influencialuminanciapostostrabalho-MODELO PESQUISAS
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PONTA GROSSA
2018
MONIQUE GOTO HOLETZ
PONTA GROSSA
2018
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus Ponta Grossa
Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação
FOLHA DE APROVAÇÃO
Desenvolvido por:
Monique Goto Holetz
____________________________ _____________________________
Prof José Carlos Pontes Prof Antonio Carlos Frasson
1º membro 2º membro
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Prof. Prof. Antonio Augusto de Paula Xavier
Orientador
Resumo: A Engenharia de Segurança tem por responsabilidade não só prevenir acidentes, mas
também garantir bem-estar e diminuir a probabilidade de eventuais doenças que possam ser
desenvolvidas pelos colaboradores dentro do ambiente de trabalho. Quando a luminância empregada
em postos de trabalho é realizada de maneira inadequada, pode-se afetar diretamente a visão dos
trabalhadores, além dessas pessoas estarem mais susceptíveis a doenças ocupacionais. A abordagem
metodológica consistiu em uma pesquisa quantitativa e qualitativa composta por uma revisão da
literatura e do estudo de caso em si. A base teórica é fundamentada de esforços para utilização das
Normas Brasileiras Regulamentadoras (NBRs), para definir os melhores padrões de medição e
iluminância. O aumento ou diminuição de níveis de luminância, substituição de dispositivos de
iluminação e até mesmo o uso adequado de janelas são soluções sugeridas de maneira que a
integridade dos alunos e trabalhadores não seja abalada e também resultando em melhor desempenho.
Ao final, o trabalho abre possibilidades para a continuidade da pesquisa sobre o tema abordado.
Abstract: Safety Engineering is responsible not only for preventing accidents, but also for ensuring
well-being and reducing the causes of diseases that can be developed by employees within the work
environment. The methodological approach consisted of a quantitative and qualitative research
composed by a review of the literature and the case study itself. The theoretical basis is substantiated
on efforts to use the Brazilian Regulatory Standards (NBRs) to define the best measurement and
illuminance standards. Increasing or decreasing luminance levels, replacing lighting devices and even
the proper use of windows are suggested solutions so that the integrity of students and workers is not
crank and also resulting in better performance. At the end, the work opens possibilities for the
continuity of the research on the subject addressed.
É comum que o uso de computadores seja cada vez mais inserido em ambientes de trabalho e
estudos, se tornando muitas vezes uma ferramenta indispensável. Juntamente ao trabalho
baseado em tela, os funcionários ou estudantes continuam a olhar para outros objetos, como
anotações, quadro negro e pessoas ao redor que possuem diferentes contrastes, luminância e
distância, cabendo aos olhos se adaptarem às diferentes mudanças para manter uma imagem
focalizada (OSTERHAUS, 2005). Segundo Sehen (2001), os movimentos oculares durante
um dia de trabalho pode ultrapassar 30.000 vezes.
Por sua vez, a NBR ISO/CIE 8995 enfatiza que o uso de computadores quem tenham mínima
influência negativa na ergonomia e saúde em geral de seus usuários, é necessário que a tela
tenha inclinação de até 15º em relação à linha normal de visão, devido à reflexão causada
pelas lâmpadas encontradas no teto. É importante ainda que as luminárias não excedam 65º
em relação ao plano perpendicular ao chão. Para monitores de LCD são aceitáveis níveis de
até 1000 cd/m² por serem dotados de acabamentos apropriados para evitar a reflexão e
ofuscamento, já os monitores de menor qualidade são aceitáveis níveis de até 200cd/m².
Diante desses aspectos, este trabalho tem por objetivo a execução de medições dos níveis de
luminância e iluminância de determinados ambientes para verificação de adequação ou não às
normas brasileiras conforme atividades desempenhadas. Essa pesquisa de cunho quantitativo-
qualitativo visa também apresentar alguns benefícios e desvantagens pessoais e industriais
causados pela iluminação inadequada.
2. Sustentação tecno-científica
De acordo com o fabricante Konica Minolta (2015), os termos “luminância” e “iluminância”,
apesar de soarem parecidos, possuem significados díspares. O primeiro termo indica a
quantidade de luz ou brilho emitida por uma fonte ou refletida por uma superfície, já o
segundo indica a quantidade de luz que ilumina ou se espalha em superfícies. Segundo o
Manual de Iluminação da Sociedade de Engenharia Iluminadora da América do Norte –
IESNA, brilho é entendido como a quantidade de luz emitida maior do que a quantidade de
luz em que os olhos estão acostumados, dificultando a capacidade visual.
Os indicadores utilizados neste trabalho são os provenientes do Sistema Internacional para a
luminância que é candela/ metro quadrado (cd/m²), o que é equivalente a 1 nit (nt), porém,
apesar de ter uso comum em aplicações industriais, o nit não é uma unidade padrão oficial.
Espectradiômetro, colorímetro e Luminancímetro são os aparelhos que podem ser utilizados
para medição de luminância.
O colorímetro também apresenta a aplicação na medição de iluminância, porém o dispositivo
mais comumente usado para esse fim é o Luxímetro devido a sua facilidade de operação. O
equipamento recebe esse nome devido aos seus valores serem medidos em lux (lx), definido
como unidade de iluminância do SI. Quando um fluxo luminoso equivalente a 1 lúmen (lm)
incide em 90º em uma superfície plana de um metro quadrado, tem-se uma iluminância de 1
lux. O lúmen, segundo o subitem 3.1.51 da NBR 5461, é definido como “fluxo luminoso
emitido por uma fonte puntiforme e invariável de 1 candela, de mesmo valor em todas as
direções”.
Neste sentido, apesar do alto custo do Luminancímetro, esse aparelho é o indicado pela NBR
15215 para medições de luminância de ambientes, sendo um fotômetro com lentes ópticas
para captação de brilho de objetos. A mesma fonte recomenda o uso de Luxímetro para
medidas de iluminância, definido como “sensor fotométrico, geralmente de silício ou selênio,
com um filtro de correção óptica, conectado a um circuito detratamento do sinal (linearização
e amplificação) com um visor digital ou analógico”. Ambos os equipamentos tem erro
máximo definido em 6% em relação ao olho humano para suas medições.
2.1 Adequação de iluminância
A NBR 5413 lista diferentes atividades e seus respectivos valores de iluminância adequadas,
sendo apresentada na Tabela 1 uma listagem de alguns exemplos encontrados na norma.
Outro meio de determinar o uso adequado de iluminância descritas na Tabela 1 é baseado nos
fatores determinados pela Tabela 2.
Santos e Silva (2017) apresentam a ergonomia como a prática de adaptação dos dispositivos
ou situações de trabalho de maneira que a saúde do colaborador não seja comprometida. Em
ambientes empresariais é comum se encontrar a preocupação com perdas monetárias e com a
qualidade de vida dos servidores, ressaltando a vontade máxima de se evitar acidentes de
trabalho e doenças ocupacionais e, de maneira paralela, a insatisfação com o trabalho para que
a não haja queda na produtividade.
Uma análise detalhada das condições do ambiente de trabalho ajuda a identificar as origens
das causas de deficiência ergonômicas e dessa forma propor melhoria para o local de trabalho.
(SILVA, 2008)
A iluminação tem influência direta na saúde dos colaboradores. Alguns mecanismos pessoais
possuem interferência pela iluminação e foram definidos por Tenner e Juslén (2005), sendo os
principais o desempenho visual, satisfação no trabalho, relação interpessoal, estímulos,
relógio biológico, relação de saúde, ambiente visual e conforto visual.
Os autores consideram que a luminância adequada para realização de tarefas faz com o que o
colaborador tenha uma visão nítida, resultando em melhor desempenho e satisfação
psicológica. Além disso, novas e melhoradas instalações de iluminação causa no funcionário
uma sensação de importância de seu trabalho já que estarão sendo investidos recursos para
que ele possa desempenhar sua função. A opção de controle de luminosidade causa impressão
de autonomia e consequentemente bem estar, trazendo satisfação no trabalho.
Dessa forma fica evidente a influência da iluminação do ambiente nas três áreas de
especialização da ergonomia: física, pois pode danificar o sentido visual das pessoas e
contribuir para desenvolvimento de deficiências fisiológica e mecânica; cognitiva, por se
tratar de processos mentais; e organizacional, tratando-se de regras, comunicação e estrutura
organizacional que refletem no coletivo. (IEA, 2000)
3. Metodologia
A metodologia utilizada para fazer experimentos foi exploratória baseada na abordagem
qualitativa e quantitativa desenvolvida por meio de investigação através de uma pesquisa de
campo e estudo de caso. Os dados contidos nesse artigo foram coletados de maneira
experimental em salas de aula da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus
Ponta Grossa. As amostras foram obtidas a partir de três diferentes superfícies de estudo, com
a utilização de um Luxímetro e um Luminancímetro, a fim de verificar a quantidade de luz
presente no campo de trabalho durante período de trabalho/ estudo e sua adequação quanto à
saúde dos ocupantes.
O Luxímetro utilizado foi o modelo digital da ICEL Manaus LD-510. O luminancímetro
empregado nos experimentos foi o Konica Minolta LS-110, com capacidade de medição de
0,01 a 999,900 cd/m² para avaliação de luminância absoluta nas salas de aula. O equipamento
apresenta também a opção de medição de luminância na unidade foot-lambert (fL) que
corresponde a 3,426 cd/m², no entanto a unidade do SI foi escolhida para realização de
experimentos.
Três mesas foram analisadas neste trabalho:
Tipo 1: Mesa de cor branca, superfície levemente rugosa, encontrada nas salas do
Bloco P com teste na sala P204;
Tipo 2: Mesa de cor branca, superfície lisa, encontradas nas salas dos Blocos K, L e Q
com teste na sala K104;
Tipo 3: Mesa de cor marrom, superfície lisa, encontradas nas salas dos Blocos P e com
teste na sala K104.
As Figuras 2 a 4 mostram os tipos de mesa utilizados nos experimentos.
As mesas do Tipo 1 e do Tipo 2 são mesas utilizadas pelos alunos, sendo elas os tipos de
mesas predominantes nas salas P204 e K104, respectivamente. Dessa maneira, os testes foram
realizados na primeira carteira da primeira fileira, na última carteira da última fileira e na
carteira central de cada sala analisada. Como a mesa do Tipo 3 é a mesa utilizada pelo
professor, só há uma na sala analisada e seus testes foram feitos em três pontos diferentes da
mesa, de maneira análoga aos demais experimentos realizados anteriormente.
Obtendo-se três valores diferentes de iluminância e luminância para cada superfície avaliada,
foi calculada a média aritmética das três leituras para que esse valor final seja considerado
para análises. O mesmo procedimento foi executado pelo período da manhã, tarde e noite para
os três tipos de mesa.
A sala analisada do Bloco K possui cortinas do tipo blackout, cujo bloqueio de luz exterior
pode chegar a 100% e intervir de maneira significativa nos testes realizados durante o dia. Os
tipos de lâmpadas empregadas nessa sala são do tipo fluorescente e eletrônica compacta,
sendo que 16% delas estavam inoperantes e, consequentemente, apresentando luminosidade
mais baixa que seu potencial real. Dessa forma, para as mesas do Tipo 2 e Tipo 3 foram
adicionados dois experimentos no período da manhã e dois experimentos no período da tarde,
sendo o primeiro realizado com as cortinas fechadas e o segundo com as mesmas de maneira
que não bloqueassem a incidência da luz externa sobre a sala. No período noturno a posição
das cortinas não foi considerada devido à luz externa não ter interferência significativa nos
testes, já que essa luz é quantitativamente menor que a luz presente no interior do ambiente,
de maneira que pode ser menosprezada.
A sala analisada do Bloco P possui lâmpadas do tipo fluorescentes com suporte espelhado e
todas em funcionamento, garantindo que a máxima potência de iluminação real possível fosse
alcançada.
4. Resultados e análises
A análise do estudo foi realizada considerando os 13 experimentos. Posteriormente, os dados
foram agrupados no Quadro 1.
Manhã (cort. Fechadas) Manhã (cort. abertas) Tarde (cort. fechadas) Tarde (cort. abertas) Noite
Medições
med. 1 med. 2 med. 3 med. 1 med. 2 med. 3 med. 1 med. 2 med. 3 med. 1 med. 2 med. 3 med. 1 med. 2 med. 3
326 807 416 _ _ _ 328 818 420 _ _ _ 323 781 407
Mesa Lux 516,33 _ 522,00 _ 503,67
Tipo 1 86,4 199 111 _ _ _ 88,9 196,3 113,4 _ _ _ 80,4 195 102,2
Cd/m² 132,13 _ 132,87 _ 125,87
154 222 372 603 1212 553 111 138 98 225 308 160 99 115 81
Mesa Lux 249,33 789,33 115,67 231,00 98,33
Tipo 2 29,7 39,4 41,7 106,8 224,7 133,6 18,9 25,2 18,6 41 54,7 34,8 19,3 22,9 17,3
Cd/m² 36,93 155,03 20,90 43,50 19,83
498 431 468 1828 1690 1869 236 285 282 468 493 507 229 265 264
Mesa Lux 465,67 1795,67 267,67 489,33 252,67
Tipo 3 11,9 9,7 8,8 187,1 41 298 5,5 5,7 5,1 8,1 9,5 9,7 4 4,5 5,4
Cd/m² 10,13 175,37 5,43 9,10 4,63
Quadro 1 – Resultados dos experimentos
Com base na metodologia prática aplicada na sala K104, os experimentos realizados revelam
que a iluminação adotada para essa sala é inadequada para estudos. O fato de algumas
lâmpadas estarem fora de funcionamento afeta diretamente, de maneira negativa, a luminância
do ambiente, vendo-se que há necessidade de abrir as cortinas da sala para que os níveis de
lux se enquadrem ou cheguem mais próximo dos valores recomendados para a operação.
5. Considerações Finais
A sala K104 apresenta deficiência no sistema de iluminação, sendo prejudicial aos usuários
das mesas do tipo 2 e 3. Sugere-se que as lâmpadas sejam trocadas por modelos de Led, que
apesar do custo ser um pouco mais elevado que das lâmpadas convencionais, o modelo
garante iluminação adequada para o ambiente, economia de energia e possuem vida útil
maior.
A abertura de cortinas apesar de poder adequar a iluminação para a sala, causa desconforto
visual através do aumento de luminância e gerando reflexos prejudiciais ao ser humano.
6. Referências