na morte; para que, como Cristo
ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade
de vida”. Timbrando em seguir o Novo Testamento, as igrejas batistas de hoje só
poderiam efetuar o batismo por imersão. Vimos, assim, as doutrinas fundamentais das
igrejas cristãs primitivas e reafirmamos que as igrejas batistas modernas têm essas
mesmas doutrinas. Ninguém estranhe não ter encontrado nessa relação de doutrinas
qualquer referência ao purgatório, à confissão auricular, à eucaristia e outros
sacramentos; ninguém estranhe a ausência de referências ao limbo, ao culto das
imagens, aos santos e a Maria. É que nada disso existe no Novo Testamento. Tais
doutrinas da Igreja Católica Romana derivam de tradições posteriores aos primeiros
céculos, são influências do paganismo, quando o cristianismo começou a desviar-se
dos padrões originais. Os batistas, 13 entretanto, não seguem as incertas tradições dos
homens e só querem seguir as Escrituras, que permanecem para sempre. Falta agora
dizer alguma coisa sobre a prática, isto é, o modo de proceder das igrejas cristãs
primitivas. O que verificamos no Novo Testamento é que elas realizavam cultos com
muita simplicidade. Nestes havia a leitura das Escrituras e comentários sobre a leitura
feita havia cântico, orações, celebração da Ceia, e eventualmente batismos. Havia
profundo amor entre os irmãos componentes das igrejas. Mas, por outro lado, se
alguém deixava de proceder de acordo com os padrões morais e espirituais
estabelecidos, era excluído da comunidade. (12) Quem quiser, pode examinar o
procedimento de uma igreja batista de hoje. Verá se não é assim mesmo que elas
realizam suas reuniões ou cultos. A mesma simplicidade, o mesmo respeito pelas
Escrituras, o mesmo amor entre os irmãos, o mesmo zelo pela conservação de um
padrão moral e espiritual elevado. Nada de cerimônias pomposas, nada de luxo nem
de suntuosidade. Por essa razão é que o escritor francês Salomão Reinach declarou,
num dos seus livros, que, de todos os grupos cristãos atuais, os batistas são, talvez, o
único grupo onde um cristão do ano 100 não se sentiria muito desambientado13
Achamos apenas que o autor poderia ter sido mais positivo e omitir o “talvez”.

Você também pode gostar