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Multivix Hidraulica U1 Book COMPLETO

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HIDRÁULICA

GRUPO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do


Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais

MULTIVIX em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo,


Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória,
e com a Educação a Distância presente
em todo estado do Espírito Santo, e com
polos distribuídos por todo o país.

Desde 1999 atua no mercado capixaba,


destacando-se pela oferta de cursos de
graduação, técnico, pós-graduação e
extensão, com qualidade nas quatro
áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas,
Humanas e Saúde, sempre primando
pela qualidade de seu ensino e pela
formação de profissionais com consciência
cidadã para o mercado de trabalho.

Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de


Instituições de Ensino Superior que
possuem conceito de excelência junto ao
Ministério da Educação (MEC). Das 2109
R EE II T O R
R
instituições avaliadas no Brasil, apenas
15% conquistaram notas 4 e 5, que são
consideradas conceitos de excelência em
ensino. Estes resultados acadêmicos
colocam todas as unidades da Multivix
entre as melhores do Estado do Espírito
Santo e entre as 50 melhores do país.

MISSÃO

Formar profissionais com consciência cidadã para o


mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e
colaboradores.

VISÃO

Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida


nacionalmente como referência em qualidade
educacional.

MULTIVIX EAD
2 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)

João Vitor Rodrigues de Souza

Hidráulica / SOUZA, JVR - Multivix, 2022

Catalogação: Biblioteca Central Multivix


2021 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.

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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3
LISTA QUADROS

UNIDADE 1

  > Quadro 1 – Fórmulas Dimensionas 16


  > Quadro 2 – Coeficiente de viscosidade para diferentes fluídos a 20ºC 25
  > Quadro 3 – Coeficiente de viscosidade para diferentes fluídos a 20ºC 27

UNIDADE 2

  > Quadro 1 – Exemplos de valores “k” para acessórios 34


  > Quadro 2 – Exemplos de valores de coeficiente de rugosidade 38

UNIDADE 3

  > Quadro 1 – Variáveis existentes no sistema de sucção e recalque 51

UNIDADE 5

  > Quadro 1 – Características descritivas de salto hidráulico 98

UNIDADE 6

  > Quadro 1 – Síntese de valores de CQ encontrados em diferentes


estudos 118

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4 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
LISTA DE FIGURAS

UNIDADE 1

  > Figura 1 – Barragem: exemplo de construção que envolve a hidráulica 10


  > Figura 2 – Exemplo de fluído sofrendo variação espacial 11
  > Figura 3 – Força normal por unidade de área exercida pelo fluido em um
ponto da superfície de uma esfera de teste imersa no fluido 12
  > Figura 4 – A força compressiva por unidade de área associada a cada
linha por meio de um ponto no fluido  12
  > Figura 5 – Representação do estreitamento de um canal  13
  > Figura 6 – Representação esquemática da redução de tubulação durante
um escoamento  14
  > Figura 7 –Esquema do Princípio de Bernoulli  15
  > Figura 8 – Pallet de madeira: dimensões de comprimento (L) e massa (M)
 17
  > Figura 9 – Dado obtido experimentalmente  18
  > Figura 10 – Esquematização de condutos livres  20
  > Figura 11 – Fluxo Laminar  21
  > Figura 12 – Fluxo Laminar  21
  > Figura 13 – Representação da viscosidade em regime (a) laminar e (b)
turbulentor 23
  > Figura 14 – Medição da viscosidade para fluxo laminar de fluido entre
duas placas da área A. 24
  > Figura 15 – Aspersores de incêndio 26

UNIDADE 2

  > Figura 1 – Abastecimento de Água 30


  > Figura 2 – Representação da perda de carga distribuída 32
  > Figura 3 – Exemplos de acessórios de tubulação 32
  > Figura 4 – Tubulações, válvulas e medidor de vazão 35
  > Figura 5 – Diagrama de Moody 36

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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5
  > Figura 6 – Exemplificação do método de comprimento equivalente 39
  > Figura 7 – Exemplo de sistema 40
  > Figura 8 – Identificação da linha de energia e piezométrica 42
  > Figura 9 – Sistema de abastecimento de água 43
  > Figura 10 – Sistema de abastecimento de água 44
  > Figura 11 – Vazão marcha 45

UNIDADE 3

  > Figura 1 – Roda d’água 48


  > Figura 2 – Evolução dos dispositivos hidráulicos 49
  > Figura 3 – Altura Manométrica Total 50
  > Figura 4 – Altura Manométrica de Sucção e recalque 51
  > Figura 5 – Altura Manométrica de Sucção e recalque 53
  > Figura 6 – Sistema de bombeamento para irrigação 54
  > Figura 7 – Classificação de bombas hidráulicas 55
  > Figura 8 – Ponto de operação 58
  > Figura 9 – Sistema completo de curvas e fórmulas 59
  > Figura 10 – Curva característica 60
  > Figura 11 – Conjunto de Dispositivo Hidráulico 61
  > Figura 12 – Conjunto de Dispositivo Hidráulico 63
  > Figura 13 – Processo de cavitação 64

UNIDADE 4

  > Figura 1 – Sistema hidráulico de tubulação e bomba: exemplo de


escoamento forçado 67
  > Figura 2 – Canal de Amsterdã: exemplo de escoamento Livres 68
  > Figura 3 – Canal de navegação 69
  > Figura 4 – Elementos geométricos no escoamento livre 70
  > Figura 5 – Coeficientes de manning para determinados materiais 72
  > Figura 6 – Variação de parâmetros ao longo do tempo 73
  > Figura 7 – Variação de parâmetros ao longo do espaço 74
  > Figura 8 – Variação de parâmetros ao longo do espaço 75

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6 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
  > Figura 9 – Variação de parâmetros ao longo do espaço 77
  > Figura 10 – Canal de Navegação 78
  > Figura 11 – Seção trapezoidal 80
  > Figura 12 – Seção triangular 81
  > Figura 13 – Seção retangular 81

UNIDADE 5

  > Figura 14 – Seção Circular 83


  > Figura 1 – tubulação 87
  > Figura 2 – Movimentação do fluído entre dois pontos de uma tubulação
 88
  > Figura 3 – Sistema de referência considerando fundo do canal - z = 0 89
  > Figura 4 – Representação gráfica de carga específica versus
profundidade 91
  > Figura 5 – Barragem hidráulica 93
  > Figura 6 – Seção de controle – Ponto a jusante 94
  > Figura 7 – Seção de controle – Ponto a montante 94
  > Figura 8 – Prática esportiva do rafting, que evolve passagens por
ressaltos hidráulicos 95
  > Figura 9 – Macaréu formando em ondas rasas 96
  > Figura 10 – Macaréu avançando sobre um rio 97
  > Figura 11 – Macaréu avançando sobre um rio 99
  > Figura 12 – Energia específica 99
  > Figura 13 – Seção retangular 101

UNIDADE 6

  > Figura 14 – Seção Triangular 102


  > Figura 1 – Saída da mangueira (orifício) sendo comprimido 105
  > Figura 2 – Sistema de pivô em agricultura: técnica que utiliza bocais 106
  > Figura 3 – Geometria dos Orifícios 107
  > Figura 4 – Relação dimensional 107
  > Figura 5 – Características da parede 108

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  > Figura 6 – Características do regime de escoamento 108
  > Figura 7 – Área de contração das veias líquidas 110
  > Figura 8 – Variação de tubulação 111
  > Figura 9 – Vertedouro em barragem hidráulica 113
  > Figura 10 – Vertedouro 114
  > Figura 11 – Componente de Vertedouro 115
  > Figura 12 – Vertedouro retangular 115
  > Figura 13 – Espessura da parede 116
  > Figura 14 – Vertedouro sem contração, com contração lateral e com duas
contrações 116
  > Figura 15 – Vertedouro em barragem hidráulica 117
  > Figura 16 – Vertedouro retangular com contração 119
  > Figura 17 – Vertedouro triangular 121
  > Figura 18 – Parâmetros geométricos do vertedor triangular 121

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA11

UNIDADE 1 1. INTRODUÇÃO À HIDRÁULICA 13


INTRODUÇÃO DA UNIDADE13
1.1 CONCEITOS BÁSICOS14
1.2 ESCOAMENTO UNIFORME EM TUBULAÇÕES22

UNIDADE 2 2. INTRODUÇÃO À HIDRÁULICA 33


INTRODUÇÃO DA UNIDADE33
2.1 PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS34
2.2 SISTEMAS HIDRÁULICOS DE TUBULAÇÕES44

UNIDADE 3 3. ENERGIA HIDRÁULICA 51


INTRODUÇÃO DA UNIDADE51
3.1 SISTEMAS ELEVATÓRIOS52
3.2 ANÁLISE DE BOMBAS HIDRÁULICAS 60

UNIDADE 4 4. ESCOAMENTOS 70


INTRODUÇÃO DA UNIDADE70
4.1 ESCOAMENTO EM SUPERFÍCIES LIVRES71
4.2 ESCOAMENTVZZO EM CANAIS EM REGIME PERMANENTE E
UNIFORME.80

UNIDADE 5 5. ENERGIA E SISTEMAS DE ESCOAMENTO 89


INTRODUÇÃO DA UNIDADE89
5.1 ENERGIA OU CARGA ESPECÍFICA 89
5.2 RESSALTO HIDRÁULICO 98

UNIDADE 6 6. DISPOSITIVOS HIDRÁULICOS108


INTRODUÇÃO DA UNIDADE108
6.1 ORIFÍCIOS E BOCAIS109
6.2 VERTEDORES115

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ICONOGRAFIA

ATENÇÃO ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
PARA SABER

SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
CURIOSIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
DICAS

GLOSSÁRIO QUESTÕES

MÍDIAS
ÁUDIOS
INTEGRADAS

ANOTAÇÕES CITAÇÕES

EXEMPLOS DOWNLOADS

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10 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Hidráulica consiste em uma ciência aplicada a práticas de fluidos, principal-
mente líquidos em movimento. A ideia básica por trás de qualquer sistema
hidráulico é muito simples: você não pode comprimir um líquido. A força ou
pressão que é aplicada em um ponto em um sistema selado é transmitida
para outro ponto. A força é quase sempre multiplicada no processo.
Neste curso, iremos abordar conceitos e informações gerais sobre os diversos
tipos de sistemas hidráulicos e seus componentes, como bombas, válvulas
e controles. Discutiremos sobre tipos e regimes de escoamento, energia hi-
dráulica, sistemas utilizados para transportar fluido sob pressão ou livre e, por
fim, funções e tipos de dispositivos hidráulicos comumente empregados no
mercado.

MULTIVIX EAD
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HIDRÁULICA

UNIDADE 1

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Apresentar os
principais conceitos
relacionados à
Hidráulica.
> Compreender as
novas tecnologias
como fator inerente ao
cotidiano dos alunos.

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HIDRÁULICA

1. INTRODUÇÃO À HIDRÁULICA

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Os tópicos de Hidráulica abrangem a maioria das disciplinas de ciências e
engenharia. De modo geral, seus conceitos básicos são importantes para en-
tendimento e concepção de projetos envolvendo barragem, obras fluviais,
conceitos de cobertura de inundação, controle de enchentes, controle de se-
dimentos e erosão, energia hidrelétrica, entre outros (Figura 1).

FIGURA 1 – BARRAGEM: EXEMPLO DE CONSTRUÇÃO QUE ENVOLVE A HIDRÁULICA

Fonte: Pixabay (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de uma barragem.

O objetivo desta unidade é familiarizar-se com os princípios básicos da Hi-


dráulica, bem como fazer um esforço para compreender os conceitos práticos
que governam o projeto e a construção de vários sistemas hidráulicos e suas
aplicações. Adicionalmente, foram tratados detalhadamente os aspectos
funcionais relativos aos principais componentes do sistema hidráulico, bem
como aos componentes acessórios.

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HIDRÁULICA

1.1 CONCEITOS BÁSICOS


Fluidos são substâncias que se deformam contínua e permanentemente
quando são submetidos a forças que variam espacialmente em magnitude
ou direção (Figura 2).

FIGURA 2 – EXEMPLO DE FLUÍDO SOFRENDO VARIAÇÃO ESPACIAL

Fonte: Pixabay (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de uma pia, com a torneira aberta e a água
escoando pela torneira.

A natureza da relação entre as forças de deformação e a geometria da defor-


mação varia de fluido para fluido. Os fluidos podem ser classificados como
líquidos (objeto de nossos estudos), que são relativamente densos e mantêm
um volume definido, e gases, que são menos densos e se expandem para
encher seu contêiner. Os fluidos, tanto líquidos quanto gases, distinguem-
-se dos sólidos por sua incapacidade de resistir às forças de deformação: em
contraste com os sólidos, eles continuam a deformar enquanto as forças de
deformação são aplicadas.

1.1.1 TIPOS E REGIMES DE ESCOAMENTO


Suponha que você mergulhe uma esfera de teste sólida em um recipiente de
fluido em repouso e suponha ainda que você tenha um pequeno medidor

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HIDRÁULICA

com o qual você pode medir a força normal por unidade de área exercida pelo
fluido em algum ponto da superfície da esfera (Figura 3).

FIGURA 3 – FORÇA NORMAL POR UNIDADE DE ÁREA EXERCIDA PELO FLUIDO EM UM


PONTO DA SUPERFÍCIE DE UMA ESFERA DE TESTE IMERSA NO FLUIDO

Fonte: Elaborada pelo autor (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa um círculo, com um ponto indicando a força normal


por unidade de área.

Essa força por unidade de área é a pressão exercida pelo fluido na superfície
da esfera. Isso provavelmente parece um conceito bastante simples. Mas a
pressão do fluido é mais do que apenas isso.
Agora suponha que você torne a esfera sólida cada vez menor. Você pode
pensar nisso como eventualmente se tornando apenas um ponto. Então, está
associada a cada linha através desse ponto, compressiva por unidade de área,
direcionada para dentro de ambas, as direções ao longo da linha em direção
ao ponto, com o mesmo valor que a força por unidade de área que você me-
diu na superfície da esfera de teste (Figura 4).

FIGURA 4 – A FORÇA COMPRESSIVA POR UNIDADE DE ÁREA ASSOCIADA A CADA LINHA


POR MEIO DE UM PONTO NO FLUIDO

Fonte: Elaborada pelo autor (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa um ponto qualquer e sobre ele há duas flechas, uma
indicada como direção arbitrária e outra indicando o fluido, representando a força normal
por unidade de área.

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HIDRÁULICA

E o valor dessa força de compressão por unidade de área é o mesmo para


todas as orientações da linha que passam pelo ponto. Esta é a essência do
conceito de pressão de fluido: é uma força compressiva por unidade de área
que atua igualmente em todas as direções em um ponto do fluido.

O conceito de pressão de fluido introduzido acima


é igualmente válido para um fluido em movimento.
É conveniente e natural pensar na pressão em
um fluido em movimento como sendo composta
de duas partes: a pressão estática e a pressão
dinâmica. Saiba mais acessando o portal do curso
de Engenharia Mecânica da UNICAMP clicando
aqui (FEM, 2021).

1.1.2 EQUAÇÃO DE ENERGIA


Quando um fluido flui para um canal mais estreito (de uma largura “L” para
uma “L-x”), sua velocidade (v) aumenta, como mostra a Figura 4

FIGURA 5 – REPRESENTAÇÃO DO ESTREITAMENTO DE UM CANAL

Fonte: Elaborada pelo autor (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa um sentido de escoamento, com as medidas L, V e L-x.

Isso significa que sua energia cinética também aumenta. De onde vem essa
mudança na energia cinética? O aumento da energia cinética vem do traba-
lho em rede feito no fluido para empurrá-lo para o canal e do trabalho feito no
fluido pela força gravitacional, se o fluido mudar de posição vertical. Lembre-
-se do teorema da energia de trabalho.

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Há uma diferença de pressão quando o canal se estreita, como mostra a Figu-


ra 5. Essa diferença de pressão resulta uma força líquida no fluido: lembre-se
de que a pressão vezes a área é igual à força. O trabalho em rede realizado
aumenta a energia cinética do fluido. Como resultado, a pressão cairá em um
fluido de movimento rápido, esteja ou não confinado a um tubo.

FIGURA 6 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA REDUÇÃO DE TUBULAÇÃO DURANTE


UM ESCOAMENTO

Fonte: Elaborada pelo autor (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa um desenho sobre a redução de tubulação durante o


escoamento.

Nos anos 1700, Daniel Bernoulli investigou as forças presentes em um fluido


em movimento, conforme mostra a Figura 6.
A equação de Bernoulli é uma lei fundamental derivada do princípio da con-
servação de energia. Ele define a dependência mútua entre a velocidade,
pressão e diferença de altura, durante o escoamento de um fluido.
Sendo H1 o ponto inicial (1) e H2, o ponto final (2), e ΔH = H1 – H2, a equação
Bernoulli é expressa por (AZEVEDO, 1998):

Em que: zx: é a altura do ponto x (1, 2) em relação ao Plano Horizontal de Re-


ferência - PHR (m); Px: é a pressão do fluido no ponto x (N/m² = Pa); γ: é o peso
específico do fluido (N/m³); vx: velocidade do fluido no ponto (m/s); g: acelera-
ção da gravidade (m/s²); e ΔH: perda de carga entre os pontos 1 e 2 (m).

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HIDRÁULICA

A conservação da energia aplicada ao fluxo do


fluido produz a equação de Bernoulli. O trabalho
em rede feito pela pressão do fluido resulta
mudanças na constante cinética do fluido por
unidade de volume. Se outras formas de energia
estão envolvidas no fluxo de fluido, a equação de
Bernoulli pode ser modificada para levar essas
formas em consideração. Essas formas de energia
incluem energia térmica dissipada por causa da
viscosidade do fluido.

FIGURA 7 –ESQUEMA DO PRINCÍPIO DE BERNOULLI

Fonte: Wikipédia (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa um esquema com o princípio de Bernoulli.

Outra situação importante é aquela em que o fluido se move, mas sua pro-
fundidade é constante e não há perda de carga, ou seja: z1= z2 e H1= H2. Sob
essa condição, a equação de Bernoulli torna-se

Como acabamos de discutir, a pressão cai à medida que a velocidade aumen-


ta em um fluido em movimento. Podemos ver isso a partir do princípio de
Bernoulli. Por exemplo, se v2 for maior que v1 na equação, então P2 deve ser
menor que P1, para que a igualdade seja mantida.

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HIDRÁULICA

1.1.3 ANÁLISE DIMENSIONAL APLICADA AO


ESCOAMENTO FORÇADO
A análise dimensional é uma técnica matemática usada para prever os pa-
râmetros físicos que influenciam o fluxo na mecânica dos fluidos, a transfe-
rência de calor na termodinâmica e assim por diante. A análise envolve as
unidades fundamentais de dimensões: massa (M), comprimento (L) e tempo
(T). É útil no trabalho experimental, porque fornece um guia para fatores que
afetam significativamente os fenômenos estudados. A Tabela 1 sintetiza al-
guns exemplos de fórmulas dimensionais.

QUADRO 1 – FÓRMULAS DIMENSIONAS

Variável Física Grandezas Dimensionais

Velocidade [v]=LT-1

Aceleração [a]=LT-2

Força [F]=MLT-2

Energia c

Potência [Pot ]=ML2 T-3

Frequência [f]=T-1

Fonte: Elaborada pelo autor (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa uma tabela, com duas colunas e sete linhas. Na
primeira linha, há os títulos: variável física e grandezas dimensionais. Na segunda linha, há
velocidade, correspondente a [v] = LT-1. Na terceira linha, há aceleração, correspondente
a [a] = LT-2. Na quarta linha, há força, correspondente a [F] = MLT-2. Na quinta linha, há
energia, correspondente a [F] = MLT-2. Na sexta linha, há potência, correspondente a [Pot] =
ML2T-3. Na sétima linha, há frequência, correspondente a [f] = T-1.

A análise dimensional é comumente usada para determinar as relações entre


várias variáveis, ou seja, para encontrar a força como uma função de outras
variáveis quando uma relação funcional exata é desconhecida (Figura 7). Com
base na compreensão do problema, assumimos uma certa forma funcional.
O teorema da Análise Dimensional é um instrumento básico de grande uti-
lidade na Hidráulica experimental. Todo fenômeno físico representado por
uma relação dimensionalmente homogênea de n grandezas físicas, na for-

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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 19
HIDRÁULICA

ma: F(G1, Gp, ...Gk, ...G)=0, pode ser descrito por uma relação de n — r grupos
adimensionais independentes Φ ( Π1, Π2, ..., Πn-r ) = 0, em que r é o número de
grandezas básicas ou fundamentais necessárias para expressar dimensional-
mente as variáveis G.

FIGURA 8 – PALLET DE MADEIRA: DIMENSÕES DE COMPRIMENTO (L) E MASSA (M)

Fonte: Plataforma Deduca (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de um pallet com um fundo todo branco.

Em geral, tais grandezas são: massa (força), comprimento e tempo. Escolhen-


do como variáveis básicas (sistema pró-básico) as grandezas Gk, Gl Gm, cada
grupo adimensional independente é da forma (PORTO, 2004):

Em que Ai é um número puro; Gi, uma grandeza do fenômeno diferente das


variáveis básicas; e α, expoentes a determinar, pela imposição de homogenei-
dade dimensional na relação anterior, uma vez que Π é um número puro.
No fenômeno físico do escoamento de um líquido real, com velocidade mé-
dia (V), caracterizado pela sua viscosidade dinâmica e massa específica (ρ),
por meio de uma tubulação circular de diâmetro (D), comprimento (L) e co-
eficiente de rugosidade da parede (ε), a queda de pressão (ΔP) ao longo do
comprimento da tubulação pode ser tratada pelo teorema dos Π’s, na forma:

Com n=7 e r=3, existem quatro grupos adimensionais independentes que


descrevem o fenômeno na sua totalidade. Escolhendo para sistema pró-bá-
sico o terno ρ; V, D, a aplicação do princípio da homogeneidade dimensional
leva aos seguintes adimensionais (PORTO, 2004):

MULTIVIX EAD
20 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
HIDRÁULICA

Portanto, existe uma função adimensional na forma:

Através de técnicas experimentais, é possível admitir a queda de pressão é


diretamente proporcional à relação L/D. Assim temos que:

A função entre parênteses pode ser levantada experimentalmente e repre-


sentada pelo fator de atrito da tubulação.

FIGURA 9 – DADO OBTIDO EXPERIMENTALMENTE

Fonte: Plataforma Deduca (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de duas pessoas, um homem e uma mulher. O


homem está de com uniforme com uma caneta e uma prancheta em mãos. A mulher
está sentada em frente ao computador.

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HIDRÁULICA

Em 1944, LF Moody plotou os dados da equação


de Colebrook e o gráfico resultante tornou-se
conhecido como Diagrama de Moody. Foi este
gráfico que permitiu ao usuário obter um fator de
atrito razoavelmente preciso para condições de
fluxo turbulento, com base no número de Reynolds
e na rugosidade relativa do tubo (VIANNA, 1997).

Desta forma, a queda de pressão é dada por:

Como ΔP = γΔH, e γ= ρg, temos que:

Em que: o Fator 2 foi introduzido para reproduzir a definição de carga cinética


da equação da energia. Deve-se observar que a aplicação do teorema dos Πs
não fornece a expressão analítica da função Φ, que pode ser obtida, em cada
caso, por teoria ou experimentação.

A energia cinética do fluído corresponde a forma


de energia que um objeto ou partícula possui em
razão de seu movimento. É uma propriedade de
um objeto ou partícula em movimento e depende
não apenas de seu movimento, mas também de
sua massa.

1.2 ESCOAMENTO UNIFORME EM TUBULAÇÕES


Em um canal aberto ou rio, a superfície livre se ajusta às mudanças de pressão
e a profundidade aumenta ou diminui para acomodar o fluxo, onde somen-
te a pressão na superfície livre é sempre atmosférica, como mostra a Figura
9. Assim, em um fluxo de canal aberto, a força necessária, para fazer a água
se mover, ao longo do canal contra o atrito, é fornecida pelo componente de
gravidade paralelo ao declive inferior do canal, em vez de um gradiente de
pressão, como é o caso no fluxo do tubo.

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HIDRÁULICA

FIGURA 10 – ESQUEMATIZAÇÃO DE CONDUTOS LIVRES

Fonte: Elaborada pelo autor (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa um esquema com os condutos livres.

Caso contrário, os dois fluxos, tubo uniforme e fluxo de canal, são muito seme-
lhantes; no fluxo do tubo, um gradiente de pressão, uniforme em toda a seção
do tubo, conduz o fluxo por meio do tubo contra o atrito, ao passo que um
componente da gravidade, novamente uniforme ao longo da seção transver-
sal do canal, faz com que a água flua para baixo.
A liberdade proporcionada pela superfície livre, no entanto, permite que os
fluxos de canal aberto assumam uma maior variedade de configurações de
fluxo e é conveniente, desde o início, definir regimes particulares de fluxo.

1.2.1 ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO


Todo o fluxo de fluido é classificado em uma de duas grandes categorias ou
regimes: laminar e turbulento.
O fluxo laminar ocorre quando um fluido flui em camadas paralelas, sem in-
terrupção entre as camadas. Em baixas velocidades, o fluido tende a fluir sem
mistura lateral e as camadas adjacentes deslizam umas sobre as outras, como
cartas de jogar. Não há formação de correntes perpendiculares à direção do
fluxo. sendo o movimento das partículas do fluido ordenado, com todas as
partículas movendo-se em linhas retas paralelas às paredes do tubo, confor-
me mostra a Figura 10.

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HIDRÁULICA

FIGURA 11 – FLUXO LAMINAR

Fonte: Azevedo (1998).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de flechas alinhadas no sentido da direita.

Qualquer mistura lateral (mistura em ângulos retos com a direção do fluxo)


ocorre pela ação de difusão entre as camadas do líquido. A mistura por difu-
são pode ser lenta; entretanto, se o diâmetro do tubo ou tubo for pequeno,
essa mistura por difusão pode ser muito significativa.
O fluxo turbulento é um regime de fluxo caracterizado por mudanças caóti-
cas de propriedades. Isso inclui a variação rápida da pressão e da velocidade
do fluxo no espaço e no tempo. Em contraste com o fluxo laminar, o fluido não
viaja mais em camadas e a mistura no tubo é altamente eficiente.

FIGURA 12 – FLUXO LAMINAR

Fonte: Azevedo (1998).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de flechas desalinhadas no sentido da


direita.

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HIDRÁULICA

Nem todas as partículas de fluido viajam com a


mesma velocidade dentro de um tubo. A forma da
curva de velocidade depende se o fluxo é laminar
ou turbulento. Se o fluxo em um tubo for laminar, a
distribuição da velocidade em uma seção transversal
terá forma parabólica com a velocidade máxima no
centro, sendo cerca de duas vezes a velocidade média
no tubo. Em fluxo turbulento, uma distribuição de
velocidade razoavelmente plana existe em toda a
seção do tubo, com o resultado de que todo o fluido
flui em um determinado valor único.

O número de Reynolds é um número adimensional composto pelas caracte-


rísticas físicas do fluxo. A Equação 8 é usada para calcular o número de Rey-
nolds (Re) para fluxo de fluido (AZEVEDO, 1998):

Em que: V: velocidade do fluxo, D: dimensão linear característica (comprimen-


to percorrido do fluido; diâmetro hidráulico etc.); ρ: densidade do fluido (kg/
m³); μ: viscosidade dinâmica (Pa.s);e ν: viscosidade cinemática ( m²/s).

Para tubos cilíndricos, admite-se os seguintes valores:

• Fluxo laminar: Re < 2000


• Fluxo transiente: 2000 < Re < 2400
• Fluxo turbulento: Re > 2400

1.2.2 LEIS DE RESISTÊNCIA NO ESCOAMENTO


TURBULENTO
Quando você se serve de um copo de suco, o líquido flui livre e rapidamente.
Mas, se você derramar uma gota de azeite, o líquido escorre lentamente e
gruda na jarra. A diferença existente é o atrito do fluido, tanto dentro do pró-
prio fluido quanto entre o fluido e seus arredores. Chamamos essa proprieda-
de de viscosidade dos fluidos. O suco oferece uma menor resistência ao es-

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HIDRÁULICA

coamento: por isso, apresenta uma baixa viscosidade. Por outro lado, o azeite
tem uma alta viscosidade, justamente por apresentar uma maior resistência
ao escoamento.
A definição precisa de viscosidade é baseada no fluxo laminar ou não turbu-
lento. A Figura 12 mostra esquematicamente como o fluxo laminar e turbu-
lento diferem. Quando o fluxo é laminar, as camadas fluem sem se misturar.
Quando o fluxo é turbulento, as camadas se misturam e velocidades signifi-
cativas ocorrem em direções diferentes da direção geral do fluxo.

FIGURA 13 – REPRESENTAÇÃO DA VISCOSIDADE EM REGIME (A) LAMINAR E (B)


TURBULENTOR

Fonte: Porto (2004).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho da viscosidade em regime laminar e


turbulento.

Na Figura 12-A, o fluxo laminar ocorre em camadas sem mistura. Observe que
a viscosidade causa arrasto entre as camadas e também na superfície fixa. A
velocidade perto do fundo do fluxo (vb) é menor que a velocidade perto do
topo (vt) porque, neste caso, a superfície do recipiente de contenção está no
fundo. Já em Figura 12-B, uma obstrução no vaso causa um fluxo turbulento.
O fluxo turbulento mistura o fluido. Há mais interação, maior aquecimento e
mais resistência do que no fluxo laminar.
A Figura 13 mostra como a viscosidade é medida para um fluido. O fluido a ser
medido é colocado entre duas placas paralelas. A placa inferior é mantida fixa,
enquanto a placa superior é movida para a direita, arrastando o fluido com
ela. A camada (ou lâmina) de fluido em contato com qualquer uma das placas
não se move em relação à placa, de modo que a camada superior se move na
velocidade v, enquanto a camada inferior permanece em repouso. Cada ca-
mada sucessiva de cima para baixo exerce uma força sobre a camada abaixo,
tentando arrastá-la, produzindo uma variação contínua na velocidade de v=0.

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HIDRÁULICA

FIGURA 14 – MEDIÇÃO DA VISCOSIDADE PARA FLUXO LAMINAR DE FLUIDO ENTRE DUAS


PLACAS DA ÁREA A.

Fonte: Porto (2004).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma medição da viscosidade para fluxo


laminar de fluido entre duas placas da área A.

Uma força F é necessária para manter a placa superior, como mostrado na Fi-
gura 9, movendo a uma velocidade constante. Experimentos mostraram que
essa força depende de quatro fatores.

1º Lugar:

F é diretamente proporcional a v (até que a velocidade seja tão alta


que ocorra turbulência, então, uma força muito maior é necessária e
tem uma dependência mais complicada de v).

2º Lugar:

F é proporcional à área A da placa. Essa relação parece razoável, uma


vez que A é diretamente proporcional à quantidade de fluido sendo
movido.

3º Lugar:

F é inversamente proporcional à distância entre as placas L. Essa


relação também é razoável; L é como um braço de alavanca e, quanto
maior o braço de alavanca, menor a força necessária.

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4º Lugar:

F é diretamente proporcional ao coeficiente de viscosidade, η.


Quanto maior for a viscosidade, maior será a força necessária. Essas
dependências são combinadas na equação.

Essas dependências são combinadas na Equação 9 (PORTO, 2004):

Esta equação nos dá uma definição de trabalho da viscosidade do fluido η.


Resolvendo, para deixar em termos de η, temos que:

A unidade Sistema Internacional (SI) I de viscosidade é N . m².s, ou Pa.s. A Ta-


bela 2 lista a viscosidade de determinados fluidos a uma temperatura de 20ºC.

QUADRO 2 – COEFICIENTE DE VISCOSIDADE PARA DIFERENTES FLUÍDOS


A 20ºC

Fluído Viscosidade (Pa)

álcool etílico 0,248 × 10-3

água 1,0020 × 10-3

nitrobenzeno 2,0 × 10-3

sangue humano 4 × 10-3

óleo de oliva 81 × 10-3

glicerol 1,485

piche 107

Fonte: Azevedo (1998).

#PraCegoVer: a imagem representa uma tabela, com duas colunas e oito linhas. Na primeira linha, há
os títulos: fluido e viscosidade (Pa). Na segunda linha, há álcool etílico, tubos novos, correspondente
a 0,248 × 10-3. Na terceira linha, há água, referente a 1,0020 × 10-3. Na quarta linha, há nitrobenzeno,
referente a 2,0 × 10-3. Na quinta linha, há sangue humano, referente a 4 × 10-3. Na sexta linha, há óleo
de oliva, referente a 81 × 10-3. Na sétima linha, há glicerol, referente a 1,485. Na oitava linha, há piche,
referente a 107.

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A viscosidade varia de um fluido para outro em várias ordens de magnitude.


Como você pode esperar, as viscosidades dos gases são muito menores do que
as dos líquidos, e essas viscosidades geralmente dependem da temperatura.

1.2.3 FÓRMULAS EMPÍRICAS PARA O


ESCOAMENTO TURBULENTO
A perda de carga unitária é definida, conforme a Equação de Darcy-Weisba-
ch, como (PORTO, 2004):

Há, porém, uma outra possiblidade de quantificar a perda de carga, expressa


pelo equacionamento de Hazen-Willians.
A equação de Hazen-Williams é uma fórmula empírica que relaciona o fluxo
de água em um tubo, suas propriedades físicas e a perda de carga/queda de
pressão causada pelo atrito é comumente usada para pequenos fluxos por
meio de tubos de pequenos diâmetros: sistemas de irrigação por aspersão, sis-
temas de aspersão de incêndio e redes de abastecimento de água (Figura 13)

FIGURA 15 – ASPERSORES DE INCÊNDIO

Fonte: Plataforma Deduca (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de um bombeiro com uniforme com as mãos em


um carro de bombeiros.

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A expressão geral da perda de carga (J) Hazen-Willians é dada por (PORTO, 2004):

Em que: Q é a vazão; D: diâmetro da tubulação; e “m” e “n”: coeficientes rela-


cionados à composição do material que reveste a tubulação.
Diante das variáveis, há uma expressão de Hazen-Willians comumente utili-
zada, expressa por:

Em que: C representa o coeficiente de rugosidade. Este valor é tabelado, va-


riando de acordo com o tipo de material, conforme mostra a Tabela 3.

QUADRO 3 – COEFICIENTE DE VISCOSIDADE PARA DIFERENTES FLUÍDOS


A 20ºC

Fluído Viscosidade (Pa)

Aço rebitado, tubos novos 110

Ferro fundido, novos 130

Ferro fundido, usados 90

Cobre 130

Concreto, acabamento comum 120

Ferro fundido, após 15 – 20 anos de uso 100

Tubos PVC 150

Fonte: Adaptada de Porto (2004).

#PraCegoVer: a imagem representa uma tabela, com duas colunas e oito linhas. Na primeira
linha, há os títulos: fluido e viscosidade (Pa). Na segunda linha, há aço rebitado, tubos novos,
correspondente a 110. Na terceira linha, há ferro fundido, novos, referente a 130. Na quarta
linha, há ferro fundido, usado, referente a 90. Na quinta linha, há cobre, referente a 130. Na
sexta linha, há concreto, acabamento comum, referente a 120. Na sétima linha, há ferro
fundido, após 15-20 anos de uso, referente a 100. Na oitava linha, há tubos PVC, referente a 150.

Ressalta-se, em tempo, que a Equação 11 pode ser utilizada nas seguintes si-
tuações:

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• Escoamento turbulento e/ou de transição.

• Temperatura da água a 20ºC.

• Não considerar o efeito viscoso.

• Aplicado para D ≥ 4” (0,1m) e em redes de distribuição de


água, adutoras e sistemas de recalque (Figura 15).

CONCLUSÃO

Esta unidade objetivou-se a apresentar uma reflexão sobre os conceitos in-


trodutórios de Hidráulica, discorrendo ainda sobre importantes elementos e
características de regimes de escoamento.
Os líquidos em movimento ou sob pressão fizeram um trabalho útil para o ho-
mem por muitos séculos antes que o cientista e filósofo francês Blaise Pascal
e o físico suíço Daniel Bernoulli formulassem as leis nas quais a moderna tec-
nologia de energia hidráulica se baseia. A Lei de Pascal afirma que a pressão
em um líquido é transmitida igualmente em todas as direções; ou seja, quan-
do a água é feita para encher um recipiente fechado, a aplicação de pressão
em qualquer ponto será transmitida para todos os lados do recipiente.
A Lei de Bernoulli, formulada cerca de um século depois, afirma que a energia
em um fluido é devida à elevação, ao movimento e à pressão e, se não houver
perdas devido ao atrito e nenhum trabalho realizado, a soma das energias
permanece constante. Assim, a energia da velocidade, derivada do movimen-
to, pode ser parcialmente convertida em energia de pressão, aumentando a
seção transversal de um tubo, o que retarda o fluxo, mas aumenta a área con-
tra a qual o fluido está pressionando.
Essas considerações nos auxiliam a compreender os diferentes regimes de
escoamento existentes (laminar, transiente e turbulento), como mensurar,
por meio de formas empíricas, varáveis relacionadas à perda de carga, veloci-
dade de escoamento e força de atrito.

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HIDRÁULICA

UNIDADE 2

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Calcular perda de


carga localizada.
> Compreender as
novas tecnologias
como fator inerente ao
cotidiano dos alunos.

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HIDRÁULICA

2. INTRODUÇÃO À HIDRÁULICA

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Sistemas hidráulicos consistem em um conjunto de mecanismos que cons-
tituem um sistema de distribuição de água com capacidade de fornecer um
abastecimento de água (Figura 1) confiável em um nível de serviço aceitável,
ou seja, atender a todas as demandas colocadas sobre o sistema com dispo-
sições para pressão adequada, proteção contra incêndio e confiabilidade de
abastecimento ininterrupto (CESÁRIO, 1995; AWWA, 2005).

FIGURA 1 – ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Fonte: Pixabay (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa um cano saindo água em uma rede de abastecimento


de água.

A demanda de água é a força motriz para a operação dos sistemas municipais


de água. Como as demandas de água são estocásticas por natureza, a ope-
ração hidráulica requer uma compreensão da quantidade de água que está
sendo usada, onde está sendo usada e como esse uso varia com o tempo.
Nesta unidade, serão apresentadas e discutidas as perdas de carga e de ener-
gia envolvidos em um sistema hidráulico, quantificando como essa energia
dissipada afeta todo o sistema.

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2.1 PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS


O transporte de fluídos é conduzido por meio de condutos projetados para
esta finalidade. Esses condutos podem ser classificados como (PORTO, 2004):

Superfície livre
Condutos livres ou abertos: são aqueles
que estão em contato direto com a
pressão atmosférica, sendo destinados
principalmente para o transporte de água.
Também são chamados de canais.

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).


#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma superfície livre.

Conduto forçado
Condutos forçados ou fechados: são aqueles
em que a pressão existente é muito maior
que a pressão atmosférica, admitindo-
se, nessas condições, que o fluído escoa
em dutos sob pressão. São comumente
empregados em sistemas que envolvem
dispositivos de bombas hidráulicas.

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).


#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um conduto forçado.

O escoamento interno em tubulações sofre fortes influências das paredes,


dissipando energia devido ao atrito.
Quando as partículas estabelecem contato com a parede, essas acabam ad-
quirindo a mesma velocidade da parede. Isso significa que, como a parede é
fixa, a velocidade das partículas em contato com ela será nula, influenciando as
partículas vizinhas por meio da viscosidade e turbulência, dissipando a energia.
Essa dissipação de energia provoca uma redução da pressão total no fluido ao
longo do seu escoamento na tubulação, recebendo o nome de “perda de carga”.
A motivação da perda de carga a faz a ser categorizada em duas tipologias
(PORTO, 2004):

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•  Perda de Carga Distribuída: reflexo da ação das paredes retilíneas sob os


fluidos, que provocam uma redução gradativa da pressão distribuída ao
longo do comprimento da tubulação.

FIGURA 2 – REPRESENTAÇÃO DA PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa o sentido de escoamento de uma tubulação.

•  Perda de Carga Localizada: perda de carga provocada pelos acessórios que


compõem o sistema de canalização, ou seja: as diversas peças necessárias
para a montagem da tubulação, que provocam variação brusca da velocidade,
em módulo e direção, intensificando a perda de energia nesses pontos.

FIGURA 3 – EXEMPLOS DE ACESSÓRIOS DE TUBULAÇÃO

Fonte: Freepik (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa exemplos de acessórios de tubulação.

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O controle das perdas de cargas, em sistema de


distribuição de água, é altamente importante para
o gerenciamento adequado do sistema. Diversas
operações podem ser realizadas para minimizar e/
ou mitigar essas perdas. Saiba mais neste artigo de
Morais et al., (2010) clicando aqui.

A seguir, veremos o equacionamento utilizado para cada uma das perdas de


cargas.

2.1.1 EXPRESSÃO GERAL DAS PERDAS


LOCALIZADAS
A perda de carga localizada ocorre sempre em acessório que é inserido na
tubulação, isto é, para: promover a junção de duas tubulações, variar a direção
do escoamento ou controlar a vazão de operação.
O acessório tem um coeficiente de perda de carga característico, comumen-
te indicado pela letra k.
Diante disso, a perda de carga localizada ( hL ) causada por cada acessório,
expresso em metros por coluna d’água (m.c.a), pode ser encontrada pela ex-
pressão (AZEVEDO, 1998):

Em que os valores de “k” são obtidos por meio de referências teóricas, confor-
me consta na Tabela 1.

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HIDRÁULICA

QUADRO 1 – EXEMPLOS DE VALORES “K” PARA ACESSÓRIOS

Acessório K Acessório K

Ampliação gradual 0,30 Medidor Venturi 2,50

Comporta aberta 1,00 Pequena 0,03


derivação

Controlador de 2,50 Redução gradual 0,15


vazão

Cotovelo de 45º 0,40 Saída de 1,00


canalização

Cotovelo de 90º 0,90 “T” de passagem 0,60


direta

Curva de 45º 0,20 “T” de saída 1,80


bilateral

Curva de 90º 0,40 “T” de saída de 1,30


lado

Entrada de borda 1,00 Válvula de 0,30


borboleta aberta

Entrada normal 0,50 Válvula de ângulo 5,00


aberta

Junção 0,40 Válvula de gaveta 0,20


aberta

Fonte: Adaptado de Azevedo (1998) e Porto (2004).

#PraCegoVer: a imagem representa uma tabela com quatro colunas e 10 linhas. Na primeira
linha, há os títulos “Acessório” e “k”. Na segunda linha, há: ampliação gradual, referente a
0,30, e Medidor Venturi, referente a 2,50. Na terceira linha, há comporta aberta, referente
a 1,00, e pequena derivação, referente a 0,03. Na quarta linha, há controlador de vazão,
referente a 2,50, e redução gradual, referente a 0,15. Na quinta linha, há cotovelo de 45º,
referente a 0,40, e saída de canalização, referente a 1,00. Na sexta linha, há cotovelo de 90º,
referente a 0,90, e “T” de passagem direta, referente a 0,60. Na sétima linha, há curva de
45º, referente a 0,20, e “T” de saída bilateral, referente a 1,80. Na oitava linha, há entrada de
borda, referente a 1,00, e válvula de borboleta aberta, referente a 0,30. Na nona linha, há
entrada normal, referente a 0,50, e válvula de ângulo aberta, referente a 5,00. Na décima
linha, há junção, referente a 0,40, e válvula de gaveta aberta, referente a 0,20.

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Os diferentes valores atribuídos ao parâmetro


“k” foram possíveis graças a intensas atividades
experimentais e análises de sistemas de tubulação.
Saiba mais neste trabalho de Azevedo (s/ano),
clicando aqui.

2.1.2 ANÁLISE DE TUBULAÇÕES


Entre as propriedades dos fluídos, a viscosidade é considerada a mais impor-
tante, no que tange à dissipação de energia. Além de ser proporcional a perda
de carga, sua relação com as forças de inércia fornecem um número adimen-
sional, número de Reynolds (Re), que é o parâmetro que caracteriza o regime
de escoamento.

FIGURA 4 – TUBULAÇÕES, VÁLVULAS E MEDIDOR DE VAZÃO

Fonte: Pixabay (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma tubulação, com válvulas e medidor


de vazão na cor roxa.

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As propriedades de temperatura e pressão alteram


diretamente os valores de viscosidade da água.
Diante disso, considerando a padronização de
valores, isto é, 20ºC e 1atm, são adotados os valores
1,0 x 10-3 Pa.s para viscosidade dinâmica (μ) e de
1,0007x10-6 m²/s para viscosidade cinemática (γ)
(BRUNETTI, 2008).

Ao resolver muitos problemas de dinâmica de fluidos, seja no estado estacio-


nário ou transitório, o fator de atrito de Darcy-Weisbach, f, é necessário. Em
tubos circulares, este fator pode ser resolvido diretamente com a equação
Swamee-Jain, bem como outras, porém a maioria dessas equações são com-
plicadas e tornam-se incômodas quando a iteração é necessária. Portanto,
muitas vezes, é eficaz resolver esse fator de atrito usando o Gráfico Moody,
ilustrado pela Figura 5.

FIGURA 5 – DIAGRAMA DE MOODY

Fonte: Wikipedia (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa o Diagrama de Moody, à esquerda, está o coeficiente de


fricción, embaixo, está o número de Reynolds, Re, e à direita, está o K/d Rugosidad relativa.

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HIDRÁULICA

O experimento de Moodys demonstrou que o escoamento de fluidos em


uma tubulação pode ser descrito em função de números adimensionais. O
resultado do experimento gerou uma representação gráfica adimensional,
usado para calcular a queda de pressão ΔP (Pa), ou perda de carga hf (m) e o
regime de escoamento do fluído. O gráfico representa o fator de atrito Darcy-
-Weisbach (fD) versus o número de Reynolds para uma variedade de rugosi-
dades relativas, a proporção da altura média de rugosidade do tubo para o
diâmetro do tubo ou ε/D.
A perda de carga pode ser calculada usando a equação de Darcy-Weisbach
em que o fator de atrito de Darcy (PORTO, 2004) é:

A queda de pressão pode então ser avaliada como:

Ou diretamente de

Em que “fD” é o fator de atrito do gráfico Moody, “ρ” é a densidade do fluido,


“v” é a velocidade média de escoamento no tubo, “L” é o comprimento do
tubo “D” é o diâmetro do tubo.
O gráfico Moody pode ser dividido em dois regimes de fluxo: laminar e tur-
bulento. Para o regime de fluxo laminar (Re<~ 3000), a rugosidade não tem
efeito discernível e o fator de atrito Darcy-Weisbach “fD” pode ser determina-
do por (PORTO, 2004):

Para o regime de fluxo turbulento, a relação entre o fator de atrito e o número


Reynolds Re é considerada. Um modelo para esta relação é a equação de Co-
lebrook, definida por (PORTO, 2004):

A tabela 2 sintetiza exemplos dos coeficientes de rugosidade (ε) para deter-


minados materiais

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QUADRO 2 – EXEMPLOS DE VALORES DE COEFICIENTE DE RUGOSIDADE

Materiais Tubos Novos Tubos velhos

Aço galvanizado 0,00015 – 0,00020 0,0046

Aço soldado 0,00004 – 0,00006 0,0024

Cimento amianto 0,000025 ----------

Cobre ou latão lisos lisos

Ferro forjado 0,00004 – 0,00006 0,0024

Ferro fundido 0,00025 – 0,00050 0,0030 – 0,0050

Vidro lisos lisos

Plástico lisos lisos

Fonte: Adaptado de Azevedo (1998).

#PraCegoVer: a imagem representa uma tabela com três colunas e nove linhas. A primeira
linha contém os títulos: materiais; tubos novos; e tubos velhos. Na segunda linha, há: aço
galvanizado, referente a 0,00015 – 0,00020 e 0,0046. Na terceira linha, há aço soldado,
referente a 0,00004 – 0,00006 e 0,0024. Na quarta linha, há cimento amianto, referente
a 0,000025. Na quinta linha, há cobre ou latão, referente a lisos. Na sexta linha, há ferro
forjado, referente a 0,00004 – 0,00006 e 0,0024. Na sétima linha, há ferro fundido, referente
a 0,00025 – 0,00050 e 0,0030 – 0,0050. Na oitava linha, há vidro, referente a lisos. Na nona
linha, há plástico, referente a lisos.

2.1.3 MÉTODOS DE COMPRIMENTOS


EQUIVALENTES
O método de comprimento equivalente (razão L/D) permite que o usuário
descreva a queda de pressão por meio de uma conexão como um compri-
mento de tubo. Em teoria, a queda de pressão por meio da conexão é equi-
valente à pressão perdida através de um certo comprimento de tubulação
naquela taxa de fluxo correspondente.
Ao usar um comprimento equivalente determinado a partir de um acessó-
rio de tamanho diferente, o método pressupõe que, conforme o tamanho do
tubo muda, o tamanho do acessório retém as mesmas proporções relativas,
conforme ilustrado na Figura 6.

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HIDRÁULICA

FIGURA 6 – EXEMPLIFICAÇÃO DO MÉTODO DE COMPRIMENTO EQUIVALENTE

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa um exemplo de método de comprimen-


to equivalente, com indicação da válvula de retenção, do cotovelo 90º, da vál-
vula gaveta, do cotovelo 50º, da válvula de pé e do comprimento equivalente.

Os valores de relacionados a comprimentos


equivalentes são tabulados em literaturas
bibliográficas, obtidos a partir de ensaios e
experimentos laboratoriais. Acesso o material de
aula Montoro (2009) e saiba mais.

Depois de somar esses comprimentos equivalentes conforme apropriado


para seu sistema hidráulico, você pode simplesmente calcular a queda de
pressão para o comprimento de tubo resultante.
Tomemos, como exemplo, a Figura 7:

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FIGURA 7 – EXEMPLO DE SISTEMA

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa um exemplo de sistemas, com 10 metros, depois sobre


a 20metros, depois se estabiliza mais 10 metros e depois desce 10 metros.

•  Tamanho do tubo: DN100 (4");

•  Diâmetro do tubo: 102,3 mm;

•  Comprimento da tubulação: 50m;

•  Acessórios: 3 x 90° de raio de comprimento;

•  Velocidade de escoamento: 3m/s;

•  Densidade de fluido: 1000 kg / m³;

•  Fator de atrito: 0.018.

Usando a tabela de acessórios e comprimentos equivalentes acima, descobri-


mos que o comprimento equivalente para o cotovelo de 90 ° é de 12 diâme-
tros de tubo.

Tomando o comprimento do tubo e o número de cotovelos, calculamos o


comprimento equivalente da tubulação para fins de perda de pressão.

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HIDRÁULICA

Usando a Eq. 4, temos que:

2.2 SISTEMAS HIDRÁULICOS DE TUBULAÇÕES

2.2.1 PERDA DE CARGA UNITÁRIA E


DECLIVIDADE DA LINHA PIEZOMÉTRICA
O traçado de uma adutora, em um projeto de abastecimento, envolve variá-
veis associados às características topográficas, condições locacionais.
De modo geral, são empregadas para operar por gravidade, isto é, sem a ne-
cessidade de disposto energético para promover o transporte do fluido.

Conduto Livre: o perfil do plano de carga


coincide com a linha piezométrica efetiva.
Nessas condições, o escoamento ocorre
sob condições de pressão atmosférica.

Fonte: KISHI (2020).


#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um escoamento.

Conduto forçado: a adutora encontra-


se abaixo da linha piezométrica efetiva,
gerando um escoamento submetido à
pressão positiva.

Fonte: KISHI (2020).


#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de conduto forçado.

É comumente empregado na hidráulica a linha de energia ou a linha piezo-


métrica ao trabalhar com os sistemas de tubulação. Essas linhas imaginárias
ajudam a encontrar os pontos problemáticos no sistema (geralmente pontos
de baixa pressão).

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FIGURA 8 – IDENTIFICAÇÃO DA LINHA DE ENERGIA E PIEZOMÉTRICA

Fonte: Chadwick (2004).

#PraCegoVer: a imagem é a identificação da linha de energia e piezométrica.

Linha Piezométrica:

Formados pelos pontos situados na distância P/y acima do centro da


tubulação.

Linha de energia:

Situado pelos pontos na distância v²/2g, acima da linha piezométrica.

A linha de energia mostra a altura manométrica total para determinada se-


ção transversal no sistema, dado por (PORTO, 2004):

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2.2.2 INFLUÊNCIAS RELATIVAS ENTRE O


TRAÇADO DA TUBULAÇÃO E AS LINHAS DE
ENERGIA
Os tubos conectam tanques, vasos, bombas e outros equipamentos mostra-
dos nos desenhos de layout do equipamento – e devem fazê-lo de forma efi-
ciente, levando em consideração todos os códigos e as normas aplicáveis, os
requisitos do cliente, as questões de segurança, as necessidades de acessibili-
dade, os fatores de estresse da tubulação, as possíveis interferências e o custo
total instalado. Na verdade, a tubulação pode ser um fator de custo impor-
tante para qualquer instalação de processo industrial devido às despesas de
material, fabricação e mão de obra.

FIGURA 9 – SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Fonte: Plataforma Deduca (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa um tanque com água em um sistema de


abastecimento de água.

O layout de tubulação inteligente combina o conhecimento de engenheiros


de tubulação experientes e engenheiros de processo com uma boa dose de
bom senso. Por exemplo, mover uma bomba ou tanque alguns centímetros
do local do projeto inicial podem eliminar um cotovelo desnecessário e flan-
ges relacionados.

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HIDRÁULICA

FIGURA 10 – SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Fonte: Plataforma Deduca (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um sistema de abastecimento de água,


ao redor, há campos verdes e um céu azul.

Além de evitar a contaminação e atingir a pressão e o fluxo corretos, o sistema


deve ser adequado para a temperatura da água transportada. Um sistema bem
projetado e instalado também será durável, minimizará o ruído do fluxo de
água e de problemas como o golpe de aríete e apoiará o uso eficiente da água.
Todos os sistemas de abastecimento de água usam uma combinação de tu-
bos (de diferentes dimensões e materiais), válvulas e saídas para fornecer água
aos usuários do edifício. Alguns sistemas de abastecimento de água também
usam tanques de armazenamento e bombas. Projetar um sistema de abas-
tecimento de água envolve acertar todos esses elementos para que a água
limpa seja entregue ao usuário na taxa e temperatura adequadas.

A Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) n. 12218


estabelece as diretrizes necessárias para projetos de
distribuição de água para abastecimento público
(ABNT, 1994).

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2.2.3 DISTRIBUIÇÃO DE VAZÃO EM MARCHA


Ocorre quando há a distribuição contínua da água ao longo de determinado
trecho de tubulação. Nessas condições, a vazão vai se reduzindo ao longo do
trecho, gradualmente, impedindo que ela permaneça em condições cons-
tantes.
A complexidade de se determinar essa vazão, incorporada à variável de perda
de carga, é grande. Para facilitar nesse dimensionamento, assume-se a exis-
tência de uma vazão fictícia (Qf), existente em um sistema com vazão mon-
tante (Qm) e jusante (Qj).

FIGURA 11 – VAZÃO MARCHA

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa um desenho com uma vazão marcha.

Assim, pode-se encontrar a Qf por meio da relação:

A partir de deduções matemáticas, pode-se expressar a vazão fictícia por


(PORTO, 2004):

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HIDRÁULICA

CONCLUSÃO

Um sistema de abastecimento de água fornece água das fontes aos clientes


e fornece serviços vitais para o funcionamento de uma sociedade industriali-
zada e importante para a resposta a emergências e recuperação após eventos
desastrosos (por exemplo, terremotos).
As variáveis que compõem um sistema hidráulico, desde o revestimento da
tubulação (ferro fundido, PVC, aço etc.), os acessórios de tubulação (registros,
curvas, válvulas etc.) e os dispositivos hidráulicos (bombas etc.) constituem
elementos essenciais, que devem ser investigados e estudados, para garantir
que o projeto, de fato, possa atender às exigências legais.
Assim sendo, percebemos a importância de compreender as componentes
de um sistema hidráulico, bem como a interferência nas linhas de energia
atuantes.

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HIDRÁULICA

UNIDADE 3

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Dimensionar sistema


elevatório.
> Compreender
sistemas de bombas
hidráulicas.

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3. ENERGIA HIDRÁULICA

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
As bombas são um dispositivo que gastam energia, a fim de elevar, transpor-
tar ou comprimir fluidos.
As primeiras bombas eram dispositivos para elevar água, como as rodas
d'água persa e romana e o parafuso de Arquimedes mais sofisticado (Figura
1). As operações de mineração da Idade Média levaram ao desenvolvimento
da bomba de sucção (pistão), muitos tipos das quais são descritas por Geor-
ges Agrícola em De re metallica (1556).

FIGURA 1 – RODA D’ÁGUA

Fonte: Pixabay (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma paisagem, na qual há uma roda


d’água. Ao fundo, há montanhas.

Uma bomba de sucção funciona por pressão atmosférica; quando o pistão


é levantado, criando um vácuo parcial, a pressão atmosférica externa força a
água para dentro do cilindro, de onde é permitido escapar por uma válvula de

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saída. A pressão atmosférica por si só pode forçar a água a uma altura máxima
de cerca de 10m, então a bomba de força foi desenvolvida para drenar minas
mais profundas (Figura 2).

FIGURA 2 – EVOLUÇÃO DOS DISPOSITIVOS HIDRÁULICOS

Fonte: Pixabay (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de um dispositivo hidráulico.

3.1 SISTEMAS ELEVATÓRIOS

3.1.1 ALTURA TOTAL DE ELEVAÇÃO E ALTURA


MANOMÉTRICA
A altura total de elevação (ou altura manométrica total) de uma bomba d'água
é uma medida da potência de uma bomba. Quanto maior for a altura mano-
métrica total da bomba, maior será a pressão que a bomba pode gerar. Essa
estatística é medida em metros e é calculada colocando um tubo na descar-
ga de uma bomba e medindo a altura máxima até a qual ela pode bombear
água (Figura 3).

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FIGURA 3 – ALTURA MANOMÉTRICA TOTAL

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma altura manométrica total.

A instalação de um dispositivo hidráulico é divido


em duas partes. A parte de sucção designa a parcela
da tubulação existente antes da bomba. Já a parte
de recalque denomina a parte do sistema instalado
após a bomba.

Neste contexto, o dimensionamento da altura manométrica total é estimada


a partir da altura geométrica de sucção (HGS) e da altura geométrica de recal-
que (HGR).

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FIGURA 4 – ALTURA MANOMÉTRICA DE SUCÇÃO E RECALQUE

Fonte: Porto (2004).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma altura manométrica de sucção e


recalque.

A partir disso, temos o disposto na Tabela 1.

QUADRO 1 – VARIÁVEIS EXISTENTES NO SISTEMA DE SUCÇÃO E


RECALQUE

HgS – altura geométrica de sucção

hfS – perda de carga da sucção


SUCÇÃO
HmS – altura manométrica de sucção

HmS – HgS + hfS

HgR – altura geométrica de recalque

hfR – perda de carga de recalque


RECALQUE
HmR – altura manométrica de recalque

HmR = HgR + hfR

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

Considerando as variáveis existentes, a altura manométrica total em um siste-


ma de bombeamento pode ser estimada por (AZEVEDO, 1998):

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3.1.2 POTÊNCIA DO CONJUNTO ELEVATÓRIO


A energia transmitida a um fluido aumenta a energia do fluido por unidade
de volume. Assim, a relação de potência é entre a conversão da energia me-
cânica do mecanismo da bomba e os elementos de fluido dentro da bomba.
Em geral, isso é governado por uma série de equações diferenciais simultâne-
as, conhecidas como equações de Navier-Stokes. No entanto, uma equação
mais simples, relacionando apenas as diferentes energias no fluido, conheci-
da como equação de Bernoulli, pode ser usada (CHADWICK; MORFETT, 2004)
Daí a potência, P, exigida pela bomba (PORTO, 2004):

Em que ΔP corresponde à variação de pressão (perda de carga no sistema); Q,


à vazão de operação; e η, ao rendimento operacional da bomba (valor forneci-
do pelo fabricante)

A pressão total pode ter componentes gravitacional,


pressão estática e energia cinética; isto é, a energia
é distribuída entre a mudança na energia potencial
gravitacional do fluido (subindo ou descendo
colina), mudança na velocidade ou mudança na
pressão estática.

A perda de carga, porém, pode ser expressa em função do Eq. 1, que quantifi-
ca as perdas de cargas no sistema (Figura 5).

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FIGURA 5 – ALTURA MANOMÉTRICA DE SUCÇÃO E RECALQUE

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma altura manométrica de sucção e


recalque.

Assim, temos que (PORTO, 2004):

Já a potência absorvida pela bomba (PAB) pode ser encontrada pela expres-
são (PORTO, 2004):

Isso sendo que, para ambos os casos (Eq.3 e Eq. 4), a potência é calculada em
unidades de cavalo (cv).

As diferentes nomenclaturas de dispositivos


hidráulicos por vezes podem gerar confusão no
momento de estimar a potência de uma bomba.
Leia mais a este respeito por meio da NBR 6445,
que estabelece terminologias básicas relativos às
turbinas hidráulicas, bombas de acumulação e
turbinas-bombas e seus componentes (ABNT, 2016).

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3.1.3 TIPOS E CARACTERÍSTICAS DE BOMBAS


HIDRÁULICAS
Como vimos no início da unidade, uma bomba hidráulica é o componente de
um sistema que converte energia mecânica em energia hidráulica. A energia
hidráulica é uma mistura de pressão e escoamento, o que permite que o sis-
tema funcione.
A energia hidráulica requer pressão e fluxo para funcionar corretamente; o
desempenho não pode ser alcançado sem que os dois trabalhem juntos. Por
sua vez, a função de uma bomba hidráulica é promover escoamento atra-
vés da máquina que, por sua vez, moverá as cargas. O principal aspecto a ser
lembrado sobre as bombas hidráulicas é que as bombas produzem fluxo e a
pressão é resistente ao fluxo
As bombas servem para uma ampla gama de aplicações: poços artesianos,
sistemas de irrigação filtragem de aquário, lagoa de filtragem e de arejamen-
to; na indústria automóvel para o arrefecimento com água e de injeção de
combustível; na indústria de energia para o bombeamento de petróleo; e gás
natural ou para o funcionamento de arrefecimento torres e outros compo-
nentes de sistemas de aquecimento, ventilação e ar-condicionado.

FIGURA 6 – SISTEMA DE BOMBEAMENTO PARA IRRIGAÇÃO

Fonte: Plataforma Deduca (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de um sistema de bombeamento pra irrigação


em uma plantação.

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Especialmente as bombas hidráulicas, estas podem ser classificadas de acor-


do com as seguintes características (Figura 7):

FIGURA 7 – CLASSIFICAÇÃO DE BOMBAS HIDRÁULICAS

Bombas Hidráulicas

Volumétricas ou Escoamento ou
Estáticas Dinâmicas

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa um esquema com três quadrados, nos quais está
escrito: Bombas hidráulicas, volumétricas e estatísticas e escoamento ou dinâmicas.

As bombas volumétricas usam variação de volume dentro de uma câmara


para criar sucção e impulso de um fluido. O fluido é primeiro sugado para
dentro da câmara, criando um vácuo e, em seguida, expelido da câmara, au-
mentando assim a pressão dentro dela. Algo semelhante ao feito pelo cora-
ção de um mamífero.
As bombas volumétricas movimentam volumes constantes de líquido a cada
ciclo operacional, já que a câmara possui um volume máximo definido e in-
variável.
As bombas volumétricas são divididas em dois subgrupos: bombas rotativas
e bombas alternativas.

Bombas Rotativas
São assim chamadas porque são acionadas
por elementos rotativos. Este grupo inclui
o parafuso de Arquimedes, bombas de
engrenagem e bombas peristálticas.

Fonte: Peres (2015)


#PraCegoVer: a imagem representa a foto de uma bomba rotativa.

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Bombas volumétricas alternativas


Usam o movimento retilíneo alternativo
(deslizamento) de um êmbolo para criar a
expansão e compressão de um fluido dentro
da câmara. As bombas alternativas podem
ser de ação simples ou dupla. Exemplos deste
tipo incluem bombas de pistão e diafragma.

Fonte: Pixabay (2021)


#PraCegoVer: a imagem representa a foto de uma bomba volumétrica alternativa.

As bombas dinâmicas, também conhecidas como bombas cinéticas, são dis-


positivos nos quais a energia é transmitida ao fluido continuamente por meio
de um impulsor, que transmite energia cinética (velocidade) ao fluido, ener-
gia essa que é então transformada em pressão em um momento imediata-
mente subsequente fase, reduzindo assim a velocidade. As bombas cinéticas
podem ser divididas em: bombas axiais ou centrífugas.

Bombas centrífugas axiais (ou de turbinas)


são aquelas em que o movimento do fluido
é garantido por uma hélice entubada, que
empurra o próprio fluido como uma hélice
marinha. Eles são definidos axiais porque o
movimento do fluxo é paralelo ao eixo do
impulsor.

Fonte: Siqueira et at. (2019).


#PraCeoVer: a imagem representa o desenho de uma bomba centrífuga axial.

Já as bombas centrífugas radiais, o


movimento do impulsor cria um vácuo no
tubo de sucção (axial em relação ao impulsor),
de modo que o fluido sobe para o corpo da
bomba graças à pressão atmosférica e é
então transportado para o tubo de entrega
(radial) por meio do movimento do impulso.

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).


#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma bomba centrífuga radial.

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3.2 ANÁLISE DE BOMBAS HIDRÁULICAS


Sempre que houver a necessidade de selecionar uma bomba para qualquer
necessidade industrial ou pessoal, é importante determinar a altura mano-
métrica total necessária para a operação e a vazão necessária. Todos esses
dados são importantes porque cada bomba que é fabricada pelo fabricante
tem um valor característico de pressão e fluxo no qual leva a uma operação
de eficiência máxima.
Por exemplo, em uma indústria de processo, se houver necessidade de trans-
portar líquidos químicos a uma taxa de fluxo específica para que uma reação
química em particular ocorra, então há a necessidade de verificar a carga di-
nâmica (que está relacionada à taxa de fluxo) e altura manométrica

3.2.1 CURVA CARACTERÍSTICA DA BOMBA


Após o cálculo da carga e da vazão, são consultadas as curvas da bomba for-
necidas pelo fabricante e selecionada a bomba que fornece a máxima efici-
ência na condição operacional. No entanto, deve-se notar que o melhor ponto
de eficiência não é o melhor ponto operacional na prática, porque a curva
da bomba descreve como uma bomba centrífuga funciona isolada do equi-
pamento da planta. O modo como funciona na prática é determinado pela
resistência do sistema em que está instalado.
Como regra geral, as bombas centrífugas são usadas com fluidos de baixa
viscosidade e as bombas de deslocamento positivo são usadas com fluidos
de alta viscosidade.

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FIGURA 8 – PONTO DE OPERAÇÃO

Fonte: Wikipedia (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa um gráfico com o ponto de operação, com indicação


de: curva característica da bomba; ponto de operação da bomba no sistema: onde as
curvas características se cruzam; curva característica do sistema ou da tubulação; e altura
geométrica do sistema.

As curvas da bomba são bastante úteis na seleção, no teste, na operação e na


manutenção da bomba. A curva de desempenho da bomba é um gráfico da
pressão diferencial em relação à taxa de fluxo operacional. Eles especificam
características de desempenho e eficiência. Testes de desempenho são fei-
tos nas bombas para verificar as alegações feitas pelo fabricante da bomba.
É bem possível que, com o tempo na planta, os requisitos do processo junto
com a infraestrutura e as condições possam mudar consideravelmente. Nes-
se caso, as curvas da bomba são usadas para verificar se as bombas ainda
seriam as mais adequadas para os requisitos modificados.
Assim, temos a altura manométrica de instalação (Hm) definida por:

Em que HG corresponde ao desnível geométrico da instalação (ou seja, perfil


topográfico) e ht, à perda de carga, que envolve as características da tubula-
ção e dos acessórios de sucção e recalque.
A partir dos equacionamentos, pode-se então encontrar o ponto de operação,
como mostra a Figura 9.

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FIGURA 9 – SISTEMA COMPLETO DE CURVAS E FÓRMULAS

Fonte: Alem Sobrinho e Contrera (2016).

#PraCegoVer: a imagem representa um gráfico com o sistema completo de curvas e


fórmulas.

3.2.2 ESCOLHA DO CONJUNTO MOTOR-BOMBA


As curvas de desempenho da bomba são indicadores importantes das ca-
racterísticas da bomba fornecidas pelo fabricante. Essas curvas são funda-
mentais para prever a variação na altura manométrica diferencial na bomba,
conforme a vazão muda. No entanto, tais curvas não se limitam à altura ma-
nométrica e à variação em outros parâmetros, como potência, eficiência ou
Net Positive Suction Head (NPSH) com fluxo também, pode ser mostrada em
gráficos semelhantes pelo fabricante.
A NPSHd (disponibilidade de energia com que o líquido entra na bomba) é
definida por:

Em que Hv corresponde à pressão de vapor do líquido.


Devido às restrições mecânicas e de potência fornecidas pela bomba, a carga
diminui à medida que empurra mais quantidade de fluido. Em outras pala-
vras, quando há um aumento da vazão (para o mesmo diâmetro do rotor),

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ocorre uma queda na altura manométrica diferencial que a bomba é capaz


de fornecer. Os dois estão relacionados da seguinte forma (PORTO, 2004):

Em que A e B dependem dos parâmetros geométricos e da velocidade de


rotação da bomba e são considerados constantes para fins de comparação.
No entanto, esta relação linear simples sofre modificação por conta de várias
perdas e uma não linear, decrescente H – Q, essa relação é vista na curva ca-
racterística da bomba.

FIGURA 10 – CURVA CARACTERÍSTICA

Fonte: Elaborada pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa um gráfico com a curva característica.

A partir da curva (Figura 10), observa-se que, mesmo quando a carga dife-
rencial cai, a saída obtida aumenta, porque o produto da vazão pela pressão
aumenta (lembre-se que a saída líquida da bomba é dada por (PORTO, 2004):

Já a eficiência do sistema pode ser expressa por:

Isso se deve ao aumento da vazão. No entanto, a redução na altura de des-


carga significa que a bomba consome mais energia para empurrar o fluido

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HIDRÁULICA

adicional de que precisamos (devido ao aumento da taxa de fluxo). Após um


ponto específico, conhecido como o ponto de melhor eficiência, o efeito da
redução na carga obtida supera o aumento na vazão.

FIGURA 11 – CONJUNTO DE DISPOSITIVO HIDRÁULICO

Fonte: Plataforma Deduca (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de um conjunto de disposição hidráulico.

Como consequência, a energia começa a diminuir e, a partir de então,a efici-


ência começa a cair. Matematicamente, o efeito da taxa de fluxo na eficiência
é dado por (PORTO, 2004):

Em que (PORTO, 2004):

A expressão acima (Eq. 11) é chamada de constante de capacidade; já k1 e k2


(Eq. 10) são constantes que dependem do projeto da bomba e da velocidade
de rotação.

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HIDRÁULICA

Por causa dessa característica contraditória, um


ponto de eficiência ideal é alcançado para a bomba.
Nosso objetivo deve ser selecionar uma bomba
que opere próximo ao ponto de eficiência máxima
para os requisitos operacionais necessários. Este é o
melhor ponto de eficiência para a bomba e plotado
na Curva de Eficiência da Bomba.

3.2.3 CAVITAÇÃO
As bombas são projetadas para funcionar com um suprimento de água de
fluxo total, mas em alguns casos, uma entrada inundada não é suficiente para
manter a pressão necessária para evitar a cavitação. A entrada ou o lado da
sucção de uma bomba é o ponto de pressão mais baixa em uma determi-
nada bomba. Para bombas de deslocamento positivo, a pressão mais baixa
ocorre imediatamente antes da engrenagem do rotor; para bombas centrífu-
gas, a pressão mais baixa fica perto do olho do impulsor.
A cavitação é possível em todos os tipos de bombas e, como seus princípios
são essencialmente os mesmos, nos concentraremos nas bombas centrífu-
gas. O olho é onde o fluido é puxado para o rotor e onde a rotação do rotor
começa a agir sobre o fluido. Quando a pressão que atua sobre o líquido (ca-
beça de sucção positiva líquida disponível) é muito baixa, formam-se bolhas
e, à medida que o líquido acelera devido à rotação do impulsor, a pressão au-
menta e as bolhas colapsam (Figura 12).

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FIGURA 12 – CONJUNTO DE DISPOSITIVO HIDRÁULICO

Fonte: Pereira et al. (2018).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de um conjunto de disposição hidráulico.

Em condições normais de pressão atmosférica, os fluidos têm pressão de va-


por previsível. Conforme a pressão dentro da bomba cai abaixo da pressão de
vapor do líquido, bolhas se formam. As bolhas entram em colapso quando
atingem áreas do líquido onde a pressão está acima da pressão de vapor. No
caso da cavitação, essa formação e colapso são rápidos e violentos. Linhas de
processamento interrompidas ou mal executadas podem fazer com que a
pressão de sucção ou descarga caia, o que leva à cavitação.

A cavitação soa como mármores ou cascalho


circulando pela bomba, tubos ou mangueiras. Os
efeitos da cavitação prolongada são visíveis no
impulsor da bomba e em outros componentes:
barulho, cavitação, vibração, falha de vedação,
erosão do impulsor, alto consumo de energia etc.

Quando o líquido atinge uma pressão inferior à pressão atmosférica (Patm),


temos que a Hv < Patm. Nessas condições, o líquido entra em embolização em
condições e temperatura ambiente, transformando-se em vapor.

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HIDRÁULICA

A cavitação soa como mármores ou cascalho circulando pela bomba, tubos


ou mangueiras. Os efeitos da cavitação prolongada são visíveis no impulsor
da bomba e em outros componentes: barulho, cavitação, vibração, falha de
vedação, erosão do impulsor, alto consumo de energia etc.

FIGURA 13 – PROCESSO DE CAVITAÇÃO

Fonte: Baptista e Lara (2012).

#PraCegoVer: a imagem representa um desenho do processo de cavitação.

Para evitar a cavitação, temos que a disponibilidade de energia com que o


líquido entra na bomba e deve ser maior do que aquela requisitada pelo sis-
tema (NPSHd > NPSHr). O valor NPSHr é fornecido pelo fabricante.

CONCLUSÃO

As bombas hidráulicas são essenciais e aplicáveis em um vasto campo de opor-


tunidades. Portanto, é melhor aprender mais sobre bombas e onde você pode
obter a mais alta qualidade para seus grandes projetos. Portanto, tenha cuida-
do ao escolher o tipo de bomba que vai usar, devendo sempre ser considerado:

•  O volume da água exato que precisa para fluxo ou pressão. A bomba deve
ser dimensionada de acordo com os requisitos precisos de pressão e fluxo de
seu sistema.

•  Aprender o suficiente sobre o sistema hidráulico da bomba; determinando


a pressão e o fluxo necessário no sistema para escolher um tipo de bomba, o
tamanho do modelo e o método de controle da bomba.

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HIDRÁULICA

Outra coisa a considerar, ao selecionar a melhor qualidade da bomba, são as


características técnicas do meio da bomba. Os parâmetros da rede também
devem ser considerados, incluindo perdas de carga e vazão, pois ajuda a de-
terminar o ponto de operação da bomba.

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HIDRÁULICA

UNIDADE 4

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Compreender
os conceitos do
escoamento em
superfície livre.
> Analisar equações e
elementos hidráulicos
de escoamento livre.

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HIDRÁULICA

4. ESCOAMENTOS

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Sempre que o fluido flui há algum atrito associado ao movimento, o que cau-
sa perda de carga. A perda de carga é comumente compensada em sistemas
de tubulação por bombas que trabalham no fluido, compensando a perda de
carga devido ao atrito. Esta circulação de fluido em sistemas por bombas é
conhecida como escoamento forçado (Figura 1).

FIGURA 1 – SISTEMA HIDRÁULICO DE TUBULAÇÃO E BOMBA: EXEMPLO DE


ESCOAMENTO FORÇADO

Fonte: Pixabay (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de um sistema hidráulico de tubulação e bomba.

É possível projetar alguns sistemas de fluido de uma maneira que não re-
queira a presença de bombas para fornecer circulação. A altura manométrica
necessária para compensar as perdas de carga é criada por gradientes de
densidade e mudanças de elevação. O fluxo que ocorre nessas circunstâncias
é denominado escoamento livre (Figura 2).

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FIGURA 2 – CANAL DE AMSTERDÃ: EXEMPLO DE ESCOAMENTO LIVRES

Fonte: Pixabay (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de um canal de água de Amsterdã.

Nesta unidade, serão apresentadas e discutidas questões relacionadas a es-


coamento livre.

4.1 ESCOAMENTO EM SUPERFÍCIES LIVRES


O fluxo de líquido através de um canal com superfície livre é definido como
fluxo de canal aberto (Figura 3). Esta superfície livre do líquido é submetida à
pressão atmosférica. Portanto, o fluxo de canal aberto também pode ser defi-
nido como o fluxo de líquido através de uma passagem à pressão atmosférica.
O fluxo em um canal aberto ocorre devido à gravidade que é obtida fornecen-
do uma inclinação do leito.

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FIGURA 3 – CANAL DE NAVEGAÇÃO

Fonte: Plataforma Deduca (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de um canal de navegação, com um navio


vermelho ancorado.

4.1.1 ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DOS CANAIS


Durante o escoamento em um canal livre, é possível determinar ao menos
quatro elementos geométricos necessários para que o fluxo ocorra. Conside-
rando a seção de um escoamento livre, temos o disposto na Figura 4.

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FIGURA 4 – ELEMENTOS GEOMÉTRICOS NO ESCOAMENTO LIVRE

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho dos elementos geométricos no escoamento


livre.

Em que:

•  Q: vazão do escoamento (m³/s).


•  Io: declividade do canal na seção (m/m ou %).

•  A: área molhada da seção (m²).

•  P: Perímetro molhado da seção. Considera-se todo contato entre a parede


do canal e o fluído.

A fórmula de Manning, também chamada de coeficiente de Chézy (C), usa


a inclinação da superfície da água, a área da seção transversal e o perímetro
úmido de um comprimento de canal uniforme para determinar a taxa de
fluxo.
A expressão de Manning é dada por (PORTO, 2004):

Onde coeficiente de rugosidade (n) é selecionado a partir de rugosidades de


referência padrão com base no material do canal / tubo e sua condição e Rh
o raio hidráulico, expresso por (PORTO, 2004):

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HIDRÁULICA

A fórmula de Manning é uma fórmula empírica que


estima a velocidade média de um líquido fluindo
em um conduto que não envolve completamente
o líquido, ou seja, fluxo em canal aberto. No entanto,
esta equação também é usada para o cálculo das
variáveis de fluxo no caso de fluxo em condutos
parcialmente cheios, pois eles também possuem
uma superfície livre como a de fluxo em canal aberto.

É possível descrever a Eq. 1 em termos da área molhada, obtendo-se a relação


(PORTO, 2004):

A Figura 5 ilustra os coeficientes de rugosidades de referência padrão com


base no material do canal/tubo e sua condição.

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FIGURA 5 – COEFICIENTES DE MANNING PARA DETERMINADOS MATERIAIS

NATUREZA DAS PAREDES CONDIÇÕES

MUITO
BOAS REGULARES MÁS
BOAS

Tubos de ferro fundido sem revestimento ............ 0,012 0,013 0,014 0,015
Idem, com revestimento de alcatrão ...................... 0,011 0,012* 0,013* ---
Tubos de ferro galvanizado ....................................... 0,013 0,014 0,015 0,017
Tubos de bronze ou vidro .......................................... 0,009 0,010 0,011 0,013
Condutos de barro vitrificado, de esgotos ............ 0,011 0,013* 0,015 0,017
Condutos de berro, de drenagem ............................ 0,011 0,012* 0,014* 0,017
Alvenaria de tijolos com argamassa de cimento:
condutos de esgoto, de tijolos ................................. 0,012 0,013 0,015* 0,017
Superfície de cimento alisado .................................. 0,010 0,011 0,012 0,013
Superfícies de argamassa de cimento ................... 0,011 0,012 0,013* 0,015
Tubos de concreto ....................................................... 0,012 0,013 0,015 0,016
Condutos e aduelas de madeira ............................... 0,010 0,011 0,012 0,013
Calhas de prancha de madeira aplainada ............. 0,010 0,012* 0,013 0,014
Idem, não aplainada .................................................... 0,011 0,013* 0,014 0,015
Idem, com pranchões ................................................. 0,012 0,015* 0,016 ---
Canais com revestimento de concreto ................... 0,012 0,014* 0,016 0,018
Alvenaria de pedra argamassa ................................. 0,017 0,020* 0,025 0,030
Alvenaria de pedra seca ............................................. 0,025 0,033 0,033 0,035
Alvenaria de pedra aparelhada ................................ 0,013 0,014 0,015 0,017
Calhas metálicas lisas (semicirculares) .................. 0,011 0,012 0,013 0,015
Idem, corrugadas ......................................................... 0,023 0,025 0,028 0,030
Canais de terra, retilíneos e uniformes .................. 0,017 0,020 0,023 0,025
Canais abertos em rocha, lisos e uniformes ......... 0,025 0,030 0,033* 0,035
Canais abertos em rocha, irregulares ou de paredes
de pedra irregulares e mal-arrumadas ... 0,035 0,040 0,045 ---
Canais dragados ........................................................... 0,025 0,028 0,030 0,033
Canais curvilíneos e lamosos .................................... 0,023 0,025* 0,028 0,030
Canais com leito pedregoso e vegetação aos
taludes 0,028 0,030 0,035* 0,040
Canais com fundo de terra e taludes empedra............. 0,025 0,030 0,033 0,035

ARROIOS E RIOS
1. Limpos, retilíneos e uniformes 0,025 0,028 0,030 0,033
2. Como em 1, porém com vegetação e pedras 0,030 0,033 0,035 0,040
3. Com meandros, bancos e poços pouso
profundos, limpos 0,035 0,040 0,045 0,050
4. Como em 3, águas baixas, declividade fraca 0,040 0,045 0,050 0,055
5. Como em 3, com vegetação e pedras 0,033 0,035 0,040 0,045
6. Como em 4, com pedras 0,045 0,050 0,055 0,060
7. Com margens espraiadas, pouca vegetação 0,050 0,060 0,070 0,080
8. Com margens espraiadas, muita vegetação 0,075 0,100 0,125 0,150
* Valores aconselhados para projetos

Fonte: Porto (2004).

#PraCegoVer: a imagem representa uma tabela, com os coeficientes de manning para


determinados materiais, incluindo: tubos de ferro fundido sem revestimento; idem,
com revestimento de alcatrão; tubos de ferro galvanizado; tubos de bronze ou vidro;
condutos de barro vitrificado, de esgotos; condutos de berro, de drenagem; alvenaria de
tijolos com argamassa de cimento: condutos de esgoto, de tijolos; superfície de cimento
alisado; superfícies de argamassa de cimento; tubos de concreto; condutos e aduelas
de madeira; calhas de prancha de madeira aplainada; idem, não aplainada; idem, com
pranchões; canais com revestimento de concreto; alvenaria de pedra argamassa; alvenaria
de pedra seca; alvenaria de pedra aparelhada; calhas metálicas lisas (semicirculares);
idem, corrugadas; canais de terra, retilíneos e uniformes; canais abertos em rocha, lisos e
uniformes; canais abertos em rocha, irregulares ou de paredes de pedra irregulares e mal-
arrumadas; canais dragados; canais curvilíneos e lamosos; canais com leito pedregoso e
vegetação aos taludes; e canais com fundo de terra e taludes empedrados.

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Valores numerosos de n foram calculados para uma


variedade de fluxos, canais e tubos. Normalmente,
os valores são fornecidos como uma faixa (mínimo –
normal – máximo) para um tipo de canal ou material
específico. Existem vários fatores que afetam os
valores n, incluindo: rigidez da superfície, vegetação,
assoreamento/limpeza, obstrução, tamanho/
formato do canal, mudança sazonal, material
suspenso, carga de leito, estágio (profundidade do
fluxo) e descarga.

4.1.2 TIPOS DE ESCOAMENTO


O fluxo de fluidos pode ser classificado em diferentes padrões com base na
variação dos parâmetros de fluxo com o tempo e a distância. O benefício de
caracterizar o fluxo de fluido como certos padrões ajuda a analisá-lo sob o pa-
radigma de solução apropriado.
A classificação do escoamento, com base na variação dos parâmetros em
relação ao tempo, caracteriza o fluxo em duas categorias: fluxo constante e
instável. Se os parâmetros de fluxo, como velocidade, pressão, densidade e
descarga não variam com o tempo ou são independentes do tempo, então o
fluxo é estável. Se os parâmetros de fluxo variam com o tempo, o fluxo é cate-
gorizado como instável (Figura 6).

FIGURA 6 – VARIAÇÃO DE PARÂMETROS AO LONGO DO TEMPO

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa dois gráficos, nos quais há a variação de parâmetros ao


longo do tempo.

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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 76
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Em condições reais, é muito raro ter tais fluxos com parâmetros exatamente
constantes com o tempo. Os parâmetros geralmente variam com o tempo,
mas a variação está dentro de uma pequena faixa, como a média de um pa-
râmetro particular constante por certo período de tempo.
O outro critério de classificação para o fluxo de fluido é baseado na variação
dos parâmetros de fluxo com distância ou espaço. Caracteriza o fluxo como
uniforme ou não uniforme. O fluxo de fluido é um fluxo uniforme se os parâ-
metros de fluxo permanecerem constantes com a distância ao longo do ca-
minho do fluxo. E o fluxo de fluido não é uniforme se os parâmetros de fluxo
variam e são diferentes em pontos diferentes no caminho do fluxo (Figura 7).

FIGURA 7 – VARIAÇÃO DE PARÂMETROS AO LONGO DO ESPAÇO

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa dois gráficos, nos quais há a variação de parâmetros ao


longo do espaço.

Para um escoamento uniforme, por sua definição, a área da seção transversal


do escoamento deve permanecer constante. Portanto, um exemplo adequa-
do de fluxo uniforme é o fluxo de um líquido através de uma tubulação de
diâmetro constante. E, ao contrário disso, o fluxo através de uma tubulação de
diâmetro variável seria necessariamente não uniforme.

1. Fluxo constante e uniforme:

Flui através de uma tubulação de diâmetro constante com uma


descarga constante com o tempo.

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2. Fluxo constante e não uniforme:

Fluxo de descarga fixo através de um tubo afilado. O fluxo de água


através de um rio com vazão constante também é um bom exemplo
desse fluxo, pois a extensão do rio geralmente varia com a distância e a
quantidade de fluxo de água no rio é constante.

3. Fluxo instável e uniforme:

Fluxo através da tubulação de seção transversal constante com


mudanças repentinas na descarga ou pressão do fluido.

4. Fluxo instável e não uniforme:

Picos de pressão em um fluxo através de um tubo de seção transversal


variável. Um exemplo prático pode ser o fluxo de água na rede de
canais durante o lançamento da água.

4.1.3 VELOCIDADE E PRESSÃO


No fluxo de canal aberto, a velocidade não é constante com a profundidade.
Pelo contrário: a velocidade parte de zero e aumenta (valor máximo) próximo
à superfície da água.

FIGURA 8 – VARIAÇÃO DE PARÂMETROS AO LONGO DO ESPAÇO

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um gráfico, com a variação de


parâmetros ao longo do espaço.

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A diferença de velocidade resulta da resistência ao fluxo na parte inferior e nas


laterais do canal. A tensão de cisalhamento, τ, em qualquer ponto de um fluxo
turbulento movendo-se sobre uma superfície sólida foi fornecida por Prandtl
como (AZEVEDO, 1998):

Em que ρ é a densidade da água e γ é um comprimento de mistura caracte-


rístico.

Na região próxima à superfície sólida, Prandtl fez


duas suposições: (i) o comprimento da mistura
é proporcional a y (y=0,4y) e (ii) a tensão de
cisalhamento é constante (τ0).

A intensidade da pressão de um líquido em sua superfície livre é igual à do


ambiente atmosférico circundante uma vez que a pressão atmosférica é co-
mumente tomada como referência e de igual a zero, a superfície livre do líqui-
do é, portanto, uma superfície de pressão zero.
A pressão distribuição em um fluxo de canal aberto é governada pela acele-
ração da gravidade (g) e outras acelerações e é dada pela equação (PORTO,
2004):

Em que gcentrífuga é a aceleração centrífuga devido à curvatura da linha de


corrente; r é o raio de curvatura da linha de corrente; (+) é usado para curvatu-
ra côncava da linha de corrente, (-) é usado para curvatura convexa.
Considerando um canal curvo (Figura 9), a pressão centrífuga é igual a apro-
ximadamente (AZEVEDO, 1998):

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FIGURA 9 – VARIAÇÃO DE PARÂMETROS AO LONGO DO ESPAÇO

Fonte: Chanson (2004).

#PraCegoVer: a imagem representa um desenho com a variação do seu comprimento ao


longo do espaço.

Em que Pcentrífuga é o aumento de pressão devido à curvatura do fundo do


canal; V é a velocidade média do fluxo, r é o raio de curvatura do invertido, (+)
é usado para curvatura de limite côncava, (-) é usado para curvatura convexa.
Considerando agora um fluxo de canal aberto descendo uma encosta íngre-
me θ a pressão no fundo do canal é (na ausência de curvatura do canal) (POR-
TO, 2004):

Em que d é a profundidade do fluxo medida perpendicular ao fundo do canal


e θ é a inclinação do canal. No caso geral, a pressão na parte inferior do canal
é igual a (AZEVEDO, 1998):

4.2 ESCOAMENTVZZO EM CANAIS EM REGIME


PERMANENTE E UNIFORME.
Considerando os aspectos cinéticos, admite-se que um escoamento é per-
manente e uniforme quando a variação da velocidade em relação ao tempo
e ao espaço é nulo, uso é:

Nessas condições, é possível afirmar que a superfície livre da água é paralela ao


fundo do canal, o que gera uma profundidade de escoamento constante (I=J).

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FIGURA 10 – CANAL DE NAVEGAÇÃO

Fonte: Plataforma Deduca (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de um canal de navegação, com um navio


passando por ele, ao redor, há mata e um céu azul.

4.2.1 EQUAÇÃO DE RESISTÊNCIA


Os regimes de escoamento que podem estar presentes em um canal aber-
to são escoamento subcrítico, escoamento crítico e escoamento supercrítico.
Este regime de fluxo que existe sob um determinado conjunto de condições
pode ser determinado pelo cálculo do número de Froude.
O número de Froude define o efeito relativo das forças de gravidade e inércia
que fazem com que a água flua e é expresso como (PORTO, 2004):

Em que está o Fr representa o número de Froude; V é a velocidade média do


fluxo e D é a profundidade hidráulica. A profundidade hidráulica é definida
como a relação entre a área molhada e a largura do topo.

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HIDRÁULICA

O número de Froude tem alguma analogia com o


número de Mach. Na dinâmica de fluidos teórica,
o número de Froude não é frequentemente
considerado, pois normalmente as equações
são consideradas no limite alto de Froude de
campo externo desprezível, levando a equações
homogêneas que preservam os aspectos
matemáticos. Por exemplo, equações de Euler
homogêneas são equações de conservação. No
entanto, na arquitetura naval, o número de Froude
é uma figura significativa usada para determinar a
resistência de um objeto parcialmente submerso
em movimento na água.

A partir da Eq. 10, o regime pode ser classificado em subcrítico, subcrítico e


supercrítico. O escoamento crítico se dá quando Fr = 0.

Lápis

Escoamento subcrítico (Fr < 1,0): Caracteriza-


se por apresentar baixas velocidades
e grandes profundidades. Quando um
canal está operando em regime de fluxo
subcrítico, não é possível a formação de
salto hidráulico.

Fonte: Azevedo (1998).


#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um escoamento subcrítico.

Lápis
Escoamento supercrítico (Fr > 1,0):
Caracterizado por altas velocidades e
profundidades rasas. Quando um canal está
operando em regime supercrítico, é possível
a formação de um salto hidráulico.

Fonte: Azevedo (1998).


#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um escoamento supercrítico.

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4.2.2 CÁLCULO DE CANAIS EM REGIME


UNIFORME
Para se determinar os parâmetros hidráulicos de canais de seção qualquer,
torna-se necessário considerar a geometria do canal. A partir desta, é possível
estimar a Área (A), o Perímetro Molhado (P), Raio Hidráulico (Rh), a Largura
Superficial (B) e a Profundidade média (ym).

•  Para uma seção trapezoidal, temos (PORTO, 2004):

FIGURA 11 – SEÇÃO TRAPEZOIDAL

a
1 Yn
z

b
Fonte: Elaborada pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa um esquema com a seção trapezoidal.

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•  Para uma seção triangular, temos (PORTO, 2004):

FIGURA 12 – SEÇÃO TRIANGULAR

a
1
Yn
z b-0

Fonte: Elaborada pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa um esquema com a seção triangular.

•  Para uma seção retangular, temos (PORTO, 2004):

FIGURA 13 – SEÇÃO RETANGULAR

Z=0 a
1 Yn
b-0
b
Fonte: Elaborada pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa um esquema com a seção retangular.

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Em canais abertos, a velocidade da água varia com a profundidade e com a


distância das laterais do canal. Perto do fundo e próximo às bordas, a água
flui com menos rapidez. Ao projetar canais, é importante se preocupar com a
velocidade média da água em toda a seção transversal do canal.
A velocidade média máxima que pode ser permitida com segurança em um
canal para evitar a erosão depende do solo ou do material de revestimento

4.2.3 ELEMENTOS HIDRÁULICOS DE SEÇÃO


CIRCULAR
A Figura 13 mostra uma seção circular parcialmente cheio com fluxo unifor-
me. Desde a resistência ao atrito aumenta com perímetro molhado, mas fluxo
de volume a taxa aumenta com o corte transversal área de fluxo, a velocidade
máxima e taxa de fluxo ocorrer antes que o tubo esteja completamente cheio.
Para esta condição, a geometria propriedades do fluxo são dadas pelas equa-
ções (PORTO, 2004):

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HIDRÁULICA

FIGURA 14 – SEÇÃO CIRCULAR

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um círculo, referente à seção circular.

As fórmulas de Manning anteriores são usadas para prever Vo e Q para um


fluxo uniforme quando as expressões acima são substituídas por A, P e Rh.
Nestas circunstâncias, temos que:

Essas equações têm respectivos máximos para Vo


e Q:
• Para Vmáx → θ = 257º e yn = 0,813D
• Para Qmáx → θ = 308º e yn = 0,938D

CONCLUSÃO

A análise dos padrões de fluxo da forma da superfície da água, velocidade,


tensão de cisalhamento e descarga através de um curso de água se enquadra
no título escoamento em canal livre. O fluxo de canal livre é definido como o
fluxo de fluido com uma superfície livre aberta para a atmosfera. Os exemplos
incluem riachos, rios e bueiros que não fluem completamente.
Em escoamentos de canal aberto, a pressão na superfície é constante e a

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HIDRÁULICA

linha de grau hidráulico está na superfície do fluido. O fluxo constante e instá-


vel depende se a profundidade e a velocidade do fluxo mudam com o tempo
em um ponto. Em geral, se a quantidade de água que entra e sai do alcance
não muda, o fluxo é considerado estável. O fluxo constante em um canal pode
ser uniforme ou não uniforme (variado).
Quando as velocidades médias em seções transversais sucessivas de um canal
são iguais, o fluxo é uniforme. Isso ocorre apenas quando a seção transversal é
constante. O fluxo não uniforme resulta de mudanças graduais ou repentinas
na área da seção transversal. O fluxo uniforme e o fluxo variado descrevem as
mudanças na profundidade e na velocidade em relação a distância.
Se a superfície da água for paralela ao fluxo de fundo do canal, é uniforme e
a superfície da água está na profundidade normal. Fluxo variado ou fluxo não
uniforme ocorre quando a profundidade ou a velocidade mudam ao longo
de uma distância, como em uma constrição ou em um rifle. O fluxo gradual-
mente variado ocorre quando a mudança é pequena, e o fluxo rapidamente
variado ocorre quando a mudança é grande, por exemplo, uma onda, cacho-
eira ou a transição rápida de um canal de fluxo para a entrada de um bueiro.

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87 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
HIDRÁULICA

UNIDADE 5

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Analisar energia ou


carga específica.
> Analisar ressalto
hidráulico.

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HIDRÁULICA

5. ENERGIA E SISTEMAS DE
ESCOAMENTO

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Existem vários exemplos comuns de queda de pressão em fluidos que se mo-
vem rapidamente. As cortinas de chuveiro têm o desagradável hábito de pro-
jetar-se para dentro do box quando o chuveiro está ligado. O fluxo de água e
ar em alta velocidade cria uma região de baixa pressão dentro do chuveiro e
pressão atmosférica padrão do outro lado.
A diferença de pressão resulta uma força líquida para dentro, empurrando a
cortina para dentro. Você também deve ter notado que, ao passar por um ca-
minhão na rodovia, seu carro tende a desviar em sua direção (Figura 1).

Segure a borda curta de uma folha de papel paralela


à boca com uma mão de cada lado da boca. A página
deve ficar inclinada para baixo sobre suas mãos.
Sopre no topo da página. Descreva o que acontece
e explique o motivo desse comportamento.

O motivo é o mesmo: a alta velocidade do ar entre o carro e o caminhão cria


uma região de pressão mais baixa, e os veículos são empurrados juntos por
uma pressão maior do lado de fora.
Nesta unidade, entenderemos melhor a importância de compreender ener-
gia específica e salto hidráulico.

5.1 ENERGIA OU CARGA ESPECÍFICA


Quando um fluido flui para um canal mais estreito, sua velocidade aumenta.
Isso significa que sua energia cinética também aumenta. De onde vem essa
mudança na energia cinética? O aumento da energia cinética vem do traba-
lho em rede feito no fluido para empurrá-lo para o canal e do trabalho feito no
fluido pela força gravitacional, se o fluido mudar de posição vertical. Lembre-
-se do teorema da energia de trabalho (YOUNG; FREEDMAN, 2008):

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HIDRÁULICA

Há uma diferença de pressão quando o canal se estreita. Essa diferença de


pressão resulta uma força líquida no fluido: lembre-se de que a pressão vezes
a área é igual à força. O trabalho em rede realizado aumenta a energia ciné-
tica do fluido. Como resultado, a pressão cairá em um fluido de movimento
rápido, esteja, ou não, confinado a um tubo.

FIGURA 1 – TUBULAÇÃO

Fonte: Plataforma Deduca (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de uma tubulação.

5.1.1 ANÁLISE GRÁFICA DA ENERGIA OU


CARGA ESPECÍFICA
A relação entre pressão e velocidade em fluidos é descrita quantitativamente
pela equação de Bernoulli, em homenagem a seu descobridor, o cientista
suíço Daniel Bernoulli. A equação de Bernoulli afirma que, para um fluido in-
compressível e sem atrito, a seguinte soma é constante (PORTO, 2004):

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Em que P é a pressão absoluta, ρ é a densidade do fluido, v é a velocidade do


fluido, h é a altura acima de algum ponto de referência e g é a aceleração da
gravidade. Se seguirmos um pequeno volume de fluido ao longo de seu ca-
minho, várias quantidades na soma podem mudar, mas o total permanece
constante.

O Princípio de Bernoulli afirma que, em pontos


ao longo de uma linha de fluxo horizontal, regiões
de pressão mais alta têm velocidade de fluido
mais baixa e regiões de pressão mais baixa têm
velocidade de fluido mais alta.

Dado dois pontos qualquer em uma tubulação (Figura 3), a equação de Ber-
noulli pode ser descrita por (PORTO, 2004):

FIGURA 2 – MOVIMENTAÇÃO DO FLUÍDO ENTRE DOIS PONTOS DE UMA TUBULAÇÃO

Fonte: Wikipedia (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma movimentação do fluído entre dois


pontos de uma tubulação.

Durante o escoamento, porém, há outras variáveis que interferem diretamen-


te na seção transversal do canal. Essas variáveis incluem: a altura do canal (Z),
a área da seção transversal, a vazão de operação (Q), a carga piezométrica e a
carga cinética que atua no movimento do fluído.

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HIDRÁULICA

Neste contexto, considerando essas variáveis, a carga total (energia específica)


que atua sobre o sistema pode ser encontrada pela relação (AZEVEDO, 1998):

Onde H corresponde à carta total; z, à carga altimétrica; y, à carga piezométri-


ca; v, à velocidade de escoamento; e g, à aceleração da gravidade.

1. Carga altimétrica:

Representado pelo coeficiente z.

2. Carga piezométrica:

Representado pelo coeficiente y.

3. Carga cinética:

Representada pela razão v2/2g

Tomando como referência a seção que passa pelo fundo do canal, temos que
z=0 (AZEVEDO, 1998), como mostra a Figura 4.

FIGURA 3 – SISTEMA DE REFERÊNCIA CONSIDERANDO FUNDO DO CANAL - Z = 0

Elaborado pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um sistema de referência considerando


fundo do canal - z = 0.

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Assim, a energia específica pode ser obtida por (PORTO, 2004):

Reescrevendo a Eq. 5 em termos de vazão e área, temos que:

5.1.2 ESCOAMENTO CRÍTICO


A Figura 5 demonstra o padrão de variação da energia específica (E) em rela-
ção à profundidade. Em grandes valores de profundidade, E é grande porque
y é grande. Para valores muito pequenos de y, E é grande porque a velocida-
de do escoamento (V) torna-se grande, aumentando consequentemente a
energia cinética. No meio, haverá um ponto em que a energia específica, E,
é mínima. Este é o ponto que é definido para ter condições críticas de esco-
amento (ocorrendo em uma profundidade de fluxo = profundidade crítica).
Fluxos com menor profundidade e maior velocidade de fluxo são chamados
de escoamento supercrítico (Ponto B) e fluxos com maior profundidade e
menor velocidade de escoamento são chamados de escoamento subcrítico
(Ponto A), conforme mostrado na Figura 5.

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HIDRÁULICA

FIGURA 4 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE CARGA ESPECÍFICA VERSUS PROFUNDIDADE

Fonte: Porto (2004).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma representação gráfica de carga


específica versus profundidade.

O número de Froude é um parâmetro adimensional usado em conexão com


o fluxo de canal aberto, expresso por (PORTO, 2004):

Em que o subscrito m denota a profundidade média hidráulica.


Para modelagem de canal aberto, o número de Froude de um modelo é igua-
lado ao número de Froude do dispositivo de tamanho real. A proporção de
comprimento é definida e as proporções de escala para velocidade e descar-
ga são determinadas a partir da igualdade. No entanto, o modelador deve se
certificar de que as diferenças na perda de fricção entre o modelo e o disposi-
tivo real são insignificantes ou contabilizadas de alguma forma.
O número de Froude fornece um conjunto de critérios para determinar se um
determinado escoamento é:

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HIDRÁULICA

1. Superior, fluvial, lento ou crítico:


ocorre quando Fr<1.

Fonte: Plataforma Deduca (2021)


#PraCegoVer: a imagem representa um lago calmo em meio a uma vegetação verde, ao
fundo, há montanhas.

2. Crítico: ocorre quando Fr=1. Evento raro


de acontecer.

Fonte: Plataforma Deduca (2021)


#PraCegoVer: a imagem representa uma casa em um lago tranquilo, com vegetação aquática.

3. Torrencial, rápido ou supercrítico: ocorre


quando Fr>1.

Fonte: Plataforma Deduca (2021)


#PraCegoVer: a imagem representa uma cachoeira em meio a várias árvores.

5.1.3 SEÇÕES DE CONTROLE


Uma seção de controle é definida como uma seção em que existe uma rela-
ção fixa entre a vazão e a profundidade do escoamento. Barragens, vertedou-
ros, comportas são alguns exemplos típicos de estruturas que dão origem a
seções de controle (Figura 6).

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A profundidade crítica também é um ponto de controle. No entanto, é eficaz


em um perfil de fluxo que muda de subcrítico para supercrítico fluxo. No caso
reverso de transição de fluxo supercrítico para fluxo subcrítico, um O salto hi-
dráulico é geralmente formado ignorando a profundidade crítica como um
ponto de controle. Qualquer de escoamento terá pelo menos uma seção de
controle.

FIGURA 5 – BARRAGEM HIDRÁULICA

Fonte: Pixabay (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de uma barragem hidráulica.

Uma barragem hidrelétrica é um dos principais


componentes de uma instalação hidrelétrica.
Uma barragem é uma grande estrutura feita pelo
homem, construída para conter um pouco de água.
Além da construção para a produção de energia
hidrelétrica, são criadas barragens para controlar a
vazão dos rios e regular as enchentes. Saiba mais
pesquisando por: barragens hidráulicas.

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Na síntese de perfis que ocorrem em elementos de canal conectados em série,


as seções de controle fornecem uma chave para a identificação de formatos
de perfil adequados. Pode-se notar que os escoamentos subcríticos têm con-
troles na extremidade a jusante, enquanto os escoamentos supercríticos são
por controle seções existentes na extremidade a montante da seção do canal.
Na Figura 10, para o Perfil M1, a seção de controle (indicada por um ponto es-
curo) está a montante do vertedouro e da comporta, respectivamente.

FIGURA 6 – SEÇÃO DE CONTROLE – PONTO A JUSANTE

Fonte: Smith (1982).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma seção de controle.

Para a situação mostrado na Figura 11, a profundidade crítica no transborda-


mento livre na extremidade do canal atua como o controle a jusante. Para
uma queda repentina (estouro livre) devido à curvatura do simplifica a pro-
fundidade crítica geralmente ocorre a uma distância de cerca de 4yc a mon-
tante da queda.

FIGURA 7 – SEÇÃO DE CONTROLE – PONTO A MONTANTE

Fonte: Smith (1982).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma seção de controle.

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5.2 RESSALTO HIDRÁULICO


Um salto hidráulico é um fenômeno na ciência da hidráulica frequentemen-
te observado em escoamentos em canais abertos, como rios e vertedouros.
Quando o líquido em alta velocidade descarrega em uma zona de velocidade
mais baixa, ocorre um aumento bastante abrupto na superfície do líquido. O
líquido que flui rapidamente é abruptamente desacelerado e aumenta em
altura, convertendo parte da energia cinética inicial do escoamento em um
aumento na energia potencial, com alguma energia irreversivelmente perdi-
da pela turbulência em calor. Em um escoamento de canal aberto, isso se ma-
nifesta como o fluxo rápido desacelerando rapidamente e se acumulando em
cima de si mesmo, semelhante à forma como uma onda de choque se forma.

O fenômeno foi observado e documentado pela


primeira vez por Leonardo da Vinci em 1500. A
matemática foi descrita pela primeira vez por
Giorgio Bidone quando ele publicou um artigo em
1820 chamado Experiences sur le remou et sur la
propagation des ondes (CHANSON, 2004).

FIGURA 8 – PRÁTICA ESPORTIVA DO RAFTING, QUE EVOLVE PASSAGENS POR


RESSALTOS HIDRÁULICOS

Fonte: Pixabay (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de um grupo de pessoas praticando rafting, eles


estão de capacete amarelo e algumas pessoas estão com remos nas mãos.

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5.2.1 DESCRIÇÃO DE RESSALTO


Os saltos hidráulicos podem ser vistos tanto na forma estacionária, quanto
na forma dinâmica ou móvel, que é conhecida como onda positiva ou salto
hidráulico em translação. Eles podem ser descritos usando as mesmas abor-
dagens analíticas e são simplesmente variantes de um único fenômeno.
O macaréu é um salto hidráulico e é um exemplo típico de salto hidráulico
móvel. O fenômeno ocorre quando as ondas do mar se chocam com as águas
de um rio. Como é verdade para saltos hidráulicos em geral, os macaréus as-
sumem várias formas dependendo da diferença no nível da água a montante
e a jusante, variando de uma frente de ondular a uma parede de água seme-
lhante a uma onda de choque (PORTO, 2004). A Figura 13 mostra um maca-
réu de maré com as características comuns às águas rasas a montante – uma
grande diferença de elevação é observada.

FIGURA 9 – MACARÉU FORMANDO EM ONDAS RASAS

Fonte: Pixabay (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de um macaréu formando em ondas rasas.

A Figura 14 mostra um macaréu com as características comuns às águas pro-


fundas a montante – uma pequena diferença de elevação é observada e a
frente é mais ondulada. Em ambos os casos, a onda de maré se move na ve-

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HIDRÁULICA

locidade característica das ondas na água da profundidade encontrada ime-


diatamente atrás da frente da onda.

FIGURA 10 – MACARÉU AVANÇANDO SOBRE UM RIO

Fonte: Wikipédia (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de um macaréu avançando sobre um rio.

Um salto hidráulico estacionário é o tipo mais frequentemente visto em rios


e em recursos de engenharia, como emissários de barragens e obras de irri-
gação. Eles ocorrem quando um fluxo de líquido em alta velocidade descar-
rega em uma zona do rio ou estrutura projetada que só pode sustentar uma
velocidade mais baixa. Quando isso ocorre, a água desacelera em uma subida
bastante abrupta (um degrau ou onda estacionária) na superfície do líquido.
A Quadro 1 sintetiza algumas das características deste tipo de evento.

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HIDRÁULICA

QUADRO 1 – CARACTERÍSTICAS DESCRITIVAS DE SALTO HIDRÁULICO

Característica Antes do Salto Depois do Salto

Velocidade do supercrítico (mais rápido subcrítico


escoamento do que a velocidade da
onda)

Altura do fluido baixo alto

Vazão normalmente turbulento Tipicamente turbulento


suave (instável)

Fonte: Adaptado de Azevedo (1998).

#PraCegoVer: a imagem representa uma tabela, com três colunas e quatro linhas. Na
primeira linha, há os títulos: característica, antes do salto e depois do salto. Na segunda
linha, há velocidade do escoamento, supercrítico (mais rápido do que a velocidade da
onda) e subcrítico. Na terceira linha, há altura do fluido, baixo e alto. Na quarta linha, há
vazão, normalmente turbulento suave e tipicamente turbulento (instável).

Uma situação física em que tanto o escoamento


supercrítico quanto o subcrítico estarão presentes
é o salto hidráulico. Sempre que o escoamento
supercrítico estiver ocorrendo em uma encosta
que não sustentará o escoamento supercrítico,
um salto hidráulico estará presente para fazer a
transição abrupta do escoamento supercrítico para
o subcrítico. Isso ocorreria, por exemplo, quando
a encosta de um canal diminui de uma encosta
íngreme em que ocorre o escoamento supercrítico
para uma encosta moderada que só pode sustentar
o escoamento subcrítico.

5.2.2 FORÇA ESPECÍFICA


A energia específica (Es) de um líquido em uma abertura canal é a energia
mecânica total (expressa como uma manométrica) em relação à parte infe-
rior do canal, que pode ser expressa como:

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HIDRÁULICA

FIGURA 11 – MACARÉU AVANÇANDO SOBRE UM RIO

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa um desenho referente à energia e sistema hidráulico.

A energia específica atinge um valor mínimo (Es,min) em alguns ponto in-


termediário, denominado ponto crítico, caracterizado pela profundidade yc
e velocidade crítica Vc. A energia mínima específica também é chamada de
energia crítica (Figura 16).

FIGURA 12 – ENERGIA ESPECÍFICA

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa um desenho referente à energia específica.

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Em uma situação prática, como em uma comporta


de barragem, é possível observar a variação da
energia específica no escoamento. Na montante
da barragem, o escoamento segue um regime
subcrítico (lento). No instante em que passa na
comporta, este escoamento varia para o regime
torrencial (supercrítico), algo que perdura até
novamente atingir estabilidade (subcrítico).

5.2.3 RETANGULARES E NÃO RETANGULARES


A determinação da energia e velocidade em canais varia em função da geo-
metria deste canal.
<INICIO O.A CÍRCURLO>

•  Retangular: Para uma seção retangular, Área (A)=By e T=B. Assim, temos
que (PORTO, 2004):

Como a vazão pode ser expressa por unidade de largura, isto é:

Então:

A energia mínima (Emin) e a velocidade críticza (Vc) são expressas por (POR-
TO, 2004):

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FIGURA 13 – SEÇÃO RETANGULAR

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa um desenho referente à seção retangular.

•  Não Retangular: Para uma seção triangular, temos que Área (A)=my² e T=2y.
Logo (PORTO, 2004):

A energia específica na profundidade crítica da água poderá ser encontrada


por (PORTO, 2004):

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FIGURA 14 – SEÇÃO TRIANGULAR

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa um desenho referente à seção triangular.

CONCLUSÃO

A análise dos padrões de fluxo da forma da superfície da água, velocidade,


tensão de cisalhamento e descarga através de um curso de água se enquadra
no título escoamento em canal livre. O fluxo de canal livre é definido como o
fluxo de fluido com uma superfície livre aberta para a atmosfera. Os exemplos
incluem riachos, rios e bueiros que não fluem completamente.
Em escoamentos de canal aberto, a pressão na superfície é constante e a
linha de grau hidráulico está na superfície do fluido. O fluxo constante e instá-
vel depende se a profundidade e a velocidade do fluxo mudam com o tempo
em um ponto. Em geral, se a quantidade de água que entra e sai do alcance
não muda, o fluxo é considerado estável. O fluxo constante em um canal pode
ser uniforme ou não uniforme (variado).
Quando as velocidades médias em seções transversais sucessivas de um canal
são iguais, o fluxo é uniforme. Isso ocorre apenas quando a seção transversal é
constante. O fluxo não uniforme resulta de mudanças graduais ou repentinas
na área da seção transversal. O fluxo uniforme e o fluxo variado descrevem as
mudanças na profundidade e na velocidade em relação a distância.
Se a superfície da água for paralela ao fluxo de fundo do canal, é uniforme e
a superfície da água está na profundidade normal. Fluxo variado ou fluxo não
uniforme ocorre quando a profundidade ou a velocidade mudam ao longo
de uma distância, como em uma constrição ou em um rifle. O fluxo gradual-

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mente variado ocorre quando a mudança é pequena, e o fluxo rapidamente


variado ocorre quando a mudança é grande, por exemplo, uma onda, cacho-
eira ou a transição rápida de um canal de fluxo para a entrada de um bueiro.

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UNIDADE 6

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Determinar
expressões de vazão
em orifícios e bocais.
> Determinar
expressões de vazões
em vertedores.

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6. DISPOSITIVOS HIDRÁULICOS

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Os dispositivos hidráulicos vêm em uma ampla variedade de tipos e aplica-
ções. Eles são usados para conectar a mangueira hidráulica a componentes
como cilindros hidráulicos, canos, tubos; ou, também, para promover o esco-
amento e a medição da vazão em determinados sistemas hidráulicos.
Os diferentes tipos de acessórios hidráulicos permitem que o fluido flua, mude
sua direção, desvie ou se misture. Essas conexões devem ser capazes de criar
uma vedação justa e evitar vazamentos na aplicação. Esses dispositivos são
amplamente usados em aplicações hidráulicas.

FIGURA 1 – SAÍDA DA MANGUEIRA (ORIFÍCIO) SENDO COMPRIMIDO

Fonte: Pixabay (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa a mão de um homem segurando uma mangueira, da


qual sai água.

Nesta unidade, entenderemos melhor a importância dos orifícios, bocais e


vertedores, bem como as fórmulas e cálculos aplicáveis.

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HIDRÁULICA

6.1 ORIFÍCIOS E BOCAIS


Orifícios e bicos são equipamentos comuns em sistemas hidráulicos. Os ori-
fícios são mais comumente usados como dispositivos de medição de fluxo,
bem como para controlar o fluxo. Os bocais são frequentemente usados para
controlar a velocidade, direção, massa, forma e/ou a pressão do escoamento
que emerge deles. Em um bocal, a velocidade do fluido aumenta às custas de
sua energia de pressão (Figura 2).

FIGURA 2 – SISTEMA DE PIVÔ EM AGRICULTURA: TÉCNICA QUE UTILIZA BOCAIS

Fonte: Plataforma Deduca (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de um sistema de pivô em agricultura.

6.1.1 CLASSIFICAÇÃO DOS ORIFÍCIOS


As placas de orifício são mais usadas para mensurar a velocidade de escoa-
mento em tubulações em situações em que o fluído apresenta como carac-
terística a presença de uma única fase e de homogeneidade. Nessas circuns-
tâncias e quando a placa de orifício é construída e instalada de acordo com os
padrões apropriados, a taxa de escoamento pode ser facilmente determinada
usando fórmulas publicadas com base em pesquisas substanciais e publica-
das na indústria, padrões nacionais e internacionais.
A classificação dos orifícios pode se dar a partir:

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109 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
HIDRÁULICA

•  de sua geometria: os orifícios podem ser do tipo concêntricos (indicados


para fluídos limpos); excêntricos e segmentais (indicados para fluídos que
apresentam material em suspensão) e segmentado (indicado para fluídos
de maior viscosidade).

FIGURA 3 – GEOMETRIA DOS ORIFÍCIOS

Fonte: Azevedo (1998).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho da geometria dos orifícios.

•  Das dimensões relativas: os orifícios podem ser do tipo pequeno, que ocorre
quando seu diâmetro “d” é menor ou igual a altura “h” da parede (d ≤ h).
Quando o diâmetro “d” é maior que a altura “h”, o orifício é classificado como
de dimensão relativa grande.

FIGURA 4 – RELAÇÃO DIMENSIONAL

Fonte: Porto (2004).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho da relação dimensional.

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HIDRÁULICA

•  Das características da parede: os orifícios podem ser do tipo espesso, que


ocorre quando as lâminas de escoamento, chamadas de veias líquidas,
tocam a parede do sistema hidráulico. Quando isso não ocorre, o orifício é
caracterizado como de parede delgada.

FIGURA 5 – CARACTERÍSTICAS DA PAREDE

Fonte: Porto (2004).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto das características da parede.

•  Do regime de escoamento: os orifícios podem ser chamados de livres, que


ocorre quando estes escoam direto para contato com a pressão atmosférica.
Quando este escoamento corre para um novo regime hidráulico (tubulação,
reservatório etc.), o orifício é chamado de afogado.

FIGURA 6 – CARACTERÍSTICAS DO REGIME DE ESCOAMENTO

Fonte: Porto (2004).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho das características do regime de


escoamento.

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HIDRÁULICA

6.1.2 DESCARGA LIVRE EM ORIFÍCIOS


Assumindo um fluxo horizontal (negligenciando a pequena diferença de ele-
vação entre os pontos de medição), a Equação de Bernoulli pode ser modifi-
cada para:

A equação pode ser adaptada ao fluxo vertical adicionando alturas de eleva-


ção (PORTO, 2004):

Em que γ = peso específico do fluido (km/m³); e h = altura manométrica (m).


Assumindo perfis de velocidade uniformes no fluxo a montante e a jusante, a
Equação de Continuidade pode ser expressa como (PORTO0, 2004)

Em que v = velocidade de escoamento (m/s); e A = área da seção do escoa-


mento (m²).
Combinando a Eq.1 e Eq. 2 e assumindo que A2 < A1, temos que (PORTO, 2004):

Para uma dada geometria (A), a taxa de fluxo pode ser determinada medindo
a diferença de pressão (P2-P1).

A vazão teórica q será na prática menor (2 - 40%)


devido às condições geométricas.

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HIDRÁULICA

A equação ideal (4) pode ser modificada com um coeficiente de descarga


(Cd) (PORTO, 2004):

O coeficiente de descarga é uma função do tamanho do jato ou abertura do


orifício:

Em que “AVC” representa a área de contração das veias líquidas.

FIGURA 7 – ÁREA DE CONTRAÇÃO DAS VEIAS LÍQUIDAS

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma área de contração das veias líquidas.

Contração das veias líquidas é a área mínima do jato


que aparece logo após a restrição. O efeito viscoso
é geralmente expresso em termos do parâmetro
adimensional do Número de Reynolds. Devido ao
Benoulli e à Equação de Continuidade, a velocidade
do fluido será a mais alta e a pressão, a mais baixa
na contração da veia líquida. Após o dispositivo de
medição, a velocidade diminuirá para o mesmo
nível de antes da obstrução. A pressão se recupera
para um nível de pressão inferior à pressão anterior
à obstrução e adiciona uma perda de carga ao
escoamento.

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Assim, temos que a vazão em orifícios livres pode ser descrita por (PORTO,
2004):

6.1.3 PERDA DE CARGA EM ORIFÍCIOS


Uma placa de orifício é uma placa fina com um orifício, que geralmente é
colocada em um tubo. Quando uma fluido passa pelo orifício, sua pressão
aumenta ligeiramente a montante do orifício, mas como o fluido é forçado a
convergir para passar pelo orifício, a velocidade aumenta e a pressão do fluido
diminui.

FIGURA 8 – VARIAÇÃO DE TUBULAÇÃO

Fonte: Plataforma Deduca (2021).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de uma variação de tubulação.

Um pouco a jusante do orifício, o fluxo atinge seu ponto de convergência má-


xima, onde a velocidade atinge seu máximo e a pressão atinge seu mínimo.
Além disso, o escoamento se expande, a velocidade cai e a pressão aumenta.
Ao medir a diferença na pressão do fluido nas tomadas a montante e a jusan-
te da placa, a taxa de fluxo pode ser obtida a partir da equação de Bernoulli
usando coeficientes estabelecidos a partir de extensa pesquisa.

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HIDRÁULICA

A perda de carga em orifícios é determinada, portanto, a partir da diferença


entre a carga cinética devido à velocidade teórica (VT) e a carga cinética devi-
do à velocidade real (VR) do jato, expresso por (PORTO, 2004):

Como (PORTO, 2004):

Tem-se que:

6.2 VERTEDORES
Um vertedouro é uma estrutura usada para fornecer a liberação controlada de
água de uma barragem ou dique a jusante, normalmente no leito do próprio
rio represado. Os vertedouros garantem que a água não danifique as partes
da estrutura não projetadas para transportar água. Podem incluir comportas
para regular o escoamento de água e o nível do reservatório. Esses recursos
permitem que um vertedouro regule o escoamento a jusante, ao liberar água
de maneira controlada antes que o reservatório esteja cheio, os operadores
podem evitar uma liberação inaceitavelmente grande posteriormente.

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FIGURA 9 – VERTEDOURO EM BARRAGEM HIDRÁULICA

Fonte: Plataforma Deduca (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa a foto de um vertedouro em barragem hidráulica.

A água normalmente flui por um vertedouro apenas durante os períodos de


inundação, quando o reservatório atingiu sua capacidade e a água continua
entrando mais rápido do que pode ser liberada. Em contraste, uma torre de
captação é uma estrutura usada para controlar a liberação de água em uma
base rotineira para fins como abastecimento de água e geração de hidroele-
tricidade.

A hidroeletricidade consiste no uso da energia


cinética e/ou potencial para produzir eletricidade.
Isso é conseguido convertendo o potencial
gravitacional ou energia cinética de uma fonte de
água para produzir energia. A energia hidrelétrica
é um método de produção de energia sustentável.
Saiba mais pesquisando por: hidrelétricas.

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6.2.1 NOMENCLATURA
Um vertedouro consiste, portando, de uma passagem livre por onde a água a
montante escoa para um ponto a jusante, conforme pode ser visto na Figura
10. O escoamento da água se dá em queda livre, o que significa que ela está
sob efeito da pressão atmosférica.

FIGURA 10 – VERTEDOURO

Fonte: Azevedo (1998).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um vertedouro.

Além da aplicação em hidrelétricas, os vertedouros são amplamente utiliza-


dos para medir vazões de pequenos rios, riachos e cursos d´águas – normal-
mente inferiores a 300 L/s (PORTO, 2004).
Basicamente, as partes que compõe um vertedouro são: face, crista ou soleira,
corpo ou parede, conforme mostra a Figura 11.

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FIGURA 11 – COMPONENTE DE VERTEDOURO

Fonte: Azevedo (1998).

#PraCegVer: a imagem representa o componente de vertedouro.

Em relação às tipologias, diversos critérios podem ser usados para classificar


um vertedouro. Os principais deles encontram-se na sequência.

•  Quanto à geometria: vertedouro retangular, circular, trapezoidal, triangular


etc.

FIGURA 12 – VERTEDOURO RETANGULAR

Fonte: Azevedo (1998).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um vertedouro retangular.

•  Quanto à espessura da parede: é chamado de parede delgada, quando


a espessura da parede é insuficiente para promover a formação de linhas
paralelas de escoamento (e < 2/3H); caso contrário, é chamado de espessa (e
> 2/3 H).

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FIGURA 13 – ESPESSURA DA PAREDE

Fonte: Porto (2004).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho da espessura da parede.

Quanto ao comprimento da soleira: vertedouro sem contração verte-


douro com contração lateral e vertedouro com duas contrações.

FIGURA 14 – VERTEDOURO SEM CONTRAÇÃO, COM CONTRAÇÃO LATERAL E COM DUAS


CONTRAÇÕES

Fonte: Porto (2004).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de Vertedouro sem contração, com


contração lateral e com duas contrações.

6.2.2 COEFICIENTE DE VAZÃO EM


VERTEDORES
Os vertedores em canais abertos utilizam os princípios de fluxo de canal aber-
to para transmitir água retida para problemas estruturais a montante. Eles
podem funcionar como vertedouros principais, vertedouros de emergência
ou ambos. Eles podem estar localizados na própria barragem ou em um nível
natural nas proximidades da barragem.
De modo geral, a equação de vertedores de parede delgada é expressa por
(PORTO, 2004):

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Em canais de grandes dimensões, a vazão do vertedouro (Q) pode ser deter-


minada a partir da relação (PORTO, 2004)
:

Em que h1 e h2 consistem, respectivamente, na distância mínima e máxima


do orifício, conforme mostra a Figura 15.

FIGURA 15 – VERTEDOURO EM BARRAGEM HIDRÁULICA

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

#PraCegoVer: a imagem representa um desenho com a representação das distâncias em


um orifício de grande dimensão.

Aplicando a Eq. 13 na relação geométrica estabelecida pela Figura 11, temos


que a vazão em um vertedouro é obtida por (PORTO, 2004):

Considerando um vertedor sem contração lateral, temos que (PORTO, 2004):

Os valores de CQ foram experimentalmente testados por diferentes autores, e


são expressos em função de H e P, conforme mostra a Tabela 1 (NEVES, 1989).

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QUADRO 1 – SÍNTESE DE VALORES DE CQ ENCONTRADOS EM DIFERENTES


ESTUDOS

Altura do Carga H (m)


Fórmula Vertedor
P (m) 0,05 0,10 0,15 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50

Bazin 0,20 2,03 2,03 2,07 2,17 2,28 2,42 2,46 2,50 2,54

Rehbock 0,20 1,86 1,89 1,98 2,13 2,14 2,88 2,88 2,50 4,02

Francis 0,20 1,81 1,84 1,90 1,95 2,13 1,95 2,16 2,18 2,22

Soc. Suíça 0,20 1,85 1,90 1,99 2,10 2,36 2,10 2,40 2,45 2,48

Bazin 0,50 1,99 1,95 1,94 1,97 2,08 2,14 2,22 2,27 2,32

Rehbock 0,50 1,83 1,82 1,88 1,93 2,04 2,12 2,21 2,28 2,39

Francis 0,50 1,82 1,81 1,87 1,91 1,99 2,05 2,05 2,06 2,10

Soc. Suíça 0,50 1,82 1,81 1,88 1,94 2,06 2,20 2,20 2,24 2,30

Bazin 1,00 1,99 1,92 1,90 1,90 1,94 2,03 2,10 2,15 2,21

Rehbock 1,00 1,83 1,79 1,84 1,86 1,91 2,00 2,08 2,13 2,20

Francis 1,00 1,82 1,79 1,85 1,86 1,89 1,95 1,99 2,02 2,04

Soc. Suíça 1,00 1,82 1,79 1,85 1,87 1,93 2,02 2,09 2,14 2,18

Bazin 1,50 1,99 1,92 1,90 1,88 1,89 1,90 1,96 2,01 2,06

Rehbock 1,50 1,82 1,78 1,84 1,85 1,86 1,88 1,94 1,99 2,03

Francis 1,50 1,81 1,78 1,86 1,86 1,87 1,87 1,91 1,94 1,97

Soc. Suíça 1,50 1,82 1,78 1,84 1,88 1,89 1,90 1,96 2,01 2,05

Fonte: Porto (2004).

#PraCegoVer: a imagem representa uma tabela com a síntese de valores de CQ


encontrados em diferentes estudos.

Considerando um valor de referência de CQ = 0,62, a partir da Eq. 15, tem-se


que (PORTO, 2004):

Sendo assim, para vertedores retangulares sem contração, a vazão pode ser
obtida por meio da relação (PORTO, 2004):

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Em que a vazão é expressa em m³/s; e o comprimento e a altura, em metros (m).

6.2.3 EQUACIONAMENTOS
A partir das características do vertedouro, diferentes equacionamentos são
postos para determinar sua vazão.
Por exemplo: considere um vertedouro retangular com contrações, conforme
mostra a Figura 16.

FIGURA 16 – VERTEDOURO RETANGULAR COM CONTRAÇÃO

Fonte: Porto (2004).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um vertedouro retangular com


contração.

Como, neste caso, o vertedor possui contração, faz-se necessário realizar a cor-
reção quanto ao comprimento da soleira (L). Isso significa que, a partir da Eq.
17, temos que (PORTO, 2004):

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HIDRÁULICA

Como visto anteriormente, a geometria


dos vertedores também pode variar.
Consequentemente, ao alterar o vertedouro, o
equacionamento para determinar a vazão da água
que escoa sobre ele também irá se alterar. É o que
acontece, por exemplo, com o uso de vertedores
triangulares.

Quanto às características dos vertedores triangulares, tem-se que:

• Vazão de operação:

São construídos para operar com vazão baixa, inferior a 30 L/s.

• Material:

Construídos basicamente de aço inoxidável e suas bordas não devem


ser mais largas do que 1-2 mm para definir claramente a localização do
feixe de medição do vertedouro.

• Aplicação:

São frequentemente usados na prática por sua simplicidade e baixos


custos de aquisição.

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Considere o vertedor triangula mostrado na Figura 17.

FIGURA 17 – VERTEDOURO TRIANGULAR

Fonte: Porto (2004).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de vertedouro triangular.

Admitindo-se uma faixa horizontal com altura elementar dz e comprimento


x, a vazão será dada por (PORTO, 2004):

FIGURA 18 – PARÂMETROS GEOMÉTRICOS DO VERTEDOR TRIANGULAR

Fonte: Porto (2004).

#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de parâmetros geométricos do vertedor


triangular.

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Como mostra a Figura 18, temos que (PORTO, 2004):

Para tanto, derivando a Eq. 21, posteriormente, integrando em termos de H e


0, temos que a vazão em um vertedor triangular é obtida por:

Os vertedouros de medição deste tipo são usados


principalmente em localidades com uma grande
variedade de fluxos. Com uma altura do vertedouro
aumentando linearmente, a área de fluxo aumenta
quadraticamente. Ao medir com precisão o nível
do vertedouro, o vertedouro de medição triangular
é um dos medidores de vazão mais precisos.

CONCLUSÃO

Nesta unidade, vimos que existem dois usos distintos para bocais e placas de
orifício. O primeiro é restringir o escoamento onde a alta precisão geralmente
não é importante e o segundo é a medição do escoamento onde a precisão
do cálculo é crítica. Para fins de restrição de escoamento, uma placa de ori-
fício é normalmente usada e é geralmente aceitável usar valores típicos do
coeficiente de descarga conforme apresentado neste artigo para o cálculo do
tamanho do orifício.
Vimos também que os vertedouros são fornecidos para barragens de arma-
zenamento e detenção para liberar o excedente ou água de inundação que
não pode ser contida no espaço de armazenamento alocado e em barragens
de desvio para desviar os escoamentos que excedem aqueles que são trans-
formados na barragem de desvio. A função primária do vertedouro é liberar
o excesso de água do reservatório para evitar o galgamento e possível rompi-
mento da barragem.
Esta disciplina forneceu um tratamento fundamental da hidráulica de enge-
nharia. Destinou-se principalmente a servir como um livro-texto para alunos

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125 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
HIDRÁULICA

de graduação em engenharia. No entanto, também serviu como uma refe-


rência muito útil para engenheiros em atividade que desejam revisar os prin-
cípios básicos e suas aplicações em sistemas de engenharia hidráulica.
A hidráulica de engenharia é uma extensão da mecânica dos fluidos em que
muitas relações empíricas são aplicadas e suposições simplificadas feitas
para alcançar soluções práticas de engenharia. Como tal, o leitor foi expos-
to a muitos problemas comumente encontrados na prática e vários cenários
de solução, incluindo procedimentos de projeto eficazes, equações, gráficos/
tabelas sugeridas, com intuito de possibilitar e fornecer elevada capacidade
profissional.

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HIDRÁULICA

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