Cap 15. Devem Os Livros de História Ser Condenados (Munakata)
Cap 15. Devem Os Livros de História Ser Condenados (Munakata)
Cap 15. Devem Os Livros de História Ser Condenados (Munakata)
KAZUMI MUNAKATA
da
nome), os trop0s
pudicícia não permite dar-lhes
o
nclusive as que a
muito
não a educação escolar e
ativa histórica, tudo, tudo mas
escola e,
OS um de seus dispositivos, o livro didático. Não importa se a
Batista, 2002.
Pineau, 2001.
import ncia, "assunto
nto para peda-
filhos- tudo isso é
sem
282 nos e os nossos
desprezíveis.
esses seres
também insignificantes,
gogos,
torna-se um objeto controvertid.
livro didático a ser
Mas, de repente, o
dar sua opin
todos são convocados
convocados a
opinião. Já hou-
combatido e a cujo respeito
era privilegio de uma certa, :digamos
uma certa
essa convocação
I
ve época em que
ditadura militar a
Tratava-se, então,
de condenar a modo
"esquerda". insinuavam nas linhas
se
que
mais genérico, ideologia burguesa,
a
e nas
didáticos. Hoje, a Situação
inverteu-se: na sa. do
entrelinhas dos livros
ser classificados da «
da imprensa, que podem i-
semestre de 2007, setores
os livros
didaticos distribuídos pelo governe bus-
reita", "descobriram" que
acreditarem que o capitalismo é mau oque a e
Ver a revista Carta Capital (3 out. 2007), que na capa estampou a cnaia
didaticos. Cifröes e ideologia. Por trás da polèmica do livro acusado de preg
bancado
governo".
tentação.
Mas,
Convém esclarecer que o autor destas linhas não está imune aa eessa
s s a te
.
o
secule
"baseado
"radicional, baseado nos
nos livros
livresco", supostamente
didaticosemblemas da pseudoforma-
ãoe
indício da inco ompetência do protessor, que necessita dessa
lente para miopia ou escora que não deixa a "bengala,
muleta, casa
cair" Vale observar
queessa
necha de incompetentes para Os usuários de livros
didáticos assu-
mju um grau tão elevado de consenso
que as
pesquisas sobre o uso desse
l rém encontrado muitas dificuldades: não se
pode jamais pergun-
r diretamente aos professores se utilizam os livros didáticos, pois a res-
naSta será negativa, alegando que preparam seus próprios materiais. Entre
livros e materiais de confecçao propria, os professores, no entanto, fazem
ou do editor, buscando determinar como uma obra deve ser lida, também
há, por parte do leitor, o seu usuário (por exemplo, o professor), a sua li-
berdade de apropriação, quase nunca prevista- como as pesquisas empi-
ricas têm evidenciado. Em suma, o fato de usar livro não significa que o
protessor seja automaticamente incompetente, do mesmo modo que nao
Usar livro didático não lhe confere, por si só, o prêmio de excelncia.
sala de aula ja
Alguns trabalhos sobre o uso dos livros
didáticos na
(2001);
Damace-
para t e s
Araújo
evidenciar
h0-Reis
o
qh
que o crítico das muletas.jamais
imaginou:
um
história, da sua didática, recorre-se A
do dia a dia do ensino
de dáticaaeà
ensino. O protessor de então nistoriaé arrastad
metodologia de para
a desprezar:
a pedagogia. Não poderia ser d. outro
aquilo que aprendeu
modo. O ambiente em que trabalha e Vive e inteiramente pedagoo
ogizado,
como
omissões injustificadas. referência, mas que não sero
meneo
cionados aqui
10
Ver, por
exemplo, Ginzburg (2002).
teoria
história para evidenciar a diferença radical
da,
a
obre
histórico s o b história e um outro que não o é, nem entre um discur-
obre a história
285
:25), ao comentar a atual
pretende ser.
Laville (2005
hipertrofia, nos discursos sobre a
historia
dos
temas "memória"
"patrimônio" ou "consciência histórica",
constata:
ente
ervado, está sendo: invadido por uma multidão de literários,
linguistas, filósofos, antropologos, psicologos e outros especialistas
e ultural studies. Sem contar que os recém-chegados ao campo cien-
d
tiico dos historiadores trequentemente os desconsideram e até ficam
a C
O S especialistas do ensino de história, preparando assim o
Naoa0 se trata C
deocorf
r p o r a t i v i s m o : nãose
reivindica, aqui, nenhumaex
usividade dos baebacharéis
US
ou licenciados em
a sua
história para falar
sobre
11
Risen, 2001
Laville, 2005:30,2007.32.
e
286 disciplina-mesmo porque
são os graduados m
em
história que
história que abandonam aha.
formaram. Mas,
convem
interrogar, junto com
om Lavil-
o campo que se
em
le, o que diferencia o historiador daquele que apenas sabe fala.sobre a
história:
nhecimento em si.
de inte-
Enquanto o pensamento histórico é um conjunto operações
lectuais e de atitudes do tipo daquelas exercidas para produzir os sa-
uísti-
conhecin
derna? U vemplo, entre outrOs, desta
volume da
"ocupação de terreno" ob- se
no
segundo
International Review of 287
History Education,
serv.
dos
autores
.são
a
nrovenientes campo da história ou do seu terço
prove do
ensino."
Conti
rale da memória, particularmente a que se constrói no meio es-
colar. Nessas tentativas, trata-se de colocar o conteúdo histórico do
Europeia:
" Laville
Voss e Maro
tem como
editores James F.
5-34. A obra mencionada
arretero (1998). O
de de Pitsburgh primeiro faz parte do Departamento
de Psicologia Oniversila
da
conhe-
de Pitte segundo, Cognitiva; o
Programa de Psicologia e doutor
de integra o histórica", é licenciado
em psicologia. circulos hispanófonos da chamada "educação
Tbid., p. 28.
A ESCRITA DA HISTÓRIA ESCOLAR O
D
S
uia
d e n o m i n a rh i s t ó r i a
das disciplinas escolares?" Então,
do ensino seria
que
as
finalidades
possível perce-
de história 289
cidadão-súdito parapasaram,
ber
005:15), da
construçao do
( 2 0 0 5 : 1 5 ) ,
a do
segundo Laville
conteúdos, mascidadão-participan-
quais
se sociaram não apenas os
as
te
te,
exercicios propostos
a b o r d a - o s , os
também manei- as
de e as
ras
certa
e
sobre as
Chervel, 1990. O texto cons verdadeiro programa
de investigação
dsciApesselinasrespeito,
escolares. tO Constitui um
EO
esquema proposto por Darnton (1990:113).
A ESCRITA DA HISTÓRIA ESCOLAR
S
O
J9
J
cacão para
tem sua Voc
o controle total. Mas essa
pretensão é também a do 291
chamado "mercado", en embora o seu
totalitarismo se fragmente em vários
"concorrentes" entre si, às vezes de uma mesma
empresa. Os professores,
escolhas nem
com suas escol sempre de acordo com o
que desejaria o PNLD,"
exercem também «o seu contraponto homogeneização total.
à
E os alunos W
lar, mas há aqueles que sao mais ou menos eficazes. Duas formas di-
21
de
uma classificaçao
L D , quando se iniciaram avaliacões, cada livro recebia
as
rdo com useu parte dos protes-
mér
merito. Constatou-se então que a escolha de grande
de
sores recaía sobre os livros com classificação baixa (ver
Batista, 2001). A prática
Dre
cldoassic ficação foi0andonada,
aban mas
exclusão dos livros
introduziu-se a
considerados ruins