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Teoria e Percepção - Vol.1, 1ed. 2019 - Livro Do Aluno

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Sumário

Nível I

I Propriedades da música e do som ................................................................................................... 5


II Notas na pauta - claves de Sol e de Fá na quarta linha ................................................................. 8
III Diapasão normal e escala geral .................................................................................................. 12
IV Figuras rítmicas e suas pausas: valores e compassos simples ................................................... 15
V Fórmula de compasso.................................................................................................................. 18
VI Leitura rítmica I – valores inteiros............................................................................................. 24
VII Leitura métrica I – clave de sol (dó3 – sol4) ............................................................................ 30
VIII Solfejos I ................................................................................................................................. 33
IX Regras de grafia e identificação de cifras e acordes .................................................................. 35
X Solfejos II .................................................................................................................................... 39
Nível II

XI Semitom, tom, alterações e enarmonia ...................................................................................... 44


XII Sinais de repetição .................................................................................................................... 47
XIII Solfejo III ................................................................................................................................ 51
XIV Ligaduras, ponto de aumento, de diminuição e fermata ......................................................... 55
XV Leitura rítmica II – metade do pulso ........................................................................................ 58
XVI Leitura métrica II – clave de sol (dó3 – dó5) com metade do pulso........................................ 63
XVII Solfejo IV .............................................................................................................................. 65
XVIII Leitura rítmica III – valores inteiros a duas vozes ............................................................... 69
XIX Leitura métrica III – clave de fá (sol1 – mi3) com metade do pulso ....................................... 72
XX Clave de Dó na terceira linha e transcrição .............................................................................. 74
Pautas .............................................................................................................................................. 77
Referências bibliográficas ............................................................................................................ 99

Use o código QR para acessar os áudios e vídeos no Google drive.

Essa imagem se refere aos áudios dos exercícios;

Já essa se refere aos vídeos mostrando as células rítmicas.


4

O presente trabalho foi idealizado pensando no aluno de música que procura aprimorar seus
conhecimentos, e também no que está realizando seu primeiro contato com o universo musical.
Esperamos que esse material seja de grande utilidade para que você alcance seus objetivos, que
ele contribua para o seu conhecimento e amadurecimento musical. Tenha paciência para vencer as
dificuldades que irão aparecer no caminho, perseverança para não desistir, e humildade para
reconhecer suas dificuldades.

Em caso de dúvidas não hesite em perguntar ao seu professor, lembre-se que ele sempre estará
torcendo para que você tenha sucesso em seu aprendizado. Procure trocar informações com os seus
colegas de turma e pesquise mais sobre os assuntos que você esteja sentindo dificuldades.

Desejamos um ótimo aprendizado para você!

Lucas Souza
Organizador
Bruno Py, Fabiano Lemos, Frederico Cnop, Marcelo Pfeil, Raul Lavor, Thaís Muniz
Colaboradores
Apoio
5

NÍVEL I

I PROPRIEDADES DA MÚSICA E DO SOM

A música é a arte de combinar os sons simultânea e sucessivamente, com ordem, equilíbrio e


proporção dentro do tempo.

A música possui quatro principais características:

1. Melodia – é o conjunto de notas tocadas em uma ordem sucessiva (forma horizontal da


música);
2. Harmonia – é o conjunto de notas tocadas em uma ordem simultânea (forma vertical da
música – acordes);
3. Contraponto – é o conjunto de melodias dispostas em ordem simultânea (forma horizontal e
vertical da música ao mesmo tempo);
4. Ritmo – ordem e proporção da duração dos sons dentro de uma música.

As características do som também são quatro:


1. Altura – determinada pela frequência das vibrações, determinando se o som é grave ou agudo;
2. Duração – é o tempo de produção do som;
3. Intensidade – é a propriedade do som ser mais forte ou mais fraco, dependendo da amplitude
de suas vibrações;
4. Timbre – combinação de vibrações específicas de cada instrumento, gerando o som específico
de seu emissor. O timbre é a “cor” do som de cada instrumento, o que nos faz distinguir seu
emissor. O timbre é derivado da intensidade dos sons harmônicos que são gerados junto com
o som principal.

Na partitura conseguimos indicar com exatidão as características do som, fazendo o uso da


notação musical, que será nosso principal material de estudo nesse trabalho.
Na escrita musical, as propriedades do som são representadas da seguinte forma:
1. Altura – pela clave usada e pela posição da figura no pentagrama;
2. Duração – pela fração do compasso, figura usada e pelo andamento;
3. Intensidade – pelas indicações de dinâmica (forte, fraco...)
6

4. Timbre – pela indicação da voz ou instrumento que deverá executar a música. A alternância e
a combinação de timbres diferentes resultam em instrumentação.

Exercícios:

Relacione as Colunas:

(1) Melodia ( ) Sons simultâneos

(2) Harmonia ( ) Sons graves, médios e agudos

(3) Ritmo ( ) Característica particular do som

(4) Altura ( ) Som forte e fraco

(5) Duração ( ) Sons sucessivos

(6) Intensidade ( ) Tempo que se prolonga o som

(7) Timbre ( ) Movimento regular constante e simétrico

Os sons musicais são representados graficamente por sinais chamados notas, e a escrita da
música chama-se notação musical.
As notas são 7: dó – ré – mi – fá – sol – lá – si.
Essas 7 notas ouvidas sucessivamente formam uma série de sons que chama-se escala.
Quando essa série de sons segue sua ordem natural (dó – ré – mi – fá – sol – lá – si) temos uma
escala ascendente, e seguindo em ordem inversa (si – lá – sol – fá – mi – ré – dó) temos uma escala
descendente. A escala estará completa se for terminada a série ascende ou descendente com a nota dó.

Ordem ascendente Ordem descendente

dó ré mi fá sol lá si dó dó si lá sol fá mi ré dó


si si
lá lá
sol sol
fá fá
mi mi
ré ré
dó dó
7

Exercícios:
Complete a sequência na ordem ascendente:
8

II NOTAS NA PAUTA – CLAVES DE SOL E DE FÁ NA QUARTA LINHA

Agora iremos aprender a identificar as notas na pauta, e quais são os seus nomes, e veremos
novos sinais da escrita musical, as claves.

As notas são escritas no pentagrama, ou pauta, que são o conjunto de 5 linhas e 4 espaços.

As notas são escritas nas linhas e nos espaços. Se a nota for escrita na linha, ela ocupa metade
dos espaços vizinhos, se a nota for escrita no espaço, ela ocupa todo o espaço.

As linhas e espaços são contados de baixo para cima:

A posição da nota na pauta indica sua altura:

Quando nós tivermos notas fora da pauta, dizemos que estão nas linhas e nos espaços
suplementares. Nós temos linhas e espaços suplementares inferiores e superiores.

Só se grafa as linhas e espaços suplementares que são estritamente indispensáveis.


linha desnecessária

certo errado
As linhas suplementares são individuas
e apenas um pouco maior que a cabeça da nota:
As claves são sinais usados no começo de cada pentagrama para assim darmos nomes as notas
e sabermos sua altura exata.
9

Existem três tipos de claves, a de Sol, Dó e a de Fá, mas focaremos nossos estudos nas claves
de Sol e na de Fá na quarta linha.

O ponto indica onde está a nossa nota referência em cada clave, é a partir dela que acharemos
todas as outras notas. Nas claves de sol e de fá o ponto está no início da grafia da clave, por isso usamos
como referência, e na clave de dó a nota referência se encontra centralizada. Estudaremos a clave de
dó no nível II.
Usaremos como exemplo as claves de sol e de fá. Sabendo onde ficam as notas referenciais,
podemos identificar quais são as outras notas.

Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol

Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si
A clave de sol começa na segunda linha da pauta, vai até a terceira linha, depois desce até a
primeira e sobe até o segundo espaço suplementar superior, desce e faz a curva no final.

Exercício:
Faça claves de Sol.
10

A clave de Fá na quarta linha começa na quarta linha, vai até a quinta linha e desce até a segunda
linha, e para finalizar colocamos um ponto no terceiro espaço e outro no quarto.

Exercício:
Faça claves de Fá na quarta linha.

Como no exemplo, devemos contar cada linha e cada espaço para identificarmos as notas. Se
estamos subindo, iremos pela ordem ascendente da escala: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. Se estamos
descendo, vamos pela ordem descendente da escala: si, lá, sol, fá, mi, ré, dó.
Cada linha e cada espaço suplementar também devem ser contados para indentificarmos as
notas que ali estiverem.
Exemplo na clave de sol:

Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol
Sugestão de como realizar os próximos exercícios:
As notas alvos são Fá e Ré, para mais ficar mais fácil de começo e para evitar se perder na
contagem, sugiro que faça bolinhas pretas nas notas que “fazem o caminho” de uma nota alvo até a
outra, para depois ir nomeando mentalmente, colocando os nomes apenas nas notas alvos.
No exemplo (1) tomei como nota de partida a nota fá, primeiro espaço da pauta na clave de sol,
e a nota alvo se encontra na quarta linha da pauta. No exemplo (2) coloquei as bolinhas pretas no
caminho, contando as linhas e os espaços que entre as notas alvos. No (3) as notas entre parênteses são
as que devem ser nomeadas mentalmente, deixando apenas como no (4), as notas alvos nomeadas e as
bolinhas no caminho.
(1) (2)

(3) (4)
11

Exercícios:
Nomeie as notas na clave de fá:

Nomeie as notas na clave de sol:

.
12

III DIAPASÃO NORMAL E ESCALA GERAL

Diapasão normal
Chama-se diapasão normal a nota lá que se escreve no 2° espaço da pauta na clave de sol, e
que funciona como base de afinação para os instrumentos em geral.
Dipasão normal (lá 3):

Escala geral
Chama-se escala geral o conjunto de todos os sons musicais que o ouvido pode classificar e analisar.
Compreende 97 sons, sendo o mais grave o 5° Dó abaixo do diapasão normal e o mais agudo,
o 4° Dó acima do mesmo diapasão.
Para que se possa designar a altura exata dos sons, sem auxílio da pauta e das claves, dá-se a
cada nota um número de ordem. Para essa numeração usa-se o seguinte processo:
a) Dá-se um número a cada nota Dó da escala geral. Assim o 5° Dó abaixo do diapasão normal
(o som mais grave dessa escala) é designado da seguinte forma: Dó-2 (lê-se Dó menos 2). O
Dó imediatamente superior a este será o Dó-1, e os subsequentes: Dó1, Dó2, Dó3, Dó4, Dó5,
Dó6 e Dó7 (o som mais agudo da escala geral).
b) Cada uma das 8 oitavas da escala geral recebe um número, correspondente à nota Dó a qual ela
começa.
Teremos, então, as oitavas assim numeradas:
8a –2 (do Dó-2 ao Dó-1)
8a –1 (do Dó-1 ao Dó1)
8a 1 (do Dó 1 ao Dó 2)
8a 2 (do Dó 2 ao Dó 3)
8a 3 (do Dó 3 ao Dó 4)
8a 4 (do Dó 4 ao Dó 5)
8a 5 (do Dó 5 ao Dó 6)
8a 6 (do Dó 6 ao Dó7)
c) Todas as notas compreendidas dentro de cada 8 a, serão designadas pelo seu nome seguido do
número correspondente à 8a dentro da qual se encontram. As notas contidas dentro da 8a 3, por
exemplo, serão assim numeradas: Dó3, Dó#3, Ré3, Ré#3, Mi3, Fá3, etc.
13

O Dó3 é chamado de Dó central por ser a nota que se acha exatamente no meio da escala geral.

De acordo com a altura dos sons, a escala geral se divide em cinco regiões:

Região Nota Inicial Nota Final

Sub-grave (ou gravíssima) Dó -2 Dó 1

Grave Dó 1 Dó 2

Média Dó 2 Dó 4

Aguda Dó 4 Dó 5

Super-aguda (agudíssima) Dó 5 Dó 7

Como vimos, as regiões sub-grave, média e super-aguda percorrem duas oitavas; as regiões
grave e aguda, percorrem apenas uma oitava.
As 3 regiões, grave, média e aguda, formam a região central. Esta região abrange assim, quatro
oitavas (inicia-se no Dó 1 e termina no Dó 5) e dentro dela se enquandram a extensão de todas as vozes
e a extensão dos principais instrumentos de cordas.

Toda a escala geral pode, também, ser escrita apenas na clave de Fá na quarta linha e na clave
de Sol, com o auxílio de linhas suplementares e com a linha de oitava.
O instrumento que percorre toda a escala geral é o grande órgão.
O instrumento que emite com maior clareza o Dó 7 (última nota da escala geral) é o flautim.
14

Exercícios:

Qual nota recebe o nome de diapasão normal? ___________________________________________


O que é escala geral?________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Quantos sons compreende a escala geral? _______________________________________________
Qual é o som mais grave dessa escala? _________________________________________________
E o som mais agudo? _______________________________________________________________
Como podemos designar a altura exata dos sons sem auxílio da pauta e das claves?
_________________________________________________________________________________
Quantas e quais são as regiões da escala central?
________________________________________________________________________________
Determine onde começa e onde termina cada região:
_________________________________________________________________________________
Quais são as regiões que percorrem duas oitavas?
_________________________________________________________________________________
E quais são as que percorrem uma só?
_________________________________________________________________________________
Qual o instrumento que percorre toda a escala geral?
________________________________________________________________________________
Faça que nem no exemplo (Dó3), nomeie as notas e indique sua oitava:
15

IV FIGURAS RÍTMICAS E SUAS PAUSAS: VALORES E COMPASSOS SIMPLES

Em música existem sons longos e sons breves. Há também momentos quando se interrompe a
emissão do som: os silêncios. A duração é a maior ou a menor continuidade de um som. A relação
entre as durações de sons define o ritmo.
O ritmo é a organização do tempo. O ritmo não é, portanto, um som, mas somente um tempo
organizado. A palavra ritmo designa “aquilo que flui, aquilo que se move”.
Antigamente eram as palavras que indicavam, mais ou menos, o tempo de duração de cada
nota. No princípio do século XIII surgiram as figuras mensurais para determinar a duração dos sons.
As mais antigas eram a Máxima, a Longa, a Breve, a Semibreve, a Mínima e a Semínima. Eram
originalmente pretas, posteriormente brancas. No início do século XVI desapareceram as neumas e no
século XVII a notação redonda substituiu a notação quadrada antiga.
Na notação musical atual, cada nota escrita na pauta informa a altura (posição da nota na linha
ou no espaço da pauta), e também a duração (formato e configuração da nota). A duração relativa dos
sons é definida pelos valores (os valores definem as proporções entre as notas). A duração absoluta é
dada pela indicação do andamento.
Valor é o sinal que indica a duração relativa do som e do silêncio. Os valores positivos ou
figuras indicam a duração dos sons e os valores negativos ou pausas indicam a duração dos silêncios.
Figuras e pausas são um conjunto de sinais convencionais representativos das durações. São
sete os valores que representam as figuras e as pausas no atual sistema musical. Para cada figura existe
uma pausa correspondente.

Nome Figura de som Figura de silêncio


As pausas, figuras de silêncio, não possuem
nomes próprios. Elas serão chamadas de acordo
com a duração da figura de som correspondente: Semibreve
Pausa de 4 tempos: pausa da semibreve;
Pausa de 2 tempos: pausa da mínima;
E assim por diante. Mínima

O silêncio é a ausência do som.


Semínima
Observações sobre a grafia das figuras:
1) É muito importante a precisão na grafia Colcheia
das notas.
2) A haste é um traço vertical colocado à
direita da figura quando para cima e à
Semicolcheia
esquerda quando para baixo:
3) As notas colocadas na parte
inferior da pauta (até a terceira
Fusa
linha) têm haste para cima; as notas
colocadas na parte superior da pauta (a
partir da terceira linha) têm a haste para
baixo. Na terceira linha é facultativo Semifusa
colocar a haste para cima ou para baixo:
16

4) A haste das figuras com três ou mais colchetes é mais longa.

5) Os colchetes sempre são colocados no lado direito das hastes:

6) Quando existe a sucessão de várias figuras com colchetes, estes podem ser unidos com uma
barra de ligação:

Figuras de Som e de Silêncio em Compassos simples.

Esses valores são imutáveis quando Nome Figura de som Figura de silêncio Duração
estivermos em um compasso com o
denominador 4, o que iremos entender
Semibreve 4
mais para frente. Importante agora é
que se decore esses valores e suas
figuras
Mínima 2
representativas. Quando você está
ouvindo uma música, e por exemplo,
começa a bater o pé junto com o Semínima 1
andamento dela, essa batida que você
está dando no ritmo certo equivale a
uma pulsação, nesse caso um tempo. Colcheia 1/2

O compassos simples que


iremos estudar inicialmente são todos Semicolcheia 1/4
que possuem o denominador 4.

Fusa 1/8

As figuras podem ser formadas por 3 Semifusa 1/16


partes:
1: Cabeça 2: Haste 3: Colchete

Figura Positiva
2 3
1 Proporção 4 2 1 1/2 1/4
Denominador de indicação 1 2 4 8 16
17

Divisão binária dos valores: a unidade divide-se em duas partes iguais.

Exercícios:

Quantas para uma ? __2__ Quantas para uma ?_____ Quantas para uma ? _____

Quantas para uma ? _____ Quantas para uma ? _____ Quantas para uma ? _____

Quantas para uma ?_____ Quantas para uma ?_____ Quantas para uma ?_____

Quantas para uma ?_____ Quantas para uma ? _____ Quantas para uma ? _____

Modelo: =

= ____________ = ____________ = ____________

= ____________ = ____________ = ___________

= _____________ = ____________ = _____________

= ____________ = ____________ = _____________


18

V FÓRMULA DE COMPASSO

Compasso
Compasso é a divisão regular do tempo em um trecho musical, que podem ser agrupados de
diversas formas; é a divisão da música em pequenas partes de duração iguais ou variáveis.
Os compassos são separados por uma linha vertical, chamada barra de compasso ou travessão.

A barra de compasso atravessa todo o pentagrama, da quinta à primeira linha.


certo errado errado

Compasso é o espaço entre duas barras.


Obs. 1: Não se grafa a barra inicial no primeiro compasso do pentagrama.

Obs. 2: Não se usa barra antes da clave quando a música é escrita em um só pentagrama.

A divisão da música em compassos facilita a leitura e a execução da partitura.


Barra dupla ou travessão final indica o final da
música, a segunda barra é sempre mais grossa
que a primeira
Também podemos encontrar em uma música a barra dupla simples:
Ela pode indicar 5 diferentes situações:
1) Final de um trecho ou de uma parte da música;
2) Divisão de um período/movimento;
3) Mudança de tom;
4) Mudança de compasso;
5) Mudança de andamento.
19

Quando são usados dois pentagramas para o mesmo instrumento (por exemplo piano) ou
para um grupo de instrumentos ou vozes, os pentagramas são unidos por chave no início da pauta.
As barras são comuns para os dois pentagramas e, antes da clave, é grafada mais uma barra.

Na partitura de uma música para conjunto ou para orquestra completa, a primeira barra de
compasso une, geralmente, todos os pentagramas. E todas a barras de divisão são alinhadas.

Ritmo
É a maneira como se sucedem os valores na música.
A melodia: O ritmo
desta melodia:
A fórmula de compasso, colocada no começo de cada peça musical, indica, geralmente por
números em forma de fração, o tamanho do compasso e também sugere as possíveis interpretações. O
numerador indica quantos tempos cabem no compasso, e o denominador determina a duração de cada
figura.

4 Quantidade de tempos/valores
=
4 Duração/valores da figuras
20

Compasso:
leia-se dois por quatro (compasso binário)

leia-se três por quatro (compasso ternário)

leia-se quatro por quatro (compasso quaternário)

Observações:

1) O C no lugar da fração representa um compasso quaternário:

2) A fórmula de compasso é escrita uma única vez no início da música, e vigora até o seu final
ou até uma mudança de compasso:

3) A fórmula de compasso é escrita após a clave e a armadura.


4) A fórmula de compasso deve enquadrar-se no pentagrama. Os números são grafados um
exatamente embaixo do outro.
21

5) Não se interrompe um compasso no final do pentagrama para continua-lo no pentagrama


seguinte.

Exercícios:
Marque com um (x) os compassos que estiverem incorretos:
( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

Separe os compassos de acordo com a sua fração usando a barra de compasso:


22

Complete os compassos usando a quantidade de figuras indicadas entre parênteses:

O início rítmico de uma música pode ter três formas:

1. Ritmo tético: o ritmo começa no primeiro tempo do compasso:

2. Ritmo anacrústico ou protético: o compasso inicial é incompleto:

Obs.: o compasso incompleto não entra na contagem, é como se ele fosse o compasso
“zero”

3. Ritmo acéfalo ou decapitado: o início do primeiro compasso é ocupado por uma pausa:

Exercícios:

Analisar o começo dos seguintes trechos e dizer se são téticos, anarústicos ou acéfalos:

____________ ________________ ____________________ ______________________


23

___________________ _______________ ________________ _____________________

Unidade de compasso (U.C)


É o valor que preenche, se possível sozinho, um compasso inteiro. Para encontrar a unidade de
compasso soma-se o número de figuras indicadas pelo denominador reduzindo-as a uma só ou ao
menor número possível de figuras.
Obs.: A unidade de compasso, representada por valor resultante da combinação de várias figuras, é
chamada por alguns teóricos de “unidade de som” em vez de “unidade de compasso”.

Obs.: a unidade de compasso formada por figuras compostas (pontuadas) é chamada por alguns
teóricos de “unidade de som”.
Unidade de tempo (U.T)

A Unidade de Tempo (U.T) é o valor que se toma por unidade de movimento, é a figura que
equivale a uma pulsação. Em teoria, qualquer nota musical pode ser utilizada para determinar a unidade
de tempo do compasso. Na prática, porém, as notas musicais mais utilizadas são: mínima, semínima e
colcheia. O tempo se divide em partes de tempo. Conforme o número de tempos os compassos são
classificados da seguinte forma:

Unário 1 tempo Quaternário 4 tempos Setenário 7 tempos


Binário 2 tempos Quinário 5 tempos Octonário 8 tempos
Ternário 3 tempos Senário 6 tempos Nonário 9 tempos
E assim por diante.
Exercícios:

Determinar a unidade de compasso (U.C).

6 4 9
8 8 8

3 4 6
4 2 4
24

VI LEITURA RÍTMICA I – VALORES INTEIROS

Leitura rítmica é quando “cantamos” o ritmo escrito, sem necessariamente entoarmos a nota,
por isso nesse exercício não usaremos nenhuma clave.

Aconselho a usarem o metrônomo, um aparelho para marcamos o tempo, com a contagem em


BPM, que significa batidas por minuto. Pode-se adquiri-lo em lojas de instrumentos musicais, ou
instalar algum aplicativo de metrônomo em seu computador ou smartphone.

Nesses exercícios cada batida do metrônomo equivale a semínima, que tem a duração de um
tempo. Se uma figura vale dois tempos, então será duas batidas e uma nota só.

Iremos executar o ritmo com a boca e marcar o ritmo com o pé:

B = boca P = pé

B B B B B B B

P P P P P P P P P P P P

Ta - - - Ta - Ta
25

1)

2)

3)

4)

5)
26

6)

7)

8)

9)

10)
27

11)

12)

13)

14)

15)
28

16)

17)

18)

19)

20)
29

Exercícios para casa:


Escute os áudios dos ditados propostos e escreva-os na pauta.

Para facilitar a correção dos excercícios, escreva as figuras de som no primeiro espaço da
pauta, como no exemplo acima; e quando for figuras de pausas não se esqueça que as pausas de 4
tempos e a 2 tempos são escritas no mesmo espaço (terceiro espaço da pauta), sendo a de 4 tempos
escrita na parte de cima e a de 2 tempos na parte de baixo do espaço; e centralize as pausas de 1 tempo.
Obs.: ditados com valores inteiros e sem uso de pausas.

Obs.: ditados com valores inteiros e com uso de pausas.


30

VII LEITURA MÉTRICA I – CLAVE DE SOL (DÓ3 – SOL4)

Leitura métrica significa cantar o ritmo escrito, parecido com a leitura rítmica, só que ao invés
de usarmos alguma sílaba para cantar o ritmo, nós iremos falar os nomes das notas escritas.

1)

2)

3)

6)

7)

10)
31

11)

12)

13)

14)
32

15)

16)

17)

18)
33

VIII SOLFEJO I
Chama-se solfejo ao processo e ao resultado de solfejar. Este verbo, por sua vez, refere-se a
entoar uma canção/melodia pronunciando os nomes das notas no tempo certo.
O solfejo, por conseguinte, é uma forma de treino que se desenvolve com o objetivo de aprender
a entoação da nota enquanto se lê uma partitura. Deste modo, não só se pratica a entoação, como
também se ganha destreza para ler partituras de forma mais eficaz.
Solfejo por graus em Dó maior até o III grau.
34

Excercícios para casa:


Obs.: exemplo de como os exercícios devem ser feitos:
Cada retângulo equivale a um tempo, uma pulsação, e os retângulos preenchidos de cinza
marcam o primeiro tempo de cada compasso, nesse caso tempos um compasso ternário:

Os números dentro dos retângulos equivalem aos graus. O retângulo que possui a linha curva
de um para o outro quer dizer que o som daquele grau (número) durou mais que um tempo, no primeiro
exemplo durou dois tempos. Se fosse um som durando 3 tempos, por exemplo, a linha curva iria
abranger mais retângulos:
Nesse caso o segundo 1 que aparece está valendo
3 tempos. Identifique o tipo de compasso (binário,
ternário ou quaternário), e faça os exercícios como
no modelo.

Ditado melódico com valores inteiros, sem pausas, até o 3° grau.


35

IX REGRAS DE GRAFIA E IDENTIFICAÇÃO DE CIFRAS E ACORDES

Nesse capítulo serão apresentadas algumas regras básicas que são de suma importância para uma
grafia musical correta.

Colchetes

Antigamente na música vocal era costume não ligar os colchetes:

As vezes as colcheias, ou semicolcheias, eram separadas de acordo com as sílabas.

Quando a nota é escrita da terceira linha para baixo, o colchete é escrito para cima,
quando ela for escrita da terceira linha para cima, o colchete é escrito para baixo; na terceira
linha é facultativo a escrita para cima ou para baixo, nesse caso se observa o movimento
musical.

Ligadura de frase

Na música vocal, quando uma silaba se prolonga por diversas notas, estas notas serão
abrangidas por uma ligadura, a ligadura de frase.

Linhas suplementares
Havendo muitas linhas suplementares, facilita-se a leitura escrevendo linhas de oitava.

assim: em vez de:

assim: em vez de:


36

Havendo oitavas nas linhas suplementares, intervalos harmônicos, facilita-se a leitura


escrevendo da seguinte forma:

assim: em vez de:

assim: em vez de:

Compasso

A barra de compasso deve limitar-se ao pentagrama:

Certo:

Errado:

Não se grafa barra de compasso antes da clave, só se for peça em grade:

Errado:

E nem no início do primeiro compasso:

Errado:

Distribuição das notas no compasso

Ao unir os colchetes, deve-se evitar ligar os tempos entre si.

Preferível:
37

Evitado:

Exceções:

No compasso ternário, podem-se ligar as colcheias também assim:

No compasso quaternário, podem-se ligar as colcheias também assim: 1° + 2° e 3° + 4°


tempos, mas evitasse unir o 2° ao 3° tempo.

Preferível: Evitado:

Distribuição das pausas no compasso

Quando a pausa abrange um compasso inteiro, pode-se usar a pausa de semibreve,


independente da fórmula do compasso.

A pausa pode somar tempos:

mas evitasse somar parte de um tempo com parte de outro:

Preferível:

Evitado:

No compasso quaternário, evitasse somar as pausas dos tempos 2° e 3°.

Preferível: evitado:
38

Identificação de cifras e acordes

As cifras são letras que representam os acordes de forma mais rápida que a partitura, mas deixa
a desejar sobre onde esse acorde tem que ser feito, se não for indicado pelo compositor. Outro ponto
que a cifra deixa a desejar e por não indicar o ritmo da música, como cada acorde terá que ser tocado
naquele momento, e para tocar determinada música, é preciso ter um conhecimento prévio da mesma.
Com o uso da cifra, podemos indentificar um acorde rapidamente, e assim monta-lo de forma mais
ágil.

Agora iremos conhecer as cifras e as notas que elas representam:


Quando tivermos apenas a cifra sozinha, por exempo C (dó), quer dizer que o acorde é maior,
então nós temos dó maior. Quando tivermos a cifra acompanhada por um “m” minúsculo, por
exemplo Cm, quer dizer que o acorde é menor, no caso aí temos dó menor.

CIFRA ACORDE
C DÓ
D RÉ
E MI
F FÁ
G SOL
A LÁ
B SI

Pronúncia de alguns acordes com tensão tendo como base o C (dó):


C7M = Dó com sétima maior C7 = Dó com sétima (menor)
C7M(9) = Dó com sétima maior e nona C7(9) = Dó com sétima e nona
C6(9) = Dó com sexta e nona C7(b9) Dó com sétima e nona bemol
C6 = Dó com sexta C7(13) = Dó com sétima e 13a
Csus4 = Dó com a quarta suspensa C7(b13) = Dó com sétima e 13abemol
Cm7 = Dó menor com sétima Cm7(9) = Dó menor com sétima e nona
Cm7(b9) = Dó menor com sétima e nona bemol Cm7M = Dó menor com sétima maior
Cm6 = Dó menor com sexta Cm11 = Dó menor com décima primeira
Cm7(b5)/CØ = Dó menor com sétima e quinta C° = Dó diminuto
bemol / Dó meio diminuto
39

X SOLFEJO II
Solfejo por graus em Dó maior até o IV grau.
40
41

Excercícios para casa:


Ditado melódico com valores inteiros, sem pausas, até o 4° grau.

Solfejo por graus em Dó maior até o V grau.


42
43

Excercícios para casa:


Ditado melódico com valores inteiros, sem pausas, até o 5° grau.
44

NÍVEL II
XI SEMITOM, TOM, ALTERAÇÕES E ENARMONIA

Semitom Tom

semitons
Semitom, ou meio tom, é o menor intervalo entre duas notas no sistema musical ocidental (no
sistema temperado). Abrevia-se st ou mt. Tom, abrevia-se t, é igual a soma de dois semitons.
O menor intervalo entre dois sons é, na verdade, a diferença de uma vibração (por exemplo
uma nota com setenta e outra com setenta e uma vibrações por segundo). O sistema musical ocidental
utiliza somente uma seleção semitonal dos sons existentes.
Algumas culturas orientais (japonesa, chinesa, árabe, hebraica, indiana, etc.) utilizam em seu
sistema musical frações menores que um semitom (um quarto de tom, um oitavo de tom, etc.)
Cada instrumento tem a sua forma de executar a distância de semitom e tom entre as notas,
procure saber como realiza-lo com o seu professor de instrumento, pesquisando, lendo mais sobre a
execução de acordo com o instrumento.
Existem dois semitons naturais, são assim chamados por não possuírem acidentes (que iremos
ver a seguir), são eles: mi para fá, e de si para dó. Entre as outras notas temos a distância de um tom.
Alterações são sinais que irão alterar a nota do seu estado natural, fazendo com que elas fiquem
mais agudas ou mais graves de acordo com o acidente usado. As distâncias das alterações dos acidentes
descritas abaixo se referem sempre a nota no seu estado natural, e caso a nota já possua alguma
altareção seu efeito será outro, como descrito na “escada” com as alterações no exemplo abaixo.

( # ) sustenido – ele eleva a nota um semitom. Se temos uma nota na 1a casa na 1a corda, a nota fá, e
colocamos o # ela vira fá sustenido, nesse caso a nota será tocada na 2 a casa.
( b ) bemol – ele abaixa a nota um semitom. Se temos uma nota na 3a casa na 1a corda, a nota sol, e
colocamos o b ela vira sol bemol, nesse caso a nota será tocada na 2a casa.
Obs¹.: também teremos o dobrado sustenido ( x ) e o dobrado bemol ( bb ).
Obs².: pronunciamos o nome do acidente depois do nome da nota, mas na escrita ele vem sempre antes
da mesma.
( ) bequadro – anula o acidente. O bequadro também só irá aparecer na partitura.
Para ficar mais fácil de assimilar o uso dos acidentes, vamos utilizar a escada ao lado como um meio
de associação; de um degrau para o outro é um semitom.
x
Ex.: se eu tenho um mibb e quero que ele suba 1st eu tenho que usar o bemol; se #
eu tenho um dó# e quero que ele desça 1st eu tenho que usar o bequadro; se eu
tenho láb e quero que ele suba 1st eu tenho que usar o bequadro – o bequadro faz b
o caminho inverso quando anula o acidente. bb
45

Exercícios:
Elevar as notas um semitom:

Abaixar as notas um semitom:

Elevar as notas um tom:

Abaixar as notas um tom:

Dizer se é tom ou semitom a distância entre as notas:

____________ ____________ ____________ ____________

___________ ____________ ____________ ____________

Enarmonia
Enarmonia é a substituição de uma ou mais notas por outras que, muito embora de nomes
diferentes, representam os mesmos sons.
Notas enarmônicas são notas de nomes e grafia diferentes, porém com o mesmo resultado auditivo.
46

Exercícios:
Escreva as possibilidades enarmônicas das seguintes notas:

Enarmonia parcial do intervalo é a enarmonia apenas da primeira ou da segunda nota do


intervalo; enarmonia total do intervalo é a enarmonia de ambas as notas do intervalo.
Intervalo original Enarmonia parcial Enarmonia total

Exercícios:
Escreva ou menos uma possibilidades enarmônica total das seguintes notas:
47

XII SINAIS DE REPETIÇÃO

Ritornello indica a repetição de um trecho.

Execução: 1, 2, 3, 4, 5, 1, 2, 3, 4, 5.

Execução: 1, 2, 3, 4, 5, 3, 4, 5.

Casas de 1a e de 2a vez
Utilizadas quando uma música ou trecho se repetem, mas com o final diferente

Execução: 1, 2, 3, 1, 2, 4, 5.

D.C. (da capo = da cabeça , do zero, do começo da música)


Indica a repetição da música desde o início, mas sem fazer a repetição do ritornello.

Execução: 1, 2, 3, 1, 2, 3, 4, 5, 1, 2, 3, 4, 5.
48

Quando fazemos o D.C. não fazemos o ritornello, só se estiver escrito “(com repetições)” em baixo
do D.C.

Execução: 1, 2, 3, 1, 2, 3, 4, 5, 1, 2, 3, 1, 2, 3, 4, 5.

Execução: 1, 2, 3, 1, 2, 4, 5, 1, 2, 4, 5.

Fine/F (Final)
Indica onde a música termina, pois seu final não coincide com o final da partitura, geralmente
seu uso vem junto com o D.C.

Execução: 1, 2, 1, 2, 3, 4, 5, 1, 2, 3.

Segno (Sinal)
Indica o local de onde será efetuada a repetição.
49

Execução: 1, 2, 3, 3, 4, 5, 2, 3, 4.

Coda
Sinal de salto para a finalização de uma música (ou parte de uma)

Execução: 1, 2, 1, 2, 3, 4, 5, 1, 2, 3, 6, 7.

Fade-out
Indica que um pequeno trecho deve ser repetido várias vezes, diminuindo gradativamente de
intensidade, até desaparecer.

Execução: 1, 2, 3, 4, 5, 4, 5, 4, 5, etc.
Fade-in: ao contrário do Fade-out, indica que um pequeno trecho deve ser repetido várias
vezes, aumentando gradativamente de intensidade.
50

Exercícios:
Indique a execução:
1)

Execução: ________________________________________________________________________

2)

Execução: ________________________________________________________________________
51

XIII SOLFEJO III


52
53
54

Excercícios para casa:


Ditado melódico com valores inteiros, com uso de pausas, até o 5° grau.
55

XIV LIGADURAS, PONTO DE AUMENTO, DE DIMINUIÇÃO E FERMATA

Ligadura de prolongamento

A ligadura é uma linha curva que une duas notas, ou mais, pela cabeça. O resultado dela
quando entre notas de mesma altura é a soma dos tempos, essa é a ligadura de prolongamento.

semínima + semínima = mínima (2 tempos)

mínima + mínima = semibreve (4 tempos)

semínima + colcheia = semínima pontuada (1 tempo e 1/2)

Ligadura de expressão
Ligadura entre notas de alturas diferentes, cada instrumento
tem sua forma de execução desse tipo de ligadura. O princípio
básico é que se tenha um som contínuo, sem interrupções.

Não se usa ligaduras entre pausas

Ligadura de frase
Indica os limites da frase musical, está
mais ligada ao estudo da interpretação e
execução musical que ao campo teórico.

Ponto de aumento

O ponto de aumento é um sinal que colocamos à direita da nota, e ele aumenta o valor da
nota em sua metade, ou se soma o valor da figura com a próxima de menor valor. A nota que
recebe o ponto é chamada de “nota pontuada”, e as pausas também podem levar o ponto de
aumento.

semínima valendo 1 tempo e meio


56

colcheia valendo 3/4 de tempo mínima valendo 3 tempos

As figuras pontuadas são chamadas de “figuras compostas”, e as não pontudas de “figuras


simples”. Também temos o ponto duplo de aumento, ele aumenta 3/4 do valor da figura, em resumo,
o primeiro ponto aumenta metade (1/2) e o segundo metade da metade (1/4).

No exemplo abaixo a mínima está valendo 3 tempos: 2 tempos do valor da figura + a sua
metade, que é 1 tempo, devido ao ponto de aumento.

A semibreve nesse exemplo está valendo 6 tempos: 4 tempos da figura + 2 tempos do ponto.

Ponto de diminuição

O ponto de diminuição é colocado em cima ou embaixo da nota, próximo a sua cabeça, e divide
a figura em duas partes iguais, sendo primeira parte de som, e a segunda de silêncio.

Exercícios:
Substitua as figuras pontuadas por figuras ligadas:

Substitua as figuras ligadas por figuras pontuadas:

Substitua as figuras pontuadas por figuras de som e de silêncio:


57

Fermata

É um sinal de prolongamento sem valor e proporção fixos, dependendo do estilo da obra, do


período musical da composição e do acordo entre os executantes.

A fermata pode ser designada de três formas: Prolongamento – Suspensão – Parada.

• Prolongamento: sobre ou sob FIGURAS, indica prolongamento da duração da figura.


• Suspensão: sobre ou sob PAUSAS, indica prolongamento da duração da pausa.
• Parada: sobre BARRA DUPLA, indica pequena interrupção entre duas partes do trecho
musical.

Observações:

• O prolongamento varia de acordo com o estilo, o andamento, a estética e a interpretação do


executante;
• Esse prolongamento, caso a peça seja para vários executantes, será definido para que todos
executem da mesma forma.
Exemplo: foi decidido entre os executantes que o Dó4 incial com a fermata estará valendo
3, sendo assim todos irão tocar esse dó valendo 3, e não 2 como o esperado.
58

XV LEITURA RÍTMICA II – METADE DO PULSO

Sugestões de pronúncias das células rítmicas.

Ligaduras
prolongar a última
sílaba executada
59

1)

2)

3)

4)

5)

6)

7)
60

8)

9)

10)

11)

12)

13)
61

14)

15)

16)

17)

18)
62

Exercícios para casa:


Escute os áudios dos ditados propostos e escreva-os na pauta.

Para facilitar a correção dos excercícios, escreva as figuras de som no primeiro espaço da
pauta, como no exemplo acima; e quando for figuras de pausas não se esqueça que as pausas de 4
tempos e a 2 tempos são escritas no mesmo espaço (terceiro espaço da pauta), sendo a de 4 tempos
escrita na parte de cima e a de 2 tempos na parte de baixo do espaço; e centralize as pausas de 1 tempo.
Obs.: ditados rítmicos com metade da pulsação com uso de pausas e semínima pontuada.
63

XVI LEITURA MÉTRICA II CLAVE DE SOL (DÓ3 – DÓ5) COM METADE DO PULSO

1)

2)

3)

4)

5)

6)

7)

8)
64

9)

10)

11)

12)

13)
65

XVII SOLFEJO IV
66
67
68

Exercícios:
Ditado melódico com valores inteiros, com uso de pausas, até o 5° grau.
69

XVIII LEITURA RÍTMICA III – VALORES INTEIROS A DUAS VOZES

MD = mão direita ME = mão esquerda P = pé

1)

2)

3)

4)
70

5)

6)

7)

8)

9)
71

10)

11)

12)
72

XIX LEITURA MÉTRICA III – CLAVE DE FÁ (SOL1 – MI3) COM METADE DO PULSO
1)

2)

3)

4)

5)
73

6)

7)

8)

9)

10)
74

XX CLAVE DE DÓ NA TERCEIRA LINHA E TRANSCRIÇÃO

Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol Lá
A clave de Dó foi usada por muito tempo para escrita vocal, porém hoje em dia se usa mais a
clave de Sol e a de Fá; a clave de Dó também é conhecida como Clave de Viola, por esse instrumento
ser escrito nessa clave até hoje.
A clave de Dó (na terceira linha) será feita da seguinte forma:

Devido a sua dificuldade de ser feita à mão, podemos faze-la da seguinte forma:

Aqui foram feitas as barras, a primeira mais grossa e a segunda mais fina, e depois foi feito
um 3 de forma proporcional ao tamanho da pauta, e de forma centralizada, o que facilita muito a sua
escrita.
Exercícios:
Faça claves de Dó na terceira linha:

Para relembrar, faça claves de Sol:

Para relembrar, faça claves de Fá:


75

Nomeia as notas na clave de dó na terceira linha:

Transcrição
Transcrever uma melodia significa escrever a mesma melodia, na mesma altura, usando um
sistema diferente, uma outra clave, por exemplo. O que é diferente de transpor, que é quando se altera
a altura das notas, mudando sua tonalidade para ficar mais grave ou mais agudo.
A mesma nota pode ser escrita nas três claves, como
exemplo temos o Dó3, conhecido como Dó central.
Iremos utilizar o Dó central como referência para realizar nossas transcrições. Na transcrição
devemos manter as notas na mesma oitava; exemplo: se eu tenho um Si 2 na clave de Sol, e for
transcrever para a clave de Fá, devo manter o Si 2, mas agora na nova clave.

Si 2 na clave de Sol Si 2 na clave de Fá

Exercícios:

Transcreva para a clave de Fá:


76

Transcreva para a clave de Sol:

Transcreva para a clave de Dó:


77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, Cacilda Borges. Estudos de ritmo e de som – preparatórios. 7a. ed. Rio de Janeiro.
Zoomgraf-K, 1994.

MED, Bohumil. Solfejo. 3a. ed. Brasília. Musimed, 1986.

MED, Bohumil. Teoria da Música. 4a. ed. Brasília. Musimed, 1996.

NASCIMENTO & SILVA, Frederico do; José Raymundo da. Método de Solfejo; vol. 1. Rio de
Janeiro. Rircordi Brasileira.

PRINCE, Adamo. Método Prince; vol. 1. Rio de Janeiro. Irmãos Vitale

PRIOLLI, Maria L. M. Princípios básicos da música para a juventude; vol. 1. Rio de Janeiro.
Casa Oliveira. 1983.

WILLEMS, Edgar. Solfejo: curso elementar. Adaptação portuguesa de Raquel Marques Simões.
São Paulo. Fermata do Brasil, 1994.

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