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Fertilidade Do Solo

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FERTILIDADE DO SOLO

GRUPO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do


Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais

MULTIVIX em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo,


Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória,
e com a Educação a Distância presente
em todo estado do Espírito Santo, e com
polos distribuídos por todo o país.

Desde 1999 atua no mercado capixaba,


destacando-se pela oferta de cursos de
graduação, técnico, pós-graduação e
extensão, com qualidade nas quatro
áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas,
Humanas e Saúde, sempre primando
pela qualidade de seu ensino e pela
formação de profissionais com consciência
cidadã para o mercado de trabalho.

Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de


Instituições de Ensino Superior que
possuem conceito de excelência junto ao
Ministério da Educação (MEC). Das 2109
R EE II T O R
R
instituições avaliadas no Brasil, apenas
15% conquistaram notas 4 e 5, que são
consideradas conceitos de excelência em
ensino. Estes resultados acadêmicos
colocam todas as unidades da Multivix
entre as melhores do Estado do Espírito
Santo e entre as 50 melhores do país.

MISSÃO

Formar profissionais com consciência cidadã para o


mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e
colaboradores.

VISÃO

Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida


nacionalmente como referência em qualidade
educacional.

MULTIVIX EAD
2 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)

Moisés Pollak Júnior

Fertilidade do Solo / POLLAK JUNIOR, MOISÉS.. - Multivix, 2022

Catalogação: Biblioteca Central Multivix


2022 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.

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LISTA DE QUADROS

UNIDADE 1

  > Quadro 1 – Diferenciação do solo fértil com o solo produtivo23


  > Quadro 2 – Critérios de definição dos elementos essenciais para o
crescimento e desenvolvimento vegetal25

UNIDADE 2

  > Quadro 1 - Relação do nutriente, do tipo de transporte e da forma de


aplicação do fertilizante.34

UNIDADE 3

  > Quadro 1 – Categorias da acidez e da alcalinidade, segundo o pH do solo53


  > Quadro 2 – Principais diferenças do uso da calagem e gessagem57
  > Quadro 3 – Principais benefícios da presença de matéria
orgânica no solo59

UNIDADE 4

  > Quadro 1 – Exemplos de tabela de recomendação da quantidade de


nitrogênio a ser aplicado no café arábica e na banana.76
  > Quadro 2 – Classes de disponibilidade de P considerando o teor de
argila do solo82
  > Quadro 3 – Classes de disponibilidade de K considerando a CTC
do solo a pH 782
  > Quadro 4 – Classes de disponibilidade de P considerando a textura do solo
e a cultura83
  > Quadro 5 – Classes de disponibilidade de K considerando a cultura83

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4 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
UNIDADE 5

  > Quadro 1 – Lista de fertilizantes utilizados como fonte de cálcio na


produção agrícola89
  > Quadro 2 – Lista dos principais micronutrientes essenciais para o
desenvolvimento vegetal e como se apresentam na natureza96
  > Tabela 1 – Lista dos micronutrientes distribuídos pela categoria de
absorção empregada pela planta com maior eficiência98

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LISTA DE FIGURAS

UNIDADE 1

  > Figura 1 – Representação da composição do solo formada pelos três


estados: físico (componentes sólidos), líquido (água) e gasoso (ar). 16
  > Figura 2 – Triângulo para determinação das classes de textura dos
horizontes dos solos 17
  > Figura 3 – Representação esquemática das formas de agregados
que podem apresentar a estrutura do solo 18
  > Figura 4 – Diferença da porosidade entre um solo arenoso, argiloso
ou somente com silte. 20
  > Figura 5 – Diferença da porosidade entre um solo arenoso, argiloso
ou somente com silte 21
  > Figura 6 – Disponibilidade dos nutrientes, em forma iônica, no solo 26

UNIDADE 2

  > Figura 1 – Indicação da interceptação radicular 30


  > Figura 2 – Movimentação da água na planta, demonstrando a relação
solo-planta-atmosfera e como ocorre o fluxo de massa que carrega
os nutrientes 32
  > Figura 3 – Efeito da quantidade de água no efeito difusivo do fósforo
no solo. 35
  > Figura 4 – Comportamento do deslocamento osmótico, do maior
potencial para o menor potencial, sem pressão sendo exercida. 36
  > Figura 5 – Comportamento do deslocamento osmótico quando há
alguma pressão sendo exercida 37
  > Figura 6 – Faixas de disponibilidade dos nutrientes no solo em
função do pH 39
  > Figura 7 – Componentes da acidez potencial do solo – acidez
trocável e não trocável 40
  > Figura 8 – Exemplo de uma análise de solo.  41

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  > Figura 9 – Graus de acidez, alcalinidade e neutralidade encontrados na
maioria dos solos agrícolas 42
  > Figura 10 – Demonstração esquemática da acidez potencial (fase
sólida, com presença de íons H+ e Al) e acidez ativa (fase líquida, com
predomínio de íons H+). 44
  > Figura 11 – Componentes da acidez do solo 45
  > Figura 12 – Curvas de neutralização de solos agrícolas com diferentes
capacidades de tamponamento do pH 47

UNIDADE 3

  > Figura 1 – Determinação do potencial hidrogeniônico (acidez) e


hidroxiliônico (alcalinidade) e sua relação 52
  > Figura 2 – Realização da calagem, na preparação do solo para
cultivo, para correção da acidez do solo 55
  > Figura 3 – Origem da matéria orgânica do solo 58
  > Figura 4 – Substrato com esterco bovino misturado 61
  > Figura 5 – Preparo do solo para plantio (A) com a aplicação de
adubo orgânico posteriormente (B) 63

UNIDADE 4

  > Figura 1 – Disponibilidade de nutriente no solo considerando


o nível crítico  68
  > Figura 2 – Ciclo do nitrogênio no solo 69
  > Figura 3 – Nódulos formados pelas bactérias fixadoras de nitrogênio 70
  > Figura 4 – Sequência esquemática das transformações de
mineralização e imobilização do nitrogênio 71
  > Figura 5 – Esquema do processo de mineralização e imobilização,
demonstrando a participação dos microrganismos heterotróficos
(biomassa microbiana) no processo 72
  > Figura 6 – Reações químicas da nitrificação 73
  > Figura 7 – Representação simplificada das formas de P nos solos 78
  > Figura 8 – Esquema ilustrativo das formas de potássio no solo 81

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UNIDADE 5

  > Figura 1 – O principal sintoma da deficiência em cálcio nos frutos:


podridão estilar ou fundo-preto 90
  > Figura 2 – Ciclo simplificado do enxofre no solo 91
  > Figura 3 – Um dos principais sintomas da deficiência em enxofre
nas folhas: clorose generalizada 93
  > Figura 4 – O principal sintoma da deficiência em magnésio:
amarelamento das folhas, em tomateiro 95
  > Figura 5 – Adubação de micronutriente 100

UNIDADE 6

  > Figura 1 – Aplicação de fertilizantes na pré-semeadura (à esquerda)


e em cobertura (à direita)  105
  > Figura 2 – Fertilizante mineral (à esquerda) e produção de
fertilizantes orgânicos (à direita) 106
  > Figura 3 – Esquema ilustrativo da compatibilidade entre os fertilizantes 107
  > Figura 4 – Aplicação de fertilizantes a lanço, de forma manual (à
esquerda) e mecanizada (à direita)  109
  > Figura 5 – Aplicação dos fertilizantes em cobertura 110
  > Figura 6 – Diagrama geral dos aspectos econômicos do uso
de adubos 112
  > Figura 7 – Demonstrativo da contribuição do agronegócio no PIB
brasileiro em 2020  113
  > Figura 8 – Barril representando a Lei do Mínimo 114
  > Figura 9 – Representação do manejo 4C 116
  > Figura 10 – Compostagem (A), adubação verde (B) e produção de
biofertilizantes 118
  > Figura 11 – Soja em sistema de plantio direto. A seta indica a palhada
entre as linhas da soja. 120

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA12

UNIDADE 1 1 FÍSICA E FERTILIDADE DO SOLO15


INTRODUÇÃO DA UNIDADE15
1.1 O QUE É FÍSICA DO SOLO?15
1.2 CONHECENDO A FERTILIDADE DO SOLO22

UNIDADE 2 2 CORRELAÇÃO SOLO-PLANTA29


INTRODUÇÃO DA UNIDADE29
2.1 TRANSPORTE DE NUTRIENTES NO SOLO29
2.2 REAÇÃO NO SOLO38

UNIDADE 3 3 ACIDEZ E MATÉRIA ORGÂNICA51


INTRODUÇÃO DA UNIDADE51
3.1 CORREÇÃO DA ACIDEZ52
3.2 O QUE É MATÉRIA ORGÂNICA?58

UNIDADE 4 4 ADUBAÇÃO NPK 67


INTRODUÇÃO DA UNIDADE67
4.1 NITROGÊNIO68
4.2 FÓSFORO E POTÁSSIO77

UNIDADE 5 5 MICRONUTRIENTES E OUTROS ELEMENTOS87


INTRODUÇÃO DA UNIDADE87
5.1 AÇÃO DO CÁLCIO, ENXOFRE E MAGNÉSIO87
5.2 MICRONUTRIENTES96

UNIDADE 6 6 AVALIAÇÃO DA FERTILIDADE DO SOLO E SUA INFLUÊNCIA NA ECONO-


MIA103
INTRODUÇÃO DA UNIDADE103
6.1 RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO103
6.2 ASPECTOS ECONÔMICOS E IMPLICAÇÕES ECOLÓGICAS DO USO DE
CORRETIVOS E FERTILIZANTES111

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ICONOGRAFIA

ATENÇÃO ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
PARA SABER

SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
CURIOSIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
DICAS

GLOSSÁRIO QUESTÕES

MÍDIAS
ÁUDIOS
INTEGRADAS

ANOTAÇÕES CITAÇÕES

EXEMPLOS DOWNLOADS

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FERTILIDADE DO SOLO

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina Fertilidade do Solo tem como objetivo proporcionar a compreen-
são e o aprofundamento do seu conhecimento acerca do solo. Nesta discipli-
na, em específico, busca-se associar os conhecimentos adquiridos nos estu-
dos do solo com novas informações referentes à fertilidade do solo.
Para tanto, vale destacar que o estudo da fertilidade do solo compreende o
conhecimento básico da interação solo-planta e sobre como é realizada a dis-
ponibilidade de nutrientes, fato essencial para entender a realização de uma
adubação adequada. De posse desses conhecimentos, é possível realizar um
enriquecimento do solo, suficiente para maximizar a produtividade agrícola
de uma propriedade. Obviamente, não podemos nos esquecermos de verifi-
car as implicações ecológicas que uma adubação pode ocasionar no solo.
Interessante nosso tema de estudos, não é mesmo? E não se preocupe, pois,
neste material, você terá a oportunidade de entender o funcionamento de
todos os processos e, consequentemente, estar capacitado para selecionar
os nutrientes necessários e como recomendar a adubação adequada. Vamos
iniciar nossos estudos?

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12 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
FERTILIDADE DO SOLO

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FERTILIDADE DO SOLO

UNIDADE 1

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Compreender as
propriedades físicas do
solo.
> Entender o que é
fertilidade do solo.
> Compreender como
os nutrientes se
disponibilizam no solo.

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FERTILIDADE DO SOLO

1 FÍSICA E FERTILIDADE DO SOLO

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade abordará os conhecimentos teóricos dos componentes físicos
que estão presentes na composição do solo, assim como o conceito e a im-
portância da fertilidade, bem como revelar como esses componentes podem
influenciar a qualidade de produção agrícola.
A compreensão acerca do modo como o solo é estruturado e como funciona
a disponibilidade dos nutrientes, além da forma como esses componentes
interagem com a planta, possibilitam adotar atitudes mais complexas, como
a adubação. Assim, entender por que e como adubar em um cultivo permitirá
estabelecer qual será o melhor método de complementação nutricional.
Nesta disciplina, você irá identificar todos os procedimentos mencionados,
conforme as unidades forem avançando. Desse modo, esta unidade propor-
cionará uma reflexão sobre a importância de conhecer os conceitos e a fun-
ção da promoção da fertilidade em um solo. Este conteúdo está organizado
em dois tópicos: o que é física do solo, em que você entenderá os conceitos de
textura, estrutura, densidade, porosidade e umidade; e conhecendo a fertili-
dade do solo, que consiste em compreender a importância e as categorias de
fertilidade, elementos essenciais às plantas e à disponibilidade de nutrientes.

1.1 O QUE É FÍSICA DO SOLO?


Para entender a física do solo, precisamos recapitular o conceito de solo. O
solo é a parte superficial resultante das intempéries que ocorrem na crosta
terrestre, formando um sistema complexo, composto por numerosos com-
ponentes sólidos (minerais e orgânicos), água e ar, tornando-se, assim, um
sistema em estado de equilíbrio. Esse estado de equilíbrio origina um sis-
tema trifásico: estado físico (componentes sólidos), estado líquido (água) e
estado gasoso (ar).

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FERTILIDADE DO SOLO

FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DO SOLO FORMADA PELOS TRÊS


ESTADOS: FÍSICO (COMPONENTES SÓLIDOS), LÍQUIDO (ÁGUA) E GASOSO (AR).

Fonte: Molina (2017, p. 44).

#PraTodosVerem: composição do solo: água, ar, matéria orgânica e minerais.

A física do solo busca estudar as propriedades e os processos desse compo-


nente, ou seja, o estado e o transporte de todas as formas de matéria e energia
presentes no solo. Dito de outra forma, refere-se ao estudo da dinâmica dos
componentes físicos do solo e o modo como estes se comportam no sistema
trifásico. É importante mencionar que a interação entre as partículas do solo
é regida e explicada pelos mesmos princípios da física que coordenam a in-
teração de outras partículas, como átomos e moléculas (FINKLER et al., 2018).
Nesse sistema, as principais características físicas que atuam são: textura e
estrutura; densidade e porosidade; e umidade. Vamos conhecer um pouco
mais de cada uma dessas características.

Para uma boa introdução ao tema, assista ao vídeo


sobre física do solo. Para acessá-lo, clique aqui.

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FERTILIDADE DO SOLO

1.1.1 TEXTURA E ESTRUTURA


Os solos são constituídos, basicamente, por três partículas minerais: areia, sil-
te e argila. A textura de um solo é representada pela distribuição percentual
dessas partículas, as quais, com base nessa composição, podem apresentar
diversificadas texturas.

FIGURA 2 – TRIÂNGULO PARA DETERMINAÇÃO DAS CLASSES DE TEXTURA DOS


HORIZONTES DOS SOLOS

Fonte: Santos et al. (2013, p. 19).

#PraTodosVerem: triângulo de classificação da textura conforme a quantidade de partículas


(argila, areia e silte) presentes.

Você pode entender melhor como funciona


o triângulo textural, explorando o material
“Propriedades de solo II – Textura, cor e porosidade”.
Para acessá-lo, clique aqui.

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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 17
FERTILIDADE DO SOLO

A estrutura do solo é a propriedade física que define os arranjos presentes


pelas ligações das partículas do solo entre si, ou seja, a junção de unidades
estruturais formadas por areia, silte, argila e outros compostos que estejam
presentes, como a matéria orgânica. Esse arranjo é definido como agrega-
do de partículas do solo. Conforme a disposição desses agregados, diferentes
estruturas do solo serão criadas, as quais podem influenciar a circulação de
água pelo solo.

FIGURA 3 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DAS FORMAS DE AGREGADOS QUE


PODEM APRESENTAR A ESTRUTURA DO SOLO

Fonte: Adaptada de Capeche (2008).

#PraTodosVerem: os formatos que as estruturas de solo podem apresentar: laminar,


prismática, colunar, granular e blocos (angular e subangular).

De acordo com Silva (2015), os solos bem estruturados apresentam melhor


suporte em relação à precipitação e à ação de máquinas e de implementos
agrícolas, permitindo, dessa forma, a melhor produção das culturas.

1.1.2 DENSIDADE E POROSIDADE


Como já estudado anteriormente, a densidade consiste no quociente entre a
massa e o volume. No caso do solo, trata-se da relação existente da massa de
uma amostra de solo seca pela soma dos volumes ocupados pelas partículas
e poros, conforme demonstrado a seguir.

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18 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
FERTILIDADE DO SOLO

Sendo:
= densidade (kg.m-3)
ms = massa seca do solo (kg)
V = volume total do solo (m3)
Há diversas metodologias que possibilitam obter os dados para o cálculo da
densidade do solo, destacando-se: o método do cilindro volumétrico, o méto-
do da proveta, o método do torrão parafinado e o método por monólito.

Método do cilindro

A massa é obtida pela pesagem, e o volume, por coleta de amostras de


solo, com estrutura indeformada e o auxílio de um cilindro de volume
interno já identificado (TEIXEIRA et al., 2017).

Método da proveta

Obtém-se a massa por pesagem após compactação da amostra de solo


em uma proveta até o volume predeterminado (TEIXEIRA et al., 2017).

Método do torrão parafinado

Por meio da pesagem, obtém-se a massa, sendo o volume


determinado a partir do deslocamento de líquido após a
impermeabilização de um torrão com parafina fundida (TEIXEIRA et
al., 2017).

No caso da porosidade, é influenciada pela textura do solo, uma vez que é


determinada pela relação entre o volume de espaços vazios e o volume total
de uma amostra de solo. Com isso, a porosidade acaba relacionando-se com
outras características do solo, como o nível de compactação, a locomoção dos
seres vivos presentes, como a minhoca, e sua capacidade de armazenar água.

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FERTILIDADE DO SOLO

FIGURA 4 – DIFERENÇA DA POROSIDADE ENTRE UM SOLO ARENOSO, ARGILOSO OU


SOMENTE COM SILTE.

Fonte: Antônio (2009, on-line).

#PraTodosVerem: distribuição das partículas de areia, argila e silte, representando a


porosidade do solo.

De forma resumida, podemos dizer que a densidade e a porosidade são in-


versamente proporcionais, ou seja, quanto maior a densidade, mais elevadas
a compactação e a estrutura degradada, o que, por consequência, reduzirá a
sua porosidade total. Diante de uma baixa porosidade total, o crescimento do
sistema radicular apresenta maiores restrições e, afetando, então, o desenvol-
vimento das plantas.

Em associação com a densidade e a porosidade


de um solo, há a compacidade, determinada pelo
agrupamento cerrado das partículas de um solo,
seja decorrente de sua formação pedogenética
ou de seu manejo. Essa compacidade pode se
apresentar em diferentes graus, conforme o
número de camadas do solo, com densidades altas
e porosidades baixas.

A compactação do solo, para o setor agrícola, é


extremamente relevante, em razão das grandes
dificuldades que ela gera para os produtores
no momento de cultivo. Esse fato ocorre por
causa da interferência que o processo confere ao
desenvolvimento das culturas.

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FERTILIDADE DO SOLO

1.1.3 UMIDADE
A umidade do solo é determinada pela razão entre a massa da água (Ma) e a
massa da parte sólida (Ms), existentes em volume de solo determinado (CA-
PUTO, 2017). De forma sucinta, a umidade do solo é a quantidade de água que
está presente no solo. O conhecimento desse atributo favorece a redução do
consumo de água, permitindo aplicações controladas e pontuais para suprir
apenas a quantidade hídrica necessária às culturas.

FIGURA 5 – DIFERENÇA DA POROSIDADE ENTRE UM SOLO ARENOSO, ARGILOSO OU


SOMENTE COM SILTE

Fonte: Silva (2019, p. 16).

#PraTodosVerem: divisão do solo em ar, água e sólido. A fórmula expõe que a umidade é
obtida da divisão da massa de água pela massa sólida.

Para conhecer a umidade do solo, existem diversificadas metodologias, in-


cluindo algumas que podem ser realizadas em campo, destacando-se: méto-
do da estufa, método da frigideira, método Speedy, entre outros.

Método da estufa

Método tradicional, preciso e confiável, além de simples, o qual


necessita, apenas, de determinar a massa de uma amostra em seu
estado natural e após o processo de secagem em estufa a 105-110°C.

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FERTILIDADE DO SOLO

Método da frigideira

Consiste na secagem de uma amostra de solo por meio de uma


frigideira em um fogareiro, sendo rápido e simples, principalmente,
pela praticidade de ser realizado no campo.

Método Speedy

Realizado por aparelho medidor de pressão de gás patenteado em


nível mundial, conhecido como Speedy.

1.2 CONHECENDO A FERTILIDADE DO SOLO


A fertilidade do solo busca entender os aspectos relacionados com a dinâmi-
ca, o suprimento e a disponibilidade dos nutrientes das plantas. Esse processo
possibilita o manejo eficiente do solo e dos cultivos, viabilizando a adesão de
técnicas que fornecem nutrientes, como a adubação, garantindo uma eleva-
da produtividade, a partir da redução no custo de produção. Todavia, o papel
da fertilidade do solo consegue abranger, devido à sua importância, aspectos
que vão além da produtividade agrícola, os quais, como consequência, ofere-
cem menor impacto ambiental (BRANDÃO et al., 2021).
Como você pôde perceber, a fertilidade do solo é essencial para o sucesso da
produção, mas você saberia dizer como ela se apresenta no campo? É isso
que vamos ver a seguir.

1.2.1 IMPORTÂNCIA E TIPOS DE FERTILIDADE


DO SOLO
Sabe-se que a maioria dos solos existentes, infelizmente, apresenta baixa
qualidade no que diz respeito à fertilidade. Diante dessa realidade, os solos
necessitam de investimento, como o uso de corretivos ou fertilizantes para
a construção ou a recuperação da fertilidade, com a finalidade de obter ga-
nhos na produtividade. Além de garantir maior produtividade, o uso desses
insumos é de fundamental importância, uma vez que asseguram melhor
aproveitamento de áreas já desmatadas ou degradadas, minimizando os
impactos ambientais.

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FERTILIDADE DO SOLO

De acordo com Lopes e Guilherme (2007), cerca de 50% ou mais dos aumen-
tos de produção e produtividade das culturas deve-se ao manejo adequado e
efetivo da fertilidade do solo.
Você vai perceber, ao logo de suas atividades profissionais, que é muito co-
mum confundir-se o solo fértil com um solo produtivo. No quadro a seguir,
vamos identificar as diferenças entre eles.

QUADRO 1 – DIFERENCIAÇÃO DO SOLO FÉRTIL COM O SOLO PRODUTIVO

Solo Fértil Solo Produtivo

Contém todos os nutrientes essenciais em Localizado em região com quantidade de


quantidade adequada e balanceada água e luz satisfatória

Apresenta boas características físicas e Ausência de pragas e doenças


biológicas

Está livre de elementos tóxicos Ausência de qualquer outro impedimento


ao crescimento vegetal

Disponibiliza boas condições hídricas

Fonte: Adaptado de Lopes e Guilherme (2007).

#PraTodosVerem: listagem comparativa na definição de solo fértil e solo produtivo.

Nesse contexto, é importante identificar o tipo de fertilidade presente no solo,


a fim de garantir a melhor recomendação no fornecimento de nutrientes e,
ainda, se há necessidade de realizar a prática de manejo.
Para tanto, veremos, a seguir, que há quatro tipos de fertilidade do solo, a sa-
ber: natural, atual, potencial e operacional.

Fertilidade natural

É a fertilidade de formação, ou seja, de origem do solo. Esse é o tipo de


fertilidade de um solo que nunca tenha sido utilizado pelo homem.

Fertilidade atual

É a fertilidade verificada após a utilização de práticas de manejo


pelo homem. Esse tipo, geralmente, já sofreu algum processo de
incorporação de nutrientes.

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FERTILIDADE DO SOLO

Fertilidade potencial

A fertilidade manifesta-se conforme alguma condição estabelecida.


Nessa situação, há alguma característica interferindo na real capacidade
do solo para o fornecimento de nutrientes, como os solos ácidos.

Além desses três tipos, há, ainda, a fertilidade


operacional, estimada pela determinação dos
teores de nutrientes por meio de extratores
químicos, ou seja, por soluções químicas que
mostram, a partir da reação, as quantidades dos
nutrientes. É comum ser correlacionada com as
fertilidades natural e atual do solo, porém, nem
sempre se mostra exatamente igual a elas.

1.2.2 ELEMENTOS ESSENCIAIS ÀS PLANTAS


É de nosso conhecimento que há inúmeros elementos, quimicamente, em
uma amostra de solo, e o mesmo ocorre ao se analisar as plantas. Portanto,
qualquer elemento que se encontre disponível no solo, possivelmente, pode
ser absorvido pela planta. Desse modo, não é obrigatório que os elementos
que estejam disponíveis no solo sejam essenciais para a nutrição das plantas;
por essa razão, deve-se identificar quais deles são fundamentais para o cres-
cimento e o desenvolvimento delas.
Assim, fica a pergunta: como ter a certeza de que um elemento é essencial
para o desenvolvimento da planta? Pensando nisso, Arnon e Stout (1939) de-
finiram critérios para definir o que torna um elemento essencial ao desenvol-
vimento vegetal, conforme exposto no quadro abaixo.

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QUADRO 2 – CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DOS ELEMENTOS ESSENCIAIS


PARA O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL

Critérios para definir a essencialidade de um nutriente

A planta não completa o seu ciclo de vida caso esse elemento esteja ausente

A planta necessita, obrigatoriamente, desse elemento, e, caso ele esteja ausente,


ocasionará uma deficiência nutricional específica

O elemento é parte integrante de uma molécula essencial para o desenvolvimento da


planta

São aqueles que entram, obrigatoriamente, na composição e/ou participam da sua


fisiologia

Fonte: Adaptado de Arnon e Stout (1939).

#PraTodosVerem: listagem dos critérios para definição da essencialidade dos nutrientes.

Com base nesses critérios, apenas 17 dos elementos químicos se classificam


como essenciais, estando divididos em dois grandes grupos: macro e micro-
nutrientes. Assim, os elementos essenciais para o desenvolvimento das plan-
tas são: C, H, N, O, S, P, K, Ca, Mg, Zn, Cu, Fe, Mn, Ni, Cl, B e Mo.

Além dos elementos essenciais, estão presentes


na solução do solo componentes considerados
elementos benéficos. São elementos que se
encontram em concentrações muito baixas que, de
alguma forma, auxiliam o crescimento vegetal, no
entanto, não são essenciais ao processo (MENDES,
2007). Até o momento, os elementos Al, Co, Ni, Se, Si,
Na, V mostraram-se benéficos, sob determinadas
condições especiais, auxiliando as plantas na
absorção dos elementos essenciais.

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1.2.3 DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES


Como foi visto, as plantas necessitam de diversos nutrientes, os quais podem es-
tar presentes no solo, naturalmente, ou sendo acrescidos pelo manejo, como a
adubação. A questão é que os nutrientes devem estar disponíveis para as plan-
tas, contudo, diversos fatores podem influenciar a dinâmica desses nutrientes
no solo, promovendo a diversidade na disponibilidade desses nutrientes.

FIGURA 6 – DISPONIBILIDADE DOS NUTRIENTES, EM FORMA IÔNICA, NO SOLO

Fonte: De Bona (2016, p. 9).

#PraTodosVerem: demonstração de como os íons dos nutrientes se localizam na região


radicular da planta.

Dessa forma, em função do fator transporte, a disponibilidade do teor de um


nutriente determinado dependerá dos aspectos físicos do solo que possam
interferir na mobilidade dos íons. Dentre os aspectos que possam interferir,
destacam-se a textura, o nível de compactação do solo (porosidade) e a umi-
dade do solo.

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FERTILIDADE DO SOLO

Você sabia que a disponibilidade dos nutrientes


também pode sofrer influência da planta? Estudos
reconhecem que a própria planta apresenta papel
essencial na aquisição dos nutrientes, alterando e,
em alguns casos, controlando a disponibilidade de
nutrientes no solo.

CONCLUSÃO

Esta unidade teve como objetivo a abordagem dos conceitos relacionados à


física e à fertilidade presentes nos solos, tendo como principal intuito fortale-
cer e redirecionar seus conhecimentos para o manejo essencial de um cultivo:
a adubação.
Restou evidente, em nossas abordagens, a importância do conhecimento
que profissionais do setor necessitam ter para compreender a interação dos
compostos presentes no solo.
Neste material, foi apresentado, ainda, o modo como as características físicas
influenciam a disponibilidade dos nutrientes, assim como o uso da água de
forma racional, conforme a categoria de estrutura e porosidade do solo. Além
disso, foi possível verificar os motivos pelos quais os componentes são essen-
ciais para o desenvolvimento das plantas.
A partir do conteúdo desta unidade, você pôde compreender como funciona
a correlação solo-planta, tema que será abordado na próxima unidade.
Assim, aproveite este espaço para fazer suas anotações referentes ao conteú-
do desta unidade e se preparar para o próximo conteúdo.

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FERTILIDADE DO SOLO

UNIDADE 2

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Entender a distribuição e


a absorção dos nutrientes
por meio do sistema solo-
planta.
> Adquirir os conceitos de
acidez e como ela atua no
pH do solo.

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2 CORRELAÇÃO SOLO-PLANTA

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade abordará os diferentes mecanismos de transporte de nutrientes
no solo, que são o fluxo de massa, a difusão e a osmose, tão importantes para
a nutrição das plantas. Além disso, veremos alguns aspectos da acidez e do
pH, que são tópicos essenciais para a fertilidade do solo, estando diretamente
relacionados com a movimentação e a disponibilização dos nutrientes para
as plantas.
Nesse contexto, vamos aprender que os nutrientes precisam estar no solo nas
suas formas iônicas e que, por isso, é necessária a manutenção da acidez em
níveis adequados. Normalmente, à medida que a raiz das plantas cresce, há
absorção dos nutrientes no trajeto de crescimento. No entanto, com o tem-
po, há um decréscimo da quantidade desses elementos próximos às raízes e,
com isso, os nutrientes precisam se movimentar até as raízes das plantas para
que, assim, sejam absorvidos.
Dessa forma, ao final do estudo desta unidade, você entenderá como os nu-
trientes se movem no solo e como são absorvidos pelas plantas. Além disso,
você vai entender qual a relação que há entre a acidez, o pH e a disponibili-
dade dos nutrientes. Com isso, fica claro que esta unidade é de suma impor-
tância, visto que é imprescindível conhecer os fatores, dentro da fertilidade
do solo, que favorecem ou limitam a produtividade. Para isso, é fundamental
conhecer as relações solo-planta que existem.
Contamos com a sua participação ativa para atingir os nossos objetivos pro-
postos para esta unidade.

2.1 TRANSPORTE DE NUTRIENTES NO SOLO


As raízes das plantas conseguem captar os nutrientes ao longo do seu pro-
cesso de crescimento (Figura 1). No entanto, a concentração dos elementos
no solo ao redor do sistema radicular tende a diminuir, conforme se desen-
volvem. Assim, o transporte do nutriente no solo é imprescindível para a ab-
sorção dos elementos e, consequentemente, para a manutenção da nutrição
das plantas (NOVAIS; MELLO, 2007).

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Interceptação radicular

Representa uma forma de absorção de apenas uma pequena parcela


do nutriente total requerido (MARSCHNER, 1995). Por esse motivo,
o mecanismo em questão não é, muitas vezes, considerado no
transporte de nutrientes. Isso pode ser explicado pelo fato de esse
mecanismo de absorção de nutrientes não aceitar trocas diretas
entre as partículas edáficas e as raízes das plantas, havendo sempre
a necessidade do meio líquido, para que a absorção radicular ocorra
(RUIZ et al., 1999; VILLAR, 2007).

FIGURA 1 – INDICAÇÃO DA INTERCEPTAÇÃO RADICULAR

Fonte: Ferri (1979) apud Machado (1997, p. 7).

#PraTodosVerem: imagem ilustrativa do pelo absorvente para a interceptação pelas raízes.

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No geral, os principais mecanismos de transporte de nutrientes são: fluxo de


massa, difusão e osmose. A seguir, veremos cada um desses em detalhes.

2.1.1 FLUXO DE MASSA


O fluxo de massa (FM) é uma consequência da existência de um potencial hí-
drico no solo. A diferença desse potencial é responsável pela movimentação de
massa de água em direção ao sistema radicular, arrastando os nutrientes que
estão na solução do solo. Ou seja, ocorre uma movimentação do local onde o
potencial é maior para o local onde o potencial é menor. Dessa forma, o FM irá,
sempre, seguir o fluxo transpiracional das plantas (NOVAIS; MELLO, 2007).
Sendo assim, no geral, pode-se dizer que o FM consiste na quantidade de nu-
trientes (íons) que chega até a rizosfera (região radicular das plantas), em de-
corrência da absorção de água pelas plantas. Essa taxa de absorção de água
é função direta de dois fatores: demanda atmosférica e controle interno das
espécies vegetais. Dessa forma, a planta, no processo transpiratório, bombeia
a água que está em contato com a raiz e, consequentemente, a água que se
encontra longe migra, seguindo o potencial matricial. E, nesse fluxo, os nu-
trientes vêm junto com a água para a rizosfera. Nesse cenário, quando a con-
centração do elemento na solução do solo é elevada (eis a importância da
adubação), o fluxo de massa é essencial para suprir as necessidades nutricio-
nais das plantas (Figura 2) (VILLAR, 2007; MCELRONE et al., 2013).

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FIGURA 2 – MOVIMENTAÇÃO DA ÁGUA NA PLANTA, DEMONSTRANDO A RELAÇÃO


SOLO-PLANTA-ATMOSFERA E COMO OCORRE O FLUXO DE MASSA QUE CARREGA OS
NUTRIENTES

Fonte: Mcelrone et al. (2013, on-line).

#PraTodosVerem: imagem esquematizada do fluxo transpiracional das plantas.

No transporte por fluxo de massa, o potencial


hídrico no solo vai seguir sempre a sequência: solo
> sistema radicular > folhas > atmosfera, o que
estabelece o fluxo transpiracional das espécies
vegetais (Figura 2).

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Nesse cenário, é importante destacar que, para que ocorra esse movimen-
to, é necessária a presença de água no solo, que atua como um veículo de
íons (NOVAIS; MELLO, 2007; BATISTA et al., 2018). Dessa forma, em condi-
ções de déficit hídrico, é de se esperar que haja uma diminuição da ab-
sorção de nutrientes que são transportados por FM, tais como o cálcio e o
nitrogênio, por exemplo.
Por outro lado, quando a concentração dos elementos na solução do solo es-
tiver baixa, é possível constatar que a quantidade de íons que chega até a
região da rizosfera fica aquém da necessidade das plantas. Assim, não é pos-
sível suprir a demanda nutricional das espécies vegetais. Porém, quando ana-
lisamos as plantas, principalmente para determinação de elementos espe-
cíficos (como o fósforo), é possível identificar que a quantidade do nutriente
no interior da planta é maior do que a quantidade estimada pelo transporte
por FM. Nesse cenário, é possível concluir que algo está contribuindo para o
transporte desse dado elemento da solução, que se encontra longe da raiz,
até a proximidade da rizosfera. A esse fenômeno de transporte se dá o nome
de difusão ou fluxo difusivo (VILLAR, 2007; BATISTA et al., 2018).

2.1.2 DIFUSÃO
No geral, o transporte de nutrientes por difusão é caracterizado pela movi-
mentação de íons em direção à raiz, em decorrência do gradiente de con-
centração promovido pelo sistema radicular; enquanto o FM, como vimos no
tópico anterior, está associado ao gradiente de potencial hídrico, que é pro-
vocado pela absorção de água pelas espécies vegetais. Sendo assim, pode-se
assumir que a difusão é o movimento dos íons dos nutrientes das regiões de
maior concentração para as regiões de menor concentração (VILLAR, 2007;
PAULINO et al., 2015).

Nutrientes por fluxo de massa

No geral, são transportados por fluxo de massa os nutrientes mais


móveis no solo. Como exemplos, podemos citar o cálcio e o nitrogênio.

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Nutrientes por difusão

São transportados por difusão, de modo geral, os elementos menos


móveis, os elementos que apresentam baixas concentrações na fase
líquida e os elementos que são altamente exigidos pelas plantas.
Como principais exemplos, podemos citar o fósforo e o potássio.

No geral, ao contrário do FM, o processo de transporte por difusão é mais


lento e ocorre, basicamente, na vizinhança do sistema radicular. Dessa forma,
esse tipo de movimento é fortemente influenciado pelos fatores do solo (sis-
temas coloidais) e da planta (crescimento e morfologia do sistema radicular).
Sendo assim, a análise de como os nutrientes são transportados e absorvidos
pelas plantas deve ser entendida como fator primordial para o processo de
fertilização das espécies vegetais, visto que esse conhecimento é fator-chave
para reduzir a limitação produtiva imposta pela falta do nutriente (NOVAIS;
MELLO, 2007). Em outras palavras, em termos mais práticos, o conhecimento
sobre o transporte do nutriente tem implicações diretas na localização e na
forma de aplicação dos fertilizantes (Quadro 1) (VILLAR, 2007).

QUADRO 1 - RELAÇÃO DO NUTRIENTE, DO TIPO DE TRANSPORTE E DA


FORMA DE APLICAÇÃO DO FERTILIZANTE.

Transporte (%)
Nutriente Aplicação do adubo
FM Difusão

N 99 0 Distante, em cobertura

Fósforo 4 94 Próximo das raízes

Potássio 25 72 Próximo das raízes, em cobertura (parte)

Os valores que faltam para completar 100% correspondem à interceptação radicular.

Fonte: Malavolta et al. (1997).

Além disso, é importante destacar que, assim como no FM, a água tem pa-
pel fundamental para o transporte por difusão. Dessa forma, práticas como
irrigação têm se mostrado de grande importância para o aumento da dispo-
nibilização de nutrientes essencialmente transportados por difusão, como o
fósforo (Figura 3). O fluxo difusivo desse elemento é diminuído em condições
de solo seco, de forma que ele tende a ficar adsorvido aos coloides do solo
(NOVAIS; MELLO, 2007; VILLAR, 2007).

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Portanto, é importante verificar e destacar que a movimentação por difusão


depende, basicamente, da diferença de concentração do elemento na solu-
ção da rizosfera e da solução do solo longe da raiz, assim como do teor de
umidade do solo, do fator tortuosidade, do poder tampão do solo e, também,
da superfície radicular (NOVAIS; MELLO, 2007).

FIGURA 3 – EFEITO DA QUANTIDADE DE ÁGUA NO EFEITO DIFUSIVO DO FÓSFORO NO


SOLO.

SECA SECA

Difusão
H2PO4- Raiz
Adsorção
Filme
de água Filme de água
mais delgado
Colóide

Fonte: Abud et al. (2018, p. 21).

#PraTodosVerem: gráfico mostrando a relação da difusão do fósforo e do teor de água no


solo.

Quando esse processo de transporte de nutrientes por difusão ocorre por


meio de uma membrana permeável à água e impermeável a solutos (semi-
permeável), esse movimento de transporte é denominado osmose, sendo
um processo extremamente importante na absorção dos nutrientes e, con-
sequentemente, na nutrição das plantas (VILLAR, 2007; BATISTA et al., 2018).

2.1.3 OSMOSE
Antes de abordar, diretamente, a osmose, é imprescindível entender o con-
ceito de potencial hídrico (ψw), que representa o potencial químico da água,
o qual, em outras palavras, indica a energia livre associada. No geral, em siste-
mas classificados como osmóticos, a água tende a se deslocar das regiões de
maior ψw (maior energia) para as regiões de menor ψw (menos energia livre).
Sendo assim, o comportamento de deslocamento, até atingir o equilíbrio,
sem exercer qualquer pressão sobre o sistema, ocorre como demonstrado na

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Figura 3. O deslocamento segue da zona de maior ψw, ou seja, da água pura,


com maior energia livre, para a zona de menorψw, que apresenta a solução de
sacarose a 0,1 M e, com isso, apresenta menor energia livre (CORREIA, 2014).

FIGURA 4 – COMPORTAMENTO DO DESLOCAMENTO OSMÓTICO, DO MAIOR POTENCIAL


PARA O MENOR POTENCIAL, SEM PRESSÃO SENDO EXERCIDA.

Fonte: Correia (2014, p. 12).

#PraTodosVerem: esquema ilustrativo, com bolinhas azuis, que representam a água,


bolinhas vermelhas, que representam a presença da sacarose, e uma seta ilustrativa do
deslocamento osmótico da água pura para a água com sacarose.

Diante do exposto, o processo de transporte denominado osmose indica o


movimento de um solvente, como a água, por meio de uma membrana clas-
sificada como permeável. Como foi apresentado no fluxo em massa, o trans-
porte dos nutrientes ocorre em virtude de gradiente de pressão; no trans-
porte por difusão, o movimento ocorre em decorrência de um gradiente de
concentração; já na osmose, os dois tipos de gradiente vistos anteriormente
vão influenciar no transporte. Dessa forma, nesse modo de movimentação
dos íons, tanto a direção quanto a taxa de fluxo de água são determinados
pela soma das duas forças: gradiente de pressão e de concentração. Diante
disso, pode-se expressar a osmose pela equação (TAIZ; ZEIGER, 2004; COR-
REIA, 2014):
Osmose = função (gradiente de pressão + gradiente de concentração)

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Na prática, a força que impulsiona o deslocamento ou a movimentação da


água é expressa como gradiente de potencial químico ou como um gradien-
te de ψw. Sendo assim, nesse cenário, é possível definir que o movimento
de água, por meio de uma membrana vegetal com permeabilidade seletiva,
é realizado em decorrência desse gradiente de potencial hídrico. No geral,
esse transporte de água ocorre a favor do gradiente, ou seja, de uma região
de maior pressão para uma de menor. Esse tipo de transporte a favor é de-
nominado transporte passivo. No entanto, quanto há presença de pressão,
em decorrência da barreira seletiva das membranas celulares, o movimento é
denominado como ativo, e passa a ter um deslocamento diferente (Figura 5)
(FERREIRA, 1992; HOPKINS, 2000; CORREIA, 2014).

FIGURA 5 – COMPORTAMENTO DO DESLOCAMENTO OSMÓTICO QUANDO HÁ ALGUMA


PRESSÃO SENDO EXERCIDA

Fonte: Correia (2014, p. 13).

#PraTodosVerem: esquema ilustrativo com bolinhas azuis, que representam a água,


bolinhas vermelhas, que representam a presença da sacarose, e uma seta ilustrativa do
deslocamento osmótico da água com sacarose para a água pura, mostrando que houve
mudança no sentido do deslocamento em função da pressão.

Como as espécies vegetais apresentam paredes vegetais rígidas, ocorrem


variações importantes no potencial de pressão no interior das células e essa
pressão vai contribuir para que haja alteração no valor do potencial hídrico.
Dessa forma, há mudança no deslocamento osmótico (Figura 4) (TAIZ; ZEI-
GER, 2004; CORREIA, 2014).

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Para a fixação do conteúdo de difusão e osmose,


assista ao vídeo elaborado pelo Departamento de
Fisiologia e Biofísica da UFMG. Acesse: https://www.
youtube.com/watch?v=vsZGNtJ6tkk. Acesso em 16
de abril de 2022

2.2 REAÇÃO NO SOLO


A reação do solo interfere diretamente nos processos biológicos, químicos e
físico-químicos no solo. Um dos principais processos consiste na disponibili-
dade dos nutrientes e dos elementos tóxicos, visto que há uma relação direta
entre a disponibilidade e o pH do solo (Figura 6) (IPNI, 1998; BATISTA et al.,
2018; FINKLER et al., 2018).

Mas o que condiciona a acidez? As variações do


pH estão diretamente relacionadas com a adição
ou a remoção das bases no solo (Ca+2, Mg+2, K+) por
fatores naturais e/ou de manejo, que originam íons
H+. Quanto mais H+, mais ácido é o meio. Além disso,
os solos brasileiros apresentam, naturalmente,
elevados níveis de Al+3 e baixos níveis de cálcio e
magnésio.

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FIGURA 6 – FAIXAS DE DISPONIBILIDADE DOS NUTRIENTES NO SOLO EM FUNÇÃO DO


PH

Fonte: INPI (1998, p. 37).

#PraTodosVerem: gráfico com as faixas de disponibilidade dos nutrientes, mostrando que a


faixa ideal de pH está compreendida entre 6,0-6,5.

2.2.1 ACIDEZ TROCAVEL E NÃO TROCÁVEL


A diferença entre a acidez trocável e não trocável é apresentada na Figura
7, com a forma de identificação de qual acidez é estabelecida a partir do
extrator utilizado. No geral, sais de ácidos fortes (ex.: cloretos ou nitratos de
potássio) extraem a acidez trocável do solo, que consiste, basicamente, no
alumínio trivalente. Já para a extração da acidez não trocável são utilizados
sais de ácidos mais fortes misturados a bases classificadas como tamponan-
tes (BATISTA et al., 2018).

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FIGURA 7 – COMPONENTES DA ACIDEZ POTENCIAL DO SOLO – ACIDEZ TROCÁVEL E


NÃO TROCÁVEL

Fase sólida

- Ca
Argila - Al
Acidez
AIO -H trocável
- COO -Al
CTC Húmus - COO -H
O -H Acidez
não
FeO -H trocável
Sesquióxidos
AlO -H

Fonte: Raij e Quaggio (1983) apud Batista et al. (2018, p. 16).

#PraTodosVerem: imagem ilustrativa das ligações de H e Al na acidez trocável e não trocável


do solo.

Diante do exposto, no geral, a acidez trocável considera, em sua análise, tan-


to o H+ (hidrogênio) quanto o Al+3 (Alumínio), que estão adsorvidos nas su-
perfícies coloidais do solo por forças eletrostáticas (minerais de argila) (Figu-
ra 6). Como se sabe, o alumínio apresenta um destacado papel na acidez dos
solos, por ser considerado fitotóxico, e o seu teor no solo representa parte
da acidez denominada acidez nociva (NOVAIS; MELLO, 2007; VILLAR, 2007;
BATISTA et al., 2018).
Por outro lado, a acidez não trocável consiste nos íons H+ da fase sólida que
compõem uma parte da acidez potencial. Nesse cenário, esse tipo de acidez,
praticamente, não causa danos ao crescimento das espécies vegetais. Na prá-
tica, em solos ricos em matéria orgânica e, consequentemente, que apresen-
tam grandes concentrações de H+, essa acidez não trocável representa, ape-
nas, a necessidade de maior quantidade de calcário, visando aumentar o pH
do solo, visto que apresenta um maior poder tampão (BATISTA et al., 2018). No
geral, esses íons de H+ estão unidos por ligações covalentes com as frações
orgânicas e minerais do solo, o que signfica dizer que são mais difíceis de se-
rem rompidas (INPI, 1998).

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Nas análises de rotina laboratoriais, a acidez trocável


é, muitas vezes, representada como Al+3 trocável ou
acidez nociva, visando destacar o efeito prejudicial
deste no desenvolvimento normal da maior parte
das culturas agrícolas produzidas.

FIGURA 8 – EXEMPLO DE UMA ANÁLISE DE SOLO.

Fonte: PrezottI e Guarçoni, (2013, p. 15).

#PraTodosVerem: tabela de análise de solo, com indicação circular, em vermelho, sobre a


quantidade de alumínio presente no solo analisado.

Em um cenário no qual os valores de pH do solo se encontram próximos de


6,0, ainda é possível ter acidez não trocável, mas não há mais acidez trocável
(ou nociva), visto que todo o alumínio presente no solo já foi precipitado na
forma de Al(OH)3. Em termos mais práticos, mesmo com a acidez não trocá-
vel, não há efeitos deletérios às espécies vegetais (RAIJ, 1991; INPI, 1998; BATIS-
TA et al., 2018).

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FERTILIDADE DO SOLO

Para entender mais sobre os resultados de análises


de solo, com ênfase na acidez, leia o “Guia Prático
para Interpretação de Resultados de Análises
de Solo”, disponibilizado pela Embrapa, no link:
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/
bitstream/doc/1042994/1/Doc206.pdf.

2.2.2 ACIDEZ ATIVA E POTENCIAL


A acidez ativa consiste nos íons H+ que se encontram dissociados na solução
do solo, sendo facilmente medida pelo pH, a partir da utilização de instru-
mentos denominados pHmetros. No Brasil, as medições mais comuns são o
pH em água e o pH em solução de CaCl2 a 0,01M. De acordo com os valores
de pH, é possível indicar a acidez ativa no solo (Figura 8) (BATISTA et al., 2018).

FIGURA 9 – GRAUS DE ACIDEZ, ALCALINIDADE E NEUTRALIDADE ENCONTRADOS NA


MAIORIA DOS SOLOS AGRÍCOLAS

Fonte: INPI (1998, p. 32).

#PraTodosVerem: escala indicativa de acidez, variando do pH 4 (acidez muito forte),


passando pelo pH 7 (neutralidade) e atingindo o pH 9 (alcalinidade do solo).

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O pHmetro consiste no potenciômetro de


hidrogênio, que mede o pH com facilidade e êxito.
Existem vários modelos disponíveis no mercado.

Quais os fatores que influenciam essas variações do pH do solo? No geral,


os principais são: material de origem do solo, precipitação, decomposição da
matéria orgânica do solo (MOS), o tipo de cultura e a adubação nitrogenada
(INPI, 1998; NOVAIS; MELLO, 2007).

Material de origem

Tipo de rocha que deu origem ao solo. Geralmente, solos oriundos de


material de origem básica tendem a apresentar valores de pH mais
altos, sendo o inverso também verdadeiro.

Precipitação

A água da chuva, passando pelo solo, tem o poder de lixiviar os


nutrientes básicos (ex.: Ca+2, Mg+2), o que promove o aumento do pH.

Decomposição da MOS

Promove a formação de ácido carbônico e água, contribuindo para


formar bicarbonatos solúveis, que são facilmente perdidos pelo
processo de lixiviação (ex.: pela chuva ou irrigação), aumentando pH.

Tipo de cultura

Existem culturas que, na colheita, removem mais as bases do solo do


que outras. Ex.: espécies leguminosas (ex.: alfafa) tendem a remover
maiores quantidades de bases do que as espécies não leguminosas
(ex.: milho, algodão).

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FERTILIDADE DO SOLO

Adubação nitrogenada

Altas doses de nitrogênio (adubação mineral e/ou orgânica, fixação de


N) promovem o aumento da acidez do solo. Sendo assim, a fertilização
deve ser realizada com cautela.

Por outro lado, a acidez potencial refere-se aos íons H+ dissociáveis de várias
fontes no solo, sendo, normalmente, estimada pelos teores de H+ e Al3+. Como
vimos no tópico anterior, essa acidez potencial pode ser dividida em duas for-
mas: (1) forma trocável (conhecida como acidez trocável), sendo representada
pelos íons de alumínio (Al3+) e apenas uma pequena porção de íons H+ trocá-
veis adsorvidos ao material coloide do solo; (2) forma não trocável (conhecida
como acidez não trocável), constituída pelos íons H+ que são dissociáveis de
diversas fontes, tais como os que se encontram ligados, covalentemente, a
compostos da MOS, aos minerais de argila e aos íons de alumínio (Figura 9)
(BATISTA et al., 2018; FINKLER et al., 2018).

FIGURA 10 – DEMONSTRAÇÃO ESQUEMÁTICA DA ACIDEZ POTENCIAL (FASE SÓLIDA,


COM PRESENÇA DE ÍONS H+ E AL) E ACIDEZ ATIVA (FASE LÍQUIDA, COM PREDOMÍNIO
DE ÍONS H+).

Fonte: Batista et al. (2018).

#PraTodosVerem: dois quadros, sendo o primeiro demostrando barras azuis como a


fase sólida do solo, em que os íons estão ligados. No segundo, há presença de íons de
hidrogênio soltos no quadro, indicando que ficam livres na solução do solo.

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FERTILIDADE DO SOLO

Resumindo para fixação:

Acidez ativa = H+ da solução do solo

Acidez trocável = Al+3 trocável + H+ trocável (quando


houver)

Acidez não trocável = H+ de ligação covalente

Acidez potencial = Al+3 trocável + H+ trocável (quando


houver) + H+ de ligação covalente.

FIGURA 11 – COMPONENTES DA ACIDEZ DO SOLO

Fonte: Lopes et al. (1991, p. 3)

#PraTodosVerem: sequências de setas e indicações sobre as ligações químicas que ocorrem


no solo e suas respectivas representações de acidez.

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FERTILIDADE DO SOLO

Para entender mais sobre a acidez do solo, leia o


capítulo ”Acidez e basicidade”, no livro ”Química e
Fertilidade do Solo”, disponível na Biblioteca Digital.

2.2.3 TAMPÃO DO SOLO


O poder tampão (ou capacidade tampão) consiste na resistência que o solo
apresenta em ter o seu pH modificado, quando tratado a partir da aplicação
de bases ou ácidos, visando aos ajustes. Dessa forma, quanto maior a acidez
potencial (a acidez com presença de H+ e Al+3 ligado a fração sólida do solo),
maior será o poder tampão do solo, ou seja, são grandezas diretamente pro-
porcionais. No geral, os solos que apresentam maior quantidade de argila e/
ou de teor de matéria orgânica tendem a apresentar maior poder tampão, em
decorrência da maior quantidade de cargas no solo, quando comparados a so-
los mais arenosos e pobres em MOS (RAIJ, 1991; IPNI, 1998; BATISTA et al., 2018).
Sendo assim, a importância do conhecimento sobre o poder tampão determi-
nado solo justifica-se pela necessidade de determinação da adição de calcário
ou gesso agrícola, visando ao ajuste do pH a níveis adequados, para promover
a disponibilização dos nutrientes às plantas, conforme visto anteriormente.
Isso tem implicações, inclusive, na frequência de realização de análises quí-
micas do solo, como objetivo de avaliar a acidez, pois, quanto maior o poder
tampão, maior será o espaço de tempo entre um manejo de ajuste do pH e
outro. A Figura 11 mostra curvas de neutralização obtidas em diferentes tipos
de solo, demonstrando o que foi explicado sobre os contrastantes dos solos
com diferente poder tampão (PROCHNOW, 2014).

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FERTILIDADE DO SOLO

FIGURA 12 – CURVAS DE NEUTRALIZAÇÃO DE SOLOS AGRÍCOLAS COM DIFERENTES


CAPACIDADES DE TAMPONAMENTO DO PH

Fonte: Raij (2011, apud Prochnow, 2014, p. 1).

#PraTodosVerem: gráfico da relação do pH com a quantidade de calcário necessária a ser


aplicada para o ajuste da acidez.

Como pode ser observado na Figura 11, o solo que apresenta um poder tam-
pão mais baixo demanda menor necessidade de aplicação de CaCO3 para
atingir o mesmo pH que um solo que apresenta maior poder tampão. Por
exemplo, enquanto o solo B precisa de 2 t/ha, o solo E precisa de 15 t/ha, um
valor quase oito vezes maior. Dessa forma, é necessário estar sempre atento
para não aplicar mais produtos do que o necessário no solo, visto que o au-
mento excessivo do pH (acima de 7) promove a diminuição da disponibilida-
de de vários nutrientes importantes para as plantas, principalmente os micro-
nutrientes (PROCHNOW, 2014; BATISTA et al., 2018).
Todas essas informações são relevantes, visto a importância da correção da
acidez do solo. Assim, para que a correção seja realizada de forma adequada,
o uso correto dos materiais químicos (assim como as quantidades corretas)
são pontos-chave e fundamentais para o manejo bem-sucedido da produção
agrícola. Isso porque a correção da acidez, promove inúmeras melhorias nas
propriedades físicas, químicas e biológicas dos solos, além de influenciar po-
sitivamente a disponibilização dos nutrientes para as culturas, reduzir a toxici-
dade do alumínio, entre outros benefícios (PROCHNOW, 2014).

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Para entender mais, na prática, como o ajuste do


pH pela utilização de calcário influencia os atributos
do solo (e na produtividade da cultura da soja),
leia o trabalho desenvolvido por Teloeken (2018),
disponível em: https://rd.uffs.edu.br/bitstream/
prefix/2558/1/TELOEKEN.pdf.

Para entender mais sobre conceitos básicos e a


forma de resolver os problemas com acidez nos solos,
leia o capítulo “Calagem do solo”, no livro “Química e
Fertilidade do Solo”, disponível na Biblioteca Digital.
Dessa forma, você já estará se preparando para o
tema da Unidade 3 desta disciplina.

CONCLUSÃO

Nesta unidade, objetivou-se entender os detalhes do transporte, da distribuição


e da absorção dos nutrientes, a partir do sistema solo-planta-atmosfera. Além
disso, trabalhamos conceitos para que você adquirisse conhecimento sobre
acidez, pH e sua relação com a disponibilidade dos nutrientes para as plantas.
Vimos, neste estudo, que os nutrientes tendem a se movimentar, principal-
mente, por três vias: fluxo de massa, difusão e osmose. Cada um desses nu-
trientes, como vimos, apresenta uma forma de deslocamento, a partir de de-
terminado gradiente. Essa movimentação dos nutrientes no solo é de suma
importância para a nutrição vegetal, visto que o processo de absorção por
interceptação radicular apresenta ínfima contribuição. Assim, a partir do ve-
ículo principal, que é a água, os nutrientes chegam á rizosfera e podem ser
captados pelas espécies vegetais.
No entanto, para que os nutrientes fiquem disponíveis para ser absorvidos, é
necessário que a acidez do solo esteja dentro dos parâmetros necessários: o
pH precisa estar na faixa de 6,0-6,5. Em situações de análise de solo, na qual
há determinação de pH abaixo dessa faixa, é indicado o manejo com calcário
e/ou gesso, visando ao ajuste.

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FERTILIDADE DO SOLO

UNIDADE 3

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Adquirir o conhecimento


relacionado às técnicas de
calagem e de gessagem,
para a correção da acidez
do solo.
> Compreender a atuação
da matéria orgânica para
a qualidade da fertilidade
do solo e como aplicá-la na
adubação.

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3 ACIDEZ E MATÉRIA ORGÂNICA

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade, você conhecerá as principais características referentes à aci-
dez, à alcalinidade e à neutralização da acidez do solo, assim como a sua im-
portância para o setor agrícola. Além disso, conhecerá algumas fontes de ma-
téria orgânica e sua relevância para o rendimento na produção vegetal.
Para entender a ação e os efeitos da acidez do solo, é necessário compreender
como funciona o pH, fator que serve como indicador do grau de acidez ou de
alcalinidade do solo. A compreensão desse fator auxilia na busca de soluções
para controlar tanto a acidez como a alcalinidade, por meio de práticas de
manejo como a calagem e a gessagem.
A partir da correção da acidez do solo, é possível adequar e tornar esse solo
propício ao cultivo das culturas que necessitam de um pH específico para o
seu desenvolvimento.
Além da acidez, outro fator determinante para a fertilidade do solo e a produ-
ção é a matéria orgânica, a qual é responsável pelo fornecimento de nutrien-
tes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento vegetal.
Desse modo, esta unidade proporcionará uma reflexão sobre a importância
de conhecer os conceitos e a função da acidez e da matéria orgânica presente
no solo. Este conteúdo está organizado em dois tópicos:

•  correção da acidez, em que você entenderá os conceitos de acidez, os


aspectos dos solos ácidos e como corrigir a acidez por meio da calagem e
da gessagem;

•  matéria orgânica, que consiste em compreender a importância da adubação


orgânica e as formas de aplicação da adubação orgânica.

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3.1 CORREÇÃO DA ACIDEZ


Para realizar a correção da acidez, primeiramente, precisamos entender o que
é pH. O pH é o potencial de acidez ou de alcalinidade do solo, ou seja, a con-
centração de íons livre de hidrogênio (H+), para acidez, e a concentração de
íons de hidroxila (OH-), para alcalinidade, os quais estão presentes na solução
do solo (Figura 1). O pH é responsável pela caracterização do comportamento
químico do solo, visto que ele afeta diretamente a disponibilidade das subs-
tâncias e dos compostos químicos atuantes no solo. O método para a deter-
minação de pH é o potenciométrico, em que a amostra pode ser diluída em
água ou em cloreto de cálcio (FINKLER, 2018).

FIGURA 1 – DETERMINAÇÃO DO POTENCIAL HIDROGENIÔNICO (ACIDEZ) E


HIDROXILIÔNICO (ALCALINIDADE) E SUA RELAÇÃO

Entendendo o pH

Potencial hidrogeniônico pH = - log [H+]

Potencial hidroxiliônico pOH - log [OH-]

Relação entre pH e pOH pH + pOH = 14


Fonte: Elaborada pelo autor (2022).

#PraTodosVerem: o potencial hidrogeniônico (pH) é verificado pela concentração de H+ , e o


potencial hidroxiliônico, pela concentração de íons OH-, além de sua relação.

O pH pode ser influenciado por diversas razões: características da rocha de


formação do solo, presença de matéria orgânica, regime pluvial, manejo e
práticas agrícolas, entre outros.
É essencial compreender a origem da acidez presente nos solos ácidos, pois
isso facilita a identificação da acidez presente e, assim, torna-se possível reali-
zar a calagem de forma correta.

Para uma boa introdução do tema, clique no link


e assista ao vídeo sobre o pH e como ele pode
influenciar a produção agrícola Acesse: https://
www.youtube.com/watch?v=77zOeQwuNtg.

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3.1.1 SOLOS ÁCIDOS


Como já relatado, o pH determina a acidez do solo. Os solos ácidos são aque-
les que possuem alta concentração de íons livres de hidrogênio (H+) em sua
solução aquosa e apresentam o valor de pH inferior a 7,0 (Quadro 1).

QUADRO 1 – CATEGORIAS DA ACIDEZ E DA ALCALINIDADE, SEGUNDO O


PH DO SOLO

Valor de pH Categoria
Abaixo de 4,5 Extremamente Ácido
4,6 — 5,0 Ácido — Muito Forte
5,1 — 5,5 Ácido — Forte
5,6 — 6,0 Ácido — Médio
6,1 — 6,5 Ácido — Fraco

6,6 — 6,9 Ácido — Muito Fraco


7,0 (107) Neutro
7,1 — 7,5 Alcalino — Muito Fraco
7,6 — 8,0 Alcalino — Fraco
8,1 — 8,5 Alcalino — Médio
8,6 — 9,0 Alcalino — Forte
9,1 — 9,5 Alcalino — Muito Forte
Acima de 9,5 Extremamente Alcalino
Fonte: Adaptado de Osman, (2013, p. 107).
#PraTodosVerem: quadro com os valores de pH e as categorias de acidez e alcalinidade do
solo para cada valor referente.

Que tal entender, na prática, como ocorre a


determinação do pH do solo?

A seguir, você terá acesso a um material com


atividades que possibilitam determinar o pH do
solo. Acesse o link e amplie o seu conhecimento!
http://www.escola.agrarias.uf pr.br/arquivospdf/
experimentotecasolos7.pdf

Lembre-se: faça as atividades acompanhado de


alguém responsável, caso você seja menor de idade.

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FERTILIDADE DO SOLO

É importante saber quais fatores são responsáveis por originar os solos ácidos.
O primeiro deles está associado ao seu material de origem e aos processos de
intemperismo que atuaram sobre ele, como o clima, a vegetação e a topo-
grafia. Esses processos auxiliam a redução do pH (aumento da acidez), com o
passar do tempo (BRANDÃO et al., 2021).
No entanto, é muito comum a acidificação do solo ser acelerada por ativida-
des agrícolas, como a aplicação de fertilizantes. Esse modo de acidificação já
se tornou uma preocupação para o manejo sustentável dos sistemas agro-
nômicos e florestais, pois atinge cerca de 30% dos solos do planeta (STRAWN;
BOHN; O’CONNOR, 2015).
Esse tipo de acidificação ocorre em razão da alta exploração do solo por cultu-
ras de alta produtividade, as quais exigem o emprego de quantidades eleva-
das de fertilizantes, responsáveis pela alteração de outros atributos químicos
do solo. Conforme a composição desse elemento, são responsáveis pela re-
dução da capacidade de troca catiônica e da quantidade de bases trocáveis,
além de favorecer o aumento do teor de alumínio trocável (MELEM JÚNIOR;
MAZA, 2002; MERTEN; MARTEL; RICHART, 2019).

Acidez ativa

Medida da acidez ou basicidade relativa do solo. Determina a


solubilidade de muitas substâncias e fornece o ambiente de solução
do solo(BRANDÃO et al., 2021).

Acidez trocável

Responsável pela capacidade imediata de tamponamento do solo e


auxilia na determinação da quantidade de calcário necessária para o
aumento do pH (OSMAN, 2013).

Acidez residual

Explica o comportamento geral ácido-base do solo, como alterações


na acidez do solo, e pode ser considerada nos cálculos das taxas de
correção do solo (BRANDÃO et al., 2021).

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FERTILIDADE DO SOLO

Há, ainda, a acidez potencial, estimada pela soma


da acidez trocável com a acidez não trocável
(residual). O produtor deve buscar corrigir a maioria
da acidez potencial, isto é, a acidez trocável, uma
vez que é a mais prejudicial ao crescimento e ao
desenvolvimento da maioria das plantas.

A acidificação dos solos afeta o crescimento e o desenvolvimento das plan-


tas, pois a quantidade de nutrientes e de compostos químicos presentes na
solução do solo são diretamente afetados pelo pH; quando este apresenta
baixo valor, atuará em outras propriedades do solo, simultaneamente, como a
toxicidade de determinados elementos e a atividade microbiana ativa no solo.

3.1.2 CALAGEM
Como prática de manejo para ajustar o pH do solo, isto é, corrigir a acidez e
manter o solo com condições adequadas para o cultivo, utiliza-se o procedi-
mento conhecido como calagem. A calagem é realizada no decorrer da pre-
paração do solo para a realização de um cultivo agrícola, por meio da adição
de materiais alcalinos que neutralizam a acidez do solo (OSMAN, 2013).

FIGURA 2 – REALIZAÇÃO DA CALAGEM, NA PREPARAÇÃO DO SOLO PARA CULTIVO,


PARA CORREÇÃO DA ACIDEZ DO SOLO

Fonte: Trani et al. (2013, p. 18).

#PraTodosVerem: trator realizando a calagem no solo para corrigir a acidez antes de realizar
o cultivo.

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Para esse procedimento, utiliza-se como material de neutralização, na maio-


ria das vezes, carbonatos e bicarbonatos, e, às vezes, óxidos e hidróxidos de
cálcio e magnésio (OSMAN, 2013). Em razão do baixo custo e da facilidade de
aquisição e manuseio, os carbonatos são considerados os materiais calcários
mais utilizados (BRANDÃO et al., 2021).

Para obter o calcário, é realizada a moagem da rocha


calcária, constituída por carbonato de cálcio (CaCO3)
e/ou carbonato de magnésio (MgCO3). Dessa
forma, torna-se habitual, nos calcários utilizados no
manejo agrícola, a presença dos elementos cálcio e
magnésio.

De acordo com Strawn, Bohn e O’Connor (2015), em


certas situações, como no caso de solos que exibem
certa deficiência em cálcio, ocorre a indicação do
uso de calcita, pois esse elemento apresenta maior
concentração de carbonato de cálcio. Já em outra
situação, quando o solo também possui deficiência
de magnésio, além da de cálcio, opta-se pelo uso
da domilita, pois ela apresenta altas concentrações
de cálcio e magnésio. Contudo, a domilita tem um
custo mais elevado.

Em alguns solos que sofreram alto grau de intemperização, a quantidade de


calcário, mesmo que pequena, pode ser suficientes para exibir melhorias no
crescimento das plantas, muito mais em virtude da nutrição aprimorada de
cálcio ou magnésio do que somente pela mudança no pH (MAGDOFF; WEIL,
2004; OSMAN, 2013).

Para o conhecimento mais aprofundado da


temática, confira a Unidade B de Fertilidade do solo
e nutrição de plantas, disponível neste link.

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3.1.3 GESSAGEM
Uma prática de manejo muito utilizada nas camadas subsuperficiais no solo
é a gessagem, que consiste na aplicação de gesso agrícola (CaSO4.2H2O) no
solo, obtido por resíduos da produção de fertilizantes oriundos de rochas fos-
fatadas. Contudo, a gessagem não pode ser confundida com a calagem, uma
vez que apresentam objetivos diferentes.

QUADRO 2 – PRINCIPAIS DIFERENÇAS DO USO DA CALAGEM E GESSA-


GEM

Calagem Gessagem

CaCO3.MgCO3 originado de rocha CaSO4.2H2O originado de rocha fosfatada


calcária

Neutraliza a acidez Não neutraliza a acidez

Atua somente na camada superficial Atua em várias camadas subsuperficiais (20-


(0-20 cm) 40, 40-60, 60-80 cm)

É indicada para solos com elevada É indicada para solos com elevado teor
acidez em superfície de Al3+ e/ou baixos teores de Ca e Mg em
profundidade

Neutraliza a acidez e aumenta a CTC Diminui a saturação de Al em profundidade,


e a disponibilidade dos nutrientes em melhora o ambiente radicular abaixo dos
superfície primeiros 20 cm, aumenta a absorção de água
e nutrientes nas camadas subsuperficiais

Fonte: Adaptado de Brandão et al., (2021, p. 249).

#PraTodosVerem: quadro comparativo das características das práticas de manejo para o


solo: calagem e gessagem.

Conforme o quadro apresentado, somente a calagem promove a neutraliza-


ção da acidez do solo. Contudo, a gessagem mostra-se eficiente para a produ-
tividade agrícola. O gesso utilizado é uma excelente fonte de Ca e S, além de
reduzir a saturação de alumínio presente no solo, propiciando melhor absor-
ção de água e nutrientes pelo ambiente radicular das plantas.
É importante destacar que a gessagem só deve ser utilizada quando real-
mente for necessária. O uso inadequado desta prática pode auxiliar a perda
das bases (cátions) por lixiviação, reduzindo a capacidade de alcance destas
bases para as raízes das plantas. Deve-se tomar muito cuidado com essa situ-
ação, principalmente, nos solos arenosos.

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FERTILIDADE DO SOLO

De acordo com Brandão et al. (2021), o gesso não


necessita de incorporação, apenas que seja aplicada
a dose necessária sobre o terreno, completamente.
Recomenda-se a aplicação, no mínimo, após
três meses de ter sido realizada a calagem. É
importante que a calagem tenha sido feita, pois,
com a neutralização do pH, ela reduz a chance de
que ocorra a lixiviação dos elementos, reduzindo,
assim, o gasto de produção, a partir do incremento
de produtividade.

3.2 O QUE É MATÉRIA ORGÂNICA?


A fertilidade é totalmente influenciada pelo teor de matéria orgânica existen-
te no solo. Esse teor é gerado como resultado do metabolismo dos organis-
mos vivos ou de sua própria decomposição (realizada por micro-organismos).
Assim, a matéria orgânica, na verdade, é o agrupamento dos organismos vi-
vos e do material que está sofrendo decomposição, ou seja, a flora e a fauna
existentes no solo, assim como a degradação de restos animais e das folhas e
raízes das plantas mortas.

FIGURA 3 – ORIGEM DA MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO

Fonte: Wikimedia Commons.

#PraTodosVerem: ilustração dos restos orgânicos que se transformarão em matéria


orgânica e darão origem ao húmus.

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FERTILIDADE DO SOLO

A quantidade de matéria orgânica presente no solo sofre variação conforme


o intervalo de tempo. Isso ocorre devido ao fator de transformação rápida dos
restos orgânicos pela ação da temperatura elevada e pela alta incidência de
chuvas ( SILVA, 2015). Origina-se, a partir daí, um material rico em nutrientes e
que possui uma elevada densidade de cargas negativas, as quais favorecem
a permanência dos nutrientes catiônicos presentes no solo (SANTOS; SILVA,
2010). Esse material orgânico sofre dois processos: a humificação, que origi-
nará o húmus, e a mineralização, que é um processo biológico essencial, res-
ponsável pelo fornecimento de nutrientes considerados importantes (macro
e micronutrientes) para o crescimento das plantas (BARROS, 2020).

3.2.1 IMPORTÂNCIA
Como já citado, a matéria orgânica é a principal influência para a fertilida-
de do solo, no entanto, há outros fatores que demonstram uma importância
maior sobre a matéria orgânica (Quadro 3). Nota-se que a matéria orgânica
vai desde a estruturação do solo, passando pelo aumento da biota edáfica até
a disponibilização de nutrientes, por meio da mineralização do material orgâ-
nico pelos micro-organismos (BARROS, 2020).

QUADRO 3 – PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA PRESENÇA DE MATÉRIA


ORGÂNICA NO SOLO

Benefícios da matéria orgânica


É uma fonte completa de nutrientes para as Contribui para a Capacidade de Troca de
plantas e os organismos Cátions (CTC) do solo
Aumento do transporte e, por consequência, Redução da toxicidade de alumínio e
da disponibilidade de micronutrientes metais pesados; logo, pode substituir,
catiônicos temporariamente, a função do calcário
Redução das perdas por lixiviação Estabilização do pH do solo, reduzindo a
acidez presente.
Modifica a ação de pesticidas no solo e altera Solo com maior capacidade de retenção
efeitos alelopáticos de água
Redução dos problemas com salinidade Melhoria na estruturação do solo: aeração
e permeabilidade
Redução da erosão do solo pelo impacto da Maior estabilidade da temperatura do
chuva solo

Fonte: Adaptado de Neto et al. (2001, p. 230).

PraTodosVerem: quadro com a listagem dos benefícios da matéria orgânica na composição


do solo.

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Nos solos brasileiros, a Matéria Orgânica do Solo (MOS) é essencial, pois os solos
tropicais se apresentam com elevado estado evolutivo e com baixa fertilidade.
Assim, a MOS é responsável por fornecer quantidade gradativa e importante
de nutrientes à nutrição mineral de plantas. Além disso, a MOS contribui com a
conservação do solo e da água, tendo em vista que solos com alto teor de ma-
téria orgânica apresentam estruturas com maior grau de desagregação; logo,
evita os efeitos erosivos no solo e, por consequência, garante a conservação do
solo e da qualidade das águas nos grandes aquíferos (LUCENA et al., 2019).
A matéria orgânica mostra-se, ainda, uma fonte fundamental para a manu-
tenção e a qualidade da vida no solo, visto que os processos bioquímicos ocor-
rem devido à biologia e à diversidade microbiana do solo, demonstrando um
papel importante nos sistemas de produção.

MOS Alta

Geralmente, relacionada com o encharcamento do solo, auxiliando o


retardamento da transformação dos restos orgânicos presentes.

MOS Média

Solos que apresentam teor moderado são os mais adequados para a


produção agrícola e que, geralmente, possuem bons teores de argila
e areia.

MOS Baixa

Baixa presença de matéria orgânica demonstra baixa atividade


microbiológica do solo, exigindo aplicações de adubação orgânica para
enriquecer a microbiota local.

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FERTILIDADE DO SOLO

3.2.2 ADUBAÇÃO ORGÂNICA


Além da utilização dos nutrientes providos dos adubos orgânicos, estes po-
dem ser reciclados no próprio sistema de produção, tornando o sistema mais
sustentável e reduzindo a poluição ambiental.
As propriedades praticam a pecuária, em criações como aves, suínos e bovi-
nos, acabam gerando uma elevada quantidade de resíduos orgânicos de alto
valor nutritivo (Figura 4), que, aplicados de forma correta, permitem o menor
uso de fertilizantes minerais e a redução do impacto ambiental. Além disso,
dependendo da quantidade aplicada, os resíduos orgânicos permitem me-
lhorias na estrutura do solo: aeração e permeabilidade.

FIGURA 4 – SUBSTRATO COM ESTERCO BOVINO MISTURADO

Fonte: Loureiro et al., (2007 p. 4).

#PraTodosVerem: ilustração da mistura de um substrato com o esterco bovino.

Contudo, salienta-se que, devido à baixa concentração de nutrientes presen-


tes nos resíduos orgânicos, o volume aplicado de resíduos deverá ser maior,
quando comparado ao uso de fertilizantes minerais, a fim de que a quantida-
de de nutrientes seja suprida pela planta.
Ressalta-se que é fundamental aplicar, racionalmente, o material orgânico, as-
sim como qualquer outro tipo de fertilizante, ou seja, utilizar somente o neces-
sário para atender à demanda de nutrientes das culturas utilizadas. O excesso
de material acarreta, em alguns casos, a toxicidez de algum elemento químico
presente, além de poder ocasionar a contaminação de recursos hídricos.

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FERTILIDADE DO SOLO

Entre os materiais utilizados, destacam-se, como já


relatado no decorrer da Unidade, resíduos orgânicos
oriundos da produção da pecuária. Um material que
demonstra fácil acesso e baixo teor de umidade é a
cama de frango de corte. Por apresentar baixo teor
de umidade, facilita a aplicação no solo, exigindo
menos mão de obra e equipamentos. No entanto,
esse recurso não pode ser usado com a aplicação
de dejetos suínos e bovinos. Não somente os
resíduos da produção animal podem ser utilizados
nesse processo; os resíduos das agroindústrias que
processam os seus derivados: curtumes, abatedouros
e indústrias de processamento de alimentos também
são empregados como fontes de adubo orgânico.
Lembrando, sempre, que devemos obedecer às
normas vigentes, tendo o cuidado de preservar
a qualidade do solo e evitar a contaminação dos
recursos hídricos (SANTOS; SILVA, 2010).

Esterco bovino e equino

São os mais ricos em fibras. Ajudam a desenvolver organismos que são


antagonistas de fungos causadores de doenças de solo (WEINÄRTNER
et al., 2006).

Esterco suíno

Este material é caracterizado pela boa quantidade de nitrogênio (N)


e de zinco (Zn). Sua composição varia conforme a criação do animal
(WEINÄRTNER et al., 2006).

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FERTILIDADE DO SOLO

Esterco de aves

Muito rico em nitrogênio, geralmente, é aplicado junto com a


maravalha (cama), que é usada para acomodar frangos em aviários
(WEINÄRTNER et al., 2006).

3.2.3 ÉPOCA E FORMA DE APLICAÇÃO


Para obter o maior rendimento do uso de materiais orgânicos para a fertili-
zação do solo, deve-se compreender o melhor momento de realizá-la. Assim,
a aplicação da adubação orgânica é feita antes da semeadura ou do plantio,
para maximizar o uso dos nutrientes e reduzir as perdas por escoamento su-
perficial e lixiviação de nitrato.

FIGURA 5 – PREPARO DO SOLO PARA PLANTIO (A) COM A APLICAÇÃO DE ADUBO


ORGÂNICO POSTERIORMENTE (B)

Fonte: Trani et al. (2013, p. 13).

#PraTodosVerem: ilustração da abertura de sulcos para aplicar o adubo orgânico,


preparando-o para o futuro cultivo.

Devido à volatilização da amônia, é necessário adotar medidas que reduzam


a perda de nitrogênio; logo, recomenda-se de que a aplicação da fertilização
seja realizada em dias de temperaturas mais baixas ou antes da chuva ou da
irrigação.
Ressalta-se que, em sistemas de produção com a utilização de rotação de
culturas, o adubo orgânico deve ter sua aplicação no cultivo de cereais (gra-
míneas) com o plantio de leguminosas em sucessão, pois, dessa forma, ocorre
o aproveitamento do efeito residual do nitrogênio presente da adubação.

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É importante estar atento aos cuidados com o


uso da adubação orgânica a longo prazo. Sabe-
se que o uso contínuo do material orgânico
auxilia a melhoria das propriedades físicas do solo
(porosidade e capacidade da retenção de água),
assim como aprimora alguns atributos químicos
(teor de matéria orgânica e fósforo - P, capacidade
de troca de cátions. No entanto, o uso demasiado
deste material poderá promover os mesmos
efeitos causados quando se utilizam os fertilizantes
minerais em excesso, principalmente, os problemas
derivados da lixiviação de nitrato e do transporte de
fósforo para recursos hídricos.

CONCLUSÃO

Esta unidade teve como objetivo a abordagem dos conceitos relacionados a


componentes químicos presentes no solo: acidez e teor de matéria orgâni-
ca. Foi identificado que a acidez interfere diretamente na disponibilidade de
nutrientes e, por isso, a importância de corrigi-la antes de se realizar o plantio
de alguma cultura. Como método de correção, utiliza-se a calagem, que con-
siste na aplicação de calcário; e, como medida complementar, para suprir a
necessidade de enxofre (S) e reduzir os níveis de alumínio presente no solo,
utiliza-se a gessagem.
Adiante, aprendemos sobre o teor de matéria orgânica e sua importância para
a estrutura e a composição do solo, assim como o seu papel fundamental para
a nutrição da produção vegetal. Além disso, aprofundamos o entendimento
sobre a adubação orgânica e o modo como aplicá-la no decorrer da produção.
Chegamos ao final de nosso estudo! Esperamos que tenha compreendido o
assunto e que tenha ficado clara a importância deste tema para obter suces-
so na produção.

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FERTILIDADE DO SOLO

UNIDADE 4

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Compreender a atuação,


a disponibilidade e a
aplicação do nitrogênio na
fertilidade do solo;
> Compreender a atuação,
a disponibilidade e a
aplicação do fósforo e do
potássio na fertilidade do
solo.

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4 ADUBAÇÃO NPK

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade abordará os três principais macronutrientes exigidos pelas es-
pécies vegetais: o nitrogênio (N), o fósforo (P) e o potássio (K). De forma geral,
macronutrientes são os elementos demandados, em maiores quantidades,
pela maioria das culturas agrícolas de importância econômica. Diante disso,
você vai aprender sobre as formas, nas quais esses elementos se encontram
no solo e quais as formas que são absorvidas pelas plantas. Você vai compre-
ender quais as transformações químicas que esses elementos sofrem no solo
e, como isso, norteiam a sua disponibilidade no solo. Além disso, veremos que
as faixas de disponibilidade dos nutrientes são norteadas por manuais e pela
análise química do solo.
Sendo assim, ao final do estudo, você entenderá mais sobre os elementos
Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K) (NPK) e sobre as premissas básicas
de disponibilidade deles, a partir de seus ciclos, e como proceder para deter-
minar a dosagem correta dos fertilizantes externos, visando a uma produção
economicamente favorável e ambientalmente correta.

Antes de iniciarmos, é importante frisar que a


adubação tem como objetivo complementar a
quantidade do nutriente que o solo já apresenta.

Sendo assim, como critério norteador, devemos sempre considerar o nível crí-
tico do nutriente (Figura 1).

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FIGURA 1 – DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTE NO SOLO CONSIDERANDO O NÍVEL CRÍTICO

Adubação
Adubação de correção Adubação de manutenção de reposição
(SOLO e planta) (solo e PLANTA) (PLANTA)
100

80
Rendimento relativo - %

60
Faixa adequada

40
C M R
20
Nível crítico

Muito Baixo Médio Alto Muito alto


baixo
Teor de nutriente no solo
Fonte: Kapper et al. (2016, p.3).

#PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração de um gráfico da relação entre o


rendimento da cultura e o teor do nutriente, a partir do nível crítico.

Esse conhecimento contribui para as tomadas de decisão, visando aos me-


lhores aspectos técnicos, ambientais e econômicos da adubação.

4.1 NITROGÊNIO
É o nutriente mais limitante, porque é altamente demandado pela grande
maioria das culturas, mas apresenta alta suscetibilidade a perdas. Por isso, a
importância de entendermos o ciclo desse elemento no solo e suas transfor-
mações (IPNI, 1998; CANTARELLA, 2007; PREZOTTI; GUARÇONI, 2013).

4.1.1 CICLO E FORMAS DO NITROGÊNIO


O ciclo do N é o mais importante do ponto de vista agrícola, pois, apesar da abun-
dância atmosférica desse elemento, o N2 não pode ser utilizado pelas plantas,
pela ligação tripla da molécula, que a torna inerte. Para a quebra dessa ligação,
são necessárias aplicações substanciais de energia (Figura 2) (VIEIRA, 2017).

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FIGURA 2 – CICLO DO NITROGÊNIO NO SOLO

Fonte: Gomes (2000 apud VIEIRA, 2017, p. 9).

#PraTodosVerem: a imagem representa a lustração de um esquema do ciclo do nitrogênio


com as setas indicativas de entradas e saídas.

No entanto, a maior parte do N do solo vem da atmosfera (N2), por deposições


atmosféricas (i.e. por meio de relâmpagos capazes de romper a tripla ligação
de N2), depositando formas combinadas de N, tais como o NH4+, NO3- e NO2-.
Nesse sentido, o gás nitrogênio sofre a oxidação e é carreado para o solo, a
partir de chuva e/ou ventos ou poeira. Esse gás nitrogênio pode ser, ainda,
incorporado ao solo, a partir da fixação industrial ou até mesmo pela queima
de combustíveis fósseis (CANTARELLA, 2007; VIEIRA, 2017).
Além das entradas atmosféricas, há também a entrada de N pela Fixação Bio-
lógica de Nitrogênio (FBN), que pode ser simbiótica, ou não, promovida por
bactérias (de vida livre, Azotobacter, Beijerinckia e cianobactérias; ou simbi-
óticas, como as do gênero Rhizobium), formadoras de nódulos em raízes de
leguminosas (Figura 3) (BATISTA et al., 2018).

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FIGURA 3 – NÓDULOS FORMADOS PELAS BACTÉRIAS FIXADORAS DE NITROGÊNIO

Fonte: Emprapa (2016, p. 1).

#PraTodosVerem: a imagem representa a foto, em escala macro, dos nódulos produzidos


pelas bactérias fixadoras em raízes de soja.

Em linhas gerais, nesse processo de FBN, o N2 é transformado em NH3. Em


algumas culturas agronômicas, como a soja, não há necessidade de aplica-
ção de nitrogênio via adubação, pois essa cultura apresenta associação com
bactérias que são capazes de fixar o nitrogênio atmosférico, convertendo-o
em formas assimiláveis e absorvíveis (CANTARELLA, 2007; VIEIRA, 2017; BA-
TISTA et al., 2018).

Para saber mais sobre FBN, clique aqui.

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Diferentemente dos demais nutrientes, o N não é fornecido pelas rochas de


origem e está presente no solo, predominantemente, na sua forma orgânica
(aproximadamente 95% do N total). As formas orgânicas do N são, por exem-
plo, os aminoácidos, os açúcares e os ácidos nucléicos, encontrados principal-
mente na camada arável. No entanto, apesar da grande quantidade no solo,
ele não está diretamente disponível para as plantas. Para que seja absorvido,
essas formas orgânicas devem ser transformadas nas formas inorgânicas ou
minerais (NH4+, NO3- e NO2-), por meio dos processos de transformação que
veremos mais adiante (FERNANDES, 2006; CANTARELLA et al., 2007).

4.1.2 TRANSFORMAÇÕES DO NITROGÊNIO


As principais formas de N presentes no solo não se encontram nas formas
prontamente disponíveis para as plantas. Com isso, algumas transformações
são necessárias, como veremos em detalhes a seguir.

MINERALIZAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
A mineralização consiste no processo em que o N orgânico é convertido a N
inorgânico. Esse processo se deve à ação de micro-organismos específicos, que
utilizam o carbono orgânico do solo como fonte de energia. O inverso tam-
bém pode ocorrer, na transformação denominada como imobilização (Figura
4). Tanto a mineralização quanto a imobilização ocorrem de forma simultânea
no solo. Vários grupos de micro-organismos atuam nesse processo, de ambos
os lados (IPNI, 1998; CANTARELLA, 2007; GOMES, 2008; VIEIRA, 2017).

FIGURA 4 – SEQUÊNCIA ESQUEMÁTICA DAS TRANSFORMAÇÕES DE MINERALIZAÇÃO E


IMOBILIZAÇÃO DO NITROGÊNIO

Depósito de N Mineralização Depósito de N


orgânico inorgânico
(proteínas etc.) NH4+, NO3-
Imobilização

Fonte: IPNI (1998, p.41).

#PraTodosVerem: a imagem representa uma ilustração, em que, à esquerda, há a indicação


do N orgânico; e, à direita, o N inorgânico. Há uma seta escrita ‘mineralização’ no sentido
orgânico para inorgânico e uma seta sentido inorgânico para orgânico escrita imobilização.

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Na mineralização, um dos estágios do processo consiste na decomposição dos


compostos orgânicos, liberando as aminas e os aminoácidos. Essa é conside-
rada a primeira etapa, conhecida como aminação. Tanto as aminas quanto
os aminoácidos são utilizados pelos micro-organismos heterotróficos do solo.
Nesse processo, há liberação de íons amônios na segunda fase do processo,
denominada como amonificação (IPNI, 1998; CANTARELLA, 2007, VIEIRA, 2017).
Em condições de pH mais baixo, variando entre 5,5-6,5, praticamente toda a
amônia presente no solo é convertida em íons amônio, que é uma das formas
prontamente disponível para absorção pelas plantas (CANTARELLA, 2007).
Sendo assim, fica clara a importância da manutenção da faixa de pH ideal
para a adubação com compostos nitrogenados.
No entanto, os micro-organismos que realizam a decomposição da matéria
orgânica do solo também utilizam o N. Nesse cenário, dependendo do ma-
terial orgânico a ser decomposto, os micro-organismos irão utilizar os íons de
NH4+ e NO3- disponíveis na solução. Com isso, o N, antes, disponível para as
plantas, passa a ficar imobilizado pela biomassa microbiana (Figura 5) (GO-
MES, 2008; VIEIRA, 2017).

FIGURA 5 – ESQUEMA DO PROCESSO DE MINERALIZAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO,


DEMONSTRANDO A PARTICIPAÇÃO DOS MICRORGANISMOS HETEROTRÓFICOS
(BIOMASSA MICROBIANA) NO PROCESSO

Moléculas orgânicas
Absorção de
pequenas e solúveis
N orgânico

Mineralização do N
Absorção de NH4+

Biomassa
NH4+
microbiana

Liberação do
excesso de NH4+
Nitrificação

Absorção de NO2-
NO2-

Fonte: Vieira (2017, p. 12).

#PraTodosVerem: a imagem representa uma ilustração esquemática com setas


direcionadas, indicando as transformações do nitrogênio do solo e as etapas nas quais há
participação dos micro-organismos.

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NITRIFICAÇÃO E DESNITRIFICAÇÃO
Os íons amônio produzidos pela mineralização ou que são adicionados ao solo
pela fertilização nitrogenada podem ter diferentes rotas no solo, a saber: (1)
podem ser absorvidos prontamente pelas plantas; (2) podem ser imobilizados
pelos micro-organismos, no processo de imobilização; (3) podem ficar fixados
nos minerais de argila (do tipo 2:1), ficando adsorvidos e, consequentemente,
não disponíveis; ou (4) podem ser transformados para a forma nítrica do N, no
processo denominado como nitrificação (CANTARELLA, 2007; GOMES, 2008).
No geral, a transformação do íon amônio em nitrato ocorre em duas fases,
que são mediadas por bactérias do gênero nitrosomonas e nitrobacter, obri-
gatoriamente aeróbicas. Na primeira fase, as nitrosomonas promovem a oxi-
dação do amônio (NH4+) para nitrito (NO2-). Na segunda fase, o nitrito é rapi-
damente oxidado em nitrato (NO3-) pela ação das nitrobacter (Figura 6) (IPNI,
1998; VIEIRA, 2017).

FIGURA 6 – REAÇÕES QUÍMICAS DA NITRIFICAÇÃO

Nitrificação

2 NH4+ 3 O2 Bactéria 2 NO3- 8 H+


+ +
Amônio Oxigênio nitrificadora Nitrato Hidrogênio
Fonte: IPNI (1998, p. 42).

#PraTodosVerem: a imagem representa uma ilustração em esquema das reações químicas


da transformação do íon amônio em nitrato pelas bactérias nitrificadoras.

Perceba que, no processo de transformação, há


liberação de íons H+. Sendo assim, essa reação
promove alteração na acidez do solo.

Assim como os íons amônio, os íons de NO3- podem seguir diferentes rotas no
solo, como: (1) serem absorvidos pelos micro-organismos; (2) serem perdidos
pelo processo de lixiviação; ou (3) serem perdidos pelo processo de volatiliza-

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ção, que ocorre em decorrência da atividade microbiológica, no processo de


transformação denominado como desnitrificação (IPNI, 1998; CANTARELLA,
2007; VIEIRA, 2017).
Ao contrário da nitrificação, a desnitrificação ocorre sob anaerobiose, ou seja,
na ausência de oxigênio. Com isso, esse processo ocorre, predominantemen-
te, em solos mal drenados ou que apresentam irrigação excessiva. Além disso,
a compactação do solo também influencia na desnitrificação, visto que altera
a aeração do solo. Diante disso, fica claro que o manejo inadequado está di-
retamente relacionado às taxas de perdas de N nos solos agrícolas (IPNI, 1998;
CANTARELLA, 2007; GOMES, 2008).

4.1.3 DEFINIÇÃO DA QUANTIDADE DE NITROGÊNIO


Como vimos nos tópicos anteriores, o N prontamente disponível para as plan-
tas corresponde ao N mineral, que é transformado a partir do N orgânico, por
reações químicas mediadas por micro-organismos. Essas reações que ocor-
rem no solo são muito rápidas e dinâmicas e, por isso, a análise química de
disponibilidade de N, a partir da amostragem do solo, para fins de determi-
nação do teor real, é impossibilitada pelos meios analíticos conhecidos (CAN-
TARELLA, 2007).

Amostragem do solo

Consiste em uma etapa fundamental, pois precisa ser bem realizada,


visando a representar a área amostrada. No geral, existem etapas a
serem seguidas, sendo as principais: separar a área (topografia, tipo
de solo, cultura), coletar um número significativo de amostras simples,
visando a montar uma composta e realizar a coleta em zig-zag.

Análise do solo

Após a amostragem, as amostras são levadas a laboratórios, para


que as análises químicas sejam realizadas, indicando o teor real dos
nutrientes.

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No geral, a amostragem e a posterior análise química do solo consistem nas


etapas mais importantes do processo de recomendação da quantidade do
nutriente que precisa ser aplicada via fertilizantes. Se a quantidade for subes-
timada ou superestimada, pode gerar inúmeros problemas, como desequilí-
brios ambientais, além de gastos desnecessários para o produtor rural (CAN-
TARELLA, 2007; CERETTA, 2007; FINKLER et al., 2018).
No entanto, para o N, não é possível a verificação da disponibilidade pela aná-
lise de solo. Para esse nutriente, a determinação da quantidade é baseada, ba-
sicamente, na expectativa de produtividade e na quantidade do nutriente que
é extraída pela colheita e/ou pelo teor de matéria orgânica no solo. A diretriz a
ser seguida varia de acordo com o manual de recomendação de adubação que
será seguido, a depender da região na qual a lavoura está inserida (RIBEIRO et
al., 1999; CANTARUTTI et al, 2007; PREZOTTI et al., 2007; CQFS – RS/SC, 2016).
No caso do estado do Espírito Santo, por exemplo, o Manual de Recomenda-
ção de Calagem e Adubação indica a adubação a partir da produtividade es-
perada. No manual, é possível verificar as quantidades de N indicadas para as
principais culturas agrícolas de interesse econômico, além da indicação das
formas de aplicação do fertilizante (Quadro 1) (PREZOTTI et al., 2007).

O manual de recomendação do Espirito Santo


está disponível na biblioteca do Instituto Capixaba
de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural
do Espírito Santo (INCAPER). Acesse o material
clicando aqui.

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QUADRO 1 – EXEMPLOS DE TABELA DE RECOMENDAÇÃO DA QUANTIDA-


DE DE NITROGÊNIO A SER APLICADO NO CAFÉ ARÁBICA E NA BANANA.

CAFÉ ARÁBICA BANANA

Produtividade Dose de N Produtividade Dose de N


(sc/ha) (kg/ha/ano) (t/ha) (kg/ha/ano)

20-30 260 <20 120

31-50 320 20-30 190

51-70 380 31-40 270

71-100 450 41-50 350

101-130 520 51-60 430

>130 600 >60 500

Fonte: Adaptado de Prezotti et al. (2007, [n. p.]).

Apesar de os manuais de recomendação


apresentarem títulos regionais, os critérios
analíticos adotados por todos eles seguem análises
de diagnósticos de programas de laboratórios
de qualidade – PEP-Instituto Agronômico (IAC)
e Programa de Desenvolvimento da Indústria de
Fertilizantes (Profer), por exemplo. Isso faz com
que os critérios determinados nos manuais sejam
possíveis de serem seguidos além dos limites
regionais que são sugeridos nos títulos (CANTARUTTI
et al., 2007).

Além da determinação da quantidade de N a partir da consulta aos manuais, a


análise química de parte das plantas também pode ser utilizada como método
de avaliação da necessidade de adubação ou como ferramenta auxiliar no pro-
cesso, a partir do diagnóstico nutricional da cultura (CANTARELLA, 2007).
Quando há deficiência de N, os sintomas são muito característicos, tais
como: crescimento retardado e folhas mais velhas com coloração verde-
-amarelada, (clorose).

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4.2 FÓSFORO E POTÁSSIO


Assim como o N, o P e o K são macronutrientes essenciais para a maioria das
culturas agrícolas e, com isso, merecem atenção na adubação a ser realizada,
visando ao desenvolvimento adequado das culturas e, consequentemente, a
uma boa produtividade (CERETTA et al., 2007).

4.2.1 FÓSFORO
O P é considerado como um dos três nutrientes primários para as plantas,
juntamente com o N e K. No Brasil, esse nutriente é o mais aplicado via ferti-
lização, em grandes quantidades, pois os solos brasileiros apresentam baixa
disponibilidade, além de apresentar forte tendência de adsorção nos minerais
do solo. Em decorrência disso, a fertilização fosfatada tem como peculiarida-
de ser necessária sempre em doses maiores do que as exigidas pelas plantas
(IPNI, 1998; FERNANDES, 2006; ERNANI et al., 2007; BATISTA et al., 2018).

A maior quantidade de P a ser adicionada via


adubação está relacionada à exigência do solo.
Sem dúvidas, trata-se de um dos principais
nutrientes limitadores da produção agrícola
(ERNANI et al., 2007).

Nas espécies vegetais, o P é integrante de várias moléculas e/ou compostos


essenciais, tais como os intermediários de açúcares, fosfolipídeos e fosfopro-
teínas, que são componentes necessários para a integridade das membranas
celulares. Além disso, o P compõe os ácidos nucléicos e desempenha papel
fundamental nas transferências de energia (BATISTA et al., 2018).
Diferentemente do N, o teor de P inorgânico é muito maior no solo do que o
orgânico. Considerando que os solos apresentam pH variando entre 4-9, as
formas de fósforo assimiláveis que predominam no solo são H2PO4- e HPO4-
2, sendo que os teores de cada forma variam dependendo do pH (IPNI, 1998).
No entanto, em qualquer que seja a origem e natureza do solo, a concentra-
ção do P em solução tende a ser extremamente baixa (FERNANDES, 2006;
GOMES et al., 2008).

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De forma geral, a fertilidade do solo com foco na nutrição de plantas reconhe-


ce simplificadamente três frações de P no solo, que são: o P em solução, o P
lábil e o P não lábil (Figura 7) (VILLAR, 2007).

FIGURA 7 – REPRESENTAÇÃO SIMPLIFICADA DAS FORMAS DE P NOS SOLOS

Fonte: Villar (2007, p.115 apud Internacional Superphosphate Manufactures Association,


1978, [n. p.]).

#PraTodosVerem: a imagem representa uma ilustração, demonstrando a relação entre as


frações de fósforo no solo.

O P em solução é aquele disponível para absorção pelas plantas. No geral, os


teores em solução são muito baixos, em decorrência da baixa solubilidade
dos compostos fosfatados no solo e também pela alta capacidade de adsor-
ção do P aos minerais. O fósforo lábil (ou P trocável) está em equilíbrio com o
P da solução do solo. Essa fração pode ser representada por formas estáveis
de compostos fosfatados. Por fim, o P não lábil é representado pela maior par-
te do P inorgânico presente no solo e consiste em compostos mais insolúveis,
que lentamente podem ser transformados em P lábil (VILLAR, 2007).

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Em solos com pH na faixa de 7, as quantidades de


H2PO4- e HPO4-2 são equivalentes. Em solos mais
ácidos (pH menor que 7), a forma predominante é
H2PO4-, sendo essa a condição da maior parte dos
solos brasileiros cultivados.

4.2.2 POTÁSSIO
O K é o segundo macronutriente encontrado em maiores quantidades nas
plantas. E, depois do P, esse elemento é o mais consumido, via fertilização,
pela agricultura nacional. No geral, é absorvido pelas plantas na sua forma
iônica (K+) e sua absorção é totalmente dependente do transporte desse nu-
triente até a rizosfera, que ocorre por difusão ou, em menor proporção, por
fluxo de massa (FERNANDES, 2006; VILLAR, 2007).
Para seguirmos, vamos revisar dois conceitos:

Difusão

O nutriente segue o gradiente de concentração.

Fluxo de massa

O nutriente segue o potencial hídrico.

Diferentemente do N e do P, o K não apresenta funções estruturais nas plan-


tas. No entanto, esse elemento desempenha papel primordial em vários fe-
nômenos fisiológicos, chegando a participar do acionamento de mais de 80
enzimas. Além disso, o K também está diretamente envolvido na regulação
osmótica, ou seja, na regulação de abertura e no fechamento dos estômatos
(IPNI, 1998; FERNANDES, 2006; BATISTA et al., 2018).

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FERTILIDADE DO SOLO

Estômatos são estruturas na epiderme das folhas


das espécies vegetais, que tem como função realizar
as trocas gasosas da planta com o meio ambiente.

No geral, o potássio pode ser separado em quatro compartimentos ou fra-


ções no solo, que são: (1) K estrutural; (2) K trocável; (3) K não trocável e (4) K
solúvel (Figura 8) (IPNI, 1998; VILLAR, 2007; BATISTA et al., 2018).

K estrutural

Consiste no K que faz parte da estrutura dos minerais primários do solo


e, com isso, é considerado como indisponível para as espécies vegetais.
Essa fração só se torna disponível pela ação do intemperismo.

K trocável

Também é chamado de K fixado, consiste no K ligado aos coloides do


solo. Apesar disso, é considerado como um K prontamente disponível
para as plantas.

K não-trocável

Consiste no K que está associado aos minerais secundários do solo e,


com isso, encontra-se lentamente disponível para as plantas.

K solúvel

Consiste no K disponível na solução do solo, prontamente apto para


absorção pelas plantas.

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FERTILIDADE DO SOLO

FIGURA 8 – ESQUEMA ILUSTRATIVO DAS FORMAS DE POTÁSSIO NO SOLO

Fonte: IPNI (1998, p.82).

#PraTodosVerem: a imagem representa uma ilustração com as formas de potássio no solo e


como elas se conectam entre si.

No geral, considera-se o K trocável, apesar de fixado, uma forma disponível


para as espécies vegetais, porque ela consiste na principal fonte de reposição
do K para a solução do solo (BATISTA et al., 2018).

4.2.3 DEFINIÇÃO DA QUANTIDADE DE


FÓSFORO E POTÁSSIO
Para o P e o K, os critérios utilizados como orientadores, que indicam a quan-
tidade de fertilizante a ser utilizado, são determinados nos manuais de reco-
mendação e consideram os resultados obtidos na análise química do solo,
que consiste nos teores reais dos nutrientes. No geral, as classes de disponibi-
lidades são diretamente proporcionais à produtividade da cultura. As classes
“muito baixa”, “baixa” e “média” indicam produtividades de 50%, 50-70% e 70-
80%, respectivamente. Já a classe “alta” índica produtividade acima de 80%
(CANTARUTTI et al., 2007; PREZOTTI et al., 2007; CQFS – RS/SC, 2016).

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FERTILIDADE DO SOLO

Por exemplo, é possível determinar a quantidade de P e K pelo teor de argila e


pelo valor da Capacidade de Troca Catiônica (CTC), pelo pH 7 do solo (Quadro 2
e 3) (CQFS – RS/SC, 2016), assim como pela textura do solo e pelo tipo de cultura
de interesse (perene, anual ou hortaliças) (Quadro 4 e 5) (PREZOTTI et al., 2007).

QUADRO 2 – CLASSES DE DISPONIBILIDADE DE P CONSIDERANDO O


TEOR DE ARGILA DO SOLO

Classe de disponibilidade
Teor
Muito
Baixo Médio Alto Muito alto
baixo

Argila (%) ------------------------------------ mg/dm³ ------------------------------------

≤ 20 ≤ 10 10,1-20 20,1-30 30,1-60 > 60

21-40 ≤6 6,1-12 12,1-18 18,1-36 > 36

41-60 ≤4 4,1-8 8,1-12 12,1-24 > 24

> 60 ≤3 3,1-6 6,1-9 9,1-18 > 18

Fonte: CQFS – RS/SC (2016, p. 94).

QUADRO 3 – CLASSES DE DISPONIBILIDADE DE K CONSIDERANDO


A CTC DO SOLO A PH 7

Muito
CTC pH 7 Baixo Médio Alto Muito alto
baixo
(cmolc/dm³)
----------------------------------- mg/dm³ -----------------------------------

≤ 7,5 ≤ 30 31-60 61-90 91-180 > 180

7,6-15 ≤ 45 46-90 91-135 136-270 > 270

15,1-30 ≤ 60 61-120 121-180 181-360 > 360

> 30 ≤ 70 71-140 141-120 211-420 > 420

Fonte: CQFS – RS/SC (2016, p. 96).

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QUADRO 4 – CLASSES DE DISPONIBILIDADE DE P CONSIDERANDO A


TEXTURA DO SOLO E A CULTURA

Cultura Textura Baixo Médio Alto


Nutriente
---------------------- mg/dm³ ------------------------------

Argilosa <5 5-10 >10

Perene Média <10 10-20 >20

Arenosa <20 20-30 >30

Argilosa <20 20-40 >40

P Anual Média <40 40-60 >60

Arenosa <60 60-80 >80

Argilosa <30 30-60 >60

Hortaliça Média <60 60-100 >100

Arenosa <100 100-150 >150

Fonte: Prezotti et al. (2007, p. 15).

QUADRO 5 – CLASSES DE DISPONIBILIDADE DE K CONSIDERANDO


A CULTURA

Nutriente Cultura Baixo Médio Alto

Perene/Anual <60 60-150 >150


K
Hortaliça <80 80-120 >200

Fonte: Prezotti et al. (2007, p. 16).

A definição das doses necessárias é feita a partir da classe de disponibilidade


do nutriente no solo. Determinando qual é a classe, é possível verificar a ne-
cessidade de adubação da cultura de interesse que deseja produzir. É neces-
sário consultar o manual e verificar a indicação (PREZOTTI et al., 2007).
Ou seja, resumindo, no caso do P e do K, o passo a passo da adubação é:

1º Passo

Realizar a amostragem do solo e, posteriormente, a análise química.

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2º Passo

Escolher o manual de recomendação que será utilizado como


referência, considerando a localização da propriedade de interesse.

3º Passo

Verificar o teor de P e K no solo (baixo, médio, alto), a partir da


análise química.

4º Passo

Verificar as tabelas de recomendação para determinação das doses


necessárias, a partir da cultura de interesse.

5º Passo

Verificar a forma de aplicação indicada no manual (a lanço, parcelada etc.)

CONCLUSÃO

Nesta unidade, os objetivos de aprendizagem consistiram na compreensão


da atuação, disponibilidade e aplicação do N, P e K na fertilidade do solo.
Desse modo, vimos sobre o ciclo do N, suas transformações no solo, quais as
suas formas absorvíveis pelas espécies vegetais e como determinar a quanti-
dade desse elemento a ser aplicada ao solo via adubação, visando a atingir a
produtividade esperada da cultura de interesse. Da mesma forma, aprende-
mos para o P e para o K. Como vimos, a diferença principal na determinação
da quantidade de adubação de N, P e K consiste no fato de que o N não consta
na análise química do solo, pois não existem métodos de análise adequados,
devido à rápida dinâmica de transformação do N nos solos. Já o P e o K têm as
suas quantidades determinadas a partir das classes de disponibilidade, que
são facilmente observadas a partir do teor real indicado na análise química de
caracterização do solo. Diante de todo o exposto, fica clara a importância de
realizar a adubação corretamente, seguindo os manuais de recomendação.

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FERTILIDADE DO SOLO

UNIDADE 5

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Compreender a atuação,


a disponibilidade e a
aplicação do cálcio, enxofre
e magnésio na fertilidade
do solo;
> Compreender a atuação,
a disponibilidade
e a aplicação dos
micronutrientes na
fertilidade do solo.

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FERTILIDADE DO SOLO

5 MICRONUTRIENTES E OUTROS
ELEMENTOS

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade, você conhecerá as principais características referente ao uso
de fertilizantes compostos por cálcio (Ca), enxofre (S), magnésio (Mg) e outros
micronutrientes no enriquecimento da fertilidade do solo, visto que são es-
senciais para o desenvolvimento das plantas.
Assim como foi observado, alguns nutrientes se destacam por serem essen-
ciais para o crescimento e desenvolvimento das plantas. Entre esses nutrien-
tes, destacam-se os macronutrientes e micronutrientes. Na classe dos macro-
nutrientes, destaca-se o fósforo (P), nitrogênio (N) e potássio (K), os quais já
foram abordados anteriormente, e o Ca, S e Mg. Também são fundamentais
os micronutrientes, pois, mesmo que em pouca quantidade, ainda são essen-
ciais para o desenvolvimento vegetal, visto que a ausência destes pode gerar
uma deficiência e prejudicar o crescimento da planta.
Desse modo, esta unidade proporcionará uma reflexão sobre a importância
de conhecer esses elementos e a função que desempenham na fertilidade do
solo, assim como a sua influência no desenvolvimento vegetal. Esse conteúdo
está organizado em dois tópicos: ação do Ca, S e Mg, em que você entende-
rá a atuação e importância desses elementos para a nutrição das plantas; e
os micronutrientes, que consiste em apresentar os elementos que, mesmo
em quantidades mínimas, são essenciais para um desenvolvimento sadio das
plantas no cultivo agrícola.

5.1 AÇÃO DO CÁLCIO, ENXOFRE E MAGNÉSIO


Como já mencionado, o Ca, o Mg, com o K, pertencem aos macronutrien-
tes essenciais, sendo considerados como as bases do solo (FINKLER et al.,
2018). No entanto, para uma compreensão melhor da ação desses elemen-
tos, recomenda-se uma melhor compreensão de determinados conceitos já
abordados em unidades anteriores, como capacidade de troca de cátions, pH,
acidez, práticas de calagem e gessagem e disponibilidade de nutrientes. Por
exemplo, no caso do Ca e Mg, o quantitativo desses nutrientes será variável

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conforme o uso de corretivos empregados na neutralização da acidez do solo,


possibilitando, assim, as principais formas desses nutrientes e disponibilizan-
do-os para solução do solo, para ocorrer a absorção pelas plantas.
No caso do S, um dos elementos não metais mais abundantes no meio natu-
ral à sua disposição será conforme a sua forma presente no solo, ou seja, em
sulfatos, sulfetos ou sulfitos. Conforme a molécula presente, maior a facilidade
ou dificuldade da planta em absorver o nutriente.
É essencial compreender a origem e a forma desses nutrientes presentes na
solução do solo, pois, dessa forma, facilita a necessidade de aplicar adubos e
fertilizantes que contenham esses elementos e permite o crescimento e de-
senvolvimento das plantas, possibilitando obter sucesso na produção agrícola.

Como já mencionado, para uma melhor


compreensão da ação dos nutrientes, é necessário
boa compreensão dos conceitos de capacidade de
troca de cátions, pH, acidez, práticas de calagem
e gessagem e disponibilidade de nutrientes. Para
uma explicação, de forma clara e simples, verifique
esse vídeo sobre esses conceitos e a influência
deles na ação dos nutrientes na produção agrícola.
Clique aqui e assista ao vídeo Aula 6 - O que é a CTC,
Cátions, Anions e como os nutrientes são retidos
nos Colóides do Solo?

5.1.1 CÁLCIO
O Ca é fundamental para atividades relacionadas ao metabolismo vegetal.
Entre as funções essenciais, destacam-se o seu papel na formação da parede
celular, a ativação do metabolismo enzimático e a transferência de fosfato
para a fosfolipase, onde é depositado na camada intermediária, fortalecendo
a parede celular.
Sua absorção se dá pelas raízes por meio da forma de Ca+2, onde a maior
concentração desse macronutriente é direcionada para a parede celular da
planta, devido ao seu papel de formação da estrutura (FINKLER et al., 2018).
Mas como ocorre esse processo?

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FERTILIDADE DO SOLO

Primeiramente, deve-se entender como o Ca é disposto no solo. Geralmente,


aproveita-se o momento da realização de calagem e gessagem para neutrali-
zar a acidez e o alumínio (Al) presente no solo, por meio da aplicação de calcá-
rio e gesso. Por apresentar grandes quantidades de cálcio e já ser uma prática
de manejo quase obrigatória em todo cultivo, esses produtos são definidos
como as principais fontes de cálcio no sistema de produção. Contudo, há ou-
tros fertilizantes que podem ser utilizados, conforme exposto no Quadro 1.

QUADRO 1 – LISTA DE FERTILIZANTES UTILIZADOS COMO FONTE DE


CÁLCIO NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA

Lista de Fertilizantes

Cal viva Cal apagada

Calcário calcinado Cinzas

Cloreto de cálcio Escória de aço

Fosfato térmico Nitrato de cálcio

Monoesponpofosfato Superfosfato triplo

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

#PraTodosVerem: a imagem representa um quadro com os principais fertilizantes utilizados


para o fornecimento de cálcio no cultivo.

Lembrando que o Ca oriundo da calagem, atuante como base no solo, per-


mite a redução da acidez e do Al trocável e, desse modo, aumenta a atividade
microbiana e a disponibilidade de outros elementos, como o Mg e molibdê-
nio (Mo). Por consequência, permite o crescimento das raízes, promovendo o
melhor desenvolvimento da planta. Todavia, o Ca, na atuação como nutriente,
além de ser componente da parede celular, também integra atividade nas
funções enzimáticas no decorrer das transferências de fosfato, como ocorre
com as fosfolipases (responsável pela hidrólise das ligações éster nos fosfolipí-
dios) e como ativador enzimático da alfa-amilase e nuclease.
Fica claro que a presença desse elemento é fundamental para um bom desen-
volvimento vegetal, porém, caso não seja suprida a necessidade indicada, a planta
pode indicar sinais de deficiência nutricional. No caso do cálcio (Ca+2), os sintomas
se apresentam em tecidos muito jovens e pequenos, pela razão de seu transporte
não estar presente no floema, pois o Ca possui baixa mobilidade na planta. Essa
deficiência pode atingir a planta em qualquer fase do seu desenvolvimento, inclu-
sive, nos frutos já formados, acarretando perda de produção (Figura 1).

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FERTILIDADE DO SOLO

FIGURA 1 – O PRINCIPAL SINTOMA DA DEFICIÊNCIA EM CÁLCIO NOS FRUTOS:


PODRIDÃO ESTILAR OU FUNDO-PRETO

Fonte: Da Silva et al. (2006 [n. p.]).

#PraTodosVerem: a imagem representa a foto contendo três frutas: a primeira (esquerda)


vermelha com o topo apresentando necrose negra; a segunda fruta, maior que a primeira,
de cor amarelada e com o topo, apresentando mancha um pouco mais escura; e a terceira
fruta de cor verde claro, com o topo levemente escurecido.

Caso queira entender um pouco mais de como o


cálcio pode interferir no resultado da produção, em
situações cotidianas, leia o texto: “Formas orgânicas
e inorgânicas de mobilização do cálcio no solo”.
Para acessá-lo gratuitamente, clique aqui.

5.1.2 ENXOFRE
Assim como os demais macronutrientes, o S possui papel fundamental para
as plantas, visto que funciona em vários processos metabólicos, como a pro-
dução de aminoácidos e a fixação biológica de N.

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Esse elemento torna as plantas dependentes, de tal forma que elas não pos-
sam completar o seu ciclo na ausência do elemento, tornando uma caracte-
rística única. Outra característica que torna o S peça essencial, no metabolis-
mo vegetal, é a sua interação com outros nutrientes, como o N, em que o S
auxilia na digestão do nutriente.
Apesar de o S demonstrar fácil disponibilidade e alta mobilidade no solo, apre-
senta um fluxo bastante reduzido. Existem diferentes modos de o S entrar no
solo, mas a principal forma de absorção do elemento pelas plantas se dá pela
forma de sulfato (SO4-2).
Para que o S esteja em um estado adequado para uso na planta, outros pro-
cessos ocorrem (Figura 2).

FIGURA 2 – CICLO SIMPLIFICADO DO ENXOFRE NO SOLO

S elementar
o
a çã Ox
id ida
Ox çã
ã o o
d uç
Re
Oxidação
H2S SO4-2
(sulfeto) Redução (Sulfato)
ão
Mi z aç
ne r ali
ra ne
liz Mi çã
o

ão S orgânico i l iza 0:1)
ob 20
Im /S >
(C
Fonte: Vitti, Otto e Savieto (2015, p. 5).

#PraTodosVerem: a imagem representa uma ilustração com o ciclo das formas que o
enxofre se apresenta e disponibiliza no solo para a absorção nas plantas.

Mineralização

Depende da relação C:S. É a conversão da forma orgânica de S em


inorgânica. Ocorre quando essa relação fica abaixo de 200:1.

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Imobilização

Depende da relação C:S. Ocorre quando essa relação fica acima de


400:1, pois os micro-organismo presentes no solo não liberam o S
absorvido.

Oxidação e redução

A oxidação é o processo, realizado por bactérias, em que o S muda


para sulfato (SO4-2), tornando-se disponível para a planta; enquanto, na
reduçã,o ocorre o inverso.

Umas das principais formas de disponibilização de S, além do processo bio-


geoquímico, naturalmente, é por meio do uso de fertilizantes minerais. Quan-
do há a necessidade de aplicação de fertilizantes, para que o S esteja dispo-
nível em forma de sulfato, a oxidação deve ocorrer. É necessário que ocorra a
oxidação, pois, quando o elemento se apresenta na forma de sulfato, possui
maior mobilidade e facilita a absorção para a planta.
A aplicação de fertilizantes, nos solos com baixos teores, é para suprir a neces-
sidade da cultura, evitando quedas de produção. Afinal, o nutriente é respon-
sável pela formação de algumas proteínas e pela composição de aminoáci-
dos (FINKLER et al., 2018). Quando não se aplica alguma fonte de S ou não é
suprido a quantia necessária para a planta, são produzidas plantas com defi-
ciência do nutriente.
As condições que promovem a deficiência de S são as mesmas relatadas para
o N, acrescidas de excessivo uso de “adubos concentrados”, normalmente
sem S. Não há necessidade de adubação específica para fornecimento de S
(DA SILVA et al., 2006).
Quando há baixa mobilidade do nutriente, é comum que a planta apresente
folhas pequenas ou colmos muito finos. Outro sintoma comum é a clorose
generalizada (amarelamento) das folhas (Figura 3). É comum, em situações
de deficiência menos severa, que a produtividade e qualidade da produção
seja reduzida, mesmo quando não sejam evidentes os sintomas.

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FIGURA 3 – UM DOS PRINCIPAIS SINTOMAS DA DEFICIÊNCIA EM ENXOFRE NAS


FOLHAS: CLOROSE GENERALIZADA

Fonte: IPNI Canadá (2016, p. 2).

#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de folhas da cultura do trigo exibindo clorose


(em destaque com aproximação) como sintoma de deficiência de enxofre.

Algumas características do solo podem influenciar


na absorção de SO4-2. A característica que possui
mais influência é o pH do solo. De acordo com
Johnson e Lindberg (1992), a adsorção diminui
pelos colóides quando ocorre o aumento do pH
do solo. Segundo os autores, tal fato ocorre devido
à diminuição da quantidade de cargas superficiais
positivas e à desprotonação dos grupos hidroxilas.
Logo, quando se aumenta o pH, por meio da
calagem, há o aumento de SO4-2 na solução do solo,
visto que resultará a menor adsorção desse íon.

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5.1.3 MAGNÉSIO
O magnésio (Mg+2), assim como o S, pode ser encontrado na solução do solo
em mais de uma forma: Mg+2 trocável e não trocável. No entanto, a sua dispo-
nibilidade atua diferentemente do S, pois o Mg se disponibiliza para as plan-
tas quando se integra na solução do solo ou como Mg trocável, ligado fraca-
mente à capacidade de troca catiônica.
O Mg é facilmente aplicado no solo por fertilizantes, principalmente, por cal-
cários magnesianos utilizados para correção da acidez do solo por meio da
calagem. Ao entrar em contato com o solo, o elemento penetra na solução do
solo por meio do Mg trocável. Já os íons de Mg não trocável, presentes na so-
lução, por meio do processo de decomposição da matéria orgânica, auxiliam
os minerais a ficarem com a forma apropriada para absorção das plantas, per-
mitindo, assim, o crescimento delas.
Segundo Finkler et al. (2018), o Mg atua como um otimizador de absorção de
luz, para a planta transferir energia para a fotossíntese. Além disso, o elemen-
to auxilia na interação com outros nutrientes, isto é, atuante no metabolismo
do N, contribui na absorção P, além de afetar a síntese de proteínas e ativação
de aminoácidos.
Assim como os outros macronutrientes, a ausência desse nutriente pode ge-
rar sintomas de deficiência. Entre os sintomas, é muito comum as folhas exi-
birem uma descoloração das margens dos folíolos senis, mostrando uma pro-
gressão em toda a folha e permanecendo verde somente as nervuras (Figura
4). Conforme for o avanço da deficiência, caso não seja solucionada, ocorre a
necrose na região onde ocorreu o amarelamento.

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FIGURA 4 – O PRINCIPAL SINTOMA DA DEFICIÊNCIA EM MAGNÉSIO: AMARELAMENTO


DAS FOLHAS, EM TOMATEIRO

Fonte: Da Silva et al. (2006, [n. p.]).

#PraTodosVerem: a imagem representa a foto e folhas da cultura do tomate, exibindo


amarelamento como sintoma de deficiência de magnésio.

No entanto, assim como outros elementos, o Mg pode apresentar toxidez ao


solo, pois se trata de um nutriente móvel, que, em excesso, provoca interferên-
cias na absorção de outros elementos como Ca e K (DA SILVA, 2015).

Como informado, o Mg é aplicado com o Ca por


meio da prática de calagem do solo. Sabe-se que
ambos, em proporções de equilíbrio, não agregam
aumento de produtividade, porém, quando a
relação Ca: Mg é desfavorável, auxilia a probabilidade
de deficiência em um desses nutrientes. Para
analisar como essa relação influencia na prática
em campo, há estudos de casos detalhados, como
o texto Ação do Gesso e do calcário na relação
cálcio: magnésio do solo e na produtividade da
cana-de-açúcar, elaborado por Demattê (2011).
Para acessá-lo gratuitamente, clique aqui.

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FERTILIDADE DO SOLO

5.2 MICRONUTRIENTES
Até o momento, foi visto que no solo são encontrados diferentes nutrientes,
divididos em dois grupos: macronutrientes e micronutrientes. Embora pre-
sentes em pequenas quantidades no solo, os micronutrientes também pos-
suem papel essencial no crescimento e desenvolvimento das plantas.
Antes de iniciar sobre a importância e como afetam a dinâmica dos nutrien-
tes dos solos, é necessário identificar quais são os nutrientes e de onde po-
dem ser obtidos (Quadro 2).

QUADRO 2 – LISTA DOS PRINCIPAIS MICRONUTRIENTES ESSENCIAIS


PARA O DESENVOLVIMENTO VEGETAL E COMO SE APRESENTAM NA
NATUREZA

Micronutriente Formas principais na natureza

Ferro (Fe) Óxidos, sulfetos e silicatos

Manganês (Mn) Óxidos, silicatos e carbonatos

Zinco (Zn) Sulfetos, óxidos e silicatos

Cobre (Cu) Sulfetos, carbonatos óxido-hidratados

Boro (B) Borossilicatos, boratos

Molibdênio (Mo) Sulfetos, molibdatos

Cloro (Cl) Cloretos

Cobalto (Co) Silicatos

Fonte: Brandão et al. (2021, p. 140).

#PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração de um quadro com os principais


micronutrientes e as formas na natureza.

Por serem aplicados em baixas quantidades, são expressos na análise foliar


em mg/kg; e na análise do solo, em mg/dm3. De acordo com Brady (1983), os
micronutrientes estão associados a certos processos importantes nas plantas,
como a influência de determinados sistemas enzimáticos. Isto é, cada ele-
mento se mostra responsável ou possui função essencial para uma determi-
nada enzima.

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FERTILIDADE DO SOLO

Ferro (Fe)

É um componente de enzimas relacionadas aos processos de oxidação


e de redução, bem como enzimas responsáveis ​​pela síntese de
clorofila (SANTOS, 2004).

Molibdênio (Mo)

Também está relacionado aos processos de oxidação e redução,


atuando como cofator da enzima nitrato redutase (SANTOS, 2004).

Boro (B)

É importante nos processos de divisão e de proliferação celular


(SANTOS, 2004).

5.2.1 FORMAS E DINÂMICAS DOS


MICRONUTRIENTES
A quantidade e a disponibilidade de micronutrientes nas plantas depende,
geralmente, da mineralogia das rochas que compõem o solo. As formas quí-
micas dos micronutrientes são modificadas à medida que se origina o solo e
seus minerais são lixiviados. Os micronutrientes catiônicos – Fe, Cu, Mn, níquel
(Ni) e Zn – derivados pelas intempéries são submetidos à adsorção coloidal,
assim como íons de Ca ou Al. No caso dos ânions do solo (B, Cl e Mo), podem
ser adsorvidos ou reagir com reações do tipo fosfato (BRANDÃO et al., 2021).
O conhecimento das interações íon-raiz, assim como do comportamento
dessas interações, permite maior efetividade na aplicação dos processos de
fertilização do solo. Outro fator de importância que se deve ter o conhecimen-
to é a absorção dos micronutrientes pela planta, exposto na Tabela 1.

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FERTILIDADE DO SOLO

TABELA 1 – LISTA DOS MICRONUTRIENTES DISTRIBUÍDOS PELA CATEGO-


RIA DE ABSORÇÃO EMPREGADA PELA PLANTA COM MAIOR EFICIÊNCIA

Absorção de nutrientes por: Micronutriente

Fluxo de massa B, Mo, Cl

Prevenção de raízes Fe e Mn

Distribuição Fe, Cu, Mn, Zn, Ni

Fonte: Adaptado de Brandão et al. (2021, p.141).

#PraTodosVerem: a imagem representa uma ilustração de uma tabela com os principais


micronutrientes e as formas de absorção destes pela planta.

Tal distinção é necessária para a identificação da eficácia para absorção de


nutrientes, pois, dessa forma, pode-se compreender se há alguma dificulda-
de da planta em acessar o nutriente. Nos casos em que os micronutrientes es-
tão escassos, por consequência, afetará o crescimento das plantas, chegando
ao ponto de causa da deficiência e, conforme o aumento da disponibilidade
de nutrientes ofertada, logicamente, as plantas apresentam uma resposta de
acordo, ou seja, maior absorção de nutrientes, portanto, aumentando o cres-
cimento (BRADY; WEIL, 2014).

5.2.2 FATORES QUE AFETAM OS


MICRONUTRIENTES
Assim como ocorre com os macronutrientes, há fatores-chave que influen-
ciam os micronutrientes. Além da própria interação entre os nutrientes, carac-
terísticas físicas e químicas do solo influenciam diretamente a disponibilida-
de desses nutrientes. De acordo com Brady e Weil (2014), os fatores principais
que desencadeiam a disponibilidade dos micronutrientes são: pH, matéria
orgânica, estado de oxidação e ação antrópica. Ressalta-se que, como os mi-
cronutrientes se dividem em aniônicos e catiônicos, os fatores os afetam de
forma diferente.

pH em catiônicos

Valores baixos: maior solubilidade dos micronutrientes catiônicos


e, conforme aumenta a medida do pH, reduz a solubilidade e a
disponibilidade nas plantas.

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FERTILIDADE DO SOLO

Matéria Orgânica em catiônicos

A liberação dos micronutrientes é afetada pela decomposição


microbiana de resíduos vegetais e esterco animal.

Estado de oxidação em catiônicos

A disponibilidade dos micronutrientes é afetada e determinada quando


ocorre a interação da acidez do solo com a absorção de oxigênio.

Cloro

As condições naturais do solo que reduzem a disponibilidade e a


utilização desse elemento não são conhecidas (BRADY; WEIL, 2014).

Molibdênio

O pH do solo influencia a absorção e a disponibilidade dele para as


plantas (BRADY; WEIL, 2014).

Boro

A disponibilidade se relaciona ao pH do solo. Em solos ácidos, há maior


disponibilidade (BRADY; WEIL, 2014).

A influência da ação antrópica é a principal responsável pela queda da quali-


dade da fertilidade dos solos. Sabe-se que o homem explora os solos de forma
intensa, em busca de alta produtividade e, por consequência, empobrece e
contamina a maioria dos solos utilizados. Abiko e Moraes (2009) afirmam que
a poluição do solo ocorre basicamente de duas formas: atividades humanas
que provocam alterações em suas características; e lançamento de efluentes.
Infelizmente, no momento em que um contaminante entra em contato com
a solução do solo, altera todos os processos físico-químicos e biológicos atu-
antes e acelera os processos de degradação. Com a degradação, ocasiona-se

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FERTILIDADE DO SOLO

a perda de nutrientes essenciais e se obriga a busca de suplementos e al-


ternativas sustentáveis que possam atender à demanda e restaurar parte da
qualidade do solo.

5.2.3 QUANTIDADE E FERTILIZANTES COM


MICRONUTRIENTES
Para obter o maior rendimento do uso de micronutrientes para a fertilização
do solo e evitar possíveis sintomas de deficiências, deve-se, inicialmente, rea-
lizar uma análise do solo completa. Após verificar a necessidade de comple-
mentar, para suprir os nutrientes, busca-se compreender o melhor momento
de realizá-la (Figura 5).

FIGURA 5 – ADUBAÇÃO DE MICRONUTRIENTE

Fonte: A Cientista Agrícola (2018, [n. p.]).

#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de uma planta recebendo a adubação, para


suprir a demanda de micronutriente.

A aplicação e quantidade necessária será segundo a necessidade de cada si-


tuação. O método de aplicação será conforme o micronutriente indicado e se
há necessidade de aplicar com outro micronutriente concomitante ou respei-

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FERTILIDADE DO SOLO

tar o intervalo de aplicações de outros nutrientes, ou seja, não há uma fórmula


única como indicação geral. Ainda, deve-se respeitar a forma de aplicação,
seja direta no solo no momento de semeadura (exemplo: Zn), aplicação foliar
(exemplo: Fe) ou somente em casos de urgência (exemplo: Cu).

CONCLUSÃO

Esta unidade abordou a importância de três macronutrientes (Ca, S e Mg)


e dos micronutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento das
plantas. Inicialmente, identificou-se que nem todas as formas desses elemen-
tos estão disponíveis para a absorção diretamente pelas plantas, ou seja, é
preciso alterar sua forma conforme a sua CTC. Ainda nessa questão, conforme
a forma apresentada do elemento, pode-se alterar a disponibilidade de ou-
tros nutrientes, ou seja, há uma interligação entre os nutrientes.
Foi identificado que tanto o Ca como o Mg podem ser aplicados juntos via
calagem, porém, como todo elemento, deve-se ter cuidado na dosagem, para
evitar toxidez ou a interferência na disponibilidade de outros nutrientes, po-
dendo ocasionar deficiência nutricional.
Ainda foi aprendido que o S necessita sofrer determinados processos, como
mineralização, imobilização e até mesmo oxidação, para que a planta possa
absorver esse nutriente da melhor maneira possível.
Adiante, foram abordadas questões sobre os micronutrientes e sua impor-
tância para o desenvolvimento vegetal, visto que, mesmo em quantidades
baixas, quando comparadas ao de um macronutriente, ainda são essenciais
para o sucesso de uma produção agrícola.
Dessa forma, chega-se ao fim! Esperamos que tenha compreendido o assun-
to e tenha ficado clara a importância desse tema para melhorar o desempe-
nho da produção e garantir alta produtividade na colheita.

Aproveite esse espaço para acrescentar anotações


ou palavras-chave que o auxilie a revisar o estudo
desta unidade com mais facilidade. Lembre-se
de que, no decorrer da Unidade, há ícones com
materiais complementares essenciais para melhor
compreensão do conteúdo. Bons estudos!

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FERTILIDADE DO SOLO

UNIDADE 6

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Discutir qual é o melhor


período, tipo e forma de
aplicação de corretivos e
fertilizantes no solo;
> Discutir como o uso de
corretivos e fertilizantes
influenciam econômica e
ecologicamente no sistema
agrícola.

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FERTILIDADE DO SOLO

6 AVALIAÇÃO DA FERTILIDADE
DO SOLO E SUA INFLUÊNCIA NA
ECONOMIA

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade abordará a recomendação da adubação, no que tange à de-
finição da época de aplicação, à escolha de qual fertilizante a ser aplicado e
a qual a forma de aplicação. Além disso, veremos a importância e influência
econômica dos fertilizantes e quais são as implicações ecológicas e ambien-
tais da utilização deles.
Dessa forma, você entenderá qual a melhor época de aplicação do fertilizante,
entendendo que a definição desse ponto é importante para adequar a dinâ-
mica do nutriente com a fisiologia da cultura. Além disso, vai aprender sobre
como escolher o fertilizante, de acordo com as suas características principais,
a partir do objetivo produtivo. E, por fim, nessa primeira parte de manejo da
adubação, você vai aprender que podemos aplicar os fertilizantes de diferen-
tes modos. Além de todas essas questões de manejo, veremos também todos
os aspectos econômicos e ambientais relativos à fertilização do solo. Vamos
entender que os fertilizantes devem ser utilizados com parcimônia, sempre
almejando produções economicamente rentáveis, mas também ambiental-
mente sustentáveis.

6.1 RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO


A adubação tem como principal objetivo aumentar a quantidade de nu-
trientes para as plantas e, com isso, favorecer a produtividade. Esse manejo
é importante, porque, normalmente, nos solos cultivados, há deficiência da
grande maioria dos nutrientes essenciais, em virtude da dinâmica que apre-
sentam ou pelas altas taxas de perda (DA SILVA, 2019; BRANDÃO et al., 2021).
No geral, para que a adubação seja feita de forma adequada, é necessário
definir a época de aplicação, qual fertilizante utilizar e o modo de aplicação,
sempre seguindo as informações obtidas nas análises químicas do solo.

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FERTILIDADE DO SOLO

O lema é “adubar, sim, mas com inteligência e


estratégia”. Isso porque a adubação deve ser realizada
visando à máxima produtividade, sem excessos que
custem gastos econômicos desnecessários nem
impactos ambientais negativos. Para saber mais
sobre a adubação estratégica e a sua importância,
acesse a matéria “Adubar, sim, mas com inteligência
e estratégia”, clicando aqui.

6.1.1. DEFINIÇÃO DE ÉPOCA DE APLICAÇÃO


A época de aplicação dos fertilizantes indica compatibilizar a dinâmica do ele-
mento no solo com as características fisiológicas da cultura. Nesse cenário, é
importante também considerar todos os aspectos operacionais do cultivo e,
dependendo, optar pelo parcelamento da adubação (CERETTA et al., 2007).

O parcelamento da adubação tem como principal


objetivo aumentar a eficiência de utilização do
nutriente pelas espécies vegetais, durante todo
o seu ciclo. Essa prática é, normalmente, utilizada
para os elementos com altas taxas de perda.

No geral, pode-se separar a época de aplicação em: pré-semeadura, semea-


dura (ou adubação de base) e/ou durante o ciclo da cultura (adubação de co-
bertura) (Figura 1). Essas épocas estão diretamente relacionadas à maior taxa
de transferência do nutriente para a rizosfera. Com isso, pode-se inferir que,
para nutrientes pouco móveis, a época mais indicada é na semeadura e/ou
no pré-semeadura. Por outro lado, os nutrientes que apresentam maior mo-
bilidade no solo devem ser aplicados uma parte na semeadura e uma parte
em cobertura, realizando o parcelamento, visando à redução das perdas (IPNI,
1998; CERETTA et al., 2007).

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FERTILIDADE DO SOLO

FIGURA 1 – APLICAÇÃO DE FERTILIZANTES NA PRÉ-SEMEADURA (À ESQUERDA) E EM


COBERTURA (À DIREITA)

Fonte: Spadotto e Gomes ([s. d.], [n. p.]); Antunes (2017, [n. p.]).

#PraTodosVerem: a imagem representa duas fotos, à esquerda, há um produtor rural


aplicando o adubo com um balde no solo ainda em preparação para o plantio. Na foto à
direita, há um implemento agrícola realizando a adubação em cobertura, em plantas de
trigo em desenvolvimento.

Diante do exposto, é possível entender que há variações nas épocas de adu-


ção dos principais nutrientes, como o nitrogênio (N), o fósforo (P) e o potássio
(K). Estes apresentam diferentes taxas de mobilidade. No geral, o N tende a
ter alta mobilidade e se mover por fluxo de massa. Enquanto que o P e o K
se movimentam lentamente e, normalmente, são transportados por difusão
(NOVAIS; MELLO, 2007; VILLAR, 2007).
No geral, o N é o principal elemento que merece atenção quanto à época
de aplicação, pois apresenta altas taxas de perda, em virtude da dinâmica
que apresenta nos solos (VILLAR, 2007). Para esse nutriente, a regra geral
com relação à época de aplicação é na semeadura e em cobertura, seguin-
do a ideia do parcelamento. Uma parte da adubação deve ser realizada por
ocasião da semeadura e a outra parte deve ser aplicada em cobertura, po-
dendo ser parcelada em várias aplicações, a depender dos estádios de de-
senvolvimento da cultura. Para o P e o K, geralmente, a época de aplicação
recomendada é na semeadura, visando a favorecer a disponibilidade na fase
inicial de desenvolvimento. No entanto, é importante frisar que podem exis-
tir circunstâncias, nas quais a época varie e haja a necessidade de parcela-
mento (CERETTA et al., 2007).

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FERTILIDADE DO SOLO

É importante deixar claro que não existe uma “receita de bolo” a ser seguida.
As épocas de aplicação e a necessidade de parcelamento vão variar, a depen-
der do tipo de solo, do tipo de cultura, da análise de solo, entre outros fatores.
Normalmente, todas essas informações constam nos manuais de recomen-
dação de adubação (PREZOTTI et al., 2007; CQFS-RS, 2016).

6.1.2 DEFINIÇÃO DE FERTILIZANTE A SER


APLICADO
A eleição do adubo a ser utilizado é ponto-chave e, por isso, é necessária a
escolha criteriosa do material fertilizante. Nesse contexto, a escolha do adu-
bo deve estar diretamente relacionada às características do produto em si,
visando a atingir o objetivo principal, que é atender às necessidades de dispo-
nibilização dos elementos das plantas. Além disso, outros aspectos também
devem ser considerados, como: textura do solo, exigências da cultura, dispo-
nibilidade e custos do fertilizante (IPNI, 1998; CERETTA et al., 2007).
No geral, podem-se dividir os fertilizantes em: minerais, orgânicos e organo-
minerais, sendo este uma mistura dos adubos minerais e orgânicos. Os ferti-
lizantes minerais são os sais inorgânicos, que apresentam diferentes solubili-
dades. Já os fertilizantes orgânicos são os compostos orgânicos, geralmente
produzidos na própria propriedade (Figura 2) (BRASIL, 2004; CQFS-RS, 2016).

FIGURA 2 – FERTILIZANTE MINERAL (À ESQUERDA) E PRODUÇÃO DE FERTILIZANTES


ORGÂNICOS (À DIREITA)

Fonte: Trani e Trani (2011, p. 1); Embrapa Hortaliças ([s. d.], [n. p.]).

#PraTodosVerem: a magem representa duas fotos, à esquerda, com fertilizantes minerais


granulados com diferentes colorações; e a foto à direita com uma cava aberta no solo, com
vários produtos orgânicos, visando à produção do adubo.

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FERTILIDADE DO SOLO

Os fertilizantes podem ser aplicados separadamente ou em conjunto, a partir


da utilização de fórmulas. Para serem aplicados conjuntamente, alguns crité-
rios e fatores devem ser levados em consideração, tais como (IPNI, 1998; CE-
RETTA et al., 2007; TRANI; TRANI, 2011):

Custos

Para a escolha, é necessário comparar os preços dos fertilizantes. O


ideal é sempre optar pelo melhor custo-benefício, ou seja, o melhor
custo com o fertilizante que forneça mais nutrientes (inclusive
micronutrientes, se possível).

Compatibilidade entre os fertilizantes

Para a escolha, é importante compreender a compatibilidade, para


que não haja comprometimento de suas propriedades químicas e
físicas, quando aplicados ao solo (Figura 3).

FIGURA 3 – ESQUEMA ILUSTRATIVO DA COMPATIBILIDADE ENTRE OS FERTILIZANTES

Fonte: Trani e Trani (2011, p. 6).

#PraTodosVerem: a imagem representa um esquema ilustrativo de uma escada,


demonstrando a compatibilidade entre os fertilizantes em degraus.

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FERTILIDADE DO SOLO

Continuando os aspectos que precisamos levar em consideração:

Umidade do fertilizante

É fundamental no controle da qualidade, pois altas umidades


tendem a diminuir o teor do nutriente. Por exemplo, ureia, quando
apresenta de 1,5-2% de umidade, já pode apresentar problemas com
empedramento.

pH dos fertilizantes

Para a escolha dos fertilizantes, o conhecimento do pH é essencial.


Por exemplo, não se deve misturar fertilizantes de pH alcalino com
fertilizantes que contenham o íon amônio, pois há desprendimento da
amônia e, consequentemente, perda do N.

Com relação aos fertilizantes orgânicos, podem ser utilizados: compostagem,


húmus, esterco e cinzas. Muitas vezes, esses compostos orgânicos são produ-
zidos dentro da própria propriedade, o que faz com que seja um bom adu-
bo com baixíssimo custo. Porém, devido ao baixo teor de nutrientes, normal-
mente é aconselhável a utilização da mistura de fertilizantes orgânicos com
as fórmulas minerais (TRANI; TRANI, 2011).

Vídeo da Embrapa Agrobiologia ensina como fazer


adubo orgânico a partir de resíduos vegetais. Para
assistir, clique aqui.

6.1.3DEFINIÇÃO DA FORMA DE APLICAÇÃO


Após a escolha de qual fertilizante utilizar, é necessário optar pela melhor forma
de aplicação, visando ao máximo aproveitamento. Esse manejo da forma de
aplicação é um ponto crucial, porque o fertilizante precisa ser colocado no solo
no local correto, considerando a distância e a profundidade (LUZ et al., 2003).

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FERTILIDADE DO SOLO

No geral, as principais formas de aplicação são: a lanço, em cobertura, locali-


zada e/ou foliar (LUZ et al., 2003; CERETTA et al., 2007; TRANI, TRANI, 2011).

A lanço

O fertilizante é aplicado ao solo sendo lançado (Figura 4), de modo


uniforme. No geral, recomenda-se a aração após a aplicação, visando
à incorporação dos adubos à profundidade da camada arável. A
aplicação a lanço pode ser realizada de forma manual ou com a
utilização de máquinas e implementos próprios para essa finalidade
(máquinas distribuidoras). Podem ser utilizados adubos sólidos ou
líquidos e, normalmente, é realizado antes do plantio.

FIGURA 4 – APLICAÇÃO DE FERTILIZANTES A LANÇO, DE FORMA MANUAL (À


ESQUERDA) E MECANIZADA (À DIREITA)

Fonte: Luz et al. (2003, p. 16 e 17).

#PraTodosVerem: aimagem representa a ilustração da forma de aplicação a lanço. Há uma


imagem à esquerda, com um produtor rural realizando de forma manual; e uma imagem
à direita com a aplicação a partir de máquinas e implementos agrícolas.

Em cobertura

O fertilizante pode ser colocado ao lado da linha do cultivo (aplicação


em cobertura lateral) ou sobre a cultura já estabelecida (aplicação
em cobertura superior), podendo ser na coroa ou na linha de plantio
(Figura 5). A forma de realização depende da cultura. Essa forma de
aplicação também pode ser realizada de forma manual ou a partir
da utilização de máquinas e implementos. Também pode haver a
incorporação dos adubos.

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FERTILIDADE DO SOLO

FIGURA 5 – APLICAÇÃO DOS FERTILIZANTES EM COBERTURA

Fonte: Luz et al. (2003, p. 18).

#PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração de dois produtores rurais aplicando os


fertilizantes em cobertura em diferentes espécies agrícolas. O da esquerda está realizando
a aplicação na coroa e o da direita está realizando na linha.

Localizada

O fertilizante é aplicado em faixas ou nas áreas próximas às raízes das


plantas, ao longo da linha de cultivo. Normalmente, é realizada quando
é necessário aplicar doses pequenas dos adubos. No entanto, nessa
forma de aplicação, deve-se tomar cuidado para não aplicar muito
perto das raízes e, com isso, dificultar a germinação ou trazer danos à
planta.

Foliar

O fertilizante é dissolvido em água e é aplicado nas folhas das plantas,


por pulverização. Também podem ser utilizados maquinários e
implementos ou realizar manualmente. Normalmente, é mais utilizada
para a adubação de micronutrientes.

Para a escolha da forma correta de aplicação, alguns pontos precisam ser


analisados, tais como (LUZ et al., 2003; CERETTA et al., 2007; REETZ, 2017): (1)
características do fertilizante, considerando o tipo (granulado ou líquido) e a

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FERTILIDADE DO SOLO

quantidade de fertilizantes que precisa ser aplicada; (2) características da cul-


tura, considerando a capacidade da cultura em extrair os nutrientes, o tipo do
sistema radicular e a época da maior demanda (germinação, desenvolvimen-
to vegetativo ou produtivo); e (3) características do solo, considerando o teor
real do nutriente, a textura e a umidade (retém mais ou menos umidade).

A água no solo é fundamental, pois, por meio dela,


os nutrientes se movem. Quando há redução da
umidade, a disponibilidade dos nutrientes tende
a diminuir.

6.2 ASPECTOS ECONÔMICOS E IMPLICAÇÕES


ECOLÓGICAS DO USO DE CORRETIVOS E
FERTILIZANTES
A utilização de fertilizantes apresenta inúmeras implicações econômicas,
ecológicas e ambientais. Como vamos ver, as econômicas estão diretamente
relacionadas ao aumento da produtividade, tão importante para o setor agrí-
cola. No entanto, o manejo da adubação deve ser realizado de forma adequa-
da, para que os impactos ecológicos e ambientais não sejam negativos.

6.2.1 ASPECTOS ECONÔMICOS


Os conceitos gerais sobre as questões econômicas que envolvem os fertili-
zantes estão na Figura 6. No geral, o lucro máximo é, normalmente, atingido
quando o manejo da adubação é ajustado, de forma que fique ligeiramente
abaixo do nível máximo de produtividade. Esse nível é caracterizado como
a produtividade máxima econômica, que contribui para o uso eficiente dos
demais recursos naturais, tais como o solo e a água. Além disso, nesse nível,
é possível ter um excelente retorno dos investimentos nos insumos, como os
adubos. Associado a essa variável dos recursos naturais, há também o bene-
fício adicional de redução das perdas dos nutrientes para o meio ambiente,
seja por volatilização ou por lixiviação.

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FERTILIDADE DO SOLO

FIGURA 6 – DIAGRAMA GERAL DOS ASPECTOS ECONÔMICOS DO USO DE ADUBOS

Custos e lucro pelo uso de fertilizantes

Lucro líquido
Custo do fertilizante
95%
100%
Valor monetário (lucro, custo)

80%

80%

50%

Aumentos na fertilização

Lucro não usual Lucro Produtividade Perdas pelo


pelo pequeno máximo máxima uso de excesso
uso da fertilização de fertilizantes

Adubação
para altas
produtividades

Fonte: IFA (1992 apud REETZ, 2017, p. 146).

#PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração de um gráfico de barras indicando a


relação do lucro e custo com os aumentos na fertilização.

Atualmente, sabe-se que uma das condições necessárias, para o crescimen-


to econômico de um país em desenvolvimento, como o Brasil, consiste no
investimento e desenvolvimento de uma agricultura produtiva, que favoreça
todos os setores, contribuindo para o Produto Interno Bruto (PIB) e para a
geração de empregos diretos e indiretos, fortalecendo a economia como um
todo (BARROS, 2022).
O agronegócio contribui, de forma significativa, para o PIB brasileiro. Nos úl-
timos 20 anos (2000-2019), o PIB apresentou uma tendência de crescimento
em volume médio de 1,6% ao ano (BARROS, 2022). Em 2020, o PIB apresentou
o crescimento recorde: 24,31% no acumulado do ano (CNA, 2021).

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FIGURA 7 – DEMONSTRATIVO DA CONTRIBUIÇÃO DO AGRONEGÓCIO NO PIB


BRASILEIRO EM 2020

Fonte: CNA (2021, [n. p.]).

#PraTodosVerem: a imagem representa uma ilustração de um quadro e de um gráfico


demonstrativo da contribuição do agronegócio para o PIB brasileiro.

O Brasil é um dos poucos países que apresenta um enorme potencial para ex-
pandir a sua produção agropecuária, pois apresenta grande extensão territo-
rial. Nesse contexto, o país tem condições de contribuir para a maior oferta de
alimentos. Nesse cenário, o papel dos fertilizantes se torna central, visto que
é comprovado cientificamente que o uso eficiente dos fertilizantes contribui
de forma direta para o aumento da produtividade agrícola (seguindo a Lei
do Mínimo), pois supre a demanda de nutrientes que não há no solo e, dessa
forma, a produtividade é garantida (IFA, 2000; REETZ, 2017).

Na Lei do Mínimo, é postulado que a produtividade


dos vegetais é diretamente proporcional à
quantidade disponível do nutriente que é mais
limitante. A ilustração é de um barril, que representa
a produtividade. Esse barril só pode ser preenchido
com água até o ponto da tábua, que apresenta o
menor comprimento (Figura 8).

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FERTILIDADE DO SOLO

FIGURA 8 – BARRIL REPRESENTANDO A LEI DO MÍNIMO

Fonte: Reetz (2017, p. 22).

#PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração e um barril, com varas de madeira de


tamanhos diferentes, onde há saída de água pelos nutrientes mais limitantes.

A contribuição exata dos fertilizantes que existem atualmente no mercado ain-


da é passível de discussão. No entanto, há diversos trabalhos de experimentos
em campo que demonstram que os fertilizantes têm influencia direta na alta
produtividade das culturas (IFA, 2000; CERETTA et al., 2007; REETZ, 2017).
Nesse cenário, o desenvolvimento agropecuário contribui para a economia
como um todo. Por exemplo, quando há aumento da renda dos produtores,
estes reinvestem nos setores ligados à agricultura, mas também tendem a
gastar nos mais variados setores, tais como os de bens e consumo, o que aca-
ba gerando empregos e renda em outros segmentos (IFA, 2000; REETZ, 2017).

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114 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
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6.2.2 IMPLICAÇÕES ECOLÓGICAS DO USO


Os fertilizantes são aplicados ao solo, visando a satisfazer as demandas das
culturas agrícolas, para atingir o máximo da produção, compensar as perdas
de nutrientes e melhorar as condições nutricionais do solo. No entanto, o ma-
nejo da adubação deve ser realizado corretamente (REETZ, 2017).

Manejo ou gestão 4C

Quatro medidas corretas para o uso eficiente dos fertilizantes (Figura


9) (REETZ, 2017).

Fonte certa

Fornecer as formas absorvíveis pelas plantas, optando pelo fertilizante


que oferece eficiência aumentada e reduzido impacto ambiental.

Dose certa

Suprir apenas a quantidade adequada e necessária de todos os


nutrientes essenciais.

Época certa

Manejar a adubação, verificando a interação da fisiologia da cultura, o


teor no solo, os riscos ambientais e as operações no campo.

Local certo

Considerar o tipo de raiz e sua dinâmica de desenvolvimento.

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FERTILIDADE DO SOLO

FIGURA 9 – REPRESENTAÇÃO DO MANEJO 4C

Fonte: Arnall e Phillips (2015, p. 21).

#PraTodosVerem: a imagem representa uma ilustração de uma planta, com a indicação da


fonte, da dose, da época e do local certo, além das decisões importantes que precisam ser
consideradas, tais como planejamento, bom manejo, adaptabilidade e criatividade.

No entanto, quando o manejo da adubação é realizado de forma incorreta,


isso pode acarretar inúmeros desequilíbrios ecológicos e/ou ambientais, em
decorrência do impacto negativo aos recursos naturais, como o solo, a água
e a biodiversidade como um todo. Entre esses impactos, podemos citar (IFA,
2000; RESENDE, 2002; MENDES et al., 2010; REETZ, 2017):

Acidificação do solo

Grande parte dos adubos nitrogenados causa acidificação no solo.


Sendo assim, a adubação utilizando esses fertilizantes deve ser feita
com o máximo de cautela. Com a diminuição do pH, há redução da
disponibilidade dos nutrientes. Além disso, em solos ácidos, as plantas
tem o desenvolvimento radicular comprometido, o que gera inúmeros
efeitos negativos no seu desenvolvimento.

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FERTILIDADE DO SOLO

Contaminação dos solos

Há um aumento na quantidade de metais pesados no solo a partir


da inclusão de resíduos industriais, fertilizantes e outros insumos
agrícolas. Vários nutrientes essenciais às plantas, tais como o níquel
(Ni), manganês (Mg) e o zinco (Zn), são biologicamente essenciais para
as plantas. No entanto, eles são considerados como metais pesados e,
quando utilizados de forma indiscriminada, podem trazer inúmeros
impactos negativos. Nesse cenário, essa contaminação apresenta
riscos à saúde, visto que têm influência direta na alimentação.

Poluição das águas

A presença de nutrientes na água é natural, visto que faz parte dos


ciclos biogeoquímicos normais da natureza. No entanto, quando em
altas concentrações, podem trazer impactos negativos, como, por
exemplo, a eutrofização de recursos hídricos, que consiste no aumento
de organismos e na redução do oxigênio na água, o que pode gerar
inúmeros impactos, como a mortandade de peixes. A entrada de
grandes quantidades de nutrientes na água pode ocorrer em virtude
dos processos de lixiviação ou escorrimento superficial dos solos
próximos aos recursos hídricos. Nesse sentido, a poluição pode ocorrer
em cursos d’água superficiais e nos reservatórios subterrâneos.

No geral, a utilização de fertilizantes na agropecuária é de suma importância


para assegurar a produção de alimentos em quantidades necessárias para
suprir a demanda. No entanto, um controle na fertilização, realizando-a, de
forma adequada e ambientalmente correta, é essencial para a segurança ali-
mentar e para a manutenção dos recursos naturais, que são tão importantes
para a existência da vida na Terra (MENDES et al., 2010).

Os adubos orgânicos também requerem atenção


quanto ao uso, principalmente os gerados por
resíduos urbanos e/ou industriais, visto que
eles podem apresentar compostos químicos
desconhecidos, além de metais pesados.

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FERTILIDADE DO SOLO

6.2.3 RECOMENDAÇÕES DE ALTERNATIVAS


PARA O USO DE CORRETIVOS E FERTILIZANTES
A necessidade de atingir a eficiência produtiva das culturas agrícolas contri-
bui para que haja um aumento na demanda de fertilizantes. No entanto, com
as questões ecológicas e ambientais supracitadas, fica clara a necessidade de
discussão sobre alternativas para o uso de corretivos e fertilizantes, focando
em formas e tecnologias que apresentam menores impactos aos recursos
naturais (EMBRAPA INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA, 2006; REETZ, 2017). Nesse
cenário, algumas formas e tecnologias que podem ser utilizadas são a aduba-
ção alternativa, a rotação de culturas e os manejos conservacionistas do solo,
como o plantio direto.
A adubação alternativa pode ser realizada de várias formas, como a partir da
utilização de compostos oriundos da compostagem, do esterco de animais,
dos adubos verdes ou dos biofertilizantes. No geral, a compostagem é realizada
a partir de misturas em pilhas, que podem ser feitas utilizando os mais diversos
materiais orgânicos, como esterco, restos de colheitas, palhadas, folhas, entre
outros (Figura 10A). Já os adubos verdes são plantas cultivadas na área, normal-
mente plantas leguminosas, que têm a capacidade de fixar N no solo (Figura
10B). Por fim, os biofertilizantes são os adubos obtidos a partir da fermentação
do esterco in natura. Este pode ser comprado ou pode ser produzido na própria
propriedade (Figura 10C) (EMBRAPA INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA, 2006).

FIGURA 10 – COMPOSTAGEM (A), ADUBAÇÃO VERDE (B) E PRODUÇÃO DE


BIOFERTILIZANTES

Fonte: Embrapa Informação Tecnológica (2006, p. 13-23); Embrapa Agrobiologia (2005); e


Embrapa Hortaliças (2007, [n. p.]).

#PraTodosVerem: a imagem representa duas fotos e uma ilustração. A primeira imagem é


de uma pilha de materiais orgânicos para a compostagem. Na segunda, têm-se adubos
verdes plantados. E a terceira é um desenho esquemático, demonstrando a produção de
biofertilizantes.

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FERTILIDADE DO SOLO

Para saber mais sobre a produção de biofertilizantes,


clique aqui.

Além da adubação alternativa, temos também a prática da rotação de culturas,


que consiste na alternância ordenada de diferentes culturas agrícolas, em um
determinado espaço de tempo, na mesma área. No geral, a rotação promove
condições favoráveis para que as plantas fiquem menos suscetíveis ao ataque
de pragas e doenças e permite a diversificação de mecanismos que diminuem
a necessidade de aplicação de inseticidas, fungicidas e bactericidas. Com essa
prática, é possível melhorar a qualidade do solo, além de reduzir a necessidade
de utilização de grandes quantidades de fertilizantes externos, em virtude do
aumento da matéria orgânica do solo (FRANCHINI et al., 2011).

Rotação e sucessão de culturas são termos que


podem ser confundidos. A rotação consiste em
alternar, de forma ordenada, diferentes culturas
na mesma área e na mesma época. Já a sucessão
consiste na alternância de culturas em épocas
distintas, por tempo indeterminado (FRANCHINI
et al., 2011).

Já os manejos conservacionistas consistem em práticas de cultivo que apre-


sentam pouco (ou nenhum) revolvimento do solo, baixo uso de insumos ex-
ternos e equipamentos adequados. Um dos manejos conservacionistas mais
adotados é o sistema de plantio direto (Figura 11), que consiste no manejo no
qual as sementes ou mudas são depositadas nos sulcos ou nas covas, sem
preparação prévia ou revolvimento do solo. Esse tipo de manejo é considera-
do como uma prática eficiente, que não agride os recursos naturais disponí-
veis e reduz a erosão e os processos de perdas de nutrientes, como a lixiviação
(SILVA et al., 2009).

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FERTILIDADE DO SOLO

FIGURA 11 – SOJA EM SISTEMA DE PLANTIO DIRETO. A SETA INDICA A PALHADA ENTRE


AS LINHAS DA SOJA.

Fonte: Embrapa Soja (2014, [n. p.]).

#PraTodosVerem: a imagem representa a foto de plantas de soja cultivadas por cima da


palhada de uma cultura anterior. É possível verificar as plantas de soja nas laterais da
imagem e a palhada ao centro.

CONCLUSÃO

Nesta unidade objetivou a discussão sobre qual o melhor período, o tipo e a for-
ma de aplicação dos corretivos e fertilizantes ao solo, visando à máxima eficiência
deles e sobre a influência econômica e ecológica da utilização destes, analisando
os seus impactos positivos e os negativos. Desse modo, na primeira parte, vimos
que as épocas de aplicação dos adubos podem ser na pré-semadura, semeadu-
ra ou durante o ciclo da cultura. Com relação ao fertilizante a ser aplicado, pode-
mos optar pelos minerais ou orgânicos. E, por fim, vimos que as principais for-
mas de aplicação são a lanço, em cobertura, localizada e foliar. Na segunda parte
da unidade, nós vimos sobre as implicações da utilização dos fertilizantes, tanto
com relação às implicações econômicas quanto às ecológicas e/ou ambientais.
Diante desse contexto, fica clara a necessidade do conhecimento e, conse-
quentemente, da realização da fertilização de forma adequada e ambiental-
mente equilibrada. Seguindo as recomendações indicadas, as boas práticas
agrícolas e utilizando as doses necessárias, a produtividade é assegurada e é
possível manter a qualidade dos recursos naturais, que são imprescindíveis
para a existência da vida como nós conhecemos.

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