Banco de Sangue
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Banco de Sangue
1.0 O que é um banco de sangue
Um banco de sangue é um centro onde o sangue coletado como resultado da doação de sangue é
armazenado e preservado para uso posterior em transfusões de sangue.
1.1 Função
Um banco de sangue é um centro onde o sangue coletado como resultado da doação de sangue
é armazenado e preservado para uso posterior em transfusões de sangue.
1.2 Equipe
Técnicos de enfermagem, enfermeiros, farmacêuticos, biomédicos, médicos e administração.
1.3 Doadores
A doação de sangue é um gesto solidário de doar uma pequena quantidade do próprio sangue
para salvar a vida de pessoas que se submetem a tratamentos e intervenções médicas de grande
porte e complexidade, como transfusões, transplantes, procedimentos oncológicos e cirurgias.
A- Requisitos básicos
O procedimento para doação de sangue é simples, rápido e totalmente seguro. Não há
riscos para o doador, porque nenhum material usado na coleta do sangue é reutilizado, o
que elimina qualquer possibilidade de contaminação.
Estar bem alimentado, porém se a doação for feita após o almoço aguardar 2
horas.
O intervalo mínimo entre uma doação de sangue e outra é de dois meses para
os homens e de três meses para as mulheres.
1.4 Responsabilidades
O banco de sangue trata-se de um órgão primordial para a saúde pública e tem por
responsabilidade fornecer serviços provenientes à ajuda e manutenção do sistema de saúde.
LEI N 10.205, DE 21 DE MARÇO DE 2001
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a captação, proteção ao doador e ao receptor, coleta,
processamento, estocagem, distribuição e transfusão do sangue, de seus componentes e
derivados, vedada a compra, venda ou qualquer outro tipo de comercialização do sangue,
componentes e hemoderivados, em todo o território nacional, seja por pessoas físicas ou jurídicas,
em caráter eventual ou permanente, que estejam em desacordo com o ordenamento institucional
estabelecido nesta Lei.
Doação sanguínea
2.0 Conceito
Doação de sangue é o processo pelo qual um doador tem seu sangue coletado para
armazenamento em um banco de sangue ou hemocentro para um uso subsequente em uma
transfusão de sangue.
A-) No entanto, antes de ser realizada a transfusão, é preciso garantir que o sangue da pessoa
que vai receber o sangue e o sangue a ser transfundido são compatíveis, pois dessa forma é
possível prevenir o desenvolvimento de reações.
Indicações
Anemia profunda;
Hemorragia grave;
Queimaduras de 3º grau;
Hemofilia;
Após transplante de medula ou de outros órgãos;
Durante procedimentos cirúrgicos, quando existe hemorragia grave.
B-) Algumas pessoas possuem restrições que impedem a doação de sangue, portanto, é
importante consultar a unidade onde será feita a doação.
Babesiose
Blastomicose sistêmica
Câncer (inclusive leucemia). Antecedentes de carcinoma in situ de cérvix
uterina e de carcinoma basocelular de pele não impedem a doação de sangue
Doença cardiovascular grave. Especial atenção para doença coronariana,
angina, arritmia cardíaca grave, insuficiência cardíaca, doença valvular,
aneurismas, má formações arteriovenosas, endocardite com
sequela,miocardite com sequela, trombose arterial, trombose venosa
recorrente e trombofilia.
Doenças autoimunes que comprometam mais de um órgão. Por exemplo:
lúpus eritematoso sistêmico, tireoidites imunes, artrite reumatoide, etc
Doença pulmonar grave: especial atenção à enfisema, doença pulmonar
obstrutiva crônica (DPOC), história de embolia pulmonar e Tuberculose
extrapulmonar
Doenças endócrinas: hiperaldosteronismo, hiperfunção hipofisária,
hiperlipoproteinemias essenciais, hipertireoidismo, hipopituitarismo,
insuficiência suprarrenal, síndrome de Cushing
Doenças hemorrágicas congênitas ou adquiridas
Doenças gastrointestinais: cirrose hepática, retocolite ulcerativa crônica,
doença de Crohn, hepatopatia crônica de origem desconhecida, hipertensão
porta, pancreatite crônica
Hanseníase
Feocromocitoma
Doença renal crônica
Leishmaniose visceral (Calazar)
Elefantíase (filariose)
Doenças neurológicas: esclerose em placa, esclerose lateral amiotrófica,
esclerose múltipla, hematoma extra ou subdural com sequela,
leucoencefalopatia multifocal progressiva, neurofibromatose forma
maior,miastenia gravis
Quatro décadas após a descoberta do sistema de grupo sanguíneo, ou fato que revolucionou a
prática da medicina transfusional, foi a identificação do fator Rh em humanos.
• 85% das pessoas possuem o fator Rh nas hemácias, sendo por isso chamado de RH+
(positivos).
• 15% restantes que não possuem são chamados de RH-(negativos).
Como a incompatibilidade sanguínea se deve à interação entre proteínas que podem ou não
estar presentes no sangue humano. Quando ocorre, provoca doenças que podem ter sintomas
leves a graves. Quando ela está presente considera-se Rh positivo. Caso ausente classifica-se
como Rh negativo.
A dificuldade é criada quando o sangue do bebé se mistura com o sangue da mãe. As circulações
sanguíneas da mãe e do feto ocorrem em vasos sanguíneos completamente independentes, mas
esses vasos estão muito próximos da placenta. Esta pode sofrer pequenas rupturas, que fazem
com que as células sanguíneas do bebé penetrem na circulação da mãe.
O que acontece nestes casos é que o organismo da mãe reconhece essas células como corpos
estranhos e vai gerar anticorpos (anti-D) que vão atacar os glóbulos vermelhos do bebé.
As consequências deste ataque podem levar ao falecimento do bebé na gestação ou após o
nascimento, ou podem resultar num recém-nascido com grave icterícia, com um
acompanhamento de deficiência mental, paralisia cerebral e surdez (Eritroblastose fetal).
Em casos em que a criança nasce afetada, pode mesmo realizar-se uma transfusão total de
sangue Rh-, que não será destruído pelos anticorpos da mãe, transfusão pode ser efetuada com o
feto ainda no útero.
2.5 Fisiológicas
O sangue é composto de várias células diferentes, incluindo glóbulos vermelhos e brancos, plasma
e plaquetas. Em alguns casos, pode ser necessário realizar uma transfusão que use o sangue por
completo, mas também há casos em que só é necessário a reposição de um componente
específico.
Transfusão de glóbulos vermelhos – pode ser realizada se você tiver anemia ou deficiência de
ferro;
Transfusão de plaquetas – é realizada se seu corpo não tiver plaquetas em nível suficiente,
possivelmente por causa de câncer e seus tratamentos que afetam essas células;
Transfusão de plasma – ajuda a substituir as proteínas no sangue que ajudam a coagular. Pode ser
necessário após um sangramento grave ou se você tiver doença hepática.
Transfusão Sanguínea
3.0 Conceito
Transfusão é o ato médico de transferir hemocomponentes, ou seja, componentes do sangue
(plasma sanguíneo, plaquetas, hemácias e leucócitos) de um doador para o sistema circulatório
de outra pessoa.
3.1 Tipos de Transfusão de Sangue
Agendada
Agenda-se o dia e o local. Geralmente, o paciente pode vir em horário e local específico.
Rotina
Urgência
Emergência
Quando o atraso na transfusão pode significar a diferença entre a vida e a morte do paciente.
Aférese
É o caso das plaquetas, que são retiradas do sangue e o paciente pode receber a transfusão somente de
plaquetas.
Hemaférese
Ocorre quando do sangue do paciente são retiradas substâncias nocivas e o sangue retorna ao mesmo
paciente.
Transfusão autóloga
Um dos melhores tipos de transfusão, pois o próprio paciente doa sangue para ele mesmo, a ser recebido
em um momento posterior, como uma cirurgia, minimizando os riscos de intercorrências.
3.3 Tipagem do sangue
Tipagem sanguínea é um teste realizado por profissionais de saúde para estabelecer qual tipo sanguíneo e
fator Rh que um indivíduo possui.
A técnica que é utilizada é pegar o soro do receptor e colocar junto com linfócitos do doador com a
finalidade de não ocorrer uma rejeição da parte do receptor, pois o paciente poderá ter em seu organismo
anticorpos contra os antígenos expressados na superfície das células do doador, podendo
consequentemente causar rejeição.
3.5 Tempo de administração
Entre a coleta de uma amostra e o início da transfusão, é necessário um prazo de
aproximadamente 3 horas, para realização dos testes pré transfusionais. A transfusão demora, em
média, de 2 a 3 horas.
B- Religião e Vida
Brasil é considerado um Estado Laico em virtude de dispositivos constitucionais que amparam a
liberdade de religião. Assim, cita-se o artigo 5º, VI, da Constituição Federal que dispõe:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Inciso VI do Artigo 5° da Constituição Federal de 1988
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas
liturgias.
A Resolução CFM nº 1.021/80, em seu artigo 2º, diz: "Se houver iminente perigo de vida, o
médico praticará a transfusão de sangue, independentemente de consentimento do
paciente ou de seus responsáveis”
A liberdade de escolha da religião, a liberdade de aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade (ou
o direito) de mudar de religião, e também a liberdade de não aderir a religião alguma, bem como a
liberdade de descrença, a liberdade de ser ateu e de exprimir o agnosticismo. Não engloba,
contudo, a liberdade de embaraçar o livre exercício de qualquer religião, de qualquer crença, “pois
aqui também a liberdade de alguém vai até onde não prejudique a liberdade dos outros.
A transfusão de sangue surgiu com este avanço e atualmente causa grande controvérsia na
sociedade, onde algumas pessoas se recusam a recebê-lo. Há uma divergência na transfusão
sanguínea envolvendo crianças e adolescentes, onde se tem de um lado a decisão dos pais e de
outro a dos médicos. Alguns pais são contra a transfusão por causa de sua crença religiosa.
Muitas vezes, os pais optam a perderem seus filhos do que ter o seu direito de liberdade religiosa
violada. Entretanto, estes menores não têm o direito de escolha, assim ficam à mercê das
decisões de seus pais.
Tratando-se de pais de menores de idade Testemunhas de Jeová, eles podem negar-se a ocorrer
a transfusão de sangue em seus filhos, mas em perigo iminente de vida, os Tribunais tem
admitido a transfusão de sangue contrariando o desejo dos pais, alegando não ser possível a
manifestação de vontade do menor, sendo que seu direito vida prevalece sobre a vontade
parental.
MENORIDADE
Na hipótese de o médico estar diante de urgência ou perigo iminente, ou até mesmo de
paciente menor de idade, deve ocorrer a ponderação de interesses entre as partes. Não
deve ser reconhecido o crime de constrangimento ilegal (art. 146, 3, I CP)
Tendo em vista que o que importa ao médico e ao hospital é utilizar a ciência e as suas técnicas
buscando o bem-estar do paciente, a transfusão de sangue deve ser concretizada para salvar a
vida do menor, mesmo contra a vontade dos seus familiares, levando em consideração que a vida
é o maior bem que uma pessoa pode ter, abrangendo o direito de ter uma vida digna e de
continuar vivo.