Comunicacao e Expressao
Comunicacao e Expressao
Comunicacao e Expressao
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Bem vindo(a)!
Já nas Unidades III e IV vamos dar continuidade aos conceitos, mas focando nas
questões formais do uso da língua portuguesa, trazendo a Frase como unidade de
composição, o Texto como unidade de sentido e o Gênero discursivo como produto
da interação verbal.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados
em nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e
pro ssional.
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Introdução
Prezado(a) aluno(a), a partir de agora vamos embarcar em uma viagem pelo
conhecimento.
Por meio dos seus estudos pudemos conhecer os elementos essenciais do processo
de comunicação e nos aprofundarmos no que temos hoje sobre referência na
temática.
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Comunicação pode ser entendido como todo o processo em que há troca de
informações entre duas ou mais pessoas. Temos comunicação em todos os lugares,
seja por meio de publicidades expostas nas ruas, nos smartphones, na internet de
modo geral, na tv, en m, respiramos comunicação.
SAIBA MAIS
Já parou para pensar qual é a diferença entre os dois termos?
Fonte: a autora.
Por isso, manter uma relação é viajar no interior do outro, é tentar se fazer entendido
quando o processo de conhecimento do lado de lá está apenas em seu início e para
que a comunicação se estabelece é necessário, segundo Sabino (2017, on-line), a
empatia, entre outras coisas:
Nas suas devidas proporções, cada empresa deve manter esse ato comunicativo e
essa abertura de diálogo entre seus colaboradores, para que problemas maiores e
futuros sejam resolvidos ainda na sua origem.
Comunicação e Interação
pela Linguagem
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
A comunicação por meio da linguagem pode acontecer das mais variadas maneiras.
Primeiramente, vamos conceituar linguagem: tudo o que fazemos com o objetivo
de emitir uma informação, pode ser gesto, palavra, sons, imagens etc.
Vamos pensar na língua portuguesa como se fosse uma roupa. Se você está se
preparando para uma festa de gala, vai trajar as peças necessárias para tal evento,
mas se o seu evento for casual, você usará peças que correspondam com a realidade
do que você participará.
Função referencial: tem como objetivo informar, seu foco está no contexto da
situação;
Função emotiva: está diretamente ligado ao emissor, pois é ele quem produz a
emoção do que será dito;
Função apelativa: como o próprio nome diz, apela para algo, tenta convencer
sobre alguma coisa;
Função poética: é a escolha das palavras certas para produzir o efeito poético
nos textos;
Função metalinguística: tenta explicar o código através dele mesmo, o melhor
exemplo é o dicionário... palavras falando de palavras;
Função fática: é a conversa “de elevador”, “de la do banco”, aquela rápida e
que fazemos por educação no dia a dia.
Cada uma das funções está associada com os elementos da comunicação que
vimos. Vejamos na gura a seguir de forma mais clara:
Figura 1 - Funções da Linguagem x Elementos da Comunicação
Fonte: a autora.
Fica evidente, portanto, que as funções da linguagem estão diretamente ligadas aos
elementos da comunicação, por isso, usamos todos os dias e a todo o momento sem
perceber.
O que não se pode deixar de analisar, na verdade, é a forma como cada uma dessas
funções da linguagem estão sendo usadas no dia a dia. Ouvir com calma o que o
outro tem a dizer antes de responder é sempre uma boa alternativa para que não
haja problemas na comunicação e nenhum tipo de equívoco de interpretação.
Podemos tomar como lição, ainda, a antiga brincadeira infantil “telefone sem o”
para entender como os ruídos podem atrapalhar também o processo comunicativo.
Por isso, é sempre bom manter a calma, falar devagar e tentar passar para frente
apenas o que você tem certeza que é verdade.
Elementos da Interação
pela Linguagem
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Falar em comunicação é sempre uma atividade de re exão e busca por conceitos,
a nal encontramos informações o tempo todo, em todos os lugares e das mais
variadas maneiras.
Mas já parou para pensar como se dá esse processo de troca de informações? Para
que você receba uma mensagem é preciso que alguém tenha enviado esse
conteúdo. Isso acontece tão automaticamente desde que nascemos que,
possivelmente, você nunca tenha parado para analisar de onde vem esse processo
comunicativo ou como ele funciona de fato.
Diante das de nições que acabamos de saber ca evidente que linguagem é tudo o
que podemos usar para nos comunicar, emitir e receber mensagens.
REFLITA
“O mais importante na comunicação é ouvir o que não foi dito” (Peter
Drucker).
Vamos agora conhecer com mais detalhes cada um desses seis itens estabelecidos
por Jakobson:
2) Mensagem
A codi cação é mais um dos elementos essenciais, é por meio dela que a
mensagem, através de códigos e símbolos, é elaborada, podendo ser transmitida.
Vale lembrar que quando se fala em códigos e símbolos fala-se em tudo que pode
ser passível de entendimento, nisso inclui-se: palavras, números, imagens, sons ou
gestos e movimentos físicos.
Já a decodi cação é o processo pelo qual aquele que recebe a mensagem, chamado
de destinatário ou receptor, interpreta, ou seja, decodi ca os símbolos existentes
que dão origem à mensagem.
Ele utiliza seu conhecimento a sua experiência para entender os
símbolos da mensagem; em alguns casos, pode consultar uma
autoridade, como um dicionário ou um livro de códigos. É somente no
estágio da decodi cação que o receptor se torna mais ativo. O
signi cado que ele atribui aos símbolos pode ser igual ou diferente
daquele planejado pelo emissor. Se os signi cados diferirem, a
comunicação é quebrada e a má interpretação, provável. (LACOMBE,
2005, p. 15).
É ele que de fato recebe a mensagem, esse recebimento pode ser intencional ou
não.
4) Contexto ou referente
5) Código
É a maneira pelo qual a mensagem se organiza, ou seja, pode ser através de palavras
(escritas ou faladas), gestos, expressões faciais ou corporais, mímica etc.
6) Canal
Referente
Canal
Código
Fonte: a autora.
Fica evidente, portanto, que para que seja possível uma comunicação completa e
e caz todos os seis elementos estipulados por Jakobson precisam estar em
harmonia. Quando um deles não se encaixa no todo há uma quebra no processo
comunicativo e a mensagem é quebrada, chegando de forma equivocada,
causando ambiguidade, interpretações erradas, entre tantos outros problemas
sérios que podem acontecer por falta de uma comunicação e caz.
Até mais!
Leitura complementar
É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você
quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mesmo o
nome?
"Posso ajudá-lo, cavalheiro?"
"Pode. Eu quero um daqueles, daqueles..."
"Pois não?"
"Um... como é mesmo o nome?"
"Sim?"
"Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma
coisa simples, conhecidíssima."
"Sim senhor."
"O senhor vai dar risada quando souber."
"Sim senhor."
"Olha, é pontuda, certo?"
"O quê, cavalheiro?"
"Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz
uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe,
entende? Na ponta tem outra volta, só que está e mais fechada. E tem um, um... Uma
espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a
pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, ca fechado. É isso. Uma coisa
pontuda que fecha. Entende?"
"Infelizmente, cavalheiro..."
"Ora, você sabe do que eu estou falando."
"Estou me esforçando, mas..."
"Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?"
"Se o senhor diz, cavalheiro."
"Como, se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso
não saber o nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero."
"Sim senhor. Pontudo numa ponta."
"Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem?"
"Bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem
sabe o senhor desenha para nós?"
"Não. Eu não sei desenhar nem casinha com fumaça saindo da chaminé. Sou uma
negação em desenho."
"Sinto muito."
"Não precisa sentir. Sou técnico em contabilidade, estou muito bem de vida. Não sou
um débil mental. Não sei desenhar, só isso. E hoje, por acaso, me esqueci do nome
desse raio. Mas fora isso, tudo bem. O desenho não me faz falta. Lido com números.
Tenho algum problema com os números mais complicados, claro. O oito, por
exemplo. Tenho que fazer um rascunho antes. Mas não sou um débil mental, como
você está pensando."
"Eu não estou pensando nada, cavalheiro."
"Chame o gerente."
"Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa
coisa que o senhor quer, é feito do quê?"
"É de, sei lá. De metal."
"Muito bem. De metal. Ela se move?"
"Bem... É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas mãos. É assim, assim,
dobra aqui e encaixa na ponta, assim."
"Tem mais de uma peça? Já vem montado?"
"É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço."
"Francamente..."
"Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo,
vem vindo, outra volta e clique, encaixa."
"Ah, tem clique. É elétrico."
"Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar."
"Já sei!"
"Ótimo!"
"O senhor quer uma antena externa de televisão."
"Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo..."
"Tentemos por outro lado. Para o que serve?"
"Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você en a a
ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma
coisa."
"Certo. Esse instrumento que o senhor procura funciona mais ou menos como um
gigantesco al nete de segurança e..."
"Mas é isso! É isso! Um al nete de segurança!"
"Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!"
"É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um... um... Como é mesmo o nome?"
Livro
Filme
Unidade 2
Linguagem Oral X
Linguagem Escrita
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Introdução
Prezado(a) aluno(a), a partir de agora vamos embarcar em uma viagem pelo
conhecimento.
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
A origem da escrita é datada em 3500 anos a.C. e seus primeiros registros podem ser
encontrados na Mesopotâmia com a escrita cuneiforme, como ficou conhecida. Um
emaranhado de símbolos e figuras que deram início à escrita e que foi fundamental
para os registros da época. Sua principal função era registrar tudo que estava
relacionado à administração e contabilidade, e seus mais de dois mil símbolos eram
fundamentais para tais registros.
Tempos depois, a escrita egípcia nasce com o objetivo religioso, não comercial como
se tinha até então. Essa transformação da história da humanidade foi um verdadeiro
divisor de águas, afinal o que temos de registros mais precisos hoje foram aqueles
que passaram a ser registrados pós-escrita.
O que de fato nos interessa aqui é a forma como a escrita acontece no processo de
ensino aprendizagem e como a fala está aliada em todo esse contexto
comunicacional.
REFLITA
“Morre lentamente quem não muda de marca, não se arrisca a vestir
uma nova cor ou não conversa com quem não conhece” (Martha
Medeiros).
Relações e Distanciamento
entre Oralidade e Escrita
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Falar em oralidade e escrita é muito bom para que seja possível identi car o que é
característica de um tipo de texto e de outro. Primeiramente, vamos de nir a
oralidade e a escrita enquanto comunicação:
Ou seja, a linguagem não verbal pode ser utilizada em situações em que não é
recomendado o uso de palavras ou mesmo quando não há condições de seu uso,
seja por qual motivo for.
Portanto, a relação entre a oralidade e a escrita se estabelece em determinadas
situações. Se o foco do estudo e da análise for uma situação de comunicação, como
um diálogo, por exemplo, será possível identi car o uso da linguagem oral e verbal
através das palavras, bem como em momentos especí cos o uso da linguagem não
verbal através de expressões e gestos. Pode acontecer ainda, e é muito comum
durante um diálogo, que haja mistura dos dois tipos de linguagem, enquanto se fala
algo, se representa com mímica ou enfatiza com gestos e expressões durante a fala.
Coesão;
Coerência;
Intertextualidade;
Denotação;
Conotação;
Figuras de linguagem;
Figuras de pensamento.
Esses itens são imprescindíveis para a construção correta do seu texto, seja de qual
gênero ou tipo for. É válido ressaltar que temos:
Tipos textuais:
Narração;
Descrição;
Dissertação;
Injuntivo.
Gêneros textuais:
Artigo de opinião;
Autobiogra a;
Biogra a;
Carta de leitor;
Carta de solicitação;
Conto de fadas;
Conto maravilhoso;
Conto;
Curriculum vitae;
Diário;
Editorial;
Ensaio;
Entrevista;
Fábula;
Lenda;
Ficção cientí ca;
Palestra;
Piada;
Regulamento;
Relato de viagem;
Relato histórico;
Relatório cientí co;
Resenhas críticas;
Romance
Percebe-se, portanto, que os tipos são apenas quatro, mas os gêneros são in nitos e
estão diretamente relacionados aos tipos, por exemplo, a Fábula é um gênero
textual que pertence ao tipo “narração”.
Aspectos do Texto Oral e
do Texto Escrito
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Estudar os gêneros textuais e os tipos de textos na escola é sempre um grande
desa o, a nal são inúmeras opções e formatos que podemos trabalhar em sala de
aula e abordar os seus mais variados aspectos.
Mas quando falamos em texto, talvez a primeira ideia que nos venha à mente são as
características do texto narrativo, que acaba sendo um dos mais usados, de fato, em
sala. Mas e os textos orais? Você tem proximidade com os gêneros que pertencem a
essa esfera?
Muitas vezes o material que nos é proposto para trabalhar em sala nos engessa e
não permite muitas aberturas, mas quando há possibilidades de incorporar outros
gêneros textuais, ou mesmo realizar uma boa mistura do verbal e do não verbal,
certamente teremos um resultado no mínimo interessante.
Há aqui um delicado e tênue limite entre o que é “certo e errado”. Essa concepção se
dá através do estudo da Gramática normativa que temos no ambiente escolar. Tais
regras se estabelecem para que a forma padrão da língua portuguesa seja
aprendida pelos alunos e colocada em prática na construção de textos escritos,
normalmente tudo o que é padrão e formalizado, como documentos, redações,
processos de seleção de vestibulares e concursos.
O que acontece, de fato, é que os alunos têm acesso durante sua vida escolar, a
partir das regras gramaticais, às divisões em classes e todas às características e pré-
requisitos que a língua exige na construção textual.
Com o surgimento dos estudos do texto, o enfoque vai deixando de
xar- se apenas no produto e se desloca para o processo. A linguagem
deixa de ser vista como mera verbalização e passa a ser incorporada,
nas análises textuais, a observação das condições de produção de cada
atividade interacional. A elaboração do texto escrito – assim como do
oral – envolve um objetivo ou intenção do locutor. Contudo, o
entendimento desse texto não diz respeito apenas ao conteúdo
semântico, mas à percepção das marcas de seu processo de produção.
Essas marcas orientam o interlocutor no momento da leitura, na
medida em que são pistas linguísticas para a busca do efeito de
sentido pretendido pelo produtor (PAULA, 2018, on-line).
Portanto, ca evidente que os aspectos dos textos orais se diferenciam dos textos
escritos. Enquanto na oralidade temos alguns tipos de textos mais voltados para o
público, na escrita essas características aumentam. Vejamos alguns tipos de gêneros
orais:
Portanto, os gêneros e tipos textuais são muito diferentes e usados para nalidades
especí cas, tudo depende do seu objetivo.
SAIBA MAIS
Língua falada e língua escrita
Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois meios de
comunicação distintos. A escrita representa um estágio posterior de
uma língua. A língua falada é mais espontânea, abrange a
comunicação linguística em toda sua totalidade. Além disso, é
acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes por mímicas, incluindo-
se sionomias. A língua escrita não é apenas a representação da língua
falada, mas sim um sistema mais disciplinado e rígido, uma vez que não
conta com o jogo sionômico, as mímicas e o tom de voz do falante.
Por isso, é importante fazer essa mistura dos gêneros textuais para que o processo de
ensino e aprendizagem seja ainda mais completo.
Leitura Complementar
Características da oralidade
Livro
Filme
Unidade 3
Questões Formais no Uso
da Língua Portuguesa
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Introdução
Prezado(a) aluno(a), a partir de agora vamos embarcar em uma viagem pelo
conhecimento.
Nesta unidade vamos conhecer o conceito de frase, oração e período, bem como
entender como essas diferenças são fundamentais na construção do sentido.
Veremos ainda sobre o texto e o sentido no que diz respeito aos critérios de
construção textual, o que usar e não usar, como e quando aplicar algumas
características. Os vícios de linguagem, denotação, conotação, ambiguidade entre
tantos outros elementos pertinentes à construção textual.
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
O estudo da língua é dividido em partes e cada uma delas é responsável por uma
característica especí ca na estrutura do todo. A língua se organiza em cinco áreas,
sendo: a fonética, fonologia, morfologia, sintaxe e semântica. A fonética se divide em
três partes, que estudam: o aparelho fonador, onde o som é produzido; a variedade
de sons que podem ser produzidos e o signi cado desses sons. Já a fonética é o
conjunto da anatomia humana com os sons dos signos.
A fonologia, por sua vez, estuda o valor que o som tem para a sociedade, é funcional.
A morfologia estuda o processo de formação das palavras, a divisão das classes
gramaticais.
Unidades de composição podem ser entendidas como tudo aquilo que se agrupa
para a construção do texto, em outras palavras, podemos de nir como os itens que
constituem e constroem o texto pouco a pouco. Temos, então, nessa construção a
frase, a oração e o período que, juntos, compõem o todo de um texto. Veremos a
seguir suas características.
Frase
A frase pode ser entendida como um enunciado que tem a capacidade de
transmitir um sentido, um signi cado diante de um determinado contexto
comunicativo, que chamamos de interação verbal.
– Socorro!
– O quê?
– Silêncio
– Pare!
– Que tragédia!
– Como assim?
– Fogo!
Essas frases, em sua grande maioria, são formadas por uma ou duas palavras.
Portanto, podemos de nir frase como uma unidade mínima de signi cação e
contexto.
Oração
A oração, em Língua Portuguesa, pode ser entendida como uma unidade sintática,
ou seja, é um enunciado (curto ou longo) que tem obrigatoriamente a presença de
um verbo.
um sujeito;
termos essenciais;
integrantes ou acessórios.
– Venha!
Perceba que a diferença básica entre a frase e a oração é que na oração há presença
de um verbo, por obrigatoriedade, enquanto nas frases não há. Em termos gerais, se
há sentido é frase, se há sentido e um verbo é oração. Veja:
Período simples
Os períodos simples são aqueles em que apresentam apenas uma oração, ou seja,
há apenas um trecho com apenas um verbo (ou uma locução verbal) e sentido
completo.
Exemplos:
Período composto
Os períodos compostos são aqueles que possuem mais de uma oração, ou seja, dois
ou mais verbos.
Exemplo:
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Pensar em texto é, antes de tudo, pensar em linguagem como meio de
comunicação, a nal é através dos textos que nos comunicamos, e quando falamos
em texto podemos apontar modalidades orais e escritas.
É notório que texto se quali ca como interação humana e o que vamos nos ater
aqui nesta unidade é o texto enquanto modalidade escrita e unidade de sentido.
Para isso, separamos algumas das principais características de como construir um
texto com seu sentido estruturado, veja na sequência.
Coesão
Para que a haja uma construção textual coesa é necessário que os elementos do
texto se comuniquem, em outras palavras, a coesão textual pode ser entendida
como a aplicação dos conectivos nas orações. Essa relação entre as palavras
escolhidas para a construção do texto (de todas as classes gramaticais) é que nos
traz a coesão dos elementos, mas para que isso aconteça é preciso escolher
corretamente os conectivos (sejam as conjunções, os pronomes ou os advérbios).
Coerência
A coerência é marcada em relação ao texto como um todo. A relação que se
estabelece entre os parágrafos e o que está explicitado no contexto, seja ele com as
informações internas ou externas do texto em si. Para que não haja confusão, vamos
a uma explicação bem simples: a coesão diz respeito aos elementos internos do
parágrafo, a coerência diz respeito ao texto como um todo e às referências que
existem dentro e fora do texto, ou seja, o contexto.
Exemplo de falta de coerência: Peru, panetone, rabanada e nozes. Tudo pronto
para a Páscoa! (entende-se que tais alimentos são característicos do Natal, não da
Páscoa).
Denotação
O sentido denotativo de um texto se refere ao seu sentido literal, ou seja, quando
usamos uma expressão ou termo no seu sentido real, quando queremos dizer
exatamente aquilo.
Conotação
Diferente do sentido denotativo, o sentido conotativo é aquele em que usamos as
palavras no seu sentido gurado, quando dizemos uma coisa querendo dizer outra,
ou seja, é o tipo de sentido muito utilizado na literatura ou quando queremos
enfatizar algo.
Exemplo: Ela é uma mulher baixa (no sentido de ser sem modos, que gosta de
baixaria, barraco etc.)
Intertextualidade
A intertextualidade acontece quando nos referimos a algo já existente no texto que
estamos construindo. Para que haja entendimento, o receptor dessa mensagem
precisa estar por dentro do assunto que foi abordado, ou seja, precisa saber do
contexto que ali foi empregado.
Ambiguidade
A ambiguidade ocorre quando uma frase ou expressão gera duplo sentido de
interpretação. Ela pode acontecer propositalmente ou não, quando a construção
gera ambiguidade sem que haja intenção é preciso ler com calma o texto produzido
e substituir as palavras ou termos que foram escolhidos e geraram essa
ambiguidade. Já se a construção foi intencional, ótimo! Agora é deixar a imaginação
do leitor o levar.
Exemplo: A polícia perseguiu o bandido até a sua casa. (A casa era da polícia ou do
bandido?)
Vícios de Linguagem
Os vícios de linguagem podem ser entendidos como elementos utilizados na
construção do texto para enfatizar algo ou acontecem sem que o autor perceba, de
forma equivocada. Vejamos:
Exemplo:
Barbarismo
É um desvio da norma gramatical, ela pode ocorrer como erro de pronúncia ou na
escrita:
Exemplos:
Estrangeirismos
Quando se usa sem necessidade uma palavra de outra língua:
Exemplos:
Concordância
Regência
Colocação:
Exemplo: Pulei tanto na festa das crianças que não aguentei-me em pé no dia
seguinte. (não me aguentei em pé)
Tais elementos são importantes para uma construção adequada do texto, portanto é
imprescindível que seja feita uma correção após a escrita para veri car se há ou não
falhas na concordância dos elementos escolhidos.
REFLITA
“Na realidade não são palavras o que pronunciamos ou escutamos, mas
verdades ou mentiras, coisas boas ou más, importantes ou triviais,
agradáveis ou desagradáveis, etc. A palavra está sempre carregada de
um conteúdo ou de um sentido ideológico ou vivencial” (Mikhail
Bakhtin).
Gênero Discursivo como
Produto da Interação
Verbal
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Para que o ensino de línguas a partir dos gêneros discursivos fosse normatizado no
Brasil, criou-se os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Tais parâmetros é que
norteiam os educadores de todo país e estabelecem o que, de fato, os alunos
aprenderão.
Mas, além das políticas educacionais, e não menos importantes que estas, está o
conceito estabelecido sobre gêneros discursivos. Antes de se aplicar de fato uma
atividade em sala ou analisar um texto do gênero discursivo vamos ao que propõe
Mikhail Bakhtin (2009) a respeito da organização de nosso discurso por meio dos
gêneros discursivos.
De origem russa, Bakhtin foi um importante nome dos estudos da linguagem, ele
postula que, no momento da interação, seja ela oral ou escrita, os sujeitos recorrem a
determinados gêneros discursivos. Tais escolhas, como ele classi ca, estão
diretamente ligadas às necessidades dos falantes/escritores. Em termos gerais,
podemos dizer que os gêneros discursivos são determinados pelo discurso e surgem
em todo ato comunicativo humano.
Entre tantos outros que podemos encontrar no nosso dia a dia e fazem parte do
cotidiano da população em geral.
Fica claro, portanto, que todos os gêneros discursivos, sejam eles orais ou escritos,
fazem parte da interação verbal humana, pois são eles que nos levam ao ato
comunicativo, independente do contexto em que estão inseridos e utilizados.
SAIBA MAIS
Tipos e gêneros textuais
Texto narrativo;
Texto descritivo;
Texto dissertativo expositivo;
Texto dissertativo argumentativo;
Texto explicativo injuntivo;
Texto explicativo prescritivo.
romances;
contos;
fábulas;
novelas;
crônicas, entre outros.
diários;
relatos de viagens;
folhetos turísticos;
cardápios de restaurantes;
classi cados, entre outros.
artigos de opinião;
abaixo-assinados;
manifestos;
sermões, entre outros.
receitas culinárias;
manuais de instruções;
bula de remédio, entre outros.
leis;
cláusulas contratuais;
edital de concursos públicos, entre outros
Nesta unidade pudemos conhecer um pouco sobre a diferença entre frase, oração e período, bem
como entender como essas diferenças são fundamentais na construção do sentido.
Após, vimos sobre o texto e o sentido no que diz respeito aos critérios de construção textual, o que usar
e não usar, como e quando aplicar algumas características.
Leitura complementar
Do gênero discursivo ao gênero textual
Do gênero discursivo ao gênero textual Marcuschi (2008) apresenta algumas perspectivas de estudo,
tanto no contexto mundial como no brasileiro, sobre as diferentes abordagens relacionadas ao estudo
dos gêneros. Ele destaca que um consenso existente entre essas perspectivas é que, para comunicar-
se, o indivíduo recorre aos gêneros, como uma forma de se adequar a determinado contexto. Ele
acrescenta ainda que os textos e/ou discursos circulam através dos gêneros. Ora, se os textos e/ou
discursos circulam através de gêneros, por que então o uso de termos distintos como gênero do
discurso ou gênero discursivo e gênero textual? Para alguns autores, a exemplo de Marcuschi (2008, p.
154), essa distinção não é tão relevante, como é possível se observar em uma nota de rodapé em que o
autor justi ca o uso do termo escolhido por ele:
Não vamos discutir aqui se é mais pertinente a expressão “gênero textual” ou a expressão
“gênero discursivo” ou “gênero do discurso”. Vamos adotar a posição de que todas essas
expressões podem ser usadas intercambialmente, salvo naqueles momentos em que se
pretende, de modo explícito e claro, identi car algum fenômeno especí co.
A tendência é ver o texto no plano das formas linguísticas e de sua organização, ao passo
que o discurso seria o plano do funcionamento enunciativo, o plano da enunciação e
efeitos de sentido na sua circulação sociointerativa e discursiva envolvendo outros
aspectos. [...] São muito mais duas maneiras complementares de enfocar a produção
linguística em funcionamento
Percebe-se aqui uma tendência de se conceber o gênero como um artefato textual discursivo, sendo
analisado tanto em seu aspecto organizacional interno como em seu funcionamento sociointerativo.
Isso porque, para se produzir um gênero textual, existem normas que não são rígidas, mas necessárias,
caso se pretenda a compreensão e a interação por parte de todos os envolvidos no processo
comunicativo. A título de exemplo tem-se o ofício, um gênero que faz parte da correspondência o cial:
quando o indivíduo faz uso desse gênero deve se adequar às exigências impostas pela situação
comunicativa.
Assim, o que se deve dizer ou não, o como e o quanto dizer, dependerá de interlocutores de nidos e
dos contextos nos quais os textos poderão circular. Nesse sentido, Marcuschi (2008) lembra que uma
das tendências atuais é a de se estudarem as relações e não a distinção entre texto e discurso, pois
estes podem ser considerados aspectos complementares da atividade enunciativa. E acrescenta:
Entre o discurso e o texto está o gênero, que é aqui visto como prática social e prática
textual-discursiva. Ele opera como a ponte entre o discurso como uma atividade mais
universal e o texto enquanto a peça empírica particularizada e con gurada numa
determinada composição observável. Gêneros são modelos correspondentes a formas
sociais reconhecíveis nas situações de comunicação em que ocorrem. Sua estabilidade é
relativa ao momento histórico-social em que surge e circula (MARCUSCHI, 2008, p. 84).
Para apoiar a concepção de tratar os gêneros textuais como elementos tipicamente discursivos,
Marcuschi (2008) apresenta a proposta de uma releitura que inclua o texto no contexto das práticas
discursivas sem dissociá-lo de sua historicidade e de suas condições de produção. Para Adam (1999,
apud MARCUSCHI, 2008, p. 83), o gênero textual pode ser entendido como “a diversidade
socioculturalmente regulada das práticas discursivas humanas” e “a separação do textual e do
discursivo é essencialmente metodológica”. Assim, reforçando esse aspecto, Marcuschi (2008, p. 81-82)
comenta:
Para sintetizar essa concepção do gênero textual com foco na relação entre os aspectos textuais e
discursivos, podemos destacar algumas características apresentadas por Marcuschi (2008). Para ele, o
gênero apresenta dois aspectos importantes: a gestão enunciativa, que inclui a escolha dos planos de
enunciação, modos discursivos e tipos textuais, e a composicionalidade, que diz respeito à identi cação
de unidades ou subunidades textuais. Assim, o domínio de um gênero textual não signi ca o domínio
de “uma forma linguística e sim uma forma de realizar linguisticamente objetivos especí cos em
situações sociais particulares” (MARCUSCHI, 2008, p. 154).
Filme
Unidade 4
Produção Textual
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Introdução
Prezado(a) aluno(a), a partir de agora vamos embarcar em uma viagem pelo
conhecimento.
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
A produção de texto é uma das maneiras que temos de nos expressar.
Independente do contexto em que o texto será veiculado, produzir algo é a melhor
forma de expor pensamentos, argumentar e colocar o seu ponto de vista sobre
determinado assunto.
Intencionalidade
Todo texto precisa fazer sentido para alguém, por isso a intenção que se coloca na
produção é aquela que o seu leitor terá contato, mas é válido lembrar que os
recursos utilizados para convencer o leitor ou fazê-lo acreditar em algo que se diz é o
que faz toda diferença durante a produção. O que eu quero dizer? Para quem eu
quero dizer? Estou sendo claro nos meus argumentos escolhidos? Os exemplos que
utilizei foram su cientes para exempli car?
Esses são alguns questionamentos que podem ser feitos para que seja possível
identi car se a intencionalidade atingiu seu objetivo.
Intertextualidade
A intertextualidade está diretamente ligada ao exterior do texto, fazer uma
intertextualidade requer muito cuidado, a nal é preciso se perguntar se é
importante para o texto que você traga elementos ou ideias de outros autores, e se
essas ideias realmente vão contribuir para a construção da sua produção.
Se você perceber que a intertextualidade vai reforçar o seu ponto de vista e embasar
melhor os seus argumentos é muito interessante usá-las, mas se não forem
necessárias, é melhor contar apenas com a ideia original.
Informatividade
O primeiro passo para a construção da sua produção textual é o esboço, pois é nesse
primeiro momento que você vai afunilar as ideias e as informações que têm em
mãos para colocar no seu texto.
O tempo todo somos bombardeados de informações, por isso é preciso dosar a
quantidade e principalmente a qualidade das informações que você tem para que a
sua produção textual seja rica e clara. Lembre-se de que muita informação nem
sempre é sinônimo de qualidade, portanto selecione o que de fato é relevante para o
seu texto.
Aceitabilidade
Aquela famosa costura textual pode ser também chamada de aceitabilidade, ou
seja, organizar bem as informações, ser persuasivo e convincente, fazendo um
encadeamento lógico das ideias, leva o leitor a aceitar o que você está dizendo.
A nal, é o desejo do escritor que o seu leitor entenda a mensagem que deseja
passar por meio das informações e dos argumentos escolhidos.
Por isso, é muito importante que no seu esboço seja programado o que você deseja
colocar no texto e em que momento essas ideias vão se complementar durante a
sua produção.
Lembre-se de que o seu leitor não sabe o que você está pensando, ele apenas sabe o
que está escrito ali e para que a sua mensagem seja transmitida corretamente é
necessário que não haja ambiguidade e nem confusão nas informações que foram
transmitidas.
Situacionalidade
Aqui vamos falar sobre o contexto, ou seja, tudo aquilo que faz referência ao texto e
que traz à produção uma situação favorável para quem o lerá ou ainda para quem
fará uso dessa produção para trabalho etc.
Lembre-se de que o contexto é parte fundamental da sua produção, por isso, desde
o começo é necessário que estejam bem delimitadas as informações e elementos
que mostrem exatamente o contexto, por exemplo:
Datas;
Fatos;
Citações;
Entrevistas;
Números;
Fontes;
Imagens;
Fotos.
Ou seja, qualquer elemento que remeta ao contexto do texto será bem-vindo para
que o leitor esteja pronto para entender a mensagem que se quer passar.
Vale ressaltar ainda que para a produção textual ser ainda mais completa e
inteiramente correta é preciso que haja coesão e coerência, elementos esses que
vimos na Unidade III da nossa apostila, e que devem ser sempre colocados em
prática durante a construção textual.
REFLITA
“A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é
escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer ‘escrever
claro’ não é certo, mas é claro, certo?” (Luís Fernando Veríssimo)
Aspectos Gerais de Textos
Escritos da Esfera
Acadêmica
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Os textos acadêmicos são produções textuais cientí cas baseadas em pesquisas,
observações e análises. Eles são muito importantes para que o estudo de
determinado tema seja desenvolvido e com o tempo as pesquisas avancem.
Mas, antes de conhecermos alguns deles, vamos observar qual é a estrutura básica
dessas produções acadêmicas.
Depois de conhecermos a estrutura básica dos textos acadêmicos, vamos ver alguns
dos aspectos gerais de textos escritos da esfera acadêmica.
Artigo Cientí co
Os Artigos cientí cos ou artigos acadêmicos, como são também chamados, têm de
12 a 15 páginas, digitadas em fonte Times New Roman, tamanho 12, com
espaçamento simples ou um e meio. Eles são mais simples e podem ser solicitados
como trabalho para congressos cientí cos ou ainda de conclusão de curso de
graduação e em algum curso que exija a produção acadêmica.
Epígrafe ** **
Resumo em língua
** **
vernácula
Resumo em língua
** **
estrangeira (abstract)
sumário ** **
Lista de ilustrações ** **
Lista de tabelas ** **
Lista de abreviaturas e
** **
siglas
Lista de símbolos ** **
Fonte: a autora.
Tese
A tese é outro tipo de produção acadêmica escrita, mas para ao doutorado. Aqui, a
diferença básica é que a análise precisa ser original, por isso, é importante que não
se tenha na área uma proposta de estudo parecida àquela escolhida durante o
doutorado.
AUTORIA
Lucimari de Campos Monteiro
Assim como os textos escritos acadêmicos, os orais acadêmicos também são
estruturados dentro de um modelo e merecem nossa atenção. Muitas vezes não nos
damos conta de que um determinado tipo de texto faz parte da esfera acadêmica e
como tal deve receber sua estrutura dedigna.
[...] A relação entre gêneros orais e gêneros escritos não é uma relação de
dicotomia. É antes uma relação de continuidade e de efeito mútuo, isto
é, gêneros orais podem sustentar gêneros escritos; gêneros escritos
podem sustentar gêneros orais. Eles estão em mútua interdependência,
cada gênero oral que entra na escola, em geral, pressupõe a escrita,
assim como cada gênero escrito trabalhado na escola pressupõe o oral
(SCHNEUWLY; ROJO, 2006, p. 467).
Seminário
O gênero seminário é um dos mais conhecidos no âmbito acadêmico. Segundo
Severino (2008, p. 90), o seminário é “um método de estudo e atividade didática
especí ca de cursos universitários e seu objetivo principal é levar todos os
participantes a uma re exão aprofundada de determinado problema, a partir de
textos e em equipe”.
Esse gênero oral requer pesquisa e muita atenção, normalmente é avaliado aqui o
conjunto da apresentação: voz, postura, domínio de conteúdo, tempo estipulado para
a apresentação, divisão da temática entre os participantes etc.
Exposição oral
Outro gênero bem comum no ambiente acadêmico é o da exposição oral, que Costa
(2008, p. 97) de ne como:
O gênero exposição oral tem como objetivo: informar; preparar uma re exão; preparar
uma discussão.
Podemos ainda dividir esse viés acadêmico em três fases:
Debate
O debate é um gênero da oralidade que requer organização. Debater sobre
determinado tema é sempre uma boa maneira de conhecer o pensamento do outro.
Mas é válido lembrar que todo debate precisa de regras. Normalmente essas regras
são básicas, mas podem variar de contexto para contexto. É preciso que haja um
mediador conduzindo o debate e dando voz a um ou ao outro debatedor e tempo
para cada argumento exposto.
Conto maravilhoso;
Conto de fadas;
Fábula;
Carta pessoal;
Lenda;
Telefonema;
Poema;
Narrativa de cção cientí ca;
Nos tópicos dois e três foi possível conhecer os gêneros textuais da esfera acadêmica,
divididos entre orais e escritos, e conhecer as características de cada um deles.
Leitura complementar
Produção acadêmica relevante para quem?
Em 2015, foi publicado, na revista Nature, o Manifesto Leiden. Esse Manifesto, escrito
por Diana Hicks, Paul Wouters, Ludo Waltman, Sarah de Rijcke e Ismael Rafols,
apresenta 10 princípios para avaliação de pesquisas (acesse o Manifesto aqui). Esse
grupo de cientometristas, cientistas sociais e administradores de pesquisa considera
preocupante o que eles intitularam de má aplicação dos indicadores de performance
acadêmica (e.g., fator de impacto, índice h). O grupo não se opõe a estes indicadores,
porém defende que não sejam utilizados isoladamente, em detrimento de avaliações
qualitativas das pesquisas realizadas. Assim, avaliações quantitativas devem subsidiar
avaliações qualitativas.
Particularmente, um dos princípios do Manifesto - o de número 3, "Protect excellence
in locally relevant research" (Proteger a excelência de pesquisa relevante em nível
local) - captou minha atenção. Esse princípio indica que a excelência em pesquisa é
equacionada pelo número de publicações em língua inglesa, inclusive com diversos
países instituindo metas de publicação em journals norte-americanos de alto fator de
impacto. Porém, isso é problemático nas ciências sociais e humanas, uma vez que
muitas pesquisas realizadas nessas áreas possuem maior vinculação com demandas
locais. A pluralidade e a relevância social das pesquisas realizadas nas ciências
humanas e sociais tende a ser suprimida em detrimento da produção de artigos que
sejam aceitos em journals com alto fator de impacto, sendo a maioria deles do norte
global. É necessário, portanto, que se invista em métricas que considerem
publicações de pesquisas de excelência em nível local.
Desde 2015, quando o Manifesto Leiden foi publicado, pouco parece ter se avançado
em modi car o modo como se avalia produção cientí ca mundialmente. Isto foi
abordado, no início de fevereiro, num texto, também publicado pela Nature, intitulado
"Let's move beyond the rhetoric: It's time to change how we judge research", de
autoria de Stephen Curry - um professor do Imperia College London. Nesse texto,
Curry cita o Manifesto Leiden e demais declarações favoráveis à mudança nas
métricas de produção cientí ca e enfatiza: "It is time to shift from making
declarations to nding solutions", ou seja, está na hora de avançar, de encontrar
soluções. Quais seriam essas soluções? Difícil de responder a essa pergunta. Curry, no
texto publicado pela Nature, indica que é necessário identi car e publicizar bons
exemplos de avaliação de pesquisas e produções acadêmicas. Parece que seguimos
em busca desses exemplos.
O que fazer, então? Sou defensor da ideia de que devemos iniciar grandes mudanças
com pequenos passos, que conduzirão ao objetivo nal. E devemos começar por nós
mesmos!
Livro
Filme
Considerações Finais
Prezado(a) aluno(a),
A partir de agora acreditamos que você já está preparado(a) para seguir em frente e
aplicar os conceitos aprendidos de comunicação, expressão e produção textual, seja
na oralidade, na escrita acadêmica ou não.
Até uma próxima oportunidade. Muito obrigada!