1) Descartes desenvolve o racionalismo, defendendo que a razão é capaz de conhecer verdadeiramente as coisas através de ideias inatas e princípios a priori.
2) Ele aplica uma "dúvida hiperbólica", questionando todos os conhecimentos, incluindo os sentidos e a matemática, para encontrar um princípio indubitável.
3) Esse princípio é o "cogito ergo sum", a certeza de que penso, logo existo, estabelecendo a distinção entre alma e corpo.
1) Descartes desenvolve o racionalismo, defendendo que a razão é capaz de conhecer verdadeiramente as coisas através de ideias inatas e princípios a priori.
2) Ele aplica uma "dúvida hiperbólica", questionando todos os conhecimentos, incluindo os sentidos e a matemática, para encontrar um princípio indubitável.
3) Esse princípio é o "cogito ergo sum", a certeza de que penso, logo existo, estabelecendo a distinção entre alma e corpo.
1) Descartes desenvolve o racionalismo, defendendo que a razão é capaz de conhecer verdadeiramente as coisas através de ideias inatas e princípios a priori.
2) Ele aplica uma "dúvida hiperbólica", questionando todos os conhecimentos, incluindo os sentidos e a matemática, para encontrar um princípio indubitável.
3) Esse princípio é o "cogito ergo sum", a certeza de que penso, logo existo, estabelecendo a distinção entre alma e corpo.
1) Descartes desenvolve o racionalismo, defendendo que a razão é capaz de conhecer verdadeiramente as coisas através de ideias inatas e princípios a priori.
2) Ele aplica uma "dúvida hiperbólica", questionando todos os conhecimentos, incluindo os sentidos e a matemática, para encontrar um princípio indubitável.
3) Esse princípio é o "cogito ergo sum", a certeza de que penso, logo existo, estabelecendo a distinção entre alma e corpo.
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Filosofia
1.1. Racionalismo de Descartes Trata-se de fundamentar as nossas crenças de forma a
1.1.1. O que é o Racionalismo garantirmos sem margem para dúvidas a sua verdade. Teoria que defende que o nosso conhecimento deriva Assim, a fundamentação do saber e a sua ordenação são da razão e que a razão é capaz de conhecer as duas exigências essenciais da crítica cartesiana a verdadeiramente as coisas; A razão é a faculdade de respeito do saber tradicional. raciocinar, compreender, ponderar. 1.1.2. A importância da dúvida Nota A intenção de Descartes é começar tudo de novo, a partir Os filósofos dividem-se quanto à confiança de um princípio. Esse princípio tem de ser um que depositam na razão. Os mais céticos conhecimento que resista a todas as nossas tentativas de o duvidam dos seus produtos; alguns confiam pôr em causa. Se formos capazes de o encontrar, teremos a mais nas emoções e sentimentos base que será o fundamento do sistema do saber que (empiristas). Outros, como Descartes pretendemos firme, seguro e bem organizado, ou seja, (racionalistas), confiam mais no poder da será o conhecimento a partir do qual iremos encontrar razão para descobrir verdades importantes. outros conhecimentos que dele dependerão. Esse princípio deve possuir as seguintes características:
Ser de tal modo evidente que o pensamento não possa de
Considera que o único instrumento adequado ao ele duvidar; o conhecimento do resto depende dele, de conhecimento verdadeiro é a razão: é ela que fornece as modo que nada possa ser conhecido sem ele, mas não ideias normativas (que seguem aquilo que é regra) e os reciprocamente. Descartes sabe que, no conjunto dos conhecimentos, há princípios por meio dos quais conhecemos; Defende a existência de ideias inatas; conhecimentos falsos e verdadeiros. Para separar o É baseado nos princípios da busca da certeza e da verdadeiro do falso, é melhor derrubar o edifício do saber demonstração, sustentados por um conhecimento a e, aproveitando os conhecimentos verdadeiros (dos quais priori, ou seja, conhecimentos que não vêm da não podemos duvidar), construir desde a raiz um novo experiência e são elaborados somente pela razão. sistema de conhecimentos. Examinar os conhecimentos um a um seria uma tarefa 1.1.3. Racionalismo de Descartes quase interminável e esgotante. Desse modo, é mais eficaz avaliar a solidez das bases em que assentam esses Descartes diz que adquiriu muitas falsas conceções, as conhecimentos, que são: A crença de que a experiência é crenças que constituíam o conhecimento dominante na a fonte dos nossos conhecimentos; a crença de que existe sua época que lhe foram transmitidas e as opiniões que um mundo físico, objeto do conhecimento; a crença de formou com base nos sentidos. que a nossa razão não se engana ou que não se pode estar enganado quando se descobre conhecimentos A sua intenção é começar tudo de novo desde os verdadeiros. fundamentos, ou seja, Descartes pretende submeter o 1.1.4. A dúvida hiperbólica saber da sua época a um exame radical, não aceitando como verdadeiro nada que não reconheça como sendo Um conhecimento não pode ser considerado verdadeiro verdadeiro sem que antes seja submetido à prova rigorosa da dúvida. 1.1.5. Objetivo de Descartes Esse exame é tão rigoroso que a dúvida assume um aspeto excessivo, hiperbólico. Por mais frágil que seja a O objetivo fundamental do pensamento de Descartes razão que encontramos para duvidar de um conhecimento, é uma profunda reforma do conhecimento humano isso basta para o rejeitar. que coloque á margem de qualquer dúvida. 1.1.6. Níveis de aplicação da dúvida É este génio que Descartes usa para duvidar em todo o tipo de conhecimento. Este génio maligno é uma espécie de 1º-Os sentidos não são fontes seguras de conhecimento; Deus, é génio porque os seus poderes são superiores aos 2º-Há razão para acreditar que o mundo físico é uma poderes humanos, mas por ser maligno, não poder ser o 3º-Há razão para acreditar que o nosso entendimento ilusão; verdadeiro Deus, uma vez que ESTE é bom. Este génio confunde o verdadeiro com o falso. maligno tem a obsessão, segundo Descartes, de enganar- A crença de que o conhecimento começa com a nos, é ele que nos faz acreditar que 2+3=5, mas isto poder experiência, ou seja de que todos os sentidos são fontes ser falso e assim todos os pensamentos podem ser a mera de conhecimento, é a primeira base dos ação maligna deste génio. conhecimentos tradicionais que Descartes vai 1.1.7. Surgimento de uma verdade questionar e rejeitar como falsa. Consideremos as indubitável informações dos sentidos sobre o mundo físico. São de Para duvidarmos, é necessário que exista um sujeito que Os sentidos enganam-nos algumas vezes, como quando, confiança? duvide. A condição da possibilidade de o ato duvidar é a por exemplo, nos dão impressão de ser redondo o que é existência do sujeito que duvida, é uma verdade quadrado. Apliquemos então o princípio hiperbólico que indubitável (não poder de modo algum ser posta em orienta o uso da dúvida: se devemos considerar como causa). Como duvidar é um ato do pensamento, devo dizer sempre enganador o que nos engana algumas vezes, «(Eu) Penso -duvido de tudo neste momento- logo, então os sentidos não merecem qualquer confiança. O existo» Assim, empirismo Descartes rejeita é uma teoria falsa.um dos fundamentos do Características desta verdade: saber tradicional, de inspiração aristotélica e É tão evidente que o pensamento não pode de ela duvidar. empirista: a convicção de que o conhecimento Dela dependerá o conhecimento do resto, nada poderá ser começa com a experiência, com as informações dos conhecido sem ela; sentidos. Trata-se de uma verdade puramente racional, uma vez que Nível 2: Há razão para acreditar que o mundo físico foi descoberta sem qualquer uso da experiência; é uma ilusão. É uma verdade descoberta a partir da intuição: o sujeito Neste nível de aplicação da dúvida, Descartes questiona que duvida não resulta de um silogismo, porque para isso a existência de uma realidade física independente do teria de ser deduzido de um silogismo mais anterior “Tudo nosso conhecimento. Descartes inventa um argumento o que pensa existe”. Isso não se verifica, pois, a única engenhoso que se baseia na impossibilidade de encontrar certeza de que o sujeito dispõe é da sua existência. um critério absolutamente convincente que nos permita O “cogito” vai funcionar como modelo da verdade: serão distinguir o sonho da realidade. Se assim é, não havendo verdadeiros todos os conhecimentos que forem tão claros e uma maneira clara de diferenciar o sonho da realidade, distintos como este primeiro conhecimento; pode surgir a suspeita de que aquilo que consideramos A essência do sujeito que duvida é uma substância meramente pensante, à qual Descartes dá o nome de alma; Nível 3: Há razão para acreditar que o nosso A alma é distinta do corpo, não precisando deste para entendimento confunde o verdadeiro com o falso. existir; O “Cogito” corresponde ao “grau zero” do conhecimento Descartes vai pôr em causa aquilo que até então no que respeita aos objetos físicos e inteligíveis considera o modelo do saber verdadeiro: o É a afirmação da existência de um ser que é imperfeito. conhecimento matemático- O argumento que vai abalar a confiança depositada nas noções e demostrações 1.1.8. Alma e Corpo matemáticas baseia-se numa hipótese ou numa suposição: a de um génio maligno, modificou o meu Se existo, tenho de ser alguma coisa. Como a dúvida sobre entendimento e ao “depositar” nele as “verdades” a existência de realidades físicas ainda persiste, não posso matemáticas, pode tê-lo criado “virado do avesso” sem dizer que tenho corpo. Mas penso. Ora, pensar é uma propriedade de alma. Se penso e não sei se tenho corpo, então a alma é distinta do corpo, não depende deste para existir A única afirmação que é impossível ser falsa é esta: sou Muitas vezes quando nos referimos a objetos referimo-nos um ser que não precisa de corpo para existir. Penso, logo, de facto, a impressões complexas. As impressões existo como substância pensante- alma, razão – e não complexas são conjuntos de impressões simples como substância corpórea. (diferentes cores ou tons de cor, etc). São, portanto, várias impressões simples que surgem reunidas na nossa mente. 1.1.9. A descoberta da existência de Deus Uma ideia simples na mente é semelhante a uma impressão simples e vice-versa. Se a ideia de Deus existe, tem de ter uma causa. O sujeito 1.2. não poder ser essa causa por que é imperfeito e a ideia de 1.3. Deus representa as perfeições que a Deus atribuímos. Então, só Deus pode ser a causa da ideia que representa a perfeição. Logo, Deus existe necessariamente.
1.2. Racionalismo de Hume
1.4. 1.5. 1.6. Hume pensa que faltou a Descartes uma investigação 1.7. sobre as capacidades do entendimento humano. Sem esta Hume diz que não podemos formar a ideia do sabor de um investigação, não saberemos do que o nosso entendimento sumo de laranja sem antes o provar e não podemos formar é capaz e quais os seus limites. Assim, propondo uma a ideia de cor verde sem ver um objeto verde. Não é anatomia da mente humana, Hume vai mostrar como esta possível que uma pessoa incapaz de ver desde a nascença funciona, com que elementos trabalha e como o forme a ideia de verde ou de qualquer outra cor. O projeto de se conhecimento David Hume consiste então em analisar a constitui. Há, portanto, uma relação de dependência entre mente humana para determinar as capacidades e os limites impressões e ideias. Todas as ideias simples têm como do entendimento humano. seu antecedente causal uma impressão sensível. Do que não há impressão não há ideia. A origem das nossas 1.8. ideias é a experiência. As ideias são cópias das nossas 1.9. impressões. Este é um princípio fundamental da teoria A investigação do entendimento humano começa com a do conhecimento de Hume conhecida pelo nome de análise da mente e dos seus conteúdos. Todos os Se as ideiasdasão Princípio cópias das impressões, então não há ideias Cópia. conteúdos da mente são perceções. Sensações, inatas. Não há ideias que não tenham sido formadas a pensamentos, sentimentos, desejos e emoções são partir da experiência. Por outro lado, a dependência das Estes conteúdos exemplos mentais dividem-se em dois tipos: de perceções. ideias em relação às impressões revela que a experiência impressões e ideias. A diferença entre impressões e marca os limites do nosso conhecimento. Do que não ideias corresponde à diferença entre sentir e pensar. As houver impressão sensível não haverá conhecimento. impressões são constituídas por sensações provenientes dos sentidos (ver, ouvir, etc.) e por sentimentos e emoções (desejar, querer, amar, odiar). As ideias são as perceções As impressões que constituem ose nossos as ideias distinguem-se pelo grau de pensamentos. força e intensidade com que se apresentam na nossa mente. As impressões são perceções mais fortes e intensas (vívidas) do que as ideias. Estas são as perceções atuais que temos das coisas e do mundo e por isso são mais fortes e mais vivas. A impressão de «verde» (ver um objeto verde) é mais forte e vivaz do que a ideia de «verde».