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Trabalho de Psicologia Geral

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Processos Afectivos: Sentimento e Emoção

Nome da estudante: Sílvia Silva Paizano


Código da estudante: 708214000

Curso: Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa


Disciplina: Psicologia Geral
Ano de Frequência: 1º Ano
Turma: W
Docente: Dr. Amad Gil Anduluce

Quelimane, Junho de 2022


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(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
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Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria:

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Índice

1. Introdução ............................................................................................................................... 4

2. Processos afectivos: Sentimento e Emoção ............................................................................ 5

2.1. Afecto .................................................................................................................................. 5

2.2. Tipos de afectos ................................................................................................................... 6

2.2.1. Emoção ............................................................................................................................. 6

2.2.2. Sentimento ........................................................................................................................ 7

2.3. Diferença entre Emoções e Sentimentos ............................................................................. 8

Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 11


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1. Introdução

O presente trabalho é sobre “Processos Afectivos: Sentimento e Emoção”. A génese dos


processos afectivos e sua função no desenvolvimento humano tem se revelado objecto de
pesquisas empíricas e não empíricas, cuja finalidade é cernir a polissemia que envolve o
conceito afecto/afectividade. A fundamentação filosófica do afecto, enquanto disposição
humana (teoria do filósofo grego Aristóteles) e de sua constituição na perspectiva histórico
cultural (funções psicológicas e sociais), nos permite compreender a relevância das relações
afectivas em todas as etapas de desenvolvimento infanta juvenil.

Inúmeras são as abordagens que ressaltam a importância da afectividade para as relações


humanas e como tais relações interferem positiva ou negativamente em nosso
comportamento, influenciando sobremaneira o processo de aprendizagem, o convívio social e
as demandas mais elementares da vida cotidiana. Os estudos da psicologia (Piaget, 1994;
Vygotsky, 1991), entre outros, mostram como os processos afectivos são fundamentais na
constituição de nossa identidade pessoal e social. Conforme a Teoria Psicogenética do
Desenvolvimento Humano, os processos afectivos estão na genética humana e, não obstante,
sujeitos às condições socioculturais de cada indivíduo.

1.1. Objectivo Geral

 Compreender Processos afectivos.

1.2. Objectivos específicos

 Explicar o conceito afecto;


 Identificar os tipos de afecto;
 Distinguir sentimento da emoção.

1.3. Métodos

A metodologia usada para a realização deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica que
consistiu na leitura do módulo da disciplina e de alguns manuais electrónicos de formato pdf
que abordam a temática em epígrafe consultados através da Internet. Importa referir que todos
os manuais consultados encontram-se devidamente citados ao longo do texto e as respectivas
referências encontram-se na última página do trabalho.
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2. Processos afectivos: Sentimento e Emoção

2.1. Afecto
Do latim, affectio, o termo afecto descreve a disposição de um indivíduo por algo. É, muitas
das vezes, descrito como um sentimento de carinho ou de ternura por alguém ou por algo, seja
esse positivo ou negativo (Sousa, 2022).

Alguém pode ter afecto por um objecto, por uma pessoa, por um animal, um lugar ou mesmo
por uma ideia. O termo se originou da palavra latina affectus, qual significa afeição ou estar
inclinado a. E a sua raiz vem ainda de afficere, qual possui o significado de fazer algo a
alguém, correspondendo esse termo a afectar (Idem).

Assim, afecto é a “sensação subjectiva e imediata que o indivíduo experimenta em relação a


um objecto, situação ou pessoa e que orienta o seu comportamento” (Pestana & Páscoa, 1995,
p 14).

Para Wallon (1968, pp. 149), “as influencias afectivas que rodeiam a criança desde o berço
não podem deixar de exercer uma acção determinante na sua evolução mental. Não porque
originem completamente as suas atitudes e as suas maneiras de sentir mas, pelo contrario,
precisamente porque se dirigem, a medida que eles vão despertando, aos automatismos que o
desenvolvimento espontâneo das estruturas nervosas mantem em potencia e, por seu
intermédio, as reacções intimas e fundamentais. Assim se mistura o social com o orgânico”.

Dessa maneira, poderíamos estabelecer que o afecto é uma transformação, à medida que, ao
sermos afectados, o nosso organismo recebe os estímulos que são traduzidos em impulsos
eléctricos e conduzidos ao nosso cérebro. Este por sua vez, traduz tais estímulos em acções
fisiológicas e dispara novos impulsos eléctricos em forma de ordenamentos ao nosso sistema
nervoso central que acciona partes específicas de nosso corpo, um reflexo, um tic, um suor a
mais, um desconforto estomacal, gastrointestinal, paralisia momentânea, irritação desmedida,
angústia, riso, choro, um ou mais sintomas perceptíveis concomitantes ou sequenciais.

Como refere Silva (2017), quando nos referimos aos afectos, resgatamos os conceitos dos
movimentos em nosso corpo, de sua parte observável. Uma risada súbita, angústia, aumento
da serotonina ou adrenalina no sangue. Aumento dos batimentos cardíacos. Em suma os
afectos nos transformam, no sentido literal do termo, nos colocam em uma nova condição em
relação a nos mesmos e em relação aos estímulos futuros. Tais afectos podem causar
movimento de acomodação, à medida que situações, ou melhor, afectos semelhantes forem
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acontecendo, as respostas fisiológicas e neurológicas passam a ser mais amenas em relação à


experiência anterior. Ou não se acomodar, produzindo a mesma resposta em decorrência de
afectos recorrentes. Ou também, produzir outras reacções fisiológicas, neurais, indesejáveis.
Não está sendo proposto aqui um condicionamento de nosso corpo, mas sim um entendimento
das reais implicações de um afecto em nosso organismo e consequentemente seus reflexos
para a conduta sociável.

2.2. Tipos de afectos

2.2.1. Emoção
Segundo Mahoney & Almeida (2007, pp.17), “a exteriorização da afectividade, é a sua
expressão corporal, motora. Tem um poder plástico, expressivo e contagioso; é o recurso de
ligação entre o orgânico e o social: estabelece os primeiros laços com o mundo humano e,
através deste, com o mundo físico e cultural. As emoções compõem sistemas de atitudes
reveladas pelo tônus (nível de tensão muscular), combinado com intenções conforme as
diferentes situações. Das oscilações viscerais e musculares se diferenciam as emoções e se
estabelecem os padrões posturais para o medo, alegria, raiva, ciúme, tristeza, etc. A emoção é
uma forma de participação mutua, que funde as relações interindividuais. Ela estimula o
desenvolvimento cognitivo e, assim, propicia mudanças que tendem a diminuí-la”.

Para Dalgalarrondo (2000, pp.100), “as emoções podem ser definidas como reacções afectivas
agudas, momentâneas, desencadeadas por estímulos significativos. Assim, a emoção é um
estado afectivo intenso, de curta duração, originado geralmente como uma reacção do
indivíduo a certas excitações internas ou externas, conscientes ou inconscientes”.

Uma revisão aprofundada da literatura permitiu identificar três componentes que, de uma
maneira relativamente consensual, são tidas como essenciais para definir o que é a emoção,
embora nem todos os investigadores concordem com a necessidade da presença simultânea
destas três componentes para a sua ocorrência (Dias, Cruz & Fonseca, 2008). A primeira
componente refere-se à presença de reacções ou alterações fisiológicas, geralmente
padronizadas numa emoção, que podem incluir alterações no sistema nervoso autónomo
(como o aumento da frequência cardíaca, pressão arterial e condutância epitelial), na
actividade cerebral e/ ou nas segregações hormonais A segunda diz respeito a um conjunto de
variáveis, nomeadas como ‘tendências para a acção’, que provocam acções como ataque,
evitamento, aproximação ou afastamento de um lugar ou indivíduo. O terceiro refere-se à
experiência subjectiva da emoção (Dias, Cruz & Fonseca, 2008).
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Propostas mais recentes como a de Le Doux (1996), consideram que a emoção se constitui
como função biológica do sistema nervoso e cada emoção está conectada a uma rede cerebral
distinta. Assim, as emoções emergem como fios que interligam a vida mental, repletas de
sangue, suor e lágrimas, definindo quem somos ‘nós para nós’ e ‘nós para os outros’, bem
como o rumo de cada acção.

Damásio (1996) classifica as emoções como primárias (emoções inatas, evolutivas e


compartilhadas por todos que envolvem disposições inatas para responder a determinadas
classes de estímulo controladas pelo sistema límbico) e secundárias (emoções sociais,
aprendidas e produto da aprendizagem que envolvem categorizações de representações de
estímulos, avaliadas como boas ou ruins e que têm as estruturas do córtex cerebral como
substrato neural). Considera, também, o sentimento associado a essas emoções e descreve a
emoção como uma fusão de um processo avaliatório mental, simples ou complexo, com
respostas dispositivas a esse processo que são orientadas maioritariamente para o corpo,
resultando num estado emocional do corpo, mas também, dirigidas ao próprio cérebro,
ocasionando alterações mentais adicionais.

2.2.2. Sentimento

Sentimento é o “estado afectivo em que em que predomina a experiência interior e cognitivo”


(Pestana & Páscoa, 1995, p. 197). Esse carácter subjectivo distingue-o da emoção, mas faz
com que certas correntes da psicologia, mais objectiva, não lhe façam referência e incluam na
emoção sociais, e é em função disto que a forma como são avaliados esses sentimentos
depende do contexto social, pois algumas expressões faciais podem constituírem insulto para
uns e para outras a melhor forma de expressar o amor e alegria.

Quando Wallon (1971) se referiu a sentimentos em seus escritos utilizou correntemente as


expressões, “sentimento de autonomia”, “sentimento de superioridade”, sentimento de
rivalidade”, “sentimento de responsabilidade”, “sentimento de alegria”, “sentimento de
angustia”, “sentimento de aflição”, “sentimento de desacordo de inquietação”, “sentimentos
de hostilidade”. E também as palavras “Amizade”, “Angustia”, “aflição” “Personalidade”,
“superioridade”, “rivalidade”, “alegria”, “angustia”, “aflição” “responsabilidade”, para se
referir às manifestações de sentimentos.
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Em nenhum momento de seus escritos encontramos a palavra raiva, cólera ou ira para se
referir a sentimentos, sendo estas, no entendimento de Wallon manifestações emocionais.

Como podemos perceber na análise do conceito de sentimento proposto por Wallon existe
diferença fundante entre o conceito de emoção e de afectividade. Mesmo uma podendo agir
sobre a outra, para o autor, os sentimentos configuram-se como estados subjectivos de maior
duração, que podem ou não resultar em uma reacção orgânico-fisiológica, isto é, pode ou não
disparar uma emoção e desencadear uma manifestação emocional, de influências decisivas
sobre a psique e constituição da personalidade. Distingue-se das emoções, por sua
intensidade, instantaneidade, e durabilidade, por não apresentar a mesma reactividade das
emoções que, na leitura corrente sobre a temática, desperta certa irracionalidade na criança.
Os sentimentos para Wallon estão mais próximos da razão de que de fato, da emoção.

Podemos aqui propor que os sentimentos são a representações das emoções, a essência
afectiva mais próxima da razão do que da emoção, de modo que é influenciado pelas
emoções, mas se apresenta como uma representação de emoção mais cognitivizada. Um
sentimento pode ser concebido como a capacidade psíquica de transformar em imagem
simbólica nossas emoções.

2.3. Diferença entre Emoções e Sentimentos

Para Mahoney & Almeida (2005), a emoção tem um começo preciso, corresponde a um
objecto específico e tem uma duração relativamente breve com predomínio da activação
fisiológica enquanto os sentimentos não implicam reacções instantâneas e directas como a
emoção pois correspondem à expressão representacional da afectividade. Sendo assim, os
sentimentos constituem manifestações mais evoluídas que aparecem de forma mais tardia
como, por exemplo, o amor.

Damásio (1996) defende a concepção de que os sentimentos e as emoções são uma percepção
directa de nossos estados corporais e constituem um elo indispensável entre o corpo e a
consciência. Para ele, há uma distinção significativa entre os termos sentimento e emoção,
pois sentimento deve ser usado para a experiência mental da emoção enquanto se utiliza o
termo emoção para o conjunto de reacções orgânicas aos estímulos externos (sendo, na sua
maioria, observáveis).
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Além disso, ao abordar a base neural das emoções e dos sentimentos, Damásio (1996) refere
que o estado emocional pode ser experimentado de forma inconsciente e diferencia o
sentimento em dois estados: um que pode ser representado inconscientemente e o outro que é
consciente, portanto, observado pela pessoa. Para ele, todas as emoções suscitam sentimentos,
mas nem todos sentimentos são originados por emoções, sendo que os sentimentos que são
causados pelas emoções são chamados sentimentos de emoções e os sentimentos que não são
gerados pelas emoções são designados como sentimentos de fundo, que possuem origem em
estados corporais e não emocionais (são conscientes e mais frequentes). Já Le Doux (2007)
define os sentimentos como emoções conscientes, ou, em outras palavras, conscientização da
emoção e afirma que para o sentimento ocorrer é necessário a presença de três componentes
processuais provocados pela emoção: a representação do estímulo emocional, a recuperação
de significados relacionados a esse estímulo e a percepção consciente de estados corporais.

Gray e Watson (2001) propõem uma outra diferenciação baseada na separação de emoções e
sentimentos e de humor e temperamento. Considera que os aspectos que distinguem esses
afectos são a duração, o objecto e o estado uma vez que a emoção se refere a um estado de
curta duração (de segundos somente) em relação a um objecto específico enquanto o humor
tem um estado de longa duração que varia entre minutos a dias e não é dirigido a um objecto
específico. O temperamento, por seu turno, pode durar de meses a anos, sendo ainda mais
durável do que o humor, dependendo das circunstâncias pessoais em que se expressam.
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3. Conclusão

A afectividade constitui um domínio complexo, abrangente e subjectivo pensado por diversos


teóricos ao longo do tempo, com pontos de vista diferentes embora em alguns aspectos
complementares, pelo que consiste num fenómeno de difícil conceptualização uma vez que é
composto por múltiplos elementos que comportam diferentes e variadas formas de pensar e
compreender as emoções e os sentimentos.

A afectividade engloba tanto as emoções como os sentimentos e, inclui sensações de


prazer/desprazer ou, de outra forma, tonalidades agradáveis/desagradáveis.

A principal diferença entre as emoções e o sentimento reside, sobretudo, na intensidade dos


estímulos que causam e no tempo que duram. A emoção é uma reacção brusca e intensa a
determinados estímulos e esta reacção não dura tanto, diferentemente do sentimento em que a
reacção tende a ser estável e muitas vezes desconhecemos o estímulo desencadeador.
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Referências Bibliográficas

DALGALARRONDO, P. (2000). Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais.


Porto Alegre: Artes Médicas.

Damásio, A. (1996). O Erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. São Paulo:
Companhia das Letras.

DIAS, C.; CRUZ, J. F.; FONSECA, A. M. (2008). Emoções: passado, presente e futuro.
Psicologia.

MAHONEY, A. A.; ALMEIDA, L. R. (2007). Afectividade e aprendizagem: contribuições de


Henri Wallon. São Paulo: Edições Loyola.

PESTANA, E., PÁSCOA, A. (1995). Dicionário Breve de Psicologia.Lisboa: Editora


Presença.

SILVA, R. F. Da (2017). As Emoções e Sentimentos na Relação Professor-Aluno e Sua


Importância Para o Processo de Ensino e Aprendizagem: Contribuições Da Teoria De Henri
Wallon. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Ciências e Letras de Assis – Disponível em:
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/150708/silva_rf_me_assis_int.pdf?sequen
ce=6&isAllowed=y.

SOUSA, P. (2022). Conceito de afeto. Disponível em: https://conceito.de/afeto.

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