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Contabilidade Nacional e Balança de Pagamentos

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e) Define correctamente as principais rubricas da Contabilidade de um país, incluído os conceitos de Produto

Nacional Bruto, Balança de Transacções Correntes, etc.

4. Contabilidade Nacional
Contabilidade Nacional – é uma técnica que se propõe apresentar sob uma forma quantificada um quadro conjunto
da economia de um país durante um determinado período de tempo, normalmente um ano.
A Contabilidade Nacional é um instrumento estatístico que procura fornecer uma representação sintética da
realidade económica de um país, o que se torna indispensável a todos os responsáveis das decisões económicas,
tanto os poderes políticos como as empresas.

4.1. Objectivos da Contabilidade Nacional


 Medir a actividade económica - normalmente durante um ano e em cada país, e fornece-nos valores para
calcular indicadores como consumo, produção, rendimento, investimento, etc.
 Fazer previsões de carácter económico - todos os governos, em tomada de decisões para evitar ou
minimizar crises económicas.
 Tomar decisões económicas mais fundamentadas - tem a ver com as medidas de recursos implementadas
pelo Estado para suprir eventuais causas (ex. aumento dos impostos, directos ou indirectos).
 Efectuar comparações no tempo e no espaço - permite analisar os diferentes agentes macroeconómicos:
produto, rendimento e despesa. A análise destes faz-se entre países a nível mundial ao longo dos anos.

4.2. Conceitos básicos da contabilidade nacional


O produto interno bruto (PIB) é a soma monetária de todos os bens e serviços finais produzidos numa região
(países, cidades…), durante um período determinado de tempo. O PIB é um dos indicadores mais utilizados na
macroeconomia com o objectivo de medir a actividade económica de uma região.
Do PIB, considera-se apenas bens e serviços finais, excluindo da conta todos os bens de consumo intermédios, para
evitar o problema da múltipla contagem, quando valores gerados na cadeia de produção aparecem contados
duplamente na soma do PIB.
O PNB é a riqueza criada à custa do contributo dos factores que são propriedade das unidades residentes quer esse
contributo tenha ocorrido no território económico quer fora dele.

4.3. Medição da actividade económica


A medição da actividade económica de um país, pode ser feita por 3 ópticas diferentes: óptica do produto, a óptica
do rendimento e a óptica da despesa.
4.3.1. Ópticas do Produto
Os produtos são contabilizados segundo o ramo de actividade que lhe dá origem, sendo o produto igual à soma da
produção de todos os ramos.
Cálculo do valor da produção pela Óptica do produto poder ser de duas formas distintas:
a) Método dos Produtos Finais: é a soma de todos os valores dos bens de consumo final. Os bens de consumo
intermediário não são considerados.
Pela óptica do produto ficamos a conhecer o contributo de cada ramo para o conjunto da economia.
b) Método dos Valores Acrescentados: determinação do Valor Acrescentado Bruto (VAB) por cada unidade
produtiva, calculando a partir da diferença entre o valor das vendas e o valor das compras que tiveram de ser
efectuados para realizar a produção.
Valor acrescentado é a diferença entre o valor dos bens e serviços produzidos num dado período (produção) e o valor
dos bens e serviços correntes consumidos no mesmo período (consumo intermédio) por uma unidade, ramo ou
sector.

Por: Juvêncio Chigona – IICN/GFP4/AFEAP 2022 Página 1 de


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O método do VAB, este contabiliza apenas o valor da incorporação de cada empresa na produção nacional.
Como o seguinte exemplo:

Empresa ou Sector Compra Venda Valor Acrescentado


Primário/ X, Y, .. - 10.000,00MT 10.000,00MT
Secundário/ Y, N, … 10.000,00MT 40.000,00MT 30.000,00MT
Terciário/ Z, P , … 40.000,00MT 65.000,00MT 25.000,00MT
Σ VAB = 65.000,00MT

Neste quadro é visível que, o sector primário não comprou, produziu (pescou, cozeu, colheu da machamba, …) e
vendeu a 10.000,00MT, o mesmo valor que representa o VAB. No secundário, comprou a 10.000,00MT, vendeu a
produção 40.000,00MT (após ter transformado o que comprou teve acréscimo de 30.000,00MT) e o tendo o VAB a
30.000,00MT.
Este método, permite facilidade e rigorosidade na medição da actividade económica do país, evitando ma
contabilização menos eficiente. Também permite obter informações das contribuições de cada sector, e produção
específica nos subsectores.
Na óptica do produto, o PIB é o somatório dos valores acrescentados de todos agentes económicos que produzem
bens e serviços no país durante um determinado tempo.
O PIB, é um indicador do desenvolvimento de um País, se este tiver um valor menor, indica que o país não produziu
bastante a riqueza sendo menos desenvolvido e ao contrário, se o PIB assumir um valor elevado, será desenvolvido.

4.1.1.1. Produto Interno Bruto a Custo dos Factores – PIBcf.


No VAB, os valores são calculados a partir dos produtos no mercado. Mas como os preços praticados no mercado
também são incorporados outros factores externos – os impostos indirectos 1 e os subsídios, dai a seguinte relação.

PIBcf =PIBpm – Impostos Indirectos+ Subsídios


O PIBpm – Produto Interno Bruto a preços do mercado, corresponde aos valores acrescentados.

PIBpm=ΣVAB , a relação, teremos a seguinte relação:


PIBpm=PIBcf + Impostos Indirectos−S ubs í dios
E por sua vez o, Σ VABcf = PIBcf
4.1.1.2. Produto Interno Líquido - PIL)
A diferença entre o PIB e o produto interno líquido (PIL) traduz-se no valor das depreciações. Ao contrário do PIB, o
PIL tem em conta o valor da depreciação do capital.
PIL=PIB−Depreciações
Partindo PIBpm e PIBcf, também podemos outros valores se interessarem:

PILpm=PIBpm− Depreciações
PILcf =PIBcf – Depreciações
4.3.1.3. Produto Nacional Bruto.
Produto Nacional Bruto, representa aos valores dos produtos realizados pelos agentes económicos nacionais
independentemente onde da sua localização, isto é, quer que estejam no pais ou no estrangeiro.

1
Os impostos indirectos incidem sobre o consumo ou sobre a despesa dos contribuintes, ou seja, reflete-se no preço dos
produtos ou serviços adquiridos pelos consumidores. IVA. Imposto Sobre Veículos — ISV, Imposto sobre o Álcool e as Bebidas
Alcoólicas — IABA; Imposto sobre o Tabaco — IT e outros.
Remuneração de um factor produtivo.
Por: Juvêncio Chigona – IICN/GFP4/AFEAP 2022 Página 2 de
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O seu valor pode ser obtido através partindo do PIB ou PIL, bastar que se adicione ao Saldo dos Rendimentos com o
Resto do Mundo – SRRM (que é a diferença entre Saldo dos Rendimentos agentes económicos nacionais no
estrangeiro - RR e Saldo dos Rendimentos agentes económicos estrangeiro no país;
O PIB difere do PNB, basicamente pela Saldo dos Rendimentos com o Resto do Mundo – SRRM ele é desprezado
no cálculo do PIB, e considerado no cálculo do PNB, inclusive pois, o PNB é gerado a partir da soma do PIB mais
entradas e saídas de capital.
Esta renda representa a diferença entre recursos enviados ao exterior (pagamento de factores de produção
internacionais alocados no país) e os recursos recebidos do exterior a partir de factores de produção que, sendo do
país considerado, encontram-se em actividade em outros países.
O Produto Interno Bruto (PIB) é igual ao Produto Nacional Bruto (PNB) mais a renda enviada ao exterior (RE),
menos a renda recebida do exterior (RR), isto é: PIB=PNB−ℜ+ RR

ou PNB=PIB+ ℜ – RR ou ainda: PNB=PIB+ SRRM .


Como: PIBpm = PIBcf + II – Subsídios, então: o PNBpm = PIBpm + SRRM.
Se: RE > RR, segue que PIB > PNB.
Este conceito como vimos, aplica-se a quer a preços do mercado, como a custo dos factores assim como os valores
bruto e líquidos, partindo dos anteriores podemos deduzir o: o PNBcf, PNLpm e PNLcf.
Exemplo: considere a economia dum País A, apresentando os valores em milhões de meticais:

Depreci Impostos
Descrição VAB RR RE Subsídios
ações indirectos
1. Agricultura 54 446
2. Indústria extractiva 2 028
3. Indústria transformativa 114 817
4. Electricidade, água e gás. 6 976
5. Construção 22 619
6. Transporte e comunicações 22 960
7. Comercio a grosso e a retalho 41 978
8. Bancos, instit. financeiras e seguradoras 13 833
9. Propriedades Imobiliárias 7 914
10.Administração pública e defesa 21 724
11.Serviços de Saúde e Educação 18 878
12.Serviços diversos 14 462
Total 20 000 10 500 15 550 14 350 0
1.1.PIBpm 1.2.PIBcf 1.3. PNBpm 1.4.PNBcf 1.5.PILcf 1.6.PNLcf
De acordo com as fórmulas que aprendeu, calcule:
1.1. PIBpm =54.446+ 2.028+114.817+ 6.976+22.619+ 22.960+ 41.978+ 13.833 +
342.635,00
7.914+21.724 + 18.878+14462
1.2. PIBcf PIBcf = PIBpm - II+ Subs = 342.635,00 - 10.500= 332.135,00
1.3. PNBpm PNBpm = PIBpm + RE – RR = 342.635,00 + 14350 -15550 = 330.935,00
1.4. PNBcf PNBcf = PIBcf + RE – RR =321635+14350-15550= 320.435,00
1.5. PILcf PILcf = PIBcf - Dep = 321635-20000 = 301.635,00
1.6. PNLcf PNLcf = PNBcf - Dep = 320435-2000= 318.435,00

4.3.2. Óptica da Despesa e o Cálculo do PIB.


O valor da produção de um país é igual à soma dos gastos efectuados pelos agentes económicos desse país. Isto
permite saber como foi utilizada a produção em consumo e investimento, segundo a fórmula abaixo:

DN =C+ G+ I + X−M +SRRM , sendo: SRRM=RR−ℜ


A fórmula clássica para expressar o PIB de uma região é a seguinte: DI = C+I+G+X-M, isto é:

Por: Juvêncio Chigona – IICN/GFP4/AFEAP 2022 Página 3 de


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DN =DI + SRRM
Onde:
DN = Dispensa Nacional
C2 = é o consumo privado,
I = é o total de investimentos realizados
G3 = representa os gastos governamentais
X = é o volume das exportações
M = é o volume das importações
RR = é Rendimento Recebido do exterior
RE = é Rendimentos Enviados ao exterior

2
Depreciações, também chamado de amortizações, que é
o desgaste funcional do equipamento, o seu valor será
retirado no calculo do PIB,
3
Consumo privado. (C) – todos os gastos realizados pelas
famílias na satisfação das suas necessidades.
Por: Juvêncio Chigona – IICN/GFP4/AFEAP 2022 Página 4 de
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Formação Bruta de Capital Fixo e a DN.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – traduz a aquisição de activos reais, quer pelas empresas, quer pelo
Estado. Os activos reais são materiais destinados a serem utilizados por mais de um ano (bens duradouros). São
edifícios, máquinas, equipamentos, …, dai, a seguinte relação.
DN =C+ G+ FBCF+VE + X−M + SRRM
Onde:
I = Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) mais a variação de existências (VE), temos: I=FBCF+VE
Exemplo: Considere a economia dum País A, apresentando os valores em milhões de meticais, no ano de 199X:

Descrição VAB
Consumo Privado 320 000
Consumo Público 50 000
Investimentos 15 500
Balança de Bens e serviços e Rendimentos. -10 000
1.1. Calcule a despesa nacional.
1.2. Se houvesse uma diminuição do poder de compra das famílias, qual seria a rubrica mais alterada?
4.3. Óptica do Rendimento4
Uma outra forma de medir actividade económica de um país é através da análise da distribuição dos rendimentos.
Sendo assim. A medição nesta óptica diz-nos como foi distribuída dentro da empresa pelos diversos factores de
produção, os valores por eles criado.
O valor da produção de um país é igual à soma dos rendimentos alcançados pelos factores de produção, que
intervieram no processo produtivo. Engloba rendimentos da Terra (a renda), do Trabalho (salários, …,
contribuições sociais) e os de Capital (lucros, juros e rendas). Através desta ficamos a conhecer quanto coube ao
factor terra, quanto coube ao factor trabalho e quanto coube ao factor capital.
Remunerações do trabalho: Salários, Ordenados, Vencimentos e Contribuições Sociais;
Remunerações de capital: Excedente Bruto de Exploração – EBE (lucros, juros e rendas), dai:
RI = Salários + Rendas + Juros + Lucros + Impostos Indirectos – Subsídios à Produção, e:
RN = RI + SRRM; e
RI = Remunerações do Trabalho + EBE+II- Subsídios à Produção
EBE = Rendas + Juros + Lucros.

4.4. Cálculo do PIB per cápita e PNB sua relação com PIB
PIB per cápita - Os indicadores económicos agregados (produto, renda, despesa) indicam os mesmos valores para a
economia de forma absoluta. Dividindo-se esse valor pela população de um país, obtém-se um valor médio per
PIB
capita: PIBpc=
Numero de habitantes
O PIBpc foi primeiro indicador utilizado para analisar a qualidade de vida em um país. Países podem ter um PIB
elevado por serem grandes e terem muitos habitantes, mas seu PIB per capita pode ser baixo, já que a renda total é
dividida por muitas pessoas, como é o caso da Índia ou da China.
Outros índices - revelam o perfil da distribuição de renda de um país (tais como o coeficiente de Gini ou mesmo
índices desenvolvidos pela sociologia, como o Índice de Desenvolvimento Humano) - para se obter uma avaliação
mais precisa do bem-estar económico desfrutado por uma população.

4.5. Diferenças entre o PIB (Produto Nacional Bruto) e PNB (Produto Nacional Bruto)

4
Gastos públicos (G) – todos os gastos realizados pelo Estado na satisfação das necessidades colectivas e da população e no
funcionamento da Administração Pública.
Por: Juvêncio Chigona – IICN/GFP4/AFEAP 2022 Página 5 de
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Fórmulas do RN/PIB/DN; Óptica do Rendimento, Despesa e Produto

Óptica do Produto Óptica do Rendimento Óptica da Despesa


(+) Valor Acrescentado Bruto (+) Remunerações do Trabalho (+) Consumo Total
(+) Excedente Bruto de Exploração (+) Investimentos
(+) Impostos Indirectos (+) Impostos Indirectos (+) Exportações
(-) Subsídios à Produção (- ) Subsídios à Produção (- ) Importação
= Produto Interno Bruto pm = Rendimento Interno = Despesa Interna
+ Saldo Rend. Resto do Mundo + Saldo Rend. Resto do Mundo + Saldo Rend. Resto do Mundo
= Produto Nacional Bruto pm = Rendimento Nacional = Despesa Nacional
PIBpm = VAB + II - Subsídios RI = Rem + EBE + II - Sub DI = CT + Invest + Export – Import.
PNBpm = PIBpm + SRRM RN = RI + SRRM DN=DI + SRRM
Produto Nacional Bruto pm = Rendimento Nacional = Despesa Nacional

EXERCÍCIOS:
1) Tendo os seguintes dados de uma economia hipotética.
Consumo privado 7.300, Consumo do Governo 2.000, Investimento (Formação Bruta de Capital 2.800, Variação de
Existências 200), Exportações 3.200, Importações 4.300, impostos indirectos líquidos de subsídios 1.600,
rendimentos de propriedade de factores líquidos 80 e 800 habitantes, rendimento dos moçambicanos no estrangeiro
10,000 e rendimento de estrangeiros em Moçambique 8,000.
Calcule:
a) PIBpm ou Despesa Interna. b) PIBcf c) PNBpm ou Despesa nacional d) PIB per capita e) PNB per capital
Solução
Consumo Privado 7,300
Consumo Público 2,000
Investimento 3,000
Formação Bruta de Capital Fixo 2,800
Variação de existências 200
Exportações 3,200
(-) Importações 4,300
PIBpm ou DI 11,200
(-) Impostos Indirectos - Subsídios 1,600
PIBcf 9,600
(+) Rendimento de Propriedade de factores  
Líquido (entradas – saídas de remessas) 80
PNBcf ou Rendimento Nacional 9,680
(+) Impostos Indirectos + Subsídios  1,600
PNBpm ou Despesa Nacional 11,280
PIB per capita 14
PNB per capita 14.1
População 800

4.4. Benefícios da balança de pagamentos


A Balança de Pagamentos é um instrumento financeiro que se refere ao registo de todas as transacções que um país
realizou com o restante do mundo, demonstrando o quanto de dinheiro entrou e saiu do país em um determinado
período, ou ainda, a balanço de pagamentos é um método de contabilidade nacional que busca evidenciar o comércio
entre a nação e outros países que existe uma relação comercial. Este registro é feito pela autoridade monetária do
país, em transacções onde há trocas entre residentes e não residentes da nação, em um certo período.

Existem duas formas de analisar o Balanço de Pagamentos, uma é através da movimentação de conta corrente e outra
é pelo lado financeiro do negócio. A parte referente à conta corrente se dá entre  os pagamentos e recebimentos
comerciais que o país tem com os outros do mundo.

Transacção Económica Internacional

Por: Juvêncio Chigona – IICN/GFP4/AFEAP 2022 Página 6 de


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Uma transacção económica internacional é uma troca de valores, envolvendo a transferência de propriedade de bens,
serviços, dinheiro e outros activos, entre residentes de um país e residentes de outro país.

Residentes e Não-residentes
Residentes de um país são as pessoas, físicas e jurídicas, que tenham este país como seu principal centro de interesse;

Estrutura simplificada do BP
Descrição Valor
Transacções Correntes (TC)
Balança Comercial (BC)
Balança de Serviços (BS)
Balança de Rendas (BR)
Transferências Unilaterais Correntes (TUC)
Conta Capital e Financeira (CCF)
Conta Capital (CC)
Conta Financeira (CF)
Erros e Omissões (EO)
Saldo do Balanço de Pagamentos (BP)
Haveres das Autoridades Monetárias (HAM)

Contas Nacionais do Balanço de Pagamentos

Balança Comercial
A Balança Comercial regista as transacções de compra (importação) e venda (exportação) de produtos
tangíveis ou bens.
• Registo FOB (free on board): As exportações de bens são geralmente contabilizadas por seu
valor de mercado no local de embarque (portos, aeroportos), excluindo as despesas de seguros
(prémios, corretagem) e de transporte ao país de destino (fretes, taxas portuárias).
• Registo CIF (cost, insurance, freight): Se as exportações são contabilizadas com inclusão das
despesas de seguros e transporte, esse registo é dito CIF (cost, insurance, freight).
Em consequência, essas despesas não se registram novamente na Balança de Serviços.

O saldo da Balança Comercial é a diferença entre a exportação e a importação de bens:


Balança Comercial (BC) = Exportações de Bens (Xb) – Importação de bens (Mb)
Exemplo BC – (valores em MT)
Conta Economia A Economia B Economia C
Exportações de Bens - Xb 200 80 90
Importação de bens - Mb 150 120 90
Balança Comercial - BC 50 Superávit (40) Déficit 0 Equilíbrio
Balança de Serviços
• A Balança de Serviços, regista as transacções internacionais com intangíveis ou invisíveis.
Compreende os chamados serviços de não factores.
• Quando o país (residentes) vende serviços ao resto do mundo (não-residentes), a BS regista uma
receita em dólares. Quando o país (residentes) compra serviços do resto do mundo (não-
residentes), a BS registra uma despesa em dólares.

Balança de Serviços
 Transportes  Royalties e licenças
 Viagens internacionais  Aluguel de equipamentos
 Seguros  Serviços governamentais
 Serviços financeiros  Serviços empresariais, profissionais e técnicos
 Computação e informações  Serviços pessoais, culturais e de recreação
Por: Juvêncio Chigona – IICN/GFP4/AFEAP 2022 Página 7 de
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 Outros serviços

Saldo da Balança de Serviços


O saldo da Balança de Serviços é a diferença entre as receitas e as despesas decorrentes das operações de
venda e compra de serviços nãofatores:
BS = Xnf – Mnf.
BS = Saldo da Balança de Serviços;
Xnf = Receita de exportação de serviços não-fatores; e
Mnf = Despesa de importação de serviços não-fatores.
Exemplo BS – (valores em MT)
Conta Economia A Economia B Economia C
Xnf 320 180 430
Mnf 120 350 430
BS 200 Superávit (170) Déficit 0 Equilíbrio

Balança de Rendas
• Salários e ordenados: pagamentos (despesas) a empregados não-residentes que prestam serviços no
país e recebimentos (receitas) de empregados residentes que prestam serviços no resto do mundo.
• Renda de investimentos: remessas (despesas) de rendas de capitais estrangeiros e recebimentos
(receitas) auferidas por capitais nacionais no resto do mundo. Subdivide-se em:
 Renda de Investimento Directo;
 Renda de Investimento em Carteira; e
 Renda de Outros Investimentos.

Renda de Investimento Directo


• Regista os pagamentos (despesas) e os recebimentos (receitas) com lucros e dividendos de investimentos diretos
(participações no capital de empresas) e com juros de empréstimos intercompanhias (empréstimos diretos e
títulos de qualquer prazo).

Renda de investimento em carteira


• Regista os pagamentos (despesas) e os recebimentos (receitas) com lucros e dividendos de investimentos em
carteira (por exemplo, acções) e com juros de títulos de renda fixa de emissão doméstica (por exemplo, títulos
de dívida pública, debêntures e outros títulos privados) e de emissão no exterior (por exemplo, bônus, notes e
commercial papers).

Renda de outros investimentos


• Regista os pagamentos (despesas) e os recebimentos (receitas) com juros de créditos comerciais (de
fornecedores, de empréstimos de agências governamentais, de organismos internacionais e de bancos privados)
e com juros de depósitos e de outros activos e passivos. Saldo da Balança de Rendas O saldo da Balança de
Rendas é a diferença entre as receitas e as despesas registradas nos elementos que a compõem:
BR = Receitas – Despesas
BR = Saldo da Balança de Rendas
Exemplo BR – (valores em MT)
Conta Economia A Economia B Economia C
Receitas 800 350 650
Despesas 500 750 650
BR 300 Superávit (400) Déficit 0 Equilíbrio

Transferências Unilaterais Correntes


• Registra as transações internacionais que não envolvem obrigações como contrapartida.

Destacam-se: recursos destinados a reparações de guerra, transferências de legados e heranças, doações particulares e
governamentais em bens ou dinheiro, pagamentos de pensões a cidadãos nacionais residindo no exterior, ajudas de

Por: Juvêncio Chigona – IICN/GFP4/AFEAP 2022 Página 8 de


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indivíduos, de entidades filantrópicas e de governos a populações afetadas por calamidades naturais (ajuda
humanitária), e remessas enviadas por migrantes que trabalham no exterior.

Saldo em Transações Correntes


O Balanço de Pagamentos em Transações Correntes corresponde aos registos da Balança Comercial, da Balança de
Serviços, da Balança de Rendas e das Transferências Unilaterais Correntes. Assim:

TC = BC + BS + BR + TUC
TC = Saldo do BP em Transações Correntes
BC = Saldo da Balança Comercial
BS = Saldo da Balança de Serviços
BR = Saldo da Balança de Rendas
TUC = Saldo de Transferências Unilaterais Correntes

Exemplo TC – (valores em MT)


Conta Economia A Economia B
BC 50 (40)
BS 200 (170
BR 300 (400)
TUC 20 (10)
TC 570 Superávit (620) Déficit

Conta Capital e Financeira


• Regista transações envolvendo a transferência de activos e de exigibilidades (passivos).
Activos representam direitos sobre não-residentes.
Exigibilidades representam “endividamento” ou obrigações para com não-residentes.

• Apresenta dois elementos principais:

Conta Capital
A conta capital, compõe:
• Transferências unilaterais de capital: transferências de propriedade de activos fixos, transferências de fundos
financeiros vinculados à aquisição de activos fixos, cancelamento de exigibilidades sem contrapartida.
• Aquisição ou venda de ativos não-financeiros e não-produzidos: cobre basicamente transacções com activos
intangíveis (patentes e outros contratos transferíveis).

Conta Financeira – Investimento Directo


• Reflecte um interesse duradouro de um residente de uma economia (investidor directo) em uma entidade
residente em outra economia (empresa de investimento directo). Em geral, registam-se nesta conta as
transacções entre a matriz (investidor direto) e as afiliadas (empresa de investimento directo) de empresas
transnaccionais, e assume as três seguintes modalidades:
Participação no capital de empresas
Reinvestimento de lucros
Empréstimos intercompanhias

Conta Financeira – Investimentos em Carteira


Compõe o seguinte:
• Os investimentos em carteira – aos que referem-se às transacções com títulos de crédito que
ocorrem comumente em mercados secundários.
• Dividem-se, grosso modo, em títulos de participação no capital e títulos de dívida, negociados ou
negociáveis em mercados organizados e outros mercados financeiros.
Exemplos: acções negociadas em bolsas de valores, operações de troca de dívidas, derivativos financeiros.

Conta Financeira – Outros Investimentos


Compõe o seguinte:

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• Créditos comerciais de curto e longo prazo.
• Empréstimos bancários em geral (inclusive amortização).
• Depósitos e moeda
• Operações de regularização (inclusive o uso de créditos no FMI, empréstimos do FMI e de outros
organismos).

Exemplo de um balanço de pagamentos:

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