Aulas de Processo Do Trabalho
Aulas de Processo Do Trabalho
Aulas de Processo Do Trabalho
AULA 01 – 27/02/2007
A JT, desde o período administrativo, teve composição paritária, o que quer dizer
que ela era composta em número igual de representantes de empregados e empregadores,
além do juiz. Era composta pelas Juntas de Conciliação e Julgamento (1ª instância), os
Tribunais Regionais do Trabalho (2ª instância) e o Tribunal Superior do Trabalho (3ª
instância). Hoje, após a EC 24/99, é composta por juízes do trabalho como órgãos da 1ª
instância ao invés da Junta; tendo sido extinta a representação classista e a composição
paritária.
AULA 02 – 06/03/2007
Era uma organização paritária até 1999. Passou a ser composta pela Vara do Trabalho
(1ª instância), Tribunais Regionais do Trabalho (2ª instância) e o Tribunal Superior do
Trabalho (3ª instância).
Até 1946, fazia parte do Ministério do Trabalho, integrando, por conseguinte, a
administração pública.
A Vara do Trabalho é composta por um Juiz Titular e outro Substituto (se ingressa na
magistratura como substituto) – art. 116, CF. Todas as normas da magistratura federal se
aplicam, pois a JT é também uma justiça federal (da União), só que especializada em
matéria trabalhista – art. 659, CLT.
A Vara tem uma Secretaria e não um cartório (como é na justiça comum). Esta tem as
mesmas funções do cartório. O Diretor da Secretaria (equivalente a escrivão da justiça
comum) deveria comparecer às audiências, mas isso não ocorre na prática. Tem oficial de
justiça-avaliador, pois ele também avalia os bens a serem penhorados. Rodas as Varas
deveriam ter uma sessão de contabilidade, mas não é assim.
O TRT-Ba tem 29 Desembargadores. Os órgãos dela são: tribunal pleno (só podem
deliberar com a presença do presidente do tribunal e a metade mais um dos
desembargadores), tribunal especial, Seção Especializada em Dissídios Coletivos, Seções
Especializadas em Dissídios Individuais (1 e 2) e em Turmas (são 6, cada uma com 6
Desembargadores – correspondem às Câmaras da Justiça comum estadual).
O TRT é composto por: 4/5 de juízes titulares das Varas, que são promovidos por
antiguidade e merecimento, e 1/5 de procuradores e advogados. O TRT criou um órgão de
conciliação de 2ª instância.
A Procuradoria vota em uma lista sêxtupla. Depois, o tribunal reduz a lista a tríplice e
a envia para o Presidente escolher um. O procurador não é escolhido por antiguidade e
merecimento, pois se entende que ele não está sendo promovido, mas sim mudando de
função. O procurador deve ter 10 anos na função. A OAB local faz a mesma coisa, com as
devidas correções.
O TST é composto por: 4/5 de juízes oriundos dos TRTs e 1/5 da advocacia e
procuradoria (mesma coisa que no TRT, mas o escolhido pelo Presidente deve ser aprovado
pelo Senado – sabatina). Não há direito à promoção a ministro do TST (não faz parte da
carreira – acaba no TRT), ou seja, a escolha não é por antiguidade e merecimento. Quem
entrar pelo quinto constitucional no TRT não pode ir para o TST (dentro dos 4/5 da
magistratura), só os juízes de carreira.
Dissídio coletivo: envolve a categoria profissional, lutando por direitos abstratos (em geral,
melhoria salarial).
Dissídio individual: envolve pessoas específicas (ainda que sejam muitas – não é a
quantidade de pessoas que define, mas a possibilidade de identificar cada postulante),
lutando por direitos concretos (não satisfeitos – ex: salários não pagos, INSS).
III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre
sindicatos e empregadores;
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver
matéria sujeita à sua jurisdição;
V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art.
102, I, "o";
VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de
fiscalização das relações de trabalho;
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, "a", e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
AULA 03 – 08/03/2007
OBS: Imunidade de jurisdição: o STF decidiu, a partir de 99, que o Estado estrangeiro
NÃO goza de imunidade de jurisdição trabalhista; mas a imunidade de execução continua
valendo, pois há uma Convenção internacional da ONU determinando isso.
AULA 04 – 15/03/2007
AULA 05 – 20/03/2007
§1º - Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da
localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta,
será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais
próxima. (Redação dada pela Lei nº 9.861, de 27-10-99, DOU 28-10-99)
OBS²: A competência da JT abarca, hoje, muitas situações que não são regidas pelo direito
do trabalho (CLT) – ex.: trabalhador autônomo –; nesses casos, o processo se dá na JT, mas
a lei a ser observada é a lei própria do caso (no ex., a lei do trabalhador autônomo).
JUS POSTULANDI:
O CPC é também fonte desde que satisfaça os seguintes requisitos: não deve haver
norma dentre as fontes E deve ser compatível com os Princípios do Processo do Trabalho.
O CPC é fonte subsidiária, conforme o art. 769, CLT.
Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito
processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.
AULA 06 – 22/03/2007
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Optando a parte pelo advogado, o mandato pode ser expresso ou tácito (decorre de
um comportamento; nesse caso, a parte comparece em juízo acompanhada de seu
advogado). Não é a assinatura nas peças processuais que constitui o mandato tácito, mas
sim o comparecimento às audiências que o caracterizam. Este mandato habilita o advogado
a exercer atos judiciais, mas não o habilita para poderes especiais (como substabelecimento
e receber dinheiro).
O Mandato Tácito se confunde com o Mandato apud acta. Este é aquele em que a
parte comparece à audiência com seu advogado sem mandato expresso e, então, o juiz
manda inserir na ata que a parte constitui advogado (ex.: art. 16 da Lei 1060/50 – “Se o
advogado, ao comparecer em juízo, não exibir o instrumento do mandato outorgado pelo
assistido, o juiz determinará que se exarem na ata da audiência os termos da referida
outorga.”). A diferença é que, no mandato apud acta, o juiz manda inserir, há uma vontade
expressa (por parte do juiz); no mandato tácito, simplesmente se informa, na ata, que a
parte compareceu assistida pelo advogado.
Art 2º Nos dissídios individuais, proposta a conciliação, e não havendo acôrdo, o Presidente, da
Junta ou o Juiz, antes de passar à instrução da causa, fixar-lhe-á o valor para a determinação da alçada,
se êste fôr indeterminado no pedido.
[...]
§ 3º Quando o valor fixado para a causa, na forma dêste artigo, não exceder de 2 (duas) vêzes
o salário-mínimo vigente na sede do Juízo, será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo
constar da Ata a conclusão da Junta quanto à matéria de fato.
§ 4º - Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças
proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o
valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação. (Redação dada pela Lei nº 7.402, de 1985)
A Lei não pegou, pois as partes sempre entravam com recurso, alegando cerceamento
da defesa (não constaria os depoimentos), reformando as sentenças.
2. RITO SUMARÍSSIMO
Está previsto a partir do art. 852-A da CLT (Seção II-A do Capítulo III).
Art. 852-A - Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo
vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
(Artigo acrescentado pela Lei nº 9.957, de 12-01-00, DOU 13-01-00)
Refere-se às causas com valores de ATÉ 40 SALÁRIOS MÍNIMOS.
A Lei que inseriu esse artigo, na CLT, é de 2000. Questiona-se,então, se teria este artigo
revogado a Lei 5584/70, extinguindo, consequentemente, o Rito Sumário? Há posições, na
doutrina, nos 2 sentidos.
3. RITO ORDINÁRIO
Está previsto a partir do art. 837 da CLT (Seção I do Capítulo III), que trata da forma da
reclamação trabalhista.
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO:
1. FORMA DA RECLAMAÇÃO
Sendo ORAL, o reclamante se apresenta na JT e diz que quer fazer uma reclamação.
O art. 840, §2º diz que a reclamação deve ser reduzida a termo pelo escrivão ou chefe de
secretaria, ou seja, a reclamação, ainda oral, seria distribuídas entre as Varas e, dentro de 05
dias, o reclamante teria que comparecer à Vara para reduzi-la a termo. Na prática, no
momento em que o reclamante comparece à JT para fazer a reclamação oral, os
funcionários que o atendem já a reduzem a termo e, só depois, distribuem.
§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo
escrivão ou chefe de secretaria, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior.
Art. 786 - A reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a termo.
Parágrafo único - Distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de força
maior, apresentar-se no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-la a termo, sob a
pena estabelecida no art. 731.
Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se apresentar, no
prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo,
incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do
Trabalho.
Hoje, há uma Portaria que regulamenta a reclamação verbal, limitando sua utilização
para casos excepcionais. O Prof. acredita ser ilegal, pois estria limitando o direito,
diminuindo sua abrangência de forma não autorizada pela lei.
OBS²: As Pessoas Jurídicas têm um nome fantasia e outro jurídico – razão social –; deve-se
procurar pôr o nome jurídico, pois facilitará na execução.
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII – Citação do Réu. No Proc. Trabalho, não é necessário requerê-la, pois a CLT
incube a Secretaria de promover este ato, independentemente de pedido.
OBS³: Não se deve alongar muito a reclamação para evitar que o ônus da prova recaia
sobre o Reclamante. Deve se mostrar apenas os fatos essenciais.
AULA 07 – 27/03/2007
OBS: No Proc. Civil, Citação significa um comunicado da justiça ao réu de que há um processo contra ele.
Notificação seria um comunicado de coisas ocorridas no processo (ex: mudança na data da audiência).
Intimação é uma ordem para que a parte compareça em juízo.
O ato de Citação é AUTOMÁTICO; a própria Secretaria da Vara se incumbe de
fazer a citação no prazo de 48hs. A contar da data da protocolização da inicial. Deverão ser
impressas tantas vias da petição inicial quanto forem os reclamados, uma vez que serão
enviadas junto com a citação para cada reclamado. O juiz não precisa despachar a inicial
para que a citação seja feita (ele só tomará conhecimento dela na audiência).
A citação é POSTAL, salvo quando a parte não for encontrada ou estiver criando
obstáculos para o recebimento, hipótese em que a Citação se dará por EDITAL. A citação
NÃO É PESSOAL, ela se aperfeiçoa com a entrega no âmbito da empresa. Normalmente,
não declaram a nulidade sob a alegação de não recebimento pessoal (em mãos). Não há
hipótese legal de citação por mandado. Mas, na prática, pode vir a se configurar a
necessidade da presença do oficial ou servidor por mandado. Faz-se necessário o AVISO
DE RECEBIMENTO (o reclamado ou seus pressupostos recebem a citação e assinam o
aviso).
§ 1º - A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao
seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no
que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo.
SÚMULA 16 DO TST:
16 - Notificação (RA 28/1969, DO-GB 21.08.1969. Nova redação - Res. 121/2003, DJ 19.11.2003)
Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento
ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário.
4. AUDIÊNCIA INICIAL
Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força
maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira
desimpedida, independentemente de nova notificação.
122 - Revelia. Atestado médico. (RA 80/1981, DJ 06.10.1981. Redação alterada pela Res 121/2003, DJ
19.11.03. Nova redação em decorrência da incorporação da Orientação Jurisprudencial nº 74 da SDI-1 -
Res. 129/2005, DJ. 20.04.2005).
A reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu advogado
munido de procuração, podendo ser ilidida a revelia mediante a apresentação de atestado médico, que deverá
declarar, expressamente, a impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da
audiência. (Primeira parte - ex-OJ nº 74 - Inserida em 25.11.1996; segunda parte - ex-Súmula nº 122, redação
dada pela Res 121/2003, DJ 19.11.03)
Pode ser substituído pelos PREPOSTOS. Os requisitos para ser preposto são: portar
documento (carta de preposição – espécie de procuração com os dados do processo –; não é
um requisito legal, pode apresentar depois); conhecer os fatos (não precisa conhecer por
experiência própria – se não conhecer, presume-se verdadeiro o que foi dito pelo
trabalhador – convicção ficta); precisa ser empregado da empresa. Sobre esse último
requisito, há uma discussão, na doutrina, sobre se é ou não necessário ser empregado, mas o
TST pacificou o entendimento de que É necessário ser empregado; pois, muitas vezes, as
empresas apresentavam qualquer pessoa como preposto para evitar a revelia (tendo
algumas pessoas feito de ser preposto um em prego). O preposto atua como se fosse
empregador.
§ 1º - É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que
tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.
Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, o preposto deve ser necessariamente empregado do
reclamado. Inteligência do art. 843, § 1º, da CLT. (ex-OJ nº 99 - Inserida em 30.05.1997)
4.2.1. RECLAMANTE:
Art. 786 - A reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a termo.
Parágrafo único - Distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de força maior,
apresentar-se no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-la a termo, sob a pena
estabelecida no art. 731
Aquele que der causa ao arquivamento deve pagar as custas, mas, regra geral, o
trabalhador é dispensado do pagamento.
AULA 08 – 03/04/2007
A Audiência é pública, qualquer pessoa pode assistir, mas a pedido de uma das partes
o juiz pode decretar o segredo de justiça (ex: doença infecto-contagiosas, assédio sexual).
Deve ser das 08. às 18hs. e não deve ter mais de 05 horas seguidas.
Haverá tolerância de até 15 min para a chegada do juiz. Não há tolerância para as
partes – elas devem estar lá na hora marcada – art. 815, CLT. Se, depois dos 15 min, o juiz
não chegar, as partes podem ir embora (o Jonhson acha melhor esperar até que algum
servidor dispense, o que será registrado me ata).
Art. 815 - À hora marcada, o juiz ou presidente declarará aberta a audiência, sendo feita pelo secretário
ou escrivão a chamada das partes, testemunhas e demais pessoas que devam comparecer.
Parágrafo único - Se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz ou presidente não houver
comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das
audiências.
Para o Prof, referentemente as partes, não deve haver tolerância por questão de
imparcialidade e rigor técnico.
O diretor da Secretaria é quem auxilia o juiz, de acordo com a CLT, mas, na prática, é
um servidor inferior.
Os requisitos para ser preposto são: conhecer os fatos (é o único requisito legal);
portar documento – carta de preposição (é lógica); ser empregado (é requisito
jurisprudencial – Súm. 377, TST –, só não precisa ser empregado no caso de conflito sobre
empregado doméstico).
O advogado pode ser o preposto ao mesmo tempo? A Lei 8906 (Estatuto da OAB), no
art. 3º, proíbe o “exercício” simultâneo. Do ponto de vista da Justiça do Trabalho, é aceito –
mas, se o advogado insistir, pode haver problemas administrativos com a OAB (é um
problema de ordem ética).
No Proc Civil, a revelia consiste na Não Contestação (art. 319) e tem como
conseqüência a Confissão, a presunção de veracidade de tudo quanto alegado pelo autor.
Art. 319. Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor.
No Proc Trab, o art. 844 fala em revelia além de confissão quanto a matéria de fato.
Há uma incongruência, pois a revelia já tem como efeito a confissão, logo, a parte final
seria desnecessária.
Situações possíveis:
4.3. CONCILIAÇÃO
O acordo será tomado a termo, exatamente como foi feito, podendo ser incluído uma
cláusula penal (sanção ao não cumprimento).
A lei não diz qual a conseqüência pela não tentativa de conciliação. Mas a doutrina e
jurisprudência coloca a NULIDADE do processo como efeito se não houver a 2ª tentativa
(aquela após as razões finais).
AULA 09 – 10/04/2007
O juiz pode negar a homologação do acordo, quando ele observar que será
excessivamente prejudicial à parte (a transação deve ser razoável), mesmo que o direito seja
indisponível (ou seja, é possível a transação de direito indisponível na justiça do trabalho).
O juiz deve ver se o acordo está em conformidade com a lei e se é exorbitantemente
prejudicial a qualquer das partes.
Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da
reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.
Não havendo acordo, o acusado terá 20 min para se defender – princípio da Oralidade
(a contestação é oral) –. A prática é a apresentação da contestação por escrito – é melhor
por causa da duração do tempo (princípio da eventualidade, art. 297 e 301/CPC: a
apresentação da defesa se dá num momento oportuno) e porque delongaria a audiência –.
Art. 297. O réu poderá oferecer, no prazo de 15 (quinze) dias, em petição escrita, dirigida ao juiz da
causa, contestação, exceção e reconvenção.
As exceções buscam atingir o juiz ou as partes (art. 799 e seg., CLT) – suspeição, que
não leva a nulidade, e incompetência –. No PC, permite-se também a exceção de
impedimento (art. 304, CPC); aqui, o CPC será fonte do PT, pois, na época da feitura da
CLT, só havia aquelas 2.
Art. 799 - Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com suspensão
do feito, as exceções de suspeição ou incompetência.
§ 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas
do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que couber
da decisão final.
Art. 304. É lícito a qualquer das partes argüir, por meio de exceção, a incompetência (art. 112), o
impedimento (art. 134) ou a suspeição (art. 135).
Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou voluntário:
I - de que for parte;
II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do
Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha;
III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão;
IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu,
consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau;
V - quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na
colateral, até o terceiro grau;
VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa.
Parágrafo único. No caso do no IV, o impedimento só se verifica quando o advogado já estava
exercendo o patrocínio da causa; é, porém, vedado ao advogado pleitear no processo, a fim de criar o
impedimento do juiz.
Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo.
O art. 799 da CLT diz que essas exceções são as únicas que suspendem o feito. Outras
podem ser alegadas como preliminares de defesa (art. 301, CPC), mas não suspenderão o
feito – ex: ilegitimidade da parte, coisa julgada, litispendência (o juiz apreciará o mérito em
1º lugar – na prática, o juiz deve apreciar logo, de plano).
Reconvenção é ação do réu contra o autor no mesmo processo. Tudo que se aplica no
PC também se aplica no PT. Deve ser aplicada na audiência (no prazo de 20 min). O juiz
determinará o prazo de contestação da reconvenção (prazo para o autor da principal).
No PT, as exceções e reconvenções são feitas dentro dos autos (no PC, é em autos
apartados).
AULA 10 – 12/04/2007
4.4. CONTESTAÇÃO (continuação):
I. embargos;
IV. agravo.
§ 1º Os incidentes do processo são resolvido pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação
do merecimento das decisões interlocutórias somente em recurso da decisão definitiva.
Art. 799. Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho somente podem ser opostas, com suspensão
do feito, as exceções de suspeição ou incompetência.
§ 2º Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas
do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que couber
da decisão final.
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias
não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão:
No entanto, a Lei 5584/70, art. 2º prescreve que a petição pode conter o valor da
causa. Antes de passar a instrução do processo, se não houver valor da causa estabelecido, o
juiz determinará o valor da causa.
O juiz também pode discordar do valor da causa estabelecida na petição inicial pela
parte e fixar outro, pois o valor da causa é de interesse público.
Art. 2º Nos dissídios individuais, proposta a conciliação, e não havendo acôrdo, o Presidente, da Junta
ou o Juiz, antes de passar à instrução da causa, fixar-lhe-á o valor para a determinação da alçada, se
êste fôr indeterminado no pedido.
§ 1º Em audiência, ao aduzir razões finais, poderá qualquer das partes, impugnar o valor fixado e, se o
Juiz o mantiver, pedir revisão da decisão, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente do
Tribunal Regional.
§ 2º O pedido de revisão, que não terá efeito suspensivo deverá ser instruído com a petição inicial e a
Ata da Audiência, em cópia autenticada pela Secretaria da Junta, e será julgado em 48 (quarenta e oito)
horas, a partir do seu recebimento pelo Presidente do Tribunal Regional.
§ 3º Quando o valor fixado para a causa, na forma dêste artigo, não exceder de 2 (duas) vêzes o salário-
mínimo vigente na sede do Juízo, será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo constar da Ata
a conclusão da Junta quanto à matéria de fato.
§ 4º Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas
nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do
salário mínimo à data do ajuizamento da ação. (redação dada pela Lei nº 7.402, de 05-11-1985)
Prescreve o artigo 818, CLT: a prova das alegações incumbe à parte que as fizer. Esse
dispositivo trata o ônus da prova de forma incompleta. A doutrina, portanto, tratou de
resolver essa deficiência com as regras previstas no artigo 333 do CPC.
Parágrafo único - É nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da prova quando:
Ônus da prova – quem deve provar? Quem tiver o ônus de provar e não provar, contra
ele será julgado. Prova significa demonstração, perante o juiz, das alegações feitas.
Exemplo: o reclamante alega que prestava horas extras e a outra parte alega que não
havia prestação de horas extras. Neste caso, há alegações por ambas as partes.
Aplica-se o CPC, no ônus da prova, com base no argumento de que a CLT não
resolve todas as situações satisfatoriamente.
O ônus da prova incumbe ao autor, quando o fato for constitutivo de seu direito; ao
réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
- Fato constitutivo: fato que constitui direito, cria direito (ex.: A alega que é empregado).
Casos práticos
• Se o empregador alega que despediu o empregado, mas com justa causa, trata-se de
fato impeditivo.
• Se o empregador alega que já pagou aquilo que o empregado está cobrando, é fato
extintivo.
• A alega que é empregado de B, que alega que A é autônomo. Neste caso, a alegação
de B, que A, na verdade, é autônomo, é um fato impeditivo.
• A pede 2 horas extras por dia na empresa de B (alegações). B pode alegar:
- Alega que A trabalhou hora extraordinária, porque, em outro dia, trabalhou menos (o
direito existe, mas modifica-se).
Na prática, modificativo e impeditivo não tem tanta diferença, pois o réu que terá que
provar.
• Ex.: o réu alega que não pagou o que deve, porque não venceu o prazo. Não impede
o autor de receber, apenas modifica de acordo com o prazo. Não impede por
completo a satisfação do pedido do autor – no modificativo, existe o direito,
modificado por uma circunstância.
• O réu alega que não pagou o valor “X” referentes aos lucros, porque há uma lei que
prevê que tal valor não é devido – fato impeditivo. Porém, se o autor viesse a alegar
que o réu se recusa a pagar baseado nessa lei (que diz que o valor não é devido),
mas que, na verdade, o valor lhe é devido; aí tal fato assumiria caráter constitutivo
de seu direito e ele traria para si o ônus da prova.
Na petição inicial, é bom que o advogado seja simples e não antecipar alegações
futuras do empregador para não ter o ônus de provar. (ex.: A me despediu alegando justa
causa dizendo que eu estava embriagado em serviço, mas isso é mentira). A alegação de
que não estava embriagado consiste em fato constitutivo, logo, quem alegou tem que
provar. O melhor seria apenas alegar que não houve justa causa na despedida.
AULA 11 – 17/04/2007
É fase probatória.
O juiz faz as perguntas, depois passa para a parte contraria fazer as suas. As partes
não prestam compromisso de verdade, mas têm obrigação de colaborar; assim se a parte se
nega a responder as perguntas, terá como sanção a confissão ficta, de acordo com o
entendimento predominante. As partes não podem ouvir o depoimento uma das outras, por
isso o advogado não pode ser preposto – como preposto, ele não pode ouvir, mas, como
advogado, ele deve ouvir para fazer as perguntas –; se a parte está sem advogado, fazendo
uso do jus postulandi, ela terá que ouvir o depoimento da outra, pois o direito de defesa é
mais importante.
Art. 820 - As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiridas,
por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus representantes ou advogados.
5.2. TESTEMUNHA:
É a prova mais freqüente, embora não seja muito crível (cada pessoa vê os fatos de
um modo, de acordo com sua idade, cultura etc.).
O número máximo para cada parte é, no rito ordinário, 03; no rito sumaríssimo, são
02; no inquérito para apuração de falta grave são 06 (servirá para demissão de trabalhador
estável, que só pode ser demitido por justa causa – é estável aquele trabalhador que tinha
trabalhado mais de 10 anos, na mesma empresa, antes da CF-88, e são estáveis aqueles
trabalhadores que têm estabilidade provisória, como a grávida e o líder sindical). Essa é a
regra, mas as partes podem pedir, comprovando essa necessidade, um número maior.
Comparecimento das testemunhas: as partes devem levar suas testemunhas; não existe
rol de testemunhas, devem comparecer independentemente de notificação e intimação – as
que não comparecerem serão intimadas; o juiz pede comprovação que a testemunha foi
convidada para que possa intimá-la. A regra é que as partes compareçam com as
testemunhas, a exceção é a intimação; o melhor a fazer é apresentar o rol de testemunhas (a
CLT não estabelece o rol e o CPC não pode ser aplicado) – com isso, já se pede a intimação
das testemunhas antes da audiência própria.
Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhados das suas testemunhas,
apresentando, nessa ocasião, as demais provas.
Art. 829 - A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer
das partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples informação.
Art. 405. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou
suspeitas.
§ 1o São incapazes;
I - o interdito por demência;
II - o que, acometido por enfermidade, ou debilidade mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, não
podia discerni-los; ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as percepções;
III - o menor de 16 (dezesseis) anos;
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que Ihes faltam.
§ 2o São impedidos:
I - o cônjuge, bem como o ascendente e o descendente em qualquer grau, ou colateral, até o terceiro
grau, de alguma das partes, por consangüinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público, ou,
tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova, que o juiz
repute necessária ao julgamento do mérito;
II - o que é parte na causa;
III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor na causa do menor, o representante legal da
pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros, que assistam ou tenham assistido as partes.
§ 3o São suspeitos:
I - o condenado por crime de falso testemunho, havendo transitado em julgado a sentença;
II - o que, por seus costumes, não for digno de fé;
III - o inimigo capital da parte, ou o seu amigo íntimo;
IV - o que tiver interesse no litígio.
§ 4o Sendo estritamente necessário, o juiz ouvirá testemunhas impedidas ou suspeitas; mas os seus
depoimentos serão prestados independentemente de compromisso (art. 415) e o juiz Ihes atribuirá o
valor que possam merecer.
AULA 12 – 19/04/2007
Deve-se conversar com a testemunha antes para saber o que ela sabe (saber o que
perguntar) e para dizer como ela deve se comportar na audiência (ex: só responda o que o
juiz perguntar).
Legalmente, é o juiz quem faz as perguntas; o advogado diz a pergunta para o juiz e
este pergunta para a testemunha, modificando os termos do advogado para um mais correto
(ex: a pergunta não pode ser direcionada: “não é verdade ...”).
5.3. PERICIAL:
Art. 826 - É facultado a cada uma das partes apresentar um perito ou técnico.
Quem paga os honorários do perito é a parte que foi vencida no objeto da perícia – se
ela estiver beneficiada pela gratuidade da justiça, será o Ministério da Trabalho quem
pagará.
Art. 440. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar
pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato, que interesse à decisão da causa.
Art. 441. Ao realizar a inspeção direta, o juiz poderá ser assistido de um ou mais peritos.
Art. 442. O juiz irá ao local, onde se encontre a pessoa ou coisa, quando:
I - julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar;
II - a coisa não puder ser apresentada em juízo, sem consideráveis despesas ou graves dificuldades;
Ill - determinar a reconstituição dos fatos.
Parágrafo único. As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e
fazendo observações que reputem de interesse para a causa.
Art. 443. Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo
quanto for útil ao julgamento da causa.
O juiz quer verificar, in loco, o que está realmente acontecendo (pessoalmente, é o
juiz quem vai); pode designar funcionário para fazê-lo, será lavrado em auto
circunstanciado. Ele pode ir acompanho de peritos e das partes.
Será usada ou quando o juiz quer ver ou quando a prova não pode ser levada; é
normalmente usada em se tratando de segurança do trabalho.
5.5. DOCUMENTAL:
Está regulamentado pelo CPC (art. 396 a 399), pois a CLT é omissa (só tem o art. 830
– o documento deve ser original ou autenticado ou em publica forma para o juiz autenticar,
esta é uma transcrição de documento público; na prática, a justiça é tolerante a respeito,
salvo se a parte contraria impugnar).
Art. 830 - O documento oferecido para prova só será aceito se estiver no original ou em certidão
autêntica, ou quando conferida a respectiva pública-forma ou cópia perante o juiz ou Tribunal.
Art. 396. Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com os
documentos destinados a provar-lhe as alegações.
Art. 397. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados
a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados, ou para contrapô-los aos que foram produzidos
nos autos.
Art. 398. Sempre que uma das partes requerer a juntada de documento aos autos, o juiz ouvirá, a seu
respeito, a outra, no prazo de 5 (cinco) dias.
AULA 13 – 24/04/2007
6. AUDIÊNCIA DE JULGAMENTO:
Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10
(dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e
não se realizando esta, será proferida a decisão.
As alegações são orais, cada parte tem o prazo de 10 min. O advogado ou a parte deve
falar os pontos mais importantes, analisar as provas, chamar a atenção do juiz para os
aspectos favoráveis nas provas.
Não há direito a Razões finais escritas – há o direito à oral. As partes podem requerer
as razões finais por escrito (se chama de memorial). o juiz, ao deferir, concederá prazo para
a entrega; se ele não determinar, o prazo será de 05 dias.
Na prática, o juiz não abre espaço para as razões finais (para economizar tempo); diz,
para o escrivão, que as partes remetem as razões finais ao quanto alegado e provado (razões
finais remissivas ou conforme alegado e provado). Não pergunta às partes se elas querem
apresentar as razões finais.
É, nesse momento, que a parte, que não concordou com o valor designado, pelo juiz,
para a causa, pode impugnar o valor; deve fundamentar. Se o juiz mantiver o valor, dessa
decisão (interlocutória) cabe recurso.
6.2. CONCILIAÇÃO:
OBS: O nome legal do 13º salário é Gratificação Natalina – é esta nomenclatura que deve
ser usada em juízo.
6.3. SENTENÇA:
• Relatório: O CPC já diz que no consiste o Relatório (é didático): Nome das partes
(se for plúrima, pode-se remeter a uma lista em anexo; pode ser feito na inicial e na
sentença); Resumo da inicial e da contestação (na prática, os juízes remetem às
folhas das peças nos autos; é errado, deve-se resumir, fazer uma síntese, não basta
se referir – visa mostrar que o juiz leu o processo e oferecer elementos para as
partes virem a oferecer recurso); Andamento do Processo – histórico do processo,
registro das principais ocorrências, visa demonstrar o andamento regular do
processo –. Não deve haver juízo valorativo, é só uma narração. No caso de acordo,
o juiz fará uma sentença homologando, não precisa relatório, só dirá que as partes
fizeram um acordo, que ele está homologando para que venha a produzir todos os
efeitos.
• Fundamentação: o juiz analisará as questões de fato e de direito (se analisa os fatos
e procura os dispositivos legais que incidem nesse fato – deve-se colocar o artigo,
mas não precisa colocar a letra do artigo; o juiz “conhece o direito”, presume-se o
conhecimento das normas, salvo se forem estaduais ou internacionais, quando deve-
se pôr a letra do artigo). Tem status constitucional. É melhor o juiz fundamentar
ponto a ponto (pois os pedidos são muitos).
• Dispositivo: o juiz faz um resumo da fundamentação; resolverá as questões que lhe
foram postas. É a parte mais importante, é o que faz coisa julgada. É a “sentença em
si” – onde o juiz diz se condena ou absorve e em quais termos. É um equívoco
grande remeter à fundamentação (ex: “condeno na forma da fundamentação”). Se
houver contradição entre a fundamentação e o dispositivo, pode se impetrar um
Embargo de Declaração (recurso) – quando a fundamentação, sentença for obscura,
omissa ou contraditória.
Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciação
das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão.
§ 1º - Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o prazo e as condições para
o seu cumprimento.
§ 2º - A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte vencida.
A CLT é completa sobre os requisitos da sentença, ou seja, não se pode usar o CPC
subsidiariamente, só poderá citá-lo para efeitos explicativos, pois mais didático.
- Ultra petita: o juiz vai além do pedido, ultrapassa-o (o pedido existe, mas o juiz vai
além);
- Extra petita: o que está na sentença não foi pedido (fora do pedido);
- Infra petita: o juiz vai aquém do pedido, ele é omisso sobre algum pedido (cabe embargo
de declaração por omissão).
A extra petita é nula; na ultra, se impetra um Recurso para ajustar a decisão (discute-
se se o juiz poderia se retratar, reconsiderar sua sentença, por questão de economia
processual; predomina que ele não pode se retratar para ajustar – deve haver um recurso
para o tribunal ajustar).
AULA 14 – 26/04/2007
Comunicado da sentença:
1. Sentença proferida em audiência de julgamento sine die (sem data, prazo): deve
intimar as partes quando a sentença for proferida e o prazo começará a correr da
data da intimação.
2. Sentença proferida em audiência de julgamento com data (prazo) determinada: não
há intimação, a parte já sabe qual é o dia da audiência, o prazo começará a correr
desta data.
Art. 834 - Salvo nos casos previstos nesta Consolidação, a publicação das decisões e sua notificação
aos litigantes, ou a seus patronos, consideram-se realizadas nas próprias audiências em que forem as
mesmas proferidas.
7. FASE RECURSAL:
Recurso é a reapreciação de uma decisão, é um remédio, que a parte tem, para pedir a
uma autoridade superior que reveja uma decisão. É o Princípio do Duplo Grau de
Jurisdição.
Mesmos do PC.
- Unicorribilidade: para cada decisão, só cabe um único recurso ao mesmo tempo, para
cada parte.
Depois, se admitido, vai para juízo ad quem (aquele que julgará o mérito do recurso),
onde se verá se o recurso será ou não conhecido (fará o 2º juízo de admissibilidade).
a) Adequação: para cada tipo de decisão, existe um recurso adequado, próprio ao tipo – se
relaciona com a fungibilidade –.
b) Tempestividade: o recurso deve ser apresentado dentro do prazo legal (no PT, é
uniforme, todos os recursos têm o prazo de 8 dias). O prazo é contado excluindo o dia do
começo e contando o do fim. O órgão público tem o dobro de prazo. Se não apresentado
dentro do prazo, deve ser fundamentado.
AULA 15 – 03/05/2007
d) Interesse de Recorrer: se configura quando a parte teve algum dano, que pode ser
desfeito pelo recurso.
e) Regularidade Formal: de acordo com o art. 899/CLT, o recurso pode ser uma simples
petição, ou seja, não precisaria de fundamentação (simplesmente se diria “recorro”); isso se
explica pela simplicidade da JT e pelo jus postulandi das partes (não poderia se requerer
conhecimentos jurídicos das partes). A despeito da CLT, a doutrina predominante entende
que deve ter um mínimo de razões lógicas. Por mais simples que seja, deve ter algum tipo
de fundamentação, ainda que não jurídica.
Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo
as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.
• Depósito Recursal (art. 899, §§1º e 2º): também chamado de depósito prévio, pois
prévio ao recurso. Só quem tem o dever de fazê-lo é o tomador de serviço, o
empregado não precisa fazê-lo para recorrer. Tem como finalidade a desestimulação
de recursos infundados e também garantir, parcialmente, o resultado da execução. O
depósito será feito numa conta do FGTS, renderá juros e correção monetária. Se o
recorrente vencer, o dinheiro é devolvido. Só cabe em decisões condenatórias em
pecúnia. Para cada recurso, há um valor fixado de depósito; todo ano estes valores
são alterados (o TRT fixa o valor numa lista).
§ 1º Sendo a condenação de valor até 10 (dez) vêzes o salário-mínimo regional, nos dissídios
individuais, só será admitido o recurso inclusive o extraordinário, mediante prévio depósito da
respectiva importância. Transitada em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o levantamento
imediato da importância de depósito, em favor da parte vencedora, por simples despacho do juiz.
AULA 16 – 08/05/2007
• Depósito Recursal (art. 899, §§1º e 2º): devido em caso de condenação pecuniária,
pois tem dupla finalidade – garantir em parte a execução e desestimular recursos
infundados –. Há discussão sobre o empregado dever ou não o depósito, mas
predomina o entendimento que ele não está obrigado.
• Custas (art. 789/ CLT): é uma taxa, uma contraposição ao uso da “estrutura” da JT
(uso da máquina judiciária). Em fase recursal, devem ser pagas e comprovadas no
prazo do recurso, assim como o depósito. O percentual das custas é de 02% sobre a
condenação ou sobre o valor da causa (se não há condenação pecuniária) ou sobre o
valor do acordo (se houver; quem paga é aquele que acordaram que pagaria; se nada
foi acordado, o empregador é quem paga).
Não há proporção de custas; são pegas pelo vencido. Se a procedência foi
parcial, quem paga é o tomador de serviço (mesmo que tenha perdido em só um
item).
Não há custas antecipadas (só se paga após o trânsito em julgado da sentença), salvo sem se
tratando de recurso.
Se não houve condenação pecuniária nem foi fixado o valor da causa, deve-se peticionar, ao
juiz, que fixe um valor para a causa para efeitos das custas; nesse caso, haverá suspensão do prazo
recursal até a fixação.
As custas recursais são prévias à apreciação do mérito do recurso, pois podem ser pagas após a
apresentação do recurso, desde que dentro do prazo.
Art. 789 - Nos dissídios individuais ou coletivos do trabalho, até o julgamento, as custas serão
calculadas progressivamente, de acôrdo com a seguinte tabela:
II - Acima do limite do item I até duas vêzes o salário-mínimo regional, 8% (oito por
III - Acima de duas e até cinco vêzes o salário-mínimo regional, 6% (seis por cento);
IV - Acima de cinco e até dez vêzes o salário-mínimo regional, 4% (quatro por cento);
d) no caso de inquérito, sôbre 6 (seis) vêzes o salário mensal do reclamado ou dos reclamados.
§ 4º As custas serão pagas pelo vencido, depois de transitada em julgado a decisão ou, no caso de
recurso, dentro de 5 (cinco) dias da data de sua interposição, sob pena de deserção, salvo quando se
tratar de inquérito, caso em que o pagamento das custas competirá à emprêsa, antes de seu julgamento
pela Junta ou Juízo de Direito.
§ 6º Sempre que houver acôrdo, se de outra forma não fôr convencionado, o pagamento das custas
caberá em partes iguais aos litigante.
Súmula do TST:
AULA 17 – 10/05/2007
I. embargos;
IV. agravo.
Casos Cabíveis: a) Decisões definitivas das Varas (o art. 895 ainda usa a
nomenclatura Juntas) – a lei não foi feliz ao falar em “definitiva”, pois, na realidade, é
cabível não só as definitivas (ou de mérito) como também nas decisões terminativas (que
extinguem o processo; art. 267 e 286, CPC), só não cabe nas decisões interlocutórias –; b)
Decisões definitivas dos tribunais nos casos de competência originária (Dissídios Coletivos,
Mandado de Segurança – hoje se sustenta que pode começar na Vara –, Habeas Corpus,
Ação Rescisória).
II - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - quando, por não promover os atos e diligências que lhe competir, o autor abandonar a causa por
mais de 30 (trinta) dias;
VI - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a
legitimidade das partes e o interesse processual;
A conciliação só se desfaz via Ação Rescisória, não cabe recurso, salvo para o INSS.
O INSS só incide em parcelas salariais, então é comum ter acordo sem essas parcelas para
que não haja incidência (e pagamento ao INSS).
Art. 831. A decisão será proferida depois de rejeitadas pelas partes a proposta de conciliação.
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível,
salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas. (alterado pela L-
010.035-2000)
Só por rescisória é atacável o termo de conciliação previsto no parágrafo único do Art. 831 da
Consolidação das Leis do Trabalho.
Referências:
Procedimento: a parte legitimada apresenta seu recurso perante o juízo a quo. Haverá
a possibilidade de 2 procedimentos no a quo: pode se examinar de plano a admissibilidade
ou pode abrir prazo para as contras-razões primeiro (tem como vantagem que a parte
contrária pode chamar a atenção, alegar a falta de pressupostos). Normalmente, o juiz
examina primeiro e abre o prazo, depois, se for admitido. Se o juiz não admitir (decisão
negativa), cabe recurso de Agravo de Instrumento. É o Regimento Interno dos TRTs que
determi narão os procedimentos de cada recurso dentro do âmbito do tribunal.
Depois das contra-razões, o juiz pode se retratar. As contra-razões não são
obrigatórias, é uma faculdade; a não apresentação não enseja a presunção de veracidade das
razões do recurso; apenas perde-se a oportunidade de contrariar.
1º) Distribui-se para o Relator (este é o 1º julgador, será ele quem fará um exame
profundo do processo, fará um voto detalhado, explicando o processo para os
colegas);
2º) O Relator enviará para a Procuradoria do Trabalho (ela é a fiscal da lei, examinará
o seguimento da lei – deve emitir um parecer, não é vinculante);
Outro procedimento possível é inverter o 2º passo com o 1º (ou seja, primeiro vai para
o MPT e depois distribui para o Relator).
Depois do voto do relator, o revisor dará seu voto (este também fará um exame do
processo, porém menos aprofundado). Depois os votos seguirão por ordem de antiguidade
no tribunal (não é o mais idoso e sim aquele que está a mais tempo no tribunal). O RI pode
mudar a ordem dos votos.
AULA 18 – 15/05/2007
Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões
proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do
Trabalho, quando:
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro
Tribunal Regional, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior
do Trabalho, ou a Súmula de Jurisprudência Uniforme dessa Corte;
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo,
sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que
exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na
forma da alínea a;
c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição
Federal.
§ 2o Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em execução
de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, não caberá Recurso de Revista,
salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal.
§ 4º A divergência apta a ensejar o Recurso de Revista deve ser atual, não se considerando como tal a
ultrapassada por súmula, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do
Trabalho.
A finalidade não é fazer justiça, mas sim (1º) uniformizar a jurisprudência dos
TRTs (eles podem decidir de modo diferente sobre a mesma demanda, o que enfraquece a
justiça) e (2º) assegurar a primazia da Lei Federal, faz com que a lei seja observada,
aplicada (ex: uma lei federal foi violada, então se usa o RR para assegurar sua aplicação).
Pressupostos:
1. Gerais: adequação, efeitos devolutivos (se quiser dar efeito suspensivo, deve-se usar
uma ação cautelar – provando as condições da ação cautelar: periculum in mora e
fumus boni iuris);
2. Epecíficos:
Ocorre preclusão quando não forem opostos embargos declaratórios para suprir omissão
apontada em recurso de revista ou de embargos.
- Tese Jurídica: no RR, só se discute tese jurídica (direito), não se analisa fatos e
provas (esses são discutidos no RO) – ex: prof. de ensino fundamental que fala
palavras de baixo calão em sala incide em justa causa? –. Se tiver que olhar as provas
para decidir, é matéria de fatos e provas; no RR, não se olha os autos do processo, só
se ver a tese, só se discute o direito. Uma questão de fato pode se transformar em
jurídica desde que não se tenha que olhar os autos. O juízo a quo deve ter emitido
uma tese sobre o tema (pré-questionamento) – será essa tese que servirá de
fundamento do RR (o recorrente criará uma tese contrária). Pode se reapreciar o
direito probatório aplicado aos fatos.
Incabível o recurso de revista ou de embargos (arts. 896 e 894, letra b, da CLT) para
reexame de fatos e provas.
Art. 896-A. O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a causa
oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou
jurídica.
- Aresto Divergente: como visa a uniformizar a jurisprudência dos TRTs, deve-se
colocar as decisões divergentes do a quo e do tribunal divergente, para formar o
conflito pretoriano de tese; trazer arestos (outro nome para acórdão) com os
requisitos: divergência (a tese do aresto deve ser divergente da do a quo), especifico
(todos os dados, informações do aresto a quo devem se repetir no paradigma
detalhadamente), válido (publicado nos livros e revistas autorizados – se exige a
identificação da fonte de publicação idônea para que no juízo de admissibilidade ou o
advogado da outra parte possam analisar a autenticidade do aresto).
OBS: Aresto Paradigma é o aresto que diverge da decisão do a quo, que traz sua tese.
Hipóteses de Cabimento:
1. Decisão de mérito de RO (se este não foi aceito, o recurso correto é o Agravo de
Instrumento) do TRT – dissídio individual;
AULA 19 – 22/05/2007
Hipóteses de Cabimento:
2º) Violação de Lei Federal ou da CF – a violação deve ser literal e direta, não deve
ser decorrência, deve ser violação ao texto da lei. A interpretação razoável de texto de
lei não viabiliza o RR (Súm. 221 do TST);
AULA 20 – 24/05/2007
O aresto paradigma pode ser do pleno ou das turmas do TRT, assim como da SDI e
do pleno do TST ou, ainda, pode ser OJ ou Súmula do TST. Se a decisão recorrida estiver
em consonância com OJ ou Súmula do TST, não poderá ser objeto de RR, ainda que haja
aresto divergente, especifico e válido.
Não ensejam recursos de revista ou de embargos decisões superadas por iterativa, notória e
atual jurisprudência da Seção Especializada em Dissídios Individuais.
Art. 894 - Cabem embargos, no Tribunal Superior do Trabalho, para o Pleno, no prazo de 5 (cinco)
dias a contar da publicação da conclusão do acórdão:
b) das decisões das Turmas contrárias à letra de lei federal, ou que divergirem entre si, ou da decisão
proferida pelo Tribunal Pleno, salvo se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula de
jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho.
Parágrafo único. Enquanto não forem nomeados e empossados os titulares dos novos cargos de juiz,
criados nesta Lei, e instaladas as Turmas, fica mantida a competência residual de cada Tribunal na sua
atual composição e de seus Presidentes, como definido na legislação vigente.
Se aplica aos Embargos tudo que se aplica ao RR, com algumas modificações; os
Embargos ocorrem dentro do TST.
- Embargos de Divergência (art. 3º, III, b da Lei): cabe quando há divergência entre as
turmas ou entre a turma e a SDI ou entre turma e OJ/Súm. Espécie de E-RR. É
julgado pela SDI;
- Embargos de Nulidade: cabe quando há violação literal de Lei Federal e CF. A
decisão é nula, pois violadora. Espécie de E-RR. É julgado pela SDI;
Procedimento:
- Infringentes:
AULA 21 – 29/05/2007
§ 2º O agravo de instrumento interposto contra o despacho que não receber agravo de petição não
suspende a execução da sentença.
§ 3º Na hipótese da alínea a deste artigo, o agravo será julgado pelo próprio Tribunal, presidido pela
autoridade, salvo se tratar de decisão de decisão de Juiz do Trabalho de 1ª Instância ou do Juiz de
Direito, quando o julgamento competirá a uma das Turmas do Tribunal Regional a que estiver
subordinado o prolator da sentença, observado o disposto no Art. 679 desta Consolidação, a quem este
remeterá as peças necessárias para o exame da matéria controvertida, em autos apartados, ou nos
próprios autos, se tiver sido determinada a extração de carta de sentença.
§ 4º Na hipótese da alínea b deste artigo, o agravo será julgado pelo Tribunal que seria competente para
conhecer o recurso cuja interposição foi denegada.
II - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis ao deslinde da matéria de mérito
controvertida.
§ 6º O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso principal, instruindo-a
com as peças que considerar necessárias ao julgamento de ambos os recursos.
§ 8º Quando o agravo de petição versar apenas sobre as contribuições sociais, o juiz da execução
determinará a extração de cópias das peças necessárias, que serão autuadas em apartado, conforme
dispõe o § 3º, parte final, e remetidas à instância superior para apreciação, após contraminuta.
Caberá quando o juiz não admitir o seguimento de outro recurso. Tem esse nome
porque não vai para o Tribunal com os autos do processo principal, sendo feito um
instrumento para esse fim, visando não interromper o andamento do processo.
Não caberá agravo de instrumento de despacho que não admita os embargos, pois o
remédio, nesse caso, será o AGRAVO REGIMENTAL (art. 3º, III, c da Lei 7701/88).
b) os embargos interpostos às decisões divergentes das Turmas, ou destas com decisão da Seção de
Dissídios Individuais, ou com enunciado da Súmula e as que violarem literalmente preceito de lei
federal ou da Constituição da República;
e) as suspeições argüidas contra o Presidente e demais Ministros que integram a seção, nos feitos
pendentes de julgamento; e
As peças podem ser necessárias e indispensáveis – estas não são necessárias, mas são
obrigatórias (ex: o comprovante do pagamento das custas do recurso é peça obrigatória,
mas não necessária). Já os documentos exigidos, no art. 897, §5º, não são obrigatórios, mas
são necessários, sob pena de não conhecimento.
No AI, não cabe revisor nem sustentação oral dos advogados. O AI irá para o relator,
caso seja dado provimento, o tribunal irá examinar o recurso. Primeiro, julga-se o agravo,
depois o recurso indeferido (neste será permitida a sustentação oral).
7.3.6. CORREIÇÃO:
Significa corrigir erros, reformar, eliminar erros. A correição pode ser Geral ou
Parcial.
- Geral: é feita periodicamente pelo juiz corregedor. No tribunal pequeno é feita pelo
próprio presidente do tribunal. Na correição geral, por exemplo, ocorre a fiscalização da
justiça pelos corregedores, que vão verificar se os juízes estão atuando conforme a lei ou
não.
Art. 709. Compete ao Corregedor, eleito dentre os Ministros togados do Tribunal Superior do
Trabalho:
I - exercer funções de inspeção e correição permanente com relação aos Tribunais Regionais e seus
Presidentes;
II - decidir reclamações contra os atos atentatórios da boa ordem processual praticados pelos tribunais
Regionais e seus Presidentes, quando inexistir recurso específico;
§ 1º Das decisões proferidas pelo Corregedor, nos casos do artigo, caberá o agravo regimental, para o
Tribunal Pleno.
§ 2º O Corregedor não integrará as Turmas do Tribunal, mas participará, com voto, das sessões do
Tribunal Pleno, quando não se encontrar em correição ou em férias, embora não relate nem revise
processos, cabendo-lhe, outrossim, votar em incidente de inconstitucionalidade, nos processos
administrativos e nos feitos em que estiver vinculado por visto anterior à sua posse na Corregedoria.
Art. 682. Competem privativamente aos Presidentes dos Tribunais Regionais, além das que forem
conferidas neste e no título e das decorrentes do seu cargo, as seguintes atribuições:
XI - exercer correição, pelo menos uma vez por ano, sobre as Juntas, ou parcialmente sempre que se
fizer necessário, e solicitá-la, quando julgar conveniente, ao Presidente do Tribunal de Justiça,
relativamente aos Juízes de Direito investidos na administração da Justiça do Trabalho;
Quando a atividade for administrativa, a JT não tem poderes para punir o juiz de
direito, devendo ser remetido ao tribunal ao qual o juiz está vinculado.
AULA 22 – 31/05/2007
Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente
na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do
reclamado;
III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento,
podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Junta de
Conciliação e Julgamento.
§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no
arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa.
§ 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do
processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência de
comunicação.
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única,
sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar simultaneamente
com o titular.
Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas,
considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar
excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras de
experiência comum ou técnica.
Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação e
usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da
audiência.
Art. 852-F. Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos essenciais, as afirmações
fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidas pela prova testemunhal.
Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no
prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões serão decididas na sentença.
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não
requeridas previamente.
§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á imediatamente a parte
contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz.
§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e
julgamento independentemente de intimação.
§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova técnica,
incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito.
§ 5º (VETADO)
§ 6º As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de cinco dias. § 7º
Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no prazo máximo de
trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa.
Art. 852-I. A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos
relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.
§ 1º O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins
sociais da lei e as exigências do bem comum.
§ 2º (VETADO)
As causa sob o rito sumaríssimo são aquelas até 40 salários mínimos. Se pergunta,
então, se teria a instauração do sumaríssimo revogado o sumário, vez que a lei que o criou é
posterior ao do sumário, ambos os ritos têm a mesma finalidade (celeridade) e as causas até
02 salários estaria abrangidas nas causas até 40.
Características (art. 852-A): causas até 40 salários mínimos e em que não sejam
parte a administração pública direta, autárquica e fundacional.
Petição Inicial (art. 852-B): o pedido deve ser certo e determinado (discute-se se
seria conjuntivo “E” ou alternativo “OU” – certo e determinado X certo ou determinado) e
indicará o valor do pedido (as causas devem ter um valor para se saber qual o procedimento
– a intenção do legislador ao exigir a indicação do valor do pedido é que se determine o
valor da causa).
Se discute se, na causa que tiver, como valor, exatamente 40 salários mínimos, o
reclamante poderia escolher o procedimento?
Não se aceita a citação por edital (no Rito Ordinário, é aceito em certos casos). O
endereço do reclamado deve ser absolutamente correto sob pena de arquivamento – cria
polemica, pois o endereço pode estar certo, mas o oficial não encontrar o reclamado por ele
ter criado problemas para o recebimento –. O juiz pode ver se o erro da citação partir do
reclamante para aplicar a pena de arquivamento.
Caberá a aplicação das regras do Rito Ordinário subsidiariamente, no silêncio da
seção destinada ao Rito Sumaríssimo.
A audiência é única; o art.852-C foi mais inciso, claro (“serão instruídas e julgadas”).
É obrigatória a unicidade no RS.
Recursos:
- RO (art. 895, §1º): deve ser julgado em 10 dias; o parecer do MPT é oral (ou seja, os
autos não vão para o MPT) e o acórdão será a própria certidão de julgamento (ou seja,
não haverá acórdão, só a certidão; não significa que não haverá fundamentação, ela
apenas será mais simples, resumida).
I - (VETADO).
II - será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo
máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para
julgamento, sem revisor;
III - terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se este
entender necessário o parecer, com registro na certidão;
§ 6º Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por
contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho e violação direta
da Constituição da República.
AULA 23 – 05/06/2007
§ 1º-A - Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência
dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao
recurso.
§ 1º - Da decisão caberá agravo, no prazo de cinco dias, ao órgão competente para o julgamento do
recurso, e, se não houver retratação, o relator apresentará o processo em mesa, proferindo voto; provido
o agravo, o recurso terá seguimento.
Instrução Normativa 17
III- Aplica-se ao processo do trabalho o caput do art. 557 do Código de Processo Civil, com a redação
dada pela Lei nº 9.756/98, salvo no que tange aos recursos de revista, embargos e agravo de
instrumento, os quais continuam regidos pelo § 5º do art. 896 da Consolidação das Leis do Trabalho -
CLT, que regulamenta as hipóteses de negativa de seguimento a recurso.
PROCESSO DE EXECUÇÃO:
A expectativa da pessoa que tenha uma sentença que lhe seja favorável é de receber
(que a parte perdedora espontaneamente pague). No entanto, não é o que ocorre na maioria
das vezes. Por isso, há necessidade da execução para assegurar a eficácia e o adimplemento
da sentença.
Não há muitas normas sobre a fase executória no PT. As fontes de execução: art. 876-
892, CLT e outras normas trabalhistas; Lei dos Executivos Fiscais (Lei 6830/80) e os arts.
566-794/CPC (com base no art. 769, CLT, aplicação subsidiária do CPC ao PT).
O art. 889 da CLT determina que se aplica, na omissão da CLT, a Lei dos Executivos
Fiscais. À época, a LEF era o Decreto-Lei 960/38. O CPC veio e revogou o DL, pois
tratava também do executivo fiscal. Em 1980, criou-se uma lei especifica do executivo
fiscal (6830/80); discutiu-se, na doutrina, se essa lei teria revogado os artigos do CPC.
Entende-se hoje que o DL perdeu temporariamente sua eficácia (tendo sido represtinada
pela Lei 6830).
Art. 889. Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo
em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos
executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal.
Parágrafo único. Quando se tratar de decisão dos Tribunais Regionais, a execução poderá ser
promovida pela Procuradoria da Justiça do Trabalho.
b) Provisória: a sentença ainda não transitou em julgado. Se está sujeito a recurso que
tem efeito devolutivo; só vai até a penhora (só resguarda o crédito).
Art. 876. As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito
suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o
Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de
Conciliação Prévia serão executados pela forma estabelecida neste Capítulo.
Títulos Executivos (art. 876, CLT c/ c/ art. 585, CPC): para se executar, precisa-se de
um fundamento, que é o título. Pode ser judicial (se forma na justiça) ou Extrajudicial.
III – Acordos não cumpridos (art. 831) – conciliação judicial; há quem entenda que é
só a conciliação (entendimento predominante) e outros entendem que pode ser acordo
homologado pela DRT e pelo sindicato; para o Prof., como a lei não distingue, o
acordo extrajudicial também está abrangido (como título extrajudicial).
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular
assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério
Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores;
III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de vida;
VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
Art. 831. A decisão será proferida depois de rejeitadas pelas partes a proposta de conciliação.
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível,
salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas.
Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à Comissão de Conciliação
Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da
empresa ou do sindicato da categoria.
1º A demanda será formulada por escrito ou reduzida a termo por qualquer dos membros da Comissão,
sendo entregue cópia datada e assinada pelo membro aos interessados.
OBS: O CHEQUE NÃO é título executivo na JT, só poderá ser executado na justiça
comum.
AULA 24 – 12/06/2007
As fontes são a CLT, LEF e CPC. Competência: órgão que julgou originariamente.
Iniciativa: qualquer interessado; primordialmente, o exeqüente (credor), mas o executado
também tem interesse (em se livrar); o juiz pode de ofício e o MPT, se houver interesse
público. Espécies: definitivas e provisórias.
De acordo com a Lei 5584/70, art. 4º, o juiz poderá impulsionar o processo quando as
partes estiverem usando o jus postulandi e nos procedimentos sumários (são os processos
de alçada só da Vara – ficam só lá).
Art. 4º Nos dissídios de alçada exclusiva das Juntas e naqueles em que os empregados ou
empregadores reclamarem pessoalmente, o processo poderá ser impulsionado de ofício pelo Juiz.
Liquidação da Sentença:
O ideal seria que todas fossem líquidas, com os valores determinados, certos
(quantum debeatur), ms isso não é obrigatório na JT.
Muitas vezes, os advogados não fazem os pedidos líquidos, pois não sabem fazer os
cálculos (ex: deixam simplesmente 02 horas extras, ao invés de calcular quanto isso seria).
Por isso, a liquidação acaba passando para uma fase posterior.
§ 1º Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda, nem discutir matéria
pertinente à causa principal.
§ 1º-B As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do cálculo de liquidação,
inclusive da contribuição previdenciária incidente.
§ 2º Elaborada a conta e tornada líquida, o Juiz poderá abrir às partes prazo sucessivo de 10 (dez) dias
para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena
de preclusão.
§ 3º Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz procederá à
intimação da União para manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de preclusão.
Art. 475-B. Quando a determinação do valor da condenação depender apenas de cálculo aritmético, o
credor requererá o cumprimento da sentença, na forma do art. 475-J desta Lei, instruindo o pedido com
a memória discriminada e atualizada do cálculo.
§ 3º Poderá o juiz valer-se do contador do juízo, quando a memória apresentada pelo credor
aparentemente exceder os limites da decisão exeqüenda e, ainda, nos casos de assistência judiciária.
§ 4º Se o credor não concordar com os cálculos feitos nos termos do § 3º deste artigo, far-se-á a
execução pelo valor originariamente pretendido, mas a penhora terá por base o valor encontrado pelo
contador.
- ARTIGOS (art. 475-E, CPC): quando houver necessidade de alegar e provar fato
novo; é um verdadeiro processo de conhecimento, reabre o processo (com testemunhas e
outras provas). No curso do processo, pode ocorrer do juiz reconhecer o direito, mas não
saber ou puder quantificar (não ter certeza da quantidade) – às vezes, a instrução probatória
desse direito delongaria a obtenção dos outros direitos/pedidos –, assim ele opta por passar
essa quantificação para a fase de liquidação. Não se discutirá mais o direito, só a
quantidade dele. Faz-se uma petição (será articulada, daí o nome artigos), dizendo que o
direito foi reconhecido, mas não há quantificação; deve-se dizer que provas irão ser feitas,
pedir diligencias, perícias – faz-se uma nova reclamação com a diferença que o direito já
está certo, reconhecido.
Art. 475-E. Far-se-á a liquidação por artigos, quando, para determinar o valor da condenação, houver
necessidade de alegar e provar fato novo.
Art. 475-F. Na liquidação por artigos, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum (art. 272).
- ARBITRAMENTO (art. 475-C, CPC): não basta fazer cálculos e não pode ser por
artigo, pois não há o que provar. Será cabível quando a sentença assim o determinar, as
partes o convencionarem ou quando a natureza do objeto o exigir. O juiz pode definir a
forma de liquidação já na sentença. Passa-se para um perito arbitrar o valor (não há
circunstâncias concretas que possibilitem o calculo).
Art. 475-D. Requerida a liquidação por arbitramento, o juiz nomeará o perito e fixará o prazo para a
entrega do laudo.
Parágrafo único. Apresentado o laudo, sobre o qual poderão as partes manifestar-se no prazo de dez
dias, o juiz proferirá decisão ou designará, se necessário, audiência.
O que vai definir a forma da liquidação é o tipo da causa, a natureza do objeto a ser
liquidado. As partes podem convencionar, mas o juiz pode indeferir.
§ 2º Elaborada a conta e tornada líquida, o Juiz poderá abrir às partes prazo sucessivo de 10 (dez) dias
para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena
de preclusão.
Diante dos cálculos prontos, o juiz pode tomar 2 atitudes: homologa os cálculos ou
intima as partes para se manifestarem sobre os cálculos e homologa depois. Isso é uma
faculdade do juiz (normalmente, ele homologa sem ouvir as partes). Se ele abrir a
possibilidade de impugnação dos cálculos, a parte será obrigada a fazê-lo sob pena de
preclusão (não poderá mais impugnar esses valores no resto do processo).
Quando feito pelo juízo, o requerente poderá impugnar também (deverá ser ouvido –
o art. fala em “as partes”). Se o juiz não ouvir as partes, o momento oportuno para a
impugnação será depois da garantia do juízo ou penhora.
Art. 880. Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedir mandado de citação
do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no prazo, pelo modo e sob as cominações
estabelecidas ou, quando se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de contribuições sociais
devidas à União, para que o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a execução, sob pena de
penhora.
§ 1º O mandado de citação devera conter a decisão exeqüenda ou o termo de acordo não cumprido.
§ 3º Se o executado. procurado por 2 (duas) vezes no espaço de 48 (quarenta e oito) horas, não for
encontrado, far-se-á citação por edital, publicado no jornal oficial ou, na falta deste, afixado na sede da
Junta ou Juízo, durante 5 (cinco) dias.
Recebendo a citação, o executado poderá:
2) Pagar para garantir a execução, devendo consignar que o depósito é para garantir a
execução, significa que ele pretende recorrer (poderá não fazê-lo se os depósitos
recursais forem o suficiente).
AULA 25 – 14/06/2007
Penhora:
O art. 882 manda aplicar o CPC e não a LEF, no caso de omissão da CLT quando a
Penhora. Ou seja, no caso da penhora, a 2ª fonte será o CPC e não LEF.
O art. 655 do CPC traz a ordem em que os bens devem ir à penhora (o art. 11 da LEF
também traz uma ordem preferencial, mas deve-se dar preferência ao CPC).
Art. 882. O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a execução mediante
depósito da mesma, atualizada e acrescida das despesas processuais, ou nomeando bens à penhora,
observada a ordem preferencial estabelecida no Art. 655 do Código Processo Civil.
IV - bens imóveis;
V - navios e aeronaves;
IX - títulos da dívida pública da União, Estados e Distrito Federal com cotação em mercado;
XI - outros direitos.
Hoje, existe o sistema BACEN JUD (sistema de penhora online), que permite ao juiz
pedir o bloqueio para o Banco Central através da internet. Na realidade, não é uma penhora,
mas sim um bloqueio – o dinheiro será transferido para uma conta judiciária, onde se fará a
penhora –; algumas pessoas defendem que a penhora se dá com o bloqueio e não com a
transferência (é importante precisar o momento da penhora para efeito de contagem de
prazo do recurso).
Hoje só se penhora o valor da sentença, antes era todas as contas, o que ocasionava
vários transtornos à empresa.
Na penhora, deve ser observado o elenco de bens impenhoráveis do CPC (art. 649,
CPC), que também se aplica ao PT.
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação,
saúde ou assistência social;
Garantida a execução (seja pelo depósito, seja pela penhora), surge a hipótese de
Impugnar os Cálculos ou interpor Embargos à Execução ou à Penhora.
Nos embargos, poderá ser alegado que já foi cumprida a sentença ou o acordo ou que
já prescreveu (art. 844, §1º). Embora a lei determine as matérias que poderão ser objeto, a
doutrina e a jurisprudência têm entendido que pode outras matérias, a mais comum é a
nulidade da citação (o réu foi declarado revel por uma citação inválida – descobriria agora,
pois a citação é por oficial).
Art. 884. Garantida a execução ou penhora os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar
embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente para impugnação. (Prazo alterado para 30 dias pela MP-
002.180-035-2001)
§ 2º Se na defesa tiverem sido arrolada testemunhas, poderá o Juiz ou o Presidente do Tribunal, caso,
julgue necessário seus depoimentos, marcar audiência para a produção das provas, a qual deverá
realizar-se dentro de 5 (cinco) dias.
§ 3º Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de liquidação, cabendo
ao exeqüente igual direito e no mesmo prazo.
Os embargos são só para o executado, pois só ele tem interesse – as matérias são
próprias da defesa. Mas a impugnação é para ambas as partes.
ANEXO 1
Art. 56 Os Masters do sistema devem manter os dados dos juízes, cadastrados ou não,
atualizados de acordo com formulário disponibilizado na extranet do TST.
Parágrafo único. Os dados atualizados dos juízes são: nome e CPF, TRT e Vara do
Trabalho a que estejam vinculados, e se estão cadastrados ou não no Sistema Bacen Jud.
§ 1º A solicitação a que se refere o caput deste artigo deverá ser encaminhada por petição
§ 2º As informações sobre o cadastra- mento de que trata o caput desse artigo, poderão ser
obtidas, eletronicamente, no endereço www.tst.gov.br, opção Bacen Jud. (Redação dada
pelo Provimento nº 4/2006 da GCGJT, publicado no DJ de 21/12/2006).
Art. 59 A pessoa física ou jurídica que optar pela indicação de que trata o caput do artigo
58 obriga-se a manter recursos suficientes para o atendimento da ordem judicial, sob pena
de o bloqueio ser direcionado às demais Instituições Financeiras/contas e de o
cadastramento ser cancelado pelo TST. (Redação dada pelo Provimento nº 4/2006 da
GCGJT, publicado no DJ de 21/12/2006).
Art. 61 Os juízes devem abster-se de requisitar às agências bancárias, por ofício, bloqueios
fora dos limites de sua jurisdição, podendo fazê-lo apenas mediante o Sistema Bacen Jud.
Art. 62 De posse das respostas das instituições financeiras, o magistrado emitirá ordem
judicial de transferência do valor da condenação para conta judicial, em estabelecimento
oficial de crédito, conforme dispõem os arts. 666, I, do CPC e 9º, inciso I, c/c com o art. 11,
§ 2º, da Lei n.º 6.830/80.