Livro-Texto - Unidade III
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Unidade III
5 HISTÓRICO DA QUESTÃO AMBIENTAL
A temática da sustentabilidade, iniciada nos anos 1970 a partir de estudos da ONU sobre as mudanças
climáticas, tem ganhado destaque nos dias atuais, principalmente, no que se refere ao meio ambiente
em que há uma grande interferência de ações antrópicas. Porém não é apenas a questão ambiental que
está sendo considerada, mas também os aspectos econômicos e sociais.
Guimarães e Bonilla (2018) citam como as práticas de gestão ambiental se desenvolveram ao longo das
décadas seguintes, sendo que os anos 1980 foram marcados por políticas específicas de gestão de recursos,
enquanto nos anos 1990 foram desenvolvidas políticas globais de gestão ambiental e desenvolvimento
sustentável. Também na década de 1980, foi estabelecida a expressão “desenvolvimento sustentável”, que
significaria, segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ONU, [s.d.]), um modelo
de desenvolvimento que busca atender às necessidades presentes sem comprometer as futuras gerações e
a satisfação de suas demandas, tornando-se um foco para estudos e políticas por todo o mundo.
O século XXI impulsionou nas organizações brasileiras um investimento em projetos sociais que trouxe à
tona a responsabilidade social, abordando o papel dessas organizações, principalmente no que diz respeito
às questões ambientais. A responsabilidade social é caracterizada por atitudes baseadas em valores éticos
e morais que objetivam minimizar os impactos negativos causados ao meio ambiente.
O homem se mostrou o grande explorador dos recursos naturais que a princípio serviam unicamente
para a sua sobrevivência, mas, com o passar dos anos, viu-se a possibilidade de crescimento econômico,
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SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
o que gerou impactos ambientais e sociais. O aumento desses impactos fez com que as empresas
buscassem adotar sistemas mais sustentáveis de maneira a encontrar um equilíbrio entre o crescimento
econômico e os recursos ambientais (QUEIROGA; MARTINS, 2015).
A atividade da construção civil é considerada uma das que mais geram o desenvolvimento do país
com ampliação de emprego para a população. Por outro lado, gera grandes impactos, como modificação
da paisagem, uso dos recursos naturais e geração de resíduos que ameaçam a sustentabilidade do planeta.
Os desafios para a construção civil é reduzir o consumo de materiais e energia, redução dos
resíduos gerados, preservar o ambiente natural e construir um ambiente harmônico para os seres
que dele irão usufruir. Assim, há necessidade de inovação para esse setor, de forma que garantam
redução dos impactos produzidos por meio de práticas sustentáveis. Para tais empreendimento serem
considerados sustentáveis, são necessárias certificações e selos que orientam os processos avaliativos
da sustentabilidade, tais como a Certificação Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) e a
Alta Qualidade Ambiental (AQUA).
Outra tendência é atender aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU (17 ODS da
ONU), Cidades Inteligentes Sustentáveis, BIM e Liderança.
Saiba mais
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Unidade III
Nos últimos anos, o Brasil esteve sujeito a um grande processo de recessão de sua economia. Como
pode ser avaliado no gráfico a seguir, em 2015, o país teve a sua menor taxa de PIB desde o início da
década de 1990.
Para Meyer (2000), o desenvolvimento sustentável deve incorporar dois princípios: a prioridade
na satisfação das necessidades das camadas mais pobres da população e as limitações que o estado
atual da tecnologia e da organização social impõem ao meio ambiente. Além disso, para existência de
uma sociedade sustentável, torna-se necessária a participação das universidades com sustentabilidade
ambiental, social e política, com alinhamentos e ajustes ao longo do processo, a fim contribuir com
pesquisas científicas.
As práticas sustentáveis empreendedoras são selecionadas para gerar vantagem competitiva a partir
do diferencial do que a empresa pretende atingir.
Porter e Kramer (2006) descrevem que a empresa deve ter a habilidade de verificar quais são os
pontos de intercessão entre sua atividade e as práticas sociais e ambientais consideradas em sua
cadeia de valores.
impressão 3D etc.; e materializadas em três grandes dimensões: digitalização, novos materiais e novos
processos. Os efeitos dessa revolução serão transversais a todas as atividades econômicas, incluindo os
serviços e a agropecuária, mas apresentam o potencial de reconfigurar o setor industrial, alavancando
expressivamente a produtividade e alterando profundamente modelos de negócios e as competências
necessárias para a maior agregação de valor ao longo das cadeias. É a esse fenômeno que se referem as
expressões “Indústria 4.0”, “manufatura avançada”, ou, então, simplesmente, “indústria do futuro”.
Observação
A Indústria 4.0 é usada para retroalimentar informações, operar processos decisórios sem intervenção
humana etc. Do ponto de vista da empresa, trabalha-se com uma visão clássica, em que se divide a
empresa em cinco áreas funcionais – talvez por falta de conhecimento das teorias de administração,
trabalha-se com a teoria geral da administração, a TGA. As cinco áreas são os relacionamentos externos,
os fornecedores e clientes, o desenvolvimento do produto, a gestão da produção e a gestão do negócio
como um todo, que é a parte corporativa da empresa.
Existe uma série de tecnologias, são as chamadas “habilitadoras da Indústria 4.0”. A novidade está na
integração dessas tecnologias, além de algumas novidades. Novas tecnologias estão sendo geradas, como
a inteligência artificial, e, por isso, não se trata apenas da integração de tecnologias já desenvolvidas.
Entretanto há inúmeras formas e possibilidades de combinar essas tecnologias habilitadoras para
resolver problemas concretos, específicos da indústria.
A indústria não se defronta, geralmente, com a questão “fácil implantação de uma unidade totalmente
4.0”. Essa questão pode ser colocada para grandes investimentos ou para novos investimentos, mas,
na realidade industrial, enfrenta-se uma série de problemas que essas tecnologias conseguem ajudar
a melhorar ou a resolver. Então, quando pensamos em difusão das tecnologias da 4.0, falamos de
possibilidades diversas de adotar projetos graduais ou localizados na estrutura industrial já instalada.
Isso significa atender aos problemas específicos de cada planta industrial.
A partir da compreensão de que a ideia de pobreza também é provocada pelas questões ambientais,
tornou-se necessário incorporar a sustentabilidade na dimensão social, mas não a considerando
inferior às demais.
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Unidade III
Figura 20
Observação
Os últimos três séculos foram marcados pelas revoluções industriais e tecnológicas que fizeram a
capacidade de produção aumentar. No entanto essa aceleração acabou dando origem a uma série de
efeitos negativos para a sociedade, o que levou ao questionamento da sobrevivência humana. Esses
efeitos foram os problemas gerados pela concentração da riqueza, a desigualdade social, o desemprego,
os prejuízos ambientais, entre outros (OLIVEIRA et al., 2012).
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SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
de 1990. No âmbito acadêmico, as questões ambientais foram integradas em áreas de pesquisa, ensino
e expansão nos diversos campos do conhecimento que visaram o planejamento, a organização e a
maneira de dirigir e controlar o ecossistema.
Figura 21
• A 1ª Revolução Industrial, que teve início na Inglaterra por volta de 1750, foi motivada pela
Revolução Comercial ocorrida na Europa entre os séculos XV e meados dos séculos XVII.
• A industrialização teve como marco o ano de 1784, com o primeiro tear mecânico. Destaca-se a
introdução da energia hidráulica e a vapor.
• Outra data importante é 1870, com a criação da linha de produção nos abatedouros de Cincinnati
– trabalho de produção em massa com uso de energia elétrica.
• O progresso científico e tecnológico ocorrido na Europa e nos Estados Unidos por volta da segunda
metade do século XIX gerou a 2ª Revolução Industrial.
• A busca por descobertas e inovações entre 1850 e 1950 foi intensa. Todo o mundo passou a
comprar e consumir os produtos industrializados fabricados pelos países mais industrializados.
• Outro ano marcante para a indústria foi 1969, quando surge o primeiro controlador lógico
programável (CLP), com a aplicação de sistemas eletrônicos e tecnologia da informação em
conjunto com a automação da manufatura.
• Para muitos estudiosos, a 3ª Revolução Industrial teve início quando a ciência descobriu as
possibilidades de utilização da energia nuclear a partir dos estudos sobre átomos, sendo pioneiros
os Estados Unidos e alguns países europeus.
• A 4ª Revolução Industrial está acontecendo nos dias atuais, baseia-se nos sistemas ciberfísicos
(CPS), internet das coisas (IoT), internet dos serviços (IoS), internet dos dados (IoD), sistemas de
produção ciberfísicos (cyber physical systems – CPS), produtos inteligentes etc.
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Unidade III
Cidades inteligentes sustentáveis, plano diretor integrado, plano de gestão de resíduos sólidos,
saneamento ambiental 4.0, fonte de energia sustentável, formação dos futuros profissionais e pesquisa
científica serão os desafios do século XXI.
Portanto, o crescente processo de produção e pesquisa sustentável não somente pode comprovar o
efeito e/ou a eficácia dessas áreas para o sustento do meio ambiente, mas auxiliam no estabelecimento
de uma visão corporativa que valoriza e respeita a responsabilidade social, a interação da natureza
com a sociedade, a comunidade, o governo etc. Essas estruturas e medidas de adaptações integradas,
em uma escala global, levam à organização de sistemas, leis e novas tecnologias. Todavia, é necessário
compreender os resultados desses estudos que geram e replicam as necessárias estratégias de
enfrentamento viáveis para o meio ambiente, além de possibilitar diálogo contínuo entre a organização
e seus participantes internos e externos, permitindo a consciência ambiental, que está cada vez mais
enraizada na sociedade do século XXI.
Figura 22
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SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
Saiba mais
No mês de abril do ano de 1991, ocorreu a Segunda Conferência Mundial da Indústria de Gestão
Ambiental (WICEM II), realizada pela Câmara de Comércio Internacional (ICC) na cidade de Rotterdam,
Holanda, com o intuito de considerar a gestão ambiental como a principal prioridade das empresas e
foco determinante do desenvolvimento sustentável, bem como formular políticas, planos e práticas
para operar de forma ambientalmente correta e consolidar os 16 princípios de gestão, que expressam
os compromissos das empresas e do governo em estabelecer um sistema de gestão ambiental, incluindo
todas as orientações da NBR ISO 14000 (CAJAZEIRA, 1998). Conforme Dias (2006), essas políticas, planos
e práticas estão totalmente integrados em cada área da atividade da gestão ambiental como elemento
básico para a condução de todas as suas funções.
Segundo Ehlke (2003), as leis e regulamentos aplicados aos mesmos padrões ambientais,
considerando o progresso tecnológico, o progresso científico, as necessidades do consumidor e as
expectativas da comunidade, aperfeiçoam e melhoram as políticas, planos e desempenho ambiental
das empresas e dos sistemas governamentais que compõem a sociedade em nível internacional.
Os primeiros estudiosos na área não esperavam que tal organização fosse extremamente importante
para a economia global, visto que, atualmente, está dividida em diretoria executiva, conselho mundial
e secretaria geral. O comércio exterior e a ICC contam com comitês políticos em todo o mundo para
promover os processos de negócios, além de propor um modelo específico e auxiliar em cada etapa
do câmbio, seja importação, seja exportação (CARROLL, 2004).
No entanto, para se adequar a todos esses fatores legais e manter as negociações para que seus
princípios sejam viáveis e exercidos, torna-se necessário a educação do empregado, ou seja, educar,
treinar e motivar os colaboradores para que seus princípios, segundo Dias (2006), sejam conduzidos de
forma ambientalmente responsável. Concernente a Boiral (2006), Dias (2006) ressalta que a pré-avaliação
deve ser incluída antes de se iniciar uma nova atividade socioecológica, dessa forma, consolidando
os 16 princípios de um projeto. Antes de desativar a instalação ou deixar as instalações, deve-se avaliar os
impactos ao meio ambiente, ou seja, assim, o produto e o serviço desenvolvidos não teriam impactos
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Unidade III
indevidos sobre o ecossistema, já que o uso pretendido e seguro, o consumo eficiente de energia e dos
recursos materiais podem ser reciclados, reutilizados ou removidos com segurança (BASTOS, 2002).
Contudo, segundo Sanches (2000), o consumidor primeiro precisa conhecer como proceder na
produção dos bens, no transporte, no armazenamento e na remoção dos produtos fornecidos, assim,
educar clientes, distribuidores e o público, quando apropriado, e aplicar as mesmas considerações ao
fornecer serviços é a principal etapa de conscientização empregada pela gestão ambiental na ICC. Dessa
forma, ao desenvolver, projetar e operar instalações e realizar atividades, é necessário considerar o uso
eficaz de energia e de matérias-primas, o uso sustentável de recursos reutilizáveis, a minimização de
efeitos adversos no meio ambiente, a geração de resíduos e a remoção segura e responsável de resíduos
(BASTOS, 2002).
Para Corazza (2003), para conduzir ou apoiar pesquisas sobre os impactos ambientais ou para o
desenvolvimento de novas matérias-primas, produtos, processos, emissões e resíduos relacionados aos
métodos de se minimizar quaisquer efeitos adversos, torna-se necessário ter base no conhecimento
técnico e científico que proporcione modificar além do processo de produção, comercialização
ou utilização de bens ou serviços ou mesmo da realização de atividades a fim de evitar degradação
ambiental grave ou irreversível. Promover a adoção desses princípios elaboradas pelo ICC e partilhados
pelas empresas que atuam em nome da gestão ambiental encoraja, apropria, solicita e melhora o
comportamento da empresa para alinhá-lo com o comportamento organizacional (CARROLL, 2004).
Ainda concernente a Corazza (2003), contribuir para a formulação de políticas públicas, bem
como de programas e iniciativas educacionais empresariais, governamentais e intergovernamentais,
proporciona a promoção da consciência ambiental e da proteção ambiental, pois possibilita abertura
e diálogo com os colaboradores e o Poder Público e promove a transferência de tecnologia e métodos
de gestão ambiental para todas as indústrias e setores públicos, antecipando e respondendo às
preocupações sobre os riscos e potenciais impactos das operações, dos produtos, dos resíduos ou
dos serviços da empresa, incluindo aqueles fora da empresa ou em nível global. No entanto, quando
ocorre um erro grave de produção, um plano de alerta de emergência precisa ser desenvolvido e
mantido a fim de operar com os serviços de emergência, autoridades relevantes e comunidades locais
para identificar potenciais impactos fora daquele ecossistema.
Outro fator importante da gestão ambiental desenvolvida na ICC é a utilização de todas essas
práticas de sustentabilidade personificada em documentos, planos de ações e métodos organizacionais
aceitos e válidos em todo o mundo. Além da praticidade, por já ser um modelo pronto e utilizado na
maioria dos países e regiões, também proporciona comodidade à ICC a fim de facilitar as transações
comerciais, diminuir o tempo das transações, economizando dinheiro e estimulando o comércio
internacional, entre eles, estão os famosos Incoterms (International Commercial Terms – Termos
Internacionais de Comércio), amplamente utilizados na área de comércio exterior (JABBOUR, 2010;
BUENO, 2002; STAHEL, 1998).
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SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
Sanches (2000) enfatiza a necessidade de concretizar as ideias na ICC perante a eficácia da gestão
ambiental desenvolvida para medir o desempenho ambiental; realizar análises ambientais regulares
para avaliar os requisitos da empresa, os padrões legais e o crescimento desses princípios; e fornecer
regularmente informações adequadas ao conselho de administração, acionistas, funcionários,
autoridades e ao público. O comitê político é o principal critério para o sucesso da empresa. Cada um
deles tem um pequeno modelo operacional, e somente após algumas áreas de entendimento e
um referencial os indicadores poderão ser divulgados ao público para sua aprovação. Depois de aprovado
e a etapa finalizada, a empresa poderá utilizar e publicar os resultados dos indicadores para tornar a vida
mais fácil para aqueles que frequentemente precisam usá-los.
A gestão ambiental pode ser projetada por várias organizações dependendo da sua visão de negócios,
todavia, assim como poluição, conflito social, qualidade de vida, consumidores, aspectos legais etc., deve
lidar com sua estratégia de acordo com seu nível de compreensão estrutural e organizacional, bem
como considerar sua avaliação e seu comprometimento (ROBBINS, 2000). Para o nível de compromisso
das empresas e/ou instituições públicas e privadas com os fatores ambientais em seu sistema de
planejamento, é necessário entender os requisitos que suportam as metas que o indivíduo deseja
alcançar. A implantação estratégica é baseada nas seguintes relações:
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Unidade III
Figura 23
Atualmente, a direção verde das empresas, tal como o processo de tomada de decisão, apresenta‑se
com o real comprometimento das organizações com as atividades operacionais, resultando na
minimização e em uma geração que se preocupa com a reprodução dos impactos ambientais negativos ao
meio ambiente. Constata-se que a geração do século XXI, além de ser consciente perante o desempenho
sustentável, envolve-se com a questão ambiental e dá atenção especial aos produtos dessas empresas
verdes (DIAS, 2006). Dessa forma, a organização deve obrigatoriamente incluir suas políticas de gestão,
com estratégias em todos os níveis da organização, bem como nos planos estratégicos, nas táticas
operacionais, principalmente, quando um gestor considera os preceitos perante os projetos de proteção
ao meio ambiente, que incluem todo o ecossistema do qual faz parte.
Mas, para isso, segundo Valle (1995), é necessário diagnosticar o desempenho organizacional por
meio de medição, possibilitando estabelecer de fato um indicador do nível de desempenho para o
qual a estratégia pode ser redirecionada, de acordo com a gestão ambiental e o modelo Planejamento
Estratégico para a Sustentabilidade Empresarial (PEPSE), que propõem um planejamento ambiental
não apenas relacionado às diretrizes do conteúdo legal, mas a medidas viáveis de melhoria ambiental,
incluindo a dinâmica do mercado de empresas sérias que podem operar ideias inovadoras por meio de
atividades de produção. Por isso, é necessário desenvolver e atualizar um sistema de gestão ambiental
que interaja com o controle da poluição industrial, higiene e segurança do trabalho. Em suma, o sistema
de gestão ambiental deve estar atento a suas responsabilidades em relação ao planejamento de recursos,
necessário para atingir o objetivo material, humano, financeiro etc.
Outro exemplo é a gestão de resíduos e seu monitoramento adequado, bem como a classificação,
criação de alternativas e técnicas etc., além possibilitar estabelecer a qualidade ambiental. O modelo
de planejamento estratégico do desenvolvimento sustentável está baseado nas seguintes premissas,
tal como desenvolvimento sustentável da indústria, buscando a economia, o meio ambiente e a empresa,
como mostrado na figura a seguir.
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SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
Sustentabilidade
- Vantagem
competitiva - Assumir
- Tecnologias limpas responsabilidade
- Qualidade e custo - Reciclagem social
- Foco - Utilização sustentável - Suporte ao
Mercado de recursos naturais crescimento da
comunidade
- Resultado - Atendimento à
legislação - Compromisso com o
- Estratégias de desenvolmento dos
negócios - Tratamento de RH
efluentes e resíduos
- Promoção
- Produtos participante em
ecologicamente projetos de cunho
corretos social
- Impactos ambientais
Figura 24 – Modelo PEPSE utilizando-se das macroetapas dos modelos de planejamento estratégico
A qualidade ambiental geral é um dos principais conceitos que as empresas precisam absorver, além do
conhecimento para aqueles que menos o desenvolveram, mas também para aqueles que compreendem
os elementos qualificados e exigidos pela organização no cenário de mercado contemporâneo. Esse
conceito já está presente em algumas empresas, comprovando que a política ambiental na estratégia de
negócios na centralização de responsabilidades no nível institucional valoriza a empresa. No entanto,
muitas ainda não entendem a nova cultura empresarial ou o que é realmente necessário, assim, pensam
em seguir determinada gestão ambiental com atividades inerentes aos fatores de produção e que não
possuem a complexidade das variáveis ambientais (VINHA, 2003).
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Unidade III
Para Backer (1995), a falta de ações perante os problemas ambientais é devida à deficiência de
conhecimento de três questões básicas:
• Ter ferramentas de gestão ambiental: essas ferramentas são essenciais para a existência da
gestão ambiental, testando-as, pode-se ensinar e divulgar em todos os campos e nos vários
departamentos da organização.
• Saber negociar para construir um ecossistema: ninguém é dono do meio ambiente, ou seja,
não existe o monopólio. Para a organização, isso é correto, porque todos tornam-se responsáveis
pelas comunidades locais e pelos grupos de pressão ecológica. Decidir as medidas tomadas por
cada um deles costuma prejudicar toda a sociedade, moldando o ecossistema de gerações
(BACKER, 1995).
De acordo com o Guia de sustentabilidade da Câmara da Indústria da Construção (2008), para uma
construção sustentável, é proposto um conjunto de indicadores que avaliam o nível de sustentabilidade
de um empreendimento. Nesses indicadores, são avaliadas algumas dimensões:
• Gestão da água e efluentes: trata de avaliar a capacidade hídrica, o uso racional da água,
armazenamento, sistemas de infiltração, equipamentos, sistemas de medição e instalações.
• Gestão do uso de energia e emissões: diz respeito às avaliações das linhas climáticas, critérios
de eficiência energética, energia renovável e medição de energia. Avalia o conforto dos seus
ocupantes com baixo consumo de energia.
Muitas empresas, como alternativa para assumir uma posição de competitividade no mercado,
passaram a adotar medidas com foco na sustentabilidade. Os consumidores aderiram a isso optando por
consumir produtos com atributos ambientais, ou seja, que causam menos impactos ao meio ambiente.
Nesse contexto, criou-se a necessidade de selos que garantissem a confiabilidade e veracidade das
informações dos produtos (CABESTRÉ; GRAZIADEI; CRUZ, 2004).
Lembrete
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Unidade III
• melhorar técnicas feitas para reduzir o nível de risco aceitável e também estabelecer
monitoramento correspondente;
As questões ambientais estão se tornando cada vez mais uma tendência social global, impulsionadas
pela geração do século XXI, pelos consumidores verdes, que atendem às necessidades dos consumidores
insatisfeitos com os produtos ou serviços formuladas de acordo com a proteção do ecossistema
e/ou normas e padrões de conservação. Segundo Dias (2006), o consumidor verde presta atenção a
três atributos de relacionamento na hora de comprar: o desempenho, a qualidade e a conveniência
ambiental; mesmo que, para os investidores em bolsas de valores, a responsabilidade ambiental das
organizações os preocupem, existem provas de organizações que acreditam que as variáveis ambientais
são relevantes e têm comportamentos prejudiciais ao meio ambiente e ao mecanismo de minimização.
Dessa forma, através dessas provas, pode-se garantir que os investidores estejam ambientalmente
corretos, de certa forma, pelo menos para os mais preocupados com todo o ecossistema e com a interação
homem versus natureza, bem como com as questões sociais produzidas com a era do consumismo
ambiental, que, eventualmente, está se expandindo (JABBOUR, 2009).
Sabendo como construir uma sólida reputação entre empresas pioneiras em meio ambiente, elas
ganharão vantagem competitiva sobre seus concorrentes e a oportunidade de conquistar novos
mercados (EHLKE, 2003). Mas, para isso, é preciso conscientizar a organização sobre essa nova situação,
pois a visão de um mundo formulado e as suas estratégias de negócios, assim como o foco, estão
entre os três aspectos conceituais altamente consistentes para as empresas e as instituições públicas e
privadas de forma eficaz para os atributos de continuidade operacional.
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SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
• Primeiro: mantenha o ecossistema industrial, mesmo que ele esteja fadado a causar oposição
ao conceito, visto que a dialética entre ataque e defesa da organização é relativa ao próprio
ecossistema industrial.
• Segundo: trate os outros ecossistemas (naturais) como problemas de outras pessoas, pois, muitas
vezes, estarão em posição de serem defendidos e protegidos pela legislação municipal, estadual,
federal e por tratados internacionais.
Por outro lado, em termos de desenvolvimento sustentável aplicável às ações nacionais, a velocidade
de sua implementação depende da vontade coletiva dos cidadãos de cada região ou país, ou seja,
para superar a inércia de estruturas e processos preexistentes, portanto, é necessário compreender os
objetivos mais importantes do desenvolvimento sustentável.
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Unidade III
No entanto, segundo Lenzi (2006), ao antecipar e evitar impactos ambientais, econômicos, sociais e
sociais negativos aos aspectos culturais das políticas, ou mesmo, dos planos, das decisões e das atividades
de desenvolvimento ecológico, precisa-se compreender e se preparar para os impactos imprevistos. Dessa
forma, é necessário manter e melhorar os recursos não humanos (processos ecológicos, biodiversidade
e o ambiente natural), usando recursos não renováveis com cuidado e eficácia, desenvolvendo
sustentavelmente os recursos renováveis e reduzindo o consumo de energia elétrica.
Todavia, ao desenvolver planos de ação e estratégias ecológicas perante os recursos não humanos
visando além de manter o acesso igualitário a esses recursos, como renda, fornecimento e distribuição
uniforme a custos ambientais resultantes da sua utilização ou do seu desenvolvimento, criar soluções
para mitigar, abranger e equilibrar os problemas globais internos de cada região ou externo de cada
país do mundo. Segundo González-Benito; González-Benito (2006), constitui-se de uma sociedade de
consumo com conceitos ambientais de relacionamento diretamente interligados; a sociedade urbana
moderna é comprometida em aumentar a produção e melhorar a indústria dos produtos de consumo
diversificados e para públicos exigentes. Contudo, tal ação é alicerceada na ideologia de manter
processos ecológicos com biodiversidade e consciência ecológica perante o meio ambiente, garantidos
pelo manuseio cuidadoso de todos os elementos constituintes desse sistema e das atividades humanas
no âmbito dos recursos naturais constituintes e essenciais para uma sociedade que quer ser sustentável.
O desenvolvimento sustentável é aquele que consegue atender às necessidades da geração atual sem
comprometer a existência das gerações futuras. Em setembro de 2015, percebendo que os indicadores
econômicos, sociais e ambientais dos últimos anos eram pessimistas quanto ao futuro das próximas
gerações, a ONU propôs que os seus 193 países membros assinassem a Agenda 2030, um plano global
composto por 17 objetivos (ODSs) e 169 metas a fim de que esses países alcancem o desenvolvimento
sustentável em todos os âmbitos até 2030.
Para Meyer (2000), o desenvolvimento sustentável deve incorporar dois princípios: a prioridade
na satisfação das necessidades das camadas mais pobres da população e as limitações que o estado
atual da tecnologia e da organização social impõem ao meio ambiente. Além disso, para a existência
de uma sociedade sustentável, é necessária a participação das universidades com sustentabilidade
ambiental, social e política, com alinhamentos e ajustes ao longo do processo a fim de contribuir com
pesquisas científicas.
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SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
Figura 25
Lembrete
Resumo
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Unidade III
Com base nas deficiências dos modelos existentes em função das novas
necessidades de desenvolvimento empresarial sustentável, foi desenvolvido
um novo planejamento estratégico que considera as mudanças do ambiente
e a responsabilidade social na gestão.
Exercícios
I – Um bom SGA é aquele que consegue integrar o maior número de partes interessadas para tratar
as questões ambientais.
II – O SGA deve contribuir para que a organização atue conforme a legislação e promova melhorias
que a levem gradualmente a superar as exigências legais.
A) I e II, apenas.
B) II e III, apenas.
C) III, apenas.
D) I, II e III.
E) I e III, apenas.
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SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE
Análise da questão
Justificativa: o SGA é a forma pela qual a empresa se mobiliza interna e externamente na conquista
da qualidade ambiental desejada. O objetivo do SGA é a redução de custos com a eliminação de
desperdícios e o desenvolvimento de tecnologias limpas e baratas que, entre outros aspectos, permitam
a reciclagem de insumos e de produtos e possibilitem a implantação de ações que atendam à legislação
vigente e promovam melhorias no sentido de superá-la.
Vale notar que no momento da implantação de um SGA, é importante que seja feita uma avaliação
inicial, para que se identifiquem os pontos que devem ser elementos de análise do sistema.
Questão 2. (Enade 2013, adaptada) PDCA é uma ferramenta que auxilia no processo de sistemas
de gestão. Considerando os itens a seguir, a sequência do PDCA que ilustra práticas das etapas do ciclo
conforme a ABNT NBR ISO 14001:2004 é
D) análise do problema; controle da poluição; verificação dos resultados; execução dos planos de ação.
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: os requisitos da NBR ISO 14001 indicam que o ciclo PDCA, acrônimo de to plan
(Planejar), to do (Fazer), to check (Verificar) e to act (Agir), deve fazer parte do SGA de uma empresa.
A alternativa propõe que o SGA faça parte do ciclo.
B) Alternativa correta.
103
Unidade III
C) Alternativa incorreta.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: a padronização dos resultados positivos não faz parte do ciclo PDCA.
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