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Constituição de 1937 Trabalho (Recuperação Automática)

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Constituição de 1937

Matéria: Ética
Professor: Jonatha
Alunos: Davi Moreira, Maria Clara e Carine beatriz
Turma: 9º B
Constituição de 1937 (Constituição Polaca)

- Contexto Histórico
Em 10 de novembro de 1937, o então presidente da República Getúlio
Vargas deu um golpe, alegando que havia um plano comunista (Plano Cohen)
para a tomada do poder no Brasil. Anos depois, ficou comprovado que esse
plano não existiu, mas foi apenas um pretexto para Vargas dar o golpe e se
manter na presidência com poderes absolutos.
 
Em 1937, teve início o Estado Novo, com a continuidade de Vargas no poder,
porém com um viés autoritário, antidemocrático e ditatorial. Vargas fechou o
congresso e cancelou as eleições presidenciais (previstas para 1937). Porém,
para complementar seu novo modelo de governo era necessária uma nova
constituição federal, ajustada ao autoritarismo. Vale lembrar que a Constituição
anterior, de 1934, era liberal e descentralizadora e não estava em sintonia com
os novos propósitos de Getúlio.
 
Foi nesse contexto histórico, que a Constituição de 1937 foi outorgada no dia
10 de novembro.

Constituição Polaca

A Constituição Brasileira de 1937, outorgada pelo presidente Getúlio Vargas


em 10 de novembro de 1937, mesmo dia em que foi implanta a ditadura do
Estado Novo, é a quarta Constituição do Brasil e a terceira da república. Teve
inspiração clara na Carta Fascista da Polônia, por isso, ficou conhecida como
Polaca. Além do caráter corporativista, o documento autenticava a
centralização do Executivo na administração política e Econômica do Estado.
Foi redigida por Francisco Campos, então ministro da Justiça do novo regime.

Após a queda de Vargas e o fim do Estado Novo em outubro de 1945, foram


realizadas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, paralelamente à
eleição presidencial. Eleita a Constituinte, seus membros se reuniram para
elaborar uma nova constituição, que entrou em vigor a partir de setembro de
1946, substituindo a de 1937.

Da Constituição de 1937 pode-se destacar que:


 Concentra os poderes executivo e legislativo nas mãos do Presidente da
República;
 Estabelece eleições indiretas para presidente, que terá mandato de seis
anos;
 Admite a pena de morte;
 Retira dos trabalhadores o direito de greve;
 Tem a presença de forte caráter nacionalista e antiliberal.

A Constituição de 1937 deu origem a vários acontecimentos na História política


do Brasil que têm consequências até hoje. E, principalmente, formou o grupo
de oposição a Getúlio que culminou no golpe militar de 1964. Este, por sua vez,
deu origem à Constituição de 1967, a outra constituição republicana autoritária
— a segunda e, até os dias de hoje, a última.

- Direitos e Garantias
Para manter uma aparência republicana, e também seguindo as práticas
populistas dos regimes totalitários europeus, a Constituição de 1937 assegurou
muitas das garantias individuais presentes nas Cartas anteriores, ainda que
seu respeito, na prática, não fosse garantido. Mantiveram-se os direitos básicos
à liberdade, à propriedade e à segurança individual, bem como a liberdade de
culto, e quase todas as medidas trabalhistas introduzidas na Constituição
anterior (salário mínimo, jornada diária de oito horas, proibição do trabalho
infantil...) foram conservadas, à exceção do direito de greve.

- Medidas Centralizadoras
A Polaca foi a primeira constituição outorgada, ou seja, elaborada sem
participação popular, desde a Constituição Imperial de 1824, portanto diversas
foram suas características que quase aproximaram o Brasil de uma ditadura de
facto. O Parlamento Nacional, sede do Poder Legislativo, teve suas
prerrogativas drasticamente reduzidas, e todas as formas de eleição direta para
os principais cargos de governo (exceções eram, por exemplo, os vereadores
municipais) foram extintos. Os Presidentes estaduais (governadores) foram
transformados em Interventores, nomeados pelo presidente e responsáveis por
nomear as autoridades municipais (prefeitos). A pena de morte foi instituída em
casos de subversão à soberania nacional, uma definição propositalmente
ampla, e a censura de meios de comunicação foi autorizada. Concretizando o
poder econômico do Estado, o artigo 144 tratou da nacionalização dos recursos
naturais, riquezas e fontes de energia consideradas vitais para a defesa do
país.

- Diretrizes do Estado Novo (1937 - 1945) > Direitos sociais e trabalhistas


A Constituição de 1937 fixou as diretrizes da política social e trabalhista que
seria implementada no Estado Novo. O governo de Vargas, durante
o Estado Novo, apresentou pontos positivos e negativos para o país. Na
área econômica, o país fez grandes avanços com a modernização
industrial e investimentos e infraestrutura. Os trabalhadores também
foram beneficiados com leis trabalhistas, garantindo diversos direitos.

Foram confirmados direitos trabalhistas já fixados na Constituição de 1934,


como salário mínimo, férias anuais e descanso semanal, e foi também mantida
a Justiça do Trabalho, encarregada de diminuir conflitos entre empregados e
empregadores. Mas houve uma alteração importante: o princípio da unidade
sindical foi restabelecido, e apenas os sindicados legalizados poderiam
defender os direitos da categoria que representavam perante o Estado. A greve
e o lock-out foram proibidos, pois passaram a ser considerados recursos
"antissociais, nocivos ao trabalho e ao capital e incompatíveis com os
superiores interesses da produção nacional".

O Golpe do Estado Novo

O período do Estado Novo, que também é conhecido por fase (ou época)
autoritária se iniciou no ano de 1937, mais precisamente em 10 de novembro e
liderado por Getúlio Vargas, com o apoio de importantes lideranças, tais como
o general Góes Monteiro.

Para que o golpe da permanência de Vargas no poder desse certo, era


necessário repudiar e reprimir toda e qualquer manifestação ou resistências
existentes. Foi uma ação que demorou cerca de um ano, de forma organizada
e coesa. Flores da Cunha, governador gaúcho à época, era o principal opositor.
Comunista, era quem mais lutava pela não permanência de Vargas.

O Estado Novo de Getúlio Vargas se destacou na história econômica do


Brasil por iniciar um sistemático processo de industrialização do país,
baseado na forte intervenção econômica do Estado na  economia e na
substituição de importações

- Como ocorreu o golpe do Estado Novo?

Com duração de oito anos (1937 a 1945), o período autoritário (Golpe do


Estado Novo) nada mais foi do que um grande movimento de Estado que
garantiu a permanência de Getúlio Vargas no poder, contando com o apoio de
importantes lideranças militares, políticas etc.

Na Constituição Brasileira de 1934 constava a obrigatoriedade de uma eleição


presidencial para janeiro de 1938. Mas Vargas tentava adiar ou minimizar os
debates. Arnaldo de Sales de Oliveira, então governador do Estado de São
Paulo e que pertencia à oposição, foi lançado para atrair os situacionistas. Não
deu certo.

Por sua vez a situação surgiu com o nome de José Américo de Almeida,
paraibano. Se junto a ele nas eleições do período o líder da Ação Integralista
Brasileira, Plínio Salgado.

A campanha subsequente seguiu de forma turbulenta e polêmica, com o abuso


da repressão e do encurtamento de participação política, o que gerou março de
1936 o estado de guerra, que trazia como propósito o combate ao comunismo.

Ações que originaram o golpe:

• Getúlio Vargas lidera o golpe;


• O combate ao comunismo;
• Apoio de lideranças militares e políticas;
• Repressão aos resistentes e contrários

Governo Flores da Cunha era intrometido demais

O candidato Góes Monteiro, de tanto falar do comunismo, ganhou força e


representatividade. Mas, além disso, sua ação contra o governador gaúcho
Flores da Cunha, que era visto como uma provável força política desde 1935,
já que se intrometia demais nos assuntos políticos e tinha proximidade com as
Forças Armadas.

Com essa ousada ação Góes Monteiro saiu do Ministério da Guerra. E sua
investida contra Flores da Cunha o aproximou de Getúlio Vargas, que também
concordava que o governador gaúcho (Flores da Cunha) tinha muita força e
influência junto a políticos e militares, demonstrando continuamente que não
concordava com o continuísmo.

E o plano de Góes, que ainda contou com o apoio do atual presidente da


república à época (Getúlio Vargas), desestruturou Flores e garantiu e instituiu o
início do Golpe do Estado Novo.

O ano de 1936 começa com fortes e intensas mudanças no cenário político e


militar. Nas atividades políticas as mudanças foram mais estratégias e visavam
impedir (ou desestruturar) qualquer impasse ou sombra de resistência que
surgisse após o Golpe do Estado Novo. Nos comandos militares do Sul a
movimentação e as mudanças foram maiores, pois havia o receio de pequenos
focos de resistência do ex-governador, Flores, ressurgirem. É aí que o general
Eurico Gaspar Dutra assume como ministro da Guerra.

A partir de 1937 o processo eleitoral foi perdendo certa força e esvaziando. A


própria situação perdeu um pouco do seu entusiasmo e da sua notória força.
Getúlio Vargas fez o possível para esvaziar a candidatura política de José
Américo de Almeida. Almeida, por sua vez, passou a adotar um discurso mais
radical e agudo em relação ao que vinha trabalhando com o intuito de
diferenciar-se de seu opositor, Armando Sales.

O governador mineiro Benedito Valadares havia confirmado a sua candidatura.


Mas, tamanho foi o apelo e discurso popular de José Américo que ele, então,
decidiu aliar-se e a não mais ser um concorrente. Américo deslocou
estrategicamente algumas forças políticas para o Norte e, assim, ganhou maior
espaço e confiança.

Outro fator importante no Golpe do Estado Novo era a constante preocupação


de Getúlio Vargas com os pequenos focos de resistência do comunismo. Em
Pernambuco, por exemplo, o governador Lima Cavalcanti foi publicamente
acusado de compactuar com nichos comunistas, causando discórdia e,
consequentemente, uma divisão em seu partido que foi encabeçada por
Agamenon Magalhães, então ministro, que disputava sua candidatura no
estado.

Juraci Magalhães, na Bahia, começava a falar sobre a forte possibilidade de


uma intervenção militar. Os generais José Pessoa e Valdomiro Lima, foram
resistentes à intervenção no Sul. E, com isso, José Pessoa perdeu seu cargo
na Artilharia de Costa e Valdomiro Lima ignorado do cargo de chefia do
Estado-Maior do Exército.

Em sua última instância, em setembro de 1937, o Golpe do Estado Novo


antecipou cerimônias e memorandos em prol das vítimas da revolta comunista
de 1935. Poucos dias depois e com um documento que forjava uma suposta
nova ofensiva comunista (que ficou conhecido como Plano Cohen), a volta do
estado de guerra, até então suspenso, foi reavaliado e solicitado.
Flores da Cunha, se vendo acuado, renunciou. Em 10 de novembro de 1937 o
Congresso Nacional é tomado e fechado por tropas da Polícia Militar. E Vargas
anuncia uma nova era, uma nova Constituição. Começava ali o Estado Novo,
liderado por Francisco Campos.

- Características do Estado Novo:

Economia

 Industrialização;
 Urbanização;
 Fixação do salário mínimo;
 Férias remuneradas;
 Criação do Conselho Nacional do Petróleo, da Companhia Siderúrgica
Nacional, da Companhia Vale do Rio Doce e da Companhia Hidrelétrica
do São Francisco;
 Regulou a oferta e protegeu o valor do café;
 Diversificou a agricultura, incentivando as produções de borracha,
algodão, mate, açúcar e cacau;
 Transição do sistema agroexportador para um sistema de base
industrial;
 Maior complexidade socioeconômica.

Trabalho

 Valorização do trabalho e do trabalhador;


 Criação da Justiça do Trabalho;
 Controle dos sindicatos;
 Imposto sindical;
 Vínculo político e afetivo entre o presidente e os trabalhadores;
 Formação de um trabalhador produtivo;
 Direitos trabalhistas;
 Fez propagandas dos direitos concedidos com o objetivo de despertar
sentimentos de gratidão nos trabalhadores;
 Criou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Meios de comunicação

 Criação do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP);


 O DIP era responsável por criar uma imagem positiva de Getúlio Vargas,
o identificando ao povo e ao país;
 Influenciado pelas técnicas das propagandas fascistas, o DIP produzia
cartazes, folhetos, documentários, programas de rádio e cartilhas,
enaltecendo as ações do presidente;
 Censura sobre a rádio, jornais, cinema, revista e demais meios de
comunicação;
 O rádio foi o meio de comunicação que recebeu mais investimento por
meio do governo. Era através dele que a voz do presidente chegava a
cada domicílio;
 Criação do programa de rádio, Hora do Brasil;
 Os discursos comoventes de Vargas proferidos em datas especiais,
como o 1° de maio (Dia do Trabalho), eram veiculados pela rádio.

Educação

 Uniformização das diretrizes educacionais;


 Padronização do ensino público em todo o território nacional;
 Salientar o respeito à figura de Vargas, responsável por conduzir o
Brasil;
 Ensino primário gratuito e obrigatório;
 Ampliação do acesso à educação;
 Criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Cultura

 Investimento na produção cinematográfica brasileira;


 Cinédia: companhia que produziu algumas séries de comédias musicais;
 Atlântida: companhia cinematográfica que produziu diversos filmes;
 Popularização do samba;
 As composições deveriam reproduzir a ideologia do Estado Novo:
valorização do trabalho;
 Manipulação política nas apresentações das escolas de samba.

Fim do Estado Novo


O fim do Estado Novo se deu a partir da participação do Brasil na Segunda
Guerra Mundial, um conflito caracterizado pelo combate ao totalitarismo
nazista.

Tal ação foi contraditória, tendo em vista que o Brasil vivia uma ditadura. Com
isso, a oposição passou a combater abertamente o regime do Estado Novo.

Em 1944, a crise aprofundou-se, quando as pressões da sociedade


aumentaram, assim como os desentendimentos entre Vargas e a alta cúpula
das Forças Armadas, que gradualmente retiraram seu apoio ao regime.

Enquanto a oposição agia para retirar Vargas do poder, parte da população


integrou um movimento chamado de Queremismo, cujo lema era “Queremos
Getúlio”.
Temerosos com a enorme popularidade de Vargas, os militares e os civis se
organizaram para tirá-lo do poder.

No dia 29 de outubro de 1945, tropas lideradas pelo general Góis Monteiro


obrigaram o ditador a renunciar. Era o fim do Estado Novo.

A constituição brasileira de 1937 foi a primeira a atender os interesses políticos


de um governo forte que beneficiava o povo. Diante disso, é considerável
ressaltar a importância da carta magna na concepção do Estado Novo e em
modificações e implantações de medidas legislativas no país. Tendo em vista o
exposto, concluímos que a Constituição Polaca marcou a história política
brasileira, dividindo opiniões e desenvolvendo o Brasil nos setores econômicos
e sociais.

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