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Psicologia Analitica Vida e Obra Jung - 11-03

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♦ Panorama da psicologia analítica

 ♦ Biografia de Carl Jung


 ♦ Níveis da psique
JUNG:  Consciente Inconsciente pessoal Inconsciente coletiv o Arquétipos
A  Persona

PSICOLOGIA  Sombra

ANALÍTICA  Anima Animus Grande mãe Velho sábio Herói


 Self
 ♦ Dinâmica da personalidade Causalidade
e teleologia Progressão e regressão
 ♦ Tipos psicológicos
 Atitudes
 Introversão
 Extroversão Funções
 Pensamento Sentimento Sensação Intuição
 ♦ Desenvolvimento da personalidade Estágios do desenv olvimento
 Infância Juv entude Meia-idade Velhice
 Autorrealização
 ♦ Métodos de investigação de Jung
Teste de associação de palav ras, Análise dos sonhos. Imaginação ativ a
Psicoterapia.
 A personalidade total ou psique, como é chamada por Carl
Gustav Jung, consiste de vários sistemas isolados, mas que
atuam uns sobre os outros de forma dinâmica.
 A visão junguiana sobre a personalidade muitas vezes é
comparada com a teoria psicanalítica de Freud, pela enfase
que a psicologia junguiana dá ao inconsciente. No entanto, as
diferenças parecem ser maiores do que as semelhanças.
 Os principais sistemas correspondem, na psicologia analítica de
Jung, ao ego, ao inconsciente individual e ao inconsciente
coletivo, à persona, à anima ou animus, e à sombra. Tais
A elementos, como um todo, formam a personalidade total ou Si-
Mesmo (em alemão Selbst, e em inglês Self).
personalidade  O ego ou eu é o responsável pela identidade e continuidade, e
para Jung é encarado, do ponto de vista da pessoa, como sendo o centro
da personalidade. Também é denominado mente consciente
ou consciência e é constituído de percepções, memórias,
pensamentos e sentimentos conscientes.
 Contrapondo-se à consciência há o inconsciente, que é dividido
em duas regiões: o inconsciente individual e o inconsciente
coletivo.
 No livro Aion, estudos sobre o simbolismo de Si-Mesmo, Jung
escreve: “os conteúdos do inconsciente pessoal são aquisições
da existência individual, ao passo que os conteúdos do
inconsciente coletivo são arquétipos que existem sempre e a
priori”.
 Antes colega de Freud, Carl Gustav Jung rompeu com a
psicanálise ortodoxa para estabelecer uma teoria da perso-
nalidade distinta denominada psicologia analítica, que se baseia
no pressuposto de que fenômenos ocultos podem influenciar e,
PANORAMA de fato, realmente influenciam as vidas de todos. Jung acreditava
DA que cada um de nós é motivado não somente por experiências
reprimidas, mas também por certas experiências de tom
PSICOLOGIA emocional herdadas de nossos ancestrais. Essas imagens
ANALÍTICA herdadas compõem o que Jung chamou de inconsciente
coletivo. O inconsciente coletivo inclui aqueles elementos que
nunca experimentamos, de modo individual, mas que chegaram
até nós provenientes de nossos ancestrais.
 Alguns elementos do inconsciente coletivo tornaram - -se
altamente desenvolvidos e são chamados de arquétipos. O
arquétipo mais inclusivo é a noção de autorrealização, que pode
ser alcançada apenas pela obtenção de um equi- líbrio entre as
PANORAMA várias forças opostas da personalidade. Assim, a teoria de Jung é
um compêndio de opostos. As pessoas são introvertidas e
DA extrovertidas; racionais e irracionais; masculinas e femininas;
PSICOLOGIA conscientes e inconscientes; e impelidas por eventos passados ao
mesmo tempo em que são atraídas por expectativas futuras.
ANALÍTICA
 Este capítulo examina com alguns detalhes a longa e colorida
vida de Carl Jung e usa fragmentos de sua história de vida para
ilustrar seus conceitos e teorias. A noção de Jung de um
inconsciente coletivo torna sua teoria uma das mais intrigantes de
todas as concepções da personalidade.
Dinamica da Psicologia Analítica e
Vida e Obra
Cap 4 página 68
Vida e obra Carl Gustav Jung

O médico de meia-idade estava sentado em frente a sua escrivaninha em profunda contemplação


e preocupação. Um relacionamento de seis anos
com um amigo mais velho e mentor havia terminado recentemente, com animosidade, e o médico
se sentia frustrado e inseguro quanto a seu futuro. Ele já não tinha mais confiança em seu modo
de tratar os pacientes e começou a simplesmente deixá-los falar, não oferecendo qualquer
conselho específico ou tratamento.
Durante alguns meses, o médico vinha apresentando sonhos bizarros e inexplicáveis e tendo
visões estranhas e misteriosas. Nada disso parecia fazer sentido para ele. Ele se sentia perdido e
desorientado – não tendo certeza se o trabalho para o qual havia sido treinado era ou não ciência
de fato.
Um artista um tanto talentoso, ele começou a ilustrar seus sonhos e visões, com pouca ou
nenhuma compreensão do que o produto final poderia significar. Ele também anotou suas
fantasias, sem realmente tentar entendê-las.
 Nesse dia em particular, ele começou a ponderar: “O que estou fazendo?”. Ele
duvidava que seu trabalho fosse ciência, mas não estava certo sobre o que ele
era. De repente, para seu espanto, ouviu uma voz feminina clara e distinta que
vinha de dentro dele dizer: “Isso é arte”. Ele reconheceu a voz como a de uma
paciente talentosa que tinha fortes sentimentos positivos por ele. Ele protestou,
dizendo à voz que seu trabalho não era arte, mas não obte- ve resposta
imediata. Então, voltando a escrever, ele ouviu novamente a voz dizer: “Isso é
arte”. Quando tentou argumentar com a voz, não houve resposta. Ele pensou
que “a mulher interna” não possuía um centro de fala; portanto, sugeriu que
ela usasse dele. Ela fez isso, e, em seguida, houve uma prolongada conversa.
 O médico de meia-idade que conversava com a “mulher interna” era Carl
Gustav Jung, e a época era o inverno de 1913 a 1914. Jung, antes disso, tinha
sido admirador e amigo de Sigmund Freud, mas, quando surgiram as dife-
renças teóricas, o relacionamento pessoal entre os dois se rompeu, deixando
Jung com sentimentos amargos e um profundo sentimento de perda.
 Essa história é apenas uma das muitas ocorrências estranhas e bizarras
experimentadas por Jung durante sua “confrontação com o inconsciente” na
metade de sua vida. Um interessante relato de sua jornada incomum até os
recessos de sua psique é encontrado na autobiografia de Jung, Memórias,
sonhos, reflexões (Jung, 1961)
PANORAMA DA PSICOLOGIA
ANALÍTICA
 Antes colega de Freud, Carl Gustav Jung rompeu com a psicanál ise ortodoxa
para estabelecer uma teoria da perso- nalidade distinta denominada
psicologia analítica, que se baseia no pressuposto de que fenôm enos ocultos
podem nfluenciar e, de fato, realmente influenciam as vidas de todos. Jung
acreditava que cada um de nós é motivado não somente por experiências
reprimidas, mas também por certas experiências de tom emocional herdadas
de nossos ancestrais. Essas imagens herdadas compõem o que Jung chamou
de inconsciente coletivo. O inconsciente coletivo inclui aqueles elementos que
nunca experimentamos, de modo individual, mas que chegaram até nós
provenientes de nossos ancestrais.
 Alguns elementos do inconsciente coletivo tornaram- -se altamente
desenvolvidos e são chamados de arquétipos. O arquétipo mais inclusivo é a
noção de autorrealização, que pode ser alcançada apenas pela obtenção
de um equi- líbrio entre as várias forças opostas da personalidade. Assim, a
teoria de Jung é um compêndio de opostos. As pessoas são introvertidas e
extrovertidas; racionais e irra- cionais; masculinas e femininas; conscientes e
inconscien- tes; e impelidas por eventos passados ao mesmo tempo em que
são atraídas por expectativas futuras.
 Este capítulo examina com alguns detalhes a longa e colorida vida de
Carl Jung e usa fragmentos de sua história de vida para ilustrar seus
conceitos e teorias. A noção de Jung de um inconsciente coletivo torna
sua teoria uma das mais intrigantes de todas as concepções da
personalidade.
BIOGRAFIA DE CARL JUNG
 Carl Gustav Jung nasceu em 26 de julho de 1875, em Kesswil, uma vila em Lake
Constance, na Suíça. Seu avô paterno, o velho Carl Gustav Jung, era um
médico proemi- nente em Basileia e um dos homens mais conhecidos da-
quela cidade. Um boato local sugeria que o velho Carl Jung era filho ilegítimo
do grande poeta alemão Goethe. Ainda que o velho Jung nunca tenha
reconhecido o que dizia o boato, o jovem Jung, pelo menos às vezes,
acreditava que fosse bisneto de Goethe (Ellenberger, 1970).
 Os pais de Jung eram os mais moços de 13 filhos, uma situação que pode ter
contribuído para algumas das dificuldades que eles tiveram em seu
casamento. O pai de Jung, Johann Paul Jung, era ministro da Igreja Suíça
Reformada, e sua mãe, Emilie Preiswerk Jung, era filha de um teól ogo. Na
verdade, oito dos tios maternos de Jung e dois de seus tios paternos eram
pastores; por- tanto, religião e medicina foram prevalentes em sua fa- mília. A
família da mãe de Jung tinha uma tradição de espiritualismo e misticismo, e
seu avô materno, Samuel Preiswerk, acreditava no oculto e, com frequência,
con- versava com os mortos. Ele mantinha uma cadeira vazia para o fantasma
de sua primeira esposa e tinha conver- sas constantes e íntimas com ela.
Compreensivelmente, essas práticas incomodavam sobremaneira a sua
segunda esposa.
O rompimento de Jung com Freud pode estar relacio- nado a eventos não
discutidos em Memórias, sonhos e refle- xões (Jung, 1961). Em 1907, Jung escreveu
a Freud sobre sua “admiração ilimitada” por ele e confessou que sua veneração
“tem algo do caráter de uma inclinação ‘religiosa’” e que possuía um “inegáv el
meio-tom erótico” (McGuire, 1974, p. 95). Jung continuou sua confissão, dizendo:
“Esse sentimento abominável provém do fato de que, quando menino, fui vítima
de agressão sexual por um homem que eu cultuava” (p. 95). Jung, na verdade,
tinha 18 anos na época da agressão sexual e via o homem mais velho como um
amigo paternal a quem ele podia confiar quase tudo. Alan Elms (1994) discutiu
que os sentimentos eróticos de Jung por Freud – associados a sua experiência de
agressão sexual por um homem mais velho antes cultuado – pode ter sido uma
das principais razões pelas quais Jung acabou rompendo com Freud. Elms ainda
sugeriu que a rejeição de Jung das teorias sexuais de Freud podem ter se
originado de seus sentimentos ambivalentes em relação ao médico vienense.
 Os anos imediatamente seguintes ao rompimento com Freud foram
preenchidos com solidão e autoanálise para Jung. De dezembro de 1913 até
1917, ele passou pela experiência mais profunda e perigosa de sua vida: uma
jor- nada pelos subterrâneos de sua psique inconsciente. Mar- vin Goldwert
(1992) se referiu a essa época na vida de Jung como um período de “doença
criativa”, um termo que Hen- ri Ellenberger (1970) havia usado para descrever
Freud nos anos que logo se sucederam à morte de seu pai. O período de
Jung de “doença criativa” foi semelhante à autoanálise de Freud. Ambos
começaram sua busca pelo self enquan- to estavam por volta dos 30 anos ou
início dos 40: Freud, como uma reação à morte de seu pai; Jung, em
consequên- cia de sua separação de seu pai espiritual, Freud. Os dois
passaram por um período de solidão e isolamento e foram profundamente
modificados pela experiência.
 Mesmo que a jornada de Jung ao inconsciente se mostrasse perigosa e
dolorosa, ela também foi necessária e fecunda. Usando a interpretação dos
sonhos e a ima- ginação ativa para se obrigar a essa viagem aos subterrâ-
neos, Jung, por fim, conseguiu criar sua teoria singular da personalidade.
Mesmo que a jornada de Jung ao inconsciente se mostrasse perigosa e dolorosa,
ela também foi necessária e fecunda. Usando a interpretação dos sonhos e a
ima- ginação ativa para se obrigar a essa viagem aos subterrâneos, Jung, por
fim, conseguiu criar sua teoria singular da personalidade.
Durante esse período, ele anotou seus sonhos, fez desenhos deles, contou histórias
para si mesmo e, depois, seguiu essas histórias sempre que elas avançavam.
Por meio desses procedimentos, ele tomou conhecimento de seu inconsciente
pessoal (ver Jung, 1979, e Dunne, 2000, para uma coleção de muitas de suas
pinturas durante esse período). Prolongando o método e se aprofundando
mais, ele deparou com os conteúdos do inconsciente coletivo: os arquétipos.
Ouviu sua anima falar com ele como uma clara voz feminina; descobriu sua
sombra, o lado mau da sua personalidade; falou com os arquétipos do sábio e
da grande mãe; e por fim, quase no término da sua jornada,atingiu um tipo de
renascimento psicológico chamado de individuação (Jung, 1961).
 Apesar de Jung ter viajado muito em seu estudo da personalidade, ele
continuou sendo um cidadão suíço, residindo em Küsnacht, perto de
Zurique. Ele e sua esposa, que também era analista, tiveram cinco filhos,
quatro meninas e um menino. Jung era cristão, mas não frequen- tava a
igreja. Seus hobbies incluíam entalhe em madeira, escultura e navegar no
lago Constance. Ele também man- tinha um interesse ativo em alquimia,
arqueologia, gnosticismo, filosofias orientais, história, religião, mitologia e
etnologia.
 Em 1944, tornou-se professor de psicologia médica na Universidade de
Basileia, mas a saúde debilitada o forçou a renunciar a esse cargo no ano
seguinte. Depois que sua esposa morreu, em 1955, ele foi principalmente
um soli- tário, o “velho sábio de Küsnacht”. Morreu em 6 de junho de 1961,
em Zurique, a poucas semanas do seu 86o aniversário. Na época de sua
morte, a reputação de Jung era mundial, estendendo-se além da
psicologia, para incluir a filosofia, a religião e a cultura popular (Brome,
1978.
Entrevista - Carl Gustav Jung / Agosto
de 1957 - Legendado em Português
BBC - Face to Face: Carl Gustav Jung
entrevistado em 1959 [#Part.1]
Cenas dos próximos
capitulos...

ORGANIZAÇÃO DA
TEORIA DA
PERSONALIDADE
POR JUNG

NIVEIS DA PSIQUE
PAG.72

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