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Autismo Praticas Pedagogicas Inclusivas

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AUTORAS

Aline Camargo De Gouvêa

Carolina Correa Teixeira De Melo

Cristiane Da Veiga Freire Nascimento

Dayene Aparecida Almeida De Oliveira Ezídio

Dulceny Lemos Ribeiro De Mesquita

Eliana Junqueira

Evandra Marias Dos Santos

Juliana Dias

Patrícia Margareth Mizan de Souza

Priscila Rodrigues

Regina Gomes da Silva Franco

Rosa Maria Paulino de Oliveira

Sidineia Raineki Araujo da Silva

Sueli de Cássia Firmino

Tatiana Cancian Cremonezzi Corrêa


COLABORADORES

Marina Couto da Silva

Kelvin Torquato Russo Ferreira

Profa. Patrícia Carolina de Souza Pereira

ORIENTADORA & ORGANIZADORA

Profa. Me. Maria Cristina da Silva

http://lattes.cnpq.br/1875235443669993

APOIO

Diretoria de Extensão e Assuntos Comunitários

Diretoria de Marketing

UNIFENAS
CORPO ADMINISTRATIVO

Reitora: Profª Maria do Rosário Araújo Velano

Pró-Reitora Administrativo-Financeira: Dra. Larissa Araújo Velano

Vice-Reitora e Pró-Reitora de Planejamento e Desenvolvimento: Dra. Viviane Araújo


Velano Cassis

Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Dr. Mário Sérgio Oliveira Swerts

Diretora de Graduação: Profª Dra. Gerusa Dias Siqueira Vilela Terra

Diretor de Extensão e Assuntos Comunitários: Prof. Ms. Rogério Ramos do Prado

Diretora de Pesquisa e Pós-Graduação: Profª Dra. Laura Helena Órfão

Assessora Pedagógica: Prof.ª Ms. Marlene Leite Godoy Vieira de Souza

Diretor do Setor de Dados e Estatística: Prof. Es. Oswaldo Luiz Mariano

Secretária Acadêmica: Prof.ª Ms. Evângela Maria de Carvalho

Supervisora do Câmpus de Belo Horizonte: Profª Dra. Maria Cristina Costa Resck

Supervisor do Câmpus de Campo Belo: Prof. Ms. Márcio Antônio Ferreira

Supervisora do Câmpus de Divinópolis: Profª Ms. Ana Maria de Abreu

Supervisora do Câmpus de Poços de Caldas: Profª Ms. Ana Paula Bernardes

Supervisora do Câmpus de Varginha: Profª Ms. Christiane Navarra Frogeri Pimenta


"Me movo como educador, porque, primeiro, me movo como gente."

(FREIRE, 2002)
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 7
INTRODUÇÃO 9
I - TEA - TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA 12
II - SÍNDROME DE DOWN 23
III - CEGUEIRA E BAIXA VISÃO 36
IV - ALTAS HABILIDADES 41
V - CONSIDERAÇÕES 46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 47
7

APRESENTAÇÃO

Toda pessoa deve ter dignidade e ser respeitada em todos segmentos sociais, como
consta na Declaração dos Direitos Humanos-ONU, Art. 26, 1948. Nesta cartilha você
encontrará informações teóricas e práticas a respeito da Educação Especial na
perspectiva da Educação Inclusiva. Serão apresentados pontos sob a ótica pedagógica e
legal em relação às concepções concernentes a pessoas com deficiência, a fim de que se
assimilem os determinantes sociais no momento atual em que se discute sua inclusão
social.

Nos textos a seguir, serão ressaltados alguns marcos legais que regem a atual
organização da Educação Especial e que demarcam seu lugar no contexto geral de
educação, objetivando uma melhor compreensão da função e da natureza da Educação
Especial no âmbito da inclusão.

O conteúdo aqui apresentado, reflete sobre os desafios da ação docente comprometida


com a formação integral do aluno pautados nas leis e estatutos, como por exemplo: A
Constituição Federal, 1988 Art. 2008, Conferência de Jomtien, 1990 Art. 1, Estatuto da
criança e do adolescente 1990 bem como a Declaração de Salamanca (1994) que
assume o compromisso da educação para todos garantindo aos alunos com deficiência o
acesso à Educação que atenda às suas necessidades.

Educadores do mundo todo têm se deparado com uma nova questão desafiadora no
processo educacional, que é a inclusão de alunos com deficiência na escola regular como
disposto na resolução 2001- CNE/CEB nº 2, art.2. É fundamental ao professor contemplar
em sua formação inicial conteúdos acerca dos argumentos teóricos e metodológicos
envolvidos nesta fase.

Esses desafios são melhor compreendidos quando se conhece os fundamentos da


Educação Especial e para tal é necessário que se faça uma leitura mais ampla, tendo em
vista novas concepções e práticas a respeito das pessoas com deficiência.

Há um papel específico da Educação Inclusiva nesse contexto? Sobre os alunos com


deficiência, quais são eles? O que diz a literatura sobre a educação desses alunos? Em
8

que perspectiva deve estar baseada a formação dos professores? Essas e outras
questões fazem parte das reflexões desta Cartilha.

Nessa perspectiva propõem-se uma troca relacionada aos fazeres pedagógicos


referentes aos alunos público alvo do atendimento educacional especializado – AEE.
Debruçamo-nos sobre questões como: quem é esse público alvo, como se organizam
estes espaços, como deve ser o papel do professor neste locus de atenção à pessoa com
alguma deficiência, seja ela, física, intelectual, ou com altas habilidades, abrangendo
desde a educação infantil até o ensino superior.

Afinal estamos o tempo todo em transformação e a Educação, numa concepção


contemporânea, é um solo fértil para abordagens inovadoras e reflexivas visando à
inclusão.
9

INTRODUÇÃO

De acordo com Bianchetti (1995) até o século XVI, na sociedade, não havia a
preocupação em oferecer atendimento educacional às pessoas consideradas “diferentes”.
Com o passar do tempo, foram ocorrendo mudanças nas formas de organização da vida
produtiva e material dos homens. Partindo deste ponto, a atenção às pessoas com
deficiência passou a ser uma preocupação da sociedade, sendo o motivo: a força de
trabalho que representavam, ou pelos preceitos morais e religiosos dos grupos sociais.

Conforme relata Mazzotta (1999) foram criadas no século XVIII, as primeiras instituições
filantrópicas voltadas ao atendimento de cegos e surdos, porém só no século XX, as
instituições motivadas por lutas sociais em torno dos direitos humanos acrescentam o
atendimento especializado a diversos grupos excluídos, no entanto o indivíduo, não
necessariamente, teria que apresentar alguma deficiência, como é o caso das pessoas
com altas habilidades. Proporcionar respostas educativas adequadas aos alunos com
deficiência, excede a ação escolar e requer uma ampla discussão na qual pais,
profissionais da educação, alunos, governos e outros segmentos da comunidade estejam
envolvidos para participarem desse processo, tendo como objetivo a construção da tão
almejada sociedade para todos.

O papel do professor nesse contexto é de extrema importância, de acordo com Correia


L.M. 1999 já que sua ação mediadora é de vital importância para a formação de culturas
inclusivas no contexto escolar. A educação tem um papel preponderante na minimização
dos fatores que acentuam a exclusão, objetivando assim a formação de pessoas críticas e
cidadãos que apontem alternativas e mudanças nas relações sociais, enfraquecendo as
relações assimétricas de poder.

Foram criadas nos séculos XVIII e XIX, conforme relato de Fernandes (2007), centenas
de instituições na Europa em países colonizados por europeus, tendo como caráter
assistencial e filantrópico, quase todas, nas quais se destacava o trabalho manual para o
treinamento industrial.

Através de relatos de Fernandes 2007, um médico francês Jean Itard, no ano de 1800,
demonstrou a importância da educação e o seu papel transformador; levando um
10

indivíduo a desenvolver suas habilidades como um todo. Para isto não poupou esforços
para educar um menino selvagem encontrado em uma floresta convivendo com animais
sendo considerado ineducável. Foi colocado o nome de Victor de Aveyron, este médico
desenvolveu um programa baseado em procedimentos médicos e pedagógicos, a fim de
recuperar o potencial cognitivo do menino.

Mesmo com todos os esforços, Victor pouco conseguiu aprender; porém Itard é
considerado o precursor da Educação Especial.

Através destes argumentos históricos relatados acima sobre a história da Educação


Especial, tem-se a seguinte abordagem: sabe-se que todo indivíduo tem direito à
educação independente se ele tenha alguma deficiência ou não, nessa perspectiva, inicia-
se uma preocupação com as pessoas que necessitam de uma Educação Especial, ou
seja, uma educação específica para sua deficiência. Sendo assim, todo estudante com
deficiência e que já está matriculado em uma escola, tem o direito ao cômputo duplo,
visando o Atendimento Educacional Especializado – AEE, de acordo com sua
necessidade.

E esse atendimento educacional especializado também acontece fora da escola regular


que este aluno frequenta e que não é substitutivo, ele vai mais além do que uma
substituição. É na verdade uma parceria de grande relevância para a formação desse
aluno com deficiência, ou seja, complementa e dá suporte para o aluno, para o professor,
para a escola em geral e principalmente para a família, sendo que a maioria não aceita ou
não sabe como proceder diante da deficiência do próprio filho. Verifica-se que é um
desafio para a escola receber esses alunos, antes chamados de “criança especial ou com
necessidades especiais ou deficiente”, mas a Portaria 2.344, de 03 de novembro de 2010,
publicada pela Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República – SDH,
altera essa nomenclatura para “Pessoa com Deficiência”.

Para acompanhar esse desafio foi criado no Brasil um documento que acompanha,
organiza e orienta o sistema educacional que é o PNE – Plano Nacional de Educação,
que teve início em 2001, com vigência para dez anos, 2011, mas ainda continua com
suas contribuições previstas até no ano de 2024. Esse documento também mostra quem
é considerado público alvo da Educação Especial e que necessita de atendimento
educacional especializado conforme descrito no documento de Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva 2007, são eles: alunos com
11

deficiência (intelectual, física, auditiva, visual e múltipla); transtorno global do


desenvolvimento (TGD) substituído a partir de 2013, com o DSM-V, por Transtorno do
Espectro Autista (TEA) e altas habilidades/superdotação, e tem como premissa o direito
da pessoa com deficiência à educação de qualidade em todas as fases da vida
possibilitando seu desenvolvimento pleno e respeitando suas habilidades e interesses
assegurado pela Lei Brasileira de Inclusão 2015, nº13. 146 Capítulo IV, Art. 27.

Com base nas premissas apresentadas pela legislação vigente propomos uma troca sob
olhares pedagógicos.
12

I - TEA - TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Harris (2011), afirma que o professor deve ter conhecimento sobre as características
específicas de cada aluno com TEA para a construção de suas aulas e sua integração
nas aulas.

O maior desafio de um professor é trilhar o caminho junto ao aluno com Transtorno de


Espectro do Autismo, para que ocorra êxito no trabalho cotidiano. Nós professores
precisamos trabalhar em conjunto, conhecer e aprender com as diferenças do TEA, para
assim, construir equidade e integralidade no processo de aprendizagem desses alunos.

Com certeza, você já teve um aluno com TEA ou ouviu um colega dar relatos dos
desafios inerentes às situações corriqueiras em sala de aula.

E agora, caro educador, vamos mergulhar um pouco mais no universo dos alunos com
TEA?

O TEA é um conjunto de transtornos de comportamento que comprometem o


desenvolvimento motor e psiconeurológico dificultando a cognição, a linguagem e a
interação social do aluno. Sabe-se então que, palavra “autismo” vem da palavra grega
“autos”, que significa “próprio”. Autismo significa literalmente, viver em função de si
mesmo (GÓMEZ; TERÁN, 2014).

Se o conceito de que o aluno com TEA é de que vive em função de si mesmo, como
serão as características comuns destes alunos?

As características básicas do aluno com TEA segundo FDM, CAH (2012) são:

Ausência de linguagem verbal, ou linguagem verbal escassa;


Ecolalia imediata (repetição do que outras pessoas acabaram de falar) ou ecolalia
tardia (repetição do que outras pessoas falaram há algum tempo, repetição de
comerciais de TV, falas de filmes ou novelas etc.);
O comportamento pode-se apresentar de duas maneiras: O aluno pode apresentar-
se de forma hiperativa, ou seja, constante agitação e movimento (mais frequente) ou
extrema passividade (ocorre em um menor número de alunos);
13

Contato visual evasivo, ou seja, o aluno raramente olha nos olhos do professor, dos
pais ou de outras crianças;
Falha na comunicação receptiva, ou seja, o aluno apresenta grandes dificuldades
em compreender o que lhe é dito, não cumpre as orientações nem mesmo simples e
muitas vezes não atende quando chamado pelo nome;
Dificuldades de atenção e concentração;
Ausência de interação social, ou seja, o aluno não brinca com outras crianças, não
procura consolo quando se machuca e parece ignorar os outros. Pode rir ou chorar,
mas sempre dando a impressão de que isso diz respeito apenas a ele mesmo;
Mudanças de humor sem causa aparente;
Usa o outro como estratégia para conseguir o que deseja, como por exemplo, levar
pela mão outra pessoa a maçaneta da porta para que a abra;
Desinteresse por materiais ou atividades rotineiras da sala de aula;
Interesse obsessivo por um determinado objeto, principalmente de movimento
circular;
Eventualmente um aluno com TEA pode aprender a ler sozinho antes dos quatro
anos sem que ninguém tenha percebido como isso ocorreu.

Refletindo...

Será que todos os alunos com TEA são iguais?

Não, mesmo possuindo características comportamentais iguais ou semelhantes são


separados de acordo com o diagnóstico médico.

Ou seja...

Segundo Salvador (2015) o TEA compreende algumas subdivisões.

As principais são:

O Autismo que pode ser detectado por volta dos 3 anos, e, algumas capacidades podem
ser afetadas de forma mais intensa, como os relacionamentos sociais, a cognição e a
linguística. Outro fator bem comum é a presença intensificada dos comportamentos
repetitivos.

A Síndrome de Asperger é uma das condições que compõem o grupo TEA. Normalmente,
o indivíduo com a síndrome conta com uma inteligência superior à média. Também é
14

normal que esse TEA se torne extremamente obsessivo por um objeto ou um único
assunto e passe horas discutindo e/ou falando sobre o mesmo.

E a Síndrome de Savant ou Síndrome do Sábio porque Savant em francês significa sábio,


é um distúrbio psíquico raro onde a pessoa possui graves défices intelectuais (GINKER,
2010).

Segundo Klin (2006), A síndrome de Asperger (SA) destaca-se por déficits na interação
social, por comportamentos limitados e baixo interesse em determinados assuntos. Tal
síndrome aparenta configurar um desarranjo neurobiológico que é, por várias vezes
classificada como uma Desordem de Desenvolvimento Invasivo (DDI).

O desenvolvimento de habilidades de forma extraordinária é uma das características do


savantismo.

Traffert (2009) apresenta algumas das habilidades que podem estar relacionadas com:

Memorização: é a capacidade mais comum nestes casos, sendo comum a


memorização de horários, listas telefônicas e até dicionários completos;
Cálculo: são capazes de fazer cálculos matemáticos complexos em poucos
segundos, sem utilizar papel ou qualquer aparelho eletrônico;
Habilidade musical: são capazes de reproduzir uma peça musical inteira após a
ouvirem apenas uma vez;
Habilidade artística: apresentam excelente capacidade para desenhar, pintar ou
fazer esculturas complexas;
Linguagem: conseguem compreender e falar mais do que uma língua, existindo
casos em que desenvolvem até 15 línguas diferentes;
A memorização, cálculo e habilidade musical são as capacidades que mais
desenvolvem a pessoa com savantismo.

Neste contexto há que se pensar sobre adequações nas práticas pedagógicas de forma a
considerar as especificidades de cada aluno, seu tempo e seu ritmo e modo de aprender.

Práticas Pedagógicas

O aluno TEA precisa de estímulo para aprender e não ficar preso na sua imaginação,
devendo ser considerado o estímulo, parte de nós professores, através de atividades
pedagógicas envolventes e motivacionais.
15

O primeiro passo do professor é entender que o aluno com TEA precisa de rotina, mesmo
que ele não queira participar, a rotina faz com que ele aprenda a fazer certas atividades,
participar do grupo de colegas de modo claro e calmo.

O segundo passo do professor é transformar suas aulas em horas de prazer. Prazer em


fazer, participar, aprender, e organizar, este aluno precisa tocar, sentir para assimilar,
sugerimos atividades em que ele fará parte da construção dos conhecimentos.

O uso de recursos e técnicas devem ser experimentados.

Como por exemplo, o método ABA que trata de um processo utilizado no


desenvolvimento das habilidades como: cognição, comunicação e socialização. Recorre-
se a observação e avaliação do comportamento do indivíduo, a fim de promover o seu
desenvolvimento e autonomia (NETO, 2013).

A contação de histórias, independente da condição do aluno, possibilita recriar,


desenvolver imaginação e empatia a partir do envolvimento com as personagens, neste
contexto, o reconto conduzido pelo professor pode ser um bom recurso para o estímulo
de desenvolvimento de linguagem para alguns alunos com TEA.

Senta que lá vem história...

MARILIA DE FÁTIMA DOS REIS


16

MATERIAL DESENVOLVIDO PELAS AUTORAS

Desenvolve a fala em sequência e a coordenação motora.

Objetivo: Entender o desenvolvimento narrado, aplicando em uma construção


sequencial de fatos.
Material: Livro de história, fantoches.
Tempo: 3 horas

Desenvolvimento: O professor espalha os livros de história no chão, os alunos devem


escolher o livro e faz em seguida o sorteio de qual livro a história será contada, após a
escolha, todos em roda sentados no chão devem ouvir a história (a professora precisa
provocar a atenção dos alunos, fazendo gestos, suspenses, vozes diferentes).

Ao terminar conversam sobre a história e os alunos devem escolher os personagens


fantoches que gostariam de ser. Em seguida organizar uma pequena apresentação.

Observação: os fantoches podem ser feitos de meias, rolos de papel higiênico, cartolina, a
imaginação é do professor. Para as crianças maiores pode-se dar a dramatização
corporal sem os fantoches.

Devem ser criadas oportunidades para que o aluno com TEA reproduza falas, diálogos e
outros que visem à estimulação de fala, afinal a prática de contar histórias é rica em
imagens.
17

Festa das cores...

Minutos da Criança, Pintando com os dedinhos - SESC Santos. Disponível em:


http://www.pintandocomosdedinhos.com.br

Coordenação motora, estímulo e a socialização.

Objetivo: desenvolver o estímulo pelo corpo e a socialização.


Material: Cartolina, tinta, avental.

Desenvolvimento:

O professor fala com os alunos na roda de conversa sobre a importância das mãos para o
corpo humano, seus formatos, diferenças e semelhanças.

Após, colocar os aventais nos alunos, pegar as tintas coloridas e as cartolinas, o


professor encaminhará todos os alunos para o espaço escolhido (local que pode sujar).
Colocar no chão as cartolinas e pedir aos alunos que pintem suas mãos usando as tintas
e depois colocá-las nas cartolinas, primeiro as grandes depois as pequenas, preenchendo
os espaços que ficam. O trabalho se tronará um mosaico colorido.

Deve-se levar em conta que o aluno com TEA pode ter algumas restrições quanto ao tato
e neste caso a atividade deve ser gerenciada o tempo todo pelo professor, atentando para
o estímulo tátil de forma segura.

Observação: Para os alunos maiores pode-se utilizar, visando o aprendizado de ciências


material referente a partes do corpo humano, e outros desenhos inserindo pincéis e
demais recursos pensando a coordenação motora.

Outro recurso pensando a comunicação com alunos com TEA


18

PECS

O PECS é um sistema único de comunicação desenvolvido nos EUA em 1985 por Andy
Bondy, e Lori Frost. A sigla PECS vem do inglês Picture Exchange Communication
System, que em português, traduz-se em um Sistema de Comunicação por Troca de
Figuras.

O principal objetivo do PECS é viabilizar comunicação funcional, usando de estratégia


não verbal proporcionando autonomia e é baseado no livro de B.F. Skinner.

Podendo se apresentar no formato de um caderno, material portátil o que possibilita ao


usuário independência e deve ser confeccionado a partir de contexto e demanda
individual sendo utilizado de acordo com esta sequência:

1. Optar pela frase de comando.


2. Discriminar entre as figuras na tábua de comunicação, apanhar uma figura, ir a um
adulto e entregá-la em sua mão.
3. Fazer pedidos através da troca de figuras pelos itens desejados
4. Solicitar itens utilizando várias palavras em frases simples, fixadas na tábua de
comunicação.
5. Realizar o cenário comunicacional mediante respostas em atendimento ao comando
do usuário.

De acordo com os autores, pode-se considerar efetiva a comunicação via PECS no


instante em que o usuário seja contemplado em suas necessidades comunicacionais
(BONDY; FROST, 2001).

MATERIAL DESENVOLVIDO PELAS AUTORAS

Aspecto fundamental para a organização da vida escolar do aluno com TEA é a rotina,
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que deve ser feita com o uso de imagens para garantir a compreensão de agenda diária.

MATERIAL DESENVOLVIDO PELAS AUTORAS

Sugerimos que o “Quadro de Rotina” seja feito com textura, odores e objetos para que os
alunos surdos também possam ser contemplados, lembrando que deve ser afixado em
lugar acessível e com segurança.

Sendo possível confeccionar um banco de imagens para alterações e substituições.


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MATERIAL SUGERIDO POR CAMILA NOGUEIRA FERNANDES INSTITUTO A – POÇOS DE CALDAS.

Mitos & Verdades

MATERIAL DESENVOLVIDO PELAS AUTORAS


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O Transtorno do Espectro Autista é uma doença?

Não!

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) está classificado como um dos Transtornos de


Desenvolvimento. É resultado de um conjunto de características que afetam o campo
comportamental do indivíduo e impacta algumas capacidades da pessoa.

E ainda, tais características apresentam-se em diferentes níveis de severidade; por isso,


vem sendo utilizada, ao longo dos últimos anos, a expressão “espectro autista”, para
indicar essa variabilidade nos quadros clínicos (AMERICAN PSYCHIATRIC
ASSOCIATION - APA, 2013).

O aluno com TEA vive em um mundo só dele?

Possivelmente!

O aluno com TEA apresenta dificuldades de linguagem, A língua (sistema de abstrações,


leis linguísticas) é apenas um dos nortes constitutivos da linguagem e precisa ser
materializada na fala, (BAKHIN, 2014). Isso se torna um dos obstáculos para uma boa
convivência, portanto a maneira de interpretar e vivenciar o mundo é diferente de outras
pessoas (MALEVAL, 2011).

Por isso, é de extrema necessidade que os responsáveis, procurem um profissional, para


que por meio de ações especializadas, possam amenizar os efeitos do transtorno.

É possível verificar sinais do Transtorno do Espectro Autista no bebê?

Geralmente!

A família pode notar alguns sinais característicos desde os primeiros meses, por exemplo:
o bebê não olha quando é chamado, mostra-se com dificuldade manter contato visual,
demonstra movimentos repetitivos, demonstra apego a certos objetos; têm dificuldades na
interação com outras crianças durante as brincadeiras.

Portanto, é importante que a criança seja encaminhada para um profissional


especializado, para que ações possam ser feitas o mais cedo possível (PEREIRA;
RODRIGUEZ, 2017).
22

Alunos com TEA são mais inteligentes que a média?

Contraditório!

Algumas pessoas com TEA podem apresentar diferentes habilidades, ou dificuldades,


inclusive na questão intelectual Moraes, (2004). A verdade é que o comportamento de
pais de crianças com o TEA, e a sua vivência com outras pessoas, pode ser mais
intrusivo e diretivo em função das peculiaridades da criança o que pode permitir ou não
que o aluno manifeste suas habilidades.

Todas as pessoas com TEA não gostam de contato físico?

Não!

O que acontece é que pessoas com TEA enfrentam, além da falta de habilidade social,
uma dificuldade de processamento sensorial (processo neurológico que organiza as
sensações do próprio corpo e do ambiente).

Reações que envolvem o toque, por exemplo, podem ser mais complicadas para eles.
Mas, tais características apresentam-se em diferentes níveis de severidade nas pessoas
com esse transtorno (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION - APA, 2013).

E, assim, como sugere o Programa Son – Rise, é no conhecimento e aceitação desta


condição ao promover um trabalho de aproximação, de empatia e amorosidade que
encontramos respostas.

Como podemos observar... precisamos estar em contínuo aprendizado!


23

II - SÍNDROME DE DOWN

A Síndrome de Down foi descrita clinicamente pela primeira vez, em 1866, pelo médico
britânico John Langdon Down, e teve o nome dedicado a ele.

Conforme o Hospital Israelita A. Einstein ela ocorre devido a uma anomalia


cromossômica, sendo conhecida como trissomia do 21, ao invés de ter 46 cromossomos
o resultado é de 47.

Daí ser comemorado no dia 21 de março o “Dia Internacional da Síndrome de Down” e


tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a questão da inclusão bem
como pensar alternativas para aumentar a visibilidade social das pessoas com a
Síndrome de Down.

Fonte: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/sindrome-de-down/

O que víamos pouco tempo atrás, era alunos com Síndrome de Down direcionados
exclusivamente às APAEs impedidos de frequentar a escolar regular; reforçando o caráter
segregatício, antigamente conhecido como excepcional/mongoloide e impedido de
usufruir os direitos de um aluno.

Para compreendermos melhor, Dra. Beatriz Beltrame ressalta que a pessoa com
Síndrome de Down tem maior risco de ter comprometimento intelectual e atrasos no
desenvolvimento podendo ainda, ser vulnerável a problemas de saúde tais como:
24

Um dos especialistas do “Saúde com Ciência”, professor do Departamento de Pediatria


da UFMG, Marcos Aguiar, ressaltou a importância do cuidado no momento do diagnóstico
e aborda aspectos da Síndrome de Down, desde o seu diagnóstico até o desenvolvimento
da criança, dos cuidados rotineiros com a saúde da criança e cita alguns profissionais que
possam auxiliar nesse desenvolvimento: Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais e
Fonoaudiólogos; contribuindo quando algum desafio físico ou mental interfere na
capacidade de se comunicar e realizar as tarefas do dia a dia.

Esses profissionais podem oferecer informações importantes, sobre o desenvolvimento


neurológico e sensorial-motor além de avaliar o ambiente físico em relação às habilidades
da criança.

Características

Proporcionando uma melhor compreensão dessa síndrome, especialistas do Movimento


Down ressaltam que as características que compõe o indivíduo com Síndrome de Down
são similares, principalmente a fisionomia marcante, além de terem comprometimento
intelectual, têm algumas características físicas específicas.

Algumas particularidades da síndrome já tinham sido descritas por Jean-Étienne Esquirol


em 1838 e Édouard Séguin em 1844.

Por causa das pregas nas pálpebras, seus olhos são mais repuxados e geralmente são
menores, definidos como olhos amendoados. Pessoas com Síndrome de Down
25

apresentam outros traços peculiares, como cabeça mais achatada na parte de trás, língua
protusa, orelhas implantadas mais abaixo e menores, somente uma linha na palma da
mão limitando alguns movimentos e dificultando algumas atividades e hipotonia
muscular.

E, com relação aos diretos das pessoas com síndrome de down, vejamos quais as
premissas.

A Constituição Brasileira no artigo 205 define a educação como direito de todos e garante
o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o
trabalho.

Em 2011 foi estabelecido no Plano Nacional dos direitos da pessoa com deficiência no
artigo 3º que, estabelece a garantia de um sistema educacional inclusivo como uma das
diretrizes.

Desta forma, efetivamente a partir de 2016, começa a vigorar o Estatuto das Pessoas
com Deficiência, também chamado de Lei Brasileira da Inclusão.

Foi instituído pela lei nº 13.146 no dia 6 de julho de 2015, depois de 12 anos de
tramitação no Congresso Nacional.

O projeto original tem como autor o senador Paulo Paim e relatoria de Romário, no
Senado e da deputada Mara Gabrilli na Câmara. Encarada como um marco legal das
pessoas com deficiência, essa legislação trata das questões relacionadas aos diversos
aspectos das pessoas que têm algum tipo de limitação intelectual ou física.

O Estatuto garante a inclusão social, acesso às áreas de educação, trabalho, cultura,


saúde e esporte. O Estatuto estabelece punições para atitudes discriminatórias a essas
pessoas.

Implicações Pedagógicas

Percebemos então que a luta em busca de uma equidade educacional é muito recente em
nosso país. Assim sendo é compreensível a insegurança do professor em lidar com as
diversas realidades que invadem as salas de aulas, por isso, as implicações pedagógicas
merecem destaque.
26

Mesmo a inclusão sendo um direito inquestionável, ainda geram muitas dúvidas por parte
dos professores, diretores, da gestão pública e dos próprios familiares.

Raquel Paganelli, mestre em educação inclusiva, ressalta que não existe uma receita
pronta ou algo que seja o ideal, para ensinar uma pessoa, com deficiência ou não, mas
sim através do conhecimento de seus alunos, valorizando e respeitando sua singularidade
é que podemos ter uma maior contribuição em todo o processo. As crianças e os
adolescentes com deficiência intelectual eram responsabilizadas pelo seu mau
desempenho escolar, resultado de práticas de educação e políticas pautadas nos
paradigmas da segregação e da integração.

A exclusão era pautada com base no diagnóstico. Mas a compreensão da deficiência com
base na perspectiva médica e nos aspectos clínicos deu lugar ao modelo social. Com
essa nova perspectiva, observou-se que a deficiência não está no indivíduo, mas sim na
relação entre os impedimentos de longo prazo e barreiras que existem no ambiente.

A inclusão é fundamentada por esse novo conceito, concebendo a educação como um


direito, não somente garantindo a presença na escola, mas sim a acessibilidade, como
também eliminar os obstáculos que possam impedir a total participação dos alunos.

Ainda, segundo Raquel, para que haja o processo contínuo e dinâmico da educação
inclusiva é necessário o envolvimento de todos e também do educando. É importante que
a equipe pedagógica possa conhecê-lo bem garantindo assim sua inclusão efetiva.

Práticas Pedagógicas

Com tantas implicações pedagógicas é necessária a ação docente contemporânea para


que a chamada equidade esteja presente no dia a dia escolar, não poderíamos deixar de
mencionar as práticas pedagógicas que, de várias formas, auxiliarão no trabalho docente
com aluno que é diagnosticado com Síndrome de Down.

O acesso à informação segundo Werneck (1995) faz toda a diferença na vida de uma
pessoa com Síndrome de Down e de sua família desde o seu nascimento.

Sendo possível compreender que, assim como as outras pessoas, quem nasce com
Síndrome de Down vem ao mundo cheio de potencialidades. O desenvolvimento dessas
potencialidades irá contribuir para a inclusão dessas pessoas. Hoje são muitos os
exemplos de pessoas com Síndrome de Down que alcançaram importantes conquistas,
27

como estudar, trabalhar, participar de sua comunidade, viver só e se casar. É importante


o conhecimento de algumas dicas para a aprendizagem se tornar possível e ser
significativa a todo e qualquer aluno.

Ainda de acordo com o autor, o aluno será sempre o ponto de partida mais importante. É
necessário conhecê-lo muito bem.

Tópicos importantes nas Práticas Pedagógicas

Para Pueschel (2003) conquistar a atenção dos alunos e aumentar o rendimento em sala
de aula é o objetivo de todo professor, nesse sentido, adotar práticas pedagógicas
inovadoras para alcançar resultados positivos é imprescindível. Podemos adiantar que
uma educação flexível, consciente e inovadora pode ser a chave para melhorar o
processo de aprendizagem.

Para facilitar e direcionar o trabalho seguem algumas sugestões:

Entender a área de interesse do aluno, buscando uma forma de potencializar e dar


mais valor aos eixos que mais lhe agradem;
Cada aluno deve ser conhecido, reconhecido e valorizado individualmente, pois
cada um traz consigo o seu modo de aprender;
Desenvolver a prática pedagógica a partir do próprio aluno, buscando diversificar as
estratégias de aprendizado;
As atividades precisam ser prazerosas e chamar atenção;
É necessário respeitar e aceitar o ritmo de desempenho deles;
Brincar é uma condição essencial para o desenvolvimento da criança, possibilitando
o aprimoramento de capacidades importantes, interação com o meio, atenção,
memória, imitação, imagem, organização, limites, ordens e compartilhar;
Pelo brincar, a criança aprende também a realizar as tarefas por si mesmo, aprende
a conviver com os outros e a relacionar-se com o mundo e, sobretudo, aprende a
ser e a se autoconhecer. É uma forma de estimular ainda a curiosidade e a
autoconfiança, a autonomia e, além disso, o desenvolvimento da linguagem, do
pensamento e da concentração.

Estimulação Multissensorial

O desenvolvimento dos sentidos facilitará o conhecimento de si mesmo e do mundo que o


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rodeia e, como consequência, sua adaptação ao meio. Nesse sentido, Bruna da Silva
Duarte da Universidade Estadual de Londrina, diz que o professor deve garantir o contato
da criança com objetos que favoreçam a inserção da mesma no convívio social, por meio
das várias linguagens.

Podemos perceber o ambiente vendo, ouvindo, cheirando, apalpando, sentindo sabores.


Recebemos informações sobre o meio que nos cerca. Ao processá-las em nosso cérebro,
nós as interpretamos, seja como sinais de perigo, sensações agradáveis ou
desagradáveis, etc. Depois dessa interpretação, respondemos aos estímulos do
ambiente, interagindo com ele; assim, exemplificaremos cada um deles:

OLFATO – Cada vivência é uma oportunidade. Cheiros, aromas de diferentes


ambientes e coisas. Diferenciar e falar sempre o que está sendo feito, possibilite ao
aluno sentir o cheiro das comidas, das frutas e das hortaliças. Evite odores fortes e
desagradáveis;
PALADAR – Explore bem esse momento deixando-o sentir os gostos, ofereça doce,
salgado, amargo e azedo;
AUDIÇÃO – Via importantíssima para aquisição do desenvolvimento da linguagem.
Sons diferentes com diferentes instrumentos. Voz – Associar a voz e o movimento
com a localização do som. Sons dos objetos do ambiente e também dos animais.
Use música a seu favor, crianças são extremamente musicais e os benefícios da
música são imensos. Faça isso em diferentes direções para que a aluno aprenda a
girar e se posicionar em relação ao som;
VISÃO – Olhar nos olhos cria empatia, estabelece vínculos e proporciona com mais
facilidade respostas ao que lhe é pedido e ensinado, explore cores e imagens
alegres que despertem atenção em atividades com quebra-cabeça, por exemplo.
TATO – Nada melhor que o contato físico, principalmente da pele, gerando
proximidade, fator importante para o desenvolvimento. Brincadeiras do tipo pega-
pega possibilitam contato físico e reforçam o tônus muscular, atentar para alunos
com cardiopatias.

Habilidades a serem desenvolvidas

O instituto Inclusão Brasil ressalta que construção da identidade é um fenômeno muito


complexo que pode começar a partir do nascimento do bebê ou anterior ao nascimento,
será estruturada por meio de suas próprias experiências com as pessoas, através da
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autoimagem percebida pelos outros.

Neste contexto, o aluno vai percebendo se tem habilidades, se é desajeitado, simpático,


sensível, tímido, amoroso, agressivo e assim irá construindo uma imagem de si mesmo,
bem como sua autoestima, as quais servirão como base para enfrentar a vida, suas
relações afetivas, no trabalho, e outras formas de relacionamentos com a sua vida.

Agora falaremos sobre as fases do desenvolvimento e a importância desta, segundo


Casarin (1999)

Três a seis meses:

Explorar e descobrir o próprio corpo;


Adquirir consciência corporal;
Fortalecer a musculatura extensora e flexora.;
Desenvolver a habilidade de manipular objetos;
Exercitar capacidades motoras simples;
Preparar para sentar-se com apoio;
Preparar para rolar;
Ficar algum tempo sentado;

Dica: Utilizar um pneu de carro, higieniza-lo e forrá-lo.

Isso fará com que adquira posturas mais altas e fortalecimento da musculatura em geral.
30

Seis a Nove meses:

Os brinquedos são mais que simples objetos para entreter. São ferramentas que, quando
adequados à etapa do desenvolvimento da criança, permitem estimular de forma correta
as competências dela.

Estimular a habilidade e a coordenação de movimento de deslocamento do bebê,


como girar para alcançar ou posicionar algum brinquedo;
Potencializar a coordenação motora;
Ajudá-lo a conseguir ficar sentado com suporte e sair da posição;
Estimular o arrastar, engatinhar e também ficar em pé com apoio;
Colocá-lo sentado em um banquinho e ajudá-lo no controle do tronco.

Nove a Doze meses:

Durante essa fase há uma explosão de atividades.

Estimular motricidade extremidades superiores;


Desenvolver habilidades motoras e de coordenação para sentar sem apoio;
Estimular o deslocamento – engatinhar;
Estimular – ficar em pé com apoio;
Estimular a criatividade.

Doze a Trinta e Seis meses:

O desafio da idade cronológica versus a fase de desenvolvimento e é preciso enfatizar


que existe uma variação no desenvolvimento de habilidades e cada ser é único e
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responde de maneiras diferentes a estímulos recebidos.

Traçar um perfil do que a criança já adquiriu até o momento, e a partir daí buscar
atividades ideais, não se guiando apenas pela idade cronológica, mas sim de acordo com
suas possibilidades no momento.

Cada criança tem seu tempo e seu processo de aprendizagem, temos que dar a eles a
oportunidade de receber esses estímulos, porque com certeza a resposta virá.

Uma atividade que pode desenvolver a percepção sensorial é o uso da caixa sensorial
que pode ser adaptada e pensada de acordo com faixa etária e contexto.

Observe quantos ganhos esta atividade pode proporcionar.

Caixa Sensorial

Coordenação manual e bimanual;


Desenvolvimento orientação espacial;
Potencializar capacidades para adquirir confiança em si mesmo e nos outros;
Trabalhar equilíbrio;
Encaixe;
Incentivar o raciocínio e a resolução de problemas;
Trabalhar habilidades motoras grossas e finas;
Trabalhar a parte sensorial do aluno;
Estimular a curiosidade;
Iniciar a aprendizagem de noções básicas como quantidade, profundidade e
tamanho;
Incentivar o raciocínio lógico e a resolução de problemas.
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MATERIAL DESENVOLVIDO PELAS AUTORAS

Quando a instituição não dispõe de material adaptado será oportuno que o profissional
adapte... crie... reinvente!

MATERIAL DESENVOLVIDO PELAS AUTORAS


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MATERIAL DESENVOLVIDO PELAS AUTORAS

MATERIAL DESENVOLVIDO PELAS AUTORAS


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MATERIAL DESENVOLVIDO PELAS AUTORAS

A condição Síndrome de Down e os mitos.

Síndrome de Down tem cura?

Mito!

A busca por uma cura reforça a visão equivocada que a Síndrome de Down é uma
doença.

Pessoas com Síndrome de Down adoecem com mais frequência?

Verdade!

Em grande parte, a Síndrome de Down afeta a resistência imunológica. As infecções mais


comuns são no sistema digestivo e respiratório.
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Pessoas com Síndrome de Down apresentam atraso no desenvolvimento da


linguagem?

Verdade!

Apesar de não impedir a fala e a comunicação verbal, é comum perceber uma dificuldade
de dicção e de articulação da fala nas crianças com Síndrome de Down.

Crianças com Síndrome de Down são muito agressivas ou muito carinhosas?

Mito!

Não existe nenhum comportamento ou traço de personalidade condicionado pela


Síndrome de Down. Existem todos os tipos de pessoas, com as mais variadas
características.

Crianças com Síndrome de Down podem praticar esporte?

Verdade!

A prática de atividades físicas é extremamente benéfica para todas as pessoas, incluindo


também as com Síndrome de Down, visto que por conta da hipotonia é necessário propor
atividades para fortalecimento do tônus. Atentar para a questão da cardiopatia que em
alguns casos afetam algumas pessoas com Síndrome de Down.

Crianças com Síndrome de Down devem frequentar somente escolas especiais?

Mito!

Alunos com Síndrome de Down não apenas podem como possuem o direito de ingressar
na rede regular de ensino.

E assim caro colega, vamos aprendendo com a diversidade a partir de um cromossomo a


mais! Conviver vale a pena!
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III - CEGUEIRA E BAIXA VISÃO

De acordo com Ricardo Ampudia (2011) do Portal da Educação a palavra deficiência


visual não significa que o indivíduo está incapacitado de enxergar, na realidade existem
graus que determinam o estado de visão da pessoa.

A deficiência visual se divide em duas situações, a cegueira total e a baixa visão vamos
citar características de cada uma delas:

Cegueira é uma modificação crítica ou total de algumas funções básicas da visão que
prejudica irreparavelmente as condições de constatar fechos de luz, cores, tamanho,
formas e movimentos

Baixa visão é quando ocorre a perda parcial da visão comprometendo a funcionalidade do


desempenho visual, consequente de condição solitária ou ligados a alguns fatores.

Algumas especificações sobre a cegueira e baixa visão podem ser procedente de miopia,
retinopatia (quando a retina não está totalmente formada), deslocamento da retina,
glaucoma congênito, diabetes, degeneração retinianas, catarata e traumatismo oculares.

Os critérios estipulados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) podem-se classificar


em graus diferentes da deficiência visual, tais como:

Baixa visão, classificada em leve, moderada e também a profunda, que para estabelecer
um melhor funcionamento do campo visual se indica o uso de lente de aumento, material
impresso em tamanho maior, lupas, uso de bengala com treinamento especifico e até
mesmo telescópio.

Próximo à cegueira é considerada a condição da pessoa que tem uma visão parcial na
qual consegue distinguir sombras e luz e utiliza-se do braile para escrever e ler, para
acesso ao computador precisa de programa com recurso sonoro como o dosvox e para se
locomover faz-se necessário o uso de bengala necessitando de treinamento de
locomoção e mobilidade.

E a cegueira que é a condição na qual o indivíduo não enxerga absolutamente nada opta-
se pelo sistema braile e a bengala, sendo necessário orientações quando da locomoção e
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mobilidade bem como o uso de tecnologia assistiva como o dosvox para acessar
computadores.

Devido a estas três classificações, as práticas pedagógicas adaptadas são de grande


importância, alguns materiais precisam de adequação quando se trata de alunos com
baixa visão é importante que o material tenha contraste nas cores azul royal e amarelo,
tanto nos casos de baixa visão e cegueira pode-se confeccionar materiais lúdicos-tátil
com texturas variadas, alto-relevo, diferentes sons e cheiros, como exemplo: mapa tátil,
livros transcritos para o sistema braile, jogo da velha em relevo, jogo de trilha em relevo
com diferentes texturas, inserir os temas trabalhados nas escolas como por exemplo na
páscoa confeccionar um coelho em alto-relevo e explorar texturas, odores,
sabores...proporcionar outras experiências sensoriais.

MATERIAL DESENVOLVIDO PELAS AUTORAS

MATERIAL DESENVOLVIDO PELAS AUTORAS


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MATERIAL DESENVOLVIDO PELAS AUTORAS

Compartilhando...

Uma prática exitosa com material tátil é o “Jogo da velha” que consiste num tabuleiro com
nove divisões em alto-relevo com as peças “X” confeccionadas em feltro e as peças “O”
com lixa grossa, possuindo velcro para facilitar a colocação das peças.

MATERIAL DESENVOLVIDO PELAS AUTORAS

O jogo é pensado para dois jogadores que alternadamente posicionam a peça na lacuna
disponível, finalizando o jogo quem conseguir realizar uma linha reta. Outra sugestão é
o “Tapete sensorial”, na perspectiva tátil, que deve ser montado a partir de moldes de pés
ou mãos podendo ser coberto por diversos tipos de texturas: lã, algodão, feijão, milho,
lixa, feltro, bolsas com gel e mediante condução do professor oportunizar ao aluno
experimentar o tapete. O que faz sentir...faz sentido!
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MATERIAL DESENVOLVIDO PELAS AUTORAS

Experiências sensoriais visando o olfato e paladar também devem ser exploradas. Neste
sentido uma proposta é produção de espaço que possibilite o contato olfativo e gustativo.
Quando não é possível visitas em ambientes naturais, estes podem ser recriados em
potes contendo ervas como hortelã, salsinha, manjericão, pétalas de rosa, frutas e outros
que não comprometam a segurança dos alunos.

Esclarecendo...

Mitos & Verdades

Interagindo com pessoas cegas...

Primeiramente ao se comunicar com um deficiente visual é importante você saber que ele
é capaz de realizar qualquer tipo de tarefa e caso ele precise de ajuda pergunte como
pode ajudá-lo.
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Quando for ajudá-lo, olhe para ele, fazendo isso sua voz ficará mais fácil para ele
entender a sua localização e a sua posição;
Nunca devemos segurar no braço ou cotovelo do deficiente visual, ele se sente
constrangido, é viável que você pegue sua mão e coloque em seu braço ou no seu
ombro informando-o se ele prefere o braço direito ou o esquerdo respondendo
assim aos seus movimentos indicando o caminho que ele deseja seguir;
Ao explicar algum caminho, descreva uma localização de algum lugar determinado,
se é esquerdo ou direito indicando também os quarteirões;
Quando a pessoa cega sentar-se coloque a mão dela no encosto da cadeira
facilitando para a mesma sentar;
É importante saber que deficientes visuais que utilizam o cão guia nunca devem ser
distraídos com carinho, alimentos etc. Devemos nos lembrar de que esse cão está a
trabalho e tem uma responsabilidade imensa de guiar seu dono que não enxerga.

Pessoas cegas e as garantias legais

Vale ressaltar que o decreto 6.571 de 17/09/2008 declara que o estado tem a função de
dispor de recursos financeiros e técnicos para a rede pública para que esta tenha
atendimento especializado, e os diretores e coordenadores com a função de solicitar
estes recursos para o atendimento adequado aos alunos com deficiência visual, é preciso
oferecer espaços adequados com piso tátil, lugares de locomoção sem obstáculos,
lugares e objetos com descrição em braile e como relatado no documento formulado pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR9050.

Importante lembrar que, para nós educadores, o direito a inserção, permanência e


conclusão no processo escolar está para além de orientações legais, demandando, assim
da sensibilidade de cada professor em mediar tal processo com humanização pautado no
conhecimento.
41

IV - ALTAS HABILIDADES

As pessoas com Altas Habilidades constituem público alvo do AEE- Atendimento


Educacional Especializado de acordo com Decreto nº 6.571/08.

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008)


define esta modalidade como parte transversal da Educação Inclusiva (documento
elaborado pelo grupo de trabalho nomeado pela Portaria nº 555/2007, prorrogada pela
Portaria nº 948/2007, entregue ao ministério da Educação em 07 de janeiro de 2008).

Para falar sobre a inclusão de alunos com Altas Habilidades, é necessário um olhar sobre
as ações educacionais nas Salas e no AEE (Atendimento Educacional Especializado).

Atualmente vemos uma geração onde as relações enfrentam mudanças, onde tudo se
renova tão rápido que fica difícil orientar caminhos, porém o professor possui papel
fundamental para o desenvolvimento e condução do processo das habilidades.

Olhar para o potencial dos sujeitos que demonstram suas ações no ambiente escolar,
seus talentos, é um dos caminhos para identificar, desenvolver e promover essas
habilidades.

Crianças e jovens ainda estão em processo de desenvolvimento e muitas vezes, apesar


de sua precocidade, havendo a necessidade de serem assistidas nessa faixa etária,
podem ter desempenho expressivo em uma ou mais áreas do desenvolvimento.

Segundo, Eunice Maria Lima Soriano de Alencar, Ministério da Educação 2006, os alunos
com Altas Habilidades têm muito para contribuir com a sociedade. Alguns traços sobre os
domínios são organizados para posteriormente serem estudados; intelectual, acadêmica,
liderança, psicomotricidade e artes.

Esses alunos são reconhecidos e notados por sua capacidade acima da média para sua
faixa etária, motivação e envolvimento com o aprendizado e sua alta criatividade em ir
além do esperado.

O CHA, que é um conceito proposto por Scott B.Parry, no livro “The quest for
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competencies”, em 1996; muito utilizado no meio empresarial, pode contribuir para nossa
ação no fazer da sala de aula, pode trazer diversas formas práticas, para contribuir no
nosso dia a dia escolar.

No caso específico de alunos com Altas Habilidades, o CHA é a representação gráfica de


como a questão se apresenta.

Os alunos com Altas Habilidades são reconhecidos por sintetizar conhecimento,


habilidade e ação gerando produtos inovadores e transformadores.

MATERIAL DESENVOLVIDO PELAS AUTORAS

Historicamente os alunos com Altas Habilidades não encontram dificuldades ao ingressar


nas escolas, porém para identificar a capacidade e o talento desses alunos é necessário o
trabalho do AEE, em parceria com o professor através do planejamento escolar, devendo
ser assumida a prática de observação e reflexão do cotidiano educacional.

No município de Poços de Caldas em Minas Gerais, os alunos com Altas Habilidades são
atendidos pelo CEDET (Centro para Desenvolvimento do Potencial e Talento), idealizado
pela educadora Drª Zenita Cunha Guenther que desenvolveu a metodologia. Em 2010,
com apoio da Secretaria de Educação de Poços de Caldas, foi instalada uma sede do
CEDET.

O trabalho é desenvolvido de acordo com o perfil e interesse do aluno. Nas escolas os


alunos passam por observação do professor e quando sinalizados, são indicados para
43

frequentarem e ter orientações de acordo com a proposta do centro e seus interesses


enquanto alunos. No CEDET voluntários ministram oficinas desde artesanato até
astronomia.

Vamos ver aqui alguns traços que os alunos com Altas Habilidades apresentam:

Inteligência Geral;
Facilidade e interesse em aprender o que está no ambiente;
Boa memória;
Bom acervo de conhecimentos e informações;
Curiosidades, interesses variados, presta atenção, descobre temas novos;
Percepção observa, repara em tudo o que acontece, comentários pertinentes;
Senso de humor, coisas imprevistas, inventa vias originais para se comunicar;
Boa linguagem e vocabulário, oral e escrito;
Mostra interesse em material de teatro, poesias, dramatizações, canto, arte em
geral;
Interesse por livros e autores, revistas, avisos, textos em exposição;
Faz cálculos e operações, responde a puzzles, faz encaixes;
Boa organização mental e visão do todo em desenhos e esquemas;
Mostra capacidade de tirar conclusões com base no que observa;
Senso crítico, aponta erros e incongruências;
Autocrítica, perfeccionismo, repete e refaz muitas vezes, custa a terminar;
Originalidade, fluência, muitas ideias e ações diferentes e originais;
Liderança, percebe o grupo, tem boas ideias que são aceitas;
Segurança no grupo, confia, respeita os outros, é aceita e respeitada (GUENTHER,
2011).

Agora que você já sabe como reconhecer um aluno com Altas Habilidades, ficará mais
fácil pensar as práticas pedagógicas eficazes para o desenvolvimento do seu aluno.

Práticas Pedagógicas

De acordo com experiências vividas por nós professores, cabe à instituição de ensino,
através do Projeto Político Pedagógico definir um trabalho de dinamização de
metodologias colaborativas que contemple a elaboração e execução de projetos entre
comunidade e professores, assim as adequações, através da prática pedagógica
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inovadora, desencadearão motivações e interesses considerando as necessidades


específicas dos alunos.

Assim, o desafio é maximizar a participação e interação na escola com os demais alunos,


potencializando suas habilidades com um currículo enriquecido e diferenciado,
propiciando o acesso a recursos tecnológicos e pedagógicos de seu interesse.
Incentivando a participação em atividades de pesquisa, a criação de produtos,
desenvolvimento de projetos com temáticas diversificadas em várias áreas como artes,
ciências, esportes, entre outras.

O aluno com Altas Habilidades se concentra em gerar o produto se dedicando


inteiramente também no processo, e ao final vê possibilidades de resultados ainda mais
satisfatórios.

O professor necessita de um olhar sensível, perceber com olhar único, compreender e


aceitar que tem um aluno que é desafiador, vendo um diferencial em relação aos demais.
A condução docente é essencial para mediar o saber, lançar desafios, extrapolando os
currículos, nos quais ele pode se firmar evitando o desinteresse, às vezes, com
comportamento de indisciplina e até de hiperatividade.

Uma atividade exitosa neste contexto seria propor ao aluno com Altas Habilidades a
organização de uma feira literária. Com orientação e mediação do professor o aluno
receberá instruções para organizar o espaço, apresentações, organizar convites para as
famílias, realização de estandes, varal literário e para finalizar elaborar avaliação do
evento com tabulação de dados em gráficos e apresentação para os colegas e
comunidade escolar.

Atividades que envolvam o intercâmbio entre escolas e outras cidades, para


conhecimento histórico (cultura, linguagem, hábitos, ambiente, expressões, artesanato
entre outros). E, neste caso, sugerir ao aluno que pesquise e organize o roteiro, que faça
a divulgação em mídias, que num sistema de tutoria, faça um levantamento das possíveis
ações.

Há que se pensar que alunos com Altas Habilidades estarão sempre nesta condição, em
todas as fases escolares, em todo o processo desde a educação infantil ao ensino
superior o que significa que para cada momento devem-se considerar os diferentes
contextos para que os desafios sejam significativos, que façam sentido.
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Dúvidas?!

É verdade que alunos com AH podem tornar-se indivíduos que futuramente líderes
que provocarão sérios problemas para a sociedade?

É possível!

Todo indivíduo, quando estimulado, desenvolve e adquire condições de sustentar toda


uma cultura, provocar avanços que beneficiam toda uma sociedade, tornando-se um
sujeito formador de opinião e humanizado.

Para tanto, cabe também à escola fazer com que esse aluno seja capaz de manifestar
toda essa capacidade intelectual, acadêmica e talento através de não só um currículo
adequado, mas também visando destaque na resolução de problemas sociais.

Alunos com AH estão totalmente preparados para resolver todos os desafios da


vida?

Não!

Uma criança com AH continua sendo uma criança, que precisa de estímulos e condições
favoráveis ao seu desenvolvimento físico e emocional como toda criança.

Alunos com AH são “rebeldes”?

Em geral alunos com AH são questionadores, e curiosos, gostam de investigar e


comentar tudo, são desafiadores e colocam à prova os conhecimentos do professor,
tirando-o da sua zona de conforto.

O professor deve, antes, propor-lhes desafios constantes, estimulá-los e concomitante a


isso dar-lhes subsídios para desenvolver autoestima com maturidade.

Assim, compõem-se uma sala de aula: com a diversidade humana, com toda sua riqueza
e contribuição...proporcionando o que realmente importa: A troca!

“... penso que o mundo é um acorde imenso de imensas geografias e diferenças...


nenhum homem é igual a outro homem... e só por esse mistério a vida já vale a pena.”

ROSEANA MURRAY
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V - CONSIDERAÇÕES

E, diante da complexidade com que a vida se apresenta, diante da diversidade humana,


das mazelas que permeiam as relações nos havemos de, com perseverança, exercitar a
busca, a pesquisa, a observação...de onde virá a constatação da riqueza contida nas
diferenças.

A nós, professores, caberá legitimar, através de uma práxis inclusivista, a promoção de


equidade valorizando a diversidade de modo a estabelecer a compreensão de que é na
diferença que nos completamos.

E, é essa consciência que nos desalinha, nos provoca e nos move na direção do “outro”
que lapida o que somos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf.
Acesso em 20 de outubro de 2019.

BRASIL. Conferência de Jomtien. Art 1, 1990. Disponível em:


https://pt.scribd.com/doc/81186995/Resumo-da-Conferencia-de-Jomtien. Acesso em 20
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BRASIL. Declaração dos direitos humanos-ONU. Art. 26, 1948. Disponível em:
https://nacoesunidas.org/artigo-26-direito-a-educacao/. Acesso em 20 de outubro de 2019.

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Portaria nº 555/2007, prorrogada pela Portaria nº 948/2007. Brasília, 2008.

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48

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9394/96. Brasília: MEC, 1996.

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CARVALHO, R. E. Educação Inclusiva com os pingos nos “is”. Porto Alegre:


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DELPRETTO, B. M. L. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar:


Altas Habilidades/Superdotação. Brasília, ministério da Educação, 2010.

GUENTHER, Z. C. Crianças Dotadas e Talentosas. Não as deixem esperar mais! LTC


(Livros Técnicos e Científicos Editora), 2012.

MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar. O que é? Por quê? Como se faz? São Paulo,
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STAINBACK, S.; STAINBACK, W. (Orgs). Inclusão: um guia para educadores.


Tradução de M. França. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

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