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Apostila-Fiscalizaçao-De-Contratos - 1

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Escola Nacional de Administração Pública

Curso Fiscalização de Contratos

APRESENTAÇÃO

Prezado Participante,

Seja bem-vindo ao Curso de Gestão e Fiscalização de Contratos, concebido e organizado pela


Escola Nacional de Administração Pública – ENAP.

Objetivo do Curso

Dotar o aluno de referencial teórico e prática simulada que permita o controle, acompanhamento
e fiscalização do fiel cumprimento das obrigações assumidas pelas partes do contrato
administrativo, ao mesmo tempo em que opera as mudanças permitidas ou determinadas pela lei
para a manutenção das condições iniciais do contrato e para a realização eficaz do objeto.

Objetivos de Aprendizagem

Ao final do curso, o participante deverá ser capaz de:

Formalizar o contrato administrativo de acordo com as normas aplicáveis.


Promover as alterações contratuais necessárias dentro dos limites fixados em lei.
Manter o equilíbrio econômico financeiro do contrato ou reequilibrá-lo, conforme o caso.
Identificar a conveniência ou obrigação de alterar o contrato administrativo.
Aplicar sanções administrativas pelo descumprimento do contrato.
ƒ Realizar uma gestão eficiente, eficaz e efetiva do contrato administrativo.
ƒ Adotar procedimentos preventivos para evitar a responsabilidade subsidiária da
Administração em face da Súmula 331/TST.

Principais Tópicos

Panorama Geral do Contrato Administrativo.


Prerrogativas da Administração
Formalização dos Contratos Administrativos.
Alterações no Contrato Administrativo.
A fiscalização e o gerenciamento do Contrato.

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Curso Fiscalização de Contratos

Aplicação de sanções administrativas por descumprimento do contrato.


Inexecução parcial do contrato.
Manutenção do equilíbrio econômico-financeiro.
Contratos de Prestação de Serviços contínuos.
O não pagamento do salário dos terceirizados e a Súmula 331/TST.

Metodologia

Exposição dialogada,
Leitura dirigida e
Exercícios práticos.

Carga horária
21 horas.

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Curso Fiscalização de Contratos

SUMÁRIO
I – CONSIDERAÕES INICIAIS
Planejamento
Licitação
Contrato
II – CONTRATO ADMINISTRATIVO
Características
Cláusulas essenciais
Obrigatoriedade do contrato
Execução do contrato
Direitos e Obrigações das partes
Duração dos contratos
Prazo de execução
Contratos Continuados
Alteração Contratual
Limites legais
Formalização das Alterações
Manutenção do equilíbrio-econômico financeiro
III – FISCALIZAÇÃO E GESTÃO DE CONTRATOS
Fundamento Legal
Fiscal do Contrato
Importância do Fiscal do contrato
Designação do Fiscal
O que se espera do Fiscal do contrato
Modalidades de Fiscalização
Procedimentos de Fiscalização
Responsabilidade Subsidiária x Súmula 331 TST
Inexecução contratual
Penalidades
Rescisão Contratual
Responsabilização do Fiscal do Contrato

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I - CONSIDERAÇÕES GERAIS

O ato de acompanhar e fiscalizar a execução dos serviços contratados pela


Administração Pública é de suma importância.

As dificuldades encontradas pela Administração são basicamente como contratar e


como fiscalizar!!!

O tema principal que será objeto deste curso é FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS.


Entretanto, é necessário tecer comentários acerca de alguns tópicos que são indispensáveis tanto
para a compreensão quanto para o despertar sobre a importância que se tem que ter sobre o ato
de “fiscalizar a execução do contrato administrativo”.

A Administração Pública necessita de instrumentos que possam viabilizar a consecução


dos seus interesses e para tanto há a necessidade de realizar obras, de contratar serviços, de
efetuar compras, de promover alienações de bens móveis ou imóveis, de empreender concessões,
de realizar permissões ou locações de bens com terceiros. Nesse sentido, recorre-se ao mercado,
contratando particulares, pessoas físicas ou jurídicas, para suprir essas demandas. Art. 37, inciso
XXI da CF.
Desta forma, sempre que precisar realizar esses procedimentos, deve
obrigatoriamente, fazê-los por meio do procedimento licitatório, aplicável a cada uma das
situações podendo deixar de aplicá-lo somente nos casos especificados na Lei que rege as
licitações e contratos da Administração Pública.
Lei n° 8.666/93

Lembrando que: a rigor, o processo licitatório será sempre obrigatório para a Administração
Pública, porém, a própria Constituição prevê em seu art. 37, inc. XXI, que a lei pode
estabelecer situações que não sofrerão a incidência do princípio da licitação. A Lei n° 8.666/93
prevê: a Licitação dispensada (art. 17, I e II); Licitação inexigível (art. 25). Licitação
dispensável (art. 24);

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No processo de aquisição de produtos e de contratação de serviços na Administração


Pública, existem fases importantes que devem ser observadas e cumpridas por seus
administradores para não prejudicar o desenvolvimento das atividades institucionais – meio e fim.

Desta forma, a boa gestão em LOGISTICA é de fundamental importância para que os


procedimentos de contratação sejam efetivados de forma correta, caso contrário, as contratações
serão tumultuadas porque a tendência é atuar “apagando incêndios”

Podemos definir LOGISTICA, conforme Carvalho (1999) como sendo simplesmente o


planejamento e a gestão de fluxos. Fluxos físico e informacional.

EXECUÇÃO
Es
fo INICIAÇÃO PLANEJAMENTO
rç ENCERRAMENTO

CONTROLE

Tempo

A LOGISTICA permite ao Administrador prever, obter e prover que nada mais é do que:

PLANEJAMENTO

LICITAÇÃO

CONTRATO

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Curso Fiscalização de Contratos

1 - PLANEJAMENTO

Dentro da logística, o PLANEJAMENTO é primordial, visto que compõe as diversas


etapas do procedimento licitatório e é medida que legalmente se impõem ao administrador
público. Art. 37 da CF c/c art.
3° da Lei n° 8.666/93
É deste planejamento que deriva o cumprimento dos princípios da legalidade, assim
como o da economicidade, da razoabilidade, da moralidade, da igualdade, da impessoalidade, da
publicidade, do julgamento objetivo, da vinculação ao instrumento convocatório, bem como se
evita contratações indevidas mediante dispensa de licitação sob a alegação de emergência e/ou
urgência, tão combatidas pelos Tribunais de Contas. Daí advém à relevância do planejamento.

Embora o planejamento, a licitação e a execução do contrato sejam fases


independentes, é importante planejar adequadamente a instrução do processo de licitação de
forma a contemplar a satisfação das necessidades demandadas pela Administração Pública no
contexto oferecido pelo mercado e em conformidade com as normas e dispositivos legais relativos
ao objeto licitado. Esse planejamento visa minimizar possível comprometimento por eventos
inesperados, mas perfeitamente previsíveis.

É preciso cada vez mais difundir a importância e a responsabilidade envolvidas em se fazer


uma contratação pública. O dinheiro público precisa ser bem utilizado: é possível comprar por
preço justo e comprar bem, com qualidade, desde que de forma planejada. Segundo a Sole
(Society of Logistics Engineers), as finalidades da logística podem ser compreendidas nos " 8 Rs " a
seguir:

Right Material ( materiais justos)


Right Quantity (na quantidade justa) FISCALIZAÇÃO DE
Right Quality (de justa qualidade) CONTRATO?
Right Place (no lugar justo)
Right Time (no tempo justo)
Right Method (com o método justo)
Right Cost (segundo o custo Justo)
Right Impression (com uma boa impressão)

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Desta forma, para que se possa ter uma contratação e uma fiscalização efetiva, eficaz e
eficiente torna-se necessário:

que tenha a
que se possa
que tenha qualidade
oferecer o
que o material e/ou serviço quantidade que o
produto/serviço
utilizado seja o correto dentro suficiente de processo
no lugar certo e
de cada situação especifica; acordo com que exige;
no tempo pré-
a situação exge;
determinado;

que os
Uma boa impressão
procedimentos
nos serviços prestados
utilizados sejam
pois contribue para o
Evitar gastos excessivos adequados pois
sucesso na
pois contribuem para a é imprescindível
contratação que por
eficiência no processo; para o bom
sua vez influenciará
desempenho de
nas aquisições e
todo o
contratações futuras.
proocesso;

O processo de planejar envolve, portanto, um “modo de pensar”; e um modo de pensar


envolve indagações; e indagações envolvem questionamentos sobre o que será feito: como,
quando, quanto, para quem, por que, por quem e onde será feito.

modo de
indagação questionamentos
pensar

O que será
feito?
Como?
Quando?
Quanto?
Para quem?
Por
quem?

Porque?

Art. 6º As atividades da Administração Federal


obedecerão aos seguintes princípios
fundamentais:
I - Planejamento.

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O planejamento é o princípio fundamental da Administração conforme pode ser verificado


no art. 6º, inciso I, do Decreto-lei 200/67, e, portanto, dever jurídico dos administradores públicos.

Sem planejamento, como avaliar a gestão,


como diferenciar a boa da má gestão?

Os critérios de eficácia, de eficiência, de efetividade e de economicidade da gestão só


podem ser realmente avaliados por meio das diretrizes e metas fixadas pelo planejamento.

O planejamento é essencial na Administração Pública, pois evita a prática de gestão


ineficiente e contrária aos ditames da Lei de Licitações, como a exemplo:

a) Necessidade de prorrogação de contrato, cuja manutenção já não se apresenta


vantajosa;
b) Contratar emergencialmente se se tratar de serviços de natureza contínua
imprescindível e não houve a possibilidade de prorrogação do contrato vincendo;
c) Atrasar o atendimento à necessidade interna da Administração ou mesmo
comprometendo a prestação de serviço essencial à sociedade;

O Tribunal de Contas da União vem se manifestando reiteradamente sobre a necessidade


do planejamento. No Acórdão 1.603/2008-Plenário, o TCU recomendou aos órgãos
normatizadores federais de todos os poderes que atuem no sentido de disseminar a importância
do planejamento estratégico institucional e do planejamento de TI, de maneira a garantir que os
gastos sejam decorrentes de ações planejadas.

As falhas que ocorrem no processo de aquisição de produtos e no de contratação de


serviços, em decorrência da ineficiência ou ausência do Planejamento, são tidas pelo Tribunal de

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Contas da União como procedimentos irregulares, podendo, inclusive, acarretar em prejuízos aos
cofres públicos.

Acórdão 872/2010 - Plenário

7. Em vista das considerações ora expendidas, observo que o prosseguimento da licitação ora examinada, que se
encontra, atualmente, em fase de análise das propostas técnicas, representa risco iminente de grave lesão ao erário,
porquanto a deficiência no planejamento da contratação e a adoção de modalidade distinta do pregão eletrônico podem
resultar, efetivamente, em prejuízos efetivos ao erário.
8. É que, sem planejamento adequado, a contratação resultante da referida licitação corre sérios riscos de sofrer
substanciais alterações de valor durante sua vigência, uma vez que os riscos inerentes à execução do seu objeto não foram
mitigados previamente.

A falta de planejamento poderá, dependendo da situação, acarretar na apuração de


responsabilidade a quem deu causa, conforme se observa na Orientação Normativa n° 11/2009 da
Advocacia Geral da União.

Planejar a aquisição de materiais e a contratação de serviços é essencial, é o ponto de


partida para uma gestão efetiva diante da máquina pública, onde a qualidade do planejamento
ditará os rumos para uma boa ou má gestão.

Sem um processo de planejamento, como


garantir que os recursos públicos estejam
sendo bem aplicados (em quê, como e para
quê)?

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