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Manual Futsal Port

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MANUAL DE

MANUAL DE

2 3
Índice
CA PÍT ULO 1
INTRODUÇÃO 08
CA PÍT ULO 3
A DIMENSÃO
FÍSICA NO FUTSAL
68
O jogo de futsal
Planejamento do treinamento
A lógica do jogo
esportivo de futsal
Estruturação do treinamento
de futsal

Construção coletiva para


a elaboração do Manual de
CA PÍT ULO 2
AS DIMENSÕES
TÁTICA E TÉCNICA
12 Tipos de treinamentos e sua
programação

CA PÍT ULO 4

85
Futsal
NO FUTSAL O GOLEIRO/GOLEIRA
Presidente DE FUTSAL
Alejandro Domínguez Princípios fundamentais e
Wilson-Smith comportamentos táticos indi- Aspectos que influencia o des-
viduais e grupais do jogo envolvimento do goleiro/a
Secretário Geral Adjunto de Níveis de Jogo de Futsal: do Comportamento sistêmico do
Futebol jogo anárquico ao jogo elabo- goleiro/a
Gonzalo Belloso rado
Principais funções e ações do
Tática colectiva goleiro/a
Conselho Editorial Conceitos táticos da organi- O ambiente de jogo e o treina-
Francisco Maturana zação ofensiva mento do goleiro/a
Gonzalo Belloso
Conceitos táticos da organi- O processo de ensino e apren-
Hugo Tocalli zação defensiva dizagem do goleiro/a

99
Reinaldo Rueda
Conceitos táticos específicos Na prática: como treinar os/as
CA PÍT ULO 5
do jogo de transição goleiros/goleiras
Autores O CURRÍCULO E
Alberto Ramirez Comportamentos táticos por
Carlos Rogério Thiengo posição A FORMAÇÃO DOS
Diego Giustozzi Construção do modelo de jogo JOGADORES E
Esteban Pizzi JOGADORAS
Néstor Arrúa
Paulo César de Oliveira
Características gerais do currí-
Rafael Kiyasu

116
culo destinado a formação de
Wilton Santana jogadores e jogadoras
CA PÍT ULO 6
Editores Executivos REFERÊNCIAS Instituição esportiva
Carlos Rogério Thiengo Formação integral
Clarence Acuña Bibliografía Formação esportiva
Luis Fernando Ramírez “Uma folha em branco”
Ruben Rossi

Moderador
Mauricio Marques

4 5
Mensagem do presidente Mensagem do secretário geral
da CONMEBOL adjunto/diretor de Desenvolvimento
Alejandro Domínguez Wilson Smith
da CONMEBOL
Gonzalo Belloso
Se existe uma modalidade de fu- listas da América do Sul encon- mou-se a seleção da argentina, A estratégia do Programa Evo- da paixão de nossos jogadores e
tebol em que a CONMEBOL não trou no futsal o campo ideal para atual campeã, deixando na his- lução da CONMEBOL, do Depar- jogadoras.
só deixou uma marca profunda na que o DNA do Futsal-FIFA tivesse tória da competição apenas duas tamento de Desenvolvimento, é
história, mas também mantém a marca registrada dos jogadores Copas do Mundo não conquista- aumentar o investimento no fute- Uma das armas que considera-
seu status de potência, é no fute- e jogadoras do nosso continente. das por seleções da CONMEBOL. bol, visando sua expansão em to- mos de fundamental importância
bol de salão ou Futsal-FIFA. dos os níveis de desenvolvimento para a concretização destes ob-
A posição dos países da CONME- A popularidade desta modalidade esportivo, promovendo a inclusão jetivos é a publicação de manuais
Os seus primórdios, claramente BOL também foi de transcen- em nossos países nos comprome- e a diversidade em um ambiente para as diversas modalidades e
sul-americanos, ocorreram entre dental importância para que em te mais ainda como CONMEBOL a de respeito e integridade. categorias do futebol. Este, em
o Rio da Prata e o Brasil, e deixa- meados dos anos 80 a FIFA assu- desempenhar um trabalho profis- particular, é dedicado ao futebol
ram nesta modalidade a marca do misse o controle dessa modalida- sional, planejado e com visão am- Os fundos do Programa Evolução de salão ou Futsal-FIFA.
futebol sul-americano: o talento de, incluindo-a sob sua tutela e pla, com o objetivo de manter em da CONMEBOL cumprem a função
natural dos futebo- organizando a Copa do Mundo de alta a insígnia que nossos atletas social de formar técnicas, técni- A rica experiência na modalidade
Futsal desde 1989. nos vêm deixando há décadas. cos, treinadoras, treinadores, pre- de salão que a América do Sul tem
paradoras e preparadores físicos nos ajuda a ter, como docentes,
Como em nenhuma outra mo- O trabalho do Departamento de como pontes para valorizar o ta- verdadeiros campeões mundiais,
dalidade de futebol, o domínio Desenvolvimento da CONMEBOL lento da nova geração de jogado- criadores de técnicas e táticas
das seleções da CONMEBOL para a realização desse objetivo res e jogadoras de futebol apaixo- que por muitos anos levaram
é evidente, e das 8 Copas do inclui este manual sobre o futsal, nados pelo futebol. Estão aqui nossas seleções à conquista da
Mundo disputadas sob a or- para o qual colaboraram as mel- para trabalhar na sua formação, Copa do Mundo de Futsal-FIFA.
ganização da FIFA, nada me- hores mentes dos países sul-ame- proporcionando-lhes formação e
nos que 6 foram conquistadas ricanos nesta especialidade. disciplina, educação em valores, Essa sabedoria está agora ex-
por potências sul-america- transformando assim as suas ex- posta para que os amantes do
nas. Para a CONMEBOL é um luxo periências, as suas vidas e a sua futsal, sejam jogadores ou joga-
apresentar este material didático, projeção para um eventual futuro doras, amadores ou amadoras
Ao claro domí- com a certeza de que será um elo de competição profissional. , profissionais ou técnicos,
nio do Brasil, fundamental para manter não só possam capturá-la
vencedor a supremacia nas competições, Esta Diretoria trabalha buscando nas quadras mágicas,
de cinco mas também o interesse de nos- gerar as condições para que a ma- onde a bola gira a um
Copas do sos milhões de salonistas que vi- gia do futebol continue em vigor, ritmo e a uma velo-
M u n - vem em todo o território da CON- seja com as multidões que acom- cidade incríveis.
do, so- MEBOL por esta modalidade. panham seus times em qualquer
parte da América do Sul, seja
através de torcedores de outras
latitudes, seguidores do talento e

6 7
O objetivo deste manual é regis- No capítulo 1, abordamos a ló- uma proposta de construção de
trar o conhecimento genuíno do gica do jogo de futsal e os com- modelo de jogo.
futsal sul-americano com ênfase ponentes que o caracterizam. O
na formação de jovens jogadores capitulo 2 especifica os princípios Os capítulos 3 e 4 abordam o tema
e jogadoras de futsal nas catego- táticos fundamentais assim como da preparação física e do treina-
rias de base. Salientamos aqui a a tática individual e grupal tanto mento de goleiros específico do
capacidade de desenvolvimento nos aspectos ofensivos quanto futsal, respectivamente. De forma
de talentos do nosso continente defensivos. Em seguida, fazemos bastante aplicada e com diversos
que vem tendo como consequên- uma interessante reflexão acerca exemplo de atividades, estes capí-
cia diversas conquistas nas cate- da progressão do jogo anárquico tulos certamente darão um emba-
gorias adultas tanto masculina ao jogo estruturado de maneira samento teórico e prático mais que
quanto feminina. a respeitar as características ma- suficiente para garantir treinamen-
turacionais e o entendimento de tos básicos de qualidade quanto a
jogo nas diferentes faixas etárias estes tópicos especificamente.
Este manual propõe das categorias de base. Este ca-
pitulo contem ainda o aporte de No capítulo 5, a proposta é, assim
uma visão global das dois campeões do Mundo: Paulo como no manual orientador, apre-
especificidades do Cesar de Oliveira e Diego Gius- sentar um exercício de construção
treinamento de futsal tozzi. Eles fazem uma profunda do currículo de formação para ca-
para nossos jovens, analise e detalhamento da tá- tegorias de base de um clube de
tica coletiva do futsal em todos futsal.
aplicáveis a distintas os momentos do jogo e também
realidades oriundas da uma descrição de ações especifi- Vamos a leitura do primeiro manual
diversidade do nosso cas e funções das diferentes po- de futsal com o verdadeiro DNA
sições. O capitulo termina com sul-americano.
continente.

O jogo de futsal
Primordialmente, a ação de jogo rá-la, opondo-se de forma coope- decidir e executar com rapidez e
no futsal é resultante das inte- rativa às iniciativas do adversário, eficácia, antecipando possíveis in-

1
rações entre os jogadores. Estes, evitando possíveis desvantagens tenções do adversário. Por outro
quando da posse da bola, asso- posicionais e numéricas, inibindo lado, demanda dos treinadores
ciam-se para mantê-la, dissimu- gols. A natureza complexa do jogo, que organizem as suas equipes
lando suas intenções, causando dada à incerteza e à variabilidade para enfrentar os diferentes mo-
constrangimentos para a equipe de situações, requer, por um lado, mentos do jogo, elaborando con-
adversária, com o objetivo de le- jogadores versáteis e com eleva- textos de treino que desenvolvam
var vantagens posicionais e nu- da capacidade de jogo, ou seja, a capacidade de jogo e respeitem
méricas que se traduzam em gols inteligentes (táticos), habilidosos as particularidades do futsal, ou
e, quando da perda da posse da (técnicos), condicionados e for- seja, afinados com aspectos da
bola, organizam-se para recupe- tes emocionalmente, que sabem sua lógica interna.

Introdução A lógica do jogo


A lógica do jogo de futsal é permanente e retrata a natureza estrutural e dinâmica (funcional) do jogo de fut-
sal, ou seja, o que esse esporte tem de mais característico. Conhecer seus aspectos é importante para que
o treinador possa elaborar e ajustar os seus contextos de treino para as diferentes etapas de formação do
jogador: iniciação (6-13 anos) e especialização (14-20 anos). Um treino de qualidade respeitará a lógica do jogo.

8 9
ASPECTOS DA

Lógica interna
Rotação
contextualizada Organização
Trata-se da ocupação e Compreende a dimensão
do jogo de futsal desocupação tática do
espaço; por um lado, a
estratégico-tática do jogo,
ou seja, a sua dimensão
defesa restringe espaços; inteligente. A interface
por outro, o ataque entre a estratégia
precisa ampliar e criar (decisões prévias) e a
Espaço escasso espaços úteis. Porém, essa tática (decisões em
Embora a quadra tenha dinâmica acontece num Imprevisibilidade curso) confere o traço
800 m2 (40m x 20m), o ambiente instável. Não se pode prever a mais específico do
espaço onde se localizam ordem, a frequência futsal. Daí organizar-
Marcação intensa os jogadores (centro de e os tipos de se, com princípios
Caracterizada pela jogo) é, frequentemente, Auto-organização acontecimentos no e comportamentos
Dinamismo atitude de pressionar a reduzido, o que facilita Caracterizada pela cria- jogo. Essa característica táticos, para enfrentar os
Mobilidade constante e bola independentemente uma marcação intensa e tividade dos jogadores e sobrecarrega momentos do jogo.
simultânea dos jogadores/ do local da quadra, acelera a velocidade da ajustes repentinos nos cognitivamente os
as e da bola num espaço o que exigirá uma tomada de decisões dos seus planos de ação para jogadores/as, exigindo-
compartilhado e escasso movimentação jogadores/as. responder, dentro de certa lhes alto nível de
inteligente dos organização, às ações do concentração e de
jogadores/as. adversário e aos próprios organização, o antídoto
erros dos colegas. contra a imprevisibilidade.

Momentos do jogo
São seis no futsal: organi-
Princípios táticos zação ofensiva, transição Apelo à inteligência Regras
Trata-se de um conjunto de ataque-defesa, organização Pouco espaço somado à Têm um impacto elevado no
referências que orientam defensiva, transição defe- intensa marcação resul- comportamento dos joga-
o comportamento dos
Comunicação
sa-ataque, bolas paradas ta tempo reduzido para Técnica dores e da equipe. Por exem-
jogadores/as nos diferentes (ofensivas e defensivas) perceber, analisar e decidir O jogo exige do jogador plo, estimulam a consecução
momentos do jogo. Por motora e jogo de goleiro-linha o que fazer. Logo, é preciso uma “dupla tarefa” (moto- de muitos gols (por conta do
exemplo, nas zonas de Representa as relações (ofensivo e defensivo). Essa aprender a agir com ante- ra e cognitiva), o que faz espaço reduzido, a validade
disputa da bola, procurar táticas entre os jogado- modificação constante das cedência; a adiantar-se aos com que a técnica forme do gol de dentro da área, as
criar superioridade numérica, res/as, o jogo associativo situações de jogo exige um acontecimentos; a pensar uma unidade com a tática. faltas cumulativas, a possi-
evitar a igualdade numérica (a dois, a três, a quatro), jogador/a versátil tatica- o próximo instante. Ser in- Portanto, o jogador técni- bilidade de se atuar com o
e recusar a inferioridade sem descartar a tática in- mente, isto é, que saiba teligente tem relação com co é o que ajusta os seus goleiro-linha...), embora as
numérica. Esses princípios são dividual, para enfrentar os cumprir mais de uma função a capacidade de os joga- gestos às solicitações do balizas sejam relativamen-
sustentados pelas interações momentos do jogo. tática e que saiba responder, dores lidarem com gran- ambiente, usando seus te pequenas, o que exige
entre os jogadores, pela sua junto com os demais, de des blocos de informação, gestos sempre com um dos jogadores tanto serem
comunicação motora. forma criativa. em função das aquisições sentido tático. muito mais precisos nas
anteriores e do estado finalizações quanto de as
presente. equipes criarem uma zona
de finalização mais próxima
Tabela 1 – Referenciais sobre a natureza do jogo de futsal daquelas.
10 11
Princípios fundamentais
e comportamentos
táticos individuais e
grupais do jogo
Como visto na lógica interna, os princípios táticos são as referências que
orientam o comportamento dos jogadores/as para gerir os diferentes
momentos do jogo.

Entretanto, o modo de os joga- ficados e expressam as intenções


dores/as cumprirem os princípios táticas dos jogadores. Logo, o
A cada treino, desde

2
táticos e lidar bem com os mo- comportamento sempre é técni-
mentos do jogo requer o desen- co-tático e não técnico ou tático. as menores idades
volvimento de uma “linguagem” Nesse sentido, importa apren- e gradativamente, é
comum a todos, o que se entende der certo “idioma” para se jogar
por tática. Quando ela se repor- coletivamente quando se está e necessário perseguir
ta ao jogador/a, seria individual. quando não se está com a posse e enraizar uma série
Entre dois ou três jogadores/as, da bola. Não pode passar desper- de comportamentos
grupal. E entre os quatro jogado- cebido que a comunicação tática
táticos individuais,
res/a, coletiva. Quando os jogado- entre os jogadores/as tem de ser
res/as se comunicam (interagem facilmente interpretada por estes grupais e coletivos.
taticamente) para atacar e defen- e, ao mesmo tempo, mal interpre-

As dimensões
der, os gestos técnicos têm signi- tada pelos adversários.

Alguns princípios táticos do jogo são considerados como fundamentais:

tática e técnica Princípios táticos ofensivos

Penetração

Cobertura ofensiva
Princípios táticos defensivos

Contenção

Cobertura defensiva

no futsal
Mobilidade Equilíbrio

Espaço Concentração

Unidade ofensiva Unidade defensiva

Tabela 2 – Princípios fundamentais do jogo de futsal

12 13
Agora, o que significam esses princípios e quais os comportamentos tático-técnicos que os
sustentam?
Princípios Comportamentos Meios Princípios Comportamentos Meios
ofensivos táticos técnicos defensivos táticos técnicos
PENETRAÇÃO: CONTENÇÃO:
Atacar diretamente o ad- 1x1 (superar o adver- • Drible Parar ou atrasar o ataque Colocar-se entre o • Desarme
versário ou a baliza; des- sário); projetar-se nas • Passe adversário; induzir a pro- atacante e o gol; apro- • Interceptações de
equilibrar a organização costas do adversário, • Controle da bola gressão do portador da ximação e abordagem passe
defensiva adversária; bola de tempo para • Chute bola; pressionar o por- (pressionar a bola),
criar situações vantajo- pivô; tabelas, parale- tador da bola; restringir indução da trajetória
sas em termos numéri- las, diagonais, sobre- opções de passe para um de ação do atacante;
cos ou posicionais. posições; cortes pela adversário; impedir a fi- bloqueio de chutes
frente. nalização. na trajetória da bola;
pressing.
COBERTURA OFENSIVA:
Garantir a manutenção Entrar em linha de COBERTURA
da posse da bola; dimi- passe, dando apoio • Controle da bola DEFENSIVA:
nuir a pressão defensiva para o portador da • Passe Auxiliar o marcador do Cobertura, sobrepo- • Desarme
sobre o portador da bola. bola, seja atrás da lin- • Fintas portador da bola, se este sição de cobertura.
ha da bola (jogo de for superado; transmitir
volante) e também segurança ao marcador
fazer aproximações do portador da bola para
entrelinhas; circular a que ele tente recupe-
bola; relevo. rá-la.

MOBILIDADE: EQUILÍBRIO:
Criar ações de ruptura Tabela, paralela, dia- • Controle da bola Assegurar a estabilidade Retorno defensivo, • Desarme
na organização defensiva gonal, sobreposição, • Drible defensiva nas zonas de interceptação de pas- • Interceptação de
adversária; aparecer em fugida, desmarque, • Passe disputa da bola; cobrir ses, temporização, passe
zonas propícias para a apoio entrelinhas, • Fintas eventuais linhas de pas- oferecer equilíbrio de- • Antecipação
consecução do gol; criar apoio no fundo da se; marcar jogadores que fensivo no lado opos-
linhas de passe em pro- quadra, cortina, abrir podem receber a bola; to de onde a defesa
fundidade. espaços. apoiar colegas que fazem faz a contenção; dis-
a contenção e a cobertu- suadir o passe do por-
ESPAÇO: ra defensiva. tador da bola.
Ampliar o espaço efetivo Jogar em largura (pas- • Passe
do jogo; expandir as dis- se em progressão) e • Proteção da bola
tâncias entre os adver- jogar em profundida- • Controle da bola CONCENTRAÇÃO:
sários. de (bolas de espaço e Aumentar a proteção Marcar atrás da linha • Desarme
bolas de pivô). à baliza; induzir o ad- da bola; em caso de
versário para zonas de perda da bola, retorno
UNIDADE OFENSIVA: • menor risco. defensivo.
Favorecer uma circu- Jogar em largura, • Passe
lação contínua, fluente dar apoio para o • Fintas
UNIDADE DEFENSIVA: •
e eficaz da bola; fazer portador da bola; • Desarme
Dar melhores condições Respeitar a linha da • Desarme
• Interceptação de
uma passagem organi- aproximação das para que os defensores bola, pressing defen- • Interceptação de
passe
zada à defesa no caso linhas, balanço de- no centro de jogo pres- sivo; ajustes defensi- passe
• Antecipação
de perda da bola (re- fensivo, atacar mar- sionem a equipe adver- vos, como cobertura • Antecipação
cuperando-a imediata- cando; temporizar e sária; favorecer uma ação e sobreposição de co- • Deslocamentos
mente ou temporizan- retorno defensivo. ofensiva subsequente à bertura; flutuar, com- sem bola
do a defesa). recuperação da bola. pactar a defesa.

Tabela 3 – Princípios táticos fundamentais e comportamentos táticos que os sustentam

14 15
FASES E MOMENTOS DO JOGO
O que os treinadores esperam taticamente dos jogadores/as

ATAQUE DEFESA

Movimentação constante Pressão na bola para desarmar ou desequilibrar


Jogar sem bola o passe

Velocidade precisa do passe Acompanhar ou trocar a marcação

Sob pressão, imprimir velocidade sem a bola e Manter a bola no campo visual
passá-la para frente Encaixar a marcação
Investir no 1x1 Marcar em equilíbrio
Passar em profundidade Induzir o sentido do ataque
Sair no espaço vazio Aplicar ajudas
Fazer a aproximação Ter senso de cobertura
Apoiar o passe Retornar para defender
Deslocar-se em diagonal e pela paralela Executar sobreposições de cobertura
Inteligência para decidir
Ter jogadas combinadas

TRANSIÇÃO OFENSIVA TRANSIÇÃO DEFENSIVA

Imprimir velocidade na ação Retornar


Ter quem conduz e outras opções de passe Temporizar
Conduzir sobre a marcação sem precipitar a decisão Pressionar a bola
Entrar em linha de passe com quem tem a bola
Quem não tem a bola corre em profundidade
Ler o jogo e decidir
Tabela 4 –Princípios táticos específicos que técnicos campeões da Liga Futsal esperam dos seus jogadores nos diferentes momentos do
jogo

Evidentemente que a lista de sim, de um “guia pedagógico” con- tentam os princípios fundamen-
princípios táticos específicos e os fiável, por advir tanto de autores tais nos diferentes momentos do
respectivos comportamentos tá- reconhecidos na literatura espor- jogo.
Com a finalidade de delinear o modo contemporâneo de se pautar o ensino do jogo de futsal na aquisição ticos não contemplam tudo o que tiva como de treinadores tidos
de se jogar futsal, recorremos aos achados de um es- de princípios e comportamentos táticos que possam os jogadores precisam deter para como notáveis na comunidade Lembre-se de que, do ponto de
tudo que revelou a visão estratégico-tática de cinco preparar os jogadores para enfrentar os diferentes atuarem no nível mais avançado esportiva do futsal. vista ofensivo, trata-se de atitudes
técnicos campeões de uma importante competição momentos do jogo. de jogo, o que é de esperar, afinal entre os jogadores, ou seja, têm a
da América do Sul. Esse estudo reforça a importância o futsal, por se tratar de um jogo, Isso posto, visualize uma lista de mesma importância quem se ofe-
está constantemente se alteran- comportamentos ou atitudes tá- rece e quem tem a bola, o que cha-
1- Cinco treinadores que conquistaram 11 das 13 edições da Liga Futsal entre 1996 e 2008. Dois desses treinadores dirigiram a seleção bra- do. Mas por outro lado, trata-se, tico-técnicas do futsal que sus- mamos de “jogo associativo”.
sileira de futsal em Copas do Mundo. (Santana, 2008)

16 17
Comportamentos táticos ofensivos

Ganhar as costas do adversário Agredir o espaço na paralela Desmarque Cortina


Atitude de se projetar no espaço vazio, ganhando as Atitude de se projetar no espaço vazio, ocupando a Atitude do jogador/a sem a bola de ir ao encontro Atitude do jogador/a sem a bola de se movimentar
costas do adversário. paralela em relação à bola. desta, passando nas costas do defensor/a. entre o portador/a da bola e seu marcador direto.

Agredir o espaço na diagonal Sobreposição (ou cruzamento) Relevo Corte pela frente
Atitude de se projetar no espaço vazio, ocupando a Atitude de se deslocar por detrás de quem tem a Atitude do jogador/a sem a bola de se movimentar Atitude do jogador/a sem a bola de mudar a direção
diagonal em relação à bola. posse da bola. para trás de quem tem a bola, em cobertura ofensiva. da sua corrida para receber a bola.

Bola de tempo no pivô Aproximação (apoio) entrelinhas Abrir espaço e jogar em profundidade Jogar em largura (passe em progressão)
Atitude do jogador/a sem a bola de ir ao encontro Atitude de se deslocar entre as linhas defensivas Atitude do jogador/a sem a bola de se movimentar Atitude do jogador/a sem a bola de se movimentar
desta, passando a bola para o pivô. para apoiar o portador/a da bola. abrindo espaço para o portador/a da bola passar em rente à linha lateral, de modo a receber a bola em
profundidade para o pivô. progressão.

18 19
Comportamentos táticos defensivos

Retornar Temporizar ou flutuar Dobra Ajuda


Atitude de quem está à frente da linha da bola de Atitude de quem está atrás da linha da bola de re- Atitude de o defensor/a acompanhar a trajetória da Atitude de o defensor/a deixar o seu atacante e aju-
retornar velozmente para recompor a defesa. tardar a ação ofensiva, permitindo a chegada do re- bola, “lançando-se” sobre quem tem a bola, ajudando dar o defensor que marca o pivô em profundidade.
torno. quem marca diretamente.

Respeitar a linha da bola Pressing Cobertura Sobreposição de cobertura (ou permuta)


Atitude de se posicionar atrás da linha da bola, fican- Atitude conjunto dos jogadores/as que marcam indi- Atitude de ajudar o jogador/a que marca diretamen- Atitude de o defensor/a superado de se encaixar no-
do em condições de se ajudar mutuamente. retamente de se aproximarem dos atacantes quando a te em caso de este ser superado ou até mesmo an- vamente numa linha defensiva, sobrepondo o colega
bola está pressionada, dissimulando o passe ou mesmo tes. que fez a sua cobertura.
para interceptá-lo.

Triângulo defensivo Troca de corrida Troca de marcação Acompanhamento


Atitude de o defensor/a colocar no seu campo visual Atitude conjunta do defensor/a que marca direta- Atitude conjunta dos defensores/as de se manterem Atitude de o defensor/a acompanhar o atacante que
a bola e o adversário. Essa atitude pode ser perdida mente de perseguir a trajetória bola e do que marca nas suas posições, trocando os atacantes que mar- se desloca, mantendo-se entre ele e o seu gol.
momentaneamente dependendo da velocidade de indiretamente marcar a devolução do passe. cam.
deslocamento do adversário.
20 21
Níveis de Jogo de Futsal:
do jogo anárquico ao jogo
elaborado

Os níveis de jogo de futsal estão Igualmente, as idades servem


associados a alguns indicadores, Importante considerar apenas como parâmetros de re-
todos absolutamente interliga- ferência, ou seja, espera-se que
dos: a relação com a bola, as in-
que não se tratam de o nível de jogo de crianças este-
terações com os colegas e adver- níveis de jogo estanques, ja mais próximo do anárquico do
sários, a ocupação inteligente do portanto, requerem certa que do estruturado, enquanto o
espaço de jogo. Conhecê-los é im- plasticidade na nível de jogo de adolescentes es-
portante para encaminhar possí- teja mais próximo do estruturado
veis estratégias de intervenção. sua interpretação. do que do descentrado, mas tudo
dependerá da experiência acumu-
lada de treinamento.

22 23
NÍVEIS DE JOGO E FAIXAS ETÁRIAS

Relação com a bola Dinâmica coletiva Relação com a bola Dinâmica coletiva
Controle rudimentar da bola, o Campo visual centrado na bola, o Domínio da bola, o que permite Interações táticas ofensivas e
que provoca muitas interrupções que prejudica as interações táti- continuidade no jogo. defensivas marcadas pelos prin-
no jogo. cas (jogar com). cípios fundamentais do jogo: pe-
netração-contenção; unidade
ANÁRQUICO ofensiva-unidade defensiva; co- ESTRUTURADO
(6-9, 10 anos) bertura ofensiva-cobertura de- (14-18, 19 anos)
fensiva; mobilidade-equilíbrio; es-
Principal característica: paço-concentração. Principal característica:
A obsessão pela bola Desenvolvimento da
Organização posicional Estratégias de intervenção Organização posicional Estratégias de intervenção organização posicional
Os jogadores/as aglutinam-se Treinar as habilidades em contex- Além de adotar as diferentes po- Fortalecer a tática de grupo (ofen-
entorno da bola e não respeitam to instável, associada a proble- sições-funções táticas, o jogo siva e defensiva) e priorizar a tá-
os momentos do jogo. mas cognitivos. Inserir jogos com passa a ser dinâmico. tica coletiva. Jogos contextualiza-
regras simplificadas, em espaços dos, prioritariamente na estrutura
Resultado: menores e com menos jogado- Resultado: formal (G+4x4+G), voltados para
Desorganização posicional e fun- res, com os objetivos de fazer e de Organização posicional e funcio- os princípios específicos do jogo.
cional. evitar gols (1x1+1, 1x1+2; 1x1; 2x2+1, nal.
2x2+2, 2x2; 3x3+1, 3x3). Educar a
tática individual. Incentivar a táti-
ca de grupo.

Relação com a bola Dinâmica coletiva Relação com a bola Dinâmica coletiva
Melhoria da relação com a bola, o Campo visual contempla bola-co- Domínio específico da bola, isto é, Apresentam elevada mobilidade
que aumenta a fluidez do jogo. legas-adversários, o que facilita o voltado para os princípios do mo- para atacar e equilíbrio posicional
início das interações táticas (jo- delo de jogo da equipe. para se defender.
gar com).

DESCENTRADO Organização posicional Estratégias de intervenção Organização posicional Estratégias de intervenção ELABORADO
(10-13, 14 anos) (a partir dos 19 anos)
Os jogadores/as adotam as dife- Treinar as habilidades associadas a Ocupação do espaço independen- Fortalecer a tática de grupo e
Principal característica: rentes posições-funções táticas problemas táticos dos diferentes temente da posição-função táti- refinar a tática coletiva. Jogos e Principal característica:
Iniciação ao jogo tático segundo um desenho tático (or- momentos do jogo. Utilizar jogos ca. Versatilidade de funções. exercitações contextualizados Refinamento da
ganização posicional), ocupando contextualizados (3x3+1, 3x3, 4x4, voltados para o modelo de jogo dinâmica coletiva
a quadra em largura e profundi- 4x4 + apoios) no espaço padroni- da equipe.
dade. zado que treinem atitudes táticas
coletivas como entrar em linha
de passe, circular a bola, preparar
o gol para o colega, triângulo de-
fensivo, cobertura, temporizar e
retorno defensivo etc. Regras de
maior complexidade. Fortalecer
a tática individual e de grupo. In-
centivar a tática coletiva.

Tabela 5 - Estratégias de intervenção nos diferentes níveis de jogo do futsal

24 25
Na prática: exemplos de atividades
para os diferentes níveis de jogo
Nível anárquico Nível estruturado

Joga-se G+3x1+G. Quando mudar a equipe que detém Joga-se G+4x2+G. Quando mudar a equipe que de- Joga-se G+4+2x4+G. O objetivo desse jogo é sobreca- Joga-se G+4x4. O objetivo desse jogo é sobrecarre-
a bola, há uma troca de alas: saem os alas da equipe tém a bola, há uma troca de alas: saem os alas da rregar a defesa. Para tanto, foram posicionados dois gar a defesa. Para tanto, a equipe defende sem o go-
que atacava e entram os alas que estavam fora da equipe que atacava e entram os alas que estavam apoios (+2) no fundo da quadra, que jogam há um to- leiro/a e o ataque pode somente pode finalizar se a
quadra. fora da quadra. que, podendo, inclusive, passar a bola entre si. bola estiver na quadra ofensiva.

Nível descentrado Nível elaborado

Joga-se G+3+PVx3+G. O objetivo dos atacantes é Joga-se G+3x3+G. O objetivo dos atacantes é passar Joga-se G+3X3-1+G. O objetivo desse jogo é provo- Joga-se G+4x4+G. Há três bolas no jogo e a marcação
passar a bola em profundidade para o pivô, quando, a bola para o espaço (vazio), quando, então, poderão car ajustes defensivos. Para tanto, o jogador/a que é nominal sem troca. Os jogadores/as em desta-
então, poderão finalizar na meta adversária. O pivô finalizar na meta adversária. Nesse jogo, o jogador detém a bola pode “tirar um defensor do jogo”, que que têm bola, mas estão fora de jogo. Eles apenas
não pode fazer gol! Apenas servir os colegas. Cada não pode receber a bola se já estiver na quadra ofen- não seja o que marca diretamente, chamando-o pelo entram no jogo se o jogador/a da equipe que tem a
vez que a equipe acionar o pivô, uma vez a bola sain- siva. Tem de recebê-la quando estiver se deslocando nome. Nesse momento, ele sai da quadra para que bola, passar a bola para um colega. Nesse momento,
do da quadra, troca-se o pivô por quem lhe passou a para a quadra ofensiva. outro defensor/a, em destaque, entre no jogo. o defensor/a deveria fazer o mesmo, de modo a po-
bola. der marcar quem entrou no jogo.

26 27
A equipe está em organização Por sua vez, o jogo de transição Se não conseguir estabilizar o
ofensiva quando tem a posse da sempre se constituirá num com- ataque, se caracteriza como uma
bola. E isso inclui situações distin- portamento ligado à perda e a transição mal realizada, isto é,
tas: ataque posicional, que inclui recuperação da posse da bola. aquela que permitiu o desfecho do
um ou mais desenhos táticos (4.0 Trata-se de uma fase que tende a contra-ataque. Já a transição ofen-
ou 3.1); jogo de goleiro-linha; es- durar um curto espaço de tempo. siva dura desde o momento em
tratégias de bola parada; ataque A rigor, a transição defensiva dura que a equipe recupera a bola até fi-
de expulsão. desde o momento em que a equi- nalizar a jogada (contra-ataque) ou
pe perde a bola até o momento em ser estabilizada pela defesa adver-
As mesmas situações entram na que consegue estabilizar ou não o sária. No caso de ser estabilizada,
organização defensiva, ou seja, ataque. No caso de conseguir es- frustrou-se o contra-ataque; caso
quando ela precisa optar por uma tabilizar o ataque, isto é, de obter contrário, a transição ofensiva foi
defesa em sistema (individual, êxito, passa a ser uma defesa em bem-sucedida.
zona ou mista); defesa de golei- sistema, com os jogadores bem
ro-linha; defesa de estratégias de posicionados e, em geral, atrás da
bola parada e a defesa de expulsão. linha da bola.

Tática coletiva
Fases e momentos de jogo

Transição defensiva
Organização Transição ofensiva
Organização
ofensiva defensiva

Ataque posicional Defesa em sistema


Jogo de goleiro-linha Defesa de goleiro-linha
Estratégias de bola parada Defesa de Estratégias de
Ataque de expulsão bola parada
Defesa de expulsão

28 29
Conceitos táticos da Desenho de sistema tático: 3.1

organização ofensiva
Ataque posicional
O ataque posicional ou organizado permite que a equipe selecione o
modo como quer atacar o adversário. Para tanto, adota um ou mais
desenhos táticos, indicando o primeiro momento da organização ofen- É o mais utilizado no futsal. É indicado para se usar contra marcações pressão
siva. Neste capítulo, abordamos os desenhos táticos clássicos como o Facilita o deslocamento dos jogadores/as. e recuadas, individuais e por zona.
2.2, 3.1 e 4 em linha ou 4.0, e inovador, como o 3 do mesmo lado. Simples de realizar. Oferece muitas possibilidades ofensivas, como
por exemplo, ganhar as costas do adversário, rea-
Na zona de finalização se dispõem de espaços livres. lizar diagonais, paredes com o pivô.
Evita aglomerações no campo ofensivo.
Desenho de sistema tático: 2.2 Em função de exigir uma linha de três jogadores/
as, oferece segurança defensiva em caso de perda
da bola.

Desenho de sistema tático: “3 do mesmo lado”

De fácil compreensão Pouca mobilidade, em função de existir entre as


Indicado para sair de pressão, para enfrentar pos- duas linhas de ataque (defensores/as e atacantes)
turas defensivas excessivamente recuadas e con- muita distância, o que dificulta as rotações de po-
tra equipes que marcam por zona. sições.

Transforma-se em vantagem quando a equipe dis- Fica-se em geral com apenas um jogador/a como
põe de um jogador/a de grande habilidade e segu- apoio à bola. Neste caso, se o adversário pressio-
rança com a bola nos pés, pois em caso do duelo nar e roubar a bola obriga o último defensor será Efetivo contra defesas individuais e zonais, por di- Como o jogador/a da 1ª linha ofensiva não tem
de 1x1 se criará uma superioridade numérica. obrigado a enfrentar o 1x1. ficultar as possíveis ajudas e coberturas. dois apoios próximos, é preciso que os jogadores/
Falta de espaços livres na zona de finalização, na Indicado contra defesas altas e baixas. as imponham movimentos ofensivos que pertur-
Vulnerável quando se apresenta em zonas adian-
medida em que concentra jogadores/as adver- bem a 1ª linha defensiva: o desmarque, a cortina, o
tadas da quadra, favorecendo, no caso de um A equipe inicia atacando a lateral da quadra, garan-
sários relevo e o apoio servem como exemplo.
desarme ou interceptação de passe do adversário, tindo largura e profundidade simultâneas.
o contra-ataque. Cada vez menos utilizado no âmbito do alto ren- Indicado para equipes de alto rendimento, que
Ideal seria selecionar três destros do mesmo lado possuem um nível de jogo elaborado.
Em caso da perda da bola, em função da distân- dimento.
e um canhoto do lado oposto ou vice-versa.
cia entre os jogadores/as, há muito espaço para Seguem quatro movimentos para esta configu-
defender, o que dificultas as ajudas e coberturas ração: desmarque, cortina, relevo e apoio (“jogo
defensivas. de volante”).

30 31
Desenho de sistema tático: “4 em linha”

Desmarque Cortina Exige rotação contínua dos jogadores/as. Efetivo contra defesas individuais e zonais, por di-
No desmarque, o jogador/a da 2ª linha passa rente Na cortina, o jogador/a da 2ª linha passa pela frente Favorece passes para o espaço livre. ficultar as possíveis ajudas e coberturas.
por detrás do marcador da bola. Isso deve ser conco- do marcador do portador da bola, “roubando” a sua Indicado contra defesas altas e baixas.
mitante a um deslocamento do ala oposto. bola ou passando sem levá-la. Obriga a defesa a mover-se continuamente e ter
que eleger o tipo de marcação. A equipe se inicia atacando pelo centro da quadra.
O portador/a da bola tem a opção de soltá-la para Idôneo para jogar com vantagem no placar, já que Ideal seria conter dois canhotos posicionados no
quem fez o desmarque ou atacar o fundo da quadra. o adversário deve recuperar a bola. lado direito e dois destros posicionados do lado
Não é recomendado para defesas muito recuadas, esquerdo.
em função da pouca existência de espaços livres. Acompanhe quatro movimentos para este des-
Exige um comportamento técnico-tático assen- enho: passagem por fora, infiltração, corte longo
tado, o máximo possível, na ambidestria. com desmarque, apoio com desmarque.

Relevo “Apoio” (jogo de “volante”) Fugida + Aproximação Infiltração


No relevo, o jogador/a da 1ª linha conduz a bola No apoio, o jogador/a da 1ª linha, depois de passar a Nessa primeira movimentação, há duas atitudes táti- Nessa segunda movimentação, o jogador/a centrali-
(“arrasta a bola”) sobre o ala oposto. Isso deve ser bola para o ala oposto, se posiciona em apoio atrás cas simultâneas: a aproximação entre linhas e a pro- zado, depois de passar a bola (1), projeta-se (2), pelo
concomitante a um deslocamento do jogador/a da da linha da bola. jeção pelas costas da defesa (fugida). centro, atrás da 1ª linha defensiva. Há mais um passe
2ª linha, que preencherá seu espaço. do outro jogador centralizado para quem está na la-
Isso permite, por exemplo, que o ala oposto possa Acompanhe a sequência da movimentação: há dois teral (3).
O portador/a da bola tem a opção de soltá-la para realizar o desmarque com o apoio. jogadores/as centralizados, onde ocorre a troca do
quem fez o desmarque ou atacar o fundo da quadra. primeiro passe (1) e o deslocamento por fora da de- O portador da bola (4) tem a opção de tabela com
fesa (2). Quem recebeu a bola, realiza um passe para quem se oferece atrás da 1ª linha defensiva, um pas-
o ala (3); ao mesmo tempo, o ala oposto se deslo- se longo para quem fugiu (5) e, ainda, reiniciar o jogo
ca para o centro, nas costas da 1ª linha defensiva (4); com o apoio para trás da linha da bola.
o portador da bola (5) tem a opção de tabela com
quem se aproxima, um passe longo para quem fugiu
e, ainda, reiniciar o jogo com o apoio para trás da lin-
ha da bola.
32 33
Jogo de goleiro-linha
Corte longo (momento 1) Corte longo (momento 2) Desenho de sistema tático 1 Desenho de sistema tático 2

Nessa movimentação, há três atitudes táticas simultâneas: o corte longo de quem passou a bola, seguido do
desmarque do jogador/a próximo do portador da bola e da projeção do ala oposto. Desenho de sistema tático 3 Desenho de sistema tático 4

O portador da bola tem a opção de soltá-la para quem fez o desmarque.

Apoio + abrir espaço + desmarque (1) Apoio + abrir espaço + desmarque (2)

Seguramente, há muitos desen-


hos para o Jogo de goleiro-linha.
Independentemente disso, o prin- O jogo de goleiro-linha pode ser mais dinâmico,
cípio tático primário é elaborar o ou seja, de maior movimentação ou mais
Nessa movimentação, o portador da bola passa e se oferece como apoio para trás da linha da bola. ataque com cinco jogadores de posicional, ou seja, de menor movimentação.
linha. Ou seja, o goleiro-linha não
Quem recebeu, fará o passe novamente e entrará no desmarque. Mas, para tanto, o lado contrário todo se tem nenhuma função diferente
movimenta: um dos jogadores/as abre espaço no corte longo e o outro se projeta em profundidade. das dos demais jogadores/as.

34 35
Desenho de sistema tático 2 – dinâmico Ataque de expulsão
Há modos distintos de se atacar. Iniciaremos por um menos complexo.

Nessa movimentação, o ideal seria escalar dois des- gunda trave ou para quem se infiltrou. Mas também Nesse desenho, criado para enfrentar defesa em passar para o atacante em profundidade (3), ge-
tros e três canhotos ou vice-versa. pode reiniciar o jogo, passando a bola para trás. triângulo com vértice alto, os jogadores/as se po- rando uma vantagem posicional na área (4).
sicionam 2.2. Se a bola chegar no fundo, o portador tem a opção
O princípio é infiltrar-se atrás da 1ª linha defensiva ao Importante é perceber que a infiltração deve se dar O princípio é envolver, com passes, o defensor da de agredir a área com um passe na direção da se-
mesmo tempo em que se circula a bola e se ataca o tanto por canhotos como por destros. 1ª linha até desequilibrá-lo (1), o que abriria a chan- gunda trave ou para quem se infiltrou.
fundo da quadra. ce de se finalizar de média distância (2) ou de se
A trajetória de deslocamento dos jogadores/as in-
Se a bola chegar no fundo, o portador tem a opção clui: infiltrar e, se não receber a bola, recuperar o seu
de agredir a área com um passe na direção da se- posicionamento para o seu lado de origem no des-
enho tático.
Os modos mais complexos seriam indicados para equipes de níveis de jogo estruturado e elaborado.
Desenho de sistema tático 4 – posicional

Neste desenho, criado para enfrentar a defesa Neste desenho, criado para a defesa em triângulo
em triângulo com vértice alto, posiciona-se uma com vértice baixo, os jogadores se iniciam no 2.2.
diagonal longa com três jogadores/as do mesmo Depois do primeiro passe, o atacante (1) se infiltra
Esse desenho exige dois destros e dois canhotos po- da segunda trave ou para o atacante oposto que es- lado (1, 2 e 3), sendo que um deles (2) sobrecarrega cortando pela frente do seu marcador, dando para
sicionados, respectivamente, na 2ª e 3ª linhas ofen- tava na 2ª linha ofensiva e se infiltrou na direção do o marcador da 2ª linha. Do lado oposto, posicio- o portador da bola (2) a opção de passe. Como, de
sivas. O atacante da 1ª linha é passador e não infiltra pênalti. Mas também pode finalizar no gol ou reini- na-se outro jogador (4), que ora apoia o portador modo geral, os defensores/as da 1ª linha marcam
depois do passe. ciar o jogo, passando a bola para trás. da bola (1), mas que também infiltra para finalizar o passe na paralela, a opção é jogar por dentro
a gol. (atacante em destaque).
O princípio é sobrecarregar o defensor/a da 2ª linha Importante é perceber que o atacante da 1ª linha
com dois atacantes do seu lado: um sobre ele e o deve atacar ora com a dupla de destros, ora com a O princípio é deixar em dúvida o marcador da 2ª O princípio é deixar os defensores/as da 1ª linha em
outro nas suas costas, deixando-o em dúvida sobre de canhotos. linha, atacando o fundo da quadra e, depois, a área. dúvida entre fechar a paralela, o mais provável, ou
“como marcar”. a diagonal. Atenção: esse modo de atacar exige a
Exige-se jogadores/as que executem passes preci- Se a bola chegar no fundo (3), o portador tem a retomada da movimentação inicial se necessário,
Se a bola chegar no atacante do fundo, ele tem as sos e arriscados. opção de agredir a área acompanhado de quem se ou seja, passe seguido de infiltração por dentro,
opções de agredir a área com um passe na direção infiltrou (4). o que é possível com a rotação dos jogadores/as.

36 37
Canto direto 2 Canto elaborado 2
Nesta movimentação, todos os atacantes movi- Nessa movimentação, há três passes (1, 2 e 3) an-
Bola parada mentam-se simultaneamente, mas com funções tes da finalização. Importante perceber que o ba-
distintas: um infiltra na área (1); o outro se movi- tedor/a do canto será o finalizador (4).
menta na direção do batedor/a (2) e o mais distan-
As estratégias de bola parada mais eficazes ocorrem em situações mui- te se movimenta para o centro da quadra (3). O princípio é elaborar o ataque, atraindo os defen-
to específicas na quadra de ataque: cantos, laterais e faltas. sores/as para fora da área.
O princípio é terminar o ataque a um toque e o
passador tem três opções: passe dentro da área,
Há dois tipos de princípios mais consensuais: o de finalizar a um toque passe na distância média e passe por elevação
(direto) ou finalizar com mais toques (elaborado). Vejamos ambos os para o batedor/a mais distante (voleio).
exemplos para cada situação, desde estratégias menos complexas, até
as mais complexas.

Canto direto 1 Canto elaborado 1 Lateral direto 1 Lateral elaborado 1


Nesta movimentação, um dos atacantes (1) faz Nesta movimentação, o atacante (1) simula chutar, Nesta movimentação, o atacante (1) corre para Nessa movimentação, há um deslocamento do
um corta-luz no defensor/a (em destaque), permi- mas devolve a bola para o batedor (2) e este pode encontrar a bola que pode ser rolada pelo bate- atacante do centro para a fundo (1). O batedor/a
tindo que o passe chegue até o finalizador (2). Ao passar a bola para o jogador que se infiltrou nas dor/a (2); o outro atacante (3) fica posicionado (2) pode rolar a bola para o atacante que vem ao
mesmo tempo, há um deslocamento do atacante costas do marcador/a centralizado (3). como opção para finalizar de média distância. Mas seu encontro (3), que pode finalizar no gol ou pas-
centralizado para a 2ª trave (3). a ideia é manipular os defensores/as mais altos, sar a bola para seu colega no fundo (1) e este para
O princípio é desviar a atenção dos defensores/as de modo que o atacante posicionado na linha da dentro da área para o atacante (4) que a invadiu.
O princípio é deixar em dúvida o marcador/a, para a troca de passes entre os atacantes. bola (4) possa invadir a área para receber o passe
deixando dois atacantes sobre ele e terminar o do batedor/a. O princípio é elaborar o ataque, atraindo a atenção
ataque finalizando direto. dos defensores/as do lado onde está a bola, libe-
O princípio é terminar o ataque a um toque. rando o 1x1 dentro da área.

38 39
Falta 1 Falta 2
Nesta movimentação, enquanto o batedor/a (1) Nesta movimentação, enquanto o cobrador/a (1)
se aproxima da bola, há três ações simultâneas: o se aproxima da bola, há três ações simultâneas:
atacante (2) passa na frente do gol e se posiciona o atacante (2) toma a frente do defensor/a fora
como opção na 2ª trave; o atacante (3) vai ao en- da barreira, o atacante (3) ocupa o seu lugar e o
contro do batedor/a; o atacante (4) se desloca nas atacante (4) acompanha, por trás, o cobrador/a.
costas do atacante que foi ao encontro do bate- A bola será passada (5) para o atacante (2), que a
dor/a. devolverá para o cobrador/a (1), que fará um cor-
ta-luz liberando o atacante (4) para finalizar para
O princípio é sobrecarregar o defensor/a de fora o gol.
da barreira.
O princípio é atrair a defesa para o primeiro possí-
vel chute, escondendo o real finalizador: o atacan-
te (4) que vem logo atrás do cobrador/a (1).

Lateral direto 2 Lateral elaborado 2 Falta 3 Falta 4


Nessa movimentação, todos os atacantes movi- Nessa movimentação, o cobrador/a (1) solta a bola Nessa movimentação, dois atacantes iniciam de Nessa movimentação, três atacantes (2, 3 e 4) se
mentam-se simultaneamente, mas com funções curta para o atacante (2) que se desloca na sua di- costas para a barreira (2 e 3); outro de frente (1) e iniciam junto à trave, no fundo e o cobrador/a de
distintas: o mais próximo do cobrador/a (1) deslo- reção e este decide se a passa diretamente para um próximo à trave (4). A bola será tocada do ata- frente (1). À medida que o cobrador/a se aproxima
ca-se na paralela (2); o do centro infiltra na área (3); o atacante (3), se devolve para o cobrador/a (1) ou cante 2 para o 3 e este escolherá finalizar para o da bola, os atacantes 2 e 3 iniciam seus desloca-
e o outro desloca-se nas costas do marcador/a (4). para o atacante (4). Se a bola for passada para o gol ou passar para o atacante (1). mentos para ficarem em condições de chutarem
atacante (3), tanto o atacante (2) quanto o atacan- para o gol.
Como o princípio é terminar o ataque a um toque, te (4) infiltram. O princípio é induzir os defensores/as para o primei-
as opções preferenciais seriam para os atacantes ro chutador/a (3), de modo que o chute só aconteça O princípio é atrair a atenção dos defensores/as
3 (que invadiu a área) e 4 (chute de voleio). Muito O princípio é elaborar o ataque, atraindo os defen- no segundo momento, com o atacante (1). para o atacante 2, liberando o chute para o ata-
embora ele possa optar pelo pivô na paralela (2). sores/as na direção da bola, mudando rapidamen- cante 3 ou o passe para o atacante 4.
te o sentido desta.

40 41
Conceitos táticos da Defesa por zona:

organização defensiva
A referência sempre é a bola:
Nunca deve haver nenhuma outra
referência além da bola e do es-
paço a ser ocupado. Qualquer ou-

Defesa em sistemas: individual, zona, tra situação tática não seria ba-
seada neste princípio defensivo.

com troca de marcação Posição do corpo:


É muito importante ter uma boa
Iniciamos a construção do jogo defensivo, apresentando conceitos para três tipos de defesa: postura corporal para ter mais
visão periférica; quanto mais
visão do jogo, mais espaços pos-
so ocupar.
Contraste indireto:
Defesa Defesa por defesa com Mover-se com a bola: Defende-se um jogador ou um espaço com a posição do corpo em uma

individual zona troca de marcação Cada vez que a bola sai do pé do


adversário/a, o defensor/a tem
linha de passe de possível trajetória da bola. Esta posição não é en-
tre adversário-bola-gol, mas em uma possível trajetória de passe. Este
que se mover. Onde? O movimen- conceito é ideal para defesa de zona, com alterações ou inferioridade
to da bola e do rival o dirão. numérica.

Defesa individual:
A referência sempre é o jogador/a:
Nunca deve haver outra referên-
cia que não seja o jogador/a opo-
nente, ou a bola ou qualquer ou- Defesa com troca de marcação:
tra situação tática que modifique
o jogador/a contra o jogador/a.
A referência é o adversário/a e a
A visão do defensor é sempre bola:
voltada para o peito ou olhos do Os conceitos defensivos neste
oponente: tipo de defesa são maiores. Você
Nunca perder a visão do rival. A tem a responsabilidade de defen-
posição do corpo é sempre volta- der um adversário/a, mas também
Contraste direto:
da para o jogador/a adversário e o de cobrir uma zona defensiva.
O defensor/a sempre deve estar entre o adversário-bola-gol próprio,
olhar deve ser do peito aos olhos nenhuma outra posição é adequada neste princípio de defesa. Mais ou
do rival, uma possível leitura da Escolher uma situação que gere a
menos coberturas podem ser feitas por decisão do treinador/a, mas a
ação rival pode antecipar a mar- mudança de marcação:
posição contra o rival sempre tem que ter essa postura defensiva com
cação. Cada treinador/a terá que escol-
esses 3 princípios.
her e encontrar o momento cer-
Distância de segurança do opo- to da troca de marcação. O sinal
Lateralidade defensiva:
nente: pode ser visual ou auditivo.
A posição das pernas sempre terá que ter uma coordenação lateral,
Nunca igualar as corridas, sempre isso permitirá reagir melhor à ação do rival, levar o adversário ao es-
tenha uma distância em relação Contrastes diretos e indiretos: Posição do corpo:
paço que for mais adequado, evitar chutes com a perna conveniente e
ao oponente de aproximadamen- Neste tipo de defesa as duas po- É importante ter uma grande visão periférica para poder compreender
não a mais habilidosa.
te 1 a 3 metros para que ele não sições defensivas são dominadas, o momento da mudança seja qual for seu sinal, auditivo ou sobretudo
saia em suas costas, nem ficar já que pode ser por zona ou indi- visual.
Altura defensiva:
longe demais para não lhe dar vidual e ambos os contrastes de-
De acordo com a altura defensiva que cada treinador/a pretende expor,
tempo para pensar ou distância vem ser controlados, o individual
se levará mais em conta o deslocamento do defensor/a a nível individual.
para executar. sendo direto e o de zona sendo
Quanto mais alta a defesa, mais movimento em retirada vertical; quanto
indireto.
mais baixa a defesa, maior o movimento em horizontal.

42 43
Defesa de goleiro(a)-linha:
Marcação em losango (1-2-1) e defesa
em quadrado (2-2)
Marcação em losango (1-2-1)
Defesa nas bolas paradas
Coordenação no movimento da bola
Este tipo de defesa requer uma maior coordenação
nos movimentos, sendo uma defesa que se move
constantemente e sabemos que o erro é cometido
quando se corre mais. A posição do corpo e, conse-
quentemente, a visão periférica, são essenciais para
Defesa individual
cometer menos erros.
A referência de marcação sempre é o jogador/a
Linhas de passe É uma situação de marcação individual exatamente
Sabendo que o rival tem um jogador/a a mais, é im- igual que no jogo real de 4 vs. 4.
portante defender bem as linhas de passe para obri-
gar a equipe adversária a sempre fazer um passe a Distância de segurança
mais, o que permite, neste momento, recuperar ou É muito importante manter uma distância que se-
marcar melhor as posições. pare o jogador/a do seu adversário/a, onde essa dis-
tância não permita que o adversário vença por trás,
Defesa por zona pura Espaço defensivo nem consiga finalizar; sempre se deve neutralizar
Obviamente, por questões numéricas, esse tipo de O treinador/a decidirá qual espaço defensivo cobri- tanto as costas como o chute.
defesa será sempre por zona. Nesta posição de jogo, rá melhor; escolher uma defesa baixa ou escolher
seria um losango que se move para um quadrado, uma defesa alta. Dependendo da altura, a equipe A visão
sempre ocupando alguns espaços na quadra onde liberará mais ou menos alguma zona: se for baixa, A visão ocular de cada membro da defesa deve estar sempre no jogador/a e não na bola. Temos que estar
vai será marcado o espaço ou o jogador/a, depen- chute de média distância; se for alta, o espaço atrás atentos aos 4 segundos do sacador/a e, se possível, também dar um olhar de soslaio; mas a nossa maior con-
dendo da desmarcação do adversário. das costas. centração visual tem que ser no jogador que está destinado a marcar.

Defesa em quadrado (2-2) Defesa por zona


Defesa por zona A referência é a bola e o espaço
A equipe que defende desta ma- Enquanto a bola estiver parada, um espaço será de-
neira continua insistindo na defe- fendido. A partir do movimento da bola nesse mes-
sa por zona, neste caso com me- mo espaço, se marcará o adversário/a.
nos deslocamentos e movimento
dos seus jogadores/as. Posição do corpo
É importante que na visão periférica seja possível ter
Superioridade numérica conhecimento da bola e do espaço a ser ocupado,
Neste caso, a superioridade nu- por isso a posição do corpo é importante para ter
mérica pode estar marcada pelo um maior campo visual.
3x2 que vai gerar a primeira linha,
por isso a coordenação entre es-
tes dois jogadores/as tem que ser Zonas de maior ou menor importância
Espaço defensivo Pode-se entender como um treinador/a que existem áreas onde se pode receber maiores chances de gol.
importante para não deixar linhas Neste tipo de defesa também será importante determinar em que altu-
de passe e, tampouco, a finali- Está na avaliação de cada treinador/a ocupar com maior quantidade de jogadores/a ou com maior atenção
ra a equipe irá defender. Se a escolha for baixa, estará na linha de frente; alguma área de ataque rival.
zação exterior. se decidir ser alta a atenção e a superioridade, a segunda linha a sofrerá.
44 45
Defesa de expulsão
Defesa em triângulo com o vértice alto Defesa em triângulo com o vértice baixo
Este tipo de defesa é para 2 (dois) Este tipo de defesa é com 2 (dois)
jogadores/as atrás e 1 (um/a) jogadores/as na frente e 1 (um/a)
mais adiante. O que vai gerar su- atrás. O que vai gerar superiori-
perioridade numérica é o vértice dade numérica será o único de-
do triângulo. fensor/a atrás.

Tem que ser muito hábil na defesa A igualdade numérica neste caso
das linhas de passe, tratando de deve ser feita com o goleiro/a,
viajar com a bola para dar menos dependendo se se prefere com os
tempo ao finalizador/a. No caso zagueiros/a na frente, marcando
de um chute, que este não acon- o passe diagonal ou o passe ver-
teça em uma posição confortável tical.
para o atacante.
O último homem deverá viajar Será necessário decidir se os defensores/as da frente defenderão fixo
Os 2 (dois) jogadores/as que de- Sempre se tratará de gerar igualdade numérica com o goleiro/a, fazen- com a bola e, caso não chegue, os 2 (dois) primeiros/as atacantes e viajarão com a bola também defen-
fenderão atrás terão que marcar do um 2 vs. 1 ao vértice para cobrir o tiro externo ou um 2 vs. 1 ao za- será o goleiro/a que sairá e os de- dendo o atacante do seu lado que está em suas costas.
o homem, a menos que o finali- gueiro/a atrás para que o goleiro/a possa sair e os outros 3 (três) joga- mais continuarão marcando indi-
zador/a esteja em uma situação dores/a ficarem com suas marcações. vidualmente.
de chute perigoso e o compan-
heiro/a da frente esteja fora da
jogada.
46 47
Transição defensiva (ataque-defesa)
Temporização com um mais perigoso, por isso é Diferentes quantidades de
O primeiro conceito é temporizar, importante saber marcar indire- atacantes
desacelerar a ação do rival para tamente. Embora o ataque possa contar
dar tempo aos companheiros/as com diferentes quantidades de
de equipe para que possam recu- Posição do corpo jogadores/as, os conceitos de-
perar sua posição atrás da linha As linhas de passe são marcadas fensivos individuais e coletivos
da bola. com as pernas, sempre na mes- devem ser mantidos, sempre
ma linha do corpo; se marcarmos procurando não deixar a equipe
Defesa de linhas de passe com as pernas abertas, perdere- atacante finalizar ou, caso consi-
Outra forma de desacelerar a mos o equilíbrio e a reação para ga finalizar, fazendo da forma que
ação rival e, acima de tudo, de uma segunda marcação enquan- mais convém à equipe defensora .
fazer que os jogadores/as adver- to a bola viaja.
sários/as ataquem como mais Comunicação entre o goleiro/a e
convier à equipe, é fechando as Alturas defensivas sua última linha de defensa
linhas de passe entre seus joga- Dependendo da altura no campo Essa atitude impede que ambos
dores/as. em que ocupa o ataque, o ou os marquem o mesmo adversário.
defensores/as têm que dar maior Desta forma, a participação do
Contraste indireto ênfase aos diferentes conceitos, goleiro/a é um fator construtivo
Se tivermos nosso jogador/a na pode ser à temporização ou à de- para a boa defesa dos contra-ata-
linha entre o adversário e o nosso fesa das linhas de passe, ou como ques.
gol, sempre teremos um jogador decidir se faz contraste direto ou
a menos e o adversário finalizará contraste indireto.

Conceitos táticos específicos


do jogo de transição
Transição ofensiva (defesa-ataque)
Ocupar o corredor central: cer” (desequilibrar) a linha defen- de passar a bola para outro cole-
O princípio visa ampliar tanto a siva, de modo que não se per- ga mais bem posicionado.
possiblidade de se passar a bola desse a vantagem posicional ou
para ambos os lados, como a pro- numérica. Equilíbrio defensivo
jeção de atacantes sem bola. Evitar a projeção de todos os
Relevante que este passe permi- jogadores/as, ou seja, “atacar
Fixar o marcador ta, se for o caso, que o atacante marcando”. Isso deve ser execu-
Progredir em velocidade relati- finalize de primeira. tado por um dos jogadores/as
va sobre o adversário, ganhando que, embora se aproxime, posi-
uma vantagem posicional ou nu- Presença de área ciona-se por trás dos atacantes.
mérica. Os jogadores/as sem bola pre- Se a equipe perder a bola, esse
cisam invadir a área adversária; quarto jogador/a o goleiro/a ini-
Passe no timing preciso esse princípio dá ao atacante com ciarão a defesa de temporização,
Ao se optar pelo passe, em virtu- posse de bola, que geralmente enquanto os outros jogadores/as
de de uma vantagem posicional tem a resistência do goleiro/a retornam para marcar.
ou numérica, este deveria “ven- pela frente, a opção inteligente
48 49
Ataque posicional
Joga-se 4x4 sob o desenho tático 4 em linha. A bola
sai na mão do goleiro. O objetivo do ataque é entrar
no campo ofensivo mediante um passe para o es-
paço vazio, nas costas do adversário, seja por uma
tabela, uma fugida, uma diagonal etc. Portanto, o
atacante tem de receber a bola em deslocamento,
isto é, saindo da sua meia-quadra, sendo vedado re-
cebê-la se estiver parado na quadra ofensiva. Os de-
fensores têm de marcar no campo ofensivo; não po-
dem ficar recuados em sua meia-quadra defensiva.
No caso de recuperarem a bola, estão liberados para
fazer o gol. Mas, se ao recuperarem a bola, fizerem
um passe para trás da linha central, obrigam a todos
“invadirem” esse lado da quadra e somente poderão
entrar no outro lado com um passe nas costas do
adversário. Outra condição: o goleiro/a não pode
fazer coberturas nesse jogo.

Joga-se 3+PVx3+PV sob o desenho tático 3.1. Os ata-


cantes devem usar o apoio do pivô com uma bola de
profundidade para poderem finalizar a gol. Porém, o
passe só pode ser feito no pivô de primeira (se domi-
nar a bola, não poderá acionar o pivô). O pivô somen-
te pode jogar atrás da demarcação dos 10 metros e
quando a sua equipe tem bola, ou seja, não podem
marcar. O pivô não pode fazer o gol quando é aciona-
do, mas pode se passar a bola e ela lhe for devolvida.
Se os marcadores recuperarem a bola podem fazer o
gol desde que acionem o seu pivô.

Joga-se 3x3 sob o desenho tático “3 do mesmo lado”.

Na prática: como treinar os conceitos Todas as vezes que a bola sair da quadra, o jogo se
reinicia com a cobrança de um tiro lateral na altura
da linha central com os jogadores/as posicionados
táticos do mesmo lado.

Duas regras precisam ser respeitadas:


Pode-se treinar de duas maneiras: (1ª) todas as vezes que houver um passe para trás, o
Quando a bola jogador/a é obrigado a realizar o desmarque;
- sem oposição, repetindo as movimentações pre- - com oposição, em jogo real (como nos exemplos).
sair, reinicia-se (2ª) não é permitido usar o goleiro/a como atacante.
concebidas pelo treinador/a. Esse tipo de treina- Esse tipo de treinamento, ao manter a pressão de-
com um lateral
mento, ao eliminar a pressão defensiva, auxilia os fensiva, exige dos jogadores/as a resolução de pro-
jogadores/as a memorizarem os movimentos coleti- blemas e a melhoria do “jogo associativo” a dois, a
vos e permite ao treinador ajustar os posicionamen- três e a quatro, permitindo ao treinador ajustar a or-
tos em quadra. ganização coletava em quadra.

50 51
Joga-se 5x5, com marcação individual sem poder
trocar a marcação ao longo do jogo, ou seja, mar-
ca-se o mesmo adversário e se é marcado por este
do início ao fim. Porém, uma das duplas começa com
bola nos pés e, embora estejam em quadra, estão
“fora” de jogo, ou seja, não podem jogar. Para “en-
trar” no jogo, o jogador/a deve passar a bola para um
companheiro/a de equipe.

Nesse ponto, seu respectivo marcador também teria


de passar a bola para seu companheiro/a que marca- Ataque de expulsão
va o jogador que recebeu a bola e começar a marcar O treinador deve escolher o quarteto que, no jogo, a posse da bola. Assim que a bola sair da quadra,
seu adversário. Veja o exemplo: o atacante destaca- enfrentará a defesa de expulsão. essa equipe é substituída pela equipe branco, que
do passa a bola para o companheiro/a da sua equipe deverá marcar na quadra defensiva 3x4 (baixo), ora
e se desmarca para receber o passe; o defensor/a de A equipe de laranja marca na quadra ofensiva 3x4 em triângulo com vértice alto e ora em triângulo
branco passa a bola para o seu respectivo compan- (alto), com o goleiro adiantado, simulando uma com vértice baixo.
heiro/a e se desloca para marcar. equipe que está perdendo o jogo e precisa retomar

Joga-se 3 + 2x3. O apoio (+2) de cada equipe se po- Bola parada


siciona na quadra ofensiva. Para “entrar” no jogo, os O time azul cobrará o escanteio; o laranja defenderá
jogadores/as dentro da quadra devem passar a lin- por zona ou individual; o branco começará fora da
ha central e ativá-los com um passe. Nesse ponto, quadra. Além da bola do escanteio, há uma segunda
o suporte decide o que quer fazer: (a) se a bola for ao lado da trave, próxima do goleiro. Atenção para
devolvida primeiro, ela fica onde está; (b) se ele pisar diferentes condições: (a) assim que o azul finalizar o
na bola e entrar na quadra, ele permanece em jogo e ataque, o goleiro/a pegará a bola e iniciará um con-
se torna um 4x3. Porém, para finalizar no gol, o outro tra-ataque para o time de branco contra o de azul;
suporte deve ser acionado, girando um 5x3. Sob esta (b) se o time laranja recuperar a bola, ganha o direito
vantagem numérica, a equipe deve jogar com dois de contra-atacar contra o azul e o time de branco
toques para fazer o gol. não participa. Na sequência, muda-se a meta: time
Decide se entra branco cobrará o escanteio, o azul marcará por zona
ou no não jogo Veja exemplo: o atacante em azul recebe o passe e e o laranja começara fora da quadra.
precisa decidir o que fazer.

Ataque goleiro-linha Defesa individual:


1° momento: 5x0 A equipe azul ataca 5x0 no primeiro momento, rea- 3 vs. 3 com coringas fora da quadra. Os goleiros/as
lizando movimentos ofensivos coletivos da equipe. colocam a bola em jogo e a partir daí começa o ata-
Em seguida, vai para a outra meia quadra, quando jo- que. Os coringas jogam com os que estão com a bola
gará 5x4, enfrentando uma marcação em três linhas e têm que jogar com o jogador/a que a enviou.
(losango), às vezes em duas linhas (quadrado).
Nesse momento, joga até a bola sair. E assim por Variantes:
diante. Diferentes dimensões das medidas da quadra:
40 m x 20 m – 28 m x 20 m – 20 m x 20 m.
Diferentes posições e quantidade de coringas: nas
2° momento: 5x4 laterais, nos fundos, dentro da quadra.

52 53
Defesa por zona: Situação defensiva de linha do goleiro/a linha:
6x4 tendo as equipes atacantes em posse de bola, Pode-se defender de 2 (duas) maneiras:
visando como objetivo levar a bola ao jogador/a ata-
cante ou pular as linhas de passe. Neste jogo eles Totalmente analítico, onde é um ataque constan-
ganham pontos quando a bola atinge o pivô (jogador te da equipe rival em que quando termina uma
do centro). jogada ensaiada, começa outra.

Variantes: Pode-se defender no jogo real:


Com a defesa na posição baixa (nos últimos 20 começa-se uma partida 4x4 com a equipe que
metros) ou posição alta (na quadra adversária). pretende trabalhar a fase defensiva do goleiro(a)/
Pode-se agregar também jogadores/as em jogador(a) que joga na mesma equipe. Quando a
ataque. bola sai a favor da equipe que quero atacar, seja A bola sai,
uma lateral ou um escanteio, essa mesma equipe começará o 5x4
iniciará o ataque de 5x4.

Situação defensiva de expulsão:


Defesa com trocas: Pode-se defender de duas maneiras”.
3x3 sem laterais e sem escanteio onde o goleiro/a
coloca a bola em jogo e inicia o ataque. Trabalhando Totalmente analítico, mediante um ataque cons-
a coordenação constante entre a primeira linha e a tante da equipe rival, em que ao se terminar uma
segunda linha. jogada ensaiada, se começa outra.

Variantes: Pode-se defender no jogo real:


Diferentes medidas da quadra para utilizar: começa-se uma partida 4x4 com a equipe que
20m x 20m – 28m x 20m pretende trabalhar a fase defensiva de situação
Diferentes quantidades de jogadores/as: de expulsão que jogam em uma mesma equipe.
4x4 também Quando a bola sair a favor da equipe que pre-
tendo atacar, seja uma lateral ou um escanteio,
retiraremos um jogador da equipe que pretendo
defender e imediatamente a outra equipa iniciará
um ataque de 4x3.

Bola parada:
“Pode-se defender de duas maneiras”.
Transições:
Totalmente analítico, mediante um ataque cons- 2 vs. 1:
tante da equipe rival, em que ao se terminar uma O ataque começa, o último que tocar a bola sai e seu
jogada ensaiada, se começa outra. companheiro/a aguarda o próximo ataque da equipe
rival que terá 2 (dois) jogadores/as que saem assim
Pode-se defender no jogo real: que a ação terminar. Os ataques serão contínuos.
inicia uma partida 4x4 em um campo com di-
mensões de 20m x 20m, e, cada vez que a bola Variantes:
sai, é trabalhada a estratégia (com o gol locali- Diferentes dimensões: 20 m x 20 m – 18 m x 15 m
zado na meia quadra) que mais se quer treinar 2x1 com retirada do último jogador/a que tocou na O último que
naquele momento, seja defesa de corner ou de- bola para tornar o ataque-defesa mais real. A reti- tocar a bola sai
fesa lateral. Ou seja, se quisermos trabalhar os A bola sai, baterá rada deve acontecer quando perder a bola tendo
escanteios e a bola sair pela lateral, também se o escanteio que tocar primeiro a trave da equipe adversário.
cobrará um escanteio.

54 55
3 vs. 2:
As equipes serão compostas por 5 jogadores/as
mais o goleiro/a. Serão divididas nas 2 (duas) meta-
des da quadra, 2 (dois) jogadores/as em uma metade
e 3 (três) na outra, dessa forma as 2 (duas) equipes
serão divididas e compostas. O objetivo dos 2 (dois)
zagueiros/as mais o goleiro/a será defender a su-
perioridade numérica do rival e tentar levar a bola
para o campo oposto onde estão os 3 (três) com-
panheiros/as atacantes. Os/as 3 (três) atacantes, ao
receberem a bola, iniciarão seu ataque contra os 2
(dois) adversário; no momento em que finalizarem o
ataque tentarão não permitir que os 2 (dois) zaguei-
ros/as mais o goleiro/a rival levem a bola para seus
companheiros/as de equipe no outro campo.

O goleiro/a pode passar a bola para o outro campo Variantes:


com as mãos e os 2 (dois) zagueiros/as deverão per- Pode-se realizar o exercício em diferentes medidas
mitir que a equipe adversária receba a bola e inicie o de quadra: 40m x 20m ou 28m x 20m.
ataque.
Comportamentos táticos
1 vs. 0 – 2 vs. 1 – 3 vs. 2 y 4 vs. 3
Começa o ataque 1 contra o goleiro/a e, quando esse
por posição
ataque terminar, o mesmo atacante defende um 2x1
da equipe rival; quando esse ataque terminar esses Comportamento coletivo do goleiro/a:
mesmos 2 (dois) atacantes defendem o ataque rival
que virá do mesmo zagueiro/a mais 2 (dois) com-
panheiros/as que se juntarão ao ataque formando Fase defensiva sem bola:
3 (três) jogadores/as; quando esse ataque terminar,
esses mesmos 3 (três) atacantes defenderão o ata- mentais para que este jogador/a alta capacidade de concentração
que rival que será formado com os 2 (dois) zaguei- Este jogador terá esteja em melhor prontidão para e um ótimo conhecimento es-
ros/as mais outros 2 (dois) companheiros/as que como principal função o momento que ele necessite tratégico-tático do jogo o darão
serão incluídos para formar uma equipe de 4 (quatro) atuar diretamente no jogo. uma ótima leitura de jogo, possi-
jogadores/as. sempre defender a Este jogador/a também tem a bilitando agir de maneira mais as-
Variantes: meta (gol, baliza), importante função de controlar o sertiva nos diferentes momentos
Quando terminar o último 4x3, recomeçará com um Pode-se realizar o exercício em diferentes medidas independentemente espaço entre ele e a linha defensi- do jogo, em ações tático-técnicas
1x0 da equipe que iniciou defendendo com o goleiro/a. de quadra: 40 m x 20 m – 28 m x 20m va de sua equipe. como coberturas, temporizações
do tipo de marcação e/ou enfrentamentos 1x1.
de sua equipe. Seu Quando sua equipe optar pela
Retira um posicionamento será marcação individual, deverá pres- Suas ações mais determinantes
jugador preferencialmente na tar muita atenção às ações de exigem uma intensidade tanto fí-
cobertura nas bolas passadas nas sica como mental.
bissetriz em relação às costas de seus companheiros/as
Joga-se 4X4 com mais um jogador/a de cada equi-
pe. O jogador de posse de bola pode retirar um ad- traves laterais da meta e de equipe e nas ações 1x1 em que Sua postura corporal, laterali-
versário, chamando o seu nome. Mas atenção: não a posição momentânea seus companheiros/as de equipe zação dos movimentos, contro-
pode ser seu adversário direto. Nesse momento, o da bola. são ultrapassados em áreas mais le espaço temporal em relação à
jogador/a chamado retira-se da quadra e o seu cole- próximas do seu objetivo defen- meta ligados à uma ótima velo-
Entra na ga, que está posicionado no fundo da quadra, deve dido. cidade de reação e velocidade de
quadra entrar em jogo. O objetivo é provocar desequilíbrios Seu posicionamento e sua capa- ação (ou gestual) serão requisitos
sucessos na defesa adversária. Importante: quem cidade de se comunicar de forma Sua capacidade de manter a visão fundamentais para a escolha da
Sai da tem a bola pode retirar apenas um jogador/a por vez. central (foco) preferencialmente melhor ação tático-técnica de-
quadra clara e precisa na orientação de
seus companheiros/as são funda- na bola, visão periférica e visão fensiva nos remates à sua meta.
de profundidade aliados à uma
56 57
Fase ofensiva com bola:
É importante lembrar que este Em sua quadra defensiva, devido
jogador/a tem como principal a limitação que a regra lhe impõe,
A qualidade do seu passe
função dentro do jogo de defen- suas ações não podem exceder
der a meta de sua equipe, por- quatro segundos, buscando a e uma excelente leitura
tanto mesmo que sua equipe melhor opção para a continuida- das linhas de passe cria-
esteja atacando a equipe adver- de do jogo de sua equipe o mais das pelos seus compan-
sária, este jogador/a durante a rápido possível.
maior parte do jogo, senão du-
heiros/as de equipe são
rante todo o jogo, ainda esta- Durante suas ações ofensivas, requisitos fundamentais
rá em uma posição estratégica, a coordenação entre ele e seus para o bom desempenho
ocupando o espaço entre a bola companheiros/as são fundamen- coletivo da sua equipe.
e a sua meta de defesa, de forma tais para o melhor rendimento da
que sua meta esteja mais prote- equipe.
gida diante de uma possibilidade Ainda é considerada uma caracte-
de perda de posse de bola da sua Identificar o contexto e momento rística muito importante que este
equipe e eventual contra ataque de jogo em que é confrontado é jogador/a tenha força e precisão
do adversário. essencial para a escolha da mel- em sua finalização à meta adver-
hor ação tático-técnica, poden- sária podendo criar situações de
Em momentos em que a bola es- do ser apenas manter a posse de gol através da própria ação de
teja sob seu controle, quer seja bola com sua equipe, acelerar seu chute, ou pela abertura de es-
com as mãos dentro de sua área
de meta, ou com os pés, este jo-
gador será o primeiro construtor
ataque buscando uma eventual
superioridade numérica, ou iniciar
um contra-ataque.
paços criados através da preocu-
pação do adversário em bloquear
Comportamento coletivo do fixo
estes espaços de remate.
da organização ofensiva de sua
equipe.
Em fase defensiva sem bola:
Posicionado atrás das linhas de- Por ser o último jogador/a, será Deve ser um exímio temporizador,
fensivas, tanto no bloco alto, como muito exigido no enfrentamen- retardando o ataque adversário
no baixo, esse jogador/a, por ter to contra o pivô (1x1) contra as quando a sua equipe se encontrar
uma visão privilegiada, deve lide- equipes que jogam com desen- em desvantagem numérica ou
rar seus colegas, comunicando-se hos verticais (3.1, por exemplo). posicional, tanto no momento do
com segurança; além disso, deve Nesse momento, deverá recorrer contra-ataque, quanto na defesa
saber interpretar as situações de a uma marcação equilibrada, sem em sistema, “marcando mais de
jogo, de modo a realizar cobertu- ser faltosa, evitando faltas próxi- um adversário” e permitindo o re-
ras no timing preciso. Em muitos mas a sua área. Com equipes que torno defensivo de seus colegas.
casos, suas antecipações sobre os jogam de modo horizontal (4.0),
adversários, geram momentos de deverá recorrer a flutuações, co-
contra-ataque. brindo espaços e colegas.

Em fase ofensiva com bola:


Esse jogador/a participa de todos nos seus pés e precisa jogar de Uma das suas principais ações, se
os momentos ofensivos na 1ª lin- modo inteligente, seja ganhando joga com um pivô em profundida-
ha de ataque. Nesse sentido, deve as costas do adversário, agredin- de, é acioná-lo e se aproximar para
dominar os diferentes movimen- do o espaço, realizando desmar- finalizar no gol com um passe de
tos ofensivos. Portanto, enga- ques e aproximação entre linhas. parede ou em sobreposição. Nos
na-se quem associa à essa posição O fixo também abre espaços para arremessos laterais e de canto,
demandas defensivas somente. o pivô atuar, arrasta a bola (reve- convém que seja um especialis-
Muitas vezes, com a marcação re- lo) sobre os seus alas e ganha am- ta de chutes de média distância,
cuada (bloco baixo), a bola estará plitude na quadra (largura). tanto com a bola no piso quanto
com a bola no alto (voleio).

58 59
Comportamento coletivo do ala
ofensivo
Em fase ofensiva com bola:
É o atacante que individualmente disso, a poucos metros do gol do reção e velocidade para se livrar de
vai lhe dar a verticalidade, a impro- adversário, buscará o drible hori- sua marcação.
visação que a equipe precisa. Você zontal para encontrar a finalização
terá que interpretar muito bem o de meia distância, seja como um As desmarcações antes de receber
espaço da quadra que você ocupa chute ou como um chute / passe. a bola também serão importantes.
para ler melhor o 1x1. A superiori- Dissemos que é muito importante
dade numérica no drible não pode Você também terá que interpretar não ocupar os espaços, mas sim
ser alcançada da mesma forma quanto espaço a defesa adversária atacá-los (no espaço que quero jo-
a 20 (vinte) metros do gol adver- lhe oferece, seja coletiva ou indivi- gar nunca terei que estar), e isso
sário e a 10 (dez) metros. Com es- dualmente para procurar também permitirá ter mais tempo e espaço

Comportamento coletivo do ala paços atrás de sua defesa, tenta-


rá o drible na vertical ou diagonal
driblar sem bola (em dinâmica).
Muitas vezes você pode se des-
para poder ler melhor o momento
de driblar.
para gerar superioridade numérica marcar de seu oponente mesmo
defensivo nas costas do defensor/a. Em vez sem a bola com mudanças de di-

Em fase defensiva sem bola:


Em fase defensiva sem bola:
Este jogador/a terá a função prin- A leitura defensiva das cobertu- quadra que ocupa para melhor
cipal de cobrir a primeira linha, ras, a temporização, a visão peri- determinar quais os tipos de de- tipo de defesa coletiva que o téc- Normalmente, poderá encon-
normalmente, em qualquer tipo férica serão algumas das chaves fesa serão cruciais para uma boa
Sua capacidade de reti- nico/a julgue adequado. trar-se na zona de pressão na
de defesa, individual um pouco para sua importância no papel in- marca individual. rada, tanto mentalmente primeira linha e, neste caso, tam-
menos, por zona ou mista um dividual dentro da equipe. quanto taticamente, será Dependendo da altura da quadra, bém dependendo do tipo de defe-
pouco mais; habitualmente es- Além disso, terá situações de in- se defenderá mais individualmen- sa coletiva, terá que estar muito
importante porque você te ou por zona. O importante é atento à distância que lhe per-
tará entre a primeira linha e o Será encontrado em muitas si- ferioridade numérica diante dos
último homem. Além disso, suas tuações de 1x1 e deverá interpre- erros defensivos de seu compan- normalmente estará lon- que não se deixe ultrapassar pelas mita uma boa defesa ao adver-
características físicas e mentais tar muito bem a tática individual heiro/a, então, a temporização, a ge de seu gol. costas, e que também mantenha sário se ele estiver na frente (sob
deverão ser de grande intensida- deste tipo de defesa: a posição defesa em contraste indireto e as uma distância que lhe permita, pressão) para interpretar bem se
de, com uma grande capacidade das pernas, a visão para o adver- linhas defensivas também serão na retirada, voltar a ser agressi- ele pode roubar a bola ou apenas
de dinamismo. sário/a, a lateralização nos movi- fundamentais em seu desempen- Também a sua agressividade na vo com seu adversário se jogar à acompanhar o adversário.
mentos das pernas e o espaço na ho individual. primeira linha, dependendo do frente de sua posição.

Em fase ofensiva com bola:


Este jogador/a é o elo, o satéli- importante para depois desen- do corpo para saber quando ata-
te diríamos, entre o último ho- volver um bom desempenho co- car ou quando seguir mantendo a
mem e os atacantes. Aquele que letivo da equipe. posse de bola.
faz a bola chegar lá de trás para
a frente da melhor maneira. Os Tem que saber interpretar o jogo A desmarcação deve ser contínua,
conceitos táticos e os técnicos vertical, seja de 3-1 ou 2-2, assim entendendo que os espaços em
individuais deste jogador/a são como o jogo horizontal em um que se pretende jogar não têm
fundamentais para o seu desem- ataque de 4-0. Na vertical, con- que ser ocupados, mas sim ata-
penho individual. A posição do trole, passe e desmarque para fi- cados; assim poderá dispor de
corpo, os comandos orientados, nalização, como o jogo nas entre- mais tempo e espaço para melhor
a leitura da situação de jogo, sua linhas para fazer a equipe jogar na compreender e decidir a jogada.
qualidade de passe são uma base horizontal, entendendo a posição

60 61
Na prática: como treinar especificamente
o fixo, os alas e o pivô
O fixo
Trabalharemos analiticamente e individualmente
todas as situações que este tipo de jogador/a ne-

Comportamento coletivo do pivô


cessita melhorar e o maior número de situações de
execução que realizará.

Em meia da quadra, trabalharemos a defesa do


Em fase defensiva sem bola: 1x1 nos diferentes setores da quadra, dividindo-a
em três áreas, nas quais se deve treinar a técnica
Esse jogador/a ataca a primeira zonal e com trocas, deverá sa- e inteligentes pelo lado débil da de aproximação contra o pivô, sem permitir sua
linha adversária em bloco alto e ber pressionar o espaço quando defesa de temporização. Nos es- rotação.
também quando a defesa está o seu colega pressiona o porta- canteios e laterais ofensivos, o
em bloco baixo, independente- dor/a da bola e, todas as vezes pivô participa da marcação, seja Na meia quadra defensiva, trabalharemos com: Em situações de jogo real em treinamento, vamos
mente de a defesa em sistema que a bola progredir em direção zonal ou individual, exigindo dele cones, brinquedos infláveis, pequenos gols, qual- enfatizar a defesa da temporização e também uma
ser zonal, individual ou com tro- à sua meta, retornar para recom- a leitura da situação, protegendo quer tipo de material esportivo que possa ser alta frequência de coberturas.
cas. Portanto, sua atitude preci- por as linhas defensivas. espaços relevantes. previsto analiticamente.
sa ser muito ativa, pressionando
o portador/a da bola sem ser su- Também é requerido do pivô exe-
perado. Além disso, nas defesas cutar retornos defensivos rápidos

Em fase ofensiva com bola: O ala defensivo


Nos desenhos táticos que se exi- Em muitos momentos enfrentará Além disso, o pivô deve saber flu- Trabalharemos analiticamente e individualmente to-
ge jogar em profundidade (3.1, duelos de 1x1, e deverá saber in- tuar entrelinhas, aproximando-se das as situações que este tipo de jogador/a necessi- Campo 1
“3 do mesmo lado” e 2.2), o pivô terpretar a situação, decidindo-se dos seus colegas, quando a sua ta melhorar e o maior número de situações de jogo
deve saber ler a orientação de por assistir quem se projeta com equipe sofre uma marcação em que ele executará.
jogo, ocupando, com desmarques passes (parede); ou girar sobre o bloco alto, oferecendo linhas de
contínuos, espaços inteligentes, seu marcador; ou dominar a bola passe e espaços vazios para pro- Em meia quadra, trabalharemos a defesa de 1x1 Campo 2
ora tomando a frente do fixo ad- em movimento para finalizar ao jeções nas costas dos adversários. nos diferentes setores da quadra, dividindo o
versário ou abrindo espaços para gol ou encontrar o colega que se campo ao meio e tendo que defender de uma me-
a infiltração de outros jogadores. projeta em sobreposição no ti- tade e da outra, trabalhando a técnica de defesa
No desenho horizontal (4.0), o ming certo. Outro importante e as diferentes lateralidades (direita e esquerda).
pivô precisará controlar e passar a É importante que o pivô não per-
bola em segurança, colocando-se ca espaços quando recebe a bola
comportamento consiste Na meia quadra defensiva, trabalharemos com:
ora entrelinhas, ora ganhando as de costas e próximo do gol ad- na sua presença de área, cones, bonecos infláveis, pequenos gols ou
costas do adversário (agredindo o versário. Para tanto, deverá man- colocando-se em linha qualquer tipo de equipamento esportivo que
espaço). É importante que se des- ter-se com a bola. Isso permitirá, de passe para terminar esteja analiticamente disponível para contro- Em situações de jogo real em treinamento, vamos
marque antes de receber a bola na melhor das hipóteses, a apro- lar, passar, desmarcar e jogar nas entrelinhas de enfatizar a defesa da temporização e também uma
e que se oriente corporalmente ximação dos colegas para chute os ataques construídos forma analítica. alta frequência de coberturas.
para recebe-la de frente para a ou, ao menos, o retorno do adver- no ataque posicional e
meta adversária, mas também de sário e, com um passe de segu- nas transições ofensivas
costas, oferecendo-se em pro- rança, a retomada da elaboração
(contra-ataque).
fundidade. do ataque.

62 63
O ala ofensivo
Trabalharemos analiticamente e individualmente to-
das as situações que este tipo de jogador/a necessi- Campo 1
ta melhorar e o maior número de situações de jogo
que ele executará.

Na meia quadra, trabalharemos o ataque de 1x1 Campo 2


nos diferentes setores da quadra, dividindo a
quadra ao meio e tendo que atacar de uma me-
tade e da outra, trabalhando a técnica de ataque
de dribles para gerar superioridade numérica
com espaços atrás do defensor/a.

Na meia quadra defensiva, trabalharemos com:


cones, bonecos infláveis, pequenos gols ou qual-
quer tipo de material esportivo disponível no

A construção do modelo
ataque analítico de 1x1, mas desta vez sem es- Em situações de jogo real no treinamento, vamos
paços atrás do material previamente menciona- enfatizar as retiradas defensivas e a pressão na pri-
do para trabalhar os diferentes tipos de dribles meira linha.
com finalização de média distância.

de jogo
Apresentamos até o momento qual intermedeia as interações near, ou seja, sujeito a alterações
características internas e con- táticas. Segundo, a construção de e imprevistos, que afetam o modo
O pivô ceitos táticos do jogo de futsal
com o intuito de influenciar os
um modelo de jogo torna o treino
intencional, regulando-o e qualifi-
de a equipe jogar.

Trabalharemos analiticamente e individualmente treinadores/as tanto no proces- cando-o, na medida em que facul- Por último, para a construção do
todas as situações que este tipo de jogador/a ne- so de formação de jogadores/ ta aos jogadores/as a aquisição modelo de jogo é preciso con-
cessita melhorar e o maior número de situações de as como na organização de suas e o refinamento dos comporta- siderar as quatro fases do jogo:
execução que realizará. equipes. Interessa-nos, nesse mentos táticos escolhidos. Para organização ofensiva, transição
item, discutir a necessidade de os tanto, será preciso que os treina- defensiva (quando da perda da
No centro da quadra, vamos trabalhar na parede treinadores/as construírem uma dores/as criem exercícios e jogos bola), organização defensiva e
de 1x1 nos diferentes setores da quadra, dividindo forma própria de jogar para a sua que contenham o DNA da equipe, transição ofensiva (quando da re-
a quadra em três áreas, nas quais ambas as técni- equipe, consoante com a sua con- ou seja, que potencializem e se cuperação da bola). Para tanto, o
cas devem ser utilizadas para proteger e manter cepção de jogo, respeitadas tan- encontrem com a forma como treinador/a deverá definir quais
a bola, podendo até girar sobre o fixo. to a cultura local, como o nível de se pretende jogar, pois não faria seriam os princípios de jogo para
jogo de seus atuais jogadores/as. sentido treinar fora desse propó- cada fase, ou seja, como ele espe-
No meio de uma quadra defensiva, trabalhare- A isso denominamos modelo de sito. Desse modo, treinador/as e ra que a equipe se comporte em
mos com: cones, bonecos infláveis, aqueles que jogo. Mas para que serve o mode- jogadores/as perseguiriam, nos termos coletivos e os jogadores/
estejam dispostos a praticar a participação, a lo de jogo? Primeiro, ele funciona- treinos, esses comportamentos, as em termos individuais em cada
entrega para finalizar ou chutes para quem faz ria como um antídoto diante da criando as regularidades táticas momento. Os princípios de jogo
Em situações de jogo real em treinamentos, vamos
o cruzamento e também a ação de servir o joga- natureza complexa do jogo, dada pretendidas pela equipe para as constituem a matriz comporta-
enfatizar o apoio ofensivo na última linha e também
dor/a que se aproxima, chutando a gol. à incerteza e à variabilidade de si- diferentes fases do jogo. mental dos jogadores/as.
uma alta frequência de flutuações entre linhas.
tuações. Nessa medida, a equipe
que detém um modelo de jogo No que pese o modelo de jogo Acompanhe um exemplo a seguir.
não fica à deriva, porque sabe o existir, a priori, na mente do trei- Lembre-se de que o desafio e a
que fazer, para onde ir e como nador/as, ou seja, tratar-se de tarefa do treinador é criar treinos
jogar. O modelo de jogo possi- ideia prévias acerca do jogo que compatíveis com seus princípios
bilita que os jogadores rumem se pretende jogar, é preciso re- de jogo.
na mesma direção, construindo gistrar que aquele necessitará
uma identidade de jogo, com uma de permanentes ajustes. Isso se
“linguagem” comum e singular, a deve ao processo, que é não-li-

64 65
Exemplo de modelo de jogo Desafio para o treinador/a: ¡Construa
seu modelo de jogo!
Organização Transição
ofensiva defensiva
Organização Transição
ofensiva defensiva
Princípios
1. Reação imediata depois de perder a
bola
2. Pressão imediata sobre quem está com
Princípios
a bola Principios
1. Mobilidade de todos os setores 3. Evitar a progressão da equipe
2. Sempre procurar amplitude e profundidade 1.
adversária
3. Priorizar a posse de bola 2.
4. Proteção do corredor central
3.
4. Executar as ações combinadas 5. Reorganização defensiva rápida Principios
5. Rapidez na execução das ações 4.
1. 5.
6. Movimentos em progressão com recepção
dirigida (controle orientado) e passes 2.
precisos 3.
7. Atenção ao balanço defensivo no lado 4.
oposto da bola 5.
6.
7.

Organização
Transição defensiva
ofensiva
Organização
Transição defensiva
ofensiva
Princípios Princípios
1. Jogar verticalmente assim que a bola for 1. Defender com bloco alto e individual
recuperada ou tirando-a da zona de pressão 2. Pressionar o portador da bola sem sofrer o
2. Se a bola for recuperada na quadra defensiva, drible
ganhar o corredor central e executar passes 3. Mirar na altura do peito e olhos do rival para
que vençam as linhas defensivas antecipar suas intenções
3. Presença de área do jogador sem posse de 4. Induzir o rival a jogar contra a línha lateral
Principios Principios
bola 5. Quem marca indiretamente jogar para 1. 1.
4. Aproximar as linhas ofensivas, de modo que interceptar o passe 2. 2.
os jugadores terminem o contra-ataque 6. Se o pivô adversário entrar na organização 3. 3.
próximos uns dos outros ofensiva, adiantar o goleiro para realizar 4. 4.
5. Terminar o contra-ataque, evitando o coberturas 5. 5.
contra-ataque do contra-ataque 7. Retorno imediato e veloz no caso de a bola 6.
entrar em profundidade 7.
66 67
A dimensão
3
física no futsal
Planejamento do
treinamento esportivo
de futsal
Na preparação, devemos levar em consideração que os exercícios
que realizamos são a unidade fundamental do treinamento, sua ex-
pressão máxima (aquelas ações em que os atletas interagem com o
modelo e as ações do jogo).

A organização das sessões de trei- ciclos de trabalho, o resultado


A forma como namento irá estruturar a semana será a temporada de trabalho ou
os exercícios são de trabalho ou microciclo de for- macrociclo. Finalmente, ao pro-
organizados e a sua mação. Ao sequenciar os microci- gramar uma série de temporadas
clos de treinamentos visando um ou macrociclos, os megaciclos
sequência resultarão determinado objetivo, um mês de (geralmente associados à inte-
no dia ou sessão de treinamentos ou mesociclo será o gração dos anos de treinamentos
treinamento (que pode resultado. das divisões formativas) serão o
resultado.
ser de 1, 2 ou 3 sessões
Por outro lado, se somarmos e
por dia, a critério do integrarmos os meses ou meso-
treinador/a).

68 69
Análise do esporte
Em geral, os esportes para sua quais podem alterar seus movi-
compreensão são divididos em mentos ou ações específicas.
dois grandes grupos: Em suma, o futsal é
Segundo dado: nos esportes ací- um esporte acíclico
A) Esportes cíclicos: aqueles asso- clicos, por sua vez, há mais duas que se pratica em um
ciados às modalidades esportivas questões a serem levadas em
espaço comum e sua
que, uma vez aprendida sua téc- consideração:
nica, praticamente não são afe- forma de jogo é si-
tadas pelo meio ambiente e nas A) O espaço de jogo: espaço de multânea entre duas
quais há ausência de incerteza. jogo comum (futsal, basquete, equipes. É importan-
Exemplos: corridas de atletismo, handebol) ou espaço de jogo se-
remo, ciclismo e natação. parado (voleibol e tênis).
te compreender esta
análise porque muitas
B) Esportes acíclicos: onde a in- B) Forma de jogo: forma de jogo vezes nos deparamos
certeza está sempre presente, simultânea (futsal, basquete, com a reprodução de
pois depende dos companheiros/ handebol) ou alternativa (vôlei e
as, adversários/as e ambiente, os tênis) metodologias de mo- Que dados proporciona o futsal?
dalidades esportivas
que nada têm a ver Para introduzirmos de forma específica no futsal, devemos entender
com os Aspectos De- que o treinamento dos aspectos determinantes do rendimento deve
terminantes do Ren- seguir uma lógica em relação aos dados que produz o treinamento e/
dimento de Futsal ou a competição, já que como disciplina esportiva o futsal é caracte-
(ADR). rizado por ser:

Intermitente: variações de corrida e velocidade des- talmente das estratégias escolhidas pelos seus trei-
tas em relação à bola, companheiros/as e adver- nadores/as, uma vez que, ao contrário do futebol,
sários/as, e não de características contínuas como nesta disciplina os jogadores/as podem ser substi-
as das corridas de atletismo, remo, ciclismo, na- tuídos infinitamente. Os salonistas realizam diferen-
tação, etc. tes tipos de exercícios, desde ficar em parado até
uma corrida completa, mudanças bruscas de direção
Por intervalos: o futsal não é uma ação esportiva e intensidade podem se alternar a qualquer momen-
que começa e termina como uma corrida, mas sim to. Esse aspecto, além de tantos outros, é o que di-
jogado por intervalos; primeiro e segundo tempo, ferencia o futsal de outros esportes em que o exercí-
mais dois tempos adicionais, se necessário. cio contínuo é realizado com intensidade muito alta
ou moderada ao longo da ação esportiva, como, por
Altos níveis de coordenação neuromuscular: em exemplo, uma corrida plana de 400 metros ou uma
cada movimento esportivo os fatores de tempo e maratona (42 km e 195 m).
espaço determinam a coordenação específica (técni-
ca de futsal). Esses fatores precisam ajustar seus ní- Demandas fisiológicas: em geral, todos os espor-
veis de precisão quanto mais informações os atletas tes incorporam, em seu treinamento, fatores como
recebem. Isso pode acontecer devido às dimensões força, velocidade, duração e amplitude de movi-
ou velocidade de execução do movimento, pela pre- mento. Os exercícios destinados a superar qualquer
sença de um objeto (bola) e/ou a ameaça de um ad- oposição são de força, os exercícios de rapidez e alta
versário/a, etc. frequência de movimento correspondem à veloci-
dade, os exercícios de longa duração ou com muitas
Tipos de esforços: no futsal, intercalam-se os es- repetições são exercícios de resistência, a amplitude
forços anaeróbicos aláticos e anaeróbicos lactácidos máxima de movimentos corresponde à flexibilidade
(esforços com débito de oxigênio), assim como o sis- e, por fim, os exercícios com movimentos complexos
tema aeróbio (esforços sem débito de oxigênio). Em são chamados de coordenação.
grande parte, essa questão dependerá fundamen-

70 71
Força, velocidade e resistência A potência ou capacidade de exe-
desempenham um papel funda- cutar movimentos explosivos no
mental na preparação física. O menor tempo possível é o produ-
Quando agilidade
fator dominante é aquele para o to da integração de força e veloci- e flexibilidade são
qual o esporte exige a maior con- dade máximas. combinadas, o resultado
tribuição (exemplo: resistência na é a mobilidade ou a
maratona). A combinação de resistência e ve-
locidade é chamada de velocidade capacidade de percorrer
A combinação de força e resis- de resistência. uma área de jogo com
tência cria resistência muscular, rapidez, boa coordenação
ou seja, a capacidade de realizar A agilidade é o produto de uma
e sincronização: em
várias repetições contra uma de- combinação complexa de veloci-
terminada oposição e por um pe- dade, coordenação, flexibilidade nossa visão, a chave para
ríodo de tempo prolongado. e potência, que se manifesta na o futsal.
maioria dos esportes acíclicos.

Modelo de combinação de fatores A maioria das ações e


movimentos esporti-
Força Resistência Velocidade Coordenação Flexibilidade vos são muito com-
plexos e por isso de-
vemos considerar a
força no esporte como
Resistência Velocidade de
o mecanismo neces-
muscular resistência Agilidade Mobilidade sário para executar
Entre a força, resistência e velo- positiva, ou raramente negativa. ações e técnicas.
cidade, existe uma grande impor- Quando um atleta desenvolve
tância metodológica. As bases força, ele pode experimentar uma
sólidas para o treinamento espe- transferência positiva para a velo-
Potência cializado são lançadas durante os cidade e a resistência. A razão pela qual a força é des-
anos de treinamento. O processo envolvida não é apenas com o
de adaptação em decorrência dos Da mesma forma, um programa propósito de ser forte, mas para
exercícios específicos ocorre de de treinamento voltado exclusi- atender às necessidades específi-
acordo com a especialização do vamente para o desenvolvimento cas dos esportes, desenvolver um
atleta e da própria disciplina es- da resistência pode envolver uma tipo específico de força ou uma
portiva. transferência negativa para a combinação de forças que mel-
Resistência Resistência Velocidade Coordenação Amplitude de força e velocidade, uma vez que a
Força MX Anaeróbica Aeróbica MX perfeita movimento
horam o desempenho esportivo
O desenvolvimento específico de força é um fator esportivo crucial; e levar o atleta ao nível máximo.
um fator deve ser apenas meto- sempre deve treinar com o resto
dológico, uma vez que os fatores dos fatores. A figura a seguir mostra as com-
Figura 1 - Modelo de combinação de fatores
dominantes podem afetar direta binações de forças. Além disso,
ou indiretamente os demais. O Em esportes de velocidade, a cada fator primário é refletido
grau em que isso acontece de- potência é a fonte de melhorias com uma cor primária (vermelho,
pende da semelhança dos méto- na velocidade. A aceleração e a amarelo e azul) e onde a “mistura”
dos utilizados e da especificidade alta frequência de movimentos dessas cores primárias nos dá as
do esporte. Portanto, o desenvol- são possíveis quando os múscu- cores secundárias (violeta, verde
vimento de um fator dominante los se contraem com velocidade e laranja) e suas derivações.
pode supor uma transferência e potência.

72 73
Modelo triangular

Pot.: aceleração e
F Potência – Resistência
desaceleração Resistência Muscular:
Pot.: inicial e de salto c/d
P
R.M. m/d
Pot.: Reação e Agilidade Resistência Muscular:
de aterrisagem Flexibilidade I/d

MOBILIDADE
V V.R. R
Figura 2 - Modelo triangular

Na combinação Força - Resistên- O eixo Velocidade - Resistência


cia, a Potência - Resistência está
no topo do eixo Força - Resistên-
refere-se à capacidade de manter
ou repetir uma ação de alta velo-
A potência inicial é neces- De quais fatores e combinações o futsal precisa?
cia, devido à importância que a cidade várias vezes por partida. sária nos esportes que
Força tem nas atividades onde a Os atletas desse esporte preci- requerem alta velocidade O FUTSAL PRECISA DE CAPACIDADE DE ACELERAÇÃO + CAPACIDADE
potência é dominante; é neces- sam praticar para desenvolver para cobrir uma determi-
sário treinar mais do que a po- essa habilidade. DE DESACELERAÇÃO + FORÇA REATIVA + MOBILIDADE (capacidade de
tência para praticar estas ações nada distância no menor percorrer rapidamente uma área de jogo, boa coordenação e sincro-
de forma bem-sucedida em uma O eixo Força - Velocidade refe- tempo possível.
partida ou jogo, pois o número de re-se sobretudo aos esportes em
nização: em nossa opinião a chave para o futsal).
repetições é alto. que a potência é dominante. A
aterrisagem e a força reativa são A potência de aceleração é a ca-
A combinação Força - Resistên- um dos principais componentes pacidade de produzir uma acele- JUSTIFICATIVA
cia gera resistência muscular e de vários esportes. O treinamen- ração rápida.
os esportes podem exigir uma to adequado previne lesões, já Total de metros percorridos (média por jogador): 6.000 metros.
curta, média ou longa duração que muitos atletas treinam ape- A potência de desaceleração sig- Número aproximado de ações em uma partida: 700 vezes por jogador/a.
deste fator. Esta distinção de- nas para a parte de decolagem nifica que os atletas devem correr Densidade das ações de jogo: é a relação que existe entre as sequências de jogo, 18 segundos (75% do
termina o tipo de força que deve dos saltos e não se importam se a em alta velocidade e mudar cons- tempo); e a pausa, 15 segundos (80% do tempo).
ser treinada. O Futsal é um es- aterrissagem é controlada e equi- tantemente de direção, já que a
Número aproximado de ações rápidas: 350-400 vezes. Com as seguintes características: alta velocidade
porte complexo, pois, embora librada. dinâmica do jogo é muito abrupta
inicial de arranque, altas acelerações, rápidas mudanças de direção, repetidas situações individuais ou de
seja uma disciplina de velocida- e eles devem perder o mínimo de
grupo em alta velocidade e rápidas mudanças de ritmo.
de, potência e resistência, esta A força reativa é a capacidade de velocidade possível e acelerar em
se dá na reiteração da técnica gerar a força de salto imediata- uma nova direção. Distância aproximada percorrida em cada uma das corridas:
do que no próprio fator de resis- mente após o salto, o que é muito 1. 8-12 metros a 80% -90% do VO2 máx.
tência em si. importante em mudanças rápidas 2. Velocidade de sprint de 5 a 10 metros.
de direção. 3. 3-11 metros com a bola.

74 75
Estruturação do
treinamento de futsal
Magnitudes da carga de treinamento
Para que nossos treinamentos produzam o efeito desejado, devemos não apenas levar Na maioria das ações de futsal, a tições de um estímulo por sessão
em consideração uma série de princípios, mas também entender o que queremos Para que os efeitos de qualidade é fazer gestos podero- de treinamento for muito alto, a
dizer quando falamos sobre o estímulo ou carga de treinamento e sua recuperação: um estímulo de treina- sos e explosivos e repeti-los tan- intensidade e a frequência do es-
tas vezes quanto possível. tímulo de treinamento serão afe-
mento sejam eficazes, tadas.
Intensidade da carga de treinamento (porcentagem de aplicação do estímulo).
é necessário conside- A qualidade e os efeitos de um
Recuperação da carga de treinamento (duração temporária do descanso entre estímulos). rar não só seu aspecto treinamento deste tipo serão Para exercer uma ação específi-
determinados pela intensidade, ca sobre a qualidade de um trei-
quantitativo (duração, densidade, duração e volume do namento cujo objetivo seja um
Volume da carga de treinamento (duração e número de estímulos por sessão de treinamento).
frequência dos treina- estímulo desse treinamento. efeito especial, a escolha e orien-
Frequência das sessões de treinamento (refere-se ao número de treinamentos por dia, por semana, etc.). mentos), mas também o tação dos componentes da carga
seu aspecto qualitativo Se os estímulos de treinamento de treinamento são de suma im-
Densidade da carga de treinamento (é a relação que se estabelece entre o tempo de trabalho e o tem- forem produzidos muito rapida- portância.
(intensidade e densidade mente ou se o número de repe-
po de descanso).
do estímulo).

76 77
Na programação do microciclo A diminuição ou perda temporária Consequentemente, se quiser-
(semana de trabalho), deve-se le- das possibilidades funcionais de- mos poder repetir esforços de
var em consideração os tempos correntes de um trabalho intenso alto nível de qualidade, tantas
de recuperação e fadiga do pa- com um objetivo específico não vezes quanto possível, devemos
rágrafo anterior, já que a estimu- significa que o jogador não consi- levar em consideração na hora de
lação das capacidades condicio- ga mais manifestar uma alta ca- montar um microciclo: a qualida-
nais e suas combinações variam pacidade para um objetivo total- de ou complexidade das ações; o
de acordo com sua aplicação de mente diferente, colocando em tempo de descanso e a alternân-
carga. jogo outros sistemas funcionais. cia das ações.

Modelo de microciclo
Segunda Terça Quarta Quinta Viernes Observações

Pliometria Pliometria
Rotinas Potência Rotinas
nível 1 nível 1
individuais Aeróbica individuais
Circuito de Circuito de Conteúdos 1
Força Velocidade Força Velocidade
Goleiros
explosiva Goleiros Explosiva Goleiros
Tempo
60 min 50 min 40 min 60 min 50 min
parcial 1

Tec Tac Tec Tac Tec Tac Tec Tac Tec Tac Conteúdos 2

Aplicação do estímulo ou carga de 50 min 60 min 50 min 50 min 40 min


Tempo

treinamento e sua recuperação parcial 2

Alongamento Alongamento Alongamento Alongamento Alongamento Conteúdos 3


Ao final do estímulo de treina- Tempo de recuperação
mento, observa-se no atleta uma Importante: lembre-se 48 a 72 horas de recuperação
“perda” de seu estado inicial, uma (partida oficial e/ou cargas Tempo
que se os estímulos de 10 min 10 min 10 min 10 min 10 min
diminuição (fadiga de seu poten- máximas ou altas das capacida- parcial 3
cial) em sua forma competitiva treinamento forem pro- des condicionais + de 80%).
posterior. Assim, uma fase de re- duzidos repetidamente
cuperação é introduzida com um 24 horas de recuperação (car- 120 min 120 min 100 min 110 min 100 min Duração total
muito rapidamente ou se
retorno progressivo a nível fun- gas médias entre 50% -80% das
cional antes da sessão de treina- o número de repetições capacidades condicionais). Figura 3 - Modelo de microciclo
mento. de um estímulo por
sessão de treinamento 12 horas de recupe-
Por outro lado, se a carga de trei- ração (cargas baixas Controle temporal de cargas e efeitos do microciclo
for muito alto, a inten- abaixo de 50% das
namento foi adequada, não só
voltaria ao nível anterior, mas sidade e a frequência do capacidades condicio- Conteúdo Duração
também melhoraria e aumentaria estímulo de treinamento nais). Neuromuscular 220 min
seu desempenho. serão afetadas e haverá
Orgânico funcional 40 min
Se ao longo do tempo não forem
uma diminuição na forma
Perceptivo motor 60 min
produzidos estímulos de carac- competitiva
terísticas semelhantes, o atleta (overtraining). Técnico tático (+ 2 estímulos turno dobrado) 230 min
perde sua forma competitiva (fi- Goleiros 140 min
nal de temporada, lesões, etc.).
Regenerativo (alongamento + crioterapia) 130 min

78 79
DIFICULTADES

Que fazer com a bola? Como fazê-lo?

Natureza tática Natureza técnica

Percepção – Decisão Execução

Tipos de treinamentos e sua


programação A seguir, anexamos um quadro explicativo com as vantagens e
desvantagens de cada concepção:
Atualmente, os sistemas de treinamentos, em termos gerais, respon-
dem a dois modelos distintos de compreensão do Futsal, que resultam
CONCEPÇÃO TRADICIONAL CONCEPÇÃO ATUAL
em duas ações didáticas opostas ao ensino-aprendizagem.
Não admite diferenças. Admite diferenças.
A primeira é tradicional, baseada táticos, condicionais, psicológicos adaptação à atual. Desta forma, CARACTERÍSTICAS A aprendizagem ocorre através da Modificação de estrutura de acor-
na “suposição de que os elementos e teóricos aparecem com carac- optaremos por uma solução que modificação do comportamento. do com a situação.
do jogo são formados pela soma e terísticas diferentes, mas sempre deverá ser realizada através de
acumulação de componentes téc- juntos”. uma solução motora (mecanismo
nicos, táticos, condicionais, psico- de execução), que responderá ao TREINADOR Ator principal. Ator secundário.
lógicos e teóricos, isoladamente”. Esta abordagem parte da análise segundo problema, neste caso de
Isso significa que, em uma primei- dos problemas que um jogador/a natureza motora: como fazê-lo?
ra fase, as habilidades técnicas de- deve resolver em uma situação de ATLETA Ator secundário. Ator principal.
veriam ser aprendidas por meio de jogo. Em primeiro lugar, um joga- Uma vez que conhecemos os ti-
estratégias na prática de caráter dor/a que se encontra com a bola pos de comportamentos de jogo,
apenas analítico, para posterior- ou não, pergunta-se: o que fazer? as metodologias que deles deco- A individualização do A.D.R. concen-
mente passar para uma segunda Nesses momentos, o jogador/a rrem e os problemas de diferentes Realiza-se sobre uma situação de
VANTAGENS tra-se no aspecto em que se encon-
fase onde as habilidades técnicas analisa as informações, sobretudo naturezas que o atleta encontra, jogo, contextualizada.
tra o problema.
são treinadas em situações reais de natureza visual, que lhe chega consideramos que a abordagem
de jogo. através dos elementos que cons- metodológica mais coerente é
tituem o contexto que o rodeia aquela em que o jogador tem uma
A outra concepção, mais atual, en- (mecanismo perceptivo), ao mes- atuação mais ativa nos mecanis- A.D.R. não coordenado.
Automação de erros, ao insistir
tende que o comportamento de mo tempo que interpreta e passa mos do ato esportivo antes do DESVANTAGENS Descontextualização com a realida-
em resolver tudo de forma global.
jogo “é um elemento de aprendi- a propor uma solução mental com desenvolvimento do jogo. de do jogo.
zagem global, que depende da si- base em experiências anterio-
tuação e na qual fatores técnicos, res (mecanismo de decisão) e sua Tabela 6 - Vantagens e desvantagens de cada concepção

80 81
ATENÇÃO! “A razão do equilíbrio”
Essa abordagem pode nos levar a execuções globais e analíticas de Como conseguir a integração dos
um erro fundamental, o uso de ta- acordo com os critérios e vali- diferentes componentes do trei-
refas globais ao longo do processo dação do treinador/a. namento de futsal na busca de um
ensino-aprendizagem. Haverá si- projeto de jogo coletivo eficaz?
tuações em que teremos que uti- Por que não passar de um treina-
lizar tarefas analíticas, o que não mento analítico para um global e O preparador/a físico pode atual-
implica um erro metodológico, em vice-versa, que leva em conside- mente utilizar seus critérios de
situações em que queremos corri- ração a totalidade do problema, avaliação em conjunto com o trei-
gir ou melhorar um determinado a reversibilidade do jogo, as re- nador/a para a aplicação das car-
componente. Consequentemente, lações antagônicas de oposição gas adequadas em cada sessão de
devemos contar com um méto- criadas por duas equipes em si- treinamento dentro do método
do que alterne simultaneamente tuação de competição? global?

Além disso, se sabemos que, por um lado:

Os metros percorridos (média por jogador): 6.000 metros.

Número aproximado de ações em uma partida: 700 vezes por jogador/a.

Densidade da ação do jogo: é a relação entre as sequências do jogo, 18 segundos (75% do tempo) e a
pausa, 15 segundos (80% do tempo).

Número aproximado de ações rápidas: 350-400 vezes. Com as seguintes características: alta velocidade
inicial de arranque, altas acelerações, rápidas mudanças de direção, repetidas situações individuais ou
de grupo em alta velocidade e rápidas mudanças de ritmo.

Distância aproximada percorrida em cada uma das corridas:


1. 8-12 metros a 80% -90% do VO2 máx
2. 5-10 metros na velocidade de sprint.
3. 3-11 metros com bola

Finalmente: quando a agilidade e a flexibilidade se combinam, o resultado é a mobilidade ou a capacidade de


se movimentar em uma área de jogo com rapidez, boa coordenação e sincronização.

No nosso entendimento, tudo isso é futsal,


consequentemente, como vamos treinar daqui para frente?
82 83
Mudanças Efeitos

Técnicos Táticos Físicos Psicológicos

- Número de - Ritmo de jogo + Deslocamento - Atenção


toques + Posse de bola + Carga - Concentração
- Técnica rápida + Espaços livres - Risco
Aumenta
Programação de treinamentos modelo
+ Passes + Trocas de Jogo - Competitividade
Extensão medianos - Pressing - Criatividade
- Interceptações - Antecipação
do campo
tradicional
- Entradas
de jogo

Circuito Intermitente Neuromuscular Circuito Intermitentes Neuromusculares


Oposto ao Oposto ao Oposto ao Oposto ao
em 8 estações: em 12 estações: Diminui anterior anterior anterior anterior

Estes circuitos são ideais para reiniciar o trabalho Com o aparecimento dos exercícios coordenativos
com sobrecarga, visto que sou forçado a começar produzimos melhorias claras no atraso no aparecimen- - Técnica rápida + Apoios - Carga nos - Atenção
com cargas menores devido à necessidade de adap- to da fadiga central. Sugere-se entre 6 “- 8” de trabalho - Interceptações + Posse de bola passadores - Concentração
tação. É também uma ferramenta para o treinamen- por temporada x 15 “- 20” entre as temporadas - Entradas + Paredes - Carga nos - Risco
to de força e resistência em populações jovens que Aumenta - Coberturas, recuperadores - Competitividade
melhoram a força com baixa intensidade de carga. Número de pressing Ao contrário nos
1. Arranque com potência - Antecipações recuperadores
Sugere-se entre 6 “- 8” de trabalho por temporada x jogadores/as
2. Agachamento - Ritmo de jogo
15 “- 20” entre as temporadas;
3. Exercício de coordenação
1. Arranque sem potência. 4. Zona intermediária Oposto ao
Oposto ao Oposto ao Oposto ao anterior, ao
2. Exercício da zona média 5. Cargas de potência Diminui anterior anterior anterior contrário nos
3. Subidas ao banco 6. Flexões passadores
4. Um exercício de zona média 7. Exercício de coordenação
8. Zona intermediária Oposto ao Oposto ao Oposto ao Oposto ao
5. Flexões Aumenta anterior anterior anterior anterior
6. Exercício de zona média 9. Exercícios diagonais
7. Flexões de braços 10. Flexões de braços Número de + Técnica rápida - Posse de bola + Carga nos + Atenção,
8. Exercício de zona média 11. Exercício de coordenação toques + Interceptações + Velocidade no passadores + Concentração,
jogo - Carga nos + Risco e
12. Zona intermediária
Diminui + Ritmo de jogo recuperadores + Criatividade
+ Pressing
+ Antecipações

Programação de exercícios da
concepção atual + Número de + Número de + Carga As habilidades
Aumenta ações ações vão diminuindo
Duração do
Devemos levar em consideração que as seguintes instruções terão impacto na carga de treinamento: exercício
Oposto ao Oposto ao Oposto ao Oposto ao
Organização (superfície, estrutura, linhas divisórias, número de jogadores/a, coringas) Diminui anterior anterior anterior anterior

As regras do jogo (regras adicionais)


Tabela 7 - Exercícios da concepção atual
Desenvolvimento de jogo (forma de competição, duração da tarefa)

84 85
4
Com uma equipe de 15 atletas: 3 goleiros/as e 12 jogadores/as de
quadra, estes últimos se revezam entre si.
Suponhamos que queremos realizar um exercício de força com o método atual.

Este exercício é jogado por 6 minutos seguidos, 3x3 em 20 m x 20 m. Partida normal onde o objetivo téc-
O goleiro/a
de futsal
nico/tático é a defesa mista. Rotação dos jogadores/as: 3 equipes de 4 jogadores/as cada. Uma equipe
sempre estará fora (esta é sua macropausa de 2 minutos); já, dentro da quadra, há 2 equipes de 3 jogado-
res/as mais 1 jogador/a fora por equipe, que vai revezando a cada 30 segundos (esta é a sua micropausa).

O objetivo físico é a força, então, aqueles exercícios em que os atletas têm espaços muito limitados e
poucos jogadores/as, geralmente desenvolverão a força específica do jogo.

Por outro lado, queremos treinar a velocidade com o método atual, então desenvolveremos:
Este exercício é jogado por 6 minutos seguidos, 3x3 + 1 coringa de cada equipe que pode se mover livre-
mente entre 10 metros e 6 metros do gol do adversário. Partida normal onde o objetivo técnico/tático
é o ataque e o jogo com pivô. Rotação dos jogadores/as: 3 equipes de 4 jogadores/as cada. Uma equipe
sempre estará fora (esta é sua macropausa de 2 minutos); já, dentro da quadra, há 2 equipes de 3 joga-
dores/as mais 1 jogador por equipes, que é aquele que faz o pivô e reveza a cada 30 segundos (esta é sua
micropausa).

Quando os atletas interagirem em espaços médios com poucos jogadores/as, desenvolveremos a veloci-
dade específica do jogo.

Finalmente, vamos pensar que queremos treinar a resistência com o método atual, então iremos desenvolver:
Este exercício é jogado por 10 minutos seguidos, 4x4. Partida normal onde o objetivo técnico/tático é o ataque
e as superioridades numéricas, e no qual uma equipe que ultrapassar o meio da quadra pode atacar qualquer
um dos 2 gols. Revezamento dos jogadores/as: 3 equipes de 4 jogadores/as cada. Uma equipe estará sempre
do lado de fora (esta é sua macropausa de 3.30 minutos); já, dentro da quadra, há 2 equipes de 4 jogadores/as
restantes, e não há micropausa.

Quando os atletas interagirem em espaço de jogo oficial com todos os atletas, treinaremos a resistência
específica.

86 87
Aspectos que influencia Comportamento sistêmico
o desenvolvimento do do goleiro/a
goleiro/a Costumamos a pensar no goleiro/a apenas com
ações defensivas, porém atualmente o goleiro/a
car e reagir aos estímulos do jogo de forma simultâ-
nea aos seus acontecimentos, dando atenção tanto
deve atuar durante toda as fases do jogo de futsal: aos movimentos da bola, como os de seus compan-
O goleiro/a é um jogador/a cuja função principal é evitar o gol dos adversários/as, para isso é protegido por ofensiva, defensiva, transições e bolas paradas. heiros/as e adversários/as, empregando uma rápida
regras específicas que o diferenciam dos demais jogadores/as em ações específicas que só cabe a ele realizar. adaptação às mudanças que acontecem a todo mo-
Seu desenvolvimento depende de alguns fatores: Para desempenhar bem suas funções, uma das prin- mento no jogo.
cipais características do goleiro/a será a de identifi-

Goleiros/as Ataque Transição


ataque-defesa

Motor Cognitivo Bolas


paradas
Transição
Técnico Físico Tático Psicológico defesa-ataque Defesa
Figura 4: Desenvolvimento dos goleiros/as Figura 5 - Rendimento sistêmico dos goleiros/as

88 89
Principais funções e ações
do goleiro/a

Ações defensivas Ações defensivas


diretas indiretas
Pegadas Atento as coberturas
Desvios Orientação ao sistema
Quedas laterais defensivo
Defesa com os pés Posicionamento e
Considerando o comportamento sistêmico do goleiro/a, são realizadas Bloqueios orientação em relação a
quatro funções: bola em jogo
Posicionamento em
Gerencia o espaço do jogo. Defende o gol.
bolas paradas
Protege a área do goleiro de sua equipe. Participa do jogo ofensivo de sua equipe.

Suas ações basicamente serão ofensivas e/ou defensivas.

Ações ofensivas diretas


Ações Reposições e
Ações ofensivas indiretas
Sempre estar em posição
lançamentos de apoio
Jogo com os pés Estar em equilibrio
Defensivas Ofensivas (passes e finalizações) dentro do sistema de
jogo (compactado)
Figura 6- Ações dos goleiros/as

90 91
Qualquer ação do golei-
ro/a dependerá de sua
capacidade de reconhe- Instável
cer, de forma rápida as
informações ambientais
mais importantes, plane-
jar a ação mais adequa-
da e acionar os grupos
musculares responsáveis Habilidades
para executar uma ação abertas
rápida e precisa, em um
ambiente de constantes
modificações. Ambiente
influencia na Imprevisível
execução da
Portanto, se desejamos que o trei-
namento se aproxime das caracte-
habilidade
rísticas do jogo, devemos simular
este ambiente e uma das formas é
pela a utilização de situações que
provoquem mecanismos de asso- Apenas quando as situações provocadoras tiverem sido formadas ante-
ciação as situações padrão do jogo. riormente na memória é que as situações padrão podem vir a ser reconhe-
cidas e transformadas em ação, no menor tempo possível.

O treinamento deve proporcio-


nar ao goleiro/a o máximo de vi-
vências tático-técnicas em seus
aspectos cognitivos e motores
P (deve dominar o quê, quando,
ão como e onde executar cada ação).

O ambiente do jogo e o

s
rc

c i
Para tanto, o treina-

De
treinamento do goleiro/a dor/a deve selecionar

p
as situações de jogo e

ção
reconhecer os elemen-
tos motores (técnicos)
O treinamento do goleiro deve ser planejado e estruturado, de forma e cognitivos (táticos)
que se aproxime de sua forma de jogar. Portanto, é relevante que que podem solucionar o
E xe c u ç ã

o
seu treinador/a conheça, além dos aspectos referentes a posição, problema exposto pela
também os aspectos referentes ao conhecimento do jogo. Seguindo situação.
esta visão, as habilidades são exigidas em um ambiente aberto e
imprevisível. Figura 7 - Capacidades do goleiro

92 93
Outros fatores, além das si-
tuações de jogo, que influenciam JOGO
seu desempenho e devem estar
presentes no treino, são a uti-
lização de exercícios com prio-
ridades nas capacidades coor-
denativas e condicionantes, o Elementos
treinamento das habilidades mo-
toras e cognitivas gerais e espe-
técnicos Situação
cíficas, e a importância da criação envolvidos na de jogo
de um ambiente de treino (social\
emocional), que esteja próximo
situação
ao que será encontrado nas par-
tidas.

Elementos
Contextualização
perceptivos
da situação
envolvidos na
situação
Figura 8 - Fatores do treinamento e desenvolvimento do goleiro/a

O processo de ensino e
aprendizagem do goleiro/a
É importante que o conhecimento e o planejamento do rendimento do treinador/a estejam dentro de um
processo pré-estabelecido para que sua atuação se consolide em um período definido, que perdurará por
toda a sua vida esportiva. Abrangerá períodos de iniciação tático-técnica até o seu domínio.

Capacidades
coordenativas
Habilidades
motoras e
Situações de
jogo e
Ambiente
de treino
01 02 03 04 05
e cognitivas resolução de Treinamento Iniciativos dos Fixação dos gestos Domínio das Automatização
condicionantes problemas coordenativo gestos técnicos e técnicas e aumento das técnicas e
e iniciação de técnicos liberação de dos modelos reconhecimento
modelos específicos atenção para maior situacionais das situações
perceptivos complexidade nos abertos padrão
modelos
situacionais

94 95
Na prática: como treinar
os/as goleiros/goleiras
Atividade para iniciação Atividade para iniciação
1 1
Exercicio 1 Exercício 1
Objetivos: posicionamento, equilíbrio de desloca- Objetivos: defesas de bloqueio de espaço, posicio-
mentos e reação. namento e retomada do posicionamento na meta.

Três bolas são posicionadas de forma livre dentro Um goleiro/a posicionada dentro da área (1). O outro
ou fora da área. O goleiro/a posiciona-se no gol. O goleiro/a (2) posicionada próximo a marca do tiro de
treinador/a poderá também estar com uma bola em 10 metros. Quatro bolas são dispostas nas laterais
suas mãos (opcional). da área.

O treinador/a se desloca pelas bolas, enquanto o O treinador/a (3) se desloca em direção as bolas e o
goleiro/a se movimento dentro do gol, conforme a goleiro/a (1) simula a ação de bloquear as opções de
posição da bola em que o/a treinador/a se aproxima. finalização do treinador/a.

Em determinado momento o treinador/a realizará a O treinador/a poderá escolher qualquer uma das bo-
finalização na meta, a partir da bola posicionada a las para realizar a finalização ou efetuar o passe para
sua frente ou arremessará a bola de suas mãos. outro goleiro/a finalizar.
2 2

3 3

96 97
Atividade para o aperfeiçoamento
Objetivo: posicionamento, percepção e reação.
1 2 1
São colocadas duas metas à uma distância de cer-
ca de 8 metros. Os goleiros/as são posicionados nas
metas. A atividade se inicia com um dos goleiro/as
lançando a bola para qualquer um dos dois joga-
dores/as dispostos nas laterais da quadra (1); o jo-
gador/a que receber a bola pode finalizar na meta
oposta ou passar para seu companheiro/a, caso o
passe seja realizado (2), o jogador/a que receber a
bola pode finalizar em qualquer uma das metas (3).

3 4 2 3

Atividade para o Atividade para o


5 aperfeiçoamento aperfeiçoamento
A atividade começa com um dos jogadores/as pas- Objetivos: construção do ataque iniciado pelo
sando uma das bolas sobre o seu domínio (1) para o goleiro/a.
seu companheiro/a finalizar no “segundo pau” (2).
Jogo de 3x3, no qual a equipe que retoma a posse
Após essa ação, o goleiro/a retorna rapidamente ao de bola deve sempre fazer um passe para seu go-
posicionamento inicial e então o jogador/a finaliza a leiro/a para que possa atacar a equipe adversária.
segunda bola (3). De posse desta, o goleiro/a começa
um contra-ataque junto com o outro jogador/a na
direção da meta oposta, enquanto o finalizador/a dá
uma volta no cone (4) e faz o retorno da marcação
para ajudar o outro goleiro/a (5)

98 99
1 2

Atividade para o
3
aperfeiçoamento
Objetivo: reposição de bola e leitura de jogo.
Observação: para que hajam mais ações do golei-
ro/a, reduzir o tamanho da quadra.
Por exemplo: 20m x 10m.

A atividade se inicia com dois jogadores/as de ataque


(2 e 3 azuis) dispostos nas laterais da quadra e um jo-
gador/a de defesa em sua quadra de ataque (2) e ou-

5
tro na quadra de defesa (3).

O goleiro/a (1 azul) buscando lançar para qualquer dos dois jogadores/as de sua equipe, enquanto o jogador/a
da equipe defensor, na quadra de ataque, busca interceptar esse lançamento. Sendo efetuado com sucesso
o/a jogador/jogadora que receber deve buscar o ataque junto com seu companheiro/a, enquanto a equipe
defensor procura se defender.

Com o ataque finalizado, o goleiro/a da equipe defensor iniciar um contra-ataque através da reposição de

O currículo e a
bola com as mãos.

formação dos
jogadores e
jogadoras
100 101
Características gerais
Como observado ao longo des- esportiva (14 a 20 anos) ou futsal los e pelas jovens inseridos/das
te manual, o futsal de alto ren- juvenil/base. no futsal juvenil/base definam
dimento contemporâneo requer com clareza as diretrizes que irão
competências em diferentes Além disso, o processo de for- nortear a formação dos seus jo-
dimensões do rendimento es-
portivo. Tal fato exige que estas
competências sejam aprendidas
mação de jogadores e jogadoras é
complexo, pois ocorre em etapas
da vida humana que são caracte-
gadores e jogadoras, sendo ne-
cessário para isso a presença de
um currículo, que promova a for-
do currículo destinado a
formação de jogadores e
e desenvolvidas ao longo da for- rizadas por constantes transfor- mação de maneira sistemática
mação dos jogadores e jogado- mações físicas, psíquicas e sociais e intencional. Em nosso caso, o
ras em um processo planejado e dos indivíduos e requer atenção a currículo assume importância ca-
sistematizado em longo prazo. formação integral e esportiva das pital no desenvolvimento do fut-

jogadoras
Haja visto que a sua duração é e dos jovens que estão inseridos e sal no continente promovendo a
de aproximadamente de 14 ou 15 objetivam atuar no futsal de alto superação definitiva do acaso na
anos (dos seis aos 20 anos), que rendimento. formação esportiva os jogadores
ocorre em duas etapas: a ini- e jogadoras.
ciação esportiva (6 aos 13 anos) e, Diante disso, é fundamental que Segundo a Unesco, o currículo con- modalidade a nível mundial (FIFA), Na concepção do currículo des-
principalmente na especialização as instituições responsáveis pe- templa a descrição das justifica- continental (CONMEBOL), nacio- tinado à formação de jogadores
tivas, objetivos, métodos e meios nal e regional (confederações e e jogadoras de futsal faz neces-
pelos os quais os estudantes, sen- federações), de forma a garantir sário o conhecimento do sistema
do o instrumento fundamental que a formação das jogadoras e de competições da modalidade,
para a aprendizagem de qualidade. jogadores esteja em consonân- bem como dos critérios de re-
cia com o contexto esportivo in- ferência objetivos, nas diferentes
Como afirmam Jonnaert, Ettaye- ternacional e nacional e assim dimensões do rendimento espor-
bi,e Defise (2010), é importante poder se aproveitar das tendên- tivo: histórico, social e cultural;
destacar que o currículo se aporta cias e boas práticas adotadas pe- psicológico, estratégico, tatico,
nas realidades históricas, sociais, las melhores instituições a nível técnico e físico, para que seja
linguísticas, políticas, econômicas, mundial, bem como seja capaz possível avaliar o rendimento dos
religiosas, geográficas e culturais de promover uma formação que jogadores e jogadoras e o proces-
de um país ou de uma localidade, possibilite a empregabilidade dos so de formação proposto.
que orientam e concretizam as jovens e das jovens no futsal con-
ações de todo um sistema educa- temporâneo.
cional, com a articulação das ações
pedagógicas e administrativas, em
nosso caso de todo o sistema de
formação e preparação dos/das jo-
vens jogadores/ras proposto pelas Dimensão
instituições esportivas. psicológica

O primeiro passo para a cons-


trução de um currículo destina-
do a formação de jogadoras e jo- Dimensão Dimensão
gadores de futsal é garantir que estratégica tática
este esteja de acordo com a De-
claração dos Direitos da Criança
e a Convenção sobre os Direitos
da Criança (1989) até os 18 anos, Dimensão Dimensão
assim como respeite a legislação física técnica
esportiva internacional e nacio-
nal de forma que os jogadores e ão
e ns cial
l
jogadoras, os formadores/as e as Dima, sotura
instituições tenham seus direitos r i c cul
ó
hist e
garantidos.

O currículo também deve alin-


har-se as diretrizes propostas Figura 9 - Dimensões do rendimento esportivo – Adaptado de Thiengo
pelas instituições reguladoras da
102 103
A partir das premissas apresen- tuição e seus profissionais consi- para acesso aos fundos do Pro-
tadas sugere-se que o currículo derarem importantes para a for- grama Evolução. A seguir serão
contemple as características da mação dos/das jovens. apresentados os itens recomen-
instituição esportiva proponen- dados para auxiliar a construção
te e os encaminhamentos para a Cabe destacar que no Manual do currículo pela instituição, com
formação integral e esportiva dos Orientador foram discutidos os exemplos do contexto do futsal.
jogadores e jogadoras de futsal, itens sugeridos para o currículo
bem como outros que a insti- e apresentadas as orientações

É importante destacar que os conteúdos a seguir não compõem


um currículo, mas são ideias para materializar a sua construção.

ORIENTAÇÕES COM ORIENTAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE JOGADORES DE


FUTSAL DE ALTO RENDIMENTO A NÍVEL MUNDIAL, CONTINENTAL,
NACIONAL E REGIONAL
Preservação dos direitos da criança e do adolescente e respeito pela legislação, objetivos,
A instituição esportiva
Valores, missão e visão
diretrizes, estratégias, formação do pessoal técnico, legislação, sistema de competição e
referências para o desempenho esportivo.

Instituição esportiva Formação esportiva


Valores - Missão - Visão do futuro Etapas - Fases - Objetivos
Objetivos de curto, médio e longo prazo. Número de jogadores/jogadoras
Recursos estruturais, materiais, humanos e Tempo disponível
financeiros. Perfil dos/as egressos/as
Áreas de conhecimento para apoiar a Conteúdo:
formação de jogadores/as de alto Dimensões históricas, sociais,
rendimento (administrativo, financeiro, culturais, psicológicas, estratégicas, Valores Missão Visão de futuro
marketing, saúde, educacional, jurídico, táticas, técnicas e físicas.
entre outros).
São os princípios A razão ou Como a instituição
Esferas conceituais, atitudinais e
Organograma - cargos e funções procedimentais.
inegociáveis para a motivação da deseja ser
Suporte à inovação, tecnologia e Métodos e meios de ensino e instituição. existência da instituiçã. reconhecida.
desenvolvimento. formação.
Relacionamento com a comunidade. Atividades de exemplo. Compromisso, esforço e respeito. Promover entretenimento por Ser a instituição com o maior
meio do futsal do alto rendimen- número de jogadores/as convo-
Sistema de competição.
to, com jogadoras e/ou jogadores cados para a seleção nacional de
Formação integral Sistema de avaliação de desempenho identificados com a comunidade futsal na categoria principal.
Educação formal - escolaridade. esportivo e preparação esportiva. sede da instituição.
Educação transversal - tópicos
relacionados à profissão: doping,
arbitragem, imprensa, planejamento
carreira e pós-carreira, uso de mídia
Objetivos
digital, transferências, etc.
Orientação para família e Objetivos de curto prazo Objetivos de médio prazo Objetivos de longo prazo
intermediários. Até 1 ano Até 3 anos Acima de 3 anos

Classificar as equipes de base da Possuir uma jogadora da insti- Compor a equipe principal (adul-
Tabela 8 - (adaptado de Thiengo, 2019)
instituição entre as quatro pri- tuição convocada em cada cate- ta) com 30% (5) dos jogadores e/
meiras classificadas na principal goria das seleções nacionais de ou jogadoras oriundas das cate-
nacional. base feminina. gorias base da instituição.

104 105
Recursos estruturais, materiais,
humanos e financeiros
Recursos estruturais Recursos humanos
2 quadras de 40 m. de comprimento x 20 m. de pro- 6 treinadores/as, 6 auxiliares, 2 treinadores/as de go-
fundidade, 2 vestiários com capacidade para 30 pes- leiros/as, 2 coordenadores/as, 2 fisioterapeutas, en-
soas, 1 sala para reuniões, etc. tre outros.

Recursos materiais Recursos financeiros


60 bolas de futsal, 200 pratos demarcatórios, 100 co- Orçamento atribuído ao processo de formação
letes, etc. anualmente ou em relação a cada jogador mensal-
mente (um milhão de dólares para 277 jogadores). Formação multidisciplinar
Áreas do conhecimento (formação multidisciplinar) que suportam o processo de formação das
jogadoras e jogadores.
Administrativa, financeira, marketing, saúde (medicina esportiva, fisioterapia, massoterapia, odontologia, nu-
trição, biomecânica, fisiologia, etc.), educacional (docentes de apoio), psicológica, jurídica, social (assistência
social), entre outras.

Organograma institucional

Coordenador/a do futsal juvenil


Coordenador/a do núcleo Coordenador/a do núcleo Coordenador/a do núcleo
de saúde rendimento esportivo de assistência pessoal

Medicina, fisioterapia, Comissões técnicas, Administração, jurídico,


nutrição, odontologia, análise do rendimento educacional, psicologia, etc.
enfermagem, etc. esportivo, etc.

Jogadores/as das equipes Sub-15, Sub-17 e Sub-20

Cargos e funções - Formação, competências (conceituais – saber sobre; procedimentais saber fazer e ati-
tudinais – saber ser), responsabilidades, carga horária de trabalho, remuneração, critérios de avaliação do
sistema de promoção e qualificação.

Função: Treinador Categoria Sub-17 Carga horária: 44 h/semanais.

Formação: Licença B, Competências Remuneração: Cálculo com base em cada AM


(dólares/mês)
Conceituais: Dominar os princípios metodológicos
dos métodos de treinamento destinados; procedi- Critérios para avaliação e promoção: Concluir a Li-
mentais: saber realizar avaliações objetivas do ren- cença A, dominar um idioma estrangeiro, cumprir
dimento esportivo, etc. – atitudinais: agir como um 70% das metas de promoção dos jogadores da sua
formador/a esportivo. equipe para categoria posterior e obter 50% das me-
tas esportivas da equipe no ano.
Responsabilidades: Planejar, ministrar e avaliar a
preparação e a atividade competitiva da equipe Sub-
17; auxiliar o treinador/a da equipe Sub-20.

106 107
Apoio a inovação, tecnologia e Formação integral
desenvolvimento institucional
Educação formal Educação transversal
Inovação e tecnologia Desenvolvimento institucional
Acesso à educação formal (escolaridade). Programa de educação transversal.
Acordo de cooperação com universidades para análi- Programa de aproveitamento de água das chuvas,
Convênios com escolas e faculdades do munícipio, Curso de primeiros socorros, clínica de culinária, reu-
se estatística dos dados de controle da carga interna utilização de energia solar, entre outros.
oferecimento de transporte escolar, aulas de reforço niões com familiares, cursos de planejamento finan-
e externa manifestada e atribuída aos jogadores/as.
escolar e idiomas, entre outras medidas. ceiro, etc.

Relacionamento com a comunidade


Comunicação institucional Ações instituições
(contínua, formal e informal) Visitas às escolas do munícipio pelos integrantes
Via mídias sociais ou presencial – Campanhas pro- das equipes e formadores, visitas de grupos às insti-
mocionais, visita de mascotes, entre outras. tuições esportivas, a organização de eventos sociais,
o desenvolvimento das escolas de futsal (iniciação
esportiva sistemática) e promoção da prática espor-
tiva de forma assistemática e amadora, entre outras.

108 109
Tempo disponível
Número de microciclos por Número de sessões por Tempo de duração das sessões:
temporada: microciclo: • Categoria Sub-20 – 90 min.
• Categoria Sub-20 – 48 • Categoria Sub-20 – 6 • Categoria Sub-17 – 80 min.
• Categoria Sub-17 – 44 • Categoria Sub-17 – 5 • Categoria Sub-15 – 70 min.
• Categoria Sub-15 – 40 • Categoria Sub-15 – 4

Tempo total disponível:


Categoria sub-20 Categoria sub-17 Categoria sub-15
• 1er ano: 25.920 min • 1er ano: 17.600 min • 1er ano: 11.200 min
• 2er ano: 25.920 min • 2er ano: 17.600 min • 2er ano: 11.200 min
• 3er ano: 25.920 min

Total: 77.760 min / 1.296 horas. Total: 35.200 min / 586 horas. Total: 22.400 min / 373 horas.

Formação esportiva Tempo total disponível na etapa


de especialização esportiva no
futsal: 135.360 min / 2.255 horas.
Etapas, fases e perfil do egresso/a
Etapas e fases
Etapas da formação: iniciação e especialização.
Fases da especialização esportiva e objetivos gerais.
Especialização 1 (Sub-15) – Aprendizagem dos principais táticos específicos do modelo de jogo.
Especialização 2 (Sub-17) – Aprimoramento dos aspectos relacionados as diferentes dimensões do rendi-
mento esportivo de maneira individualizada e por posições
Especialização 3 (Sub-20) – Treinamento da estratégia competitiva em contextos de adversidade contextual

Número de jogadores ou jogadoras por categoria:


Especialização 1 (Sub-15) – 10 Especialização 2 (Sub-17) – 10 Especialização 3 (Sub-20) - 15
Goleiros/as - 2 Goleiros/as - 2 Goleiros/as -3
Alas - 4 Alas - 4 Alas - 6
Fixos/Beques – 2 Fixos/Beques – 2 Fixos/beques - 3
Pivôs – 2 Pivôs – 2 Pivôs - 3

Perfil do egresso/a
O jogador ou a jogadora formado/a pela instituição deve compreender a importância da equipe para a comu-
nidade, sendo referência para os e as jogadores e jogadoras mais jovens. Deve ser versátil (atuando nas quatro
posições/funções), eficiente e atuar com paixão e inteligência

O perfil do/da egressa também pode ser apresentado por posição.

110 111
Dimensões do rendimento esportivo,
esferas do conhecimento e meios e
métodos
Dimensões do rendimento esportivo
A formação esportiva dos jogadores e jogadoras inseridas no futsal
juvenil/base se concretizará pelos conteúdos ministrados nas diferen-
tes dimensões do rendimento esportivo distribuídos pelas diferentes
fases/categorias do processo de formação.

Dimensão histórica, social e Técnica: esferas conceitual (saber definir),


cultural: técnicas com bola (passe, con- procedimental (saber fazer) e ati-
história da instituição, remune- dução, finalização, etc.) ou sem tudinal (saber ser).
ração dos jogadores/as de futsal. bola (deslocamentos, saltos, giros,
etc.) Conceitual (saber sobre): Dimensões do Esferas do conhecimento
Dimensão psicológica: saber definir marcação, saber defi- rendimento
autoconhecimento, controle da Física: nir carboidratos, etc. desportivo Conceitual ou Procedimental ou Atitudinal o
sistemas de fornecimento de Saber sobre Saber fazer Saber ser
ansiedade, concentração, etc.
energia (aeróbio e anaeróbio), ca- Procedimental (saber fazer):
Dimensão estratégica: pacidades físicas (manifestações saber finalizar com ambos os pés, Histórica, Conhecer as Reconhecer os aspectos Desenvolver a coragem
atuar com vantagem no placar, da força, manifestações da veloci- saber realizar a marcação à zona. social e características da positivos de se jogar para enfrentar ambientes
plano de ataque com o golei- dade), etc. cultural torcida adversária “fora de casa” hostis
ro-linha, etc. Atitudinal (saber ser):
Esferas do conhecimento: saber agir com fair play, ser dedi-
independente da dimensão do cado, etc. Diferenciar os efeitos Aprimorar a Manter a tranquilidade em
Dimensão tática:
rendimento esportivo, o currícu- Psicológica da fadiga física e concentração sob fadiga ambientes com
Princípios/conceitos táticos es- física e psíquica
psíquica elevado ruído
pecíficos, modelo de jogo, desen- lo deverá possibilitar que os con-
ho de jogo, etc. teúdos sejam desenvolvidos nas
Identificar os/as Resistir ao ataque Desenvolver a máxima
Estratégica adversários (rias) com do goleiro/a dedicação na manutenção
maior capacidade ofensiva adversário do desenho defensivo

Definir os setores com Treinar a defesa de Manter a cooperação


Tática maior oportunidade de expulsão com triângulo entre os membros
conquista da bola de vértice alto da equipe

Estudar a eficiência Practicar a Assumir o risco da


Técnica das finalizações finalização de finalização na meta
da equipe longa distância adversária

Compreender os Desenvolver a Praticar a pausa


Física efeitos da fadiga potência aneróbia ativa para otimizar a
periférica láctica recuperação

Quadro 9 - Exemplos de objetivos e conteúdos nas diferentes dimensões do rendimento desportivo e esferas do conhecimento no currículo
para a formação de jogadores/as de futsal de alto rendimento na categoria Sub-20

112 113
Sistema de competições
Número, o tipo, a duração, o nível de dificuldade (regional, nacional e
internacional) e objetivos da atividade competitiva.
Categoria Sub-15 Categoria Sub-17 Categoría sub-20
1 competição regional (objetivo: 1 competição estadual (objetivo: 1 competição estadual (objetivo:
finalista) e 1 competição estadual semifinalista) e 1 competição na- semifinalista), 1 competição na-
(objetivo: semifinalista) – 30 jo- cional (objetivo: semifinalista) – cional (objetivo: semifinalista) e 1
gos/temporada. 45 jogos/temporada competição internacional (objeti-
vo: 2ª fase) – 60 jogos/temporada.

Sistema de avaliação do rendimento


esportivo
Dimensão do rendimento esportivo: física Dimensão do rendimento esportivo: tática

Tipo: quantitativa Tipo: qualitativa

Frequência: bimestral Frequência: semanal

Método: antropométrico – mensuração das dobras Método: análise qualitativa – Princípios táticos
cutâneas e diâmetros ósseos específicos

Equipamentos: adipômetro e paquímetro Equipamentos: filmadora, computador portátil e


software específico

Sistema de avaliação da preparação


esportiva
Monitoramento, controle e avaliação dos Monitoramento dos objetivos estabelecidos no
conteúdos ministrados processo de formação
Controle do tempo de treinamento destinado as Número de jogadores ou jogadoras promovidas as
ações ofensivas, efetividade dos meios e métodos de categorias subsequentes, avaliação do investimento
treinamento utilizados, etc. dos recursos financeiros empregados, entre outros.

114 115
O que sugerimos agora é que cada clube ou federação des-
creva cada um dos tópicos abaixo expostos a partir de sua
realidade. Trata-se de uma folha em branco a ser preenchida
de acordo com o contexto e a vocação de cada instituição.
Mãos à obra!

“Uma folha em branco”


Um convite para as confederações,
federações, clubes e demais
instituições esportivas para a
construção do seu currículo destinado
ao futsal juvenil/base
116 117
Referências

6
Referências Anselmi, H. Cantidad de Calidad. Buenos Aires. Stadium, 2015.

Bayer, C. La enseñanza de los juegos deportivos colectivos. Barcelona. Hispano Europea, 1992.

Bompa, T. Entrenamiento de equipos deportivos. Barcelona. Paidotribo, 2015.

Bompa, T. Periodización del entrenamiento deportivo. Barcelona. Paidotribo, 2016.

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CONMEBOL
DEPARTAMENTO DE
DESENVOLVIMENTO - 2020
EVOLUÇÃO É CONMEBOL

Publicação Oficial do Departamento de


Desenvolvimento da Confederação Sul-
Americana de Futebol (CONMEBOL)

PRESIDENTE:
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SECRETÁRIO GERAL:
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SECRETARIA GERAL ADJUNTA/DIRETORIA


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EDIÇÃO:
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