TCC Edson Reformulado
TCC Edson Reformulado
TCC Edson Reformulado
EDSON
EDSON
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Prof. Me. Maique dos Santos Bezerra Batista
ORIENTADOR
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Prof. Dr. Eanes dos Santos Correia
AVALIADOR
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Prof. Dr. Elder Silva Correia
AVALIADOR
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO
A história do autismo, até a época que vivemos, passou por grandes transformações
na pesquisa cientifica. Em 1911, o termo autismo surgiu pelo psiquiatra suíço Leo Kanner,
onde, em sua pesquisa, observou, que os pacientes que estavam na clínica com uma camisa de
força, nem todos era doentes mentais, tinha um outro tipo de transtorno. Em 1940, o termo
autismo teve destaque, pelo médico australiano Eugene Bleuler. Em sua pesquisa, ele
observou que 11 indivíduos tinham autismo e, dentre eles, notificou que que 5 casos
apresentaram falta de contato afetivo e falta da socialização com as outras crianças. Em 1949,
o psiquiatra suíço Leo Kanner se dedicou ao autismo infantil precoce, evidenciando sintomas
como: a falta de contato afetivo, da comunicação, de habilidades motoras e auditivas.
O transtorno do espectro autista (TEA) é a falta do neurodesenvolvimento e é
classificada em três categorias: Leve, quando a criança apresenta funcionalidades ditas
normais de outras crianças; moderada, quando a criança possui suas funcionalidades normais,
porém, com alguns transtornos; e a grave, quando a criança não possui a normalidade das
outras crianças. Para o aluno com TEA, as aulas de Educação Física, por explorarem a
socialização, o trabalho em equipe, o movimento e as relações com o próprio corpo, podem
representar ao mesmo tempo grandes desafios e inúmeras possibilidades de participação,
aprendizagem e desenvolvimento biopsicossocial (BEZERRA, 2012).
No Brasil, a educação básica é um direito de todo cidadão, e dever do Estado,
assegurado pela Constituição Federal de 1998, garantindo assim, o atendimento educacional
de pessoas com necessidades especiais, conforme o art. 208, em seu inciso III, que afirma ser
dever do Estado para com a educação, a oferta de atendimento educacional especializado às
pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino (BRASIL, 1998). Com
o intento de reforçar a obrigação do país em prover a educação, é publicada a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº9394/96, em dezembro de 1996, que trata no seu
capítulo V sobre a educação especial, garantindo a inclusão de pessoas com necessidades
especiais em escolas regulares (BRASIL, 1996).
Em 2012 foi instituída a Política Nacional de Direitos da Pessoa com Transtorno do
Espectro Autista, por meio da Lei n°12.764/2012, que garante, o direito à educação em todos
os níveis de ensino, e em casos de necessidade comprovada, acompanhante especializado nas
classes comuns de ensino regular, como também o direito à atenção integral a saúde, ao
diagnóstico precoce, tratamento multiprofissional, medicamentos, entre outros (BRASIL,
2012).
Posto isto, a pesquisa apresenta como questão norteadora: Qual a contribuição da
educação física para o desenvolvimento global do aluno com TEA? O interesse em se
debruçar sobre essa temática surge diante da necessidade de compreender os aspectos
emocionais, físicos e pessoais da criança com TEA, sobretudo a possibilidade de sua inclusão
nas aulas de Educação Física e sua contribuição.
Sendo assim, delineou-se como objetivo geral analisar como as aulas de educação
física podem estimular e/ou desenvolver as habilidades física, cognitivas e afetivas de
crianças com Transtorno do Espectro Autista – TEA no âmbito escolar. Quanto aos objetivos
específicos: conhecer os fundamentos históricos e epistemológicos que sustentou o conceito
do Transtorno do Espectro Autista – TEA em sociedade e seus rebatimentos no âmbito
escolar; realizar um mapeamento bibliográfico de materiais que apontem como o/a
profissional de Educação Física pode contribuir com o desenvolvimento de habilidades física,
cognitivas e afetivas de crianças com TEA no âmbito escolar; estruturar como as atividades
pedagógicas almejam acessar diferentes tipos de aprendizagem na criança com TEA no
âmbito escolar.
Quanto ao método, trata-se de uma revisão bibliográfica da literatura caracterizada
por uma abordagem descritiva e qualitativa dos resultados. O estudo tem como base artigos
que apresentam afinidades ao objeto de pesquisa, publicados e disponíveis em bases de dados
eletrônicas, como: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Google Acadêmico, Scielo e Catálogo
de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES). Para a realização da pesquisa foram utilizados como palavras-chave os termos:
“Autismo”, “Educação Física”, “História do autismo” e “Educação Física e a importância
para o aluno com TEA”.
Assim, o intuito dessa revisão de literatura é colaborar para discussões e elaboração de
uma abordagem pedagógica nas aulas de Educação Física entrelaçando reflexões sobre as
diversas formas de inclusão e contribuição para o desenvolvimento global de crianças com
TEA promovidas mediante participação nas aulas de Educação Física.
A palavra autismo é oriunda da junção de duas palavras gregas: “autos” que significa
“em si mesmo” e “ismo” que significa “voltado para”, ou seja, o termo autismo originalmente
significava “voltado para si mesmo”. Podendo ser definido como uma condição ou estado de
alguém que aparenta estar invulgarmente absorvido em si próprio (MARQUES, 2000).
O autismo é definido como um transtorno invasivo do desenvolvimento, isto é, algo
que faz parte da constituição do indivíduo e afeta sua evolução. Manifesta-se antes dos três
anos de idade. O autista, em geral, apresenta comprometimentos em três importantes
domínios do desenvolvimento humano: a comunicação, a sociabilização e a imaginação
(MAZET; LEBOVICI, 1991).
Cerca de 10% dos autistas perdem habilidades de linguagem e intelectuais na
adolescência. O declínio não é progressivo, mas a capacidade intelectual perdida geralmente
não é recuperada. Na vida adulta, quase 10% dos autistas trabalham e são capazes de ter uma
vida independente (GOODMAN; SCOTT, 1997).
São assim chamados pela dificuldade em utilizar com sentido todos os aspectos da
comunicação verbal e não verbal. Isto inclui gestos, expressões faciais, linguagem corporal,
ritmo e modulação na linguagem verbal (GOODMAN; SCOTT, 1997).
A medicina aponta como causas do autismo um conjunto razoavelmente bem
demarcado de possibilidades. São elas: Fenilcetonúria não tratada; Viroses durante a gestação,
principalmente durante os três primeiros meses; Toxoplasmose; Rubéola; Anoxia e
traumatismos no parto; Patrimônio genético (SHAW, 2002).
A História do Autismo apresenta grandes evoluções desde seu conceito até as diversas
formas que o mesmo pode manifestar-se em diferentes indivíduos. Assim o termo foi
nomeado pelo psiquiatra Leo Kanner tendo como base a terminologia originalmente cunhada
pelo seu colega suíço Eugene Bleuler. Autista vem do alemão AUTIMUS, a partir do grego
(Autos), que significa: “si mesmo”, termo utilizado pela psiquiatria para apontar o
comportamento humano que se concentra em si mesmo, voltado para próprio indivíduo, mais
o sufixo (Ismo), que indica “ação ou estado”. O termo também foi utilizado para descrever o
afastamento do mundo exterior observado em adultos com esquizofrenia, que tendem a
mergulhar em suas próprias fantasias e pensamentos. (ORRÚ, 2012, p.19).
De acordo com Cunha (2017) Em 1911, utilizou-se pela primeira vez o termo
“autismo” pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler ao descrever o isolamento frequente em alguns
de seus pacientes e para descrever um grupo de sintomas que se relaciona a esquizofrenia. Um
dos traços da psicose.
Segundo Mercadante e Rosário (2009), só na década de 1940, que o transtorno
recebeu maior atenção, quando o médico austríaco Leo Kanner publicou um de seus trabalhos
sobre tal temática o qual descreveu, pela primeira vez, 11 casos do que denominou distúrbios
autísticos do contato afetivo. Cinco pessoas desses 11 primeiros casos haviam uma
“incapacidade de relacionar-se” de formas usuais com as pessoas desde o início da vida.
Kanner também observou respostas incomuns ao ambiente, que incluíam maneirismos
motores estereotipados, resistência à mudança ou insistência na monotonia, bem como
aspectos não-usuais das habilidades de comunicação da criança, tais como a inversão dos
pronomes e a tendência ao eco na linguagem (ecolalia). Kanner foi cuidadoso ao fornecer um
contexto de desenvolvimento para suas observações. Ele enfatizou a predominância dos
déficits de relacionamento social, assim como dos comportamentos incomuns na definição da
condição. E também observou alguns sintomas que surgem precocemente.
Kanner, em 1949, refere-se ao quadro com o nome Autismo Infantil precoce,
evidenciando sérias dificuldades de contatos com pessoas, ideia fixa em manter os objetos e
as situações sem variá-los. Fisionomia inteligente alterações na linguagem do tipo inversão
pronominal, neologismo e metáforas (RODRIGUES, 2010, p.18).
O tratamento mais adequado para crianças autistas inclui escolas especializadas e
apoio dos pais. Elas geralmente se desenvolvem melhor em instituições educacionais bem
estruturadas, em que professores têm experiência com autismo. Programas comportamentais
podem reduzir a irritabilidade, os acessos de agressividade, os medos e os rituais, assim como
promover um desenvolvimento mais apropriado (MELLO, 2001).
Autismo é uma síndrome definida por alterações presentes desde muito precoces,
tipicamente antes dos três anos de idade, e que se caracteriza sempre por desvios qualitativos
na comunicação, na interação social e no uso da imaginação. (MELLO, 2004, p.12).
Crianças com autismo apresentam repertório de interesses e atividades restritos e
repetitivos (como interessar-se somente por trens, carros, dinossauros etc.), têm dificuldade de
lidar com o inesperado e demonstram pouca flexibilidade para mudar as rotinas. (SILVA,
GAIATO, REVELES, 2012, p.10).
• Domínio social (sociabilização): o desenvolvimento social é perturbado, diferente
dos padrões habituais, especialmente o desenvolvimento interpessoal. A criança com autismo
pode isolar-se, mas pode também interagir de forma estranha, fora dos padrões habituais. •
Domínio da linguagem e comunicação: a comunicação, tanto verbal como não verbal, é
deficiente e desviada dos padrões habituais. A linguagem pode apresentar desvios semânticos
e pragmáticos. Muitas pessoas com autismo (estima-se que cerca de 50%) não desenvolvem a
linguagem durante toda a vida. • Domínio do pensamento e do comportamento (imaginação):
rigidez do pensamento e do comportamento, fraca imaginação social. Comportamentos
ritualistas e obsessivos, dependência de rotinas, atraso intelectual e ausência de jogo
imaginativo. (WING e GOLD, 1979, p.18)
Chama a atenção que, embora os alunos com deficiência possam estar frequentando as
escolas do ensino regular, nem todos os profissionais que nelas atuam sentem-se preparados o
suficiente para recebê-los e conduzi-los em seu processo de ensino-aprendizagem (FIORINI;
MANZINI, 2014).
Rapin e Tuchman (2008) descrevem o TEA como um distúrbio complexo do
desenvolvimento com grande variabilidade quanto aos padrões de comportamento, aquisição
de habilidades sociais e comunicativas.
Como por exemplo, o professor pode não ter formação sobre a área da inclusão mas,
anteriormente pode já ter tido experiências e práticas pedagógicas ao vivenciar o contato com
a inclusão, e isto também é de grande valia, e ajudaria a lhe dar condições preparatórias para
trabalhar com situações do dia-a-dia com uma turma que tenha alunos de inclusão por
exemplo com o TEA (CRUZ, 2008).
Deste modo, a simples presença desses estudantes nas aulas de classes ditas comuns
da escola regular não é garantia de que estejam aprendendo e nem de que a o respeito de suas
individualidades sejam respeitadas (FAVORETTO; LAMÔNICA, 2014). Muitas vezes, ao se
depararem com um aluno com TEA na sala de aula ou quadra esportiva, muitos professores
de Educação Física costumam deixá-los de lado, por não se sentirem preparados para atendê-
los (SCHMIDT et al., 2016).
Crianças com TEA podem apresentar problemas na fala e inclusive ausência dessas,
problemas motores como descoordenação, atraso no desenvolvimento de habilidades finas e
complexas, comportamentos estereotipados e repetitivos, interesses restritos, relacionamento
interpessoal/afetivo reduzido ou nulo (HOLLERBUSCH, 2001).
Para Winnick (2010), a Educação Física é uma das disciplinas em que se tem amplas
possibilidades para promover a efetiva inclusão dos alunos com deficiência na escola regular.
Para tanto, o autor ressalta que incluir deve extrapolar a ideia de integrar: a efetiva inclusão se
conforma em um ambiente educacional de acolhida e apoio, que respeita e considera as
diferenças individuais; um ambiente no qual todos os alunos participam, independentemente
de sexo, raça, habilidade motora ou deficiência. Nessa perspectiva, o alcance da inclusão nas
aulas de Educação Física, reflete, em grande medida, a preparação do professor para
desenvolver um trabalho pautado em objetivos que considerem a diversidade dos alunos
(GREGUOL; COSTA, 2019).
Para o aluno com TEA, as aulas de Educação Física, por explorarem a socialização, o
trabalho em equipe, o movimento e as relações com o próprio corpo, podem representar ao
mesmo tempo grandes desafios e inúmeras possibilidades de participação, aprendizagem e
desenvolvimento biopsicossocial (BEZERRA, 2012).
O relato do docente, bem como foi apontado por outros entrevistados, está de acordo
com o afirmado por Schliemann (2013, p. 34): “[...] estratégias e técnicas de ensino devem,
portanto, ser adaptadas e voltadas para as características individuais de cada aluno autista para
garantir a sua participação em atividades físicas e esportivas de forma saudável e prazerosa”.
As aulas de Educação Física escolar podem gerar amplos benefícios para o
desenvolvimento dos aspectos motor e social das crianças com TEA (SILVA; PREFEITO;
TOLOI, 2019).
Alves e Fiorini (2018) e Mello, Fiorini e Coqueiro (2019) destacam que a estratégia do
uso de colegas tutores para os alunos com TEA é uma potencial forma de estimular a sua
participação e interação nas aulas de Educação Física escolar. Contudo, ressaltam que o
planejamento e o treinamento prévio dos alunos tutores se fazem necessários.
Schliemann (2013) também refere o aluno tutor como uma estratégia efetiva para
incluir crianças com TEA nas aulas de Educação Física e tratou, ainda, da modalidade “[...]
aluno tutor para toda a classe” (p. 40), que propõe o trabalho em duplas, no esquema tutor-
tutelado, com a posterior inversão de papéis. Nessa lógica, o método apresentado pelo autor
(2013) considera que o aluno com TEA, em determinado momento, tenha a oportunidade e
seja motivado a assumir o papel de tutor, assim como os seus pares sem deficiência.
Ademais, favorece o desenvolvimento de habilidades dos alunos que não possuem
TEA, porém, apresentam dificuldades para se comunicar e estabelecer relações sociais,
seguindo a compreensão de que a Educação Inclusiva envolve todos os alunos – foco central
da ação educacional (DIAS; HENRIQUE, 2018).
Para Tomé (2007, p. 245), “[...] o professor de educação física para pessoas com
autismo está envolvido no processo de aprendizagem e socialização, não devendo priorizar
questões de aprimoramento físico, mas auxiliar no vasto conjunto de interações sociais,
comunicação e comportamento”.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo, se os professores de educação física, estão preparados a dá aula, a alunos
com TEA, foi baseado em vários artigos de estudos, procurando soluções para atender esses
alunos com TEA, mostrando as dificuldades que os professores sofrem nas suas aulas, como:
Formação, apoio dos gestores, ambiente, estudo sobre o tema, metodologias, etc. Estratégias
foram apresentadas para aulas de educação física com alunos com TEA, como: Formação
continuada prática, reuniões com gestores, adaptações no ambiente, pesquisa e estudos sobre
o tema, chegando a um resultado positivo nas aulas de educação física, melhorando o aluno
com TEA em vários aspectos biológicos e fisiológicos.
REFERÊNCIAS
FARINHA, Ana Paula Vidotto. Inclusão de autistas nas aulas de educação física:
Possibilitando pedagógicas que podem auxiliar em suas potencialidades. Universidade
Tecnológicas Federal do Paraná. Diretoria de pesquisa e pós-graduação especialização em
educação: Métodos e técnicas de ensino.
CABRAL, Viviam. O papel da escola por meio de uma ação emancipadora para as
crianças com autismo. Universidade do estado do Rio de Janeiro. Faculdade de educação da
Baixada Fluminense.
SOUZAL, Jessica Rezende; ASSIS, Renata Machado. Alunos autistas nas aulas de
educação física: Limites e possibilidades do trabalho cotidiano. Graduada em Educação
Física – Licenciatura pela Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí.
ARAÚJO, Katia Bruna de Souza. Educação Física para crianças autistas: A visão dos
professores. Centro Universitário de Brasília – UniCEUB Faculdade de Ciências da
Educação E Saúde – FACES.