Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Unid 2

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 47

Unidade II

Unidade II
5 METODOLOGIA: A LINGUAGEM DA PESQUISA

Vimos antes a importância da linguagem adequada no fazer científico. Essa linguagem não diz
respeito apenas aos métodos a serem utilizados, mas também às formas pelas quais os procedimentos e
resultados das pesquisas devem ser realizados.

No tocante à metodologia da pesquisa acadêmica, uma das principais habilidades que o aluno
deve desenvolver está associada ao uso das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT). No caso específico de pesquisas na área da saúde, são utilizadas as normas Vancouver.

Saiba mais

A UNIP oferece aos alunos guias de normalização para cada sistema de


normas. É importante que o aluno faça o download deles a cada semestre,
já que as normas podem passar por atualizações e mudanças. Para acessar
esses guias, consulte:

UNIP. Guias de normalização. São Paulo: UNIP, [s.d.]. Disponível em: https://
www.unip.br/presencial/servicos/biblioteca/guia.aspx. Acesso em: 4 nov. 2019.

5.1 Algumas questões metodológicas e de procedimentos básicos do


trabalho acadêmico

As normas referentes à produção textual podem ser encontradas nos guias de normalização da
UNIP. No entanto, achamos importante detalhar algumas técnicas rotineiras na vida de estudos dos
alunos. A seguir, responderemos a estas perguntas:

• Qual é o papel da grafia (da forma escrita) na vida acadêmica e profissional?

• O que é e quando se faz um resumo?

• O que é um fichamento? Para que serve? Qual é seu formato?

• O que é uma resenha e em que se difere do resumo?

64
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

Mais do que apelar para a facilidade de respostas certas ou erradas, essas perguntas devem servir
à reflexão sobre a submissão do autor (estudante pesquisador) às regras a serem seguidas e sobre
as possibilidades daí advindas, fundamentais quando se trata de autoria textual. O que se pretende
mostrar é que o aluno pesquisador deve, a partir das perguntas apresentadas, abrir um diálogo com
os autores consultados, concordando ou discordando do que se expõe. A criatividade surge, então, da
dúvida e do diálogo.

As perguntas nascem da curiosidade e sobrevivem em razão das dúvidas de quem busca (pesquisa),
as quais, ao não serem satisfeitas, perfazem o fermento das novidades e mesmo do novo (tomado como
melhor). A postura corrente de maldizer as normas como cerceadoras da liberdade de expressão é falsa, pois
sem direções e limites não haveria nem o gosto da arte pela experimentação nem qualquer transgressão.

Observação

Os tópicos que se seguem vão nesta linha: podem parecer restritivos,


mas têm outras qualidades, como a de estimular a criatividade, o que
traz mais qualidade às construções, sejam elas institutos sociais amplos,
organizações ou textos.

5.2 Instrumentos do trabalho acadêmico

5.2.1 A letra na escrita

Tratemos, inicialmente, de um assunto delicado: a grafia, ou seja, a letra cursiva ou de mão e a letra
de forma. Não se trata de resgatar algo em desuso, velho, mas de discutir as funções de um processo
que preenche todas as dimensões sociais: a comunicação cotidiana, planejada ou casual, por meio da
escrita em papel. A maneira como o assunto é encarado define perfis gerais das pessoas (e do aluno
universitário). Daí sua vital importância.

A despeito da modernização dos sistemas de computadores e dos meios digitais, a letra é sempre
analisada no conjunto da expressão. Para alguns, tem a ver com asseio, postura e exposição, tanto
quanto a apresentação do vestuário. Em outras palavras, espera‑se que quem apresente um trabalho o
faça de forma clara, arrumada, sem rasuras.

Do ponto de vista metodológico, busca‑se a complementaridade entre modos consolidados de


comunicação e expressão e inovações tecnológicas. Estudantes, não raras vezes, estão em situações fora
da sala de aula, em trabalhos de campo ou em visitas técnicas. Nesses casos, são necessárias anotações
variadas. Assim, o assunto merece um papel de destaque no centro da cena (aulas e pesquisa).

Cabe enfatizar a recente polêmica sobre a abolição da escrita cursiva (e até mesmo bastão),
para uns anacrônica (antiga, antiquada), para outros essencial ao processo comunicacional e à
alfabetização, além de enriquecedora nas inumeráveis maneiras e finalidades de escrever com e
para pessoas ou organizações.
65
Unidade II

Figura 17 – Para alguns, a escrita cursiva é antiquada.


No entanto, ela é fundamental no nosso processo comunicacional

Uma linha de argumentação pode ser representada pela professora da Universidade Federal do
Paraná (UFPR) e doutora em Educação Araci Asinelli da Luz, para quem “a escrita é importante para
desenvolver a psicomotricidade fina, fundamental para o desenvolvimento psicomotor”. Outra linha é
assumida pelo psicólogo e doutorando em Educação pela UFPR Maurício Wisniewski, o qual afirma que,
“mesmo com a diminuição do uso da escrita, as habilidades manuais continuam sendo exercitadas”
(apud CZELUSNIAK, 2011).

Assumindo que no mundo moderno há predomínio da escrita digital sobre as demais formas, a
exemplo da cursiva, que tipo de letra utilizar em documentos variados? O texto a seguir traz sugestões
sobre o emprego de fontes em apresentações gerais não acadêmicas.

Crie documentos e sites com estilo usando as fontes corretas

Uma apresentação no PowerPoint, um blog ou um site novo… Você sabe qual fonte é a
ideal para não decepcionar? Não existe uma regra clara que garanta o brilho do trabalho,
mas algumas dicas simples podem ajudá‑lo a criar documentos bastante apresentáveis.

Para começar, o clichê “o segredo é não exagerar” também se encaixa perfeitamente na


tipografia. Seja na internet, seja no impresso, procure sempre usar fontes neutras e com um
bom contraste em relação ao fundo.

Para a web:

• Fontes sem serifa, ou seja, as que não possuem traços no final de cada letra, são as
mais indicadas para sites. São fontes mais legíveis e que não causam problemas com
pixels. Exemplos: Arial, Verdana e Trebuchet.

• Sempre use fontes disponíveis em todos os PCs. Não adianta escolher um modelo
cheio de estilo, mas que só rode no seu computador. Se o site for desenvolvido em
Flash, a escolha de uma fonte personalizada é aceitável, mas tome cuidado com as
partes que continuarão a ser texto.

66
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

• Verdana e Trebuchet, para Windows, e Geneva, para Mac, são as fontes mais indicadas
para a criação de sites por terem linhas simples e sem muito contraste.

• Procure não usar mais de três tipos de fonte em um mesmo layout para não
deixá‑lo poluído.

• Escolha cores neutras como background, que façam um contraste interessante


e que não causem cansaço. Procure evitar cores complementares entre fundo e
fonte (p. ex.: vermelho e verde, azul e amarelo).

Para o impresso:

• Livros e trabalhos extensos pedem fontes serifadas, ou seja, as que acompanham


traços ao final de cada uma das letras. Esse tipo de fonte facilita a leitura.

• Para anúncios, tente fontes sem serifa e simples, como a Arial.

• Assim como na web, procure não usar mais de três tipos de fonte em um mesmo
layout para não deixá‑lo poluído.

Fonte: Baio (2008).

5.2.2 Resumo

Segundo Medeiros (2009), o resumo é a modalidade em que se constrói um texto partindo de outros
textos. Ou seja, é uma paráfrase.

Observação

A paráfrase é uma interpretação de um texto. Nos trabalhos


acadêmicos, em geral, construímos textos por meio de paráfrases,
resumindo outros textos ou refletindo sobre as ideias apresentadas por
outros autores. É importante observar que parafrasear não significa
mudar uma ou outra palavra. Antes, requer a leitura e a reflexão sobre
um texto, para que suas ideias sejam expressas a partir de nossas
palavras, em nossos próprios termos.

Medeiros (2009) apresenta definições de texto (trama de significados coerentes, que põe em
interação falante e ouvinte, autor e leitor), contexto (situação de produção do texto) e intertextualidade
(referências que textos fazem a outros). O autor afirma que “os elementos estruturais do texto são: o
saber partilhado, a informação nova, as provas e a conclusão” (MEDEIROS, 2009, p. 135). Por sua vez,
Koch e Elias (2008, p. 7) refletem sobre o universo textual:

67
Unidade II

Texto é lugar de interação de sujeitos sociais, os quais, dialogicamente, nele


se constituem e são constituídos, e que, por meio de ações linguísticas e
sociocognitivas, constroem objetos‑de‑discurso e propostas de sentido, ao
operarem escolhas significativas entre as múltiplas formas de organização
textual e as diversas possibilidades de seleção lexical que a língua lhes põe
à disposição. A essa concepção subjaz, necessariamente, a ideia de que
há, em todo e qualquer texto, uma gama de implícitos dos mais variados
tipos, somente detectáveis pela mobilização do contexto sociocognitivo no
interior do qual se movem os atores sociais.

Tal visão implica papéis ativos tanto na leitura quanto na escrita, sem previsão segura sobre o que
se vai compreender naquilo que se vai publicar, já que não há possibilidade de entendimento pleno
e absoluto na leitura. A relação que se estabelece é uma interação do tipo autor‑texto‑leitor (KOCH;
ELIAS, 2008), que supõe certa fluidez nos papéis de produção de sentido, não mais tomando o autor
como detentor onipotente da verdade em seu texto. Esta é viva e dependente do meio e dos demais
envolvidos. O autor escreve mediante a construção de sentido e significado; os leitores, por sua vez,
construirão seus próprios sentidos e significados a partir do texto lido, mesmo que esses sentidos e
significados não fossem o objetivo do autor.

Aquino (2010) e Medeiros (2009) tecem comentários e recomendações sobre a formulação de um


resumo, componente básico do trabalho acadêmico. Afinal, qualquer que seja o trabalho que tenhamos
de desenvolver, faremos a leitura de outros textos e, por meio da elaboração de resumos, refletiremos
sobre as principais ideias. Nessa linha, Medeiros (2009, p. 137) afirma: “Resumo é uma apresentação
sintética e seletiva das ideias de um texto, ressaltando a progressão e a articulação delas. Nele devem
aparecer as principais ideias do autor do texto”.

Observação

Junto aos textos formais e explícitos (resumo, fichamento, resenha,


presentes no arcabouço de trabalhos de mestrado e doutorado, artigos
científicos, ensaios), há os posters, banners, slides, elementos que tornam
públicos resultados de pesquisas para o diálogo acadêmico. Nessa mesma
linha, há comunicações que dependem da elaboração anterior de um
texto, como apresentações orais, encenações, dramatizações, happenings,
performances e filmagens.

No que diz respeito ao conteúdo, Medeiros (2009, p. 137) ressalta que o resumo deve conter
“o assunto do texto, o objetivo do texto, a articulação das ideias, e as conclusões do autor do texto
objeto do resumo”. Nele, não se fazem juízos de valor, e o texto deve se bastar, sendo “compreensível
por si mesmo”. Já do ponto de vista de sua forma, o resumo deve “ser redigido em linguagem
objetiva, evitar a repetição de frases inteiras do original, e respeitar a ordem em que as ideias ou
os fatos são apresentados”.

68
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

O autor parte de concepções teóricas e referências linguísticas, classificando o resumo, de acordo com
a norma, em crítico (recensão ou resenha), indicativo (ou descritivo, não dispensando a leitura do original)
e informativo (ou analítico, dispensando a leitura do original). O resumo é um instrumento de trabalho na
pesquisa e dele devem constar a natureza da pesquisa realizada, os resultados e as conclusões.

Observação

Segundo Andrade (1995 apud MEDEIROS, 2009, p. 153), a resenha


apresenta a versão crítica do resumo, sendo mais abrangente que este, pois
“permite comentários e opiniões, inclui julgamentos de valor, comparações
com outras obras da mesma área e avaliação de relevância da obra com
relação a outras do mesmo gênero”.

Por fim, o autor citado sugere alguns procedimentos importantes quando da elaboração de um
resumo. Primeiro, é necessário descobrir o plano da obra a ser resumida – o resumo deve responder
sobre as intenções do autor e sobre o tema do texto. Em seguida, é preciso captar as ideias principais do
texto e sua articulação, identificando as diferentes partes da obra (encadeamento), chegando, assim, ao
apontamento das palavras‑chave (MEDEIROS, 2009).

Saiba mais

Recomendamos a leitura do livro Redação científica, de João Bosco


Medeiros. Com finalidade didática e metodológica, o autor sugere passos
para a realização do resumo, de forma detalhada e bastante dialógica.

MEDEIROS, J. B. Redação científica: prática de fichamentos, resumos,


resenhas. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

A seguir, um exemplo de resumo com cerca de 180 palavras.

Gostaríamos de informá‑lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias,


Philip Gourevitch

Entre abril e julho de 1994 mais de um décimo da população de Ruanda foi exterminada,
num genocídio só comparável ao Holocausto dos judeus sob o nazismo. Patrocinada pelo
governo ruandês, a maioria hutu massacrou a minoria tutsi diante da indiferença da chamada
comunidade internacional. A tragédia, supostamente motivada pelo “ódio ancestral” entre
as duas etnias, teve na verdade origens políticas e econômicas muito concretas [problemas
com raízes no colonialismo belga]. Durante três anos, o jornalista norte‑americano Philip
Gourevitch mergulhou na realidade ruandesa para tentar desvendar o amplo contexto
cultural, político e étnico dos acontecimentos. Ouviu centenas de pessoas, reconstituindo

69
Unidade II

o drama pessoal dos envolvidos na tragédia, fossem eles sobreviventes, assassinos ou


cúmplices. Pesquisou as histórias recente e remota do país e, ao traçar o desenvolvimento
das tensões étnicas em Ruanda, reuniu indícios suficientes para questionar a atuação dos
colonizadores belgas e de outras potências ocidentais na região. Lúcido e pungente, o livro
é ao mesmo tempo testemunho e reflexão sobre um dos episódios mais terríveis de nosso
tempo, mostrando como, ainda hoje, a distância entre civilização e barbárie pode ser curta.

Palavras‑chave: Colonialismo. Genocídio. Ruanda.

Fonte: Companhia das Letras (s.d.).

A seguir, o resumo apresentado como exemplo é dividido em seções, conforme as orientações de


Aquino (2010) e Medeiros (2009). Na ordem dos tópicos: introdução, objetivo, articulação das ideias
(fundamentos teóricos), materiais e métodos (procedimentos), resultados/discussão, conclusão.

1) Introdução ao assunto (presente, passado, futuro). Requer apresentação de sua ordem no texto.

Entre abril e julho de 1994 mais de um décimo da população de Ruanda


foi exterminada, num genocídio só comparável ao Holocausto dos
judeus sob o nazismo. Patrocinada pelo governo ruandês, a maioria hutu
massacrou a minoria tutsi diante da indiferença da chamada comunidade
internacional. A tragédia, supostamente motivada pelo “ódio ancestral”
entre as duas etnias, teve na verdade origens políticas e econômicas muito
concretas [problemas com raízes no colonialismo belga].

2) Objetivo, aonde se almeja chegar, o destino do percurso. O outro lado da hipótese (esta diz respeito
a “o que eu tenho”, “o que eu acho”).

• Objetivo: “Durante três anos, o jornalista norte‑americano Philip Gourevitch mergulhou na realidade
ruandesa para tentar desvendar o amplo contexto cultural, político e étnico dos acontecimentos”.

• Hipótese: “A tragédia, supostamente motivada pelo ‘ódio ancestral’ entre as duas etnias,
teve na verdade origens políticas e econômicas muito concretas [problemas com raízes no
colonialismo belga]”.

3) Articulação das ideias (fundamentos teóricos).

Ouviu centenas de pessoas, reconstituindo o drama pessoal dos envolvidos


na tragédia, fossem eles sobreviventes, assassinos ou cúmplices. Pesquisou
as histórias recente e remota do país e, ao traçar o desenvolvimento das
tensões étnicas em Ruanda, reuniu indícios suficientes para questionar a
atuação dos colonizadores belgas e de outras potências ocidentais na região.

70
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

4) Materiais e métodos (procedimentos).

Durante três anos, o jornalista norte‑americano Philip Gourevitch


mergulhou na realidade ruandesa para tentar desvendar o amplo contexto
cultural, político e étnico dos acontecimentos. Ouviu centenas de pessoas,
reconstituindo o drama pessoal dos envolvidos na tragédia, fossem eles
sobreviventes, assassinos ou cúmplices. Pesquisou as histórias recente
e remota do país e, ao traçar o desenvolvimento das tensões étnicas
em Ruanda, reuniu indícios suficientes para questionar a atuação dos
colonizadores belgas e de outras potências ocidentais na região.

5) Resultados/discussão.

“[O autor] reuniu indícios suficientes para questionar a atuação dos colonizadores belgas e de outras
potências ocidentais na região.”

6) Conclusão.

“Lúcido e pungente, o livro é ao mesmo tempo testemunho e reflexão sobre um dos episódios mais
terríveis de nosso tempo, mostrando como, ainda hoje, a distância entre civilização e barbárie pode
ser curta.”

Exemplo de aplicação

Para exercitar a elaboração de um resumo, escolha um livro ou um artigo de jornal ou revista


especializada de sua preferência e anote os aspectos centrais dele, conforme recomendado antes,
articulando‑os. A seguir, compare o seu texto com o resumo apresentado na própria publicação.
O mesmo pode ser feito com um filme ou uma peça de teatro. Depois de assistir ao filme ou espetáculo,
faça um resumo do conteúdo. Na sequência, procure uma sinopse em revista ou jornal, em caderno ou
seção especializada, e compare o seu texto com o da publicação. É possível que alguma informação
esteja num texto e não no outro, o que não invalida a atividade nem implica erro.

5.2.3 Fichamento

O que é e quando há necessidade de fazer um fichamento? Qual é o seu formato?

A ficha que nos interessa é aquela que serve de apoio às atividades estudantis, de pesquisa e estudos
em geral. O fichamento é útil em toda a vida escolar, para facilitar os estudos e aprofundá‑los, pois
sistematizar e resumir já é uma forma de levantamento e arquivamento de informações (MEDEIROS,
2009). Aliás, as fichas podem ser feitas de acordo com o tipo de levantamento: ficha bibliográfica, de
leitura, de ideias, de citações.

71
Unidade II

Observação

Falaremos de citações diretas e indiretas mais adiante. Neste momento,


é importante apenas que você saiba da possibilidade de fazer fichas com
citações como meio de recuperar as informações do texto consideradas
mais importantes.

Convergem na técnica do fichamento vários tipos de conteúdo e gênero de redação, que expressam
objetivos específicos e apoio a determinadas tarefas, todas elas ligadas a consulta, catalogação, inserção
e arquivo de documentos em tempo abreviado. Seguem alguns exemplos de ficha.

Cabeçalho: Título genérico


Tópico de
Título específico (subtítulo) acordo com a Numeração das
Referência bibliográfica ABNT NBR 6023 sequência do fichas
plano do texto
Pauta para o texto da ficha
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Biblioteca ou outro local onde é encontrada a obra

Figura 18 – Elementos estruturais de uma ficha

Medeiros, João Bosco

Redação científica: prática de fichamentos, resumos, resenhas / João Bosco


Medeiros. – 9. ed. – São Paulo: Atlas, 2007.

Bibliografia.

ISBN 978‑85‑224‑4814‑2

1. Redação técnica I. Título

91‑1673 CDD‑808.0665

Figura 19 – Ficha de indicação bibliográfica

72
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

FENOMENOLOGIA; FILOSOFIA DA NATUREZA

MERLEAU‑PONTY, Maurice. Natureza: notas: cursos no Collège de France. São Paulo: Martins
Fontes, 2000. (Tópicos).

Figura 20 – Ficha de assunto

A fenomenologia da percepção

MERLEAU‑PONTY, Maurice. A fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

Figura 21 – Ficha de título da obra

Figura 22 – Os modelos apresentados antes são encontrados em fichários de arquivos


públicos e privados, museus, bibliotecas e acervos para consultas em geral

73
Unidade II

Há outra forma de fichamento que vem se consagrando em razão do alastramento das tecnologias
da informação: o fichamento informatizado. Segundo Medeiros (2009), trata‑se do emprego de
palavras‑chave para buscas eletrônicas, seja nos aplicativos para escritório, seja nos browsers, na rede,
em buscadores e em sites de publicações. As buscas podem ser mais ou menos difíceis, conforme o
tema e o nível de profundidade e conectividade que se queira atingir. Pesquisas mais simples, de temas
isolados, estão até mesmo prontas na rede, enquanto aquelas cujo grau de conectividade com os demais
temas – fronteiriços ou não – e com suas cadeias causais é maior oferecem mais dificuldades e exigem
maior tempo. Em sites como o do Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) do estado de São Paulo,
nada se encontrará em menos de uma hora de pesquisa.

5.2.4 Resenha

Resenha é uma modalidade de produção de textos críticos que demanda certo domínio dos elementos
textuais (MEDEIROS, 2009). Requer exercício simultâneo de leitura e escrita. Do resenhista, exige articulação
de ideias e compreensão dos objetivos do autor resenhado; do leitor, exige entendimento da situação de
ambos (autor resenhado e resenhista).

A resenha começa com a escolha do livro ou do filme a ser resenhado e pode apresentar a seguinte
ordem: dados da obra, dados do autor da resenha, conclusões e resumos. Observe o modelo a seguir,
elaborado a partir das considerações de Medeiros (2009).

Parte A | Informações gerais

1) Referência bibliográfica, filmográfica, discográfica ou webgráfica da obra, com base na NBR 6023
(ABNT, 2018).

2) Dados sobre o autor ou diretor (minicurrículo).

3) Gênero da obra.

4) Resumo ou digesto (fichamento de resumo). O resenhista deverá fazer uma síntese do tema
abordado, seguindo a ordem já exposta:

• introdução;

• objetivo;

• articulação das ideias;

• materiais e métodos;

• resultados/discussão;

• conclusão.
74
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

O resenhista deverá apresentar cada capítulo em linhas gerais e efetuar um resumo mais completo
de um ou dois capítulos do livro escolhido.

Parte B | Demonstração de conhecimento/repertório do aluno

5) Avaliação/apreciação. Crítica do aluno em relação ao texto.

6) Apresentação, descrição da atividade (quando houver disciplina solicitante):

• local;

• curso;

• disciplina;

• núcleo de interesse do aluno;

• área de concentração;

• resenhista;

• professor(a) proponente/responsável/avaliador(a).

Resenha de filme

O exemplo de resenha a seguir, baseado em Medeiros (2009), refere‑se ao filme Até o fim do mundo,
de Wim Wenders.

1) Referência filmográfica:

ATÉ O FIM do mundo. Direção: Wim Wenders. Alemanha; França; Austrália: Argos Films; Road Movies
Filmproduktion; Village Roadshow Pictures; Warner Brothers; Wim Wenders Stiftung, 1991. 280 min.

2) Dados sobre o diretor:

Ernst Wilhelm Wenders nasceu em 14 de agosto de 1945, na cidade de Düsseldorf, na Alemanha.


Cedo interessou‑se por cinema, sendo várias vezes indicado e premiado como diretor no Festival de
Cannes. Com extensa filmografia no cinema – aí exercendo várias atividades, entre elas diretor, ator,
produtor e roteirista –, nos últimos anos ampliou sua área de atuação para a fotografia. Destacam‑se no
conjunto de sua obra Paris, Texas (1984), Asas do desejo (1987), Até o fim do mundo (1991) e Tão longe,
tão perto (1993) (BÖSCH, 2005; WIM…, [s.d.]).

75
Unidade II

3) Gênero da obra:

Drama, ficção.

4) Resumo do filme:

• Introdução: Até o fim do mundo é uma trama com muita ciência e tecnologia em torno de uma
invenção revolucionária, uma “câmera” que permite aos usuários enviar imagens diretamente
ao cérebro humano, de modo que os cegos voltem a ver. O filme opera a realidade em versões
escalares, indo da escala interplanetária, por onde começa com a iminência da queda na Terra
de um satélite nuclear, até a escala da mente (subjetividades perdidas, isoladas). O filme pode
ser dividido em momentos:

— O filho do cientista que inventou a máquina para a esposa cega sai pelo mundo com a
câmera para registrar imagens que seriam vistas pela mãe. Depois de percorrer todos os
continentes filmando parentes e amigos, Sam, o filho, volta com Claire, sua namorada, à
aldeia aborígene na Austrália onde fica o laboratório do pai, a fim de desenvolver a técnica
de transmissão das imagens para o cérebro da mãe.

— A segunda parte dá‑se, então, na aldeia, com a tentativa de levar Edith, a mãe, a “ver”
novamente. Os resultados, no entanto, são desesperadores. Edith consegue “ver”, mas não
suporta as imagens que lhe são transmitidas e acaba morrendo.

— Na terceira parte, Sam, Claire e o pai se perdem nesse mundo de imagens, descobrindo outra
utilidade para a máquina: gravar seus sonhos. Assim, pai, filho e namorada dedicam‑se a
viver para ver os próprios sonhos. Os três acabam tendo que ser despertados por meio do
xamanismo ou da leitura, para voltarem à realidade.

• Objetivo: mostrar a perda de profundidade advinda do aumento da velocidade, a cegueira de


quem vê, pois os desentendimentos são a regra. É importante salientar a preocupação com a
crescente dependência das tecnologias e a total falta de controle sobre seus resultados, um
tema clássico.

• Articulação das ideias: Estados nacionais são meras lembranças, o poder aparece
concretamente nos “bandidos” (não há polícia pública, mas perseguidores corporativos,
cumprindo determinações privadas) e, assim como ocorre com o poder, a economia
apresenta‑se corporativa (comentário de Chico, o bandido‑salvador da mocinha: “Ninguém
quer dinheiro, apenas cartões”). Há espaço para a beleza (Claire), mas não para a esperança
(hecatombe), sendo os graves problemas ambientais referidos diretamente no nome do filme:
fim geográfico, no refúgio da Oceania (continente famoso por ser o Novíssimo Mundo na
ordem das “descobertas” coloniais europeias), e fim histórico, com a destruição do planeta.
Os aborígenes operam a tecnologia mais avançada do mundo, num laboratório escondido
nas rochas de um deserto. Gene, o escritor, cuja função é criar fantasia (com método), é o
único que se mantém lúcido e os retira (Claire e Sam) do vício narcisista de se autoconsumir.
76
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

• Materiais e métodos: as escalas mostram a manipulação do planeta, nossa arrogância ao


acreditar em seu domínio. O relato é dinâmico, e o recurso a estradas, estadias fugazes e planos
rápidos mostra a velocidade e a superficialização das relações humanas em geral. Wenders
continuou a editar o filme depois de seu lançamento (foi obrigado a deixá‑lo com 160 minutos)
e produziu essa versão de cinco horas, que seria lançada apenas 12 anos depois.

• Resultados/discussão: uma odisseia para a era moderna, que, assim como a Odisseia de
Homero, procura restaurar a luz, numa reconciliação espiritual entre um pai obcecado e seu
filho abandonado.

• Conclusão: há muitas possibilidades de análise, em múltiplas dimensões, como a da geografia


(as escalas, as viagens intercontinentais, as localidades e suas vidas etc.), da antropologia (as
culturas residuais, aplanadas tecnologicamente, em contraponto às culturas mais arraigadas,
como a dos aborígenes australianos), da economia (mercados com cartões, metais e pedras,
sem dinheiro, e com muitos “mercados subterrâneos”), da sociologia (perda de espessura da
vida social, vínculos precários, gratuidade das relações), da história (o resgate das imagens
trazendo sentimentos e emoções, as transformações do mundo, a trajetória que os levou para a
Oceania, fugindo da arbitrariedade corporativa, a salvação pela ficção, quando é o escritor que
consegue impor o parâmetro de realidade à expansão do mundo onírico) e da ciência política
(Estados nacionais apenas evocados).

5) Avaliação/apreciação:

Trata‑se da questão da imagem para a sociedade contemporânea (o meio vira a mensagem), da


produção de subjetividades (solipsismo, narcisismo) e da busca pelo controle em toda parte (gestão).

Esperamos que esse exercício com uma obra de arte (um filme) sirva de parâmetro para tornar
mais fácil a realização de resenhas de livros, artigos, filmes, peças teatrais, entre outros, como parte das
tarefas de apoio ao trabalho acadêmico.

5.2.5 Seminário

O que é um seminário e quais são os seus formatos? Como enfrentar a apresentação oral? Qual é
o seu valor como instrumento de aprendizado? O seminário deve ser individual ou em grupo? Qual é a
importância do trabalho em grupo? O grupo depende de quem e do quê?

O seminário é a apresentação de um trabalho sob a forma verbal. Ele pode ser individual ou em
grupo, dependendo de como o trabalho foi realizado. Nem todo trabalho em grupo se dá em forma
de seminário, mas este é uma ótima oportunidade para exercitar uma série de princípios e processos
organizacionais e de sociabilidade, como cooperação e competição (que devem ser observados e
dirigidos com cuidado, seja incentivando um, seja inibindo outro), e metodológicos, como passos
e encaminhamento da pesquisa. A organização quanto ao tema pode se dar com base na escolha de
subtemas e textos articulados ao plano de ensino; quanto à dinâmica, por apresentação ou dramatização,
com ou sem debates.
77
Unidade II

Muito se contesta a efetividade e a eficácia desse instrumento no processo de avaliação, mas nem
sempre se reconhece a abrangência, a flexibilidade, enfim, a força do seminário, em seus diversos tipos
de apresentação e possibilidades de troca, como recurso didático (CARVALHO, 1995). É necessário sempre
discutir a forma e o conteúdo dos processos e instrumentos de avaliação, sem perder de vista seu
propósito, qual seja, elevar o senso crítico do aluno, tanto em sentido político quanto em sentido lógico.

Assim como nas apresentações em geral, nos seminários as regras também são muito importantes
para equalizar a linguagem. Embora não haja uma norma direcionada para essa modalidade de publicação
de pesquisa, outras normas dão suporte a essa atividade, principalmente aquelas que versam sobre
referência bibliográfica, citação, resumo e sumário. Ainda, é preciso refletir a respeito da divulgação do
nome de uma empresa, de uma pessoa entrevistada, ou mesmo de um produto, em especial no caso de
pesquisas de opinião pública.

Seminários são bastante produtivos e servem muito bem aos propósitos de pesquisa, relatório parcial e
reunião periódica, com discussão e consolidação de conteúdo, até a publicação dos resultados na apresentação
oral e escrita (texto‑resumo da pesquisa cartografada, do roteiro temático e das falas de cada um).

5.2.6 Recursos audiovisuais

O que são e quando usar recursos audiovisuais nos trabalhos? Tais recursos ajudam a reter, ordenar
e esquematizar dados e informações. Polito (1995) considera fundamental a adequação dos recursos,
perguntando‑se quando, como, quais e onde deverão ser utilizados. Sua finalidade é complementar
exposições e apresentações, seguindo preceitos semiológicos ou semióticos empregados na construção
da comunicação.

Observação

Semiologia: para L. J. Prieto, estudo de todos os sistemas de


representação que têm a comunicação como função, privilegiando o
funcionamento dos sistemas de signos não linguísticos. Etimologia:
“estudo dos sinais da linguagem”; para a medicina, “interpretação dos
sintomas”, “sintomatologia”.

Semiótica: para Charles S. Peirce (1839‑1914), teoria geral das


representações, que leva em conta os signos sob todas as formas e
manifestações que assumem (linguísticas ou não), enfatizando especialmente
a propriedade de convertibilidade recíproca entre os sistemas significantes
que integram (INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS, 2009).

A seleção dos recursos é uma questão metodológica, pois pode melhorar ou piorar o desempenho do
aluno, de acordo com o domínio do recurso escolhido (POLITO, 1995). É recomendável que tal escolha
se paute pela familiaridade com os instrumentos da apresentação – oral ou escrita. Por exemplo, alunos
bem‑falantes, com domínio da norma culta e que conseguem, eventualmente, descontrair‑se, alcançando
78
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

mais pessoas do público, conforme a situação podem ter resultados melhores do que aqueles que se
acham muito tímidos. Isso que se costuma chamar timidez deve ser encarado com muita atenção, como
necessidade pedagógica e profissional.

É preciso ter bem claro que os recursos, seja um gráfico no texto, seja um projetor de slides numa
apresentação, devem ser estudados e criteriosamente adotados, justificando‑se metodologicamente a
escolha, identificando‑se portanto as situações de exposição (palestra, conferência, seminário, congresso,
reunião, painel, simpósio, mesa‑redonda) como ponto de partida para o recurso adequado.

Segundo Polito (1995), os recursos visuais gráficos a serem empregados em textos impressos e
apresentações escritas de vários tipos incluem:

• Tabelas: dados cruzados em classes, dispostos em colunas e linhas.

• Gráficos: podem ser formados por:

— Barras verticais: plano cartesiano de abscissas e ordenadas com informações em quantidades


e no tempo.

— Barras horizontais: dados para a comparação de variáveis diferentes dentro do mesmo tempo.

— Setores: informações de um conjunto inteiro, todo, em suas partes proporcionais.

— Linhas: variações ou tendências de um dado dentro do tempo.

— Mapas: elementos para estabelecer localização, distância e demais relações entre lugares,
roteiros e guias de deslocamento e locomoção.

— Fluxogramas: demonstração de uma ordem operacional ou de métodos e processos alternativos.

— Desenhos: representação de objetos, fatos, acontecimentos e processos com efeito próximo


daquele de fotografias, para expressar esses dados espacialmente.

— Relação de itens: lista com funções lógicas anunciadas e precisas, com encadeamento de ideias.

Já os recursos visuais para apresentações, como quadro de giz ou branco, cartaz, flip chart, folheto,
modelos, objetos, maquetes, retroprojetor, slides, vídeo e projetor de filmes, estão entre os mais usados,
tendo cada um sua especificidade e potencial (POLITO, 1995).

Existem regras para a apresentação oral com recurso a slides – por exemplo, o tão conhecido
PowerPoint (.ppt), aplicativo da Microsoft (uma opção gratuita a ele é o Impress, que tem funções
similares). Há muitas técnicas para comunicar‑se melhor com o público que assiste a uma apresentação
de seminário.

79
Unidade II

Entre essas regras encontram‑se tanto aquelas mais ligadas ao modo de ser de cada pessoa (posição
na sala, volume da voz, desenvoltura, escolha da melhor maneira de apresentar um trabalho) quanto
aquelas mais técnicas, facilmente padronizáveis (escolha do melhor recurso, checagem e conhecimento da
aparelhagem a ser utilizada, de sua configuração e disponibilidade, além de verificação do equipamento
antes de apresentar o trabalho).

Apesar de sua importância, não há uma norma direcionada para essa modalidade de publicação de
pesquisa. A adoção do recurso também é uma questão metodológica e não deve ser aleatória ou guiada
por modismos. Por definição, o recurso deve servir ao sujeito, e não ser o foco, atraindo mais atenção
do que o expositor ou desviando‑o do público. O bom senso manda que haja adequação entre a área do
slide, o tamanho das letras e imagens e sua disposição.

Saiba mais

Para se aprofundar no assunto, leia:

CASTRO, C. M. PowerPoint com carteirinha. Veja, São Paulo, ano 43, n. 32,
p. 26, 11 ago. 2010.

REIS, A. A interface cultural do PowerPoint: o mecanismo de um dos


programas mais usados por acadêmicos e executivos não é ingênuo nem
ideologicamente neutro. Trópico, São Paulo, 24 jun. 2009. Disponível em:
http://p.php.uol.com.br/tropico/html/print/2731.htm. Acesso em: 4 nov. 2019.

É importante salientar que, em todas as formas de elaboração de texto de apoio e principal (resumo,
fichamento, resenha, relatório, monografia etc.), bem como de apresentação escrita e oral (com slides,
por exemplo), desde a pesquisa necessária para manejar dados e informações até a publicação nos
inúmeros formatos, devemos nos reportar às normas.

6 A INTERTEXTUALIDADE NO TEXTO ACADÊMICO E AS PRINCIPAIS NORMAS


DA ABNT

Todo texto que escrevemos é polifônico (constituído por múltiplas vozes) e polissêmico (constituído
por múltiplos sentidos). Quando escrevemos algo, colocamos ali conteúdos impregnados das vozes e dos
sentidos com os quais entramos em contato ao longo da vida. Os nossos textos refletem o que pensamos,
o que aprendemos na infância, com a nossa família, com os nossos amigos, a partir dos livros que
lemos, dos filmes que vimos, das viagens que fizemos. Afinal, o autor é um sujeito do conhecimento
que desenvolveu crenças e valores durante toda a sua formação, crenças e valores que podem ser
identificados por meio das formas pelas quais atribuímos significado ao mundo que nos cerca.

Caso escrevamos um texto ficcional, podemos “dialogar” com as nossas experiências anteriores
sem qualquer preocupação em explicitá‑las. Caso escrevamos um poema, podemos mencionar um
80
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

personagem de história em quadrinhos sem que haja necessidade de esclarecer quanto ao autor
responsável pela idealização do personagem. Podemos, por exemplo, escrever um conto a respeito de
um menino que encontra um extraterrestre e o leva para um passeio pelos céus, sem precisar esclarecer
que nossa fonte de inspiração foi o filme E.T.: o extraterrestre, de Steven Spielberg (1982).

O trabalho de intertextualidade no texto acadêmico pode acontecer de duas formas: por meio de
citações diretas ou indiretas. As citações indiretas são paráfrases (resumos) realizadas a partir das ideias
de um autor. Ou seja, as ideias são do autor do texto original, e as palavras são do leitor. Conforme a
ABNT, temos citações diretas e indiretas, com e sem autor inserido. No caso das citações diretas, temos
as com menos de três linhas e as com mais de três linhas.

Lembrete

Todos esses casos estão exemplificados no Guia de normalização da UNIP.

As normas da ABNT têm o objetivo de homogeneizar e padronizar a elaboração de relatórios e


de trabalhos acadêmicos. Não comentaremos todas as normas, já que, na maioria das vezes, elas são
autoexplicativas. Ainda, queremos alertar para o fato de não haver necessidade alguma de memorizar
esse conteúdo: você utilizará com tanta frequência as normas relacionadas à formatação do texto, a
citações diretas e indiretas e à inserção de gráficos e tabelas, que acabará por torná‑las automáticas.
Dessa forma, concorda‑se com Medeiros (2007, p. 1):

O objetivo aqui não é transcrever cada uma das normas da Associação


Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), nem ver a obra cair em desuso a cada
nova atualização das NBRs, mas sim enumerar e reunir o maior número de
questões com que nos deparamos até hoje.

Segundo Medeiros (2007, p. 6), não é difícil compreender a diferença entre normatizar e normalizar:
“a ABNT ‘normatiza’ (faz as normas) e quem segue as normas ‘normaliza’”. A ABNT é o órgão encarregado
da normatização e normalização técnica no país, constituindo‑se no único e exclusivo representante, no
Brasil, de diversas entidades internacionais. Entidade privada, sem fins lucrativos, é reconhecida como
único Fórum Nacional de Normalização pela Resolução n. 7, de 27 de agosto de 1992, do Conselho
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro), ao qual é credenciada.

A ABNT é membro fundador da International Organization for Standardization (ISO), da Comissão


Pan‑Americana de Normas Técnicas (Copant) e da Associação Mercosul de Normalização (AMN), das
quais, reitera‑se, é exclusiva representante no Brasil. Sua “missão”, segundo a própria ABNT, é “coordenar,
orientar e supervisionar o processo de elaboração de normas brasileiras, bem como elaborar e editar as
referidas normas” (CONMETRO, 1992).

81
Unidade II

Saiba mais

Consulte o site da ABNT:

http://www.abnt.org.br

A associação funciona como um fórum contínuo de atualização das normas vigentes e discussão
sobre a necessidade de elaboração de novas. Por que são as normas tão importantes? Seu uso é desejável
a fim de criar uma “linguagem” para a comunicação acadêmica, científica, desde o encaminhamento
da pesquisa, com a decisão de planejar, até os vários tipos possíveis de publicação (escritos e orais, com
diversos meios e tecnologias).

É inegável o papel das normas nas atividades sociais mais amplas e acadêmicas, em particular
quando se espera reproduzir, avaliar, melhorar etc. A maior preocupação, agora, é situar você quanto à
adequação da norma à atividade a ser desenvolvida, não pormenorizando cada uma, mas remetendo‑o
a certa variedade de textos disponíveis e de fácil manuseio, principalmente às próprias normas da ABNT,
que são fontes fundamentais, mas não únicas. Em vários momentos, autores como Mattar (2010) e
Medeiros (2009) referem‑se às lacunas deixadas pela associação, as quais tentam preencher.

O uso das normas é facilmente justificado quando se trata de trabalho coletivo que deve
ser objeto de avaliação e debates, tanto de caráter profissional quanto de caráter universal.
Se a normalização é fundamental à atividade acadêmica, isso nada tem a ver com memorizá‑la, o que
pode até acontecer com o uso. Além disso, cabe lembrar que as diretrizes nela presentes devem servir à
criatividade do autor, e não como “camisas de força”.

Figura 23 – A maior parte das normas e regras foram feitas em um momento anterior à
universalização da informática, dos meios e veículos textuais eletrônicos; entretanto,
vêm se adaptando às novas circunstâncias aos poucos

82
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

As rápidas transformações dos meios eletrônicos promoveram o cancelamento de algumas normas,


que caducaram por perda de precisão (especificamente com as inovações ligadas ao avanço da
informática, que requerem contínua atualização das normas). Outras caíram em desuso – por exemplo,
as que prescreviam procedimentos extemporâneos, como datilografia em máquina elétrica – ou se
adequaram às novas exigências de padrões produtivos ambientais – por exemplo, incentivando o uso de
verso e anverso das folhas de documentos.

Os comentários sobre as normas não as substituem. Para inteirar‑se das prescrições detalhadas,
bem como de termos e definições próprios a elas, é necessário consultá‑las, pois apresentam medidas,
representações gráficas e exemplos de emprego das regras e dos glossários.

As normas da ABNT detalham os procedimentos em relação a um número imenso de questões que


surgem quando estamos produzindo um texto acadêmico. Por exemplo:

• formatação da página (definição das margens esquerda, direita, superior e inferior);

• tamanho e fonte da letra;

• espaçamento entre linhas e entre parágrafos;

• uso de maiúsculas e negrito/itálico em títulos, subtítulos, seções e subseções;

• inserção de gráficos/tabelas/figuras (no caso, títulos e fontes);

• identificação de referências visuais, audiovisuais e textuais;

• inserção de citações diretas e indiretas, com ou sem autor(es) inserido(s).

A seguir, apresentaremos alguns exemplos de inserção de citações diretas e indiretas, com ou sem
autor(res) inserido(s). Embora essas normas estejam detalhadas no Guia de normalização, achamos
recomendável refletir a respeito delas com mais cuidado.

6.1 Citações indiretas

As citações indiretas são interpretações feitas a partir do texto de outro autor. Em alguns casos,
elas resumem as principais ideias desse autor; em outros, elas refletem sobre alguma ideia exposta pelo
autor. Vejamos dois exemplos de citação indireta, com e sem autor inserido.

Nas citações indiretas com autor inserido, fazemos um resumo das ideias do autor colocando‑o no
nosso texto de maneira explícita. No caso de existirem dois autores, apresentamos os nomes deles como
parte do nosso texto. Procedemos dessa forma nas situações em que há até três autores assinando
um mesmo texto. Quando o artigo tem mais de três autores, usamos o recurso et al. (em itálico), que
significa “e outros”. Veja:

83
Unidade II

Até três autores

Com base em Silva (2010), entendemos a autoria como uma função que caracteriza o
discurso.

Com base em Silva e Ferreira (2010), entendemos a autoria como uma função que
caracteriza o discurso.

Mais de três autores

Com base em Silva et al. (2010), entendemos a autoria como uma função que caracteriza
o discurso.

Figura 24 – Citação indireta com autor inserido

Vamos compreender esses exemplos. Na primeira situação, as ideias de um artigo assinado


por Silva, publicado no ano de 2010, foram resumidas em nosso texto. Nesse caso, incluímos
Silva explicitamente, quer dizer, ele passou a fazer parte do nosso texto. Assim, mencionamos
Silva, o ano da publicação que estamos resumindo e as ideias de Silva de acordo com nossa
interpretação pessoal. No segundo caso, as ideias de dois autores, Silva e Ferreira, contidas em
um artigo publicado no ano de 2010, foram resumidas. Os nomes dos autores estão explicitados,
isto é, eles passaram a fazer parte do texto. Se estivéssemos lendo um artigo escrito por mais de três
autores, faríamos como está apresentado no terceiro exemplo. Para que você perceba a inserção ou não
do autor, vamos dar os mesmos exemplos, agora sem os autores inseridos.

Até três autores

Entendemos a autoria como uma função que caracteriza o discurso (SILVA, 2010).

Entendemos a autoria como uma função que caracteriza o discurso (SILVA; FERREIRA, 2010).

Mais de três autores

Entendemos a autoria como uma função que caracteriza o discurso (SILVA et al., 2010).
Figura 25 – Citação indireta sem autor inserido

Como você pode perceber, os nomes dos autores não fazem mais parte do nosso texto. Eles estão
identificados, mas não integram o texto. No caso de um artigo assinado por um único autor, ao final da
sentença, colocamos, entre parênteses, o nome do autor em letras maiúsculas, seguido de vírgula e do
ano da publicação do artigo. No caso de um artigo escrito por dois autores, colocamos, entre parênteses,
os nomes em letras maiúsculas, separados pelo sinal gráfico de ponto e vírgula, seguidos de vírgula e do
ano da publicação do artigo. Como acontece com a situação em que inserimos o autor, a existência de
um texto escrito por mais de três autores é indicada por et al.
84
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

É bastante fácil compreender as diferenças entre esses dois modos de referenciar autores em situações
de paráfrase: quando falamos em autores inseridos, queremos dizer que os nomes deles passaram a
fazer parte do texto; quando falamos em autores não inseridos, queremos dizer que os nomes deles
estão explicitados “fora” do texto. De qualquer modo, é importante lembrar que esses autores e essas
publicações deverão estar referenciados no final do texto, com todas as informações pertinentes.

6.2 Citações diretas

As citações diretas correspondem à seleção de trechos do texto dos autores que estamos
lendo e analisando. Em outras palavras, as citações diretas são seleções de trechos realizadas a
partir do texto original. Nesse caso, as ideias e o texto são do autor do texto original. De acordo
com a ABNT, e em função do tamanho da citação, temos citações diretas com até três linhas e
citações diretas com mais de três linhas. Nas duas situações, temos citações diretas com autor
inserido e sem autor inserido.

As citações diretas com até três linhas incorporam‑se ao texto, apenas sendo adicionadas aspas no
início e no fim do trecho citado. Note que essas três linhas são medidas pelo espaço que ocupam no texto que
estamos escrevendo, e não no texto do artigo que estamos lendo. No exemplo a seguir, mostramos uma
citação direta com até três linhas, com autor inserido. Nessa situação, colocamos o trecho citado entre
aspas. O(s) autor(es) foi(foram) inserido(s) dentro do texto, ou seja, ele(s) faz(em) parte do texto. Após
mencionar o autor, colocamos, entre parênteses, o ano da publicação e a página em que se encontra o
trecho na obra original. Isso quer dizer que, caso qualquer pessoa queira localizar o texto citado, bastará
encontrar o livro do autor mencionado e procurar a página identificada. Não há citação direta sem
identificação da página. Observe:

Até três autores

Segundo Greco (2007, p. 120), “a originalidade absoluta não parece ser condição para a
produção do conhecimento”.

Segundo Greco e Silva (2007, p. 120), “a originalidade absoluta não parece ser condição
para a produção do conhecimento”.

Mais de três autores

Segundo Greco et al. (2007, p. 120), “a originalidade absoluta não parece ser condição
para a produção do conhecimento”.

Figura 26 – Citação direta com autor inserido e menos de três linhas

No primeiro exemplo, citamos no nosso texto o autor Greco, responsável pelo artigo de
2007. A citação que escolhemos encontra‑se à página 120. Portanto, falamos do autor e, entre
parênteses, indicamos a data da publicação e a página da citação. Em seguida, entre aspas,
85
Unidade II

colocamos a citação, que deve ter até três linhas. No segundo exemplo, temos um artigo
escrito por dois autores: Greco e Silva. Incluímos, então, os nomes dos autores no nosso texto
e, entre parênteses, identificamos o ano da publicação e a página em que se encontra a citação.
Finalmente, entre aspas, introduzimos a citação, que deve ter até três linhas. Caso estejamos
lendo um artigo que tenha sido escrito por mais de três autores, usaremos o recurso et al., como
já fizemos anteriormente.

Podemos também fazer as mesmas citações, porém sem incluir os nomes dos autores no nosso texto.
Para isso, no caso de um artigo escrito por um único autor, colocamos a citação entre aspas. Ao final,
entre parênteses, inserimos o nome do autor em letras maiúsculas, a vírgula, a data da publicação do
artigo e a página de onde a citação foi extraída. Quando estamos usando um artigo escrito por dois
autores, apresentamos seus nomes em maiúsculas e separados pelo sinal gráfico de ponto e vírgula.
Quando há mais de três autores, usamos o recurso et al.

Até três autores

“A originalidade absoluta não parece ser condição para a produção do conhecimento”


(GRECO, 2007, p. 120).

“A originalidade absoluta não parece ser condição para a produção do conhecimento”


(GRECO; SILVA, 2007, p. 120).

Mais de três autores

“A originalidade absoluta não parece ser condição para a produção do conhecimento”


(GRECO et al., 2007, p. 120).

Figura 27 – Citação direta sem autor inserido e com menos de três linhas

Lembrete

É preciso sempre ter em mente que as publicações utilizadas para


compor nosso texto deverão ser referenciadas ao final.

A seguir, damos exemplos de citação direta com mais de três linhas, com e sem autor inserido.
Nesse caso, as citações são apresentadas com recuo de 4 cm do lado esquerdo, espaçamento
simples entre as linhas, fonte menor e sem aspas. Todas as citações diretas exigem que a página de
onde foram extraídas seja identificada. Vejamos primeiro uma citação direta com autor inserido e
mais de três linhas.

86
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

Falamos de plágio todas as vezes que uma representação particular é apropriada por
outro, sem que o crédito seja atribuído a quem de fato é responsável por essa representação.
Se o sujeito do conhecimento é o responsável pela representação, é dele a autoria; se essa
representação não é original em termos de forma ou conteúdo, cabe ao autor todos os
esclarecimentos quanto às fontes. Greco (2007, p. 120) afirma:

A originalidade absoluta não parece ser condição para a


produção do conhecimento. […] Certamente, somos construídos
por meio de processos e recortes de leituras, influências,
conhecimentos comuns, e nos movemos em torno de múltiplas
influências, meios e mensagens que poderiam inclusive dificultar
a identidade [original] do pensamento. Sem dúvida, manter
íntegra essa última é precisamente uma das tarefas de quem
se autodefine como estudante ou estudioso, de quem exerce a
aprendizagem como prática da liberdade, assim entendida como
algo que requer responsabilidade.

Figura 28 – Citação direta com autor inserido e mais de três linhas

A seguir, uma citação direta sem autor inserido e com mais de três linhas.

Falamos de plágio todas as vezes que uma representação particular é apropriada por
outro, sem que o crédito seja atribuído a quem de fato é responsável por essa representação.
Se o sujeito do conhecimento é o responsável pela representação, é dele a autoria; se essa
representação não é original em termos de forma ou conteúdo, cabe ao autor todos os
esclarecimentos quanto às fontes.

A originalidade absoluta não parece ser condição para a


produção do conhecimento. […] Certamente, somos construídos
por meio de processos e recortes de leituras, influências,
conhecimentos comuns, e nos movemos em torno de múltiplas
influências, meios e mensagens que poderiam inclusive dificultar
a identidade [original] do pensamento. Sem dúvida, manter
íntegra essa última é precisamente uma das tarefas de quem
se autodefine como estudante ou estudioso, de quem exerce a
aprendizagem como prática da liberdade, assim entendida como
algo que requer responsabilidade (GRECO, 2007, p. 120).

Figura 29 – Citação direta sem autor inserido e com mais de três linhas

No caso das citações diretas com mais de três linhas, com mais de um autor não inserido no texto,
valem as regras já mencionadas para as citações indiretas: quando há dois autores que não são inseridos

87
Unidade II

no texto, os nomes devem vir em letras maiúsculas, separados por ponto e vírgula. Se houver mais de
três autores, utilizaremos a expressão et al.

7 REFERÊNCIAS

As referências bibliográficas auxiliam o entendimento do autor e do leitor, guiando‑os tanto na


elaboração quanto na decodificação das fontes e na qualidade de seu emprego na criação, situando
ambos no processo de construção do conhecimento.

Examinemos essa ideia mais de perto. Referência é o conjunto padronizado de elementos descritivos,
retirados de um documento, que permite sua identificação individual (ABNT, 2018). Tais elementos são
divididos em essenciais e complementares (esses últimos, incluídos quando necessário).

As regras gerais, além dos detalhes de sua elaboração, devem ser conferidas na norma. O recurso
tipográfico (negrito, itálico ou sublinhado) empregado para “destacar o elemento título da publicação
deve ser uniforme em todas as referências” (ABNT, 2018). Normalmente, as referências para citação no
texto são dispostas em ordem alfabética (sistema autor‑data) ou numérica (ordem de citação no texto).

A disposição dos elementos das referências varia de acordo com as características e o tipo de
documento citado, como fonte a ser referenciada no final do trabalho. Assim, há uma imensa diversidade
de combinações de elementos quanto à sua consideração, posição e quantidade de termos, com que
apenas a frequência do uso pode gerar familiaridade. São inúmeras as especificidades de um texto.
Por exemplo: um autor, dois ou três autores, mais de três autores, tipos de responsabilidade intelectual de
autor, título e subtítulo, edição, emendas e acréscimos, local da publicação, editora, data da publicação,
descrição física, documento em um único volume, documento em mais de um volume, partes de
publicações, séries e coleções.

A estrutura básica da entrada bibliográfica é (autor, data). Há variação no uso de sublinhado/itálico/


negrito e aspas em função do tipo de material que será referenciado (se um livro, um capítulo de livro,
um documento disponível apenas em formato eletrônico etc.).

Seguem algumas das mais comuns e das mais raras fontes de pesquisa:

• monografia (livro);

• parte de monografia (capítulo de livro);

• periódicos (artigo e/ou matéria, resenha, entrevista/depoimento, editorial);

• documento de evento (anais como um todo, resumos, trabalhos publicados em anais);

• documentos em meio eletrônico;

• trabalho publicado em CD;


88
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

• artigo publicado em periódico eletrônico;

• verbete de enciclopédia eletrônica;

• documento publicado na internet;

• documento legislativo disponível na internet;

• fitas de vídeo/DVD;

• documentos legislativos;

• correspondência (cartas, telegramas).

Cada uma dessas fontes tem uma forma específica de ser referenciada ao final do texto. Assim,
a primeira coisa que devemos fazer é identificar o tipo de documento que estamos utilizando.
Depois, devemos procurar a norma correspondente para a inserção do documento em nossa listagem
bibliográfica. Finalmente, devemos listar as fontes usadas por ordem alfabética do sobrenome do autor
ou do primeiro autor.

Saiba mais

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) disponibiliza na


internet uma plataforma de auxílio para o trabalho de referenciar fontes
bibliográficas a partir das normas da ABNT. Essa plataforma, gratuita, está
disponível em:

http://www.more.ufsc.br/

Como é possível verificar, devemos inicialmente especificar o tipo de


documento; em seguida, inserir as informações solicitadas; depois, gerar a
referência, a qual apresentaremos no fim do nosso texto.

É importante observar que as normas Vancouver, em geral empregadas em trabalhos na área da


saúde, fazem uso de outras regras, diferentes das da ABNT. De maneira bastante simplificada, as maiores
diferenças entre as normas Vancouver e as da ABNT dizem respeito ao modo de referenciar autores e
fontes. Em geral, podem ser adotadas duas formas de apresentação (UNIP, 2018):

• Sistema autor‑data: as referências são dispostas em ordem alfabética e, no texto, cita‑se em


ordem cronológica.

• Sistema numérico: as referências são indicadas pela ordem em que o documento aparece no texto.

89
Unidade II

Sugerimos fortemente que os alunos que necessitem usar essas normas consultem o Guia de
normalização para apresentação de trabalhos acadêmicos da Universidade Paulista: Vancouver (UNIP,
2018), fonte das informações e dos exemplos dados a seguir.

Para referenciar autores

De um até seis autores, todos devem ser mencionados. No caso de haver mais de seis autores,
devem‑se incluir os seis primeiros autores seguidos de et al. (sem itálico), separando‑os por vírgula.

Exemplos:

Abbas AK, Lichtman AH. Cellular and molecular immunology. 5th ed. Philadelphia: Elsevier; 2005. 564 p.

Batistuzzo JAO, Itaya M, Eto Y. Formulário médico‑farmacêutico. 2ª ed. São Paulo: Tecnopress; 2002. 550 p.

Para referenciar capítulo de livro com autoria diferente

Exemplo:

Meltzer PS, Kallioniemi A, Trent JM. Chromosome alterations in human solid tumors. In: Vogelstein B,
Kinzler KW, editors. The genetic basis of human cancer. New York: McGraw‑Hill; 2002. p. 93‑113.

Para referenciar organizador, editor, coordenador como autor

Exemplo:

Kurcgant P, coordenadora. Gerenciamento em enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan;


2005. 198 p.

Para referenciar evento no todo

Exemplo:

Congresso de Biólogos do CRBio‑1 XIX (SP, MT, MS); 2009 27‑30 jul.; São Pedro (SP); Brasil. [São
Paulo]: Conselho Regional de Biologia; 2009.

Para referenciar trabalho apresentado em evento

Exemplo:

Lima FPC, Moura MRS, Marques Júnior AP, Bergmann JAG. Correlações de Pearson para parâmetros
andrológicos e zootécnicos em touros Nelore elite. In: Anais do XVII Congresso Brasileiro de Reprodução
Animal; 2007; Belo Horizonte, MG. Belo Horizonte: Colégio Brasileiro de Reprodução Animal; 2007. v. 1, p. 116.

90
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

Para referenciar autor corporativo

Exemplo:

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Coordenação Nacional DST/Aids. A política
do Ministério da Saúde para a assistência integral a usuários de álcool e outras drogas. Brasília:
Ministério da Saúde; 2003. 60 p.

Para referenciar artigo de periódico

De um até seis autores, todos devem ser mencionados. Caso haja mais de seis autores, devem‑se
incluir os seis primeiros seguidos de et al., separando‑os por vírgula.

Exemplo:

Allen G. Evidence for practice. AORN J. 2010;92(2):236‑41.

MacNeela P, Clinton G, Place C, Scott A, Treacy P, Hyde A, et al. Psychosocial care in mental health
nursing: a think aloud study. J Adv Nurs. 2010;66(6):1297‑307.

8 OUTRAS CONSIDERAÇÕES

8.1 Sites de apoio para pesquisa bibliográfica

Para que os alunos façam uma pesquisa bibliográfica a partir de fontes fidedignas e confiáveis,
sugerimos alguns endereços eletrônicos que podem facilitar essa atividade. Há sites básicos para
pesquisas genéricas, específicos para as especialidades, e outros, como os portais de informação e
notícia, que integram os primeiros. Aqui, deixaremos para você indicações nessas três categorias, em
função do grau de densidade das informações: fontes gerais, especializadas e integradoras.

Bibliotecas, mapotecas, videotecas, hemerotecas, bancos de textos e teses são sites procurados
para a busca das primeiras informações sobre temas objeto de pesquisa bibliográfica. Segue uma
pequena seleção:

• Domínio Público: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp. Banco de


textos com acesso livre e permissão de uso e difusão cultural.

• Memorial da América Latina: http://www.memorial.org.br/. Centro cultural público que reúne


documentos de várias áreas, com foco na produção artística e científica latino‑americana.

• Universidade de São Paulo (USP): https://www.usp.br/. Importante universidade do país, cuja


produção científica e artística é oferecida em todos os formatos mencionados.

91
Unidade II

Instituições internacionais e nacionais que apresentam dados e informações sobre diversas esferas
sociais, incluindo as de interesse econômico, político, territorial e cultural:

• Banco Mundial: https://www.worldbank.org/pt/country/brazil

• Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade): http://www.seade.gov.br/

• Fundo Monetário Internacional (FMI): https://www.imf.org/external/index.htm

• Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE): https://www.ibge.gov.br/

• Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO): http://www.fao.org/


brasil/pt/

• Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco): https://
nacoesunidas.org/agencia/unesco/

• Organização Internacional do Trabalho (OIT): https://www.ilo.org/brasilia/lang‑‑es/index.htm

Museus com acervo para visitas virtuais, que permitem contato com a produção cultural de artistas
nacionais e internacionais:

• Museu de Arte de São Paulo (Masp): https://masp.org.br/

• Pinacoteca do Estado de São Paulo: http://pinacoteca.org.br/

Portais das três esferas de governo (federal, estadual, municipal), com toda sorte de dados e
informações conjunturais e estruturais sobre a administração pública:

• Portal Gov.br: https://www.gov.br/pt‑br

• Portal do Governo do Estado de São Paulo: http://www.saopaulo.sp.gov.br/

• Prefeitura de Palmas, Tocantins: https://www.palmas.to.gov.br/

Profissionais das várias áreas de conhecimento, a exemplo de administradores, contadores,


educadores, licenciados em letras, profissionais de serviço social e matemáticos, que produzem pesquisas
específicas em sua área em busca de aprofundamento, demandam informações próprias a cada assunto,
que podem ser encontradas em sites como os que seguem:

• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): https://www.bndes.gov.br/wps/


portal/site/home

92
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

• Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese): https://www.


dieese.org.br/

• Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea): http://www.ipea.gov.br/portal/

• Scientific Electronic Library Online (SciELO): https://scielo.org/

Há também sites que, em suas concepções e tecnologias, integram, por vezes até transversalmente,
os assuntos e temas, em função da maior ou menor complexidade da demanda. Trata‑se dos bancos de
informação, busca e conteúdo, a exemplo de:

• Google: https://www.google.com/

• IG: https://www.ig.com.br/#home

• UOL: https://www.uol.com.br/

8.2 A importância das normas de citação e de referência

As citações diretas ou indiretas têm funções metodológicas fundamentais e vão muito além dos
aspectos formais, pois trata‑se de evidenciar a afiliação teórica do trabalho, colocando‑o, assim, em
condições de estabelecer diálogo e comparações. São o indicativo da noção de autoria. As citações no
corpo do texto e as notas de rodapé e de final de capítulo ou trabalho são recursos lógicos e devem ser
empregados criteriosamente. Assim como não é racional pôr informações essenciais em nota de rodapé,
também não se recomenda pôr no corpo do texto informações secundárias.

Observação

As notas podem ser incluídas na parte inferior de cada página ou ao


final do texto.

Um texto sem referências não é considerado acadêmico, dada sua necessária construção coletiva.
Por que preciso citar as fontes ao longo do texto e da exposição, e não apenas ao final? Qual é a relação
entre autoria, criatividade e regras para citação? As citações mostram qual é a situação e a perspectiva
do autor na construção do saber, visto que a criação exige um conhecimento que não começa isolado
no aluno.

Além das normas, de sua função diretiva e disciplinadora na construção do conhecimento, as citações
devem considerar a abundância de informação em nosso presente, sendo bastante premente discutir
a ideia de plágio e de autoria, pois com a internet houve a proliferação de meios de comunicação.
Tal fenômeno requer ainda mais o recurso normativo às citações, porque nos torna impotentes diante da
ampliação das fontes de dados e informações, inclusive desconhecidas, cabendo ao professor orientador
de estudos e pesquisas escolares maior tutela e controle quanto às bases utilizadas pelos alunos.
93
Unidade II

Estes, ainda em formação, não têm como avaliar a consistência e a coerência dessas mídias. Daí o papel
de acompanhamento qualificado nas atividades de leitura empreendida pelos alunos.

De todas as possibilidades e manifestações, a autoria é a que mais nos interessa, dada a banalização
do que em aula chamamos “copia‑e‑cola” do mar de dados e informações disponíveis. Num artigo
sobre o tema, Sérgio Paulino Abranches (2008), numa postura de educador, trata do assunto de modo a
evocar os papéis, as responsabilidades e os compromissos dos envolvidos na formação do cidadão, sem
demonizar os alunos, pois estes apenas dariam visibilidade ao problema da inobservância dos quesitos
básicos da autoria orgânica, isto é, própria.

O texto acadêmico requer que todas as nossas fontes de inspiração sejam explicitadas, declaradas.
Não podemos utilizar ideias desenvolvidas por outros autores, tampouco textos escritos por eles, sem
atribuir a autoria devida. É preciso que você preste muita atenção a esta informação: fazer uso de
ideias ou de textos de outras pessoas sem referenciar o autor é uma prática ilícita no meio
acadêmico. Vamos explicar novamente. Você vai realizar o trabalho acadêmico usando textos de outros
autores. Você pode apenas utilizar as ideias deles, ou inserir trechos dos trabalhos no seu. Não há
problema algum com esse procedimento. No entanto, é fundamental que você atribua a autoria das
ideias e das palavras que você inseriu no texto, as quais não foram originalmente pensadas e escritas
por você. A isso chamamos de fazer referência às fontes, e à não utilização desse procedimento damos
o nome de práticas acadêmicas ilícitas, ou práticas de plágio.

São consideradas práticas de plágio as seguintes situações:

• Utilizar ideias ou palavras de autores sem fazer a devida referência. Citações indiretas servem
para identificar a autoria de ideias que nos auxiliaram na reflexão, e citações diretas servem para
identificar a autoria de textos inseridos no nosso. Citações diretas com recuo ou devidamente
marcadas com aspas não são consideradas práticas de plágio.

• Utilizar ideias de outros buscando disfarçar a cópia com a troca de alguma(s) palavra(s). Como já
dissemos antes, parafrasear não significa mudar uma ou outra palavra.

• Reutilizar textos já escritos, “reciclando” trechos ou bibliografia já usada. Esse é o típico caso de
autoplágio, ou seja, um aluno/autor aproveita o mesmo texto várias vezes.

Resumo

Nesta unidade, apresentamos algumas questões fundamentais sobre


normas e procedimentos usuais na pesquisa acadêmica. Assim, procuramos
familiarizar o aluno com as normas em geral, e as da ABNT em particular,
apontando sua razão de ser e sua aplicabilidade. Também foram apresentadas
algumas normas Vancouver para referência.

94
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

A intenção foi destacar que as normas não devem ser consideradas


inibidoras da criatividade. Pelo contrário: com suas regras, podem contribuir
para a construção do conhecimento pessoal e coletivo.

Para auxiliar o aluno, demos alguns exemplos de citação direta e indireta,


com e sem autor inserido. No caso de citações diretas, exemplificamos as
que têm menos de três linhas e as que têm mais de três linhas.

Vimos, por fim, algumas indicações webgráficas de pesquisa, agrupadas


em função da demanda.

Exercícios

Questão 1. Leia atentamente o texto a seguir.

O que acontece quando uma imagem microscópica produzida em laboratório não corresponde à
tese que o pesquisador pretende provar? A resposta correta é: diante de novos fatos, o cientista deve
repetir as experiências e, se necessário, revisar sua teoria. Acontece que, em milhares de diferentes
situações, os pesquisadores simplesmente adulteram as imagens. É um método mais difícil de identificar
do que o plágio textual, e tem efeitos especialmente danosos sobre a qualidade da produção acadêmica.

Mas como identificar fraudes em imagens? A pesquisadora holandesa Elisabeth Bik encontrou sua
vocação precisamente nesse setor. Foi um longo caminho até ela descobrir que tinha jeito para detetive
de imagens. Em sua graduação, ela se especializou em microbiologia e, no início dos anos 1990, estudou
o bacilo da cólera que devastou a Índia e Bangladesh para sua tese de PhD pela Universidade de Utrecht,
na Holanda. Em 2001, mudou‑se com o marido para a Califórnia, onde vive desde então.

Foi só há cinco anos, já na casa dos 40, que Elisabeth descobriu que tem um talento incomum para
localizar duplicações e inserções inadequadas. Desde então, já localizou mais de 1.300 artigos com
indícios de fraude, identificados depois de mais de 5 mil horas de pesquisas – outras 700 pesquisas
contêm duplicações, mas há sinais de que elas foram involuntárias, acidentais. Ex‑diretora da companhia
médica especializada Astarte, na Califórnia, e ex‑pesquisadora do Departamento de Microbiologia e
Imunologia da Universidade de Stanford, ela recentemente se tornou uma consultora independente.

Assumiu então, em tempo integral, a tarefa que no início era um hobby, e agora fez dela uma
celebridade respeitada e temida, a de especialista em investigar casos de manipulação em imagens de
pesquisas em microbiologia. E ela o faz de forma artesanal, observando artigos atentamente, por horas.
Quando localiza um primeiro sinal de manipulação em alguma imagem, mergulha no paper em busca
de outros indícios.

Fonte: CORDEIRO, T. Pesquisadora encontra mais de 1,3 mil fraudes em imagens de revistas
científicas. Gazeta do Povo, 9 out. 2019. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br /educacao/
pesquisadora‑encontra‑mais‑de‑13‑mil‑fraudes‑em‑imagens‑de‑revistas‑cientificas/. Acesso em: 4 nov. 2019.

95
Unidade II

Sobre esse texto, considere as seguintes afirmativas:

I – O trabalho de Elisabeth Bik não tem qualquer relação com práticas acadêmicas ilícitas, já que
a manipulação por ela investigada ocorre na produção de imagens. Segundo a tradição acadêmica, as
práticas de plágio só dizem respeito a textos verbais e escritos.

II – A tarefa de identificar a manipulação de imagens depende do uso de tecnologia, o que explica o


aumento da incidência dessa prática nas universidades.

III – Elisabeth Bik parte da manipulação de imagens em artigos para encontrar outras evidências de
práticas acadêmicas ilícitas na produção de artigos acadêmicos.

Está correto apenas o que se afirma em:

A) I.

B) I e II.

C) III.

D) I e III.

E) II e III.

Resposta correta: alternativa C.

Análise das afirmativas

I – Afirmativa incorreta.

Justificativa: no trabalho acadêmico, toda e qualquer informação – o que inclui dados numéricos,
imagens e figuras – deve ser referenciada em relação à fonte.

II – Afirmativa incorreta.

Justificativa: no caso do trabalho de Elisabeth Bik, a manipulação de imagens é identificada a partir


de um trabalho artesanal. Não é o caso específico mencionado no texto, mas de forma geral as inovações
tecnológicas podem facilitar a tarefa de identificar práticas ilícitas, da mesma forma que podem facilitar
a manipulação de imagens ou a cópia de textos.

III – Afirmativa correta.

Justificativa: a identificação de imagens manipuladas sinaliza a ocorrência de práticas ilícitas, o que


leva a pesquisadora a aprofundar sua pesquisa.
96
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

Questão 2. Leia atentamente o texto a seguir.

Pesquisa inédita realizada com alunos de graduação e pós‑graduação da Universidade Estadual de


Campinas (Unicamp) mostra que 87% deles chegaram à universidade sem ter noção exata do que é
plágio e sem saber ao certo o que configura uma citação ou uma cópia de conteúdo em um trabalho
acadêmico. Os resultados do levantamento serão apresentados nesta segunda‑feira (29) à tarde.

O levantamento, “Estudo para o desenvolvimento de uma política de integridade acadêmica para


a Unicamp”, foi realizado em agosto e setembro deste ano, por meio de um questionário on-line,
seguido de entrevistas com amostras de estudantes. Ao todo, 958 estudantes de graduação (35%) e
de pós‑graduação (65%), de todas as áreas do conhecimento, responderam às questões. O trabalho
foi realizado pela consultoria acadêmica Data 14, em parceria com a empresa de software educacional Turnitin.

A pesquisa mostrou, por exemplo, que a maioria dos alunos (98,4%) considera que copiar trechos de
trabalhos é algo grave ou gravíssimo. No entanto, apenas uma minoria (4,5%) acredita que o plágio seja
sempre intencional. Além disso, o levantamento aponta que 36,7% dos alunos admitem já ter copiado
trechos de textos sem fazer a devida citação. E oito em cada dez alunos ouvidos afirmam que ações
educativas podem prevenir que alunos cometam plágio. […]

Segundo [Munir] Skaf, a Unicamp sozinha é responsável pela publicação de cerca de 4 mil artigos
científicos por ano – daí a preocupação da reitoria de evitar que eles sejam questionados por supostos
plágios. “Quando surge uma denúncia ou constatação de má conduta, o dano à universidade é muito
grande. Por isso, é preciso que a gente estabeleça políticas bem específicas para acatar essas denúncias
e mecanismos para apurá‑las”, explica.

Com os resultados da pesquisa, a Unicamp pretende reunir os dados e elaborar uma política de
integridade acadêmica, com normas e regras a serem seguidas para evitar casos de má conduta e,
consequentemente, de fraude. Também serão estabelecidas as punições, caso a má conduta aconteça
– algo inédito nas universidades brasileiras e seguindo o exemplo do que já acontece nas melhores
universidades do mundo.

Fonte: BASSETTE, F. Pesquisa: 87% dos alunos chegam à universidade sem saber o que é plágio. Veja, 29 out. 2018.
Disponível em: https://veja.abril.com.br/educacao/pesquisa‑87‑dos‑alunos‑chegam‑a‑universidade‑sem‑saber‑o‑que‑e‑plagio/.
Acesso em: 4 nov. 2019.

Sobre esse texto, considere as seguintes afirmativas:

I – Na Unicamp, aproximadamente 87% dos alunos já cometeram plágio.

II – Para os alunos da Unicamp, a prática de plágio pode diminuir desde que ações educativas
aumentem o conhecimento dos alunos a respeito dessas práticas.

III – Na Unicamp, a prática de plágio é mais comum entre os alunos da pós‑graduação (65% deles
já praticaram atos acadêmicos ilícitos).

97
Unidade II

Está correto apenas o que se afirma em:

A) I.

B) II.

C) III.

D) II e III.

E) I e II.

Resposta correta: alternativa B.

Análise das afirmativas

I – Afirmativa incorreta.

Justificativa: segundo o texto, 87% dos alunos da Unicamp não sabem exatamente o que configura
o plágio e como devem agir em relação às citações.

II – Afirmativa correta.

Justificativa: para os alunos da Unicamp, ações educativas que tenham como objetivo instruir e
esclarecer os procedimentos relativos ao plágio podem diminuir a ocorrência dessa prática.

III – Afirmativa incorreta.

Justificativa: segundo o texto, 958 estudantes de graduação (35%) e de pós‑graduação (65%)


da Unicamp participaram da pesquisa realizada com o objetivo de investigar o contexto das práticas
acadêmicas ilícitas na universidade.

98
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

Figura 1

LIVROS_‑_ESTANTE_1.JPG. Disponível em: http://www.ebc.com.br/sites/_portalebc2014/files/atoms_


image/livros_‑_estante_1.jpg. Acesso em: 4 nov. 2019.

Figura 2

981957‑25102015‑DSC_2786_0.JPG. Disponível em: http://www.ebc.com.br/sites/_portalebc2014/


files/atoms_image/981957‑25102015‑dsc_2786_0.jpg. Acesso em: 4 nov. 2019.

Figura 3

BOOK‑2073020_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2017/02/16/23/46/


book‑2073020_960_720.jpg. Acesso em: 4 nov. 2019.

Figura 4

CAVERNA_EM_ELDORADO_SAO_PAULO_FOTO_PREFEITURA_DE_ELDORADO‑DIREITOS_RESERVADOS.
JPG. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/default/files/thumbnails/image/caverna_em_
eldorado_sao_paulo_foto_prefeitura_de_eldorado‑direitos_reservados.jpg. Acesso em: 4 nov. 2019.

Figura 5

8163518759_7DEFE7B25C_B.JPG. Disponível em: http://www.ebc.com.br/sites/_portalebc2014/files/


atoms_image/8163518759_7defe7b25c_b.jpg. Acesso em: 4 nov. 2019.

Figura 6

HORARIODEVERAO.JPG. Disponível em: http://www.ebc.com.br/sites/_portalebc2014/files/atoms_


image/horariodeverao.jpg. Acesso em: 4 nov. 2019.

Figura 7

MAQUINA_FLEXOGRAFICA_0.JPG. Disponível em: http://www.ebc.com.br/sites/_portalebc2014/files/


atoms_image/maquina_flexografica_0.jpg. Acesso em: 4 nov. 2019.

Figura 9

RATO.JPG. Disponível em: http://legado.brasil.gov.br/noticias/educacao‑e‑ciencia/2016/09/laboratorio


‑nacional‑de‑biociencias‑deixara‑de‑utilizar‑animais‑em‑testes/rato.jpg. Acesso em: 4 nov. 2019.

99
Figura 10

MENTES_BRILHANTES_ISAAC_NEWTON_01_GRANDE.JPG. Disponível em: http://tvbrasil.ebc.com.br/sites/


default/files/atoms/image/mentes_brilhantes_isaac_newton_01_grande.jpg. Acesso em: 4 nov. 2019.

Figura 11

2807100298_CAE0167FF7_B.JPG. Disponível em: http://www.ebc.com.br/sites/_portalebc2014/files/


atoms_image/2807100298_cae0167ff7_b.jpg. Acesso em: 4 nov. 2019.

Figura 12

MICROSCOPIO.JPG. Disponível em: http://radios.ebc.com.br/sites/default/files/thumbnails/image/


microscopio.jpg. Acesso em: 4 nov. 2019.

Figura 13

WISE_J224607.57‑052635.0.JPG. Disponível em: http://www.ebc.com.br/sites/_portalebc2014/files/


atoms_image/wise_j224607.57‑052635.0.jpg. Acesso em: 4 nov. 2019.

Figura 14

LABORATORIO_5.JPEG. Disponível em: http://www.ebc.com.br/sites/_portalebc2014/files/atoms_image/


laboratorio_5.jpeg. Acesso em: 4 nov. 2019.

Figura 15

AGENCIABRASIL310112_MCA2238.JPG. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/default/


files/atoms/image/agenciabrasil310112_mca2238.jpg. Acesso em: 4 nov. 2019.

Figura 17

REDACAO_CALEB_ROENIGK.JPG. Disponível em: http://www.ebc.com.br/sites/_portalebc2014/files/


atoms_image/redacao_caleb_roenigk.jpg. Acesso em: 4 nov. 2019.

Figura 18

MEDEIROS, J. B. Redação científica: prática de fichamentos, resumos, resenhas. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2009. p. 112. Adaptada.

Figura 19

MEDEIROS, J. B. Redação científica: prática de fichamentos, resumos, resenhas. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2009. p. 114. Adaptada.
100
Figura 20

MEDEIROS, J. B. Redação científica: prática de fichamentos, resumos, resenhas. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2009. p. 115. Adaptada.

Figura 21

MEDEIROS, J. B. Redação científica: prática de fichamentos, resumos, resenhas. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2009. p. 115. Adaptada.

Figura 22

BIBLIOTECA_0.JPG. Disponível em: http://www.ebc.com.br/sites/_portalebc2014/files/atoms_image/


biblioteca_0.jpg. Acesso em: 4 nov. 2019.

Figura 23

STUDENT‑849825_1280.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2015/07/17/22/43/


student‑849825_1280.jpg. Acesso em: 4 nov. 2019.

REFERÊNCIAS

Audiovisuais

CONTATO. Direção: Robert Zemeckis. Estados Unidos: Warner Brothers; South Side Amusement
Company, 1997. 150 min.

DE VOLTA para o futuro. Direção: Robert Zemeckis. Estados Unidos: Amblin Entertainment, 1985. 116 min.

E.T.: o extraterrestre. Direção: Steven Spielberg. Estados Unidos: Amblin Entertainment, 1982. 114 min.

FRANKENSTEIN de Mary Shelley. Direção: Kenneth Branagh. Estados Unidos: American Zoetrope, 1994.
123 min.

O HOMEM que viu o infinito. Direção: Matthew Brown. Reino Unido: Pressman Film; Xeitgeist
Entertainment Group; Cayenne Pepper Productions, 2015. 108 min.

INDIANA Jones e os caçadores da arca perdida. Direção: Steven Spielberg. Estados Unidos: Lucasfilme,
1981. 115 min.

UMA MENTE brilhante. Direção: Ron Howard. Estados Unidos: Imagine Entertainment, 2001. 135 min.

PERDIDO em Marte. Direção: Ridley Scott. Estados Unidos: Scott Free Productions; Kinberg Genre; TSG
Entertainment, 2015. 141 min.
101
TEMPO de despertar. Direção: Penny Marshall. Estados Unidos: Lasker; Parkes Productions, 1990. 121 min.

VIAGENS alucinantes. Direção: Ken Russell. Estados Unidos: Warner Brothers, 1980. 102 min.

Textuais

ABNT. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.

ABNT. NBR 6027: informação e documentação: sumário: apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003a.

ABNT. NBR 6028: informação e documentação: resumo: apresentação: redação e apresentação de


resumos. Rio de Janeiro: ABNT, 2003b.

ABNT. NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de


Janeiro: ABNT, 2002.

ABNT. NBR 10719: apresentação de relatórios técnico‑científicos. Rio de Janeiro: ABNT, 1989.

ABRANCHES, S. P. O que fazer quando eu recebo um trabalho CTRL C + CTRL V? Autoria, pirataria e
plágio na era digital: desafios para a prática docente. In: SIMPÓSIO HIPERTEXTO E TECNOLOGIAS NA
EDUCAÇÃO, 2., 2008, Recife. Anais eletrônicos […]. Recife: UFPE, 2008. Disponível em: https://www.
geledes.org.br/wp‑content/uploads/2010/02/Sergio‑Abranches.pdf. Acesso em: 4 nov. 2019.

ALFONSO‑GOLDFARB, A. M. O que é história da ciência. São Paulo: Brasiliense, 1994.

ALVES, R. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e a suas regras. 12. ed. São Paulo: Loyola, 2007.

AQUINO, I. S. Como escrever artigos científicos: sem rodeio e sem medo da ABNT. São Paulo: Saraiva, 2010.

ASIMOV, I. Fundação. Tradução: Fábio Fernandes. São Paulo: Aleph, 2019.

ATLAN, H. Com razão ou sem ela. Tradução: Fátima Leal Gaspar e Carlos Gaspar. Lisboa: Instituto
Piaget, 1994.

BAIO, C. Crie documentos e sites com estilo usando as fontes corretas. UOL Tecnologia, 12 fev. 2008.
Disponível em: https://tecnologia.uol.com.br/ultnot/2008/02/12/ult4213u326.jhtm. Acesso em: 4 nov. 2011.

BARCA, L. As múltiplas imagens do cientista no cinema. Comunicação & Educação, São Paulo, v. 10, n. 1,
p. 31‑39, 2005. Disponível em: http://www.periodicos.usp.br/comueduc/article/view/37507. Acesso em:
4 nov. 2019.

BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2007.

102
BASTOS, C.; KELLER, V. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia científica. 14. ed. Petrópolis:
Vozes, 2000.

BÖSCH, M. Wim Wenders: até o fim do mundo. Deutsche Welle, 14 jul. 2005. Disponível em: http://
www.dw.de/wim‑wenders‑at%C3%A9‑o‑fim‑do‑mundo/a‑1677742‑1. Acesso em: 4 nov. 2019.

BROOKE, J. H.; NUMBERS, R. L. Introduction: contextualizing science and religion. In: BROOKE, J. H.;
NUMBERS, R. L. (ed.). Science & religion around the world. Oxford: Oxford University Press, 2011. p. 1‑19.

CARNEIRO, C. D. R.; TONIOLO, J. C. A Terra “quente” na imprensa: confiabilidade de notícias sobre


aquecimento global. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 19, n. 2, p. 369‑389,
2012. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/3861/386138063002.pdf. Acesso em: 4 nov. 2019.

CARVALHO, M. C. M. Construindo o saber: metodologia científica: fundamentos e técnicas. Campinas:


Papirus, 1995.

CASTRO, C. M. PowerPoint com carteirinha. Veja, São Paulo, ano 43, n. 32, p. 26, 11 ago. 2010.

CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000.

CHAUI, M. Introdução à história da filosofia. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. v. 1.

COMPANHIA DAS LETRAS. Gostaríamos de informá‑lo de que amanhã seremos mortos com nossas
famílias [Texto de divulgação]. São Paulo: Companhia das Letras, [s.d.]. Disponível em: https://www.
companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=80047. Acesso em: 4 nov. 2019.

CONMETRO. Resolução n. 7, de 24 de agosto de 1992. Brasília, 1992. Disponível em: http://www.


inmetro.gov.br/legislacao/resc/pdf/RESC000017.pdf. Acesso em: 4 nov. 2019.

CZELUSNIAK, A. A letra cursiva está com os dias contados? Gazeta do Povo, 23 ago. 2011. Disponível
em: https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/a‑letra‑cursiva‑esta‑com‑os‑dias‑contados‑bx1f14a
er5bm0j9f7gylfp74e/. Acesso em: 4 nov. 2019.

DEMO, P. Introdução à metodologia da ciência. São Paulo: Atlas, 1985.

FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.

FERRARI, A. T. Metodologia da pesquisa científica. São Paulo: McGraw‑Hill do Brasil, 1982.

FERRO, M. Cinema e história. Tradução: Flávia Nascimento. São Paulo: Paz e Terra, 1992.

FEYERABEND, P. Como defender a sociedade contra a ciência. Tradução: Paulo Durigan. 2009.
Disponível em: http://stoa.usp.br/daros/files/2856/16814/feyerabend.pdf. Acesso em: 4 nov. 2019.

103
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Dicionário eletrônico Houaiss. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. 1 CD‑ROM.

JUDENSNAIDER, I. Eppur si muove. Prometeica, n. 19, p. 5, 2019. Disponível em: https://periodicos.


unifesp.br/index.php/prometeica/article/view/9652/7014. Acesso em: 4 nov. 2019.

JUDENSNAIDER, I.; FIGUEIRÔA, S. F. M.; SANTOS, F. S. Contato: a mulher cientista no cinema.


Prometeica, n. 19, p. 80‑92, 2019. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/prometeica/
article/view/9529. Acesso em: 4 nov. 2019.

KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2008.

LUNGARZO, C. O que é ciência. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1990.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

MARTINS, G. A.; THEÓPHILO, C. R. Metodologia da investigação científica para ciências sociais


aplicadas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

MARTINS, R. A. O que é a ciência do ponto de vista da epistemologia? Caderno de Metodologia e


Técnica de Pesquisa, n. 9, p. 5‑20, 1999. Disponível em: https://philpapers.org/rec/MAR‑130. Acesso em:
4 nov. 2019.

MATALLO JR., H. A problemática do conhecimento. In: CARVALHO, M. C. M. (org.). Construindo o saber:


metodologia científica: fundamentos e técnicas. 10. ed. São Paulo: Papirus, 2000. p. 13‑28.

MATTAR, J. Metodologia da pesquisa na era da informática. São Paulo: Saraiva, 2010.

MEDEIROS, J. B. Redação científica: prática de fichamentos, resumos, resenhas. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

MEDEIROS, N. L. Fórum de normalização, padronização, estilo e revisão do texto científico: perguntas,


respostas, discussões e questionamentos sobre ABNT, teses, dissertações, monografias, livros, artigos
científicos. Belo Horizonte: Fórum, 2007.

MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. Tradução: Pedrinho A.


Guareschi. Petrópolis: Vozes, 2007.

NAPOLITANO, M. Cinema: experiência cultural e escolar. In: SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria da
Educação. Caderno de cinema do professor: dois. São Paulo: Secretaria da Educação; Fundação para o
Desenvolvimento da Educação, 2009. p. 10‑31. Disponível em: https://culturaecurriculo.fde.sp.gov.br/
administracao/Anexos/Documentos/320090708123643caderno_cinema2_web.pdf. Acesso em: 4 nov. 2019.

NASCIMENTO, V. W. C. Metodologia científica. São Cristóvão: UFS; Cesad, 2010.


104
PAVIANI, J. Platão & A república. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

PESSIS‑PASTERNAK, G. Do caos à inteligência artificial: quando os cientistas se interrogam. Tradução:


Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: Unesp, 1993.

POLITO, R. Recursos audiovisuais. São Paulo: Saraiva, 1995.

REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia. Tradução: Ivo Storniolo. São Paulo: Paulus, 2003. v. 2.

REIS, A. A interface cultural do PowerPoint: o mecanismo de um dos programas mais usados por
acadêmicos e executivos não é ingênuo nem ideologicamente neutro. Trópico, São Paulo, 24 jun. 2009.
Disponível em: http://p.php.uol.com.br/tropico/html/print/2731.htm. Acesso em: 4 nov. 2019.

SALA, O. O papel da ciência na sociedade. Revista de História, São Paulo, v. 50, n. 100, p. 813‑820,
1974. Disponível em: http://www.periodicos.usp.br/revhistoria/article/download/132677/128762.
Acesso em: 4 nov. 2019.

SANTOS, B. S. Um discurso sobre as ciências. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2008.

SANTOS, B. S. Introdução a uma ciência pós‑moderna. 6. ed. Porto: Afrontamento, 1989.

STIGAR, R.; TORRES, V. R.; RUTHES, V. R. M. Ciência da religião e teologia: há diferença de propósitos
explicativos? Kerygma, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 139‑151, 2014.

UNIP. Guia de normalização para apresentação de trabalhos acadêmicos da Universidade Paulista:


Vancouver. São Paulo: UNIP, 2018. Disponível em: https://www.unip.br/presencial/servicos/biblioteca/
download/manual_de_normalizacao_vancouver_2018.pdf. Acesso em: 4 nov. 2019.

UNIP. Guias de normalização. São Paulo: UNIP, [s.d.]. Disponível em: https://www.unip.br/presencial/
servicos/biblioteca/guia.aspx. Acesso em: 4 nov. 2019.

VERNANT, J.‑P. O universo, os deuses, os homens. Tradução: Rosa Freire D’Aguiar. São Paulo:
Companhia das Letras, 2000.

WIM Wenders. In: IMDB. [s.d.]. Disponível em: https://www.imdb.com/name/nm0000694/. Acesso em:
4 nov. 2019.

WOODCOCK, B. A. “The scientific method” as myth and ideal. Science & Education, v. 23, n. 10, p. 2069‑2093,
2014. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s11191‑014‑9704‑z. Acesso em: 4 nov. 2019.

Sites

http://pinacoteca.org.br/

105
http://www.abnt.org.br

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp

http://www.fao.org/brasil/pt/

http://www.ipea.gov.br/portal/

http://www.memorial.org.br/

http://www.saopaulo.sp.gov.br/

http://www.seade.gov.br/

https://masp.org.br/

https://nacoesunidas.org/agencia/unesco/

https://scielo.org/

https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/index.xhtml#

https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home

https://www.dieese.org.br/

https://www.google.com/

https://www.gov.br/pt‑br

https://www.ibge.gov.br/

https://www.ig.com.br/#home

https://www.ilo.org/brasilia/lang‑‑es/index.htm

https://www.imf.org/external/index.htm

https://www.palmas.to.gov.br/

https://www.unip.br/presencial/comunicacao/publicacoes/direito/edicao01.aspx

https://www.unip.br/presencial/comunicacao/publicacoes/ics/index.aspx

106
https://www.unip.br/scitis/

https://www.uol.com.br/

https://www.usp.br/

https://www.worldbank.org/pt/country/brazil

107
108
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

Você também pode gostar