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TCC Marcos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA
ENGENHARIA CIVIL

ESTUDO COMPARATIVO DE CUSTO DE EXECUÇÃO


DE UM PAVIMENTO EM UM EDIFÍCIO COMERCIAL
EM LAJE MACIÇA E EM LAJE LISA NERVURADA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Marcos Veiga Dos Santos

Santa Maria, RS, Brasil


2015
ESTUDO COMPARATIVO DE CUSTO DE EXECUÇÃO DE
UM PAVIMENTO EM UM EDIFÍCIO COMERCIAL EM LAJE
MACIÇA E EM LAJE LISA NERVURADA

Marcos Veiga Dos Santos

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da


Universidade Federal de Santa Maria como parte dos requisitos para obtenção
do grau de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Dr. Joaquim C. Pizzutti dos Santos

Santa Maria, RS, Brasil


2015
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Tecnologia
Engenharia Civil

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,


aprova o Trabalho de Conclusão de Curso

ESTUDO COMPARATIVO DE CUSTO DE EXECUÇÃO DE UM


PAVIMENTO EM UM EDIFÍCIO COMERCIAL EM LAJE MACIÇA E
EM LAJE LISA NERVURADA

elaborado por
Marcos Veiga Dos Santos

como requisito parcial para obtenção do grau de


Engenheiro Civil

COMISSÃO EXAMINADORA:

Joaquim C. Pizzutti dos Santos, Dr.


(Presidente/Orientador)

Marco Antonio Silva Pinheiro, Dr. (UFSM)

Rogério Cattelan Antocheves de Lima, Dr. (UFSM)

Santa Maria, 14 de julho de 2015.


Dedico este trabalho aos meus pais,
Claci e Valdir, pelos ensinamentos,
incentivo, apoio e compreensão.
.
AGRADECIMENTOS

Ao professor Joaquim C. Pizzutti dos Santos, pela paciência, por aceitar meu convite
para ser meu orientador e por estar sempre disponível para ajudar mesmo possuindo diversas
tarefas para realizar.
Ao engenheiro Cristiano Stein pela oportunidade da realização do estágio final e por
gentilmente ceder os modelos estruturais para o estudo deste trabalho.
Aos meus pais, Claci e Valdir Veiga dos Santos, que mesmo longe sempre procuraram
me apoiar, compreendendo os momentos que deixei de estar com eles, muito obrigado por
serem essas pessoas maravilhosas que sempre batalharam muito para investir na minha
educação.
Às minhas irmãs Márcia e Marlei Veiga dos Santos, pelos bons momentos que
passamos junto e pelo companheirismo e amizade que sempre tivemos, vocês foram e são
meu exemplo de determinação.
À Patricia Mattiazzi que sempre esteve ao meu lado, com muito amor, carinho e
compreensão me incentivando a todos os momentos.
Aos meus amigos que sempre estiveram ao meu lado e proporcionaram momentos de
descontração durante esses anos.
Aos meus colegas e professores do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal
de Santa Maria pelos cinco anos que vivenciamos juntos.
Não devemos ter medo das novas ideias,
elas podem significar a diferença entre o triunfo e o fracasso.

Napoleon Hill
RESUMO

Trabalho de Conclusão de Curso


Engenharia Civil
Universidade Federal de Santa Maria

ESTUDO COMPARATIVO DE CUSTO DE EXECUÇÃO DE UM


PAVIMENTO EM UM EDIFÍCIO COMERCIAL EM LAJE MACIÇA E
EM LAJE LISA NERVURADA
AUTOR: MARCOS VEIGA DOS SANTOS
ORIENTADOR: JOAQUIM C. PIZZUTTI DOS SANTOS
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 14 de julho de 2015.

Hoje em dia existem diversos sistemas estruturais que empregam lajes de concreto armado,
como o sistema convencional de lajes maciças, nervuradas, pré-fabricadas, protendidas
(alveolares), mistas, etc. Onde cada sistema apresentado possui suas características e
especificações de aplicação com suas vantagens e desvantagens. Este trabalho tem como
objetivo dimensionar e comparar um pavimento de um edifício comercial, modulado em laje
maciça e laje lisa nervurada, comparando ambas na questão de consumos de materiais: aço,
concreto e formas analisando o custo para cada configuração. Para o cálculo e
dimensionamento das lajes foi seguida a norma técnica vigente regulamentada pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas, utilizando para o dimensionamento ferramenta
computacional CAD/TQS®, que obtém os esforços e deslocamentos da estrutura através de
critérios adotados. A primeira etapa deste trabalho consistiu em fazer uma revisão
bibliográfica sobre estruturas em concreto armado, com enfoque em lajes convencionais e
lajes nervuradas, buscando dados específicos do trabalho em normas técnicas vigentes e
regulamentadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas. A segunda etapa do trabalho
foi modelar um edifício com o auxílio da ferramenta computacional CAD/TQS® que obtém os
esforços e deslocamentos da estrutura, para ambos os modelos de lajes convencionais e lajes
nervuradas. A partir dos resultados obtidos nesse trabalho verificou-se que o custo das lajes,
em comparação com outros elementos, como vigas e pilares, apresentaram os maiores custos
percentuais nos dois sistemas estruturais propostos, ou seja, 47% no sistema convencional e
53% no sistema de lajes lisas nervuradas, em relação ao custo total da estrutura. O sistema
convencional de lajes maciças apresentou o menor custo com uma redução de 21,35% em
relação ao sistema de lajes lisas nervuradas. O sistema foi favorecido pela arquitetura da
edificação que mesmo apresentando vãos grandes e uma maior quantidade de vigas, se
sobressaiu sobre o sistema de lajes lisas nervuradas, devido ao fato que é um edifício alto e
esbelto onde as vigas formam muitos pórticos, e os pilares estão dispostos perpendiculares ao
eixo de menor inércia da estrutura, que garantem uma maior estabilidade global,
possibilitando assim, vigas de menores dimensões.

Palavras-chave: Laje maciça. Laje lisa nervurada. CAD/TQS.


LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Representação esquemática de uma laje maciça convencional em concreto


armado. ..................................................................................................................................... 15
Figura 2.2 - Representação laje maciça. ................................................................................... 16
Figura 2.3 - Laje cogumelo (A) e laje lisa (B) apoiadas diretamente sobre os pilares. ............ 18
Figura 2.4 - Laje lisa nervurada. ............................................................................................... 18
Figura 2.5 - Detalhe laje lisa nervurada apoiada diretamente sobre pilares. ............................ 19
Figura 2.6 - Faixas de laje para distribuição dos esforços nos pórticos múltiplos. .................. 23
Figura 2.7 - Armadura contra colapso progressivo. ................................................................. 24
Figura 3.1 - Fachada do edifício-exemplo. .............................................................................. 29
Figura 3.2 - Perspectiva dos pavimentos da estrutura em laje maciça. .................................... 30
Figura 3.3 - Planta de forma do pavimento tipo em laje maciça. ............................................. 31
Figura 3.4 - Deformações nas lajes maciças através de isovalores. ......................................... 33
Figura 3.5 - Perspectiva dos pavimentos da estrutura em lajes nervuradas com blocos de EPS.
.................................................................................................................................................. 41
Figura 3.6 - Planta de forma do pavimento tipo em laje lisa nervurada. .................................. 42
Figura 3.7 - Deformações nas lajes lisas nervuradas através de isovalores. ............................ 43
Figura 4.1 - Comparativo de concreto entre os sistemas estruturais. ....................................... 54
Figura 4.2 - Comparativo de aço entre os sistemas estruturais. ............................................... 54
Figura 4.3 - Comparativo de fôrma entre os sistemas estruturais. ........................................... 54
Figura 4.4 - Custo percentual total por elemento estrutural no sistema convencional. ............ 55
Figura 4.5 - Custo percentual total por material no sistema convencional............................... 56
Figura 4.6 - Custo percentual total por elemento no sistema estrutural de lajes lisas
nervuradas. ................................................................................................................................ 57
Figura 4.7 - Custo percentual total por material no sistema de lajes lisas nervuradas. ............ 57
Figura 4.8 - Custo total dos sistemas estruturais analisados. ................................................... 58
LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 - Parâmetros quantitativos das vigas no sistema convencional. ............................. 34


Tabela 3.2 – Parâmetros quantitativos das lajes no sistema convencional. .............................. 35
Tabela 3.3 – Parâmetros quantitativos dos pilares no sistema convencional. .......................... 36
Tabela 3.4 - Consumos dos materiais das lajes no sistema convencional. ............................... 36
Tabela 3.5 – Índices. ................................................................................................................. 37
Tabela 3.6 - Quantificação de insumos para o serviço de formas no sistema estrutural
convencional. ............................................................................................................................ 38
Tabela 3.7 - Quantificação de insumos para o serviço de armaduras CA-60 no sistema
estrutural convencional. ............................................................................................................ 39
Tabela 3.8 - Quantificação de insumos para o serviço de armaduras CA-50 no sistema
estrutural convencional. ............................................................................................................ 39
Tabela 3.9 - Quantificação de insumos para o serviço de concretagem no sistema estrutural
convencional. ............................................................................................................................ 40
Tabela 3.10 - Composição de custo para execução da laje no sistema estrutural convencional.
.................................................................................................................................................. 40
Tabela 3.11 - Parâmetros quantitativos das vigas no sistema nervurado. ................................ 45
Tabela 3.12 - Parâmetros quantitativos das lajes maciças no sistema nervurado..................... 46
Tabela 3.13 - Parâmetros quantitativos das lajes nervuradas. .................................................. 46
Tabela 3.14 - Parâmetros quantitativos dos pilares no sistema nervurado. .............................. 47
Tabela 3.15 - Consumos dos materiais das lajes no sistema nervurado. .................................. 48
Tabela 3.16 - Índices. ............................................................................................................... 48
Tabela 3.17 - Quantificação de insumos para o serviço de forma para o sistema nervurado... 49
Tabela 3.18 - Quantificação de insumos para o serviço de armaduras CA-60 no sistema
estrutural nervurado. ................................................................................................................. 49
Tabela 3.19 - Quantificação de insumos para o serviço de armaduras CA-50 no sistema
estrutural nervurado. ................................................................................................................. 50
Tabela 3.20 - Quantificação de insumos para o serviço de armaduras com tela de aço na capa
de concreto no sistema estrutural nervurado. .......................................................................... 51
Tabela 3.21 - Quantificação de insumos para o serviço de concretagem no sistema estrutural
nervurado. ................................................................................................................................. 51
Tabela 3.22 - Composição de custo para execução da laje no sistema estrutural nervurado. .. 52
Tabela 4.1 - Comparativo de materiais e índices. .................................................................... 53
Tabela 4.2 - Resumo de custos ................................................................................................. 55
Tabela 4.3 - Resumo de custos. ................................................................................................ 56
Tabela 4.4 - Comparativo de custos totais em Reais (R$). ...................................................... 58
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


CA-50 Barra de aço de concreto armado com valor de escoamento de 50 kgf/mm²
ou 500 MPa
CA-60 Barra de aço de concreto armado com valor de escoamento de 60 kgf/mm²
ou 600 MPa
EPS Poliestireno Expandido
fck Resistência característica do concreto à compressão
MPa Mega Pascal
Φ Diâmetro
NBR Norma Brasileira
ELU Estado Limite Último
ELS Estado Limite de Serviço
TCPO Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 11
1.1 Objetivos ....................................................................................................................... 12
1.1.1 Objetivos gerais ............................................................................................................ 12
1.1.2 Objetivos específicos .................................................................................................... 12
1.2 Justificativa ................................................................................................................... 12
1.3 Metodologia .................................................................................................................. 13

2 ESTRUTURAS EM CONCRETO ARMADO: TIPOS DE LAJES E CRITÉRIOS


PARA ÁNALISE ESTUTURAL ............................................................................... 14
2.1 Lajes maciças convencionais ........................................................................................ 14
2.1.1 Definição e aplicação das lajes convencionais ............................................................. 14
2.1.2 Prescrições normativas ................................................................................................. 15
2.1.3 Vantagens e desvantagens do uso das lajes convencionais .......................................... 16
2.1.4 Processo construtivo de estruturas com lajes convencionais ........................................ 17
2.2 Lajes lisas nervuradas ................................................................................................... 17
2.2.1 Definição e aplicação das lajes lisas nervuradas .......................................................... 17
2.2.2 Blocos de EPS como material inerte ............................................................................ 19
2.2.2.1 Vantagens e desvantagens da utilização dos blocos de EPS ........................................ 20
2.2.3 Vantagens e desvantagens do uso de lajes lisas nervuradas ......................................... 20
2.2.4 Prescrições normativas ................................................................................................. 21
2.2.5 Punção........................................................................................................................... 23
2.2.6 Colapso progressivo...................................................................................................... 23
2.2.7 Processo construtivo de estruturas com lajes nervuradas ............................................. 24
2.3 Critérios para escolha da solução a adotar .................................................................... 25
2.4 Ferramenta de cálculo estrutural CAD/TQS®............................................................... 25
2.4.1 Modelo estrutural adotado para análises ....................................................................... 26
2.5 Alguns parâmetros para verificação de consumo ......................................................... 26
2.5.1 Espessura média (em) ................................................................................................... 26
2.5.2 Taxa de aço (ia) ............................................................................................................ 27
2.5.3 Taxa de aço II (ia II) ..................................................................................................... 27
2.5.4 Taxa de forma (if) ......................................................................................................... 27

3 ESTUDO DE CASO PARA ALTERNATIVAS ESTRUTURAIS EM UM


EDIFÍCIO COMERCIAL ......................................................................................... 28
3.1 Característica da obra ................................................................................................... 28
3.2 Estrutura com lajes maciças convencionais .................................................................. 29
3.2.1 Análise dos resultados obtidos...................................................................................... 32
3.2.2 Comportamento do modelo estrutural de grelha .......................................................... 32
3.2.3 Quantitativos da estrutura para lajes maciças convencionais ....................................... 33
3.2.4 Quantificação dos insumos para laje maciça convencional .......................................... 37
3.2.5 Custo total ..................................................................................................................... 40
3.3 Estrutura com lajes nervuradas com blocos de EPS ..................................................... 40
3.3.1 Análise dos resultados obtidos...................................................................................... 43
3.3.2 Comportamento do modelo estrutural de grelhas ......................................................... 43
3.3.3 Quantitativos da estrutura para laje nervurada com blocos de EPS ............................. 44
3.3.4 Quantificação dos insumos para lajes nervuradas ........................................................ 48
3.3.5 Custo total ..................................................................................................................... 51

4 ANÁLISE DOS DIMENSIONAMENTOS E CUSTOS .......................................... 53


4.1 Dimensionamentos ....................................................................................................... 53
4.2 Custos ........................................................................................................................... 55
4.2.1 Estrutura convencional com lajes maciças ................................................................... 55
4.2.2 Estrutura com lajes lisas nervuradas ............................................................................. 56
4.3 Comparação dos resultados .......................................................................................... 57

5 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 59

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 61


11

1 INTRODUÇÃO

Com o atual cenário da construção civil no Brasil, que, com a ajuda do governo
liberando financiamentos em longos prazos com juros baixos, fez com que nos últimos anos
houvesse um enorme crescimento no setor da construção civil, que por sua vez exigiu dos
profissionais da área um aprimoramento e melhoria contínua nas técnicas de construção, para
se manterem no mercado devido à ampla concorrência que se sucedeu.
Hoje em dia existem diversos sistemas estruturais que empregam lajes de concreto
armado, como o sistema convencional de lajes maciças, nervuradas, pré-fabricadas,
protendidas (alveolares), mistas, etc. Onde cada sistema apresentado possui suas
características e especificações de aplicação com suas vantagens e desvantagens, dentre as
quais os profissionais habilitados na área devem optar pelo uso de determinado sistema de
estrutura que se adapte a seu projeto, pois muitas vezes determinado tipo de sistema não se
adapta as condições do empreendimento, porque cada obra em si possui suas características
arquitetônicas, dificultando com isso a determinação do sistema estrutural utilizando-o como
modelo padrão.
Frente ao crescimento do mercado e desenvolvimento de novas tecnologias, as
ferramentas computacionais (programas) auxiliam e aceleram a produtividade,
dimensionamento e detalhamento de projetos para cada tipo de sistema estrutural, mas cabe
ao engenheiro de estrutura junto com o arquiteto escolher a opção mais adequada para cada
tipo de projeto, avaliando critérios técnicos e econômicos de cada empreendimento. Em
resposta ao constante crescimento e ao mercado cada vez mais competitivo torna-se cada vez
mais necessário um estudo sobre qual o sistema construtivo será utilizado, o que se faz com o
uso de comparações entre cada modelo utilizado.
12

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivos gerais

O objetivo geral deste trabalho consiste em dimensionar um pavimento de um edifício


comercial, modulado em laje maciça e laje nervurada, comparando os consumos de aço,
concreto e formas, analisando o custo para cada configuração.

1.1.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos deste trabalho são:


- Modelar o edifício comercial para ambas as configurações, laje maciça e laje
nervurada;
- Detalhar as lajes maciças e lajes nervuradas;
- Obter os quantitativos de aço, concreto e formas para ambas as lajes;
- Analisar o custo de cada sistema construtivo.

1.2 Justificativa

A escolha pelo tema do trabalho justifica-se pelo fato de que nem sempre a melhor
técnica utilizada vai satisfazer totalmente as expectativas esperadas, pois como os projetistas
de estrutura estão buscando sempre novas soluções que proporcionem uma melhor eficiência,
com um custo mais baixo e uma execução mais rápida, sem prestar atenção ao local que essa
obra vai estar inserida, pois dependendo da região que ela será executada não se sabe se vai
haver mão de obra capacitada para realizá-la, levando em conta que novas técnicas são mais
complexas que as técnicas convencionais.
13

1.3 Metodologia

Na primeira etapa deste trabalho realizou-se uma revisão bibliográfica sobre estruturas
em concreto armado, com enfoque em lajes convencionais e lajes nervuradas, buscando dados
específicos do trabalho em normas técnicas vigentes e regulamentadas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas.
A segunda etapa do trabalho consiste em modelar o edifício com o auxílio da
ferramenta computacional CAD/TQS® que obtém os esforços e deslocamentos da estrutura,
para ambos os modelos de lajes convencionais e lajes nervuradas. Já com o modelo
processado e com os esforços e deslocamentos da estrutura, ambas as lajes serão
dimensionadas.
Para o cálculo e dimensionamento das lajes seguiu-se a norma técnica vigente
regulamentada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, utilizando para o
dimensionamento ferramenta computacional CAD/TQS®.
Posteriormente, com o dimensionamento da estrutura foi avaliado qual sistema possui
um menor custo e consumo de materiais, levando em consideração o consumo de concreto,
forma e taxa de armadura.
14

2 ESTRUTURAS EM CONCRETO ARMADO: TIPOS DE LAJES E


CRITÉRIOS PARA ÁNALISE ESTUTURAL

Os sistemas construtivos que serão apresentados nesse trabalho são estruturas em


concreto armado compostos por lajes maciças convencionais, e por lajes lisas nervuradas,
bem como as peculiaridades de cada uma, demonstrando suas qualidades a serem observadas
no momento da escolha do sistema estrutural adotado.

2.1 Lajes maciças convencionais

2.1.1 Definição e aplicação das lajes convencionais

Entende-se como estrutura convencional aquela em que as lajes se apoiam em vigas


(tipo laje-viga-pilar). A laje maciça não pode vencer grandes vãos, devido ao seu peso
próprio. É pratica usual adotar-se como vão médio econômico das lajes um valor entre 3,5 m
e 5 m (ALBUQUERQUE, 1999).
Segundo Spohr (2008), um sistema convencional de estruturas de concreto armado é
aquele que pode ser constituído basicamente por lajes maciças, vigas e pilares, sendo que as
lajes recebem os carregamentos oriundos da utilização, ou seja, das pessoas, móveis
acrescidos de seu peso próprio, os quais são transmitidos às vigas, que por sua vez
descarregam seus esforços aos pilares e esses às fundações.
Na figura 2.1 está a representação de uma laje maciça convencional.
15

Figura 2.1 - Representação esquemática de uma laje maciça convencional em concreto armado.

Fonte: SPOHR, 2008.

2.1.2 Prescrições normativas

Segundo NBR 6118:2014 nas lajes maciças devem ser respeitados os seguintes limites
mínimos para a espessura:
- 7 cm para lajes de cobertura não em balanço;
- 8 cm para lajes de piso não em balanço;
- 10 cm para lajes em balanço;
- 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN;
- 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN;
- 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas, l/42 para lajes de pisos bi
apoiadas e l/50 para lajes de piso contínuas; (l = vãos considerados, cm)
- 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes cogumelo, fora do capitel.
E segundo a NBR 6118:2014, em seus itens 8.2.1 (concreto) e 8.3.1 (aço), define os
materiais utilizados nas lajes maciças:
- Concreto: no mínimo com resistência de 20 MPa;
- Tipos de aço: CA-25, CA-50 ou CA-60
A Figura 2.2 apresenta à representação de uma laje maciça.
16

Figura 2.2 - Representação laje maciça.

Fonte: Catálogo digital de detalhamento da construção.

2.1.3 Vantagens e desvantagens do uso das lajes convencionais

Como vantagens das lajes convencionais podemos citar:


- A existência de muitas vigas forma muitos pórticos, que garantem uma boa rigidez à
estrutura de contraventamento (ALBUQUERQUE, 1999);
- Possui desempenho satisfatório na redistribuição de esforços (SPOHR, 2008);
- Um dos sistemas estruturais mais utilizados nas construções de concreto armado, por
isso a mão de obra já é bastante treinada (SPOHR, 2008);
Algumas desvantagens desse sistema são:
- Devido aos limites impostos, apresenta uma grande quantidade de vigas, fato esse
que deixa a forma do pavimento muito recortada, diminuindo a produtividade da construção
(ALBUQUERQUE, 1999);
- Grande consumo de formas e escoramento (SPOHR, 2008);
- Os recortes diminuem o reaproveitamento das formas (ALBUQUERQUE, 1999);
- Apresenta grande consumo de concreto e aço (ALBUQUERQUE, 1999).
17

2.1.4 Processo construtivo de estruturas com lajes convencionais

Em Barros e Melhado (2006), encontram-se basicamente os seguintes passos para a


produção da estrutura:
- Montagem das formas e armaduras dos pilares;
- Montagem das formas de vigas e lajes;
- Concretagem dos pilares;
- Montagem da armadura de vigas e lajes;
- Concretagem de vigas e lajes;
- Desenforma.

2.2 Lajes lisas nervuradas

As lajes nervuradas são apresentadas através de sua definição, aplicação e utilização


com blocos de EPS, suas vantagens e desvantagens e seu processo construtivo, sendo todos
detalhados nos próximos subitens.

2.2.1 Definição e aplicação das lajes lisas nervuradas

Segundo NBR 6118:2014 lajes nervuradas são as lajes moldadas no local ou com
nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração para momentos positivos esteja localizada nas
nervuras entre as quais pode ser colocado material inerte, e por definição lista no seu item
14.7.8 (lajes lisas e lajes-cogumelo), como sendo laje-cogumelo aquelas apoiada em capitéis,
enquanto as lajes lisas se apoiam diretamente em pilares, conforme demonstra a Figura 2.3.
18

Figura 2.3 - Laje cogumelo (A) e laje lisa (B) apoiadas diretamente sobre os pilares.
Fonte: SPOHR, 2008.

Segundo Araújo (2003b), geralmente os edifícios residenciais são projetados para lajes
convencionais. Entretanto, quando os vãos são grandes essa solução pode ser antieconômica,
em virtude da elevada espessura da laje. Diante disso, a solução em laje convencional pode
exigir espessuras tão grandes que a maior parte do carregamento passa a ser constituída por
seu peso próprio. Neste caso, conforme Araújo (2003a), as lajes nervuradas, empregadas para
vencer grandes vãos, geralmente superiores a 8 m, são as mais adequadas. A Figura 2.4
representa uma laje lisa nervurada.

Figura 2.4 - Laje lisa nervurada.

Fonte: MELGES, 1995.


19

As lajes lisas nervuradas são apoiadas diretamente sobre os pilares, utilizando na


região dos apoios maciços de concreto, com objetivo de resistir às tensões de cisalhamento
características dessas regiões (SPOHR, 2008).
Na Figura 2.5, pode-se verificar a situação de apoio de uma laje nervurada sobre
pilares.

Figura 2.5 - Detalhe laje lisa nervurada apoiada diretamente sobre pilares.
Fonte: SPOHR, 2008.

2.2.2 Blocos de EPS como material inerte

A função do elemento de enchimento é aumentar a altura da laje, aumentar o braço de


alavanca formado pela capa de concreto comprimido e a armadura tracionada. Como o
concreto abaixo da linha neutra não tem função estrutural, ele é substituído por materiais leves
e vazios. As únicas cargas que os elementos de enchimento devem suportar são o peso do
concreto fresco moldado “in loco” e as ações de execução da concretagem.
20

2.2.2.1 Vantagens e desvantagens da utilização dos blocos de EPS

As principais vantagens, segundo Silva (2002):


- Possibilita a execução de estruturas leves;
- Gera redução no custo dos materiais nos diversos elementos estruturais;
- Facilidade no transporte das peças;
- Proporciona redução do volume de mão de obra e aumento de produtividade;
- Possibilita construções com amplos vãos livres;
- Resulta em edificações mais econômicas e confortáveis.

Algumas desvantagens, segundo Silva (2002):


- Por apresentar baixo peso específico, o processamento de concretagem torna-se
complicado, em virtude da tendência dos blocos emergirem no concreto;
- Incorporam, de certa forma, relativa carga permanente à laje, quando comparado
com fôrmas constituídas de moldes de polipropileno;
- O EPS não pode receber diretamente o revestimento, devendo ser feito com
chapisco, utilizando-se um aditivo de base acrílica (PVA).

2.2.3 Vantagens e desvantagens do uso de lajes lisas nervuradas

Nas lajes nervuradas observam-se a seguintes vantagens, segundo Albuquerque (1999)


e Spohr (2008):
- A maior inércia em relação às lajes convencionais possibilita o aumento dos vãos
entre pilares, facilitando os projetos e criando maior área de manobras nos estacionamentos;
- Pode-se definir um pavimento com poucas lajes, devido à sua capacidade de vencer
grandes vãos;
- Maior facilidade na execução, uma vez que as vigas são embutidas na própria laje
(sem vigas altas), evitando-se recortes e agilizando-se os serviços de montagem das formas;
- O fato de ter poucas vigas faz com que a estrutura não interfira muito na arquitetura;
- Os pilares podem ser distribuídos de acordo com as necessidades do projeto
arquitetônico, sem a necessidade de alinhamento;
21

- As formas apresentam um plano contínuo, com recortes apenas nas ligações com os
pilares, por isso apresentam simplicidade na execução e na retirada das formas.
A seguir, algumas desvantagens do uso de lajes nervuradas, segundo Albuquerque
(1999) e Hennrichs (2003):
- Menor rigidez da estrutura às ações laterais em relação aos outros sistemas
estruturais, devido ao número reduzido de pórticos;
- Punção da laje pelos pilares é um dos principais problemas de tais lajes, podendo ser
solucionado adotando-se uma espessura de laje adequada ou adotando uma armadura de
punção, ou ambos;
- Em geral, maior consumo de aço e concreto;
- O deslocamento da laje sem vigas, para uma mesma rigidez e um mesmo vão, é
maior do que aqueles nas lajes sobre vigas;
- Menor desempenho acústico em relação aos outros sistemas estruturais;

2.2.4 Prescrições normativas

A NBR 6118 (2014), em seu item 13.2.4.2, prescreve uma série de recomendações
destinadas à execução e projeto de lajes nervuradas.
- A espessura da mesa, quando não houver tubulações horizontais embutidas, deve ser
maior ou igual a 1/15 da distância entre as faces das nervuras, e não menor que 4 cm;
- O valor mínimo absoluto da mesa deve ser 5 cm, quando existirem tubulações
embutidas de diâmetro menor ou igual a 10 mm. Para tubulações com diâmetro maior que 10
mm, a mesa deve ter espessura mínima de 4 cm mais o diâmetro da tubulação;
- A espessura das nervuras não deve ser inferior a 5 cm;
- Nervuras com espessura inferior a 8 cm não devem conter armadura de compressão;
Já para o projeto das lajes nervuradas, devem ser obedecidas as seguintes condições:
- Para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras menores ou iguais a 65 cm, pode
ser dispensada a verificação da flexão da mesa, e para verificação do cisalhamento da região
das nervuras, permite-se a consideração dos critérios de laje;
- Para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras entre 65 cm e 110 cm, exige-se a
verificação da flexão da mesa, e as nervuras devem ser verificadas ao cisalhamento como
22

vigas. É permitida essa verificação como lajes, se o espaçamento entre eixos de nervuras for
até 90 cm e a largura média das nervuras for maior que 12 cm;
- Para lajes nervuradas com espaçamento entre eixos de nervuras maiores que 110 cm,
a mesa deve ser projetada como laje maciça, apoiada na grelha de vigas, respeitando-se os
seus limites mínimos de espessura.
Ainda de acordo com a NBR6118 (2014) a análise estrutural das lajes lisas e cogumelo
devem ser realizados mediante emprego de procedimento numérico adequado, por exemplo,
diferenças finitas, elementos finitos e elementos de contorno.
Sendo que nos casos em que os pilares estiverem dispostos em filas ortogonais, de
maneira regular e com vãos pouco diferentes, o cálculo dos esforços pode ser realizado pelo
processo elástico aproximado, com redistribuição, que consiste em adotar em cada direção
pórticos múltiplos para obtenção dos esforços solicitantes.
Para cada pórtico deve ser considerada a carga total. A distribuição dos momentos,
obtida em cada direção, segundo as faixas indicadas na Figura 2.6 deve ser feita da seguinte
maneira:
- 45% dos momentos positivos para as duas faixas internas;
- 27,5% dos momentos positivos para cada uma das faixas externas;
- 25% dos momentos negativos para as duas faixas internas;
- 37,5% dos momentos negativos para cada uma das faixas externas;
As ligações das lajes com os pilares devem ser cuidadosamente estudadas, com
especial atenção para os casos em que não haja simetria de forma ou de carregamento da laje
em relação ao apoio.
Obrigatoriamente devem ser considerados os momentos de ligação entre as lajes e os
pilares externos.
23

Figura 2.6 - Faixas de laje para distribuição dos esforços nos pórticos múltiplos.

Fonte: NBR6118, 2014.

2.2.5 Punção

O fenômeno da punção de uma placa é basicamente a sua perfuração devida às altas


tensões de cisalhamento, provocadas por forças concentradas ou agindo em pequenas áreas.
Nos edifícios com lajes nervuradas, esta forma de ruína pode se dar na ligação da laje com os
pilares, onde a reação do pilar pode provocar a perfuração da laje (MELGES, 1995).
Já Araújo (2003) define a punção como sendo o estado limite último por cisalhamento
no entorno de forças concentradas (cargas ou reações), e que a ruptura por punção se dá com a
propagação de fissuras inclinadas através da espessura da laje, com inclinação média de 30º.

2.2.6 Colapso progressivo

A NBR 6118 (2014) prescreve que para garantir a ductilidade local e a consequente
proteção contra o colapso progressivo, a armadura de flexão inferior que atravessa o contorno
C deve estar suficientemente ancorada além do contorno C’, conforme a Figura 2.7, deve ser
dada por:
24

Onde, o As é o somatório de todas as áreas das barras inferiores que cruzam cada uma
das faces do pilar.

Figura 2.7 - Armadura contra colapso progressivo.

Fonte: NBR 6118, 2014.

2.2.7 Processo construtivo de estruturas com lajes nervuradas

O processo construtivo de uma estrutura de concreto armado com lajes lisas


nervuradas, com blocos de EPS é muito semelhante ao processo construtivo já apresentado,
com lajes maciças convencionais, isto se deve à única e principal diferença entre as duas
soluções: as lajes. De uma maneira geral tem-se os seguintes procedimentos:
- Colocação das formas e cimbramento;
- Colocação da armadura;
- Concretagem;
- Período de cura do concreto;
- Desenforma e retirada das escoras;
25

2.3 Critérios para escolha da solução a adotar

Durante a fase de anteprojetos, uma etapa de compatibilização entre a arquitetura e


projeto estrutural deve ser realizada de maneira eficiente é imprescindível para um perfeito
andamento dos serviços até o final da obra. De acordo com Spohr (2008), a interação entre os
projetos arquitetônicos, estruturais, de instalações e outros, tem importância fundamental para
que a construção atenda os requisitos básicos de funcionalidade, durabilidade e estética.

2.4 Ferramenta de cálculo estrutural CAD/TQS®

O CAD/TQS® e uma ferramenta de cálculo estrutural para estruturas de concreto


armado, protendido e alvenaria estrutural. Ele agrega todas as etapas da elaboração de um
projeto, desde o dimensionamento até a geração de plantas finais que serão utilizadas na
construção.
Possui uma análise rica e completa que vai desde combinações de carregamentos,
informações sobre as características do vento, análise de estabilidade global, viga contínua,
discretização por elementos de barras e placas, verificação dos estados limites últimos e
estados limites de serviço, como: o cálculo de flechas e abertura de fissuras, além de gerar o
modelo de pórtico espacial para gerar os esforços atuantes na estrutura.
A interface do programa é concedida por um modelador gráfico que oferece suporte
para a entrada de dados relativos à concepção de estrutura, desde a geometria, carregamentos,
parâmetros de majoração e minoração e modelos adotados para a análise. A partir dessa etapa
com a arquitetura definida podem ser modelados os elementos estruturais como fundações,
pilares, vigas, escadas e lajes.
Após a etapa de modelagem da estrutura passa-se para o dimensionamento e
detalhamento das armaduras, onde são emitidos relatórios de cálculos e desenhos que podem
ser editados graficamente até a plotagem dos desenhos finais.
É importante citar que o programa não escolhe qual o melhor modelo a ser adotado
nem seus parâmetros, esses critérios são de total responsabilidade do projetista de acordo com
sua vontade, assim tendo um pleno controle sobre o processamento e detalhamento da
estrutura.
26

2.4.1 Modelo estrutural adotado para análises

Na análise estrutural do edifício foi utilizado o modelo quatro do sistema CAD/TQS®.


Este modelo consiste em dois modelos de cálculo:
- Modelo de grelha para os pavimentos;
- Modelo de pórtico espacial para a análise global;
O edifício foi modelado por um único pórtico espacial mais os modelos dos
pavimentos. O pórtico foi composto apenas por barras que simulam as vigas e pilares da
estrutura, com o efeito de diafragma rígido das lajes devidamente incorporado ao modelo. Os
efeitos oriundos das ações verticais e horizontais nas vigas e pilares serão calculados com o
pórtico espacial.
Nas lajes, somente os efeitos gerados pelas ações verticais foram calculados. Nos
pavimentos simulados por grelha de lajes, os esforços resultantes das barras de lajes sobre as
vigas foram transferidas como cargas para o pórtico espacial, ou seja, há uma certa integração
entre ambos os modelos (pórtico e grelha).

2.5 Alguns parâmetros para verificação de consumo

Para se obter um comparativo mais detalhado da estrutura foram avaliados alguns


quantitativos de consumo, como volume de concreto, área de forma e massa de aço, bem
como os índices de espessura média, taxa de aço, taxa de aço II e taxa de forma.

2.5.1 Espessura média (em)

Espessura média é a relação entre o consumo total de concreto e a área estrutural da


edificação.

em = V (m3) / A (m²) (2)


27

2.5.2 Taxa de aço (ia)

Taxa de aço é a relação entre o consumo total de aço e o consumo total de concreto.

ia = P (kg) / V (m³) (3)

2.5.3 Taxa de aço II (ia II)

Taxa de aço II é a relação entre uso total de aço utilizado e a área estrutural da
edificação.

ia II = P (kg) / A (m²) (4)

2.5.4 Taxa de forma (if)

Taxa de forma é a relação entre o consumo total de forma e a área estrutural da


edificação.

if = F (m2) / A (m²) (5)


28

3 ESTUDO DE CASO PARA ALTERNATIVAS ESTRUTURAIS EM


UM EDIFÍCIO COMERCIAL

Neste estudo de caso estão apresentadas duas alternativas de sistemas estruturais para
o dimensionamento da estrutura de um edifício, um em estruturas com laje maciça
convencionais, e no outro em estruturas com lajes nervuradas com enchimento de blocos em
EPS. Foi abordado nesse trabalho o dimensionamento da estrutura para ambos os sistema,
extraindo seus quantitativos de aço, concreto e forma, para posteriormente analisar e
comparar os sistemas entre si.

3.1 Característica da obra

O edifício utilizado nesse estudo de caso foi obtido junto a um escritório de cálculo
estrutural localizado na cidade de Santa Maria. O empreendimento localiza-se no Bairro
Nossa Senhora de Lourdes na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Trata-se de um
edifício comercial, com 13 pavimentos, sendo um subsolo, térreo, 10 pavimentos
intermediários/tipos e uma cobertura. O presente trabalho ficou restrito ao estudo do
pavimento tipo. Este é constituído por três salas comerciais, totalizando uma área de 283 m².
A Figura 3.1 apresenta a fachada do edifício-exemplo.
29

Figura 3.1 - Fachada do edifício-exemplo.

3.2 Estrutura com lajes maciças convencionais

A concepção estrutural utilizada para o estudo de caso foi de lajes maciças


convencionais. Na Figura 3.2 tem-se a perspectiva da estrutura em lajes convencionais,
disponibilizada pelo programa de cálculo CAD/TQS®. Através da perspectiva notam-se
claramente as vigas internas e externas, grande número de pilares nos pavimento e espessura
da laje relativamente pequena, em comparação à altura das vigas, características fundamentais
e importantes do sistema.
30

Figura 3.2 - Perspectiva dos pavimentos da estrutura em laje maciça.

O edifício projetado em lajes maciças convencionais consiste em um sistema em que


as lajes estão apoiadas diretamente sobre as vigas, e que dependendo de sua configuração
geométrica possui uma relação e apoio simples ou engaste com lajes adjacentes, o que
significa transmitir ou não momento entre ambas.
Já para cálculos realizados manualmente, analisou-se cada elemento de forma isolada,
levando em conta apenas a vinculação o que gera uma imprecisão no cálculo, devido ao
comportamento global da estrutura, pois as deformações imposta pelas lajes não são
transmitidas para o resto da estrutura. Já no dimensionamento realizado pelo programa
CAD/TQS® a estrutura como um todo se comporta como um pórtico, apresentando
deformações de forma mais clara se aproximando da realidade.
Para o dimensionamento da estrutura em lajes maciças convencionais foi considerado
a resistência característica à compressão do concreto (fck) igual a 30 MPa para todos os
elementos estruturais, classe de agressividade ambiental 2, moderada, conforme definido pelo
item 6 da NBR6118:2014. Como foi adotado classe de agressividade ambiental 2, os
cobrimentos são 3,0 cm para pilares e vigas e 2,5 cm para as lajes maciças, de acordo com o
item 7.4.7 e seus subitens da NBR6118:2014.
A Figura 3.3 representa em planta, o pavimento tipo do edifício exemplo em laje
maciça.
31

Figura 3.3 - Planta de forma do pavimento tipo em laje maciça.


32

3.2.1 Análise dos resultados obtidos

A análise foi realizada através de relatórios gerados pelo processamento da estrutura


no programa CAD/TQS®, e seus quantitativos de insumos foram extraídos e analisados
levando em consideração apenas as lajes, vigas e pilares no sistema estrutural de laje maciça
convencional de um pavimento tipo.

3.2.2 Comportamento do modelo estrutural de grelha

O comportamento da laje maciça convencional no que se refere à obtenção das


deformações foi realizado por meio do cálculo de grelha não linear da estrutura. O grelha não
linear atende a todas as prescrições presentes na NBR6118:2014. Suas principais
características são: o cálculo é realizado através de um processo incremental, no qual o
carregamento total aplicado na estrutura é subdividido em incrementos de carga, de tal forma
que a rigidez em cada ponto do pavimento possa ser corrigida gradativamente à medida que a
fissuração se propaga. Isto faz com que os resultados finais sejam bem mais precisos e
realistas, e esse processo também leva em conta a fluência, ou deformação lenta do concreto.
A Figura 3.4 exibe a laje e suas respectivas deformações demonstradas através de
isovalores.
A maior flecha encontrada foi de 2,43 cm entre as faces da L307 que distam 8,15 m.
Logo, a flecha admissível limite para esse trecho seria atendida:
alim=815/250=3,26 cm
33

Figura 3.4 - Deformações nas lajes maciças através de isovalores.

Fonte: CAD-TQS®, 2015.

3.2.3 Quantitativos da estrutura para lajes maciças convencionais

Para demonstrar de uma maneira mais detalhada os quantitativos dos materiais, foi
optado por representar separadamente cada elemento estrutural, vigas, lajes e pilares,
demonstrando suas respectivas áreas de forma e volume de concreto, para posteriormente
aplicar os índices de uma maneira mais precisa. A Tabela 3.1 demonstra os quantitativos das
vigas, sendo que a área estimada para formas de madeira compreende o fundo e lateral das
vigas e foi contabilizada uma única vez para a determinação do volume de concreto.
34

Tabela 3.1 - Parâmetros quantitativos das vigas no sistema convencional.

Área formas Volume de


Elemento
(m2) concreto (m3)

V301 9,85 0,8


V302 12,39 1,18
V303 2,5 0,17
V304 2,5 0,17
V307 1,7 0,1
V308 1,7 0,1
V309 6,23 0,6
V310 9,51 1,15
V311 1,17 0,06
V312 8,82 0,81
V313 9,85 0,8
V314 11,27 1,07
V315 5,44 0,96
V316 3,54 0,34
V317 0,55 0,05
V318 0,11 0,01
V319 3,32 0,33
V320 1,98 0,13
V321 2,17 0,2
V323 2,45 0,22
V324 2,09 0,17
V325 3,42 0,33
V326 0,57 0,05
V327 0,07 0,01
V328 0,07 0,01
V329 0,71 0,07
V331 6,68 1,38
V332 6,75 1,38
V333 5,67 0,95
Total 123,1 13,6

Fonte: CAD-TQS®, 2015.

Já em relação às lajes, a área de formas foi calculada compreendendo fundo dos


painéis compreendidos entre as faces das vigas, e seu volume de concreto é obtido
multiplicando esse valor encontrado pela altura das lajes estabelecido no projeto de formas,
coforme demonstrado na Tabela. 3.2.
35

Tabela 3.2 – Parâmetros quantitativos das lajes no sistema convencional.

Volume
Área
de
Elemento formas
concreto
(m2)
(m3)
L301 2,24 0,27
L302 2,24 0,27
L303 5,13 0,61
L305 10,15 1,22
L306 13,39 1,88
L307 63,79 10,21
L308 52,62 6,84
L309 40,98 4,92
L310 39,12 4,69
L311 6,09 0,73
L312 7,66 0,92
L313 2,23 0,27
L314 2,23 0,27
Total 247,87 33,1

Fonte CAD-TQS®, 2015.

Já para os pilares as áreas de forma foram obtidas levando em consideração suas áreas
laterais, e o volume de concreto considerando suas dimensões com um valor aproximado.
Conforme demonstra a Tabela 3.3.
36

Tabela 3.3 – Parâmetros quantitativos dos pilares no sistema convencional.

Volume
Área
de
Elemento formas
concreto
(m2)
(m3)
P13 5,64 0,43
P14 5,64 0,43
P15 7,08 0,68
P16 7,08 0,68
P17 11,12 1,17
P18 11,12 1,17
P20 13,71 1,2
P21 13,71 1,2
P22 5,07 0,49
P23 5,93 0,55
P24 5,93 0,55
P25 5,64 0,43
P26 13,71 1,2
P27 7,08 0,68
P28 7,08 0,68
P29 11,12 1,17
P30 11,12 1,17
Total 147,78 13,88

Fonte: CAD-TQS®, 2015.

Os resultados gerais dos quantitativos da estrutura com lajes maciça convencionais


estão indicados na Tabela 3.4.

Tabela 3.4 - Consumos dos materiais das lajes no sistema convencional.

ÁREA DE FORMA VOL. CONCRETO AÇO


(m2) (m3) (kg)
VIGAS 123,08 13,6 2223
LAJES 247,87 33,1 3510
PILARES 147,78 13,88 2241
TOTAL 518,73 60,58 7974

Fonte: CAD-TQS®, 2015.


37

Tabela 3.5 – Índices.

Tx .
ESP. MÉDIA Tx. DE AÇO Tx. DE AÇO II
FORMA
(m3/m2) (kg/m3 ) (kg/m2 )
(m2/m2 )
0,21 131,59 28,19 1,83

3.2.4 Quantificação dos insumos para laje maciça convencional

No levantamento das quantidades de mão de obra e dos insumos utilizados para a sua
execução utilizou-se os índices estabelecidos pelo TCPO (Tabela de Composição de Preços e
Orçamento) da editora PINI. Já para obter os custos referentes à mão de obra foram utilizados
preços estabelecidos pelo SINDUSCON-RS para salários médios, e os custos dos insumos
foram retirados das tabelas do SINAPI (Sistema nacional de pesquisa de custo e índices da
construção civil) para a localidade de Porto Alegre - RS, ambos com meses de referência
MAIO de 2015.
Nos cálculos de mão de obra não se levou em conta os encargos sociais e trabalhistas,
quando estão sobre o regime de CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Apenas foram
considerados na composição os custos de horário (Homem hora).
Para a execução das formas, considerou-se o sistema de formas pré-fabricadas, que
incluem nos seus coeficientes materiais e mão de obra para montagem e desenforma bem
como travamentos e escoramento. O critério adotado foi a área estruturada na planta de
formas (superfície de forma em contato com o concreto). A Tabela 3.6 apresenta o
quantitativo das formas no sistema de lajes maciça convencional, em função do elemento
estrutural.
38

Tabela 3.6 - Quantificação de insumos para o serviço de formas no sistema estrutural


convencional.

FORMA PRÉ-FABRICADA de chapa compensada, montagem e desmontagem, com utilização de


três vezes – unidade: m²
Preço Total
Peça Insumos Un. Consumo Qtde
unitário (R$) (R$)

Fôrma pré-fabricada de madeira de chapa compensada


LAJES

m2 0,4 58,3 99,2 5783,4


plastificada, inclusive travamentos e escoramentos

Carpinteiro h H 0,94 5,79 233,1 1349,6

Fôrma pré-fabricada de madeira de chapa compensada


VIGAS

m2 0,4 58,3 49,0 2856,7


plastificada, inclusive travamentos e escoramentos

Carpinteiro h H 1,18 5,79 145,1 840,1


PILARES

Fôrma pré-fabricada de madeira de chapa compensada


m2 0,4 58,3 59,2 3451,4
plastificada, inclusive travamentos e escoramentos

Carpinteiro h H 0,69 5,79 102,1 591,3

Para o serviço de armaduras foi adotado o sistema industrializado, que realiza o corte,
soldagem e dobra do aço em empresa especializada, fora da obra. A montagem da armadura
nas formas é realizada pela equipe da obra. Embora o sistema seja industrializado, adotou-se
uma perda de 5% (valor que varia conforme a organização do canteiro de obras e controle
desses materiais). Ou seja, a quantidade de aço calculada através dos levantamentos
realizados no projeto para cada elemento estrutural (lajes, vigas e pilares) não foram incluída
as perdas. Essas perdas estão incluídas e já computadas no coeficiente de consumo unitário. A
Tabela 3.7 refere-se às armações com aço CA-60 (5,0mm), e a Tabela 3.8 as armações com
aço CA-50 para o sistema de lajes maciças.
39

Tabela 3.7 - Quantificação de insumos para o serviço de armaduras CA-60 no sistema


estrutural convencional.

ARMADURA de aço para estruturas em geral, CA-60 ϕ 5,0mm, corte e dobra por sistema
industrializado, fora da obra – unidade: kg

Insumos Un. Consumo Preço unitário (R$) Qtde Total (R$)

Barra de aço CA-60 kg 1,05 4,19 647,1 2711,3


Arame recozido ϕ 1,25mm kg 0,02 7,9 12,3 97,2
Armador h 0,07 5,73 43,1 247,0
Ajudante de armador h 0,07 4,28 43,1 184,5

Tabela 3.8 - Quantificação de insumos para o serviço de armaduras CA-50 no sistema


estrutural convencional.

ARMADURA de aço CA-50, corte e dobra por sistema industrializado, fora da obra – unidade: kg

Bitola Preço unitário Quantidade (kg) Total Total


Insumo Un. Consumo
(mm) (R$) (kg) (R$)
Lajes Vigas Pilares
6,3 kg 1,05 4,74 554 120 329 1003 4755,5
BARRAS DE AÇO

8 kg 1,05 4,64 547 135 45 727 3375,3


10 kg 1,05 4,54 1576 185 0 1761 7995,7
12,5 kg 1,05 4,30 699 145 0 845 3631,4
16 kg 1,05 4,30 0 271 564 835 3591,7
20 kg 1,05 4,30 0 515 972 1487 6394,6
25 kg 1,05 4,15 0 818 356 1174 4871,7
Arame
recozido
1,25 kg 0,02 7,90 64 42 43 149 1178,6
Armador
(Lajes)
- h 0,031 5,73 100 - - 100 571,3
Armador
(Vigas)
- h 0,1 5,73 - 209 - 209 1195,1
Armador
(Pilares)
- h 0,034 5,73 - - 73 73 420,4
Total 37981,3

Para os serviços de concretagem foi adotado concreto usinado, e a mão de obra


compostas pelos serviços de transporte, lançamento, adensamento e acabamento do concreto,
não foram inclusos acabamentos especiais por desempenadeiras mecânicas, tempo de cura e
controle tecnológico. O volume de concreto foi calculado e definido pela planta de forma,
40

acrescidos de uma perda de 5%, que se deve principalmente a perda de concreto que fica
incorporado na estrutura, além de extravios e entulho (sobras de concretagem). A Tabela 3.9
demonstra os serviços de concretagem para lajes maciças.

Tabela 3.9 - Quantificação de insumos para o serviço de concretagem no sistema estrutural


convencional.

CONCRETO estrutural dosado em central (resistência 30 MPa) – unidade: m³

Insumos Un. Consumo Preço unitário (R$) Qtde Total (R$)

Concreto dosado em central m3 1,05 298,44 64 18989,7


Pedreiro h 1,65 5,55 100 554,9
Servente h 4,5 4,28 273 1167,2

3.2.5 Custo total

A Tabela 3.10 demonstra o custo total da execução de um pavimento realizado por


lajes maciças convencionais, com o preço dos materiais e mão de obra empregada.

Tabela 3.10 - Composição de custo para execução da laje no sistema estrutural convencional.

Custo Custo Total (R$)

Custo dos materiais utilizados (R$) 69.684,20

Custo da mão de obra (R$) 7.121,40

Custo total da laje maciça (R$) 76.805,60

3.3 Estrutura com lajes nervuradas com blocos de EPS

A partir do modelo estrutural de lajes maciças convencionais foram feitas alterações


na estrutura com o objetivo de se adaptar para a solução com lajes nervuradas com bloco de
41

EPS. Na Figura 3.5 é possível visualizar as modificações na estrutura, com vigas somente nas
bordas, uma maior espessura da laje com presença de nervuras, e um engrossamento da laje
na região dos pilares.

Figura 3.5 - Perspectiva dos pavimentos da estrutura em lajes nervuradas com blocos de EPS.

A Figura 3.6 representa em planta o pavimento tipo do edifício exemplo em laje lisa
nervurada.
42

Figura 3.6 - Planta de forma do pavimento tipo em laje lisa nervurada.


43

3.3.1 Análise dos resultados obtidos

A análise foi realizada através de relatórios gerados pelo processamento da estrutura


no programa CAD/TQS®, e seus quantitativos de insumos foram extraídos e analisados
levando em consideração apenas as lajes, vigas e pilares no sistema estrutural de lajes
nervurada do pavimento tipo.

3.3.2 Comportamento do modelo estrutural de grelhas

Tanto o comportamento da laje maciça convencional quanto o comportamento da laje


nervurada, foram realizadas por meio do cálculo de grelha não linear da estrutura, como foi
citado no item 3.2.2. A Figura 3.7 exibe a laje e suas respectivas deformações demonstradas
através de isovalores.

Figura 3.7 - Deformações nas lajes lisas nervuradas através de isovalores.


44

Fonte: CAD-TQS®, 2015.

A maior flecha encontrada foi de 1,75 cm entre as faces das vigas de borda V301 e
V314 que distam 9,05 m. Logo, a flecha admissível limite para esse trecho seria atendida:
alim=905/250=3,62 cm

3.3.3 Quantitativos da estrutura para laje nervurada com blocos de EPS

Para demonstrar de uma maneira mais detalhada os quantitativos dos materiais, optou-
se por representar separadamente cada elemento estrutural, vigas, lajes e pilares,
demonstrando suas respectivas áreas de forma e volume de concreto, para posteriormente
aplicar os índices de uma maneira mais precisa. Os pilares e as vigas seguem os mesmos
padrões da estrutura convencional. A Tabela 3.11 demonstra os quantitativos das vigas.
45

Tabela 3.11 - Parâmetros quantitativos das vigas no sistema nervurado.

Área formas Volume de


Elemento
(m2) concreto (m3)

V301 3,74 0,55


V302 11,1 1,99
V303 3,5 0,28
V304 1,55 0,13
V305 0,96 0,09
V306 2,16 0,13
V307 2,16 0,13
V308 1,28 0,13
V309 1,85 0,19
V310 9,79 1,26
V311 1,22 0,06
V312 8,64 0,83
V313 9,14 1,80
V314 3,74 0,55
V315 3,68 0,38
V316 0,52 0,05
V317 0,04 0,01
V318 2,08 0,13
V319 2,58 0,25
V320 0,3 0,03
V321 1,8 0,19
V322 2,15 0,18
V323 0,52 0,05
V324 0,76 0,09
Total 75,3 9,5

Fonte: CAD-TQS®, 2015.

Em relação aos quantitativos das lajes, foi separado o trecho de laje maciça do trecho
das lajes nervuradas, e o processo de cálculo da área de forma e volume de concreto é pelo
mesmo sistema que o convencional. Na Tabela 3.12 são apresentados os valores para o trecho
maciço situado na região da circulação das escadas e nas lajes técnicas para ar condicionado.
46

Tabela 3.12 - Parâmetros quantitativos das lajes maciças no sistema nervurado.

Volume
Área
de
Elemento formas
concreto
(m2)
(m3)
L301 2,23 0,61
L302 2,26 0,62
L304 7,66 0,92
L305 2,23 0,61
L306 2,25 0,62
Total 16,6 3,4

Fonte: CAD-TQS®, 2015.

Já as para as lajes nervuradas o quantitativo da área de formas e o volume de concreto


foram obtidos através de dados extraídos de tabelas geradas pelo programa CAD/TQS®. A
Tabela 3.13 demonstra os quantitativos do trecho nervurado.

Tabela 3.13 - Parâmetros quantitativos das lajes nervuradas.

Volume
Área
de
Elemento formas
concreto
(m2)
(m3)
L303 234,89 38,38
Total 234,9 38,4

Fonte: CAD-TQS®, 2015.

Já para os pilares as áreas de formas foram obtidas levando em consideração suas


áreas laterais, e o volume de concreto considerando suas dimensões com um valor
aproximado, como podemos ver na Tabela 3.14.
47

Tabela 3.14 - Parâmetros quantitativos dos pilares no sistema nervurado.

Volume
Área
de
Elemento formas
concreto
(m2)
(m3)
P13 5,88 0,45
P14 5,88 0,45
P15 4,68 0,34
P16 6,78 0,54
P17 7,38 0,71
P18 7,38 0,71
P19 11,58 1,22
P20 11,58 1,22
P21 11,88 1,02
P22 14,28 1,25
P23 14,28 1,25
P24 5,88 0,6
P25 5,88 0,6
P26 9,18 0,93
P27 7,38 0,71
P28 4,98 0,42
P29 14,28 1,25
P30 7,38 0,71
P31 7,38 0,71
P32 11,58 1,22
P33 11,58 1,22
Total 187,1 17,5

Fonte: CAD-TQS®, 2015.

Os resultados gerais dos quantitativos da estrutura com lajes nervuradas estão


indicados na Tabela 3.15.
48

Tabela 3.15 - Consumos dos materiais das lajes no sistema nervurado.

ÁREA DE FORMA VOL. CONCRETO


AÇO (kg)
(m2) (m3)
VIGAS 75,3 9,5 1218,75
LAJES 251,5 41,8 3872,5
PILARES 187,1 17,5 4204
TOTAL 513,9 68,8 9295,3

Fonte: CAD-TQS®, 2015.

Tabela 3.16 - Índices.

Tx .
ESP. MÉDIA Tx. DE AÇO Tx. DE AÇO II
FORMA
(m3/m2) (kg/m3 ) (kg/m2 )
(m2/m2 )
0,24 135,1 32,9 1,8

3.3.4 Quantificação dos insumos para lajes nervuradas

No levantamento das quantidades de mão de obra e dos insumos utilizados para a


execução da laje nervurada foi utilizado os mesmos índices usados para quantificar o sistema
de lajes maciças.
Para a execução e aplicação dos coeficientes dos insumos para as formas, armaduras e
concretagem foram seguidas as mesmas observações realizadas nas lajes maciças, em função
de cada elemento estrutural, apenas acrescidos alguns quantitativos devido a particularidades
de cada estrutura. A Tabela 3.17 demonstra o quantitativo de formas no sistema nervurado
com blocos de EPS.
49

Tabela 3.17 - Quantificação de insumos para o serviço de forma para o sistema nervurado.

FORMA PRÉ-FABRICADA de chapa compensada, montagem e desmontagem, com utilização de


três vezes – unidade: m²
Preço Total
Peça Insumos Un. Consumo Qtde
unitário (R$) (R$)

Forma pré-fabricada de madeira de chapa compensada


m2 0,4 58,3 100,6 5865,0
plastificada, inclusive travamentos e escoramentos
LAJES

Blocos EPS m3 1,0 275,0 29,0 7815,5


Carpinteiro h h 1,14 5,79 286,7 1660,1

Forma pré-fabricada de madeira de chapa compensada


VIGAS

m2 0,4 58,3 30,1 1756,0


plastificada, inclusive travamentos e escoramentos

Carpinteiro h h 1,18 5,79 88,9 514,5


PILARES

Forma pré-fabricada de madeira de chapa compensada


m2 0,4 58,3 74,8 4363,2
plastificada, inclusive travamentos e escoramentos

Carpinteiro h h 0,69 5,79 129,1 747,4

O serviço das armaduras segue os mesmo índices das lajes maciças, com o aço
industrializado e mesmo quantitativos de perdas, com a montagem nas formas realizadas pela
equipe da obra. Os dados extraídos para as armaduras da estrutura nervurada podem ser
observados na Tabela 3.18 para armações com aço CA-60 (5 mm) e na Tabela 3.19 para aço
CA-50.

Tabela 3.18 - Quantificação de insumos para o serviço de armaduras CA-60 no sistema


estrutural nervurado.

ARMADURA de aço para estruturas em geral, CA-60 ϕ 5,0mm, corte e dobra por sistema
industrializado, fora da obra – unidade: kg

Insumos Un. Consumo Preço unitário (R$) Qtde Total (R$)

Barra de aço CA-60 kg 1,05 4,19 200 835,9


Arame recozido ϕ 1,25mm kg 0,02 7,9 4 30,0
Armador h 0,07 5,73 13 76,2
Ajudante de armador h 0,07 4,28 13 56,9
50

Tabela 3.19 - Quantificação de insumos para o serviço de armaduras CA-50 no sistema


estrutural nervurado.

ARMADURA de aço CA-50, corte e dobra por sistema industrializado, fora da obra – unidade: kg

Bitola Preço unitário Quantidade (kg) Total Total


Insumo Un. Consumo
(mm) (R$) (kg) (R$)
Lajes Vigas Pilares
6,3 kg 1,05 4,74 297 64 329 690 3271,4
BARRAS DE AÇO

8 kg 1,05 4,64 670 117 454 1241 5757,7


10 kg 1,05 4,54 444 118 377 940 4265,5
12,5 kg 1,05 4,30 1809 194 0 2003 8613,7
16 kg 1,05 4,30 0 368 129 497 2137,9
20 kg 1,05 4,30 0 283 1131 1414 6080,8
25 kg 1,05 4,15 0 0 1974 1974 8192,1
Arame
recozido
1,25 kg 0,02 7,90 61 22 84 167 1318,0

Armador
(Lajes)
- h 0,031 5,73 95 - - 95 544,8
Armador
(Vigas)
- h 0,1 5,73 - 109 - 109 625,1
Armador
(Pilares)
- h 0,034 5,73 - - 142 142 815,1
Total 41622,2

Nas lajes nervuradas além das armaduras dos elementos estruturais, nas nervuras,
vigas de borda e pilares, foram previstas armaduras com tela de aço distribuídas na capa de
concreto, devidas as tensões atuantes na laje e a resistência a tração do concreto, então
compensamos esse esforço com essa armação. Na Tabela 3.20 é possível observar os
quantitativos de tela de aço no sistema nervurado.
51

Tabela 3.20 - Quantificação de insumos para o serviço de armaduras com tela de aço na capa
de concreto no sistema estrutural nervurado.

ARMADURA de aço para estruturas em geral, CA-60 ϕ 5,0mm, corte e dobra por sistema
industrializado, fora da obra – unidade: kg

Insumos Bitola (mm) Un. Consumo Preço unitário (R$) Qtde Total (R$)

Tela de aço CA-60 5,00 m2 1,05 16,69 257 4293,5


Arame recozido 1,25 kg 0,01 7,9 2 19,4
Armador - h 0,02 5,73 5 28,1
Ajudante de armador - h 0,04 4,28 10 41,9

Para os serviços de concretagem foram seguidos os mesmos parâmetros das lajes


maciças, com o mesmo coeficiente de perdas e os mesmos serviços de mão de obra. A Tabela
3.21 demonstra os serviços de concretagem das lajes no sistema nervurado.

Tabela 3.21 - Quantificação de insumos para o serviço de concretagem no sistema estrutural


nervurado.

CONCRETO estrutural dosado em central (resistência 30 MPa) – unidade: m³

Insumos Un. Consumo Preço unitário (R$) Qtde Total (R$)

Concreto dosado em central m3 1,05 298,44 72 21528,0


Pedreiro h 1,65 5,55 113 629,1
Servente h 4,5 4,28 309 1323,2

3.3.5 Custo total

A Tabela 3.22 demonstra o custo total da execução de um pavimento executado em


lajes nervuradas, com o preço dos materiais e mão de obra empregada.
52

Tabela 3.22 - Composição de custo para execução da laje no sistema estrutural nervurado.

Custo Custo Total (R$)

Custo dos materiais utilizados (R$) 86.143,50

Custo da mão de obra (R$) 7.062,40

Custo total da laje nervurada (R$) 93.206,00


53

4 ANÁLISE DOS DIMENSIONAMENTOS E CUSTOS

4.1 Dimensionamentos

A Tabela 4.1 apresenta um resumo geral de todos os quantitativos obtidos,


demonstrando em percentual a diferença entre as alternativas analisadas.

Tabela 4.1 - Comparativo de materiais e índices.

Volume Área Fôrmas


Peso Aço
concreto (m2)
Espessura média Tx. de aço
SISTEMAS
(m3/m2) (kg/m3)
(m3) % (kg) % (m2) %

Estrutura convencional 60,6 -13,40% 7974,3 -16,60% 519 100% 0,21 131,6

Estrutura de lajes lisas


68,7 100% 9295,3 100% 514 -0,10% 0,24 135,1
nervuradas

*Valor de Referência = 100%

As lajes em edifício de vários pavimentos respondem por elevada parcela de consumo


de concreto. No caso de lajes maciças essa parcela chega a quase dois terços do volume total
de concreto da estrutura (FRANÇA, 1997).
As Figura 4.1, Figura 4.2 e Figura 4.3 fazem um comparativo de concreto, aço e forma
por elemento estrutural das alternativas analisadas.
54

Concreto (m3)
50
45
40
35
30 Lajes
25
20 Vigas
15
10 Pilares
5
0
Laje Maciça Laje Lisa
Nervurada

Figura 4.1 - Comparativo de concreto entre os sistemas estruturais.

Aço (kg)
4500
4000
3500
3000
2500 Lajes
2000
1500 Vigas
1000 Pilares
500
0
Laje Maciça Laje Lisa
Nervurada

Figura 4.2 - Comparativo de aço entre os sistemas estruturais.

Forma (m2)
275
250
225
200
175
150 Lajes
125
100 Vigas
75
50 Pilares
25
0
Laje Maciça Laje Lisa
Nervurada

Figura 4.3 - Comparativo de fôrma entre os sistemas estruturais.


55

4.2 Custos

4.2.1 Estrutura convencional com lajes maciças

Apresenta-se na Tabela 4.2 o resumo dos custos para lajes maciças, bem como o valor
total da estrutura, detalhado por elemento estrutural.

Tabela 4.2 - Resumo de custos

Lajes (R$) Vigas (R$) Pilares (R$) Pilares (R$)


CONCRETO 11.312,90 4.648,20 4.750,70 20.711,80
AÇO 17.964,00 11.684,00 11.573,40 41.221,40
FÔRMA 7.133,00 3.696,80 4.042,60 14.872,40
TOTAL DA ESTRUTURA 76.805,60

PILARES
27% LAJES
47%

VIGAS
26%

Figura 4.4 - Custo percentual total por elemento estrutural no sistema convencional.
56

FÔRMA
CONCRETO
19%
27%

AÇO
54%

Figura 4.5 - Custo percentual total por material no sistema convencional.

4.2.2 Estrutura com lajes lisas nervuradas

Apresenta-se na Tabela 4.3 o resumo dos custos para laje nervurada, bem como o
valor total da estrutura, detalhado por elemento estrutural.

Tabela 4.3 - Resumo de custos.

Lajes (R$) Vigas (R$) Pilares (R$) Pilares (R$)


CONCRETO 14252,2 3246,9 5981,2 23.480,30
AÇO 19951 6493,1 20560,1 47.004,20
FÔRMA 15340,5 2270,5 5110,6 22.721,60
TOTAL DA ESTRUTURA 93.206,10
57

PILARES
34%

LAJES
53%

VIGAS
13%

Figura 4.6 - Custo percentual total por elemento no sistema estrutural de lajes lisas nervuradas.

CONCRETO FÔRMA
25% 24%

AÇO
51%

Figura 4.7 - Custo percentual total por material no sistema de lajes lisas nervuradas.

4.3 Comparação dos resultados

A Tabela 4.4 e a Figura 4.8 apresentam os custos totais das alternativas estruturais
consideradas.
58

Tabela 4.4 - Comparativo de custos totais em Reais (R$).

Estrutura Estrutura de lajes


SISTEMAS
convencional lisas nervuradas
Custo total R$ 76.805,60 R$ 93.206,10
Custo diferencial -R$ 16.400,50 R$ 0,00
Variação -21,35% 100%

Custo total
R$ 100.000,00 R$ 93.206,10
R$ 76.805,60
R$ 80.000,00

R$ 60.000,00

R$ 40.000,00

R$ 20.000,00

Estrutura convencional
Estrutura de lajes lisas
nervuradas

Figura 4.8 - Custo total dos sistemas estruturais analisados.


59

5 CONCLUSÃO

Ao se analisar os custos de um sistema estrutural não se deve apenas levar em


consideração o consumo de materiais, mas também todas as características relevantes ao
processo construtivo, tais como: mão de obra, tempo de execução, recursos e materiais
necessários.
Sabe-se que para uma avaliação mais completa dos custos totais de uma obra, deve-se
fazer uma avaliação das peculiaridades de cada alternativa estrutural e das implicações que
cada sistema acarreta nas instalações da edificação, nas alvenarias, nos revestimentos e nos
tipos de forros. Portanto, se cada alternativa estrutural tem suas características próprias, com
indicações de uso, percebe-se que não são apenas os custos que determinam a escolha do
sistema a ser adotado. Então, devem-se analisar cuidadosamente os fatores que possam
interferir e inviabilizar a escolha do sistema estrutural.
A partir dos resultados obtidos nesse trabalho verificou-se que o custo das lajes, em
comparação com outros elementos, como vigas e pilares, apresentaram os maiores custos
percentuais nos dois sistemas estruturais propostos, ou seja, 47% no sistema convencional e
53% no sistema de lajes lisas nervuradas, em relação ao custo total da estrutura.
Observa-se também que os custos dos pilares sofreram uma pequena variação entre os
sistemas estudados, passou de 27% na estrutura convencional para 34% na estrutura com lajes
lisas nervurada, já o consumo de aço nos pilares foi quase o dobro na estrutura de lajes lisas
nervuradas em relação às lajes convencionais, isso se deve ao fato que a estruturas com lajes
lisas nervuradas possui uma rigidez menor do que as com laje maciça convencional, devido à
ausência de vigas internas, que formam os pórticos na estrutura, ou seja, os pilares na
estrutura com lajes lisas nervurada são mais rígidos para contribuir na estabilidade global da
estrutura.
Na sequência, destaca-se que o custo das vigas do sistema de lajes lisas nervuradas
apresenta um índice de 13% do custo total da estrutura, já no sistema convencional apresenta
um percentual de 26% do custo total da estrutura. Em um primeiro momento a diferença
aparenta ser muito maior, mas devido à ausência de vigas internas e de vigas faixa no sistema
de lajes lisas nervuradas não tem como fazer uma comparação mais detalhada entre os dois
sistemas.
O sistema convencional de lajes maciças apresentou o menor custo com uma redução
de 21,35% em relação ao sistema de lajes lisas nervuradas. O sistema foi favorecido pela
60

arquitetura da edificação, que, mesmo apresentando vãos grandes e uma maior quantidade de
vigas, se sobressaiu sobre o sistema de lajes lisas nervuradas, devido ao fato que é um edifício
alto e esbelto onde as vigas formam muitos pórticos, e os pilares estão dispostos
perpendiculares ao eixo de menor inércia da estrutura, que garantem uma maior estabilidade
global, possibilitando assim, vigas de menores dimensões.
Porém, este trabalho está limitado apenas há comparação entre um pavimento do
edifício no que se refere aos consumos de concreto, aço e formas, e mão de obra para
execução dos mesmos, não leva em consideração quantificação de mão de obra no canteiro de
obra para verificar rendimentos e tempo de execução, como também não leva em
consideração sistemas de escoramentos para as estruturas utilizadas, e outros materiais como,
por exemplo, tabuas, pregos, desmoldante, que compõe a estrutura das lajes.
Por fim, salienta-se que a escolha da alternativa estrutural a ser utilizada depende de
muitos fatores. Alguns fogem da competência do engenheiro de estruturas, pois um projeto de
arquitetura pode inviabilizar um determinado sistema estrutural, devido as suas características
e imposições.
Este trabalho não tem a intenção de generalizar os resultados para todos os tipos de
edificações, mas se bem extrapolados, podem servir como parâmetros para edifícios
semelhantes.
61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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