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M12 - A Economia Portuguesa No Contexto Da União Europeia

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Sistematização de conteúdos | 11ºAno | Economia A

A economia portuguesa no contexto da União Europeia Maio de 2022


Noção e formas de integração económica
Noção de integração económica
Integração económica - Integração de várias economias num espaço económico mais vasto que ultrapassa a
fronteira nacional, pode ser informal ou formal através de:

 Cooperação entre os países;


 Eliminação das barreiras á livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais;
 Pode levar á criação de instituições comuns supranacionais (soberania comum).
O processo de integração seguido pelos países pode comportar objetivos essencialmente económicos ou
comerciais, ou pode alargar-se a níveis de caráter social e político.
Formas de integração económica, formais, por ordem crescente de grau de integração
A integração econômica pode assumir formas diversas, em função do grau de aprofundamento pretendido.

Sistema de preferências aduaneiras- os países que fazem parte do sistema concedem vantagens aduaneiras
entre si. É o que acontece com os países que integram a Commonweafth.
Zona de comércio livre - há livre circulação de mercadorias entre os países pertencentes à zona e cada um
estabelece a sua pauta aduaneira no comércio com terceiros países. A EFTA (Suíça, Noruega, Islândia e
Liechtenstein) é um exemplo desta forma de integração e a NAFTA.
União aduaneira - para além da livre circulação de mercadorias entre os países-membros da união, é
aplicada uma pauta aduaneira comum no comércio com terceiros países. Como exemplos podem referir-se
a União Europeia em 1957 (CEE), (UE), que começou por ser uma união aduaneira, e a União Aduaneira da
África Austral.
Mercado com um/mercado único - nesta forma de integração, a livre circulação de bens estende-se aos
serviços, às pessoas e aos capitais (abolição das fronteiras). O Mercosul e a UE em 1986 (comunidade
europeia) são exemplos desta forma de integração mais profunda.
União económica- ao serem alcançadas as quatro liberdades de circulação (mercadorias, serviços, capitais e
pessoas), os países podem avançar no processo de integração, adotando políticas económicas comuns.
Alguns países participantes da união econômica poderão aprofundar o processo de integração, adotando urna
moeda única e urna política monetária comum, a chamada união monetária. É o caso da UE, em que existem
políticas comuns nas áreas da agricultura e da pesca e se pratica urna política monetária comum para os
países cuja moeda ê o euro. A UE aderiu em 1992.

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União política - as políticas comuns vão substituindo as políticas nacionais dos Estados- -membros,
verificando-se, por conseguinte, a progressiva transferência dos poderes soberanos para entidades
supranacionais que exercem a chamada soberania comum. A UE pode caminhar para esta forma de
integração se os Estados-membros assim o desejarem. E eliminação dos poderes nacionais.

Integração económica – vantagens


 Aumento das trocas e dos fluxos de capitais (IDE);
 Aumento da produção devido a uma maior dimensão do mercado e obtenção de economias de
escala;
 Aumento da produtividade através da aplicação das vantagens comparativas entre os países da
organização;
 Maior eficiência decorrente da maior concorrência;
 Aumento do emprego, do rendimento, do consumo e do nível de vida da população;
 Acesso a maior diversidade de bens;
 Diminuição dos conflitos;

Integração económica – desvantagens


 Quebras de receita, com a eliminação dos direitos aduaneiros;
 Perda do investimento de política económica nacional a nível orçamental monetário e cambial.
Existem políticas comuns estamos a perder uma parte da nossa soberania, não temos total autonomia
na política orçamental.
 Perda de soberania nacional. É fundamental ter autonomia. Portugal já perdeu parte da sua soberania
nacional.
As vantagens são muito superiores ás desvantagens.

Enquadramento histórico do surgimento da União Europeia (marcos fundamentais do


surgimento da UE)
 Final da II Guerra Mundial (1939-1945);
 Plano Marshall (EUA, 1947)
Plano de ajuda financeira à reconstrução dos países europeus destruídos pela II Guerra Mundial
 OECE – Organização Europeia de cooperação económica (1948)
Coordenar a distribuição dos fundos do plano Marshall e promover a cooperação entre os países
membros para que crescerem e recuperassem mais rapidamente.
 Projeto europeu
Construir uma europa unida como resposta para a paz, o desenvolvimento e o bem-estar.
O projeto de reconstrução da europa, com base nos valores da paz, democracia e desenvolvimento, e assente
na cooperação entre países vencedores e vencidos.

Principais etapas do processo de construção da UE


1951 Tratado de Paris CECA (Comunidade Económica do Carvão e do Aço) faziam parte a
Bélgica, França, Alemanha, Luxemburgo, Holanda, Itália.
1957 Tratado de Roma CEE (Comunidade económica europeia) – mercado comum para todos
os produtos.
CEEA (Comunidade económica de energias atómicas)
1958 União aduaneira Eliminação dos direitos aduaneiros, pauta externa comum.
1986 Ato único europeu CE (Mercado Único Europeu).
Primeira revisão do Tratado de Roma
1992 Tratado da união UE (União europeia)
europeia / tratado Criar uma UEM (União económica monetária)
de Maastricht Política comum / Definidos os critérios de convergência nominal.
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1993 Concretização do Livre circulação de mercadorias, serviços, pessoas e capitais.
mercado único
europeu
1997 Tratado de Revisão dos tratados de Roma e da União Europeia.
Amesterdão
1999 UEM (União Primeiro como moeda escritural (1999), depois o EURO entra em
económica circulação (2002).
monetária)
2001 Tratado de Nice Reforma das instituições e prepara os alargamentos a 25 estados-
membros (que ocorre em 2004).
2007 Tratado de Lisboa Alteração dos Tratados da União Europeia e de Roma. Alteração
significativa ao nível das instituições.

União Europeia (UE)


1957 (CEE) Bélgica, França, Alemanha, Luxemburgo, Holanda, Itália.
1973 (CEE) Primeiro alargamento – Irlanda, Reino Unido e Dinamarca.
1981 (CEE) Segundo alargamento – Grécia.
1986 (CEE) Terceiro alargamento – Portugal, Espanha.
1990 (CEE) Quarto alargamento – Alemanha oriental.
1995 (UE 15) Quinto alargamento – Áustria, Finlândia, Suécia.
2004 (UE 25) Sexto alargamento – Malta, Chipre, Eslovénia, Letónia, Estónia, Lituânia, Polónia,
República Checa, Eslováquia e Hungria
2007 (UE 27) Sétimo alargamento - Roménia e a Bulgária.
2013 (UE 28) Oitavo alargamento – Croácia
2020 (UE 27) Nono alargamento - saída do Reino Unido

União económica e monetária (UEM)


1999 (UEM 11) Bélgica, Holanda (Países Baixos), Luxemburgo, França, Alemanha, Itália, Irlanda,
Portugal, Espanha, Áustria, Finlândia.
2001 (UEM 12) Grécia.
2004 (UEM 13) Eslovénia.
2008 (UEM 15) Chipre, Malta.
2009 (UEM 16) Eslováquia.
2011 (UEM 17) Estónia.
2014 (UEM 18) Letónia.
2015 (UEM 19) Lituânia.

União Europeia (UE)


Tratado da união europeia, Maastricht (1992)
Princípios pilares (fundamentais)

 Comunidade Europeia:
 Cidadania Europeia;
 Mercado Único;
 Políticas comuns;
 União económica e monetária (UEM);
 Política externa e de segurança comuns (PESC);
 Cooperação em matéria de justiça e assuntos internos;
UEM (Tratado da União Europeia, Maastricht)

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As instituições europeias consideram que uma moeda única constitui um elemento potenciador das vantagens
e benefícios das quatro liberdades de circulação. Mas, para aderir ã moeda única, os países têm de cumprir
determinados critérios (critérios de convergência nominal):

Estabilidade dos preços (1) A taxa de inflação (IHPC) não deverá ultrapassar em mais de 1,5 pontos
percentuais a taxa média dos três países com a inflação mais baixa.
Quando estão dentro da UE a % aumenta para 2 pontos percentuais
Solidez das finanças públicas O défice orçamental não poderá ser superior a 3% do PIB.
(1)
Sustentabilidade das A divida pública não poderá exceder 60% do PIB.
finanças públicas (1)
Sustentabilidade e As taxas de juro de longo prazo não poderão exceder em mais de 2
credibilidade da pontos percentuais as verificadas nos três países com a inflação mais
convergência (2) baixa.
Estabilidade cambial (2) Participação no mecanismo de taxas de câmbio (MTC) durante os dois
anos anteriores à entrada na UEM, sem tensões graves (os países não
podem proceder a desvalorização ou valorização da sua moeda
relativamente às de outros países.
(1) – É um critério que tem de ser cumprido para entrar na união europeia e continuar a cumprir durante
o tempo que se lá encontram.
(2) - É um critério que tem de ser cumprido para entrar na união europeia.

UEM
A1 de janeiro de 1999 nasceu o euro enquanto moeda escriturai, entrando em circulação sob a forma de
moeda metálica e de papel a 1 de janeiro de 2002.
Banco central europeu (BCE)
Define a política monetária comum, cujo o principal objetivo é a estabilidade dos preços na zona euro (taxa
de inflação entre 0% e 2%).
Sistema Europeu de bancos centrais (SEBC)
BCE e bancos centrais (BCN) dos países da UE.
Euro sistema
Formado no âmbito do SEBC (BCE e BCN) dos países da zona euro.
Eurogrupo
Fórum dos ministros da economia e finanças (países da zona euro), BCE e comissão europeia. São aqui que
são faladas e eleitas algumas medidas.

UEM e a Política Orçamental


 Pacto de estabilidade e crescimento (tratado de Amesterdão 1997)
Os Estados-membros comprometem-se a que o défice do orçamento de Estado não exceda 3% do
PIB e a que a dívida pública não ultrapasse 6O%do PIB, para cumprirem com os critérios de
convergência nominal.

UEM face à crise


Na sequência da crise os países da zona euro com economias mais frágeis, défices orçamentais significativos
e elevado grau de endividamento externo, correram risco de falência, dada a subida das taxas de juro e a
maior dificuldade em obter financiamento.
A instabilidade financeira instalada, ao comprometer a integridade da zona euro, exigiu a tomada de medidas
por parte da UEM e uma maior intervenção do BCE no âmbito da política monetária comum.
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As regras orçamentais do PEC (limite do défice em3% do PIB e da dívida pública em 60% do PIB) foram
então complementadas com novas medidas:

 Supervisão mais estreita dos orçamentos dos Esta dos-membros e da situação da divida, através do
chamado tratado orçamental;
 Criação de um fundo de resgate para apoio financeiro a os Estados- membros com dificuldades em
obter financiamento nos mercados, designado por Mecanismo Europeu de Estabilidade.
 Descida da taxa de juro de referência para níveis próximo e abaixo de 0% e a cedência de liquidez
aos bancos, através da compra de obrigações de dívida pública pelo BCE.
Fundo europeu de estabilização financeira (fundo de garantias)
Programas de Assistência Financeira (comissão Europeia BCE / FMI);
Tratado sobre a estabilidade, coordenação e a governação na zona euro;
Mecanismo europeu da estabilidade;

Instituições da União Europeia


Num processo de integração tão profundo como o da UE, parte da soberania dos Estados nacionais é
transferi da, através dos tratados, para entidades supranacionais que traçam as orientações, fixam os
objetivos e tomam as decisões relativa mente às políticas da União. Verifica-se, assim, a coexistência dos
poderes soberanos de cada Estado nacional cornos poderes transferidos pela vontade dos Estados para as
instituições europeias- a chamada soberania comum.
Soberania comum - Exercício de poderes soberanos dos Estados por autoridades supranacionais.

Instituições Funções
Conselho Europeu Composto pelos chefes de estado e de governo dos estados-
membros.
Define as prioridades políticas da UE (não tem qualquer
poder legislativo)
Conselho da união Europeia Representa os governos nacionais. Presidência rotativa, esta
(conselho de ministros da UE) presente o ministro responsável pelo domínio político em questão.
Aprova as leis europeias e o orçamento da UE.
Parlamento Europeu Eleito por sufrágio universal direto – representa os cidadãos
europeus.
Debate e aprova leis;
Controla as outras instituições em particular o funcionamento
democrático da comissão;
Debate e aprova o orçamento da UE.
Comissão Europeia Representa os interesses da UE, é um órgão executivo.
Elabora executa o orçamento da união;
Põe em prática as políticas europeias;
Propõe a legislação;
Vela (fiscaliza) pela correta transposição de legislação da UE
na ordem jurídica nacional.
Banco Central Europeu Responsável pela política monetária e cambial.
Tribunal de Europeu de justiça Garante o respeito pelo direito europeu.
Tribunal de contas Controla a gestão financeira da união europeia. Verifica a
execução do orçamento da UE.
ECOFIN (conselho dos assuntos Define as orientações económicas.
económicos e financeiros)
Comité das regiões Órgão consultivo.
Representa as cidades e regiões da UE.
Comité Económico-social Órgão consultivo.
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Representa a sociedade civil da UE.
Banco Europeu de investimento Financia projetos que visem ajudar as regiões menos
(BEI) desenvolvidas.
Provedor de justiça Investiga queixas dos cidadãos sobre casos de má
administração
Autoridade europeia para a Protege os dados pessoais dos cidadãos
proteção de dados

Componentes do orçamento da união europeia (receitas e despesas)


 O conselho determina o tipo de montante máximo de recursos e define os limites de despesa no
âmbito do quadro financeiro plurianual.
 Uma vez acordados estes recursos são automaticamente canalizados para o orçamento da UE, sem
necessidade de mais decisões por parte das autoridades nacionais.
 As autorizações e os pagamentos têm de respeitar os limites máximos estabelecidos no quadro
financeiro plurianual.
 Em todos os orçamentos anuais da união europeia as receitas e as despesas têm de estar sempre
equilibradas.
Receitas do orçamento da UE
Recursos próprio da UE
Constituem a maior parte das receitas da UE. Cada estado-membro contribui com:

 Os direitos aduaneiros sobre as importações provenientes de fora da UE;


 Uma pequena percentagem do imposto sobre os valores acrescentados (IVA) não tem uma taxa
fixa;
 Uma percentagem sobre o rendimento nacional bruto (PIB) não tem uma taxa fixa;
 Contribuições sobre os resíduos de embalagens de plástico não reciclados (2021)
Outras fontes de recursos

 Excedente de receitas da UE (receitas remanescentes após os pagamentos do ano anterior)


(excedentes);
 Coimas impostas às empresas que infrinjam as regras da UE em matéria de concorrência;
 Impostos sobre os rendimentos do pessoal ao serviço da UE.

Despesas do orçamento da UE
O orçamento da UE assegura o
financiamento de programas e
ações em todos os domínios de
intervenção da UE – da
agricultura e da política regional
á investigação, ás empresas e ao
espaço – através das suas
políticas:
´

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As contribuições dos países para o orçamento da UE estão relacionadas com o seu nível de riqueza -
rendimento nacional bruto (RNB) —. sendo a contribuição dos países mais ricos proporcionalmente maior,
comparativa mente aos países mais pobres. Em contrapartida, as regiões e países menos desenvolvidos
recebem proporcional mente mais, pela via dos fundos europeus.
Este é o princípio da solidariedade financeira, base das políticas europeias.
As políticas da UE e os fundos europeus
O desenvolvimento das políticas europeias exige a aplicação de meios financeiros que se consubstanciam
nos fundos europeus.

Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI)


Os Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI) têm como finalidades promover o investimento e
o emprego, apoiar o desenvolvimento econômico dos Estados-membros, reduzir os desequilíbrios estruturais
entre os países e as regiões da UE para reforçar a convergência real, e alcançar uma economia mais
competitiva, mais eficiente e respeitadora do ambiente.
A sua aplicação destina-se a projetos que visem a modernização das estruturas econômicas e sociais (a nível
das atividades produtivas, das infraestruturas e da formação profissional): a investigação e inovação, e o
desenvolvimento das tecnologias digitais: o apoio ás PME pequenas e medias empresas): a gestão
sustentável dos recursos naturais e o fomento de uma economia de baixo carbono.
A aplicação dos fundos nas regiões menos desenvolvidas reflete o princípio da solidariedade
financeira.
Princípio da solidariedade financeira - Transferência para as regiões menos desenvolvidas de meios
financeiros que são contributo de todos os Estados-membros, em particular daqueles que têm maior RNB.
De entre os vários fundos, há a destacar o Fundo de Coesão, que visa um desenvolvimento mais equilibrado
entre as várias regiões da UE, aproximando as mais pobres (cujo RNB per capita é inferior a 90% da média
europeia) das mais ricas e promovendo o desenvolvimento sustentável através do financiamento de projetos
nos domínios dos transportes, da eficiência energética, das energias renováveis e do ambiente.

As políticas comunitárias pretendem:


 Permitem corrigir desequilíbrios macroeconómicos;
 Promover a melhoria da capacidade de ajustamento;
 Responder á necessidade de convergência real entre os países da UE;

Convergência Nominal

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Refere-se ao comprimento dos critérios de convergência nominal (critérios de Maastricht) em matéria
orçamental (limite do défice orçamental em 3% do PIB) de finanças públicas (limite da divida pública em
60% do PIB) e de estabilidade de preços (inflação controlada entre 0% e 2%) de forma permanente.

Convergência real entre os países da UE


A convergência real traduz a redução das diferenças de desenvolvimento económico entre os países. Avalia
os resultados finais das variáveis económicas reais: produção, rendimento, emprego, produtividade,
consumo, etc.
A convergência real adota como medida os padrões de vida e utiliza as seguintes variáveis reais com vista a
verificar a existência de convergência real.

 PIB per capita; RNB per capita; PIB por trabalhador; Taxa de emprego; Taxa de desemprego,
etc.
A convergência real implica o estreitamento das diferenças e é uma consequência da crescente integração
económica entre os países mais pobres e os países mais ricos.

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