Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Artigo Tributos

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 14

Artigo

A Gestão Tributária no Controle à Sonegação Fiscal


Gilmar Gomes de Oliveira1; Emanoel Silva Antunes2

Resumo: Considerando a alta carga e intricado de regras do sistema tributário brasileiro, percebe-se a importância
da gestão tributária como ferramental para a pressuposição dos custos tributários, tomando assim imprescindível
para a opção da forma de tributação menos onerosa. Este estudo teve o objetivo de discurtir a importância da
Gestão Tributária na redução da carga tributária e o controle à Sonegação Fiscal a partir de uma metodologia de
levantamento bibliográfico. A seleção do tema desta pesquisa se deu mediante experiência pessoal do autor, bem
como, interesse do meio academico em se discutir assuntos que impactam a sobrevivencia e competitividade
empresarial. O principal resultado do artigo destaca que a importancia e os impactos positivos que o planejamento
tributário traz para as empresas.

Palavras-chave: Sistema tributário brasileiro. Gestão tributária. Levantamento bibliofráfico.

Tax Management in the Control of Fiscal Withhold


Abstract: The rate of the tributary Brazilian, such as behaviour distribution for judging to a pressuposition of costs
tributary, having such imprecindible for an option of taxation less onerosa.. This study aimed to discuss the
importance of Tax Management in reducing the tax burden and controlling tax evasion from a bibliographic survey
methodology. The selection of the theme of this research was based on the author's personal experience, as well
as the academic community's interest in discussing issues that impact business survival and competitiveness. The
main result of the article highlights the importance and positive impacts that tax planning brings to companies.

Keywords: Brazilian tax system. Tax management. Bibliographic survey.

Introdução

O presente estudo tem o enfoque em Gestão Tributária que visa o controle, a adequação,
dilineação e revisão do planejamento tributário, a qual deve orientar procedimentos assertivos
a serem adotados dentro das empresas. Ao realizar o planejamento fiscal de forma apropriada
na efetivação do cômputo do total dos tributos a pagar, pode suprimir despesas supérfluas e
ainda eliminar os passivos tributários, o que possibilita a maximização dos resultados tanto
econômicos como financeiros.
___________________
1Acadêmico de Direito (FACAPE). Contato: gilmargomes.oliveira@hotmail.com
2Especialista em Direito Tributário (IBPEX)Bacharel em Direito (FACAPE). Bacharel em Ciências Contábeis (FACAPE).
Professor Auxiliar (FACAPE). Contato: emanoelsantunes@gmail.com

Id on Line Rev. Mult. Psic. V.12, N. 41, p. 52-65,. 2018 - ISSN 1981-1179
52 Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id
Nesta perspectiva, o planejamento nos remete primeiramente a uma idéia de antecipação
dos fatos, ou seja, busca-se evitar a ocorrencia do fato gerador da obrigação tributária, jamais
ocuta-lo. Planejar na atividade empresarial, é conduzir uma previsão de como os fatos podem
impactar no orçamento e em sua gestão, abrindo dessa forma, uma gama de possibilidades para
desenvolver métodos e estratégias para atingir objetivo desejado.
Neste sentido, os empresários para enfrentar seus concorrentes, devem criar estratégias
administrativas na execução do seus negócios, que estejam aliadas ao planejamento conforme
o que é proposto, então, sempre conforme a missão, os propósitos e objetivos estratégicos dos
seus sócios administradores.
A busca incessante por minimizar custos e maximizar resultados, base da teoria
neoclássica, não deve trair a conduta do empresário, jamais se deve adotar condutas lesivas ao
erário público e acima de tudo criminosas, mas sim implantar correto planejamento tributário,
procurando reduzir os tributos de forma lícita, evitando pagar além do devido, o que é conhecido
como elisão fiscal.
Em contrapartida, a escolha errada na forma de apuração e recolhimento de
tributos, pode gerar muitas dificuldades e resultar em prejuízo, já que, uma vez
escolhida a forma de tributação no ano do calendário, ela será adotada de forma irretratável
durante todo o ano, ou seja, não poderá ser alterada durante o exercício social.
De antemão, para conseguir o êxito na Gestão Tributária da empresa, somente é
possível, se o empresário e os responsáveis dessa área, estiverem atentos à legislação vigente e
suas alterações, como por exemplo, a Lei n.º 8.137/90. Também deve ser profundo conhecedor
de todas as situações operacionais para a eficaz projeção e aproveitamento das lacunas que a
legislação oferece para redução da carga tributária.
Com base nessa premissa, o presente trabalho aborda de forma dinâmica a Gestão
Tributária aplicada no controle e fiscalização dos tributos, apresentando as possibilidades de
economia, dentro da realidade tributária brasileira.
A área do conhecimento abrangida no presente artigo é a Gestão Tributária com ênfase
no planejamento tributário, o que viabiliza de forma menos onerosa o
pagamento de tributos, impedindo a sonegação, ou seja, o cometimento de crime contra a ordem
tributária.
Diante deste contexto, esta pesquisa tem a proposta de responder à seguinte
problematização: devido aos rescente noticiários sobre a corrupção sistêmica no cenário
53 Id on Line Rev. Mult. Psic. V.12, N. 41, p. 52-65, 2018 - ISSN 1981-1179
Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id
governamental e empresarial no Brasil, surgiu a necessidade de questionar a gestão tributária
nas empresas, com as seguintes perguntas:
• De que modo poderá ser feito o planejamento tributário nas empresas, com
utilizações de estratégias para a evitar a sonegação e o desvio fiscal?
• Que meios legais o empresário poderá utilizar na redução e na fiscalização dos
tributos recolhidos, de forma a alcançar os própositos e objetivos dos sócios administradores?
Nessa perspectiva, este artigo tem como objetivo discurtir a importância da Gestão
Tributária na redução da carga tributária e o controle à Sonegação Fiscal.
Justifica-se este estudo, diante dos atuais acontecimentos no cenário político e
econômico de nosso país. É notória a corrupção estampada nos telejornais, à elevada carga
tributária e os casos da sonegação de tributos, sem contar as propinas paga pelos empresários
das grandes empreiteiras aos servidores públicos no Brasil. Neste diapasão é fundamental
entender o Direito Tributário e toda a legislaçao, sempre tendo como parâmetro a interpretação
jurisprudencial.
Neste sentido, esta pesquisa contempla discussões na área do Direito Tributário,
buscando esclarecer dúvidas relacionadas a Gestão Tributária, detacando temas como o
planejamento tributário e a sonegação fiscal no ambiente empresarial.
Trata-se de uma temática ampla, o que faz necessário ser estudada de forma crítica,
colocando assim, as suas principais caracteristicas para que haja o entendimento da prática do
direito tributário como ato licito, de legalidade e honestidade em conformidade ao Direito
Público.
Neste contexto, a delimitação do artigo é relacionada à discussão sobre o Direito
Tributário, a tributação fiscal e a Lei 8.137/1990.
A hipótese do estudo é de que a licitude na apuração dos tributos devidos, deve ser
encarada como um dever jurídico pelos empresários brasileiros. Se há intenção de
sobrevivencia, deve-se respeitar a legislção, no intuito de evitar penalidade cíveis e penais.
Nas palavras de Machado (2007), a tributação é a ferramenta de que o Estado tem
empregado da economia capitalista para sua manutenção.

54 Id on Line Rev. Mult. Psic. V.12, N. 41, p. 52-65, 2018 - ISSN 1981-1179
Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id
Fundamentação Teórica

A Gestão Tributária no Controle à Sonegação Fiscal na Empresa

Acontecimentos atuais publicados nas capas de jornais, transmitidos pelos telejornais


e na internet, apresentam um cenário de corrupção sistêmica no Brasil. Dados da pesquisa da
Confederação Nacional dos Transporte - CNT (2017), mostram que a percepção da população
em relação a ocorrência de corrupção no país, é atualmente de 46,8%, no entanto, em relação
aos empresários a percepção é de 4,2%.
De acordo com o novo Código Civil brasileiro em seu Art. 186 (BRASIL, 2003), ato
ilegal ou ilícito é “aquele que, por omissão ou ação voluntária, imprudência ou negligência,
infringir um direito e provocar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral”.
O Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (SINPROFAZ, 2016),
denunciou naquele ano, que, ao menos, meio trilhão de reais são sonegados por ano. As grandes
empresas respondem por boa parte desse imenso volume de sonegação, sempre utilizando de
esquemas sofisticados, como a lavagem de dinheiro, ou seja, práticas de atos ìlicitos com fins
de obter lucro de forma ilegal.
Corroborando com este pensamento, segundo Pellizzari (2002) citado por Franco
(2015, p. 04), comentam que:

É da essência da prática das multinacionais a evasão fiscal. Tanto é assim que elas se
instalam em outros países, que não os seus de origem, para, além de conseguirem
mão-de-obra barata, terem os estímulos que o governo anfitrião oferece (isenções,
prorrogações de pagamentos de impostos, concessão de incentivos, empréstimos a
longo prazo com juros baixos), e poderem, através de manipulações e fraudes, sonegar
impostos. Através do subfaturamento e do imobilizado caduco, pode-se identificar os
níveis de sonegação das multinacionais.

Entre os danos da sonegação fiscal, de acordo com o presidente da SINPROFAZ


(2016), encontra-se a concorrência desleal provocada pelas grandes empresas sonegadoras, que
penaliza os micro e pequenos empresários. Em suas palavras “a questão não é o tamanho, mas
sua composição". Basta lembrar que o sistema tributário brasileiro é um dos mais complexos
do mundo.

O sistema tributário brasileiro apresenta-se como um dos mais complexos do mundo,


com cerca de aproximadamente sessenta e um tributos, entre impostos, taxas e

55 Id on Line Rev. Mult. Psic. V.12, N. 41, p. 52-65, 2018 - ISSN 1981-1179
Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id
contribuições. Além disso, as obrigações acessórias trazidas com os impostos são
consideradas um algo a mais que as empresas têm de cumprir e que toma grande parte
do tempo que poderiam ser gastos no processo produtivo (SANTIAGO, 2006 apud
HENRIQUE, 2011, p. 31-32).

Neste sentido, Henrique (2011) ainda complementa sobre este sistema tributário
como muito oneroso, ineficiente e complexo, pois existe inumeros tributos nas três esferas de
governo.
Nesta perspectiva, pode promover a sonegação fiscal, acarretado pelas irregularidades
na apuração, reconhecimento e pagamento dos tributos. Tributo conforme o art 3º da Lei nº
5.172/66 do CTN, “é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em Lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada” (BRASIL, 2017).

Direito Tributário, Privado e Público

O Direito Tributário, segundo Oliveira e Costa (2010,), tem como escopo zelar pelas
medidas adotados pelo Estado para arrecadar os tributos necessários para a atividade público,
visando sempre o interesse social. Nessa perspectiva, o governo procura promover a
responsabilidade social, aplicando a cobrança de impostos, taxas e contribuições de forma
legais.
Neste contexto, é de fundamental importancia levar em conta o princípio da
Legalidade, que é um dos pilares do Estado democrático.

O direito tributário brasileiro consagra duas regras básicas pertinentes a esse


princípio: (a) reserva formal – indispensabilidade de ato legislativo como veiculo
para instituir ou aumentar tributo; (b) reserva absoluta – a lei deve conter todos os
elementos do tipo tributário. O tipo tributário também manterá sua completeza na
ausência de alíquota, quando o tributo é expresso em quantia fixa (CASSONE,
2002 apud LONGO, 2010, p. 43-44).

Neste sentido, Ichihara (1991, p. 57) define o princípio da legalidade:

É o que protege o empreendedor dos abusos administrativos, pois a matéria


tributária está vinculada a uma tipificação legal, assim como o direito penal.
Entretanto, através de atos normativos, os órgãos da administração pública estão

56 Id on Line Rev. Mult. Psic. V.12, N. 41, p. 52-65, 2018 - ISSN 1981-1179
Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id
tratando os tributos como normas penais em branco, pois alteram sua
interpretação e destinação com a desculpa de explicar a lei e com isso instauram
caos tributário. Pois na ausência de um conceito sobre a forma de proceder
em relação a determinada arrecadação, surgem várias consultorias exarando
parecer, contadores temerários por seus atos, colocando o gerador da arrecadação
para o estado com medo de ser preso pelo suor do seu próprio trabalho.

O Direito Privado, segundo Oliveira e Costa (2010, p. 18) é um ramo do Direito que
orienta e legisla sobre as relações entre atividades privadas, portanto, é nesse Direito que as
pessoas (físicas ou jurídicas) se encontram no mesmo patamar legal, diferente do que ocorre
com as relações do Direito Público, uma vez que o Estado possui a prerrogativa de
representatividade do interesse coletivo.
Com isso, seja no Direito Público ou Privado, os responsáveis pela apuração dos
tributos, devem ter consciencia de que, quem elimina um tributo está cometendo um ato ilícito,
quem reduz a carga tributária através da evasão fiscal comente crime (MACHADO, 2007).
A Elisão Fiscal ou Elusão Fiscal, segundo Leal (2014) citado por Orsini (2016),
acontece quando uma empresa disfarça uma operação jurídica, com o objetivo de dissimulaçar
ou manipular o fato gerador do tributo, portanto, configurando-se como uma forma lícita, para
esquivar de forma artificial da cobrança do tributo.
Para Côelho (1999) citado por Rizzi (2017), a diferença entre elisão e evasão, é que
esta adota caminhos ilícitos, como fraude de documentos, simulação de operações, já aquela
adota artificios lícitos, ou seja, lacunas da lei, para contornar alguma exigencia, uma vez que
não está vedado pelo legislador.

A Sonegação Fiscal nas Empresas

Neste sentido, a sonegação fiscal no entende de Franco (2015, p. 38) pode ser
caracterizada quando:

O contribuinte utiliza-se de procedimentos que infrinjam espontaneamente a lei


fiscal ou o regulamento fiscal. A alta carga tributária no Brasil é um dos fatores
determinantes para sonegação fiscal. Algumas empresas recorrem à sonegação para
sobreviver mesmo sabendo tratar-se crime contra a ordem tributária, pois entendem
que se cumprirem a legislação à risca, acabarão por inviabilizar o seu negócio.

57 Id on Line Rev. Mult. Psic. V.12, N. 41, p. 52-65, 2018 - ISSN 1981-1179
Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id
Sob esta pespectiva, Freitas (2017), comenta que no intuito de combater a
Sonegação Fiscal, esta conduta foi definida como uma prática criminosa pela Lei 8.137/1990.
Esta norma definiu em seus artigos 1º e 2º, os crimes contra a ordem tributária. Em resumo, é
crime o ato de suprimir e reduzir tributos, contribuição social e qualquer acessório, mediante as
seguintes condutas:

I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;


II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo
operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro
documento relativo à operação tributável (Ibidem, p. 13)

Caso, seja comprovado o crime de sonegação fiscal, poderá acarretar em uma pena de
reclusão de 02 (dois) a 05 (cinco) anos, além de multa, nas inflações citadas no Artigo 1º e
penas de reclusão de 06 (seis) meses a 02 (dois) anos (Ibidem).
Neste contexto, poderá ocorrer a sonegação fiscal simples, dolosa ou fraudulenta que,
na interpretação de Franco (2015. p. 42):

A primeira é a que resulta da falta de pagamento do imposto, sem qualquer


malícia ou sem o emprego ardil ou fraude. É o simples não pagamento. A segunda é
a gerada da fraude ou da má-fé do contribuinte, que usa meios, manobras, ou ardis
para se furtar ou se subtrair do pagamento do imposto. Assim, é considerado
crime contra a ordem tributária qualquer ação ou tentativa de evitar total o
parcialmente o pagamento de tributos utilizando-se de meios ilegais para tanto.

Seja qual for a sonegação fiscal, pode ser considerado como desvio de conduta e
não justifica a sua prática, mesmo, com o Brasil apresentando alta carga tributária. Franco
(2015) ao longo da sua pesquisa comenta que, “as diversas formas que a alta carga tributária
contribui para sonegação fiscal, e para uma série de outras distorções econômicas, além
de diversos outros problemas”.
No entanto, como realizar o controle e fiscalização dos tributos? Essa resposta poderá
vim de várias observações, e uma dela é a Gestão Tributária.
Caso o empresário opta por não trabalhar de forma ilícita, poderá recorrer ao
planejamento tributário, como meio para aliviar o peso dos tributos, o qual pode contemplar
mecanismos legais, e dessa forma, reduzir a elevada carga tributária.

58 Id on Line Rev. Mult. Psic. V.12, N. 41, p. 52-65, 2018 - ISSN 1981-1179
Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id
Gestão Tributária e o Planejamento Tributário

De acordo com Bergamini (2012), a Gestão Tributária é de suma importância no


mundo empresárial, principalmente como ferreamente de planejamento e controle da
tributação, isto devido a elevada carga tributária incidente sobre os negócios que ocorrer em
território brasileiro.

As grandes empresas, na busca pela economia de tributos, recorrem à gestão tributária,


não somente para que tenha a segurança de estar percorrendo por caminhos lícitos na
redução de encargos tributários, como também para evitar que um planejamento fiscal
mal estruturado acabe por configurar em um crime contra a ordem tributária
(LONGO, 2010, p. 36)

Neste sentido, para Orsini (2016), é possível não sonegar quando se tem uma Gestão
Tributária que objetive adequar, planejar e revisar procedimentos, isto é, visa o controle, a
gestão e a estratégia empresarial, não somente o desenvolvimento de simples atividades.
Sob está ótica, há necessidade do controle da tributação pelo aplicação correta do
Planejamento Tributário, com enfoque na definição da fronteira entre o que é legal e lícito, com
o designio de promover a diminuição do peso da carga tributária no orçamento empresarial
(RIZZI, 2010).

O planejamento Tributário tornou-se de fundamental importância para as empresas,


devido à legislação tributária brasileira, adotar um número excessivo de leis e de
constantes alterações. Portanto passa a ser vista como complexa, o que dificulta
aos empresários a promover a interpretação, assim como se manter atualizados em
virtude dos diversos influenciadores na gestão empresarial de forma específica
(SIQUEIRA; CURY; GOMES, 2011, p. 184-185).

De acordo com Souza e Pavão (2017), o a gestão tributária não pode ser autrdido com
a sonegação fiscal, pois planejamento envolve escolhas entre diversas opções legais e lícitas,
sempre conduzindo para os melhores resultados.
Este autores, apontam três finalidades para ser realizado no exercício desse
planejamento: “evitar a incidência do tributo, reduzir o montante do tributo devido e
postergar o momento de sua exigibilidade” (SOUZA; PAVÃO, 2017, p. 6).
No entanto, para Orsini (2016), para que esse planejamento seja desenvolvido, é
necessários um estudo prévio que se modificam conforme a atividade empresarial. Assim,
aponta para os seguintes aspectos:
59 Id on Line Rev. Mult. Psic. V.12, N. 41, p. 52-65, 2018 - ISSN 1981-1179
Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id
A interpretação da lei quanto a hipótese de incidência dos tributos, ou seja, a situação
abstrata apresenta na lei; A aplicação da hipótese ao caso concreto, em outras palavras,
a fato gerador; O gerenciamento do planejamento; O acompanhamento do mesmo ao
longo de sua execução; A defesa prévia e os riscos envolvidos na mesma quanto ao
montante que se pretende economizar (Orsini, 2016, p. 4).

Para Souza e Pavão (2017), o planejamento tributário é o instrumento singular que


promove economia real para as finanças empresariais, sem nenhuma apreensão quanto ao fisco,
pois não haverá complicações uma vez que adota medidas lícitas.
Ademais, caso contrário se houver um equivocado planejamento tributário, segundo
Fabretti (2006), resulta em evasão fiscal, que é um mecanismo ilícito de diminuição da carga
tributária, que não cumpre as devidas determinações da lei, essa conduta passa a ser classificada
como crime de sonegação fiscal, podendo os autores responder pelos seus atos ílicitos contra o
Fisco.
Outro ponto fundamental para o controle à sonegação fiscal, está na busca pela
simplificação da apuração dos tributos, busca-se esse objetivo na nova reforma tributária, que
segundo Franco (2015, p. 46):

As medidas adotadas deverão tornar o sistema tributário mais neutro, ou seja,


minimizar distorções nos preços relativos por meio da introdução de impostos gerais
e com alíquotas uniformes (principalmente sobre o valor agregado) e desonerar o setor
produtivo, com a eliminação das contribuições que incidem em cascata.

Nesta perspectiva, caso a reforma tributária aconteça e possa levar a diminuição da


carga tributária, no entender de Henrique (2011, p. 61), teria como consequência:

a) Uma alavancagem no processo produtivo, já que com a diminuição dos impostos


mais empresários estariam dispostos a investir no local e gerar novos empregos.
b) Um provável déficit nas conta s do governo, uma que os gastos são altos e
necessitam de recursos financeiros para financiar esses gastos.

Corroborando com este pensamento, o SINPROCON (2016), complementa que, no


nosso país, a tributação é em sua maioria sobre a renda, não sobre o consumo, o que acaba
promovendo ainda mais desigualdades sociais. Logo, uma reforma tributária no Brasil é
urgente, bem como um sistema fiscal que promova justiça social.

60 Id on Line Rev. Mult. Psic. V.12, N. 41, p. 52-65, 2018 - ISSN 1981-1179
Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id
Pode-se concluir, que temos um das mais elevadas cargas tributárias do mundo, que
apesar desse peso, não se justifica a adoção de práticas de evasão fiscal, como previstas e
tipificadas como crimes na Lei 8.317/1990. Apesar das imposições legais, é possível reduzir o
impacto dos tributos no resultados economico e financeiro, tudo através da gestão tributária ou
simplemente do planejamento tributário. Vale destacar, que enquanto nos crimes de sonegação
fiscal o empresário busca ocultar a ocorrência do fato gerador, no planjamento tributário o
empresário busca evitar a ocorrencia do fato gerador.
Finalmente, apesar dos escandalos atuais e da pouco credibilidade dos políticos
nacionais, não pode os empresários dexar de cumprir seu papel social por meio da justa
arrecadação de seus tributos.

Procedimentos Metodológicos

O método de pesquisa aplicado neste estudo é qualitativo. Com relação aos


procedimentos técnicos, o estudo faz uso de fontes bibliográficas e documentais. Embora os
métodos de pesquisa documental e bibliográfica envolvam a análise de documentos, eles
diferem em alguns aspectos. A pesquisa bibliográfica é uma forma de estudo, enquanto a
documental é a análise de textos e documentos.
A metodologia, portanto, é uma pesquisa bibliográfica com os fundamentos
metodológicos que serão aplicados para chegar a possíveis soluções e resultados desejados que,
aborde principalmente, sobre Gestão Tributária, a tributação fiscal que a empresa deve prestar
ao governo brasileiro, o planejamento tributário e a sonegação Fiscal a Lei 8.137/1990 e outros
temas relacionada a tématica em estudo.
De acordo com Furasté (2008, p, 33), este tipo de pesquisa “baseia-se
fundamentalmente no manuseio de obras literárias, quer impressa, quer capturadas via internet.
[..] Quanto mais completas e abrangentes forem as fontes bibliográficas consultadas, mais rica
e profunda será a pesquisa”.
Nesta perspectiva, enquadra-se em uma pesquisa de natureza aplicada, pois será de
acordo com a aplicação da tributação federal que serão obtidos os resultados pelo objeto da
pesquisa. Assim, procura a utilização de critérios a serem utilizados, pode classificar a pesquisa
em exploratória, descritiva ou ainda em explicativa e, qualitativa.

61 Id on Line Rev. Mult. Psic. V.12, N. 41, p. 52-65, 2018 - ISSN 1981-1179
Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id
A pesquisa qualitativa, conforme argumentos de Minayo (2010), procura demandas
muito pormenorizadas e específicas, com um enfoque no nível do fato investigado que não pode
ser quantificado e mensurado.
Neste contexto, o presente estudo tem a importância em mostrar a comunidade do
curso de direito e aos pesquisadores que tem interesse sobre a temática, as estratégias para a
sobrevivência da empresa no mercado, desde que opte por agir conforme as leis e evitar a
sonegação de imposto e não procure agir de forma ílicita.

Análise Bibliográfica

A gestão tributária é um objeto de estudo não somente no âmbito científico mas também,
de forma aplicada e empírica pelas empresas que muito dependente de um sério planejamento
a fim de reduzir sua carga tributária.
A gestão tributária concetra seu definição ilustrado pelo verbo elidir, que significa
evitar. No contexto do tema deste estudo, entende-se como evitar, isto é, no sentido de diminuir
a soma total ou dilatar o prazo do pagamento do tributo, por atos ou omissões lícitos do sujeito
passivo, anteriores à ocorrência do fato gerador.
Logo, o planejamento tributário é desenvolvido com uma única finalidade: economizar
impostos, atentando-se sempre ao princípio da moralidade, ou seja, práticas compatíveis com
as normas legais aplicáveis.
Conforme debatido pelos autores bases destacados no capítulo de referencial teórico,
pode-se resumir que a gestão tributária possui três finalidade precípuas: (a) evitar cobrança do
tributo, adotando medidas que não promovam a ocorrência do fator gerador do tributo; (b)
reduzir o montante a recolher, seja a base de calculo ou a alíquota incidente; e (c) delongar o
pagamento do tributo, postergando o pagamento sem cobrança de multas.
Sabe-se que a carga tributária no Brasil é altíssima, cerca de 35% do faturamento das
entendides e cerca de 55% do lucro obtido pelas mesmas. Ao adotar o planejamento tributário,
tem-se a intenção de reduzir esse impacto, com uma visão sistemica de todos os tributos
incidentes sobre determinada atividade empresarial ou modalidade tributária.
Diferentes estratégias de gestão tributária exigem recursos diferentes. Por exemplo, o
gerenciamento de impostos requer conhecimento e recursos exclusivos em comparação com o
62 Id on Line Rev. Mult. Psic. V.12, N. 41, p. 52-65, 2018 - ISSN 1981-1179
Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id
simples atendimento às exigencias tributárias. Embora não tenhamos conhecimento de qualquer
evidência empírica, é razoável supor que o planejamento fiscal é mais dispendioso do que a
simples execução do pagamentos dos tributos, sem uma análise critériosa adequada a um
planejamento tributário. Além disso, a maioria dos gestores tem pouco experiência com
impostos, não dominando as lacunas legais que permitem uma elisão fiscal satisfatória.
Destaca-se o impacto do da gestão tributária como um planejamento preventivo
considerando a legislação, os atos e fatos administrativos pertinentes à rotina empresarial, com
a intenção de examinar e selecionar as possibilidade de minimização do ônus tributário, no que
concerne a onerosidade ou aos prazos de recolhimento dos tributos. Adicionalmente, esse
ferramental legal e contábil pode trazer vantagens para o processo de tomada de decisão, com
o escopo de assegurar melhores conjunturas economicas e financeiras para as empresas.

Considerações Finais

A profissionalização da gestão tributária nas empresas é essencial para a


competitividade e permanência no mercado. Conclui-se, portanto, que o planejamento tributário
deve ser desenvolvido de forma preventiva, de modo a identificar maneiras legais que
possibilitem a reduzir ou eliminar o ônus tributário.
Ultimamente a tributação sobre os resultados empresariais é aplicada conforme os
regimes de tributação: Lucro Presumido, Lucro Arbitrado ou Lucro Real. Usualmente, as
empresas são orientadas a selecionar ou o Lucro Presumido ou o Lucro Real, já que o Lucro
Arbitrado, teoricamente, devido a imprevisibilidade do quantitativo do lucro na atual economia
brasileira, é a forma mais onerosa de tributação, aplicada inclusive pela fiscalização fazendária
ao identificar alguma irregularidade na apuração dos tributos.
Diante de sua complexidade, a gestão tributária deve ser desenvolvida profissional
competente, com especialização em Direito e Contabilidade e com profundos conhecimentos
tributários, fiscais e contábeis, caso contrário, a empresa pode estar fadada ao fraco, ao se
planejar incorretamente quanto aos tributos a pagar. O incorreto recolhimento de tributos pode
acarretar ainda mais pagamentos de impostos, moras e multas, e consequentemente, maiores
despesas e dispêndios desnecessários de recursos monetários da empresa.

63 Id on Line Rev. Mult. Psic. V.12, N. 41, p. 52-65, 2018 - ISSN 1981-1179
Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id
Conclui-se, portanto, diante da discussão teórica e aplicada deste estudo, que a gestão
tributária se estabelece como relevante instrumento a ser adotado pelas empresas que cumpre
amplamente as diretrizes e normas da legais com o escopo de diminuição de pagamentos de
impostos ao governo.

Referências

BRASIL. Novo Código Civil Brasileiro. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2003.

BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui
normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172.htm>. Acesso em: out. 2017.

CNT, Código Tributário Nacional. Pesquisa CNT/MDA: relatório síntese. Rodada 133. 2017.
Disponível em:<
http://cms.cnt.org.br/Imagens%20CNT/PDFs%20CNT/Pesquisa%20CNT%20MDA/Integra%20CNT
MDA%20Fevereiro%202017.pdf >. Acesso em out. 2017.

FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributaria. 10. ed. São Paulo, Atlas, 2006 p. 32.

FRANCO, Luciana Viana da Silva. A sonegação fiscal como sonsequência da alta carga tributária
brasileira. Pós-graduação de Direito Tributário e Finanças Públicas da Escola de Direito de Brasília
– EDB/IDP, 2011. Disponível:<
http://dspace.idp.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/1820/Monografia_Luciana%20Vian
a%20da%20Silva%20Franco.pdf?sequence=1>. Acesso em nov. 2017.

FURASTÉ, Pedro Augusto; Normas Técnicas para o Trabalho Científico:


Elaboração e Formatação. Explicitação das Normas da ABNT. 14 ed – Porto
Alegre: 2008

GIL. Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas,
2002.

HENRIQUE, Marco Antonio. Gestão pública e a questão tributária: um estudo sobre o ISS e o IPTU
nos municípios de São José dos Campos e Taubaté. 2011. 161f. : il. Dissertação (mestrado).
Universidade de Taubaté, Departamento de Economia, Contabilidade e Administração

JASPER, F. Enquanto reforma não sai, país cria 50 normas tributárias ao dia. 2007. Disponível
em: <http://www.depacom.org.br/informativos/2007/621_05_10_07.htm>. Acesso em out. 2017.

LONGO, A. K. F. O impacto econômico negativo do planejamento tributário nas empresas.


Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2010. Disponível
em:<http://livros01.livrosgratis.com.br/cp152695.pdf>. Acesso em ou. 2017.

ICHIHARA, Y. Direito tributário: atualizado pela nova Constituição. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991.
64 Id on Line Rev. Mult. Psic. V.12, N. 41, p. 52-65, 2018 - ISSN 1981-1179
Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 28ª ed. São Paulo: Malheiros, 2007.

MINAYO, M.C.S.(Org) Pesquisa Social; Teoria Método e Criatividade. 29ª Ed. Petrópolis:
Vozes, 2010

ORSINI, Caio Saab. A Significância do Planejamento Tributário para a Estrutura de Custos de


uma Organização. XXIII Congresso Brasileiro de Custos – Porto de Galinhas, PE, Brasil, 16 a 18 de
novembro de 2016. Disponível em:<
https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/download/4155/4156>. Acesso em: nov. 2017.

OLIVEIRA, J. R. A.; COSTA, T. F. M. Instituições de direito público e privado. Florianópolis :


Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2010.

PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da Pesquisa. 10 ed. rev. e


atual. Campinas: Papirus, 2004

RIZZI, Ângela Onzi. Limites do Planejamento Tributário: Diferenças entre Elisão e Evasão Fiscal.
Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 07 fev. 2014. Disponivel em:
<http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.46906&seo=1>. Acesso em: 15 nov. 2017.

SIQUEIRA, E. B; CURY, L. K. P; GOMES, T. S. Planejamento tributário. Revista CEPPG-CESUC-


Centro de Ensino Superior de Catalão, Ano XIV, Nº 25- 2º Semestre/2011.

SINPROFAZ, Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional. Presidente do sinprofaz


revela números da sonegação em audiência na câmara. 2016. Disponível em:<
http://www.sinprofaz.org.br/noticias/presidente-do-sinprofaz-revela-numeros-da-sonegacao-em-
audiencia-na-camara/>. Acesso em out. 2017.

SOUZA, L. R. B. de; PAVÃO. A necessidade do planejamento tributário visando a redução dos


custos nas organizações. Disponível em:< https://www.inesul.edu.br/revista/arquivos/arq-
idvol_19_1346771456.pdf>. Acesso em out. 2017.

Como citar este artigo (Formato ABNT):

OLIVEIRA, Gilmar Gomes de; ANTUNES, Emanoel Silva. A Gestão Tributária no Controle à
Sonegação Fiscal. Id on Line Revista Multidisciplinar e de Psicologia, 2018, vol.12, n.41,
p.52-65. ISSN: 1981-1179.

Recebido: 07.06.2018
Aceito: 08.06.2018

65 Id on Line Rev. Mult. Psic. V.12, N. 41, p. 52-65, 2018 - ISSN 1981-1179
Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id

Você também pode gostar