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O Impacto Do Planejamento Tributário No Cotidiano Das Empresas

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Revista Gestão em Foco - Edição nº 12 – Ano: 2020

O IMPACTO DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NO COTIDIANO DAS EMPRESAS

Rafael Henrique Erbes1


Raphael Martini2
Diones Kleinibing Bugalho3
Francieli Morlin Bugalho4
1
Bachharel em Ciências Contábeis - UNOCHAPECÓ
2
Mestrando em Ciências Contábeis e Administração (PPGCCA) UNOCHAPECÓ
3
Mestrando em Ciências Contábeis e Administração (PPGCCA) UNOCHAPECÓ
4
Mestranda em Contabilidade (PPGC) UFSC

Resumo:
O presente estudo abordou os regimes tributários atuantes no Brasil, e as aplicações de cada e suas respectivas
regras. Atualmente, no Brasil há três diferentes regimes tributários, que são com base em lucro real, lucro
presumido e o denominado simples nacional. Observou-se a explicação de cada regime e quando cada empresa
pode ou deve utilizá-lo, e os benefícios que cada empresa obtém em cada regime. Verificou-se a importância da
utilização do planejamento tributário nas organizações, onde foram apresentados três exemplos de empresas do
Sul de Santa Catarina, que fazem uso dos regimes citados anteriormente, e o impacto que cada regime trouxe
nas organizações. Atualmente, a continuidade das empresas no mercado se faz com base em estratégias e metas,
e o planejamento tributário é uma ferramenta importante na definição estratégica, pois se observou neste estudo
o alto volume de impostos que são recolhidos nos âmbitos federais, estaduais e municipais. Porém, há um
descontentamento com os contribuintes, ao enxergarem que os valores recolhidos não são redirecionados as
necessidades básicas da população. Eventualmente, ocorre-se a redução do recolhido por meios ilícitos,
conhecidos como sonegação, porém verificou-se na confecção deste artigo que existem meios legais para
diminuição na cara tributária dos contribuintes, isso se faz possível ao utilizar um planejamento tributário e
buscando maior entendimento em relação aos regimes aplicados no Brasil, e os benefícios que cada um pode
oferecer.

Palavras-chave: Tributação; Planejamento Tributário; Impactos Sobre Resultados.

Abstract:
The present study addresses the tax regimes in Brazil and the applications of each and its rules of use. Currently,
in Brazil there are three different tax regimes, which are based on real profit, presumed profit and called simple
national. Note the explanation of each scheme and when each company can or should use it, and the benefits
each company gets from each scheme. The importance of using tax planning in activities was verified, where
three examples of companies from the south of Santa Catarina were presented, which use the regimes mentioned
above and the impact of each regime applied in the activities. Currently, a market research company does it
based on strategies and goals, and the tax is an important tool in the strategic strategy, as it is in this study or in
the high volume of taxes that are collected in the federal, state and municipal states. However, there is discontent
with taxpayers, to see which values collected are not redirected as basic requirements of the population.
Eventually, if a reduction is collected by illegal means, it is known as tax evasion, but it is verified in the making
of this article that there are legal means to reduce your taxation of taxpayers, this can cause the use of a taxation
method and obtain greater values. in relation to the regimes applied in Brazil, and the benefits that each can
offer.

Keywords: Taxation; Tax Planning; Impacts on Results.

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente, a grande vilã acerca da lucratividade das organizações é a carga tributária existente no
território brasileiro. Costa et al, (2018) cita que há algumas regiões que possuem benefícios fiscais, porém nas
que não as possuem, os empreendedores devem ficar atentos ao planejamento tributário e financeiro de suas
organizações, para que possam manter um bom índice de lucratividade e rentabilidade. O presente artigo irá
expor a necessidade do planejamento tributário tanto ao empreendedor quando a empresa como um todo.
Essa necessidade das organizações de buscar meios para evitar prejuízos, tem feito cada vez mais às
áreas contábeis e fiscais serem envolvidas nas tomadas de decisões, levando em consideração o atual cenário
tributário da região buscando benefícios fiscais disponíveis e que possam ser utilizados nas organizações. Este
envolvimento das áreas contábil e fiscal pode ser considerado como uma estratégia presente no planejamento
tributário, pois estas são as áreas que mais ficam atualizadas em relação à legislação tributária e mudanças no
cenário econômico. O planejamento tributário representa um processo de exame e conhecimento da legislação
tributária, afim de se alcançar a redução da carga tributária do contribuinte (PILATI; THEISS, 2016).
Com o crescimento da globalização, aumenta o número de concorrentes, logo se torna mais acirrado ao
empreendedor manter seu negócio ativo no mercado. Vários fatores podem contribuir para o insucesso
financeiro de uma corporação, e um deles, certamente é o elevado número de impostos pago mensalmente aos
órgãos governamentais. Acompanhando as notícias diárias, ouve-se que maior parte do valor final de um
produto ou serviço é composto por impostos, destinados a diversos fins. O uso de provisões se faz necessário,
pois provisionar quanto à empresa irá gastar com obrigações futuras, permite a mesma a estruturar seu
planejamento para poder gerar lucros com seu negócio, e não prejuízos (COSTA et al., 2018).
Realizar um planejamento acerca da carga tributária existente em um cenário não é algo simples, pois a
legislação que determina como cada imposto é aplicado, e porque, muda constantemente. Isso faz com que o
profissional da área contábil ou fiscal fique se atualizado com frequência, para acompanhar o que a legislação
vigente aplica, e como se aplica na organização em que trabalha. Somente desta forma, um planejamento
tributário é válido, pois está de acordo com a legislação e trará resultados positivos à organização.
A mudança das formas organizacionais tem sido a forte responsável por vantagens de concorrência e
alavancagem empresarial na área financeira, em um ambiente cada vez mais integrado e competitivo. O
processo pelo qual as entidades buscam estratégias legais e discutem formas para diminuição do pagamento de
tributos chama-se elisão fiscal, é uma formação lícita que assessora as empresas, aproveitando situações reais na
legislação, diminuírem ou acabarem os tributos recolhidos (COLLING et al., 2017).
Pilati e Theiss (2016) mencionam que a elisão fiscal é forma legal de diminuir a carga tributária, através
do planejamento tributário realizado de modo transparente e conforme permite a legislação. É comum esse
processo ser realizado em conjunto, pois além dos profissionais da área contábil e fiscal, eventualmente se faz
necessário o uso de assessorias especializadas em carga tributária e legislação.
Sob este contexto, surge a seguinte questão: Como os tributos e métodos de um Planejamento Tributário
impactam no dia a dia das empresas? O presente estudo buscar expor a teoria relacionada à carga tributária
presente no Brasil, em três casos de empresas Catarinenses que são tributadas em regimes e atividades
diferentes, onde poderão ser observados os impactos sobre os resultados (faturamento) anuais das mesmas.
Justifica-se a realização do estudo em desenvolver competências técnicas e gerais que visam
proporcionar os conhecimentos teóricos, junto com as principais ferramentas, metodologias e situações práticas
que apoiarão na tomada de decisão. Demo (1987) explica que a utilização das ferramentas e recursos necessários
para o desenvolvimento de conteúdo servem como guia na abordagem dos assuntos, e confecção do estudo.
O estudo está organizado em cinco seções. Na primeira unidade, iniciando com esta introdução. Em
seguida apresenta-se o referencial teórico que será abordado o planejamento tributário na sua essência, estrutura,
processos, formas de organização e ferramentas para um bom planejamento. A terceira unidade relata a
metodologia da pesquisa. Na quarta unidade apresenta-se a análise e discussão dos resultados, e por fim, na
quinta seção as conclusões.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Para que a pesquisa esteja devidamente fundamentada, o artigo é dividido em fragmentos que
pretendem orientar na redução dos pagamentos de tributos e explanação sobre benefícios fiscais,
compreendendo os limites da legalidade em relação ao encolhimento dos mesmos e, possível enquadramento
em algum benefício fiscal disponível no atual cenário econômico.

2.1 Sistema Tributário Nacional

Basta acompanhar as notícias diárias que conseguimos analisar o quão complexo, burocrático e alto é o
pacote tributário no Brasil, destacando-se como um dos países com maior carga tributária do Mundo. Sendo que
em 2018, de acordo com o portal Impostômetro (disponível em https://impostometro.com.br, acesso 22 Jun
2019), o Brasil arrecadou a quantia de aproximada R$ 2,389 trilhões. Isso atinge 33,58% do PIB nacional
(Produto Interno Bruto).
De acordo com o portal Jornal Contábil (2017), em artigo descritivo sobre Impostos, é exposto que
impostos são valores pagos ao Governo por pessoas físicas e/ou jurídicas, em dinheiro na moeda local, e que
servem para custear parte das despesas administrativas, de serviços básicos e de investimento em obras. Estes
impostos podem ser recolhidos de maneira municipal, estadual e federal.
Bisolo e Baggio (2012) relatam que, o sistema tributário nacional é um quadro de leis e princípios que
estabelecem um conjunto de tributos vigentes em determinada época, os quais irão atender para viabilizar os fins
sociais, econômicos e políticos do Estado. Em conformidade com o crescimento significativo da carga tributária
brasileira, os gestores se obrigaram a se adaptar de forma frenética em relação aos custos das entidades,
buscando um encolhimento no pagamento de impostos.
O Brasil se destaca mantendo uma das maiores cargas tributárias no cenário mundial. Sem um
planejamento tributário bem formulado, é complicado para os pagantes assumirem com todos os custos.
Constantemente a carga tributária é considerada pela distribuição do tamanho total das receitas fiscais pelo valor
do Produto Interno Bruto (PIB) no mesmo período de arrecadação. A carga tributária é a base do volume de
recursos financeiros que o Estado toma da sociedade na forma de tributos (PAULA; COSTA; FERREIRA,
2017).
É visto que há maneiras dentro da legislação vigente de se alcançar melhor rendimento na organização,
levando em conta que pode-se estruturar um planejamento tributário e delimitar com clareza qual será o
montante direcionado a pagamento de impostos, e de que maneira isto impacta na lucratividade da empresa. Um
planejamento tributário competente deve analisar as incidências tributárias em todas as exigências envolvidas
nas atividades da empresa. A ponto de potencializar os regressos pós-impostos, as sociedades precisam
considerar tributos explícitos, implícitos, bem como custos não tributários e impactos de suas definições
tributárias. À luz desta abordagem, o imposto, a evasão e seus conceitos associados podem ser determinados
pelo foco na diminuição de impostos explícitos (RAMOS; MARTINEZ, 2018).
As pessoas jurídicas são tributadas por uma das linhas de apuração do IRPJ e da CSLL, por escolha do
pagante ou por decisão legal, nas decorrentes modalidades: simples nacional, presumido, arbitrado ou real
(BISOLO; BAGGIO, 2012).
A entendimento disso, para abordagem de planejamento tributário é fundamental estabelecer os valores
da licitude ou da ilicitude, sobre os princípios de elisão fiscal, ilusão fiscal e evasão fiscal organizados pela
legislação tributária brasileira. Levando em consideração estes itens, e seguindo a legislação vigente, é possível a
empresa estruturar seu planejamento acerca da carga tributária que condiz ao seu negócio, e porte (RAMOS;
MARTINEZ, 2018).
Segundo Paula, Costa e Ferreira (2017) em limites evolutivos, a principal base legal no Brasil gerando
método único às organizações com menor presença no mercado foi determinada em 1984, com a Lei nº. 7.256 -
o “Estatuto da Microempresa” - contemplando apoio nas zonas administrativas, tributária, previdenciária e
trabalhista. Este se evidenciou como o mais relevante artigo legislativo de acordo com o tema, no ciclo prévio à
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Constituição de 1988. Depois, a Constituição Federal de 1988 estabeleceu, em seu artigo 179, que a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios necessitam renunciar tratamento jurídico separado e beneficiado às
microempresas e organizações de pequeno porte. O artigo 179 traz na íntegra:

Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às


microempresas e às empresa de pequeno porte, assim definidas em Lei, tratamento jurídico
diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas,
tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de Lei.

Observa-se o método temporal que determina as práticas de elisão e evasão fiscal: diversamente da
primeira; a evasão fiscal geralmente ocorre posteriormente a ocorrência do fato gerador e do decorrente
surgimento da obrigação tributária. Nesse modo, eles estabelecem que a elisão calcule a carência de dispositivo
legal que discorde a ação realizada, bem como esta ação ou omissão ocorra anteriormente ao fato gerador do
tributo que se programa não recolher ou recolher a menor (RAMOS; MARTINEZ, 2018).
Estudos como os de Ramos e Martinez (2018) e Paulo, Costa e Ferreira (2017) citados acima, a elisão
fiscal é o mais aconselhável, por ser uma prática permitida em Lei, onde a empresa pode estabelecer com
antecedência como irá tratar a tributação de seu produto ou serviço, e de que maneira poderá alavancar seus
resultados sem ter complicações com o fisco. Este será o método explorado neste estudo, para relacionar ao
planejamento tributário.
Em relação aos tipos de impostos existem no Brasil, existem impostos Federais, Estaduais e Municipais,
que são aplicados sobre faturamento, renda ou bens e serviços. Entende-se como imposto federal, todo tributo
destinado ao Governo Federal, e também é a maior fatia de tributos arrecadados no Brasil.
De acordo com publicação do Jornal do Senado (2019), os impostos federais aplicados no Brasil são: II
(Imposto sobre Importação), IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que incide sobre empréstimos,
financiamentos e outras operações financeiras, e sobre ações, IPI (Imposto sobre Produto
Industrializado), que é cobrado das indústrias, IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física), IRPJ (Imposto
de Renda Pessoa Jurídica), que tem incidência sobre o lucro das empresas, ITR (Imposto sobre a
Propriedade Territorial Rural), Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) que tem
incidência sobre petróleo e gás natural e seus derivados, e sobre álcool combustível, Cofins
(Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) que é cobrado das empresas, CPMF
(Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), que é descontada a cada entrada e saída de
dinheiro das contas bancárias; CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), FGTS (Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço), que trata-se ser um percentual do salário de cada trabalhador com
carteira assinada depositado pela empresa, INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que trata-se ser
um percentual do salário de cada empregado cobrado da empresa (cerca de 28% – varia segundo o ramo
de atuação) e do trabalhador (8%) para assistência à saúde e PIS/Pasep (Programas de Integração Social
e de Formação do Patrimônio do Servidor Público) que é cobrado das empresas.
Em relação aos impostos estaduais, são as arrecadações destinadas aos próprios estados, que são
compostas pelos seguintes: ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias), que tem incidência
também sobre o transporte interestadual e intermunicipal e telefonia, IPVA (Imposto sobre a
Propriedade de Veículos Automotores) e ITCMD (Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e
Doação), que incide sobre herança.
Por fim, os impostos municipais são os recolhimentos destinados aos municípios, que são
compostos por: IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana), ISS (Imposto Sobre
Serviços) que é cobrado das empresas e ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Inter Vivos) que
incide sobre a mudança de propriedade de imóveis.
Todo esse pacote de impostos, eventualmente pode trazer confusão aos donos de algum tipo de negócio,
por não saber ao certo que imposto será recolhido e qual alíquota será aplicada. Também é necessário ter clareza

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em relação à quais impostos serão recolhidos, para adotar e escolher (quando possível) o melhor método de
tributação em que a empresa irá se enquadrar.
Atualmente, existem três regimes tributários no Brasil que são: simples nacional, lucro real e lucro
presumido. Deste modo, é fundamental às empresas que seus profissionais das áreas contábeis e fiscais fiquem
atentos ao melhor regime que se enquadra à organização, para que não seja recolhido nenhum valor a maior do
que o necessário, prezando pelo bom resultado da empresa, mas sem estar com pendências com o fisco.
De acordo com o portal Treasy (2019), cada regime tributário apresenta diferentes condições e regras,
onde no simples nacional são englobas empresas e microempresas que têm, essencialmente, faturamento anual
menor que R$ 4,8 milhões. No caso do lucro presumido, o valor do lucro das empresas é presumido pela
Receita Federal com base no IRPJ, e a CSLL em relação ao seu faturamento. Caso o faturamento anual da
empresa seja abaixo de R$ 78 milhões, ela pode se enquadrar no regime tributário de lucro presumido. Em
relação ao lucro real, é composto pelas empresas que possuem faturamento acima de R$ 78 milhões e para
atividades específicas, com organizações que recebem dinheiro do exterior.
De acordo com o Portal Tributário (2019), o Simples Nacional é uma forma simplificada e
englobada de recolhimento de tributos e contribuições, tendo como base de apuração a receita bruta. As
pessoas jurídicas que se enquadram na condição de microempresa ou empresa de pequeno porte poderão
optar pela inscrição no Simples Nacional, recolhendo em guia única diversos tributos, chamada de DAS
(Documento de Arrecadação do Simples Nacional), onde são englobados os seguintes tributos:
• Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ);
• Imposto sobre Produtos industrializados (IPI);
• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
• Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS):
• Contribuição para o PIS/PASEP;
• Contribuição para a Seguridade Social;
• Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços e sobre Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal (ICMS);
• Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
Em relação ao lucro presumido, o Portal Tributário (2019) traz que é a forma de tributação simplificada
do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL). As
empresas que podem optar pelo regime tributário do lucro presumido são as que possuem limite de receita
bruta total será de R$ 78 milhões de reais, ou a R$ 6,5 milhões de reais multiplicados pelo número de
meses de atividade do ano-calendário anterior, e quando inferior a 12 (doze) meses, poderá optar pelo
regime de tributação com base no lucro presumido.
Por fim, o Portal Tributário (2019) traz as especificações do regime tributário com base em lucro
real, onde estão automaticamente obrigadas à apuração por este regime as pessoas jurídicas que
apresentam faturamento anual acima de R$ 78 milhões de reais, e que apresentem as seguintes
características:
a) Cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de
desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento,
sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio,
distribuidora de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas
de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada
aberta;
b) Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
c) Que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou
redução do imposto. Como exemplo de benefícios fiscais: redução do IRPJ pelo Programa de
Alimentação do Trabalhador, projetos incentivados pela SUDENE e SUDAM, programas
setoriais, etc.

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d) Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de


estimativa;
e) Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria
creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a
receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação
de serviços (factoring).
f) Que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do
agronegócio;
g) Também estão obrigadas ao Lucro Real as empresas imobiliárias, enquanto não concluídas as
operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado. O custo orçado é a
modalidade de tratamento contábil dos custos futuros de conclusão de obras.
h) As Sociedades de Propósitos Específicos (SPE) constituídas por optantes pelo Simples Nacional
deverão apurar o imposto de renda das pessoas jurídicas com base no Lucro Real.
Visto a quantidade de regras e especificações que cada regime tributário apresenta, entende-se a
importância do pleno entendimento do profissional da área de contábeis, e acompanhamento das possíveis
alterações na legislação, para sempre optar pelo regime tributário adequado e que apresente mais vantagens às
organizações. Enquadrar-se num sistema de tributação adequado ao porte da organização é fundamental para
que a mesma mantenha bons resultados, mantendo-se ativa e competitiva no mercado e sem fazer tributações
contra a Lei.
O estudo de caso a ser exposto neste estudo irá retratar a diferença em relação aos diferentes tipos de
tributação de acordo com cada regime exposto até então, e o impacto que cada qual traz no resultado da
empresa.

2.2 Planejamento tributário

Gonçalves, Nascimento e Wibert (2016) evidenciam que o planejamento tributário pode ser considerado
uma das diferentes feições de se controlar os resultados e, como resultado, de melhorar o retorno da organização,
a objetivo de aumentar seu posicionamento perante o mercado. Os autores ainda defendem o planejamento
tributário como um direito reconhecido aos contribuintes. A partir de que feito por meios legais, este
planejamento é lícito e válido.
Como abordado até então, um planejamento tributário bem formulado, consciente e seguro, respeitando
a legislação vigente, certifica o contribuinte de que está evitando o excesso ou falta de pagamento de tributos ao
governo. Proporcionado, assim, a opção de melhorar sua rentabilidade, e garantindo que não haverá problemas
legais com o fisco, devido à falta de algum pagamento tributário (COLLING et al., 2017).
A elisão fiscal é o método justo de reduzir os tributos de forma legal, não tendo nenhuma relação
com a sonegação de impostos, a elisão fiscal busca explorar caminhos legais e menos onerosos para o
contribuinte. Inúmeras taxas e impostos que estão diretamente ligadas às compras de mercadorias e
prestações de serviços são pagas todos os anos por pessoas físicas e jurídicas. Conforme Pilati e Theiss
(2016), considerando práticas decentes, o próprio método legal permite ou até mesmo induz à economia
de tributos. Na evasão fiscal, acontece por meios ilegais para não pagar o tributo, ou como é
popularmente chamada, a sonegação de impostos.
Conforme Pilati e Theiss (2016) elisão fiscal pode resultar da própria lei ou de ausências e
ocasiões decorrentes da própria lei. No quadro da elisão resultante da lei, o próprio método legal oferece
ou até também causa a economia de tributos. Existe uma dificuldade limpa e responsável do legislador
de dar ao pagante determinados benefícios fiscais. Os valores fiscais são exemplos específicos de elisão
dirigida por lei, alguma vez que o devido texto legal dá aos seus receptores determinados benefícios. É o
processo, por exemplo, dos Incentivos à Inovação Tecnológica (Lei 11.196/2005).
Já a outra espécie, considera hipóteses em que o contribuinte opta por formar seus serviços de tal
meio que se corresponda com um menor ônus tributário, recorrendo de fundamentos que a lei não proíbe
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ou permitam impedir o fato gerador de qualquer tributo com elementos da própria lei (Colling et al.
2017). Utilizar um meio lícito possível de diminuir os custos referentes ao comprometimento fiscal e
relacioná-los com falhas da legislação tributária, apresenta a importância da implantação e do estudo.
Pilati e Theiss (2016) indicam uma ocasião em que a organização contém uma filial, mas simula
para o fisco que as entidades são instituições distintas, apenas para diminuir a carga tributária.
Similarmente demonstram o caso em que uma entidade de serviços pretende mudar sua sede para
qualquer município, com o objetivo de pagar o Imposto Sobre Serviço (ISS) com uma alíquota mais
baixa. Isso porque a lei não aponta proibição para que os estabelecimentos procurem o lugar onde
atuarão seus serviços.
A pesquisa de Martinez e Sonegheti (2015) relata que, a incidência tributária consegue atingir
significativamente os frutos financeiros das organizações, causando enormes passivos de natureza tributária,
natural de obrigações tributárias principais e das obrigações acessórias que cercam os tributos existentes. Pilati e
Theiss (2016) alegam que, em processos em que não surge a incidência da prática tributária de modo lícito, ou
seja, que não está de entendimento com os princípios legais, a qualificação aplicada é elisão fiscal. O tributo é
reduzido ou evitado antes do fato gerador.
Colling et al. (2017) cita que observando os conceitos expostos pelos autores até então, é visto que a
elisão fiscal é algo permitido por Lei, mas que somente pode ser realizada por meio de um profissional contábil
competente, ou um conjunto de áreas: contábil, fiscal e jurídica. Sendo explorada por estas áreas, a elisão fiscal
pode apresentar diversas alternativas de diminuição de pagamento de cargas tributárias.
Pilati e Theiss (2016) descrevem que a prática de elisão permite a empresa enxergar onde há alternativas
de diminuição no pagamento de tributos, como também permite a empresa tomar conhecimento dos benefícios
fiscais existentes na atualidade no território nacional. Sendo que, atualmente há benefícios fiscais concedidos em
formato de Lei, que podem atingir as três esferas de governo e alguns tributos, sendo os mais afetados:
Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL), Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), ICMS, IPTU e
ISS. Sendo que parte destes impostos é recolhido à União, parte recolhido ao Governo Estadual e também
recolhido para o município.
Sendo assim, é possível verificar maneiras permitidas por Lei para que o empreendedor busque
alternativas para melhorar o rendimento de sua empresa, reduzindo a carga tributária recolhida a União e demais
entidades, sem exercer práticas ilegais de sonegação e sem sofrer com autuações e penalidades do fisco.

2.3 Estudos correlatos

Em relação ao planejamento tributário, foram elaboradas diversas pesquisas, com o objetivo de realçar
métodos para a redução de custos, estipular um regime de tributação menos oneroso, reduzindo os tributos de
forma legal, como os estudos de Vello e Martinez (2014), Martinez e Sonegheti (2015), Pilati e Theiss (2016),
Colling et al. (2017), Paula, Costa e Ferreira (2017), Costa et al. (2018), Oliveira (2009), Mucci et. al. (2011) e
Bisolo (2012).
Em seu estudo Vello e Martinez (2014) evidenciam se um bom planejamento tributário promove uma
redução do risco de mercado, desde que feito na presença de boas práticas de Governança Corporativa. Com
base em uma amostra de 86 empresas de capital aberto listadas na BOVESPA e uma série histórica de cinco
anos, efetuaram-se as regressões dos dados em painel, buscando identificar as variáveis que explicavam o risco
de mercado (beta). Os resultados evidenciam a existência de uma relação significativa e negativa entre o risco de
mercado e o índice de planejamento tributário eficiente das organizações nas empresas com melhores práticas de
Governança Corporativa.
Martinez e Sonegheti (2015) analisaram os efeitos da mudança no critério de incidência do PIS e da
COFINS no disclosure das contingências fiscais. Nesta pesquisa se analisa o nível de disclosure das empresas
brasileiras que informaram em suas notas explicativas os ativos e passivos contingentes de natureza tributária,
notadamente com relação ao PIS e à COFINS não cumulativos, e quais suas características. Para apreciar o nível
de evidenciação das contingências foi aplicado um modelo Probit, no qual se buscou identificar os
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determinantes do nível de evidenciação. Os resultados sugerem que, no geral, as empresas analisadas não
evidenciaram significativamente tais informações em suas notas explicativas. Deste modo, presume-se que não
são transparentes com os investidores.
Pilati e Theiss (2016) buscaram apresentar situações práticas de planejamento tributário lícito e ilícito,
através de questionário descritivo aplicado, com sete perguntas de múltipla escolha, aos contadores de diferentes
cidades do estado de Santa Catarina. A formulação das perguntas originou-se de estudos em artigos, decisões
judiciais, acórdãos e livros, com a abordagem em planejamento tributário para economia de ISSQN e em
reorganizações societárias. Os resultados apontados pela estatística descritiva mostram que a maior parte dos
contadores possui entendimento de situações práticas de elisão e evasão fiscal. Dentre o grau de acerto, aponta-
se um percentual acima de 60%.
Em seu estudo, Colling et al. (2017) tiveram como objetivo estudar formas lícitas de auxiliar empresas
do ramo da construção civil a manterem-se atuantes e capitalizadas através da redução do ônus fiscal. O estudo
das formas de diminuição de pagamento de tributos chama-se elisão fiscal. Para tanto, foi realizado um estudo e
levantamento de dados dos fatos geradores de impostos e a relação de tais tributos com o compromisso fiscal.
Buscou-se investigar a melhor opção tributária entre Lucro Presumido e Regime Especial de Tributação no
período de 2012 a 2016 em uma empresa de pequeno porte do ramo da construção civil. Foi observada grande
vantagem pela escolha do RET em comparação ao Lucro Presumido, podendo ser evidenciada a importância de
um planejamento tributário efetivo.
Paula, Costa e Ferreira (2017) analisaram os reflexos da carga tributária para os pequenos negócios antes
e após a vigência do Simples Nacional e, se houve mudanças significativas com a nova sistemática de
tributação. As pesquisas estão diretamente voltadas ao empreendedorismo e a gestão de micro e pequenas
empresas. O artigo procura expor a percepção das MPEs quanto ao regime simplificado de tributação. Os
resultados, analisados no período que antecede o simples e no período que se sucede a Lei nº 123/2006, sugerem
que o Simples não foi efetivo na redução da carga tributária, mas obteve algum mérito por representar um
avanço no tratamento tributário favorecido, diferenciado e simplificado às MPEs.
Em sua pesquisa, Costa et al. (2018) tiveram como objetivo elaborar um modelo integrado de previsão
do orçamento de resultado, que auxilie no planejamento tributário de empresas comerciais de pequeno porte. O
modelo integrado foi definido em seis etapas, a fim de demonstrar qual é o melhor método de previsão para cada
variável do orçamento de resultado e qual é a melhor alternativa de tributação para a empresa. Os resultados
previstos foram comparados com os resultados reais de 2014, demonstrando que o poder preditivo das variáveis
foi satisfatório. O planejamento tributário demonstrou que a opção menos onerosa para a empresa em estudo
referente ao exercício de 2014 foi o Lucro Real, o que se mostrou coerente com os resultados reais apresentados
pela empresa nesse exercício.
A pesquisa de Oliveira (2009) teve por objetivo analisar e discutir o papel da contabilidade na
administração de empresas, destacando a influência da mesma quanto aos regimes tributários adotados durante o
processo de gestão. Os resultados obtidos constataram a importância da contabilidade, inclusive como elemento
indispensável para definição da melhor forma de tributação. O estudo propiciou a percepção que grandes
empresas optantes pelos regimes tributários do lucro real e presumido, em sua maioria, já fazem uso da análise
entre os regimes tributários adotados.
Mucci et. al (2011) analisa o regime de tributação de uma empresa do ramo atacadista de produtos
alimentícios para animais. O objetivo era comprovar a diferença atribuída na escolha dos regimes tributários,
além disto, debater acerca da importância do planejamento tributário específico para a escolha na forma de
tributação. A coleta de dados para a pesquisa de Mucci et. al. foi realizada nos anos 2009 e 2010. Baseado na
análise dos dados e cálculos realizados pelo autor chegou-se a conclusão que para a entidade especificada, em
primeiro lugar a forma mais vantajosa de apuração seria pelo lucro real anual, apurado por balancete de
suspensão, em um segundo nível, serio o lucro real trimestral. Ainda com base na análise na curva de
crescimento da empresa no tocante ao seu lucro líquido, indica que o melhor regime tributário para a empresa
será o lucro presumido.

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Em sua pesquisa, Bisolo (2012) teve como objetivo analisar de forma comparativa às formas de
tributação pelo lucro real e lucro presumido, para uma entidade do ramo industrial. Os resultados visualizados
nas demonstrações contábeis fornecidas pela empresa, indicam que a forma mais rentável para a empresa em
sua atual situação é o lucro real anual, apurado por balancete de suspensão, chegando a um percentual de 0,14%
de redução sobre o faturamento bruto da empresa, um valor significativo caso a empresa aumente sua faixa de
faturamento, ou mantenha uma constante no cenário em que se encontra.
Dessa forma, observou-se que a efetiva análise e realização de estudos tributários contribuem não
somente para a escolha adequada do regime tributário a ser utilizado, mas também para o planejamento
estratégico da gestão, permitindo a visualização de formas eficientes de elisão fiscal. Ainda, a análise de outros
fatores, como a busca por benefícios fiscais e a não utilização da evasão fiscal, podem proporcionar maior
lucratividade à organização, pois ao fazer uso do planejamento tributário com base em elisão fiscal, não há
apenas uma redução no valor dos tributos, mas também uma postergação quando necessário, porém sempre
atendendo a legislação, o que não acarreta em multas ou penalidades.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Os procedimentos metodológicos referem-se ao modo com que o estudo foi conduzido, estruturado e
delineado. A presente pesquisa envolveu a exploração de conceitos de diversos autores acerca do tema proposto,
podendo realizar a associação dos conceitos expostos com práticas que possam vir a ser realizadas pelas
empresas que busca uma redução no pagamento de tributos.
A metodologia é uma preocupação instrumental, que corresponde ao caminho para a ciência
tratar a realidade teórica e prática e centra-se, geralmente, no esforço de transmitir uma iniciação aos
procedimentos lógicos voltados para questões da causalidade, dos princípios formais da identidade, da
dedução e da indução, da objetividade, entre outros (DEMO, 1987).
Considera-se uma pesquisa descritiva, pois há utilização de conceitos já existentes em livros e portais
eletrônicos, para explicação teórica do tema proposto. Para Triviños (1987) a pesquisa descritiva exige do
investigador uma série de informações sobre o que deseja pesquisar.
O procedimento de pesquisa é de forma descritiva, pois para explicação dos conceitos se fez necessário
o embasamento teórico com base em estudos já existentes de diversos autores do segmento contábil, fiscal e
legislativo, relacionando-os a estudos de caso que fizeram uso de ferramentas de planejamento tributário.
A problemática explorada neste artigo é em sua maioria considerada qualitativa, pois há preocupação em
explicar as teorias do tema em questão, seguindo a linha de pensamento dos conceitos pesquisados, associados
com o conhecimento do autor do projeto. Segundo Triviños (1987), a abordagem de cunho qualitativo
trabalha os dados buscando seu significado, tendo como base a percepção do fenômeno dentro do seu
contexto. Porém, há uma breve abordagem quantitativa, quando se fala em relação aos valores de impostos
captados no Brasil, e os resultados que podem surgir ao fazer uso do planejamento tributário e suas vertentes.
As empresas escolhidas para captação e análise de dados, são atendidas por um escritório de
contabilidade situado em Santa Catarina, na cidade de São Lourenço do Oeste. As empresas serão escolhidas
com base em seu segmento e porte, para que possam ser expostos diferentes tipos de realidade em relação ao
impacto provocado pelo uso de planejamento tributário. Os valores obtidos serão dos anos exercícios 2016,
2017 e 2018. A análise será feita com base no resultado obtido por cada empresa ao utilizar planejamento
tributário, e o impacto que tal planejamento resulta sobre a lucratividade e rentabilidade da organização.

4 ANÁLISE DE DADOS

Os dados que apresentados foram extraídos de empresas que aplicaram planejamento tributário, onde
serão expostos os resultados obtidos e o impacto sobre a lucratividade das mesmas. A coleta de informações será
realizada através de contato direto com empresas que se disponham em expor seus números e resultados, e
contribuam para a confecção deste estudo. O interesse é captar exemplos de planejamento tributário e seus
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resultados de, ao menos, três empresas de diferentes segmentos. Os valores apresentados foram dos anos
exercícios 2016, 2017 e 2018.
Foram escolhidas três empresas de Santa Catarina, situadas no município de São Lourenço do Oeste
para o desenvolvimento deste estudo, sendo que pertencem a três segmentos diferentes: comércio de alimentos,
construtora e incorporadora e prestação de serviços. O critério para escolha das empresas se deu por serem duas
de pequeno porte, e uma microempresa, e cada qual utiliza um regime tributário diferente.
A empresa denominada como “X” pertencente ao comércio de alimentos possui apenas 08 funcionários.
A empresa “Y”, pertencente ao segmento de construção e incorporação possui atualmente 33 funcionários. Por
fim, uma microempresa denominada empresa “Z” prestadora de serviços possui 03 funcionários, e realiza
serviços relacionados à documentação de veículos.
Foram observados os números obtidos com as empresas escolhidas a participarem deste estudo, onde
três foram selecionadas, sendo dos segmentos de: alimentos, construtora e incorporadora e prestação de serviços.
Cada empresa utiliza um método de tributação diferente, de acordo com seu faturamento anual, sendo: lucro real
na empresa de comércio de alimentos, lucro presumido na incorporadora e construtora e simples nacional para a
empresa prestadora de serviços.
Os valores apresentados são dos faturamentos anuais de cada empresa, sendo que ao final foi realizada
uma comparação entres os anos de 2016, 2017 e 2018. Num primeiro momento, cada ano será avaliado
individualmente, onde pôde ser visto separadamente o impacto que cada método de tributação gera a cada
empresa, de acordo com seu resultado (faturamento).
Também, se pôde observar as diferentes alíquotas que cada regime tributário aplica, e se há alguma
oscilação entre elas de um ano para outro, pois dentro dos três regimes tributários apresentados, no lucro real e
simples nacional a alíquota pode mudar, conforme for o faturamento da empresa naquela ano.
No quadro 01, é possível observar as informações pertinentes ao ano exercício 2018.

Quadro 01 – Informações referente ano exercício 2018


Empresa X Y Z
Comércio de alimentos Construtora e Prestação de
Atividade da empresa
Incorporadora Serviços
Faturamento Anual (reais) R$2.060.041,72 R$4.165.873,38 R$335.136,04

Tributação Lucro Real Lucro Presumido Simples Nacional


Carga Tributária anual (porcentagem) 5,54% 5,93% 8,48%
Valor Total Carga Tributária R$114.159,71 R$247.036,29 R$28.433,95
Fonte: Dados da pesquisa

Observando a empresa “x”, é visto que 5,54% do faturamento é destinado ao pagamento de tributos que
fazem parte da empresa caracterizada em lucro real. Em reais, a soma é R$ 114.159,71, distribuídos no
pagamento de IRPJ, CSLL, PIS/PASEP e COFINS. Dentro desta soma não constam impostos de cunho
trabalhista, que fazem parte da folha de pagamento da empresa, são apenas os impostos que compõem o
segmento da empresa e a venda de seus produtos.
No caso da empresa “y”, enquadrada no método de lucro presumido, é visto que 5,93% sobre o
faturamento anual é destinado ao pagamento de tributos, sendo também IRPJ, CSLL, PIS/ PASEP e COFINS
(quando aplicável). Deste modo, a somatória correspondente ao pagamento de tributos é R$ 247.036,29.
Na empresa “z” é possível observar que 8,48% do faturamento anual é direcionado ao pagamento de
tributos. Sendo enquadrada no Simples Nacional, esta empresa possui percentuais diferenciados (menores) na
arrecadação de impostos, que são os mesmo das outras: IRPJ, CSLL, PIS/PASEP e COFINS. Totalizando um
valor anual de R$ 28.433,95 para pagamentos de tributos.
Observando os três resultados, é visto que o maior percentual de carga tributária anual está na empresa
“z”, pois 8,4843% de seu faturamento é direcionado ao pagamento de tributos. Mesmo sendo uma empresa
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enquadrada no Simples Nacional, devido ao seu faturamento anual, por ser uma empresa prestadora de serviços,
possui o ICMS e ISS em seu pacote de tributos, o que reflete em um percentual maior em comparação as outras
duas empresas, que ficam na casa dos 5 pontos percentuais.
O Simples Nacional é composto na totalidade pelos seguintes impostos: ICMS, ISS (imposto sobre
serviço), IRPJ, CSLL (contribuição social sobre lucro líquido), PIS/PASEP, IPI, COFINS e CPP (contribuição
patronal previdenciária – imposto trabalhista direcionado ao INSS).
A empresa “x” tem sua tributação baseada no lucro real que alcança em cada ano exercício, ou seja,
dentro do lucro que obteve em 2018, o equivalente 5,5416% do faturamento anual foi destinado ao pagamento
destes tributos. É visto que não é um resultado tão alto, levando em consideração o faturamento anual da
empresa, e seu lucro que fica numa média de 35% no ano, totalizando aproximadamente R$ 721.014,602.
Mesmo tendo o valor anual de mais de R$ 114 mil em impostos, a empresa ainda fecha com um valor
significativo de lucro real. No caso do lucro real, caso a empresa passe por alguma dificuldade de mercado e não
consiga gerar nenhum lucro, ela fica isenta de pagar impostos. Enquadram-se nesse sistema tributário (de modo
opcional) as empresas que faturam acima de R$ 78 milhões bruto por ano, sendo que a partir do momento que o
faturamento ultrapasse esta marca, torna-se obrigatória a tributação com base em lucro real, onde os impostos
são: IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, ISS e ICMS.
Diferente do lucro real, o lucro presumido se aplica às empresas que faturam até 78 milhões anuais.
Neste sistema tributário, a empresa faz uma apuração simplificada do IRPJ e CSLL, que é o caso exposto da
empresa “z” e que também mostra o melhor resultado das três, que mesmo com um faturamento superior as
demais, ficou na casa dos 5,93% sobre faturamento destinado para o pagamento de tributos.
No quadro 02, podem ser observadas as informações do ano exercício 2016:

Quadro 02 – Informações referente ano exercício 2016


Empresa X Y Z
Comércio de alimentos Construtora e Prestação de
Atividade da empresa
Incorporadora Serviços

Faturamento Anual (reais) R$2.316.584,45 R$1.703.344,83 R$150.785,96

Tributação Lucro Real Lucro Presumido Simples Nacional


Carga Tributária anual (porcentagem) 9,09% 5,93% 6,00%
Valor Total Carga Tributária R$210.621,54 R$101.008,35 R$9.047,16
Fonte: Dados da pesquisa

No quadro 03, podem ser observadas as informações do ano exercício 2017:

Quadro 03 – Informações referente ano exercício 2017


Empresa X Y Z

Comércio de alimentos Construtora e Prestação de


Atividade da empresa
Incorporadora Serviços

Faturamento Anual (reais) R$2.251.132,94 R$2.055.273,54 R$220.620,57

Tributação Lucro Real Lucro Presumido Simples Nacional

Carga Tributária anual (porcentagem) 8,52% 5,93% 6,55%


Valor Total Carga Tributária R$191.886,57 R$121.877,72 R$14.456,16
Fonte: Dados da pesquisa

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Avaliando 2016 e 2017, é possível obsevar alterações nas alíquotas das empresas “x” e “z”, que são
tributadas com base no seu faturamento anual, a única empresa que manteve a mesma alíquota nos três anos
observados é a “y”, construtora e incorporadora. No caso da empresa “y”, pode-se observar uma variação
considerável em seu faturamento, tendo significativo crescimento de 2016 a 2018, passando de R$ 1,7 milhão a
R$ 4,1 milhões.
Observando os três anos, e considerando a oscilação nas alíquotas das empresas enquadradas em
tributação com base no Simples Nacional e Lucro Real, entende-se que estas formas de tributação não
apresentam tantas vantagens quanto à oferecida pelo sistema de Lucro Presumido, onde mesmo a empresa
apresentando um crescimento de mais de 200%, a alíquota manteve-se em 5,93%, o que não gerou tanto
impacto no resultado da organização, quanto às outras duas empresas.
O método de lucro presumido pode ser muito vantajoso às empresas que estão em crescimento no
mercado, e alcançando números elevados de lucro, pois depois de informado o lucro presumido ao fisco, não se
faz necessário à demonstração do lucro real da empresa, e deste modo não há aumento no pagamento de tributos
caso haja aumento no faturamento. Em contrapartida, não é um método vantajoso para as empresas que
possuem muita oscilação de mercado, tendo momentos em que não gera lucro algum, pois mesmo que não gere
lucro em algum momento, terá de contribuir com o fisco recolhendo imposto.
O gráfico 01 traz de forma mais visual o que foi abordado até então:

Gráfico 01 – Comparação entre as três empresas

Fonte: Dados da pesquisa

Estas informações mostram como impacta no resultado da empresa a escolha adequada de um sistema
tributário, salvo quando ela se encontra num cenário de faturamento que é obrigatório se enquadrar em
determinado método de tributação, sem opção de escolha. Para que possa ser optado pelo melhor sistema
tributário, de acordo com o faturamento e lucro da organização, é de suma importância que as áreas contábeis e
fiscais façam estudos, avaliando todas as possibilidades de tributação, e optando pela que melhor refletir nos
resultados da organização.

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Além de ser feito este estudo e avaliação de qual melhor regime tributário a ser adotado, é necessário
que a organização acompanhe mudanças que podem vir a ocorrer na Legislação, pois tais mudanças podem
acontecer no sistema tributário e nas regras que são utilizadas para determinar o regime tributário em que a
empresa irá se enquadrar. Esse acompanhamento é de suma importância, pois caso a empresa efetue algum
recolhimento indevido, ou incorreto, pode acarretar ao pagamento de multas ao fisco, o que traria um maior
impacto negativo ao resultado da organização.
Analisando as informações coletadas e utilizadas para o desenvolvimento deste estudo de caso, é
possível afirmar que o regime tributário em que a empresa será inserida faz parte do planejamento estratégico da
organização, pois todo o valor recolhido aos tributos reflete diretamente no resultado que a empresa obtém,
quanto maior for à carga tributária da organização, maior será o impacto negativo em seu resultado.
Possibilidades que permitam um menor recolhimento tributário devem ser constantemente levantadas e
avaliadas, permitindo assim uma constante nos bons resultados das empresas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo comprovou que, além da carga tributária aplicada nas empresas Brasileiras ser
elevada, a ponto de comprometer uma parcela do resultado obtido por elas, é regida por complexos sistemas de
legislação, de âmbito federal, estadual e municipal, cada qual com sua peculiaridade, aplicando alíquotas
diferentes de acordo com a realidade de cada empresa, seguindo a legislação vigente para tal.
A continuidade e sobrevivência de uma empresa dependem da qualidade das decisões tomadas pela
gestão, e do planejamento estratégico adotado pela mesma. É fundamental que neste planejamento sejam
abordadas ações capazes de reduzir o impacto gerado pelo recolhimento tributário sobre o resultado das
organizações. No decorrer deste estudo, pôde-se observar o exemplo de três empresas, tributadas em sistemas
diferentes, e o impacto que cada modelo de tributação gera sobre o faturamento anual.
Ao elaborar este artigo, tornou-se possível ter melhor entendimento em relação aos impostos que são
atualmente aplicados no Brasil, e os regimes tributários presentes que podem ser adotados pelas empresas,
juntamente com o impacto que cada método de tributação traz às organizações. Visto isso, entende-se a
importância que optar adequadamente um regime tributário traz à empresa, refletindo diretamente em seu
resultado anual.
Sendo assim, é possível concluir que o planejamento tributário é peça fundamental no mapeamento
estratégico da organização, pois pode-se observar nos exemplos expostos no estudo de caso quão significativo é
o impacto sobre os resultados das empresas, o valor de impostos recolhidos pelas mesmas. Também, é possível
concluir que há opções legalmente possíveis para reduzir a quantidade de impostos pagos ao fisco, sem haver
danos ou multas para as empresas.
Ressalta-se a importância da empresa possuir um setor contábil/fiscal qualificado, capacitado e ético,
que fique atento as possíveis mudanças legislativas, a fim de manter um sistema tributário adequado à realidade
da empresa, mantendo bons resultados e fazendo os recolhimentos previstos em Lei sem lesar o fisco.
Infelizmente, ainda há empresas que buscam diminuir os valores arrecadados em tributação por meios ilícitos,
pondo em risco a continuidade da organização no mercado, e desqualificando os profissionais envolvidos em
tais atos ilegais.
Recomenda-se para pesquisas futuras aprofundar o estudo em relação aos recolhimentos feitos de
maneira ilegal, e os graves impactos que os mesmos trazem as empresas e ao fisco. Além disto, pode-se ampliar
a amostra em relação aos sistemas tributários utilizados no Brasil, em diferentes regiões, explanando a visão em
relação aos resultados que as empresas podem conseguir ao utilizar um sistema tributário adequado a sua
realidade.

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