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Laudo Medico Fisio

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EXCELENTÍSSIMO Dr(A).

JUÍZ(A) DA 2ª VARA DO TRABALHO DE


XXXXXXXX – XX

PROCESSO: XXXXXXXXX
RECLAMANTE: XXXXXXX
ARRUDA RECLAMADA: XXXXXXXX

XXXXXXXX, CRM-SP XXXXXXX, perito médico judicial nomeado para esta lide
vem apresentar seu laudo.

De XXXXXXX (SP) para XXXXXXXX (SP), 20 de XXXXXX de 20XX


CURRICULO DO PERITO
Formado pela Faculdade de Medicina de Catanduva; Residência Médica em Clínica
Médica pela Faculdade de Medicina de Catanduva; Pós Graduação em Medicina do
Trabalho pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP);
Especialista em Medicina do Trabalho pela ANAMT; Pós Graduação em Perícia
Médica pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.

PREAMBULO
A perícia se realizou no dia XX/XX/20XX, às 18:00 horas, no consultório do perito, sito a
R. XXXXXXXX, 1782, XXXXXX, XX.
Estavam presentes: o perito e o reclamante. Como assistente técnico da reclamada: Dr.
XXXXXXXXXXX, CRM XXXX.

OBJETIVOS:
Esta pericia objetiva avaliar:
 Ocorrência de acidente de trabalho e/ou equiparado;
 Existência de agravo à saúde;
 Existência de nexo causal entre o agravo e o acidente de trabalho;
 Avaliar os danos causados pelo agravo.

RESUMO DOS AUTOS DE INTERESSE MÉDICO PERICIAL


Reza a inicial (pontos de interesse médico pericial selecionados pelo perito):
Diariamente, em função da atividade desenvolvida, dos movimentos repetitivos,
dispêndio de esforço físico e penoso do corte, plantio, carpa e catação de cana a
Reclamante começou a sentir fortes dores nos braços, pulsos e coluna no início do ano
de 2014, sendo constada a doença ocupacional nos exames e relatórios médicos ora
juntados, sendo afastada de suas atividades pelo INSS através do Auxílio- Doença (NB.
XXXXXXXXX) concedido em 29.04.2014.
A Reclamante encontra-se totalmente incapacitada para toda e qualquer função, não
conseguindo, sequer, ter uma vida normal, haja vista que sofre diariamente com fortes
dores na coluna, braços e pulsos, fato que abala psicologicamente a autora.
A reclamada se defende assim (pontos de interesse médico pericial selecionados
pelo perito):

Antes de qualquer impugnação aos pedidos de indenização por danos morais e


materiais (pensão alimentícia), contesta a Reclamada a alegação de que o desempenho
das atividades da Reclamante na empresa tenha dado causa, ou mesmo agravado, sua
suposta síndrome do túnel do carpo bilateral e “dores na coluna”.

No que tange as alegações da exordial de que “apesar da orientação do especialista, a


reclamada não acatou as determinações e exigiu da reclamante o labor na mesma
atividade, fato que agravou ainda mais seu estado de saúde...”, a Reclamada impugna
veementemente as mesmas, e requer a aplicação de multa por litigância de má-fé a
autora, pois, conforme os inclusos documentos “solicitação de readaptação temporária”
e “avaliação de readaptação”, a obreira foi readaptada após seu primeiro retorno de
afastamento previdenciário, que perdurou de 26/04/2014 a 30/09/2015, e passou a
exercer atividades LEVES na Sede da Usina de outubro de 2015 até o fim do pacto
laboral.

Ressalte-se que a Reclamada, em 25/04/2017, protocolou impugnação a aplicação do


NTEP para concessão de benefício previdenciário a Reclamante, requerendo a revisão
da análise do requerimento de auxílio doença e alteração do benefício para a espécie
31, tendo em vista que a Reclamante encontrava-se afastada de suas atividades à época,
em razão de sintomas de dor, decorrentes de supostas lesões no punho e na coluna, não
tendo havido qualquer ocorrência de acidente de trabalho no curso do contrato, TAL
COMO CONFESSA A PRÓPRIA AUTORA EM PEÇA INAUGURAL.

IDENTIFICAÇÃO DA RECLAMADA
XXXXXXXXX, pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob o CNPJ nº
XXXXXXXXXXXXX, empresa Situada na XXXXXXX, S/N, na cidade de
XXXXXXXX-XX

IDENTIFICAÇÃO/CARACTERÍSTICAS DO PERICIADO

Nome: XXXXXXXXXX
Idade: XXXXX
Data Nascimento: XXXXX
RG: XXX
CPF: XXX
Natural: XXX
Procedente: XXX
Estado Civil: XXX
Filhos: XXX
Mão dominante: XXX
Escolaridade: XXX
Curso Técnico: XXX

Hábitos:
Negou tabagismo; ex - tabagista
Negou etilismo
Refere atividade física: faz caminhada
Negou atividades de lazer
Negou tocar instrumentos musicais
Negou andar de moto, bicicleta, cavalo

Carteira Nacional de Habilitação: não tem.

ANTECEDENTES PESSOAIS/FAMILIAR
Refere internação hospitalar: para cirurgias
Refere cirurgias: objeto da perícia e cesariana.
Negou acidentes extra-ocupacionais.
Refere uso de medicações de uso contínuo: losartana, hidroclorotiazida,
meloxicam eventualmente, alprazolan, escitalopran.
Refere estar em acompanhamento médico: ortopedista, cardiologista.
Histórico Familiar: mãe falecida de acidente vascular encefálico; pai cardiopata,
trata acidente vascular encefálico; negou patologias semelhantes à sua na família.
ANTECEDENTES PROFISSIONAIS
Trabalho informal (Bicos): negou
Atual: desempregada
Aposentado: negou; recebe pensão do marido.
CTPS:

Admissão Demissão Função Empregadora


01/04/02 25/10/02 Trab. Rural XXXXXXXX
13/05/08 21/12/18 Servente de Lavoura XXXXXXX

ANTECEDENTES PREVIDENCIÁRIOS
Refere afastamento pelo INSS: cirurgias – objeto da perícia.

CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO NA RECLAMADA


a. Horário de trabalho referido: das 07:00 as 15:35, esquema 5x1.
b. Refere ter gozado de férias;
c. Refere horário de descanso de 01:00 hora; pausas de 10 minutos no período da
manhã e da tarde.
d. Refere ter-se submetido a exame médico ocupacional;
e. Refere ter-se submetido a exames complementares previstos na em lei.
f. Refere ter recebido treinamentos na função.
g. Refere ter recebido treinamentos de segurança do trabalho
h. Refere ter realizado ginástica laboral.
i. Refere ter recebido os Equipamentos de Proteção Individual:
luva, óculos, sapato de segurança, caneleira, touca árabe.
j. Recebeu treinamento de como utilizar os EPIs.
k. Refere conhecer a existência de CIPA e técnicos de segurança do trabalho.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS


Pela autora: até 2015 trabalhou como servente lavoura, no corte manual de cana durante
a safra; na entressafra, realizava carpa, retirava colonião, corte de cana para plantio.
Também realizava plantio manual de cana.
A partir de 2015, passou a trabalhar no viveiro de muda de cana, limpava a cana,
passava numa esteira e realizava a limpeza das mudas. Tirava as mudas e coloca na
caixa.

HISTÓRIA CLÍNICA
Segunda a periciada, sentia os braços dormentes, pior a noite, não conseguia dormir,
perdendo a força por volta de 2012. Como os sintomas foram piorando, foi submetida a
cirurgia para síndrome do túnel do carpo por volta de 2014 bilateralmente. Após
retornar da cirurgia, retornou em serviços leves no viveiro de mudas. Os sintomas
pioraram sendo re operada em 2017 bilateralmente, sem melhora do quadro – mantem
dormência, dor latejante. Dor se inicia na coluna cervical, trapézio e irradia até o
membro superior esquerdo. No braço direito houve melhora dos sintomas.

Refere que a coluna travou quando já estava no viveiro de mudas. Quando já estava em
serviços leves. Foram dois episódios, sendo o primeiro durante o período do corte cana.
Não chegou a ficar afastada. Acompanhou com ortopedista. Atualmente sente dor
quando fica sentada.

EXAME FÍSICO
Psicológico/Comportamento: periciada colaborou com o exame, respondendo às
perguntas adequadamente, com pensamento claro, lógico, coerente, orientada no tempo
e espaço.

Ectoscopia e inspeção geral: vestida adequadamente, estado de higiene adequado.


Marcha normal, sentou e levantou da cadeira sem dificuldades. Deitou e levantou da
maca sem dificuldades.

Exame físico geral: bom estado geral, corada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril.

Peso referido: 99 Kg

Altura referida: 1,68m

Pressão Arterial: 160x100mmHg

Frequencia cardíaca: 100 batimentos por minuto

Tórax:
Ausculta Cardíaca/Pulmonar: nada digno de nota

Exame físico dirigido:

Dorso/Coluna Vertebral:

Inspeção: sem desvios, abaulamentos ou deformidades

Palpação: referiu dor a palpação sobre a coluna lombar e paravertebral esquerda

Mobilidade: extensão limitada em grau moderado alegando dor na região lombar; flexão
de amplitude fisiológica, sem dor. Rotação lateral e flexão lateral, bilateral, normais.

Manobras especiais: Brechterew normal, Lasegue positivo a esquerda. Elevação dos


membros inferiores, quando deitada, de amplitude fisiológica.

Membros Superiores:

Inspeção: assimetria dos braços, sendo o braço esquerdo de maior diâmetro que o
direito. Cicatrizes nos punhos bilateral.

Palpação: negou dor

Mobilidade: apresentou dificuldade na elevação dos membros superiores, pior a


esquerda.

Força: preservada

Manobras especiais: Phalen, Phalen invertido e Tinnel negativos

Membros Inferiores: nada digno de nota

DOCUMENTOS JUNTADOS AOS AUTOS DE INTERESSE MÉDICO


PERICIAL

05/05/08 – ADMISSIONAL - Apta


09/05/14 – Afastamento INSS – até 15/09/2014. Espécie 31

26/08/14 – Relatório médico: Radiculo(...) ilegível torácica; linfedema MSE. CID


M54.6. Dr Luiz Gonzaga Correa, CRM 9482

12/09/14 - Afastamento INSS – prorrogado até 05/01/2015. Espécie 31

08/01/15 - Afastamento INSS – prorrogado até 30/05/2015. Espécie 31

18/05/15 - Afastamento INSS – prorrogado até 30/09/2015. Espécie 31

23/09/15 - Afastamento INSS – INDEFERIDO. Espécie 31

23/09/15 – Relatório médico: 1. Cervicalgia – CID M54.2; 2. Bursite com bloqueio


articular do antebraço (?) Direito – M65.8. Dr Luiz Gonzaga Correa, CRM 9482

07/10/15 - Afastamento INSS – INDEFERIDO. Espécie 31

13/10/2015: Retorno ao trabalho: Apta. Obs: Readaptada serviços leves

25/01/17 – Eletroneuromiografia: compatível com síndrome do túnel do carpo bilateral,


de grau moderado.

04/04/17 - Afastamento INSS – até 20/05/2017. Espécie 91

27/04/17 – Relatório médico: Síndrome do túnel do carpo Direito. CID G56. Dr Luiz
Gonzaga Correa, CRM 9482

09/06/17 – Atestado médico: Período “a critério da perícia médica”. CID G56. Dr Luiz
Gonzaga Correa, CRM 9482

03/08/17 - Afastamento INSS – até 30/08/2017. Espécie 31

28/08/2017: Retorno ao trabalho: Apta

12/04/18 – Atestado médico: 03 (três) dias. CID M54.2. Dr Luiz Gonzaga Correa, CRM
9482

13/04/18 – Relatório médico: 1. tendinite em diferentes membros. CID M65.8; 2.


Radiculite cervico-dorsal M54. Dr Luiz Gonzaga Correa, CRM 9482
FUNDAMENTAÇÃO
De acordo com o Ministério da Previdência Social, a Comunicação de Acidente
de Trabalho (CAT) é um documento emitido para reconhecer tanto um acidente de
trabalho ou de trajeto bem como uma doença ocupacional.
 Acidente de trabalho ou de trajeto: é o acidente ocorrido no exercício da atividade
profissional a serviço da empresa ou no deslocamento residência / trabalho / residência,
e que provoque lesão corporal ou perturbação funcional que cause a perda ou redução
(permanente ou temporária) da capacidade para o trabalho ou, em último caso, a morte
 Doença ocupacional: é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho
peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo
Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

Dano/Prejuízo Estético corresponde à repercussão de uma seqüela estática –


cicatriz, deformações - ou dinâmica – alterações mímica, claudicação, etc., resultando
numa deterioração da auto-imagem e da imagem em relação e aos outros. Sua valoração
é feita por meio de uma escala de sete graus de gravidade crescente, tal qual o quantum
doloris (MAGALHÃES, 2003,2004)
Para Sá (1992) e Rousseau e Fournier (1989), para referenciar e qualificar o
quantum doloris, utiliza-se uma escala valorativa de sete graus, a saber:
1. Muito ligeiro;
2. Ligeiro;
3. Moderado;
4. Médio;
5. Considerável;
6. Importante;
7. Muito importante.
Uma maneira prática de graduar o dano estético, proposto pela constituição
espanhola se baseia em 7 graus, a saber:
- Grau 1: identifica-se com dificuldade apesar de olhá-la;
- Grau 2: identifica-se quando se olha a pessoa, mas não provoca desvio do olhar;
- Grau 3: identifica-se com clareza, não provoca mudança do olhar, mas uma vez vista,
tende-se a fixar no aspecto exterior alterado;
- Grau 4: provoca uma mudança no olhar, de forma que tende a voltar com a facilidade
a observar diretamente; a imagem da alteração externa do corpo é parte da lembrança da
imagem da pessoa porque protagoniza seu aspecto;
- Grau 5: provoca a fixação do olhar no defeito; protagoniza parte essencial da imagem
da pessoa; induz reações emocionais ou sentimentos que não são intensos;
- Grau 6: provoca a fixação do olhar no defeito, mas não se tende a deixar de olhar
porque induz reações emocionais ou sentimentos intensos, podendo detectar alguns
elementos descritivos como desagradáveis ou compassivos; o nível de emoções
provocadas a pessoa chega a afetar marginalmente a relação entre a pessoa com
deformidade e o resto das pessoas em sua volta.
- Grau 7: provoca a tendência a deixar de olhar porque os sentimentos ou reações
emocionais que despertam são intensos, bem por compaixão, bem por desagrado,
repugnância, dentre outros; o nível de emoções provocadas a pessoa pode chegar a
afetar intensamente a relação entre a pessoa com deformidade e os resto das pessoas a
sua volta.

Para cálculo do dano permanente, pode-se utilizar a TABELA PARA CÁLCULO DA


INDENIZAÇÃO EM CASO DE INVALIDEZ PERMANENTE da SUSEP. Não
ficando abolidas por completo as funções do membro ou órgão lesado, a indenização
por perda parcial é calculada pela aplicação, à percentagem prevista na tabela para sua
perda total, do grau de redução funcional apresentado. Na falta de indicação da
percentagem de redução e, sendo informado apenas o grau dessa redução (máximo,
médio ou mínimo), a indenização será calculada, respectivamente, na base das
percentagens de 75%, 50% e 25%.

Classificação de Incapacidade Laboral Proposta por Penteado


Apresentada no Seminário de Perícias Médicas Judiciais promovida pela OAB em Curitiba/2014
Tipo 0 Não há incapacidade laboral
Tipo 1 Existe restrição parcial da capacidade laboral
1 a: Implica em necessidade de esforços suplementares para realização da mesma
atividade
1 b: Pode ser reabilitado para uma atividade do mesmo nível de complexidade ou
em funções compatíveis com sua formação profissional
Tipo 2 Existe restrição total da capacidade laboral
2 a: As sequelas são impeditivas do exercício da atividade profissional, mas
podendo ser reabilitada para uma atividade de menor nível de complexidade
2 b: As sequelas são totalmente impeditivas do exercício de qualquer atividade
profissional
SUPLEMENTO TRABALHISTA 094/14. DEFICIÊNCIA FUNCIONAL X INCAPACIDADE
LABORAL. José Marcelo de Oliveira Penteado.

O Quadro a seguir resume e exemplifica os grupos das doenças relacionadas de


acordo com a classificação proposta por Schilling (1984).
CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS SEGUNDO SUA RELAÇÃO COM O
TRABALHO
Categoria Exemplos
Intoxicação por chumbo

I – Trabalho como causa necessária Silicose


Doenças profissionais legalmente
conhecidas
Doença coronariana
II – Trabalho como fator contributivo, mas não
Doenças do aparelho locomotor
necessário
Câncer
Varizes dos membros inferiores
III – Trabalho como provocador de um Bronquite crônica Dermatite de
distúrbio latente, ou agravador de doença contato alérgica Asma Doenças
já mentais
estabelecida
(Adaptado de Schilling, 1984)

GRUPO I: doenças em que o trabalho é causa necessária, tipificadas pelas doenças


profissionais, stricto sensu, e pelas intoxicações agudas de origem ocupacional.
GRUPO II: doenças em que o trabalho pode ser um fator de risco, contributivo, mas não
necessário, exemplificadas pelas doenças comuns, mais freqüentes ou mais precoces em
determinados grupos ocupacionais e para as quais o nexo causal é de natureza
eminentemente epidemiológica. A hipertensão arterial e as neoplasias malignas
(cânceres), em determinados grupos ocupacionais ou profissões, constituem exemplo
típico.
GRUPO III: doenças em que o trabalho é provocador de um distúrbio latente, ou
agravador de doença já estabelecida ou preexistente, ou seja, concausa, tipificadas pelas
doenças alérgicas de pele e respiratórias e pelos distúrbios mentais, em determinados
grupos ocupacionais ou profissões.
Entre os agravos específicos estão incluídas as doenças profissionais, para as
quais se considera que o trabalho ou as condições em que ele é realizado constituem
causa direta. A relação causal ou nexo causal é direta e imediata. A eliminação do
agente causal, por medidas de controle ou substituição, pode assegurar a prevenção, ou
seja, sua eliminação ou erradicação.
Esse grupo de agravos, Schilling I, tem, também, uma conceituação legal no
âmbito do SAT da Previdência Social e sua ocorrência deve ser notificada segundo
regulamentação na esfera da Saúde, da Previdência Social e do Trabalho.
Os outros dois grupos, Schilling II e III, são formados por doenças consideradas
de etiologia múltipla, ou causadas por múltiplos fatores de risco. Nessas doenças
comuns, o trabalho poderia ser entendido como um fator de risco, ou seja, um atributo
ou uma exposição que estão associados com uma probabilidade aumentada de
ocorrência de uma doença, não necessariamente um fator causal (Last, 1995). Portanto,
a caracterização etiológica ou nexo causal será essencialmente de natureza
epidemiológica, seja pela observação de um excesso de freqüência em determinados
grupos ocupacionais ou profissões, seja pela ampliação quantitativa ou qualitativa do
espectro de determinantes causais, que podem ser melhor conhecidos a partir do estudo
dos ambientes e das condições de trabalho. A eliminação desses fatores de risco reduz a
incidência ou modifica o curso evolutivo da doença ou agravo à saúde.
Como diretriz básica, a resposta positiva à maioria das questões apresentadas a
seguir auxilia no estabelecimento de relação etiológica ou nexo causal entre doença e
trabalho
1. Natureza da exposição: o agente patogênico pode ser identificado de alguma forma?
2. Especificidade da relação causal e a força de associação causal: o agente patogênico
ou fator de risco contribuiu de forma significativa na ocorrência da doença?
3. Tipo de relação causal com o trabalho: classificação de Schilling.
4. Grau ou intensidade da exposição: é capaz de gerar a doença?
5. Tempo de exposição é suficiente para gerar a doença?
6. Tempo de latência: suficiente para que a doença se instale e manifeste?
7. Registros anteriores: existem registros quanto ao estado de saúde anterior do
trabalhador?
8. Evidencias epidemiológicas: existem evidências epidemiológicas que reforçam a
hipótese da relação com o trabalho?
O novo Manual de Acidentes de Trabalho, publicado pelo INSS em Maio de 2016,
esclarece que “concausa” é o conjunto de fatores, preexistentes ou supervenientes,
suscetíveis de modificar o curso natural do resultado de uma lesão. Trata-se da
associação de alterações anatômicas, fisiológicas ou patológicas que existiam ou possam
existir, agravando um determinado processo. O manual informa que devem ser
considerados, para estabelecimento, a presença de modificação da história natural da
doença, o fato da doença ou agravo ser, de fato, multicausal, e por fim deixa claro
que deve ser encontrado a existência real do fator de risco ocupacional e que este
seja capaz de levar ao dano; e a possibilidade ou a própria existência de atos contrários
às normas de proteção à saúde do trabalhador.

De acordo com o Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde –


DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO, do Ministério da Saúde, ciática
(M54.3) e lumbago com ciática (M54.4) caracterizam-se por dor na região lombar, que
pode se irradiar para o(s) membro(s) inferior(es) e evoluir para um quadro persistente de
dor isolada em membros inferiores.
Episódios agudos de lombalgia costumam ocorrer em pacientes em torno de 25
anos e, em 90% dos casos, a sintomatologia desaparece em 30 dias, com ou sem
tratamento medicamentoso, fisioterápico, com ou sem repouso. O risco de recorrência é
de cerca de 60% no mesmo ano ou, no máximo, em dois anos. São fatores que
contribuem para a recidiva: idade, postura ergonômica inadequada e fadiga no
trabalho.
A lombalgia crônica, dor persistente durante três meses ou mais, corresponde a
10% dos pacientes acometidos por lombalgia aguda ou recidivante. A média de idade
desses pacientes é de 45 a 50 anos. Os seguintes fatores têm sido associados à
cronicidade da lombalgia: trabalho pesado, levantamento peso, trabalho sentado, falta de
exercícios e problemas psicológicos.
Os casos descritos como ocupacionais são associados a atividades que
envolvem contratura estática ou imobilização, por tempo prolongado, de
segmentos corporais, como cabeça, pescoço ou ombros, tensão crônica, esforços
excessivos, elevação e abdução dos braços acima da altura dos ombros,
empregando força, e vibrações do corpo inteiro.
A dorsalgia crônica, em especial a lombalgia crônica, em determinados grupos
ocupacionais, excluídas as causas não-ocupacionais acima mencionadas e ocorrendo
condições de trabalho com posições forçadas e gestos repetitivos e/ou ritmo de trabalho
penoso e/ou condições difíceis de trabalho, pode ser classificada como doença
relacionada ao trabalho, do Grupo II da Classificação de Schilling, em que o trabalho
pode ser considerado fator de risco, no conjunto de fatores de risco associados com a
etiologia multicausal da entidade. O trabalho pode ser considerado como concausa.
Os quadros de ciática (M54.3) e lumbago com ciática (M54.4) são
caracterizados por dor intermitente na coluna lombar, que piora com movimentos
ou com aumentos de pressão intra-abdominal (tosse, espirros, defecação) e que
irradia pela face posterior da coxa até a face lateral do tornozelo e pé. Pode evoluir
para uma degeneração do disco intervertebral, hérnia de disco, osteoartrose e/ou
osteófitos da coluna e história de traumas da coluna.

Teste de Lasegue: O teste de Lasegue é utilizado para avaliar dor lombar associada a
ciatalgia, seja compressiva ou inflamatória.

Com o paciente em decúbito dorsal, eleva-se o membro com o joelho em extensão. É


positivo quando o paciente queixa dor lombar a partir dos 30º de elevação
Teste de Bechterew: O teste é realizado pedindo ao paciente para estender o joelho
enquanto numa posição sentada. Este levantar a perna sem dobra-la em posição sentada
novamente alonga a raiz nervosa ciática e cria dor na coluna ou na perna ou em ambas
se existir uma lesao de disco. (Dor Lombar, Mecanismo, Diagnóstico e Tratamento.
James M. Cox. Editora Manole. 6ª edição.)

SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO (G56.0)

É a síndrome caracterizada pela compressão do nervo mediano em sua passagem pelo


canal ou túnel do carpo. Está associada a tarefas que exigem alta força e/ou alta
repetitividade, observando-se que a associação de repetitividade com frio aumenta o
risco.

As exposições ocupacionais consideradas mais envolvidas com o surgimento do quadro


incluem flexão e extensão de punho repetidas principalmente se associadas com força,
compressão mecânica da palma das mãos, uso de força na base das mãos e vibrações.

Entre os profissionais mais afetados estão os que usam intensivamente os teclados de


computadores, os trabalhadores que lidam com caixas registradoras, os telegrafistas, as
costureiras, os açougueiros e os trabalhadores em abatedouros de aves ou em linhas de
montagem.

O quadro inicial caracteriza-se por queixas sensitivas: sensação de formigamento


(hipoestesia) na mão, à noite, dor e parestesia em área do nervo mediano (polegar,
indicador, médio e metade radial do anular), que podem aumentar na vigência de
exigências do trabalho semelhantes às supracitadas, desconforto que pode se irradiar até
os ombros. Os sintomas são predominantemente noturnos e podem, inclusive, melhorar
em alguns casos durante as atividades diurnas.

Alguns pacientes referem-se a dores nas mãos que irradiam para o ombro.

Os achados de exame físico incluem diminuição da sensibilidade superficial (teste de


monofilamento) e de 2 pontos no território mediano. Os testes de Phalen, Phalen
invertido, Tinel ou dígito-percussão em projeção de túnel de carpo são úteis na
caracterização clínica dos sintomas. A hipotrofia tenar é característica das compressões
crônicas. Nota-se diminuição da força de preensão e de pinça (polegar – indicador),
dificuldade de impulsionar bolinha de papel (piparote) com polegar indicador.

DISCUSSÃO
Autora admitida na reclamada em 13/05/08, demitida em 21/12/18, registrado em
CTPS, para a função de Servente de Lavoura. Alega que desenvolveu patologias da
coluna vertebral e síndrome do túnel do carpo e decorrência das atividades laborais na
reclamada.
Baseado nas queixas do periciado, no exame físico, nos documentos anexados aos
autos e na literatura atual, considero:
Quanto às patologias: autora é portadora de Hipertensão Arterial; síndrome do
túnel do carpo tratado cirurgicamente bilateralmente; lombalgia esporádica;
espondiloartrose da coluna cervical, torácica e lombar.
Quanto às atividades laborais: até 2015 – conforme referiu exerceu atividades
no corte manual de cana durante a safra e atividades relacionadas a trabalhador rural
durante a entressafra. Durante tais atividades, havia risco ergonômico, com flexão e
rotação da coluna, carregamento de peso, trauma na região palmar pelo uso de facão,
por exemplo. Após 2015, trabalhou no setor de mudas (viveiro), não apresentando risco
ergonômico significativo.
Quanto ao nexo:
Com relação à síndrome do túnel do carpo, a literatura diz: “As exposições ocupacionais
consideradas mais envolvidas com o surgimento do quadro incluem flexão e extensão
de punho repetidas principalmente se associadas com força, compressão mecânica da
palma das mãos, uso de força na base das mãos e vibrações”. Dessa maneira, considero
que as atividades laborais apresentaram risco ergonômico em tempo e intensidade
suficientes para desencadear a patologia, sendo evidenciado atividades com uso das
mãos, trauma na região palmar (uso de facão) e flexão dos punhos (ato e “abraçar” feixe
de cana”) que estão associados ao desenvolvimento da patologia. Por se tratar de
patologia de etiologia multifatorial, excluindo as causas extra ocupacionais, atribuo ao
trabalho uma contribuição moderada (50%) – atribuição subjetiva, no período que
trabalhou no corte manual de cana.
Com relação à patologia da coluna vertebral, trata-se de patologia de etiologia
multifatorial, sendo o fator degenerativo, nesse caso, o mais evidente, pois há
acometimento de todo o segmento da coluna vertebral, além disso, a autora admitiu que
apresentou sintomas de lombalgia mesmo durante os anos que trabalhou no viveiro de
mudas. Assim, considero que a autora esteve exposta a risco ergonômico até o ano de
2015, mas esse não foi suficiente para desencadear ou agravar a patologia da coluna
vertebral apresentada.

Quanto aos danos:


Temporários: apresentou afastamentos nas seguintes datas: 29/04/2014 a
13/10/2015 e 16/03/2017 a 28/08/2017; outros atestados de poucos dias – descritos no
corpo do laudo.

Danos permanentes – alteração permanente na integridade física e psíquica:


redução definitiva do potencial físico, psico-sensorial ou intelectual resultante de uma
alteração da integridade anátomo-fisiológica: medicamente constatável e como tal
apreciável por um exame clínico apropriado, completado pelo estudo dos exames
complementares realizados; à qual se juntam os fenômenos dolorosos e as repercussões
psicológicas normalmente associadas à alteração sequelar descrita, assim como as
conseqüências na vida diária habitualmente e objetivamente associadas a essa
alteração.

A autora apresenta queixa de dores difusas, sobretudo no membro superior


esquerdo, porém, baseado no exame físico realizado no dia da perícia médica, não
associo os sintomas à síndrome do túnel do carpo, visto as manobras semiológicas
realizadas terem se apresentadas negativas. Assim, considero:

Extrapolando da Tabela SUSEP: Anquilose total de um dos punhos = 20%

Como a lesão foi mínima: 25% de 20% = 5%; como a síndrome do túnel do carpo
acometeu ambos os membros superiores, considero como dano corporal = 10%

Dano estético muito ligeiro, ou grau 1, ou 1 em 7 (1/7), pois identifica-se com


dificuldade apesar de olhá-la, em área pouco exposta.
Quanto à capacidade laborativa: as atividades laborais de formação técnica do
autor são parcialmente compatíveis com as sequelas apresentadas, ou seja, há
incapacidade laboral parcial, permanente, prova é que após os procedimentos cirúrgicos
a autora retornou em atividades sem risco ergonômico.

CONCLUSÃO

a) A periciada apresenta as seguintes patologias: síndrome do túnel do carpo


bilateral, tratada cirurgicamente; espondiloartrose coluna vertebral;
lombalgia esporádica, hipertensão arterial.
b) Considero que a síndrome do túnel do carpo apresenta concausa com as
atividades laborais na reclamada até o ano de 2015; não caracterizo nexo
com as demais patologias.
c) Como danos temporários:
Incapacidade laboral: 29/04/2014 a 13/10/2015 e 16/03/2017 a 28/08/2017
d) Como danos permanentes:
Dano corporal: 10%
Dano estético: muito ligeiro, ou grau 1, ou 1/7.
e) Capacidade laboral: Há incapacidade laboral, parcial, permanente.

RESPOSTA AOS QUESITOS


Juízo:

-o enquadramento da eventual ocorrência como acidente do trabalho (artigo 19 da Lei


nº. 8.213/91) ou a este equiparado, ou seja, doença profissional ou doença do trabalho
(incisos I e II do artigo 20 da Lei nº. 8.213/91, respectivamente); há enquadramento.

-se o referido infortúnio demandava ao trabalhador, ao tempo em que vigia o liame,


afastamento de suas funções e, em caso positivo, qual o lapso necessário; 29/04/2014 a
13/10/2015 e 16/03/2017 a 28/08/2017; outros afastamentos de curto período.
-se o trabalhador se encontrava apto ou inapto para o trabalho quando da demissão e,
nesta última hipótese (inapto), qual o lapso necessário para a recuperação; Considero
que estava apta para as atividades desenvolvidas.

-a extensão do dano sofrido pelo trabalhador em razão do infortúnio, com mensuração,


em termos percentuais, da redução da capacidade laborativa para a prestação de
serviços, levando-se em consideração tanto funções compatíveis, como a formação e o
histórico profissional do trabalhador; Há incapacidade laboral parcial permanente,
sendo o dano corporal estimado em 10%.

-se a eventual redução da capacidade laborativa é permanente ou passível de reversão,


hipótese em que deverá ser esclarecido o tempo necessário à reversão, bem como se tal
reversão será parcial ou total; levando em consideração o período da prestação de
serviços, as regras da experiência técnica e da literatura médica, bem como o histórico
pessoal e profissional do periciando, informar se há nexo de causalidade entre as
condições da prestação de serviços (funções exercidas pelo trabalhador) e a eventual
incapacidade adquirida; e, em caso positivo, esclarecer em que grau, em termos
percentuais, os prejuízos ao patrimônio físico e psíquico do trabalhador podem ser
atribuídos ao empregador; Permanente; atribuo ao trabalho uma contribuição de
50% no desenvolvimento da patologia, considerando ser patologia multifatorial,
bem como os fatores extra laborais.

-a necessidade de tratamentos de saúde em razão do infortúnio e, em caso positivo, qual


a estimativa das despesas, bem como a duração; no momento, não há necessidade de
tratamento adicional.

-a resposta aos quesitos apresentados pelas partes.

Reclamante:

1. Descrever, detalhadamente, quais as funções exercidas pela reclamante na


reclamada? No laudo.

2. A reclamante é portadora de alguma enfermidade? Caso positivo, qual(is)


enfermidade(s)? Sim, descrito no laudo.

3. A(s) enfermidade(s) indicada(s) em resposta ao quesito anterior incapacita-a ao


exercício de atividades laborais? Parcialmente.
4. Existe cura para a(s) enfermidade(s) que acomete(m) a Obreira? Para a
espondiloartrose não, visto ser degenerativa; para a síndrome do túnel do carpo,
foi submetida a cirurgia em duas ocasiões.

5. É possível atribuir nexo causal entre a doença da Reclamante e as funções ele


desempenhas na reclamada? Concausa.

6. Existe sequela fruto da Doença Ocupacional? Sim.

7. A sequela apresentada também limita a capacidade de trabalho da Autora para outras


profissões? A depender das atividades.

8. A reclamante gozou de benefício previdenciário? Quando? Sim, descrito no laudo.

9. Há perda ou redução da capacidade de trabalho da reclamante? Em caso positivo,


queira por gentileza o Perito descrever o grau de comprometimento e justificálo. Já
respondido.

Reclamada:

1. Descrever o histórico laboral do Reclamante, apontando quais eram as atividades


laborativas anteriores e posteriores ao trabalho na Reclamada, bem como os respectivos
períodos trabalhados. Descritas no laudo.

2. Atualmente, o Reclamante está em exercício de alguma atividade de trabalho? Se


sim, qual? Negou.

3. Quando trabalhou para a Reclamada, o Reclamante recebeu instruções para


realização de suas atividades laborativas, assim como EPIs e orientação de seu uso?
Participava de treinamentos e diálogos de segurança? O Reclamante realizou exames
médicos periódicos junto ao setor de Medicina do Trabalho da empresa? Referiu que
sim.

4. Analisando-se os documentos juntados com a defesa, a empresa cumpriu suas


obrigações legais relacionados à Segurança e Medicina do Trabalho? Prejudicado.

5. O Reclamante é portador de alguma lesão? Qual? Qual a sua extensão? Sim, já


respondido.

6. Em caso positivo, quando (mês e ano) se iniciaram os sintomas relatados? No laudo.


7. A lesão teve origem com as atividades laborais exercidas pelo Reclamante? Se sim,
tal conclusão foi tomada somente com base no depoimento do Reclamante? Considero
que as atividades laborais atuaram como concausa. Não.

8. Pela análise dos documentos de defesa e informações fornecidas pelo Assistente


Técnico da Reclamada, é possível dizer que o Reclamante pode ter dado causa à sua
lesão? Mesmo que não exclusivamente, o trabalhador teve sua parcela de culpa na
ocorrência da suposta lesão? Não. Não.

9. O Reclamante faz ou chegou a fazer tratamento médico relacionado à lesão em


questão? Qual? Foram esgotados todos os tipos de tratamento? Por quais razões? Sim,
cirurgias. Sim.

10. O Reclamante é portador de alguma outra patologia que pode ter ocasionado/
concorrido para a lesão apresentada? Sim.

11. O Reclamante juntou documentos (exames médicos, atestados, etc.) que


comprovassem, com segurança, sua suposta redução da capacidade para o trabalho, bem
como a SUPOSTA culpa da empresa na ocorrência da doença? A questão de culpa é
atribuição do juízo.

12. O Reclamante recebeu algum afastamento pelo INSS? Se positivo, por qual motivo?
Qual o tipo de Benefício foi concedido? Sim. No primeiro benefício, espécie 31, no
segundo, espécie 91.

13. O Reclamante encontra-se apto para o trabalho? Se não, a incapacidade é temporária


e parcial? Incapacidade laboral parcial permanente.

14. Com a verificação da lesão, o Reclamante tem restrição de exercer alguma outra
atividade laboral de menor complexidade? Se negativa a resposta, fundamentar. Não.

15. A referida patologia é doença degenerativa, preexistente ou congênita? A patologia


da coluna é, nesse caso, predominantemente degenerativa; a síndrome do túnel do
carpo é multifatorial.

16. Algum parente próximo tem problemas semelhantes? Negou.


17. Trata-se de doença de origem multifatorial, isto é, ser causada por diversos fatores
que não relacionados ao trabalho para a Reclamada, tais como, a exposição a algum
trauma, obesidade, sedentarismo, entre outros? Sim.

18. O histórico laboral do Reclamante antes de prestar serviços para a Reclamada pode
ser considerado como causa/concausa para o surgimento dos problemas alegados pelo
obreiro? Prejudicado.

19. É correto afirmar que o tipo de lesão alegada pelo Reclamante é tratado com grande
sucesso (dieta equilibrada, medicamentos, cirurgia, etc.), e permite o retorno às
atividades cotidianas, laborativas? Se negativa a resposta justificar e fundamentar. Se
positiva, qual a previsão de tempo de tratamento? Parcialmente.

20. Caso seja constada eventual perda da capacidade laborativa é o Reclamante passível
de reabilitação profissional? Ele tem restrição de exercer alguma outra atividade laboral
de menor complexidade? Se negativa a resposta, fundamentar. Sim. Não.

TERMOS ENCERRAMENTO
Na expectativa de haver cumprido fielmente o que foi determinado por V. Exa, e,
colocando-me a inteira disposição do Juízo, encerra-se o presente laudo, assinado
eletronicamente.
Considerando a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade de se elaborar
um laudo pericial; o tempo consumido na realização do trabalho; o impedimento da
realização de outros serviços; o zelo pela competência e renome profissional; os gastos
inerentes à elaboração do laudo, bem como no investimento na educação continuada; a
responsabilidade e peculiaridade de tratar-se de Perito Oficial, venho, respeitosamente,
requerer à V. Exa, a fixação dos honorários periciais em 4 (quatro) salários mínimos
vigentes.

De XXXXXX, XX, para XXXXXXXX, XX, XX de

XXXXXXX de 20XX

Dr. XXXX, CRM-SP XXXX


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRANDIMILLER, P. A. Perícia judicial em acidentes e doenças do trabalho. São
Paulo: SENAC, 1996.
MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL. Representação no Brasil da OPAS/OMS.
Doenças relacionadas ao trabalho: Manual de procedimento para os serviços de saúde;
organizado por Elizabeth Costa Dias; col. Idelberto Muniz Almeida ET AL. Brasília:
Ministério da Saúde do Brasil, 2001.
PERÍCIAS MÉDICAS: teoria e prática / coordenadores Emilio Bicalho Epiphanio, José
Ricardo de Paula Xavier Vilela. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
TABELA SUSEP, disponível em
http://www.periciamedicadf.com.br/tabelas/tabelasusep.php
RENÉ MENDES – Patologia do Trabalho – 2º Edição – São Paulo – Editora Atheneu,
2007

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