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TCC Versão - Final 20 05 18

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU


ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

ATIVIDADE DE LIMPEZA DE FACHADA EXTERNA EM


EDIFICAÇÕES VERTICAIS.

EDILSON TEOTONIO DO NASCIMENTO SANTOS

JOÃO PESSOA - PB

2018
EDILSON TEOTONIO DO NASCIMENTO SANTOS

ATIVIDADE DE LIMPEZA DE FACHADA EXTERNA EM


EDIFICAÇÕES VERTICAIS.

Monografia apresentada como requisito para obtenção do grau


de Especialista no Curso de Pós Graduação em Engenharia de
Segurança do Trabalho do Departamento de Pós-Graduação do
Centro Universitário de João Pessoa-UNIPÊ.

Orientador: Prof. Ms. Edvaldo Nunes da SILVA FILHO.

JOÃO PESSOA – PB
2018
S237a Santos, Edilson Teotonio do Nascimento.

Atividade de limpeza de fachada externa em edificações verticais /

Edilson Teotonio do Nascimento Santos. - João Pessoa, 2018.

62f.

Orientador (a): Prof. Ms. Edvaldo Nunes da SILVA FILHO.

Monografia (Pós-graduação em Engenharia de Segurança do


Trabalho) – Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ

1. Limpeza de fachada. 2. Atividade em altura 3. Risco.

UNIPÊ / BC CDU - 614.8.084


EDILSON TEOTONIO DO NASCIMENTO SANTOS

ATIVIDADE DE LIMPEZA DE FACHADA EXTERNA EM


EDIFICAÇÕES VERTICAIS.

Trabalho aprovado em: _____/______/______

Nota:

Prof. Ms. EDVALDO NUNES DA SILVA FILHO


ORIENTADOR

JOÃO PESSOA – PB
2018
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por tudo que tem feito em minha vida, como também
a sua Mãe e minha, a Virgem Maria, por interceder e auxiliar nos momentos difíceis;

Ao meu orientador e amigo Ms. Edvaldo Nunes da SILVA FILHO, sempre prestativo e
disposto a auxiliar em todos os momentos de dúvidas compartilhando o conhecimento, para á
realização deste trabalho.

À minha amada esposa Samara Teixeira que me presenteou com nosso filho Emanuel e
que tem apoiado e compreendido os momentos de ausência;

Aos meus pais e irmãos que sempre me incentivaram a estudar e lutar em prol dos meus
objetivos.

Aos meus familiares e amigos que tiveram que aceitar minha ausência em diversos
momentos;

A minha sogra e amiga Professora Maria Odete que até aqui tem me ajudado com sua
colaboração na estruturação deste trabalho;

Ao Centro Universitário de João Pessoa-UNIPÊ por oferecer professores qualificados


para ministrar o Curso de Especialização nos dando a oportunidade de adquirirmos melhor
qualificação e conhecimento.
EPÍGRAFE

“Um ladrão rouba um tesouro, mas não furta a inteligência.


Uma crise destrói uma herança, mas não uma profissão.
Não importa se você não tem dinheiro, você é uma pessoa rica,
pois, possui o maior de todos os capitais: a sua inteligência.
Invista nela. ESTUDE!”
- Augusto Cury
RESUMO

No Brasil, os acidentes do trabalho acontecem com mais frequência na construção civil,


incluindo aqueles envolvendo quedas de trabalhadores, as quais podem causar lesão,
afastamento ou óbito. Dentre as operações da construção, inclui-se a limpeza de fachadas,
operação de manutenção na qual o trabalhador corre o risco de queda. Este trabalho é um estudo
de caso que analisa como é realizada a limpeza de fachada em uma edificação vertical de João
Pessoa. A pesquisa foi desenvolvida ao longo de visitas ao local onde era executada a atividade,
com a aplicação de um checklist correlacionando a teoria e a prática, aplicando normas
regulamentadoras que envolvem a execução desta atividade (NR-6; NR-18 e NR-35),
redundando na elaboração de uma Análise Preliminar de Risco – APR. Como resultado,
observaram-se diversas inconformidades no tocante ao que recomenda a legislação específica
para tal atividade. Destaca-se aqui a inexistência de treinamentos, já que as técnicas de execução
e de segurança utilizadas são baseadas nas experiências pessoais dos funcionários, adquiridas
em outras empresas. O não conhecimento das normas técnicas de segurança interfere na
qualidade do processo executório da atividade, gerando informalidade e perigo no processo,
haja vista que o trabalhador estará exposto a risco iminente.

Palavras chaves: Limpeza de fachada; Atividade em altura e Risco.


ABSTRACT

In Brazil, there are high rates of work accidents, of which the most frequent are associated to
industrial activities of building construction, construction and maintenance, particularly those
involving falls of workers that can take injury, work leave or death. The facade cleaning in
vertical building is considered as a stage of maintenance that to realize it the worker get serious
and imminent risks for involving activity in height. In reason of this problem, this coursework
aims for analyze how is being done the façade cleaning in vertical buildings, as well as to
correlate with the safety regulation standards. The research was developed based on a case
study, in which visits were made in the execution of activity. The informations to execution of
work in height was collected from the application of a checklist correlating theory and practice,
applying regulatory norms related with the execution of this activity (NR-6, NR-18 and NR-
35) of which was possible the elaboration of a Preliminary Analyze of Risk – PAR. As a result,
it was observed the unconformities about what the specific legislation recommends for such
activity. With it, from of observations made during the cleaning facade activity, it was checked
up that execution and safety techniques used are based on personal experiences of employers
acquired from other companies. A lack of knowledge about the technical safety standards
interferes in the quality of the activity's enforcement process, generating informality and danger
in the process, considering that the worker will be exposed to imminent risk.

Keywords: Facade cleaning; Work at height and risk.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 Capacete para proteção contra impactos de objetos sobre o crânio ........................ 25
Figura 02 Capuz para proteção do crânio e pescoço contra risco de origem tèrmica ............. 25
Figura 03 Óculos para proteção dos olhos contra luminosidade intensa com cordão de
segurança .................................................................................................................................. 26
Figura 04 Mascara de proteção ................................................................................................. 26
Figura 05 Luvas ....................................................................................................................... 27
Figura 06 Protetor facial ......................................................................................................... 27
Figura 07 Bota em PVC, cano médio ...................................................................................... 27
Figura 08 Cinto de segurança do tipo paraquedista de cinco pontos....................................... 28
Figura 09 Trava-quedas para corda 12mm, trava-quedas para cabo de aço 8mm................... 29
Figura 10 Conectores(mosquetões) ......................................................................................... 31
Figura 11 Cordas ..................................................................................................................... 32
Figura 12 Fatores de queda: menor que um (<1); igual a um (=1); igual a dois (=2) ............. 35
Figura 13 Edifício onde foi realizado a limpeza...................................................................... 43
Figura 14 Condensadores dos ar-condicionados (risco adicional) .......................................... 44
Figura 15 Cadeira suspensa improvisada ................................................................................ 45
Figura 16 Cinto de segurança com fivelas oxidadas e folgadas no corpo do trabalhador ....... 46
Figura 17 Inexistência de trava-quedas ................................................................................... 46
Figura 18 Inexistência de isolamento e sinalização da área abaixo da atividade .................... 46
Figura 19 Risco ao trabalhador ................................................................................................ 47
Figura 20 Ajudante .................................................................................................................. 48
Figura 21 Sistema de ancoragem improvisado (carangueijo) ................................................. 48
Figura 22 Corda de segurança com emenda e vários nós onde pergorre o talabarte ............... 49
Figura 23 Quina viva ............................................................................................................... 49
Figura 24 Falta de EPI ............................................................................................................. 50
Figura 25 Análise Preliminar de Risco na Limpeza de Fachada Externa em Edificações
Verticais .................................................................................................................................... 55
LISTA DE TABELAS

Quadro 01 Classificação dos riscos ocupacionais .................................................................... 17


Quadro 02 Modelo de cadeiras suspensa .................................................................................. 30
Quadro 03 Os cincos pilares do trabalho em altura ................................................................. 33
Quadro 04 Incumbências do supervisor do trabalho em altura ............................................... 37
Quadro 05 NBR 16325-1: dispositivos de ancoragens dos tipos (A, B e D) .......................... 39
Quadro 06 Conformidades na execução do trabalho ............................................................... 50
Quadro 07 Não conformidades na execução do trabalho ........................................................ 51
Quadro 08 Graduação dos riscos ocupacionais na execução da atividade .............................. 53
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


APR Análise Preliminar de Risco
AR Análise de Risco
ASO Atestado de Saúde Ocupacional
CA Certificado de Aprovação

CTL Consolidação das Leis Trabalista

DORT Doenças Osteoarticulares Relacionadas ao Trabalho

SRT Superintendência Regional do Trabalho

EPI Equipamento de Proteção Individual

FISPQ Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MTE Ministério do Trabalho e Emprego

NBR Norma Brasileira

NFPA National Fire Protection Associantion

NR-3 Norma Regulamentadora nº 3

NR-5 Norma Regulamentadora nº 5

NR-6 Norma Regulamentadora nº 6

NR-18 Norma Regulamentadora nº 18

NR-35 Norma Regulamentadora nº 35

OMS Organização Mundial da Saúde

PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 13
2 OBJETIVOS...................................................................................................................... 14
2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 14
2.2 Objetivo Específicos .................................................................................................. 14
3 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 14
4 ABORDAGEM TEÓRICA CONCEITUAL .................................................................... 16
4.1 Características da atividade ............................................................................................. 16
4.1.1 Riscos relacionados à limpeza de fachada externa em edificações verticais ............ 16
4.1.2 Riscos ocupacionais .................................................................................................. 17
4.1.3 Risco principal .........................................................................................................18

4.1.4 Riscos adicionais ......................................................................................................18

4.1.4.1 Riscos ergonômicos na execução da atividade .............................................19

4.1.4.2 Risco elétrico na execução da atividade ........................................................ 19


4.1.4.3 Risco de radiação não ionizante na execução da atividade............................20
4.1.4.4 Risco de umidade na execução da atividade .................................................. 20
4.1.5 Análise de riscos ...................................................................................................... 20
4.2 Acidente de Trabalho........................................................................................................ 21
4.3 Equipamento de Proteção Individual – NR-6 ................................................................... 22
4.3.1 EPI’s utilizado na limpeza de fachada externa em edificações verticais ................... 24
4.3.1.1 Capacete ................................................................................................................... 24
4.3.1.2 Capuz ........................................................................................................................ 25
4.3.1.3 EPI para proteção dos olhos...................................................................................... 25
4.3.1.4 EPI para proteção respiratória ................................................................................... 26
4.3.1.5 EPI para proteção dos membros superiores .............................................................. 26
4.3.1.6 EPI para proteção dos membros inferiores ............................................................... 27
4.3.1.7 Cinto de segurança do tipo paraquedista .................................................................. 28
4.3.1.8 Trava-quedas ............................................................................................................. 28
4.4 Equipamento de acesso .................................................................................................. 29
4.4.1 Cadeiras suspensas ....................................................................................................... 29
4.4.2 Acessórios .................................................................................................................... 31
4.4.2.1 Conectores (mosquetão) ........................................................................................... 31
4.4.2.2 Cordas ....................................................................................................................... 31
4.5 NORMA REGULAMENTADORA Nº 35 APLICADA NA ATIVIDADE DE LIMPEZA
DE FACHADA EXTERNA EM EDIFICAÇÕES VERTICAIS ............................................. 33
4.5.1. força de impacto ......................................................................................................... 35
4.5.2 fator de queda............................................................................................................. 35
4.5.3 força de queda menor que um (<1) ............................................................................ 36
4.5.4 força de queda igual a um (=1) .................................................................................. 36
4.5.5 força de queda igual a dois (=2)................................................................................. 36
4.5.6 treinamento para trabalho em altura .......................................................................... 36
4.5.7 resgate na atividade de trabalho em altura ................................................................. 38
4.5.8 sistema de ancoragem ................................................................................................ 38
4.5.9 suspensão do trabalho-direito de recusa .................................................................... 41
5 PROCEDIMENTO METODOLÓGICOS ............................................................................ 42
6 RESUALTADOS E DISCUSSÕES:ESTUDO DE CASO DA EXECUÇÃO DE LIMPEZA
DE FACHADA EXTERNA EM EDIFICAÇÕES VERTICAIS ............................................. 43
6.1 Caracteristica da área de estudo ...................................................................................... 43
6.2 Execução da atividade de limpeza de fachada externa ................................................... 44
6.3 Análise preliminar de risco aplicada na limpeza de fachada externa em edificações
verticais ................................................................................................................................. 54
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS e/ou RECOMENDAÇÕES .................................................... 56
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 58
APÊNDICE .............................................................................................................................. 61
13

1 INTRODUÇÃO

Apesar dos números negativos nos últimos anos, o setor da construção civil vem sendo
reaquecido devido a incentivos governamentais para compra de imóveis. Sendo um dos maiores
motivos a falta de segurança, muitas famílias estão preferindo residir em apartamentos, por
serem também mais baratos do que casas. Por estes motivos, o número de construções de
edifícios vem aumentando.

As edificações verticais passam por duas fases, a de construção e a de uso, onde durante
o uso se faz necessário sua manutenção (JOHN, 1989). Com os desgastes dos edifícios através
dos processos antrópicos e naturais, as fachadas externas necessitam de manutenção para
manter suas características estruturais e valorização do imóvel. Um dos aspectos da manutenção
para a conservação das características dos edifícios é a limpeza da fachada externa.

Na realização desta atividade, envolver-se-á o regimento de algumas NR’s, no quis diz


respeito ao trabalho em altura, para uma melhor qualidade da execução do serviço prestado,
além de garantir a segurança para quem o realiza. Em seu cumprimento, o trabalhador estará
exposto a risco grave e iminente, pois este estará sempre dependurado e por esse motivo será o
principal risco que o trabalhador estará exposto, podendo ocasionar muitas vezes a queda, seja
por negligência ou imperícia, acarretando em lesões permanentes ou até mesmo a morte.

Em virtude desta problemática, este trabalho visa analisar como está sendo realizada a
limpeza de fachada externa em edificações verticais, assim como correlacionar às normas
regulamentadoras de segurança com o que é exercido por determinada empresa típica do ramo,
identificando as conformidades e inconformidades e apresentando melhorias para
implementação destas normas.
14

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar a atividade em altura na limpeza de fachada externa em edificações verticais,


no que se refere às diretrizes legais e boas práticas aplicáveis.

2.2 Objetivos Específicos

Correlacionar à teoria e prática aplicando por meio do reconhecimento das normas


regulamentadoras NR-6, NR-18 e NR-35.

Elaborar Análise Preliminar de Risco (APR) para a limpeza de fachada externa em


edificações verticais.

Identificar os riscos envolvidos no trabalho em altura.

3 JUSTIFICATIVA

Em tempos atuais, segurança do trabalho tem sido bastante discutido, seja nos meios de
comunicação falada ou escrita. No Brasil, existem altos índices de acidentes do trabalho, onde
os mais frequentes são associados às atividades industriais da construção civil, construção e
manutenção, especialmente aquelas envolvendo quedas de trabalhadores que pode causar lesão,
afastamento ou óbito. Estão expostos a essas situações pedreiros, carpinteiros e serventes que
estejam executando serviços em escadas, telhados, andaimes ou fachadas.

John (1989), diz que após a construção de um edifício, começa a fase de uso e
consequentemente a sua manutenção. A limpeza de fachada externa de edifício vertical é
considerada como etapa de manutenção onde para realizar essa manutenção o trabalhador corre
risco grave e iminente por envolver trabalho em altura (SILVA FILHO, 2017). A queda em
altura está associada no Brasil, com aproximadamente 40% dos acidentes de trabalho
registrados (REVISTA PROTEÇÃO, 2012). Apesar dos números de afastamentos e óbitos
serem alarmantes, oficialmente estatísticas mostra que Brasil passa por uma redução desses
números, e isto acontece de forma gradativa, ano após ano (REVISTA CIPA, 2017). Esses
acidentes estão associados às atividades de aplicação de revestimentos, pinturas, manutenção e
conservação de fachadas de edifícios (PAMPALON; LENCI FILHO; VICENTE, 2004).
15

Assim, como em qualquer atividade do setor privado, muitas vezes a forma escolhida
para obter maiores lucros se dá através da redução irrestrita dos custos, nesse caso, fazendo uso
de equipamentos de acesso ao local de trabalho de baixa qualidade, como baixa resistência,
durabilidade ou até mesmo improvisando equipamentos, deixando assim, o trabalhador mais
exposto a acidente. Como alguns profissionais do setor não percebem o impacto da segurança
do trabalho na empresa, com frequência ela é deixada para segundo plano (ROCHA, 2000).

A Norma Regulamentadora n°35 (NR-35) estabelece, portanto, os requisitos mínimos


para atividades executadas acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior, e preconiza a
realização das tarefas ao nível do chão, ou seja, tem como base a filosofia de não expor o
trabalhador ao risco de queda por meio da busca de alternativas.

Portanto, devido aos trabalhadores que fazem essas atividades de limpeza de fachada
externa em edificações verticais estar em risco grave e eminente, viu-se a necessidade de
abordar as Normas Regulamentadoras nº 06 a NR- 18e especificamente a NR-35 que aborda o
trabalho em altura.
16

4 ABORDAGEM TEÓRICO CONCEITUAL

4.1Características da atividade

A limpeza de fachada de edificações, classificada como parte da manutenção, é a etapa


em que surge a maioria dos riscos no que diz respeito ao trabalho em altura, sendo esta atividade
definida como toda atividade executada acima de 2,00 m do nível inferior e quando há presença
de risco de queda (SILVA FILHO, 2017), pois o trabalhador corre risco grave e iminente desde
a montagem do equipamento até a execução do serviço. A Norma Regulamentadora nº 35 (NR-
35), “estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura,
envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a
saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade”.

Silva Filho (2017, p.30) agrupa a atividade em altura em três formas e especifica a
atividade de limpeza de fachada externa em condomínio horizontal no “grupo I: Atividade
desenvolvida com equipamento de trabalho, que serve para o trabalhador firmar-se, como por
exemplo, atividade utilizando andaimes, cadeira suspensa e equipamentos de guindar”, devido
a essa atividade em trabalho em altura, o trabalhador corre risco grave e iminente que é aquele
que tem potencial de provocar acidente fatal ou lesão permanente e sua exposição pode
provocar dano de forma imediata. O descumprimento da Norma Regulamentadora pode gerar
embargo e interdição dos serviços, conforme disposto na Norma Regulamentadora nº 3 (NR-3)
fiscalizado pela DRT (Delegacia Regional do Trabalho). O cumprimento das Normas
Regulamentadoras não isenta o condomínio de atender às demais leis e códigos vigentes sobre
Segurança e Saúde do Trabalhador, nas esferas municipais e estaduais.

4.1.1 Riscos relacionados à limpeza de fachada externa em edificações vertical.

Silva Filho (2017, p.47) retrata “risco a condição de uma variável que tem o potencial
suficiente para causar danos. Em síntese, significa a possibilidade de perigo”. Entretanto o risco
só será compreendido se for avaliado o perigo que existe na execução da atividade. O perigo
definido também como situação contendo grande potencial de dano, no que se refere a lesões,
dano à saúde, patrimônio ou meio ambiente (OHSAS 1800, 2007), seguindo mesmo
pensamento, Silva Filho (2017, p.47) afirma que o perigo “expressa uma exposição relativa a
17

um risco, que favorece a sua materialização em dano”. O mesmo afirma que dano é a gravidade
da lesão.

A edificação pode ser agrupada em duas distintas fases: produção e uso (JOHN, 1989).
Durante a fase de uso, requer a manutenção, fase esta de suma importância para a valorização
e principalmente para conservar características originais do projeto. Este trabalho faz relação à
manutenção, em específico, a limpeza de fachada externa em condomínio habitacional vertical
revestido com cerâmica.

4.1.2 Riscos ocupacionais

Os riscos envolvendo trabalho em altura encontra-se nos métodos de trabalho de


montagem, execução da atividade propriamente dita e desmontagem. “Conhecimento, também,
do tempo de execução, matérias primas, insumos, ferramentas, utensílios, equipamentos da
atividade, forma de acesso, e forma de abastecimento. Reconhece-se, portanto, os riscos
adicionais à execução da atividade, tais como: risco químico, físico e biológico e de acidente”
(SILVA FILHO, 2017, p.34). Em síntese, os riscos ocupacionais são causas frequentes de
acidentes no trabalho, elevando o número de absenteísmo e diminuindo a produtividade da
empresa.
Os riscos ocupacionais descritos acima estão classificados e divididos em grupo de
cores, estas são usadas quando se elabora um mapa de risco. O quadro 01 demonstra a tipologia
de cada risco como também a sua cor representativa, adaptado para a atividade de limpeza de
fachada externa em condomínio habitacional vertical.

Quadro 01 – Classificação dos riscos ocupacionais


Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5
Verde Vermelho Marrom Amarelo Azul
Riscos Riscos Riscos Riscos Riscos de
físicos químicos Biológicos ergonômicos acidentes

Radiações não Exigência de postura Queda


ionizantes inadequada
Produtos ______ Arranjo físico
Calor químicos Repetitividade inadequado (cadeira
suspensa improvisada)
Umidade Stresse/ Insônia
Eletricidade

Fonte: Adaptada da Portaria MTE nº 25/1994 acesso 22/11/2017.


18

A noção de risco ocupacional, que tem orientado muitas intervenções nos ambientes
de trabalho, apresenta como limitações a dependência do conhecimento prévio sobre os
determinantes de agravos e a menor viabilidade de uso desta noção quando se desconhece uma
relação direta entre o agente de risco e o efeito à saúde. (Ayres, 2002).

A Organização Mundial da Saúde – OMS estima que, na América Latina, apenas entre
1 e 4% das Doenças Ocupacionais são notificadas, tendo-se em conta que no Brasil os dados
oficiais restringem-se apenas ao universo dos trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis
do Trabalho - CLT. (OMS, 1999).

4.1.3 Risco principal

No âmbito da atividade de limpeza de fachada externa em edificações verticais,


podemos citar o risco de queda como sendo o mais perigoso, devido a isso é considerado como
risco principal na execução da atividade. Isto devido o trabalhador desempenhar a atividade em
altura por um longo período de tempo dependurado. Este executante corre risco grave e
iminente, pois, encontra-se exposto a queda em todo período da atividade, e isto acontecendo,
pode causar ao trabalhador sérios danos ou até mesmo a óbito.

4.1.4 Riscos adicionais

Além dos riscos de queda em altura, considerado como risco principal pode existir
outros, específicos de cada ambiente ou processo de trabalho que podem expor, direta ou
indiretamente, a integridade física e a saúde do trabalhador. Portanto, faz-se necessário,
atenção especial também para tais riscos adicionais e medidas preventivas de controle devem
ser estudadas e implementadas, (BRASIL, 2012). Dentre tais riscos é possível destacar:

 Radiações não ionizantes;


 Produto químico;
 Presença de pessoal não autorizado;
 Queda de materiais;
 Umidade;
 Ergonômico;
 Elétrico;

Na atividade de limpeza de fachada externa em edificações verticais, a NR-35


recomenda o isolamento e a sinalização no entorno da área de trabalho, visando evitar acidentes
19

por eventual queda de objetos utilizados na execução da atividade ou até mesmo a queda do
trabalhador.

4.1.4.1 Risco ergonômico na execução da atividade

O corpo humano possui características que influenciam no desempenho do trabalho,


como a resistência à fadiga, a idade, o sexo, as respostas orgânicas ao estresse e ao ambiente de
trabalho. Na execução da atividade de limpeza de fachada externa em edificações verticais, o
trabalhador está em constate movimento dos membros superiores, que quando não estão
fazendo uso do jato de água de alta pressão estão utilizando escova. Devido a estes fatores, o
trabalhador fica exposto a Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), a
tarefa em si exige a elevação dos braços, muitas vezes, por um longo período acima do nível
dos ombros, além de movimentos repetitivos exigindo assim que a musculatura fique contraída.
Dessa forma, a atividade pode gerar fadiga e tendinite nos ombros e punhos.

Vale salientar que o trabalhador fica sempre sentado sem encosto na execução da
atividade, podendo gerar dores lombares ou cervicais, por causa da adequação postural errada
para o exercício do trabalho, devido a cadeira suspensa não se adequar com o porte físico do
trabalhador.

4.1.4.2 Risco elétrico na execução da atividade

Na execução da atividade de limpeza de fachada externa em edificações verticais


utilizando hidrojateamento, surge o risco elétrico, este é potencializado pelo constante contato
com a água. Sempre quem trabalha com equipamentos elétricos estarão mais expostos aos riscos
da eletricidade (ROZA FILHO, 2012).

O contato da energia com a água causa descarga elétrica e tem por consequência o
choque elétrico, essa perturbação pode causar ao trabalhador tentanização (contração violenta
dos músculos), parada respiratória, queimaduras entre outros, fatores esses, que podem
conduzir a batidas do corpo do trabalhador na parede e até mesmo a queda do equipamento
como consequência do choque elétrico. Assim, é de suma importância atentar-se a análise de
risco desta atividade já que acidentes elétricos quando não são fatais podem causar sequelas
irreversíveis à vítima.
20

4.1.4.3 Risco de radiação não ionizante na execução da atividade

A mais conhecida fonte de radiação não ionizante é o sol que se caracteriza por não
possuir energia suficiente para arrancar elétrons dos átomos, ou seja, se ionizar. Entretanto,
causa um aumento na vibração das moléculas aumentando a temperatura dos tecidos biológicos.

Na execução de limpeza de fachada o trabalhador esta expostos a raios dos tipos UVA
e UVB, onde estes raios são responsáveis pelo envelhecimento precoce da pele, queimaduras
solares e podem provocar o surgimento de câncer de pele.

4.1.4.4 Risco de umidade na execução da atividade

A umidade é característica da atividade de limpeza de fachada, e o executante estará


exposto durante a maior parte do tempo da realização do seu trabalho, pois, o trabalhador
sempre faz uso de água, seja por hidrojateamento ou utilizando esfregão. Vale salientar que
esse risco de umidade não leva o trabalhador a morte instantânea, seus danos podem ser gripe,
pneumonia entre outros.

4.1.5 Análise de risco

Em toda NR-35 encontra-se a frase análise de risco, isto devido à importância que tem
essa ferramenta em identificar os riscos antes da execução da atividade. A NR-35 em seu item
35.4.5diz que: “Todo trabalho em altura deve ser precedido de Análise de Risco”, e essa análise
é de responsabilidade do empregador, que além dos riscos inerentes ao trabalho em altura deve
considerar:

35.4.5.1 A Análise de Risco deve, além dos riscos inerentes ao trabalho em altura,
considerar:
a) o local em que os serviços serão executados e seu entorno;
b) o isolamento e a sinalização no entorno da área de trabalho;
c) o estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem;
d) as condições meteorológicas adversas;
e) a seleção, inspeção, forma de utilização e limitação de uso dos sistemas de proteção
coletiva e individual, atendendo às normas técnicas vigentes, às orientações dos
fabricantes e aos princípios da redução do impacto e dos fatores de queda;
f) o risco de queda de materiais e ferramentas;
g) os trabalhos simultâneos que apresentem riscos específicos;
h) o atendimento aos requisitos de segurança e saúde contidos nas demais normas
regulamentadoras;
i) os riscos adicionais;
j) as condições impeditivas;
k) as situações de emergência e o planejamento do resgate e primeiros socorros, de
forma a reduzir o tempo da suspensão inerte do trabalhador;
21

l) a necessidade de sistema de comunicação;


m) a forma de supervisão. (BRASIL, 2012).

Podem-se citar como exemplo as condições climáticas adversas, ventos, chuvas,


insolação, descargas atmosféricas ou trânsito de veículos e pessoas, ou seja, influências que
interfiram ou impeçam a continuidade das atividades (BRASIL, 2012).

Seguindo essa ordem podemos tomar como metodologia a Análise Preliminar de Risco
(APR) que é uma ferramenta de análise de risco utilizada na fase inicial de concepção e
desenvolvimento de atividades e na determinação dos riscos que possam existir como afirma
Amorim, (2013 apud ALBERTO, 2013). A APR é realizada mediante a listagem dos riscos
associados aos elementos da atividade, compreendendo as seguintes etapas:

Reunião dos dados necessários disponíveis sobre o sistema em estudo, através de


informações proporcionadas pela experiência prévia com qualquer atividade
semelhante, ou que utilize equipamentos e materiais similares;
Realização da análise preliminar de riscos, considerando, por exemplo, equipamentos
e materiais perigosos, fatores ambientais, procedimentos operacionais e de
atendimento a emergências e sistemas de segurança;
Registro de resultados através da tabela, descrevendo: fatores de risco, causas, efeitos
potenciais, categorias de frequência, severidade e risco, bem como as medidas
corretivas e preventivas. (AMORIM,2013 apud ALBERTO, p. 33).

4.2 ACIDENTE DE TRABALHO

Caracterizado por uma interação direta, repentina e involuntária entre a pessoa e o


agente agressor, o acidente de trabalho está relacionado aos riscos ocupacionais, e aos
elementos encontrados no ambiente de trabalho que podem causar dano ao corpo do trabalhador
(BRASIL, C. et al. 2005)

A lei 8.213, de Julho de 1991, dispõe sobre os planos de benefícios da previdência


social e o seu artigo 19 conceitua acidente de trabalho como “aquele que ocorre pelo exercício
do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais,
provocando, direta ou indiretamente, lesão corporal, doença ou perturbação funcional que cause
a morte, ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. No
artigo 20 da mesma lei, são considerados acidentes de trabalho:

“Doença Profissional: produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar


a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério
da Previdência Social; e,
Doença do Trabalho: adquirida ou desencadeada em função de condições especiais
em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante de relação
elaborada pelo Ministério da Previdência Social”.(BRASIL, 1991).
22

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define, acidente de trabalho


como “ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício do
trabalho, que provoca lesão pessoal ou de que decorre risco próximo ou remoto dessa lesão
pessoal” NBR 14280 (2001, p.02). E de acordo com o que diz Cardella (2010), o acidente
acontece porque a mente se envolve com o trabalho e esquece o corpo.
Acidentes de trabalho segundo o Ministério da Previdência, Assistência Social e
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), diz que no Brasil, os prejuízos sócios e
econômicos relacionadas ao impactam diretamente nos cofres públicos e principalmente na vida
dos familiares que tem vítimas de acidente do trabalho, (DRAGONI, 2005).
Muitos acidentes de trabalho estão relacionados a condições pessoais de insegurança,
e são definidos como causa de acidentes que reside exclusivamente no fator humano, decorrente
da execução de tarefas de forma contrária às normas de segurança (De Cicco, 1882) ou por
imprudência ou imperícia.
A FUNDACENTRO (2011) relaciona situações mais frequentes de insegurança: Das
condições pessoais de insegurança:
• Não uso de EPI;
• Trabalho sob a influência de álcool e/ou outras drogas;
• Realização de manutenção de equipamentos em operação;
• Utilização de equipamentos de maneira incorreta;
• Tornar os dispositivos de segurança inoperáveis;
• Levantamento de objetos de forma incorreta;
• Adoção de uma posição inadequada para o trabalho;
• Brincadeiras indesejáveis.

Dos fatores ambientais de insegurança:


• Equipamentos de proteção inadequados ou insuficientes;
• Ferramentas, equipamentos ou materiais imperfeitos;
• Operação de equipamentos sem autorização;
• Falta de sinalização;
• Radiação não ionizante;
• Trabalho a céu aberto;
• Umidade;
• Utilização de produtos químicos (produto de limpeza). (FUNDACENTRO, 2011).

4.3 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – NR-06

Todas as atividades relacionadas à construção civil representam riscos, tanto para


quem trabalha como para quem circula pelo local. Na atividade de limpeza de fachada externa
em condomínio habitacional vertical, caracterizado como trabalho em altura, devem ser
adotadas medidas de proteção devido ao risco de queda de trabalhador e também de projeção
de materiais, ferramentas, equipamentos entre outros, (RAZENTE, 2007), por esse motivo
23

existem leis e normas que regulam essas atividades dando segurança a essas pessoas que estão
em constantes e diversos riscos.
Os Equipamentos de Proteção Individual - EPI, definido na NR-6 (Brasil, 2012) como,
“todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinada à proteção
de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador”. É de obrigação dos
empregadores seu fornecimento, fiscalização e substituição deste, de acordo com o risco a que
o trabalhador esteja exposto, (CLT, 1943), e sua utilização um dever de todos trabalhadores
tendo como intuito de proteção aos riscos sujeitos de ameaça a segurança e a saúde no trabalho.

A cartilha de segurança Altiseg (2012), considera que devem ser seguidos os seguintes
aspectos na escolha dos EPI’s:

• Tipo de atividade a ser executada;


• Tempo de exposição aos riscos;
• Gravidade e frequência dos acidentes;
• Condições do local de trabalho e das regiões próximas;
• Ergonomia (estrutura física do trabalhador);
• Tipos de danos aos quais os trabalhadores ficarão expostos em caso de
acidente;
• Acessórios adequados à tarefa;
• Influências externas, etc.

Os EPI’s de fabricação nacional ou importado só poderá ser comercializado com a


indicação do Certificado de Aprovação (CA) que de acordo com a NR-6 terá validade:

a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não tenham
sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO;
b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do SINMETRO, quando
for o caso. (BRASIL, 1978).

No item 6.11.1 da NR-6, fala sobre as constâncias do Ministério do Trabalho e


Emprego - MTE referente à:

a) cadastrar o fabricante ou importador de EPI;


b) receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o CA de EPI;
c) estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios de EPI;
d) emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador;
e) fiscalizar a qualidade do EPI;
f) suspender o cadastramento da empresa fabricante ou importadora; e
g) cancelar o CA. (BRASIL, 1978).
24

De acordo com o Art. 156 da CLT, competem especialmente às SRT, nos limites de
sua jurisdição:

I. promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do


trabalho;
II. adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste
Capítulo, determinando as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, se
façam necessárias;
III. impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes deste
Capítulo, nos termos do art. 201 (BRASIL, 1943).

4.3.1 EPI’s utilizados na limpeza de fachada externa em edificações verticais

Os tipos de EPI’s utilizados na atividade de limpeza de fachada externa em


condomínio habitacional vertical estão correlacionados com a NR-35 e devem ser utilizados
sempre que as medidas gerais não forem suficientes e completas para a proteção contra os riscos
de acidentes ou enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implementadas ou
ainda para atender situações emergenciais, (BRASIL, 2011). É sabido de todos que os EPIs não
serão a única solução para à proteção dos trabalhadores, pois, é necessário pensar na proteção
como um sistema completo.
Os EPI’s utilizados conforme a NR-06, encontram-se agrupados em: proteção da
cabeça; dos olhos e face; da audição; do tronco; respiratória; dos membros superiores e
inferiores; contra queda em diferença de nível.

4.3.1.1 Capacete

A portaria do Inmetro nº 118/2009, trata da fiscalização do estabelecimento das


especificações e métodos de ensaio para capacetes de segurança para uso industrial de acordo
com a NBR 8221. Estes são produzidos, em sua maioria, em polietileno de alta densidade e seu
uso é obrigatório para trabalho em altura, devendo possuir jugular. Tendo sua função de reduzir
os efeitos de impactos de objetos contra a cabeça e diminuir a gravidade do ferimento. Os
capacetes são divididos em dois grupos, classe A e B, e subdivididos conforme o tipo da aba,
contudo, para o trabalho de limpeza de fachada externa em edificações verticais, recomenda-se
o capacete com jugular e sem aba (tipo III) devido a facilidade para movimentos da cabeça e
visão angular que permite maior agilidade, como mostra a Figura 01.
25

Figura 01:Capacete para proteção contra impactos de objetos sobre o crânio.


Fonte: http://www.prosek.com.br/dicas, acesso 29/11/2017.

4.3.1.2 Capuz

Capuz é usado na execução das atividades onde o trabalhador está exposto a radiação solar tendo
sua importância na proteção do crânio e pescoço contra riscos de origem térmica.

Figura 02: Capuz de proteção


Fonte:
https://www.fertekferramentas.com.br/touca-
arabe-sem-aba-em-helanca-nexus-355 acesso
10/02/2018.

4.3.1.3 EPI para proteção dos olhos.

Ramos (2009) destaca que os óculos são EPI’s utilizados para evitar perfuração dos
olhos através de corpos estranhos como no corte de arames e cabos que possam prejudicar a
visão. Conforme a NR-6, os EPI’s correspondem aos dispositivos responsáveis pela proteção
26

dos olhos contra respingos de produtos químicos, luminosidade, radiações, poeiras e trabalhos
com objetos perfurantes como pode ser visto na Figura 03.

Figura 03: Óculos para proteçãocom cordão de


segurança
Fonte:https://www.clasf.com.br/oculos-
prote%C3%A7%C3%A3o-anti-em-campinas-
9160220/acesso 29/11/2017.

4.3.1.4 EPI para proteção respiratória

As máscaras são peças semifaciais destinadas a proteger o sistema respiratório dos


trabalhadores contra produtos voláteis e poeiras.

Figura 04: Máscara de proteção


Fonte: http://www.dutramaquinas.com.br, acessado 29/11/2017.

4.3.1.5 EPI para proteção dos membros superiores

Os materiais de fabricação variam de acordo com as funções desempenhadas por quem


irá usá-los. A NR-6 afirma que a proteção dos membros superiores é realizada através do uso
de luvas, de creme protetor com demonstrado na Figura 05e 06.
27

Figura 05: Luva de segurança em látex Figura 06: Protetor facial contra radiação
Fonte: http://www.dutramaquinas.com.br, ultravioleta.
acessado 29/11/2017. Fonte: http://www.dutramaquinas.com.br,
acessado 29/11/2017.

4.3.1.6 EPI para proteção dos membros inferiores

Os membros inferiores dos trabalhadores de um modo geral são protegidos pelo uso
de EPI’s, denominados de calçados, segundo a NR-6 os mesmos são divididos em: calçado para
proteção contra impactos de quedas de objetos sobre os artelhos (articulações), agentes
térmicos, abrasivos, cortantes e perfurantes; calçados para proteção de pernas e pés contra
umidade proveniente de operações com uso de água, e contra respingos de produtos químicos
ilustrados na Figura 07.

Figura 07: Bota em PVC, cano médio.


Fonte: http://www.mosenaoffice.com.br/?secao=produtos,
acesso 29/11/2017.
28

4.3.1.7 - Cinto de segurança do tipo paraquedista

Tem sua função de reter o trabalhador em caso de queda, sendo definido como
componente de segurança para trabalho em altura de forma a limitar, posicionar e suspender os
trabalhadores. Seu sistema é composto por fitas, fivelas de engate, fivelas de ajuste, pontos de
conexão que se divide em: um ponto de conexão dorsal – proteção contra quedas, um ponto de
conexão peitoral - proteção contra quedas, dois laterais na altura da cintura – posicionamento
em altura, um umbilical - sustentação ou suspensão. Existem outros elementos que ajustados
de forma adequada sobre o corpo de uma pessoa, pode ser utilizada para sustentar em caso de
queda, posicionar e limitar seu posicionamento, (SILVA FILHO, 2017). Sua norma
regulamentadora é a ABNT - NBR 15836 de 2010. Para a realização de limpeza de fachada
externa em edificações verticais recomenda-se sinto paraquedista de um ponto de conexão
dorsal. Ilustrado na Figura 08.

Figura 08: Cinto de segurança do tipo paraquedista de cinco


ponto
Fonte: http://www.facintos.com.br/, acesso 20/12/2017.

4.3.1.8 - Trava-quedas.

São utilizados em atividades que necessitam de uma corda de segurança ou linha de


vida como cadeira suspensa e andaimes. O trava-queda tem função de bloqueio automático em
caso de queda em operação vertical ou horizontal e funciona “deslocando ao longo de uma linha
de ancoragem, acompanhando o usuário sem exigir sua intervenção manual, durante as
mudanças de posicionamento sobre a linha de ancoragem quando ocorrer uma queda”, (SILVA
FILHO, 2017, p.89). É regulada pelas NBR 14626 de 2010, onde fala sobre trava-quedas para
linha flexível. Ver figura 09.
29

Figura 09: Trava-quedas para corda 12 mm, Trava-queda para cabo de aço 8mm.
Fonte: http://www.equivale.com.br/produto/trava-queda-para-corda-de-12mm-extensor-fita-
mult-1886a, acesso 29/11/2017.

4.4 Equipamento de Acesso

São equipamentos indispensáveis no ato da execução da atividade de limpeza de


fachada. Dentre esse equipamento os acessórios, também denominado de dispositivos de
ancoragem, são considerados de suma importância para efetivar a conexão do equipamento de
proteção à estrutura (SILVA FILHO, 2017).

4.4.1 Cadeiras suspensas

As cadeiras suspensas (balancim individual), são indicadas para atividades onde não
seja possível instalação de andaime, tem acionamento manual ou motorizado, com
movimentação vertical. São utilizadas de forma individual e deve ser usada em conjunto com
trava-quedas e cinturão paraquedista em cabo guia independente, atendendo os pré-requisitos
mínimos da NR-18 em relação a sua fabricação, ancoragem e uso. A NBR 14751 especifica os
requisitos e os ensaios de cada cadeira suspensas, no mercado existem quatro modelos como
mostra o quadro 02.
30

Quadro 02 – Modelos de cadeiras suspensa.

MODELOS DE CADEIRAS SUSPENSA

Modelo de cadeira suspensa projetada para


descida em corda de poliamida com trava queda
independente (12 mm de diâmetro, resistência de
2.000 kg)

Modelo de cadeira suspensa projetada para subida


e descida em corda de poliamida (12 mm de
diâmetro de qualquer comprimento). Não precisa
de peso para manter a corda esticada.

Modelo de cadeira suspensa projetada para


subida e descida em cabo de aço galvanizado ou
inox de qualquer comprimento (4,8 mm de
diâmetro, formação 6 x 19, com alma de aço,
resistência de 1.500 kg).

Modelo de cadeira suspensa especialmente


indicada para espaços confinados ou serviços em
que o trabalhador tenha necessidade de frente
livre para fácil operação de ferramentas ou
instrumentos. A movimentação é feita por outra
pessoa (vigia) usando um guincho.

Fonte: http://www.gulin.com.br/produtos-detalhe.asp?IDMenu=4&IDProd=272, acesso


30/11/2017.
31

4.4.2 Acessórios

São dispositivos de ancoragem e servem para efetiva a conexão do equipamento de


proteção à estrutura.

4.4.2.1Conectores (Mosquetão)

Conecta dois elementos, por exemplo, talabarte, solteiras, trava-queda, ascensores e


descensores por corda etc, ou um dispositivo de ancoragem, como fitas anel, cintas de
amarração, linha de vida ao cinto de segurança. Eles podem ser de aço forjado, alumínio ou aço
inox, atendendo os requisitos de métodos de ensaio da NBR 15837 de 2010. Ilustrado na
Figura10.

Figura 10: Conectores (Mosquetão)


Fonte: http://www.planetavertical.com.br/loja-de-
equipamentos/mosquetoes. acesso 04/02/2018.

4.4.2.2 Cordas

Existem inúmeros modelos de corda e cada uma é projetada para atividade específica,
ou para atender determinadas condições ambientais. Cordas de segurança ou linha de vida são
aquelas projetadas e fabricadas para pessoas, ou seja, têm suas características para garantir a
segurança de trabalhadores que eventualmente venha usá-la para acesso, amparar queda ou até
mesmo resgate e salvamento em altura.

A NBR 15.986 de 2011 trouxe para o Brasil, o padrão internacional usado nos Estados
Unidos e Europa, essa norma tem uma rigidez muito maior com relação à metodologia de ensaio
e teste, superando as cordas no padrão da NR-18 que só pede aos fabricantes testes regulares
32

de tração, ou seja, resistência mecânica. As cordas padrão NBR 15.986:2012 passam por vários
testes de qualidade dentre eles: testes de tração, dinâmico entre outros.

Quando falamos em corda rapidamente lembramo-nos dos nós, que são usados nas
terminações das mesmas com o objetivo de prender e/ou conectar alguma coisa, pois cada nó
tem sua aplicação seja para amarrar objetos, seja para conectar a corda à alguma estrutura física,
como exemplo a utilização dessa ferramenta em sistema de ancoragem. Os nós influenciam
diretamente na resistência mecânica da corda, um nó ou uma emenda diminui a sua resistência
em aproximadamente 40% a sua carga de ruptura, isso considerando um nó adequado e bem
feito. Por esse motivo que as cordas de segurança, ou seja, aquelas feitas para pessoas devem
ter uma resistência mínima de 2.000kg, ilustrada na figura 11.

As cordas utilizadas em trabalho em altura são denominadas de estáticas e oferecem


uma média de 3% de alongamento. São constituídas de fibras internas de poliamida e a trama
externa de poliéster de alta resistência mecânica. Algumas medidas básicas de cuidados devem
ser adotadas, são elas:

 Não pisar;
 Não expor ao sol desnecessariamente;
 Não expor ao calor;
 Não expor a superfícies abrasivas ou cortantes;
 Não expor a agentes químicos;
 Lavar periodicamente;
 Inspecionar antes de usar;
 Armazenar em local seco, limpo e arejado.

Figura 11: Cordas


Fonte:
https://casadepedraescalada.wordpress.com/2013/07/22/que-
corda-eu-compro.acesso 04/02/2018.
33

4.5 NORMA REGULAMENTADORA Nº 35 APLICADA NA ATIVIDADE DE


LIMPEZA DE FACHADA EXTENA EM EDIFICAÇÕES VERTICAIS

A Norma Regulamentadora nº 35 “estabelece os requisitos mínimos e as medidas de


proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de
forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente
com esta atividade”, (BRASIL, 2012). De forma a garantir o planejamento, organização e
execução, Silva Filho (2017, p.33), estabelece os cincos pilares do trabalho em altura no que se
refere à supervisão da tarefa propriamente dita, demonstrados no quadro 03.

Quadro 03 – Os cincos pilares do trabalho em altura.


OS CINCO PILARES DO TRABALHO EM ALTURA
Equipamento adequado às características da
atividade, tanto os coletivos, individuais, quanto os
EQUIPAMENTO necessários para a execução do trabalho. Inclui-se
aqui capacidade, objetivos, inspeção, manutenção e
limitações.
Dispositivos e equipamentos de proteção que visam
à retenção de quedas de pessoas e tombamentos de
ANCORAGEM equipamentos de trabalho, permite o
desenvolvimento seguro das atividades envolvendo
trabalho em altura.
Conhecer, de forma geral, a atividade envolvendo
trabalho em altura no que concerne o método de
montagem, execução, matérias primas, insumos,
ferramentas, utensílios, equipamentos da atividade,
ATIVIDADE forma de acesso e forma de abastecimento.
Reconhecer os riscos adicionais, (Físico, Químico,
Ergonômico e de Acidentes).
Ser capacitado e autorizado pelo empregador, de
forma a apresentar o atestado de saúde ocupacional
e preparo técnico para execução da atividade. Ser
capacitado para o trabalho em altura diz respeito a
TRABALHADOR
ser submetido e aprovado em treinamento, teórico e
prático, atendendo os pré-requisitos da NR-35.
Acidente ou incidente com trabalho em altura, o
empregador deve disponibilizar equipe para
RESGATE respostas em caso de emergências, podendo ser
34

própria, externa ou composta pelos próprios


trabalhadores que executam trabalho em altura,
(NR-35.6.1 e 35.6.1.1)
Fonte: Silva Filho, 2017.

A NR-35 define os procedimentos que devem ser adotados, e estabelece as


responsabilidades dos empregadores e dos funcionários. Entre as responsabilidades, destacam-
se a garantia da efetivação da norma, com a análise de risco e procedimentos operacionais. De
acordo com os itens referidos a seguir:

35.2.1 Cabe ao empregador:


a) garantir a implementação das medidas de proteção estabelecidas nesta Norma;
b) assegurar a realização da Análise de Risco - AR e, quando aplicável, a emissão da
Permissão de Trabalho - PT;
c) desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras de trabalho em
altura;
d) assegurar a realização de avaliação prévia das condições no local do trabalho em
altura, pelo estudo, planejamento e implementação das ações e das medidas
complementares de segurança aplicáveis;
e) adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das medidas de
proteção estabelecidas nesta Norma pelas empresas contratadas;
f) garantir aos trabalhadores informações atualizadas sobre os riscos e as medidas de
controle;
g) garantir que qualquer trabalho em altura só se inicie depois de adotadas as medidas
de proteção definidas nesta Norma;
h) assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando verificar situação ou
condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja
possível;
i) estabelecer uma sistemática de autorização dos trabalhadores para trabalho em
altura;
j) assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja forma será
definida pela análise de riscos de acordo com as peculiaridades da atividade;
k) assegurar a organização e o arquivamento da documentação prevista nesta Norma.

35.2.2 Cabe aos trabalhadores:


a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre trabalho em altura, inclusive
os procedimentos expedidos pelo empregador;
b) colaborar com o empregador na implementação das disposições contidas nesta
Norma;
c) interromper suas atividades exercendo o direito de recusa, sempre que constatarem
evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou a de outras
pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que
diligenciará as medidas cabíveis;
d) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas por
suas ações ou omissões no trabalho. (BRASIL, 2012).

O item 35.4.1.2.1 da citada norma ressalta a importância do trabalhador que realiza a


atividade em alturas ser apto, isto deve ser consignado no Atestado de Saúde Ocupacional –
ASO, (BRASIL, 2012). O ASO é um documento de caráter médico avaliativo que estabelece o
estado de saúde do trabalhador, sendo regulamentado pela norma regulamentadora nº 07
35

(Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO) do Ministério do Trabalho e


Emprego.

Contudo, para um bom planejamento das atividades, devem-se conhecer alguns fatores
relacionados às atividades envolvendo trabalho em altura, para que sejam adotadas medidas
preventivas, como serão vistas a seguir.

4.5.1 Força de impacto

A força de impacto influencia diretamente na gravidade da lesão, essa força é gerada


pela distância que o corpo se desloca, peso e velocidade que o corpo atinge na queda. Esses
fatos impactam diretamente na escolha do tipo e resistência do equipamento que será utilizado,
incluindo a ancoragem, que recebe aproximadamente o dobro do impacto sofrido.

4.5.2 Fator de Queda

Silva Filho, (2017, p.73), diz que o fator de queda “é a relação entre a distância da
queda e o comprimento da corda ou talabarte. É um dos elementos que governam a força de
impacto. Os dois são a natureza da corda e o peso da pessoa. Foi criado com objetivo de calcular
a força de impacto exercida pelo corpo do trabalhador no momento de uma queda”. A Figura
12 mostra os tipos de fatores de queda:

Figura 12: Fatores de queda: menor que um (< 1); igual a um (= 1) e igual a dois ( = 2).
Fonte:http://www.cursonr35.net/voce-sabe-o-que-e-fator-de-queda-nos-trabalhos-em-
altura/,acesso 03/12/2017.
36

Este valor é obtido pela formula:

hQ
𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑞𝑢𝑒𝑑𝑎 =
CT

Onde: hQ é a altura de queda (em metros) e CT é o comprimento do talabarte (em


metros).

4.5.3 Fator de queda menor que um (<1):

É reconhecido fator de queda < 1, quando a queda sofrida for menor que o
comprimento total do talabarte, isto é, o talabarte ou trava-quedas fica preso em um ponto de
ancoragem acima da cabeça, com isso o trabalhador terá um impacto menor no corpo.
Por esse motivo, recomenda-se fator de queda < 1 para atividade de limpeza de fachada externa
em condomínio habitacional vertical.

4.5.4 Fator de queda igual a um (= 1):

É reconhecido fator de queda = 1, quando a queda sofrida for igual ao tamanho total
do talabarte, isto é, o talabarte ou trava for fixado em um ponto de ancoragem situado na altura
do abdômen, com isso o trabalhador terá um impacto equivalente ao tamanho do equipamento
de proteção de queda.

4.5.5 Fator de queda igual a dois (= 2):

O item 35.5.3.4 trata da obrigatoriedade do uso de absorvedor de energia nas situações


em que o fator de queda for maior que 1 ou que o comprimento do talabarte for maior que 0,9m.
Uma queda fator igual a 2 significa uma queda com o dobro do comprimento do talabarte
utilizado e uma massa de 100 kg. Este fator é considerado como o mais perigoso, devido o
equipamento de talabarte ou trava-quedas ficar preso em um ponto de ancoragem abaixo dos
pés do trabalhador, (SILVA FILHO, 2017).

4.5.6 Treinamento para o trabalhado em altura

O conjunto de tópicos que definem o conteúdo programático dos cursos de trabalho


em altura, determinado pela NR-35, é considerado por muito bem elaborado, no entanto há
37

quem diga que a carga horária não é suficiente para a formação de bons profissionais,
conscientizá-lo, talvez. Muitos afirmam a dificuldade de contemplar todos os assuntos de forma
adequada com a carga horária mínima de oito horas, conforme exigido na norma.

A norma exige que o empregador treine e capacite os trabalhadores a realizar o


trabalho em altura, realizando treinamento periódico bienal e sempre que ocorrerem situações
citadas no item 35.3.3.

a) mudança nos procedimentos, condições ou operações de trabalho;


b) evento que indique a necessidade de novo treinamento;
c) retorno de afastamento ao trabalho por período superior a noventa dias;
d) mudança de empresa. (BRASIL, 2012).

O item 35.3.2 considera-se trabalhador capacitado para trabalho em altura aquele que
foi submetido e aprovado em treinamento, teórico e prático, com carga horária mínima de oito
horas, cujo conteúdo programático deve, no mínimo, incluir:

a) normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura;


b) análise de risco e condições impeditivas;
c) riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de prevenção e controle;
d) sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva;
e) equipamentos de Proteção Individual para trabalho em altura: seleção, inspeção,
conservação e limitação de uso;
f) acidentes típicos em trabalhos em altura;
g) condutas em situações de emergência, incluindo noções de técnicas de resgate e de
primeiros socorros. (BRASIL, 2012).

Vale salientar a importância do supervisor do trabalho em altura definido no item


35.4.3, que diz, “todo trabalho em altura deve ser realizado sob supervisão, cuja forma será
definida pela análise de risco de acordo com as peculiaridades da atividade”, sendo assim, ele
é responsável pela observação dos cinco pilares do trabalho em altura, demonstrado no Quadro
04.

Quadro 04 – Incumbências do supervisor de trabalho em altura.


INCUMBÊNCIAS DO SUPERVISOR DE TRABALHO EM ALTURA
Adequação
Equipamento
Inspeção
Autorização
Ancoragem
Inspeção
Adequação
Supervisor Trabalhador
Inspeção
Riscos próprios
Atividade
Riscos Específicos
Material
Resgate
Equipe
Fonte: Silva Filho, 2017.
38

4.5.7 Resgate na atividade de trabalho em altura

Em uma situação de emergência, onde o trabalhador pode se acidentar ou ocorrer


algum mal súbito realizando a atividade com trabalho em altura, o resgate oferece riscos para
todos os envolvidos. Para o resgate em altura geralmente o acesso será por corda, com isso o
planejamento de todas as etapas desde a escolha do equipamento, qualificação profissional até
o resgate será de suma importância para que seja resolvido o ocorrido. O item 35.3.2, letra “g”
fala que “condutas em situações de emergência, incluindo noções de técnicas de resgate e de
primeiros socorros”, porém, isso não é suficiente para a realização de resgate.

A NBR 15.475 define acesso por corda como “técnica de progressão utilizando cordas,
em conjunto com outros equipamentos mecânicos, para ascender, descender ou se deslocar
horizontalmente no local de trabalho, assim como para posicionamento no ponto de trabalho”,
esta NBR, estabelece um sistema para qualificar e certificar os profissionais que faz acesso por
cordas, (SILVA FILHO, 2017, p.118), são eles:

Nível I: exerce trabalho limitados sob supervisão em acesso por corda, possuindo
treinamento básico de primeiros socorros. (carga horária de 40h);
Nível II: capacitado para montar o sistema de acesso, execução de resgate sob
supervisão de acesso por corda, além do conhecimento do nível I. (carga horária de
40h);
Nível III: capacitado para assumir total responsabilidade por projetos de acesso por
corda. (carga horária de 48h). (SILVA FILHO, 2017, p.118)

O tempo de resgate é um problema grave a ser considerado, a suspensão pelo cinturão


de segurança tipo paraquedista pode desenvolver o processo fisiológico chamado de síndrome
da suspensão inerte, que ocorre devido à pressão exercida nas artérias pelas fitas que compõem
o cinto. Em caso de não haver um plano de resgate elaborado pela empresa responsável, o
trabalhador corre risco de morte em um curto espaço de tempo.

4.5.8 Sistemas de ancoragem

Em outubro de 2016, foi marcado mais um avanço em relação à prevenção de acidente


de trabalho em altura, a NR-35, ganhou o Anexo II, que aborda os sistemas de ancoragem.
Previsto desde 2012, esse anexo especifica os componentes do sistema de ancoragem (estrutura,
ancoragem estrutural, dispositivo de ancoragem e elementos de fixação). Além desses
elementos, o anexo estabelece os requisitos que devem ser atendidos por cada item.
39

O sistema de ancoragem é composto por estrutura, equipamento e acessórios. O ponto


de ancoragem é o local do dispositivo onde é efetivamente conectado o EPI (SILVA FILHO,
2017, p.76) e de nada irá adiantar um bom equipamento se estes não estiverem bem ancorados,
a ancoragem pode ser definitiva ou temporária e engloba estruturas, dispositivos e
equipamentos de proteção que visam à retenção de quedas de pessoas e tombamentos de
equipamentos de trabalho, permitindo o desenvolvimento seguro das atividades envolvendo
trabalho em altura, (SILVA FILHO, 2017).

As Normas Regulamentadoras nº 18 e 35 citam as exigências que devem ser adotadas


para o sistema de ancoragem, a NR-35 em seu item 35.5.4, detalha as providências a serem
cumpridas no ponto de ancoragem. Esse dispositivo deve ser determinado por um profissional
legalmente habilitado, registrado no conselho de classe, suportar carga máxima, esta
recomendada pela a National Fire Protection Associantion – NFPA no mínimo de 15 vezes o
peso da carga, e sempre ser inspecionado o ponto de ancoragem. A NBR 16325-1 divide os
tipos de ancoragem descritos no Quadro 05 em três, são eles;

Quadro 05 – NBR 16325-1: Dispositivos de ancoragens dos tipos (A, B e D).


DISPOSITIVOS DE ANCORAGENS DOS TIPOS (A, B e D)

A1: projetados para serem fixados a uma


estrutura, por meio de uma ancoragem estrutural
ou de um elemento de fixação, por exemplo, olhal
ANCORAGEM TIPO “A” de ancoragem.

A2: Projetados para serem instalados em telhados


inclinados, sendo fixados a estruturas da coberta.

São dispositivos considerados transportáveis,


porém, com seus pontos de ancoragem
estacionários. O mercado oferece tripés, fitas,
ANCORAGEM TIPO “B” eslingas, estropos, pega-viga, olhais
transportáveis para concreto e metálica.

Dispositivos de ancoragem do tipo D, são


utilizados em linhas de vida horizontais flexíveis
ANCORAGEM TIPO “D”
com menos de 15º de inclinação. Podem ser
temporários ou permanentes.

Fonte: Silva Filho, 2017.


40

A NBR 16325-2 de 2014, diz respeito aos dispositivos de ancoragem do tipo C, que
são utilizados em linhas de vida horizontais flexíveis com menos de 15º de inclinação. Podendo
ser temporários ou permanentes.

A NBR 1595, fala sobre tipos de estruturas que podem servir de ponto de ancoragem
passivos, podendo ser natural ou artificial:

 Natural: presentes na própria estrutura. Ex: vigas de coberturas e plataformas,


perfil metálicos (sem rebarbas ou canto vivo), características geológicas e
suportes;
 Artificiais: implementa dos no local da atividade, utilizando chumbadores
mecânicos ou químicos. Ex: parafuso olhal.

Silva Filho (2017), elenca fatores para um bom sistema de ancoragem, dentre eles os
mais prováveis para a atividade de limpeza de fachada externa em edificações verticais:

Tipo de dispositivo de ancoragem usado na limpeza


de fachada
 Linha de vida vertical;
Pontos de ancoragens adequados
 Vigas estruturais de concreto;
 Vigas estruturais de aço;
 Base de grandes equipamentos;
Pontos de ancoragens inadequados
 Fixadores e/ou cabos de para-raios;
 Tubulações com isolamentos;
 Corrimões de escadas;
 Tubulações plásticas;
 Estruturas metálicas corroídas;
 Contra-pesos, tais como recipientes com concreto
ou água.

Qualidade dos dispositivos de ancoragem:


 Os elementos metálicos não podem possuir rebarbas ou canto vivos;
 As partes têxteis não podem ser construídas de polipropileno;
 As costuras devem contrastar com as fitas para facilitar a inspeção;
 Cabos de aço galvanizados devem seguir a norma técnica ISSO 2408. (SILVA
FILHO, 2017, p.80 a 81).

Conhecido como linha de vida, o cabo guia e o ponto de ancoragem deverá ser definido
na Análise de Risco através de estudos e medidas técnicas se necessário para cada serviço a ser
executado. Para todos os dispositivos citados devem ser utilizados em conjunto prevenindo ou
reduzindo a queda.
41

4.5.9 Suspensão do Trabalho - Direito de recusa

O direito de recusa ao trabalho está relacionado a atividades onde o trabalhador corre


risco grave e iminente. Segundo a NR-3 da Portaria 3214 de 08 de junho de 1978, “Considera-
se grave e iminente risco toda condição ou situação de trabalho que possa causar acidente ou
doença relacionada ao trabalho com lesão grave à integridade física do trabalho”, (BRASIL,
1987).

A NR-35 disponibiliza o Direito de Recusa ao trabalhado, essa ferramenta assegura o


poder de interromper uma atividade em que o trabalhador perceber a existência de risco grave
e iminente para sua segurança ou de terceiros, como cita o item 35.2.2.c;

Interromper suas atividades exercendo o direito de recusa, sempre que constatarem


evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou a de outras
pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que
diligenciará as medidas cabíveis. (BRASIL, 2012).

Silva Filho, (2017, p.58), diz que “o direito de recusa deve ser exercido mediante o
preenchimento de um formulário, facilitando a sua gestão, e pode ser adaptada para atender a
alguma especificidade”.
42

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para o desenvolvimento deste trabalho se fez necessário a realização de pesquisa


bibliográfica tendo como fonte o manual de trabalho em altura, normas, revistas, livros, artigos
e sites relacionados à segurança na execução de trabalho em altura.

A pesquisa foi desenvolvida com base em estudo de caso, no qual foram realizadas
visitas na empresa selecionada e em seguida entrevistas para levantamento de informações
sobre a atividade de limpeza de fachada em edificações verticais na qual a mesma optou em
não querer ser identificada a fim de se resguardar.

Foram levantadas as informações da execução do trabalho em altura através da aplicação


de um checklist composto por 26 perguntas correlacionando à teoria e a prática a partir das
normas regulamentadoras NR-6 NR-18 e NR-35, com intuito de verificação das conformidades
e não conformidades como reza a legislação de segurança do trabalho.

As visitas in loco foram de suma importância para a identificação dos riscos envolvidos
na execução da atividade em altura em limpeza de fachada.

Assim como foi necessário a elaboração de uma APR para identificação de riscos que
poderão está presentes na execução da atividade, com intuito de atender a NR-35 que pede que
seja feita uma análise de risco antes da execução de trabalho em altura, o que permitirá a
elaboração de ações e medidas de prevenção ou correção das possíveis falhas detectadas.
43

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES: ESTUDO DE CASO DA EXECUÇÃO DE


LIMPEZA DE FACHADA EXTENA EM EDIFICAÇÕES VERTICAIS

6.1 Caracterização da área de estudo

Foi encontrado dificuldades em achar empresas que realizam limpeza de fachada


externa em edificações verticais, legalmente registradas ou não. Encontrada a empresa que se
dispôs a ceder o acompanhamento do serviço, o proprietário pediu a não publicação de
informações sobre a empresa, tão pouco o edifício onde foi executada a limpeza.

Esta realiza seus serviços na grande João Pessoa-PB, e apesar de realizar limpeza de
fachada em edificações verticais, sendo seu campo de ampliação, tem como foco a aplicação
de mantas impermeabilizantes. Porém, esta ampliação está se dando de forma desordenada, no
que se refere à área de segurança no trabalho.

A empresa analisada não está em conformidades com as leis trabalhistas tão pouco com
normas de segurança que envolve a realização do trabalho. A mesma não possui sede, a
contratação dos serviços se dá através de visita do dono da empresa ao local onde será executado
o serviço, e o orçamento é feito de forma apalavrado.

Foi acompanhada parte da limpeza de um edifício de cinco (05) pavimentos com


aproximadamente vinte (20) m de altura que nunca tinha recebido esse tipo de manutenção. A
figura 13 mostra o edifício que foi realizado à limpeza.

Figura 13: Edifício onde foi realizada a limpeza


44

6.2 Execução da atividade de limpeza de fachada externa

A limpeza foi feita por dois funcionários onde um realizava a limpeza utilizando
escovas, produtos químicos aplicados por um pincel grande: Goal DC-30 para lavar a fachada
e o K-154 para impermeabilizar, evitando que a água infiltre para a parte interna do edifício, e
o segundo ficou acompanhando a limpeza e auxiliando no que foi preciso.

Durante o acompanhamento da atividade, não foi constatado o uso de máquina elétrica


de hidrojateamento, devido ser um local onde existiam equipamentos condensadores que fazem
parte do sistema de ar-condicionado, conforme figura14, mas, segundo os trabalhadores, nesse
mesmo prédio já teria sido utilizado este equipamento. Neste local onde foi realizado à limpeza
foi encontrado risco adicional devido às estruturas dos condensadores dos equipamentos de ar-
condicionado, que além de estarem com corrente elétrica, foi constatado oxidação avançada de
alguns equipamentos.

Figura 14: Condensadores dos ar-


condicionados (risco adicional)

A cadeira suspensa utilizada na atividade é considerada como improvisação, pois, não


há projeto que atenda a norma construtiva, e não possui Anotação de Responsabilidade Técnica-
ART legalizando a sua construção. O MTE exige que as cadeiras suspensas sejam usadas com
trava-quedas ligadas a linha de vida independente possua duas (2) travas de segurança,
obedeçam à norma construtiva e sejam revisadas a cada doze (12) meses. A cadeira em questão
não atende esses requisitos como pode ser constatado na Figura 15.
45

Figura 15: Cadeira suspensa improvisada.

O cinto de segurança deve atender duas características, de ser resistente e oferecer


recursos que permitam ajuste ao corpo de diferentes pessoas. Assim como os demais
componentes do sistema de segurança, o cinto tem que lidar com forças muito grandes ao aparar
quedas de trabalhadores. Nem toda força/energia será absolvida pelo sistema, com isso, o que
não for absolvido pelo sistema irá para o corpo do trabalhador. Esses fatores ressaltam a
importância desse equipamento está em bom estado de conservação e bem ajustado ao corpo
para que essa energia seja distribuída pelo corpo.

Durante a execução da atividade foi constatado que o cinto de segurança utilizado tinha
um único ponto de conexão, o dorsal, que não foi usado corretamente, suas fivelas estavam
oxidadas, e estava sendo empregado de maneira errada, “folgado”. O colaborador não estava
fazendo uso de trava-quedas, e para se conectar a corda de segurança, fez uso de um talabarte
de comprimento superior a um metro sem absorvedor de energia direto na corda de linha de
vida. Conforme Figura 16 e 17.
46

Linha de vida

Figura 16: Cinto de segurança com fivelas Figura 17: Inexistência do trava queda.
oxidadas e folgado no corpo do trabalhador.

A sinalização não elimina riscos, mas identifica as ameaças decorrentes da atividade. A


NR-18 em seu item 18.27, cita que a área abaixo de onde está sendo realizado trabalho em
altura, deve estar devidamente isolada e sinalizada, no intuito de advertir quanto a risco de
queda de pessoas e materiais. Foi visto in loco que a norma não foi atendida, conforme figura
18.

Figura 18: Inexistência de isolamento e sinalização


da área abaixo da atividade.
47

Em vários momentos da atividade o colaborador não estava ligado à corda de segurança


e para executar a atividade o mesmo fez uso de postura inadequada que pode ocasionar DORT.
Conforme figura 19.

Corda de
segurança.

Variação
Postura do fator
inadequada de queda

Figura 19: Risco ao trabalhador

Em todo tempo da realização da atividade houve a presença de um funcionário que


auxiliou na execução da atividade, entretanto, não se caracteriza como supervisor de trabalho
em altura, devido o mesmo não ter nenhum conhecimento das normas de segurança que envolve
a execução desta atividade, visto na Figura 20. Já no que diz respeito a instalação do sistema de
ancoragem à estrutura do edifício, os dispositivos e equipamentos não atenderam a norma de
segurança para a execução da atividade. Contudo a ancoragem em si não atende à norma de
segurança em virtude de não haver projeto de fabricação, instalação e nem da resistência da
estrutura do prédio (teste de tração). As cordas, tanto de segurança, como a usada na cadeira
suspensa, foram conectadas a ferros retorcidos conhecidos pejorativamente como caranguejo.
O nó que conecta as cordas ao caranguejo foi feito por um nó oito simples e folgado,
procedimento que diminui a resistência das cordas, conforme Figura 21. O “caranguejo” pode
ser considerado como um dispositivo de ancoragem do tipo A1 isto é elemento de fixação na
própria estrutura da edificação.
48

Figura 20: Ajudante Figura 21: Sistema de ancoragem improvisado


(carangueijo)

Durante a execução da atividade foi constatado que a corda de segurança encontrava-se


com vários nós e uma emenda, onde esses nós serviam como espaço para ser colocado o
talabarte simples com mosquetão de abertura de 20 mm. Com isso, o fator de queda variava de
acordo com o posicionamento do funcionário conforme mostra a figura 22. A corda de
segurança também foi usada para içar material que foi usado na limpeza, deixando assim o
trabalhador desconectado da corda de segurança nesse e em vários outros momentos, de acordo
com as figura 22. Em certo ponto da execução da limpeza na parte frontal do edifício, foi
constatado que as cordas tanto de segurança como de acesso estavam em contato com quina
viva, diminuindo assim a carga de ruptura, consoante figura 23.
49

Quina viva
Nós
(variação
dos
fatores de
queda)

Fator de queda
igual a dois (=2)

Emenda

Figura 22: Corda de segurança com emenda e Figura 23: Quina viva
vários nós onde percorre o talabarte

Durante a execução da atividade, especificamente na aplicação do silicone Viapol K-


154 foi constatado que o funcionário não fazia uso dos EPI’s recomendados pela Ficha de
Informações de Segurança de Produtos Químicos-FISPQ, onde o mesmo recomenda o uso de
luvas protetoras apropriadas para evitar o contato com a pele, mascaras de proteção facial e uso
óculos de segurança com protetores laterais (ou óculos de segurança completos), por ser um
produto químico a base de silano/siloxano disperso em solvente e ser inflamável conforme
figuras 24.
50

Falta de:

Capacete

Capuz

Bota em
PVC

Luva

Figura 24: Falta de EPI

Em conversa com o funcionário que realizou a limpeza, foi alegado que o mesmo
passava por problemas financeiros, que encadeou problema de insônia, falta de apetite
estressando-se com facilidade. Esses fatores influenciam diretamente na qualidade da execução
da atividade, deixando-o assim mais vulnerável a acidentes. Perguntado sobre o isolamento e
sinalização da área abaixo da atividade, o mesmo nunca se atentou a esse assunto e nem recebeu
orientação no ato da execução do trabalho. Foi observado in loco fluxo de moradores fazendo
uso de seus veículos, circulando abaixo da área onde estava sendo realizada a limpeza de
fachada.

Após a aplicação do checklist com realização de entrevista, constatou-se algumas


conformidades e não conformidades em relação aos requisitos legais e técnicos na execução do
serviço, cujo resultado encontra-se discriminados no quadro 06 e 07.

Quadro 06 – Conformidades na execução do trabalho.


CONFORMIDADES NA EXECUÇÃO DO TRABALHO
CONFORMIDADES EVIDÊNCIAS REFERÊNCIAS
NR-35, item 35.2.1 Cabe ao
Foi suspensa à limpeza da empregador: h) assegurar a
fachada devido chuva e suspensão dos trabalhos em
fortes ventos Entrevista com o altura quando verificar
proprietário situação ou condição de
risco não prevista, cuja
eliminação ou neutralização
imediata não seja possível;
51

Quadro 07 – Não conformidades na execução do trabalho.


NÃO CONFORMIDADES NA EXECUÇÃO DO TRABALHO
NÃO CONFORMIDADE EVIDÊNCIAS REFERÊNCIAS
NR-18, item 18.23.1 A empresa
é obrigada a fornecer aos
trabalhadores, gratuitamente,
EPI adequado ao risco e em
In loco perfeito
Não foram entregues todos os estado de conservação e
EPI’s, apenas capacete e bota, funcionamento, consoante as
mesmo assim não foi feito o disposições contidas na
uso dos mesmos em grande NR 6, itens 6.6.1 Cabe ao
parte da execução da empregador quanto ao EPI:
atividade. a) adquirir o adequado ao risco
de cada atividade;
b) exigir seu uso;
6.7.1 Cabe ao empregado
quanto ao EPI:
a) usar, utilizando-o apenas para
a finalidade a que se destina;

NR-18, item 18.23.4 O cinto de


segurança tipo pára-quedista
O cinto de segurança apresenta devem possuir argolas e
fivelas estão oxidadas e não In loco mosquetões de aço forjado,
foi devidamente ajustado ao ilhoses de material não-ferroso e
corpo do trabalhador. fivela de aço forjado ou material
”folgado”. de resistência e durabilidade
equivalentes.
NR-18, item 18.23.3.1 O cinto
Na execução da atividade o de segurança deve ser dotado de
trabalhador conectou o dispositivo trava-quedas e estar
talabarte direto no cabo de In loco ligado a cabo de segurança
segurança e não faz uso do independente da estrutura do
trava quedas. andaime.
NR-18, itens 18.15.51 A cadeira
suspensa deve dispor de: b)
sistema dotado com dispositivo
de descida com dupla trava de
A cadeira suspensa não foi segurança, quando a sustentação
construída por pessoa Entrevista com o for por meio de cabo de fibra
habilitada, tão pouco existe proprietário sintética;
ART e não possui trava de 18.15.53 A cadeira suspensa
segurança. deve apresentar na sua estrutura,
em caracteres indeléveis e bem
visíveis, a razão social do
fabricante e o número de
registro espectivo no Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica -
CNPJ.
52

NR-35, item 3.3 Os


equipamentos e cordas devem
A corda não foi inspecionada ser inspecionados nas seguintes
antes da realização do Entrevista com o situações:
trabalho. proprietário a) antes da sua utilização;
b) periodicamente, com
periodicidade mínima de seis
meses.
NR-35, item 35.3.1 O
Os funcionários não receberam empregador deve promover
nenhum tipo de treinamento Entrevista com o programa para capacitação dos
no que se refere trabalho em proprietário trabalhadores à realização de
altura. trabalho em altura.
NR-35, item 35.5.3.2 O
Durante a atividade houve trabalhador deve permanecer
momentos em que o In loco conectado ao sistema de
funcionário não estava ancoragem durante todo o
conectado a corda de período de exposição ao risco de
segurança/linha de vida de queda.
acordo com a NR-35.

Não foi realizado Análise de Entrevista com o NR-35, item 35.4.5 Todo
Risco antes da execução da proprietário trabalho em altura deve ser
atividade. precedido de Análise de Risco.

A empresa não possui pessoal NR-35, item 35.6.1 O


treinado para resposta em caso Entrevista com o empregador deve disponibilizar
de emergência para resgate em proprietário equipe para respostas em caso
altura. de emergências para trabalho
em altura.
NR-35, item 35.2.1 Cabe ao
A atividade é realizada sobre empregador: j) assegurar que
supervisão, entretanto, a todo trabalho em altura seja
supervisão não atende a NR- Entrevista com o realizado sob supervisão, cuja
35. proprietário forma será definida pela
análise de riscos de acordo com
as peculiaridades da atividade;
A área abaixo da execução da NR-18, item 18.27 Sinalização
atividade não foi isolada e In loco de Segurança; e) advertir quanto
sinalizada. a risco de queda;
NR-35, Anexo II, item 2.2 A
O sistema de ancoragem não ancoragem estrutural e os
atende a norma devido a sua elementos de fixação devem:
estrutura ”mureta” não haver a) ser projetados e construídos
ART que comprove sua sob responsabilidade de
resistência “teste de arranque” profissional legalmente
e inexistência de projeto para o habilitado;
dispositivo de ancoragem In loco b) atender às normas técnicas
“carangueijo – ferro nacionais ou, na sua
retorcido”, tanto de fabricação inexistência, às normas
quanto instalação. internacionais aplicáveis.
53

NR-35, Anexo II, item 3.2 O


sistema de ancoragem
temporário deve: b) ter os
pontos de fixação definidos sob
responsabilidade de profissional
legalmente habilitado.
O fator de queda varia de SILVA FILHO (2017, p. 73)
acordo com a execução do In loco recomenda fator de queda
serviço. menor que um (< 1).

Com a aplicação do checklist constatou-se que na visão do proprietário, os seus


trabalhadores estão bem assistidos tanto com os EPI’s fornecidos quanto com o material de
acesso para a execução da atividade. No entanto foi constatado mais não conformidades do que
conformidades e após todas essas explanações, ficou claro que as verificações realizadas a partir
das questões abordadas no checklist mostram que a empresa tem que levar mais a sério a questão
de segurança do trabalho antes que o pior venha a se materializar.

Com base no que foi visto in loco correlacionando os riscos com as normas de segurança
que envolve a atividade, podemos graduar de acordo com a gravidade da execução da atividade
conforme está representado no quadro 08.

Quadro 08 – Graduação dos riscos ocupacionais na execução da atividade

GRADUAÇÃO DOS RISCOS OCUPACIONAIS NA EXECUÇÃO DA ATIVIDADE


Nº EVENTO RISCO COR GRUPO

1 Queda Acidente Azul 5

2 Exigência de postura inadequada Ergonômico Amarelo 4

3 Stress/insônia Ergonomia Amarelo 4

4 Umidade Físico Verde 1

5 Eletricidade Acidente Azul 5

6 Produto químico (silicone K-154 e Goal Dc 30) Químico Vermelho 2

7 Radiação não ionizante Físico Verde 1

8 Calor Físico Verde 1


54

6.3 Análise preliminar de risco aplicada na limpeza de fachada externa em edificações


verticais

Seguindo esse princípio de pró-atividade, foi elaborada uma Análise Preliminar de


Risco – APR, para a execução da limpeza de fachada externa em edificações verticais, tendo
como objetivo evitar acidentes. Esta elaboração foi feita para atender as necessidades
encontradas durante as visitas, tendo como princípio as normas de segurança aplicadas na
execução da atividade. Conforme figura 25.

A APR tem como principal objetivo indicar soluções que reduza o número de acidentes
relacionado a trabalho em altura e para uma gestão de alto nível de segurança do trabalho, essa
ferramenta deve ser desenvolvida a partir de observações feitas em campo, ou seja, na frente de
trabalho.

Vale salientar que essa APR foi elaborada no intuito de atender especificamente a
atividade realizada nesse edifício, podendo ser tomada como modelo em atividades semelhantes
a essa com devidas correções.
55

Figura 25: Análise preliminar de risco aplicada na limpeza de fachada externa em


edificações verticais.

Fonte: Adaptado da Empresa AMBEV, 2017.


56

7 CONSIDERAÇÕES E/OU RECOMENDACÕES

À luz dos resultados, das informações obtidas e a partir da observação dos dados
considera-se que a técnica utilizada pela empresa no que se refere a execução da atividade de
limpeza de fachada, bastante preocupante haja vista que a empresa analisada no
desenvolvimento da pesquisa não atende as normas de segurança especificamente a NR-35,
evidenciada em não conformidades

Desse modo verifica-se a necessidade de um planejamento que consiste em reconhecer


os riscos, controlar a exposição e manter as medidas preventivas, devido a ser uma atividade
onde há risco grave e iminente que pode levar a lesão grave ou óbito. Com isso, a partir das
observações feitas durante a atividade de limpeza de fachada externa de edificações verticais
foi observado que as técnicas de execução e de segurança utilizadas são baseadas nas
experiências pessoais dos funcionários adquiridas em outras empresas. O não conhecimento
das normas técnicas de segurança pode interferir na qualidade do processo de execução da
atividade, gerando informalidade e perigo no processo.

As entrevistas em conjunto com o que foi visto in loco de caso corroboram para atestar
a preocupação de quem estuda a área de segurança do trabalho. Podemos considerar como
problema inicial, a prestação de serviço a clientes que não estão preocupados com as técnicas
e normas adequadas para a execução da atividade, e sim, em pagar o menor valor possível e ter
o seu objetivo concluído.

Na execução da atividade, o risco de queda do trabalhador é a maior preocupação, isto,


devido diversos fatores que podem levar ao acidente. A análise de risco exigida pela norma
NR-35foi elaborada por meio de APR, atendendo o conhecimento de cada etapa da atividade
informada pelo proprietário e visto in loco. A APR pode ser adotada pela empresa, pois, contém
pontos que oferece medidas corretivas para garantir a segurança e a saúde dos seus funcionários.

Tendo em vista a importância desse tipo de atividade no tocante a área de segurança do


trabalho é recomendada a observância de algumas medidas:

 O fornecimento de EPI’s necessários para a execução da atividade;


 Aquisição de novas cordas de segurança e de acesso;
 Aquisição de cinto paraquedista de 2 postos (conexão dorsal e peitoral);
 Cadeira suspensa projetada de acordo com a norma;
 Treinamento dos funcionários atendendo a NR-35;
 Isolamento e sinalização da área de trabalho abaixo da atividade;
57

 Aquisição de trava-queda tendo em vista a sua importância quando bem utilizado


de maneira correta estando fixado acima do nível da cabeça do trabalhador,
restringindo a altura de queda e minimizando as chances do trabalhador colidir
com estrutura inferior;
 Contratação de consultores no que se refere à segurança do trabalho.
 Que o órgão competente no caso específico desse tipo de atividade o Ministério
do Trabalho realize fiscalização de forma dinâmica e sistemática.
58

REFERÊNCIAS

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segurança para uso ocupacional. Rio de Janeiro, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14.626. Equipamento de
proteção individual contra queda de altura – Trava-queda deslizante guiado em linha flexível.
Rio de Janeiro, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14.627. Equipamento de
proteção individual contra queda de altura – Trava-queda deslizante guiado em linha rígida.
Rio de Janeiro, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14.628. Equipamento de
proteção individual contra queda de altura – Trava-queda deslizante guiado em linha Retrátil.
Rio de Janeiro, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14.629. Equipamento de
proteção individual contra queda de altura – Absorvedor de energia. Rio de Janeiro, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14.751. Equipamento de
proteção individual – Cadeira suspensa. Rio de Janeiro, 2001.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.835. Equipamento de
proteção individual contra queda de altura – Cinturão de segurança tipo abdominal e talabarte
de segurança para posicionamento e restrição. Rio de Janeiro, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 18.836. Equipamento de
proteção individual contra queda de altura – Cinturão de segurança tipo para-quedista. Rio de
Janeiro, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16.325-1. Proteção contra
quedas de altura – Parte 1: Dispositivos de ancoragem tipos A, B e D. Rio de Janeiro, 2014.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16.325-2. Proteção contra
quedas de altura – Parte 2: Dispositivos de ancoragem tipo C. Rio de Janeiro, 2014.
AYRES, I.B.S.J.; NOBRE, S.C.C. (Org.). Secretaria da Saúde do Estado da
Bahia.Departamento de Vigilância da Saúde. Centro de Estudos da Saúde do
Trabalhador.Manual de Normas e Procedimentos Técnicos para a Vigilância da Saúde
doTrabalhador. 2ª ed. 2002. Salvador: EGBA, 1996. disponível em:
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BARSIL, C. et al. Acidente de trabalho envolvendo os olhos: Avaliação de riscos


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de Metrologia, Normalização e Qualidade industrial-INMETRO. Aprovado pela Portaria
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59

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Trabalho na Indústria da Construção. Aprovada pela portaria TEM n.º 644, de 09 de maio
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60

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de nível na construção civil. Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho,
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Propostas de Medidas de Controle. Especialização em Engenharia de Segurança do
Trabalho. CURITICA. 2014.
61

APÊNDICE-CHECK LIST

Nº PERGUNTAS SIM NÃO OBSERVAÇÕES


01 A empresa fornece EPI´s específicos
para a execução da atividade?
02 O cinto paraquedista atende as
especificações para realizar a atividade
com segurança?
03 Existe trava quedas e o funcionário faz
uso dele?
04 A cadeira suspensa foi construída
conforme a norma?
05 A corda foi inspecionada antes da
realização do trabalho?
06 A cadeira suspensa possui trava de
segurança?
07 Os conectores “mosquetões” foram
inspecionados antes do uso?
08 O funcionário está conectado a corda
de segurança de acordo com a NR-35?
09 Os funcionários recebem treinamento
de acordo com a NR-35?
10 Foi realizado análise de risco antes da
execução da atividade?
11 A empresa possui pessoal treinado para
resposta em caso de emergência para
resgate em altura?
12 A atividade é realizada sob supervisão?
O trabalhador já exerceu o direito de
13 recusa em caso de risco grave e
iminente para sua segurança e saúde ou
a de outra pessoa?
14 A área abaixo da execução da atividade
foi isolada e sinalizada?
15 O ponto de ancoragem está em
conformidade com a norma?
16 O fator de queda e menor que um (<1)?
Fonte: Autor, 2018.

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