Carl Jung foi um psiquiatra suíço que estabeleceu a psicologia analítica. O documento descreve sua biografia, incluindo sua "crise de meia-idade" na qual teve visões que o levaram a desenvolver suas ideias sobre o inconsciente coletivo. Também resume os principais conceitos da psicologia analítica como o ego, o inconsciente pessoal e coletivo, e arquétipos.
Carl Jung foi um psiquiatra suíço que estabeleceu a psicologia analítica. O documento descreve sua biografia, incluindo sua "crise de meia-idade" na qual teve visões que o levaram a desenvolver suas ideias sobre o inconsciente coletivo. Também resume os principais conceitos da psicologia analítica como o ego, o inconsciente pessoal e coletivo, e arquétipos.
Carl Jung foi um psiquiatra suíço que estabeleceu a psicologia analítica. O documento descreve sua biografia, incluindo sua "crise de meia-idade" na qual teve visões que o levaram a desenvolver suas ideias sobre o inconsciente coletivo. Também resume os principais conceitos da psicologia analítica como o ego, o inconsciente pessoal e coletivo, e arquétipos.
Carl Jung foi um psiquiatra suíço que estabeleceu a psicologia analítica. O documento descreve sua biografia, incluindo sua "crise de meia-idade" na qual teve visões que o levaram a desenvolver suas ideias sobre o inconsciente coletivo. Também resume os principais conceitos da psicologia analítica como o ego, o inconsciente pessoal e coletivo, e arquétipos.
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♦ Panorama da psicologia analítica
♦ Biografia de Carl Jung
♦ Níveis da psique JUNG: Consciente Inconsciente pessoal Inconsciente coletiv o Arquétipos A Persona
PSICOLOGIA Sombra
ANALÍTICA Anima Animus Grande mãe Velho sábio Herói
Self ♦ Dinâmica da personalidade Causalidade e teleologia Progressão e regressão ♦ Tipos psicológicos Atitudes Introversão Extroversão Funções Pensamento Sentimento Sensação Intuição ♦ Desenvolvimento da personalidade Estágios do desenv olvimento Infância Juv entude Meia-idade Velhice Autorrealização ♦ Métodos de investigação de Jung Teste de associação de palav ras, Análise dos sonhos. Imaginação ativ a Psicoterapia. A personalidade total ou psique, como é chamada por Carl Gustav Jung, consiste de vários sistemas isolados, mas que atuam uns sobre os outros de forma dinâmica. A visão junguiana sobre a personalidade muitas vezes é comparada com a teoria psicanalítica de Freud, pela enfase que a psicologia junguiana dá ao inconsciente. No entanto, as diferenças parecem ser maiores do que as semelhanças. Os principais sistemas correspondem, na psicologia analítica de Jung, ao ego, ao inconsciente individual e ao inconsciente coletivo, à persona, à anima ou animus, e à sombra. Tais A elementos, como um todo, formam a personalidade total ou Si- Mesmo (em alemão Selbst, e em inglês Self). personalidade O ego ou eu é o responsável pela identidade e continuidade, e para Jung é encarado, do ponto de vista da pessoa, como sendo o centro da personalidade. Também é denominado mente consciente ou consciência e é constituído de percepções, memórias, pensamentos e sentimentos conscientes. Contrapondo-se à consciência há o inconsciente, que é dividido em duas regiões: o inconsciente individual e o inconsciente coletivo. No livro Aion, estudos sobre o simbolismo de Si-Mesmo, Jung escreve: “os conteúdos do inconsciente pessoal são aquisições da existência individual, ao passo que os conteúdos do inconsciente coletivo são arquétipos que existem sempre e a priori”. Antes colega de Freud, Carl Gustav Jung rompeu com a psicanálise ortodoxa para estabelecer uma teoria da perso- nalidade distinta denominada psicologia analítica, que se baseia no pressuposto de que fenômenos ocultos podem influenciar e, PANORAMA de fato, realmente influenciam as vidas de todos. Jung acreditava DA que cada um de nós é motivado não somente por experiências reprimidas, mas também por certas experiências de tom PSICOLOGIA emocional herdadas de nossos ancestrais. Essas imagens ANALÍTICA herdadas compõem o que Jung chamou de inconsciente coletivo. O inconsciente coletivo inclui aqueles elementos que nunca experimentamos, de modo individual, mas que chegaram até nós provenientes de nossos ancestrais. Alguns elementos do inconsciente coletivo tornaram - -se altamente desenvolvidos e são chamados de arquétipos. O arquétipo mais inclusivo é a noção de autorrealização, que pode ser alcançada apenas pela obtenção de um equi- líbrio entre as PANORAMA várias forças opostas da personalidade. Assim, a teoria de Jung é um compêndio de opostos. As pessoas são introvertidas e DA extrovertidas; racionais e irracionais; masculinas e femininas; PSICOLOGIA conscientes e inconscientes; e impelidas por eventos passados ao mesmo tempo em que são atraídas por expectativas futuras. ANALÍTICA Este capítulo examina com alguns detalhes a longa e colorida vida de Carl Jung e usa fragmentos de sua história de vida para ilustrar seus conceitos e teorias. A noção de Jung de um inconsciente coletivo torna sua teoria uma das mais intrigantes de todas as concepções da personalidade. Dinamica da Psicologia Analítica e Vida e Obra Cap 4 página 68 Vida e obra Carl Gustav Jung
O médico de meia-idade estava sentado em frente a sua escrivaninha em profunda contemplação
e preocupação. Um relacionamento de seis anos com um amigo mais velho e mentor havia terminado recentemente, com animosidade, e o médico se sentia frustrado e inseguro quanto a seu futuro. Ele já não tinha mais confiança em seu modo de tratar os pacientes e começou a simplesmente deixá-los falar, não oferecendo qualquer conselho específico ou tratamento. Durante alguns meses, o médico vinha apresentando sonhos bizarros e inexplicáveis e tendo visões estranhas e misteriosas. Nada disso parecia fazer sentido para ele. Ele se sentia perdido e desorientado – não tendo certeza se o trabalho para o qual havia sido treinado era ou não ciência de fato. Um artista um tanto talentoso, ele começou a ilustrar seus sonhos e visões, com pouca ou nenhuma compreensão do que o produto final poderia significar. Ele também anotou suas fantasias, sem realmente tentar entendê-las. Nesse dia em particular, ele começou a ponderar: “O que estou fazendo?”. Ele duvidava que seu trabalho fosse ciência, mas não estava certo sobre o que ele era. De repente, para seu espanto, ouviu uma voz feminina clara e distinta que vinha de dentro dele dizer: “Isso é arte”. Ele reconheceu a voz como a de uma paciente talentosa que tinha fortes sentimentos positivos por ele. Ele protestou, dizendo à voz que seu trabalho não era arte, mas não obte- ve resposta imediata. Então, voltando a escrever, ele ouviu novamente a voz dizer: “Isso é arte”. Quando tentou argumentar com a voz, não houve resposta. Ele pensou que “a mulher interna” não possuía um centro de fala; portanto, sugeriu que ela usasse dele. Ela fez isso, e, em seguida, houve uma prolongada conversa. O médico de meia-idade que conversava com a “mulher interna” era Carl Gustav Jung, e a época era o inverno de 1913 a 1914. Jung, antes disso, tinha sido admirador e amigo de Sigmund Freud, mas, quando surgiram as dife- renças teóricas, o relacionamento pessoal entre os dois se rompeu, deixando Jung com sentimentos amargos e um profundo sentimento de perda. Essa história é apenas uma das muitas ocorrências estranhas e bizarras experimentadas por Jung durante sua “confrontação com o inconsciente” na metade de sua vida. Um interessante relato de sua jornada incomum até os recessos de sua psique é encontrado na autobiografia de Jung, Memórias, sonhos, reflexões (Jung, 1961) PANORAMA DA PSICOLOGIA ANALÍTICA Antes colega de Freud, Carl Gustav Jung rompeu com a psicanál ise ortodoxa para estabelecer uma teoria da perso- nalidade distinta denominada psicologia analítica, que se baseia no pressuposto de que fenôm enos ocultos podem nfluenciar e, de fato, realmente influenciam as vidas de todos. Jung acreditava que cada um de nós é motivado não somente por experiências reprimidas, mas também por certas experiências de tom emocional herdadas de nossos ancestrais. Essas imagens herdadas compõem o que Jung chamou de inconsciente coletivo. O inconsciente coletivo inclui aqueles elementos que nunca experimentamos, de modo individual, mas que chegaram até nós provenientes de nossos ancestrais. Alguns elementos do inconsciente coletivo tornaram- -se altamente desenvolvidos e são chamados de arquétipos. O arquétipo mais inclusivo é a noção de autorrealização, que pode ser alcançada apenas pela obtenção de um equi- líbrio entre as várias forças opostas da personalidade. Assim, a teoria de Jung é um compêndio de opostos. As pessoas são introvertidas e extrovertidas; racionais e irra- cionais; masculinas e femininas; conscientes e inconscien- tes; e impelidas por eventos passados ao mesmo tempo em que são atraídas por expectativas futuras. Este capítulo examina com alguns detalhes a longa e colorida vida de Carl Jung e usa fragmentos de sua história de vida para ilustrar seus conceitos e teorias. A noção de Jung de um inconsciente coletivo torna sua teoria uma das mais intrigantes de todas as concepções da personalidade. BIOGRAFIA DE CARL JUNG Carl Gustav Jung nasceu em 26 de julho de 1875, em Kesswil, uma vila em Lake Constance, na Suíça. Seu avô paterno, o velho Carl Gustav Jung, era um médico proemi- nente em Basileia e um dos homens mais conhecidos da- quela cidade. Um boato local sugeria que o velho Carl Jung era filho ilegítimo do grande poeta alemão Goethe. Ainda que o velho Jung nunca tenha reconhecido o que dizia o boato, o jovem Jung, pelo menos às vezes, acreditava que fosse bisneto de Goethe (Ellenberger, 1970). Os pais de Jung eram os mais moços de 13 filhos, uma situação que pode ter contribuído para algumas das dificuldades que eles tiveram em seu casamento. O pai de Jung, Johann Paul Jung, era ministro da Igreja Suíça Reformada, e sua mãe, Emilie Preiswerk Jung, era filha de um teól ogo. Na verdade, oito dos tios maternos de Jung e dois de seus tios paternos eram pastores; por- tanto, religião e medicina foram prevalentes em sua fa- mília. A família da mãe de Jung tinha uma tradição de espiritualismo e misticismo, e seu avô materno, Samuel Preiswerk, acreditava no oculto e, com frequência, con- versava com os mortos. Ele mantinha uma cadeira vazia para o fantasma de sua primeira esposa e tinha conver- sas constantes e íntimas com ela. Compreensivelmente, essas práticas incomodavam sobremaneira a sua segunda esposa. O rompimento de Jung com Freud pode estar relacio- nado a eventos não discutidos em Memórias, sonhos e refle- xões (Jung, 1961). Em 1907, Jung escreveu a Freud sobre sua “admiração ilimitada” por ele e confessou que sua veneração “tem algo do caráter de uma inclinação ‘religiosa’” e que possuía um “inegáv el meio-tom erótico” (McGuire, 1974, p. 95). Jung continuou sua confissão, dizendo: “Esse sentimento abominável provém do fato de que, quando menino, fui vítima de agressão sexual por um homem que eu cultuava” (p. 95). Jung, na verdade, tinha 18 anos na época da agressão sexual e via o homem mais velho como um amigo paternal a quem ele podia confiar quase tudo. Alan Elms (1994) discutiu que os sentimentos eróticos de Jung por Freud – associados a sua experiência de agressão sexual por um homem mais velho antes cultuado – pode ter sido uma das principais razões pelas quais Jung acabou rompendo com Freud. Elms ainda sugeriu que a rejeição de Jung das teorias sexuais de Freud podem ter se originado de seus sentimentos ambivalentes em relação ao médico vienense. Os anos imediatamente seguintes ao rompimento com Freud foram preenchidos com solidão e autoanálise para Jung. De dezembro de 1913 até 1917, ele passou pela experiência mais profunda e perigosa de sua vida: uma jor- nada pelos subterrâneos de sua psique inconsciente. Mar- vin Goldwert (1992) se referiu a essa época na vida de Jung como um período de “doença criativa”, um termo que Hen- ri Ellenberger (1970) havia usado para descrever Freud nos anos que logo se sucederam à morte de seu pai. O período de Jung de “doença criativa” foi semelhante à autoanálise de Freud. Ambos começaram sua busca pelo self enquan- to estavam por volta dos 30 anos ou início dos 40: Freud, como uma reação à morte de seu pai; Jung, em consequên- cia de sua separação de seu pai espiritual, Freud. Os dois passaram por um período de solidão e isolamento e foram profundamente modificados pela experiência. Mesmo que a jornada de Jung ao inconsciente se mostrasse perigosa e dolorosa, ela também foi necessária e fecunda. Usando a interpretação dos sonhos e a ima- ginação ativa para se obrigar a essa viagem aos subterrâ- neos, Jung, por fim, conseguiu criar sua teoria singular da personalidade. Mesmo que a jornada de Jung ao inconsciente se mostrasse perigosa e dolorosa, ela também foi necessária e fecunda. Usando a interpretação dos sonhos e a ima- ginação ativa para se obrigar a essa viagem aos subterrâneos, Jung, por fim, conseguiu criar sua teoria singular da personalidade. Durante esse período, ele anotou seus sonhos, fez desenhos deles, contou histórias para si mesmo e, depois, seguiu essas histórias sempre que elas avançavam. Por meio desses procedimentos, ele tomou conhecimento de seu inconsciente pessoal (ver Jung, 1979, e Dunne, 2000, para uma coleção de muitas de suas pinturas durante esse período). Prolongando o método e se aprofundando mais, ele deparou com os conteúdos do inconsciente coletivo: os arquétipos. Ouviu sua anima falar com ele como uma clara voz feminina; descobriu sua sombra, o lado mau da sua personalidade; falou com os arquétipos do sábio e da grande mãe; e por fim, quase no término da sua jornada,atingiu um tipo de renascimento psicológico chamado de individuação (Jung, 1961). Apesar de Jung ter viajado muito em seu estudo da personalidade, ele continuou sendo um cidadão suíço, residindo em Küsnacht, perto de Zurique. Ele e sua esposa, que também era analista, tiveram cinco filhos, quatro meninas e um menino. Jung era cristão, mas não frequen- tava a igreja. Seus hobbies incluíam entalhe em madeira, escultura e navegar no lago Constance. Ele também man- tinha um interesse ativo em alquimia, arqueologia, gnosticismo, filosofias orientais, história, religião, mitologia e etnologia. Em 1944, tornou-se professor de psicologia médica na Universidade de Basileia, mas a saúde debilitada o forçou a renunciar a esse cargo no ano seguinte. Depois que sua esposa morreu, em 1955, ele foi principalmente um soli- tário, o “velho sábio de Küsnacht”. Morreu em 6 de junho de 1961, em Zurique, a poucas semanas do seu 86o aniversário. Na época de sua morte, a reputação de Jung era mundial, estendendo-se além da psicologia, para incluir a filosofia, a religião e a cultura popular (Brome, 1978. Entrevista - Carl Gustav Jung / Agosto de 1957 - Legendado em Português BBC - Face to Face: Carl Gustav Jung entrevistado em 1959 [#Part.1] Cenas dos próximos capitulos...