A009 2012 Iaasb Handbook Isa 200 PT
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ÍNDICE
Parágrafo
Introdução
Âmbito desta ISA ...................................................................................... 12
Uma Auditoria de Demonstrações Financeiras ......................................... 39
Data de Entrada em Vigor ......................................................................... 10
Objectivos Gerais do Auditor ................................................................. 1112
Definições .................................................................................................. 13
Requisitos
Requisitos Éticos Relativos a uma Auditoria de Demonstrações
Financeiras .......................................................................................... 14
Cépticismo Profissional ............................................................................. 15
Julgamento Profissional ............................................................................. 16
Prova de Auditoria Suficiente e Apropriada e Risco de Auditoria ............ 17
Condução de uma Auditoria de Acordo com as ISA ................................. 1824
Material de Aplicação e Outro Material Explicvativo
Uma Auditoria de Demonstrações Financeiras ......................................... A1A13
Requisitos Éticos Relativos a uma Auditoria de Demonstrações
Financeiras........................................................................................... A14A17
Cépticismo Profissional ............................................................................. A18A22
Julgamento Profissional ............................................................................. A23A27
Prova de Auditoria Suficiente e Apropriada e Risco de Auditoria ............ A28A52
Condução de uma Auditoria de Acordo com as ISA ................................. A53A76
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OBJECTIVOS GERAIS DO AUDITOR INDEPENDENTE E CONDUÇÃO DE UMA AUDITORIA DE
ACORDO COM AS NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA
Introdução
Âmbito desta ISA
1. Esta Norma Internacional de Auditoria (ISA) aborda as responsabilidades
gerais do auditor independente na condução de uma auditoria de demonstrações
financeiras de acordo com as ISA. Especificamente, estabelece os objectivos
gerais do auditor independente e explica a natureza e âmbito de uma auditoria
concebida para permitir ao auditor independente satisfazer esses objectivos.
Também explica o âmbito, autoridade e estrutura das ISA e inclui requisitos
que estabelecem as responsabilidades gerais do auditor independente aplicáveis
a todas as auditorias, incluindo a obrigação de cumprir as ISA. O auditor
independente é doravante referido como “o auditor”.
2. As ISA são escritas no contexto de uma auditoria de demonstrações financeiras
executada por um auditor. Quando aplicadas a auditorias de outra informação
financeira histórica devem ser adaptadas às circunstâncias conforme
necessário. As ISA não tratam das responsabilidades do auditor que possam
existir na forma de legislação, regulamentação ou outra, por exemplo ligadas à
oferta de títulos ao público. Tais responsabilidades podem diferir das
estabelecidas nas ISA. Consequentemente, embora o auditor possa considerar
certos aspectos das ISA úteis em tais circunstâncias, tem a responsabilidade de
assegurar o cumprimento de todas as obrigações legais, regulamentares ou
profissionais relevantes.
AUDITORIA
aplicável. Na maioria dos referenciais com finalidade geral, essa opinião incide
sobre se as demonstrações financeiras estão apresentadas de forma apropriada,
em todos os aspectos materiais, ou dão uma imagem verdadeira e apropriada
de acordo com o referencial. Uma auditoria conduzida de acordo com as ISA e
os requisitos éticos relevantes permite ao auditor formar essa opinião. (Ref:
Parágrafo A1)
4. As demonstrações financeiras sujeitas a auditoria são as da entidade,
preparadas pela respectiva gerência com a supervisão dos encarregados da
governação. As ISA não impõem responsabilidades à gerência ou aos
encarregados da governação e não se sobrepõem às leis e regulamentos que
regem essas responsabilidades. Porém, uma auditoria de acordo com as ISA é
conduzida na premissa de que a gerência e, quando apropriado, os
encarregados da governação reconheceram certas responsabilidades
fundamentais para a condução da auditoria. A auditoria de demonstrações
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OBJECTIVOS GERAIS DO AUDITOR INDEPENDENTE E CONDUÇÃO DE UMA AUDITORIA DE
ACORDO COM AS NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA
1
ISA 320, Materialidade no Planeamento e na Execução de uma Auditoria e ISA 450, Avaliação de
Distorções Identificadas durante a Auditoria
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OBJECTIVOS GERAIS DO AUDITOR INDEPENDENTE E CONDUÇÃO DE UMA AUDITORIA DE
ACORDO COM AS NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA
AUDITORIA
aplicável; e
(b) Relatar sobre as demonstrações financeiras, e comunicar conforme
exigido pelas ISA, de acordo com as conclusões a que chegar.
12. Em todos os casos em que não possa ser obtida garantia razoável de fiabilidade
e uma opinião com reservas é insuficiente nas circunstâncias para fins de relato
aos utentes, as ISA exigem que o auditor emita uma escusa de opinião ou
renuncie ao (ou se demita do)3 trabalho, quando a renúncia é possível nos
termos da lei ou regulamento aplicável.
2
Ver, por exemplo, a ISA 260, Comunicação com os Encarregados da Governação e o parágrafo 43 da
ISA 240, As Responsabilidades do Auditor Relativas a Fraude numa Auditoria de Demonstrações
Financeiras.
3
Nas ISA, só é usado o termo “renúncia”.
75 ISA 200
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ACORDO COM AS NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA
Definições
13. Para efeito das ISA, são aplicáveis as seguintes definições:
(a) Auditor – O termo “auditor” é usado para referir a pessoa ou pessoas
que conduzem a auditoria, geralmente o sócio responsável pelo trabalho
ou outros membros da equipa de trabalho ou, como aplicável, a firma.
Quando uma ISA se destina expressamente a que um requisito ou
responsabilidade seja satisfeito pelo sócio responsável pelo trabalho,
usa-se a expressão “sócio responsável pelo trabalho”, em vez de
“auditor”. “Sócio responsável pelo trabalho” e “firma” devem ser lidos
como se referindo aos seus termos equivalentes do sector público,
quando relevante.
(b) Cepticismo profissional – Atitude que inclui uma mente interrogativa,
alerta para condições que possam indicar uma possível distorção devido
a erro ou a fraude, e uma apreciação crítica da prova.
(c) Demonstrações financeiras - Uma representação estruturada da
informação financeira histórica, incluindo notas relacionadas, destinada
a comunicar os recursos económicos ou as obrigações de uma entidade
numa determinada data ou as alterações neles ocorridas durante um
período de tempo de acordo com um referencial de relato financeiro. As
notas relacionadas compreendem geralmente um resumo das políticas
contabilísticas significativas e outra informação explicativa. A
expressão “demonstrações financeiras” refere-se geralmente a um
conjunto completo de demonstrações financeiras conforme determinado
pelos requisitos do referencial de relato financeiro aplicável, mas
também se pode referir a uma única demonstração financeira.
(d) Distorção – Uma diferença entre a quantia, classificação, apresentação,
ou divulgação de um item relatado nas demonstrações financeiras e a
quantia, classificação, apresentação, ou divulgação que é exigida para o
item ficar de acordo com o referencial de relato financeiro aplicável. As
distorções podem decorrer de fraude ou de erro.
Quando o auditor expressa uma opinião sobre se as demonstrações
financeiras estão apresentadas de forma apropriada, em todos os
aspectos materiais, ou dão uma imagem verdadeira e apropriada, as
distorções também incluem os ajustamentos de quantias, classificações,
apresentação ou divulgações que, no seu julgamento, sejam necessários
para que as demonstrações financeiras estejam apresentadas de forma
apropriada, em todos os aspectos materiais, ou dêem uma imagem
verdadeira e apropriada.
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ACORDO COM AS NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA
AUDITORIA
(j) Premissa, relacionada com as responsabilidades da gerência e, quando
apropriado, dos encarregados da governação, em que assenta a
condução de uma auditoria – O facto de que a gerência e, quando
apropriado, os encarregados da governação reconhecem e compreendem
que têm as seguintes responsabilidades, fundamentais para a condução
de uma auditoria de acordo com as ISA. Isto é, responsabilidade:
(i) Pela preparação das demonstrações financeiras de acordo com o
referencial de relato financeiro aplicável, incluindo, quando
relevante, a sua apresentação apropriada;
(ii) Pelo controlo interno que a gerência e, quando apropriado, os
encarregados da governação, determinem ser necessário para
possibilitar a preparação de demonstrações financeiras isentas de
distorção material devido a fraude ou a erro; e
(iii) Por proporcionar ao auditor:
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AUDITORIA
consiste de dois componentes, descritos como segue ao nível de
asserção:
(i) Risco inerente – A susceptibilidade de uma asserção relativa a
uma classe de transacções, saldo de conta ou divulgação a uma
distorção que possa ser material, individualmente ou agregada
com outras distorções, antes da consideração de quaisquer
controlos relacionados.
(ii) Risco de controlo – O risco de que a ocorrência de uma distorção
relativa a uma classe de transacções, saldo de conta ou
divulgação e que possa ser material, individualmente ou
agregada com outras distorções, não seja evitada ou detectada e
corrigida em tempo oportuno pelo controlo interno da entidade.
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Requisitos
Requisitos Éticos Relativos a uma Auditoria de Demonstrações Financeiras
14. O auditor deve cumprir os requisitos éticos relevantes, incluindo os que digam
respeito à independência, com relação a trabalhos de auditoria de
demonstrações financeiras. (Ref: Parágrafos A14-A17)
Cepticismo Profissional
15. O auditor deve planear e executar uma auditoria com cepticismo profissional,
reconhecendo que podem existir circunstâncias que originaram que as
demonstrações financeiras estejam materialmente distorcidas. (Ref: Parágrafos
A18-A22)
Julgamento Profissional
16. O auditor deve exercer julgamento profissional ao planear e executar uma
auditoria de demonstrações financeiras. (Ref: Parágrafos A23-A27)
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AUDITORIA
regulamento aplicável). A não consecução de um objectivo representa uma
matéria significativa, que exige documentação de acordo com a ISA 230.4 (Ref:
Parágrafos A75–A76)
***
4
ISA 230, Documentação de Auditoria, parágrafo 8(c)
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ISA 200 82
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AUDITORIA
relato financeiro estabelecidas por uma organização autorizada ou reconhecida de
emissão de normas ou requisitos exigidos por lei ou regulamentos. Em alguns
casos, o referencial de relato financeiro pode abranger não só normas de relato
financeiro estabelecidas por uma organização autorizada ou reconhecida de
emissão de normas, mas também normas exigidas por lei ou regulamentos. Outras
fontes podem proporcionar orientação na aplicação do referencial de relato
financeiro aplicável. Em alguns casos, o referencial de relato financeiro aplicável
pode abranger estas fontes, ou pode mesmo consistir apenas de tais fontes. Estas
outras fontes podem incluir:
• O ambiente legal e ético, incluindo estatutos, regulamentos, decisões
judiciais e obrigações éticas profissionais relativas a matérias
contabilísticas;
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ACORDO COM AS NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA
AUDITORIA
aceitar o trabalho de auditoria.7
5
ISA 210, Acordar os Termos de Trabalhos de Auditoria, parágrafo 6(a)
6
ISA 800, Considerações Especiais – Auditorias de Demonstrações Financeiras Preparadas de Acordo
com Referenciais com Finalidade Especial, parágrafo 8
7
ISA 210, parágrafo 6(b)
85 ISA 200
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ACORDO COM AS NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA
8
See paragraph A57.
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ACORDO COM AS NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA
(b) Objectividade;
(c) Competência e zelo profissional;
(d) Confidencialidade; e
(e) Comportamento profissional.
A Parte B do Código do IESBA ilustra como o referencial deve ser aplicado
em situações específicas.
A16. No caso de um trabalho de auditoria, é do interesse público e, por conseguinte,
exigido pelo Código do IESBA, que o auditor seja independente da entidade
sujeita a auditoria. O Código do IESBA descreve a independência como
compreendendo não só a independência da mente como a independência na
aparência. A independência do auditor em relação à entidade salvaguarda a sua
capacidade para formar uma opinião de auditoria sem ser afectado por
influências que possam comprometer essa opinião. A independência aumenta a
capacidade do auditor para agir com integridade, ser objectivo e manter uma
atitude de cepticismo profissional.
A17. A Norma Internacional de Controlo de Qualidade (ISQC) 1,9 ou os requisitos
nacionais que sejam pelo menos tão exigentes,10 tratam das responsabilidades da
firma em estabelecer e manter o seu sistema de controlo de qualidade para
trabalhos de auditoria. A ISQC 1 estabelece as responsabilidades da firma em
estabelecer políticas e procedimentos concebidos para lhe proporcionarem
garantia razoável de fiabilidade de que a firma e o seu pessoal cumprem os
requisitos éticos relevantes, incluindo os que dizem respeito à independência.11 A
ISA 220 estabelece as responsabilidades do sócio responsável pelo trabalho no
que respeita aos requisitos éticos relevantes. Estas incluem permanecer alerta, por
meio da observação e das indagações necessárias, para ter evidência de
incumprimento de requisitos éticos relevantes por membros da equipa do
AUDITORIA
trabalho, determinar a acção apropriada se tomar conhecimento de matérias que
indiquem que membros da equipa de trabalho não cumpriram requisitos éticos
relevantes e formar uma conclusão sobre o cumprimento dos requisitos de
independência que se apliquem ao trabalho de auditoria.12 A ISA 220 reconhece
que a equipa de trabalho tem o direito de confiar no sistema de controlo de
qualidade da firma para satisfazer as suas responsabilidades com respeito a
procedimentos de controlo de qualidade aplicáveis ao trabalho de auditoria
9
ISQC 1, Controlo de Qualidade para Firmas que Executem Auditorias e Revisões de Demonstrações
Financeiras, e Outros Trabalhos de Garantia de Fiabilidade e Serviços Relacionados
10
ISA 220, Controlo de Qualidade para uma Auditoria de Demonstrações Financeiras, parágrafo 2
11
ISQC 1, parágrafos 20–25
12
ISA 220, parágrafos 9–12
87 ISA 200
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individual, a menos que a informação prestada pela firma ou outras partes sugira
o contrário.
13
ISA 500, Prova de Auditoria, parágrafos 7–9
ISA 200 88
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AUDITORIA
como, por exemplo, a avaliação da razoabilidade das estimativas feitas
pela gerência na preparação das demonstrações financeiras.
A24. A característica distintiva do julgamento profissional que se espera de um
auditor é que este é exercido por um auditor cuja formação, conhecimentos e
experiência contribuíram para desenvolver as competências necessárias para
chegar a julgamentos razoáveis.
A25. O exercício de julgamento profissional em qualquer caso particular baseia-se
nos factos e circunstâncias que sejam conhecidos do auditor. As consultas
sobre matérias difíceis ou contenciosas no decurso da auditoria, não só dentro
da equipa de trabalho mas também entre a equipa de trabalho e outros ao nível
14
ISA 240, parágrafo 13; ISA 500, parágrafo 11; ISA 505, Confirmações Externas, parágrafos 10–11, e 16
89 ISA 200
OBJECTIVOS GERAIS DO AUDITOR INDEPENDENTE E CONDUÇÃO DE UMA AUDITORIA DE
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apropriado dentro ou fora da firma, tal como exigido pela ISA 220,15 ajudam o
auditor a fazer julgamentos fundamentados e razoáveis.
A26. O julgamento profissional pode ser avaliado verificando se reflecte uma aplicação
competente dos princípios de auditoria e de contabilidade e se é apropriado à luz
dos factos e circunstâncias que eram conhecidos do auditor à data do seu relatório e
consistente com esses factos e circunstâncias.
A27. O julgamento profissional deve ser exercido ao longo da auditoria. Também
deve ser apropriadamente documentado. A este respeito, exige-se que o auditor
prepare documentação de auditoria suficiente para habilitar um auditor
experiente, que não tenha prévia ligação com a auditoria, a compreender os
julgamentos profissionais significativos feitos para atingir as conclusões sobre
matérias significativas que surgiram durante a auditoria.16 O julgamento
profissional não deve ser usado como justificação para decisões que não sejam
suportadas pelos factos e circunstâncias do trabalho ou por prova de auditoria
suficiente e apropriada.
15
ISA 220, paragraph 18
16
ISA 230, parágrafo 8
17
ISA 315, Identificar e Avaliar os Riscos de Distorção Material através do Conhecimento da Entidade e
do Seu Ambiente, parágrafo 9
ISA 200 90
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Risco de Auditoria
A32. O risco de auditoria é função dos riscos de distorção material e do risco de
detecção. A avaliação dos riscos é baseada em procedimentos de auditoria para
obter a informação necessária para essa finalidade e na prova obtida no decurso
da auditoria. A avaliação dos riscos é uma questão de julgamento profissional e
AUDITORIA
não é uma questão de capacidade de mensuração precisa.
A33. Para efeito das ISA, o risco de auditoria não inclui o risco de o auditor poder
expressar uma opinião de que as demonstrações financeiras estão
materialmente distorcidas quando não o estão. Este risco é geralmente
insignificante. Além do mais, o risco de auditoria é um termo técnico
relacionado com o processo de auditoria, não se referindo aos riscos de negócio
do auditor, tais como perdas proveniente de litígio, publicidade adversa ou
outros acontecimentos que surjam associados à auditoria de demonstrações
financeiras.
Riscos de Distorção Material
A34. Os riscos de distorção material podem existir a dois níveis:
• Ao nível global das demonstrações financeiras; e
91 ISA 200
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ISA 200 92
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Risco de Detecção
A42. Para um dado nível de risco de auditoria, o nível aceitável de risco de detecção
é inversamente proporcional aos riscos avaliados de distorção material ao nível
da asserção. Por exemplo, quanto maiores são os riscos de distorção material
que o auditor crê existirem, menor é o risco de detecção que deve ser aceite e,
consequentemente, mais persuasiva deverá ser a prova de auditoria exigida
pelo auditor.
A43. O risco de detecção relaciona-se com a natureza, oportunidade e extensão dos
procedimentos do auditor que são por ele determinados para reduzir o risco de
AUDITORIA
auditoria para um nível aceitavelmente baixo. É portanto função da eficácia de
um procedimento de auditoria e da sua aplicação pelo auditor. Matérias como:
• planeamento adequado;
• correcta afectação de pessoal à equipa de trabalho;
• aplicação de cepticismo profissional; e
• supervisão e revisão do trabalho de auditoria executado,
ajudam a aumentar a eficácia de um procedimento de auditoria e da sua aplicação e
a reduzir a possibilidade de um auditor poder seleccionar um procedimento de
auditoria não apropriado, aplicar mal um procedimento de auditoria apropriado ou
interpretar mal os resultados da auditoria.
18
ISA 330, As Respostas do Auditor a Riscos Avaliados, parágrafos 7–17
93 ISA 200
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A44. A ISA 300 19 e a ISA 330 estabelecem requisitos e proporcionam orientação quanto
ao planeamento de uma auditoria de demonstrações financeiras e às respostas do
auditor aos riscos avaliados. O risco de detecção, contudo, só pode ser reduzido,
mas não eliminado, dadas as limitações inerentes de uma auditoria.
Consequentemente, existirá sempre algum risco de detecção.
19
ISA 300, Planear uma Auditoria de Demonstrações Financeiras
20
ISA 540, Auditar Estimativas Contabilísticas, Incluindo Estimativas Contabilísticas de Justo Valor, e
Respectivas Divulgações, e ISA 700, Formar uma Opinião e Relatar sobre Demonstrações Financeiras,
parágrafo 12
ISA 200 94
OBJECTIVOS GERAIS DO AUDITOR INDEPENDENTE E CONDUÇÃO DE UMA AUDITORIA DE
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AUDITORIA
auditoria que é menos do que persuasiva. O planeamento apropriado ajuda a
garantir a disponibilidade de tempo e recursos suficientes para a condução da
auditoria. Não obstante, a relevância da informação e, assim, o seu valor, tende
a diminuir ao longo do tempo, existindo um equilíbrio que se procura entre a
fiabilidade da informação e o seu custo. Isto é reconhecido em determinados
referenciais de relato financeiro (ver, por exemplo, o Referencial para a
Preparação e Apresentação de Demonstrações Financeiras do IASB). Assim,
existe uma expectativa por parte dos utentes das demonstrações financeiras de
que o auditor formará uma opinião sobre as demonstrações financeiras num
período razoável de tempo e a um custo razoável, reconhecendo que é
impraticável tratar toda a informação que possa existir ou abordar todas as
matérias exaustivamente no pressuposto de que a informação está errada ou é
fraudulenta até prova em contrário.
A49. Consequentemente, é necessário que o auditor:
• Planeie a auditoria de forma que seja executada eficazmente;
95 ISA 200
OBJECTIVOS GERAIS DO AUDITOR INDEPENDENTE E CONDUÇÃO DE UMA AUDITORIA DE
ACORDO COM AS NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA
21
ISA 315, parágrafos 5–10
22
ISA 330; ISA 500; ISA 520, Procedimentos Analíticos; ISA 530, Amostragem de Auditoria
23
ISA 550, Partes Relacionadas
24
ISA 250, Consideração de Leis e Regulamentos numa Auditoria de Demonstrações Financeiras
25
ISA 570, Continuidade
ISA 200 96
OBJECTIVOS GERAIS DO AUDITOR INDEPENDENTE E CONDUÇÃO DE UMA AUDITORIA DE
ACORDO COM AS NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA
AUDITORIA
leis e regulamentos que regem uma auditoria de demonstrações financeiras. Se
essas leis e regulamentos diferirem das ISA, uma auditoria conduzida apenas
de acordo com as leis ou regulamentos não cumprirá automaticamente as ISA.
A56. O auditor pode também conduzir a auditoria não só de acordo com as ISA mas
também com as normas de auditoria de uma jurisdição ou país específicos.
Nestes casos, além de cumprir com cada uma das ISA relevantes para a
auditoria, pode ser necessário que o auditor execute procedimentos de auditoria
adicionais a fim de cumprir com as normas relevantes dessa jurisdição ou desse
país.
97 ISA 200
OBJECTIVOS GERAIS DO AUDITOR INDEPENDENTE E CONDUÇÃO DE UMA AUDITORIA DE
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ISA 200 98
OBJECTIVOS GERAIS DO AUDITOR INDEPENDENTE E CONDUÇÃO DE UMA AUDITORIA DE
ACORDO COM AS NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA
AUDITORIA
(ii) Escrituração simples;
(iii) Poucas linhas de negócio e poucos produtos dentro
das linhas de negócio;
(iv) Poucos controlos internos;
(v) Poucos níveis de gerência com responsabilidade por
uma vasta gama de controlos; ou
(vi) Pouco pessoal, com muitos dos empregados a deterem um vasto
conjunto de responsabilidades.
Estas características qualitativas não são exaustivas nem exclusivas das pequenas
entidades, e estas não apresentam necessariamente todas as características
indicadas.
99 ISA 200
OBJECTIVOS GERAIS DO AUDITOR INDEPENDENTE E CONDUÇÃO DE UMA AUDITORIA DE
ACORDO COM AS NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA
A65. As considerações específicas para pequenas entidades incluídas nas ISA foram
desenvolvidas tendo em mente principalmente as entidades não admitidas à
cotação. Porém, algumas dessas considerações podem ser úteis nas auditorias
de pequenas entidades admitidas à cotação.
A66. As ISA referem-se ao proprietário de uma pequena entidade que esteja
envolvido na sua gerência numa base diária como o “sócio-gerente”.
AUDITORIA
circunstâncias.
Quando for de prever que nada do atrás referido seja praticável ou possível nas
circunstâncias, o auditor não será capaz de obter prova de auditoria suficiente e
apropriada, sendo-lhe exigido pelas ISA que determine o efeito dessa situação
no relatório do auditor ou na capacidade do auditor concluir o trabalho.
26
ISA 610, Usar o Trabalho de Auditores Internos
A73. Dentro de uma ISA relevante, podem existir requisitos condicionais. Esses
requisitos serão relevantes quando as circunstâncias previstas no requisito se
aplicarem e a condição se verificar. Em termos gerais, o condicionalismo de
um requisito pode ser explícito ou implícito. Por exemplo:
• O requisito para modificar a opinião do auditor se existir uma limitação
do âmbito da auditoria 27 representa um requisito condicional explícito.
• O requisito de comunicar deficiências significativas no controlo interno
identificadas durante a auditoria aos encarregados da governação28, que
depende da existência de tais deficiências significativas identificadas; e
o requisito de obter prova de auditoria suficiente e apropriada
respeitante à apresentação e divulgação de informação por segmentos
de acordo com o referencial de relato financeiro aplicável 29, que
depende desse referencial de relato exigir ou permitir tal divulgação,
representam requisitos condicionais implícitos.
Em alguns casos, um requisito pode ser expresso como sendo condicional face
à lei ou regulamento aplicável. Por exemplo, pode ser pedido ao auditor que
renuncie ao trabalho de auditoria, quando a renúncia é possível segundo lei ou
regulamento aplicável, ou pode ser pedido ao auditor que faça algo, salvo se
proibido por lei ou regulamento. Dependendo das circunstâncias, a permissão
ou proibição legal ou regulamentar podem ser explícitas ou implícitas.
Não Aplicação de um Requisito (Ref: Parágrafo 23)
A74. A ISA 230 estabelece os requisitos de documentação nas circunstâncias
excepcionais em que o auditor não aplica um requisito relevante 30. As ISA não
exigem o cumprimento de um requisito que não seja relevante nas
circunstâncias da auditoria.
27
ISA 705, Modificações à Opinião no Relatório do Auditor Independente, parágrafo 13
28
ISA 265, Comunicar Deficiências no Controlo Interno aos Encarregados da Governação e à Gerência,
parágrafo 9
29
ISA 501, Prova de Auditoria – Considerações Específicas para Itens Seleccionados, parágrafo 13
30
ISA 230, parágrafo 12
AUDITORIA