TCC Marcos
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TCC Marcos
CENTRO DE TECNOLOGIA
ENGENHARIA CIVIL
elaborado por
Marcos Veiga Dos Santos
COMISSÃO EXAMINADORA:
Ao professor Joaquim C. Pizzutti dos Santos, pela paciência, por aceitar meu convite
para ser meu orientador e por estar sempre disponível para ajudar mesmo possuindo diversas
tarefas para realizar.
Ao engenheiro Cristiano Stein pela oportunidade da realização do estágio final e por
gentilmente ceder os modelos estruturais para o estudo deste trabalho.
Aos meus pais, Claci e Valdir Veiga dos Santos, que mesmo longe sempre procuraram
me apoiar, compreendendo os momentos que deixei de estar com eles, muito obrigado por
serem essas pessoas maravilhosas que sempre batalharam muito para investir na minha
educação.
Às minhas irmãs Márcia e Marlei Veiga dos Santos, pelos bons momentos que
passamos junto e pelo companheirismo e amizade que sempre tivemos, vocês foram e são
meu exemplo de determinação.
À Patricia Mattiazzi que sempre esteve ao meu lado, com muito amor, carinho e
compreensão me incentivando a todos os momentos.
Aos meus amigos que sempre estiveram ao meu lado e proporcionaram momentos de
descontração durante esses anos.
Aos meus colegas e professores do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal
de Santa Maria pelos cinco anos que vivenciamos juntos.
Não devemos ter medo das novas ideias,
elas podem significar a diferença entre o triunfo e o fracasso.
Napoleon Hill
RESUMO
Hoje em dia existem diversos sistemas estruturais que empregam lajes de concreto armado,
como o sistema convencional de lajes maciças, nervuradas, pré-fabricadas, protendidas
(alveolares), mistas, etc. Onde cada sistema apresentado possui suas características e
especificações de aplicação com suas vantagens e desvantagens. Este trabalho tem como
objetivo dimensionar e comparar um pavimento de um edifício comercial, modulado em laje
maciça e laje lisa nervurada, comparando ambas na questão de consumos de materiais: aço,
concreto e formas analisando o custo para cada configuração. Para o cálculo e
dimensionamento das lajes foi seguida a norma técnica vigente regulamentada pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas, utilizando para o dimensionamento ferramenta
computacional CAD/TQS®, que obtém os esforços e deslocamentos da estrutura através de
critérios adotados. A primeira etapa deste trabalho consistiu em fazer uma revisão
bibliográfica sobre estruturas em concreto armado, com enfoque em lajes convencionais e
lajes nervuradas, buscando dados específicos do trabalho em normas técnicas vigentes e
regulamentadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas. A segunda etapa do trabalho
foi modelar um edifício com o auxílio da ferramenta computacional CAD/TQS® que obtém os
esforços e deslocamentos da estrutura, para ambos os modelos de lajes convencionais e lajes
nervuradas. A partir dos resultados obtidos nesse trabalho verificou-se que o custo das lajes,
em comparação com outros elementos, como vigas e pilares, apresentaram os maiores custos
percentuais nos dois sistemas estruturais propostos, ou seja, 47% no sistema convencional e
53% no sistema de lajes lisas nervuradas, em relação ao custo total da estrutura. O sistema
convencional de lajes maciças apresentou o menor custo com uma redução de 21,35% em
relação ao sistema de lajes lisas nervuradas. O sistema foi favorecido pela arquitetura da
edificação que mesmo apresentando vãos grandes e uma maior quantidade de vigas, se
sobressaiu sobre o sistema de lajes lisas nervuradas, devido ao fato que é um edifício alto e
esbelto onde as vigas formam muitos pórticos, e os pilares estão dispostos perpendiculares ao
eixo de menor inércia da estrutura, que garantem uma maior estabilidade global,
possibilitando assim, vigas de menores dimensões.
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 11
1.1 Objetivos ....................................................................................................................... 12
1.1.1 Objetivos gerais ............................................................................................................ 12
1.1.2 Objetivos específicos .................................................................................................... 12
1.2 Justificativa ................................................................................................................... 12
1.3 Metodologia .................................................................................................................. 13
5 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 59
1 INTRODUÇÃO
Com o atual cenário da construção civil no Brasil, que, com a ajuda do governo
liberando financiamentos em longos prazos com juros baixos, fez com que nos últimos anos
houvesse um enorme crescimento no setor da construção civil, que por sua vez exigiu dos
profissionais da área um aprimoramento e melhoria contínua nas técnicas de construção, para
se manterem no mercado devido à ampla concorrência que se sucedeu.
Hoje em dia existem diversos sistemas estruturais que empregam lajes de concreto
armado, como o sistema convencional de lajes maciças, nervuradas, pré-fabricadas,
protendidas (alveolares), mistas, etc. Onde cada sistema apresentado possui suas
características e especificações de aplicação com suas vantagens e desvantagens, dentre as
quais os profissionais habilitados na área devem optar pelo uso de determinado sistema de
estrutura que se adapte a seu projeto, pois muitas vezes determinado tipo de sistema não se
adapta as condições do empreendimento, porque cada obra em si possui suas características
arquitetônicas, dificultando com isso a determinação do sistema estrutural utilizando-o como
modelo padrão.
Frente ao crescimento do mercado e desenvolvimento de novas tecnologias, as
ferramentas computacionais (programas) auxiliam e aceleram a produtividade,
dimensionamento e detalhamento de projetos para cada tipo de sistema estrutural, mas cabe
ao engenheiro de estrutura junto com o arquiteto escolher a opção mais adequada para cada
tipo de projeto, avaliando critérios técnicos e econômicos de cada empreendimento. Em
resposta ao constante crescimento e ao mercado cada vez mais competitivo torna-se cada vez
mais necessário um estudo sobre qual o sistema construtivo será utilizado, o que se faz com o
uso de comparações entre cada modelo utilizado.
12
1.1 Objetivos
1.2 Justificativa
A escolha pelo tema do trabalho justifica-se pelo fato de que nem sempre a melhor
técnica utilizada vai satisfazer totalmente as expectativas esperadas, pois como os projetistas
de estrutura estão buscando sempre novas soluções que proporcionem uma melhor eficiência,
com um custo mais baixo e uma execução mais rápida, sem prestar atenção ao local que essa
obra vai estar inserida, pois dependendo da região que ela será executada não se sabe se vai
haver mão de obra capacitada para realizá-la, levando em conta que novas técnicas são mais
complexas que as técnicas convencionais.
13
1.3 Metodologia
Na primeira etapa deste trabalho realizou-se uma revisão bibliográfica sobre estruturas
em concreto armado, com enfoque em lajes convencionais e lajes nervuradas, buscando dados
específicos do trabalho em normas técnicas vigentes e regulamentadas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas.
A segunda etapa do trabalho consiste em modelar o edifício com o auxílio da
ferramenta computacional CAD/TQS® que obtém os esforços e deslocamentos da estrutura,
para ambos os modelos de lajes convencionais e lajes nervuradas. Já com o modelo
processado e com os esforços e deslocamentos da estrutura, ambas as lajes serão
dimensionadas.
Para o cálculo e dimensionamento das lajes seguiu-se a norma técnica vigente
regulamentada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, utilizando para o
dimensionamento ferramenta computacional CAD/TQS®.
Posteriormente, com o dimensionamento da estrutura foi avaliado qual sistema possui
um menor custo e consumo de materiais, levando em consideração o consumo de concreto,
forma e taxa de armadura.
14
Figura 2.1 - Representação esquemática de uma laje maciça convencional em concreto armado.
Segundo NBR 6118:2014 nas lajes maciças devem ser respeitados os seguintes limites
mínimos para a espessura:
- 7 cm para lajes de cobertura não em balanço;
- 8 cm para lajes de piso não em balanço;
- 10 cm para lajes em balanço;
- 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN;
- 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN;
- 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas, l/42 para lajes de pisos bi
apoiadas e l/50 para lajes de piso contínuas; (l = vãos considerados, cm)
- 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes cogumelo, fora do capitel.
E segundo a NBR 6118:2014, em seus itens 8.2.1 (concreto) e 8.3.1 (aço), define os
materiais utilizados nas lajes maciças:
- Concreto: no mínimo com resistência de 20 MPa;
- Tipos de aço: CA-25, CA-50 ou CA-60
A Figura 2.2 apresenta à representação de uma laje maciça.
16
Segundo NBR 6118:2014 lajes nervuradas são as lajes moldadas no local ou com
nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração para momentos positivos esteja localizada nas
nervuras entre as quais pode ser colocado material inerte, e por definição lista no seu item
14.7.8 (lajes lisas e lajes-cogumelo), como sendo laje-cogumelo aquelas apoiada em capitéis,
enquanto as lajes lisas se apoiam diretamente em pilares, conforme demonstra a Figura 2.3.
18
Figura 2.3 - Laje cogumelo (A) e laje lisa (B) apoiadas diretamente sobre os pilares.
Fonte: SPOHR, 2008.
Segundo Araújo (2003b), geralmente os edifícios residenciais são projetados para lajes
convencionais. Entretanto, quando os vãos são grandes essa solução pode ser antieconômica,
em virtude da elevada espessura da laje. Diante disso, a solução em laje convencional pode
exigir espessuras tão grandes que a maior parte do carregamento passa a ser constituída por
seu peso próprio. Neste caso, conforme Araújo (2003a), as lajes nervuradas, empregadas para
vencer grandes vãos, geralmente superiores a 8 m, são as mais adequadas. A Figura 2.4
representa uma laje lisa nervurada.
Figura 2.5 - Detalhe laje lisa nervurada apoiada diretamente sobre pilares.
Fonte: SPOHR, 2008.
- As formas apresentam um plano contínuo, com recortes apenas nas ligações com os
pilares, por isso apresentam simplicidade na execução e na retirada das formas.
A seguir, algumas desvantagens do uso de lajes nervuradas, segundo Albuquerque
(1999) e Hennrichs (2003):
- Menor rigidez da estrutura às ações laterais em relação aos outros sistemas
estruturais, devido ao número reduzido de pórticos;
- Punção da laje pelos pilares é um dos principais problemas de tais lajes, podendo ser
solucionado adotando-se uma espessura de laje adequada ou adotando uma armadura de
punção, ou ambos;
- Em geral, maior consumo de aço e concreto;
- O deslocamento da laje sem vigas, para uma mesma rigidez e um mesmo vão, é
maior do que aqueles nas lajes sobre vigas;
- Menor desempenho acústico em relação aos outros sistemas estruturais;
A NBR 6118 (2014), em seu item 13.2.4.2, prescreve uma série de recomendações
destinadas à execução e projeto de lajes nervuradas.
- A espessura da mesa, quando não houver tubulações horizontais embutidas, deve ser
maior ou igual a 1/15 da distância entre as faces das nervuras, e não menor que 4 cm;
- O valor mínimo absoluto da mesa deve ser 5 cm, quando existirem tubulações
embutidas de diâmetro menor ou igual a 10 mm. Para tubulações com diâmetro maior que 10
mm, a mesa deve ter espessura mínima de 4 cm mais o diâmetro da tubulação;
- A espessura das nervuras não deve ser inferior a 5 cm;
- Nervuras com espessura inferior a 8 cm não devem conter armadura de compressão;
Já para o projeto das lajes nervuradas, devem ser obedecidas as seguintes condições:
- Para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras menores ou iguais a 65 cm, pode
ser dispensada a verificação da flexão da mesa, e para verificação do cisalhamento da região
das nervuras, permite-se a consideração dos critérios de laje;
- Para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras entre 65 cm e 110 cm, exige-se a
verificação da flexão da mesa, e as nervuras devem ser verificadas ao cisalhamento como
22
vigas. É permitida essa verificação como lajes, se o espaçamento entre eixos de nervuras for
até 90 cm e a largura média das nervuras for maior que 12 cm;
- Para lajes nervuradas com espaçamento entre eixos de nervuras maiores que 110 cm,
a mesa deve ser projetada como laje maciça, apoiada na grelha de vigas, respeitando-se os
seus limites mínimos de espessura.
Ainda de acordo com a NBR6118 (2014) a análise estrutural das lajes lisas e cogumelo
devem ser realizados mediante emprego de procedimento numérico adequado, por exemplo,
diferenças finitas, elementos finitos e elementos de contorno.
Sendo que nos casos em que os pilares estiverem dispostos em filas ortogonais, de
maneira regular e com vãos pouco diferentes, o cálculo dos esforços pode ser realizado pelo
processo elástico aproximado, com redistribuição, que consiste em adotar em cada direção
pórticos múltiplos para obtenção dos esforços solicitantes.
Para cada pórtico deve ser considerada a carga total. A distribuição dos momentos,
obtida em cada direção, segundo as faixas indicadas na Figura 2.6 deve ser feita da seguinte
maneira:
- 45% dos momentos positivos para as duas faixas internas;
- 27,5% dos momentos positivos para cada uma das faixas externas;
- 25% dos momentos negativos para as duas faixas internas;
- 37,5% dos momentos negativos para cada uma das faixas externas;
As ligações das lajes com os pilares devem ser cuidadosamente estudadas, com
especial atenção para os casos em que não haja simetria de forma ou de carregamento da laje
em relação ao apoio.
Obrigatoriamente devem ser considerados os momentos de ligação entre as lajes e os
pilares externos.
23
Figura 2.6 - Faixas de laje para distribuição dos esforços nos pórticos múltiplos.
2.2.5 Punção
A NBR 6118 (2014) prescreve que para garantir a ductilidade local e a consequente
proteção contra o colapso progressivo, a armadura de flexão inferior que atravessa o contorno
C deve estar suficientemente ancorada além do contorno C’, conforme a Figura 2.7, deve ser
dada por:
24
Onde, o As é o somatório de todas as áreas das barras inferiores que cruzam cada uma
das faces do pilar.
Taxa de aço é a relação entre o consumo total de aço e o consumo total de concreto.
Taxa de aço II é a relação entre uso total de aço utilizado e a área estrutural da
edificação.
Neste estudo de caso estão apresentadas duas alternativas de sistemas estruturais para
o dimensionamento da estrutura de um edifício, um em estruturas com laje maciça
convencionais, e no outro em estruturas com lajes nervuradas com enchimento de blocos em
EPS. Foi abordado nesse trabalho o dimensionamento da estrutura para ambos os sistema,
extraindo seus quantitativos de aço, concreto e forma, para posteriormente analisar e
comparar os sistemas entre si.
O edifício utilizado nesse estudo de caso foi obtido junto a um escritório de cálculo
estrutural localizado na cidade de Santa Maria. O empreendimento localiza-se no Bairro
Nossa Senhora de Lourdes na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Trata-se de um
edifício comercial, com 13 pavimentos, sendo um subsolo, térreo, 10 pavimentos
intermediários/tipos e uma cobertura. O presente trabalho ficou restrito ao estudo do
pavimento tipo. Este é constituído por três salas comerciais, totalizando uma área de 283 m².
A Figura 3.1 apresenta a fachada do edifício-exemplo.
29
Para demonstrar de uma maneira mais detalhada os quantitativos dos materiais, foi
optado por representar separadamente cada elemento estrutural, vigas, lajes e pilares,
demonstrando suas respectivas áreas de forma e volume de concreto, para posteriormente
aplicar os índices de uma maneira mais precisa. A Tabela 3.1 demonstra os quantitativos das
vigas, sendo que a área estimada para formas de madeira compreende o fundo e lateral das
vigas e foi contabilizada uma única vez para a determinação do volume de concreto.
34
Volume
Área
de
Elemento formas
concreto
(m2)
(m3)
L301 2,24 0,27
L302 2,24 0,27
L303 5,13 0,61
L305 10,15 1,22
L306 13,39 1,88
L307 63,79 10,21
L308 52,62 6,84
L309 40,98 4,92
L310 39,12 4,69
L311 6,09 0,73
L312 7,66 0,92
L313 2,23 0,27
L314 2,23 0,27
Total 247,87 33,1
Já para os pilares as áreas de forma foram obtidas levando em consideração suas áreas
laterais, e o volume de concreto considerando suas dimensões com um valor aproximado.
Conforme demonstra a Tabela 3.3.
36
Volume
Área
de
Elemento formas
concreto
(m2)
(m3)
P13 5,64 0,43
P14 5,64 0,43
P15 7,08 0,68
P16 7,08 0,68
P17 11,12 1,17
P18 11,12 1,17
P20 13,71 1,2
P21 13,71 1,2
P22 5,07 0,49
P23 5,93 0,55
P24 5,93 0,55
P25 5,64 0,43
P26 13,71 1,2
P27 7,08 0,68
P28 7,08 0,68
P29 11,12 1,17
P30 11,12 1,17
Total 147,78 13,88
Tx .
ESP. MÉDIA Tx. DE AÇO Tx. DE AÇO II
FORMA
(m3/m2) (kg/m3 ) (kg/m2 )
(m2/m2 )
0,21 131,59 28,19 1,83
No levantamento das quantidades de mão de obra e dos insumos utilizados para a sua
execução utilizou-se os índices estabelecidos pelo TCPO (Tabela de Composição de Preços e
Orçamento) da editora PINI. Já para obter os custos referentes à mão de obra foram utilizados
preços estabelecidos pelo SINDUSCON-RS para salários médios, e os custos dos insumos
foram retirados das tabelas do SINAPI (Sistema nacional de pesquisa de custo e índices da
construção civil) para a localidade de Porto Alegre - RS, ambos com meses de referência
MAIO de 2015.
Nos cálculos de mão de obra não se levou em conta os encargos sociais e trabalhistas,
quando estão sobre o regime de CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Apenas foram
considerados na composição os custos de horário (Homem hora).
Para a execução das formas, considerou-se o sistema de formas pré-fabricadas, que
incluem nos seus coeficientes materiais e mão de obra para montagem e desenforma bem
como travamentos e escoramento. O critério adotado foi a área estruturada na planta de
formas (superfície de forma em contato com o concreto). A Tabela 3.6 apresenta o
quantitativo das formas no sistema de lajes maciça convencional, em função do elemento
estrutural.
38
Para o serviço de armaduras foi adotado o sistema industrializado, que realiza o corte,
soldagem e dobra do aço em empresa especializada, fora da obra. A montagem da armadura
nas formas é realizada pela equipe da obra. Embora o sistema seja industrializado, adotou-se
uma perda de 5% (valor que varia conforme a organização do canteiro de obras e controle
desses materiais). Ou seja, a quantidade de aço calculada através dos levantamentos
realizados no projeto para cada elemento estrutural (lajes, vigas e pilares) não foram incluída
as perdas. Essas perdas estão incluídas e já computadas no coeficiente de consumo unitário. A
Tabela 3.7 refere-se às armações com aço CA-60 (5,0mm), e a Tabela 3.8 as armações com
aço CA-50 para o sistema de lajes maciças.
39
ARMADURA de aço para estruturas em geral, CA-60 ϕ 5,0mm, corte e dobra por sistema
industrializado, fora da obra – unidade: kg
ARMADURA de aço CA-50, corte e dobra por sistema industrializado, fora da obra – unidade: kg
acrescidos de uma perda de 5%, que se deve principalmente a perda de concreto que fica
incorporado na estrutura, além de extravios e entulho (sobras de concretagem). A Tabela 3.9
demonstra os serviços de concretagem para lajes maciças.
Tabela 3.10 - Composição de custo para execução da laje no sistema estrutural convencional.
EPS. Na Figura 3.5 é possível visualizar as modificações na estrutura, com vigas somente nas
bordas, uma maior espessura da laje com presença de nervuras, e um engrossamento da laje
na região dos pilares.
Figura 3.5 - Perspectiva dos pavimentos da estrutura em lajes nervuradas com blocos de EPS.
A Figura 3.6 representa em planta o pavimento tipo do edifício exemplo em laje lisa
nervurada.
42
A maior flecha encontrada foi de 1,75 cm entre as faces das vigas de borda V301 e
V314 que distam 9,05 m. Logo, a flecha admissível limite para esse trecho seria atendida:
alim=905/250=3,62 cm
Para demonstrar de uma maneira mais detalhada os quantitativos dos materiais, optou-
se por representar separadamente cada elemento estrutural, vigas, lajes e pilares,
demonstrando suas respectivas áreas de forma e volume de concreto, para posteriormente
aplicar os índices de uma maneira mais precisa. Os pilares e as vigas seguem os mesmos
padrões da estrutura convencional. A Tabela 3.11 demonstra os quantitativos das vigas.
45
Em relação aos quantitativos das lajes, foi separado o trecho de laje maciça do trecho
das lajes nervuradas, e o processo de cálculo da área de forma e volume de concreto é pelo
mesmo sistema que o convencional. Na Tabela 3.12 são apresentados os valores para o trecho
maciço situado na região da circulação das escadas e nas lajes técnicas para ar condicionado.
46
Volume
Área
de
Elemento formas
concreto
(m2)
(m3)
L301 2,23 0,61
L302 2,26 0,62
L304 7,66 0,92
L305 2,23 0,61
L306 2,25 0,62
Total 16,6 3,4
Volume
Área
de
Elemento formas
concreto
(m2)
(m3)
L303 234,89 38,38
Total 234,9 38,4
Volume
Área
de
Elemento formas
concreto
(m2)
(m3)
P13 5,88 0,45
P14 5,88 0,45
P15 4,68 0,34
P16 6,78 0,54
P17 7,38 0,71
P18 7,38 0,71
P19 11,58 1,22
P20 11,58 1,22
P21 11,88 1,02
P22 14,28 1,25
P23 14,28 1,25
P24 5,88 0,6
P25 5,88 0,6
P26 9,18 0,93
P27 7,38 0,71
P28 4,98 0,42
P29 14,28 1,25
P30 7,38 0,71
P31 7,38 0,71
P32 11,58 1,22
P33 11,58 1,22
Total 187,1 17,5
Tx .
ESP. MÉDIA Tx. DE AÇO Tx. DE AÇO II
FORMA
(m3/m2) (kg/m3 ) (kg/m2 )
(m2/m2 )
0,24 135,1 32,9 1,8
Tabela 3.17 - Quantificação de insumos para o serviço de forma para o sistema nervurado.
O serviço das armaduras segue os mesmo índices das lajes maciças, com o aço
industrializado e mesmo quantitativos de perdas, com a montagem nas formas realizadas pela
equipe da obra. Os dados extraídos para as armaduras da estrutura nervurada podem ser
observados na Tabela 3.18 para armações com aço CA-60 (5 mm) e na Tabela 3.19 para aço
CA-50.
ARMADURA de aço para estruturas em geral, CA-60 ϕ 5,0mm, corte e dobra por sistema
industrializado, fora da obra – unidade: kg
ARMADURA de aço CA-50, corte e dobra por sistema industrializado, fora da obra – unidade: kg
Armador
(Lajes)
- h 0,031 5,73 95 - - 95 544,8
Armador
(Vigas)
- h 0,1 5,73 - 109 - 109 625,1
Armador
(Pilares)
- h 0,034 5,73 - - 142 142 815,1
Total 41622,2
Nas lajes nervuradas além das armaduras dos elementos estruturais, nas nervuras,
vigas de borda e pilares, foram previstas armaduras com tela de aço distribuídas na capa de
concreto, devidas as tensões atuantes na laje e a resistência a tração do concreto, então
compensamos esse esforço com essa armação. Na Tabela 3.20 é possível observar os
quantitativos de tela de aço no sistema nervurado.
51
Tabela 3.20 - Quantificação de insumos para o serviço de armaduras com tela de aço na capa
de concreto no sistema estrutural nervurado.
ARMADURA de aço para estruturas em geral, CA-60 ϕ 5,0mm, corte e dobra por sistema
industrializado, fora da obra – unidade: kg
Insumos Bitola (mm) Un. Consumo Preço unitário (R$) Qtde Total (R$)
Tabela 3.22 - Composição de custo para execução da laje no sistema estrutural nervurado.
4.1 Dimensionamentos
Estrutura convencional 60,6 -13,40% 7974,3 -16,60% 519 100% 0,21 131,6
Concreto (m3)
50
45
40
35
30 Lajes
25
20 Vigas
15
10 Pilares
5
0
Laje Maciça Laje Lisa
Nervurada
Aço (kg)
4500
4000
3500
3000
2500 Lajes
2000
1500 Vigas
1000 Pilares
500
0
Laje Maciça Laje Lisa
Nervurada
Forma (m2)
275
250
225
200
175
150 Lajes
125
100 Vigas
75
50 Pilares
25
0
Laje Maciça Laje Lisa
Nervurada
4.2 Custos
Apresenta-se na Tabela 4.2 o resumo dos custos para lajes maciças, bem como o valor
total da estrutura, detalhado por elemento estrutural.
PILARES
27% LAJES
47%
VIGAS
26%
Figura 4.4 - Custo percentual total por elemento estrutural no sistema convencional.
56
FÔRMA
CONCRETO
19%
27%
AÇO
54%
Apresenta-se na Tabela 4.3 o resumo dos custos para laje nervurada, bem como o
valor total da estrutura, detalhado por elemento estrutural.
PILARES
34%
LAJES
53%
VIGAS
13%
Figura 4.6 - Custo percentual total por elemento no sistema estrutural de lajes lisas nervuradas.
CONCRETO FÔRMA
25% 24%
AÇO
51%
Figura 4.7 - Custo percentual total por material no sistema de lajes lisas nervuradas.
A Tabela 4.4 e a Figura 4.8 apresentam os custos totais das alternativas estruturais
consideradas.
58
Custo total
R$ 100.000,00 R$ 93.206,10
R$ 76.805,60
R$ 80.000,00
R$ 60.000,00
R$ 40.000,00
R$ 20.000,00
Estrutura convencional
Estrutura de lajes lisas
nervuradas
5 CONCLUSÃO
arquitetura da edificação, que, mesmo apresentando vãos grandes e uma maior quantidade de
vigas, se sobressaiu sobre o sistema de lajes lisas nervuradas, devido ao fato que é um edifício
alto e esbelto onde as vigas formam muitos pórticos, e os pilares estão dispostos
perpendiculares ao eixo de menor inércia da estrutura, que garantem uma maior estabilidade
global, possibilitando assim, vigas de menores dimensões.
Porém, este trabalho está limitado apenas há comparação entre um pavimento do
edifício no que se refere aos consumos de concreto, aço e formas, e mão de obra para
execução dos mesmos, não leva em consideração quantificação de mão de obra no canteiro de
obra para verificar rendimentos e tempo de execução, como também não leva em
consideração sistemas de escoramentos para as estruturas utilizadas, e outros materiais como,
por exemplo, tabuas, pregos, desmoldante, que compõe a estrutura das lajes.
Por fim, salienta-se que a escolha da alternativa estrutural a ser utilizada depende de
muitos fatores. Alguns fogem da competência do engenheiro de estruturas, pois um projeto de
arquitetura pode inviabilizar um determinado sistema estrutural, devido as suas características
e imposições.
Este trabalho não tem a intenção de generalizar os resultados para todos os tipos de
edificações, mas se bem extrapolados, podem servir como parâmetros para edifícios
semelhantes.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAUJO, José M. Curso de concreto armado. Editora Dunas. Rio Grande, 2003.
_______. NBR 6120: Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro,
1980.
_______. NBR 6123: Forças devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro, 1988.
_______. NBR 7480: Barras e fios de aço destinados a armaduras para concreto armado. Rio
de Janeiro, 1996.
_______. NBR 8681: Ações e segurança nas estruturas. Rio de Janeiro, 2003.
TABELAS de composições de preços para orçamentos. 13. ed. São Paulo: Pini, 2010.