Laudo Medico Fisio
Laudo Medico Fisio
Laudo Medico Fisio
PROCESSO: XXXXXXXXX
RECLAMANTE: XXXXXXX
ARRUDA RECLAMADA: XXXXXXXX
XXXXXXXX, CRM-SP XXXXXXX, perito médico judicial nomeado para esta lide
vem apresentar seu laudo.
PREAMBULO
A perícia se realizou no dia XX/XX/20XX, às 18:00 horas, no consultório do perito, sito a
R. XXXXXXXX, 1782, XXXXXX, XX.
Estavam presentes: o perito e o reclamante. Como assistente técnico da reclamada: Dr.
XXXXXXXXXXX, CRM XXXX.
OBJETIVOS:
Esta pericia objetiva avaliar:
Ocorrência de acidente de trabalho e/ou equiparado;
Existência de agravo à saúde;
Existência de nexo causal entre o agravo e o acidente de trabalho;
Avaliar os danos causados pelo agravo.
IDENTIFICAÇÃO DA RECLAMADA
XXXXXXXXX, pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob o CNPJ nº
XXXXXXXXXXXXX, empresa Situada na XXXXXXX, S/N, na cidade de
XXXXXXXX-XX
IDENTIFICAÇÃO/CARACTERÍSTICAS DO PERICIADO
Nome: XXXXXXXXXX
Idade: XXXXX
Data Nascimento: XXXXX
RG: XXX
CPF: XXX
Natural: XXX
Procedente: XXX
Estado Civil: XXX
Filhos: XXX
Mão dominante: XXX
Escolaridade: XXX
Curso Técnico: XXX
Hábitos:
Negou tabagismo; ex - tabagista
Negou etilismo
Refere atividade física: faz caminhada
Negou atividades de lazer
Negou tocar instrumentos musicais
Negou andar de moto, bicicleta, cavalo
ANTECEDENTES PESSOAIS/FAMILIAR
Refere internação hospitalar: para cirurgias
Refere cirurgias: objeto da perícia e cesariana.
Negou acidentes extra-ocupacionais.
Refere uso de medicações de uso contínuo: losartana, hidroclorotiazida,
meloxicam eventualmente, alprazolan, escitalopran.
Refere estar em acompanhamento médico: ortopedista, cardiologista.
Histórico Familiar: mãe falecida de acidente vascular encefálico; pai cardiopata,
trata acidente vascular encefálico; negou patologias semelhantes à sua na família.
ANTECEDENTES PROFISSIONAIS
Trabalho informal (Bicos): negou
Atual: desempregada
Aposentado: negou; recebe pensão do marido.
CTPS:
ANTECEDENTES PREVIDENCIÁRIOS
Refere afastamento pelo INSS: cirurgias – objeto da perícia.
HISTÓRIA CLÍNICA
Segunda a periciada, sentia os braços dormentes, pior a noite, não conseguia dormir,
perdendo a força por volta de 2012. Como os sintomas foram piorando, foi submetida a
cirurgia para síndrome do túnel do carpo por volta de 2014 bilateralmente. Após
retornar da cirurgia, retornou em serviços leves no viveiro de mudas. Os sintomas
pioraram sendo re operada em 2017 bilateralmente, sem melhora do quadro – mantem
dormência, dor latejante. Dor se inicia na coluna cervical, trapézio e irradia até o
membro superior esquerdo. No braço direito houve melhora dos sintomas.
Refere que a coluna travou quando já estava no viveiro de mudas. Quando já estava em
serviços leves. Foram dois episódios, sendo o primeiro durante o período do corte cana.
Não chegou a ficar afastada. Acompanhou com ortopedista. Atualmente sente dor
quando fica sentada.
EXAME FÍSICO
Psicológico/Comportamento: periciada colaborou com o exame, respondendo às
perguntas adequadamente, com pensamento claro, lógico, coerente, orientada no tempo
e espaço.
Exame físico geral: bom estado geral, corada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril.
Peso referido: 99 Kg
Tórax:
Ausculta Cardíaca/Pulmonar: nada digno de nota
Dorso/Coluna Vertebral:
Mobilidade: extensão limitada em grau moderado alegando dor na região lombar; flexão
de amplitude fisiológica, sem dor. Rotação lateral e flexão lateral, bilateral, normais.
Membros Superiores:
Inspeção: assimetria dos braços, sendo o braço esquerdo de maior diâmetro que o
direito. Cicatrizes nos punhos bilateral.
Força: preservada
27/04/17 – Relatório médico: Síndrome do túnel do carpo Direito. CID G56. Dr Luiz
Gonzaga Correa, CRM 9482
09/06/17 – Atestado médico: Período “a critério da perícia médica”. CID G56. Dr Luiz
Gonzaga Correa, CRM 9482
12/04/18 – Atestado médico: 03 (três) dias. CID M54.2. Dr Luiz Gonzaga Correa, CRM
9482
Teste de Lasegue: O teste de Lasegue é utilizado para avaliar dor lombar associada a
ciatalgia, seja compressiva ou inflamatória.
Alguns pacientes referem-se a dores nas mãos que irradiam para o ombro.
DISCUSSÃO
Autora admitida na reclamada em 13/05/08, demitida em 21/12/18, registrado em
CTPS, para a função de Servente de Lavoura. Alega que desenvolveu patologias da
coluna vertebral e síndrome do túnel do carpo e decorrência das atividades laborais na
reclamada.
Baseado nas queixas do periciado, no exame físico, nos documentos anexados aos
autos e na literatura atual, considero:
Quanto às patologias: autora é portadora de Hipertensão Arterial; síndrome do
túnel do carpo tratado cirurgicamente bilateralmente; lombalgia esporádica;
espondiloartrose da coluna cervical, torácica e lombar.
Quanto às atividades laborais: até 2015 – conforme referiu exerceu atividades
no corte manual de cana durante a safra e atividades relacionadas a trabalhador rural
durante a entressafra. Durante tais atividades, havia risco ergonômico, com flexão e
rotação da coluna, carregamento de peso, trauma na região palmar pelo uso de facão,
por exemplo. Após 2015, trabalhou no setor de mudas (viveiro), não apresentando risco
ergonômico significativo.
Quanto ao nexo:
Com relação à síndrome do túnel do carpo, a literatura diz: “As exposições ocupacionais
consideradas mais envolvidas com o surgimento do quadro incluem flexão e extensão
de punho repetidas principalmente se associadas com força, compressão mecânica da
palma das mãos, uso de força na base das mãos e vibrações”. Dessa maneira, considero
que as atividades laborais apresentaram risco ergonômico em tempo e intensidade
suficientes para desencadear a patologia, sendo evidenciado atividades com uso das
mãos, trauma na região palmar (uso de facão) e flexão dos punhos (ato e “abraçar” feixe
de cana”) que estão associados ao desenvolvimento da patologia. Por se tratar de
patologia de etiologia multifatorial, excluindo as causas extra ocupacionais, atribuo ao
trabalho uma contribuição moderada (50%) – atribuição subjetiva, no período que
trabalhou no corte manual de cana.
Com relação à patologia da coluna vertebral, trata-se de patologia de etiologia
multifatorial, sendo o fator degenerativo, nesse caso, o mais evidente, pois há
acometimento de todo o segmento da coluna vertebral, além disso, a autora admitiu que
apresentou sintomas de lombalgia mesmo durante os anos que trabalhou no viveiro de
mudas. Assim, considero que a autora esteve exposta a risco ergonômico até o ano de
2015, mas esse não foi suficiente para desencadear ou agravar a patologia da coluna
vertebral apresentada.
Como a lesão foi mínima: 25% de 20% = 5%; como a síndrome do túnel do carpo
acometeu ambos os membros superiores, considero como dano corporal = 10%
CONCLUSÃO
Reclamante:
Reclamada:
10. O Reclamante é portador de alguma outra patologia que pode ter ocasionado/
concorrido para a lesão apresentada? Sim.
12. O Reclamante recebeu algum afastamento pelo INSS? Se positivo, por qual motivo?
Qual o tipo de Benefício foi concedido? Sim. No primeiro benefício, espécie 31, no
segundo, espécie 91.
14. Com a verificação da lesão, o Reclamante tem restrição de exercer alguma outra
atividade laboral de menor complexidade? Se negativa a resposta, fundamentar. Não.
18. O histórico laboral do Reclamante antes de prestar serviços para a Reclamada pode
ser considerado como causa/concausa para o surgimento dos problemas alegados pelo
obreiro? Prejudicado.
19. É correto afirmar que o tipo de lesão alegada pelo Reclamante é tratado com grande
sucesso (dieta equilibrada, medicamentos, cirurgia, etc.), e permite o retorno às
atividades cotidianas, laborativas? Se negativa a resposta justificar e fundamentar. Se
positiva, qual a previsão de tempo de tratamento? Parcialmente.
20. Caso seja constada eventual perda da capacidade laborativa é o Reclamante passível
de reabilitação profissional? Ele tem restrição de exercer alguma outra atividade laboral
de menor complexidade? Se negativa a resposta, fundamentar. Sim. Não.
TERMOS ENCERRAMENTO
Na expectativa de haver cumprido fielmente o que foi determinado por V. Exa, e,
colocando-me a inteira disposição do Juízo, encerra-se o presente laudo, assinado
eletronicamente.
Considerando a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade de se elaborar
um laudo pericial; o tempo consumido na realização do trabalho; o impedimento da
realização de outros serviços; o zelo pela competência e renome profissional; os gastos
inerentes à elaboração do laudo, bem como no investimento na educação continuada; a
responsabilidade e peculiaridade de tratar-se de Perito Oficial, venho, respeitosamente,
requerer à V. Exa, a fixação dos honorários periciais em 4 (quatro) salários mínimos
vigentes.
XXXXXXX de 20XX