Trabalho de Psicologia Geral
Trabalho de Psicologia Geral
Trabalho de Psicologia Geral
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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 4
1. Introdução
1.3. Métodos
A metodologia usada para a realização deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica que
consistiu na leitura do módulo da disciplina e de alguns manuais electrónicos de formato pdf
que abordam a temática em epígrafe consultados através da Internet. Importa referir que todos
os manuais consultados encontram-se devidamente citados ao longo do texto e as respectivas
referências encontram-se na última página do trabalho.
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2.1. Afecto
Do latim, affectio, o termo afecto descreve a disposição de um indivíduo por algo. É, muitas
das vezes, descrito como um sentimento de carinho ou de ternura por alguém ou por algo, seja
esse positivo ou negativo (Sousa, 2022).
Alguém pode ter afecto por um objecto, por uma pessoa, por um animal, um lugar ou mesmo
por uma ideia. O termo se originou da palavra latina affectus, qual significa afeição ou estar
inclinado a. E a sua raiz vem ainda de afficere, qual possui o significado de fazer algo a
alguém, correspondendo esse termo a afectar (Idem).
Para Wallon (1968, pp. 149), “as influencias afectivas que rodeiam a criança desde o berço
não podem deixar de exercer uma acção determinante na sua evolução mental. Não porque
originem completamente as suas atitudes e as suas maneiras de sentir mas, pelo contrario,
precisamente porque se dirigem, a medida que eles vão despertando, aos automatismos que o
desenvolvimento espontâneo das estruturas nervosas mantem em potencia e, por seu
intermédio, as reacções intimas e fundamentais. Assim se mistura o social com o orgânico”.
Dessa maneira, poderíamos estabelecer que o afecto é uma transformação, à medida que, ao
sermos afectados, o nosso organismo recebe os estímulos que são traduzidos em impulsos
eléctricos e conduzidos ao nosso cérebro. Este por sua vez, traduz tais estímulos em acções
fisiológicas e dispara novos impulsos eléctricos em forma de ordenamentos ao nosso sistema
nervoso central que acciona partes específicas de nosso corpo, um reflexo, um tic, um suor a
mais, um desconforto estomacal, gastrointestinal, paralisia momentânea, irritação desmedida,
angústia, riso, choro, um ou mais sintomas perceptíveis concomitantes ou sequenciais.
Como refere Silva (2017), quando nos referimos aos afectos, resgatamos os conceitos dos
movimentos em nosso corpo, de sua parte observável. Uma risada súbita, angústia, aumento
da serotonina ou adrenalina no sangue. Aumento dos batimentos cardíacos. Em suma os
afectos nos transformam, no sentido literal do termo, nos colocam em uma nova condição em
relação a nos mesmos e em relação aos estímulos futuros. Tais afectos podem causar
movimento de acomodação, à medida que situações, ou melhor, afectos semelhantes forem
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2.2.1. Emoção
Segundo Mahoney & Almeida (2007, pp.17), “a exteriorização da afectividade, é a sua
expressão corporal, motora. Tem um poder plástico, expressivo e contagioso; é o recurso de
ligação entre o orgânico e o social: estabelece os primeiros laços com o mundo humano e,
através deste, com o mundo físico e cultural. As emoções compõem sistemas de atitudes
reveladas pelo tônus (nível de tensão muscular), combinado com intenções conforme as
diferentes situações. Das oscilações viscerais e musculares se diferenciam as emoções e se
estabelecem os padrões posturais para o medo, alegria, raiva, ciúme, tristeza, etc. A emoção é
uma forma de participação mutua, que funde as relações interindividuais. Ela estimula o
desenvolvimento cognitivo e, assim, propicia mudanças que tendem a diminuí-la”.
Para Dalgalarrondo (2000, pp.100), “as emoções podem ser definidas como reacções afectivas
agudas, momentâneas, desencadeadas por estímulos significativos. Assim, a emoção é um
estado afectivo intenso, de curta duração, originado geralmente como uma reacção do
indivíduo a certas excitações internas ou externas, conscientes ou inconscientes”.
Uma revisão aprofundada da literatura permitiu identificar três componentes que, de uma
maneira relativamente consensual, são tidas como essenciais para definir o que é a emoção,
embora nem todos os investigadores concordem com a necessidade da presença simultânea
destas três componentes para a sua ocorrência (Dias, Cruz & Fonseca, 2008). A primeira
componente refere-se à presença de reacções ou alterações fisiológicas, geralmente
padronizadas numa emoção, que podem incluir alterações no sistema nervoso autónomo
(como o aumento da frequência cardíaca, pressão arterial e condutância epitelial), na
actividade cerebral e/ ou nas segregações hormonais A segunda diz respeito a um conjunto de
variáveis, nomeadas como ‘tendências para a acção’, que provocam acções como ataque,
evitamento, aproximação ou afastamento de um lugar ou indivíduo. O terceiro refere-se à
experiência subjectiva da emoção (Dias, Cruz & Fonseca, 2008).
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Propostas mais recentes como a de Le Doux (1996), consideram que a emoção se constitui
como função biológica do sistema nervoso e cada emoção está conectada a uma rede cerebral
distinta. Assim, as emoções emergem como fios que interligam a vida mental, repletas de
sangue, suor e lágrimas, definindo quem somos ‘nós para nós’ e ‘nós para os outros’, bem
como o rumo de cada acção.
2.2.2. Sentimento
Em nenhum momento de seus escritos encontramos a palavra raiva, cólera ou ira para se
referir a sentimentos, sendo estas, no entendimento de Wallon manifestações emocionais.
Como podemos perceber na análise do conceito de sentimento proposto por Wallon existe
diferença fundante entre o conceito de emoção e de afectividade. Mesmo uma podendo agir
sobre a outra, para o autor, os sentimentos configuram-se como estados subjectivos de maior
duração, que podem ou não resultar em uma reacção orgânico-fisiológica, isto é, pode ou não
disparar uma emoção e desencadear uma manifestação emocional, de influências decisivas
sobre a psique e constituição da personalidade. Distingue-se das emoções, por sua
intensidade, instantaneidade, e durabilidade, por não apresentar a mesma reactividade das
emoções que, na leitura corrente sobre a temática, desperta certa irracionalidade na criança.
Os sentimentos para Wallon estão mais próximos da razão de que de fato, da emoção.
Podemos aqui propor que os sentimentos são a representações das emoções, a essência
afectiva mais próxima da razão do que da emoção, de modo que é influenciado pelas
emoções, mas se apresenta como uma representação de emoção mais cognitivizada. Um
sentimento pode ser concebido como a capacidade psíquica de transformar em imagem
simbólica nossas emoções.
Para Mahoney & Almeida (2005), a emoção tem um começo preciso, corresponde a um
objecto específico e tem uma duração relativamente breve com predomínio da activação
fisiológica enquanto os sentimentos não implicam reacções instantâneas e directas como a
emoção pois correspondem à expressão representacional da afectividade. Sendo assim, os
sentimentos constituem manifestações mais evoluídas que aparecem de forma mais tardia
como, por exemplo, o amor.
Damásio (1996) defende a concepção de que os sentimentos e as emoções são uma percepção
directa de nossos estados corporais e constituem um elo indispensável entre o corpo e a
consciência. Para ele, há uma distinção significativa entre os termos sentimento e emoção,
pois sentimento deve ser usado para a experiência mental da emoção enquanto se utiliza o
termo emoção para o conjunto de reacções orgânicas aos estímulos externos (sendo, na sua
maioria, observáveis).
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Além disso, ao abordar a base neural das emoções e dos sentimentos, Damásio (1996) refere
que o estado emocional pode ser experimentado de forma inconsciente e diferencia o
sentimento em dois estados: um que pode ser representado inconscientemente e o outro que é
consciente, portanto, observado pela pessoa. Para ele, todas as emoções suscitam sentimentos,
mas nem todos sentimentos são originados por emoções, sendo que os sentimentos que são
causados pelas emoções são chamados sentimentos de emoções e os sentimentos que não são
gerados pelas emoções são designados como sentimentos de fundo, que possuem origem em
estados corporais e não emocionais (são conscientes e mais frequentes). Já Le Doux (2007)
define os sentimentos como emoções conscientes, ou, em outras palavras, conscientização da
emoção e afirma que para o sentimento ocorrer é necessário a presença de três componentes
processuais provocados pela emoção: a representação do estímulo emocional, a recuperação
de significados relacionados a esse estímulo e a percepção consciente de estados corporais.
Gray e Watson (2001) propõem uma outra diferenciação baseada na separação de emoções e
sentimentos e de humor e temperamento. Considera que os aspectos que distinguem esses
afectos são a duração, o objecto e o estado uma vez que a emoção se refere a um estado de
curta duração (de segundos somente) em relação a um objecto específico enquanto o humor
tem um estado de longa duração que varia entre minutos a dias e não é dirigido a um objecto
específico. O temperamento, por seu turno, pode durar de meses a anos, sendo ainda mais
durável do que o humor, dependendo das circunstâncias pessoais em que se expressam.
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3. Conclusão
Referências Bibliográficas
Damásio, A. (1996). O Erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. São Paulo:
Companhia das Letras.
DIAS, C.; CRUZ, J. F.; FONSECA, A. M. (2008). Emoções: passado, presente e futuro.
Psicologia.