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Elaboração e Monitoramento Do PDTIC-1

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Elaboração e

Monitoramento
do PDTIC

Estratégia e Planejamento; Governo e Transformação Digital;


Gestão da Informação e do Conhecimento.
Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Diretoria de Desenvolvimento Profissional

Conteudista/s
Marcelo Pereira da Conceição (conteudista, 2022).

Enap, 2022
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Sumário
Módulo 1: Entendendo o Planejamento ................................................................ 6
Unidade 1: Aspectos Conceituais Sobre o PDTIC .................................................. 6
1.1 Fundamentos Legais .................................................................................................... 7
1.2 Níveis de Planejamento ............................................................................................... 9
1.3 Planejamento na Administração Pública Federal .................................................. 11
Referências ........................................................................................................................ 14

Unidade 2: A Importância do PDTIC para o Setor Público ................................. 16


2.1 Objetivos da PDTIC em Órgãos do Setor Público .................................................. 16
2.2 Fatores Críticos de Sucesso da Elaboração de um PDTIC em Organizações
Públicas............................................................................................................................... 18
2.2.1 Designação de Funções e Responsabilidades .................................................... 19
2.2.2 Estabeleça Métricas e Indicadores de Desempenho ......................................... 20
2.2.3 Adote a Técnica do PDCA ....................................................................................... 21
2.2.4 Estabeleça uma Matriz SWOT ............................................................................... 23
Referências ........................................................................................................................ 27

Unidade 3: Ciclo de Vida de um PDTIC.................................................................. 28


3.1 Elaboração .................................................................................................................. 29
3.2 Acompanhamento ..................................................................................................... 33
Referências ........................................................................................................................ 35

Módulo 2: Papéis e Responsabilidades........................................................................36


Unidade 1: A Importância das Pessoas Certas para a Elaboração e Acompanhamento
de um PDTIC...................................................................................................................... 36
1.1 Conceito de Competências e Habilidades .............................................................. 37
1.2 Competência e Habilidades de Membros Externos à Área de TIC ..................... 38
1.3. Competências e Habilidades de Membros Internos da Área de TIC ................. 41
Referências ........................................................................................................................ 44

Unidade 2: Principais Atores Envolvidos na Elaboração de um PDTIC............. 45


2.1 Autoridade Máxima ................................................................................................... 45
2.2 Comitê de Governança Digital .................................................................................. 46
2.3 Equipe de Elaboração do PDTIC................................................................................ 48
Referências ........................................................................................................................ 51
Unidade 3: Macroprocessos para Elaboração e Controle de um PDTIC............ 52
3.1 Elaboração do PDTIC ................................................................................................ 52
3.2 Monitoramento da Execução do PDTIC ................................................................. 56
Referências ........................................................................................................................ 58

Módulo 3: Processos de Elaboração do PDTIC..................................................... 59


Unidade 1: Fase de Preparação............................................................................. 59
1.1 Resultados do PDTIC anterior .................................................................................. 59
1.2 Preparação do PDTIC ................................................................................................. 60
Referências ........................................................................................................................ 67

Unidade 2: Fase de Diagnóstico: Conhecendo a Realidade da TIC e Avaliando os


Recursos da TIC....................................................................................................... 68
2.1 SWOT: Técnicas e Prática (Fatores Críticos de Sucesso) ....................................... 68
2.2 Diagnóstico ................................................................................................................ 71
Referências ........................................................................................................................ 80

Unidade 3: Fase de Planejamento: Definindo Metas e Ações............................ 81


3.1 Planejamento .............................................................................................................. 81
3.2 Critérios de Priorização: Técnicas e Prática ........................................................... 86
Referências ........................................................................................................................ 96

Módulo 4: Processos de Acompanhamento de um PDTIC.................................. 97


Unidade 1: Fase de Acompanhamento................................................................. 97
1.1 Indicadores de Acompanhamento........................................................................... 97
1.2 Planejamento do Acompanhamento.....................................................................100
Referências ......................................................................................................................109

Unidade 2: Fase de Monitoramento .................................................................. 110


2.1 Monitoramento da Execução..................................................................................110
2.2 Lições Aprendidas ....................................................................................................114
Referências ......................................................................................................................119

Unidade 3: Fase de Avaliação.............................................................................. 120


3.1 Avaliação Intermediária ..........................................................................................120
3.2 Avaliação Final (Prestação de Contas)....................................................................125
Referências ......................................................................................................................130

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Apresentação e Boas-vindas

Olá, estudante, seja bem-vindo(a) ao curso de Elaboração e Monitoramento do


PDTIC. Antes de iniciar seu estudo sobre o tema, assista ao vídeo de apresentação
e, logo após, retome sua leitura!

Videoaula: Apresentação do curso

O curso está estruturado em quatro módulos e tem o objetivo de fornecer


subsídios teóricos e boas práticas aos servidores públicos para o desenvolvimento,
acompanhamento e monitoramento de um Plano Diretor de Tecnologia da
Informação e Comunicação (PDTIC).

No primeiro módulo você conhecerá os aspectos conceituais e a importância do


planejamento no processo de elaboração de um PDTIC.

No segundo você identificará os papéis e responsabilidades dos atores envolvidos


na elaboração e monitoramento do PDTIC.

No terceiro módulo você compreenderá o processo de elaboração.

No quarto módulo você compreenderá o processo de acompanhamento.

Dito isso, é hora de embarcar nesse caminho complexo que é a elaboração e


monitoramento de um PDTIC.

Bons estudos!

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Módulo

1 Entendendo o Planejamento
Para iniciar o estudo deste curso, neste primeiro módulo você conhecerá conceitos
importantes para a compreensão do correto planejamento do PDTIC. Para isso,
verá como são estruturadas e trabalhadas cada fase e elementos que compõem a
sigla PDTIC. Sendo assim, na estrutura dos módulos, serão apresentados aspectos
conceituais sobre o PDTIC, como: fundamentos legais, níveis de planejamento e
aplicação do planejamento na Administração Pública Federal. Você compreenderá
a interação desses elementos com os demais componentes de um plano diretor de
Tecnologia da Informação e Comunicação, num processo em que o objetivo é atingir
a operacionalização de cada um destes conceitos.

Quer saber como é a elaboração de Planos Diretores de Tecnologia da Informação


e Comunicação (PDTIC)? Então é hora de começar!

Planejamento.
Fonte: Freepik. (2022)

Unidade 1: Aspectos Conceituais Sobre o PDTIC


Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade você será capaz de reconhecer a importância do planejamento


para determinar os objetivos ou metas e coordenar os meios e recursos para atingi-los.

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A seguir, veja aspectos conceituais que reafirmam a importância do PDTIC para o
setor público, e a partir deles observe detalhes dos objetivos, fatores críticos de
sucesso, benefícios e desafios relativos à implementação de um Plano Diretor de
Tecnologia da Informação e Comunicação (PDTIC).

1.1 Fundamentos Legais

Os órgãos de controle do governo federal recomendam a elaboração de Planos


Diretores de Tecnologia da Informação e Comunicação (PDTIC) por parte das
entidades governamentais, de forma a estruturar objetivos e metas antes de
executarem seus gastos relacionados à TIC.

A partir de 2008 o PDTIC deixou de ser uma mera recomendação para se tornar
obrigatório após a publicação da Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 04/2008, pelo
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPGO), e posterior atualização
pela IN SLTI/MP nº 04/2010.

Apesar da existência de diversas obrigatoriedades legais para


elaboração de um PDTIC, é necessário entender que a sua
confecção visa, antes de tudo, aprimorar a maturidade da
governança de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação).
Isso ocorre com vistas a assegurar que esse desenvolvimento
agregue valor às ações estratégicas da estrutura organizacional
à qual o plano está vinculado.

Nesse contexto, o processo de elaboração de um PDTIC pode ser motivado ou


amparado de uma forma mais ampla pelos seguintes fatores:

1) O planejamento é uma obrigação legal, conforme retrata a


Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, apresentado
no art. 174º (BRASIL, 1988);

2) A Constituição Federal, dentro do art. 37º (BRASIL, 1988), estabelece


ainda a eficiência como um dos princípios da Administração
Pública, não sendo possível ser eficiente sem planejamento;

3) Segundo o Decreto-Lei nº 200 de 25 de fevereiro de 1967, dentro de seu


art. 7º (BRASIL, 1967), o planejamento é um princípio fundamental
da Administração Pública Federal;

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4) A Portaria nº 778, de 4 abril de 2019, que menciona em seus arts. 4º
e 6º (BRASIL, 2019a) que o PDTI é o instrumento de alinhamento das
estratégias e planos de TIC com as estratégias organizacionais.

Em adição a estes grandes marcos legais há outros decretos e instruções normativas


que também amparam legalmente os PDTICs:

1) o Decreto
Em adição nº 7.579 marcos
a estes grandes de 11 de novembro
legais de decretos
há outros 2011 (BRASIL, 2011), normativas
e instruções que
têm o amparam
que também papel de regular o SISPos(Sistema
legalmente PDTICs:de Administração de Recursos
de Tecnologia da Informação);
1) o Decreto nº 7.579 de 11 de novembro de 2011 (BRASIL, 2011), que têm
2) o Decreto
papel denºregular
10.332,ode 28(Sistema
SISP de abril de
de2020 (BRASIL, 2020),
Administração que define
de Recursos de
a estratégiada
Tecnologia deInformação);
governo digital;

3) o
2) a Instrução
Decreto nºNormativa nº28
10.332, de 01/2019 SGD/ME
de abril (BRASIL,
de 2020 2019b),
(BRASIL, 2020),instrumento
que define
legal
a de indução
estratégia da gestão
de governo de TIC na Administração Pública Federal;
digital;
ainda a eficiência como um dos princípios da Administração Pública,
não
3) a sendo Normativa
Instrução possível sernºeficiente sem planejamento;
01/2019 SGD/ME (BRASIL, 2019b), instrumento
legal de indução da gestão de TIC na Administração Pública Federal;
ainda a eficiência como um dos princípios da Administração Pública,
Adicionalmente
não sendo aos quesitos
possível serlegais, umsem
eficiente PDTIC deve observar também:
planejamento;

4) o planejamento estratégico integrado da entidade federal ao qual o


PDTIC estará vinculado;

5) recomendações do Tribunal de Contas da União acerca do


aprimoramento dos controles gerais da área de Tecnologia da
Informação, caso existam.

Vale ressaltar que, apesar de não ter um fundamento legal dentro da estrutura
regulatória existente, relatórios de execução do PDTIC anterior, caso existam, devem
possuir o mesmo peso que um fundamento legal. Isso porque seu conteúdo contém o
histórico de execução das ações previstas, a capacidade estimada de execução dessas
ações, além do registro de possíveis fatores que dificultaram a execução e que as
metas fossem alcançadas, acompanhados de apontamentos sobre lições aprendidas.

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Outro ponto importante é que a aplicabilidade
desta fundamentação legal é válida somente
para a Administração Pública Federal,
visto que cada ente federativo possui leis,
decretos e instruções normativas próprias
para a elaboração de seus PDTICs

Execução das ações.


Fonte: Freepik. (2022)

Dessa forma, ao atender aos fundamentos legais para a elaboração de um PDTIC,


você poderá concluir que sua elaboração e monitoramento atendem:

• um princípio Constitucional;

• um princípio fundamental da Administração Pública Federal;

• uma obrigação legal;

• a exigência de controle;

• uma atividade inerente à gestão pública.

1.2 Níveis de Planejamento


Planejamento pode ser compreendido como uma preparação para agir de forma
mais efetiva. Dentro de um contexto organizacional, o ato de planejar significa
determinar seus objetivos ou metas e coordenar os meios e recursos para atingi-los.

O planejamento reduz as incertezas inerentes ao futuro, possibilitando a tomada de


decisões de forma antecipada sobre situações que poderão ocorrer. As técnicas de
planejamento são utilizadas para analisar o cenário atual, definir objetivos e metas,
elaborar estratégias de ação e delinear iniciativas para alcançar os objetivos.

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Sendo assim, planejar significa orientar ações presentes e futuras,
visando atingir um objetivo. O planejamento provê condições de
maior segurança e menor margem de erros. É o planejamento que
define ações, projetos, procedimentos, metas e objetivos, visando
mudar uma situação atual ou explorar uma possibilidade futura.

As organizações devem ter a capacidade de percepção e de organização de suas


experiências e perspectivas futuras, buscando integrar conhecimento e conteúdo,
priorizando questões relevantes com ações associadas a objetivos definidos.

As organizações adotam usualmente três níveis de planejamento, conforme a hierarquia.

Planejamento estratégico:

Está relacionado ao planejamento realizado no nível estratégico e é elaborado com diretrizes


e direcionamentos emanados pela alta administração, por meio do qual são definidos os
objetivos e planos da instituição. Este nível de planejamento direciona a tomada de decisões
relativas às questões de longo prazo, tais como sobrevivência, crescimento e efetividade
geral. Além disso, está relacionado ao processo administrativo que proporciona sustentação
para estabelecer a melhor direção a ser seguida pela organização. Geralmente este tipo de
planejamento está atrelado à alta administração, como a diretoria, e visa estabelecer objetivos,
políticas e estratégias para toda a organização.

Planejamento tático:

Está ligado ao nível tático, traduzindo os objetivos gerais e as estratégias da alta administração
em objetivos e atividades mais específicas. O principal desafio neste nível é promover um
contato eficiente e eficaz entre o nível estratégico e o nível operacional. Para isso trabalha
com a decomposição dos objetivos, estratégias e políticas estabelecidas no planejamento
estratégico. Vale ressaltar que o planejamento tático corresponde, na hierarquia dos níveis da
administração, ao nível de média administração ou gerência, e visa implementar tarefas, além
de coordenar e mitigar conflitos dentro deste nível hierárquico.

Planejamento operacional:

Nesse planejamento o processo é de menor amplitude. O foco é trabalhar junto aos


funcionários envolvidos nas operações da organização, implementando os planos específicos
definidos no planejamento tático. Pode ser considerado como a formalização, principalmente
através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e implantação
estabelecidas. Nessa situação tem-se, basicamente, os planos de ação ou planos operacionais,
os quais descrevem em detalhes os recursos necessários para seu desenvolvimento e
implantação; os procedimentos básicos a serem adotados; os resultados finais esperados; os
prazos estabelecidos; os responsáveis por sua execução e implantação etc.

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A adoção dos níveis de planejamento (estratégico, tático e operacional), permite ao
gestor estabelecer estratégias, alocar recursos, delegar tarefas, coordenar ações e fazer
constantes aprimoramentos das decisões tomadas ao longo das atividades, de acordo
com a complexidade inerente ao seu nível de atuação, conforme figura a seguir.

Nível
Estratégico
(Presidente, Sócios,
Diretores)

Nível Tático
(Gerentes, Coordenadores, Encarregados)

Nível Operacional
(Analistas, Assistentes, Auxiliares etc.)

Nível estratégico, tático e operacional.


Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

Em termos práticos, a elaboração e o monitoramento de um PDTIC é a execução


de um planejamento tático, pois as atividades e objetivos estruturados no plano
diretor acabam, de certa forma, traduzindo os objetivos gerais e as estratégias
da alta administração.

1.3 Planejamento na Administração Pública Federal

Entendendo a razão da necessidade de planejamento da administração pública,


surge a necessidade de transformar tal planejamento em algo prático. Desta forma,
no processo de elaboração de um planejamento surgem produtos que neste caso são
denominados “planos”.

A existência de tais planos foi estabelecida através da Constituição Federal de 1988,


que delineou o modelo do atual ciclo de planejamento e orçamento, definindo três
instrumentos com força de lei, cuja iniciativa e prerrogativa é exclusiva do Poder Executivo:

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• Plano Plurianual – PPA;

• Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO;

• Lei Orçamentária Anual – LOA.

O artigo 165 da Constituição Federal de 1988, no seu parágrafo 1º, determina que
leis de iniciativa do poder executivo, estabelecerão o plano plurianual, as diretrizes
orçamentárias e os orçamentos anuais:

A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as


diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas
de capital, e outras delas decorrentes, e para as despesas relativas aos programas
de duração continuada. (BRASIL, 1988)

Ainda segundo a legislação, o Plano Plurianual (PPA) representa a mais abrangente


peça de planejamento governamental, de médio prazo, onde se apresentam os planos,
objetivos e programas de trabalho da administração. O PPA explicita as escolhas
pactuadas com a sociedade e contribui para viabilizar os objetivos fundamentais da
República. Além disso, organiza a ação de governo na busca de um melhor desempenho
da Administração Pública. O PPA estabelece as medidas, gastos e objetivos a serem
seguidos pelo Governo Federal ao longo de um período de quatro anos.

Sendo assim, o planejamento de cada ano (orçamento anual)


não pode contrariar as determinações do PPA. Com isto, torna-
se obrigatório para o Governo o planejamento de suas ações
alinhadas ao seu orçamento.

O orçamento, por meio das Diretrizes Orçamentárias e Orçamentos Anuais, traduz


o plano em termos financeiros e em metas para um exercício financeiro, ajustando
o ritmo de execução ao fluxo de recursos, de modo a assegurar que a liberação do
dinheiro seja feita em momento adequado.

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O orçamento público constitui um importante instrumento de planejamento, e como
tal está intrinsecamente ligado ao PPA. Isto se deve ao fato de que, para executar as
ações previstas no PPA, é necessário alocar e mobilizar recursos que devem estar
previstos no orçamento de cada órgão.

Então, o orçamento público pode ser visto como um plano de governo para
guiar as ações do Poder Público a curto e médio prazo. Ao longo do processo de
execução física e financeira se opera a integração entre o plano e o orçamento.

Orçamento.
Fonte: Freepik (2022).

Contudo, para que isto ocorra de fato e não apenas no papel, o PPA precisa ser
formulado, executado, acompanhado e avaliado segundo rígidos critérios que
lhe garantam credibilidade, universalidade e vitalidade. Portanto, a estratégia
definida pelo governo por meio do PPA deve ser traduzida nas demais estratégias
da organização, assim como, em um fluxo ideal, o PDTIC também deve subsidiar a
composição da proposta orçamentária de TIC.

Você chegou ao fim desta unidade. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e
se aprofunde nos temas propostos.

Até a próxima!

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Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil
de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 7 abr. 2022.

BRASIL. Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967. Dispõe sobre a organização


da Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e
dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1967. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del0200.htm. Acesso em: 7 abr. 2022.

BRASIL. Decreto nº 7579, de 11 de novembro de 2011. Dispõe sobre o Sistema de


Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação - SISP, do Poder Executivo
federal. Brasília, DF: Presidência da República, 2011. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7579.htm. Acesso em: 7 abr. 2022.

BRASIL. Decreto nº 10332, de 28 de abril de 2020. Institui a Estratégia de Governo


Digital para o período de 2020 a 2022, no âmbito dos órgãos e das entidades
da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e dá outras
providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2020. Disponível em: https://
www.in.gov.br/en/web/dou/-/decreto-n-10.332-de-28-de-abril-de-2020-254430358.
Acesso em: 7 abr. 2022.

BRASIL. Instrução Normativa nº 1, de 4 de abril de 2019. Dispõe sobre o processo


de contratação de soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC
pelos órgãos e entidades integrantes do Sistema de Administração dos Recursos de
Tecnologia da Informação - SISP do Poder Executivo Federal. Brasília, DF: Secretaria
de Governo Digital/ME, 2019b. Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-/
asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/70267659/do1-2019-04-05-instrucao-
normativa-n-1-de-4-de-abril-de-2019-70267535. Acesso em: 7 abr. 2022.

BRASIL. Instrução Normativa nº 4, de 11 de setembro de 2014. Dispõe sobre o


processo de contratação de Soluções de Tecnologia da Informação pelos órgãos
integrantes do Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação
- SISP do Poder Executivo Federal. Brasília, DF: Secretaria de Logística e Tecnologia da
Informação/MP, 2014. Disponível em: https://www.economia.df.gov.br/wp-conteudo/
uploads/2021/04/instrucao_normativa_04_2014.pdf. Acesso em: 7 abr. 2022.

BRASIL. Portaria nº 778, de 4 de abril de 2019. Dispõe sobre a implantação da


Governança de Tecnologia da Informação e Comunicação nos órgãos e entidades
pertencentes ao Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação
do Poder Executivo Federal - SISP. Brasília, DF: Secretaria de Governo Digital/ME,
2019a. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-778-de-4-de-
abril-de-2019-70268126. Acesso em 9 jun. 2022.

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14
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Portal da Câmara dos Deputados. Disponível em:
https://www.camara.leg.br. Acesso em: 8 abr. 2022.

CHIAVENATO, I.; SAPIRO, A. Planejamento estratégico: fundamentos e aplicações.


2. ed. Rio de janeiro: Elsevier, 2009.

FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2022. Disponível em:


https://www.freepik.com/. Acesso em: 21 mar. 2022.

INFOESCOLA. Tecnologia da Informação e Comunicação. Disponível em: https://


www.infoescola.com/informatica/tecnologia-da-informacao-e-comunicacao/.
Acesso em: 8 abr. 2022.

OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias e práticas.


São Paulo: Atlas, 1986.

VASCONCELLOS FILHO, P. Planejamento estratégico para a retomada do


desenvolvimento. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1985.

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Unidade 2: A Importância do PDTIC para o Setor Público
Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade você será capaz de listar objetivos, benefícios e desafios da gestão
da elaboração de um PDTIC para o órgão e para o próprio setor público.

Você poderá verificar que a administração pública possui diversas particularidades


em relação às organizações privadas. Questões como planejamento, aprovações,
prazos e atores diferentes são apenas parte destas particularidades como você
poderá ver a seguir.

2.1 Objetivos da PDTIC em Órgãos do Setor Público

A Tecnologia da Informação e Comunicação assumiu, nos últimos anos, um papel


imprescindível no contexto das organizações públicas. O foco principal da TIC
é a efetiva utilização da informação como suporte às práticas organizacionais.
Devido a esta característica, a TIC acaba sendo uma estrutura que possui
transversalidade sobre vários eixos da organização, tangenciando suas áreas
negociais. É a TIC que apoia as organizações a atenderem as exigências por
agilidade, flexibilidade, efetividade e inovação. Na busca por uma administração
pública que prime pela melhor gestão e maior qualidade na prestação de serviços
aos cidadãos, torna-se essencial a realização de um bom planejamento da TIC
para viabilizar e potencializar a performance organizacional.

Com isto, o Plano Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação (PDTIC),


se torna essencial para introduzir inovação e atualização tecnológica dentro da
administração pública.

Vale ressaltar que apesar de todo o ganho de importância da TIC nas organizações,
sejam elas públicas ou não, o foco principal da TIC sempre será a efetiva utilização
da informação como suporte às práticas e aos objetivos organizacionais. Ou seja,
ser apoio, e não o foco da organização.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


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Tecnologia da Informação e Comunicação.
Fonte: Freepik (2022).

Nesse contexto, na busca por uma administração pública que prima pela melhor
gestão dos recursos e pela maior qualidade na prestação de serviços aos cidadãos,
torna-se essencial a realização de um planejamento de TIC que viabilize e potencialize
a melhoria contínua da performance da organização.

Para alcançar este resultado, é necessário que haja um alinhamento entre as


estratégias e planos da TIC e as estratégias organizacionais. Dessa maneira, o
PDTIC é o instrumento que permite nortear e acompanhar a sua atuação, definindo
estratégias e o plano de ação para implementá-las. Portanto ele se torna essencial
para introduzir inovação e atualização tecnológica, sendo também essencial na
transformação digital dos órgãos públicos.

Alinhamento de estratégias.
Fonte: Freepik (2022).

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O Plano Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação (PDTIC) visa orientar
uma organização no uso correto de seus recursos de Tecnologia da Informação e
Comunicação, levando a mesma a focar nos processos de melhoria contínua de
governança. Uma instituição que tenha elaborado seu PDTIC revela-se calcada nos
princípios de racionalização, economicidade, uniformidade e padronização, criando as
bases tecnológicas para a implantação das políticas públicas com eficiência e eficácia.

Devido às constantes mudanças, o PDTIC é uma importante ferramenta de apoio à


tomada de decisão para o gestor, habilitando-o a agir de forma proativa contra as
ameaças e a favor das oportunidades.

O PDTIC representa um instrumento de gestão para a execução das ações e projetos


de TIC da organização, possibilitando justificar os recursos aplicados em TIC, minimizar
o desperdício, garantir o controle, aplicar recursos naquilo que é considerado mais
relevante e, por fim, melhorar o gasto público e o serviço prestado ao cidadão.

2.2 Fatores Críticos de Sucesso da Elaboração de um PDTIC em


Organizações Públicas

Os fatores críticos são as condições que devem ser alcançadas para que o órgão
funcione plenamente, em seu máximo desempenho. Assim, ao elaborar o PDTIC, é
importante saber quais são esses fatores críticos e quais ações dentro do setor de
TIC devem ser feitas para ajudar a atender esses requisitos.

Visão de pontos críticos.


Fonte: Freepik (2022).

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


18
Além de reconhecer esses fatores críticos, a ideia é que o PDTIC aponte ações que
possibilitem que estes sejam alcançados. Para isso o plano deve listar as demandas
por tecnologia e as fontes para atendê-las, para que o órgão público seja capaz de
realizar sua função de forma eficiente e eficaz para toda a sociedade.

Para que isto ocorra, alguns fatores críticos devem ser levados em conta.

No tópico a seguir serão apresentados, em detalhes, alguns destes fatores:

2.2.1 Designação de Funções e Responsabilidades

A elaboração e monitoramento de um PDTIC não deve ter em seus processos


o envolvimento único de membros da área de TIC. De acordo com as melhores
práticas, uma visão holística sobre a instituição torna seu PDTIC mais completo,
visto que outros elementos, cujos escopos não necessariamente são identificados
pela área de TIC, acabam sendo incorporados.

Designação de pessoas e cargos responsáveis.


Fonte: Freepik (2022).

A designação de quem serão as pessoas e cargos responsáveis por cada etapa do


plano é um fator crucial para o sucesso de seu PDTIC. Tal escolha deve ser realizada
de forma racional e estar descrita no próprio PDTIC.

Para se aprofundar neste ponto, ouça o podcast “Funções corretas para pessoas
corretas”, no qual serão abordados os principais cuidados que as pessoas responsáveis
pela escolha dos membros responsáveis pela elaboração do PDTIC precisam tomar.

Podcast: Funções corretas para pessoas corretas

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 19


No podcast você pôde compreender a importância do ato de delegar, assim como
pôde refletir sobre atividades que podem ser delegadas e quem são as pessoas que
podem executá-las. Agora siga com seus estudos.

2.2.2 Estabeleça Métricas e Indicadores de Desempenho

Uma das principais responsabilidades dos membros de uma equipe de gestão é


conhecer a performance das equipes que respondem a eles. Este conhecimento,
quando se trata de desempenho no mundo corporativo, é apresentado no formato
de métricas e indicadores de desempenho.

Compreender o que são indicadores de desempenho e para que servem é


fundamental para saber como identificar, medir e analisar o funcionamento e os
resultados das estratégias organizacionais.

Entender como funciona a organização ajuda os gestores a estabelecerem métricas


e indicadores cada vez mais exclusivos e que, de certa forma, refletem melhor a
expectativa da instituição. Por isto é fundamental que as métricas e indicadores que
serão acompanhados sejam estabelecidos na elaboração do PDTIC. Os dados coletados
no monitoramento desses indicadores serão a base para avaliar os resultados do plano.

Análise de desempenho.
Fonte: Freepik (2022).

Essa avaliação, além de nortear possíveis mudanças ao longo da execução do PDTIC,


também servirá de base para a realização do diagnóstico para o plano posterior, ao
final do período de abrangência do primeiro. Essa sucessão só resulta em melhorias
contínuas quando baseada em monitoramento e avaliação.

Para se aprofundar, ouça o podcast “Métricas e indicadores”, no qual será abordada


a importância da correta definição de métricas e indicadores neste processo.

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Podcast: Entendendo Métricas e indicadores

No podcast você pôde compreender a definição das Métricas e indicadores, assim


como pôde entender a importância da utilização deles no processo do PDTIC.
Agora siga com seus estudos.

2.2.3 Adote a Técnica do PDCA

PDCA é uma sigla em inglês para a metodologia Plan (planeje), Do (execute), Check
(verifique), Act (aja). O PDCA é uma ferramenta de gestão baseada na repetição. De
maneira macro, o ciclo controla e melhora processos de forma contínua, ou seja,
deve fazer parte da rotina da empresa que busca aperfeiçoamentos contínuos.
A ferramenta é aplicada em qualquer ramo ou área de atividade para garantir o
alcance das metas e resultados traçados de uma organização.

Conheça cada um dos passos da metodologia.

P = Plan (planejar)
O ciclo tem início pela etapa de planejamento. Nela é necessário definir
objetivos de cada processo dentro da empresa, como identificação dos
problemas, metas e plano de ação. Nesta fase o detalhamento é muito
importante para um resultado mais eficaz.

D = Do (fazer)
Esse é o momento em que se precisa colocar em prática o planejamento
exatamente como foi detalhado. Se houver qualquer mudança, é preciso
reavaliar e reorganizar o ciclo para o bom andamento.

C = Check (checar)
É a implantação dos processos através das próprias ferramentas. Nesse
momento é necessário avaliar o que foi feito durante a execução e identificar
o que foi realizado dentre aquilo que foi planejado.

A = Act (agir)
A última fase do ciclo tem relação com a ação. É a realização das ações
corretivas das falhas que foram encontradas durante os processos. Em
seguida, reinicia-se o ciclo, dando continuidade na melhoria contínua.

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A CT PL

AN
CK
E

DO
CH

Processo PDCA.
Fonte: Junior (2019). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O foco principal do PDCA é a agilização dos processos de gestão, tornando-os


mais claros, objetivos e eficazes. Quando a última fase termina, reinicia-se o ciclo
para a identificação de novas oportunidades de melhoria e, assim, permitindo-
se manter a empresa constantemente em busca de inovação, profissionalismo,
agilidade e competitividade.

O ciclo PDCA facilita a tomada de decisões, estabelece a integridade, padroniza as


atividades e determina o ideal relacionamento entre os objetivos e as especificações.
Ele é utilizado, também, para melhorar o nível de gestão através do controle eficiente
de atividades internas e externas

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22
Antes de iniciar a fase de execução, é necessário que todos os
envolvidos no processo estejam comprometidos.

Para se aprofundar, ouça o podcast “PDCA eficaz”, no qual setratará de como é


possível ser eficaz na elaboração de um PDCA.

Podcast: PDCA eficaz

No podcast você pôde compreender a importância da utilização do PDCA, assim


como pôde refletir sobre atividades que podem facilitar e agilizar os processos de
gestão. Agora siga com seus estudos.

2.2.4 Estabeleça uma Matriz SWOT

No processo de tomada de decisão se faz necessário pesar os prós e os contras. É


normal pensarmos sobre quais são nossos pontos fracos e fortes e estimarmos as
probabilidades de algo dar certo ou errado, principalmente antes de darmos um
passo importante. Esse é mais ou menos o conceito por trás da matriz SWOT, uma
ferramenta muito utilizada para entender a realidade das empresas e servir como
ponto de partida para planejar estratégias e torná-las cada vez mais competitivas.

A matriz SWOT, também conhecida como matriz FOFA, é uma ferramenta gerencial
que examina o ambiente interno e externo de uma organização, buscando encontrar
oportunidades de melhoria e otimização do desempenho.

Por ser uma ferramenta simples e prática, ela pode ser usada em empresas de
qualquer porte ou segmento de mercado. O nome SWOT provém de quatro palavras
que começam com as letras da sigla:

• Strengths, que significa forças;

• Weaknesses, que significa fraquezas;

• Opportunities, que significa oportunidades;

• Threats, que significa ameaças.

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Matriz SWOT.
Fonte: CEPED/UFSC (2022).

Strengths ou forças:
São considerados os pontos positivos da organização, as vantagens que ela
tem em relação às outras instituições e que podem ser controladas e não
dependem de fatores externos. Isso pode ser identificado, principalmente,
na análise dos diferenciais oferecidos ao mercado, seja pela qualidade do
atendimento, pelo desempenho do marketing, das finanças, da produção
ou da organização como um todo.

Weaknesses ou fraquezas representam:


Representam suas fraquezas, pontos fracos em relação à concorrência
que podem ser controlados internamente. Mas isso não precisa ser
necessariamente um problema (afinal, nenhuma empresa é perfeita em tudo).
Só se tem um problema se a fraqueza não for diagnosticada, ou pior, se for
negligenciada na hora do planejamento de uma nova iniciativa estratégica.

Opportunities ou oportunidades:
São os elementos externos à organização que podem influenciar positivamente
a sua empresa e que não podem ser controlados por ela (ao contrário das
forças e das fraquezas). Logo, as oportunidades são chances que a organização
tem para se desenvolver, crescer e alcançar melhores resultados.

Threats ou ameaças:
Entende-se por ameaça todas as forças externas (que a empresa não pode
controlar) que podem repercutir negativamente na organização e reduzir
seu desempenho. Como a organização não tem poder sobre essas ameaças,
não tem como combatê-las, mas pode se preparar para enfrentá-las.

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24
Esta dinâmica pode ser vista por meio do diagrama da matriz SWOT adaptado de
Oliveira (2013), representado na figura a seguir.

Diagrama da Matriz SWOT.


Fonte: Oliveira (2013). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

Sendo assim, segundo Oliveira (2013), pode-se chegar a quatro diferentes tipos
de estratégias. A primeira delas seria através da identificação dos elementos
que se traduzem em forças para uma organização, aliados a elementos externos
que se traduzem em oportunidades, que a auxiliam na criação de estratégias de
desenvolvimento. Já o segundo tipo de estratégia, obtida através da identificação
dos elementos que se traduzem em forças para uma organização, aliados a elementos
externos que se traduzam em ameaças, são as estratégias de manutenção, uma
vez que seu objetivo seria a redução das ameaças frente às forças da organização.

Já a identificação e minimização dos elementos que se traduzam em fraquezas para


uma organização, aliados a elementos externos que se traduzam em oportunidades,
auxiliam no desenvolvimento de um terceiro tipo, as estratégias de crescimento.
Por fim, ações que teriam como intuito diminuir os impactos negativos causados
por elementos externos de ameaça e elementos internos de fraqueza, levariam à
elaboração de estratégias de sobrevivência.

Para se aprofundar neste assunto, ouça o podcast SWOT eficaz, no qual serão
abordadas questões sobre como construir uma matriz SWOT eficaz.

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Podcast: SWOT eficaz

No podcast você pôde compreender a importância da construção da matriz SWOT,


assim como pôde refletir sobre a criação de estratégias de desenvolvimento e
manutenção eficazes. Agora siga com seus estudos.

Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o
conteúdo e se aprofunde nos temas propostos.

Até a próxima!

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Referências
BARROS, Fábio Gomes. Elaboração do Plano Diretor de Tecnologia da Informação.
[Apostila]. Brasília, DF: ENAP/DGTI, 2014. 82 p.

BRASIL. Ministério da Economia. Guia de PDTIC do SISP v2.0. 2020. Disponível em:
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/sisp/documentos/guia-de-pdtic-do-sisp-v2.0
Acesso em: 10 nov. 2021.

CAMPOS, V. F. Gerenciamento da rotina do trabalho do dia-a-dia. Belo Horizonte:


Editora de Desenvolvimento Gerencial, 2001.

ELSEVIER. Research Metrics Guidebook. Amsterdam: Elsevier, 2019. Disponível


em: https://www.elsevier.com/research-intelligence/resource-library/scival-metrics-
guidebook. Acesso em: 10 nov. 2021.

FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2022. Disponível em:


https://www.freepik.com/. Acesso em: 21 mar. 2022.

HABERGER, A. Swatting SWOT Stategy (Strategic Planning Society). [s.l.]: [s.n.], 2000.

JUNIOR, Carlos. Ciclo PDCA, uma ferramenta imprescindível ao gerente de


projetos. 2019. Disponível em: https://www.doxplan.com/Noticias/Post/Ciclo-PDCA,-
uma-ferramenta-imprescindivel-ao-gerente-de-projetos. Acesso em: 11 abr. 2022.

OLIVEIRA, Marco Antônio. Administração estratégica na prática. 8ª ed. São Paulo:


Atlas, 2013.

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Unidade 3: Ciclo de Vida de um PDTIC
Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade você será capaz de reconhecer o ciclo de vida do PDTIC.

Uma vez compreendidos os principais papéis envolvidos no ciclo de vida do PDTIC,


serão detalhados, nos próximos tópicos, os subprocessos, atividades e tarefas
inerentes à elaboração do PDTIC.

O PDTIC é um documento que passa por uma série de transformações ao longo de


sua utilização: desde o momento em que é concebido, até o momento em que se
encerra. Esse conjunto de transformações é denominado ciclo de vida do PDTIC ou
macroprocesso de PDTIC. O ciclo de vida se inicia com a concepção do documento,
ou seja, no processo de elaboração. Após concebido, o documento deverá ser
acompanhado ao longo de sua validade, realizando o seu monitoramento e a
avaliação adequados, o que pode refletir em uma revisão do mesmo.

Macroprocessos de PDTIC.
Fonte: Freepik (2022).

O ciclo de vida de um PDTIC é apresentado através de processos. Processo pode ser


conceituado como qualquer atividade que recebe uma entrada (input), agrega-lhe
valor e gera uma saída (output) para um cliente interno ou externo.

Para cada processo são apresentadas as atividades que o integram. Cada atividade
indica o objetivo de sua execução, as tarefas que a compõem, o responsável

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e os possíveis itens utilizados como entrada e gerados como saída da atividade.
Eventualmente podem ser apresentados detalhamentos adicionais para a atividade,
por meio de materiais auxiliares e referências sugeridas.

3.1 Elaboração

O processo de elaboração de um PDTIC é dividido em três subprocessos: preparação,


diagnóstico e planejamento.

Elaboração de processos.
Fonte: Freepik (2022).

Para descrever tais subprocessos, utilizou-se a notação para modelagem de processos


de negócio denominada Business Process Model and Notation (BPMN), cujo foco é
a representação gráfica desenvolvida pelo Business Process Management Initiative
e atualmente mantida pela Object Management Group, a qual possibilita boa
compreensão de diagramas sem a necessidade de conhecimento técnico aprofundado.

Preparação
A preparação representa o início do processo de elaboração do PDTIC. O
processo se inicia com o Comitê de Governança Digital definindo a abrangência
e o período de vigência desse PDTIC e indicando sua equipe de elaboração. Essa
indicação é formalizada por meio de um instrumento que confere as atribuições
aos membros como, por exemplo uma Portaria de Designação (a instituição do
Comitê de Governança Digital consta do decreto 10.332/2020 da Estratégia de
Governo Digital (EGD) e seu papel também é descrito na Portaria nº 778, de 4 de
abril de 2019) (BRASIL, 2020a; 2019).

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 29


Preparação.
Fonte: Freepik (2022).

Em seguida são conduzidas as atividades de descrição da metodologia de elaboração


do PDTIC, de consolidação dos documentos de referência, de identificação das
estratégias da organização e de definição dos princípios e diretrizes.

Portanto, este subprocesso reúne aspectos decisórios de caráter superior: aprovação


de documentos e atividades diretamente voltadas à elaboração do Plano de Trabalho
que orientará a condução da elaboração do PDTIC.

É importante ressaltar que a utilização da Metodologia de Gerenciamento de Projetos


é muito bem-vinda no intuito de apoiar a execução das atividades de preparação, uma
vez que se recomenda que a elaboração do PDTI seja conduzida como um projeto.

As atividades que compõem o subprocesso de Preparação são:

• definir abrangência e período do PDTIC;

• definir a equipe de elaboração do PDTIC;

• descrever a metodologia de elaboração;

• consolidar documentos de referência;

• identificar estratégias da organização;

• identificar princípios e diretrizes;

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• elaborar o Plano de Trabalho do PDTIC;

• aprovar o Plano de Trabalho do PDTIC.

Diagnóstico
Este subprocesso se caracteriza por buscar compreender a situação atual da TIC na
organização para, em consonância com esse quadro, identificar as necessidades
(problemas ou oportunidades) que se espera resolver.

Para isso são consideradas as atividades relacionadas à análise estratégica e ao


levantamento de necessidades. A análise estratégica é realizada para posicionar a
TIC dentro de um contexto organizacional. O levantamento de necessidades parte
daquelas relacionadas à informação e se desdobra em todas as outras associadas à
TIC: serviços, infraestrutura, contratações e pessoal de TIC.

Serviço.
Fonte: Freepik (2022).

É importante observar que este subprocesso exige grande interação com as outras
áreas da organização, uma vez que realiza extensa coleta de dados e análise de
documentos. Um dos principais artefatos produzidos neste subprocesso, e muito
importante para todo o processo de elaboração do PDTIC, é o Inventário de
Necessidades. Esse inventário é consolidado ao final do subprocesso, a partir do
levantamento de necessidades provenientes, basicamente, de todas as atividades
que compõem a fase de diagnóstico.

As atividades que compõem o subprocesso de diagnóstico são:

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• analisar resultados do PDTIC anterior;

• analisar o referencial estratégico de TIC;

• analisar a organização da TIC;

• realizar análise SWOT da TIC;

• estimar a capacidade de execução da TIC;

• planejar o levantamento das necessidades;

• identificar necessidades de informação, de serviços de TIC, de infraestrutura


de TIC, de contratação de TIC e de pessoal de TIC;

• consolidar o Inventário de Necessidades;

• alinhar as necessidades de TIC às estratégias da organização;

• aprovar o Inventário de Necessidades.

Planejamento
Este subprocesso é caracterizado por planejar o atendimento das necessidades,
estabelecendo os planos e as ações adequados para o alcance dos objetivos
esperados. Para isso, esse subprocesso contempla atividades relacionadas à
priorização das necessidades e planejamento de metas e ações, abrangendo
aspectos de pessoal, orçamento e riscos.

Planejamento de metas e ações.


Fonte: Freepik (2022).

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Um dos principais artefatos produzidos nesse subprocesso, e muito importante
para todo o processo de elaboração do PDTIC, é o Plano de Metas e Ações. Nele
constam informações sobre os indicadores, os responsáveis, os prazos e os recursos
(humanos e orçamentários) a serem utilizados pelas ações.

As atividades que compõem o subprocesso de planejamento são:

• atualizar critérios de priorização;

• priorizar as necessidades inventariadas;

• definir metas e ações;

• planejar ações de pessoal;

• planejar orçamento das ações do PDTIC;

• identificar os fatores críticos de sucesso;

• planejar o gerenciamento de riscos;

• consolidar a minuta do PDTIC;

• aprovar a minuta do PDTIC;

• publicar o PDTIC.

3.2 Acompanhamento

O processo de acompanhamento de um PDTIC é dividido em três subprocessos: a


execução, o monitoramento e a avaliação.

Execução
Este subprocesso é caracterizado por conter a execução de atividades de
acompanhamento do PDTIC.

Um dos principais benefícios deste subprocesso é a possibilidade de


alterações do PDTIC ocasionadas por novas demandas. O processo de
execução envolve diversos atores e atividades que servirão como base para
possiveis alterações no PDTIC.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 33


Monitoramento
Este subprocesso é caracterizado por conter atividades necessárias para uma
análise de como o PDTIC está sendo realizado. Para isso este subprocesso
contempla atividades relacionadas à coleta de indicadores; à análise
dos indicadores; às reuniões de acompanhamento; e à coleta e análise
de demandas. O foco é na verificação do progresso das ações do PDTIC.
Em compreender se ele está evoluindo conforme o planejado, focando
principalmente no processo, no esforço ou nas condições ambientais.

Avaliação
Este subprocesso é caracterizado por conter atividades necessárias para
realizar a avaliação intermediária e final do PDTIC. Compreende as atividades
de consolidação de resultados e indicadores; análise dos resultados;
elaboração de relatórios; e aprovação do relatório de resultados do PDTIC.

Um dos principais benefícios deste subprocesso é a possibilidade de


alterações do PDTIC ocasionadas por desvios identificados em suas análises
parciais e de ajustes em todos os processos realizados até este ponto, agora
apresentados em sua avaliação final.

Que bom que você chegou até aqui. Chegou a hora de você testar seus conhecimentos.
Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente virtual.

Bons Estudos!

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Referências
BARROS, Fábio Gomes. Elaboração do Plano Diretor de Tecnologia da Informação.
[Apostila]. Brasília, DF: ENAP/DGTI, 2014. 82 p.

BRASIL. Decreto nº 10332, de 28 de abril de 2020. Institui a Estratégia de Governo


Digital para o período de 2020 a 2022, no âmbito dos órgãos e das entidades
da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e dá outras
providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2020a. Disponível em: https://
www.in.gov.br/en/web/dou/-/decreto-n-10.332-de-28-de-abril-de-2020-254430358.
Acesso em: 7 abr. 2022.

BRASIL. Ministério da Economia. Guia de PDTIC do SISP v2.0. 2020b. Disponível em:
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/sisp/documentos/guia-de-pdtic-do-sisp-v2.0.
Acesso em: 10 nov. 2021.

BRASIL. Portaria nº 778, de 4 de abril de 2019. Dispõe sobre a implantação da


Governança de Tecnologia da Informação e Comunicação nos órgãos e entidades
pertencentes ao Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação
do Poder Executivo Federal - SISP. Brasília, DF: Secretaria de Governo Digital/ME,
2019a. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-778-de-4-de-
abril-de-2019-70268126. Acesso em 9 jun. 2022.

FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2022. Disponível em:


https://www.freepik.com/. Acesso em: 21 mar. 2022.

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Módulo

2 Papéis e Responsabilidades
Neste módulo serão abordados conceitos importantes para a elaboração de um
PDTIC de forma eficiente e eficaz. Para isso, será mostrado como os atores envolvidos
nos processos devem ser corretamente escolhidos, baseado em suas competências
e habilidades, e também serão demonstrados quais atores são fundamentais para a
correta elaboração de um PDTIC.

Sendo assim, em cada unidade serão apresentados aspectos conceituais sobre o


PDTIC, como: competências, habilidades, papéis e responsabilidades, assim como
uma visão bem inicial dos subprocessos de elaboração do PDTIC.

Unidade 1: A Importância das Pessoas Certas para a Elaboração


e Acompanhamento de um PDTIC

Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade você será capaz de diferenciar competências e habilidades


demandadas dos responsáveis pela elaboração do PDTIC.

Um dos maiores desafios para o sucesso da elaboração de um PDTIC é estar cercado


das pessoas certas, nos lugares certos. Por isso é importante saber identificar as
características necessárias para a correta escolha dos profissionais que estarão,
junto a você, envolvidos no processo de elaboração do PDTIC.

Pessoas certas.
Fonte: Freepik (2022).

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1.1 Conceito de Competências e Habilidades

No dia a dia profissional você provavelmente já deve ter ouvido falar sobre
competências e habilidades. Embora as duas palavras apareçam juntas com
frequência, até mesmo como sinônimos, elas têm significados e aplicações diferentes.
Contudo uma coisa é certa: ambas são essenciais em sua vida profissional, incluindo
para a elaboração do seu PDTIC.

Habilidades e competências são dois conceitos fundamentais na vida de qualquer


profissional, mas nem todo mundo sabe exatamente o que significam esses termos.
Logo, pode haver dificuldades em seu entendimento e na escolha correta dos
membros de qualquer equipe. Ou seja, a falta de entendimento destes conceitos
pode levar não somente a falhas na escolha da equipe da elaboração de um PDTIC,
mas de qualquer outra equipe profissional.

Além disso, entender a diferença permite direcionar o aprendizado de forma objetiva.


Isto é, pode-se analisar qual medida é mais relevante para desenvolver uma nova
habilidade ou competência, bem como mensurar o progresso realizado até então.

Neste conteúdo, serão explicados ambos os conceitos de maneira clara para que
você possa montar uma equipe mais eficaz.

Antes da apresentação de um conceito mais bem elaborado de habilidades e


competências, deve-se ter em mente alguns elementos. São eles:

• Conhecimento — o que se sabe;

• Habilidade — o que se sabe fazer;

• Atitude — o que se sabe fazer acontecer, ou seja, a disposição para agir


e concretizar.

O que são habilidades?


Uma habilidade é uma capacidade aprendida, por meio de treinamento ou
experiências, para obter um resultado desejado ou realizar funções de trabalho.

A habilidade é adquirida através de um esforço. Isto para realizar atividades


ou funções envolvendo ideias (habilidades cognitivas), objetos (habilidades
técnicas) ou pessoas (habilidades interpessoais).

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As habilidades também podem ser compreendidas como qualidades que o
profissional tem para realizar alguma atividade. São aquelas características
que podem ajudar um profissional a desenvolver competências.

O que são competências?


Competências são um conjunto de habilidades e conhecimentos relacionados,
mas uma competência é mais do que apenas conhecimento e habilidades. Ela
pode ser desenvolvida por meio de treinamentos ou experiências, e possibilita
a atuação efetiva em uma situação, que pode ou não ser de trabalho.

Possuir uma competência envolve a capacidade de atender demandas


complexas, recorrendo e mobilizando recursos, em um contexto particular.
As competências, portanto, podem incorporar uma habilidade, mas são
mais do que isso apenas.

Alguém muito habilidoso não é, necessariamente, alguém muito competente. Uma


pessoa pode ter habilidades, mas não ter as competências necessárias. Logo, para
alguém ser competente é necessário ser hábil para desempenhar sua função.

Compreendendo melhor os conceitos destes dois importantes tópicos, pode-se iniciar


a análise de quais competências e habilidades são importantes e necessárias para ser
um integrante do processo de elaboração de um PDTIC

A diferença entre habilidade e competência


Ter habilidade para desempenhar uma determinada função ou papel não
significa, necessariamente, ser competente. Porém, para ser competente, é
preciso ter determinadas habilidades. Em alguns casos, o mais competente
pode até ser o menos habilidoso.

1.2 Competência e Habilidades de Membros Externos à Área de TIC

Antes de avaliar as competências e habilidades dos membros externos à área de


TIC, deve-se ter consciência de quem são eles.

Dentro deste contexto você tem que ter em mente que todos os membros que não
estejam vinculados à área de TIC são considerados externos. Mas quem são eles?

Existem membros que, por força de leis e decretos, são obrigatórios, e outros,
que pela característica de cada organização podem, muitas vezes, ser até mais
importantes que os membros obrigatórios.

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Membros obrigatórios externos na elaboração de um PDTIC são aqueles descritos
explicitamente em uma lei ou decreto, como a autoridade máxima da organização
(tais membros estão descritos de forma mais detalhada à frente). Já membros não
obrigatórios externos são aqueles que estão lotados em áreas importantes da
organização, que possuem conhecimento histórico do funcionamento dos processos
e que permitem a todos os membros da equipe de elaboração do PDTIC ter uma
visão mais completa e real da instituição.

Dentro deste contexto, conhecer estes membros através da identificação de suas


competências e habilidades torna o processo mais simples.

Observado isso, seguem as competências e habilidades que ajudam a identificar os


melhores membros para uma equipe de elaboração de um PDTIC.

Conhecimento organizacional
Conhecimento organizacional é o tipo de ativo de qualquer instituição para
o qual nenhum valor pode ser nomeado. Quando os indivíduos agrupam
seu conhecimento dentro de uma organização, esse conhecimento pode
dar vantagens em relação a outras no mesmo segmento de mercado, e isso
é diferencial competitivo. Esta capacidade de ser consciente de detalhes
técnicos-organizacionais, apresentados de forma tácita ou explícita,
ajudam a entender melhor a organização.

Tomada de decisões
A tomada de decisão consiste no processo decisório da escolha dentre
as alternativas possíveis, ou seja, dentre opções pré-existentes. No caso
da tomada de decisões nas organizações, sejam elas públicas ou não,
suas consequências podem afetar direta ou indiretamente todos os
colaboradores, gerando riscos ou oportunidades. Logo, ser capaz de tomar
decisões com base no raciocínio e na experiência ajudará você a não se
precipitar, evitando tomar decisões das quais se arrependerá depois.

Pensamento crítico
O pensamento crítico é a habilidade de pensar com clareza e racionalidade,
de maneira reflexiva e independente, e compreender a conexão lógica entre
várias ideias. Isso requer capacidade de raciocinar e de aprender ativamente,
em contraste a ser apenas um receptor passivo de informações. Pessoas
que pensam criticamente questionam ideias, suposições e argumentos,
buscando determinar se representam o quadro completo, e estão sempre
abertas a descobrir se estão erradas ou se há mais a se saber sobre
determinado assunto. Sendo assim, tal habilidade oferece a você uma
forma de encarar as situações de uma perspectiva renovada, de maneira a
poder contribuir com novas ideias e soluções.

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Comunicação assertiva
Comunicação assertiva é a capacidade do emissor de conseguir manter um
canal aberto através da capacidade de repassar as suas ideias sem gerar
conflitos ou problemas de relação. Dentro do contexto de uma organização
pública, a escolha de membros que se comuniquem de forma assertiva é o
mais recomendado para a construção de um perfeito clima organizacional onde
não existam ruídos e gargalos provenientes de uma má comunicação. Possuir
uma comunicação assertiva se refere à capacidade que uma pessoa tem para
expressar sua opinião apropriadamente, defendendo seu ponto de vista, mas
sempre respeitando a opinião dos outros, mesmo sem concordar com ela.

Adaptabilidade
A adaptabilidade pode ser definida como a capacidade de se adaptar a
novas situações, circunstâncias ou necessidades. A pessoa que desenvolve
esse tipo de habilidade consegue se estabelecer em um ambiente sem
prejuízos emocionais, mesmo sob condições distintas daquelas às quais
está acostumada. Essa aptidão é muito valorizada no mundo hoje, porque
as mudanças fazem parte de nosso cotidiano pessoal e profissional.
Esta característica, por si só, produz uma significativa melhora nas
relações interpessoais, aumentando assim nosso nível de satisfação
com a vida. De forma resumida, ser adaptável refere-se à capacidade
de lidar com constantes mudanças, tanto positivas, quanto negativas.
Portanto, profissionais que se ajustam a essas situações, mobilizando seu
conhecimento e experiências para aproveitá-las de forma produtiva, são
colaboradores úteis para membros externos à TIC.

Ética
Ética é a área da filosofia dedicada às ações e ao comportamento
humano. O objeto de estudo da ética são os princípios que orientam as
ações humanas e a capacidade de avaliar essas ações. Ética e moral se
diferenciam quanto a questão de a ética ser compreendida de maneira
universal, enquanto a moral está sempre ligada aos fatores sociais e
culturais que influenciam os comportamentos.

O que muitos não compreendem é como a disciplina da Filosofia pode ter relação
com ambientes organizacionais, entretanto a ética profissional é um conjunto
de valores e normas, tanto de comportamento quanto de relacionamento,
adotados no ambiente de trabalho, no exercício de qualquer atividade. Ter
uma conduta ética é saber construir relações de qualidade com colegas, chefes
e subordinados, contribuir para o bom funcionamento das rotinas de trabalho
e para a formação de uma imagem positiva da instituição perante os públicos
de interesse, como acionistas, clientes e a sociedade em geral.

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Agora, para visualizar alguns exemplos de como essas competências e habilidades
são importantes para uma equipe de membros externos, assista à videoaula a seguir.
Nesta videoaula serão apresentadas as competências necessárias aos membros
externos à área de TIC, dentro de um contexto voltado ao dia a dia.

Videoaula: Competências de membros externos à área de TIC

1.3. Competências e Habilidades de Membros Internos da Área de TIC

Conhecimento técnico
De uma maneira simplista, conhecimento técnico é a “bagagem” que um
profissional precisa ter para executar suas funções da melhor maneira
possível. É a união entre teoria e prática. De uma forma resumida, pode-
se colocá-lo como a capacidade de ser consciente de detalhes técnicos
da área de TIC, tanto de forma genérica quanto no tocante a detalhes da
organização, de forma tácita ou explícita.

Não possuir conhecimento técnico não significa que você não seja um
bom profissional, mas já pensou que poderia se tornar ainda melhor? O
conhecimento técnico ajuda você a conhecer novas técnicas, tendências e
dicas. Um profissional com conhecimento técnico é um profissional mais
completo para sua equipe.

Visão do negócio
Ter uma visão de futuro significa ter a compreensão de onde você quer
chegar. De alguma forma, certa ou errada, todo gestor tem uma visão de
futuro para sua organização, mas nem sempre a formalizam ou definem
uma estratégia para alcançar seus objetivos.
É necessário compreender que a visão do negócio procura responder
para onde a organização quer ir e o que deseja ser no futuro. Mesmo em
organizações públicas, a mesma deve ser construída com a participação
dos colaboradores. Essa visão deve ser inspiradora, realizável, objetiva e
com prazos perceptíveis a ser executados. Escolher indivíduos dentro da
organização que sejam capazes de opinar sobre o lugar em que está sua
organização e para onde ela irá caminhar ajudam a elaboração de um
PDTIC, pois tais indivíduos serão capazes de prever as consequências das
suas decisões antes que elas virem um problema.

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Relações interpessoais
Relacionamento interpessoal é um conceito do âmbito da sociologia
e da psicologia que significa uma relação entre duas ou mais pessoas,
sendo que tal relacionamento pode estar inserido, por exemplo, em um
contexto familiar, escolar, ou de trabalho. No contexto das organizações, o
relacionamento interpessoal é de extrema importância. Um relacionamento
interpessoal positivo contribui para um bom ambiente na empresa, o que
pode resultar em um aumento da produtividade. Escolher indivíduos dentro
da organização, que sejam capazes de criar e manter relações com aquelas
pessoas que nos rodeiam, ajudam a elaboração de um PDTIC. Não se refere
apenas às relações com pessoas próximas, mas também às relações de
trabalho e qualquer outro tipo que se dê entre pessoas.

Gestão de problemas e conflitos


A gestão de conflitos nas empresas é um conjunto de ações para alcançar a
harmonia entre os funcionários, solucionando divergências que surgem no
ambiente de trabalho, decorrentes da reunião de pessoas com diferentes
opiniões e personalidades. Administrar essa questão nas empresas sempre
foi uma preocupação para os gestores, portanto ser capaz de gerenciar
essas situações, tomando as melhores decisões possíveis, permitirá que a
pessoa não entre em uma situação de estresse.

Empatia
Empatia é a capacidade de tentar sentir o que sentiria outra pessoa, caso estivesse
na mesma situação vivenciada por ela. É tentar compreender sentimentos e
emoções, procurando entender o que sente outro indivíduo. Saber se colocar
no lugar dos outros é completamente necessário para poder tomar decisões
adequadas, evitando afetar negativamente as pessoas que te rodeiam.

Capacidade de resolução
A vida está cheia de problemas. Portanto, ser capaz de criar baterias de
propostas para solucioná-los te ajudará em seu desempenho.
Capacidade de trabalhar em equipe
Diariamente é preciso viver e se relacionar com outras pessoas,
principalmente no local de trabalho, portanto possuir essa habilidade te
ajudará a conseguir um trabalho eficiente e satisfatório.

Flexibilidade e adaptação
Todas as áreas da sociedade estão em constante mudanças (tecnologia, ciência
etc.). Portanto, ser capazes de aprender e se adaptar de maneira flexível às
novas mudanças te permitirá enfrentar com confiança os novos desafios.

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42
Saber trabalhar sob pressão
Acostumar-se a gerenciar o estresse e a pressão ajuda a pessoa com essa
habilidade a progredir da melhor forma possível, mantendo sempre a calma.

Ética
Ética é a área da filosofia dedicada às ações e ao comportamento
humano. O objeto de estudo da ética são os princípios que orientam as
ações humanas e a capacidade de avaliar essas ações. Ética e moral se
diferenciam quanto a questão de a ética ser compreendida de maneira
universal, enquanto a moral está sempre ligada aos fatores sociais e
culturais que influenciam os comportamentos.

O que muitos não compreendem é como a disciplina da Filosofia pode ter


relação com ambientes organizacionais, entretanto a ética profissional
é um conjunto de valores e normas, tanto de comportamento quanto
de relacionamento, adotados no ambiente de trabalho, no exercício de
qualquer atividade. Ter uma conduta ética é saber construir relações de
qualidade com colegas, chefes e subordinados, contribuir para o bom
funcionamento das rotinas de trabalho e para a formação de uma imagem
positiva da instituição perante os públicos de interesse, como acionistas,
clientes e a sociedade em geral.

Agora, para visualizar alguns exemplos de como essas competências internas são
importantes e influenciam no desenvolvimento do trabalho coletivo e individual,
assista à videoaula a seguir.

Videoaula: Competências de membros internos à área de TIC

Você chegou ao fim desta unidade. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e
se aprofunde nos temas propostos.

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Referências
ARAÚJO, L. C. G. Gestão de pessoas: estratégias e integração organizacional. São
Paulo: Atlas, 2006.

DEL PRETTE, A.; DEL PRETTE, Z. A. P. Competência social e habilidades sociais:


Manual teórico-prático. Petrópolis: Vozes, 2017.

DEL PRETTE, Z. A. P.; DEL PRETTE, A. Habilidades Sociais e Competência Social


para uma vida melhor. São Carlos, SP: EDUFSCar, 2017.

FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2022. Disponível em:


https://www.freepik.com/. Acesso em: 21 mar. 2022.

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44
Unidade 2: Principais Atores Envolvidos na Elaboração
de um PDTIC

Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade você será capaz de diferenciar os principais atores para a
elaboração de um PDTIC.

Para escolher corretamente os profissionais e montar uma equipe assertiva para a


elaboração de um PDTIC é importante identificar os atores necessários e diferenciar
quais são os profissionais que detém os requisitos demandados para tais funções.

Você vai ver, passo a passo, como os atores devem ser escolhidos para a correta
elaboração de um PDTIC.

2.1 Autoridade Máxima

A autoridade máxima é o membro que possui o cargo mais alto da organização.

Nos ministérios, são os ministros. Nas autarquias e fundações, correspondem aos


presidentes. Em uma universidade é o seu reitor.

A autoridade máxima é quem patrocinará o projeto de elaboração de PDTIC. Tal


patrocínio não significa aporte financeiro, mas aporte político. Nesse papel ele
deverá prover recursos, tomar as decisões mais importantes, definir premissas e
diretrizes gerais, e aprovar e publicar o PDTIC, formalizando-o. Vale ressaltar que a
sua aprovação é de responsabilidade do Comitê de Governança Digital.

Autoridade Máxima.
Fonte: Freepik (2022).

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A autoridade máxima de uma organização pública é também o principal patrocinador
do PDTIC. O papel do patrocinador é crucial no projeto e pode fazer toda a diferença
em seu sucesso ou fracasso.

A escolha deste membro também possui viés político, não cabendo a troca nem
mesmo pelo próprio membro mais alto da organização, ou seja, sua autoridade
não pode ser delegada.

2.2 Comitê de Governança Digital

A criação de um Comitê de Governança Digital é um mecanismo importante de


governança de TIC, visto que ele tem a função de dirigir o alinhamento das ações
e investimentos com os objetivos estratégicos, e de monitorar os resultados do
desempenho da TIC.

O comitê tem a prerrogativa de dirigir o alinhamento das ações e dos investimentos


(sendo estes aprovados anteriormente pela autoridade máxima do órgão). Ressalta-
se que é de responsabilidade do Comitê de Governança Digital alcançar os objetivos
e as metas retratados no PDTIC.

Comitê de Governança Digital.


Fonte: Freepik (2022).

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46
Sua importância no serviço público é tal que sua criação é apresentada no Decreto nº
10.332, de 28 de abril de 2020, no qual se instituiu a Política de Governança Digital no
âmbito dos órgãos e das entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e
fundacional. Nela está prevista a criação da estrutura do Comitê de Governança Digital,
ou estrutura equivalente, para deliberar sobre os assuntos relativos à governança
digital, cabendo a esse se manifestar previamente quanto à edição do PDTIC:

Art. 9º Os órgãos e as entidades da administração pública federal direta,


autárquica e fundacional deverão manter um Comitê de Governança Digital, ou
estrutura equivalente, para deliberar sobre os assuntos relativos à Governança
Digital, composto por, no mínimo:

I. um representante da Secretaria Executiva ou da unidade equivalente do


órgão ou da entidade, que o presidirá;

II. um representante de cada unidade finalística do órgão ou da entidade; e

III. o titular da unidade de tecnologia da informação e comunicação do


órgão ou da entidade.

IV. Parágrafo único. Os membros do Comitê ou da estrutura equivalente


referidos nos incisos I e II do caput deverão ser ocupantes de cargo de
provimento em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores,
de nível 5 ou equivalente, ou de cargo de hierarquia superior.

Art. 10. A edição dos instrumentos de planejamento de que trata o art. 8º


dependerá de prévia manifestação favorável do Comitê de Governança Digital
ou da estrutura equivalente. (BRASIL, 2016)

Vale ressaltar que esse comitê é formado por representantes das


áreas de negócio e de TIC. A mescla de colaboradores de diversas
áreas ajuda a obter uma visão mais holística da organização.

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Outra atividade de grande importância realizada por este comitê é a manutenção
do PDTIC.

Para se aprofundar, ouça o podcast “O comitê de governança digital na prática”, no


qual serão abordados pontos importantes para o estabelecimento de um comitê de
Governança, tendo o dia a dia como foco.

Podcast: Comite de governança digital na pratica

No podcast você pôde compreender a importância da formação do Comitê de


Governança Digital para a manutenção do PDTIC.

Agora, siga com seus estudos.

2.3 Equipe de Elaboração do PDTIC

Esta é a equipe que tem como principal responsabilidade a execução de boa parte
da elaboração do PDTIC, ou seja, é a equipe que realmente põe a mão na massa.
Os membros da equipe são designados pelo Comitê de Governança Digital que
deve indicar servidores tanto das áreas finalísticas quanto da área de TIC. Ou
seja, a equipe de elaboração do PDTIC não deve ser composta exclusivamente
por servidores da área de TIC.

É esta equipe que fica responsável por executar boa parte da elaboração do
PDTIC. Ou seja, é o grupo que realmente efetua as atividades de confecção deste
documento. Recomenda-se que a elaboração do PDTIC seja trabalhada como
um projeto. Portanto, é recomendado que esses membros sejam treinados em
gerenciamento de projetos baseados em planos.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


48
Equipe de Elaboração.
Fonte: Freepik (2022).

Os membros desta equipe são designados pelo Comitê de Governança Digital, que
deve indicar servidores, tanto das áreas finalísticas, quanto da área de TIC. Ou seja,
reforça-se a orientação de que os profissionais que vão participar da elaboração do
PDTIC não sejam exclusivamente servidores da área de TIC. Outra recomendação é
que a equipe não seja técnica, mas primordialmente de negócios, com conhecimento
multidisciplinar, perfil colaborativo e integrador, domínio da cultura organizacional e
do negócio da sua área. Essa recomendação pode ser identificada por meio da análise
de competências e habilidades que foram apresentadas no decorrer do conteúdo.

Apesar de algumas organizações separarem a elaboração do acompanhamento, não


existe necessidade de segregação das duas tarefas, sendo recomendada a utilização
da mesma equipe tanto para a elaboração quanto para o acompanhamento, visto
que a equipe pode ganhar em sinergia por ter mais conhecimentos, técnicos ou não,
de todo o projeto realizado.

Quanto à atividade de monitoramento, a equipe será responsável pelo acompanhamento


do plano de ações do PDTIC e reporte dos resultados ao Comitê de Governança Digital.

No caso de a organização optar pelo segregamento de funções, é recomendado que,


assim como para a equipe de elaboração do PDTIC, sua composição não seja totalmente
técnica, mas primordialmente negocial, com conhecimento multidisciplinar, perfil
colaborativo e integrador, domínio da cultura organizacional e do negócio da sua área.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 49


Para se aprofundar, ouça o podcast a “Equipe de elaboração na prática”, serão
abordados pontos importantes para o estabelecimento de uma equipe de
elaboração, tendo o dia a dia como foco.

Podcast: Equipe elaboracao na pratica

No podcast você pôde compreender a importância da formação e atuação da equipe


de elaboração na prática, assim como pôde refletir sobre atividades e composição
dela no ambiente organizacional.

Agora, siga com seus estudos.

Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o
conteúdo e se aprofunde nos temas propostos.

Até a próxima!

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


50
Referências
BARROS, Fábio Gomes. Elaboração do Plano Diretor de Tecnologia da Informação.
[Apostila]. Brasília, DF: ENAP/DGTI, 2014. 82 p.

BRASIL. Decreto nº 8.638, de 15 de janeiro de 2016. Institui a Política de Governança


Digital no âmbito dos órgãos e das entidades da administração pública federal direta,
autárquica e fundacional. Brasília, DF, 2016. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/d8638.htm. Acesso em: 10 nov. 2021

BRASIL. Ministério da Economia. Guia de PDTIC do SISP v2.0. 2020. Disponível em:
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/sisp/documentos/guia-de-pdtic-do-sisp-v2.0.
Acesso em: 10 nov. 2021.

FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2022. Disponível em:


https://www.freepik.com/. Acesso em: 21 mar. 2022.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 51


Unidade 3: Macroprocessos para Elaboração e Controle
de um PDTIC

Com as pessoas corretas para trabalhar na elaboração, agora se faz necessário o


entendimento de como se elabora corretamente um PDTIC. Para isto serão apresentados,
neste módulo, os processos de elaboração e monitoramento de um PDTIC.

Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade você será capaz de identificar os macroprocessos e suas


características na elaboração do PDTIC.

3.1 Elaboração do PDTIC

Para entender melhor a estrutura desta temática, se faz necessário o entendimento


do conceito de processo, entradas, saídas e ferramentas.

Processo
é definido como o ato de transformar o que se deseja ter, incluindo desde
transformar uma matéria prima no produto final (exemplo processo
de produção), até transformar informações iniciais em decisões finais
(exemplo processo de compras).

Nas organizações, de forma geral, um processo é o conjunto de atividades inter-


relacionadas ou interativas que utilizam entradas para entregar um resultado
pretendido. O resultado pretendido é chamado de saída, produto ou serviço,
dependendo do contexto da referência.

Entradas ou inputs
são os itens iniciais que serão transformados em um processo,
chamados também de insumos. Entrada é tudo aquilo que o processo
recebe de fora, é sobre isso que você irá conhecer agora e é o que será
transformado dentro do processo.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


52
Saídas ou outputs
são o produto final do processo de transformação, que pode ser entregue
ao cliente final ou a um cliente intermediário, como um outro processo
interno. Saída é tudo aquilo que o processo entrega depois de finalizado,
é o produto final resultado da transformação.

Ferramentas
podem ser consideradas como objetos ou instrumentos (físico ou mental)
usados para melhorar o desempenho na execução de processos mentais
e de negócios, devendo elas serem instrumentalizada para serem bem
utilizadas, gerarem eficiência e se adequarem a sua necessidade.

Antes da demonstração dos detalhes dos processos de elaboração


e acompanhamento de um PDTIC, se faz necessário esclarecer que
a elaboração de todos os processos que serão mencionados neste
conteúdo poderá ser executada. Caso algum processo aqui listado
não caiba em seu órgão, não se preocupe em não o executar.

O processo de elaboração de um PDTIC é composto por três subprocessos:


Preparação, Diagnóstico e Planejamento. Dentro de cada um destes subprocessos,
existem atividades associadas.

No subprocesso de preparação encontram-se aglutinadas atividades voltadas ao


início do processo de elaboração do PDTIC, onde são definidos:

• a abrangência;

• indicações de equipes;

• descrição da metodologia de elaboração do PDTIC, de consolidação dos


documentos de referência, de identificação das estratégias da organização e dos
princípios e diretrizes, os quais compõem uma proposta de plano de trabalho.

Logo, você poderá concluir que este subprocesso reúne aspectos decisórios de
caráter superior.

As atividades que compõem o subprocesso de preparação são:

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 53


• definir abrangência e período do PDTIC;

• definir a equipe de elaboração do PDTIC;

• descrever a metodologia de elaboração;

• consolidar documentos de referência;

• identificar estratégias da organização;

• identificar princípios e diretrizes;

• elaborar o Plano de Trabalho do PDTIC;

• aprovar o Plano de Trabalho do PDTIC.

Após a conclusão das atividades do subprocesso de preparação, tem início às


atividades do subprocesso de diagnóstico. Este subprocesso se caracteriza por
buscar compreender a situação atual da TIC na organização para, em consonância
com esse quadro, identificar as necessidades (problemas ou oportunidades) que se
espera resolver. Para isto, são contempladas as atividades relacionadas à análise
estratégica e ao levantamento de necessidades.

É importante observar que este subprocesso exige grande interação com as outras áreas
da organização, uma vez que realiza extensa coleta de dados e análise de documentos.

• As atividades que compõem o subprocesso de diagnóstico são:

• analisar resultados do PDTIC anterior;

• analisar o referencial estratégico de TIC;

• analisar a organização da TIC;

• realizar análise SWOT da TIC;

• estimar a capacidade da execução da TIC;

• identificar necessidades de Informação, serviços, infraestrutura, contratação


e de pessoal de TIC;

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


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• consolidar o Inventário de Necessidades;

• alinhar as necessidades de TIC às estratégias da organização;

• aprovar o Inventário de Necessidades.

Com o intuito de concluir a etapa de elaboração do PDTIC, inicia-se o seu último


subprocesso denominado planejamento. Este subprocesso é caracterizado por
planejar o atendimento das necessidades, estabelecendo os planos e as ações
adequadas para alcançar os objetivos esperados. Nele, são apresentadas atividades
relacionadas à priorização das necessidades e planejamento de metas e ações,
abrangendo aspectos de pessoal, de orçamento e de riscos.
As atividades que compõem o subprocesso de planejamento são:

• atualizar critérios de priorização;

• identificar os fatores críticos de sucesso;

• priorizar as necessidades inventariadas;

• definir metas e ações;

• planejar ações de pessoal;

• consolidar a proposta orçamentária de TI;

• planejar o gerenciamento de riscos;

• consolidar a Minuta do PDTIC;

• aprovar a Minuta do PDTIC;

• publicar o PDTIC.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 55


3.2 Monitoramento da Execução do PDTIC

O Processo de monitoramento da execução do PDTIC consiste em auxiliar a


gestão e a governança de TIC, com foco na mensuração do desempenho da TIC
da organização. Essa mensuração visa monitorar e avaliar a implementação das
ações, o uso dos recursos e a entrega dos serviços, com a finalidade de atender às
estratégias e aos objetivos do negócio.

Dessa forma, o processo de acompanhamento possibilita a adoção de


procedimentos que orientem a atuação dos responsáveis pela execução do
PDTIC, no sentido de maximizar a possibilidade de alcançar as metas planejadas
com maior eficiência e eficácia.

Processo de acompanhamento.
Fonte: Freepik (2022).

Os subprocessos que compõem o acompanhamento do PDTIC são: planejamento,


execução, monitoramento, avaliação intermediária e avaliação final.

Subprocesso de planejamento
Envolve identificar o que será objeto de monitoramento e/ou avaliação
durante a execução do PDTIC e como se dará o acompanhamento.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


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Subprocesso de execução
É a realização das atividades descritas no plano de ação, produto gerado
durante a elaboração do PDTIC.

Subprocesso de monitoramento
Do PDTIC tem o foco nos aspectos que ajudem a entender se os processos
das ações estão evoluindo conforme o planejamento realizado.

Subprocesso de avaliação intermediária


Se desenrola durante a execução do PDTIC e verifica-se se resultados
intermediários estão sendo alcançados.

Avaliação final
É realizada no encerramento do PDTIC. Nesse momento, é avaliado se os
resultados almejados foram efetivamente alcançados.

Que bom que você chegou até aqui! Chegou a hora de testar seus conhecimentos.
Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente virtual.

Bons estudos!

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 57


Referências
BARROS, Fábio Gomes. Elaboração do Plano Diretor de Tecnologia da Informação.
[Apostila]. Brasília, DF: ENAP/DGTI, 2014. 82 p.

BRASIL. Ministério da Economia. Guia de PDTIC do SISP v2.0. 2020. Disponível em:
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/sisp/documentos/guia-de-pdtic-do-sisp-v2.0.
Acesso em: 10 nov. 2021.

FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2022. Disponível em:


https://www.freepik.com/. Acesso em: 21 mar. 2022.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


58
Módulo

3 Processos de Elaboração do PDTIC


Neste módulo serão abordados os processos e subprocessos de elaboração de um
PDTIC. Para isso, serão detalhados os elementos necessários para iniciar a elaboração
do PDTIC; as formas de reconhecimento do cenário atual do seu ambiente de TIC; e
como identificar riscos e priorizar as ações para melhoria do seu ambiente.

Sendo assim, nas próximas unidades serão apresentados os aspectos conceituais


sobre PDTICS anteriores, sobre a análise SWOT e como realizar um bom diagnóstico e
planejamento, além de critérios de priorização.

Unidade 1: Fase de Preparação

Objetivo de aprendizagem

Agora que você teve a percepção de todo o trabalho associado à elaboração e


monitoramento de um PDTIC, chegou a hora de colocar a mão na massa.

1.1 Resultados do PDTIC anterior

Realizar o seu trabalho sem nenhum objetivo pode significar falhas, colocando a
estratégia de um órgão e seus departamentos em cheque. Assim, é fundamental
tomar decisões baseadas em insights analisados de acordo com os objetivos traçados
em conjunto com a análise de cenários anteriores. Neste contexto, a análise de um
PDTIC anterior se torna muito valiosa.

Infelizmente, apesar de bastante tempo de existência de legislação


mencionando a obrigatoriedade da elaboração de um PDTIC, alguns
órgãos podem não ter realizado sua execução anteriormente.

Caso esta não seja a primeira elaboração de um PDTIC do órgão, a análise dos
resultados do PDTIC anterior é, apesar de desconsiderada por muitos, uma etapa

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 59


importante para o entendimento deste projeto como um todo, pois é através
disso que os gestores e colaboradores poderão estar cientes de tudo o que está
acontecendo na TIC, internamente e externamente.

Dentro deste contexto, é possível obter informações referentes a diversas áreas de


conhecimento, como financeira (custos, ganhos e perdas financeiras), administrativa
(turnover, absenteísmo), dentre diversas outras. Essa mensuração de resultados
ajuda na criação de simulações que, posteriormente, ajudarão a equipe de TIC a
gerar melhores estratégias para os próximos PDTICs.

Análises de PDTICs anteriores podem ajudar a identificar dificuldades encontradas


pelas equipes anteriores, tanto em relação à elaboração/execução do próprio PDTIC,
como relativo à falta de detalhamento do plano de ação para o enfrentamento de
algumas necessidades ou à falta de indicadores para o acompanhamento das ações
definidas, como também em relação a falhas/paralisações de atividades cruciais.

Esta análise permite a obtenção de informações precisas e ágeis sobre o órgão (e


mais especificamente sobre a TIC), realizando um bom controle desses dados. Tudo
isso permite entender o cenário atual e prever os próximos passos de uma maneira
mais objetiva, estratégica e eficiente.

O principal resultado da análise de PDTICs anteriores é a geração de melhores


estratégias para a elaboração do seu novo PDTIC, tornando-o sempre mais preciso,
podendo garantir total apoio ao órgão na condução de suas estratégias de negócio.

1.2 Preparação do PDTIC

A etapa de preparação representa o início do processo de elaboração do PDTIC,


envolvendo uma série de atividades voltadas ao momento anterior à estruturação
do PDTIC propriamente dito.

A preparação representa o início do processo de elaboração do PDTIC. O processo


se inicia com o Comitê de Governança Digital definindo a abrangência e o período de
vigência desse PDTIC e indicando sua equipe de elaboração. Essa indicação é formalizada
por meio de um instrumento que confere as atribuições aos membros como, por
exemplo, uma Portaria de Designação (a instituição do Comitê de Governança Digital
consta do decreto 10.332/2020 da Estratégia de Governo Digital (EGD) e seu papel
também é descrito na Portaria nº 778, de 4 de abril de 2019) (BRASIL, 2020a; 2019).

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


60
Preparação.
Fonte: Freepik (2022).

Em seguida, são conduzidas as atividades de descrição da metodologia de elaboração


do PDTIC, de consolidação dos documentos de referência, de identificação das
estratégias da organização e dos princípios e diretrizes.

Portanto, esta etapa reúne aspectos decisórios de caráter superior, voltadas à aprovação
de documentos e atividades. Abaixo são apresentadas em detalhes tais atividades.

A primeira atividade a ser descrita é a de “Definir abrangência e período do PDTIC”.


Na figura abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Processo Definir de abrangência e período do PDTIC.


Fonte: Brasil (2020).Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 61


O objetivo desta atividade é definir o período de tempo a que o PDTIC se referirá e a
quais unidades organizacionais serão englobadas, podendo envolver todo um órgão
e suas entidades vinculadas ou parte dela.

Em muitos casos, o período já se encontra pré-estabelecido por lei ou decreto. Deve-


se atentar a este detalhe. Geralmente, o período dos PDTICs é de dois anos.

A próxima atividade a ser descrita é a de “Definir a equipe de elaboração do PDTIC”.


Na figura abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Processo Definir a equipe de elaboração do PDTIC.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é escolher e alocar uma equipe que ficará responsável pela
elaboração do PDTIC, além da elaboração e publicação da portaria que irá designar
essa mesma equipe.

Esta é a equipe cujos membros deverão possuir, se possível, as competências e


habilidades necessárias para a função.

A próxima atividade a ser descrita é a de “Descrever a metodologia de elaboração”.


Na figura abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


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Processo Descrever a metodologia de elaboração.
Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é descrever a metodologia a ser aplicada na elaboração


do PDTIC. Existem diversas metodologias disponíveis para serem aplicadas.

Dentro da esfera federal, o Guia de PDTIC do SISP, pode ser customizado para as
suas necessidades. Dentro da esfera estadual, o Guia de Elaboração de PDTIC do
Estado do Rio de Janeiro encontra-se há bastante tempo consolidado.

A próxima atividade a ser descrita é a de “Consolidar documentos de referência”. Na


figura abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Processo Consolidar documentos de referência.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 63


O objetivo desta atividade é identificar e reunir os documentos mais relevantes
que serão utilizados como referência para a elaboração do PDTIC, como: o PPA,
LDO, LOA, a estratégia de governança digital do Governo Federal, o planejamento
estratégico do órgão, o planejamento estratégico da TI do órgão, o PDTIC anterior,
as legislações vigentes que abordam o tema, dentre outros.

A próxima atividade a ser descrita é a de “Identificar estratégias da organização”. Na


figura abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Processo Identificar estratégias da organização.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é identificar os objetivos, as necessidades estratégicas,


as diretrizes e as linhas de ação que competem à organização, o que é feito a partir
dos instrumentos de direcionamento e planejamento de governo e que foram
consolidados no processo anterior.

Esta etapa pode ser confundida com as estratégias da TIC, mas ela diz respeito
às estratégias que a sua organização possui perante suas atividades fim, não as
atividades meio como a TIC.

A próxima atividade a ser descrita é a de “Identificar princípios e diretrizes”. Na


figura abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


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Processo Identificar princípios e diretrizes.
Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é identificar os princípios e diretrizes que sejam aplicáveis


e possam ser atrelados a TIC contidos nos documentos de referência encontrados.

A partir daí será possível identificar possíveis demandas relacionadas a TIC, devendo
elas serem especificadas em um inventário de necessidades.

A próxima atividade a ser descrita é a de “Elaborar o plano de trabalho do PDTIC”. Na


figura abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Processo Elaborar o plano de trabalho do PDTIC.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é criar um plano de trabalho no qual devem estar descritas
as informações essenciais para organizar as atividades a serem desempenhadas
durante o projeto de elaboração do PDTIC.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 65


Por fim, a última atividade da etapa de preparação a ser descrita é a de “Aprovar
o plano de trabalho do PDTIC”. Na figura abaixo, você verá quais são as entradas,
saídas e ferramentas desta atividade.

Processo Aprovar o plano de trabalho do PDTIC.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é aprovar o plano de trabalho criado pela equipe de elaboração
do PDTIC. Esta aprovação é uma atividade realizada pelo Comitê de Governança Digital.

Agora, para fixar a etapa de preparação em que foram apresentadas as atividades


que auxiliam no processo de planejamento de um PDTIC, assista à videoaula a seguir.

Videoaula: Atividades de preparação na prática

Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o
conteúdo e se aprofunde nos temas propostos.

Até a próxima!

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


66
Referências
BARROS, Fábio Gomes. Elaboração do Plano Diretor de Tecnologia da Informação.
[Apostila]. Brasília, DF: ENAP/DGTI, 2014. 82 p.

BRASIL. Ministério da Economia. Guia de PDTIC do SISP v2.0. 2020. Disponível em:
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/sisp/documentos/guia-de-pdtic-do-sisp-v2.0.
Acesso em: 10 nov. 2021.

FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2022. Disponível em:


https://www.freepik.com/. Acesso em: 21 mar. 2022.

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Unidade 2: Fase de Diagnóstico: Conhecendo a Realidade
da TIC e Avaliando os Recursos da TIC

Com a aprovação do plano de trabalho do PDTIC inicia-se o próximo subprocesso de


elaboração do PDTIC: o diagnóstico.

Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade você será capaz de reconhecer o cenário atual do seu ambiente
de TIC para realizar o diagnóstico.

Tal reconhecimento se realizará através da aplicação das melhores técnicas do


mercado de análise de ambientes.

2.1 SWOT: Técnicas e Prática (Fatores Críticos de Sucesso)

Antes da apresentação das atividades que representam a continuidade do processo


de elaboração do PDTIC, será abordado a respeito de um método que irá lhe ajudar
na execução de seu trabalho. A ferramenta de análise SWOT.

Análise ou matriz SWOT — em português, análise ou matriz FOFA — é um método


de planejamento estratégico que engloba a análise de cenários para tomada
de decisões, observando 4 fatores. São eles, em inglês: strengths, weaknesses,
opportunities e threats. Em português: forças, oportunidades, fraquezas e ameaças.

Os fatores da SWOT.
Fonte: Freepik (2022).

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68
A análise SWOT é um sistema simples para posicionar ou verificar a posição estratégica
da empresa no ambiente em questão através da criação de uma matriz cujo objetivo é
cruzar oportunidades e ameaças dentro do ambiente externo das organizações e ter
uma análise de pontos fortes e fracos. É utilizado como um indicador para demonstrar
a situação organizacional e assim desenvolver ações de melhorias.

Na verdade, não existem grandes segredos em como fazer uma análise SWOT.
Aliás, ela foi criada em forma de matriz exatamente para facilitar sua elaboração e
análise. Porque, dessa forma intuitiva e que segue certas regras de fácil aplicação,
tudo se torna mais evidente.

Para entendê-la melhor, veja os esclarecimentos dos conceitos:

Strengths (forças): vantagens internas da empresa em relação às


concorrentes. Ex.: qualidade do produto oferecido, bom serviço prestado
ao cliente, solidez financeira etc.;

Weaknesses (fraquezas): desvantagens internas da empresa em relação


às concorrentes. Ex.: altos custos de produção, má imagem, instalações
desadequadas, marca fraca etc.;

Opportunities (oportunidades): aspectos externos positivos que podem


potenciar a vantagem competitiva da empresa. Ex.: mudanças nos gostos
dos clientes, falência de empresa concorrente etc.;

Threats (ameaças): aspectos externos negativos que podem pôr em risco


a vantagem competitiva da empresa. Ex.: novos competidores, perda de
trabalhadores fundamentais etc.

Dentro destes conceitos, a análise do ambiente interno é que determina suas forças
e fraquezas, com a análise do ambiente externo possibilitando a definição das
oportunidades e ameaças.

Ambiente interno
Os sistemas são obsoletos, com baixa capacidade para inovação? A equipe é
capacitada? Utiliza tecnologias avançadas? É adaptável a mudanças? Qual a
qualidade dos processos e serviços providos? Qual a satisfação dos usuários
com os serviços prestados?

Ambiente externo
Há restrições regulatórias ou políticas? Há restrições orçamentárias? Há
dispersão geográfica da TIC ou dos clientes? Há ou estão previstas alterações
na legislação que causem impactos? Qual a disponibilidade de fornecedores?

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Qual o escopo de atuação da TIC?

Matriz SWOT.
Fonte: CEPED/UFSC (2022).

O resultado desta análise consiste no cruzamento das informações dos quatro


quadrantes, de forma a se obter um retrato que permita delinear estratégias
importantes para o futuro da empresa/instituição.

Para isto, é preciso primeiro fazer uma análise clara do ambiente, ou seja, pesquisar
profundamente as forças e fraquezas e saber identificar as oportunidades e ameaças.
Para cada cruzamento é importante saber criar objetivos/estratégias:

• Pontos fortes x Oportunidades


Estratégia ofensiva/desenvolvimento das vantagens competitivas.

• Pontos fortes x Ameaças


Estratégia de confronto para modificação do ambiente a favor da empresa.

• Pontos fracos x Oportunidades


Estratégia de reforço para poder aproveitar melhor as oportunidades.

• Pontos fracos x Ameaças


Estratégia defensiva com possíveis modificações profundas para proteger
a empresa.

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2.2 Diagnóstico

A etapa de diagnóstico representa a continuidade do processo de elaboração do


PDTIC, envolvendo uma série de atividades relacionadas à análise estratégica e
ao levantamento de necessidades. O levantamento parte daquelas necessidades
relacionadas à informação e se desdobra em todas as outras associadas à TIC:
serviços, infraestrutura, contratações e pessoal de TIC.

A execução de todos os subprocessos referentes a esta etapa fica a cargo da mesma


equipe responsável pela elaboração do PDTIC.

A primeira atividade a ser descrita é a de “Analisar resultados do PDTIC anterior”. Na


figura abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Processo Analisar resultados do PDTIC anterior.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é identificar, através do relatório final dos resultados


do PDTIC anterior, as necessidades de TIC não atendidas, visando registrá-las no
inventário das necessidades. Outro foco importante desta atividade é a análise,
quando houver, das lições aprendidas durante o ciclo de vida do PDTIC anterior
com o intuito de evitar problemas conhecidos e aplicar as boas práticas executadas.

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A execução desta atividade mostra de uma forma bem mais específica os motivos
pelo qual o planejamento falhou, evitando assim desperdício de tempo e dinheiro
neste novo ciclo do PDTIC.

A próxima atividade a ser descrita é a de “Analisar o referencial estratégico de TIC”.


Na figura abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Processo Analisar o referencial estratégico de TIC.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é verificar, junto à área, se o referencial estratégico da


TIC existe, é coerente, está publicado, é praticado e é monitorado e reavaliado
periodicamente, e se necessita de ajustes.

É necessário constar neste referencial a Missão, Visão, Valores e Objetivos


Estratégicos da TIC. Esta avaliação deve gerar alterações no inventário de
necessidades visto que, nele, podem ser identificados problemas a serem
resolvidos ou oportunidades de melhoria.

Caso o referencial estratégico de TIC inexista em seu órgão,


aproveite e utilize o próprio PDTIC para a elaboração dele.

A próxima atividade a ser descrita é a de “Analisar a organização da TIC”. Na figura


abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

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Processo Analisar a organização da TIC.
Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é analisar o contexto geral em que se estrutura a unidade


de TIC na organização, evidenciando a hierarquia e as relações de subordinação e
comunicação existentes na unidade de TIC.

Dentro desta análise, deve ser levado em conta como a unidade de TIC está inserida
na estrutura da organização, como a unidade de TIC está estruturada internamente,
informando as atividades e funções desenvolvidas, como estão estruturados seus
processos (caso eles existam) e como é realizado o inventário de recursos.

A próxima atividade a ser descrita é a de “Realizar análise SWOT da TIC”. Na figura


abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Processo Analisar a organização da TIC.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é analisar os ambientes interno e externo da TIC utilizando o


método SWOT com enfoque no uso e a gestão de TIC pela organização como um todo.

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Esta avaliação deve gerar alterações no inventário de necessidades visto que, nele,
podem ser identificados problemas a serem resolvidos ou oportunidades de melhoria.

É importante ressaltar que esta análise não se limita a organização existente, mas
também a gaps (recursos cujas vagas estão em vacância e recursos que, devido à
evolução da legislação ou da própria TIC inexistam).

Um exemplo de evolução que afetará as TICs de todo o Estado


é a implantação da LGPD. Recursos que já são apontados como
necessários para a implantação dessa legislação forçarão a
TIC a se adequar.

A próxima atividade a ser descrita é a de “Estimar a capacidade da Execução da TIC”. Na


figura abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Processo Estimar a capacidade da execução da TIC.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é estimar a capacidade de execução total da TIC, tanto


em relação à alocação atual dos esforços necessários aos projetos e atividades em

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execução, quanto à estimativa dos recursos a serem disponibilizados para alocação
em novos projetos e atividades.

Neste tópico, os recursos a serem analisados não são somente humanos, mas
financeiros, tecnológicos, dentre outros.

A próxima atividade a ser descrita é a de “Planejar o inventário das necessidades”.


Na figura abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Processo Planejar o inventário das necessidades.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é a identificação de diversos atores envolvidos, canais


e estratégias de comunicação; a coleta de informações dos serviços prestados
pela organização, informações pertencentes a outros órgãos que são necessárias
aos processos de negócio da sua organização; assim como a elaboração de
instrumentos de levantamento de necessidades a serem aplicados durante o
processo de coleta de informações.

É importante ressaltar que o Inventário das necessidades é o


principal produto desta fase anterior à execução do PDTIC. O
correto planejamento deste inventário irá prover à equipe de
execução do PDTIC um retrato fiel da ordem de grandeza do que
a organização precisa.

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A próxima atividade a ser descrita é a de “Identificar necessidades de informação,
serviços, infra, contratação e pessoal de TIC”. Na figura abaixo, você verá quais
são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Processo Identificar necessidades de informação, serviços, infra, contratação e pessoal de TIC.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é a identificação de várias necessidades, como:

• problemas e oportunidades decorrentes das necessidades de informação,


serviços, infraestrutura, contratação e pessoal;

• oportunidades de prestação de serviços finalísticos de forma eletrônica;

• serviços de TIC para atender as necessidades de informação da organização,


avaliando os aspectos relacionados a sistemas, catálogo e portfólio de serviços;

• a infraestrutura disponível suporta a atual demanda e a demanda prevista


para o período de vigência do PDTIC;

• necessidade de adequação em função das mudanças tecnológicas provocadas


por oportunidades de uso de novas tecnologias, visando evitar ou mitigar
riscos de dependência, obsolescência, descontinuidade, falhas técnicas;

• necessidades de manutenção e contratação de soluções em TIC para atender


as necessidades de informações, serviços, infraestrutura e pessoal de TIC;

• necessidade de contratação de serviços de TIC (outsourcing);

• necessidade de aquisição de bens de TIC;

• necessidades de aumento, redução ou realocação de pessoal de TIC.

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Algumas metodologias colocam cada uma destas necessidades
como um subprocesso em separado. Estas assim o fazem para poder
detalhar ao máximo cada um dos itens (serviços, pessoal etc.), mas o
processo em si (entradas, recursos e saídas) é exatamente o mesmo.

A próxima atividade a ser descrita é a de “Alinhar as necessidades de TIC às


estratégias da organização”. Na figura abaixo, você verá quais são as entradas,
saídas e ferramentas desta atividade.

Processo Alinhar as necessidades de TIC às estratégias da organização.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é correlacionar as necessidades de TIC, consolidadas no


inventário de necessidades, com as estratégias da organização, visando garantir
que as ações de TIC sejam estabelecidas para atendê-las. Isso significa estabelecer
as ações de forma que assegure que o cumprimento das necessidades de TIC apoie
a conquista dos objetivos finalísticos da organização.

Este alinhamento é extremamente importante para que o


sucesso do PDTIC possa realmente ocorrer. De nada adianta um
excelente planejamento se ele não está alinhado com a realidade
da organização. De maneira geral, este desalinhamento gera
impedimentos na condução do PDTIC devido às limitações
financeiras, de recursos ou outro tipo de limitações. 

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A próxima atividade a ser descrita é a de “Consolidar o inventário das necessidades”.
Na figura abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Processo Consolidar o inventário das necessidades.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é a consolidação das necessidades levantadas e a reavaliação


de todos os itens inventariados, considerando aspectos como a existência de
redundância entre as necessidades identificadas, de incoerência entre as necessidades
identificadas, da possibilidade de agrupamento de necessidades semelhantes e de
interdependências entre as necessidades.

A participação de todos os membros envolvidos dentro dos


subprocessos da etapa de diagnóstico é quase que mandatória.
Esta observação é pertinente pois as incongruências mencionadas
(redundância, agrupamento e possíveis incongruências), por
vezes só é identificada em conjunto com todos os envolvidos.

Por fim, a última atividade da etapa de diagnóstico a ser descrita é a de “Aprovar o


inventário das necessidades”. Na figura a seguir, você verá quais são as entradas,
saídas e ferramentas desta atividade.

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Processo Aprovar o inventário das necessidades.
Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é a análise e aprovação do inventário de necessidades


consolidado e seu alinhamento às estratégias da organização, verificando se as
necessidades inventariadas são razoáveis, justificáveis e se o seu atendimento
efetivamente contribui para o atendimento aos objetivos da organização, direta ou
indiretamente. É importante ressaltar que o responsável pela aprovação do inventário
das necessidades é o Comitê de Governança Digital.

Diferente da aprovação do PDTIC, cuja aprovação é realizada pela


autoridade máxima da organização, esta aprovação é realizada
pela equipe de elaboração. Uma apresentação do resultado
obtido deve sim ser apresentada à autoridade máxima, mas sem
a necessidade de uma aprovação por parte dela.

Agora, para visualizar alguns exemplos de como essas atividades interagem entre si
na prática, assista à videoaula a seguir.

Videoaula: atividades de diagnótisco na pratica

Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o
conteúdo e se aprofunde nos temas propostos.

Até a próxima!

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Referências
BARROS, Fábio Gomes. Elaboração do Plano Diretor de Tecnologia da Informação.
[Apostila]. Brasília, DF: ENAP/DGTI, 2014. 82 p.

BRASIL. Ministério da Economia. Guia de PDTIC do SISP v2.0. 2020. Disponível em:
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/sisp/documentos/guia-de-pdtic-do-sisp-v2.0.
Acesso em: 10 nov. 2021.

HABERGER, A. Swatting SWOT Stategy (Strategic Planning Society). [s.l.]: [s.n.], 2000.

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Unidade 3: Fase de Planejamento: Definindo Metas e Ações

Com toda a análise da situação atual da TIC na organização finalizada, tendo


identificado todas as necessidades de TIC, inicia-se o último subprocesso de
elaboração do PDTIC: o planejamento.

Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade você será capaz de identificar os riscos e priorizar as ações para
melhoria do ambiente de TIC.

3.1 Planejamento

Antes de verificar as atividades que representam a finalização do processo de


elaboração do PDTIC, você verá algumas ferramentas que irão lhe ajudar na execução
de seu trabalho: a Matriz GUT, análise de riscos e técnica 5W2H.

MATRIZ GUT
Ao iniciar-se um processo de identificação de necessidades, é quase certo que as
necessidades encontradas sejam bem maiores que a capacidade de sua equipe
em resolvê-las. Logo, no intuito de priorizar as mais importantes e urgentes, se faz
necessária a aplicação de técnicas de priorização. Uma das técnicas mais utilizadas
hoje é a Matriz GUT.

A Matriz de Priorização de GUT é uma ferramenta que avalia os aspectos de risco


para o negócio e o impacto que cada um deles pode ter ao longo do tempo. Com
isso, as organizações podem identificar o que precisa ser corrigido imediatamente e
o que pode ficar para mais tarde.

Essa matriz serve para classificar cada problema que os gestores julgam pertinente
por meio de 3 critérios: gravidade, urgência e tendência (probabilidade de piorar em
um determinado prazo).

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 81


Matriz GUT.
Fonte: Bastos (2014). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O segredo para compreender e utilizar a matriz GUT com eficiência está em conhecer
seus 3 critérios de classificação dos problemas.

Gravidade (G)
É o critério que avalia o impacto ou intensidade que o problema pode gerar
se não for solucionado. Os danos podem ser avaliados tanto de forma
quantitativa como qualitativa, dependendo do assunto e do contexto.

A pontuação da gravidade varia de 1 a 5, conforme a seguinte escala: sem


gravidade; pouco grave; grave; muito grave; extremamente grave.

Urgência (U)
É o critério que está relacionado ao tempo. Quanto mais rápida determinada
situação precisa ser resolvida, mais urgente ela é. Problemas urgentes
costumam ser aqueles que têm prazos definidos por lei.

A pontuação da urgência varia de 1 a 5, conforme a seguinte escala: pode


esperar; pouco urgente; urgente: merece atenção no curto prazo; muito
urgente; necessidade de ação imediata.

Tendência (T)
É o critério que está relacionado à evolução da situação. Em outras palavras,
ela indica se o problema tende a piorar rapidamente ou se deve permanecer
estável caso não seja solucionado.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


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A pontuação da tendência varia de 1 a 5, conforme a seguinte escala: não
mudará; vai piorar em longo prazo; vai piorar em médio prazo; vai piorar em
curto prazo; vai piorar rapidamente.

No fim, sua aplicação dentro do seu PDTIC é bastante simples e intuitiva. Basta
pontuar os problemas existentes e depois multiplicar as pontuações para obter um
ranking. Ao fim, elabore planos de ação para solucionar ou reduzir os problemas.

ANÁLISE DE RISCOS
Já em relação à análise de riscos, assim como na priorização das necessidades, se
faz necessário um melhor entendimento dos riscos para classificá-los e priorizá-los.
Isto é feito a partir de diversas ferramentas. A que será apresentada é a matriz de
probabilidade e impacto.

Essa é uma ferramenta de gerenciamento de risco utilizada durante a análise dos


processos, e permite visualizar rapidamente quais são os riscos do projeto que mais
exigem atenção. Na matriz de probabilidade e impacto os riscos são apresentados
em um gráfico de fácil interpretação. Por meio dele fica mais fácil entender a real
situação do projeto e engajar as equipes certas no processo que visa evitar a
concretização dos riscos mais graves e prováveis.

Para iniciar, é necessário entender os níveis de probabilidade e gravidade.

Nos casos de probabilidade:

• um erro de alta probabilidade tem mais de 50% de chance de acontecer, e


ocorre várias vezes durante um projeto;

• um erro de probabilidade média tem até 50% de chance para acontecer, e


não ocorre frequentemente;

• eventos de probabilidade baixa têm menos de 10% de chance de ocorrência


e podem não ocorrer durante um projeto.

No caso da gravidade:

• eventos de alta gravidade consomem boa parte dos lucros mensais para
reparar ou substituir algum equipamento, e podem também lesionar ou
incapacitar os colaboradores;

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 83


• um evento de gravidade média, por sua vez, ainda consome boa parte dos
lucros mensais da empresa, e causa lesões que exigem auxílio médico, mas
sem perda de tempo de trabalho;

• um evento de gravidade baixa tem baixo custo de conserto e não causa


ferimentos que necessitem de primeiros socorros.

Após ter descrito cada nível de gravidade e probabilidade, a próxima etapa é dar
uma pontuação de probabilidade e gravidade para cada ação que será executada
na empresa para determinar qual é o nível de risco.

Depois de estabelecer estes critérios, uma lista com todos os riscos mapeados
deve ser colocada dentro da matriz de acordo com os critérios de probabilidade e
gravidade (conforme a tabela abaixo).

Tabela de probabilidade X impacto.


Fonte: Bastos (2014). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

Por fim, a prioridade da mitigação dos riscos deve obedecer a prioridade definida
nesta matriz, devendo ser tratados primeiramente os de prioridade alta, seguidos
dos de média e finalizando (se necessário) com os de prioridade baixa.

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5W2H
A ferramenta 5W2H foi desenvolvida com o objetivo de ser bastante versátil e útil
para solucionar diversas demandas. Ela parte de respostas a sete questões simples
para chegar a um plano de ação específico, alinhado aos objetivos da organização.

Seu principal propósito é a definição de tarefas eficazes e seu acompanhamento, de


maneira visual, ágil e simples.

Formada por uma combinação entre letras e números, essa sigla se refere às iniciais
das perguntas que ajudam a solucionar demandas. As letras foram emprestadas do
inglês, conforme demonstração a seguir:

• What? – O quê?
O que será feito? Qual seu objetivo ou projeto? Definir em que consiste o
objetivo é o primeiro passo para traçar as ações necessárias e chegar lá.
Procure especificar ao máximo esse objetivo, pois dessa forma você será
capaz de visualizá-lo como algo possível de ser atingido.

• Why? – Por quê?


É nesta etapa que muitos objetivos são descartados ou postergados, pois
não têm base em argumentos sólidos. Ao responder o porquê de um projeto,
você precisa compreender as justificativas que levam a organização a levar
este projeto/ação a ser executado.

• Where? – Onde?
Em que local (físico ou não) esse projeto será desenvolvido?

• When? – Quando?
Essa pergunta diz respeito aos prazos, ao cronograma para a entrega
das tarefas e à conclusão do projeto. Talvez seja o trecho mais difícil
de responder, em especial no início de um projeto, quando há diversos
fatores incertos, mas mesmo não tendo informações precisas, nunca
deixe de colocar proposições.

• Who? – Quem?
Tão relevante quanto estabelecer um prazo é determinar o responsável
(ou responsáveis) pelo projeto. Cite quem estará à frente, coordenando as
tarefas e, se possível, quem vai executar cada atividade.

• How? – Como?
Se refere aos procedimentos e etapas para a conclusão do projeto. O ideal é
que todos os envolvidos na elaboração auxiliem nesta resposta.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 85


• How much? – Quanto?
Por último, mas não menos importante, descreva uma estimativa quanto
aos custos dispensados à ação proposta. Se não tiver detalhes, comece
com o orçamento disponível para as primeiras etapas e vá ajustando ao
longo do caminho.

Respondendo às sete questões de modo realista, é possível enxergar com clareza a


necessidade, ou não, de uma mudança, e formular um plano para alcançar esse objetivo.

Desse modo, fica fácil verificar o andamento de cada projeto, controlar o tempo,
evitar o desperdício de recursos, delegar e cobrar a execução das ações.

3.2 Critérios de Priorização: Técnicas e Prática

A etapa de planejamento representa a parte final do processo de elaboração do


PDTIC, envolvendo uma série de atividades voltadas à priorização das necessidades e
planejamento de metas e ações, abrangendo aspectos de pessoal, orçamento e riscos.

A primeira atividade a ser descrita é a de “Atualizar critérios de priorização”. Na


figura abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Processo Atualizar critérios de priorização.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é analisar os critérios de priorização existentes,


à luz do conhecimento das necessidades levantadas atualmente. Caso seja
necessária a atualização, novos critérios de priorização devem ser adicionados,
removidos ou substituídos.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


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Neste subprocesso, a equipe de elaboração do PDTIC irá estabelecer
o que será utilizado para se definir os critérios de gravidade,
urgência e tendência. Esta atualização precisa ser feita, pois no
período em que os critérios foram definidos (provavelmente na
PDTIC anterior), o cenário era diferente do atual. Afinal, com o
passar do tempo, o parque tecnológico se torna mais obsoleto, a
entrada de novos recursos humanos pode ter ocorrido etc.

A próxima atividade a ser descrita é a de “Priorizar as necessidades inventariadas”.


Na figura abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Processo Priorizar as necessidades inventariadas.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é a priorização das necessidades inventariadas por meio


da aplicação dos critérios de priorização. Tal priorização deve ser realizada usando
como base os critérios de priorização apresentados no item anterior.

Neste contexto, as atividades até o momento identificadas


precisam ser analisadas através da aplicação da Matriz GUT.

A lista de necessidades que não serão priorizadas não fará parte do inventário de
necessidades do PDTIC, sendo necessário seu armazenamento para reexame no
próximo ciclo de elaboração do PDTIC.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 87


A próxima atividade a ser descrita é a de “Definir metas e ações”. Na figura abaixo,
você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Processo Definir metas e ações.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é a definição de soluções tecnológicas adequadas à


resolução das demandas e necessidades de TIC inventariadas.

Tais soluções devem estar desdobradas em metas quantificáveis, ações, com


propósitos bem definidos por meio de indicadores e prazos, recursos (humanos e
financeiros) necessários e cronograma de execução.

A quantificação destas metas e ações devem ser realizadas


através da técnica 5W2H. Uma análise 5W2H também ajuda a
compreender melhor os detalhes de cada atividade, pois todas
as perguntas necessárias para o entendimento desta atividade
são aqui respondidas.

A próxima atividade a ser descrita é a de “Planejar a execução das ações”. Na


figura abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


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Processo Planejar a execução das ações.
Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é o levantamento da quantidade de pessoal, assim como


o respectivo perfil, necessário para a execução de todas as ações constantes no
planejamento das metas e ações propostas no PDTIC.

Neste subprocesso, as respostas obtidas através da aplicação


do 5W2H ajudam a desenvolver a execução para as ações
propostas. Neste caso, o foco é na questão do tempo de
execução das atividades e a possibilidade da execução de
diversas ações de forma concomitante.

A próxima atividade a ser descrita é a de “Planejar as ações de pessoal”. Na figura


abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 89


Planejar as ações de pessoal.
Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é o levantamento da quantidade necessária de pessoal


com o perfil necessário para a execução das ações propostas no planejamento de
metas e ações. Este levantamento será utilizado para a capacitação de pessoal e
replanejamento das ações, caso necessário.

Neste subprocesso, as respostas obtidas através da aplicação do


5W2H ajudam a desenvolver a execução para as ações propostas.
Neste caso, o foco é no alinhamento sobre a capacidade do
profissional escolhido para ser responsável por cada ação,
entendendo se ele consegue realizar tais atividades dentro do
prazo previsto (além de suas atividades regulares) e se o recurso
escolhido tem capacidade para tal.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


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A próxima atividade a ser descrita é a de “Planejar orçamento das ações”. Na figura
abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Planejar orçamento das ações.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é a consolidação dos recursos orçamentários


necessários para a realização das ações, sendo necessária sua classificação
(investimento e/ou custeio).

Neste subprocesso, as respostas obtidas através da aplicação do


5W2H ajudam a desenvolver a execução para as ações propostas.
Neste caso, o foco é na adequação da execução das atividades ao
orçamento determinado pela organização para as ações do PDTIC.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 91


A próxima atividade a ser descrita é a de “Planejar o gerenciamento de riscos”. Na
figura abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Processo Planejar o gerenciamento de riscos.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é a identificação e registro dos possíveis riscos que podem
afetar a execução das metas e das ações planejadas.

A análise dos riscos deve ser executada se utilizando da matriz de


probabilidade e impacto apresentada no tópico anterior no que
tange a análise de riscos.

A próxima atividade a ser descrita é a de “Consolidar a minuta do PDTIC”. Na figura


abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

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Processo Consolidar a minuta do PDTIC.
Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é a consolidação da minuta do PDTIC, de posse de todas


as análises feitas e de todas as revisões aprovadas.

De forma resumida, o que é possível identificar é que, no dia a dia,


todas as atividades anteriores se tornam documentos diversos
dispostos em diferentes repositórios e em tempos distintos. Logo,
se faz necessário um esforço para que todas estas documentações
sejam agrupadas de forma inteligente em um único arquivo.

A próxima atividade a ser descrita é a de “Aprovar a minuta do PDTIC”. Na figura


abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e ferramentas desta atividade.

Processo Aprovar a minuta do PDTIC.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

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O objetivo desta atividade é a avaliação da consistência técnica, político-social e
orçamentário-financeira para a sua realização, e a consistência e mensurabilidade
dos objetivos definidos e dos benefícios pretendidos.

Por fim, a última atividade da etapa de planejamento a ser descrita é a de


“Publicar o PDTIC”. Na figura abaixo, você verá quais são as entradas, saídas e
ferramentas desta atividade.

Processo Publicar o PDTIC.


Fonte: Brasil (2020). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).

O objetivo desta atividade é a publicação do documento do PDTIC aprovado e


assinado, na íntegra, no site do órgão e no Diário Oficial da União – DOU. Estas
duas publicações têm relação com as necessidades mínimas exigidas de forma
global pelo Governo Federal.

Se faz necessário verificar, dentro da sua estrutura


organizacional, se outras determinações quanto às questões de
publicação são exigidas.

Agora, para fixar o processo que auxilia nas atividades do planejamento na prática
de um PDTIC, assista à videoaula a seguir.

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94
Videoaula: atividades de planejamento na pratica

Que bom que você chegou até aqui! Chegou a hora de você testar seus
conhecimentos. Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no
ambiente virtual. Bons estudos!

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Referências
BARROS, Fábio Gomes. Elaboração do Plano Diretor de Tecnologia da Informação.
[Apostila]. Brasília, DF: ENAP/DGTI, 2014. 82 p.

BASTOS, M. Ferramentas da Qualidade – Matriz Gut. 2014. Disponível em: http://


www.portal-administracao.com/2014/01/matriz-gut-conceito-e-aplicacao.html.
Acesso em: 1 nov. 2021.

BRASIL. Ministério da Economia. Guia de PDTIC do SISP v2.0. 2020. Disponível em:
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/sisp/documentos/guia-de-pdtic-do-sisp-v2.0.
Acesso em: 10 nov. 2021.

DAYCHOUM, M. 40 Ferramentas e Técnicas de Gerenciamento. Rio de Janeiro:


Brasport, 2011.

HÉKIS, Hélio Roberto; SILVA, Átilo de Carvalho da; OLIVEIRA, Ilane Mayara Palhares
de; ARAUJO, João Paulo de França. Análise GUT e a gestão da informação para
tomada de decisão em uma empresa de produtos orgânicos do Rio Grande do
Norte. Revista Tecnologia, [S. l.], v. 34, n. 1/2, p. 20–32, 2013. Disponível em: https://
periodicos.unifor.br/tec/article/view/4485. Acesso em: 19 abr. 2022.

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96
Módulo

4 Processos de Acompanhamento
de um PDTIC
Nesse módulo serão abordados os processos e subprocessos de acompanhamento de
um PDTIC. Para isso, serão detalhados os elementos necessários para compreender
a importância deste processo de acompanhamento, a importância de monitorar um
PDTIC e a importância de avaliá-lo de forma constante.

Sendo assim, em cada unidade, serão apresentados os aspectos conceituais sobre


indicadores de acompanhamento, planejamento do acompanhamento, monitoramento,
lições aprendidas e avaliações intermediárias e finais.

Unidade 1: Fase de Acompanhamento

Com o PDTIC finalizado e aprovado, vem a fase de execução e o respectivo


acompanhamento. Assim como o planejamento, este processo está subdividido em
subprocessos, sendo seu primeiro o de planejamento do acompanhamento.

Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade você será capaz de compreender a importância do processo de


acompanhamento do PDTIC.

1.1 Indicadores de Acompanhamento

Gerir qualquer organização, independentemente do seu tamanho, exige dos seus


gestores a execução de inúmeros aspectos estratégicos. Entre eles, estudar e
priorizar seu público-alvo (e obviamente, seus respectivos clientes, o que no caso
de uma organização pública é o povo), dar atenção à gestão financeira e formação
da equipe de gestão. Com isto, é possível compreender o quanto indicadores para
acompanhamento de resultados são ferramentas muito úteis para a área estratégica.

Os chamados indicadores são marcadores de desempenho, que ajudam o gestor


a entender se a estratégia está funcionando. Com isso a gestão pode mensurar os
reflexos das decisões de uma maneira mais dinâmica e eficiente.

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Acompanhamento de Desempenho.
Fonte: Freepik (2022).

Indicadores de acompanhamento de desempenho são instrumentos de gestão


essenciais nas atividades de monitoramento e de avaliação das organizações,
assim como seus projetos, programas e políticas, pois permitem acompanhar o
atingimento das metas, identificar avanços, melhorias de qualidade, correção de
problemas, necessidades de mudança etc.

Assim sendo, pode-se dizer que os indicadores possuem, essencialmente, duas funções
básicas: a primeira é descrever, por meio da geração de informações, o estado real
dos acontecimentos e o comportamento destes; a segunda é de caráter valorativo,
consistindo em analisar as informações presentes com base nas anteriores, viabilizando
uma comparação e a realização de proposições valorativas, identificando avanços,
melhorias de qualidade, correção de problemas, necessidades de mudança etc.

De forma geral, os indicadores não são simplesmente números, são atribuições de valor
a objetivos, acontecimentos ou situações, de acordo com regras, às quais é possível
aplicar critérios de avaliação, como, por exemplo, eficácia, efetividade e eficiência.

Indicadores servem para:

• mensurar os resultados;

• auxiliar a gestão do desempenho;

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98
• contribuir para a melhoria dos processos organizacionais;

• facilitar o planejamento e o controle do desempenho; e

• viabilizar uma análise que possa comparar o desempenho da organização


perante outras organizações que atuam em áreas semelhantes.

Indicadores devem ser precisos na mensuração de resultados


e gestão do desempenho, podendo por si só embasar a análise
crítica dos resultados obtidos e do processo de tomada de
decisão. A partir dos indicadores, pode-se verificar se um plano
está em conformidade ou se é necessário promover ajustes em
relação às metas planejadas.

Contudo, indicadores apenas são relevantes quando aferidos em relação a um


determinado objetivo. Assim sendo, no processo de definição de indicadores devem
ser muito bem definidos os objetivos e as metas a serem alcançadas. A Atividade já
deve ser realizada no planejamento da elaboração do próprio PDTIC. Lembrando
sempre que um bom indicador deve ser válido, confiável e simples.

No entanto, tão importante quanto definir os indicadores de acompanhamento de


sua organização, é a gestão destes indicadores. Afinal, todas as questões estratégicas
de uma organização devem ser revistas de forma contínua.

Indicadores.
Fonte: Freepik (2022).

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A gestão de indicadores é o monitoramento de dados que demonstram que a
execução das atividades de uma organização está andando corretamente. Com
um bom monitoramento se pode otimizar a gestão organizacional, aumentar a
produtividade da equipe e fornecer produtos ou serviços com mais qualidade. A
questão é que quando se trata de indicadores, não há espaço para achismos. Os
dados são tangíveis e reais. E isso é extremamente importante, pois esses dados
irão embasar as tomadas de decisões futuras, fornecendo mais precisão nas ações
a serem tomadas que podem auxiliar tanto na melhoria dos processos atuais, como
na visualização de novas oportunidades.

Em uma relação direta ao PDTIC, indicadores de resultado


são definidos no subprocesso de planejamento, contido no
processo de elaboração.

1.2 Planejamento do Acompanhamento

A etapa de planejamento do acompanhamento representa a parte inicial do processo


de execução e validação do PDTIC aprovado.

O planejamento do acompanhamento envolve a definição da equipe que será


responsável pelo acompanhamento do PDTIC (que pode ser uma equipe diferente da
equipe que elaborou o PDTIC) e de um plano de execução deste acompanhamento.

Equipe responsável pelo planejamento.


Fonte: Freepik (2022).

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100
Todo este esforço parte do princípio de que diversos elementos constituintes do
PDTIC precisam ser acompanhados (monitorados e/ou avaliados) durante toda a
sua execução, visando ao sucesso desse, visto que são considerados fatores críticos
de sucesso deste projeto que reflete no futuro da TIC.

Dessa forma, o planejamento do acompanhamento do PDTIC consiste em identificar


que elementos serão objetos de monitoramento e/ou avaliação, definir indicadores
específicos e estabelecer metas para esses indicadores.

Vale ressaltar que o planejamento do acompanhamento


poderá ser após a elaboração do PDTIC ou em conjunto com o
planejamento da elaboração do PDTIC, ou seja, em um momento
anterior ao início da execução dele. Esta análise deve levar em
conta questões como a oportunidade e conveniência do órgão.

As atividades que compõem o subprocesso de planejamento do acompanhamento


incluem:

• definir a responsabilidade pelo acompanhamento;

• planejar a execução;

• planejar o monitoramento;

• planejar a avaliação;

• consolidar o plano de acompanhamento do PDTIC;

• aprovar o plano de acompanhamento do PDTIC.

Conheça cada uma delas, a seguir.

Definir a responsabilidade pelo acompanhamento


O objetivo desta atividade é a definição e formalização da responsabilidade
pelo acompanhamento do PDTIC. Dentro deste contexto serão realizadas, no
decorrer desta atividade, a definição de papéis e responsabilidades para o
acompanhamento do PDTIC, além de instrumento de designação da equipe de
acompanhamento do PDTIC, se aplicável. Caso, por força de lei ou por escolha da

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 101


organização, opte-se pela publicação da designação da equipe, a responsabilidade
por fazer isso é desta equipe.

Equipe responsável pelo acompanhamento.


Fonte: Freepik (2022).

A responsabilidade pelo acompanhament do PDTIC poderá ser exercida, por


exemplo, pela própria equipe de elaboração do PDTIC. Também pode ser por um
novo time formado por servidores designados especificamente para esta função ou,
em casos específicos, por parte da estrutura organizacional formalmente instituída
para o exercício de tais funções.

Para a execução desta atividade, a equipe responsável deverá ter em mãos para
análise o PDTIC atual, o organograma e o regimento interno da Organização e, se
ele existir, o regimento interno do Comitê de Governança Digital.

Caso a organização possua um Comitê Executivo de TIC, o


acompanhamento do PDTIC poderá ser atribuído a esse,
preferencialmente.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


102
Planejar a execução
Esta atividade consiste em identificar e consolidar os projetos necessários para a
realização do plano de metas e ações do PDTIC.

O processo de identificação e consolidação passa pela estimativa da contribuição que


cada meta ou ação compõe para o atingimento do objetivo total do PDTIC em termos
percentuais, pela estimativa das datas de início e conclusão de cada uma destas,
estimativa de orçamento de cada uma e a avaliação de agrupar tais metas e ações
(que também se pode considerar como pequenos projetos) em possíveis portfólios.

Como resultado desta atividade será gerado o Plano de Execução, documento este
que compõe o Plano de Acompanhamento do PDTIC.

Equipe responsável pela execução.


Fonte: Freepik (2022).

Para a execução desta atividade, a equipe responsável deverá ter em mãos, para
análise, o PDTIC atual, focando de maneira especial no quesito plano de metas e ações.

Os percentuais de contribuição, se possível, deverão estar


expostos tanto pelo ponto de vista de esforço, quanto pelo
ponto de vista financeiro.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 103


Em relação à gestão de projetos, se faz necessária a
identificação de qual nível de maturidade a organização se
encontra, visando assim adequar o nível de acompanhamento
que cada projeto deverá possuir.

Planejar o monitoramento
O objetivo desta atividade é definir como será realizado o monitoramento, tendo
como objetivo a identificação e consolidação dos critérios, objetos e objetivos para
o monitoramento, além da definição de indicadores de monitoramento.

Neste contexto, deve-se levar em conta o que deve ser monitorado, os motivos de
se monitorar (para cada um dos objetos a serem monitorados), seus respectivos
indicadores (contendo valor de referência, período, fórmula de cálculo, fonte que
proverá os dados e informações para compor o indicador e o responsável pela
aferição), além da definição de ações corretivas, caso tais indicadores estejam fora
de seus valores de referência.

Para a execução desta atividade, a equipe responsável deverá ter em mãos para
análise, o PDTIC atual e o plano de execução definido no processo anterior.

Por padrão, o monitoramento deverá contemplar todo o PDTIC, mas na prática


muitas das organizações não possuem recursos para realizar este monitoramento
completo, sejam eles humanos ou financeiros. Por este motivo, caso exista
limitações, a organização deverá priorizar o monitoramento das ações e metas mais
críticas e/ou estratégicas, cabendo esta priorização ao Comitê de Governança Digital
ou à equipe responsável pelo planejamento do acompanhamento.

Como resultado desta atividade, será gerado o Plano de Monitoramento, documento


este que compõe o Plano de Acompanhamento do PDTIC.

O monitoramento visa manter o que contribui para a entrega dos


resultados pretendidos, sob controle, através da identificação
de indicadores que melhor representem esses fatores e valores
de referência para esses indicadores.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


104
Planejar a Avaliação
O objetivo desta atividade é identificar e consolidar os critérios, objetos e objetivos
para a avaliação, além de definir indicadores de avaliação, isso inclui, portanto, a
definição do que será avaliado, os motivos de se avaliar (para cada um dos objetos
a serem avaliados), seus respectivos indicadores (contendo o período de aferição,
fórmula de cálculo, caso seja aplicável, fonte que proverá os dados e informações
para compor o indicador e o responsável pela aferição).

Equipe responsável pelo planejamento da avaliação.


Fonte: Freepik (2022).

Para a execução desta atividade, a equipe responsável deverá ter em mãos para
análise o PDTIC atual, o plano de execução e o plano de monitoramento, documentos
estes definidos nos processos anteriores.

Uma avaliação, quando implantada de forma correta, apura se os resultados


obtidos estão de acordo com as metas estabelecidas. Esse controle se dá por meio
da utilização de indicadores de resultados. Assim, se na apuração de um indicador
for verificado que há desvio em relação a sua meta, os motivos que levaram ao não
atingimento desta meta deverá ser identificados.

Como resultado desta atividade, será gerado o Plano de Avaliação, documento este
que compõe o Plano de Acompanhamento do PDTIC.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 105


A simples identificação dos motivos, apesar de importantes,
possui pouca utilidade, se não forem identificadas alternativas
para a sua repactuação.

Da mesma maneira, se forem identificados fatores que


reiteradamente têm impactado o resultado das entregas, esses
fatores deverão ser incluídos no monitoramento.

Consolidar o Plano de Acompanhamento do PDTIC


O objetivo desta atividade é a consolidação de todos os documentos gerados durante
o planejamento do monitoramento (planos de execução, de monitoramento, de
avaliação e de gestão de riscos), transformando-os em um único documento.

O desenvolvimento de documentos adicionais, como um plano de gestão de riscos


e um plano de comunicação possuem relevância e, se desenvolvidos, ajudam na
condução da atividade de acompanhamento.

No plano de comunicação, o levantamento das necessidades de informação das partes


interessadas, assim como de quais eventos devem ser informados a que pessoas,
além da escolha correta dos canais de comunicação e periodicidade de distribuição
são fatores cruciais para que o acompanhamento do PDTIC seja um sucesso.

Equipe responsável pela consolidação.


Fonte: Freepik (2022).

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


106
Para a execução desta atividade, a equipe responsável deverá ter em mãos para
análise o PDTIC atual, o plano de execução, o plano de monitoramento e o plano de
avaliação, documentos estes definidos nos processos anteriores.

Vale ressaltar que o plano de gestão de riscos do PDTIC foi criado durante a sua
elaboração, mas como ele é um documento vivo deste projeto (sendo talvez
o documento que mais sofra atualizações durante o acompanhamento), suas
atualizações são realizadas pela equipe de acompanhamento, sendo necessária
a aprovação pelo Comitê de Governança Digital, conforme critérios e diretrizes
definidos neste próprio plano.

Como resultado desta atividade, será gerado o Plano de Acompanhamento do PDTIC.

Aprovar o Plano de Acompanhamento do PDTIC


O objetivo desta atividade é a avaliação e aprovação do plano de acompanhamento
do PDTIC. Os responsáveis por esta atividade são responsáveis por propor ajustes e
adequações, caso necessário.

Para a execução desta atividade, a equipe responsável deverá ter em mãos, para
análise, o Plano de Acompanhamento do PDTIC e o Regimento Interno do Comitê de
Governança Digital, documentos estes definidos nos processos anteriores.

Como resultado desta atividade, será gerado o Plano de Acompanhamento do


PDTIC aprovado.

Caso exista um regimento interno do Comitê de Governança


Digital, deve-se verificar se nele está contida a formalização das
responsabilidades e as atribuições inerentes ao acompanhamento
do PDTIC por parte de seus membros.

Deve-se levar em conta que um processo de aprovação não é automático. Ou seja,


ele pode ser reprovado. Caso o Comitê de Governança Digital não aprove o plano
de acompanhamento do PDTIC (ou o fizer com ressalvas), ele deverá ser devolvido
aos responsáveis por sua elaboração para receber os ajustes necessários e, então,
ser submetido a nova avaliação por parte do mesmo comitê.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 107


Comitê para aprovação.
Fonte: Freepik (2022).

Com uma descrição completa de todas as atividades que compõem o subprocesso


de planejamento do acompanhamento, você finalizou esta unidade. Com
isto, você se tornou capaz de compreender a importância do processo de
acompanhamento do PDTIC.

Que bom que você chegou até aqui! Chegou a hora de testar seus conhecimentos.

Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente virtual.

Bons estudos!

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108
Referências
BARROS, Fábio Gomes. Elaboração do Plano Diretor de Tecnologia da Informação.
[Apostila]. Brasília, DF: ENAP/DGTI, 2014. 82 p.

BRASIL. Ministério da Economia. Guia de PDTIC do SISP v2.0. 2020. Disponível em:
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/sisp/documentos/guia-de-pdtic-do-sisp-v2.0.
Acesso em: 10 nov. 2021.

BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Gestão.


Guia referencial para medição de desempenho e manual para construção de
indicadores. Brasília, DF: MPOG, 2009.

FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2022. Disponível em:


https://www.freepik.com/. Acesso em: 21 mar. 2022.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 109


Unidade 2: Fase de Monitoramento

Com a conclusão do planejamento do monitoramento do PDTIC, vem a fase de


monitorar as ações e projetos que foram levantados na fase de diagnóstico.

Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade você será capaz de compreender a importância de monitorar


um PDTIC.

Irá aprender a verificar o progresso das ações do PDTIC, se estão evoluindo conforme
o planejado, focando principalmente no processo, no esforço ou nas condições
ambientais. Nesta unidade serão apresentados conceitos sobre o monitoramento
da execução do PDTIC e de lições aprendidas.

2.1 Monitoramento da Execução

A etapa de monitoramento da execução ocorre enquanto as ações e metas propostas


estão sendo realizadas, ou seja, durante a própria execução do PDTIC.

O monitoramento da execução serve, na prática, para verificar o progresso das ações


do PDTIC, se estão evoluindo conforme o planejado. O foco é dado no processo, no
esforço ou nas condições ambientais.

O conceito de monitoramento é definido como um processo sistemático e


contínuo de coleta de informações que utiliza indicadores previamente definidos
com a finalidade de fornecer informações sobre o progresso e a conquista dos
objetivos de forma eficaz e, portanto, produzindo informações que permitiam
uma avaliação rápida e contínua.

Um monitoramento eficaz permite uma coleta contínua de informações,


utilizando-se de indicadores previamente definidos com a finalidade de fornecer
informações sobre o progresso e o alcance dos objetivos em tempo eficaz,
permitindo uma rápida avaliação situacional e a intervenção oportuna que
confirme ou corrija as ações monitoradas.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


110
Monitoramento da execução.
Fonte: Freepik (2022).

O objetivo de se realizar o monitoramento é dar suporte à tomada de decisão e


ao planejamento, fornecendo informações a respeito de tendências e mudanças,
sobre o que está funcionando ou como as atividades podem ser melhor ajustadas.

O monitoramento, portanto, no âmbito do acompanhamento do PDTIC, pode ser


considerado como uma atividade constante e sistemática de coleta de informações
a respeito do desempenho da execução do PDTIC, de modo a identificar possíveis
desvios das ações programadas e colaborar para o momento de avaliação e
posterior tomada de decisões.

Durante a execução das atividades, poderão surgir necessidades de ajustes dos


indicadores, de modo a melhor adaptá-los à realidade observada. Esses ajustes
deverão ser submetidos à aprovação do Comitê de Governança Digital.

Também dentro do contexto apresentado neste curso, seguem agora as atividades


que compõem o subprocesso de monitoramento. São elas:

• Analisar informações de monitoramento;

• Consolidar informações de monitoramento.

A seguir são apresentadas em detalhes estas duas atividades de monitoramento da


execução do PDTIC:

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 111


Analisar Informações de Monitoramento
O objetivo desta atividade é a coleta, registro e análise das informações obtidas
através do resultado dos indicadores de monitoramento.

Dentro deste contexto, também faz parte do escopo desta atividade a execução de
atividades corretivas, caso sejam necessárias e, também deve ser responsável pelo
registro de ocorrências de riscos, caso ocorram.

Para a execução desta atividade, a equipe responsável deverá ter em mãos para
análise o plano de acompanhamento do PDTIC.

Análise das informações de monitoramento.


Fonte: Freepik (2022).

Sobre o trabalho a ser executado, em relação à análise, a mesma ocorre quando,


após a coleta das informações, a equipe tenha elementos suficientes para poder
comparar os valores coletados aos valores de referência definidos no plano de
monitoramento. Baseada nessas informações, a equipe de monitoramento passa a
poder executar as ações corretivas (caso haja necessidade). Já o registro dos riscos,
caso eles tenham sido identificados, deve estar acompanhado de evidências do que
foi feito para evitar que eles ocorressem, bem como a(s) medida(s) de contingência
adotada(s) e os respectivos responsáveis.

A saída desta atividade, e, também a melhor maneira de demonstrar a execução


para todos os envolvidos no projeto, é a implantação de painéis. Aqui sugere-se a
criação de alguns deles:

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Painel de Acompanhamento das Metas e Ações
Informa o status das execuções física e orçamentária, e o percentual de
execução de cada meta e ação presente no PDTIC.

Painel de Acompanhamento dos Riscos


Informa o consolidado da situação dos riscos, como, por exemplo, os
respectivos status (aberto, fechado e excluído).

Consolidar Informações de Monitoramento


O objetivo desta atividade é a consolidação das informações que serão
reportadas aos responsáveis pelo monitoramento do PDTIC. Tal consolidação
deve informar as diferenças entre o cronograma previsto e o executado, e as
respectivas justificativas para atividades em atraso ou não iniciadas. Como
resultado desta atividade, serão gerados o Plano de Acompanhamento do
PDTIC atualizado e o Relatório de Acompanhamento do PDTIC.

Para a execução desta atividade, a equipe responsável deverá ter em mãos,


para análise, o plano de acompanhamento do PDTIC e acesso aos painéis de
acompanhamento criados na etapa anterior.

Consolidação de informações de monitoramento.


Fonte: Freepik (2022).

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 113


Dentro deste contexto, todas as informações aqui geradas deverão ser apresentadas
em modelos de relatórios de acompanhamento. Tais modelos foram criados durante
o planejamento do acompanhamento.

Nesta atividade são comparadas as informações obtidas durante o processo


de análise das informações de acompanhamento (presentes nos painéis de
acompanhamento) em relação às definidas previamente (como os cronogramas de
execução temporais e de execução financeira) e qualquer outra informação/ação
que esteja sendo monitorada.

Dentro deste contexto, a equipe de acompanhamento deverá verificar se há


necessidade de ajustes ou refinamentos das informações contidas no plano de
acompanhamento do PDTIC e atualizá-lo.

Ao identificar-se desvios nos indicadores, deverão ser adotadas


as ações corretivas definidas no plano de monitoramento. Essas
ações relacionam-se às situações de baixa criticidade. Com isto,
evita-se o acionamento do Comitê de Governança Digital para o
tratamento de questões que poderão ser resolvidas no âmbito
do monitoramento. Porém, há a necessidade de se registrar e
reportar as ações corretivas adotadas, de acordo com o previsto
nos planos de monitoramento e de comunicação.

2.2 Lições Aprendidas

Lições aprendidas é o termo que define todo o conhecimento aprendido em


um projeto, seja ele técnico ou de gestão. Há muitos fatores que divergem do
planejamento do projeto durante a prática e, visando evitar futuras repetições
desses problemas, se faz necessária a discussão e implementação do aprendizado.

Quando se discute acerca das lições aprendidas, trata-se de questões como qualidade
e melhoria contínua. Lições aprendidas são a base para alcançar a perfeição ou o
nível de excelência desejado.

As organizações se tornam melhores se elas aprendem com os próprios erros e


acertos. Praticar o registro de lições aprendidas em todos os projetos aos quais a
organização esteja envolvida as ajuda a melhorar seus projetos organizacionais e
assim, a melhorar como instituição.

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114
As lições aprendidas podem ser informais ou formais, documentadas ou apenas
discutidas, feitas em grupo ou até individualmente, em uma reunião ou informalmente
em um happy hour ou no café. São pouco usadas nas organizações, principalmente
pela falta de tempo e ainda pela baixa preocupação em documentar o aprendizado. Os
melhores resultados ocorrem quando o registro é feito da maneira mais formal possível.

Reunião informal.
Fonte: Freepik (2022).

Caso sua organização não tenha esse excelente hábito, é sugerível adotá-lo,
independentemente de como se faça o registro das lições aprendidas. O importante
é garantir que a organização aprenda com cada projeto.

Para se aprofundar no aprendizado deste fator, ouça o podcast “Lições aprendidas”,


em que se aborda o objetivo principal de evitar que os erros e os problemas
encontrados não se repitam em futuros projetos, além de servir de base para o
aperfeiçoamento contínuo.

Podcast: Lições aprendidas

No podcast você pôde compreender que as lições aprendidas sempre têm como
base a gestão de projetos. Agora, siga com seus estudos.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 115


Alguns dos tópicos mais comuns a serem discutidos e documentados sobre lições
aprendidas são:

• principais problemas enfrentados no projeto;

• recomendações para melhoria futura;

• análise das variações do projeto.

Em resumo, lições aprendidas são um conjunto de boas práticas adotadas por


organizações que não desejam estender os erros de um projeto para outro, e,
também das que desejam continuar com os acertos em um novo projeto.

Assim, essas lições são caracterizadas como uma ferramenta simples e barata para
refletir sobre tudo o que aconteceu em um processo, projeto ou atividade de uma
instituição. Ou seja, uma lição aprendida é um conhecimento adquirido através da
experiência, e que é capturado, registrado, analisado e compartilhado.

A captura das lições aprendidas ocorre normalmente em reuniões. Estas não


precisam ser formais e não devem despender muitas horas de trabalho. Basta
que os envolvidos façam uma comparação a respeito do que era esperado e do
que realmente aconteceu.

A aplicação de um processo de coleta de lições aprendidas deve, preferencialmente,


ter algumas etapas, são elas: captura, análise, implementação e manutenção.

Captura
Etapa em que é realizada a documentação da situação ocorrida (registro),
incluindo o contexto ao qual ela ocorreu e as respectivas consequências.
Nesta etapa, também ocorrem avaliações de registros anteriores (caso
exista alguma base de conhecimento anterior), além de também analisar
qual deveria ter sido o tratamento adequado à situação.

Análise
Etapa em que é realizada a análise e discussão dos registros realizados na
etapa de captura. É aqui que são melhor consolidados os registros e, também,
propostos melhores encaminhamentos para os registros realizados.

Implementação
Etapa em que é realizada a revisão do registro realizado. Esta parte do
processo ocorre depois de algum tempo do ocorrido, o que irá garantir uma
visão mais tranquila do ocorrido. É nela que são priorizados os planos de

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública


116
ação, garantir que todas as definições sejam, de fato, realizadas e definir de
forma assertiva de como tais lições serão divulgadas na instituição.

Melhoria/Manutenção
Esta última etapa é quando são realizadas pesquisas com as partes
interessadas dentro do contexto do registro da lição aprendida, ou seja,
toda e qualquer pessoa (membro ou não da organização). Tal pesquisa tem
relação com a satisfação com o processo proposto para a correção. Outras
atividades pertinentes a esta etapa do processo são a análise do impacto
das lições aprendidas, a revisão do conteúdo da base de dados para eliminar
registros expirados ou possivelmente duplicados, e a realização de uma
auditoria dos registros e planos de ação propostos.

Captura, Análise, Implementação, Melhoria/Manutenção.


Fonte: Freepik (2022).

Quanto à execução propriamente dita da etapa de captura, se faz necessária a


determinação de um membro da equipe que deverá ficar responsável pela criação
de um ambiente próprio para a troca de informações, permitindo assim que haja
visões distintas sobre o mesmo problema. Isto é essencial para uma análise crítica
do que ocorreu. Com isto, os participantes entenderão que não é um encontro
para apontar os erros das pessoas e sim a avaliação de todo processo a fim de
melhorar os próximos projetos.

Já o registro das lições aprendidas é a garantia de que todos os pontos discutidos


nesta reunião se transformem em mudanças na organização, visando o sucesso

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 117


para futuros projetos. Neste caso especificamente, para os próximos PDTICs. Uma
ótima maneira de se fazer isso é por meio da documentação de todos os pontos
discutidos na reunião em um formulário padronizado. Isso é um ponto inicial da
cultura da gestão do conhecimento na organização.

O registro das lições aprendidas também é importante para os futuros membros


da equipe. Logo, quando uma organização possui uma documentação dos pontos
positivos e negativos, é muito mais fácil que eles entendam o que deve e não deve
ser feito nos futuros projetos.

Visando uma melhoria contínua e uma garantia de sucesso para o processo de lições
aprendidas, alguns pontos de atenção são imprescindíveis:

• as pessoas precisam estar motivadas, e precisam acreditar neste processo;

• a forma de registrar e a recuperação destes registros precisa ser simples;

• nem tudo o que ocorre em um projeto ou atividade pode ser considerado


uma lição aprendida;

• é preciso verificar se existe uma lição aprendida antes de cometer o mesmo


erro novamente;

• como todo processo, deve ser auditado;

• melhorias são sempre bem-vindas.

Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o
conteúdo e se aprofunde nos temas propostos.

Até a próxima!

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Referências
BARROS, Fábio Gomes. Elaboração do Plano Diretor de Tecnologia da Informação.
[Apostila]. Brasília, DF: ENAP/DGTI, 2014. 82 p.

BRASIL. Ministério da Economia. Guia de PDTIC do SISP v2.0. 2020. Disponível em:
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/sisp/documentos/guia-de-pdtic-do-sisp-v2.0.
Acesso em: 10 nov. 2021.

FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2022. Disponível em:


https://www.freepik.com/. Acesso em: 21 mar. 2022.

MONTES, Eduardo. Introdução ao Gerenciamento de Projetos, 1ª Ed. São


Paulo: [s. n.], 2017.

PMI - PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Guia PMBOK®: Um Guia para o Conjunto


de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos, 6ª Ed. Filadélfia: PMI, 2017.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 119


Unidade 3: Fase de Avaliação
Com a conclusão do monitoramento do PDTIC, vem a fase de avaliar todo o trabalho
realizado que seja passível de medição. Portanto, somente os itens que tiveram sua
execução monitorada podem ser avaliados.

Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade você será capaz de compreender a importância de se avaliar de


forma constante um PDTIC.

A Avaliação do PDTIC pode ser feita de forma parcial (através de avaliações intermediárias)
ou total (através da avaliação final, também denominada de prestação de contas).

3.1 Avaliação Intermediária

Uma avaliação é uma ferramenta utilizada para mensurar a performance de uma


organização, de áreas específicas ou até dos próprios colaboradores. Normalmente
realizada de forma periódica, de acordo com os interesses da organização.

Além disso, avaliações auxiliam na elaboração de uma visão estratégica da organização,


pois coloca em evidência pontos fortes e pontos de melhoria, tanto no que diz respeito
à própria organização, aos seus funcionários e às suas equipes. Dessa forma, fica mais
fácil visualizar jeitos de aprimorar processos e gerar mais resultados.

Avaliação intermediária.
Fonte: Freepik (2022).

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De forma resumida, avaliações são processos dinâmicos através dos quais, uma
organização pode conhecer seus próprios resultados e assim reorientar propostas
ou focar-se naqueles resultados positivos.

Existem diferentes classificações para as avaliações: quanto ao tempo, quanto


ao foco, dentre outras. Neste módulo você poderá aprender sobre avaliações
classificadas quanto ao tempo.

Em relação à classificação de avaliações quanto ao tempo, as mesmas podem ser


classificadas como avaliações intermediárias e avaliações finais, também conhecidas
dentro do contexto de PDTICs como prestações de contas.

As avaliações intermediárias ocorrem de forma periódica, durante toda a execução


do PDTIC, tendo como objetivo a coleta de informações a respeito de resultados
intermediários a serem alcançados durante a execução do plano.

Quando confrontados com o que havia sido estabelecido na etapa de elaboração do


PDTIC, estes resultados geram possibilidades para a identificação de possíveis desvios e
subsidiam a tomada de decisões para correção de rumos ou reavaliações dessas metas.

A reavaliação de metas, que pode ocorrer dentro de uma avaliação


intermediária, tem como um dos responsáveis o Comitê de
Governança Digital da organização.

As atividades que compõem o subprocesso de avaliação intermediária são:

• consolidar os resultados;

• verificar o alcance dos objetivos/necessidades;

• avaliar resultados intermediários.

Consolidar os Resultados
O objetivo desta atividade é a coleta dos dados consolidados gerados pelo processo de
monitoramento do PDTIC, visando consolidações parciais relativas à execução física e
orçamentária das atividades propostas no plano de ação, mas sempre de acordo com
o plano de acompanhamento proposto.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 121


Tais dados devem poder mostrar, de forma intermediária, os resultados parciais das
ações e projetos executados, as execuções física e orçamentária, o cumprimento das
metas, além do alinhamento estratégico e dos riscos. Caso seja definido assim, questões
relativas a pessoal também deverão ser consolidadas nessa atividade.

Reunião para consolidação de dados.


Fonte: Freepik (2022).

Para a execução desta atividade, a equipe responsável deverá ter em mãos para
análise o plano de acompanhamento do PDTIC, relatórios de acompanhamento
do PDTIC e o próprio PDTIC.

Como resultado desta atividade, serão gerados dados consolidados dos indicadores
intermediários (insumo para o RA-PDTIC), resultados dos indicadores, status das metas
e propostas de ações corretivas, redirecionamentos e/ou repactuação de metas.

Alguns pontos importantes devem ser levados em conta para


uma correta execução desta atividade.

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• Não é neste momento que indicadores de resultados
intermediários devem ser discutidos. Esta discussão deve iniciar
na etapa de elaboração do plano de avaliação. Isso vale para a
periodicidade da obtenção destas informações.

• A coleta dos dados pode envolver diferentes atores dentro


da organização, porém a consolidação deve ser realizada
preferencialmente pela equipe de acompanhamento.

• A coleta dos dados pode acontecer em momentos diversos, de


acordo com as especificidades de cada avaliação.

Verificar o alcance dos objetivos/necessidades


O objetivo desta atividade é a reavaliação das diretrizes, objetos, objetivos e
indicadores do plano de avaliação, e atualizá-lo se necessário

Além dessa reavaliação, esta atividade também envolve a análise das propostas
de ações corretivas, dos redirecionamentos e/ou repactuação de metas e dos
indicadores de resultado coletados, para que possam ser comparados com as metas
intermediárias estabelecidas.

Reunião para verificação de alcance dos objetivos.


Fonte: Freepik (2022).

Ao fim, se faz necessário elaborar um parecer sobre as execuções física e orçamentária


do PDTIC, cumprimento das metas estabelecidas, propor ações corretivas, justificar
o não atingimento de metas (se necessário) e avaliação dos riscos.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 123


Como resultado desta atividade, serão gerados um Plano de Acompanhamento do
PDTIC atualizado e o Relatório de Acompanhamento do PDTIC atualizado com as
informações de avaliação intermediária.

Para a execução desta atividade, a equipe responsável deverá ter em mãos, para
análise, os dados consolidados dos indicadores intermediários, os resultados
dos indicadores, o status das metas, o plano de acompanhamento do PDTIC e os
relatórios de acompanhamento do PDTIC.

A dinâmica das organizações na atualidade, em face das


inovações que surgem a todo momento, exige uma necessidade
constante de incorporação de novas demandas ao inventário
de necessidades e respectivamente de suas repriorizações.
Isso ocasiona a necessidade de reavaliação do alinhamento
estratégico das ações de TIC de forma contínua. Esta reavaliação
pode trazer a necessidade de ajustes nos objetivos estratégicos
e/ou na visão de futuro da TIC e de toda a organização.

Avaliar Resultados Intermediários


O objetivo desta atividade é avaliar os resultados intermediários do acompanhamento
do PDTIC, além da análise do PDTIC atual, deliberando sobre os redirecionamentos
e ajustes necessários, sobre a necessidade de repriorização e/ou cancelamento das
metas e ações, sobre novas diretrizes para o gerenciamento dos riscos e sobre a
necessidade de revisão do PDTIC.

Reunião para avaliação dos resultados intermediários.


Fonte: Freepik (2022).

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Todas as atividades acima mencionadas têm como objetivo final a aprovação dos
resultados intermediários apresentados.

Como resultado desta atividade, serão gerados o Plano de Acompanhamento do


PDTIC aprovado e o Relatório de Acompanhamento do PDTIC aprovado.

Para a execução desta atividade, a equipe responsável deverá ter em mãos,


para análise, o regimento interno do Comitê de Governança Digital, o plano de
acompanhamento do PDTIC e os relatórios de acompanhamento do PDTIC.

Alguns pontos importantes devem ser levados em conta para


uma correta execução desta atividade:

• todo e qualquer redirecionamento deve ser avaliado pelo Comitê


de Governança Digital, visando a determinação de tomada de
ações corretivas;

• dependendo da criticidade da ação corretiva proposta, talvez


seja necessária uma revisão em maior grau do PDTIC;

• é de responsabilidade do Comitê de Governança Digital alcançar


os objetivos e as metas de TIC;

• deverão ser registradas no relatório de acompanhamento do


PDTIC todas as deliberações referentes a redirecionamentos e
ações corretivas;

• Se o RA-PDTIC não for aprovado pelo Comitê de Governança


Digital, o mesmo deverá ser encaminhado para a equipe de
acompanhamento que deverá atualizá-lo, conforme orientações
do comitê, e repassá-lo novamente para aprovação.

3.2 Avaliação Final (Prestação de Contas)

A prestação de contas no setor público, seja qual for, é imprescindível para gestores de
órgãos e entidades. Através dela é possível alcançar, ao mesmo tempo, a regularidade
da gestão e a transparência na administração pública.

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Apesar deste quesito, dentro da administração pública, estar fortemente voltado a
questões financeiras, pode ser trazido para dentro do processo de avaliação final de
um PDTIC, pois a função da etapa é prestar contas de tudo o que foi realizado durante
o período de execução deste projeto.

De forma resumida, uma avaliação, quando realizada de forma final, deve aferir as
operações ou resultados de um programa ou política, comparando-as a um conjunto
de padrões (explícitos ou implícitos) previamente definidos, com vistas a contribuir
para o seu aperfeiçoamento.

Uma avaliação final dentro do PDTIC tem como proposito


determinar a pertinência e a conquista dos objetivos, a eficiência,
a efetividade, o impacto e a sustentabilidade do desenvolvimento.
A avaliação deve proporcionar informação que seja crível e
útil para permitir a incorporação da experiência adquirida no
processo de tomada de decisão. A avaliação deve ser vista como
um mecanismo de melhoria no processo de tomada de decisão, a
fim de garantir melhores informações, sobre as quais se possam
fundamentar as decisões.

Ao saber disso, você poderá, agora, compreender um pouco mais sobre as atividades
que compõem o subprocesso de avaliação final.

As atividades que compõem o subprocesso de avaliação final são:

• coletar e consolidar indicadores finais;

• analisar resultados finais;

• aprovar o relatório de resultados do PDTIC (preliminar); e

• aprovar o relatório de resultados do PDTIC (final).

Conheça-as a seguir.

Coletar e Consolidar Indicadores Finais


O objetivo desta atividade é a apuração e registro dos indicadores de resultados finais
referentes a execução do PDTIC, sendo necessário validar se os dados dos relatórios de

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acompanhamento produzidos estão de acordo com a avaliação final. Ou seja, verificar
se os dados produzidos de forma intermediária estão de acordo com o resultado final.

Reunião para coletar e consolidar indicadores finais.


Fonte: Freepik (2022).

Para a execução desta atividade, a equipe responsável deverá ter em mãos, para
análise, o PDTIC propriamente dito, o plano de acompanhamento do PDTIC e o
relatório de acompanhamento do PDTIC.

Este processo tem como produto final os dados consolidados dos indicadores de
resultado.

Um fato importante é que a coleta dos dados pode envolver


diferentes atores dentro da organização, porém a consolidação deve
ser realizada, preferencialmente, pela equipe de acompanhamento.

Analisar Resultados Finais


O objetivo desta atividade é analisar as informações consolidadas, de modo que os
seguintes questionamentos possam ser respondidos.

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• As metas foram alcançadas?

• As necessidades de TIC foram atendidas?

• Ao final da vigência do PDTIC, o referencial estratégico da TIC foi atingido


(missão, visão, objetivos estratégicos da TIC)?

• Os riscos foram gerenciados de maneira adequada?

Após a análise das respostas das perguntas anteriores, outras perguntas também
devem ser respondidas (caso elas sejam pertinentes).

• Em caso de falhas na execução do projeto, por que não foram executados,


alcançados e/ou atendidos? Que fatores intervenientes contribuíram
para o não cumprimento?

• Os prazos e orçamento foram realistas e adequados?

Para a execução desta atividade, a equipe responsável deverá ter em mãos para análise
o PDTIC propriamente dito, o plano de acompanhamento do PDTIC, o relatório de
acompanhamento do PDTIC e os dados consolidados dos indicadores de resultado.

Deve-se ao fim, ser emitido um parecer prévio, evidenciando os impactos gerados


pela execução das ações de TIC no órgão. Tal parecer será avaliado pelo Comitê
de Governança Digital. Neste parecer, deve-se registrar possíveis necessidades
de TIC identificadas durante o processo de acompanhamento do PDTIC, as lições
aprendidas durante o ciclo de vida, entre outras. Este parecer prévio é também
denominado de Relatório de Resultados do PDTIC.

Aprovar o Relatório de Resultados do PDTIC (Preliminar)


O objetivo desta atividade é avaliar o relatório de resultados do PDTIC aprovado
preliminarmente, criado pela equipe de acompanhamento do PDTIC, propondo
ajustes e adequações se necessário.

Para a execução desta atividade, a equipe responsável deverá ter em mãos, para
análise, o relatório de resultados do PDTIC e o regimento interno do Comitê de
Governança Digital.

Este processo tem como produto final o Relatório de Resultados do PDTIC aprovado
preliminarmente.

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Caso o relatório de resultados do PDTIC não seja aprovado pelo
Comitê de Governança Digital da instituição, o mesmo deverá
ser encaminhado para a equipe de acompanhamento do PDTIC
para adequações e ajustes. Feito isso, esse relatório deverá ser
encaminhado ao Comitê de Governança Digital para nova análise.

Aprovar o Relatório de Resultados do PDTIC aprovado (Final)


O objetivo desta atividade é aprovar, de forma definitiva, o relatório de resultados
do PDTIC aprovado, propondo ajustes e adequações se necessário.

Aprovação do relatório de resultados do PDTIC aprovado.


Fonte: Freepik (2022).

Para a execução desta atividade, a equipe responsável deverá ter em mãos, para
análise, o relatório final de resultados do PDTIC.

Chegou a hora de realizar os Exercícios Avaliativos disponíveis no ambiente virtual.


Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos.

Bons estudos!

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Referências
BARROS, Fábio Gomes. Elaboração do Plano Diretor de Tecnologia da Informação.
[Apostila]. Brasília, DF: ENAP/DGTI, 2014. 82 p.

BRASIL. Ministério da Economia. Guia de PDTIC do SISP v2.0. 2020. Disponível em:
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/sisp/documentos/guia-de-pdtic-do-sisp-v2.0.
Acesso em: 10 nov. 2021.

FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2022. Disponível em:


https://www.freepik.com/. Acesso em: 21 mar. 2022.

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