TCC Versão - Final 20 05 18
TCC Versão - Final 20 05 18
TCC Versão - Final 20 05 18
JOÃO PESSOA - PB
2018
EDILSON TEOTONIO DO NASCIMENTO SANTOS
JOÃO PESSOA – PB
2018
S237a Santos, Edilson Teotonio do Nascimento.
62f.
Nota:
JOÃO PESSOA – PB
2018
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por tudo que tem feito em minha vida, como também
a sua Mãe e minha, a Virgem Maria, por interceder e auxiliar nos momentos difíceis;
Ao meu orientador e amigo Ms. Edvaldo Nunes da SILVA FILHO, sempre prestativo e
disposto a auxiliar em todos os momentos de dúvidas compartilhando o conhecimento, para á
realização deste trabalho.
À minha amada esposa Samara Teixeira que me presenteou com nosso filho Emanuel e
que tem apoiado e compreendido os momentos de ausência;
Aos meus pais e irmãos que sempre me incentivaram a estudar e lutar em prol dos meus
objetivos.
Aos meus familiares e amigos que tiveram que aceitar minha ausência em diversos
momentos;
A minha sogra e amiga Professora Maria Odete que até aqui tem me ajudado com sua
colaboração na estruturação deste trabalho;
In Brazil, there are high rates of work accidents, of which the most frequent are associated to
industrial activities of building construction, construction and maintenance, particularly those
involving falls of workers that can take injury, work leave or death. The facade cleaning in
vertical building is considered as a stage of maintenance that to realize it the worker get serious
and imminent risks for involving activity in height. In reason of this problem, this coursework
aims for analyze how is being done the façade cleaning in vertical buildings, as well as to
correlate with the safety regulation standards. The research was developed based on a case
study, in which visits were made in the execution of activity. The informations to execution of
work in height was collected from the application of a checklist correlating theory and practice,
applying regulatory norms related with the execution of this activity (NR-6, NR-18 and NR-
35) of which was possible the elaboration of a Preliminary Analyze of Risk – PAR. As a result,
it was observed the unconformities about what the specific legislation recommends for such
activity. With it, from of observations made during the cleaning facade activity, it was checked
up that execution and safety techniques used are based on personal experiences of employers
acquired from other companies. A lack of knowledge about the technical safety standards
interferes in the quality of the activity's enforcement process, generating informality and danger
in the process, considering that the worker will be exposed to imminent risk.
Figura 01 Capacete para proteção contra impactos de objetos sobre o crânio ........................ 25
Figura 02 Capuz para proteção do crânio e pescoço contra risco de origem tèrmica ............. 25
Figura 03 Óculos para proteção dos olhos contra luminosidade intensa com cordão de
segurança .................................................................................................................................. 26
Figura 04 Mascara de proteção ................................................................................................. 26
Figura 05 Luvas ....................................................................................................................... 27
Figura 06 Protetor facial ......................................................................................................... 27
Figura 07 Bota em PVC, cano médio ...................................................................................... 27
Figura 08 Cinto de segurança do tipo paraquedista de cinco pontos....................................... 28
Figura 09 Trava-quedas para corda 12mm, trava-quedas para cabo de aço 8mm................... 29
Figura 10 Conectores(mosquetões) ......................................................................................... 31
Figura 11 Cordas ..................................................................................................................... 32
Figura 12 Fatores de queda: menor que um (<1); igual a um (=1); igual a dois (=2) ............. 35
Figura 13 Edifício onde foi realizado a limpeza...................................................................... 43
Figura 14 Condensadores dos ar-condicionados (risco adicional) .......................................... 44
Figura 15 Cadeira suspensa improvisada ................................................................................ 45
Figura 16 Cinto de segurança com fivelas oxidadas e folgadas no corpo do trabalhador ....... 46
Figura 17 Inexistência de trava-quedas ................................................................................... 46
Figura 18 Inexistência de isolamento e sinalização da área abaixo da atividade .................... 46
Figura 19 Risco ao trabalhador ................................................................................................ 47
Figura 20 Ajudante .................................................................................................................. 48
Figura 21 Sistema de ancoragem improvisado (carangueijo) ................................................. 48
Figura 22 Corda de segurança com emenda e vários nós onde pergorre o talabarte ............... 49
Figura 23 Quina viva ............................................................................................................... 49
Figura 24 Falta de EPI ............................................................................................................. 50
Figura 25 Análise Preliminar de Risco na Limpeza de Fachada Externa em Edificações
Verticais .................................................................................................................................... 55
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 13
2 OBJETIVOS...................................................................................................................... 14
2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 14
2.2 Objetivo Específicos .................................................................................................. 14
3 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 14
4 ABORDAGEM TEÓRICA CONCEITUAL .................................................................... 16
4.1 Características da atividade ............................................................................................. 16
4.1.1 Riscos relacionados à limpeza de fachada externa em edificações verticais ............ 16
4.1.2 Riscos ocupacionais .................................................................................................. 17
4.1.3 Risco principal .........................................................................................................18
1 INTRODUÇÃO
Apesar dos números negativos nos últimos anos, o setor da construção civil vem sendo
reaquecido devido a incentivos governamentais para compra de imóveis. Sendo um dos maiores
motivos a falta de segurança, muitas famílias estão preferindo residir em apartamentos, por
serem também mais baratos do que casas. Por estes motivos, o número de construções de
edifícios vem aumentando.
As edificações verticais passam por duas fases, a de construção e a de uso, onde durante
o uso se faz necessário sua manutenção (JOHN, 1989). Com os desgastes dos edifícios através
dos processos antrópicos e naturais, as fachadas externas necessitam de manutenção para
manter suas características estruturais e valorização do imóvel. Um dos aspectos da manutenção
para a conservação das características dos edifícios é a limpeza da fachada externa.
Em virtude desta problemática, este trabalho visa analisar como está sendo realizada a
limpeza de fachada externa em edificações verticais, assim como correlacionar às normas
regulamentadoras de segurança com o que é exercido por determinada empresa típica do ramo,
identificando as conformidades e inconformidades e apresentando melhorias para
implementação destas normas.
14
2 OBJETIVOS
3 JUSTIFICATIVA
Em tempos atuais, segurança do trabalho tem sido bastante discutido, seja nos meios de
comunicação falada ou escrita. No Brasil, existem altos índices de acidentes do trabalho, onde
os mais frequentes são associados às atividades industriais da construção civil, construção e
manutenção, especialmente aquelas envolvendo quedas de trabalhadores que pode causar lesão,
afastamento ou óbito. Estão expostos a essas situações pedreiros, carpinteiros e serventes que
estejam executando serviços em escadas, telhados, andaimes ou fachadas.
John (1989), diz que após a construção de um edifício, começa a fase de uso e
consequentemente a sua manutenção. A limpeza de fachada externa de edifício vertical é
considerada como etapa de manutenção onde para realizar essa manutenção o trabalhador corre
risco grave e iminente por envolver trabalho em altura (SILVA FILHO, 2017). A queda em
altura está associada no Brasil, com aproximadamente 40% dos acidentes de trabalho
registrados (REVISTA PROTEÇÃO, 2012). Apesar dos números de afastamentos e óbitos
serem alarmantes, oficialmente estatísticas mostra que Brasil passa por uma redução desses
números, e isto acontece de forma gradativa, ano após ano (REVISTA CIPA, 2017). Esses
acidentes estão associados às atividades de aplicação de revestimentos, pinturas, manutenção e
conservação de fachadas de edifícios (PAMPALON; LENCI FILHO; VICENTE, 2004).
15
Assim, como em qualquer atividade do setor privado, muitas vezes a forma escolhida
para obter maiores lucros se dá através da redução irrestrita dos custos, nesse caso, fazendo uso
de equipamentos de acesso ao local de trabalho de baixa qualidade, como baixa resistência,
durabilidade ou até mesmo improvisando equipamentos, deixando assim, o trabalhador mais
exposto a acidente. Como alguns profissionais do setor não percebem o impacto da segurança
do trabalho na empresa, com frequência ela é deixada para segundo plano (ROCHA, 2000).
Portanto, devido aos trabalhadores que fazem essas atividades de limpeza de fachada
externa em edificações verticais estar em risco grave e eminente, viu-se a necessidade de
abordar as Normas Regulamentadoras nº 06 a NR- 18e especificamente a NR-35 que aborda o
trabalho em altura.
16
4.1Características da atividade
Silva Filho (2017, p.30) agrupa a atividade em altura em três formas e especifica a
atividade de limpeza de fachada externa em condomínio horizontal no “grupo I: Atividade
desenvolvida com equipamento de trabalho, que serve para o trabalhador firmar-se, como por
exemplo, atividade utilizando andaimes, cadeira suspensa e equipamentos de guindar”, devido
a essa atividade em trabalho em altura, o trabalhador corre risco grave e iminente que é aquele
que tem potencial de provocar acidente fatal ou lesão permanente e sua exposição pode
provocar dano de forma imediata. O descumprimento da Norma Regulamentadora pode gerar
embargo e interdição dos serviços, conforme disposto na Norma Regulamentadora nº 3 (NR-3)
fiscalizado pela DRT (Delegacia Regional do Trabalho). O cumprimento das Normas
Regulamentadoras não isenta o condomínio de atender às demais leis e códigos vigentes sobre
Segurança e Saúde do Trabalhador, nas esferas municipais e estaduais.
Silva Filho (2017, p.47) retrata “risco a condição de uma variável que tem o potencial
suficiente para causar danos. Em síntese, significa a possibilidade de perigo”. Entretanto o risco
só será compreendido se for avaliado o perigo que existe na execução da atividade. O perigo
definido também como situação contendo grande potencial de dano, no que se refere a lesões,
dano à saúde, patrimônio ou meio ambiente (OHSAS 1800, 2007), seguindo mesmo
pensamento, Silva Filho (2017, p.47) afirma que o perigo “expressa uma exposição relativa a
17
um risco, que favorece a sua materialização em dano”. O mesmo afirma que dano é a gravidade
da lesão.
A edificação pode ser agrupada em duas distintas fases: produção e uso (JOHN, 1989).
Durante a fase de uso, requer a manutenção, fase esta de suma importância para a valorização
e principalmente para conservar características originais do projeto. Este trabalho faz relação à
manutenção, em específico, a limpeza de fachada externa em condomínio habitacional vertical
revestido com cerâmica.
A noção de risco ocupacional, que tem orientado muitas intervenções nos ambientes
de trabalho, apresenta como limitações a dependência do conhecimento prévio sobre os
determinantes de agravos e a menor viabilidade de uso desta noção quando se desconhece uma
relação direta entre o agente de risco e o efeito à saúde. (Ayres, 2002).
A Organização Mundial da Saúde – OMS estima que, na América Latina, apenas entre
1 e 4% das Doenças Ocupacionais são notificadas, tendo-se em conta que no Brasil os dados
oficiais restringem-se apenas ao universo dos trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis
do Trabalho - CLT. (OMS, 1999).
Além dos riscos de queda em altura, considerado como risco principal pode existir
outros, específicos de cada ambiente ou processo de trabalho que podem expor, direta ou
indiretamente, a integridade física e a saúde do trabalhador. Portanto, faz-se necessário,
atenção especial também para tais riscos adicionais e medidas preventivas de controle devem
ser estudadas e implementadas, (BRASIL, 2012). Dentre tais riscos é possível destacar:
por eventual queda de objetos utilizados na execução da atividade ou até mesmo a queda do
trabalhador.
Vale salientar que o trabalhador fica sempre sentado sem encosto na execução da
atividade, podendo gerar dores lombares ou cervicais, por causa da adequação postural errada
para o exercício do trabalho, devido a cadeira suspensa não se adequar com o porte físico do
trabalhador.
O contato da energia com a água causa descarga elétrica e tem por consequência o
choque elétrico, essa perturbação pode causar ao trabalhador tentanização (contração violenta
dos músculos), parada respiratória, queimaduras entre outros, fatores esses, que podem
conduzir a batidas do corpo do trabalhador na parede e até mesmo a queda do equipamento
como consequência do choque elétrico. Assim, é de suma importância atentar-se a análise de
risco desta atividade já que acidentes elétricos quando não são fatais podem causar sequelas
irreversíveis à vítima.
20
A mais conhecida fonte de radiação não ionizante é o sol que se caracteriza por não
possuir energia suficiente para arrancar elétrons dos átomos, ou seja, se ionizar. Entretanto,
causa um aumento na vibração das moléculas aumentando a temperatura dos tecidos biológicos.
Na execução de limpeza de fachada o trabalhador esta expostos a raios dos tipos UVA
e UVB, onde estes raios são responsáveis pelo envelhecimento precoce da pele, queimaduras
solares e podem provocar o surgimento de câncer de pele.
Em toda NR-35 encontra-se a frase análise de risco, isto devido à importância que tem
essa ferramenta em identificar os riscos antes da execução da atividade. A NR-35 em seu item
35.4.5diz que: “Todo trabalho em altura deve ser precedido de Análise de Risco”, e essa análise
é de responsabilidade do empregador, que além dos riscos inerentes ao trabalho em altura deve
considerar:
35.4.5.1 A Análise de Risco deve, além dos riscos inerentes ao trabalho em altura,
considerar:
a) o local em que os serviços serão executados e seu entorno;
b) o isolamento e a sinalização no entorno da área de trabalho;
c) o estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem;
d) as condições meteorológicas adversas;
e) a seleção, inspeção, forma de utilização e limitação de uso dos sistemas de proteção
coletiva e individual, atendendo às normas técnicas vigentes, às orientações dos
fabricantes e aos princípios da redução do impacto e dos fatores de queda;
f) o risco de queda de materiais e ferramentas;
g) os trabalhos simultâneos que apresentem riscos específicos;
h) o atendimento aos requisitos de segurança e saúde contidos nas demais normas
regulamentadoras;
i) os riscos adicionais;
j) as condições impeditivas;
k) as situações de emergência e o planejamento do resgate e primeiros socorros, de
forma a reduzir o tempo da suspensão inerte do trabalhador;
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Seguindo essa ordem podemos tomar como metodologia a Análise Preliminar de Risco
(APR) que é uma ferramenta de análise de risco utilizada na fase inicial de concepção e
desenvolvimento de atividades e na determinação dos riscos que possam existir como afirma
Amorim, (2013 apud ALBERTO, 2013). A APR é realizada mediante a listagem dos riscos
associados aos elementos da atividade, compreendendo as seguintes etapas:
existem leis e normas que regulam essas atividades dando segurança a essas pessoas que estão
em constantes e diversos riscos.
Os Equipamentos de Proteção Individual - EPI, definido na NR-6 (Brasil, 2012) como,
“todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinada à proteção
de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador”. É de obrigação dos
empregadores seu fornecimento, fiscalização e substituição deste, de acordo com o risco a que
o trabalhador esteja exposto, (CLT, 1943), e sua utilização um dever de todos trabalhadores
tendo como intuito de proteção aos riscos sujeitos de ameaça a segurança e a saúde no trabalho.
A cartilha de segurança Altiseg (2012), considera que devem ser seguidos os seguintes
aspectos na escolha dos EPI’s:
a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não tenham
sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO;
b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do SINMETRO, quando
for o caso. (BRASIL, 1978).
De acordo com o Art. 156 da CLT, competem especialmente às SRT, nos limites de
sua jurisdição:
4.3.1.1 Capacete
4.3.1.2 Capuz
Capuz é usado na execução das atividades onde o trabalhador está exposto a radiação solar tendo
sua importância na proteção do crânio e pescoço contra riscos de origem térmica.
Ramos (2009) destaca que os óculos são EPI’s utilizados para evitar perfuração dos
olhos através de corpos estranhos como no corte de arames e cabos que possam prejudicar a
visão. Conforme a NR-6, os EPI’s correspondem aos dispositivos responsáveis pela proteção
26
dos olhos contra respingos de produtos químicos, luminosidade, radiações, poeiras e trabalhos
com objetos perfurantes como pode ser visto na Figura 03.
Figura 05: Luva de segurança em látex Figura 06: Protetor facial contra radiação
Fonte: http://www.dutramaquinas.com.br, ultravioleta.
acessado 29/11/2017. Fonte: http://www.dutramaquinas.com.br,
acessado 29/11/2017.
Os membros inferiores dos trabalhadores de um modo geral são protegidos pelo uso
de EPI’s, denominados de calçados, segundo a NR-6 os mesmos são divididos em: calçado para
proteção contra impactos de quedas de objetos sobre os artelhos (articulações), agentes
térmicos, abrasivos, cortantes e perfurantes; calçados para proteção de pernas e pés contra
umidade proveniente de operações com uso de água, e contra respingos de produtos químicos
ilustrados na Figura 07.
Tem sua função de reter o trabalhador em caso de queda, sendo definido como
componente de segurança para trabalho em altura de forma a limitar, posicionar e suspender os
trabalhadores. Seu sistema é composto por fitas, fivelas de engate, fivelas de ajuste, pontos de
conexão que se divide em: um ponto de conexão dorsal – proteção contra quedas, um ponto de
conexão peitoral - proteção contra quedas, dois laterais na altura da cintura – posicionamento
em altura, um umbilical - sustentação ou suspensão. Existem outros elementos que ajustados
de forma adequada sobre o corpo de uma pessoa, pode ser utilizada para sustentar em caso de
queda, posicionar e limitar seu posicionamento, (SILVA FILHO, 2017). Sua norma
regulamentadora é a ABNT - NBR 15836 de 2010. Para a realização de limpeza de fachada
externa em edificações verticais recomenda-se sinto paraquedista de um ponto de conexão
dorsal. Ilustrado na Figura 08.
4.3.1.8 - Trava-quedas.
Figura 09: Trava-quedas para corda 12 mm, Trava-queda para cabo de aço 8mm.
Fonte: http://www.equivale.com.br/produto/trava-queda-para-corda-de-12mm-extensor-fita-
mult-1886a, acesso 29/11/2017.
As cadeiras suspensas (balancim individual), são indicadas para atividades onde não
seja possível instalação de andaime, tem acionamento manual ou motorizado, com
movimentação vertical. São utilizadas de forma individual e deve ser usada em conjunto com
trava-quedas e cinturão paraquedista em cabo guia independente, atendendo os pré-requisitos
mínimos da NR-18 em relação a sua fabricação, ancoragem e uso. A NBR 14751 especifica os
requisitos e os ensaios de cada cadeira suspensas, no mercado existem quatro modelos como
mostra o quadro 02.
30
4.4.2 Acessórios
4.4.2.1Conectores (Mosquetão)
4.4.2.2 Cordas
Existem inúmeros modelos de corda e cada uma é projetada para atividade específica,
ou para atender determinadas condições ambientais. Cordas de segurança ou linha de vida são
aquelas projetadas e fabricadas para pessoas, ou seja, têm suas características para garantir a
segurança de trabalhadores que eventualmente venha usá-la para acesso, amparar queda ou até
mesmo resgate e salvamento em altura.
A NBR 15.986 de 2011 trouxe para o Brasil, o padrão internacional usado nos Estados
Unidos e Europa, essa norma tem uma rigidez muito maior com relação à metodologia de ensaio
e teste, superando as cordas no padrão da NR-18 que só pede aos fabricantes testes regulares
32
de tração, ou seja, resistência mecânica. As cordas padrão NBR 15.986:2012 passam por vários
testes de qualidade dentre eles: testes de tração, dinâmico entre outros.
Quando falamos em corda rapidamente lembramo-nos dos nós, que são usados nas
terminações das mesmas com o objetivo de prender e/ou conectar alguma coisa, pois cada nó
tem sua aplicação seja para amarrar objetos, seja para conectar a corda à alguma estrutura física,
como exemplo a utilização dessa ferramenta em sistema de ancoragem. Os nós influenciam
diretamente na resistência mecânica da corda, um nó ou uma emenda diminui a sua resistência
em aproximadamente 40% a sua carga de ruptura, isso considerando um nó adequado e bem
feito. Por esse motivo que as cordas de segurança, ou seja, aquelas feitas para pessoas devem
ter uma resistência mínima de 2.000kg, ilustrada na figura 11.
Não pisar;
Não expor ao sol desnecessariamente;
Não expor ao calor;
Não expor a superfícies abrasivas ou cortantes;
Não expor a agentes químicos;
Lavar periodicamente;
Inspecionar antes de usar;
Armazenar em local seco, limpo e arejado.
Contudo, para um bom planejamento das atividades, devem-se conhecer alguns fatores
relacionados às atividades envolvendo trabalho em altura, para que sejam adotadas medidas
preventivas, como serão vistas a seguir.
Silva Filho, (2017, p.73), diz que o fator de queda “é a relação entre a distância da
queda e o comprimento da corda ou talabarte. É um dos elementos que governam a força de
impacto. Os dois são a natureza da corda e o peso da pessoa. Foi criado com objetivo de calcular
a força de impacto exercida pelo corpo do trabalhador no momento de uma queda”. A Figura
12 mostra os tipos de fatores de queda:
Figura 12: Fatores de queda: menor que um (< 1); igual a um (= 1) e igual a dois ( = 2).
Fonte:http://www.cursonr35.net/voce-sabe-o-que-e-fator-de-queda-nos-trabalhos-em-
altura/,acesso 03/12/2017.
36
hQ
𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑞𝑢𝑒𝑑𝑎 =
CT
É reconhecido fator de queda < 1, quando a queda sofrida for menor que o
comprimento total do talabarte, isto é, o talabarte ou trava-quedas fica preso em um ponto de
ancoragem acima da cabeça, com isso o trabalhador terá um impacto menor no corpo.
Por esse motivo, recomenda-se fator de queda < 1 para atividade de limpeza de fachada externa
em condomínio habitacional vertical.
É reconhecido fator de queda = 1, quando a queda sofrida for igual ao tamanho total
do talabarte, isto é, o talabarte ou trava for fixado em um ponto de ancoragem situado na altura
do abdômen, com isso o trabalhador terá um impacto equivalente ao tamanho do equipamento
de proteção de queda.
quem diga que a carga horária não é suficiente para a formação de bons profissionais,
conscientizá-lo, talvez. Muitos afirmam a dificuldade de contemplar todos os assuntos de forma
adequada com a carga horária mínima de oito horas, conforme exigido na norma.
O item 35.3.2 considera-se trabalhador capacitado para trabalho em altura aquele que
foi submetido e aprovado em treinamento, teórico e prático, com carga horária mínima de oito
horas, cujo conteúdo programático deve, no mínimo, incluir:
A NBR 15.475 define acesso por corda como “técnica de progressão utilizando cordas,
em conjunto com outros equipamentos mecânicos, para ascender, descender ou se deslocar
horizontalmente no local de trabalho, assim como para posicionamento no ponto de trabalho”,
esta NBR, estabelece um sistema para qualificar e certificar os profissionais que faz acesso por
cordas, (SILVA FILHO, 2017, p.118), são eles:
Nível I: exerce trabalho limitados sob supervisão em acesso por corda, possuindo
treinamento básico de primeiros socorros. (carga horária de 40h);
Nível II: capacitado para montar o sistema de acesso, execução de resgate sob
supervisão de acesso por corda, além do conhecimento do nível I. (carga horária de
40h);
Nível III: capacitado para assumir total responsabilidade por projetos de acesso por
corda. (carga horária de 48h). (SILVA FILHO, 2017, p.118)
A NBR 16325-2 de 2014, diz respeito aos dispositivos de ancoragem do tipo C, que
são utilizados em linhas de vida horizontais flexíveis com menos de 15º de inclinação. Podendo
ser temporários ou permanentes.
A NBR 1595, fala sobre tipos de estruturas que podem servir de ponto de ancoragem
passivos, podendo ser natural ou artificial:
Silva Filho (2017), elenca fatores para um bom sistema de ancoragem, dentre eles os
mais prováveis para a atividade de limpeza de fachada externa em edificações verticais:
Conhecido como linha de vida, o cabo guia e o ponto de ancoragem deverá ser definido
na Análise de Risco através de estudos e medidas técnicas se necessário para cada serviço a ser
executado. Para todos os dispositivos citados devem ser utilizados em conjunto prevenindo ou
reduzindo a queda.
41
Silva Filho, (2017, p.58), diz que “o direito de recusa deve ser exercido mediante o
preenchimento de um formulário, facilitando a sua gestão, e pode ser adaptada para atender a
alguma especificidade”.
42
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa foi desenvolvida com base em estudo de caso, no qual foram realizadas
visitas na empresa selecionada e em seguida entrevistas para levantamento de informações
sobre a atividade de limpeza de fachada em edificações verticais na qual a mesma optou em
não querer ser identificada a fim de se resguardar.
As visitas in loco foram de suma importância para a identificação dos riscos envolvidos
na execução da atividade em altura em limpeza de fachada.
Assim como foi necessário a elaboração de uma APR para identificação de riscos que
poderão está presentes na execução da atividade, com intuito de atender a NR-35 que pede que
seja feita uma análise de risco antes da execução de trabalho em altura, o que permitirá a
elaboração de ações e medidas de prevenção ou correção das possíveis falhas detectadas.
43
Esta realiza seus serviços na grande João Pessoa-PB, e apesar de realizar limpeza de
fachada em edificações verticais, sendo seu campo de ampliação, tem como foco a aplicação
de mantas impermeabilizantes. Porém, esta ampliação está se dando de forma desordenada, no
que se refere à área de segurança no trabalho.
A empresa analisada não está em conformidades com as leis trabalhistas tão pouco com
normas de segurança que envolve a realização do trabalho. A mesma não possui sede, a
contratação dos serviços se dá através de visita do dono da empresa ao local onde será executado
o serviço, e o orçamento é feito de forma apalavrado.
A limpeza foi feita por dois funcionários onde um realizava a limpeza utilizando
escovas, produtos químicos aplicados por um pincel grande: Goal DC-30 para lavar a fachada
e o K-154 para impermeabilizar, evitando que a água infiltre para a parte interna do edifício, e
o segundo ficou acompanhando a limpeza e auxiliando no que foi preciso.
Durante a execução da atividade foi constatado que o cinto de segurança utilizado tinha
um único ponto de conexão, o dorsal, que não foi usado corretamente, suas fivelas estavam
oxidadas, e estava sendo empregado de maneira errada, “folgado”. O colaborador não estava
fazendo uso de trava-quedas, e para se conectar a corda de segurança, fez uso de um talabarte
de comprimento superior a um metro sem absorvedor de energia direto na corda de linha de
vida. Conforme Figura 16 e 17.
46
Linha de vida
Figura 16: Cinto de segurança com fivelas Figura 17: Inexistência do trava queda.
oxidadas e folgado no corpo do trabalhador.
Corda de
segurança.
Variação
Postura do fator
inadequada de queda
Quina viva
Nós
(variação
dos
fatores de
queda)
Fator de queda
igual a dois (=2)
Emenda
Figura 22: Corda de segurança com emenda e Figura 23: Quina viva
vários nós onde percorre o talabarte
Falta de:
Capacete
Capuz
Bota em
PVC
Luva
Em conversa com o funcionário que realizou a limpeza, foi alegado que o mesmo
passava por problemas financeiros, que encadeou problema de insônia, falta de apetite
estressando-se com facilidade. Esses fatores influenciam diretamente na qualidade da execução
da atividade, deixando-o assim mais vulnerável a acidentes. Perguntado sobre o isolamento e
sinalização da área abaixo da atividade, o mesmo nunca se atentou a esse assunto e nem recebeu
orientação no ato da execução do trabalho. Foi observado in loco fluxo de moradores fazendo
uso de seus veículos, circulando abaixo da área onde estava sendo realizada a limpeza de
fachada.
Não foi realizado Análise de Entrevista com o NR-35, item 35.4.5 Todo
Risco antes da execução da proprietário trabalho em altura deve ser
atividade. precedido de Análise de Risco.
Com base no que foi visto in loco correlacionando os riscos com as normas de segurança
que envolve a atividade, podemos graduar de acordo com a gravidade da execução da atividade
conforme está representado no quadro 08.
A APR tem como principal objetivo indicar soluções que reduza o número de acidentes
relacionado a trabalho em altura e para uma gestão de alto nível de segurança do trabalho, essa
ferramenta deve ser desenvolvida a partir de observações feitas em campo, ou seja, na frente de
trabalho.
Vale salientar que essa APR foi elaborada no intuito de atender especificamente a
atividade realizada nesse edifício, podendo ser tomada como modelo em atividades semelhantes
a essa com devidas correções.
55
À luz dos resultados, das informações obtidas e a partir da observação dos dados
considera-se que a técnica utilizada pela empresa no que se refere a execução da atividade de
limpeza de fachada, bastante preocupante haja vista que a empresa analisada no
desenvolvimento da pesquisa não atende as normas de segurança especificamente a NR-35,
evidenciada em não conformidades
As entrevistas em conjunto com o que foi visto in loco de caso corroboram para atestar
a preocupação de quem estuda a área de segurança do trabalho. Podemos considerar como
problema inicial, a prestação de serviço a clientes que não estão preocupados com as técnicas
e normas adequadas para a execução da atividade, e sim, em pagar o menor valor possível e ter
o seu objetivo concluído.
REFERÊNCIAS
APÊNDICE-CHECK LIST