A Grécia Antiga e Roma
A Grécia Antiga e Roma
A Grécia Antiga e Roma
Nosso mundo de hoje tem muito a ver com os gregos antigos. Herdamos dos gregos, por exemplo, os conceitos de
cidadania e democracia. Eles foram os criadores dos jogos olímpicos, da filosofia, dos fundamentos da ciência e do
teatro. Dos povos da Antigüidade, foram os gregos que tiveram maior influência na formação da civilização ocidental.
A Grécia localiza-se na península Balcânica é formada por regiões montanhosas, de relevo acidentado, o que
influenciou política e economicamente a vida dos antigos gregos. A sua posição geográfica favoreceu a ligação entre a
Europa e o Oriente Próximo. As poucas planícies férteis dificultaram o desenvolvimento da agricultura, porém, o litoral
recortado e extenso facilitou o desenvolvimento do comércio marítimo.
A península Balcânica era habitada por grupos de pastores seminômades, os pelágios ou pelasgos. Por volta do ano
2000 a.C., começou a ser ocupada por povos indo-europeus, vindos das planícies euro-asiáticas. Os primeiros foram
os aqueus, depois os jônios, os eólios e dórios.
No período homérico, a sociedade grega estava dividida em genos. Os genos eram uma espécie de clã familiar, cujos
membros descendiam de um antepassado em comum, e que cultivavam um deus protetor.
Cada geno era chefiado por um patriarca (o pater; membro mais velho do grupo), que concentrava o poder militar,
político, religioso e jurídico.
A economia no genos era agrícola e pastoril, auto-suficiente, ou seja, toda a família morava em uma grande
propriedade e a terra era explorada coletivamente.
Em geral, as cidades-estados eram construídas nos lugares mais altos da região, tendo em seu centro a Acrópole,
refúgio e santuário rodeado de muralhas.
Sua economia era auto-suficiente e cada cidade-estado era governada por um rei, o basileus, auxiliado por um
conselho formado por representantes da aristocracia e uma assembléia popular composta pelos cidadãos, aqueles
que tinham direitos políticos.
As principais cidades-estados foram Atenas, Esparta, Tebas, Corinto, Argos, Olímpia, Mégara e Mileto.
Apesar da autonomia das pólis, as cidades gregas mantinham certa unidade, baseada na língua, na religião e nas
festas esportivas. Dentre as festas esportivas, destacam-se as Olimpíadas, realizadas a cada quatro anos, sendo
proibidas as guerras entre as pólis durante sua realização, como homenagem ao deus Zeus.
Colonização Grega
A concentração do poder territorial nas mãos de poucos e a desigualdade social fez com que milhares de gregos,
durante os séculos VII e VI a.C., fundassem colônias nas costas dos mares Mediterrâneo, Egeu e Negro.
Embora, as colônias gregas fossem independentes de suas cidades-estados de origem, mantinham com elas ligações
comerciais e religiosas.
Guerras Médicas (ou greco-persas): o rei persa Dario e depois seu filho Xerxes tentaram conquistar as cidades
gregas, mas enfrentaram dura resistência, sendo derrotados. Principais batalhas: Maratona (490 a.C.), Salamina (480
a.C.) e Platéia (479 a.C.).
Por causa do seu destaque na guerra contra os persas, Atenas tornou-se a mais importante cidade grega. Fundou a
Liga de Delos, para proteger a Grécia contra possíveis ataques externos. Com o tempo, transformou-se no centro de
um grande império comercial e marítimo. Muitas cidades começaram a se revoltar contra o imperialismo ateniense,
entre elas a líder Esparta.
Guerra do Peloponeso: a luta entre Esparta e Atenas foi causada por diferenças de regime político, de economia, de
tipo de força militar e de cultura.
Esparta fundou a Liga do Peloponeso e liderou um conjunto de cidades contra o domínio de Atenas. Depois de 27
anos de luta, Atenas foi derrotada e submeteu-se a Esparta. A vitória de Esparta significou a manutenção da
fragmentação política da Grécia, e o domínio dessa cidade sobre o mundo grego por 30 anos.
Sob a liderança de Tebas, diversas cidades gregas revoltaram-se contra Esparta. Depois de vencer os espartanos,
Tebas manteve a hegemonia entre os gregos de 371 a 362 a.C.
Com a fusão entre a cultura oriental e a cultura grega, provocada pela política expansionista de Alexandre Magno,
duas importantes filosofias surgiram nesta época: o estoicismo de Zenon, que pregava a resignação do homem frente
a seu destino e a igualdade entre os seres humanos.
A outra corrente filosófica era o epicurismo, que valorizava o prazer intelectual e a serenidade da alma, estado que o
homem atingia ao perder o medo do sobrenatural.
A ciência desenvolveu-se na astronomia, matemática e medicina. Aristarco de Samos deduziu que a Terra e os outros
planetas giram em torno do Sol. Hiparco elaborou o mapa do céu mais perfeito da Antigüidade. Euclides avançou na
geometria. Arquimedes foi um notável matemático. Herófilo dissecava cadáveres e elaborou uma descrição minuciosa
do cérebro.
Arte
No período helenístico, a arte preocupava-se com o luxo, a grandiosidade e dramaticidade. Na arquitetura, os
exemplos mais evidentes destas preocupações eram o Colosso de Rodes e o Farol de Alexandria.
Cidades-Estados
Essa Grécia de 4.000 anos atrás era formada por ilhas, uma península e parte do continente europeu. Compunha-se
de várias cidades, com seus Estados próprios, que eram chamadas de cidades-Estados. Essas cidades localizavam-se
ao sul da Europa, nas ilhas entre os mares Egeu e Jônio. Algumas das cidades gregas de maior destaque na
Antigüidade foram Atenas, Esparta, Corinto e Tebas.
Essas cidades comercializavam e ao mesmo tempo guerreavam entre si. As guerras eram motivadas pelo controle da
região e para se conseguir escravos, os prisioneiros de guerra, que moviam grande parte da economia daquelas
sociedades.
Afora os escravos e os pequenos proprietários, havia os cidadãos propriamente ditos, naturais da cidade e
proprietários de terras, que tinham direitos políticos e podiam se dedicar a atividades artísticas, intelectuais,
guerreiras e esportivas. Isso indica que as pessoas com mais prestígio e propriedade cuidavam exclusivamente do
aprimoramento do corpo e da mente. Os mais pobres e os escravos eram quem movimentava a economia, fazendo o
trabalho braçal, considerado, então, como algo desprezível.
Esses diversos povos gregos organizaram-se e ganharam força por volta do ano 2.000 a.C. A cultura grega tornou-se
tão importante porque foi a síntese, o resumo, de diversas outras culturas da Antigüidade, dos povos que viveram na
África e no Oriente Médio. Assim, os gregos conheceram os cretenses, que eram excelentes navegadores. Tiveram
contato com os egípcios, famosos nos nossos dias pelo complexo domínio de conhecimentos técnicos que possuíam
e por sua organização social.
Por fim, a influência dos fenícios também foi muito importante na cultura grega. Os fenícios foram o povo, naquela
parte do planeta, que havia inventado o alfabeto cerca de 1.000 anos a.C. Esse alfabeto foi aperfeiçoado pelos
gregos, que por sua vez deu origem ao alfabeto latino, inventado pelos romanos. Como se sabe, a língua portuguesa,
que nós falamos, tem origem latina.
Todo esse processo demonstra como ocorreram freqüentes intercâmbios entre os povos ao longo da história da
humanidade, embora muitos conhecimentos e invenções tenham se perdido ou deixado de fazer sentido quando
essas civilizações desapareceram.
Sociedade espartana
As cidades-Estados sobre as quais sobreviveram mais informações são Atenas e Esparta. Essas sociedades eram,
aliás, bem diferentes e freqüentemente lutaram uma contra a outra. A sociedade espartana era considerada rígida
(nos dias de hoje, quando queremos dizer que alguma coisa ou pessoa é muito cheia de regras, fechada, dizemos
que é "espartana"). Em Esparta, os homens viviam para a vida militar.
Eles só podiam casar depois de terem sido educados pelo Estado, em acampamentos coletivos, onde viviam dos 12
até os 30 anos. Para o governo, existiam os conselhos de velhos, que controlavam a sociedade e definiam as leis. As
mulheres espartanas cuidavam da casa e tinham também uma vida pública: administravam o comércio na ausência
dos homens.
Atenas e a democracia
Já Atenas, que foi considerada o exemplo mais refinado da cultura grega, teve seu apogeu cultural e político no
século 5 a.C. Na sociedade ateniense, diferentemente de Esparta, as decisões políticas não estava nas mãos de um
conselho, mas sim no governo da maioria, a democracia. Dentro desse sistema, todos os cidadãos podiam
representar a si mesmos (não precisavam eleger ninguém) e decidir os destinos da cidade. Ao mesmo tempo em que
Atenas abria o espaço para os cidadãos, reservava menor espaço para as mulheres do que na sociedade espartana.
Em Atenas, as mulheres, assim como os escravos, não eram consideradas cidadãs.
Os jogos olímpicos
De tempos em tempos, as civilizações que surgiram após os gregos - inclusive a nossa - voltam seus olhos para essa
cultura tão antiga, chegando mesmo a retomar alguns de seus costumes. Assim aconteceu, por exemplo, com os
Jogos Olímpicos. Essa atividade ganhou importância no mundo ocidental na primeira metade do século 20, como
uma forma de celebrar pacificamente a rivalidade entre os países que se confrontaram em duas Guerras Mundiais.
Na verdade, as Olimpíadas foram reinventadas no final do século 19, ou seja, mais de 2.000 anos depois de terem
sido extintas.
Na Grécia Antiga, os jogos olímpicos eram um ritual de homenagem a Zeus (o deus máximo de uma religião com
muitos deuses). Esses jogos realizavam-se na cidade de Olímpia e envolviam todas as cidades-Estados da Hélade em
várias competições de atletismo. Dentre as modalidades de esporte que se praticavam havia a corrida, a luta livre, o
arremesso de discos, salto e lançamento de dardos. Os vencedores voltavam às suas cidades com uma coroa de
folhas de oliveira e um imenso prestígio.
Por fim, no século 1 a.C., foi a vez dos romanos chegarem à Grécia antiga, conquistando-a. Ainda que Roma tenha
incorporado a maior parte dos valores gregos, inaugurando a cultura greco-romana, os povos gregos da Antigüidade
não conseguiram mais obter sua autonomia política e assim foram, ao longo dos séculos, desaparecendo.
Império Romano
A história de Roma Antiga é fascinante em função da cultura desenvolvida e dos avanços conseguidos por esta
civilização. De uma pequena cidade, tornou-se um dos maiores impérios da antiguidade. Dos romanos, herdamos
uma série de características culturais. O direito romano, até os dias de hoje está presente na cultura ocidental, assim
como o latim, que deu origem a língua portuguesa, francesa, italiana e espanhola.
Os romanos explicavam a origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo. Segundo a mitologia romana, os
gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália. Resgatados por uma loba, que os amamentou, foram criados
posteriormente por um casal de pastores. Adultos, retornam a cidade natal de Alba Longa e ganham terras para
fundar uma nova cidade que seria Roma.
Origens de Roma : explicação histórica e Monarquia Romana (753 a.C a 509 a.C)
De acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da
Península Itálica: gregos, etruscos e italiotas. Desenvolveram na região uma economia baseada na agricultura e nas
atividades pastoris. A sociedade, nesta época, era formada por patrícios ( nobres proprietários de terras ) e plebeus (
comerciantes, artesãos e pequenos proprietários ). O sistema político era a monarquia, já que a cidade era
governada por um rei de origem patrícia.
A religião neste período era politeísta, adotando deuses semelhantes aos dos gregos, porém com nomes diferentes.
Nas artes destacava-se a pintura de afrescos, murais decorativos e esculturas com influências gregas.
Durante o período republicano, o senado Romano ganhou grande poder político. Os senadores, de origem patrícia,
cuidavam das finanças públicas, da administração e da política externa. As atividades executivas eram exercidas
pelos cônsules e pelos tribunos da plebe. A criação dos tribunos da plebe está ligada às lutas dos plebeus por uma
maior participação política e melhores condições de vida.
Em 367 a.C, foi aprovada a Lei Licínia, que garantia a participação dos plebeus no Consulado (dois cônsules eram
eleitos: um patrício e um plebeu). Esta lei também acabou com a escravidão por dívidas (válida somente para
cidadãos romanos).
Após dominar toda a península itálica, os romanos partiram para as conquistas de outros territórios. Com um
exército bem preparado e muitos recursos, venceram os cartagineses, liderados pelo general Anibal, nas Guerras
Púnicas (século III a.C). Esta vitória foi muito importante, pois garantiu a supremacia romana no Mar Mediterrâneo.
Os romanos passaram a chamar o Mediterrâneo de Mare Nostrum.
Após dominar Cartago, Roma ampliou suas conquistas, dominando a Grécia, o Egito, a Macedônia, a Gália, a
Germânia, a Trácia, a Síria e a Palestina.
Com as conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por significativas mudanças. O império romano passou a
ser muito mais comercial do que agrário. Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar impostos para
o império. As províncias (regiões controladas por Roma) renderam grandes recursos para Roma. A capital do Império
Romano enriqueceu e a vida dos romanos mudou.
Principais imperadores romanos : Augusto (27 a.C. - 14 d.C), Tibério (14-37), Caligula (37-41), Nero (54-68), Marco
Aurelio (161-180), Comodus (180-192).
Pão e Circo
Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma. A escravidão gerou muito desemprego
na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos. Esta massa de desempregados migrou para as
cidades romanas em busca de empregos e melhores condições de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma
revolta de desempregados, o imperador criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos
alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios ( o mais famoso foi o Coliseu
de Roma ), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população carente acabava esquecendo os problemas
da vida, diminuindo as chances de revolta.
Cultura Romana
A cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega. Os romanos "copiaram" muitos aspectos da arte, pintura
e arquitetura grega. Os balneários romanos espalharam-se pelas grandes cidades. Eram locais onde os senadores e
membros da aristocracia romana iam para discutirem política e ampliar seus relacionamentos pessoais. A língua
romana era o latim, que depois de um tempo espalhou-se pelos quatro cantos do império, dando origem na Idade
Média, ao português, francês, italiano e espanhol. A mitologia romana representava formas de explicação da
realidade que os romanos não conseguiam explicar de forma científica. Trata também da origem de seu povo e da
cidade que deu origem ao império. Entre os principais mitos romanos, podemos destacar: Rômulo e Remo e O rapto
de Proserpina.
Religião Romana
Os romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. A grande parte dos deuses romanos foram
retirados do panteão grego, porém os nomes originais foram mudados. Muitos deuses de regiões conquistadas
também foram incorporados aos cultos romanos. Os deuses eram antropomórficos, ou seja, possuíam características
( qualidades e defeitos ) de seres humanos, além de serem representados em forma humana. Além dos deuses
principais, os romanos cultuavam também os deuses lares e penates. Estes deuses eram cultuados dentro das casas
e protegiam a família.
Principais deuses romanos : Júpiter, Juno, Apolo, Marte, Diana, Vênus, Ceres e Baco.
Por volta do século III, o império romano passava por uma enorme crise econômica e política. A corrupção dentro
do governo e os gastos com luxo retiraram recursos para o investimento no exército romano. Com o fim das
conquistas territoriais, diminuiu o número de escravos, provocando uma queda na produção agrícola. Na mesma
proporção, caia o pagamento de tributos originados das províncias.
Em crise e com o exército enfraquecido, as fronteiras ficavam a cada dia mais desprotegidas. Muitos soldados, sem
receber salário, deixavam suas obrigações militares.
Os povos germânicos, tratados como bárbaros pelos romanos, estavam forçando a penetração pelas fronteiras do
norte do império. No ano de 395, o imperador Teodósio resolve dividir o império em: Império Romano do Ocidente,
com capital em Roma e Império Romano do Oriente (Império Bizantino), com capital em Constantinopla.
Em 476, chega ao fim o Império Romano do Ocidente, após a invasão de diversos povos bárbaros, entre eles,
visigodos, vândalos, burgúndios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos etc. Era o fim da Antiguidade e início de uma
nova época chamada de Idade Média.
Legado Romano
Muitos aspectos culturais, científicos, artísticos e linguísticos romanos chegaram até os dias de hoje, enriquecendo a
cultura ocidental. Podemos destacar como exemplos deste legado: o Direito Romano, técnicas de arquitetura,
línguas latinas originárias do Latim (Português, Francês, Espanhol e Italiano), técnicas de artes plásticas, filosofia e
literatura.