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Valéria Silveira
(Tecnóloga em Gestão de Recursos Humanos pela Faculdade de Paulínia – FACP. Pós-graduada em Estratégias
Empresari ais pela Faculdade de Paulínia – FACP. e-mail: bitvaleria@yahoo.com.br)
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1 Introdução
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Além desta introdução o artigo conta com mais quatro seções conforme segue: a) referencial
teórico está organizado para analisar o contexto organizacional contemporâneo; analisar as atuais
estratégias e as competências organizacionais identificando o papel da estrutura e cultura
organizacional e analisar a gestão das pessoas e suas competências; b) metodologia da pesquisa e
seus procedimentos; c) tratamento e análise dos dados e d) conclusões.
2 Referencial Teórico
Já no final do século XIX e início do século XX, o grande avanço industrial, agora não
somente na Europa, começa-se a pensar as empresas de maneira científica, racional, pois, percebe-se
que o avanço tecnológico trouxe consigo não somente resultados financeiros, mas também a
necessidade de organizar-se como um todo. Não somente as máquinas mereciam a atenção, mas todo
o processo organizacional dentre os quais o das pessoas, o de produção dos bens e o
administrativo/burocrático.
As organizações vivem em um ambiente em constante transformação que exige respostas
rápidas e efetivas, respostas dadas em função das especificidades da situação requerendo
flexibilidade e adequação. Cresce a importância da liderança para construir uma resposta mais
adequada às demandas dentro de princípios éticos e dos valores organizacionais. A importância da
liderança na empresa moderna é também explicada por estar inserida em situações de crescente
incerteza e ambiguidade, exigindo do líder coerência e consistência em relação aos seus princípios e
valores de forma a sustentar sua credibilidade e legitimidade junto, tanto aos liderados, quanto aos
pares, superiores, parceiros e clientes.
Segundo pondera Torres (2008) uma verdadeira sociedade do conhecimento seria aquela em
que “o conhecimento, considerado em seu sentido integral, abrangendo não somente as disciplinas
técnico científicas, mas, também, a filosofia e as humanidades, fosse o principal determinante da
organização social” (ROUANET 2002, p. 14-15). Para Teixeira Filho (1998), citado por Torres
(2008), a partir dos anos 90, com a redução do papel da Europa no cenário mundial e a aceleração do
processo de globalização a tônica empresarial passa a ser diferente porque a concorrência entre as
empresas é maior o que exige delas constantes mudanças nos seus modelos de gestão. De acordo
com Giddens (1990, p. 21) o final do século XX
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[...] pertence ao movimento, pertence à mudança. Tanto em extensão, quanto em intensidade,
as trans formações envolvidas na modernidad e são mais profund as do que a maioria das
mudanças caract erísticas dos períodos anterio res. É important e perceber que a p ercepção
tanto de aceleração, quanto de descontinuidad e, advém do "des colamento" das relações
sociais, isto é, a extração das relações so ciais dos contextos locais de interação e sua
reestruturação em outras escalas de espaço-tempo.
Taylor impunha uma lógica americana de pensar o mundo do trabalho porque seus princípios
de administração científica exprimia
[...] com cinismo brutal o objetivo da sociedade americana: desenvolver ao máximo, no
trabalhado r, as atitudes maquinais e automáticas, romper o velho nexo psicofísico do
trabalho pro fissional quali fi cado, que exigia um a determinada p articipação ativa d a
inteligência, da fantasia, da iniciativa do trabalhado r, e reduz as operações produtivas ap enas
ao aspecto físico maquinal (GRAMSCI, 2001, p. 397).
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tiveram, para isto, que incorporar à sua gestão as melhores práticas de gerenciamento. Teixeira Filho
(1998), citado por Torres (2008), registra que as empresas passam a investir nas pessoas e na
capacidade, experiência, conhecimentos e aptidões que elas têm bem como em todas as idéias que
possuem para agregar algum valor competitivo para as empresas.
É o conhecimento que a organização det ém, juntamente com a sua capacidad e de
aprendizado coletivo, que permitem à organização se ‘recon figurar’ adequad amente, e a
tempo, no ambiente atual de mudança perman ente (TEIXEIRA FILHO 1998, p.31).
Em função disto se justifica a busca incessante das empresas por identificar novas formas de
gestão, novos modelos de gerenciamento que atendam às suas necessidades que são: ser competitivas
(por isto precisam ter estratégias empresariais focadas em resultados); desenvolver seu principal
elemento que é o homem. Os novos modelos de gestão buscam construir para as empresas
competências organizacionais e de outro obter mais resultados. Ocorre que esta equação só se torna
viável para as empresas quando elas buscam desenvolver as pessoas que integram seus quadros de
pessoal quando elas qualificam, treinam, formam e desenvolvem o potencial humano. Ao fazer isto
estão possibilitando que as pessoas desenvolvam novas competências e conhecimentos e criando as
bases para que ambos (pessoas e empresas) progridam neste cenário altamente competitivo que as
empresas enfrentam atualmente.
O ponto central que rege todas as teorias que embasam a ciência da administração ainda é o
homem. O fator humano ainda é a grande questão que sempre deve ser considerada, mesmo que o
ponto final a que se queira chegar seja o produto ou serviço.
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A estratégia é um processo combinatório de diversas abordagens, de diferentes escolas ou
linhas do pensamento. Conforme M intzberg (2000) é através da estratégia que a empresa irá se
posicionar na tomada de decisões, quanto à corporação e a competitividade, ou seja, é a partir dela
que a empresa se direciona, a fim de agir diante das ameaças da concorrência. Entretanto a estratégia
depende da capacidade que a empresa tem de organizar seus processos de trabalho para obter uma
estrutura capaz de suportar as exigências externas. A estrutura organizacional, segundo pondera
Oliveira (2006, p. 12),
[...] é o instrumento administrativo resultante da identificação, análise, ordenação e
agrupamento das atividades e dos recursos das empresas, incluindo o estabelecimento dos
níveis de al çad a e dos pro cessos d ecisórios, visando ao al cance dos objetivos estab elecidos
pelos planejamentos das empresas.
As atividades da empresa devem estar bem identificadas, isto é, deve-se saber, exatamente, o
que fazer e na ordem certa, primeiro uma e depois outra. Os recursos também devem estar conforme
as atividades. Estabelecer os níveis de alçada e dos processos decisórios significa que as pessoas só
podem mandar ou agir dentro dos seus limites e as decisões só podem ser tomadas dentro do seu
campo de ação. Uma empresa estabelece seus objetivos e, para que eles sejam alcançados, é
necessário um planejamento. As atividades da empresa devem seguir o planejamento estabelecido.
Se não for desta forma, tudo vira uma grande confusão.
Na primeira metade do século xx as organizações eram vistas sob critérios puramente
econômicos. O seu reconhecimento como realidade social possibilitou uma nova política de relações
humanas, e os estudos decorrentes nesta área levam à aceitação posterior da existência de uma
cultura própria em cada organização. A cultura desempenha uma função simbólica, ao representar a
realidade complexa que é a vida social de um conjunto de pessoas. Ela assume também uma função
identificadora, visto ser a referência principal de pertencimento que as pessoas têm com um grupo ou
uma sociedade. É igualmente importante na medida em que, expressa através do comportamento de
um indivíduo, a sua integração no conjunto humano com o qual se identifica.
A Cultura Organizacional pode ser compreendida como um conjunto de normas e leis
compartilhadas pelos membros de uma organização. Newstrom (2008) descreve-nos que o sistema
de leis e normas das organizações, quando em contato com os princípios morais, éticas e culturais
dos seus colaboradores propicia o desenvolvimento de um complexo sistema de relações de leis,
costumes e valores que ancora o comportamento organizacional, único de cada organização. Além
do estabelecimento de relações complexas, a cultura organizacional possibilita o desenvolvimento de
regimentos que governam o comportamento dos indivíduos que fazem parte da organização. Para
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Silva e Zanelli (2004, p. 416) "a cultura é considerada não como uma rede de comportamentos
concretos e complexos, mas como um conjunto de mecanismos que incluem controles, planos,
receitas, regras e instruções que govenam o comportamento".
A cultura possui como característica o desenvolvimento de inter-relações entre os membros
de um grupo e a capacidade que estes possuem de se adaptar ao meio que estão inseridos. Para Pires
e M acêdo (2005, p. 84) "falar em cultura implica falar sobre a capacidade de adaptação do indivíduo
à realidade do grupo no qual está inserido”.
O modo de trabalhar de uma organização é determinado pela forma de pensamento dos seus
idealizadores isto implica em afirmar que são as pessoas que integram o quadro de pessoal das
empresas quem constroem a cultura organizacional que elas praticam. Desta forma cultura
organizacional pode ser entendida como a forma de pensar, de agir e sentir de cada organização.
Assim cada empresa tem uma forma particular de ser que advêm dos princípios que seus precursores
idealizaram e “uma vez estabelecidos, os comportamentos considerados apropriados são
apresentados e transferidos às gerações futuras de dirigentes e aos demais integrantes da comunidade
organizacional, como o modo certo de conceber a realidade” (SILVA e ZANELLI, 2004, p. 427).
As transformações socioeconômicas ocorridas em todos os setores trazem novos desafios
para a educação, num espaço onde a competitividade tem se acirrado na medida em que cresce a
valorização do conhecimento e da informação, incentivados pela sociedade e presente nas
organizações modernas, Dutra (2001, p. 45) nos coloca que:
As organizaçõ es estão cada vez m ais pressionad as, tanto pelo ambiente externo qu anto pelo
interno, a investir no des envolvimento humano. Elas mesmas percebem a necessidade d e
estimular o apoio contínuo para o desenvolvimento das pessoas como forma de conquistar
vantagens e d e continuar competitivas no mercado. Ao mesmo tempo, os indivíduos hoje se
dão conta de que aperfeiço ar-se é condição sine qua non para sua inserção ou manutenção no
mercado de trab alho.
Para Ruas (2002, p. 6) competências organizacionais são coletivas e “aparecem sob a forma
de processos de produção e/ou atendimento, nos quais estão incorporados conhecimentos tácitos e
explícitos, sistemas e procedimentos de trabalho, procedimentos de tomada de decisão e outros
elementos menos visíveis...”
Para Drucker (1999, p. 99) a discussão sobre competências essenciais tem sido, em grande
parte, até agora, anedótica. Para ele, o conceito não está pronto, porém está evoluindo e mostra como
algumas empresas estão desenvolvendo uma metodologia para medir e gerenciar as competências. O
primeiro passo é acompanhar com cuidado o desempenho da própria empresa e o dos concorrentes,
buscando especialmente sucessos inesperados e mau desempenho em áreas onde elas deveriam ter se
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saído bem. Eles indicam onde a empresa goza de uma vantagem de liderança. Os insucessos devem
ser vistos como a primeira indicação de que o mercado está mudando ou de que as competências da
empresa estão enfraquecendo.
Hamel e Prahalad (1998) comparam uma organização a uma árvore que cresce a partir das
suas raízes. As competências da organização são as raízes da corporação. Os produtos e serviços
seriam os frutos e folhas. As raízes são as fontes ocultas do crescimento das árvores. Nas
organizações, as suas competências organizacionais seriam as fontes ocultas da geração dos
benefícios percebidos pelos clientes. Estes percebem os benefícios em forma de produtos e serviços,
mas para eles as competências são invisíveis, imperceptíveis. Por isso, as competências, são fontes
ocultas de desenvolvimento. A Figura 1 faz uma distinção importante entre competências
organizacionais, produtos e serviços oferecidos pelas organizações e percebidos pelos clientes.
Para Chiavenatto (2000, p. 166) “competências são aquelas características pessoais essenciais
para o desempenho da atividade e que diferenciam o desempenho das pessoas”. Segundo este autor
quanto mais elevado for o perfil de competência que uma pessoa tiver mais ela estará preparada para
assumir novos desafios.
À medida que as organizações buscam novas oportunidades de mercados, a sua base de
competências poderá ser inadequada. As competências que levaram as empresas do passado ao
presente não são, necessariamente, as mesmas que podem levá-las do presente ao futuro. Neste caso,
a organização deve conhecer e investir em novas competências para dar suporte ao crescimento
futuro.
Por trás de toda empresa d e sucesso existe uma estratégi a efi caz. Os gerentes podem t er
desenvolvido tal estrat égia por meio de análises fo rmais, de tentativa e erro, intuição ou até
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mera sorte. Ind epend entemente d e como tenha su rgido, a estrat égia sustenta o sucesso de
qualquer empres a. Obviamente, as empresas p recisam des envolver ou adquiri r o
conhecimento e as h abilidades n ecess árias p ara que su as estratégias d êem certo
(CUSUMANO e MARKIDES, 2002, p. 11).
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O clima pode ser considerado como um conjunto de atributos específicos que caracteriza uma
organização particular. Entre as variáveis que compõem o clima estão o grau de motivação e
satisfação dos funcionários, as relações interpessoais e o ambiente físico da organização. Este
conjunto de variáveis constitui o meio interno de uma empresa onde as pessoas realizam suas
atividades profissionais.
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Bitencourt (2004, p.138) destaca a importância da aprendizagem no desenvolvimento de
competências a partir de um processo dinâmico entre ação reflexão diante de situações
desconhecidas, levando o indivíduo a “aprender a aprender pela experiência”. Para a autora, a
interação entre as pessoas promove o desenvolvimento de competências relacionais e coletivas, a
partir do autoconhecimento e do auto desenvolvimento propiciados pelas interações.
As organizações estão assumindo que o processo de treinamento é um dos responsáveis por
garantir maior vantagem competitiva. Com isso promovem o desenvolvimento das pessoas, visando
o alinhamento das competências das pessoas às estratégias de negócio e às competências essenciais
da organização. Atualmente o desenvolvimento das competências das pessoas possibilita que se
tornem mais produtivas, criativas e inovadoras.
O treinamento deve também oferecer oportunidades para as pessoas aprimorarem seus
conhecimentos sobre a missão, objetivos e as estratégias da organização. De maneira geral, o
conhecimento sempre foi a base do progresso e desenvolvimento socioeconômico da humanidade.
Chaparro (2001, p.19) reforça comentando que
[...] a sociedade atual se vislumbra como uma sociedade na qual cada indivíduo e cada
organização construirá sua própria capacidade de atu ação, portanto a posição na socied ade se
dará através de um processo de aquisição e desenvolvimento de conh ecimentos e de
consolidação da capacidade d e gerar novos conhecimentos que permitam adaptar-se
dinamicamente a uma realidad e em rápido.
Competência é pensado como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA)
que justificam um alto desempenho, na medida em que há também um pressuposto de que os
melhores desempenhos estão fundamentados na inteligência e na personalidade das pessoas. Nessa
abordagem, considera-se a competência, portanto, como um estoque de recursos que o indivíduo
detém. A avaliação dessa competência individual é feita, no entanto, em relação ao conjunto de
tarefas do cargo ou da posição ocupada pela pessoa.
M esmo com o reconhecimento da relevância do ser humano junto ao contexto de gestão das
organizações, ainda prevalece uma ditadura discursiva, sobre a qual o indivíduo, por mais capacitado
que seja, possui uma racionalidade limitada e não usufrui de condições intelectuais de assimilar, ou
até mesmo combater, os discursos organizacionais unilaterais.
De acordo ainda com Chiavenato (2000, p.166) “quando um funcionário possui um elevado
perfil de competência, ele demonstra as qualidades requeridas para levar adiante determinadas
missões”. Entende-se por missão, segundo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira função ou poder
que se confere a alguém para fazer algo. Assim competência está associada também às condições
dadas pelas empresas para que as pessoas possam se preparar para assumir novos desafios. Via de
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regra quanto mais as políticas e as práticas de gestão favorecerem o desenvolvimento do potencial
humano e a capacitação/treinamento das pessoas maiores também serão as chances da empresa gerar
nas pessoas as competências necessárias para que ela própria crie as competências necessárias para
sobreviver e competir no mercado. O desenvolvimento das competências organizacionais está assim
estritamente relacionado com fatores estruturantes existentes na própria empresa. Estes fatores
podem ser mais clareados quando falamos da estrutura organizacional, suas políticas, normas,
diretrizes e estratégias e também a cultura e forma como os gestores das empresas praticam os
valores que ela própria adota. Todos estes fatores contribuem para promover um desenvolvimento
recíproco de competências entre a empresa e as pessoas que a integram. Por isto se pode falar que o
progresso empresarial está relacionado às empresas criarem uma compatibilidade entre as
competências individuais e as organizacionais.
A gestão de pessoas está passando por um extenso processo de transformação e tem sido
desafiada a estabelecer uma maior sintonia com as estratégias corporativas. As políticas
tradicionalmente adotadas nessa área não respondem mais às necessidades do mundo atual. Isto vem
demonstrando fragilidades diante do ambiente turbulento e mutável pelo qual estão passando as
organizações. A gestão tradicional era baseada no cargo e na estratégia de controle já a gestão de
pessoas por competências é baseada no individuo e na estratégia de comprometimento.
A sociedade está atravessando um período de grandes transformações sociais, econômicas,
políticas e culturais, que resultam num processo de reestruturação produtiva, gerando uma
competitividade acirrada entre as empresas. Com o avanço tecnológico há uma necessidade de
manter um preço competitivo e um elevado padrão de qualidade nos produtos disponibilizados no
mercado. Observa-se a necessidade das empresas oferecerem melhores condições de trabalho,
desenvolverem o potencial de seus colaboradores e utilizar cada vez mais instrumentos de gestão que
lhes garantam certo nível de competitividade atual e futuro.
A gestão de pessoas por competências é um modelo de gestão que visa reconhecer, formar e
ampliar conhecimentos, habilidades e atitudes, de forma que agregam valor à organização e ao
indivíduo (DUTRA, 2004). Esse modelo é particularmente útil às organizações para as quais o
aprimoramento, a inovação e a aprendizagem organizacional são determinantes para a sua
competitividade.
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Na chamada sociedade do conhecimento, uma nova postura se faz necessária, para que as
organizações possam aproveitar o potencial criativo e inovador de seus empregados, mas que
somente se fortifica quando corretamente desenvolvido e treinado.
Um modelo de gestão de pessoas pode ser definido como a maneira pela qual uma empresa se
organiza para gerenciar e orientar o comportamento humano no trabalho. Para isso a empresa se
estrutura definindo princípios, estratégias, políticas e processos de gestão. Por meio desses
mecanismos, implementa diretrizes e orienta os estilos de atuação dos gestores em sua relação com
aqueles que nela trabalham, afirmam Fischer (2002) e Dutra (2004).
Para Le Bortef (1995), por exemplo, a competência não é um estado ou conhecimento que se
tem nem é resultado de treinamento. Competência é na verdade colocar em prática o que se sabe em
um determinado contexto, marcado geralmente pelas relações de trabalho, cultura da empresa,
imprevistos, limitações de tempo e recursos etc. Pode-se, portanto, falar de competência apenas
quando há competência em ação, isto é, saber ser e saber mobilizar conhecimentos em diferentes
contextos.
No que se refere à gestão de pessoas ficou clara a necessidade desta área acompanhar as
demais mudanças que vêm ocorrendo na organização, de forma a dar suporte e consistência aos
processos de transformações existentes na empresa, e a oferecer condições para a concretização de
uma gestão de pessoas descentralizada, integrada e compartilhada.
As empresas enfrentam hoje muitos desafios e precisam contar com estruturas amplamente
descentralizadas. A rígida divisão entre trabalho mental e manual tende a ser eliminada, tarefas
fragmentadas e padronizadas tornam-se integrais e complexas, exigindo, em todos os níveis da
organização, pessoas com capacidade de pensar e de executar diversas tarefas ao mesmo tempo. No
modelo tradicional a produção era centralizada, rígida e o trabalhador era banalizado já o modelo de
gestão por competência recomenda-se uma produção fundamentada na flexibilidade, na
diversificação e na autonomia, bem como no uso da tecnologia com automação flexível e o perfil do
trabalhador gestor é multifuncional.
Portanto competência refere-se sempre às características de uma pessoa individual, e esta
ligada aos conhecimentos (vivencia na área, experiências, formação...), às habilidades (saber fazer,
para que fazer e por que fazer) e às atitudes (conjunto das crenças, sentimentos e tendências
comportamentais dos sujeitos frente a um determinado objeto social podendo ser modificada com o
passar do tempo, conforme as experiências adquiridas pelo indivíduo) que afetam diretamente o
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desempenho no trabalho. A Figura 2 apresenta a integração entre os conhecimentos, as habilidades e
as atitudes capazes de criar valor agregado para as empresas.
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Gestão por Competências implica em conduzir a empresa separando as funções segundo as
competências necessárias para o seu exercício. Através dela podem-se orientar as ações das pessoas
no intuito de se construir uma organização eficaz, que atinja suas metas e seus objetivos.
Prahalad e Hamel (1995) veem na Gestão por Competência um conjunto de habilidades e
tecnologias necessárias para agregar valor a uma organização. É um conceito que presume o
comportamento da empresa e das pessoas que nela trabalham, para que o esforço de ambos siga a
mesma direção, e atinja resultados esperados pela organização.
A gestão por competências representa uma alternativa aos modelos gerenciais
tradicionalmente utilizados pelas organizações. Propõe-se a orientar esforços para planejar, captar,
desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da organização (individual, grupal e organizacional), as
competências necessárias para alcançar seus objetivos.
A proposta da Gestão por Competências é compreender quais são as competências
organizacionais críticas para o sucesso empresarial, desdobrá-las em termos de competências
profissionais e desenvolvê-las junto ao quadro de funcionários internos. Trata-se de uma
metodologia de gestão moderna, focada nos negócios, no mercado e no desenvolvimento profissional
permanente.
Prahalad e Hamel (1995) ainda relatam que a obtenção empresarial de vantagem competitiva
requer a criação de competências empresariais e individuais que possibilite às empresas enfrentarem
este desafio. Buscam novas práticas de gestão para que ajudem a incrementar sua competitividade
sendo a gestão por competência uma das principais práticas.
A intenção é aproximar ao máximo as competências individuais existentes na organização
daquelas necessárias para atingir os objetivos organizacionais, orientando e estimulando os
profissionais a eliminar as incompatibilidades entre o que eles são capazes de fazer (competências
atuais) e o que a organização espera que eles façam (competências necessárias).
Na mesma direção Fleury e Fleury (2001, p. 98) definem competência individual como
“Saber agir responsável [...] implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos
habilidade, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao individuo”. Na gestão por
competências a organização avalia capital humano pela sua competência, e não pelos seus títulos ou
tempo de trabalho, estimulando o aprendizado com foco nos resultados esperados pela direção. Em
tempos de flexibilidade organizacional, a gestão por competências, permite que a gestão da empresa
se consolide com base no desenvolvimento de conhecimento, fator reconhecidamente adequado às
atuais demandas organizacionais.
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O desenvolvimento e gerenciamento das competências possibilitam que as práticas
organizacionais sejam direcionadas para uma gestão mais efetiva e compatível à estratégia
competitiva da organização conforme Fleury (2002). Nesse aspecto, a questão das atitudes mais
apropriadas às realidades propostas pode ser a chave para o aprimoramento das práticas de trabalho e
para o envolvimento de todas as pessoas na organização.
Em tempos de flexibilidade organizacional, a gestão por competências, permite que a gestão
da empresa se consolide com base no desenvolvimento de conhecimento, fator reconhecidamente
adequado às atuais demandas organizacionais. O tão desejado equilíbrio entre os objetivos
organizacionais e os objetivos individuais poderá ser encontrado por meio da opção estratégica da
organização, configurada por uma gestão de pessoas eficiente.
Através destes conceitos, pode-se concluir que a Gestão por Competência contribui
imensamente para o crescimento e amadurecimento da organização, bem como para o
amadurecimento das pessoas nela inseridas e que, conforme o conhecimento das competências
organizacionais e a gradativa associação destas às pessoas certas para as atividades esperadas, pode-
se perceber que a entrega será maior e os resultados serão atingidos.
3 Metodologia da Pesquisa
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Segundo Richardson (1999, p. 70) a pesquisa quantitativa caracteriza-se pela utilização de técnicas
estatística na coleta de informações e no tratamento das mes mas, as técnicas vão desde as mais
simples como média e percentual até as mais complexas como análise de regressões.
O universo da pesquisa foi constituído por professores e auxiliares de professores que atuam
em uma escola de profissionais localizada na cidade de Paulínia, SP. Os sujeitos da pesquisa
responderam um questionário fechado, construído a partir do referencial teórico conforme será
detalhado a seguir, no período de 20 de novembro e 20 de dezembro de 2013.
O questionário procurou conhecer o perfil do respondente, através de questões dirigidas. O
questionário foi composto de duas partes. A primeira continha informações detalhadas sobre o perfil
dos respondentes. Nesta parte do questionário procurou-se saber, dentre outras, as seguintes
informações sobre os sujeitos da pesquisa: faixa etária, gênero, grau de instrução, faixa salarial,
tempo de empresa etc. (Apêndice A).
Na segunda parte do questionário, procurou-se identificar a percepção dos sujeitos da
pesquisa sobre alguns dos aspectos relevantes das competências individuais e organizacionais. Foram
identificados a partir do referencial teórico adotado para a pesquisa 11 aspectos relevantes que
deveriam compor o instrumento de coleta de dados. Estes aspectos foram separados em três
categorias de análises: Fatores institucionais, Fatores materiais e Fatores humanos e sociais A partir
destas afirmativas os sujeitos da pesquisa tinham que escolher dentro de uma escala de Likert aquela
alternativa que melhor representasse sua opinião acerca dela. A escala de Likert é uma escala do tipo
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respondentes. Além disto, esta taxa de retorno superou a expectativa sinalizando que as pessoas têm
grande interesse pelo tema.
Ressalta-se ainda que quando do encaminhamento do questionário para os respondentes foi
feito uma carta de instrução que continha todas as informações que facilitariam o preenchimento do
questionário. Este procedimento facilitou o entendimento dos sujeitos minimizando problemas
decorrentes da falta de informação para responder as afirmativas.
Para o tratamento dos dados foi utilizado uma planilha eletrônica denominada Excel, a qual é
uma rica ferramenta com funções que contribui de forma satisfatória para uma apuração eficaz.
Foram elaborados gráficos com base nas informações tabuladas.
O processamento, análise e interpretação dos dados coletados nesta pesquisa receberam uma
decodificação simples e manual. Segundo M attar (1994, p. 187), a tabulação pode ser simples,
quando envolve a simples contagem do número de casos que ocorreram em cada uma das variáveis
do estudo.
[...] deixar claro qu e todas as evidên cias rel evantes foram abordad as e d eram sustentação às
proposições que parametrizaram toda a investigação. A qualidade das an álises será notada
pelo tratamento e discussão das principais interpretações – linhas de argumentação –
concorrentes, bem como pel a exposição dos aspectos mais significativos do caso sob estudo
e de possíveis laços com outras pesquisas assemelhadas.
Após analisar os dados obtidos por meio dos questionários foi realizada interpretação destes
dados. Esta interpretação ocorreu levando-se em conta o número de vezes que os entrevistados
passaram a mesma ideia sobre a afirmativa que estava respondendo e a relevância da resposta, a fim
de alcançar os objetivos específicos propostos. Para complementar a análise desses dados, utilizou-se
de material bibliográfico de diferentes autores.
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Para a obtenção dos resultados apresentados nos gráficos, foram consideradas as informações
obtidas na tabulação, e em seguida foi realizada a elaboração dos gráficos extraídos diretamente das
afirmativas. Os gráficos do perfil de cada respondente gerou o Quadro 1 a seguir. Este Quadro
permite visualizar de forma objetiva o perfil dos sujeitos que compuseram a pesquisa.
Quadro 1- Perfil dos respondentes da pesquisa
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Gráfico 1- Políticas e Normas claras e objetivas
O Gráfico 2, aborda as estratégias da direção, junto e a sua politica . Nesta questão é possível
perceber a forma que os profissionais são conduzidas a realizar suas tarefas em sala de aula são
compativeis sim com as estrategias da direção. É através das estratégias que a organização se
posiciona na tomadas das decisões e através dela a organização se posiciona a fim de agir diante das
ameaças, portanto a estratégia depende da capacidade que a empresa tem de organizar seus processos
de trabalho para obter uma estrutura capaz suportar as exigências externas, afirma M intzberg (2000).
Neste Gráfico percebe-se que 68% dos respondentes não concordam que exista incompatibilidade
nas estratégias estabelecidas pela direção, afirmando que são conduziados a realizar suas atividades
de forma organizada, alcançando os objeivos da direção.
Gráfico 2- Estratégias da Direção
O Gráfico 4, aborda a Infraestrutura – Fisica da Escola, 50% das professoras afirmaram que a
falta da estrutura fisica não interfere no conteúdo das atividades educacionais.
Porém os outros 50% afirma que a infraestrutura educacional é um dos componentes
fundamental no resultado da qualidade da educação como um todo. E quando essa questão básica
não é preenchida, ou mesmo deixada de lado, além de acarretar aos profissionais da educação certo
desconforto para realização do seu trabalho, os mantém de “mãos atadas” para o efetivo exercício do
ensino.
Existem duas razões principais para se estudar infra-estrutura das escolas. A primeira trata
das condições físicas de trabalho, no que tange à atividade-fim – a educação propriam ente
dita – diz respeito aos meios disponíveis para um trabalho mais con fortáv el, menos
desgastante, mais prazeroso e po r isso mesmo mais produtivo, além de mais saudável para o
trabalhado r. A segunda razão é a de que estamos fal ando de educação, um trabalho de
importância social inegáv el e colocado no centro das estratégias de d esenvolvimento,
particularm ente para o Brasil, afinal melhor in fra-estrutura está relacionad a com melhor
qualidade de ensino (ODELIUS e BATISTA, 1999, p.161).
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sala de aula, por mais que falte equipamentos tecnologicos na sala de aula, não interfere tanto no
aprendizado dos alunos, neste momento as competencias individuais falam mais alto. Chaparro
(2001) nos lembra que cada individuo e cada organização construirá sua propria capacidade de
atuação, portanto acontece uma troca e conhecimento e o desenvolvimento das habilidades em cada
individuo, adapando-se a realidade.
Notamos que 70% das professoras afirmaram que a falta de tecnologias como sala de video e
computadores, embora importantes, não interfere tanto no aprendizado dos alunos e que na ausencia
desses materias utilizar- se da criatividade faz toda a diferença.
Gráfico 5- Equipamento e recursos tecnológicos
O Gráfico 6, aborda sobre o clima organizacional. 35% dos entrevistados se identificam com
o desenvolvimento moral, ético e com o conjunto de valores, crenças e normas adotadas pela escola.
O clima organizacional tende a assumir um papel importante para um bom funcionamento da equipe
e sinal de produtividade da escola. O clima organizacional está ligado basicamente em conviver
melhor dentro das organizações, sendo um atributo tanto do individuo como da organização.
“Quanto mais otimista for a expectativa que os dirigentes têm da participação dos trabalhadores,
maior será a necessidade de garantir um excelente clima organizacional” (BOOG, 2002 p.572).
Gráfico 6- Clima organizacional
O Gráfico 7, aborda sobre o Ambiente de trabalho. 67% dos entrevistados afirmam que o
ambiente de trabalho da escola e as relações interpessoais são favoráveis para o relacionamento em
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Revista Eletrônica FACP 71
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grupo, tornando a comunicação mais clara. O ambiente escolar carece de condições adequadas ao
desenvolvimento eficaz das atividades pedagógicas.
Para tanto, a escola deve desenvolver e implantar programas específicos que envolvam o grau
de satisfação dos entrevistados com o ambiente de trabalho, melhorando as condições ambientais
gerais, promoção da saúde e segurança, integração social, desenvolvimento das capacidades
humanas, entre outros fatores.
Gráfico 7 – Ambiente de trabalho
O Gráfico 8 aborda sobre o Plano de carreira – Para os entrevistados 84% das competências
que possuem estão compatíveis com a profissão, e sentem-se motivados e capacitados para
desempenhar a função de professora.
A escola mantem um programa de Plano de Carreiras, que orienta, anualmente, os potenciais
de crescimento. As professoras recebem uma avaliação de desempenho e uma orientação de que
caminhos podem seguir para evoluir dentro da escola.
Para se desenvolver e se capacitarem, todas podem fazer cursos e treinamentos oferecidos
pela escola.
Gráfico 8 - Plano de Carreira
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conhecimentos. Todos sabem da importância do conhecimento e possuem o desejo profundo para
adquiri-lo.
Gráfico 11- Aquisição de novos conhecimentos
5 Conclusões
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FLEURY, M . T. L.; FISCHER, R. M . Cultura e poder nas organizações. Rio de Janeiro: Atlas,
1991.
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Ano III – nº 07 – Janeiro de 2015
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p. 14-15.
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Revista Eletrônica FACP 77