Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

História Geral

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 50

História geral

Grécia
Modo de pensar: explicar a natureza e os acontecimentos do ponto de vista lógico.
Política: instauração da democracia e noção de cidadania em Atenas.
Território: relevo montanhoso (solo pobre) e extenso litoral (desenvolvimento do comércio).
Cidades-estados: suas autonomias foram favorecidas pela dificuldade de acesso entre as
colônias e as cidades principais e o crescimento das genes.
Civilização cretense: contribuiu para a formação da civilização grega → atacada pelos aqueus
(indo-europeus) e, posteriormente, pelos dórios (indo-europeus), entrando, assim, em decadência →
indo-europeus + cretenses = micênicos → berço.
Talassocracia: governo em que seu poder advém do domínio do mar.
Formação da Grécia: os indo-europeus fundaram as primeiras cidades.
Primeira diáspora: os outros povos se dispersaram (fugiram) pelas outras ilhas e pelo
litoral diante da invasão dória → ampla interação cultural com outros grupos e retrocesso social e
econômico.
Sistema gentílico: formado após a primeira diáspora; sistema no qual havia a propriedade
coletiva da terra e os genos (membros) trabalhavam conjuntamente e obedeciam ao páter
(líder) → instalado sob domínio dos dórios.
Período homérico: Ilíada (narra a Guerra de Tróia) e Odisséia (narra o retorno de Ulisses para
Ítaca) → compilação da tradição oral grega → construção da identidade.
Segunda diáspora: provocada pelo crescimento populacional nas póleis e a falta de espaço, acesso
a terras férteis, fome e conflitos legais (escravidão por dívida); criação de colônias no Medierrâneo →
Magna Grécia → fortalecimento do comércio e contato com novas civilizações.
Póleis/cidades-estados: originaram-se das alianças e uniões entre os genos → as relações
entre elas eram de rivalidade; crescimento urbano, demográfico e econômico.
Magna Grécia (Itália + Sicília): região mediterrânea onde os gregos fundaram colônias.
Período arcaico: estruturação das Cidades-Estado → autonomia política e administrativa, unidade
cultural, fragmentação política.
Controle de terras: a aristocracia e os primogênitos controlavam as terras, deixando os
trabalhadores livres e os filhos mais novos de lado.
Oligarquia: governo de poucos → o poder nas cidades-estados era exercido pelos aristocratas.
Esparta (“acampamento militar permanente”): fundada pelos dórios; oligarquia; agricultura
era uma das principais fontes econômicas; manufatura e comércio extremamente reduzidos;
fortíssima disciplina militar; prática da eugenia, xenofobia e valorização das mulheres
(manutenção do exército e participação na vida pública); o Estado era dono das terras; leis
rígidas; não havia espaço para o desenvolvimento de outras habilidades além da luta.
Atenas: maior centro comercial e cultural da Grécia; cidadãos gozavam de ampla liberdade;
mulheres, crianças, escravos e estrangeiros eram deixados de fora da democracia; solo
pouco fértil, porém a agricultura desempenhou importante papel econômico, assim como o
comércio marítimo; intensa crise social entre os atenienses (ações dos eupátridas (que
tinham o poder político) desagradava à maioria); mais aberta para políticas sociais
econômicas e filosóficas; as classes sociais surgiram do comércio.

1
Surgimento da democracia ateniense: reformas políticas baseadas em Sólon. Atenas foi,
na maior parte do tempo, uma oligarquia, criando a democracia para solucionar seus
problemas internos.
Demiurgos: nova classe social criada pelo comércio; competiam com os eupátridas por
poder político.
Drácon: organizou e tornou públicas as leis que regiam a sociedade; criou o código
draconiano (punição para qualquer roubo era a morte)
Sólon: pôs fim à escravidão por dívida, reformou as leis, estabeleceu a isonomia e a
censura.
Clístenes (“pai da democracia ateniense”): confiscou terras dos aristocratas e as distribuiu
entre os camponeses empobrecidos; distribuiu o poder político aos cidadãos.
Demos: base da organização → criação da democracia;
Democracia: todo cidadão deve participar da discussão dos rumos da cidade. A
democracia era direta e participativa (no Brasil é indireta e representativa).
Ócio produtivo: importante para alimentar a capacidade de pensar dos cidadãos gregos.
Cidadão: filho de pais atenienses, livre e maior de 18 anos.
Isonomia: princípio da igualdade dos cidadãos diante da lei.
Ostracismo: proteção à democracia → exílio aos considerados “perigosos” para Atenas.
Mistoforia: pagamento recebido pelos cidadãos por comparecerem às Assembleias.
Guerras Médicas (ou Pérsicas): gregos contra persas (“medos”); o conflito se originou devido aos
avanços expansionistas dos dois povos → entrada dos persas na Europa.
Primeira Guerra Médica: persas dominaram a cidade de Mileto e regiões da Trácia e da
Macedônia; os atenienses venceram os persas.
Segunda Guerra Médica: o risco da ocupação persa uniu os gregos na chamada
“Confederação” ou “Liga de Delos”; os persas foram derrotados pelos gregos.
Era de Ouro de Atenas: impostos da Liga de Delos foram investidos em Atenas → prosperidade e
riqueza; aperfeiçoamento da Democracia.
Liga do Peloponeso: insatisfação espartana com a Liga de Delos.
Guerra do Peloponeso (suicídio grego → cidades enfraquecidas e susceptíveis a invasões):
conflito entre Atenas e Esparta; marca o fim do período clássico; o êxito de Atenas nas
Guerras Médicas despertou a rivalidade com Esparta e Corinto (Guerra do Peloponeso foi
consequência das Guerras Médicas).
Paz de Nícias: tentativa de paz para a Guerra do Peloponeso.
Período de hegemonia de Esparta: começou com a derrota de Atenas com a ajuda dos
persas; dissolução da Liga de Delos e derrubada das muralhas que protegiam Atenas.
Invasão Macedônia: Felipe II invade a Grécia → vitória → fim da independência das cidades-
estado gregas → Macedônia adota a cultura, os costumes e a religião grega → miscigenação.
Período helenístico: invasão da Macedônia, tomada do Império Persa, desenvolvimento de
diferentes áreas do saber, ampla extensão territorial, grande miscigenação cultural.

Roma
Periodização: monarquia → república → império.
Solo fértil: agricultura desenvolvida.
Origem lendária: Rômulo e Remo recolocaram o avô Numítor no trono e Rômulo matou
seu irmão em uma discussão sobre o que fazer com a cidade que estavam a fundar: Roma.
Origem real: fortificação militar.

2
Monarquia: rei exercia diversas funções, porém existia o poder legislativo (Senado (limitava
os poderes do rei)) e a Assembleia Curiata (ratificava ou não as decisões e leis do Senado).
Hierarquia social: 1. patrícios (únicos que faziam parte da Assembleia); 2. plebeus e
clientes; 3. escravos (inimigos de guerra ou plebeus que não pagavam dívidas).
República: instituída após um golpe dos patrícios; consolidou o poder da aristocracia rural; não era
democrática; o Senado tornou-se o principal órgão, preparando leis e decidindo questões importantes;
Assembleias eram responsáveis pela votação de projetos e nomeação de representantes →
marginalização dos plebeus, pois só os patrícios participavam da política → rebelião.
Plebeus rebelados: abandonaram a cidade e deixaram de realizar atividades fundamentais →
atendimento de suas reivindicações e ampliação de sua participação na política.
Tribuno da Plebe: plebeus mais próximos da vida política por meio de um representante
com poder de veto nas decisões do Senado relativas aos interesses dos plebeus.
Lei das Doze Tábuas: primeiro código penal, escrito por pressão da plebe → inibição de
arbitrariedades que pudessem ser praticadas pelo desconhecimento da lei → leis passam de orais para
escritas.
Leis Licínias: aboliram a escravidão por dívida, garantiram que um dos cônsules seria
plebeu e possibilitaram aos plebeus acesso às terras conquistadas na expansão.
Lei Canuleia: formalizou o casamento entre patrícios e plebeus.
Expansão: Roma dominou toda a península itálica → abastecimento de produtos essenciais e fim
das ameaças regionais.
Guerras Púnicas: Cartago dominava o comércio marítimo e tinha terras férteis → Roma quer
dominá-la. Primeira: Cartago entrega a Roma as ilhas da Sicília, da Córsega e da Sardenha e
paga tributos. Segunda: Cartago passou a explorar minas de prata da Espanha,
desagradando Roma, que ganha a guerra. Terceira: Roma impôs, no acordo de paz, que Cartago
só poderia entrar em uma batalha com a aprovação do Senado; Numídia invade Cartago → Cartago
guerreia sem aprovação de Roma → Roma entra em guerra contra Cartago → Roma ganha o domínio
do Mediterrâneo Ocidental (importante via de comunicação) → "mare nostrum".
Consequências da expansão: aumento da riqueza e do número de escravos,
proletarização da plebe.
Escravidão: aumenta com a expansão romana, pois os povos das terras que conquistavam
eram escravizados - principalmente os mais pobres, uma vez que os mais ricos podiam se
tornar cidadãos de Roma.
Êxodo rural: mão de obra escrava levou pequenos produtores à falência e gerou
desemprego nas zonas urbanas.
Crise/tensão social: comerciantes queriam participar da vida política, poder oligárquico dos
patrícios ameaçado pelos camponeses, desigualdade social, falta de terra para os cidadãos,
crescimento desordenado das cidades, empobrecimento dos menos favorecidos → solução: reforma
agrária → enfraquecimento da República.
Reforma agrária de Tibério e Caio Graco: distribuição de terras públicas para os que estavam
desempregados → patrícios desagradados vetaram a reforma.
Lei Frumentária de Caio Graco: estabeleceu preços menores para o trigo → morte de Caio com a
firme oposição dos patrícios.
Mário e Sila: generais que viraram governantes graças à ocupação de cargos políticos por militares
de alto prestígio → Sila derrota Mário e proclama-se Ditador → adota medidas antipopulares →
renuncia.
Primeiro Triunvirato: governo formado por uma junta militar, administração partilhada →
Júlio César, Pompeu e Crasso → Crasso morre, Júlio César ganha de Pompeu e se autoproclama
Ditador Vitalício → Senado conspira contra Júlio César e o assassina.

3
Segundo Triunvirato: Lépido, Marco Antônio e Otávio; impedimento da passagem do poder ao
Senado e estabelecimento de novas divisões territoriais e administrativas → Lépido é afastado e
Marco Antônio comanda o Oriente e Otávio o Ocidente → Otávio faz aliança com Cleópatra, inicia
uma guerra contra o Oriente e ganha → se autoproclama Augustus e inaugura o Império Romano.
Alto Império: supremacia militar, características monárquicas, intenso desenvolvimento
econômico (mão de obra escrava e fundação de colônias (grande conquista territorial)), uso
do latim como língua oficial na tentativa de unificação, estabelecimento do “Pão e Circo”.
Política do Pão e Circo: tinha como objetivo o apaziguamento da população, na sua
maioria, da plebe, através da promoção de grandes banquetes, festas e eventos esportivos
e artísticos, assim como subsídios de alimentos.
Pax Romana: período de estabilidade e prosperidade graças ao poder da máquina de
guerra romana e a centralização político-administrativa do Império.
Surgimento do cristianismo: questionamento da divindade do imperador e perseguição
aos cristãos.
Baixo Império: Otávio morre e o poder deixa de ser centralizado, fim das conquistas (escassez na
oferta de escravos → escravismo é substituído pelo colonato), crescimento do trabalho livre (mão de
obra fica mais cara), interferência da crise na produção de alimentos → aumento de preços e inflação
→ fuga das cidades em direção ao campo; camadas sociais disputam pelo poder → forças militares
enfraquecidas → aumento da pressão dos grupos bárbaros nas fronteiras; para solucionar a crise
foram criados o Édito Máximo e a Tetrarquia.
Colonato: homens livres empobrecidos iam trabalhar como colonos nas terras de grandes
proprietários em troca de sobrevivência e proteção → essa dependência era hereditária.
Édito Máximo: fixou os preços das mercadorias e salários na tentativa de combater os
efeitos gerados pela inflação e o desabastecimento.
Tetrarquia: divisão do Império entre quatro generais e não participação do Senado → Diocleciano
controla o Oriente e Maximiliano o Ocidente → Diocleciano morre e o Império volta a ser controlado
por uma pessoa só.
Constantinopla: nova capital do Império, estabelecida por Constantino → capital é transferida de
Roma para Constantinopla para melhor controlar o comércio.
Édito de Milão: pôs fim à perseguição aos cristãos → liberdade religiosa.
Invasões bárbaras: o Império do Ocidente estava sendo desintegrado → dentro das fronteiras, os
bárbaros enfrentavam dificuldades políticas e econômicas.
Bárbaros: “os que não pertenciam ao mundo romano”.
Édito de Tessalônica: Imperador Teodósio tenta conter a erosão do Império → transforma o
cristianismo em religião oficial do Império (e também divide o Império em dois: Ocidente e Oriente)
→ o do Ocidente chega ao fim com a tomada de Roma por bárbaros.
Morte natural de Roma: o fim do Império se deu por conta da série de crises internas.
Assassinato de Roma: o fim do Império se deu por conta da invasão dos bárbaros.

Alta Idade Média


Invasões bárbaras/germânicas: a presença dos germânicos (bárbaros) no Império Romano foi
um processo que ocorreu gradualmente (penetravam no território e participavam da agricultura e do
exército) → cenário muda com a pressão invasora dos hunos (grupo asiático) → invasões no território
se multiplicam. Consequências: unidade política vigente foi quebrada, adoção do direito
consuetudinário (costume como fonte das leis), cada homem passou a ser julgado segundo as leis de

4
seu povo, independente do lugar, o Direito foi particularizado, surgimento do comitatus (obrigações
recíprocas entre rei e guerreiros) e nascimento das línguas neolatinas.
Merovíngios (primeira dinastia do Reino Franco (povo germânico)): Clóvis → unificação
dos francos graças à sua conversão ao cristianismo e o apoio da Igreja e do campesinato. Carlos
Martel → Prefeito do Paço (administrador), impediu a entrada dos muçulmanos na Europa continental
na Batalha de Poitiers. Pepino, o Breve (sucessor de Carlos Martel) → Prefeito do Paço, protetor da
cristandade, destronou o último rei merovíngio, dando início à dinastia carolíngia.
Carolíngios (segunda dinastia): Carlos Magno (sucesso de Pepino) → coroado imperador dos
romanos, teve o dever de manter e disseminar a fé cristã, expansão territorial e religiosa ("pai da
Europa"), Renascimento Carolíngio (investimento na produção cultural e artística), divisão do império
em marcas, condados e ducados → morre → disputas entre seus netos resultam no esfacelamento do
Império Carolíngio, com o Tratado de Verdum.
Cristianismo: Igreja Católica visava fortalecer a presença do cristianismo, propagar sua fé e evitar a
perseguição aos cristãos no Império Romano → cristianismo vira a religião oficial → formação do
clero → estabelecimento de dogmas (princípios religiosos) e heresias → bispo de Roma vira papa.
Obs.: Igreja não aceitava o paganismo.
Monastérios: grandes centros de estudo e preservação de tradições culturais. Os monges
recolhiam-se em comunidades fechadas para orar, estudar e combater o mal.
Monges copistas: copiavam as Sagradas Escrituras e textos clássicos greco-romanos.
Cisma do Oriente: consolidação do poder do papa → aumento das rivalidades com a Igreja oriental
(papa e bispo de Constantinopla disputavam pela chefia) → separação da Igreja em Católica Romana
e Ortodoxa Grega.
Cesaropapismo: o imperador acumulava as funções de chefe de Igreja e de Estado.
Feudalismo: modelo europeu de colonização e produção originado do declínio da
escravidão no Império Romano, da desestruturação dos impérios Romano do Ocidente e
Carolíngio, da fidelidade pessoal dos germanos e da transferência das famílias para o meio
rural à procura de proteção contra guerras e invasões; vinculação com a agricultura, rígida
hierarquia social (com o enfraquecimento do poder central e autoridade, os grandes
proprietários ampliaram seus poderes locais), pluralismo decorrente da ruralização durante
as invasões bárbaras, vinculações pessoais (clientela e vassalagem), relações de defesa
(comitatus), clericalismo, mudança da forma de pensar (cristianismo e princípios divinos).
Relações econômicas feudais: produção agrícola → senhorio (unidade produtiva), servo (mão
de obra mais importante, vinculado à terra), manso servil (terra concedida ao servo para obter seu
sustento → tinha que pagar tributos).
Servidão feudal: relação de dependência entre o servo/camponês, preso às terras de um
feudo, e o senhor feudal. O primeiro devia ao segundo obrigações, pagas pela talha e
corvéia. Em contrapartida, o senhor devia proteção ao servo e à sua família.
Talha: servo paga ao senhor com parte de sua produção.
Mão-morta: servo paga para que os filhos recebam a terra após sua morte.
Banalidades: servo paga para usar as instalações e as terras comunais.
Corvéia: servo paga o senhor com seu trabalho.
Tostão de Pedro: servo paga à Igreja 10% de sua produção → dízimo.
Formariage: servo paga uma taxa para se casar com uma mulher de outro feudo.
Economia feudal: agricultura e criação de animais, sem a preocupação de produzir
excedentes para comercialização, autossuficiente, o feudo era a unidade de produção,
pouco uso de moeda, comércio baseado no escambo, comércio reduzido/localizado, baixo
nível técnico, uso de rotação de culturas para a preservação do solo.

5
Relações sociais e políticas feudais: poder descentralizado e dividido entre os senhores feudais
(monarquias feudais), guerras contínuas, organização estamental, sociedade de ordens, funções
vitalícias e hereditárias, definidas pelo nascimento → clero: os que rezam, nobreza: os que lutam,
servos: os que trabalham → relações de dependência marcadas por fidelidade, obediência e
reciprocidade. Obs.: o rei existia, mas o poder não estava centralizado nele.
Suserania e vassalagem: o vassalo auxiliava o senhor na guerra e ações militares e
jurava-lhe fidelidade em troca de proteção e um lugar no sistema de produção.
Mulher: (lógica cristã) santa X pecadora, suspeita e receio → inferiorização e subordinação devido à
sua culpa pela expulsão do Paraíso Terrestre e não saber manusear armas.
Colonato: sistema de trabalho servil que se desenvolveu com a crise do Império Romano, quando
escravos e plebeus empobrecidos passaram a trabalhar como colonos em terras de um grande senhor
→ o proprietário oferecia terra e proteção ao colono, recebendo dele um rendimento do seu trabalho.
Comitatus: juramento de fidelidade entre os guerreiros e seu chefe, baseado na honra e na
lealdade, pelo qual as terras conquistadas eram divididas entre si; o comitatus foi herdado
dos germanos.
Beneficium: os chefes guerreiros germânicos recompensavam seus guerreiros concedendo-lhes
possessões de terras, que foram chamadas mais tarde de feudos → em troca o beneficiado oferecia
fidelidade, trabalho e ajuda militar ao senhor.
Império Bizantino: língua grega, capital Constantinopla (controle da passagem do mar Negro ao
Egeu e ao Mediterrâneo → favorecimento do comércio), mão de obra escrava, imperador tinha apoio
da Igreja. Imperador Justiniano → elaborou o Código para organizar a política e aderiu ao
cesaropapismo.
Movimento iconoclasta: proibição do uso de imagens nos templos como forma de conter o
poder do clero.
Igreja católica: clero secular (contato com população), clero regular (reclusão → monges), alto
clero (topo, nobres), baixo clero (base, camponeses e baixa nobreza); lógica religiosa: manutenção da
ordem social, conservação de estruturas, dicotomia (bem X mal), controle sobre o tempo do homem
(nascimento, morte, sinos); Igreja Temporal: enriquecimento do alto clero, fortalecimento político,
grande propriedade de terras, heranças e doações; exclusão dos judeus e perseguição a heresias.
Medos: os medos que circundavam a população da Idade Média eram materiais e espirituais →
crise econômica decorrente do final do Império Romano, guerra constante (disputas territoriais,
saques, questões políticas e religiosas, rivalidades familiares e aumento de poder), invasões bárbaras,
baixa demográfica, pestes, forte conteúdo religioso de punição divina ao pecados → eles ajudaram a
configurar a Idade Média socialmente, contribuindo para o alargamento do poder da Igreja católica.
Patrística: ensinamentos dos primeiros padres da Igreja → Santo Agostinho: teoria do livre-arbítrio
(Deus concede ao homem a liberdade para escolher suas ações).

A civilização do Islã
Meca: cidade originada do comércio; onde nasceu Maomé; predomínio de práticas politesístas;
centro comercial a ponto de convergência de viajantes. Caaba → principal templo, onde estava a
Pedra Negra.
Maomé: condutor de caravanas (grupo de pessoas que viajavam juntas) e comerciante.
Hégira: fuga de Maomé para Medina devido à perseguição por aqueles que foram
desagradados por sua pregação do princípio monoteísta e a condenação de outros cultos.
Jihad/Guerra Santa: Maomé decide retomar Meca, levar a mensagem divina e combater os
infiéis.

6
Princípios do islamismo: só existe um Deus (Alá), orações cotidianas voltadas para Meca,
peregrinar até Meca, esmola é obrigatória, jejuar no mês de Ramadã.
Califas: líderes político-religiosos sucessores de Maomé que levaram o Islã a outros
territórios.
Sunitas: seguiam a Suna e o Corão e aceitavam como líderes políticos pessoas eleitas
pelos fiéis.
Xiitas: seguiam o Corão e apenas queriam descendentes de Maomé no poder.
Motivos da expansão muçulmana: ocupar terras mais férteis para sustentar o crescimento
populacional, o jihad fornecia motivação para os guerreiros e conquistadores, facilidades
encontradas entre os povos conquistados, as populações dominadas não se opunham ao
domínio islâmico.

Baixa Idade Média


Características: desenvolvimento das cidades (burgos), busca de novos produtos (aumento das
relações de troca), crescimento demográfico (consequente falta de terras e desmatamento),
diversificação da estrutura social, servos passam a ser trabalhadores assalariados/remunerados e
aparecimento da burguesia → padrões que colocaram abaixo a estrutura feudal.
Economia: crescimento da economia feudalista, novas técnicas de produção nos campos
(moinhos de vento, animais atrelados ao arado (charrua), ferradores e rotação de culturas),
novas práticas comerciais (novos tipos de contrato, adoção de empréstimos, ampliação das
trocas).
Crescimento populacional: poucas terras cultiváveis para tanta gente.
Renascimento comercial e urbano: deslocamento dos servos rumo às cidades (apoiado
pelos senhores, uma vez que as despesas estavam altas); os burgos eram fonte de renda
senhorial, pois pagavam taxas e eram locais de venda. A maioria das cidades se
desenvolviam próximas às rotas de comércio.
Burgo: associação de comerciantes; garante proteção.
Comércio marítimo: navegação melhorada; Gênova, Pisa e Veneza (mais importante porto
europeu) dominavam o comércio mediterrâneo com os árabes e revendiam os produtos na
Europa.
Liga Hanseática: união de várias cidades que impulsionava e dominava o comércio.
Feiras: onde os comerciantes (burgueses) realizavam suas atividades com a proteção dos
senhores feudais (que queriam atrair comércio para suas regiões).
Casas bancárias: surgiram para controlar o alto volume de moedas circulantes.
Cartas de franquia: compradas pelos burgueses para que pudesses viajar e exercer suas
atividades dentro das terras de certo senhor feudal com mais autonomia e liberdade.
Movimento Comunal: movimento pela libertação da cidade do domínio feudal.
Corporações de ofício: criadas para proteger o artesanato e comércio dos citadinos.
Questões religiosas: predomínio da Igreja Católica → combate às heresias e Cruzadas.
Cruzadas: união do Oriente e do Ocidente com o objetivo de recuperar Jerusalém dos
islâmicos, salvar o Sepulcro de Cristo ("Guerra Santa"), transpor o feudalismo para o
Oriente, retomar o controle do comércio mediterrâneo dos árabes, conquistar novas terras e
ganhar acesso a uma rota comercial com acesso a mercadorias do Oriente Próximo, tudo
com a promessa de recompensas espirituais a seus participantes (os "vagabundos" -
população sem função), como a remissão dos pecados. Elas começaram com um apelo do
papa Urbano II no Concílio de Clermont (reunião de bispos). Foram oito cruzadas.

7
Primeira Cruzada: nobreza francesa e normanda → Cruzada dos Barões/Nobres → conquista de
Jerusalém e formação de um império latino até a invasão de Saladino.
Terceira Cruzada: Cruzada dos Reis.
Quarta Cruzada: golpe sobre o Império Bizantino → Constantinopla foi saqueada no episódio
conhecido como o "butim de Constantinopla".
Cruzada dos Mendigos: multidão de pobres marchou até Jerusalém.
Consequências da Cruzadas: fracassaram por serem a minoria, oprimirem as populações
locais, lutarem entre eles, massacrarem judeus e por serem incapazes de controle, mas
aceleraram a crise do feudalismo com a centralização política, provocaram a decadência do
Império Bizantino, asseguraram a reabertura do Mediterrâneo, possibilitando o
Renascimento comercial e urbano e acelerando as trocas comerciais, possibilitaram aos
ocidentais o contato com conhecimentos islâmicos, empobreceram a nobreza feudal e a
classe cavaleiresca e aumentaram o abismo entre ocidentais e bizantinos.
Reforma gregoriana: resposta da Igreja aos seus membros que tinham comportamento divergentes
da alta hierarquia da Igreja de Roma → nicolaísmo (casamento de membros do clero) e simonia
(comércio de bens sagrados) foram combatidos, assim como as autoridades laicas perderam o direito
de conferir autoridades religiosa e nomear para cargos → reis desagradados → Querela das
Investiduras (acabou com o acordo Concordata de Worms, que estabeleceu que as nomeações de
bispos e autoridades religiosas seriam divididas entre o papa e o imperador).
Heresias: ensinamentos e práticas desviantes da doutrina católica → valdenses e cátaros.
Ordens religiosas/mendicantes: movimentos reformistas não hereges que pretendiam atuar
junto às vítimas da pobreza e desigualdade social aprofundadas com o renascimento comercial e
urbano → ordem franciscana e ordem dominicana.
Inquisição: tribunal criado pela Igreja para discutir questões da Fé e combater as heresias.
Cisma do Ocidente: dois papas em disputa pelo poder da Igreja → consequente enfraquecimento
da Igreja.
Crise do feudalismo: fim da expansão europeia, crise do comércio e da economia feudal e
catástrofes → aumento da população e produção e falta de terras → crise no setor agrícola.
Grande Fome: quebra de colheitas devido a aspectos climáticos.
Peste Negra ("Cólera Divina", "Flagelo de Deus"): peste bubônica vinda do Oriente (consequência
do rápido avanço do comércio) → atingiu núcleos urbanos, que não tinham infraestrutura de
saneamento básico, e o campo, o que prejudicou a produção agrícola. Tal peste enfraqueceu o poder
da Igreja Católica sobre parte da população, já que doenças eram atribuídas à ação divina e as vítimas
eram tratadas como responsáveis pelo mal (Deus era considerado o "médico divino" que enviava
doenças ou curas conforme sua vontade).
Rebeliões camponesas (Jacqueries): forte pressão dos servos sobre a nobreza → rebelião
contra as taxas cobradas sobre seus serviços → desestruturação do sistema feudal → enfraquecimento
do poder da nobreza.
Guerra dos Cem Anos: Inglaterra X França → causas: sucessão do trono francês (ingleses
reivindicaram o trono para eles por causa de um parentesco, o que irritou os franceses, que queriam
deter seu expansionismo) e domínio da região de Flandres (importante para a exportação de lã
inglesa) → consequências: baixa taxa de natalidade, despovoamento de regiões e vitória francesa →
Guerra das Duas Rosas (disputa interna inglesa pelo poder). (Vitória da França). Obs.: o fim da
Guerra dos Cem Anos marca a transição da Idade Média para a Idade Moderna + fim do feudalismo.
Escolástica: tradição na qual Tomás de Aquino sistematizou os cânones da crença cristã →
equilíbrio entre fé e razão.

8
Arte medieval: integração entre pintura, escultura e arquitetura; forte controle da Igreja Católica →
predominância de temas religiosos → abandono do naturalismo e representação humanizada de santos
e divindades.
Estilo romântico (XI - XII): arcos redondos, pilares grossos, paredes sólidas e pouca iluminação →
Igreja militante, guerreira → construções de assemelhavam a fortalezas.
Estilo gótico (XII - XV): verticalismo, arcos quebrados, luminosidade por vitrais e paredes altas →
Igreja triunfante, vitoriosa → conexão entre os céus e a terra → revelação de uma sociedade mais
dinâmica e racional.
Universidades: laicização da cultura letrada → Igreja perde o monopólio do saber intelectual.

Renascimento cultural e Humanismo


Conceito: é uma adequação ideológica (artística e científica) às mudanças infraestruturais
(econômicas e sociais) do período de transição do feudalismo ao capitalismo.
Era Moderna (XV - XVIII): período efervescente e de rupturas radicais na política, economia
e cultura.
Século XIV: formulação de juízos críticos sobre a arte e a cultura dos tempos medievais, que haviam
deixado as tradições da Antiguidade grega e romana → estímulo a debates e implicações políticas e
econômicas, como o questionamento do poder da Igreja, a valorização de reis e príncipes como líderes
dos processos políticos e da burguesia, que estabelecia uma nova concepção de mundo.
Renascimento: abertura do período moderno. Duas correntes: uma que enaltece as
rupturas com o período anterior e contrapõe as características modernas às medievais e
outra que identifica tal momento como de transição.
Origens: revitalização comercial, urbanização, universidades, humanismo → estudo vernacular (uso
do próprio idioma para se expressar → criação de estilo próprio e negação à padronização) e prática
da retórica (educar, persuadir e expressar).
Características: antropocentrismo (“homem no centro”, valorização do talento, da
capacidade, da criatividade e da inteligência, oposição ao teocentrismo), racionalismo
(lógica e razão, oposição ao misticismo), naturalismo, heliocentrismo (oposição ao
geocentrismo), individualismo (procura por reconhecimento, competição, oposição ao
coletivismo), otimismo (crença na criatividade e no poder de realização, oposição ao
pessimismo), urbanização (oposição à ruralização), hedonismo (busca por prazeres
materiais, oposição à culpa, originada do pecado, que também gera um medo que limita a
criatividade), realismo (expressão da realidade através da precisão), resgate da Antiguidade
(estímulo para novas criações e transformações) e valorização do tempo como dinheiro
(oposição ao tempo como ócio).
Acontecimentos: expansão marítima e comercial europeia, reformas religiosas,
absolutismo monárquico (menos Itália e Alemanha, ainda não unificadas), guerras religiosas
e intolerância religiosa.
Burguesia: cultura laica, busca pela recompensa e glória → ruptura com a religiosidade.
Itália: berço do Renascimento devido ao predomínio da atividade comercial, capital
disponível, força e riqueza de Roma, cultura clássica viva, burguesia em ascensão,
navegações do Mediterrâneo, contato com as tradições greco-romanas, influência de
culturas não feudais (árabe e bizantina), republicanismo (estímulo à concorrência e
mobilidade), cidades autônomas, ausência de ordem social rígida, competição, mecenato.

9
Mecenato (Itália): práticas de patrocínio entre ricos e membros da realeza → os mecenas
(patrocinadores) atraíam para as cidades artistas e estudiosos → sistema doméstico, de encomenda e
de mercado.
Humanismo: desprezo (até preconceituoso) à Idade Média; divisão da História em Antiga
(“Clássica”), Média (“Idade das Trevas”) e Moderna; valorização de uma visão humana e
natural em oposição à divina e sobrenatural.
Arte (Itália): representação de traços humanos e da natureza, noção de perspectiva, volume e
profundidade, inclusão de pessoas comuns, luminosidade, cálculo → fins religiosos (devoção a
santos), didáticos (“ensinar o que não pode ser lido”), políticos (demonstração de poder) e privados
(cotidiano, retratos...) → Trecento, Quattrocento e Cinquecento → Giotto, Botticelli, da Vinci,
Michelangelo...
Ciência (Itália): valorização da matemática, da análise crítica e do método experimental; teoria
heliocêntrica (Copérnico → fim do geocentrismo (Terra no centro)), descoberta dos períodos de
rotação dos planetas (Kepler), teoria do movimento dos corpos (Galileu), estudo da anatomia humana
a partir da dissecação de corpos (Andreas Vesalius).
Galileu Galilei: foi julgado pela inquisição por defender a proposta do heliocentrismo proposta por
Copérnico, a noção de se produzir conhecimento a partir da observação, uso da luneta e outros
motivos → a Igreja sentia-se contrariada por defender o geocentrismo.
Países Baixos e Flandres: o desenvolvimento econômico baseado no comércio e na
urbanização influenciou a produção artística e o mecenato. Erasmo de Rotterdam: escreveu
O elogio da loucura, criticando de maneira irônica o poder da Igreja. Jan van Eyck:
caracterizado pelo naturalismo, imperando na sua obra meticulosos pormenores e vivas
cores, além de uma extrema precisão nas texturas.
Inglaterra: Thomas Morus: resgatou a filosofia grega, inspirado em Platão para escrever
sua obra Utopia (uma sociedade ideal e justa, com a divisão da propriedade privada).
William Shakespeare: intensa produção literária e muito influente na dramaturgia.
Espanha: Miguel de Cervantes: escreveu uma sátira criticando os valores tradicionais da
nobreza medieval (Dom Quixote).
Portugal: Luís Vaz de Camões: publicou Os Lusíadas, exaltando a história do reino
português e destacando as expedições marítimas e os descobrimentos.
Invenções: impressão em papel → conhecimento, que era restrito à Igreja e nobreza, tornou-se
acessível. Obs.: a Bíblia foi o primeiro livro impresso.

Reformas religiosas
Igreja católica: atacada por sua conduta, pela concentração de poder e riqueza, por ser proprietária
de muitas terras e por ter privilégios no tratamento de autoridades → reformas internas para conter a
perda de fiéis e se preservar como uma instituição de grande força.
Reformados: defendiam uma vida religiosa mais disciplinada, a leitura da Bíblia e o contato
do fiel diretamente com Deus, sem a necessidade de intermediação do poder da Igreja;
eram contra a corrupção, a venda de cargos no clero, a riqueza de membros do clero, a
hierarquia e os "ensinamentos oficiais", defendendo que o cristão deve poder desobedecer
ao ensinamento da Igreja sem que seja um pecado; Bíblia não deveria ser restrita ao latim;
condenavam a venda de indulgências (concessão de absolvição dos pecados) e da simonia
(objetos considerados sagrados); muitos acusavam a Igreja de responsável pela miséria do
povo, por ter muitas terras; simpatia dos nobres, que queriam tais terras confiscadas e a

10
não cobrança de impostos, e dos burgueses, que eram ameaçados pelas restrições da
Igreja ao comércio e pela condenação do lucro pela Igreja (usura).
Devotio Moderna: movimento onde homens e mulheres procuravam orientar suas vidas pelos
ideais do cristianismo primitivo, despojando-se de bens materiais, adotando ideais de pobreza
apostólica e de vida comunal, além do estímulo à procura de uma fé pessoal e de ter uma vivência
religiosa em comunidade → atingiu principalmente a Alemanha e os Países Baixos.
Humanismo: apoiou a Reforma de Lutero ao apontar a corrupção da Igreja, exercitar o
pensamento e incentivar o direito de manifestação e interpretação.
John Wyclif (1329-1384): inglês, pregava a simplificação do culto e a adesão do papa aos
ideais de uma vivência cristã calcada na pobreza; repúdio aos bens acumulados pela Igreja
e à venda de indulgências; também defendeu a formação de uma Igreja nacional e a leitura
da Bíblia pelos fiéis.
Jan Hus (1369-1415): defensor de Wyclif; pregava uma religião mais pessoal, na qual os leigos
teriam maior importância; nos ofícios religiosos deveria ser usada a língua nacional, substituindo o
latim, dominado principalmente pelo clero; fiéis deveriam participar da eleição de seus bispos → tais
ideias alimentavam o nacionalismo → Hus foi preso e queimado, desencadeando, com sua morte, o
Movimento Hussita.
Conciliarismo: doutrina que considera que o concílio ecumênico ou Universal como a
autoridade suprema da Igreja, trazendo-o sobre o papado. Esta doutrina sustenta que um
concílio ecumênico representa toda a Igreja, e obtém o seu poder diretamente de Cristo,
para estas competências estão sujeitos, e tem que seguir todos os fiéis, membros da
hierarquia, até mesmo o próprio Papa. Esse movimento considerou que a autoridade final
em questões espirituais residia com a Igreja Romana como corporação de cristãos,
personificada por um concílio geral da Igreja, e não com o papa.
Martinho Lutero → Reforma Protestante: em 1517, pôs fim à unidade eclesiástica cristã europeia;
participou da reforma na Alemanha; repudiava a noção de que a Igreja possuía poderes para regular a
vida cristã e a considerava abusiva → "95 teses" de Lutero: condenação das indulgências, críticas à
hierarquia católica, à existência do papa, à necessidade de dar esmola, ao uso da Bíblia em Latim e à
livre interpretação dos textos sagrados → Lutero queimou a bula papal e foi excomungado pela Igreja
→ marco do protestantismo.
Princípios básicos do luteranismo: salvação pela fé, garantida pela graça (solifideismo),
leitura e livre interpretação da Bíblia, apenas os textos bíblicos têm autoridade religiosa,
eliminação de santos e imagens, fim do celibato para sacerdotes, não seguimento da
autoridade papal, dois sacramentos (batismo e eucaristia), submissão da Igreja ao Estado,
utilização do alemão nos cultos religiosos e negação da transubstanciação.
Reforma na Alemanha: a divisão política alemã inviabilizava a concentração do poder nas
mãos do imperador, favorecendo o poder da Igreja, que era a maior proprietária de terras,
cobrava impostos, recolhia esmolas e vendia relíquias e indulgências.
Revolta Camponesa ou dos Anabatistas: camponeses do sul (reformadores radicais) da
Alemanha se revoltaram, querendo a partilha de terras, a subordinação da Igreja ao Estado e
afirmando que o Cristianismo é uma doutrina para os humilhados da Terra, que o batismo só deveria
ser feito em adultos conscientes e que os bens deveriam ser distribuídos igualmente entre todos →
movimento condenado por Lutero, que tinha medo de perder a proteção dada pelos nobres e a
identificação da Reforma com o radicalismo político → destaque a Thomas Münzer como líder do
movimento.
Princípios anabatistas: volta ao ideal da igreja primitiva, separação entre Igreja e Estado,
batismo de adultos, afastamento do mundo material, fraternidade e igualdade, pacifismo:
proibição de porte de armas e serviço militar e vida comunitária em colônias agrícolas.

11
Dieta de Spira (1529): tolerância do luteranismo nas regiões convertidas; proibição nas
outras regiões, que se mantiveram católicas.
Paz de Augsburgo (1555): fim das guerras religiosas → ao povo cabia obedecer o governante, e
este escolheria a religião da região.
João Calvino (1509-1564): refugiou-se na Suíça após ser perseguido por se converter ao
protestantismo; adotou um modelo de construção de uma "cidade-igreja". Movimento
reformado: ato de salvação interior; para identificar o sinal da graça, os homens devem
seguir uma disciplina que enfatiza o trabalho e uma vida regrada, uma vez que o trabalho
intenso e o controle de gastos levam à riqueza, que seria um sinal de predestinação.
Obs.: protestantes eram chamados de huguenotes na França, presbiterianos na Escócia e
puritanos na Inglaterra.
Princípios calvinistas: condenação do teatro e da dança, aprovação da cobrança de juros,
soberania de Deus na criação, providência e redenção, destruição de imagens, estudo sério
e criterioso das Escrituras, importância da educação, governo representativo através de
presbíteros e concílios, nega a interferência do Papa em assuntos políticos,
salvação/justificação pela fé, teoria da predestinação (trabalho, pureza, cumprimento de
deveres e progresso econômico = sinais divinos).
Obs.: o calvinismo agradou a burguesia por, através da Teoria da Predestinação,
condicionar a salvação eterna ao sucesso material, estimulando práticas capitalistas.
Henrique VIII: rei da Inglaterra que queria anular seu casamento com Catarina de Aragão por querer
um herdeiro masculino e se casar com outra → papa rejeitou o pedido e o rei se proclamou líder
supremo da Igreja anglicana (a Igreja Reformada, criada com o Ato de Supremacia de 1534),
confiscando as propriedades da Igreja, dissolvendo mosteiros e estabelecendo rituais
simplificados e a não intermediação eclesiástica.
Contrarreforma (Reforma católica): medidas da Igreja Católica para conter o avanço
protestante na Europa. Concílio de Trento (1545-1563): reunião de autoridades católicas
que procurou reafirmar todos os dogmas oficiais da Igreja, reafirmando os pontos atacados
pelos reformistas. Criação do Índex: lista de livros proibidos pela Igreja. Reorganização e
reforma das ordens religiosas existentes e criação de novas ordens (carmelitas e jesuítas:
busca de novos fiéis). Concessão de amplos poderes aos reis católicos para perseguir os
reformistas. Reorganização do Tribunal do Santo Ofício (ou da Santa Inquisição) para
perseguir hereges e reformistas. Auto de fé: processo ritual da Inquisição, constituído por
tortura. Não proibiu as vendas de indulgências e cargos do alto clero. Estudos nos
seminários antes de serem ordenados. Salvação pela fé e pelas boas obras. Celibato
clerical. Crença na transubstanciação (eucaristia). Indissolubilidade do casamento.
Reafirmação dos dogmas do catolicismo. CONSEQUÊNCIAS: estímulo ao individualismo, à
liberdade de pensamento, na medida em que propôs opções religiosas e livre exame da
Bíblia; declínio da doutrina do “justo preço” e maior liberdade para o lucro e para a
acumulação, o que favoreceu o enriquecimento da burguesia; estímulo ao radicalismo
religioso, à perseguição de minorias e às guerras de religião em vários países; diminuição
da presença da Igreja C atólica nas regiões reformadas.

Antigo Regime
Antigo Regime: período moderno do século XV ao XVIII; transição da Idade Média à Idade
Moderna; destaque à nobreza e ao rei; criação da burguesia, que era contra o absolutismo.

12
Absolutismo: poder concentrado nas mãos de uma só pessoa → não há divisão de poderes e leis
escritas (Constituição).
Mercantilismo (ou capitalismo comercial): transição entre feudalismo e capitalismo →
metalismo + balança comercial favorável + incentivo às novas atividades econômicas, ao comércio e
à navegação (exploração colonial) + concessão de monopólios + protecionismo alfandegário +
intervenção do Estado na economia.
Sociedade estamental: posição social definida pelo nascimento → mobilidade restrita.
Centralização do poder no rei: resultado da ameaça de inquietação camponesa e da
pressão da nascente burguesia.
Estados Modernos: unidades políticas e territoriais autônomas, às quais cabem assumir as
funções de legislar, julgar, controlar, administrar e arrecadar impostos; são resultado da aliança entre
reis e burguesia contra a nobreza e a Igreja → burguesia interessada em expandir as trocas comerciais
→ o desenvolvimento de um Estado Nacional e o fortalecimento do rei enfraquecem os poderes da
Igreja e dos senhores feudais, que dificultavam o comércio.
Influências para o surgimento do Estado Moderno: direito romano e alteração jurídica:
concepção de propriedade privada e divisão do direito nas esferas civil e pública; exércitos:
monarcas concentravam exércitos mercenários; sistema fiscal e burocrático: venda de
cargos que garantiam gratificações e isenções tributárias à nobreza; relações comerciais:
adoção de padrões comuns de comércio (tributos, moedas, autorizações...); diplomacia:
"sondagem dos pontos fracos" de um Estado.
França: centralização monárquica resultante da Guerra dos Cem Anos, aliados e prestígios,
respeito dos privilégios da nobreza, Concordata de Borgonha (assinada em 1516 com o
papa, permitiu o controle pelo rei das nomeações eclesiásticas em troca de imunidade
econômica ao clero), colonização (ampliação do comércio e benefício à burguesia), teoria
de razão de Estado do primeiro-ministro Richelieu ("todas as ações do governo deveriam
ser calculadas e executadas com um só fim: o fortalecimento do Estado francês"); Luís XIV
(1643-1715): dispensou primeiro-ministro, "Rei-Sol", reforçou a tese do Direito Divino.
Inglaterra: Magna Carta: assinada pelo rei João Sem Terra, em 1215, por obrigação dos
nobres, já que havia os obrigado a pagar impostos caso não cumprissem suas obrigações
quanto ao fortalecimento de soldados e materiais militares para o governo central; com a
derrota inglesa na Guerra dos Cem Anos, a nobreza se dividiu e deu início à Guerra Civil
das Duas Rosas, na qual dois grupos, as casas de York e Lancaster, disputavam o trono,
acabando com a ascensão de Henrique VII da dinastia Tudor; Elizabeth I, neta de Henrique
VII, quando assumiu o trono, consolidou o poder em suas mãos, teve alta popularidade,
reprimiu a oposição, criou companhias de comércio e garantiu o domínio sobre os mares.
Portugal: primeiro país a centralizar-se, na Idade Média, após a Guerra de Reconquista
(cristãos X muçulmanos), com a imposição da dinastia de Borgonha, em 1140; Revolução
de Avis (1383-1385): crise resultante da não existência de rei no poder, que começou com a
morte do rei Fernando, que não gerou herdeiro femininos, e acabou com com a subida de
João I ao trono; o desenvolvimento das navegações portuguesas é uma das principais
causas da consolidação do Estado centralizado.
Espanha: centralização ligada à Guerra da Reconquista e união de Isabel de Castela com
Fernando de Aragão; Carlos, neto de Fernando e Isabel, era o homem mais poderoso da
Europa.
Nicolau Maquiavel (1469-1527): escreveu sobre o poder dos príncipes e as condições para um
exercício político que permitam a conquista e a preservação dos Estados + separação entre política e
moral → "O Príncipe".

13
Jean Bodin (1530-1596): apresentou a teoria da soberania, na qual a soberania, perpétua
e absoluta, está acima de tudo e é indivisível.
Thomas Hobbes (1588-1679): princípio de que o homem é mau por natureza ("o homem é o lobo
do homem") e vive em guerra total → necessidade de um contrato no qual os homens abrem mão de
sua liberdade em favor de um soberano responsável pela preservação da ordem e garantia de
sobrevivência → "O Leviatã".
Jacques Bossuet (1627-1704): bispo, extraiu exemplos da Bíblia para justificar que o rei era uma
escolha direta de Deus → "direito divino dos reis".

Navegações e descobrimentos
Ideologia: teocentrismo cristão → demora para adotar a teoria da esfericidade do planeta.
Portugal e Espanha: circunstâncias definidas pelas lutas contra os mouros permitiram que
as estruturas políticas e administrativas se estabelecessem antes que em outros países da
Europa Ocidental.
Impulsos para a aventura marítima: não eram apenas comerciais → as chamadas regiões
ignotas concentravam a imaginação dos povos europeus, que aí vislumbravam reinos fantásticos,
habitantes monstruosos, a sede do paraíso terrestre.
Fatores favoráveis ao pioneirismo português: localização geográfica: sem dificuldades
naturais e porto de Lisboa bastante movimentado; centralização política: formação precoce do Estado
Nacional português na Idade Média; necessidade de ampliar ganhos a partir de novas rotas
comerciais: a consolidação do Estado português, o desenvolvimento de regiões comerciais do novo
reino e a presença cada vez maior na cena política e social dos burgueses são as maiores evidências de
que o "renascimento comercial" atingira as terras lusas com bastante intensidade, mas o acesso dos
comerciantes portugueses às lucrativas especiarias era restrito - a via terrestre, pela Ásia, era
controlada pelos árabes (o que encarecia o transporte terrestre) e o mar Mediterrâneo pelos genoveses
e venezianos → fundamental encontrar uma nova rota de acesso às Índias; avanços tecnológicos:
“Escola de Sagres” (conjunto de técnicas de navegação portuguesas); burguesia forte.
Portugal, 1415: conquista do primeiro território além-mar português, o importante
entreposto comercial árabe da cidade de Ceuta.
Périplo Africano (1415): série de viagens realizadas pelos portugueses pela costa da
África com o objetivo de encontrar um caminho alternativo para chegar às Índias e poder
trazer os produtos sem ter que comprá-los em Gênova ou Veneza → fundação de feitorias
(entrepostos comerciais) no litoral africano.
Cristóvão Colombo (genovês): financiado pelos reis espanhóis para chegar ao Oriente,
mas chegou à América.
Obs.: a América foi nomeada em homenagem a Américo Vespúcio, por ter sido o primeiro
navegador a afirmar e a divulgar que as terras que Colombo havia alcançado pertenciam a
um novo continente.
Monopólios: a concorrência dificultava a manutenção dos preços das mercadorias em
patamares elevados, aspecto fundamental para a obtenção de uma balança comercial
favorável e do consequente acúmulo de metais preciosos.
Bula InterCoetera (1493): documento assinado pelo Sumo Pontífice, estabelecendo uma linha
imaginária a 100 léguas a oeste do Arquipélago de Cabo Verde. As terras que estivessem a leste
daquela linha seriam portuguesas e os espanhóis ficariam com todos os territórios conhecidos e a
serem descobertos situados a partir dela, mas situados a oeste → Portugal sentiu-se prejudicado e
rejeitou a bula.
Tratado de Tordesilhas (1494 ): única diferença da Bula é que passaram a ser 370 léguas,
e não 100.

A colonização inglesa e francesa

14
Ação inglesa no Atlântico: resumida à ação de corsários contra as frotas espanhola e portuguesa
→ saque de ouro e pedras era mais tentador e fácil que a ação colonizadora, impedida pelo Tratado de
Tordesilhas na América do Sul → destaque a Francis Drake.
Motivos para migração: reforma religiosa inglesa iniciada por Henrique VIII e política de
cercamento implementada por Elizabeth I (camponeses migram em direção às cidades e à capital) →
emigração para terras americanas como forma de escapar das perseguições religiosas e devido ao
contexto de pobreza e desigualdades que começava a se aprofundar; possibilidade de obter terras
férteis e abundantes, enriquecimento, contrato de trabalho (desemprego devido ao crescimento
populacional), perseguição por ideias políticas antiabsolutistas e crenças religiosas, sistema de
servidão temporário; mulheres de baixo status eram trazidas e leiloadas como esposas para colonos.
John Cabot: primeiro navegante enviado oficialmente para a América pela coroa inglesa → não
estabeleceu nenhuma colônia no novo continente.
Sir Walter Raleigh: iniciou a colonização → ingleses chegaram à região que chamaram de Virgínia,
em homenagem à monarca virgem → intento de Raleigh fracassou.
Companhias Comerciais: particulares fundadas por comerciantes burgueses às quais foi
entregue o esforço colonizador. Ex.: Plymouth e Companhia de Londres.
Plymouth: responsável pela exploração no sul da costa dos atuais EUA (Flórida e rio
Potomac).
Companhia de Londres: exploração da região norte da costa leste (Cabo Fear e Nova Iorque). As
companhias faziam o investimento e tinham como recompensa os lucros da exploração das terras e do
comércio da área colonial, pagando tributos correspondentes à Coroa → a colonização assume
características de empresas capitalistas. As duas companhias tiveram suas licenças suspensas entre
1624 e 1635 por causa de dívidas acumuladas.
Holandeses: se apossaram da grande ilha de Manhattan, batizada de Nova Amsterdã.
Puritanos: protestantes calvinistas que compunham a maior parte dos peregrinos;
chegaram, em 1620, na região de Massachusetts, vindos no navio Mayflower; afirmavam
estarem cumprindo o desígnio divino de construir um novo país, pois tinham sido eleitos por Deus
para criar uma nova sociedade → tinham a ideia de que constituíam uma “nova Canaã”, um novo
“povo de Israel”: um grupo escolhido por Deus para criar uma sociedade de “eleitos”;
religião puritana estimulava o trabalho e a poupança; o Mayflower futuramente determina a
atual religião dos EUA.
Mayflower Compact (“marco fundador da liberdade”): acordo assinado pelos puritanos,
assegurando que eles não seriam tratados como rebeldes na Nova Inglaterra → criação de uma
“corporação civil política” com leis justas, incremento da fé cristã e busca da glória divina.
Pilgrim fathers: os colonos do Mayflower foram chamados de “pais peregrinos” e teriam
estabelecido leis justas na nova terra.
WASP (white anglo-saxon protestant): grupo religioso marcado pelo vigor religioso
puritano.
Surto de feitiçaria de Salem (1962): um grupo de adolescentes acusa várias pessoas de
enfeitiçá-los → as razões só poderiam ter ligação com uma ação demoníaca.
Quackers (Sociedade Religiosa de Amigos): perfil cristão, tolerante e liberal com a
pregação da igualdade; enfrentaram a oposição dos líderes puritanos, que condenavam o
abuso da riqueza e tinham uma disciplina religiosa muito rígida; estabeleceram-se na
Pensilvânia, sob a liderança de William Penn; o espírito liberal dos quakers assegurava a
convivência com outros grupos religiosos, uma vivência religiosa sem hierarquia rigorosa e
a defesa do princípio de que cada homem era responsável por sua vida religiosa
(autonomia individual); acreditavam que na América poderiam viver em paz, a chamada
“santa experiência”.

15
Dia de Ação de Graças: remete a ideia de fartura após a primeira colheita e maneira de
representar um país unido e retrata o sucesso e sofrimento dos peregrinos ao chegar aos
EUA (difícil adaptação). Os colonos eram supostamente generosos com a população nativa.
Obs.: a América do Norte foi, no geral, pouco explorada, uma vez que o frio era maior que
na Europa (europeus desestimulados e difícil acesso).
Nova Inglaterra (área norte da colônia inglesa): colônias de povoamento (ajuda do clima
semelhante na adaptação); prevalecimento da policultura em pequena propriedade familiar, uso de
mão de obra livre e atividades realizadas por artesãos e comerciantes → valorização do trabalho livre
familiar, apoiado na ética calvinista; produção voltada para o mercado interno → condições climáticas
(parecidas com a da Europa) condicionam uma área que dificilmente poderia oferecer produtos
diferentes do que a Inglaterra já produzia; desenvolvimento da produção naval → comércio
triangular.
Comércio triangular: integra as colônias do norte e do sul ao Caribe e à África → americanos iam
parar o Caribe comprar cana de açúcar, depois a levavam para os EUA, destilava, rum e levavam para
a África, onde trocavam por escravos → não havia moeda/dinheiro.
Colônias do Sul: clima mais quente, favorável à agricultura, predomínio das grandes propriedades
monocultoras (latifúndios → plantation), o uso de mão de obra negra escrava (não se relacionavam
com índios), produção voltada para a exportação (tabaco e algodão); a vinculação dos produto das
colônias do sul com a metrópole inglesa fez com que eles resistissem à ideia de separação política,
pois supunham que deixariam de lucrar se perdessem seu mercado consumidor; formação de uma
sociedade aristocrática ligada à terra, semelhante à encontrada na América Ibérica; grandes
desigualdades econômicas.
Educação a América: inspirada pela experiência protestante; incentivos à educação
vinham pela lei; educação marcada pela relação com a comunidade; apesar de apontarem
carácter religioso, os documentos não eram clericais (não convertiam pessoas para outras
religiões); educação voltada para a vida/cotidiano da sociedade, visando a formação de
mão de obra e trabalhadores.

Independência dos EUA


Metrópole: focada mais nos problemas internos (Revoluções Puritana e Gloriosa e Guerra dos Sete
Anos → altos gastos) do que na colônia → após reganho de estabilidade após as revoluções, ela
decide aumentar sua presença nas colônias → aumento das intervenções, manutenção de tropas,
exploração de matéria-prima, estabelecimento de mercados para produtos ingleses e novas imposições
legislativas (Leis do Açúcar, da Moeda, da HOspedagem, do Selo e do Chá (monopólio deste para a
Companhia das Índias Ocidentais).
Guerras nas Américas: o colono norte-americano luta contra a França na disputa entre ela e a
Inglaterra → ganha arma e sentimento de pertencimento.
Festa do chá de Boston: resposta dos colonos à Lei do Chá; boicotes ao chá e substituição deste
por café ou chocolate; em 16 de dezembro de 1773, vestidos de indígenas, os colonos atacam navios
da Cia das Índias Ocidentais e lançaram ao mar cerca de 340 caixas de chá → reação inglesa: Leis
Intoleráveis.
Leis Intoleráveis: ingleses ordenaram o fechamento do porto de Boston, restringiram o
direito de reuniões e se estabeleceram maior controle sobre a colônia de Massachussets
Articulação colonial: colonos passam a se reunir secretamente para debater política e
soluções para a situação colonial; forte influência do Iluminismo e Liberalismo; formação de
um discurso patriótico.

16
Primeiro Congresso da Filadélfia (1774): representantes das 13 colônias se reúnem na Filadélfia
para redigir uma carta endereçada ao Rei George II; a carta pedia o fim das leis intoleráveis e dos
monopólios estabelecidos → os pedidos negados.
Segundo Congresso da Filadélfia (1776): decide-se pela separação e em 4 de Julho se
redige a Declaração da Independência das Estados Unidos da América, sob forte
pensamento liberal e iluminista.
Guerra de Independência: colonos organizaram o exército americano sob liderança de George
Washington → vitórias iniciais à Inglaterra → entrada da França e da Espanha em 1781 muda os
rumos da guerra, oferecendo apoio militar aos colonos → vitória dos colonos em Yorktown, em 1873.
Formação dos EUA: Pais Fundadores se organizaram para a redação da Constituição → Bill of
Rights: 10 determinações que deveriam ser respeitadas em todos os estados; a
independência dos foi um processo liberado e estabelecido pela e para a população WASP
(white, protestant…); excluía-se da liberdade estabelecida os escravos, que permaneciam
na sua condição, objetos submetidos ao trabalho; excluía-se da cidade os indígenas, cada
vez mais afastados para o “oeste selvagem”; estabelecia-se uma sociedade branca,
patriarcal e protestante.
Obs.: os EUA foram os primeiros a juntar república e democracia.

Revoluções inglesas e Crise do Antigo Regime


Antigo Regime: absolutismo, sociedade estamental e mercantilismo → entrou em crise com a
Revolução Industrial e com a difusão do Iluminismo → aos burgueses não interessava mais o papel de
coadjuvante de monarcas e os operários das novas fábricas passam a reivindicar maior participação na
ordem social.
Cercamentos: “terra de ninguém é terra do Estado!” → afirmação da soberania do Estado; expulsão
das populações camponesas, êxodo rural (população vai para as colônias americanas) e consequente
mão de obra barata nas cidades; terras são distribuídas a nobres ingleses, que passam a ser produtores
e viver do comércio (viram comerciantes) → produção de trigo e lã → burguesificação da
nobreza.
Dinastia Tudor: caracterizada pela participação dos comuns (pequenos e médios proprietários
rurais e comerciantes que não pertenciam à nobreza e aos setores mais prósperos da burguesia) nas
ações políticas e econômicas; adoção de medidas de interesse de setores burgueses mais enriquecidos
→ fim da dinastia com a morte de Elizabeth I, que não deixou herdeiros → Jaime I a sucede → defesa
do direito divino dos reis, utilização da religião anglicana para propagar este princípio. preocupações
com a tradução da Bíblia, estudos sobre demonologia e perseguição à bruxaria → Conspiração da
Pólvora → Jaime I fica impopular no Parlamento ao elevar impostos de alfândega, criar taxas e
arrecadar impostos forçados → abdica em favor de seu filho, Carlos I, que defendia o direito divino
dos reis e seguiu a política de seu pai → frente ao medo de taxações maiores e pela necessidade de
recursos financeiros, o Parlamento exigiu que Carlos I concordasse com a Petição de Direitos →
Carlos I dissolve o Parlamento → anos depois, estabeleceu-se que o Parlamento funcionaria
periodicamente e que teria poder de decisão sobre assuntos tributários, além de estar apto a revogar
ações do monarca.
Conspiração da Pólvora: insatisfeitos com a tolerância de James I, católicos tentaram
explodir o parlamento e matá-lo.
Petição de Direito: a Coroa não poderia recolher impostos sem a aprovação do
Parlamento.

17
Revolução Puritana: quando os calvinistas (puritanos) começaram a reivindicar limitações para a
ação da Igreja Anglicana, a divisão se agravou resultando em guerra civil. Nesse conflito interno
lutavam os cavaleiros (adeptos do rei) e os cabeças-redondas (defensores do Parlamento, liderados por
Oliver Cromwell, puritanos). Oliver Cromwell criou o Novo Exército Modelo, que era composto de
uma mistura de ricos membros do Parlamento, senhores rurais e religiosos exaltados. O rei foi
derrotado e executado em 1649. Com a morte de Carlos I, proclamou-se a República, dominada pelo
líder puritano Cromwell → Commonwealth.
Commonwealth (República Puritana 1649 - 1660): centralização do poder, redistribuição da
propriedade, autoritarismo e combate a revoltas populares; divisão do poder entre o Parlamento e o
Exército; ausência de governo e de rei hereditário ou eletivo; exército formado pelo critério do mérito
e não da origem social (como o exército era composto de grupos diferentes, as motivações que
levaram seus membros a lutar contra o rei eram distintas → um ponto em comum: derrota ao
absolutismo monárquico).
Niveladores: mais pobres reivindicavam o direito ao voto universal, a redistribuição da
propriedade e a proteção aos pequenos proprietários → líderes mortos por Cromwell.
Revolta na Irlanda: monarquistas católicos irlandeses viam com desconfiança as ações de
Cromwell → Cromwell invade a Irlanda e estabelece uma área de colonização protestante.
Ato de Navegação: assinado durante o governo de Cromwell, determinava que todas as mercadorias
importadas pela Inglaterra só poderiam ser transportadas em navios ingleses → colonialismo
agressivo → fortalecimento da economia inglesa → maior lucro.
Restauração: em 1660, Carlos II assumiu o poder (1660-1685) na Inglaterra e governou com o
apoio dos burgueses e com um Parlamento fortalecido → retorno da estabilidade entre o rei e o
Parlamento (junção política) e restauração da Igreja na Inglaterra; instituição, em 1679, do habeas
corpus → Carlos II morre e seu irmão, Jaime II, assume → aumento das tensões → Revolução
Gloriosa.
Habeas corpus: medida legal pela qual as liberdades individuais eram asseguradas e
proibiam-se as prisões arbitrárias.
Revolução Gloriosa (1688): deposição de Jaime II e coroação de seu genro, Guilherme de Orange,
e Maria Stuart → promessa de respeito ao Parlamento; o rei deveria respeitar os chamados direitos
essenciais expressos pela Carta de Direitos, Bill of Rights (1689), que estabelecia os princípios de
uma Monarquia constitucional e parlamentarista → rei passou a ser obrigado a respeitar as decisões
do Parlamento (submissão) e houve o estabelecimento de princípios que assegurassem as condições
de produção → Parlamento passa a funcionar como representante da população, à qual o rei passou a
se submeter.
Bill of Rights: declaração legal que pôs fim ao poder absolutista na Inglaterra e sintetiza os
principais aspectos do pensamento liberal, como a limitação do poder do rei, a afirmação do
poder político do Parlamento, a garantia de liberdades individuais, o direito à representação
política e de eleições livres, a liberdade de opinião etc.
Obs: instituição do Iluminismo.

Iluminismo (“Século das Luzes”)


Origens: ideologia burguesa, críticas ao “Antigo Regime”.
Iluminismo: criação de uma sociedade fundada nos postulados da Razão e no progresso
da espécie humana; defesa ao Liberalismo em todos os setores da vida; crítica ao
absolutismo, às práticas mercantilistas e ao poder da Igreja; era preciso usar a razão para
lançar luz sobre as trevas (representadas pela religião) que impediam os homens de ver o

18
mundo ao seu redor; o Iluminismo não é ateu, mas, sim, anticlerical (prega o deísmo)
originou-se no racionalismo do Renascimento Cultural e no Cientificismo do século XVII;
defesa à liberdade e ao progresso; defesa da propriedade privada (filosofia burguesa).
Deísmo: doutrina que considera a razão como a única via capaz de nos assegurar da
existência de Deus, rejeitando, para tal fim, o ensinamento ou a prática de qualquer religião
organizada.
Newton: precursor; em seus estudos sobre leis universais que regem o mundo físico,
inspirou os iluministas na busca de leis gerais que fossem aplicáveis ao comportamento
humano.
Descartes: precursor; proposição de um conhecimento irrefutável, “claro e distinto”;
estímulo ao desenvolvimento da “dúvida metódica”, pela qual os conhecimentos deveriam
ter a inspiração matemática; condena o cristianismo, pois, para ele, basta estudar a
natureza para conhecer as leis divinas.
John Locke: precursor. defendeu a liberdade religiosa, o princípio da tolerância e a organização
política a partir do consentimento → o poder não deve ser exercido pelo princípio da submissão, mas
a partir da concordância dos súditos; defesa do direito à propriedade, vida e liberdade e o princípio da
vontade da maioria; “tábua rasa”: o ser humano nasce uma “folha em branco” e suas experiências o
moldam; o Estado deve garantir os direitos através do “contrato social” com o povo; empirista.
Enciclopédia: grande símbolo; difusão de ideias iluministas; preocupação com a formação
da opinião pública.
Maçonaria: difusão de ideias iluministas; organizações fraternas que remontam às
fraternidades locais de pedreiros que, a partir do final do século XIV, regulamentavam as
qualificações de sua profissão e sua interação com autoridades e clientes.
Voltaire: crítica à Monarquia (cerceadora das liberdades individuais) e aos abusos da Igreja
(anticlericalismo); defesa à monarquia esclarecida e às liberdades de expressão e
pensamento.
Montesquieu: em Espírito das Leis, defende a doutrina dos três poderes (executivo, legislativo e
judiciário) → oposição à centralização do absolutismo.
Rousseau: todos os homens devem ser “súditos e soberanos ao mesmo tempo” → crítica à noção de
representação política, que impede a preservação da igualdade, já que os representantes políticos
estariam acima dos representados; com o contrato social (consentimento), o homem perde a liberdade
natural e o direito ilimitado, mas ganha a liberdade civil e a propriedade; noção de infância:
preservação da criança com a educação formal (deixar a criança ser criança); teoria do “bom
selvagem”: a bondade é natural do homem.
François Quesnay: crítica ao mercantilismo através da fisiocracia - doutrina econômica e filosófica
que se baseia no conhecimento e no respeito às leis naturais, considerando a terra como única fonte de
riqueza; defesa a uniões aduaneiras. formulação da teoria da liberdade econômica, o “laissez faire les
homme, laissez passer les merchandise” → desvinculação das atividades econômicas do Estado (não
intervenção do Estado na economia).
Déspotas esclarecidos: monarcas que, embora continuassem a exercer o poder de forma
absoluta, adotaram medidas iluministas, visando à racionalização administrativa, diminuindo
privilégios de setores da nobreza e a influência da Igreja, sobretudo ao privilegiarem a
difusão do ensino laico.
Adam Smith: liberalismo econômico; condena a intervenção do Estado na economia;
defende a lei de mercado (lei da oferta e da procura), que a riqueza provém do trabalho e a
divisão do trabalho nas unidades produtivas.

19
Heranças do Iluminismo: vertente política autoritária, distante e hostil à participação
popular; estabelecimento de um modelo paradigmático da verdade única e indiscutível,
acima de qualquer dúvida: a ciência; igualdade e liberdade.
Prática superadas pelo Iluminismo: economia agrícola e autossuficiente; autonomia de
feudos e cidades; hierarquia social estamental; poder pessoal do senhor feudal; cultura
teológica (subordinação à universalidade da Igreja católica).
Princípio estabelecidos pelo Iluminismo: ênfase na cultura racional e científica; centralização
do poder na pessoa do rei; fortalecimento das relações comerciais; desenvolvimento dos centros
urbanos → fortalecimento da burguesia; adoção de língua, moeda e legislação nacionais; soberania do
Estado no território nacional; exército permanente; flexibilização da sociedade estamental com a
ascensão da burguesia comercial.

Revolução Mexicana
Objetivos: terra e liberdade → camponeses, indígenas, pobres.
Porfiriato (1877-1880/1884-1911): governo ditatorial de Porfírio Dias → estabilidade política e
progresso econômico a custo de manobras junto às elites locais → agradava aos interesses das elites,
densa rede de patrocínios e centralização; era necessário fazer a transferência de governos sem abalos
(suceder Porfirio sem que o sistema caísse) → conflito Regionalismo X Centralização.
Causas: conflito Regionalismo X Centralização (caudilhos locais X tecnocratas (científicos)
progressistas) → inclinação de Porfírio Dias pelos “científicos” → choque com elites locais e início
do conflito com comunidades índias; sistema de trocas de favores começa a ruir ao longo da disputa
(regionalismo demasiado enraizado); grave crise econômica (recessão nos EUA e más colheitas →
aumento da inflação e do custo de vida → surgimento de greves no movimento operário) →
insatisfação adquire cunho nacionalista → aumento dos investimentos estrangeiros → sensação de
venda do país → aumento dos protestos dos trabalhadores; proximidade com as eleições leva o
governo a se preocupar com a sucessão → Porfírio declara que não participará das eleições → início
da revolução com a disputa pelo poder de Francisco Madero; questão da terra.
Questão da terra: valorização da propriedade privada da terra → sinônimo de progresso; instituída
a Lei do Lerdo em 1856, que passou a proibir a propriedade coletiva das terras, desestruturando os
“pueblos” (ou “ejidos”) e diminuindo a agricultura de subsistência; trabalhadores foram obrigados a
migrar para as fazendas → vítimas das "Tiendas de raya” (“armazéns do patrão”); estabelecida, em
1883, a Lei de terrenos baldios, que demarcava as terras devolutas aos grandes proprietários, que
gerariam riqueza → a diminuição do acesso a terra, a injustiça e arbitrariedade foram os estopins para
a participação camponesa na revolução.
Revolução Liberal de Madero (1910-1913): Porfírio prende Madero e ganha as eleições; em
liberdade, Madero elabora o “Plano de San Luís Potosi”, em 1910, desconhece a vitória de Diaz e
incita a população ao conflito (uso da reforma agrária como incentivo aos camponeses). Norte:
liderados por Pancho Villa. Sul: liderados por Emiliano Zapata; Porfírio é obrigado a renunciar e entra
em cena Madero, que buscava desarmar os rebeldes, que não tiveram sucesso; a vitória de Madero
não serve para apaziguar os ânimos dos revoltosas → diversas reivindicações não atendidas → Zapata
pública o Plano de Ayala e continua a luta contra o Estado até conseguir a reforma agrária → revoltas
foram intensas e Madero não resiste aos golpes → chegada de Victoriano Huerta, considerado um
sucessor de Porfírio, ao poder, contando com o apoio dos EUA, que patrocina ações contra Madero, e
dos anti-Madero.
Constituição de 1917: completa separação Estado e Igreja, abolição da educação religiosa,
reconhecimento aos trabalhadores (jornada de oito horas, organização de sindicatos, fim da peonagem

20
(espécie de trabalho no campo) e questões sobre a terra (autorização da expropriação de latifúndios,
subsolo era do Estado, atrito pelo petróleo com os EUA) → Constituição não leva a uma revolução
social → trouxe ao poder as elites do norte → “tierretenentes”: donos das terras que exerciam poder
local/militar sobre a população.
Lázaro Cárdenas: grande líder populista dos anos de 1940; dá início à verdadeira reforma
agrária em 1934.

Revolução Francesa
Revolução francesa: é o marco inicial do Período Contemporâneo e o fim da Idade
Moderna; é muito mais burguesa que popular.
Fases da Revolução: Assembleia Nacional (1789-91) → Monarquia Constitucional (1791-92) →
Convenção Nacional (1792-94) → Diretório (1794-99).
Antes da Revolução: sociedade estamental (baseada no nascimento) (Primeiro (clero), Segundo
(nobreza → burgueses são “novos nobres”) e Terceiro (burguesia, camponeses → impostos,
sustentação econômica) Estados; monarquia absolutista, desemprego, fome e baixos salários; apenas
clero e nobreza podiam exercer cargos públicos; burguesia enriquecia pelo comércio e indústria;
feudalismo (privilégios dos Primeiro e Segundo Estado garantido pela taxação do Terceiro →
isonomia tributária); críticas ao Antigo Regime; guerras dos Sete Anos e de Industrialização dos EUA
→ grandes gastos e ideais revolucionários.
Sans-culottes: grandes grupos de pobres marginalizados.
Obs.: maior parte do baixo clero aderiu às ideias da Revolução e atuou em conjunto com os
membros do Terceiro Estado.
Reclamações do Terceiro Estado: ausência de direitos políticos, não reconhecimento da
cidadania → reivindicavam assumir um papel na ordem política que fosse equivalente ao que já
desempenhavam na ordem econômica → agravamento do descontentamento com o crescimento da
dívida pública do país (e da inflação) graças ao envolvimento nas guerras dos Sete Anos e de
Independência dos EUA.
Solução dos ministros franceses das Finanças (Turgot e Necker): a nobreza e o clero
teriam de abdicar da maior parte de seus privilégios e ajudar a financiar o Estado.
Assembleia dos Estados Gerais: convocada, em 1788, diante da inviabilidade de soluções para
as reclamações camponesas, ela reunia representantes dos três Estados com o objetivo de discutir a
situação da economia nacional e selar um amplo acordo que resolvesse os problemas financeiros e
sociais do país → burgueses reivindicavam que a bancada do Terceiro Estado tivesse o maior número
de membros (Terceiro Estado sempre perdia para a união dos Primeiro e Segundo) e queriam fazer
uma constituição que garantisse a igualdade → rei Luís XVI fecha a sala de sessões para impedir as
reuniões da Assembleia Nacional → representantes do Terceiro Estado se transferem para um salão
de jogos (Sala do Jogo da Péla) e juraram que permaneceriam juntos até que a França tivesse uma
Constituição → resistência de Luís XVI leva à organização pelo Terceiro Estado de uma milícia na
capital → proclamação da Assembleia Nacional como Constituinte, em 9 de julho de 1789, limitando
os poderes do rei → ameaça da nobreza de “possível massacre” de representantes do Terceiro Estado
→ Queda da Bastilha (tomada do Terceiro Estado dela) marca o início da revolução nas ruas → rei
reconhece a Assembleia e iniciam-se movimentos populares por todo o país → período do “Grande
Medo”.
Bastilha: prisão real que simbolizava os arbítrios da Coroa francesa e expressava as
circunstâncias do absolutismo francês e do temor que a população sofria.
4 de agosto: Assembleia abole todos os privilégios feudais → camponeses não mais submetidos a
obrigações tributárias.

21
26 de agosto: Assembleia aprova a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Obs.: parte da nobreza atemorizada resolveu emigrar para Holanda, Inglaterra e Áustria.
O que a Assembleia estabeleceu: extinção de privilégios, aprovação da declaração dos
direitos do homem e do cidadão, fim do absolutismo, instituição da sociedade liberal
burguesa (fundação do direito à cidadania na propriedade); Estado não deveria privilegiar
ninguém na conquista dos bens materiais, ao mesmo tempo que todos os proprietários
deveriam ter o direito de participação política assegurado; igualdade e liberdade no
momento do nascimento (mesmas condições de se tornarem proprietários); reforma
administrativa e judiciária: unificação administrativa e descentralização dos poderes +
agentes públicos não seriam mais nomeados pelo poder central, mas eleitos pela população
local, assim como os membros dos júris + justiça passaria a ser gratuita + tortura foi abolida;
subordinação da Igreja ao Estado: confisco dos bens do clero e a transformação dos
clérigos em funcionários do Estado, com a Constituição Civil do clero, devendo os religiosos
jurar fidelidade ao Estado e ser eleitos pelo povo, e não nomeados pelo papa + os bens da
Igreja foram dados como garantia para os bônus, tendo estes sido emitidos com o objetivo
de arrecadar fundos e superar a crise financeira, os famosos assignats + prisão de qualquer
membro da Igreja que se manifestasse politicamente; nova estrutura política: rei tinha seus
poderes limitados pela Constituição + poder legislativo passou a ser exercido pela
Assembleia Legislativa, a ser eleita pelo voto censitário, ou seja, apenas os proprietários
poderiam votar (cidadãos passivos não) - todas as mulheres estavam excluídas do
processo eleitoral; princípios liberais: defesa da liberdade de opinião e religiosa + igualdade
dos cidadãos perante a lei.
Queda da Monarquia: nobres passaram a sair da França e ir para monarquias absolutistas vizinhas,
pois lá continuariam com seus privilégios; o rei mantinha secretamente contato com os nobres
emigrados e com as monarquias absolutistas da Áustria e da Prússia, conspirando contra o governo
revolucionário e planejando restaurar o absolutismo → Luís XVI tentou fugir mas foi detido na
fronteira → perdoado pela Assembleia.
Jacobinos: porta-vozes dos sans-culottes parisienses; embora tivessem apoiado a
estrutura de Monarquia Constitucional no início, desde a tentativa de fuga do rei passaram a
defender a instauração de um regime republicano que permitisse a maior participação
política dos setores populares, ou seja, a extensão do direito à cidadania a todos aqueles
que não eram proprietários.
Girondinos: representantes de setores burgueses mais enriquecidos e defensores da
Monarquia Constitucional e do sufrágio censitário.
Fuga de Luís XVI: a Assembleia declarou guerra à Áustria e à Prússia, depois que se recusaram a
garantir um estado de não beligerância → junto a Maria Antonieta, o rei passa a fornecer aos inimigos
informações estratégicas sobre os exércitos franceses para espiões com a intenção de retornar ao
poder → plano denunciado pelo deputado jacobino Robespierre → alto militar prussiano ameaçou de
morte os membros da Assembleia, se a família real francesa fosse molestada → enraivecidos, o povo
e os sans-culottes invadiram, em 10 de agosto de 1792, o palácio das Tulherias, onde se
encontravam o rei e a família real, que foram presos.
Robespierre: principal liderança dos jacobinos; incorruptível; defensor do sufrágio
universal; partidário de um sistema educacional público; isolado entre os jacobinos por
mandar para a guilhotina centenas de antigos aliados.
Batalha de Valmy: iniciada pelos contrarrevolucionários, nela, os revolucionários conseguiram
afastar as tropas a favor do rei que estavam tentando invadir a França → resultado: proclamação da
República e ascensão da burguesia ao poder, sendo a nova república governada pela Convenção
Nacional.

22
República: proclamada sob pressão popular em 22 de setembro de 1792 pela Assembleia,
que passou a ser chamada de Convenção, a reunir os poderes executivo e legislativo
fundidos e a ser eleita por sufrágio universal masculino; Luís e Maria Antonieta foram
levados a julgamento por trair a nação; morte do rei deu muito poder à burguesia; países
vizinhos temiam a ação dos revolucionários; os trabalhadores urbanos continuavam a
reivindicar medidas para garantir sua sobrevivência, pois a escassez de alimentos e os
preços elevados continuavam, agravados pelas especulações feitas pelos comerciantes
girondinos a partir da situação de conflito externo; os sans-culottes exigiam reformas mais
profundas e um rígido controle do preço dos alimento; ameaça estrangeira aos girondinos
da Inglaterra
Comitê de Salvação Pública: formado pelos jacobinos com a finalidade de controlar os
preços e denunciar os abusos por parte de negociantes.
Tribunal Revolucionário: usado pelos jacobinos para punir os traidores da revolução.
Obs.: Rousseau defendia o direito de rebelião.
Convenção Jacobina: jacobinos tomaram o poder graças aos sans-culottes; jacobinos eram
republicanos e faziam políticas voltadas para o povo; proclamação de uma nova Declaração de
Direitos foi proclamada → além do sufrágio universal, foi assegurado o direito ao trabalho e à
instrução, com a defesa da educação pública e gratuita → essa Declaração é síntese do Iluminismo e
destinada apenas à burguesia; reforma agrária → distribuição de pequenas propriedades por toda a
França (terras nobres passaram a ser dos burgueses e não do povo); fim da escravidão nas colônias.
Lei do Máximo: adotada visando ao combate à inflação e à crise provocada pelos aumentos de preço
da alimentação, ela fixava o maior preço a ser corado pela mercadorias comercializadas → preços dos
produtos estavam altos, pois os servos foram para a revolução e pararam de trabalhar.
Governo jacobino (início em 1792): formação do Comitê de Salvação Pública,
proclamação de uma nova Declaração dos Direitos Humanos, renomeação da Assembleia.
suspensão das garantias individuais diante da grande oposição que os jacobinos passaram
a enfrentar.
Ação dos girondinos: contrários à centralização administrativa e política jacobina e ao
forte controle o Estado sobre a economia e apoiados por setores do campesinato, passaram
a articular meios para a retirada do poder das mãos de Robespierre e seu grupo.
Política do Terror: meio pelo qual a Convenção Jacobina passou a governar → qualquer pessoa
suspeita de oposição poderia ser presa e julgada por tribunais revolucionários → essa política auxiliou
na preservação do objeto revolucionário, foi uma forma de satisfazer desejos de vingança de setores
mais radicais e, sobretudo, foi uma demonstração do ideal revolucionário jacobino, que sonhava
estabelecer uma nova sociedade e, para tanto, deveria silenciar aqueles que se opunham a esse ideal.
Marat: líder radical jacobino defensor de ideias mais populares (de agrado aos sans-
culottes), morto na banheira devido à disputa entre girondinos e jacobinos.
27 de julho de 1794: ao iniciar-se mais uma reunião da Convenção, a burguesia do Partido
da Planície decretou a prisão de Robespierre, que criticava a radicalização das execuções
públicas do governo dos jacobinos.
Guilhotina: execuções públicas continuaram a servir para reforçar o poder político
instituído; “rápida, prática e exibicionista”.
Reação termidoriana (governo girondino): iniciada com o golpe contra Robespierre,
desfechado no dia 9 Termidor; os membros do novo governo eram quase todos ligados à
alta burguesia, banqueiros e grandes financistas em geral - a alta cúpula dos girondinos
voltava, portanto, ao poder; o governo termidoriano tratou de restabelecer pontos que lhe
interessavam, como a restauração da escravidão nas colônias e o fim da Lei do Máximo,
liberando os preços dos alimentos e de outros produtos; adotou medidas para eliminar a

23
presença de jacobinos no exército; uma nova Constituição foi adotada em 1795 e nela foi
restabelecido o princípio do sufrágio censitário; instituição de uma nova forma de governo, o
Diretório.
Terror Branco: setores conservadores revidavam perseguindo jacobinos.
Governo do Diretório (1795-1799): consolidação dos interesses da burguesia; tomou
medidas para ficar distante tanto dos movimentos restauradores monárquicos, que o
atacavam externamente, quanto dos remanescentes do movimento revolucionário; reprimiu
a Conspiração dos Iguais, movimento liderado por Graco Babeuf, que pregava a volta da
Constituição jacobina e da igualdade social, e a divisão de terras entre os camponeses, além de
reformas inspiradas em Rousseau, com os princípios que, mais tarde, seriam classificados como
socialistas → em maio de 1796, Babeuf e seus companheiros foram presos e executados na guilhotina.
Golpe do 18 Brumário: diante das ameaças e dos riscos externos e internos, a população
manifestava o desejo de que um governo capaz de ser reconhecido como legítimo pelos
diversos grupos sociais se estruturasse, garantindo as principais conquistas da Revolução.
As condições econômicas e sociais se agravavam com as derrotas do exército francês ante
os ingleses e austríacos, que haviam retomado a luta contra a França. Além disso, os
membros do Diretório passaram a enfrentar sérias denúncias de corrupção. Prestigiado no
Exército, popular entre massas parisienses por sua imagem de "justiceiro" e franco
combatente à corrupção, confiável para a maior parte dos setores burgueses por suas
ideias relativas à ordem social e à propriedade, Napoleão Bonaparte surgiu como
comandante ideal para um golpe político que levasse à organização de um governo novo e
estável, após anos de turbulências internas e externas. De 9 para 10 de novembro de 1799,
Napoleão, em acordo com dois membros do Diretório e com as lideranças mais
representativas do Conselho de Quinhentos, dissolveu o órgão do governo e instituiu o
Consulado. Com Napoleão no poder iniciou-se outra etapa muito importante da história
francesa: o período napoleônico.
Obs.: a ideia de esquerda se iniciou com a Revolução com os jacobinos.

Período napoleônico
Consulado Vitalício (1802): Senado propõe um plebiscito para tornar o consulado vitalício →
Napoleão vira cônsul.
Código Civil (reforma jurídica - 1804): garantia o direito à propriedade, a igualdade jurídica
entre os cidadãos homens, família como base da sociedade, consolidação de ideias
burguesas.
Reforma educacional: criação de Liceus, formação de oficinas e funcionários, satisfazia as
necessidades da burguesia, submetia os alunos a uma estrita disciplina militar
Progresso econômico: instituição do Franco germinal em 1803 (moeda), estímulo a
atividades econômicas com a nova moeda estável, grandes obras públicas,
desenvolvimento de manufatura têxteis.
Império napoleônico: Governo da República confiado a um imperador, ratificado por plebiscito;
em 1804, Papa Pio VII sagrou Napoleão I imperador dos franceses → sufocamento do espírito
revolucionário de 1789; centralização do poder; apoio popular; controle total de Napoleão, redução do
poder das assembléias deliberantes, suspensão de liberdades públicas, censura imposta à imprensa,
teatros e literatura impressa; monopólio da instrução (liceus e escola de direito e politécnicas);
conflitos e expansão territorial (inquietação dos soberanos europeus, Terceira Coligação (Rússia,
Inglaterra e Áustria), batalha de Trafalgar, batalha de Austerlitz, Quarta Coligação (Prússia, Inglaterra

24
e Rússia → Napoleão vence a Prússia e toma Berlim), acordo de Tilsit (russos submetidos ao império
francês); tratado de Presburgo: fim do Sacro Império Romano Germânico, e José e Luís Bonaparte se
tornam reis de Nápoles e Holanda; consolidação da Europa Napoleônica: territórios europeus
submetidos à França → controle direito de Napoleão ou parentes, acordos e tratados e a Inglaterra
irredutível, abolição de privilégios feudais, introdução do código civil de igualdade nas regiões
conquistadas.
Bonapartismo: ditadura com aparência democrática.
Catecismo Imperial (1806): subordinação do clero e da Igreja ao Estado.
Bloqueio Continental: Decreto De Berlim (1806): impedia a Europa de comerciar com o ingleses
→ intenção de provocar uma crise na inglaterra. Decreto de Milão (1807): navios que visitam a
Inglaterra seriam considerados inimigos → medida de difícil aplicação (contrabando); ameaça de
invasão de Napoleão para garantir o bloqueio → invasão da Península Ibérica em 1807 → fuga da
família real portuguesa para o Brasil e deposição dos reis espanhóis.
Declínio de Napoleão: economia das regiões copiadas prejudicadas pelo bloqueio → incapacidade
da França suprir demandas, bloqueio desrespeitado na Áustria e Prússia, Rússia rompe com a França e
exige a retirada das tropas francesas da Prússia; guerra de libertação da Espanha (1811):
guerrilha popular, expulsão das tropas francesas, Fernando VII restaurado como rei;
campanha da Rússia (1812): aliança com o imperador autríaco, ofensiva francesa
dificultada pela estratégia da terra arrasada; formação da Sexta Coligação: Inglaterra,
Áustria, Prússia e Rússia , tropas francesas vencidas na Batalha de Leipzig, revoltas na Itália,
Alemanha, Espanha e Holanda → Napoleão proclamado culpado pela guerra, em 1814 → invasão da
França → tropas napoleônicas derrotadas e Paris tomada → acordo de Fontainebleau (Napoleão
forçado a abdicar, imperador retirado para a ilha de Elba e restauração da monarquia
Bourbon na França).
Governo dos Cem Dias: insatisfação francesa com a monarquia restabelecida → fuga de
Napoleão da ilha de Elba → marcha sobre Paris e aclamação pela população e pelo exército →
retomada do poder na França, criação de um ato adicional que limitasse o poder.
Batalha de Waterloo: invasão de Napoleão à Bélgica → derrotado pelo Duque de Wellington →
deposto e exilado na ilha de Santa Helena.
Congresso de Viena (1815): participação de representantes das grandes potências
europeias, que haviam vencido a França de Napoleão em 1814; objetivos de estabelecer as
condições de paz na Europa, após da derrota de Napoleão, redefinir o mapa político
europeu, que havia sido modificado nas conquistas de Napoleão Bonaparte, restaurar ou
manter as monarquias absolutistas em grande parte das nações europeias, combater os
ideais políticos liberais e os movimentos democráticos que ganhavam força na Europa sob
a inspiração da Revolução Francesa e reprimir os movimentos emancipacionistas, que
ganhavam força nas colônias europeias na América, inspirados pelos ideais iluministas e
pela Revolução Francesa; Bourbons retomam poder na França, Espanha e Reino de
Nápoles; Roma devolvida ao Papa; família Bragança retorna a Portugal.
Santa Aliança: tratado de caráter conservador, internacional e militar entre Áustria (Império
Austríaco), Rússia (Império Russo) e Prússia (Reino da Prússia); inspirada em princípios
cristãos e absolutista; afastamento da Inglaterra; aliança usada em benefício dos interesses
austríacos.

Revolução industrial

25
Artesanato: não necessariamente feito à mão, é quando o artesão é ativo em todas as
fases da produção e é o proprietário.
Manufatura: continua oficina doméstica, mas começa a divisão do trabalho e o comerciante
entra no processo.
Maquinofatura: o capital domina o processo produtivo na fábrica; proletarização do
trabalho; o trabalhador passou a alimentar a máquina, controlar sua velocidade e zelar por
sua manutenção.
Inglaterra no século XVIII: capital acumulado, fruto da Revolução Comercial (séc XV ao XVIII);
cercamento de terras, desde o século XVI, libera mão de obra do campo → êxodo rural; nas cidades,
massa de desempregados: mão de obra barata para a fábrica; as revoluções do século XVII (Puritana e
Gloriosa) derrubam o absolutismo e o mercantilismo; parlamentarismo e liberalismo econômico;
ideologia calvinista; presença de ferro e de carvão.
Cercamentos: prática iniciada pela Dinastia Tudor; “Terra de ninguém é terra do Estado!” →
afirmação da soberania do Estado; é a expulsão das populações camponesas, (população vai para as
colônias americanas) e consequente mão de obra barata nas cidades; as terras são distribuídas a nobres
ingleses, que passam a ser produtores e viver do comércio (viram comerciantes) → produção de trigo
e lã → burguesificação da nobreza.
Primeira Revolução Industrial: energia a vapor, indústria têxtil, exclusivamente na
Inglaterra; uso do ferro e processos mecânicos; proprietário é também diretor da empresa;
predomínio da livre-concorrência; força de trabalho abundante, resultado do processo de
cercamento; exploração do trabalho infantil e do feminino.
Segunda Revolução Industrial: energia elétrica, petróleo…; máquinas de aço (processo
de Bessemer, 1856); maior produtividade; não é mais exclusivo da Inglaterra; revolução nos
transportes e nas comunicações; direção nas mãos de especialista; monopólios industriais.
Consequências revoluções: consolidação do modo de produção capitalista e da
sociedade de classes; alienação provocada pelo trabalho; utilização constante da máquina
e divisão técnica do trabalho; falência das antigas corporações e manufaturas acentuado
êxodo rural; questão social: extensa jornada de trabalho, desemprego, miséria, fome,
prostituição, favelização…; surgimento de ideologias contestadoras do sistema, como os
socialismos e o anarquismo; especialização do trabalho competição entre empresas e
nações; necessidade crescente de mercados produtores de insumos e consumidores de
industrializados; neocolonialismo e imperialismo; guerras entre nações industrializadas.
Burguesia: classe dominante, proprietária dos meios de produção de capital (fábricas,
lojas, terras, bancos ... ).
Proletariado: classe dominada, proprietária apenas de sua força de trabalho, vendida ao
sistema em troca de salário.
Desempregados: “exército de reserva” do sistema (provoca redução do preço da mão de
obra e desorganiza a luta do trabalhador).
Ludismo: destruição pelos trabalhadores das máquinas → elas estavam gerando desemprego.
Cartismo: carta do povo → mais de um milhão de assinaturas reivindicando o direito da cidadania
(1838); abolição do voto censitário para a Câmera dos Comuns; adoção do sufrágio universal
masculino; representação igual para todos os distritos eleitorais; remuneração para os deputados da
Câmara dos Comuns → é tornada possível a candidatura de trabalhadores às funções legislativas;
eleições anuais para o parlamento.
Crise cíclica do capitalismo:

26
Independência da América Espanhola
Contexto americano: América representava o poder econômico do império espanhol → sistema
baseado nas práticas mercantilistas; Nova Espanha (México) e Peru se transformam em “metrópoles”
dentro da América → práticas comerciais com as mais variadas regiões do mundo e desrespeito ao
pacto colonial (contrabando); administração colonial corrupta → cargos nas mãos da elite crioula
(filhos de espanhóis com nativos) → sociedade moldada a partir dos interesses da elite.
Situação espanhola: grave crise econômica devido ao envolvimento em conflitos religiosos;
queda demográfica; enfraquecimento do exército; sistema do comércio próximo do colapso →
aumento do contrabando e do domínio dos crioulos; aumento da dependência das colônias → inversão
de papéis ao longo dos séculos e inserção na lógica metalista.
Guerra dos 7 anos (1756-1763): perda de territórios espanhóis para os britânicos → necessidade
de reorganizar o império.
Reformas Bourbônicas: tentativa de retomar o controle espanhol sobre suas colônias → reformas
administrativas e econômicas do sistema colonial espanhol. José de Gálvez: elabora relatórios que
serão a base das reformas → objetivo: conseguir receitas para a coroa e reorganizar a máquina de
impostos e o comércio → criação de novos Vice-Reinos → melhoria do controle e da administração
política e do comércio. Vice-Reino da Prata (1776): deslocamento da economia da prata para o
Atlântico, mudança do eixo de Lima para Buenos Aires. Mudança nos altos cargos da colônias:
substituição dos antigos corruptos ligados aos Habsburgos (família nobre europeia) por intendentes
espanhóis → aumento do controle fiscal e administrativo.
Restauração do comércio imperial: proibição de produção na colônia de trigo, vinho e azeite,
por serem semelhantes aos produzidos na coroa, e fim da autonomia gozada na época dos
Habsburgos; medidas liberais para impulsionar a economia: estímulo ao trabalho assalariado, fim da
política de Porto Único e “comércio livre sob a proteção do Estado”; Espanha é incapaz de suprir as
colônias → crescimentos colonial restrito devido ao pacto → aumento do custo de vida na sociedade:
aumento no imposto sobre vendas e crioulos sustentavam as guerras na Europa → revoltas.
Política de Porto Único: dotada para evitar o contrabando comercial; concentração de portos
apenas em Veracruz, México, Porto Belo, Panamá e Cartagena → maior controle do fluxo de pessoas
e de navios que chegavam e saíam das Américas sob controle espanhol.
Governo de Napoleão: relação tensa entre Coroa e colônias → colônia já estava sustentada no
regime liberal e surgiu o sentimento de independência → Napoleão destrona o rei da Espanha e
coloca José Bonaparte no poder (para ver se resolve a situação) → crise constitucional na América
sobre quem tem de fato o poder legítimo.
Constituição Liberal espanhola (1812): formada com a participação de crioulos e
chapetones, garantia voz aos crioulos e mantinha estrutura favorável.
Tensão entre crioulos e chapetones: luta pela autonomia política e econômica;
chapetones controlavam os altos cargos, impedindo os crioulos de chegar ao poder.
1814: o rei destronado volta ao poder, abole a constituição, retoma o absolutismo e o pacto colonial,
coloca a elite crioula para comandar o processo emancipacionista e procura a legitimidade dos
Habsburgos → rebeliões populares.

27
Caudilhismo: guerras civis entre unitários e federalistas durante o processo de formação
dos Estados nacionais latino-americanos.
Simón Bolívar: republicano, defende as nações livres, sem o comando das metrópoles da
época, independentes, tanto na política como na economia, e a união dos povos, tanto com
objetivo de formar blocos, sejam políticos ou econômicos, como para discutir problemas de
ordem mundial.
Carta da Jamaica (1815): formação da confederação Hispano-Americana com o objetivo de
conservar a língua e a religião coloniais.
Congresso do Panamá (1826): preocupação local com a recolonização espanhola → busca de
unidade entre as repúblicas americanas.
José de San Martín: libertador da Argentina, Chile e Peru, apoiava a ideia de uma monarquia
constitucional com um príncipe legítimo no poder → suas ideias perdem forças devido à manutenção
da monarquia.
Guerras da independência: Sul: exército dos Andes comando por San Martín → independências
de Chile e Argentina. Norte: exército Republicano comandado por Bolívar → independências da
Venezuela, Bolívia, Equador, Peru e Colômbia + projeto "Grã-Colômbia", liberado por um
“presidente vitalício", logo acusado de “monarquista disfarçado”. A incorporação de escravos nos
exércitos evitava revoltas (havia medo do Haitianismo), pois lhes era garantida a alforria.
Motim de Códis (1820): a substituição do exército contra Fernando VII obriga-o a
renunciar; desejo de volta da constituição de 1812; após o domínio napoleônico a
monarquia espanhola não conseguiu recuperar a legitimidade; liberais tentam negociar o fim
das guerras nas colônias; derrubada a monarquia e o pacto colonial, a elite não precisava
apoiar o regime liberal.
Encontro de Bolívar com Martín (1822): em Guayaquil no Equador, Bolívar sai vitorioso, San
Martín parte para o exílio na Europa → Bolívar vira símbolo das independências.
Independência do México: poucos focos de resistência até o Motim de Códis; Plano de
Iguala.
Objetivos do Plano de Iguala: definir o catolicismo como religião nacional do México,
proclamar a independência do México e garantir a igualdade social para todos os grupos
étnicos e sociais do novo país; pilares da nova ordem: independência, religião e união; esse
plano contemplava a todos, pois garantia a autonomia crioula e a autoridade da Igreja.
Independência do Haiti: colonização francesa: território representava a maior fatia do
comércio colonial francês e era dominada por uma minoria branca; a Revolução Francesa
encorajou os negros a buscaram política; a independência alargou os ideais iluiministas.
Obs.: todos os países viraram república logo após a independência, com exceção do
México e do Brasil, que viraram impérios.

Europa no século XIX


Primeira onda revolucionária (1820): pós-Congresso de Viena → reivindicação de que os
governos aceitassem Constituições que estabelecem direitos e deveres para governantes e cidadãos,
limitando os poderes dos governos absolutistas.
Espanha: tropas militares pressionavam para que o rei obedecesse à Constituição de 1812 → o
rei saiu vencedor e o absolutismo foi restaurado.
Grécia: gregos se rebelaram contra o domínio do Império Otomano → com a ajuda de vários povos
e nações, em 1822, foi proclamada sua independência. Porém, por intervenção dos países europeus,
estabeleceu-se uma nova monarquia na Grécia.
Nacionalismo: força poderosa contra o domínio de governos absolutistas em 1830 e 1848.
Governo de Luís XVIII (França): três grupos políticos em disputa: ultrarrealistas (defendiam
a restauração nos moldes do Antigo Regime), constitucionalistas (defendiam a adoção da
Carta de 1814, que, embora afirmasse que o poder do rei era divino, reconhecia limites ao

28
poder real, com a presença de um poder legislativo eleito por voto censitário) e
pendentes/liberais (bonapartistas e burgueses que defendiam seu espaço político).
Governo de Carlos X (França): o ultrarrealista assumiu com a morte de Luís XVIII; Carlos X
defendeu a Igreja, elogiou a antiga ordem pré-revolucionária, censurou a imprensa e mandou
indenizar a nobreza pela perda de seus bens → desagrado a grandes grupos → vitória dos liberais nas
eleições de 1830.
"Três Dias Gloriosos" (França): Carlos X dissolveu o Parlamento com a vitória dos liberais
por meio das "Ordenações de Julho", dando início a uma nova revolução e, assim,
abdicando ao trono. Desse modo, a burguesia, com medo de um novo movimento que
instaurasse uma república, ofereceu o trono a Luís Felipe.
Governo de Luís Felipe (França): associação ao liberalismo econômico com
conservadorismo político, adoção da bandeira tricolor (símbolo da Revolução), ensino como
forma de favorecer o desenvolvimento econômico, valorização do Parlamento, continuação
do voto por renda, censura da imprensa.
Oposição ao regime de Luís Felipe (França): legitimistas (nobres, desejosos de restaurar
o poder de Carlos X), bonapartistas (membros da pequena burguesia liderados por Luís
Bonaparte), republicanos (defendiam o direito universal ao voto e negavam o direito
hereditário dos monarcas) e socialistas (pretendiam organizar o proletariado).
Campanha dos Banquetes (França): reuniões camufladas (eram proibidas) para a divulgação de
propostas e criticar a situação do país (agravamento da situação econômica → preços elevados e
desemprego).
Primavera dos Povos: série de movimentos revolucionários de cunho liberal que
ocorreram por toda a Europa durante o ano de 1848.
Segunda República (França): Luís Felipe abdicou → governo provisório assumiu o poder →
medidas: sufrágio universal masculino, liberdade de imprensa e reunião, abolição da pena de morte e
escravidão nas colônias e criação dos ateliers nationaux para resolver o desemprego →
reivindicações: socialistas queriam a instauração de uma República Social.
Eleições de 1848 (França): vitória dos republicanos moderados com apoio da burguesia e de
pequenos proprietários rurais → fechamento das oficinas nacionais (pensavam ser uma concessão ao
socialismo e desperdício de verbas públicas).
Jornadas de Junho (França): o proletariado falhou ao tentar se rebelar e resistir aos
grupos opositores.
Segundo Império (França): Luís Bonaparte vence as eleições de 1848 e, sem direito à
reeleição em 1851, dá o golpe de 18 de Brumário com o apoio do exército e de seus
eleitores.
Nacionalismo: mescla de aspectos históricos, geográficos e econômicos que confere certa
identidade e representatividade a um grupo; associar a soberania com a nação designa que cada nação
deve organizar sua vida política em um Estado → a associação entre nação e Estado torna mais fácil
obter a adesão e participação da população integrada, além do desaparecimento das diferenças entre
os grupos sociais; outra forma de exaltação à nação é a resistência contra invasores.
Itália do século XIX: dividida em várias regiões autônomas.
Três processos de unificação da Itália: burguesia industrial (Sardenha e Piemonte), papa
(Estado religioso) e camponeses (Garibaldi).
Movimentos de 1848 (Itália): nacionalistas iniciaram um movimento contra os domínios
externos e para unificar as diversas regiões em um Estado liberal → contidos pelos
contrarrevolucionários.
Giuseppe Mazzini (Itália): fundou a Jovem Itália e tornou-se principal nome do
Risorgimento (movimento liberal e patriótico pela unificação); contrário à ação estrangeira;

29
sentimento nacionalista entre os italianos; defendia que o movimento revolucionário deveria
partir de um sentimento de irmandade entre povos livres e assumir caráter popular.
Camilo Benso de Cavour (Itália): primeiro-ministro piemontês que não defendia a criação
de uma república; contrário à ação estrangeira; responsável pela liderança diplomática;
defendia a unificação mas sob uma Monarquia constitucional.
Giuseppe Garibaldi (Itália): defendia a formação de uma república; contrário à ação
estrangeira.
Vitórias italianas: vitória piemontesa contra os austríacos (Cavour) e conquista da Sicília e de
Nápoles (Garibaldi) → as vitórias de Garibaldi assustavam Cavour, que ameaçou conter Garibaldi.
Assim, com medo da inviabilização do projeto de unificação, transferiu as áreas libertadas para
Cavour; anexação de Veneza e incorporação de Roma, que virou a capital do novo Estado
independente unificado.
Questão Romana: com a incorporação de Roma à Itália, o papa declarou-se "prisioneiro no
Vaticano" e não reconhecia o novo Estado → questão resolvida quando o papa Pio IX e Mussolini
assinaram o Tratado de Latrão, reconhecendo o Vaticano como independente.
Confederação Germânica: criada depois do Congresso de Viena, em 1815; abrigava 39
Estados independentes.
União Aduaneira (Zollverein): unidade econômica obtida em 1834 e liderada pela Prússia; ela
abolia tarifas e barreiras internas, padronizava taxas, estimulava o comércio e integrava áreas → a
Áustria era um obstáculo para a ampliação da unidade.
Otto von Bismarck: chanceler da Prússia que levou a região a três conflitos importantes
que favoreceram a união da Alemanha (Guerra dos Ducados (1864), Guerra Austro-Prussiana
(1866) e Guerra Franco-Prussiana (1870-1871)); para ele, a unificação só seria possível sem a
presença dos austríacos → precisa de um pretexto para expulsá-los da Confederação Germânica →
Prússia faz guerra contra a Dinamarca pela disputa de territórios → Áustria e Prússia não chegam a
um acordo sobre a partilha dos territórios conquistados → guerra → vitória da Prússia.
Apoio dos alemães do Sul para a unificação: Guerra Franco-Prussiana de 1870 → Napoleão
tinha medo da criação de um Estado alemão muito forte → trono espanhol foi assumido por um
prussiano → França acaba cercada pela família do governante da Prússia → troca de insultos entre o
representante da França e o rei da Prússia → sentimento nacionalista uniu os germânicos do norte e do
sul na luta contra os franceses → vitória prussiana celebrada no Palácio de Versalhes → surgimento
da Alemanha unificada e coroação de Guilherme I como imperador alemão em 1871 → França ainda
perdeu os territórios da Alsácia e Lorena → governo de Napoleão III ruíu → Comuna de Paris.
Comuna de Paris: derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana → população não aceitava derrota
→ republicanos queriam dar continuidade à guerra, conservadores queriam celebrar a paz e restaurar
um regime monárquico e socialistas queriam instalar uma república socialista → nova Assembleia
Nacional em 1871 → Adolfo Thiers negociou o armistício → população revoltou-se pela humilhação
provocada pelo Tratado → assalto aos céus → Comuna de Paris em 1871 (governo exercido por
socialistas e participação de anarquistas) → repressão aos integrantes da Comuna dois meses depois
→ governo central, liderado por Thiers em Versalhes, atacou Paris → Comuna foi massacrada e a
ordem conservadora restabelecida → Thiers e Mac-Mahon (monarquistas) assumem a presidência.
Assalto aos céus: insurreição da Comuna de Paris que durou apenas dois meses.
Obs.: os responsáveis pelas unificações da Itália e Alemanha foram os burgueses.
Liberalismo: Locke e Adam Smith; defesa da concorrência econômica e da livre-iniciativa,
proteção dos direitos individuais, liberdade de expressão, de opinião e de associação,
proteção da propriedade privada, não intervenção do Estado na economia.
Socialismo científico: Marx e Engels; defesa da constituição de uma sociedade igualitária;
igualdade social a partir da revolução do proletariado.

30
Karl Marx (socialista utópico): a igualdade só poderia ser alcançada quando o proletariado
superar a burguesia, detentora dos meios de produção; a igualdade e o comunismo são o
ponto máximo da evolução histórica; o conflito entre as classes é a regra entre os homens,
pois são as condições materiais da existência que o determinam; foi Marx quem escreveu o
"Manifesto do Partido Comunista".
Socialismo utópico: movimento idealista comprometido com a ordem burguesa, na medida em
que sonhava uma transição gradual e pacífica para uma ordem socialista → igualdade social a partir
da colaboração da burguesia.
Robert Owen (socialista utópico): criação de uma comunidade na Escócia e nos EUA.
Louis Blanc (socialista utópico): apropriação pelo Estado de todo o sistema produtivo.
Charles Fourier (socialista utópico): criação dos falanstérios.
Saint-Simon (socialista utópico): revogação da propriedade privada e do direito à herança;
a sociedade deveria transformar-se em uma grande indústria.
Proudhon (socialista utópico): cada pessoa deve comandar seu meio de produção;
eliminação do poder coercitivo do Estado.
Mulheres: sua submissão aos padrões patriarcais era questionada → direito de voto.
Anarquismo: críticas à propriedade privada e ao Estado.
Positivismo (Augusto Comte): somente o conhecimento científico poderia produzir um
conhecimento livre de abstrações → observação empírica, ordenação de informações, estabelecimento
de leis universais; críticas à revolução.
Darwinismo (Charles Darwin): o individualismo e a competição asseguram a sobrevivência dos
mais fortes → seleção natural das espécies mais aptas → racismo, imperialismo europeu,
superioridade branca.
Burguesia: individualismo, empreendedorismo, apego à modernização, valorização da
família, observância das barreiras sociais, culto ao trabalho.

Estados Unidos no século XIX


"Self-government": autogoverno → autonomia política.
Comércio triangular: autonomia econômica.
Guerra dos Sete Anos (França X Inglaterra): Inglaterra venceu, mas estava economicamente
enfraquecida, então formulou novas leis e aumentou os impostos e restrições dos EUA →
independência → Espanha e França como aliados dos EUA.
Conquista do Oeste ("Far West"): após a independência → conquista de novas áreas em busca
de ouro, da posse de terras férteis e baratas (favorecimento do assentamento) e de oportunidades não
encontradas nas áreas tradicionais da costa leste; a conquista se dava ou por meio de acordos (França
e Espanha) ou por guerras (México e Inglaterra).
Indígenas: vítimas da expansão (impedimento ao progresso) → dizimados (porém os norte-
americanos evitavam passar por suas terras, dando a volta).
Indian Removal Act (Lei de Remoção dos Indígenas): moveu os indígenas que moravam ao leste
do rio Mississipi para o oeste → Trail of Tears (Trilha das Lágrimas).
Grandes corporações: fundamentais para a expansão. Ex.: companhias das estradas de
ferro e empresas agropecuárias.
Homestead Act: impulsionou a Marcha para o Oeste ao promover uma distribuição de
terras para quem tivesse a perspectiva de estabelecer-se como colono e pequeno
fazendeiro nas terras do Oeste dos Estados Unidos.

31
Destino Manifesto: norte-americanos haviam sido escolhidos por Deus para conquistar as áreas
mais distantes entre o Leste e o Oeste, ou seja, do Atlântico ao Pacífico → argumento fundamentado
na religiosidade e na recuperação da ideia de predestinação que havia guiado os "pais fundadores"
durante a fundação das colônias.
Europeus: queriam sair da Europa para evitar revoluções, guerras e conflitos → crise na Europa →
todos vão para os EUA.
Norte: pequenas propriedades, policultura, mercado interno; desejava abolir a escravidão e
queria uma política protecionista com a elevação de taxas alfandegárias, inviabilizando a
entrada de produtos externos e, dessa forma, forçando o Sul a adquirir seus produtos.
Sul: latifundiário (tabaco e algodão), fornecedor de matéria-prima, mercado externo → plantation;
defensor da escravidão.
Conquista de novas áreas: discussão de qual modelo - o do Norte ou do Sul - deveria ser
seguido pelas novas regiões incorporadas.
Compromisso do Missouri: territórios ao Norte adotariam o modelo do trabalho livre e os ao
Sul teriam trabalho escravo → equilíbrio quebrado pela Califórnia (sul → trabalho livre).
Compromisso Clay (ou de 1850): objetivo de resolver uma série de tensões surgidas com a
colonização da Califórnia → liberdade de escolha para os novos estados.
Estados Confederados da América: Abraham Lincoln foi eleito presidente → defendia o Norte
→ Sul não reconheceu a eleição → separou-se do Norte → formou os "ECdA".
Guerra de Secessão/Civil (1861: Norte X Sul): vitória do Norte devido às suas condições
econômicas e a utilização de meios modernos → modelo industrial ganha força. Consequências da
guerra: leis racistas, Gilded Age, protecionismo e estímulo às indústrias (visão nortista), capitalismo
monopolista.
Surto do algodão no Brasil: os EUA pararam de vender para a Inglaterra, que passou a
comprar do Brasil.
1865: proibe-se a escravidão com uma emenda à Constituição, porém o racismo não acaba → criação
de organizações racistas (ex.: Ku Klux Klan).
Black face: negro não gosta de estudar e de trabalhar e não se esforça para fazer nada.
Jim Crow Laws: leis racistas → "separados mas iguais" → leis estaduais e locais que impunham a
segregação racial no sul dos Estados Unidos.
Gilded Age: período de crescimento e prosperidade econômica.
Doutrina Monroe/de 1832: "a América para os americanos" → utilizada pelos EUA para se opor
às propostas intervencionistas da Santa Aliança, que pretendia combater as independências dos países
hispano-americanos e recolonizá-los → em contrapartida, os EUA não se envolveriam nas
questões internas da Europa.
Corolário Roosevelt à Doutrina Truman: a diplomacia de Roosevelt ampliava os
princípios da Doutrina de 1832 (de Monroe) e defendia que os EUA, se necessário,
assumiriam o poder de polícia internacional no continente, fazendo intervenções nas
políticas internas dos países.
Big Stick: política externa dos EUA que defendia o uso da força para prevalecer sobre os
interesses internos.
Latino-americanos: a ação dos EUA, em nome da defesa de países frágeis, tornava-se uma
justificativa para interferir nos países latino-americanos → imperialismo: Porto Rico, Havaí, Cuba,
Filipinas…
Imperialismo: Doutrina Monroe + Big Stick + Canal do Panamá.

Imperialismo

32
Contexto histórico: unificações da Itália e da Alemanha, Segunda Revolução Industrial e
conflitos de classe.
Segunda Revolução Industrial (1860): rápida mudança na economia, uso de novas matérias-
primas e fontes de energia, concentração de capital em grandes empresas com características
monopolistas, aceleração da produção de bens, estímulo ao consumo, ampliação do escoamento de
bens e mercadorias e do mercado consumidor, desemprego devido à modernização das máquinas,
população passou a viver mais → excedente populacional → busca de saídas para consolidação do
crescimento: incremento do comércio internacional e estímulo a processos migratórios.
"Equilíbrio Europeu": a partilha da Europa pós Congresso de Viena (1815) precisava ser
remodelada - o nacionalismo impulsionava as nações a expandir seus domínios para
aumentar seu poder.
"Missão civilizadora" (de cunho científico ou missionário): consequência do nacionalismo
excessivo; as nações tinham a missão de difundir suas tradições e valores pelo mundo, uma vez que
têm "cultura e povos superiores" e deveriam "civilizar" e cristianizar os povos "atrasados" →
eurocentrismo; esse pensamento surgiu das rivalidades entre as nações europeias e a competição entre
elas pelo domínio de outras áreas → avanço sobre a África e Ásia.
Neocolonialismo: territórios asiáticos e africanos foram tomados sem nenhuma consulta a
seus povos e foi imposto o domínio político e econômico europeu, desintegrando suas
relações políticas, econômicas e sociais tradicionais. As colônias forneciam matérias-
primas, eram mercados consumidores dos colonizadores, serviam como local para abrigar o
excedente populacional europeu, eram um ponto estratégico (Canal de Suez era uma
conexão rápida entre o mar Vermelho e o Mediterrâneo) e nelas foram estabelecidos
entrepostos comerciais.
Imperialismo: completou a construção da rede global de relações econômicas, estratégicas
e políticas, que foram dominadas pelos principais Estados da Europa.
"The White Man's Burden": poema que fala da superioridade branca e o fardo do homem
branco de civilizar os outros povos.
Conferência de Berlim: auge do imperialismo, foi quando se deu a partilha da África. Essa
conferência foi convocada em 1876, depois que o rei da Bélgica se apossou de um território africano -
e as demais nações europeias tinham o mesmo interesse. A partilha foi feita de maneira arbitrária, sem
se considerar as características étnicas e culturais de cada povo, desorganizando as sociedades lá
existentes, o que contribuiu para vários conflitos → os europeus se aproveitavam dessas
rivalidades internas para dominar o local mais facilmente.
Guerra dos Bôeres (1899-1902): os bôeres/africâners se instalaram na atual África do Sul
interessados em explorar a rota comercial marítima para a Índia. Porém, com a descoberta de ouro e
diamantes, os ingleses entraram em guerra com os bôeres, ganhando domínio da região → formação
da União Sul-Africana
Apartheid: os brancos na União Sul-Africana, ingleses e africânes eram a minoria e, para
evitar que os negros ameaçassem seus domínios, implantaram leis segregacionistas e,
posteriormente, instalaram a política do apartheid, que impedia o acesso dos negros à
propriedade de terra, à participação política e às profissões mais bem remuneradas, assim
como os isolava em áreas separadas.
Companhia Inglesa das Índias Orientais: grande influência no subcontinente indiano,
investia e obtinha grandes lucros na região, assim como controlava os negócios e fazia
daquela área um mercado consumidor obrigatório dos produtos industriais ingleses.
Revolta dos Cipaios/Grande Rebelião: cipaios que serviam à CIIO rebelaram-se em
função do descontentamento indiano com a chegadas das estradas de ferro, das grandes

33
faixas de produção voltadas para a exportação e a elevação do preço das terras e a perda
de terras. O estopim da revolta foi a notícia de que o novo rifle usado pelo exército era
lubrificado com banha animal (para os hindus era sagrado e para os muçulmanos impuro).
Consequências: ingleses massacrados e, em 1858, por um ato do Parlamento inglês, as
atividades da CIIO foram suspensas e seus domínios e ações passaram para a Coroa.
Partido do Congresso Nacional da Índia/Liga Muçulmana: movimentos iniciados por
intelectuais contra a dominação inglesa e pela autodeterminação política indiana.
Dinastia do xogunato Togunawa (XVII): implantou uma política isolacionista no Japão
rural; descavam-se os grandes senhores latifundiários e o florescimento do comércio e das cidades
japonesas → o isolamento foi rompido devido a problemas internos, no século XIX. O comércio dos
EUA com a China forçava-os a buscar bases de apoio para seus navios no Pacífico → japoneses se
recusavam → EUA pressionou e Japão cedeu → abertura do país → dinastia Togunawa enfrentou
problemas em virtude de sua aproximação com o Ocidente → Togunawa renuncia e samurais
assumem o poder → imperador Matsuhito restaura o poder imperial e a centralização política e
implanta reformas profundas → Era Meiji.
Era Meiji: período conhecido pelas mudanças econômicas (industrialização (investimento
em indústria e infraestrutura)), sociais (fim do poder dos grandes proprietários e do
feudalismo, investimentos em educação, alistamento obrigatório às forças armadas) e
políticas (sistemas de governo e Constituição nos moldes europeus - embora o poder
supremo estivesse com o imperador).
Zaibatsus: grandes conglomerados industriais e financeiros de origem familiar que
causaram a construção de ferrovias e portos e a mão de obra qualificada.
Imperialismo japonês: Japão visava apoderar-se do Extremo Oriente → necessitava de matérias-
primas, fontes de energia e de mercado consumidor, além de uma alternativa para seu excedente
populacional → avanço pela Coreia e China.
Guerra sino-japonesa: guerra entre China e Japão pela Manchúria → China perde.
Guerra russo-japonesa: russos queriam a Manchúria e declararam guerra ao Japão → Rússia
perde → tratado de Porthmouth: reconhecimento russo da anexação japonesa e obtenção da
Coreia pelo Japão como sua área de influência.
Dinastia Manchu (1800): governava a China; estava enfraquecida em virtude de revoltas
camponesas e disputas políticas internas. A China era um mercado promissor e, por seu
subsolo rico em recursos minerais, tornou-se alvo do Ocidente.
Guerra do Ópio: a CIIO comprava chá e seda dos chineses e lhe vendia ópio que era produzido na
Índia. Porém, com a intensificação do tráfico ilegal e do aumeno do consumo interno, o governo
chinês proibiu o ópio → ingleses insatisfeitos por perder seu mercado → guerra → chineses obrigados
a aceitar o Tratado de Nanquim.
Tratado de Nanquim: China abriu cinco de seus portos aos estrangeiros, o porto de Hong
Kong foi apossado pelos ingleses e os chineses pagaram uma indenização.
Revolta dos Taipings: revolta feita por nacionalistas chineses em reação aos governantes
manchus que abriram a China ao imperialismo.
Guerra dos Boxers: a Sociedade nacionalista chinesa dos Boxers se revoltou em virtude
da derrota chinesa na guerra contra o Japão e a presença do imperialismo na China.

Primeira Guerra Mundial (Grande Guerra)


Paris Belle Époque/“Paz armada”: período entre guerras (Franco-Prussiana e Grande
Guerra), supostamente ilusório de paz, uma vez que as grandes potências estavam se
armando, graças à indústria bélica; estado de otimismo, crença no progresso e de novas

34
invenções (avião, cinema, automóvel, telefone, bicicleta...), impressionismo, grandes
exposições universais (como óperas).
Naufrágio do Titanic: marcou o fim da Belle Époque → “naufrágio da razão”.
Corrida imperialista do século XIX: potências europeias, por causa de seu desenvolvimento
industrial, procuravam mercados consumidores e fornecedores de matéria-prima → disputa por
territórios → partilha da África e expansão para a Ásia → disputas internas → nacionalismo e
imperialismo → corrida armamentista.
Inglaterra: domínio do comércio marítimo, busca do equilíbrio europeu com o objetivo de
impedir que qualquer nação ameace sua supremacia.
Alemanha: forte desenvolvimento econômico e industrial → busca por mercados consumidores +
expansão → ameaça à Inglaterra; presença de forte nacionalismo na formação e consolidação do
Estado alemão.
França: queria demonstrar sua importância no cenário internacional após a derrota na
Guerra Franco-Prussiana em 1870 e, por isso, estabeleceu alianças com antigos rivais,
como a Inglaterra, para evitar ameaças alemãs; nacionalismo era confundido com um
antigermanismo (união da nação contra a Alemanha).
Império Austro-Húngaro: composto por um grande número de nacionalidades que reivindicavam
autonomia → aumento do controle sobre as minorias.
Rússia: interesses expansionistas → desejo de domínio naval e obtenção de uma saída para o
Mediterrâneo → controle dos estreitos de Bósforo e Dardanelos (propriedades do Império Turco-
Otomano) → pan-eslavismo (doutrina que agregaria todos os povos eslavos da Europa orienta e dos
balcãs sob a tutela russa).
Império Turco-Otomano: estava em crise, seu espólio era disputado por diversos grupos por ser
uma região estratégica e havia disputas internas → em 1923, após o término da Primeira Guerra, o
Império se desintegrou e levou ao surgimento da Turquia.
Tríplice Aliança/Impérios Centrais: Alemanha, Império Austro-Húngaro, Turquia (Império
Turco-Otomano) e Bulgária → Itália começou nesse lado mas logo mudou.
Tríplice Entente: Inglaterra, França e Rússia + Sérvia, Bélgica, Japão, Itália, Romênia,
EUA, Brasil...
Crise do Marrocos: em 1880, na Convenção de Madri, foi garantida a independência de Marrocos
e a não exploração da região por nenhuma força europeia → França faz acordo com Inglaterra no qual
ambas isolaram a Alemanha e dominaram estrategicamente a África → Alemanha vai ao Marrocos e
assegura que sua independência seria defendida por ela → logo foi negociada a autonomia da região,
mas com privilégios à França e à Inglaterra → manifestações marroquinas contra a presença
estrangeira → Alemanha envia embarcações ao Marrocos → Inglaterra reage por achar que seu
domínio naval estava ameaçado → novas negociações levam a França a ceder parte de suas posses
africanas à Alemanha, e esta passa a não questionar a presença francesa no Marrocos.
Conflitos nos Bálcãs: Império Austro-Húngaro e Rússia disputavam a liderança na região dos
Bálcãs → Rússia defende a independência da região e Áustria-Hungria desejavam anexá-la → Rússia
permite a anexação da Bósnia-Herzegóvina à Áustria e esta apoia a saída dos russos para o
Mediterrâneo através dos estreitos de Bósforo e Dardanelos → Sérvia sente-se prejudicada com a
decisão e ameaça invadir a Bósnia para libertar os eslavos do domínio austro-húngaro → Áustria diz
que se sente ameaçada pela Sérvia e defende seu fim → Primeira Guerra Balcânica: Sérvia, Bulgária e
Grécia vencem a Turquia e ocupam as regiões europeias dos turco-otomanos → para impedir a
expansão da Sérvia, a Áustria impede que tenha saída para o mar e faz surgir a Albânia → Segunda
Guerra Balcânica: Romênia, Sérvia e Grécia se posicionam contra a Bulgária, que queria ampliar sua
presença na região → Bulgária derrotada. Obs.: Sérvia é aliada da Rússia e Áustria-Hungria da
Alemanha.
Estopim: herdeiro austro-húngaro é assassinado por sérvios em junho de 1914 e a Sérvia não aceitou
a participação de austríacos no inquérito → Império Austro-Húngaro declara guerra à Sérvia →
Alemanha, aliada dos austro-húngaros, declara guerra à Rússia, aliada dos sérvios, e à França →
Plano Schlieffen é posto em prática + alemães invadem a Bélgica, levando a Inglaterra a declarar
guerra à Alemanha.
Razões para a guerra: revanchismo francês em relação à Guerra Franco-Prussiana,
Questão Marroquina, disputa econômica (Inglaterra X Alemanha) e Questão Balcânica.

35
Plano Schlieffen: oferecia uma alternativa para que os alemães vencessem uma guerra na
Europa.
Guerra de movimento: primeira fase da guerra, entre agosto e novembro de 1914,
caracterizada pelo deslocamento de tropas pelos territórios europeus.
Guerra de posição: guerra de trincheiras a partir do final de 1914.
Batalha do Marne (07/1914): alemães foram derrotados pelos franceses e ingleses.
Genocídio armênio (1915): extermínio sistemático pelo governo otomano de seus súditos
armênios, minoritários dentro de sua pátria histórica, pois eles não queriam lutar ao lado da
Alemanha e do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial, mas, sim, ao lado da Rússia.
Tratado de Brest-Litovsk: acordo russo com a Alemanha que tirou a Rússia da guerra com
grandes perdas territoriais → Rússia estava passando por uma crise gerada pela guerra e pela derrota
pela Alemanha → Lênin assume o poder e tira o país da guerra.
Estados Unidos: entraram na guerra em 1917 devido ao ataque de submarinos alemães
contra seus navios comerciais.
Telegrama Zimmermann: tentativa da Tríplice Aliança de ganhar apoio do México.
07/1918: Alemanha foi perdendo seus aliados, que saíam da guerra + resistência francesa e inglesa e
desembarque de tropas norte-americanas → greves e manifestações na Alemanha → imperador
alemão abdica e é instaurada uma República → novo governo decide pelo fim da guerra, em
novembro de 1918.
Consequências sociais: civis submetidos a domínios estrangeiros, adoção de lei marcial,
confisco de bens, fome, ameaças, mulheres ocupam o lugar de homens na indústria bélica,
uso de propaganda de guerra para enaltecer conquistas e envergonhar derrotados.
Woodrow Wilson: presidente dos EUA, um dos principais negociadores do final do conflito →
sugestão de 14 pontos que estabelecem uma “paz sem vencedores”, o fim da diplomacia secreta e a
criação de uma Liga das Nações que assegurasse a liberdade de todos os povos e o seu direito à
autodeterminação → (ninguém gostou).
Tratado de Versalhes: França, principal vitoriosa da guerra, definiu as linhas gerais desse acordo
de paz → “paz dos vencedores”, “cordão sanitário”, “corredor polonês”, punições à Alemanha e
responsabilização pela guerra → pagamento de indenizações, devolução de territórios (como a
Alsácia-Lorena para a França), tomada por outros países de propriedades alemãs, diminuição do
exército alemão, perda de colônias → tal tratado foi uma tentativa inglesa e francesa de arruinar a
Alemanha.
“Cordão sanitário”: criação de novos países para isolar a Rússia das grandes potências
europeias → tentativas de evitar a propagação de uma ideologia comunista considerada
indesejável ou perigosa.
“Corredor polonês”: Alemanha teve de entregar à Polônia uma fatia sua, a Pomerélia,
que, separando duas províncias germânicas, foi apelidada de Corredor Polonês.
Mundo pós-guerra: Estados autoritários foram substituídos por governos democráticos, as
diferenças entre os países voltaram, permanência de forte nacionalismo, grave crise
econômica, desemprego (devido à volta de soldados para o mercado de trabalho e poucas
vagas), criação de movimentos de trabalhadores que reivindicavam direitos e criação de
empregos, ideologia socialista ganha adeptos entre os trabalhadores, ideais liberais são
contestados com a ascensão do facismo, saída dos EUA como principal potência industrial
e comercial e ascensão japonesa como potência.
Movimento suffragette: com o fim da Primeira Guerra Mundial, na qual grande parte dos
homens ingleses morreu, a Inglaterra precisava da força de suas mulheres para reerguer-se
economicamente → fator decisivo para que o voto feminino e o direito de participação ativa em
cargos políticos fossem atendidos.

Revolução Russa

36
Até 1850: política: czarismo; economia: agricultura; sociedade: servidão, privilégios de
nascimento para a nobreza; cultura: influência da Igreja Ortodoxa e perseguição aos judeus
(Pogroms).
Czarismo: autocracia absolutista que impediu a modernização do país, tinha economia com pequena
industrialização e maioria da população vivendo nos campos → contestações surgiram com a crise
econômica, com os insucessos dos militares e com a grande repressão política → Bolcheviques e
Mencheviques → último czar foi Nicolau II, que abdicou.
"Nacionalidade oficial": política que tornava a Rússia um império superior a partir da primazia da
Igreja ortodoxa russa, da autocracia dos czares e do predomínio dos povos eslavos → um quarto da
população era composta por grupos étnicos diferentes, minoria alvo de campanhas nacionalistas.
Rússia antes da Revolução: motivos para o colapso da autocracia: situação econômica
(economia agrária dependente da produção e do capital estrangeiro → Rússia não acompanhou a
industrialização), crise militar (exército costumava ser o maior do mundo, mas diminuiu ao sofrer
derrotas), questões culturais (o florescimento da literatura russa atendia aos interesses nacionalistas,
mas incomodava o governo que impedia a livre manifestação de grupos mais ousados) e questões
étnicas (minorias descontentes pela repressão por parte do governo).
Czar Alexandre: promove modernização → ferrovias, estímulos à indústria, fim do feudalismo,
desigualdade social.
Industrialização: mesmo que pequena, as cidades fizeram surgir um grande número de operários e
uma ascendente classe média que alterava os costumes tradicionais → a escolarização - uma
necessidade da indústria - e o contato com intelectuais permitiram a propagação de ideias, a troca de
informações e a tomada de conhecimento de movimentos e manifestações vividos no restante da
Europa.
Partido Social-Democrata Russo: criado em 1902, contra o império, dividido em duas
facções: bolcheviques e mencheviques.
Bolcheviques: liderados por Lênin; maioria de tendência radical; trabalhadores queriam
transformar o modelo político e econômico com base na propriedade coletiva dos meios de produção
e na igualdade social → revolução socialista → abandono do modelo liberal e adoção de um governo
dirigido por trabalhadores, "paz, terra e pão" (saída da guerra, nacionalização das terras e fim da crise
que afetava a alimentação).
Mencheviques: minoria com feições moderadas; burguesia desejava formar um Estado e
limitar os poderes do czar.
Mentalidade etapista: modo de produção asiático → escravismo → feudalismo → capitalismo →
socialismo → comunismo.
“Ensaio Geral” (1905): conjuntos de acontecimentos contrários ao czar → Revolta do Encouraçado
Potemkin; Domingo Sangrento: população realizou uma manifestação e pretendia entregar ao czar
suas reivindicações → reação violenta - causando mortes - do czar. Consequências do “ensaio”:
Nicolau II aceita negociar → criação da Duma e organização dos sovietes.
Duma: parlamento criado pelo czar frente às manifestações, na esperança de estancar os movimentos
e ganhar mais tempo para contornar o problema → ineficiente. Obs.: mencheviques maioria na Duma.
Sovietes (1905): conselhos de trabalhadores que coordenavam os movimentos
anticzaristas; associação para discussão política; cada cidade tem o seu → o de São Petesburgo virou
Petrogrado.
Segunda Conferência Internacional de Mulheres Socialistas (1910): mulheres de mais de
dezessete países juntam-se com o objetivo de canalizar internacionalmente os esforços da luta pela
obtenção do direito feminino ao voto → idealização do "Dia da Mulher".

37
Primeira Guerra Mundial: a entrada da Rússia, junto às mortes, fome e privações,
descontentou a população e piorou a crise do país. Obs.: burguesia mundial não tinha
estruturas para conter/reprimir o movimento revolucionário.
Revolução de fevereiro/março de 1917: mencheviques (Duma) assumem o poder com o
fim do czarismo; Lênin cria as “Teses de Abril”: “Paz, Terra e Pão” e “todo poder aos
sovietes”.
Governo provisório: instaurado após a abdicação do czar Nicolau II → dois núcleos políticos: a
Duma, liderada pelos liberais (defendiam reforma política), e os sovietes de Petrogrado
(defendiam reformas sociais e conquistas trabalhistas).
Exército (Guarda) Vermelha: exército dos sovietes, formado pelo bolchevique Trotsky.
Revolução de Outubro de 1917 (ou só "Revolução de 1917”): bolcheviques (Lênin) chegam ao
poder após tomarem pontos estratégicos de Petrogrado (capital) e prenderem membros do governo →
apropriação de grandes terras, paz e armistício, igualdade e soberania dos povos russos, supressão de
privilégios e limitações, livre desenvolvimento de minorias. Duas fases: Comunismo de Guerra
(1917-1921) e NEP (1921-1924).
Comunismo de Guerra (primeira fase do governo de Lênin: 1917-1921): estatização das
fábricas, autogestão dos operários, reforma agrária, Tratado de Brest-Litovsk, criação de
creches e refeitórios (emancipação da mulher), Guerra Civil (exércitos Branco e Vermelho).
Exército Branco: formado por aliados dos czares (nobreza), burguesia e opositores do
regime comunista para se opor à Guarda Vermelha (Bolcheviques).
Guerra civil: Exército Branco, com apoio de países estrangeiros, acha que ganharia fácil contra a
Guarda Vermelha → Lênin reage, transforma a Guarda Vermelha em Exército Vermelho e, liderados
por Trotski, ganham. Obs.: Nicolau II e sua família assassinados em 1918.
NEP (1921-1924): segundo momento do governo Lênin; nova política econômica: permissão para a
existência de elementos do capitalismo (propriedade privada, liberdade de comércio e pequena
burguesia) → capitalismo privado para ajudar o desenvolvimento do socialismo.
Morte de Lênin (1924): luta pelo poder entre Trotski, líder do Exército Vermelho, que afirmava que
a nova URSS deveria difundir o movimento revolucionário pelos mundo, e Stálin, do Partido
Comunista (bolcheviques), que defendia o "socialismo em um só país" → Stálin vence, novo governo
se sustenta na manifestação de ideias e práticas revolucionárias e em um forte aparato repressivo e
Trotski é exilado e assassinado.
Governo de Stálin: dimensão política: ditadura, totalitarismo, propaganda e violência;
dimensão cultural: “realismo socialista” (exaltação do líder e do regime); dimensão
econômica: planos quinquenais.
Totalitarismo stalinista: modelo centralizador: Stálin defendia que a revolução deveria se
concentrar em um único país; regime rígido, autoritário, com ênfase no culto à
personalidade de Stálin (ditadura pessoal); polícia política: KGB; "expurgos de Moscou":
repressão para afastar opositores; rígido controle ideológico, criação de tribunais de
exceção que julgavam de forma manipulada os acusados de "desvio doutrinário e distância
da pureza revolucionária", e envio destes para o gulags na Sibéria, que tinham a função de
"reeducar" condenados políticos e de oferecer mão de obra para a construção de grandes
obras.
Primeiro plano quinquenal do governo stalinista (1928): governo totalitário que enfatizava a
indústria pesada e a coletivização da agricultura → bens de consumo ignorados → camponeses
(kulaks) perseguidos e surgimento de cooperativas (kolkhozes) e granjas estatais
(sovkhozes) → camponeses teriam de oferecer uma produção compatível com as necessidades da
indústria e não poderiam estocar ou controlar sua própria produção → URSS torna-se uma das
maiores forças industriais; erradicação do analfabetismo.

38
Perseguições políticas: Stálin perseguia membros do Partido Comunista, oficiais do exército e
"inimigos do regime" em geral → era necessário o surgimento de um "novo homem", com as
características da industrialização soviética e obediente ao sistema; Stálin também adotou a política de
"russificação" do czarismo e perseguiu diversos grupos (étnicos) → a partir de 1956, os crimes de
Stálin foram denunciados pelo próprio regime soviético.
Obs.: fim da URSS em 1991 → Leningrado volta a ser São Petesburgo.
Mulheres na revolução: sociedade patriarcal, sem participação de direitos políticos,
anafalbetismo, subodinação econômica e simbólica aos homens, casamento religioso sem divórcio,
presas aos lares e aos serviços domésticos → industrialização e guerras: mulheres requisitadas como
força de trabalho necessária, salários baixos, jornadas extensas, precarização do trabalho e da vida e
aumento dos índices de mortalidade infantil e materna → emancipação da mulher através do trabalho
assalariado, igualdade de gênero e salarial, União Livre e Amor Livre, socialização do trabalho
doméstico (creches...), definhamento da família e educação igualitária. Conquistas: casamento civil,
facilitação do divórcio, direitos individuais e igualdade de gênero, sufrágio universal, trabalho
doméstico na esfera pública, licença-maternidade remunerada, legalização do aborto gratuito.
Retrocessos no governo stalinista: fim do movimento proletário feminino, proibição do aborto, queda
dos salários (mulheres passam a depender da família) → volta da "mulher antiga".

Período entre guerras


Eventos: Crise de 1929, ascenção do nazi-facismo, Guerra Civil Espanhola.
Movimento de sobriedade (EUA): valores moralistas e religiosos → Lei Seca (1919): proibição à
produção, consumo e venda de álcool.
Movimento sufragista (EUA): conquista do voto feminino, assegurado na décima-nona
emenda da Constituição de 1920.
Economia (EUA):a de grande prosperidade e crescimento econômico (grande
movimentação na bolsa), "Era do Jazz"(aparente harmonia racial), inovações tecnológicas
(foguete telefone (chamadas intercontinentais)...), "American Way of Life" (consumo =
felicidade).

Grande Depressão de 1929


Período pós-Primeira Guerra: Estados Unidos: capacidade de produção maior que a de
consumo, abertura de créditos aos aliados, concessão de empréstimos, tomada de
mercados na América Latina (antes ingleses), elevação do nível de emprego, investimento
na Alemanha impossibilidade de os países devedores honrarem seus compromissos,
crescimento da indústria automobilística, conglomerados financeiros e indústrias, formação
de oligopólios e empresas monopolistas → três principais formas de monopólio: trustes, cartéis e
holdings → impediam que o mercado se autorregulasse, danificavam a ampla concorrência e eram
uma ameaça ao capitalismo liberal, além de causarem o desaparecimento de pequenas empresas →
criação das Leis Antitrustes.
Truste: conjunto de empresas que se unem com o intuito de preservar e ampliar o capital,
mantendo uma política de preços elevada para assegurar a alta lucratividade.
Cartel: grupo de empresas sem relação direta entre si que traçam uma política comum para
manter o controle de todos os insumos e custos de produção.
Holding: agrupamento de empresas controladas por uma delas, que estabelece estratégias
de ação do grupo.

39
Pequena Crise (1918): produção norte-americana registra índices econômicos decrescentes, pois
não houve maus a criação de novos postos de trabalho → estagnação da produção e piora dos índices
econômicos → republicanos chegam à presidência e propõem um forte isolacionismo do país,
baseados na Doutrina Monroe.
1922: países europeus começam a pagar os empréstimos aos EUA, que retoma seu crescimento
industrial e alcança a prosperidade → estímulo ao desenvolvimento industrial interno, restrições às
importações e não-intervenção do Estado na economia → país não faz nada para evitar a catástrofe
que estava por vir (oferta supera a demanda).
Causas da Crise de 1929: especulação e desregulamentação do Mercado Financeiro, recuperação
da economia europeia (queda das vendas nos EUA), modelo fordista (estoque de produção →
superprodução, endividamento e subconsumo), não intervenção do Estado (ações ineficazes).
Início da crise: renda nacional concentrada → poder de compra restrito → retração do consumo
interno → agricultura fortemente afetada → deslocamento da população rural para as cidades à
procura de empregos.
Quebra da bolsa de Nova York (24/10/1929): desde 1925 as ações valorizavam-se de
forma superficial, pois havia superprodução e queda no consumo → crescimento da especulação
financeira → grande venda de ações por empresários → pânico entre os investidores que não
conseguiam vender suas ações → investidores querem se desfazer das ações para não terem prejuízo,
já que não encontravam compradores → queda nas cotações e quebra da bolsa.
Consequências da crise: “Grande Depressão” de 1929 a 1933, suicídios em Nova York, queda da
produção industrial americana (falência de empresas (e bancos) → alto desemprego), crise se espalha
pelo mundo devido à interdependência do sistema capitalista, exportações e importações dos EUA
caem, fechamento dos mercados externos devido a altas tarifas protecionista, queda do PIB, crise do
capitalismo liberal, redução do poder aquisitivo dos consumidores. Países latino-americanos:
os mais afetados, pois viviam da exportação de gêneros primários para os EUA.
New Deal: plano econômico criado no governo de Franklin Roosevelt baseado em reformas sociais e
na intervenção ativa do Estado na economia → keynesianismo: política antidesemprego a partir da
intervenção do Estado na economia e do investimento em obras públicas → princípios fundamentais
do capitalismo, como a livre-iniciativa, a propriedade privada e os meios de produção, foram
preservados → economia recuperada, fortalecimento do Estado e concentração de renda e de
investimentos nas mãos de grandes conglomerados monopolistas; campanha Blue Eagle criada para
gerar empregos; investimentos em construção civil; financiamento com juros baixos;
regulamentação do mercado financeiro.
URSS na Crise de 1929: único país sem problemas relacionados à Crise; ditadura
Stalinista, extrema esquerda, intervenção do Estado na economia, repulsão à propriedade
privada.
EUA, França e Inglaterra na Crise de 1929: democracia, intervenção na economia e
proteção da propriedade privada.
Alemanha e Itália (nazi-facismo) na Crise de 1929: ditadura, intervenção do Estado na
economia e proteção da propriedade privada.

Regimes totalitários
Denominações: Itália facismo, Alemanha nazismo e Rússia stalinismo.
Características de regimes totalitários: forte autoritarismo e hostilidade aos princípios
políticos liberais - repressãò a movimentos oposicionistas, utilização da polícia e do aparato
militar para coagir a organização política, exaltação do líder político e da concentração de

40
poder, bem como símbolos visuais fortes; recusa dos princípios liberais de organização
política - os Estados totalitários não possuem a independência de poderes, pluripartidarismo
ou garantia de direitos individuais.
Características comuns ao facismo e ao nazismo: oposição a qualquer revolução social
que pudesse questionar a ordem social; nacionalismo - o discurso de humilhação nacional
justificava ações violentas para a obtenção do "progresso nacional" e assegurar o apoio
popular às causas do Estado autoritário.
Características específicas do stalinismo: não há oposição à revolução social, mas
oposição radical a qualquer movimento que não estivesse sob o controle do Partido
Comunista; em vez de fomentar o nacionalismo, o stalinismo propagava o princípio de que o
partido Comunista representava a vontade das classes trabalhadoras e estava justificada
qualquer repressão aos inimigos da classe.

Facismo na Itália
Caracteristicas: ultranacionalismo, militarismo; obediência cega ao líder, exaltação ao líder,
frases de efeito vazias, ditadura (censura, perseguição e tortura), anticomunismo, exaltação
ao pesado idealizado, anti democracia, vínculo com o futurismo, corporativismo.
Partido: liderado por Benito Mussolini, que tomou o poder em 1922.
Causas: italianos não se sentiram devidamente recompensados nos Tratados de Paz pós Primeira
Guerra, reivindicações territoriais não atendidas, frustração, conservadorismo, questionamento sobre
se a guerra havia sido útil, condições econômicas alimentavam uma crise, regresso de militares ao
país e fechamento de indústrias bélicas aumentaram o desemprego, inflação descontrolada e perda do
poder de compra dos trabalhadores → GREVES → conquistas eleitorais da esquerda, contestação
pela burguesia do regime liberal e apoio ao Partido Facista, que prometia liquidar pela força o poder
dos sindicatos e a ameaça de socialistas e comunistas → combate à esquerda através das "esquadras"
→ atividade terrorista.
Caminho eleitoral: não obtinham grandes êxitos, mas organizavam importantes manifestações com
cunho militarista para intimidar o governo liberal → "Marcha sobre Roma".
"Marcha sobre Roma" (1922): os milicianos fascistas, os "camisas negras", ocuparam a capital,
exigindo a nomeação de um governo presidido por Mussolini → primeiro-ministro renuncia e rei
permite que os fascistas organizassem um novo gabinete.
Ditadura: Mussolini vence eleições de 1924, mas é denunciado pelo líder socialista
Matteoti, que logo é assassinado por uma esquadra, possibilitando a implantação de uma
ditadura, em 1925, por Mussolini (Duce) → concentração do poder no executivo, instauração do
crime de opinião, fechamento dos jornais de oposição, dissolução de partidos políticos e sindicatos
não fascistas, perseguição de inimigos pela OVRA, a polícia secreta; uso de propaganda para
ampliar o poder; professores tinham de cumprir o programa definido pelo Estado (livro
didático único).
Estado do Vaticano: reconhecido por Mussolini para garantir apoio popular e prestígio
internacional, dando autonomia ao papa.
Corporativismo: controle do Estado sobre as instituições.
Críticas: ao liberalismo, por supostamente estimular valores individuais, e ao socialismo,
por acirrar as disputas entre trabalhadores e patrões, que por sua vez enfraqueceriam o
Estado.
Invasão à Etiópia: objetivo de demonstrar as g;lóris alcançadas ao povo e aumentar o prestígio e
orgulho da nacionalidade italiana → a vitória do país era a vitória de cada pessoa.

41
Nazismo na Alemanha
Causas: derrota na Primeira Guerra; República de Weimar (separada entre os partidos “Liga
Espártica” e “Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães → Partido Nazista), instaurada
após queda do império, era responsabilizada pela assinatura dos Tratado de Paz, que prejudicaram os
alemães, e não tinha o apoio dos nacionalistas mais exaltados; elevação da inflação como
consequência indireta da ocupação da França da região industrializada do Rhur.
Propostas políticas do nazismo: rejeição ao liberalismo político e ao socialismo, objetivo de
obter o controle absoluto da população; introdução da questão racial → eugenia: superioridade da raça
ariana, da qual os alemães descendiam, e necessidade de regenerar a população para que a "pureza
racial" fosse preservada; antissemitismo: judeus eram considerados subumanos e responsáveis pela
decadência alemã.
Mein Kampf: texto com os ideais nazistas (eugenia).
Período de estabilização econômica (1924 - 1929): antes da ascensão de Hitler → presidente
Hindemburg tem apoio de parte da população e adota política para atrair investimentos externos
(principalmente dos EUA) → República de Weimar se insere no cenário europeu.
Crise de 1929: capitais norte-americanos saem do país → situação econômica piora →
favorecimento do Partido Nazista, que passa a atrair a classe trabalhadora e a contar com a simpatia
da alta burgeusia, precoupada com a possibilidade de ascenção do Partido Comunista.
Sindicatos: crise: apoiadores da esquerda, não conseguiram conter as perdas dos
trabalhadores e o desemprego.
Hitler: torna-se primeiro-ministro em 1933 → culpou os comunistas e os judeus pelo incêndio do
Parlamento → início de uma "ditadura legal" que permitia que Hitler legislasse sem o consentimento
do Parlamento (“questão de segurança nacional”) → perseguição a sindicatos e partidos, política de
expurgo (comunistas, judeus e democratas banidos do serviço público), criação da Polícia Secreta
(Gestapo; controle pelo terror); oposição banida e mandada a campos de concentração.
1934: criação da SS (Tropas de Proteção) e Noite dos Longos Punhais.
Leis de Nuremberg (1935): leis antissemitas: excluíam os judeus da cidadania alemã e
tornavam nulos os casamentos entre judeus e "arianos".
"Noite dos Cristais" (1938): nazistas assassinaram judeus e incendiaram residências e
sinagogas.
Mito do Führer: propaganda do líder infalível, que reerguia a Alemanha rumo ao Reich dos
Mil Anos.
Tratado de Versalhes: descumprido pela Alemanha, contendo a crise econômica do capitalismo
alemão e o desemprego → a militarização abriu campo de trabalho na fabricação de armas bélicas e
houve a absorção de muita mão de obra com a construção de obras públicas.
Obs.: Hitler comandou o segundo Heich.

Guerra Civil Espanhola


Espanha no século XIX: crise, emigração, “movimento do pedetariado”.
Proclamação da República (1931): destaque aos partidos da extrema esquerda (frente popular →
republicanos) e da extrema direita (falange fascista (Francisco Franco) → exército, elites, grupos
religiosos) → vitória da frente popular nas eleições de 1936.

42
Início da guerra: 1936 a 1939; republicanos (“comunistas”, brigadas internacionais) contra nazistas
(Luftwaffe) → vitória de Franco → instauração de uma ditadura até sua morte, em 1975
(“Franquismo”).
Obras de arte: Guernica: vilarejo espanhol retratado por Pablo Picasso, em 1937;
Premonição da guerra: pintado, em 1936, por Salvador Dalí.
Obs.: "ensaio para a Segunda Guerra".

Segunda Guerra Mundial


Antecedentes: ascensão de regimes autoritários em países como Itália e Alemanha (nazi-fascismo)
e política de apaziguamento em outros, como França e Inglaterra, fracasso da Liga das Nações
(desmoralizada), consolidação do Japão, que buscava mercados para enfrentar a crise econômica,
como potência no Pacífico (EUA desagradado), oposição de Hitler ao Tratado de Versalhes e
reivindicação de um "espaço vital" para os alemães ("superioridade da raça ariana"); remilitarização
alemã da Renânia (alemães voltam a ocupar a região, onde supostamente não poderiam ter tropas →
Hitler não ataca territórios externos, então os outros países não fizeram nada), participação alemã na
guerra civil espanhola (treinamento das forças bélicas), união entre Alemanha e Áustria (em 1938,
Hitler invade a Áustria, que acaba por legitimá-lo), crise dos Sudetos (região com cidadãos alemães
da Tchecoslováquia reivindicava autonomia → após decisão na Conferência de Munique, Alemanha
ocupa parte do país, mas segue para porção não autorizada pela conferência), papel da URSS no
contexto da expansão alemã (pacto germano-soviético ("ribbentrop-molotov") de não agressão e
divisão da Polônia), desejo de expansão territorial da Itália na África, da Alemanha na Europa e do
Japão na Ásia (China).
Liga das Nações: criada após a Primeira Guerra com a finalidade de conservar a paz entre os
países, a Liga começou desfalcada com a ausência dos EUA e com a falta de pluralidade (domínio da
França e da Inglaterra) → fragilidade evidenciada pela ação da Itália na Etiópia, em 1935, e a do
Japão na região da Manchúria, em 1931, que desencadeou um conflito com a China.
Eixo: Itália + Alemanha + Japão → “ROBERTO”.
Blitzkrieg (guerra relâmpago) (1939): invasão alemã da Polônia; estopim da guerra.
Propaganda: "arma de guerra" usada para obter apoio da população → "uma mentira cem vezes dita
torna-se verdade", Joseph Goebbels, ministro da Propaganda do regime nazista.
“Solução Final”: expressão nazista para o genocidio promovido na Segunda Guerra → justificativa
baseada em princípios racistas → Dawinismo Social.
Campos: de concentração, de trabalho e de extermínio.
Hannah Arendt: Banalidade do Mal → aponta a insensibilidade em relação à maldade; filósofa
alemã judia.
Conflito na Europa (1939 - 1940) - avanço do Eixo (primeira fase): Hitler queria ocupar
Paris como forma de consolidar sua liderança no continente → após ocupação, a nova capital da
França passou a ser conhecida como República de Vichy (Hitler não dominou todo o país → Norte
ocupado e Sul “livre”); fim do pacto germano-soviético → partisans (resistentes comunistas)
contra Hitler; com a derrota francesa, Hitler supunha que a Inglaterra saísse do conflito e ele
consolidaria seu domínio na Europa, porém Churchill, apelando à população, incentivou o
país a continuar lutando. Batalhas importantes: de Dunkirk e da Inglaterra (ou Aérea de
Londres).
1941 (início da segunda fase - ataque Aliado): ano em que a guerra se tornou mundial; Hitler
invade a URSS na “Operação Barbarrosa”, rompendo o acordo (governo soviético apresenta grande
resistência) → Stálin mobiliza o exército vermelho, que entra na guerra; Japão avança com "ocupação

43
não-direta", mantendo governos locais fiéis ao espírito de liderança nipônica que seria o "protetor dos
povos asiáticos"; EUA, que optou por política isolacionista para lidar com sua crise econômica, é
atacado em Pearl Harbor pelo Japão, que queria completar seu domínio no Pacífico → EUA entra na
guerra. Batalhas importantes: Stalingrado, de Kursk, Dia D (1944) e de Berlim.
Derrota do Eixo (1942 - 1943): Aliados invadem a Itália, fazendo com que Mussolini fosse
deposto e os italianos se rendessem, declarando guerra à Alemanha; alemães perdem para
russos na luta em Stalingrado, em 1943.
Campos de concentração: coisificação da personalidade humana para experimentação
científica.
Novembro de 1943: Roosevelt, Stálin e Churchill se reúnem em Teerã para debater o
futuro do pós-guerra e a situação da França, que continuava ocupada por nazistas
(elaboração de um plano de ataque à Europa).
Dia-D: Aliados abrem uma nova frente na França, atacando Hitler de surpresa e
consolidando sua posição.
Fevereiro de 1945: na Conferência de Yalta, na Crimeia, os Aliados dividem a Europa e
definem a cortina de ferro.
Abril de 1945: criação da ONU, nos EUA, durante a Conferência de São Francisco; Hitler,
isolado e cercado pelos Aliados, suicida-se.
Maio de 1945: Alemanha rende-se e a guerra termina.
Julho/agosto de 1945: na Conferência de Potsdam, Truman, Stálin e Churchill dividem a
Alemanha em quatro zonas de influência.
6 e 9 de agosto de 1945: EUA bombardeia Hiroshima e Nagasaki como forma de intimidar os
japoneses, fazendo-os se render → além disso, havia um acordo para preservar o imperador japonês.
Itália: rende-se após o assassinato de Mussolini por uma rebelião popular.
Conferências de Paz: discussão entre os Aliados do mundo pós-guerra, consolidação dos
EUA e da URSS como superpotências mundiais, definição das novas fronteiras europeia,
equilíbrio entre as superpotências por meio do mecanismo de zonas de influência.

Guerra Fria
EUA URSS

Capitalismo Comunismo

Liberdade Igualdade

O.T.A.N. Pacto de Varsóvia

Planos Marshall e Colombo COMECON

Doutrina Truman Komintern

CIA KGB

Pentágono Kremlin

Obs.: estabelecimento da Nova Ordem Mundial.


Introdução: Guerra do Vietnã, Cortina de Ferro, Muro de Berlim, corrida armamentista e
espacial, assassinato de Kennedy, Crrise dos mísseis de Cuba, Revolução Cubana,

44
Terceira Revolução Industrial, Revolução Chinesa, Revolução Iraniana, produções de
Hollywood, ditaduras da América Latina, espionagem, descolonização afro-asiática, Israel.
Definição: conflito indireto entre as superpotências → EUA (capitalista) e URSS (comunista) →
guerra improvável, paz impossível! → poderio nuclear e ideologias incompatíveis.
Obs.: o comunista quer ser internacional e o capitalista quer lucrar.
Fase inicial da Guerra Fria (1947-55): ascensão das superpotências, definição das
doutrinas e militarização dos blocos.
Coexistência pacífica (1955-68): equilíbrio entre os blocos e percepção dos riscos de
destruição resultantes do potencial bélico de ambos; auge da competição entre as
potências.
Détente (1969-79): “distensão”, pela qual os dois blocos fizeram esforços para o
desarmamento, além de se firmar uma nova configuração na história.
Era da opulência (EUA no pós-guerra): crescimento econômico acelerado, uniformização dos
modos de vida, inovação tecnológica, criação de novos hábitos, consumo de massa, desenvolvimento
do automóvel e da indústria de publicidade e marketing, aumento do desejo de consumo com a
televisão e o rádio → American way of life vira referência no mundo ocidental como sinônimo
de felicidade material e espiritual; perseguição aos simpatizantes do comunismo.
Conferência de Bretton-Woods (1944): 44 países se reuniram nos EUA para criar um novo
sistema monetário internacional, baseado no padrão ouro (o que garantia o valor da moeda era seu
lastro em ouro) → criação, para administrar as finanças, do FMI, do BIRD (hoje Banco Mundial) e do
GATT.
Conferência de Yalta (1945): líderes dos Aliados se juntaram para discutir o destino dos
vencidos e dos vencedores da Segunda Guerra; F. Roosevelt, J. Stálin e W. Churchill
definiram eleições livres e democráticas na Europa Ocidental e Oriental (para se livrar do
autoritarismo), pagamento das indenizações pela Alemanha, divisão da Alemanha e da
Áustria entre os vencedores (EUA, URSS, Grã-Bretanha e França) e criação da ONU;
URSS saiu fortalecida, pois detinha a maior parte dos territórios europeus conquistados por
Hitler.
Conferência de Potsdam (1945): maior poder de pressão dos EUA com a posse de
bombas atômicas e aumento do arsenal bélico; Alemanha ocupada e desmilitarizada;
divisão do Berlim entre Oriental (URSS) e Ocidental (EUA).
ONU (1945): fundada na Conferência de Yalta como uma organização geral internacional para
salvaguarda da paz e da segurança mundial → Carta das Nações Unidas, redigida na
Conferência de São Francisco, oficializou a criação da ONU; seus princípios básicos são a
solução de disputas por meios pacíficos, com o uso de sanções econômicas ou políticas, ou
mediante o uso de uma força coletiva.
Organismos Especializados da ONU: ACNUR, FAO, UNESCO, UNICEF e outros.
Hegemonia: disputada mundialmente pelos EUA (ocidentais capitalistas) e pela URSS
(socialistas do Leste Europeu).
Discurso de Fulton (1946): discurso no qual Churchill acusa a URSS de estar "satelitizando" os
países do Leste Europeu, com o objetivo explícito de ampliar sua área de influência → EUA ia tomar
a liderança contra essa "tirania" soviética → cortina de ferro.
Cortina de ferro: fronteira ideológica que separa a Europa Ocidental da Oriental.
Doutrina Truman (1947): doutrina dos EUA que pregava o "mundo livre", comandado pelos norte-
americanos, que, com o intuito de preservar suas áreas de influência e aumentá-las, poderiam intervir
em outros países para "salvaguardar a liberdade dos povos" quando ela estivesse ameaçada pelos
soviéticos → essa doutrina legitimava a intervenção norte-americana no mundo.

45
Fortalecimento da Europa: EUA decidiu apoiar o fortalecimento da economia ocidental
capitalista europeia para conter o avanço de ideias socialistas com a melhoria da produção
industrial, da atividade econômica e da vida dos trabalhadores, os mais susceptíveis aos
apelos da ideologia socialista que pregava o fim das classes sociais e das desigualdades
entre elas.
Plano Marshall (1947): criado pelo secretário de Estado dos EUA, baseado na Doutrina Truman;
ele previa o investimento na reconstrução europeia → havia também a intenção de assustar a URSS
com a aproximação com o capitalismo de seus países aliados.
Fortalecimento soviético: constante imigraçã de mão de obra para a Europa capitalista →
"fechamento" dos países socialistas para o Ocidente; criação do Kominform.
Kominform (1947): resposta soviética ao Plano Marshall, reunia partidos comunistas do
Leste Europeu, da França e da Itália contra o “imperialismo ocidental”; era um poderoso
instrumento soviético para controlar os países-satélites de Moscou, as chamadas
“democracia populares”.
Comecon (1949): Conselho soviético de Ajuda Econômica Mútua; controle da produção dos
Estados-satélites → Ocidente criou a OTAN como resposta.
OTAN (1949): Organização do Tratado do Atlântico Norte tratado de defesa militar composto pelos
EUA, Canadá e nações europeias ocidentais; se um dos integrantes fosse atacado por forças
soviéticas, todos sairiam em sua defesa → segurança europeia garantida pelos EUA.
Pacto de Varsóvia (1955): institucionalizava acordos militares do bloco socialista,
agregando países do Leste Europeu e prevendo a defesa mútua contra agressões
estrangeiras.
Corrida armamentista: EUA e URSS disputam pela hegemonia mundial a partir do
desenvolvimento bélico e tecnológico (bombas nucleares, mísseis, satélites, espiões...) → não há
conflito direto → riscos muito altos.
Japão: ocupado por tropas norte-americanas até 1952 após a rendição depois das bombas de
Hiroshima e Nagasaki → EUA impõe uma Constituição nos moldes ocidentais, restringindo a
autonomia política e impedindo a remilitarização japonesa (para evitar pretensões expansionista);
Japão é um aliado indispensável dos EUA no Oriente por sua localização geográfica; investimento
americano no país (principalmente industrial) para conter a expansão de pensamentos comunistas →
Japão tem o maior e mais importante parque industrial do Oriente.
Geopolítica da Ásia - final 1945: URSS anexou no sul das ilhas Sakalinas e das ilhas
Kurilas e ocupou a Manchúria e o norte da Coreia; Japão submetido às leis americanas;
Japão e sul da Coreia ocupados pelos EUA; China obtém sua integridade territorial.
Crise de Berlim (1948): conferência de Potsdam dividiu o país em quatro zonas → divisão da
capital entre comunistas e capitalistas → capitalistas cercados por comunistas → bloqueio →
indústrias capitalistas paralisadas e desabastecimento → americanos criam ponte aérea → Stálin
desfaz bloqueio → Alemanha dividida em República Federal Alemã (Ocidental) e República
democrática Alemã (Oriental).
China: China no século XIX: vítima do Imperialismo, Guerra do Ópio, Revolta dos Boxers.
China no século XX: Independência/Proclamação da República, “Kuomitang” (nacionalista e
liberal), Sun Yat-sen e Chirang Kai-shek; fundação do P.C.C. em 1922, líder Mao Tse-tung →
“Maoísmo” (adaptação do marxismo). Década de 1930: invasão japonesa, aliança temporária
entre nacionalistas e comunistas.1949: Revolução Chinesa.
Revolução chinesa (1949): Mao toma o poder após a Segunda Guerra, início de uma
ditadura totalitária de esquerda. “Grande Salto para Frente” (1958): plano de rápido
crescimento econômico, projeto mal organizado e executado → “ciclo mentiroso”: propaganda a
respeito de uma prosperidade. Grande Fome. Revolução cultural (1966): queima de livros

46
capitalistas e ocidentais, jovens armados para “salvar o país dos inimigos” → na prática, perseguição
e morte de inimigos de Mao → Mao se mantém no poder. Morte de Mao (1976): Deng Xiaoping,
“um país, dois sistemas” (P.C.C. e capitalismo + socialismo) → política do ping pong.
Macarthismo (senador Joseph Mccarthy)(1950-57): sentimento anticomunista, “caça às
bruxas”, democratas “companheiros dos comunas”, Lei McCarran; supostos comunistas
eram denunciados nas “listas negras”; lógica do “Código de Hamurabi” (só será liberto se
provado o contrário); grandes personalidades acusadas.
Lei McCarran: obrigava os comunistas a se identificarem, e a serem registrados em órgãos
governamentais, e exigia que os “subversivos” fossem isolados em campos de prisioneiros
no caso de uma emergência.
Segregacionismo racial: institucionalizado em muitas partes dos EUA; movimentos contra
liderados por Martin Luther King, inspirado na não violência de Gandhi → MLK ganha Nobel da Paz.
Ex.: KKK (1845).
URSS pós-segunda guerra: socialista, desenvolvimento da indústria pesada, arsenal militar,
domínio sob o Leste Europeu, partido único (PCUS), ausência de classes sociais, economia estatal ,
planificada (controle pelo Estado de todos os setores da economia → Gosplan) e coletivizada,
dirigida pelos planos quinquenais, priorização das indústrias de base, desenvolvimento do
parque industrial nacional, combinats (unidades industriais interligadas com atividades
complementares como siderurgia e exploração de minérios → instalação de cooperativas agrícolas, as
kolkhozes, e de fazendas coletivas, as sovkhozes), carência de bens de consumo
essenciais, pouco fabricados, desorganização do setor agrícola.
Democracias populares: calcadas no modelo soviético estruturado em um Estado centralizador e
totalitário → Romênia, Bulgária, Polônia...
Coexistência pacífica (1950-60): diminuição da tensão entre EUA e URSS, coexistência
proposta pelo líder soviétivo; motivações: pressões internas vividas nos dois blocos, fim da
unidade do bloco socialista (afastamento da China com morte de Stálin), questionamento
interno dos norte-americanos (fim do macarthismo e cidadãos querem atenção aos
problemas nacionais), movimentos de independência e agrupamento do "Terceiro Mundo"
(sem adesão ao blocos capitalista ou socialista).
Guerra da Coreia (1948-53): país ocupado pelo Japão durante a Segunda Guerra; conflito armado
entre Coreia do Sul e Coreia do Norte. Causas: divisão ocorrida na Coreia, após o fim da Segunda
Guerra Mundial → norte socialista e sul capitalista; tentativa norte-coreana de derrubar o governo sul-
coreano. Armistício: solução negociada (guerra segue até hoje, paralelo 38° foi mantido e
tensão permaneceu).
Cultura norte-americana: baby boomers (nascidos após Segunda Guerra), consumismo
como sinônimo de felicidade, subúrbios (bairros afastados do centro), fast-food
(“aceleração”), movimento pelos direitos civis (fim da segregação → Rosa Parks e Martin Luther
King → desobediência civil (de Henry D. Thoreau) e pacifismo + Malcom X → resistência com
quaisquer meios necessários), contracultura (Movimento Hippie e Woodstock, Revolução Sexual).
Muro de Berlim (1961): criado pela Alemanha Oriental para isolar a porção ocidental (para
o povo não se “apaixonar” pelo capitalismo.
Guerra do Vietnã (1959-75): o Vietnã havia sido colônia francesa, foi invadido pelo Japão durante
a Segunda Guerra e no final da Guerra da Indochina (1946-1954) foi dividido em dois países → Norte
comunista e Sul capitalista → Norte atacou Sul → EUA entra diretamente no conflito (teoria do
dominó); a guerra é entre vietcongues (apoio da URSS) e os EUA. Destaques: agente
laranja, bomba de Napalm, papel da imprensa (sensibilização). Resultados: vitória dos
comunistas e “sucesso” econômico.

47
Teoria do dominó: EUA acredita que, se um país cair nas mãos dos soviéticos, o restante
também cairia.
Camboja (1970): bombardeado pelos EUA durante a Guerra do Vietnã, desenvolvimento no
país de uma guerrilha de extrema-esquerda, o Khmer Vermelho → derrubou o governo pró-
americano e instalou-se no poder → contrário ao capitalismo → extermínio das bases burguesas →
pregava a volta ao campo para a instituição de um Estado "puro" → ditador condenado.
Política externa de John F. Kennedy: criação do Corpo de Paz para garantir a liderança
americana a partir da assistência a países pobres.
Independência de Cuba (1898): José Martí: herói nacional cubano, poeta e líder da
independência; apoio dos EUA: base naval de Guantánamo, Emenda Platt (subordinação de Cuba aos
EUA → república autoritária → falso liberalismo; grande desigualdade).
Revolução Cubana (1959): movimento popular que derrubou o governo pró-americano do
presidente Fulgêncio Batista (corrupção, repressão, fome, miséria e violência) e implantou o sistema
socialista, liderado por Fidel Castro → repressão, violência, censura, prisões, propaganda e falta de
democracia + investimentos em saúde, educação e esportes + expropriação de empresas estrangeiras;
resposta americana: bloqueio econômico, invasão da Baía do porcos (tentativa de contrarrevolução).
Fidel Castro: primeira tentativa de tomar o poder: golpe de Moncada e êxito no México; segunda:
guerra de guerrilha → vitória em 1959.
Crise dos Mísseis em Cuba (1962): URSS instalou mísseis na ilha → embate entre URSS e EUA
→ ameaça americana de bombardear Cuba faz URSS retirar mísseis → EUA também retira os seus.
Aliança para o Progresso: programa político criado pelos EUA para dar apoio econômico e
técnico a países da América Latina → proteção contra ameaça socialista; realidade: dinheiro desviado
para empresas norte-americanas instaladas na América Latina e favorecimento das elites locais.
Corrida aeroespacial: Sputnik-1 (1957, URSS, primeiro satélite artificial), Sputnik-2 (1957,
URSS, primeiro ser vivo no espaço), Iúri Gagárin (1961, primeiro ser humano no espaço →
cosmonauta), conquista da Lua (1969, EUA, Missão Apólo).
Détente (1960): política de distensão, limitação de testes nucleares subterrâneos, é
assinado o SALT (Strategic Arms Limitations Talks), que limitava a produção de mísseis
nucleares e previa o aumento de relações comerciais entre os dois países, aproximação
entre EUA e China foi vista como provocação aos soviéticos, URSS amplia sua participação
no comércio internacional, investimentos soviéticos no setor bélico,
Primavera de Praga (1968): Tchecoslováquia buscava maior liberdade em relação aos soviéticos
→ vitória soviética.
Afeganistão (1979): fim da détente, grupos locais islâmicos se revoltaram contra a dominação
socialista → guerra entre afegãos e soviéticos; na Guerra do Afeganistão, o país tinha apoio dos EUA.
Motivos fim détente: aumento da tensão entre as superpotências, desconfiança recíproca e pressões
políticas internas em cada um dos regimes → política de expansão e intervenção soviética (África,
Afeganistão, árabes), aumento das pressões por liberdade e autonomia de membros da URSS,
movimento na POlônia pela abertura do regime socialista.
Esfacelamento do bloco socialista: grande defasagem tecnológica em relação ao Ocidente →
novo governo prega perestroika (reestruturação) e glasnost (transparência) → diminuição do
orçamento militar, volta da pequena propriedade privada, abertura de monopólios estatais à
concorrência, instalação de empresas estrangeiras no país, diminuição da censura, libertação de presos
políticos, liberdade religiosa e de culto, maior cooperação internacional, redução da corrida
armamentista, destruição do potencial nuclear dos EUA e URSS → persistência do partido único (o
Comunista) e do projeto socialista.

48
Descolonização afro-asiática
Motivos da colonização: domínio político, econômico e cultural, inferioridade baseada na
raça, religião ou região de origem, cultura de ódio e racismo.
Motivos da descolonização: grandes potência imperialistas passavam por dificuldades
econômicas no cenário pós Segunda Guerra e contradições ideológicas (discurso de
democracia e liberdade frente ao nazifascismo não era aplicado à colônias), reivindicação
por independência e autonomia, promulgação da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, em 1948 (igualdade a todos), crescente nacionalismo entre os países
colonizados e incentivo dos EUA e da URSS, que buscavam áreas de influência.
Índia: principal símbolo do imperialismo europeu, colônia britânica; resistência à
colonozição a partir do Partido do Congresso, sob o lema da resistência pacífica e não violência
→ líder Mahatma Gandhi → desobediência civil (não pagamento de impostos e boicote aos produtos
ingleses); o líder da Liga Muçulmana, Muhammad Ali Jinnah, defendia a criação de um Estado
muçulmano independente; ingleses tentaram manter o controle pelo fomento do conflito entre hinuds
e mucúlmanos, mas falharam; a independência foi gradual e resultou na criação da Índia e do
Paquistão (Oriental e Ocidental).
Indochina: colônia francesa, invadida pelo Japão (combatidas e expulsos pelos vietminhs)
→ foi proclamada a independência do Vietnã; nesse conflito, a URSS apoiava o vietminhs e os
EUA, a França.
Argélia: colônia francesa, processo popular e violento, Acordo de Évian reconhece a
independência pela França.
Congo: colonização belga, presidente Patricc Lumumba assassinado após independência
por medo do socialismo (culpados foram CIA e Bélgica), um ditador assume o poder.
Angola e Moçambique: colônias portuguesas; em Portugal, ditadura facista do salazarismo
(1933-74); estopim para a independência: Revolução dos Cravos (1974), em Portugal,
liderada por militares cansados de serem mandados pelo facismo para as colônias africanas → queda
do salazarismo e independência → saída do exército dos países leva a guerras civis pelo poder →
ganham grupos comunistas.
África do Sul: apartheid (1947) → ONU não dá muita atenção, pois estava ocupada com a criação
do Estado de Israel; Massacre de Sharpeville (1969): pregava contra a Lei do Passe, que obrigava
os negros da África do Sul a usarem uma caderneta na qual estava escrito aonde eles poderiam ir →
massacre; Nelson Mandela: perdoa, quando presidente, os racistas.
Primavera de Praga (Tchecoslováquia, 1968): contra o regime autoritário e burocrático da
União Soviética. Este movimento foi liderado por Alexander Dubček, Chefe de Estado e
Secretário Geral do Partido Comunista da Tchecoslováquia.
Conferência de Bandung (1955): países da África e da Ásia se juntaram na Indonésia para firmar
o lugar que os novos Estados independentes tinham no cenário mundial bipolarizado → repúdio ao
colonialismo e suas manifestações, ao racismo e ao alinhamento aos EUA e à URSS; anti-
imperialista, reconhecimento da igualdade de todas as raças e nações, não-intervenção e não-
ingerência nos assuntos internos de outro país (autodeterminação dos povos), respeito pelo direito de
cada nação defender-se, de acordo com a Carta da ONU.
Pan africanismo: ideologia/movimento político “importado” da diáspora negra do Caribe e
dos EUA; reconhecimento da negritude e da ancestralidade africanas; desejo de africanos
governados por africanos.

49
Secessão de Biafra (1967-70): Biafra, região nigeriana rica em petróleo, foi acometida por uma
fome devastadora → Estados vizinhos apoiaram o massacre dos rebeldes biafrenses com medo de que
outros grupos étnicos em seus territórios seguissem o exemplo.

50

Você também pode gostar