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Unidade II
5 METODOLOGIA: A LINGUAGEM DA PESQUISA
Vimos antes a importância da linguagem adequada no fazer científico. Essa linguagem não diz
respeito apenas aos métodos a serem utilizados, mas também às formas pelas quais os procedimentos e
resultados das pesquisas devem ser realizados.
No tocante à metodologia da pesquisa acadêmica, uma das principais habilidades que o aluno
deve desenvolver está associada ao uso das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT). No caso específico de pesquisas na área da saúde, são utilizadas as normas Vancouver.
Saiba mais
UNIP. Guias de normalização. São Paulo: UNIP, [s.d.]. Disponível em: https://
www.unip.br/presencial/servicos/biblioteca/guia.aspx. Acesso em: 4 nov. 2019.
As normas referentes à produção textual podem ser encontradas nos guias de normalização da
UNIP. No entanto, achamos importante detalhar algumas técnicas rotineiras na vida de estudos dos
alunos. A seguir, responderemos a estas perguntas:
64
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO
Mais do que apelar para a facilidade de respostas certas ou erradas, essas perguntas devem servir
à reflexão sobre a submissão do autor (estudante pesquisador) às regras a serem seguidas e sobre
as possibilidades daí advindas, fundamentais quando se trata de autoria textual. O que se pretende
mostrar é que o aluno pesquisador deve, a partir das perguntas apresentadas, abrir um diálogo com
os autores consultados, concordando ou discordando do que se expõe. A criatividade surge, então, da
dúvida e do diálogo.
As perguntas nascem da curiosidade e sobrevivem em razão das dúvidas de quem busca (pesquisa),
as quais, ao não serem satisfeitas, perfazem o fermento das novidades e mesmo do novo (tomado como
melhor). A postura corrente de maldizer as normas como cerceadoras da liberdade de expressão é falsa, pois
sem direções e limites não haveria nem o gosto da arte pela experimentação nem qualquer transgressão.
Observação
Tratemos, inicialmente, de um assunto delicado: a grafia, ou seja, a letra cursiva ou de mão e a letra
de forma. Não se trata de resgatar algo em desuso, velho, mas de discutir as funções de um processo
que preenche todas as dimensões sociais: a comunicação cotidiana, planejada ou casual, por meio da
escrita em papel. A maneira como o assunto é encarado define perfis gerais das pessoas (e do aluno
universitário). Daí sua vital importância.
A despeito da modernização dos sistemas de computadores e dos meios digitais, a letra é sempre
analisada no conjunto da expressão. Para alguns, tem a ver com asseio, postura e exposição, tanto
quanto a apresentação do vestuário. Em outras palavras, espera‑se que quem apresente um trabalho o
faça de forma clara, arrumada, sem rasuras.
Cabe enfatizar a recente polêmica sobre a abolição da escrita cursiva (e até mesmo bastão),
para uns anacrônica (antiga, antiquada), para outros essencial ao processo comunicacional e à
alfabetização, além de enriquecedora nas inumeráveis maneiras e finalidades de escrever com e
para pessoas ou organizações.
65
Unidade II
Uma linha de argumentação pode ser representada pela professora da Universidade Federal do
Paraná (UFPR) e doutora em Educação Araci Asinelli da Luz, para quem “a escrita é importante para
desenvolver a psicomotricidade fina, fundamental para o desenvolvimento psicomotor”. Outra linha é
assumida pelo psicólogo e doutorando em Educação pela UFPR Maurício Wisniewski, o qual afirma que,
“mesmo com a diminuição do uso da escrita, as habilidades manuais continuam sendo exercitadas”
(apud CZELUSNIAK, 2011).
Assumindo que no mundo moderno há predomínio da escrita digital sobre as demais formas, a
exemplo da cursiva, que tipo de letra utilizar em documentos variados? O texto a seguir traz sugestões
sobre o emprego de fontes em apresentações gerais não acadêmicas.
Uma apresentação no PowerPoint, um blog ou um site novo… Você sabe qual fonte é a
ideal para não decepcionar? Não existe uma regra clara que garanta o brilho do trabalho,
mas algumas dicas simples podem ajudá‑lo a criar documentos bastante apresentáveis.
Para a web:
• Fontes sem serifa, ou seja, as que não possuem traços no final de cada letra, são as
mais indicadas para sites. São fontes mais legíveis e que não causam problemas com
pixels. Exemplos: Arial, Verdana e Trebuchet.
• Sempre use fontes disponíveis em todos os PCs. Não adianta escolher um modelo
cheio de estilo, mas que só rode no seu computador. Se o site for desenvolvido em
Flash, a escolha de uma fonte personalizada é aceitável, mas tome cuidado com as
partes que continuarão a ser texto.
66
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO
• Verdana e Trebuchet, para Windows, e Geneva, para Mac, são as fontes mais indicadas
para a criação de sites por terem linhas simples e sem muito contraste.
• Procure não usar mais de três tipos de fonte em um mesmo layout para não
deixá‑lo poluído.
Para o impresso:
• Assim como na web, procure não usar mais de três tipos de fonte em um mesmo
layout para não deixá‑lo poluído.
5.2.2 Resumo
Segundo Medeiros (2009), o resumo é a modalidade em que se constrói um texto partindo de outros
textos. Ou seja, é uma paráfrase.
Observação
Medeiros (2009) apresenta definições de texto (trama de significados coerentes, que põe em
interação falante e ouvinte, autor e leitor), contexto (situação de produção do texto) e intertextualidade
(referências que textos fazem a outros). O autor afirma que “os elementos estruturais do texto são: o
saber partilhado, a informação nova, as provas e a conclusão” (MEDEIROS, 2009, p. 135). Por sua vez,
Koch e Elias (2008, p. 7) refletem sobre o universo textual:
67
Unidade II
Tal visão implica papéis ativos tanto na leitura quanto na escrita, sem previsão segura sobre o que
se vai compreender naquilo que se vai publicar, já que não há possibilidade de entendimento pleno
e absoluto na leitura. A relação que se estabelece é uma interação do tipo autor‑texto‑leitor (KOCH;
ELIAS, 2008), que supõe certa fluidez nos papéis de produção de sentido, não mais tomando o autor
como detentor onipotente da verdade em seu texto. Esta é viva e dependente do meio e dos demais
envolvidos. O autor escreve mediante a construção de sentido e significado; os leitores, por sua vez,
construirão seus próprios sentidos e significados a partir do texto lido, mesmo que esses sentidos e
significados não fossem o objetivo do autor.
Observação
No que diz respeito ao conteúdo, Medeiros (2009, p. 137) ressalta que o resumo deve conter
“o assunto do texto, o objetivo do texto, a articulação das ideias, e as conclusões do autor do texto
objeto do resumo”. Nele, não se fazem juízos de valor, e o texto deve se bastar, sendo “compreensível
por si mesmo”. Já do ponto de vista de sua forma, o resumo deve “ser redigido em linguagem
objetiva, evitar a repetição de frases inteiras do original, e respeitar a ordem em que as ideias ou
os fatos são apresentados”.
68
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO
O autor parte de concepções teóricas e referências linguísticas, classificando o resumo, de acordo com
a norma, em crítico (recensão ou resenha), indicativo (ou descritivo, não dispensando a leitura do original)
e informativo (ou analítico, dispensando a leitura do original). O resumo é um instrumento de trabalho na
pesquisa e dele devem constar a natureza da pesquisa realizada, os resultados e as conclusões.
Observação
Por fim, o autor citado sugere alguns procedimentos importantes quando da elaboração de um
resumo. Primeiro, é necessário descobrir o plano da obra a ser resumida – o resumo deve responder
sobre as intenções do autor e sobre o tema do texto. Em seguida, é preciso captar as ideias principais do
texto e sua articulação, identificando as diferentes partes da obra (encadeamento), chegando, assim, ao
apontamento das palavras‑chave (MEDEIROS, 2009).
Saiba mais
Entre abril e julho de 1994 mais de um décimo da população de Ruanda foi exterminada,
num genocídio só comparável ao Holocausto dos judeus sob o nazismo. Patrocinada pelo
governo ruandês, a maioria hutu massacrou a minoria tutsi diante da indiferença da chamada
comunidade internacional. A tragédia, supostamente motivada pelo “ódio ancestral” entre
as duas etnias, teve na verdade origens políticas e econômicas muito concretas [problemas
com raízes no colonialismo belga]. Durante três anos, o jornalista norte‑americano Philip
Gourevitch mergulhou na realidade ruandesa para tentar desvendar o amplo contexto
cultural, político e étnico dos acontecimentos. Ouviu centenas de pessoas, reconstituindo
69
Unidade II
1) Introdução ao assunto (presente, passado, futuro). Requer apresentação de sua ordem no texto.
2) Objetivo, aonde se almeja chegar, o destino do percurso. O outro lado da hipótese (esta diz respeito
a “o que eu tenho”, “o que eu acho”).
• Objetivo: “Durante três anos, o jornalista norte‑americano Philip Gourevitch mergulhou na realidade
ruandesa para tentar desvendar o amplo contexto cultural, político e étnico dos acontecimentos”.
• Hipótese: “A tragédia, supostamente motivada pelo ‘ódio ancestral’ entre as duas etnias,
teve na verdade origens políticas e econômicas muito concretas [problemas com raízes no
colonialismo belga]”.
70
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO
5) Resultados/discussão.
“[O autor] reuniu indícios suficientes para questionar a atuação dos colonizadores belgas e de outras
potências ocidentais na região.”
6) Conclusão.
“Lúcido e pungente, o livro é ao mesmo tempo testemunho e reflexão sobre um dos episódios mais
terríveis de nosso tempo, mostrando como, ainda hoje, a distância entre civilização e barbárie pode
ser curta.”
Exemplo de aplicação
5.2.3 Fichamento
A ficha que nos interessa é aquela que serve de apoio às atividades estudantis, de pesquisa e estudos
em geral. O fichamento é útil em toda a vida escolar, para facilitar os estudos e aprofundá‑los, pois
sistematizar e resumir já é uma forma de levantamento e arquivamento de informações (MEDEIROS,
2009). Aliás, as fichas podem ser feitas de acordo com o tipo de levantamento: ficha bibliográfica, de
leitura, de ideias, de citações.
71
Unidade II
Observação
Convergem na técnica do fichamento vários tipos de conteúdo e gênero de redação, que expressam
objetivos específicos e apoio a determinadas tarefas, todas elas ligadas a consulta, catalogação, inserção
e arquivo de documentos em tempo abreviado. Seguem alguns exemplos de ficha.
Bibliografia.
ISBN 978‑85‑224‑4814‑2
91‑1673 CDD‑808.0665
72
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO
MERLEAU‑PONTY, Maurice. Natureza: notas: cursos no Collège de France. São Paulo: Martins
Fontes, 2000. (Tópicos).
A fenomenologia da percepção
73
Unidade II
Há outra forma de fichamento que vem se consagrando em razão do alastramento das tecnologias
da informação: o fichamento informatizado. Segundo Medeiros (2009), trata‑se do emprego de
palavras‑chave para buscas eletrônicas, seja nos aplicativos para escritório, seja nos browsers, na rede,
em buscadores e em sites de publicações. As buscas podem ser mais ou menos difíceis, conforme o
tema e o nível de profundidade e conectividade que se queira atingir. Pesquisas mais simples, de temas
isolados, estão até mesmo prontas na rede, enquanto aquelas cujo grau de conectividade com os demais
temas – fronteiriços ou não – e com suas cadeias causais é maior oferecem mais dificuldades e exigem
maior tempo. Em sites como o do Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) do estado de São Paulo,
nada se encontrará em menos de uma hora de pesquisa.
5.2.4 Resenha
Resenha é uma modalidade de produção de textos críticos que demanda certo domínio dos elementos
textuais (MEDEIROS, 2009). Requer exercício simultâneo de leitura e escrita. Do resenhista, exige articulação
de ideias e compreensão dos objetivos do autor resenhado; do leitor, exige entendimento da situação de
ambos (autor resenhado e resenhista).
A resenha começa com a escolha do livro ou do filme a ser resenhado e pode apresentar a seguinte
ordem: dados da obra, dados do autor da resenha, conclusões e resumos. Observe o modelo a seguir,
elaborado a partir das considerações de Medeiros (2009).
1) Referência bibliográfica, filmográfica, discográfica ou webgráfica da obra, com base na NBR 6023
(ABNT, 2018).
3) Gênero da obra.
4) Resumo ou digesto (fichamento de resumo). O resenhista deverá fazer uma síntese do tema
abordado, seguindo a ordem já exposta:
• introdução;
• objetivo;
• materiais e métodos;
• resultados/discussão;
• conclusão.
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METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO
O resenhista deverá apresentar cada capítulo em linhas gerais e efetuar um resumo mais completo
de um ou dois capítulos do livro escolhido.
• local;
• curso;
• disciplina;
• área de concentração;
• resenhista;
• professor(a) proponente/responsável/avaliador(a).
Resenha de filme
O exemplo de resenha a seguir, baseado em Medeiros (2009), refere‑se ao filme Até o fim do mundo,
de Wim Wenders.
1) Referência filmográfica:
ATÉ O FIM do mundo. Direção: Wim Wenders. Alemanha; França; Austrália: Argos Films; Road Movies
Filmproduktion; Village Roadshow Pictures; Warner Brothers; Wim Wenders Stiftung, 1991. 280 min.
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Unidade II
3) Gênero da obra:
Drama, ficção.
4) Resumo do filme:
• Introdução: Até o fim do mundo é uma trama com muita ciência e tecnologia em torno de uma
invenção revolucionária, uma “câmera” que permite aos usuários enviar imagens diretamente
ao cérebro humano, de modo que os cegos voltem a ver. O filme opera a realidade em versões
escalares, indo da escala interplanetária, por onde começa com a iminência da queda na Terra
de um satélite nuclear, até a escala da mente (subjetividades perdidas, isoladas). O filme pode
ser dividido em momentos:
— O filho do cientista que inventou a máquina para a esposa cega sai pelo mundo com a
câmera para registrar imagens que seriam vistas pela mãe. Depois de percorrer todos os
continentes filmando parentes e amigos, Sam, o filho, volta com Claire, sua namorada, à
aldeia aborígene na Austrália onde fica o laboratório do pai, a fim de desenvolver a técnica
de transmissão das imagens para o cérebro da mãe.
— A segunda parte dá‑se, então, na aldeia, com a tentativa de levar Edith, a mãe, a “ver”
novamente. Os resultados, no entanto, são desesperadores. Edith consegue “ver”, mas não
suporta as imagens que lhe são transmitidas e acaba morrendo.
— Na terceira parte, Sam, Claire e o pai se perdem nesse mundo de imagens, descobrindo outra
utilidade para a máquina: gravar seus sonhos. Assim, pai, filho e namorada dedicam‑se a
viver para ver os próprios sonhos. Os três acabam tendo que ser despertados por meio do
xamanismo ou da leitura, para voltarem à realidade.
• Articulação das ideias: Estados nacionais são meras lembranças, o poder aparece
concretamente nos “bandidos” (não há polícia pública, mas perseguidores corporativos,
cumprindo determinações privadas) e, assim como ocorre com o poder, a economia
apresenta‑se corporativa (comentário de Chico, o bandido‑salvador da mocinha: “Ninguém
quer dinheiro, apenas cartões”). Há espaço para a beleza (Claire), mas não para a esperança
(hecatombe), sendo os graves problemas ambientais referidos diretamente no nome do filme:
fim geográfico, no refúgio da Oceania (continente famoso por ser o Novíssimo Mundo na
ordem das “descobertas” coloniais europeias), e fim histórico, com a destruição do planeta.
Os aborígenes operam a tecnologia mais avançada do mundo, num laboratório escondido
nas rochas de um deserto. Gene, o escritor, cuja função é criar fantasia (com método), é o
único que se mantém lúcido e os retira (Claire e Sam) do vício narcisista de se autoconsumir.
76
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO
• Resultados/discussão: uma odisseia para a era moderna, que, assim como a Odisseia de
Homero, procura restaurar a luz, numa reconciliação espiritual entre um pai obcecado e seu
filho abandonado.
5) Avaliação/apreciação:
Esperamos que esse exercício com uma obra de arte (um filme) sirva de parâmetro para tornar
mais fácil a realização de resenhas de livros, artigos, filmes, peças teatrais, entre outros, como parte das
tarefas de apoio ao trabalho acadêmico.
5.2.5 Seminário
O que é um seminário e quais são os seus formatos? Como enfrentar a apresentação oral? Qual é
o seu valor como instrumento de aprendizado? O seminário deve ser individual ou em grupo? Qual é a
importância do trabalho em grupo? O grupo depende de quem e do quê?
O seminário é a apresentação de um trabalho sob a forma verbal. Ele pode ser individual ou em
grupo, dependendo de como o trabalho foi realizado. Nem todo trabalho em grupo se dá em forma
de seminário, mas este é uma ótima oportunidade para exercitar uma série de princípios e processos
organizacionais e de sociabilidade, como cooperação e competição (que devem ser observados e
dirigidos com cuidado, seja incentivando um, seja inibindo outro), e metodológicos, como passos
e encaminhamento da pesquisa. A organização quanto ao tema pode se dar com base na escolha de
subtemas e textos articulados ao plano de ensino; quanto à dinâmica, por apresentação ou dramatização,
com ou sem debates.
77
Unidade II
Muito se contesta a efetividade e a eficácia desse instrumento no processo de avaliação, mas nem
sempre se reconhece a abrangência, a flexibilidade, enfim, a força do seminário, em seus diversos tipos
de apresentação e possibilidades de troca, como recurso didático (CARVALHO, 1995). É necessário sempre
discutir a forma e o conteúdo dos processos e instrumentos de avaliação, sem perder de vista seu
propósito, qual seja, elevar o senso crítico do aluno, tanto em sentido político quanto em sentido lógico.
Assim como nas apresentações em geral, nos seminários as regras também são muito importantes
para equalizar a linguagem. Embora não haja uma norma direcionada para essa modalidade de publicação
de pesquisa, outras normas dão suporte a essa atividade, principalmente aquelas que versam sobre
referência bibliográfica, citação, resumo e sumário. Ainda, é preciso refletir a respeito da divulgação do
nome de uma empresa, de uma pessoa entrevistada, ou mesmo de um produto, em especial no caso de
pesquisas de opinião pública.
Seminários são bastante produtivos e servem muito bem aos propósitos de pesquisa, relatório parcial e
reunião periódica, com discussão e consolidação de conteúdo, até a publicação dos resultados na apresentação
oral e escrita (texto‑resumo da pesquisa cartografada, do roteiro temático e das falas de cada um).
O que são e quando usar recursos audiovisuais nos trabalhos? Tais recursos ajudam a reter, ordenar
e esquematizar dados e informações. Polito (1995) considera fundamental a adequação dos recursos,
perguntando‑se quando, como, quais e onde deverão ser utilizados. Sua finalidade é complementar
exposições e apresentações, seguindo preceitos semiológicos ou semióticos empregados na construção
da comunicação.
Observação
A seleção dos recursos é uma questão metodológica, pois pode melhorar ou piorar o desempenho do
aluno, de acordo com o domínio do recurso escolhido (POLITO, 1995). É recomendável que tal escolha
se paute pela familiaridade com os instrumentos da apresentação – oral ou escrita. Por exemplo, alunos
bem‑falantes, com domínio da norma culta e que conseguem, eventualmente, descontrair‑se, alcançando
78
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO
mais pessoas do público, conforme a situação podem ter resultados melhores do que aqueles que se
acham muito tímidos. Isso que se costuma chamar timidez deve ser encarado com muita atenção, como
necessidade pedagógica e profissional.
É preciso ter bem claro que os recursos, seja um gráfico no texto, seja um projetor de slides numa
apresentação, devem ser estudados e criteriosamente adotados, justificando‑se metodologicamente a
escolha, identificando‑se portanto as situações de exposição (palestra, conferência, seminário, congresso,
reunião, painel, simpósio, mesa‑redonda) como ponto de partida para o recurso adequado.
Segundo Polito (1995), os recursos visuais gráficos a serem empregados em textos impressos e
apresentações escritas de vários tipos incluem:
— Barras horizontais: dados para a comparação de variáveis diferentes dentro do mesmo tempo.
— Mapas: elementos para estabelecer localização, distância e demais relações entre lugares,
roteiros e guias de deslocamento e locomoção.
— Relação de itens: lista com funções lógicas anunciadas e precisas, com encadeamento de ideias.
Já os recursos visuais para apresentações, como quadro de giz ou branco, cartaz, flip chart, folheto,
modelos, objetos, maquetes, retroprojetor, slides, vídeo e projetor de filmes, estão entre os mais usados,
tendo cada um sua especificidade e potencial (POLITO, 1995).
Existem regras para a apresentação oral com recurso a slides – por exemplo, o tão conhecido
PowerPoint (.ppt), aplicativo da Microsoft (uma opção gratuita a ele é o Impress, que tem funções
similares). Há muitas técnicas para comunicar‑se melhor com o público que assiste a uma apresentação
de seminário.
79
Unidade II
Entre essas regras encontram‑se tanto aquelas mais ligadas ao modo de ser de cada pessoa (posição
na sala, volume da voz, desenvoltura, escolha da melhor maneira de apresentar um trabalho) quanto
aquelas mais técnicas, facilmente padronizáveis (escolha do melhor recurso, checagem e conhecimento da
aparelhagem a ser utilizada, de sua configuração e disponibilidade, além de verificação do equipamento
antes de apresentar o trabalho).
Apesar de sua importância, não há uma norma direcionada para essa modalidade de publicação de
pesquisa. A adoção do recurso também é uma questão metodológica e não deve ser aleatória ou guiada
por modismos. Por definição, o recurso deve servir ao sujeito, e não ser o foco, atraindo mais atenção
do que o expositor ou desviando‑o do público. O bom senso manda que haja adequação entre a área do
slide, o tamanho das letras e imagens e sua disposição.
Saiba mais
CASTRO, C. M. PowerPoint com carteirinha. Veja, São Paulo, ano 43, n. 32,
p. 26, 11 ago. 2010.
É importante salientar que, em todas as formas de elaboração de texto de apoio e principal (resumo,
fichamento, resenha, relatório, monografia etc.), bem como de apresentação escrita e oral (com slides,
por exemplo), desde a pesquisa necessária para manejar dados e informações até a publicação nos
inúmeros formatos, devemos nos reportar às normas.
Todo texto que escrevemos é polifônico (constituído por múltiplas vozes) e polissêmico (constituído
por múltiplos sentidos). Quando escrevemos algo, colocamos ali conteúdos impregnados das vozes e dos
sentidos com os quais entramos em contato ao longo da vida. Os nossos textos refletem o que pensamos,
o que aprendemos na infância, com a nossa família, com os nossos amigos, a partir dos livros que
lemos, dos filmes que vimos, das viagens que fizemos. Afinal, o autor é um sujeito do conhecimento
que desenvolveu crenças e valores durante toda a sua formação, crenças e valores que podem ser
identificados por meio das formas pelas quais atribuímos significado ao mundo que nos cerca.
Caso escrevamos um texto ficcional, podemos “dialogar” com as nossas experiências anteriores
sem qualquer preocupação em explicitá‑las. Caso escrevamos um poema, podemos mencionar um
80
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO
personagem de história em quadrinhos sem que haja necessidade de esclarecer quanto ao autor
responsável pela idealização do personagem. Podemos, por exemplo, escrever um conto a respeito de
um menino que encontra um extraterrestre e o leva para um passeio pelos céus, sem precisar esclarecer
que nossa fonte de inspiração foi o filme E.T.: o extraterrestre, de Steven Spielberg (1982).
O trabalho de intertextualidade no texto acadêmico pode acontecer de duas formas: por meio de
citações diretas ou indiretas. As citações indiretas são paráfrases (resumos) realizadas a partir das ideias
de um autor. Ou seja, as ideias são do autor do texto original, e as palavras são do leitor. Conforme a
ABNT, temos citações diretas e indiretas, com e sem autor inserido. No caso das citações diretas, temos
as com menos de três linhas e as com mais de três linhas.
Lembrete
Segundo Medeiros (2007, p. 6), não é difícil compreender a diferença entre normatizar e normalizar:
“a ABNT ‘normatiza’ (faz as normas) e quem segue as normas ‘normaliza’”. A ABNT é o órgão encarregado
da normatização e normalização técnica no país, constituindo‑se no único e exclusivo representante, no
Brasil, de diversas entidades internacionais. Entidade privada, sem fins lucrativos, é reconhecida como
único Fórum Nacional de Normalização pela Resolução n. 7, de 27 de agosto de 1992, do Conselho
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro), ao qual é credenciada.
81
Unidade II
Saiba mais
http://www.abnt.org.br
A associação funciona como um fórum contínuo de atualização das normas vigentes e discussão
sobre a necessidade de elaboração de novas. Por que são as normas tão importantes? Seu uso é desejável
a fim de criar uma “linguagem” para a comunicação acadêmica, científica, desde o encaminhamento
da pesquisa, com a decisão de planejar, até os vários tipos possíveis de publicação (escritos e orais, com
diversos meios e tecnologias).
É inegável o papel das normas nas atividades sociais mais amplas e acadêmicas, em particular
quando se espera reproduzir, avaliar, melhorar etc. A maior preocupação, agora, é situar você quanto à
adequação da norma à atividade a ser desenvolvida, não pormenorizando cada uma, mas remetendo‑o
a certa variedade de textos disponíveis e de fácil manuseio, principalmente às próprias normas da ABNT,
que são fontes fundamentais, mas não únicas. Em vários momentos, autores como Mattar (2010) e
Medeiros (2009) referem‑se às lacunas deixadas pela associação, as quais tentam preencher.
O uso das normas é facilmente justificado quando se trata de trabalho coletivo que deve
ser objeto de avaliação e debates, tanto de caráter profissional quanto de caráter universal.
Se a normalização é fundamental à atividade acadêmica, isso nada tem a ver com memorizá‑la, o que
pode até acontecer com o uso. Além disso, cabe lembrar que as diretrizes nela presentes devem servir à
criatividade do autor, e não como “camisas de força”.
Figura 23 – A maior parte das normas e regras foram feitas em um momento anterior à
universalização da informática, dos meios e veículos textuais eletrônicos; entretanto,
vêm se adaptando às novas circunstâncias aos poucos
82
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO
Os comentários sobre as normas não as substituem. Para inteirar‑se das prescrições detalhadas,
bem como de termos e definições próprios a elas, é necessário consultá‑las, pois apresentam medidas,
representações gráficas e exemplos de emprego das regras e dos glossários.
A seguir, apresentaremos alguns exemplos de inserção de citações diretas e indiretas, com ou sem
autor(res) inserido(s). Embora essas normas estejam detalhadas no Guia de normalização, achamos
recomendável refletir a respeito delas com mais cuidado.
As citações indiretas são interpretações feitas a partir do texto de outro autor. Em alguns casos,
elas resumem as principais ideias desse autor; em outros, elas refletem sobre alguma ideia exposta pelo
autor. Vejamos dois exemplos de citação indireta, com e sem autor inserido.
Nas citações indiretas com autor inserido, fazemos um resumo das ideias do autor colocando‑o no
nosso texto de maneira explícita. No caso de existirem dois autores, apresentamos os nomes deles como
parte do nosso texto. Procedemos dessa forma nas situações em que há até três autores assinando
um mesmo texto. Quando o artigo tem mais de três autores, usamos o recurso et al. (em itálico), que
significa “e outros”. Veja:
83
Unidade II
Com base em Silva (2010), entendemos a autoria como uma função que caracteriza o
discurso.
Com base em Silva e Ferreira (2010), entendemos a autoria como uma função que
caracteriza o discurso.
Com base em Silva et al. (2010), entendemos a autoria como uma função que caracteriza
o discurso.
Entendemos a autoria como uma função que caracteriza o discurso (SILVA, 2010).
Entendemos a autoria como uma função que caracteriza o discurso (SILVA; FERREIRA, 2010).
Entendemos a autoria como uma função que caracteriza o discurso (SILVA et al., 2010).
Figura 25 – Citação indireta sem autor inserido
Como você pode perceber, os nomes dos autores não fazem mais parte do nosso texto. Eles estão
identificados, mas não integram o texto. No caso de um artigo assinado por um único autor, ao final da
sentença, colocamos, entre parênteses, o nome do autor em letras maiúsculas, seguido de vírgula e do
ano da publicação do artigo. No caso de um artigo escrito por dois autores, colocamos, entre parênteses,
os nomes em letras maiúsculas, separados pelo sinal gráfico de ponto e vírgula, seguidos de vírgula e do
ano da publicação do artigo. Como acontece com a situação em que inserimos o autor, a existência de
um texto escrito por mais de três autores é indicada por et al.
84
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO
É bastante fácil compreender as diferenças entre esses dois modos de referenciar autores em situações
de paráfrase: quando falamos em autores inseridos, queremos dizer que os nomes deles passaram a
fazer parte do texto; quando falamos em autores não inseridos, queremos dizer que os nomes deles
estão explicitados “fora” do texto. De qualquer modo, é importante lembrar que esses autores e essas
publicações deverão estar referenciados no final do texto, com todas as informações pertinentes.
As citações diretas correspondem à seleção de trechos do texto dos autores que estamos
lendo e analisando. Em outras palavras, as citações diretas são seleções de trechos realizadas a
partir do texto original. Nesse caso, as ideias e o texto são do autor do texto original. De acordo
com a ABNT, e em função do tamanho da citação, temos citações diretas com até três linhas e
citações diretas com mais de três linhas. Nas duas situações, temos citações diretas com autor
inserido e sem autor inserido.
As citações diretas com até três linhas incorporam‑se ao texto, apenas sendo adicionadas aspas no
início e no fim do trecho citado. Note que essas três linhas são medidas pelo espaço que ocupam no texto que
estamos escrevendo, e não no texto do artigo que estamos lendo. No exemplo a seguir, mostramos uma
citação direta com até três linhas, com autor inserido. Nessa situação, colocamos o trecho citado entre
aspas. O(s) autor(es) foi(foram) inserido(s) dentro do texto, ou seja, ele(s) faz(em) parte do texto. Após
mencionar o autor, colocamos, entre parênteses, o ano da publicação e a página em que se encontra o
trecho na obra original. Isso quer dizer que, caso qualquer pessoa queira localizar o texto citado, bastará
encontrar o livro do autor mencionado e procurar a página identificada. Não há citação direta sem
identificação da página. Observe:
Segundo Greco (2007, p. 120), “a originalidade absoluta não parece ser condição para a
produção do conhecimento”.
Segundo Greco e Silva (2007, p. 120), “a originalidade absoluta não parece ser condição
para a produção do conhecimento”.
Segundo Greco et al. (2007, p. 120), “a originalidade absoluta não parece ser condição
para a produção do conhecimento”.
No primeiro exemplo, citamos no nosso texto o autor Greco, responsável pelo artigo de
2007. A citação que escolhemos encontra‑se à página 120. Portanto, falamos do autor e, entre
parênteses, indicamos a data da publicação e a página da citação. Em seguida, entre aspas,
85
Unidade II
colocamos a citação, que deve ter até três linhas. No segundo exemplo, temos um artigo
escrito por dois autores: Greco e Silva. Incluímos, então, os nomes dos autores no nosso texto
e, entre parênteses, identificamos o ano da publicação e a página em que se encontra a citação.
Finalmente, entre aspas, introduzimos a citação, que deve ter até três linhas. Caso estejamos
lendo um artigo que tenha sido escrito por mais de três autores, usaremos o recurso et al., como
já fizemos anteriormente.
Podemos também fazer as mesmas citações, porém sem incluir os nomes dos autores no nosso texto.
Para isso, no caso de um artigo escrito por um único autor, colocamos a citação entre aspas. Ao final,
entre parênteses, inserimos o nome do autor em letras maiúsculas, a vírgula, a data da publicação do
artigo e a página de onde a citação foi extraída. Quando estamos usando um artigo escrito por dois
autores, apresentamos seus nomes em maiúsculas e separados pelo sinal gráfico de ponto e vírgula.
Quando há mais de três autores, usamos o recurso et al.
Figura 27 – Citação direta sem autor inserido e com menos de três linhas
Lembrete
A seguir, damos exemplos de citação direta com mais de três linhas, com e sem autor inserido.
Nesse caso, as citações são apresentadas com recuo de 4 cm do lado esquerdo, espaçamento
simples entre as linhas, fonte menor e sem aspas. Todas as citações diretas exigem que a página de
onde foram extraídas seja identificada. Vejamos primeiro uma citação direta com autor inserido e
mais de três linhas.
86
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO
Falamos de plágio todas as vezes que uma representação particular é apropriada por
outro, sem que o crédito seja atribuído a quem de fato é responsável por essa representação.
Se o sujeito do conhecimento é o responsável pela representação, é dele a autoria; se essa
representação não é original em termos de forma ou conteúdo, cabe ao autor todos os
esclarecimentos quanto às fontes. Greco (2007, p. 120) afirma:
A seguir, uma citação direta sem autor inserido e com mais de três linhas.
Falamos de plágio todas as vezes que uma representação particular é apropriada por
outro, sem que o crédito seja atribuído a quem de fato é responsável por essa representação.
Se o sujeito do conhecimento é o responsável pela representação, é dele a autoria; se essa
representação não é original em termos de forma ou conteúdo, cabe ao autor todos os
esclarecimentos quanto às fontes.
Figura 29 – Citação direta sem autor inserido e com mais de três linhas
No caso das citações diretas com mais de três linhas, com mais de um autor não inserido no texto,
valem as regras já mencionadas para as citações indiretas: quando há dois autores que não são inseridos
87
Unidade II
no texto, os nomes devem vir em letras maiúsculas, separados por ponto e vírgula. Se houver mais de
três autores, utilizaremos a expressão et al.
7 REFERÊNCIAS
Examinemos essa ideia mais de perto. Referência é o conjunto padronizado de elementos descritivos,
retirados de um documento, que permite sua identificação individual (ABNT, 2018). Tais elementos são
divididos em essenciais e complementares (esses últimos, incluídos quando necessário).
As regras gerais, além dos detalhes de sua elaboração, devem ser conferidas na norma. O recurso
tipográfico (negrito, itálico ou sublinhado) empregado para “destacar o elemento título da publicação
deve ser uniforme em todas as referências” (ABNT, 2018). Normalmente, as referências para citação no
texto são dispostas em ordem alfabética (sistema autor‑data) ou numérica (ordem de citação no texto).
A disposição dos elementos das referências varia de acordo com as características e o tipo de
documento citado, como fonte a ser referenciada no final do trabalho. Assim, há uma imensa diversidade
de combinações de elementos quanto à sua consideração, posição e quantidade de termos, com que
apenas a frequência do uso pode gerar familiaridade. São inúmeras as especificidades de um texto.
Por exemplo: um autor, dois ou três autores, mais de três autores, tipos de responsabilidade intelectual de
autor, título e subtítulo, edição, emendas e acréscimos, local da publicação, editora, data da publicação,
descrição física, documento em um único volume, documento em mais de um volume, partes de
publicações, séries e coleções.
Seguem algumas das mais comuns e das mais raras fontes de pesquisa:
• monografia (livro);
• fitas de vídeo/DVD;
• documentos legislativos;
Cada uma dessas fontes tem uma forma específica de ser referenciada ao final do texto. Assim,
a primeira coisa que devemos fazer é identificar o tipo de documento que estamos utilizando.
Depois, devemos procurar a norma correspondente para a inserção do documento em nossa listagem
bibliográfica. Finalmente, devemos listar as fontes usadas por ordem alfabética do sobrenome do autor
ou do primeiro autor.
Saiba mais
http://www.more.ufsc.br/
• Sistema numérico: as referências são indicadas pela ordem em que o documento aparece no texto.
89
Unidade II
Sugerimos fortemente que os alunos que necessitem usar essas normas consultem o Guia de
normalização para apresentação de trabalhos acadêmicos da Universidade Paulista: Vancouver (UNIP,
2018), fonte das informações e dos exemplos dados a seguir.
De um até seis autores, todos devem ser mencionados. No caso de haver mais de seis autores,
devem‑se incluir os seis primeiros autores seguidos de et al. (sem itálico), separando‑os por vírgula.
Exemplos:
Abbas AK, Lichtman AH. Cellular and molecular immunology. 5th ed. Philadelphia: Elsevier; 2005. 564 p.
Batistuzzo JAO, Itaya M, Eto Y. Formulário médico‑farmacêutico. 2ª ed. São Paulo: Tecnopress; 2002. 550 p.
Exemplo:
Meltzer PS, Kallioniemi A, Trent JM. Chromosome alterations in human solid tumors. In: Vogelstein B,
Kinzler KW, editors. The genetic basis of human cancer. New York: McGraw‑Hill; 2002. p. 93‑113.
Exemplo:
Exemplo:
Congresso de Biólogos do CRBio‑1 XIX (SP, MT, MS); 2009 27‑30 jul.; São Pedro (SP); Brasil. [São
Paulo]: Conselho Regional de Biologia; 2009.
Exemplo:
Lima FPC, Moura MRS, Marques Júnior AP, Bergmann JAG. Correlações de Pearson para parâmetros
andrológicos e zootécnicos em touros Nelore elite. In: Anais do XVII Congresso Brasileiro de Reprodução
Animal; 2007; Belo Horizonte, MG. Belo Horizonte: Colégio Brasileiro de Reprodução Animal; 2007. v. 1, p. 116.
90
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO
Exemplo:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Coordenação Nacional DST/Aids. A política
do Ministério da Saúde para a assistência integral a usuários de álcool e outras drogas. Brasília:
Ministério da Saúde; 2003. 60 p.
De um até seis autores, todos devem ser mencionados. Caso haja mais de seis autores, devem‑se
incluir os seis primeiros seguidos de et al., separando‑os por vírgula.
Exemplo:
MacNeela P, Clinton G, Place C, Scott A, Treacy P, Hyde A, et al. Psychosocial care in mental health
nursing: a think aloud study. J Adv Nurs. 2010;66(6):1297‑307.
8 OUTRAS CONSIDERAÇÕES
Para que os alunos façam uma pesquisa bibliográfica a partir de fontes fidedignas e confiáveis,
sugerimos alguns endereços eletrônicos que podem facilitar essa atividade. Há sites básicos para
pesquisas genéricas, específicos para as especialidades, e outros, como os portais de informação e
notícia, que integram os primeiros. Aqui, deixaremos para você indicações nessas três categorias, em
função do grau de densidade das informações: fontes gerais, especializadas e integradoras.
Bibliotecas, mapotecas, videotecas, hemerotecas, bancos de textos e teses são sites procurados
para a busca das primeiras informações sobre temas objeto de pesquisa bibliográfica. Segue uma
pequena seleção:
91
Unidade II
Instituições internacionais e nacionais que apresentam dados e informações sobre diversas esferas
sociais, incluindo as de interesse econômico, político, territorial e cultural:
• Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco): https://
nacoesunidas.org/agencia/unesco/
Museus com acervo para visitas virtuais, que permitem contato com a produção cultural de artistas
nacionais e internacionais:
Portais das três esferas de governo (federal, estadual, municipal), com toda sorte de dados e
informações conjunturais e estruturais sobre a administração pública:
92
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO
Há também sites que, em suas concepções e tecnologias, integram, por vezes até transversalmente,
os assuntos e temas, em função da maior ou menor complexidade da demanda. Trata‑se dos bancos de
informação, busca e conteúdo, a exemplo de:
• Google: https://www.google.com/
• IG: https://www.ig.com.br/#home
• UOL: https://www.uol.com.br/
As citações diretas ou indiretas têm funções metodológicas fundamentais e vão muito além dos
aspectos formais, pois trata‑se de evidenciar a afiliação teórica do trabalho, colocando‑o, assim, em
condições de estabelecer diálogo e comparações. São o indicativo da noção de autoria. As citações no
corpo do texto e as notas de rodapé e de final de capítulo ou trabalho são recursos lógicos e devem ser
empregados criteriosamente. Assim como não é racional pôr informações essenciais em nota de rodapé,
também não se recomenda pôr no corpo do texto informações secundárias.
Observação
Um texto sem referências não é considerado acadêmico, dada sua necessária construção coletiva.
Por que preciso citar as fontes ao longo do texto e da exposição, e não apenas ao final? Qual é a relação
entre autoria, criatividade e regras para citação? As citações mostram qual é a situação e a perspectiva
do autor na construção do saber, visto que a criação exige um conhecimento que não começa isolado
no aluno.
Além das normas, de sua função diretiva e disciplinadora na construção do conhecimento, as citações
devem considerar a abundância de informação em nosso presente, sendo bastante premente discutir
a ideia de plágio e de autoria, pois com a internet houve a proliferação de meios de comunicação.
Tal fenômeno requer ainda mais o recurso normativo às citações, porque nos torna impotentes diante da
ampliação das fontes de dados e informações, inclusive desconhecidas, cabendo ao professor orientador
de estudos e pesquisas escolares maior tutela e controle quanto às bases utilizadas pelos alunos.
93
Unidade II
Estes, ainda em formação, não têm como avaliar a consistência e a coerência dessas mídias. Daí o papel
de acompanhamento qualificado nas atividades de leitura empreendida pelos alunos.
De todas as possibilidades e manifestações, a autoria é a que mais nos interessa, dada a banalização
do que em aula chamamos “copia‑e‑cola” do mar de dados e informações disponíveis. Num artigo
sobre o tema, Sérgio Paulino Abranches (2008), numa postura de educador, trata do assunto de modo a
evocar os papéis, as responsabilidades e os compromissos dos envolvidos na formação do cidadão, sem
demonizar os alunos, pois estes apenas dariam visibilidade ao problema da inobservância dos quesitos
básicos da autoria orgânica, isto é, própria.
O texto acadêmico requer que todas as nossas fontes de inspiração sejam explicitadas, declaradas.
Não podemos utilizar ideias desenvolvidas por outros autores, tampouco textos escritos por eles, sem
atribuir a autoria devida. É preciso que você preste muita atenção a esta informação: fazer uso de
ideias ou de textos de outras pessoas sem referenciar o autor é uma prática ilícita no meio
acadêmico. Vamos explicar novamente. Você vai realizar o trabalho acadêmico usando textos de outros
autores. Você pode apenas utilizar as ideias deles, ou inserir trechos dos trabalhos no seu. Não há
problema algum com esse procedimento. No entanto, é fundamental que você atribua a autoria das
ideias e das palavras que você inseriu no texto, as quais não foram originalmente pensadas e escritas
por você. A isso chamamos de fazer referência às fontes, e à não utilização desse procedimento damos
o nome de práticas acadêmicas ilícitas, ou práticas de plágio.
• Utilizar ideias ou palavras de autores sem fazer a devida referência. Citações indiretas servem
para identificar a autoria de ideias que nos auxiliaram na reflexão, e citações diretas servem para
identificar a autoria de textos inseridos no nosso. Citações diretas com recuo ou devidamente
marcadas com aspas não são consideradas práticas de plágio.
• Utilizar ideias de outros buscando disfarçar a cópia com a troca de alguma(s) palavra(s). Como já
dissemos antes, parafrasear não significa mudar uma ou outra palavra.
• Reutilizar textos já escritos, “reciclando” trechos ou bibliografia já usada. Esse é o típico caso de
autoplágio, ou seja, um aluno/autor aproveita o mesmo texto várias vezes.
Resumo
94
METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO
Exercícios
O que acontece quando uma imagem microscópica produzida em laboratório não corresponde à
tese que o pesquisador pretende provar? A resposta correta é: diante de novos fatos, o cientista deve
repetir as experiências e, se necessário, revisar sua teoria. Acontece que, em milhares de diferentes
situações, os pesquisadores simplesmente adulteram as imagens. É um método mais difícil de identificar
do que o plágio textual, e tem efeitos especialmente danosos sobre a qualidade da produção acadêmica.
Mas como identificar fraudes em imagens? A pesquisadora holandesa Elisabeth Bik encontrou sua
vocação precisamente nesse setor. Foi um longo caminho até ela descobrir que tinha jeito para detetive
de imagens. Em sua graduação, ela se especializou em microbiologia e, no início dos anos 1990, estudou
o bacilo da cólera que devastou a Índia e Bangladesh para sua tese de PhD pela Universidade de Utrecht,
na Holanda. Em 2001, mudou‑se com o marido para a Califórnia, onde vive desde então.
Foi só há cinco anos, já na casa dos 40, que Elisabeth descobriu que tem um talento incomum para
localizar duplicações e inserções inadequadas. Desde então, já localizou mais de 1.300 artigos com
indícios de fraude, identificados depois de mais de 5 mil horas de pesquisas – outras 700 pesquisas
contêm duplicações, mas há sinais de que elas foram involuntárias, acidentais. Ex‑diretora da companhia
médica especializada Astarte, na Califórnia, e ex‑pesquisadora do Departamento de Microbiologia e
Imunologia da Universidade de Stanford, ela recentemente se tornou uma consultora independente.
Assumiu então, em tempo integral, a tarefa que no início era um hobby, e agora fez dela uma
celebridade respeitada e temida, a de especialista em investigar casos de manipulação em imagens de
pesquisas em microbiologia. E ela o faz de forma artesanal, observando artigos atentamente, por horas.
Quando localiza um primeiro sinal de manipulação em alguma imagem, mergulha no paper em busca
de outros indícios.
Fonte: CORDEIRO, T. Pesquisadora encontra mais de 1,3 mil fraudes em imagens de revistas
científicas. Gazeta do Povo, 9 out. 2019. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br /educacao/
pesquisadora‑encontra‑mais‑de‑13‑mil‑fraudes‑em‑imagens‑de‑revistas‑cientificas/. Acesso em: 4 nov. 2019.
95
Unidade II
I – O trabalho de Elisabeth Bik não tem qualquer relação com práticas acadêmicas ilícitas, já que
a manipulação por ela investigada ocorre na produção de imagens. Segundo a tradição acadêmica, as
práticas de plágio só dizem respeito a textos verbais e escritos.
III – Elisabeth Bik parte da manipulação de imagens em artigos para encontrar outras evidências de
práticas acadêmicas ilícitas na produção de artigos acadêmicos.
A) I.
B) I e II.
C) III.
D) I e III.
E) II e III.
I – Afirmativa incorreta.
Justificativa: no trabalho acadêmico, toda e qualquer informação – o que inclui dados numéricos,
imagens e figuras – deve ser referenciada em relação à fonte.
II – Afirmativa incorreta.
A pesquisa mostrou, por exemplo, que a maioria dos alunos (98,4%) considera que copiar trechos de
trabalhos é algo grave ou gravíssimo. No entanto, apenas uma minoria (4,5%) acredita que o plágio seja
sempre intencional. Além disso, o levantamento aponta que 36,7% dos alunos admitem já ter copiado
trechos de textos sem fazer a devida citação. E oito em cada dez alunos ouvidos afirmam que ações
educativas podem prevenir que alunos cometam plágio. […]
Segundo [Munir] Skaf, a Unicamp sozinha é responsável pela publicação de cerca de 4 mil artigos
científicos por ano – daí a preocupação da reitoria de evitar que eles sejam questionados por supostos
plágios. “Quando surge uma denúncia ou constatação de má conduta, o dano à universidade é muito
grande. Por isso, é preciso que a gente estabeleça políticas bem específicas para acatar essas denúncias
e mecanismos para apurá‑las”, explica.
Com os resultados da pesquisa, a Unicamp pretende reunir os dados e elaborar uma política de
integridade acadêmica, com normas e regras a serem seguidas para evitar casos de má conduta e,
consequentemente, de fraude. Também serão estabelecidas as punições, caso a má conduta aconteça
– algo inédito nas universidades brasileiras e seguindo o exemplo do que já acontece nas melhores
universidades do mundo.
Fonte: BASSETTE, F. Pesquisa: 87% dos alunos chegam à universidade sem saber o que é plágio. Veja, 29 out. 2018.
Disponível em: https://veja.abril.com.br/educacao/pesquisa‑87‑dos‑alunos‑chegam‑a‑universidade‑sem‑saber‑o‑que‑e‑plagio/.
Acesso em: 4 nov. 2019.
II – Para os alunos da Unicamp, a prática de plágio pode diminuir desde que ações educativas
aumentem o conhecimento dos alunos a respeito dessas práticas.
III – Na Unicamp, a prática de plágio é mais comum entre os alunos da pós‑graduação (65% deles
já praticaram atos acadêmicos ilícitos).
97
Unidade II
A) I.
B) II.
C) III.
D) II e III.
E) I e II.
I – Afirmativa incorreta.
Justificativa: segundo o texto, 87% dos alunos da Unicamp não sabem exatamente o que configura
o plágio e como devem agir em relação às citações.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: para os alunos da Unicamp, ações educativas que tenham como objetivo instruir e
esclarecer os procedimentos relativos ao plágio podem diminuir a ocorrência dessa prática.
98
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
CAVERNA_EM_ELDORADO_SAO_PAULO_FOTO_PREFEITURA_DE_ELDORADO‑DIREITOS_RESERVADOS.
JPG. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/default/files/thumbnails/image/caverna_em_
eldorado_sao_paulo_foto_prefeitura_de_eldorado‑direitos_reservados.jpg. Acesso em: 4 nov. 2019.
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Figura 9
99
Figura 10
Figura 11
Figura 12
Figura 13
Figura 14
Figura 15
Figura 17
Figura 18
MEDEIROS, J. B. Redação científica: prática de fichamentos, resumos, resenhas. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2009. p. 112. Adaptada.
Figura 19
MEDEIROS, J. B. Redação científica: prática de fichamentos, resumos, resenhas. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2009. p. 114. Adaptada.
100
Figura 20
MEDEIROS, J. B. Redação científica: prática de fichamentos, resumos, resenhas. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2009. p. 115. Adaptada.
Figura 21
MEDEIROS, J. B. Redação científica: prática de fichamentos, resumos, resenhas. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2009. p. 115. Adaptada.
Figura 22
Figura 23
REFERÊNCIAS
Audiovisuais
CONTATO. Direção: Robert Zemeckis. Estados Unidos: Warner Brothers; South Side Amusement
Company, 1997. 150 min.
DE VOLTA para o futuro. Direção: Robert Zemeckis. Estados Unidos: Amblin Entertainment, 1985. 116 min.
E.T.: o extraterrestre. Direção: Steven Spielberg. Estados Unidos: Amblin Entertainment, 1982. 114 min.
FRANKENSTEIN de Mary Shelley. Direção: Kenneth Branagh. Estados Unidos: American Zoetrope, 1994.
123 min.
O HOMEM que viu o infinito. Direção: Matthew Brown. Reino Unido: Pressman Film; Xeitgeist
Entertainment Group; Cayenne Pepper Productions, 2015. 108 min.
INDIANA Jones e os caçadores da arca perdida. Direção: Steven Spielberg. Estados Unidos: Lucasfilme,
1981. 115 min.
UMA MENTE brilhante. Direção: Ron Howard. Estados Unidos: Imagine Entertainment, 2001. 135 min.
PERDIDO em Marte. Direção: Ridley Scott. Estados Unidos: Scott Free Productions; Kinberg Genre; TSG
Entertainment, 2015. 141 min.
101
TEMPO de despertar. Direção: Penny Marshall. Estados Unidos: Lasker; Parkes Productions, 1990. 121 min.
VIAGENS alucinantes. Direção: Ken Russell. Estados Unidos: Warner Brothers, 1980. 102 min.
Textuais
ABNT. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.
ABNT. NBR 6027: informação e documentação: sumário: apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003a.
ABNT. NBR 10719: apresentação de relatórios técnico‑científicos. Rio de Janeiro: ABNT, 1989.
ABRANCHES, S. P. O que fazer quando eu recebo um trabalho CTRL C + CTRL V? Autoria, pirataria e
plágio na era digital: desafios para a prática docente. In: SIMPÓSIO HIPERTEXTO E TECNOLOGIAS NA
EDUCAÇÃO, 2., 2008, Recife. Anais eletrônicos […]. Recife: UFPE, 2008. Disponível em: https://www.
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