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TCC Edson Reformulado

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FACULDADE DO NORDESTE DA BAHIA

COORDENAÇÃO DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC)

EDSON

CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA PARA O


DESENVOLVIMENTO GLOBAL DO ALUNO COM TEA: UMA
REVISÃO DE LITERATURA

Coronel João Sá/BA


2022
FACULDADE DO NORDESTE DA BAHIA
COORDENAÇÃO DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC)

EDSON

CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA PARA O


DESENVOLVIMENTO GLOBAL DO ALUNO COM TEA: UMA
REVISÃO DE LITERATURA

Artigo apresentado no curso de graduação da


Faculdade do Nordeste da Bahia - FANEB como um
dos pré-requisitos para obtenção do título de
licenciado em Educação Física.

Orientador: Maique dos Santos Bezerra Batista


Coordenador: Eanes dos Santos Correia

Coronel João Sá/BA


2022
FACULDADE DO NORDESTE DA BAHIA
COORDENAÇÃO DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC)

APROVADA EM: ___/____/2022.

Artigo apresentado a Banca Examinadora no


curso de graduação em Educação Física da
Faculdade do Nordeste da Bahia – FANEB.

____________________________________________
Prof. Me. Maique dos Santos Bezerra Batista
ORIENTADOR

____________________________________________
Prof. Dr. Eanes dos Santos Correia
AVALIADOR

___________________________________________
Prof. Dr. Elder Silva Correia
AVALIADOR

Coronel João Sá/BA


2022
SUMÁRIO
RESUMO

Quantidades de caracteres de 350 a 500 palavras. Formatação simples, fonte 10,


justificado na página. O resumo deve conter breve contexto sobre o assunto em voga,
objetivo (clareza linguística) procedimentos metodológicos, resultados e considerações
finais.
Palavras-chave:
Mínimo 3 máximos 5 palavras separadas por virgula. (Ex: saúde, educação, formação).

ABSTRACT

1 INTRODUÇÃO
A história do autismo, até a época que vivemos, passou por grandes transformações
na pesquisa cientifica. Em 1911, o termo autismo surgiu pelo psiquiatra suíço Leo Kanner,
onde, em sua pesquisa, observou, que os pacientes que estavam na clínica com uma camisa de
força, nem todos era doentes mentais, tinha um outro tipo de transtorno. Em 1940, o termo
autismo teve destaque, pelo médico australiano Eugene Bleuler. Em sua pesquisa, ele
observou que 11 indivíduos tinham autismo e, dentre eles, notificou que que 5 casos
apresentaram falta de contato afetivo e falta da socialização com as outras crianças. Em 1949,
o psiquiatra suíço Leo Kanner se dedicou ao autismo infantil precoce, evidenciando sintomas
como: a falta de contato afetivo, da comunicação, de habilidades motoras e auditivas.
O transtorno do espectro autista (TEA) é a falta do neurodesenvolvimento e é
classificada em três categorias: Leve, quando a criança apresenta funcionalidades ditas
normais de outras crianças; moderada, quando a criança possui suas funcionalidades normais,
porém, com alguns transtornos; e a grave, quando a criança não possui a normalidade das
outras crianças. Para o aluno com TEA, as aulas de Educação Física, por explorarem a
socialização, o trabalho em equipe, o movimento e as relações com o próprio corpo, podem
representar ao mesmo tempo grandes desafios e inúmeras possibilidades de participação,
aprendizagem e desenvolvimento biopsicossocial (BEZERRA, 2012).
No Brasil, a educação básica é um direito de todo cidadão, e dever do Estado,
assegurado pela Constituição Federal de 1998, garantindo assim, o atendimento educacional
de pessoas com necessidades especiais, conforme o art. 208, em seu inciso III, que afirma ser
dever do Estado para com a educação, a oferta de atendimento educacional especializado às
pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino (BRASIL, 1998). Com
o intento de reforçar a obrigação do país em prover a educação, é publicada a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº9394/96, em dezembro de 1996, que trata no seu
capítulo V sobre a educação especial, garantindo a inclusão de pessoas com necessidades
especiais em escolas regulares (BRASIL, 1996).
Em 2012 foi instituída a Política Nacional de Direitos da Pessoa com Transtorno do
Espectro Autista, por meio da Lei n°12.764/2012, que garante, o direito à educação em todos
os níveis de ensino, e em casos de necessidade comprovada, acompanhante especializado nas
classes comuns de ensino regular, como também o direito à atenção integral a saúde, ao
diagnóstico precoce, tratamento multiprofissional, medicamentos, entre outros (BRASIL,
2012).
Posto isto, a pesquisa apresenta como questão norteadora: Qual a contribuição da
educação física para o desenvolvimento global do aluno com TEA? O interesse em se
debruçar sobre essa temática surge diante da necessidade de compreender os aspectos
emocionais, físicos e pessoais da criança com TEA, sobretudo a possibilidade de sua inclusão
nas aulas de Educação Física e sua contribuição.
Sendo assim, delineou-se como objetivo geral analisar como as aulas de educação
física podem estimular e/ou desenvolver as habilidades física, cognitivas e afetivas de
crianças com Transtorno do Espectro Autista – TEA no âmbito escolar. Quanto aos objetivos
específicos: conhecer os fundamentos históricos e epistemológicos que sustentou o conceito
do Transtorno do Espectro Autista – TEA em sociedade e seus rebatimentos no âmbito
escolar; realizar um mapeamento bibliográfico de materiais que apontem como o/a
profissional de Educação Física pode contribuir com o desenvolvimento de habilidades física,
cognitivas e afetivas de crianças com TEA no âmbito escolar; estruturar como as atividades
pedagógicas almejam acessar diferentes tipos de aprendizagem na criança com TEA no
âmbito escolar.
Quanto ao método, trata-se de uma revisão bibliográfica da literatura caracterizada
por uma abordagem descritiva e qualitativa dos resultados. O estudo tem como base artigos
que apresentam afinidades ao objeto de pesquisa, publicados e disponíveis em bases de dados
eletrônicas, como: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Google Acadêmico, Scielo e Catálogo
de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES). Para a realização da pesquisa foram utilizados como palavras-chave os termos:
“Autismo”, “Educação Física”, “História do autismo” e “Educação Física e a importância
para o aluno com TEA”.
Assim, o intuito dessa revisão de literatura é colaborar para discussões e elaboração de
uma abordagem pedagógica nas aulas de Educação Física entrelaçando reflexões sobre as
diversas formas de inclusão e contribuição para o desenvolvimento global de crianças com
TEA promovidas mediante participação nas aulas de Educação Física.

2 TEA - TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: ASPECTOS HISTÓRICOS E


CONSTRUÇÃO DO CONCEITO

A palavra autismo é oriunda da junção de duas palavras gregas: “autos” que significa
“em si mesmo” e “ismo” que significa “voltado para”, ou seja, o termo autismo originalmente
significava “voltado para si mesmo”. Podendo ser definido como uma condição ou estado de
alguém que aparenta estar invulgarmente absorvido em si próprio (MARQUES, 2000).
O autismo é definido como um transtorno invasivo do desenvolvimento, isto é, algo
que faz parte da constituição do indivíduo e afeta sua evolução. Manifesta-se antes dos três
anos de idade. O autista, em geral, apresenta comprometimentos em três importantes
domínios do desenvolvimento humano: a comunicação, a sociabilização e a imaginação
(MAZET; LEBOVICI, 1991).
Cerca de 10% dos autistas perdem habilidades de linguagem e intelectuais na
adolescência. O declínio não é progressivo, mas a capacidade intelectual perdida geralmente
não é recuperada. Na vida adulta, quase 10% dos autistas trabalham e são capazes de ter uma
vida independente (GOODMAN; SCOTT, 1997).
São assim chamados pela dificuldade em utilizar com sentido todos os aspectos da
comunicação verbal e não verbal. Isto inclui gestos, expressões faciais, linguagem corporal,
ritmo e modulação na linguagem verbal (GOODMAN; SCOTT, 1997).
A medicina aponta como causas do autismo um conjunto razoavelmente bem
demarcado de possibilidades. São elas: Fenilcetonúria não tratada; Viroses durante a gestação,
principalmente durante os três primeiros meses; Toxoplasmose; Rubéola; Anoxia e
traumatismos no parto; Patrimônio genético (SHAW, 2002).
A História do Autismo apresenta grandes evoluções desde seu conceito até as diversas
formas que o mesmo pode manifestar-se em diferentes indivíduos. Assim o termo foi
nomeado pelo psiquiatra Leo Kanner tendo como base a terminologia originalmente cunhada
pelo seu colega suíço Eugene Bleuler. Autista vem do alemão AUTIMUS, a partir do grego
(Autos), que significa: “si mesmo”, termo utilizado pela psiquiatria para apontar o
comportamento humano que se concentra em si mesmo, voltado para próprio indivíduo, mais
o sufixo (Ismo), que indica “ação ou estado”. O termo também foi utilizado para descrever o
afastamento do mundo exterior observado em adultos com esquizofrenia, que tendem a
mergulhar em suas próprias fantasias e pensamentos. (ORRÚ, 2012, p.19).
De acordo com Cunha (2017) Em 1911, utilizou-se pela primeira vez o termo
“autismo” pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler ao descrever o isolamento frequente em alguns
de seus pacientes e para descrever um grupo de sintomas que se relaciona a esquizofrenia. Um
dos traços da psicose.
Segundo Mercadante e Rosário (2009), só na década de 1940, que o transtorno
recebeu maior atenção, quando o médico austríaco Leo Kanner publicou um de seus trabalhos
sobre tal temática o qual descreveu, pela primeira vez, 11 casos do que denominou distúrbios
autísticos do contato afetivo. Cinco pessoas desses 11 primeiros casos haviam uma
“incapacidade de relacionar-se” de formas usuais com as pessoas desde o início da vida.
Kanner também observou respostas incomuns ao ambiente, que incluíam maneirismos
motores estereotipados, resistência à mudança ou insistência na monotonia, bem como
aspectos não-usuais das habilidades de comunicação da criança, tais como a inversão dos
pronomes e a tendência ao eco na linguagem (ecolalia). Kanner foi cuidadoso ao fornecer um
contexto de desenvolvimento para suas observações. Ele enfatizou a predominância dos
déficits de relacionamento social, assim como dos comportamentos incomuns na definição da
condição. E também observou alguns sintomas que surgem precocemente.
Kanner, em 1949, refere-se ao quadro com o nome Autismo Infantil precoce,
evidenciando sérias dificuldades de contatos com pessoas, ideia fixa em manter os objetos e
as situações sem variá-los. Fisionomia inteligente alterações na linguagem do tipo inversão
pronominal, neologismo e metáforas (RODRIGUES, 2010, p.18).
O tratamento mais adequado para crianças autistas inclui escolas especializadas e
apoio dos pais. Elas geralmente se desenvolvem melhor em instituições educacionais bem
estruturadas, em que professores têm experiência com autismo. Programas comportamentais
podem reduzir a irritabilidade, os acessos de agressividade, os medos e os rituais, assim como
promover um desenvolvimento mais apropriado (MELLO, 2001).
Autismo é uma síndrome definida por alterações presentes desde muito precoces,
tipicamente antes dos três anos de idade, e que se caracteriza sempre por desvios qualitativos
na comunicação, na interação social e no uso da imaginação. (MELLO, 2004, p.12).
Crianças com autismo apresentam repertório de interesses e atividades restritos e
repetitivos (como interessar-se somente por trens, carros, dinossauros etc.), têm dificuldade de
lidar com o inesperado e demonstram pouca flexibilidade para mudar as rotinas. (SILVA,
GAIATO, REVELES, 2012, p.10).
• Domínio social (sociabilização): o desenvolvimento social é perturbado, diferente
dos padrões habituais, especialmente o desenvolvimento interpessoal. A criança com autismo
pode isolar-se, mas pode também interagir de forma estranha, fora dos padrões habituais. •
Domínio da linguagem e comunicação: a comunicação, tanto verbal como não verbal, é
deficiente e desviada dos padrões habituais. A linguagem pode apresentar desvios semânticos
e pragmáticos. Muitas pessoas com autismo (estima-se que cerca de 50%) não desenvolvem a
linguagem durante toda a vida. • Domínio do pensamento e do comportamento (imaginação):
rigidez do pensamento e do comportamento, fraca imaginação social. Comportamentos
ritualistas e obsessivos, dependência de rotinas, atraso intelectual e ausência de jogo
imaginativo. (WING e GOLD, 1979, p.18)
Chama a atenção que, embora os alunos com deficiência possam estar frequentando as
escolas do ensino regular, nem todos os profissionais que nelas atuam sentem-se preparados o
suficiente para recebê-los e conduzi-los em seu processo de ensino-aprendizagem (FIORINI;
MANZINI, 2014).
Rapin e Tuchman (2008) descrevem o TEA como um distúrbio complexo do
desenvolvimento com grande variabilidade quanto aos padrões de comportamento, aquisição
de habilidades sociais e comunicativas.
Como por exemplo, o professor pode não ter formação sobre a área da inclusão mas,
anteriormente pode já ter tido experiências e práticas pedagógicas ao vivenciar o contato com
a inclusão, e isto também é de grande valia, e ajudaria a lhe dar condições preparatórias para
trabalhar com situações do dia-a-dia com uma turma que tenha alunos de inclusão por
exemplo com o TEA (CRUZ, 2008).
Deste modo, a simples presença desses estudantes nas aulas de classes ditas comuns
da escola regular não é garantia de que estejam aprendendo e nem de que a o respeito de suas
individualidades sejam respeitadas (FAVORETTO; LAMÔNICA, 2014). Muitas vezes, ao se
depararem com um aluno com TEA na sala de aula ou quadra esportiva, muitos professores
de Educação Física costumam deixá-los de lado, por não se sentirem preparados para atendê-
los (SCHMIDT et al., 2016).
Crianças com TEA podem apresentar problemas na fala e inclusive ausência dessas,
problemas motores como descoordenação, atraso no desenvolvimento de habilidades finas e
complexas, comportamentos estereotipados e repetitivos, interesses restritos, relacionamento
interpessoal/afetivo reduzido ou nulo (HOLLERBUSCH, 2001).
Para Winnick (2010), a Educação Física é uma das disciplinas em que se tem amplas
possibilidades para promover a efetiva inclusão dos alunos com deficiência na escola regular.
Para tanto, o autor ressalta que incluir deve extrapolar a ideia de integrar: a efetiva inclusão se
conforma em um ambiente educacional de acolhida e apoio, que respeita e considera as
diferenças individuais; um ambiente no qual todos os alunos participam, independentemente
de sexo, raça, habilidade motora ou deficiência. Nessa perspectiva, o alcance da inclusão nas
aulas de Educação Física, reflete, em grande medida, a preparação do professor para
desenvolver um trabalho pautado em objetivos que considerem a diversidade dos alunos
(GREGUOL; COSTA, 2019).
Para o aluno com TEA, as aulas de Educação Física, por explorarem a socialização, o
trabalho em equipe, o movimento e as relações com o próprio corpo, podem representar ao
mesmo tempo grandes desafios e inúmeras possibilidades de participação, aprendizagem e
desenvolvimento biopsicossocial (BEZERRA, 2012).
O relato do docente, bem como foi apontado por outros entrevistados, está de acordo
com o afirmado por Schliemann (2013, p. 34): “[...] estratégias e técnicas de ensino devem,
portanto, ser adaptadas e voltadas para as características individuais de cada aluno autista para
garantir a sua participação em atividades físicas e esportivas de forma saudável e prazerosa”.
As aulas de Educação Física escolar podem gerar amplos benefícios para o
desenvolvimento dos aspectos motor e social das crianças com TEA (SILVA; PREFEITO;
TOLOI, 2019).
Alves e Fiorini (2018) e Mello, Fiorini e Coqueiro (2019) destacam que a estratégia do
uso de colegas tutores para os alunos com TEA é uma potencial forma de estimular a sua
participação e interação nas aulas de Educação Física escolar. Contudo, ressaltam que o
planejamento e o treinamento prévio dos alunos tutores se fazem necessários.
Schliemann (2013) também refere o aluno tutor como uma estratégia efetiva para
incluir crianças com TEA nas aulas de Educação Física e tratou, ainda, da modalidade “[...]
aluno tutor para toda a classe” (p. 40), que propõe o trabalho em duplas, no esquema tutor-
tutelado, com a posterior inversão de papéis. Nessa lógica, o método apresentado pelo autor
(2013) considera que o aluno com TEA, em determinado momento, tenha a oportunidade e
seja motivado a assumir o papel de tutor, assim como os seus pares sem deficiência.
Ademais, favorece o desenvolvimento de habilidades dos alunos que não possuem
TEA, porém, apresentam dificuldades para se comunicar e estabelecer relações sociais,
seguindo a compreensão de que a Educação Inclusiva envolve todos os alunos – foco central
da ação educacional (DIAS; HENRIQUE, 2018).
Para Tomé (2007, p. 245), “[...] o professor de educação física para pessoas com
autismo está envolvido no processo de aprendizagem e socialização, não devendo priorizar
questões de aprimoramento físico, mas auxiliar no vasto conjunto de interações sociais,
comunicação e comportamento”.

2.1 Crianças com TEA nas Aulas de Educação Física

Dentre os modelos educacionais para o autista, um dos mais importantes é o método


TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Communication Handicapped Children,
em português, Tratamento e Educação de Crianças Autistas e com Desvantagens na
Comunicação), desenvolvido pela Universidade da Carolina do Norte e que tem como
postulados básicos de sua filosofia: propiciar o desenvolvimento adequado e compatível com
as potencialidades e a faixa etária do paciente; funcionalidade (aquisição de habilidades que
tenham função prática); independência (desenvolvimento de capacidades que permitam maior
autonomia possível); integração de prioridades entre família e programa, ou seja, objetivos a
serem alcançados devem ser únicos e a estratégias adotadas devem ser uniformes
(GOODMAN; SCOTT, 1997).
Como componente curricular obrigatório da educação básica, a Educação Física,
também deverá seguir esta proposta pedagógica da escola. A Educação Física no ambiente
escolar poderá propiciar essa oportunidade a todos os alunos para o desenvolvimento de suas
potencialidades, de forma em que os mesmos tenham condições em participar, sem seleção,
objetivando a construção do indivíduo e a promoção da cidadania (BRASIL, 1998).
As aulas de Educação Física poderão proporcionar ao aluno com TEA atividades que
contribuam para seu desenvolvimento motor e melhore sua relação social, possibilitando ao
mesmo a geração da autonomia, criticidade e reflexão, levando o aluno a geração de valores e
objetivando a construção social do indivíduo (MARANHÃO; SOUSA, 2012).
Esta categoria se trata das contribuições das aulas de Educação Física para a inclusão
de alunos com TEA em contexto escolar. As contribuições que as aulas Educação Física
exercem para as crianças TEA são evidentes e de grande importância, quando se é trabalhado
com essas crianças exercícios psicomotores, que auxiliam no seu desenvolvimento (SILVA
JUNIOR, 2012).
Trabalhar com as crianças com TEA formas que as ajudem a se desenvolver de
maneira ampla é importante, principalmente, porque o transtorno dessas crianças afeta o seu
desenvolvimento motor, cognitivo e social, então as estratégias que venham a ser trabalhadas
com elas podem ajudar a melhorar seu desenvolvimento (SILVA JUNIOR, 2012).
A prática de atividades físicas realizada nas aulas de Educação Física pode trazer
muitos benefícios para o aluno com TEA, melhorando seu desenvolvimento motor e suas
relações sociais (MARANHÃO; SOUSA, 2012).
A atuação que as aulas de Educação Física exercem na vida da criança com TEA tem
por finalidade desenvolver aspectos importantes, pois a mesma apresenta necessidade de
melhorias no seu desenvolvimento como a motricidade, a tomada de consciência, de imagem
do corpo, de espaço e a capacidade de adaptação e cooperação (HOLLERBUSCH, 2001).
Na Educação Física a ação de inclusão deve ir além do simples desenvolvimento de
atividades físicas. O professor deve contribuir para a formação do cidadão possibilitando
aprendizagens e avanços na capacidade de adaptação da criança com necessidades especiais e
a sua vivência e relação corporal. Assim, como está contida nos Parâmetros Curriculares
Nacionais, a concepção de cultura corporal do movimento, que amplia a contribuição da
educação física escolar para o pleno exercício da cidadania (BRASIL, 1997).
A Educação Física trabalhada de forma inclusiva traz inúmeros benefícios e
aprendizados tanto sobre nós, como sobre as diferenças que os outros possuem, colaborando
para a vida em sociedade, onde todos convivem independentemente de suas diferenças, e
respeitam os limites de cada um (LENZ; MAYER; BURGOS, 2010).
A escola é uma das células que compõem a sociedade, o que a faz viva tão quanto a
sua estrutura totalizante, por isso a escola traz dinâmicas criativas de renovação e inovação.
Há quem pense a escola como fomentadora da sociedade, no entanto se percebe o contrário: é
a sociedade que gera sua escola, sem que isso signifique ferimento das autonomias existentes
tanto na sociedade quanto na escola (CORTELLA, 2008).
A Educação Física é uma área que engloba aspectos psicológicos, biológicos,
sociológicos e culturais e a relação entre eles, assim apresenta um papel importante no
desenvolvimento global dos alunos, principalmente daqueles com deficiência, tanto no
desenvolvimento motor quanto no desenvolvimento intelectual, social e afetivo
(STRAPASSON; CARNIEL, 2007). Assim, para alcançar todos os alunos, deve tirar proveito
dessas diferenças ao invés de configurá-las como desigualdades. A pluralidade de ações
pedagógicas pressupõe que o que torna os alunos diferentes é justamente a capacidade de se
expressarem de forma diferente (BRASIL, 1997).
Uma das características apresentadas pelo autista é a preservação da rotina, quando
esta for quebrada o autista pode entrar crises de agressividade. Por isso, em turmas de
Educação física em que existam autistas, devem ser realizadas sempre no mesmo horário e
com duração previamente determinada, possibilitando assim, uma adaptação e costume desse
aluno autista (MARQUEZE; MAVAZZI, 2011).
Nesse sentido, a Educação Física Escolar pode-se constituir como agente de inclusão.
A atividade física adequada às possibilidades dos sujeitos, valoriza, integra à realidade,
obtendo autonomia, autoconfiança e liberdade. Dessa forma, a Educação Física é
fundamental, pois trabalha o ser humano num todo, desenvolvendo o motor, levando em conta
o psíquico. É primordial, respeitar as diferenças e os limites de cada, pois cada qual se
expressa de maneira diferente conforme suas possibilidades (RODRIGUES, 2003).
Segundo Tomé (2007), o uso da Educação Física como meio de ensino para a criança
com autismo ajuda no desenvolvimento de suas habilidades sociais e melhoria da qualidade
de vida, porém a Educação Física por si, assim como qualquer outro profissional, não
consegue suprir todas as necessidades do autista, uma vez que necessita a atuação de uma
equipe multidisciplinar.
O profissional de Educação Física deve utilizar atividades baseando-se no que a
criança gosta ou não impondo algo que ele nunca teve contato ou não gosta, acrescentando-as
gradativamente conforme a criança for se adaptando (MARQUEZE; MAVAZZI, 2011).
Para Tomé (2007), o profissional deve utilizar atividades coerentes com a realidade da
criança, caso contrário pode dificultar a aprendizagem e até mesmo causar frustração. Faz-se
necessário usar um local que não tenha muito estimulo visual e auditivo, pois o aluno pode se
distrair e perder o interesse na atividade. As atividades devem ser selecionadas conforme a
idade cronológica, atividades com começo, meio e fim, tais como circuito com obstáculos,
transposição de objetos, mudanças de direção, equilíbrio dinâmico e estático, saltos,
lançamentos e jogos de bola ajudam na aquisição de habilidades motoras.
O profissional de Educação Física não pode dar ênfase ao aprendizado dos
movimentos e sim na sua utilização como meio para alcançar os objetivos propostos e,
lembrar que para uma intervenção de qualidade é necessária uma avaliação motora contando
com triagem, diagnóstico e prescrição (TOMÉ, 2007; GORLA, 2001).
Para Gorla (2001), a fim de que as crianças com autismo não permaneçam com
dificuldades cognitivas, afetivas, psicomotoras e de interação é necessária uma intervenção o
mais cedo possível. Sendo a Educação Física capaz de colaborar com a melhoria de suas
habilidades motoras e suas habilidades da vida diária.
É importante saber que ferramentas pedagógicas podem ser usadas para colaborar com
o avanço da criança autista, o brincar é uma possibilidade pedagógica encontrada dentro da
diversificação de conteúdos da Educação Física. Dessa forma, a Educação Física colabora
diretamente com o desenvolvimento das crianças com autismo (FALKENBACH, et al.,
2007).
Segundo Falkenbach et al., (2007), não é somente planejar as aulas com os materiais
necessários e local adequado, o profissional deve ter boa desenvoltura de estratégias para que
possa intervir levando em consideração as possíveis e necessárias adaptações durante um
projeto e/ou uma aula previamente planejada. Sendo além de profissional, um companheiro
apto a ajudar a criança a superar suas dificuldades.
[...] ela pode aprender de maneira diferente ou mais lenta, mas é capaz de conseguir,
sim! Insista e discuta sempre com os profissionais novas maneiras e técnicas criativas capazes
de trazer o estímulo necessário para que ela consiga aprender de forma eficaz. [..] (SILVA;
GAIATO; REVELES. 2012. Pg. Ilegível. Capitulo: 4).
O professor e a criança podem trocar imagens, desenhos etc. para se comunicarem de
forma mais efetiva. Por exemplo, quando a criança tem sede, ela aprende a escolher a imagem
de um copo em sua "pasta de figuras", entrega ao professor que logo saberá o que ela deseja.
Usar métodos alternativos e criativos na comunicação traz acolhimento e faz com que a
criança se sinta compreendida. Previne angústias e dificuldades comportamentais e favorece
uma relação mais tranquila e próxima entre professor e aluno. (SILVA; GAIATO; REVELES.
2012).

2.2 O papel da escola e do profissional de educação física na assistência a Crianças com


TEA durante as aulas

A escola oferece um ambiente propício para a avaliação emocional das crianças e


adolescentes por ser um espaço social relativamente fechado, intermediário entre a família e a
sociedade. É na escola onde a desempenho dos alunos pode ser avaliada e onde eles podem
ser comparados estatisticamente com seus pares, com seu grupo etário e social (PEETERS,
1998).
De acordo com Khory et al. (2014) A Organização Mundial da Saúde calcula que o
autismo afeta uma em cada 160 crianças no mundo. A condição chamada de transtorno do
espectro autista geralmente tem início na infância e persiste durante a adolescência e vida
adulta e tem-se constatado com maior frequência do que ocorria até pouco anos atrás. Assim é
identificado um indivíduo afetado em cada 100 pessoas, com isso, estima-se que no Brasil
existem dois milhões de autistas. As pesquisas ainda revelam que os meninos são mais
afetados pelo transtorno do que as meninas. Dessa maneira, torna-se fundamental falar sobre o
direito da pessoa com deficiência, uma vez que a Política Nacional de Proteção dos Direitos
da Pessoa com Transtorno de Espectro Autista, lançada em dezembro de 2012, através da Lei
N° 12.764/12 considera a criança com transtorno do espectro autismo com os mesmos direitos
das pessoas com deficiência. É importante destacar que ela terá direitos a todas as políticas de
inclusão, como direito a educação em escolas regulares ou em caso, de necessidade, com o
acompanhamento especializado.
Caso seja comprovada a necessidade de apoio às atividades de comunicação, interação
social, locomoção, alimentação e cuidados pessoais, a instituição de ensino em que a pessoa
com transtorno do espectro autista ou com outra deficiência estiver matriculada
disponibilizará acompanhante especializado no contexto escolar, nos termos do parágrafo
único do art. 3.º da Lei 12.764/12. (BRASIL, 2014, p.2).
O autismo requer do professor estudo, preparação e dedicação. Para além da condição
limítrofe do autista, estará em condição humana e os seus atributos e a sua natureza de
aprendente. (CUNHA, 2017, p.13).
Contudo, na última década a formação de professores tem recebido mais atenção
estímulo de diversas maneiras, seja por meio de modalidades de educação à distância,
formação continuada ou formas de estímulo a autonomia intelectual do professor.
(LIMA,2006, p.119).
De acordo com Lopez (2011) o papel do professor como o mediador, contribui no
processo de aprendizagem, favorecendo a interpretação do estímulo ambiental, chamando a
atenção para seus aspectos cruciais, atribuindo significado à informação concebida,
possibilitando que a mesma aprendizagem de regras e princípios sejam aplicados às novas
aprendizagens, tornando o estímulo ambiental relevante e significativo, favorecendo
desenvolvimento.
A inclusão escolar da pessoa com necessidades educacionais especiais é um tema de
grande relevância e vem ganhando espaço cada vez maior em debates e discussões que
explicitam a necessidade de a escola atender às diferenças intrínsecas à condição humana.
(SILVEIRA, F. F; NEVES, M. M. B. J. Pág.79)
As crianças com autismo ou síndrome de Asperger até tentam se relacionar, mas,
depois de constantes fracassos, tendem a associar a vida em grupo com algo pouco prazeroso.
Intermediando esse contato por meio de brincadeiras, jogos e atividades, o professor consegue
incluir, verdadeiramente, essa criança no ambiente escolar. Com o tempo, a criança
desenvolve seus próprios instrumentos para manter as relações, se tornando mais hábil
socialmente. O contato social com crianças com necessidades especiais é importante também
para os demais alunos, que aprendem a lidar com as diversidades, quebrar preconceitos e
construir um mundo mais tolerante e solidário. (SILVA; GAIATO; REVELES, 2012)
Antes de controlar o próprio comportamento, a criança começa a controlar o ambiente
com a ajuda da fala. Isso produz novas relações com o ambiente, além de uma nova
organização do próprio comportamento. A criação dessas formas caracteristicamente humanas
de comportamento produz, mais tarde, o intelecto, e constitui a base do trabalho produtivo: a
forma especificamente humana do uso de instrumentos. (VYGOTSKI, 1991)
Diante das discussões postas em evidência, cabe ressaltar ainda a importância do
profissional de Educação Física. Cabe a ele o conhecimento das características do
comportamento do seu aluno com TEA, para que possa elaborar um plano de aula que
atendam às necessidades do aluno autista, usando métodos e e o apoio da família. O
profissional de educação física quando tem todas as informações do comportamento dos seus
alunos com TEA, facilita no processo de ensino e aprendizagem de forma mais colaborativa e
eficaz. Para tanto, o professor precisar de uma formação continuada, sobretudo com
elementos práticos de sua ação pedagógica.
Nesse sentido, outros estudos realizados com professores de educação física
identificaram que esses profissionais não se sentem preparados para atuar na proposta da
inclusão e que encontram dificuldades para incluir o estudante (MAHL; DENARI, 2013;
FIORINI, 2015; SALVADOR, 2015).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo, se os professores de educação física, estão preparados a dá aula, a alunos
com TEA, foi baseado em vários artigos de estudos, procurando soluções para atender esses
alunos com TEA, mostrando as dificuldades que os professores sofrem nas suas aulas, como:
Formação, apoio dos gestores, ambiente, estudo sobre o tema, metodologias, etc. Estratégias
foram apresentadas para aulas de educação física com alunos com TEA, como: Formação
continuada prática, reuniões com gestores, adaptações no ambiente, pesquisa e estudos sobre
o tema, chegando a um resultado positivo nas aulas de educação física, melhorando o aluno
com TEA em vários aspectos biológicos e fisiológicos.

REFERÊNCIAS

SILVA, Bruna de Lima Albuquerque; OLIVEIRA, Marilene Ferreira de Lima. Contribuição


da educação física escolar para crianças com espectro autista. Revista diálogos
interdisciplinares 2018 vol 7nº 2 ISSN 2317-3793. Edição Especial-Políticas públicas.

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Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Campos do Pantanal.

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Possibilitando pedagógicas que podem auxiliar em suas potencialidades. Universidade
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educação: Métodos e técnicas de ensino.

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