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Livro-Texto - Unidade III

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Unidade III

Unidade III
5 HISTÓRICO DA QUESTÃO AMBIENTAL

O processo de industrialização e urbanização provocou impactos ambientais com a substituição da


vegetação por pavimentação, geração de resíduos, alto consumo de água, geração de ruídos, entre outros
fatores. Em respostas a esses impactos, surgiram os movimentos ambientalistas, que se preocupavam
com o futuro das próximas gerações. Após a Segunda Guerra Mundial, esses movimentos ganharam
um novo impulso devido ao surgimento da poluição por radiação. Porém a preocupação com o uso
sustentável do planeta por parte das organizações e empresas começou a surgir a partir dos anos 1960
(NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2021).

A temática da sustentabilidade, iniciada nos anos 1970 a partir de estudos da ONU sobre as mudanças
climáticas, tem ganhado destaque nos dias atuais, principalmente, no que se refere ao meio ambiente
em que há uma grande interferência de ações antrópicas. Porém não é apenas a questão ambiental que
está sendo considerada, mas também os aspectos econômicos e sociais.

Guimarães e Bonilla (2018) citam como as práticas de gestão ambiental se desenvolveram ao longo das
décadas seguintes, sendo que os anos 1980 foram marcados por políticas específicas de gestão de recursos,
enquanto nos anos 1990 foram desenvolvidas políticas globais de gestão ambiental e desenvolvimento
sustentável. Também na década de 1980, foi estabelecida a expressão “desenvolvimento sustentável”, que
significaria, segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ONU, [s.d.]), um modelo
de desenvolvimento que busca atender às necessidades presentes sem comprometer as futuras gerações e
a satisfação de suas demandas, tornando-se um foco para estudos e políticas por todo o mundo.

O século XXI impulsionou nas organizações brasileiras um investimento em projetos sociais que trouxe à
tona a responsabilidade social, abordando o papel dessas organizações, principalmente no que diz respeito
às questões ambientais. A responsabilidade social é caracterizada por atitudes baseadas em valores éticos
e morais que objetivam minimizar os impactos negativos causados ao meio ambiente.

É crescente o debate da temática da sustentabilidade abordando estratégias referentes a produção


mais limpa, menos produção de resíduos, gestão ambiental, responsabilidade social, consumo sustentável,
economia verde, entre outras inúmeras questões.

O chamado tripé da sustentabilidade, econômica, ambiental e social, precisa ser observado em


qualquer tomada de decisão dentro de um empreendimento, pois só será considerado sustentável
quando esses três elementos funcionarem de maneira equilibrada.

O homem se mostrou o grande explorador dos recursos naturais que a princípio serviam unicamente
para a sua sobrevivência, mas, com o passar dos anos, viu-se a possibilidade de crescimento econômico,
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SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE

o que gerou impactos ambientais e sociais. O aumento desses impactos fez com que as empresas
buscassem adotar sistemas mais sustentáveis de maneira a encontrar um equilíbrio entre o crescimento
econômico e os recursos ambientais (QUEIROGA; MARTINS, 2015).

A atividade da construção civil é considerada uma das que mais geram o desenvolvimento do país
com ampliação de emprego para a população. Por outro lado, gera grandes impactos, como modificação
da paisagem, uso dos recursos naturais e geração de resíduos que ameaçam a sustentabilidade do planeta.

Os desafios para a construção civil é reduzir o consumo de materiais e energia, redução dos
resíduos gerados, preservar o ambiente natural e construir um ambiente harmônico para os seres
que dele irão usufruir. Assim, há necessidade de inovação para esse setor, de forma que garantam
redução dos impactos produzidos por meio de práticas sustentáveis. Para tais empreendimento serem
considerados sustentáveis, são necessárias certificações e selos que orientam os processos avaliativos
da sustentabilidade, tais como a Certificação Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) e a
Alta Qualidade Ambiental (AQUA).

Um sistema de gestão e projetos de qualidade são considerados fatores de sobrevivência


organizacional na era da 4ª Revolução Industrial, para atender às exigências com inovação, pesquisa
científica, tecnologia e certificações: AQUA (Alta Qualidade Total), LEED (Liderança em Energia e Design
Ambiental), ISO 9.001 (Qualidade), 14.001 (Meio Ambiente), 14.064 (Gestão de Emissão dos Gases do
Efeito Estufa), Oshas 18.001 (Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho), 26.000 (Responsabilidade
Social), 45.001 (Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho) 50.001 (Gestão de Energia) e Sistemas
Integrados de Gestão (SIG). O cuidado com o meio ambiente representa um desafio mundial.

O cuidado com o meio ambiente é de extrema importância na gestão de obras e edificações.


Os danos ambientais são reflexos graves e trazem repercussão nacional aos negócios, por isso a
preservação ambiental é essencial.

Outra tendência é atender aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU (17 ODS da
ONU), Cidades Inteligentes Sustentáveis, BIM e Liderança.

Saiba mais

Para consultar o papel das práticas da universidade sustentável na


construção das cidades inteligentes e sustentáveis, acesse o link a seguir:

GUIMARÃES, C. S.; BONILLA, S. H. O papel das práticas da universidade


sustentável na construção das cidades inteligentes e sustentáveis. South
American Development Society Journal, [S.l.], v. 4, n. Esp01, nov. 2018.
Disponível em: http://www.sadsj.org/index.php/revista/article/view/180.
Acesso em: 17 fev. 2021.

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Unidade III

Nos últimos anos, o Brasil esteve sujeito a um grande processo de recessão de sua economia. Como
pode ser avaliado no gráfico a seguir, em 2015, o país teve a sua menor taxa de PIB desde o início da
década de 1990.

Para Meyer (2000), o desenvolvimento sustentável deve incorporar dois princípios: a prioridade
na satisfação das necessidades das camadas mais pobres da população e as limitações que o estado
atual da tecnologia e da organização social impõem ao meio ambiente. Além disso, para existência de
uma sociedade sustentável, torna-se necessária a participação das universidades com sustentabilidade
ambiental, social e política, com alinhamentos e ajustes ao longo do processo, a fim contribuir com
pesquisas científicas.

As práticas sustentáveis empreendedoras são selecionadas para gerar vantagem competitiva a partir
do diferencial do que a empresa pretende atingir.

Porter e Kramer (2006) descrevem que a empresa deve ter a habilidade de verificar quais são os
pontos de intercessão entre sua atividade e as práticas sociais e ambientais consideradas em sua
cadeia de valores.

A mudança de conceito é um dos primeiros passos rumo às ações sustentáveis.

A sustentabilidade está associada às questões social, ambiental e econômica e diretamente às


temáticas científicas: ecológicas, tecnológica, de saúde, engenharia, política, econômica, social e
de inovação.

Considerando a externalidade como um conceito-chave para a criação de um novo modelo para


medir o desempenho das empresas, John Elkington lança o chamado triple bottom line (TBL) em
meados dos anos 1990. Esse novo modelo foi além das medidas tradicionais de lucros: retorno sobre
o investimento e valor para o acionista, incluindo dimensões ambientais e sociais (ELKINGTON, 2012).

De acordo com Guarnieri (2013), o tripé sustentável consiste em:

• Sustentabilidade social: ancorada no princípio da equidade na distribuição de renda e de bens;


no princípio da igualdade de direitos à dignidade humana; e no princípio de solidariedade dos
laços sociais.

• Sustentabilidade ambiental: ancorada no princípio da preservação do planeta e dos


recursos naturais.

• Sustentabilidade econômica: avaliada a partir da sustentabilidade social e ambiental de forma


a permitir que as organizações obtenham lucro de maneira responsável.

No mundo, uma nova revolução produtiva está em marcha, fundada no desenvolvimento e na


combinação de novas tecnologias em um conjunto amplo de áreas, envolvendo, por exemplo, inteligência
artificial, robótica avançada, Big Data, computação em nuvem, internet das coisas, nano e biotecnologia,
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SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE

impressão 3D etc.; e materializadas em três grandes dimensões: digitalização, novos materiais e novos
processos. Os efeitos dessa revolução serão transversais a todas as atividades econômicas, incluindo os
serviços e a agropecuária, mas apresentam o potencial de reconfigurar o setor industrial, alavancando
expressivamente a produtividade e alterando profundamente modelos de negócios e as competências
necessárias para a maior agregação de valor ao longo das cadeias. É a esse fenômeno que se referem as
expressões “Indústria 4.0”, “manufatura avançada”, ou, então, simplesmente, “indústria do futuro”.

Observação

Cidades inteligentes e sustentáveis podem ser integradas às práticas


de uma universidade sustentável. Esse perfil de universidade estaria mais
familiarizado e engajado com a pesquisa e inovação direcionadas à solução
de problemas reais.

A Indústria 4.0 é usada para retroalimentar informações, operar processos decisórios sem intervenção
humana etc. Do ponto de vista da empresa, trabalha-se com uma visão clássica, em que se divide a
empresa em cinco áreas funcionais – talvez por falta de conhecimento das teorias de administração,
trabalha-se com a teoria geral da administração, a TGA. As cinco áreas são os relacionamentos externos,
os fornecedores e clientes, o desenvolvimento do produto, a gestão da produção e a gestão do negócio
como um todo, que é a parte corporativa da empresa.

Existe uma série de tecnologias, são as chamadas “habilitadoras da Indústria 4.0”. A novidade está na
integração dessas tecnologias, além de algumas novidades. Novas tecnologias estão sendo geradas, como
a inteligência artificial, e, por isso, não se trata apenas da integração de tecnologias já desenvolvidas.
Entretanto há inúmeras formas e possibilidades de combinar essas tecnologias habilitadoras para
resolver problemas concretos, específicos da indústria.

A indústria não se defronta, geralmente, com a questão “fácil implantação de uma unidade totalmente
4.0”. Essa questão pode ser colocada para grandes investimentos ou para novos investimentos, mas,
na realidade industrial, enfrenta-se uma série de problemas que essas tecnologias conseguem ajudar
a melhorar ou a resolver. Então, quando pensamos em difusão das tecnologias da 4.0, falamos de
possibilidades diversas de adotar projetos graduais ou localizados na estrutura industrial já instalada.
Isso significa atender aos problemas específicos de cada planta industrial.

A partir da compreensão de que a ideia de pobreza também é provocada pelas questões ambientais,
tornou-se necessário incorporar a sustentabilidade na dimensão social, mas não a considerando
inferior às demais.

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Unidade III

Figura 20

Vamos abordar o desenvolvimento das inovações tecnológicas da 4ª Revolução Industrial como


forma de contribuir com tecnologias que visam aportes técnicos da sustentabilidade.

Observação

A 4ª Revolução Industrial, ou Indústria 4.0, é um conceito


desenvolvido pelo alemão Klaus Schwab, diretor e fundador do Fórum
Econômico Mundial.

Os últimos três séculos foram marcados pelas revoluções industriais e tecnológicas que fizeram a
capacidade de produção aumentar. No entanto essa aceleração acabou dando origem a uma série de
efeitos negativos para a sociedade, o que levou ao questionamento da sobrevivência humana. Esses
efeitos foram os problemas gerados pela concentração da riqueza, a desigualdade social, o desemprego,
os prejuízos ambientais, entre outros (OLIVEIRA et al., 2012).

Com o avanço da tecnologia após a Revolução Industrial, o crescimento populacional e as atividades


humanas no planeta afetaram negativamente o meio ambiente e seus recursos naturais, anteriormente
considerados uma fonte inesgotável, que até determinado momento atendiam às necessidades das
pessoas e sustentavam seu crescimento. Dessa forma, o meio ambiente e a administração de seus
recursos são grandes temas em debates sociais e governamentais que se intensificaram desde a década

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SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE

de 1990. No âmbito acadêmico, as questões ambientais foram integradas em áreas de pesquisa, ensino
e expansão nos diversos campos do conhecimento que visaram o planejamento, a organização e a
maneira de dirigir e controlar o ecossistema.

1ª Revolução Industrial 2ª Revolução Industrial 3ª Revolução Industrial 4ª Revolução Industrial


Século XVIII Século XIX Século XX Hoje

Mecanização, introdução Produção em massa, linha Produção automatizada, Produção inteligente,


da máquina a vapor de montagem, com base em utilizando computadores, incorporada com internet
e do carvão petróleo e eletricidade eletrônicos e TI das coisas e Big Data

Figura 21

A seguir, vamos ver alguns acontecimentos importantes da industrialização:

• A 1ª Revolução Industrial, que teve início na Inglaterra por volta de 1750, foi motivada pela
Revolução Comercial ocorrida na Europa entre os séculos XV e meados dos séculos XVII.

• A industrialização teve como marco o ano de 1784, com o primeiro tear mecânico. Destaca-se a
introdução da energia hidráulica e a vapor.

• Outra data importante é 1870, com a criação da linha de produção nos abatedouros de Cincinnati
– trabalho de produção em massa com uso de energia elétrica.

• O progresso científico e tecnológico ocorrido na Europa e nos Estados Unidos por volta da segunda
metade do século XIX gerou a 2ª Revolução Industrial.

• A busca por descobertas e inovações entre 1850 e 1950 foi intensa. Todo o mundo passou a
comprar e consumir os produtos industrializados fabricados pelos países mais industrializados.

• Outro ano marcante para a indústria foi 1969, quando surge o primeiro controlador lógico
programável (CLP), com a aplicação de sistemas eletrônicos e tecnologia da informação em
conjunto com a automação da manufatura.

• Para muitos estudiosos, a 3ª Revolução Industrial teve início quando a ciência descobriu as
possibilidades de utilização da energia nuclear a partir dos estudos sobre átomos, sendo pioneiros
os Estados Unidos e alguns países europeus.

• A 4ª Revolução Industrial está acontecendo nos dias atuais, baseia-se nos sistemas ciberfísicos
(CPS), internet das coisas (IoT), internet dos serviços (IoS), internet dos dados (IoD), sistemas de
produção ciberfísicos (cyber physical systems – CPS), produtos inteligentes etc.

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Unidade III

• Um conjunto de tecnologias disruptivas, como robótica, realidade aumentada, inteligência


artificial, nanotecnologia, Big Data, impressão 3D, biologia sintética, autônomo, geotecnologia,
biotecnologia, tem um papel de extrema importância no mercado de trabalho.

Cidades inteligentes sustentáveis, plano diretor integrado, plano de gestão de resíduos sólidos,
saneamento ambiental 4.0, fonte de energia sustentável, formação dos futuros profissionais e pesquisa
científica serão os desafios do século XXI.

Ao longo desses processos, o homem individualmente e a sociedade trabalharam muito para


encontrar detalhes que mitigassem os problemas ambientais, raciocinaram para aproveitar ao máximo
seus bens de consumo e bens de capital sem causar uma carga inaceitável para o meio ambiente, ao
mesmo tempo em que, nele, o homem pudesse atuar como sujeito e objeto. Essas áreas de pesquisa
no ciclo de produção na sociedade capitalista são um insumo necessário para a produção de alimentos
e bens de consumo, no entanto grandes quantidades de resíduos sólidos e efluentes líquidos retornam,
resultando em poluição ambiental e esgotamento dos recursos naturais. Além disso, uma grande camada
da população mundial sofre com a pobreza, fome e exclusão social.

Portanto, o crescente processo de produção e pesquisa sustentável não somente pode comprovar o
efeito e/ou a eficácia dessas áreas para o sustento do meio ambiente, mas auxiliam no estabelecimento
de uma visão corporativa que valoriza e respeita a responsabilidade social, a interação da natureza
com a sociedade, a comunidade, o governo etc. Essas estruturas e medidas de adaptações integradas,
em uma escala global, levam à organização de sistemas, leis e novas tecnologias. Todavia, é necessário
compreender os resultados desses estudos que geram e replicam as necessárias estratégias de
enfrentamento viáveis para o meio ambiente, além de possibilitar diálogo contínuo entre a organização
e seus participantes internos e externos, permitindo a consciência ambiental, que está cada vez mais
enraizada na sociedade do século XXI.

Figura 22

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SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE

Saiba mais

A obra a seguir tem como objetivo principal a discussão do tema meio


ambiente e Indústria 4.0, refere-se ao esforço de minimizar os impactos
negativos nas relações ambientais. Consulte-a:

PALMA, J. M. B. et al. Os princípios da Indústria 4.0 e os impactos na


sustentabilidade da cadeia de valor empresarial. In: INTERNATIONAL
WORKSHOPADVANCES IN CLEANER PRODUCTION, 6., 2017, São Paulo.
Anais [...]. São Paulo: Unicamp, JFSP, 2017. Disponível em: http://www.
advancesincleanerproduction.net/sixth/files/sessoes/5B/5/palma_jmb_et_
al_academic.pdf. Acesso em: 18 fev. 2021.

5.1 Princípios da Gestão Ambiental na Câmara Internacional de Comércio (ICC)

No mês de abril do ano de 1991, ocorreu a Segunda Conferência Mundial da Indústria de Gestão
Ambiental (WICEM II), realizada pela Câmara de Comércio Internacional (ICC) na cidade de Rotterdam,
Holanda, com o intuito de considerar a gestão ambiental como a principal prioridade das empresas e
foco determinante do desenvolvimento sustentável, bem como formular políticas, planos e práticas
para operar de forma ambientalmente correta e consolidar os 16 princípios de gestão, que expressam
os compromissos das empresas e do governo em estabelecer um sistema de gestão ambiental, incluindo
todas as orientações da NBR ISO 14000 (CAJAZEIRA, 1998). Conforme Dias (2006), essas políticas, planos
e práticas estão totalmente integrados em cada área da atividade da gestão ambiental como elemento
básico para a condução de todas as suas funções.

Segundo Ehlke (2003), as leis e regulamentos aplicados aos mesmos padrões ambientais,
considerando o progresso tecnológico, o progresso científico, as necessidades do consumidor e as
expectativas da comunidade, aperfeiçoam e melhoram as políticas, planos e desempenho ambiental
das empresas e dos sistemas governamentais que compõem a sociedade em nível internacional.
Os primeiros estudiosos na área não esperavam que tal organização fosse extremamente importante
para a economia global, visto que, atualmente, está dividida em diretoria executiva, conselho mundial
e secretaria geral. O comércio exterior e a ICC contam com comitês políticos em todo o mundo para
promover os processos de negócios, além de propor um modelo específico e auxiliar em cada etapa
do câmbio, seja importação, seja exportação (CARROLL, 2004).

No entanto, para se adequar a todos esses fatores legais e manter as negociações para que seus
princípios sejam viáveis e exercidos, torna-se necessário a educação do empregado, ou seja, educar,
treinar e motivar os colaboradores para que seus princípios, segundo Dias (2006), sejam conduzidos de
forma ambientalmente responsável. Concernente a Boiral (2006), Dias (2006) ressalta que a pré-avaliação
deve ser incluída antes de se iniciar uma nova atividade socioecológica, dessa forma, consolidando
os 16 princípios de um projeto. Antes de desativar a instalação ou deixar as instalações, deve-se avaliar os
impactos ao meio ambiente, ou seja, assim, o produto e o serviço desenvolvidos não teriam impactos
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Unidade III

indevidos sobre o ecossistema, já que o uso pretendido e seguro, o consumo eficiente de energia e dos
recursos materiais podem ser reciclados, reutilizados ou removidos com segurança (BASTOS, 2002).

Contudo, segundo Sanches (2000), o consumidor primeiro precisa conhecer como proceder na
produção dos bens, no transporte, no armazenamento e na remoção dos produtos fornecidos, assim,
educar clientes, distribuidores e o público, quando apropriado, e aplicar as mesmas considerações ao
fornecer serviços é a principal etapa de conscientização empregada pela gestão ambiental na ICC. Dessa
forma, ao desenvolver, projetar e operar instalações e realizar atividades, é necessário considerar o uso
eficaz de energia e de matérias-primas, o uso sustentável de recursos reutilizáveis, a minimização de
efeitos adversos no meio ambiente, a geração de resíduos e a remoção segura e responsável de resíduos
(BASTOS, 2002).

Para Corazza (2003), para conduzir ou apoiar pesquisas sobre os impactos ambientais ou para o
desenvolvimento de novas matérias-primas, produtos, processos, emissões e resíduos relacionados aos
métodos de se minimizar quaisquer efeitos adversos, torna-se necessário ter base no conhecimento
técnico e científico que proporcione modificar além do processo de produção, comercialização
ou utilização de bens ou serviços ou mesmo da realização de atividades a fim de evitar degradação
ambiental grave ou irreversível. Promover a adoção desses princípios elaboradas pelo ICC e partilhados
pelas empresas que atuam em nome da gestão ambiental encoraja, apropria, solicita e melhora o
comportamento da empresa para alinhá-lo com o comportamento organizacional (CARROLL, 2004).

Ainda concernente a Corazza (2003), contribuir para a formulação de políticas públicas, bem
como de programas e iniciativas educacionais empresariais, governamentais e intergovernamentais,
proporciona a promoção da consciência ambiental e da proteção ambiental, pois possibilita abertura
e diálogo com os colaboradores e o Poder Público e promove a transferência de tecnologia e métodos
de gestão ambiental para todas as indústrias e setores públicos, antecipando e respondendo às
preocupações sobre os riscos e potenciais impactos das operações, dos produtos, dos resíduos ou
dos serviços da empresa, incluindo aqueles fora da empresa ou em nível global. No entanto, quando
ocorre um erro grave de produção, um plano de alerta de emergência precisa ser desenvolvido e
mantido a fim de operar com os serviços de emergência, autoridades relevantes e comunidades locais
para identificar potenciais impactos fora daquele ecossistema.

Outro fator importante da gestão ambiental desenvolvida na ICC é a utilização de todas essas
práticas de sustentabilidade personificada em documentos, planos de ações e métodos organizacionais
aceitos e válidos em todo o mundo. Além da praticidade, por já ser um modelo pronto e utilizado na
maioria dos países e regiões, também proporciona comodidade à ICC a fim de facilitar as transações
comerciais, diminuir o tempo das transações, economizando dinheiro e estimulando o comércio
internacional, entre eles, estão os famosos Incoterms (International Commercial Terms – Termos
Internacionais de Comércio), amplamente utilizados na área de comércio exterior (JABBOUR, 2010;
BUENO, 2002; STAHEL, 1998).

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SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE

Sanches (2000) enfatiza a necessidade de concretizar as ideias na ICC perante a eficácia da gestão
ambiental desenvolvida para medir o desempenho ambiental; realizar análises ambientais regulares
para avaliar os requisitos da empresa, os padrões legais e o crescimento desses princípios; e fornecer
regularmente informações adequadas ao conselho de administração, acionistas, funcionários,
autoridades e ao público. O comitê político é o principal critério para o sucesso da empresa. Cada um
deles tem um pequeno modelo operacional, e somente após algumas áreas de entendimento e
um referencial os indicadores poderão ser divulgados ao público para sua aprovação. Depois de aprovado
e a etapa finalizada, a empresa poderá utilizar e publicar os resultados dos indicadores para tornar a vida
mais fácil para aqueles que frequentemente precisam usá-los.

As empresas operam em um ambiente dinâmico e, continuamente, descobrem soluções inovadoras


para conter pressões de todos os tipos impostas pelos concorrentes, por consumidores ou pelo governo
(SANCHES, 2000). Sanches ressalta que as empresas industriais que buscam manter ou melhorar suas
posições competitivas se deparam, cada vez mais, com a exigência de novas posturas em relação às
variáveis ambientais.

6 ESTRUTURA DA ÁREA DE GESTÃO AMBIENTAL

A gestão ambiental pode ser projetada por várias organizações dependendo da sua visão de negócios,
todavia, assim como poluição, conflito social, qualidade de vida, consumidores, aspectos legais etc., deve
lidar com sua estratégia de acordo com seu nível de compreensão estrutural e organizacional, bem
como considerar sua avaliação e seu comprometimento (ROBBINS, 2000). Para o nível de compromisso
das empresas e/ou instituições públicas e privadas com os fatores ambientais em seu sistema de
planejamento, é necessário entender os requisitos que suportam as metas que o indivíduo deseja
alcançar. A implantação estratégica é baseada nas seguintes relações:

• Estratégia – consciência interna.

• Recursos necessários – consistência com o ambiente.

• Tecnologias necessárias – adequação aos recursos disponíveis.

• Estrutura organizacional adequada – graus satisfatórios de risco.

• Direção das operações – horizonte de tempo adequado.

• Avaliação dos resultados – operacionalização da estratégia.

93
Unidade III

Figura 23

Atualmente, a direção verde das empresas, tal como o processo de tomada de decisão, apresenta‑se
com o real comprometimento das organizações com as atividades operacionais, resultando na
minimização e em uma geração que se preocupa com a reprodução dos impactos ambientais negativos ao
meio ambiente. Constata-se que a geração do século XXI, além de ser consciente perante o desempenho
sustentável, envolve-se com a questão ambiental e dá atenção especial aos produtos dessas empresas
verdes (DIAS, 2006). Dessa forma, a organização deve obrigatoriamente incluir suas políticas de gestão,
com estratégias em todos os níveis da organização, bem como nos planos estratégicos, nas táticas
operacionais, principalmente, quando um gestor considera os preceitos perante os projetos de proteção
ao meio ambiente, que incluem todo o ecossistema do qual faz parte.

Mas, para isso, segundo Valle (1995), é necessário diagnosticar o desempenho organizacional por
meio de medição, possibilitando estabelecer de fato um indicador do nível de desempenho para o
qual a estratégia pode ser redirecionada, de acordo com a gestão ambiental e o modelo Planejamento
Estratégico para a Sustentabilidade Empresarial (PEPSE), que propõem um planejamento ambiental
não apenas relacionado às diretrizes do conteúdo legal, mas a medidas viáveis de melhoria ambiental,
incluindo a dinâmica do mercado de empresas sérias que podem operar ideias inovadoras por meio de
atividades de produção. Por isso, é necessário desenvolver e atualizar um sistema de gestão ambiental
que interaja com o controle da poluição industrial, higiene e segurança do trabalho. Em suma, o sistema
de gestão ambiental deve estar atento a suas responsabilidades em relação ao planejamento de recursos,
necessário para atingir o objetivo material, humano, financeiro etc.

Edificações sustentáveis, sustentabilidade, projetos arquitetônicos, Indústria 4.0, a busca por


certificações ISO 9001, 14001, 14064, 50001, LEED e AQUA, plano diretor, drone, BIM, scanner,
geotecnologia, recuperação de áreas degradadas e inovação estão presentes em todos cenários mundiais.

Outro exemplo é a gestão de resíduos e seu monitoramento adequado, bem como a classificação,
criação de alternativas e técnicas etc., além possibilitar estabelecer a qualidade ambiental. O modelo
de planejamento estratégico do desenvolvimento sustentável está baseado nas seguintes premissas,
tal como desenvolvimento sustentável da indústria, buscando a economia, o meio ambiente e a empresa,
como mostrado na figura a seguir.

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SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE

Sustentabilidade

Sustentabilidade Sustentabilidade Sustentabilidade


econômica ambiental social

- Vantagem
competitiva - Assumir
- Tecnologias limpas responsabilidade
- Qualidade e custo - Reciclagem social
- Foco - Utilização sustentável - Suporte ao
Mercado de recursos naturais crescimento da
comunidade
- Resultado - Atendimento à
legislação - Compromisso com o
- Estratégias de desenvolmento dos
negócios - Tratamento de RH
efluentes e resíduos
- Promoção
- Produtos participante em
ecologicamente projetos de cunho
corretos social
- Impactos ambientais

Figura 24 – Modelo PEPSE utilizando-se das macroetapas dos modelos de planejamento estratégico

Os preceitos do desenvolvimento socioecológico devem ser esclarecidos dentro da empresa ou da


instituição pública ou privada. A partir desse ponto de vista, Kinlaw (1997) enfatiza que podem ser
definidos como princípios de integração e gestão da organização, ressaltando suas responsabilidades,
suas questões sociais e ambientais. Esses comportamentos e atividades organizacionais devem ser
reformulados com conceitos de desempenho sustentável. O sistema de gestão ambiental (SGA) é
formulado pelo plano de gestão ambiental a fim de resolver problemas da própria gestão ambiental por
meio de planejamento e organização de cada departamento de um ecossistema.

A qualidade ambiental geral é um dos principais conceitos que as empresas precisam absorver, além do
conhecimento para aqueles que menos o desenvolveram, mas também para aqueles que compreendem
os elementos qualificados e exigidos pela organização no cenário de mercado contemporâneo. Esse
conceito já está presente em algumas empresas, comprovando que a política ambiental na estratégia de
negócios na centralização de responsabilidades no nível institucional valoriza a empresa. No entanto,
muitas ainda não entendem a nova cultura empresarial ou o que é realmente necessário, assim, pensam
em seguir determinada gestão ambiental com atividades inerentes aos fatores de produção e que não
possuem a complexidade das variáveis ​ambientais (VINHA, 2003).

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Unidade III

Para Backer (1995), a falta de ações perante os problemas ambientais é devida à deficiência de
conhecimento de três questões básicas:

• Saber explicar a necessidade de proteger ou melhorar o meio ambiente: o ambiente é um


sistema interativo e complexo que só pode ser aprendido com uma abordagem interdisciplinar.
Mas, para isso, os atores devem possuir organizações externas, podem expressar suas necessidades
para a organização e podem convertê-las em seu sistema de gestão e produção.

• Ter ferramentas de gestão ambiental: essas ferramentas são essenciais para a existência da
gestão ambiental, testando-as, pode-se ensinar e divulgar em todos os campos e nos vários
departamentos da organização.

• Saber negociar para construir um ecossistema: ninguém é dono do meio ambiente, ou seja,
não existe o monopólio. Para a organização, isso é correto, porque todos tornam-se responsáveis
pelas comunidades locais e pelos grupos de pressão ecológica. Decidir as medidas tomadas por
cada um deles costuma prejudicar toda a sociedade, moldando o ecossistema de gerações
(BACKER, 1995).

Aprender a conviver e sobreviver no ecossistema tornou-se absolutamente uma prioridade para as


autoridades das empresas, além de conhecer as principais mudanças na estrutura interna da organização
e seus relacionamentos externos ligados à integração da gestão ambiental. É possível perceber que à
medida que a integração avança, todas as suas áreas funcionais serão envolvidas (BACKER, 2002). Nesse
caso, manter um cargo e/ou departamento específico na área ambiental não é redundante, desde que
sua função possa promover o compartilhamento do conhecimento e a consistência entre as informações
coletadas e/ou geradas pelos membros da organização (CORAZZA, 2003).

De acordo com o Guia de sustentabilidade da Câmara da Indústria da Construção (2008), para uma
construção sustentável, é proposto um conjunto de indicadores que avaliam o nível de sustentabilidade
de um empreendimento. Nesses indicadores, são avaliadas algumas dimensões:

• Qualidade da implantação: aborda a harmonização com o entorno, os compromissos com os


grupos, o reconhecimento do local, a acessibilidade, confiabilidade e durabilidade e facilidade em
realizar reformas.

• Gestão da água e efluentes: trata de avaliar a capacidade hídrica, o uso racional da água,
armazenamento, sistemas de infiltração, equipamentos, sistemas de medição e instalações.

• Gestão do uso de energia e emissões: diz respeito às avaliações das linhas climáticas, critérios
de eficiência energética, energia renovável e medição de energia. Avalia o conforto dos seus
ocupantes com baixo consumo de energia.

• Gestão ambiental: considera a produção alternativa, a redução das etapas de produção, o


aproveitamento de rejeitos, a substituição de insumos, as mudanças tecnológicas e o investimento
ambiental, ou seja, a diminuição da geração dos resíduos e do desperdício.
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SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE

• Gestão de materiais e resíduos sólidos: sistemas sustentáveis de gestão de materiais e resíduos


sólidos, seleção de materiais e de resíduos da construção. Compreende apresentar soluções para
os possíveis problemas que vão surgir.

• Qualidade do ambiente interno: avalia o aproveitamento das potencialidades microclimáticas


da região para propiciar o melhor conforto ao empreendimento. Potencialidades como
aproveitamento da iluminação natural, conforto térmico e ambiental, qualidade do ar e
mobilidade e desníveis.

• Qualidade do serviço: avalia principalmente a eficiência da gestão, como formalidade e legalidade


e qualificação dos especialistas.

• Desempenho econômico: observa as variáveis econômicas, mercadológicas e competitivas.

Muitas empresas, como alternativa para assumir uma posição de competitividade no mercado,
passaram a adotar medidas com foco na sustentabilidade. Os consumidores aderiram a isso optando por
consumir produtos com atributos ambientais, ou seja, que causam menos impactos ao meio ambiente.
Nesse contexto, criou-se a necessidade de selos que garantissem a confiabilidade e veracidade das
informações dos produtos (CABESTRÉ; GRAZIADEI; CRUZ, 2004).

Lembrete

Aprender a conviver e sobreviver no ecossistema tornou-se


absolutamente uma prioridade para as autoridades a fim de conhecer
as principais mudanças na estrutura interna da organização e seus
relacionamentos externos ligados à integração da gestão ambiental.
É possível perceber que à medida que a integração avança, todas as suas
áreas funcionais serão envolvidas (BACKER, 2002).

6.1 Planos de ação e estratégias ecológicas

As empresas e as instituições públicas e privadas, ao considerarem as questões ambientais em todos


os seus departamentos e ao integrarem a consciência ambiental em sua cultura, desenvolvem uma
estratégia de negócios, consequentemente, suas variáveis estão relacionadas à vantagem competitiva,
aos fornecedores, aos clientes, às comunidades, às agências governamentais etc. (MELO NETO; FROES,
2001). Além disso, previnem a poluição insubstituível e o desperdício de recursos não renováveis através
da substituição renovável de energia a fim de tornar possível toda a otimização de recursos usados para
direcioná-los a ações que enfatizem aspectos relevantes em:

• utilizar poucas matérias-primas e/ou substituí-las por produtos ecologicamente corretos;

• amenizar os danos aos seres humanos, utilizar matérias-primas recicláveis;

97
Unidade III

• comprometer-se com a política ambiental;

• adaptar a tecnologia utilizada no processo produtivo ao produto desejado;

• melhorar técnicas feitas para reduzir o nível de risco aceitável e também estabelecer
monitoramento correspondente;

• avaliar os comportamentos organizacionais relacionados ao mercado verde através de métodos;

• produzir ações de marketing, incluindo pesquisas de mercado para entender os consumidores,


melhorar a imagem da empresa e possibilitar o desenvolvimento de novos produtos, mercados e
consumidores etc.

Portanto, esses aspectos tornam-se, além de elementos impactantes na imagem da empresa e na


conscientização dos colaboradores, vencedores em métodos de estratégia e planejamento. Segundo
Jabbour (2009), ao se aplicar esses aspectos na sociedade, é inegável que somente analisando todo
o produto, todo o projeto e todo o ciclo de vida do projeto ele poderá ser inserido nas atividades
organizacionais sustentáveis conforme descrito pelos planos de gestão ambiental, ou seja, as
atividades de produção, marketing e financeiras podem ser redirecionadas diretamente ao ciclo de vida
e a ofertas e benefícios consideráveis para alcançar um desempenho sustentável da gestão e preço dos
resultados do trabalho organizacional verde (DIAS, 2006).

As questões ambientais estão se tornando cada vez mais uma tendência social global, impulsionadas
pela geração do século XXI, pelos consumidores verdes, que atendem às necessidades dos consumidores
insatisfeitos com os produtos ou serviços formuladas de acordo com a proteção do ecossistema
e/ou normas e padrões de conservação. Segundo Dias (2006), o consumidor verde presta atenção a
três atributos de relacionamento na hora de comprar: o desempenho, a qualidade e a conveniência
ambiental; mesmo que, para os investidores em bolsas de valores, a responsabilidade ambiental das
organizações os preocupem, existem provas de organizações que acreditam que as variáveis ambientais
são relevantes e têm comportamentos prejudiciais ao meio ambiente e ao mecanismo de minimização.

Dessa forma, através dessas provas, pode-se garantir que os investidores estejam ambientalmente
corretos, de certa forma, pelo menos para os mais preocupados com todo o ecossistema e com a interação
homem versus natureza, bem como com as questões sociais produzidas com a era do consumismo
ambiental, que, eventualmente, está se expandindo (JABBOUR, 2009).

Sabendo como construir uma sólida reputação entre empresas pioneiras em meio ambiente, elas
ganharão vantagem competitiva sobre seus concorrentes e a oportunidade de conquistar novos
mercados (EHLKE, 2003). Mas, para isso, é preciso conscientizar a organização sobre essa nova situação,
pois a visão de um mundo formulado e as suas estratégias de negócios, assim como o foco, estão
entre os três aspectos conceituais altamente consistentes para as empresas e as instituições públicas e
privadas de forma eficaz para os atributos de continuidade operacional.

98
SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE

Segundo Teixeira (1998), esses atributos são:

• Consciência ecológica: corresponde ao caminho de desenvolvimento da empresa que se


preocupa em manter-se no mercado competitivo.

• Compreensão da opinião pública: globalização do mercado, leis e regulamentos, normas


NBR ISO 14000 e outras existentes.

• Confiabilidade do cliente: desempenho dos serviços e avalição do antes e depois.

• Desempenho sustentável: corresponde ao desenvolvimento e crescimento sociopolítico


e econômico de forma a atender às diversas necessidades do momento, sem comprometer a
possibilidade de fazer negócios.

• Desenvolvimento e o processo de social e econômico: atende às necessidades e aos valores de


todos os grupos de interesse, protegendo a biodiversidade e os recursos naturais.

• Planejamento, execução e avaliação: de todos os aspectos de seu desempenho em cenários


estratégicos para a gestão ecológica de longo prazo.

No entanto, o desenvolvimento e a operação desse desempenho sustentável apresentam-se com


dificuldade organizacional devido às, frequentemente mencionadas por Backer (1995), sugestões que
revelam todos os esforços e os principais raciocínios que se concentram basicamente no ecossistema, ou
seja, a própria empresa/instituição/governo. Assim, precisa-se ser capaz de usar ferramentas e métodos
para assumir a responsabilidade, além de compreendê-los de forma não relacionada ao seu próprio
campo em termos de tecnologia, em finanças, negócios, recursos humanos, administração, mas também
em pesquisa e desenvolvimento.

Estas duas razões ou sugestões básicas da organização são compreendidas, como:

• Primeiro: mantenha o ecossistema industrial, mesmo que ele esteja fadado a causar oposição
ao conceito, visto que a dialética entre ataque e defesa da organização é relativa ao próprio
ecossistema industrial.

• Segundo: trate os outros ecossistemas (naturais) como problemas de outras pessoas, pois, muitas
vezes, estarão em posição de serem defendidos e protegidos pela legislação municipal, estadual,
federal e por tratados internacionais.

Por outro lado, em termos de desenvolvimento sustentável aplicável às ações nacionais, a velocidade
de sua implementação depende da vontade coletiva dos cidadãos de cada região ou país, ou seja,
para superar a inércia de estruturas e processos preexistentes, portanto, é necessário compreender os
objetivos mais importantes do desenvolvimento sustentável.

99
Unidade III

No entanto, segundo Lenzi (2006), ao antecipar e evitar impactos ambientais, econômicos, sociais e
sociais negativos aos aspectos culturais das políticas, ou mesmo, dos planos, das decisões e das atividades
de desenvolvimento ecológico, precisa-se compreender e se preparar para os impactos imprevistos. Dessa
forma, é necessário manter e melhorar os recursos não humanos (processos ecológicos, biodiversidade
e o ambiente natural), usando recursos não renováveis com cuidado e eficácia, desenvolvendo
sustentavelmente os recursos renováveis e reduzindo o consumo de energia elétrica.

Todavia, ao desenvolver planos de ação e estratégias ecológicas perante os recursos não humanos
visando além de manter o acesso igualitário a esses recursos, como renda, fornecimento e distribuição
uniforme a custos ambientais resultantes da sua utilização ou do seu desenvolvimento, criar soluções
para mitigar, abranger e equilibrar os problemas globais internos de cada região ou externo de cada
país do mundo. Segundo González-Benito; González-Benito (2006), constitui-se de uma sociedade de
consumo com conceitos ambientais de relacionamento diretamente interligados; a sociedade urbana
moderna é comprometida em aumentar a produção e melhorar a indústria dos produtos de consumo
diversificados e para públicos exigentes. Contudo, tal ação é alicerceada na ideologia de manter
processos ecológicos com biodiversidade e consciência ecológica perante o meio ambiente, garantidos
pelo manuseio cuidadoso de todos os elementos constituintes desse sistema e das atividades humanas
no âmbito dos recursos naturais constituintes e essenciais para uma sociedade que quer ser sustentável.

No entanto, para integrar-se a esse comportamento, é necessário que se respeite a existência de


princípios morais, intrinsecamente bons, em relação à natureza e na construção desses planos de ação
e estratégias ecológicas, ou seja, em outras palavras, acreditar no valor inerente do mundo natural e de
suas várias formas vida, incluindo o ser humano.

De acordo com Helene e Bicudo (1994), ao observar o comportamento da comunidade,


tradicionalmente consumista, era obviamente compreensível seu padrão de comportamento, visto
que ela seguia os mesmos princípios que orientam o comportamento atual da sociedade de consumo,
da “sociedade insustentável”, contrariando o conjunto de princípios seguidos da comunidade
tradicional sustentável.

O desenvolvimento sustentável é aquele que consegue atender às necessidades da geração atual sem
comprometer a existência das gerações futuras. Em setembro de 2015, percebendo que os indicadores
econômicos, sociais e ambientais dos últimos anos eram pessimistas quanto ao futuro das próximas
gerações, a ONU propôs que os seus 193 países membros assinassem a Agenda 2030, um plano global
composto por 17 objetivos (ODSs) e 169 metas a fim de que esses países alcancem o desenvolvimento
sustentável em todos os âmbitos até 2030.

Para Meyer (2000), o desenvolvimento sustentável deve incorporar dois princípios: a prioridade
na satisfação das necessidades das camadas mais pobres da população e as limitações que o estado
atual da tecnologia e da organização social impõem ao meio ambiente. Além disso, para a existência
de uma sociedade sustentável, é necessária a participação das universidades com sustentabilidade
ambiental, social e política, com alinhamentos e ajustes ao longo do processo a fim de contribuir com
pesquisas científicas.

100
SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE

Figura 25

Lembrete

A 4ª Revolução Industrial está acontecendo nos dias atuais, baseia‑se


nos sistemas ciberfísicos (CPS), internet das coisas (IoT), internet dos
serviços (IoS), internet dos dados (IoD), sistemas de produção ciberfísicos
(cyber physical systems – CPS), produtos inteligentes etc.

Resumo

O histórico das questões ambientais e um sistema de gestão e projetos


de qualidade são considerados fatores de sobrevivência organizacional na
era da 4ª Revolução Industrial.

Atender as exigências com inovação, pesquisa científica, tecnologia


e certificações ambientais, de acordo com os princípios da ICC, conhecer
as principais áreas subsequentes da administração agroecológica,
consecutivamente, o conceito de sustentabilidade, estratégias ambientais
e organizacionais, além de realizar uma análise crítica do principal modelo
de planejamento estratégico existente no cenário atual são quesitos
importantes para cumprir na atualidade.

101
Unidade III

As análises mostraram que os modelos de planejamento estratégico


existentes são baseados principalmente em fatores econômicos e
competitivos, abordando os fatores ambientais e sociais de forma sistêmica.
Além disso, a aplicação proativa de estratégias ambientais e sociais pode
levar as empresas a melhorar sua competitividade.

Com base nas deficiências dos modelos existentes em função das novas
necessidades de desenvolvimento empresarial sustentável, foi desenvolvido
um novo planejamento estratégico que considera as mudanças do ambiente
e a responsabilidade social na gestão.

Exercícios

Questão 1. Um sistema de gestão ambiental (SGA) corresponde a uma série de atividades


administrativas e operacionais inter-relacionadas feitas no sentido de abordar os problemas ambientais
atuais ou de evitar o seu surgimento.

Em relação aos sistemas de gestão ambiental nas empresas, avalie as afirmativas.

I – Um bom SGA é aquele que consegue integrar o maior número de partes interessadas para tratar
as questões ambientais.

II – O SGA deve contribuir para que a organização atue conforme a legislação e promova melhorias
que a levem gradualmente a superar as exigências legais.

III – Um SGA requer a formulação de políticas e diretrizes, a definição de objetivos, a coordenação


de atividades e a avaliação de resultados.

É correto o que se afirma em:

A) I e II, apenas.

B) II e III, apenas.

C) III, apenas.

D) I, II e III.

E) I e III, apenas.

Resposta correta: alternativa D.

102
SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE

Análise da questão

Justificativa: o SGA é a forma pela qual a empresa se mobiliza interna e externamente na conquista
da qualidade ambiental desejada. O objetivo do SGA é a redução de custos com a eliminação de
desperdícios e o desenvolvimento de tecnologias limpas e baratas que, entre outros aspectos, permitam
a reciclagem de insumos e de produtos e possibilitem a implantação de ações que atendam à legislação
vigente e promovam melhorias no sentido de superá-la.

Vale notar que no momento da implantação de um SGA, é importante que seja feita uma avaliação
inicial, para que se identifiquem os pontos que devem ser elementos de análise do sistema.

Questão 2. (Enade 2013, adaptada) PDCA é uma ferramenta que auxilia no processo de sistemas
de gestão. Considerando os itens a seguir, a sequência do PDCA que ilustra práticas das etapas do ciclo
conforme a ABNT NBR ISO 14001:2004 é

A) elaboração de diagnóstico; monitoramento ambiental; elaboração de manual de SGA; melhoria


dos processos em função dos resultados.

B) estabelecimento de objetivos; treinamento dos colaboradores; coleta de indicadores ambientais;


divulgação dos resultados.

C) recuperação de danos; definição da política ambiental; sensibilização ambiental; ações corretivas.

D) análise do problema; controle da poluição; verificação dos resultados; execução dos planos de ação.

E) padronização dos resultados positivos; diagnóstico dos impactos significativos; realização de


auditoria interna; elaboração dos instrumentos de trabalho.

Resposta correta: alternativa B.

Análise das alternativas

A) Alternativa incorreta.

Justificativa: os requisitos da NBR ISO 14001 indicam que o ciclo PDCA, acrônimo de to plan
(Planejar), to do (Fazer), to check (Verificar) e to act (Agir), deve fazer parte do SGA de uma empresa.
A alternativa propõe que o SGA faça parte do ciclo.

B) Alternativa correta.

Justificativa: o estabelecimento de objetivos faz parte da política e do planejamento. O treinamento


dos colaboradores faz parte da implementação. A coleta de indicadores ambientais é atividade da fase
de verificação. A divulgação dos resultados é usada na análise para a melhoria contínua.

103
Unidade III

C) Alternativa incorreta.

Justificativa: a sensibilização ambiental não faz parte do ciclo PDCA.

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: o controle da poluição não faz parte do ciclo PDCA.

E) Alternativa incorreta.

Justificativa: a padronização dos resultados positivos não faz parte do ciclo PDCA.

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