Autismo Praticas Pedagogicas Inclusivas
Autismo Praticas Pedagogicas Inclusivas
Autismo Praticas Pedagogicas Inclusivas
Eliana Junqueira
Juliana Dias
Priscila Rodrigues
http://lattes.cnpq.br/1875235443669993
APOIO
Diretoria de Marketing
UNIFENAS
CORPO ADMINISTRATIVO
Supervisora do Câmpus de Belo Horizonte: Profª Dra. Maria Cristina Costa Resck
(FREIRE, 2002)
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 7
INTRODUÇÃO 9
I - TEA - TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA 12
II - SÍNDROME DE DOWN 23
III - CEGUEIRA E BAIXA VISÃO 36
IV - ALTAS HABILIDADES 41
V - CONSIDERAÇÕES 46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 47
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APRESENTAÇÃO
Toda pessoa deve ter dignidade e ser respeitada em todos segmentos sociais, como
consta na Declaração dos Direitos Humanos-ONU, Art. 26, 1948. Nesta cartilha você
encontrará informações teóricas e práticas a respeito da Educação Especial na
perspectiva da Educação Inclusiva. Serão apresentados pontos sob a ótica pedagógica e
legal em relação às concepções concernentes a pessoas com deficiência, a fim de que se
assimilem os determinantes sociais no momento atual em que se discute sua inclusão
social.
Nos textos a seguir, serão ressaltados alguns marcos legais que regem a atual
organização da Educação Especial e que demarcam seu lugar no contexto geral de
educação, objetivando uma melhor compreensão da função e da natureza da Educação
Especial no âmbito da inclusão.
Educadores do mundo todo têm se deparado com uma nova questão desafiadora no
processo educacional, que é a inclusão de alunos com deficiência na escola regular como
disposto na resolução 2001- CNE/CEB nº 2, art.2. É fundamental ao professor contemplar
em sua formação inicial conteúdos acerca dos argumentos teóricos e metodológicos
envolvidos nesta fase.
que perspectiva deve estar baseada a formação dos professores? Essas e outras
questões fazem parte das reflexões desta Cartilha.
INTRODUÇÃO
De acordo com Bianchetti (1995) até o século XVI, na sociedade, não havia a
preocupação em oferecer atendimento educacional às pessoas consideradas “diferentes”.
Com o passar do tempo, foram ocorrendo mudanças nas formas de organização da vida
produtiva e material dos homens. Partindo deste ponto, a atenção às pessoas com
deficiência passou a ser uma preocupação da sociedade, sendo o motivo: a força de
trabalho que representavam, ou pelos preceitos morais e religiosos dos grupos sociais.
Conforme relata Mazzotta (1999) foram criadas no século XVIII, as primeiras instituições
filantrópicas voltadas ao atendimento de cegos e surdos, porém só no século XX, as
instituições motivadas por lutas sociais em torno dos direitos humanos acrescentam o
atendimento especializado a diversos grupos excluídos, no entanto o indivíduo, não
necessariamente, teria que apresentar alguma deficiência, como é o caso das pessoas
com altas habilidades. Proporcionar respostas educativas adequadas aos alunos com
deficiência, excede a ação escolar e requer uma ampla discussão na qual pais,
profissionais da educação, alunos, governos e outros segmentos da comunidade estejam
envolvidos para participarem desse processo, tendo como objetivo a construção da tão
almejada sociedade para todos.
Foram criadas nos séculos XVIII e XIX, conforme relato de Fernandes (2007), centenas
de instituições na Europa em países colonizados por europeus, tendo como caráter
assistencial e filantrópico, quase todas, nas quais se destacava o trabalho manual para o
treinamento industrial.
Através de relatos de Fernandes 2007, um médico francês Jean Itard, no ano de 1800,
demonstrou a importância da educação e o seu papel transformador; levando um
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indivíduo a desenvolver suas habilidades como um todo. Para isto não poupou esforços
para educar um menino selvagem encontrado em uma floresta convivendo com animais
sendo considerado ineducável. Foi colocado o nome de Victor de Aveyron, este médico
desenvolveu um programa baseado em procedimentos médicos e pedagógicos, a fim de
recuperar o potencial cognitivo do menino.
Mesmo com todos os esforços, Victor pouco conseguiu aprender; porém Itard é
considerado o precursor da Educação Especial.
Para acompanhar esse desafio foi criado no Brasil um documento que acompanha,
organiza e orienta o sistema educacional que é o PNE – Plano Nacional de Educação,
que teve início em 2001, com vigência para dez anos, 2011, mas ainda continua com
suas contribuições previstas até no ano de 2024. Esse documento também mostra quem
é considerado público alvo da Educação Especial e que necessita de atendimento
educacional especializado conforme descrito no documento de Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva 2007, são eles: alunos com
11
Com base nas premissas apresentadas pela legislação vigente propomos uma troca sob
olhares pedagógicos.
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Harris (2011), afirma que o professor deve ter conhecimento sobre as características
específicas de cada aluno com TEA para a construção de suas aulas e sua integração
nas aulas.
Com certeza, você já teve um aluno com TEA ou ouviu um colega dar relatos dos
desafios inerentes às situações corriqueiras em sala de aula.
E agora, caro educador, vamos mergulhar um pouco mais no universo dos alunos com
TEA?
Se o conceito de que o aluno com TEA é de que vive em função de si mesmo, como
serão as características comuns destes alunos?
As características básicas do aluno com TEA segundo FDM, CAH (2012) são:
Contato visual evasivo, ou seja, o aluno raramente olha nos olhos do professor, dos
pais ou de outras crianças;
Falha na comunicação receptiva, ou seja, o aluno apresenta grandes dificuldades
em compreender o que lhe é dito, não cumpre as orientações nem mesmo simples e
muitas vezes não atende quando chamado pelo nome;
Dificuldades de atenção e concentração;
Ausência de interação social, ou seja, o aluno não brinca com outras crianças, não
procura consolo quando se machuca e parece ignorar os outros. Pode rir ou chorar,
mas sempre dando a impressão de que isso diz respeito apenas a ele mesmo;
Mudanças de humor sem causa aparente;
Usa o outro como estratégia para conseguir o que deseja, como por exemplo, levar
pela mão outra pessoa a maçaneta da porta para que a abra;
Desinteresse por materiais ou atividades rotineiras da sala de aula;
Interesse obsessivo por um determinado objeto, principalmente de movimento
circular;
Eventualmente um aluno com TEA pode aprender a ler sozinho antes dos quatro
anos sem que ninguém tenha percebido como isso ocorreu.
Refletindo...
Ou seja...
As principais são:
O Autismo que pode ser detectado por volta dos 3 anos, e, algumas capacidades podem
ser afetadas de forma mais intensa, como os relacionamentos sociais, a cognição e a
linguística. Outro fator bem comum é a presença intensificada dos comportamentos
repetitivos.
A Síndrome de Asperger é uma das condições que compõem o grupo TEA. Normalmente,
o indivíduo com a síndrome conta com uma inteligência superior à média. Também é
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normal que esse TEA se torne extremamente obsessivo por um objeto ou um único
assunto e passe horas discutindo e/ou falando sobre o mesmo.
Segundo Klin (2006), A síndrome de Asperger (SA) destaca-se por déficits na interação
social, por comportamentos limitados e baixo interesse em determinados assuntos. Tal
síndrome aparenta configurar um desarranjo neurobiológico que é, por várias vezes
classificada como uma Desordem de Desenvolvimento Invasivo (DDI).
Traffert (2009) apresenta algumas das habilidades que podem estar relacionadas com:
Neste contexto há que se pensar sobre adequações nas práticas pedagógicas de forma a
considerar as especificidades de cada aluno, seu tempo e seu ritmo e modo de aprender.
Práticas Pedagógicas
O aluno TEA precisa de estímulo para aprender e não ficar preso na sua imaginação,
devendo ser considerado o estímulo, parte de nós professores, através de atividades
pedagógicas envolventes e motivacionais.
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O primeiro passo do professor é entender que o aluno com TEA precisa de rotina, mesmo
que ele não queira participar, a rotina faz com que ele aprenda a fazer certas atividades,
participar do grupo de colegas de modo claro e calmo.
Observação: os fantoches podem ser feitos de meias, rolos de papel higiênico, cartolina, a
imaginação é do professor. Para as crianças maiores pode-se dar a dramatização
corporal sem os fantoches.
Devem ser criadas oportunidades para que o aluno com TEA reproduza falas, diálogos e
outros que visem à estimulação de fala, afinal a prática de contar histórias é rica em
imagens.
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Desenvolvimento:
O professor fala com os alunos na roda de conversa sobre a importância das mãos para o
corpo humano, seus formatos, diferenças e semelhanças.
Deve-se levar em conta que o aluno com TEA pode ter algumas restrições quanto ao tato
e neste caso a atividade deve ser gerenciada o tempo todo pelo professor, atentando para
o estímulo tátil de forma segura.
PECS
O PECS é um sistema único de comunicação desenvolvido nos EUA em 1985 por Andy
Bondy, e Lori Frost. A sigla PECS vem do inglês Picture Exchange Communication
System, que em português, traduz-se em um Sistema de Comunicação por Troca de
Figuras.
Aspecto fundamental para a organização da vida escolar do aluno com TEA é a rotina,
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que deve ser feita com o uso de imagens para garantir a compreensão de agenda diária.
Sugerimos que o “Quadro de Rotina” seja feito com textura, odores e objetos para que os
alunos surdos também possam ser contemplados, lembrando que deve ser afixado em
lugar acessível e com segurança.
Não!
Possivelmente!
Geralmente!
A família pode notar alguns sinais característicos desde os primeiros meses, por exemplo:
o bebê não olha quando é chamado, mostra-se com dificuldade manter contato visual,
demonstra movimentos repetitivos, demonstra apego a certos objetos; têm dificuldades na
interação com outras crianças durante as brincadeiras.
Contraditório!
Não!
O que acontece é que pessoas com TEA enfrentam, além da falta de habilidade social,
uma dificuldade de processamento sensorial (processo neurológico que organiza as
sensações do próprio corpo e do ambiente).
Reações que envolvem o toque, por exemplo, podem ser mais complicadas para eles.
Mas, tais características apresentam-se em diferentes níveis de severidade nas pessoas
com esse transtorno (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION - APA, 2013).
II - SÍNDROME DE DOWN
A Síndrome de Down foi descrita clinicamente pela primeira vez, em 1866, pelo médico
britânico John Langdon Down, e teve o nome dedicado a ele.
Fonte: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/sindrome-de-down/
O que víamos pouco tempo atrás, era alunos com Síndrome de Down direcionados
exclusivamente às APAEs impedidos de frequentar a escolar regular; reforçando o caráter
segregatício, antigamente conhecido como excepcional/mongoloide e impedido de
usufruir os direitos de um aluno.
Para compreendermos melhor, Dra. Beatriz Beltrame ressalta que a pessoa com
Síndrome de Down tem maior risco de ter comprometimento intelectual e atrasos no
desenvolvimento podendo ainda, ser vulnerável a problemas de saúde tais como:
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Características
Por causa das pregas nas pálpebras, seus olhos são mais repuxados e geralmente são
menores, definidos como olhos amendoados. Pessoas com Síndrome de Down
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apresentam outros traços peculiares, como cabeça mais achatada na parte de trás, língua
protusa, orelhas implantadas mais abaixo e menores, somente uma linha na palma da
mão limitando alguns movimentos e dificultando algumas atividades e hipotonia
muscular.
E, com relação aos diretos das pessoas com síndrome de down, vejamos quais as
premissas.
A Constituição Brasileira no artigo 205 define a educação como direito de todos e garante
o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o
trabalho.
Em 2011 foi estabelecido no Plano Nacional dos direitos da pessoa com deficiência no
artigo 3º que, estabelece a garantia de um sistema educacional inclusivo como uma das
diretrizes.
Desta forma, efetivamente a partir de 2016, começa a vigorar o Estatuto das Pessoas
com Deficiência, também chamado de Lei Brasileira da Inclusão.
Foi instituído pela lei nº 13.146 no dia 6 de julho de 2015, depois de 12 anos de
tramitação no Congresso Nacional.
O projeto original tem como autor o senador Paulo Paim e relatoria de Romário, no
Senado e da deputada Mara Gabrilli na Câmara. Encarada como um marco legal das
pessoas com deficiência, essa legislação trata das questões relacionadas aos diversos
aspectos das pessoas que têm algum tipo de limitação intelectual ou física.
Implicações Pedagógicas
Percebemos então que a luta em busca de uma equidade educacional é muito recente em
nosso país. Assim sendo é compreensível a insegurança do professor em lidar com as
diversas realidades que invadem as salas de aulas, por isso, as implicações pedagógicas
merecem destaque.
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Mesmo a inclusão sendo um direito inquestionável, ainda geram muitas dúvidas por parte
dos professores, diretores, da gestão pública e dos próprios familiares.
Raquel Paganelli, mestre em educação inclusiva, ressalta que não existe uma receita
pronta ou algo que seja o ideal, para ensinar uma pessoa, com deficiência ou não, mas
sim através do conhecimento de seus alunos, valorizando e respeitando sua singularidade
é que podemos ter uma maior contribuição em todo o processo. As crianças e os
adolescentes com deficiência intelectual eram responsabilizadas pelo seu mau
desempenho escolar, resultado de práticas de educação e políticas pautadas nos
paradigmas da segregação e da integração.
A exclusão era pautada com base no diagnóstico. Mas a compreensão da deficiência com
base na perspectiva médica e nos aspectos clínicos deu lugar ao modelo social. Com
essa nova perspectiva, observou-se que a deficiência não está no indivíduo, mas sim na
relação entre os impedimentos de longo prazo e barreiras que existem no ambiente.
Ainda, segundo Raquel, para que haja o processo contínuo e dinâmico da educação
inclusiva é necessário o envolvimento de todos e também do educando. É importante que
a equipe pedagógica possa conhecê-lo bem garantindo assim sua inclusão efetiva.
Práticas Pedagógicas
O acesso à informação segundo Werneck (1995) faz toda a diferença na vida de uma
pessoa com Síndrome de Down e de sua família desde o seu nascimento.
Sendo possível compreender que, assim como as outras pessoas, quem nasce com
Síndrome de Down vem ao mundo cheio de potencialidades. O desenvolvimento dessas
potencialidades irá contribuir para a inclusão dessas pessoas. Hoje são muitos os
exemplos de pessoas com Síndrome de Down que alcançaram importantes conquistas,
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Ainda de acordo com o autor, o aluno será sempre o ponto de partida mais importante. É
necessário conhecê-lo muito bem.
Para Pueschel (2003) conquistar a atenção dos alunos e aumentar o rendimento em sala
de aula é o objetivo de todo professor, nesse sentido, adotar práticas pedagógicas
inovadoras para alcançar resultados positivos é imprescindível. Podemos adiantar que
uma educação flexível, consciente e inovadora pode ser a chave para melhorar o
processo de aprendizagem.
Estimulação Multissensorial
rodeia e, como consequência, sua adaptação ao meio. Nesse sentido, Bruna da Silva
Duarte da Universidade Estadual de Londrina, diz que o professor deve garantir o contato
da criança com objetos que favoreçam a inserção da mesma no convívio social, por meio
das várias linguagens.
Isso fará com que adquira posturas mais altas e fortalecimento da musculatura em geral.
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Os brinquedos são mais que simples objetos para entreter. São ferramentas que, quando
adequados à etapa do desenvolvimento da criança, permitem estimular de forma correta
as competências dela.
Traçar um perfil do que a criança já adquiriu até o momento, e a partir daí buscar
atividades ideais, não se guiando apenas pela idade cronológica, mas sim de acordo com
suas possibilidades no momento.
Cada criança tem seu tempo e seu processo de aprendizagem, temos que dar a eles a
oportunidade de receber esses estímulos, porque com certeza a resposta virá.
Uma atividade que pode desenvolver a percepção sensorial é o uso da caixa sensorial
que pode ser adaptada e pensada de acordo com faixa etária e contexto.
Caixa Sensorial
Quando a instituição não dispõe de material adaptado será oportuno que o profissional
adapte... crie... reinvente!
Mito!
A busca por uma cura reforça a visão equivocada que a Síndrome de Down é uma
doença.
Verdade!
Verdade!
Apesar de não impedir a fala e a comunicação verbal, é comum perceber uma dificuldade
de dicção e de articulação da fala nas crianças com Síndrome de Down.
Mito!
Verdade!
Mito!
Alunos com Síndrome de Down não apenas podem como possuem o direito de ingressar
na rede regular de ensino.
A deficiência visual se divide em duas situações, a cegueira total e a baixa visão vamos
citar características de cada uma delas:
Cegueira é uma modificação crítica ou total de algumas funções básicas da visão que
prejudica irreparavelmente as condições de constatar fechos de luz, cores, tamanho,
formas e movimentos
Algumas especificações sobre a cegueira e baixa visão podem ser procedente de miopia,
retinopatia (quando a retina não está totalmente formada), deslocamento da retina,
glaucoma congênito, diabetes, degeneração retinianas, catarata e traumatismo oculares.
Baixa visão, classificada em leve, moderada e também a profunda, que para estabelecer
um melhor funcionamento do campo visual se indica o uso de lente de aumento, material
impresso em tamanho maior, lupas, uso de bengala com treinamento especifico e até
mesmo telescópio.
Próximo à cegueira é considerada a condição da pessoa que tem uma visão parcial na
qual consegue distinguir sombras e luz e utiliza-se do braile para escrever e ler, para
acesso ao computador precisa de programa com recurso sonoro como o dosvox e para se
locomover faz-se necessário o uso de bengala necessitando de treinamento de
locomoção e mobilidade.
E a cegueira que é a condição na qual o indivíduo não enxerga absolutamente nada opta-
se pelo sistema braile e a bengala, sendo necessário orientações quando da locomoção e
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mobilidade bem como o uso de tecnologia assistiva como o dosvox para acessar
computadores.
Compartilhando...
Uma prática exitosa com material tátil é o “Jogo da velha” que consiste num tabuleiro com
nove divisões em alto-relevo com as peças “X” confeccionadas em feltro e as peças “O”
com lixa grossa, possuindo velcro para facilitar a colocação das peças.
O jogo é pensado para dois jogadores que alternadamente posicionam a peça na lacuna
disponível, finalizando o jogo quem conseguir realizar uma linha reta. Outra sugestão é
o “Tapete sensorial”, na perspectiva tátil, que deve ser montado a partir de moldes de pés
ou mãos podendo ser coberto por diversos tipos de texturas: lã, algodão, feijão, milho,
lixa, feltro, bolsas com gel e mediante condução do professor oportunizar ao aluno
experimentar o tapete. O que faz sentir...faz sentido!
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Experiências sensoriais visando o olfato e paladar também devem ser exploradas. Neste
sentido uma proposta é produção de espaço que possibilite o contato olfativo e gustativo.
Quando não é possível visitas em ambientes naturais, estes podem ser recriados em
potes contendo ervas como hortelã, salsinha, manjericão, pétalas de rosa, frutas e outros
que não comprometam a segurança dos alunos.
Esclarecendo...
Primeiramente ao se comunicar com um deficiente visual é importante você saber que ele
é capaz de realizar qualquer tipo de tarefa e caso ele precise de ajuda pergunte como
pode ajudá-lo.
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Quando for ajudá-lo, olhe para ele, fazendo isso sua voz ficará mais fácil para ele
entender a sua localização e a sua posição;
Nunca devemos segurar no braço ou cotovelo do deficiente visual, ele se sente
constrangido, é viável que você pegue sua mão e coloque em seu braço ou no seu
ombro informando-o se ele prefere o braço direito ou o esquerdo respondendo
assim aos seus movimentos indicando o caminho que ele deseja seguir;
Ao explicar algum caminho, descreva uma localização de algum lugar determinado,
se é esquerdo ou direito indicando também os quarteirões;
Quando a pessoa cega sentar-se coloque a mão dela no encosto da cadeira
facilitando para a mesma sentar;
É importante saber que deficientes visuais que utilizam o cão guia nunca devem ser
distraídos com carinho, alimentos etc. Devemos nos lembrar de que esse cão está a
trabalho e tem uma responsabilidade imensa de guiar seu dono que não enxerga.
Vale ressaltar que o decreto 6.571 de 17/09/2008 declara que o estado tem a função de
dispor de recursos financeiros e técnicos para a rede pública para que esta tenha
atendimento especializado, e os diretores e coordenadores com a função de solicitar
estes recursos para o atendimento adequado aos alunos com deficiência visual, é preciso
oferecer espaços adequados com piso tátil, lugares de locomoção sem obstáculos,
lugares e objetos com descrição em braile e como relatado no documento formulado pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR9050.
IV - ALTAS HABILIDADES
Para falar sobre a inclusão de alunos com Altas Habilidades, é necessário um olhar sobre
as ações educacionais nas Salas e no AEE (Atendimento Educacional Especializado).
Atualmente vemos uma geração onde as relações enfrentam mudanças, onde tudo se
renova tão rápido que fica difícil orientar caminhos, porém o professor possui papel
fundamental para o desenvolvimento e condução do processo das habilidades.
Olhar para o potencial dos sujeitos que demonstram suas ações no ambiente escolar,
seus talentos, é um dos caminhos para identificar, desenvolver e promover essas
habilidades.
Segundo, Eunice Maria Lima Soriano de Alencar, Ministério da Educação 2006, os alunos
com Altas Habilidades têm muito para contribuir com a sociedade. Alguns traços sobre os
domínios são organizados para posteriormente serem estudados; intelectual, acadêmica,
liderança, psicomotricidade e artes.
Esses alunos são reconhecidos e notados por sua capacidade acima da média para sua
faixa etária, motivação e envolvimento com o aprendizado e sua alta criatividade em ir
além do esperado.
O CHA, que é um conceito proposto por Scott B.Parry, no livro “The quest for
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competencies”, em 1996; muito utilizado no meio empresarial, pode contribuir para nossa
ação no fazer da sala de aula, pode trazer diversas formas práticas, para contribuir no
nosso dia a dia escolar.
No município de Poços de Caldas em Minas Gerais, os alunos com Altas Habilidades são
atendidos pelo CEDET (Centro para Desenvolvimento do Potencial e Talento), idealizado
pela educadora Drª Zenita Cunha Guenther que desenvolveu a metodologia. Em 2010,
com apoio da Secretaria de Educação de Poços de Caldas, foi instalada uma sede do
CEDET.
Vamos ver aqui alguns traços que os alunos com Altas Habilidades apresentam:
Inteligência Geral;
Facilidade e interesse em aprender o que está no ambiente;
Boa memória;
Bom acervo de conhecimentos e informações;
Curiosidades, interesses variados, presta atenção, descobre temas novos;
Percepção observa, repara em tudo o que acontece, comentários pertinentes;
Senso de humor, coisas imprevistas, inventa vias originais para se comunicar;
Boa linguagem e vocabulário, oral e escrito;
Mostra interesse em material de teatro, poesias, dramatizações, canto, arte em
geral;
Interesse por livros e autores, revistas, avisos, textos em exposição;
Faz cálculos e operações, responde a puzzles, faz encaixes;
Boa organização mental e visão do todo em desenhos e esquemas;
Mostra capacidade de tirar conclusões com base no que observa;
Senso crítico, aponta erros e incongruências;
Autocrítica, perfeccionismo, repete e refaz muitas vezes, custa a terminar;
Originalidade, fluência, muitas ideias e ações diferentes e originais;
Liderança, percebe o grupo, tem boas ideias que são aceitas;
Segurança no grupo, confia, respeita os outros, é aceita e respeitada (GUENTHER,
2011).
Agora que você já sabe como reconhecer um aluno com Altas Habilidades, ficará mais
fácil pensar as práticas pedagógicas eficazes para o desenvolvimento do seu aluno.
Práticas Pedagógicas
De acordo com experiências vividas por nós professores, cabe à instituição de ensino,
através do Projeto Político Pedagógico definir um trabalho de dinamização de
metodologias colaborativas que contemple a elaboração e execução de projetos entre
comunidade e professores, assim as adequações, através da prática pedagógica
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Uma atividade exitosa neste contexto seria propor ao aluno com Altas Habilidades a
organização de uma feira literária. Com orientação e mediação do professor o aluno
receberá instruções para organizar o espaço, apresentações, organizar convites para as
famílias, realização de estandes, varal literário e para finalizar elaborar avaliação do
evento com tabulação de dados em gráficos e apresentação para os colegas e
comunidade escolar.
Há que se pensar que alunos com Altas Habilidades estarão sempre nesta condição, em
todas as fases escolares, em todo o processo desde a educação infantil ao ensino
superior o que significa que para cada momento devem-se considerar os diferentes
contextos para que os desafios sejam significativos, que façam sentido.
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Dúvidas?!
É verdade que alunos com AH podem tornar-se indivíduos que futuramente líderes
que provocarão sérios problemas para a sociedade?
É possível!
Para tanto, cabe também à escola fazer com que esse aluno seja capaz de manifestar
toda essa capacidade intelectual, acadêmica e talento através de não só um currículo
adequado, mas também visando destaque na resolução de problemas sociais.
Não!
Uma criança com AH continua sendo uma criança, que precisa de estímulos e condições
favoráveis ao seu desenvolvimento físico e emocional como toda criança.
Assim, compõem-se uma sala de aula: com a diversidade humana, com toda sua riqueza
e contribuição...proporcionando o que realmente importa: A troca!
ROSEANA MURRAY
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V - CONSIDERAÇÕES
E, é essa consciência que nos desalinha, nos provoca e nos move na direção do “outro”
que lapida o que somos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Declaração dos direitos humanos-ONU. Art. 26, 1948. Disponível em:
https://nacoesunidas.org/artigo-26-direito-a-educacao/. Acesso em 20 de outubro de 2019.
BRASIL. Secretária dos Direitos Humanos. Portaria 2344. Brasília, 2010. Disponível em:
http://www.abmes.org.br/arquivos/legislacoes/Port-SDH-693-2014-11-25.pdf. Acesso em
20 de outubro de 2019.
BRASIL. Lei Brasileira de Inclusão, 2015. Lei nº13.146 Capítulo IV, Art 27. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm. Acesso
em 20 de outubro de 2019.
48
MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar. O que é? Por quê? Como se faz? São Paulo,
2004.