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Pilar - Concreto - Armado - Parte 2

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Pilares de Concreto Armado (Alio E.

Kimura)

Hágnon Correia de Amorim



hagn
ha gnon_eng@hotmail.com
gn
466.973.224-20

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

hagn
ha gnon
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46 6.97
6. 973.
97 3.22
3. 224-
22 4-20
4-20

DIAGRAMA N, M, 1/R (NBR 6118:2014)


Durante a revisão sobre o comportamento não-linear das estruturas de concreto armado, foi demonstrado que
o principal efeito da não-linearidade física pode ser considerado por meio das relações N, M, 1/r, nas quais é
possível extrair a rigidez EI necessária para análise.
A seguir, vamos estudar com maiores detalhes o diagrama N, M, 1/r proposto na NBR 6118:2014, que serve
como base para aplicação de processos mais refinados no cálculo de pilares (pilar-padrão acoplado a diagramas
e método geral).
No item 15.3 da NBR 6118:2014, tem-se:
“A não-linearidade física, presente nas estruturas de concreto armado, deve ser obrigatoriamente considerada.”
No item 15.3.1 da NBR 6118:2014, tem-se:

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
“O principal efeito da não-linearidade pode, em geral, ser considerado através da construção da relação momento-
curvatura para cada seção, com armadura suposta conhecida, e para o valor da força normal atuante.”

“Pode ser considerada também a formulação de segurança em que se calculam os efeitos de 2ª ordem das cargas
majoradas de gf/gf3, que posteriormente são majorados de gf3, com gf3 = 1,1, ...”
Espera-se que, com as informações transmitidas anteriormente, essas afirmações estejam bem claras. Já vimos
que a não-linearidade física pode ser analisada com o uso do diagrama N, M, 1/r, bem como a influência da
força normal e da armadura na montagem do mesmo. Estudamos também a influência do gf3 no comportamento
de uma estrutura.

Tensão de pico igual a 1,1.fcd


Faltam mais alguns poucos detalhes para compreendermos plenamente o diagrama da norma. No item 15.3 da
NBR 6118:2014, tem-se:
“A deformabilidade dos elementos deve ser calculada com base nos diagramas tensão-deformação dos materiais. A
tensão de pico do concreto deve ser igual a 1,1.fcd, ...”
A tensão de pico do concreto foi elevada em 30% em relação ao 0,85.f cd (0,85 * 1,3 ! 1,1) de tal forma a
uniformizar a condição das seções ao longo de todo lance de um pilar no Estado Limite Último (ELU). Imaginar
que, no momento da perda de estabilidade, será atingido o esgotamento da capacidade de todas as seções
simultaneamente seria um tanto exagerado.
Portanto, exclusivamente para avaliar a deformabilidade de um lance pilar, que terá influência direta no cálculo
dos efeitos de 2ª ordem, deve-se utilizar 1,1.fcd.

Objetivo do diagrama Hágnon Correia de Amorim


hagnon_eng@hotmail.com
O diagrama N, M, 1/r proposto pela NBR 6118:2014
6118:2014 é mostrado a seguir:
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Em primeiro lugar, é importante deixar bem claro o seguinte: o objetivo principal é extrairmos desse diagrama
uma rigidez que permita fazer a análise dos efeitos de 2ª ordem em um pilar de tal forma que a não-linearidade
física seja bem retratada.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
Curva com 0,85.fcd

A curva com o tradicional


0,85.fcd somente serve para
definir o momento resistente
último de cálculo (MRd) no
Estado Limite Último (ELU), e
não para extrair a rigidez EI.
Essa curva deve ser montada
fixando-se um força normal
atuante igual à NSd.

Curva com 1,1.fcd

Esta, sim, é a curva na qual


deve ser extraída a rigidez EI
Hágn
Hágnon
gnon Correia de
gn Amorim
para consideração da
gnon_eng@h deformabilidade do pilar.
hagn
hagnon_eng@hotmail.com
gn
466.973.22
466.973.224-20

Na realidade, a curva montada com uma tensão de pico igual a 1,1.fcd atinge um patamar acima do MRd calculado
com 0,85.fcd, conforme mostra a figura a seguir.

Porém, de ponto de vista prático, tudo que está acima de MRd não tem validade real, pois está além da
resistência admitida pela seção no ELU.
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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
Dessa forma, principalmente com o intuito de otimizar o tempo de processamento, em geral, os sistemas
computacionais apenas utilizam a curva com 1,1.fcd até o ponto B que define a rigidez que se deseja calcular.

Linearização – Reta AB
Na curva com 1,1.fcd, a rigidez EI varia de acordo com a magnitude do momento fletor (é uma curva). Ou seja,
num lance de pilar, onde há a variação dos esforços entre o seu topo e a sua base, ficam então definidos
diferentes níveis de rigidezes.

Correto. Porém, não seria interessante ter uma maneira de obter uma rigidez única que pudesse se aplicada ao
longo de todo lance, a favor da segurança obviamente?
Outra questão: na extração da rigidez EI na curva não deveria ser levado em conta o esforço concomitante na
outra direção y? Hágnon Correia de Amorim
hagnon_eng@hotmail.com
A linearização por meio da reta AB responde exatamente essas questões, pois ela define uma rigidez constante
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EIsec que pode ser utilizada ao longo de todo lance, tanto na análise à flexão composta normal como na oblíqua
(a rigidez pela curva não pode ser utilizada na flexão composta oblíqua).
Veja, a seguir, um gráfico com várias curvas N, M, 1/r montadas para diversos níveis de solicitação na direção y.
Note que a reta AB sempre fornece uma rigidez EIsec a favor da segurança (menor), independente da magnitude
do esforço na outra direção. Ou seja, as direções são desacopladas.

A proposta para linearização do diagrama N-M-1/r é explicada com detalhes na tese de doutoramento do Profº
Ricardo França (capítulo 5).

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
Coeficiente gf3
Alternativamente (não é obrigatório), pode-se fazer o uso do coeficiente gf3 = 1,1 na obtenção da rigidez EIsec.
Nesse caso, a curva com 1,1.fcd é montada com uma força normal igual a NRd/gf3, e o esforço para definição da
reta deve ser igual MRd/gf3.

A rigidez EI é calculada no ponto B (MRd/1,1), pois com a aplicação de NRd/1,1 jamais se atingirá o MRd na sua
totalidade.
Vale lembrar que a adoção de gf3 = 1,0,Hágnon Correia
que também de leva
é válida, Amorim
a uma rigidez menor (a favor da segurança)
que a obtida com gf3 = 1,1. hagnon_eng@hotmail.com
466.973.224-20

Seção não-padrão
A obtenção da rigidez EIsec por meio da linearização do diagrama N, M, 1/r já foi amplamente testada e validada
para seção retangular com armadura simétrica. Nos demais casos, deve-se ter precaução.
Veja, a seguir, como fica o diagrama N, M, 1/r para uma seção com formato em “L”, segundo seu eixo principal
de menor inércia. Note que há diferentes rigidezes secantes EIsec para cada sentido da solicitação.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Nesse caso, qual rigidez deve ser adotada na análise da deformabilidade do pilar, 9042,7 tf.m2 ou 10052,2 tf.m2?
Pesquisas atuais estão sendo realizadas para solucionar essa questão. A princípio, enquanto não se tem uma
resposta definitiva, sugere-se tomar o valor a favor da segurança (9042,7 tf.m2).

PILAR-PADRÃO ACOPLADO A DIAGRAMAS N, M, 1/R


Hágnon Correia de Amorim
hagnon_eng@hotmail.com
Aplicabilidade 466.973.224-20

Esse método pode ser empregado apenas para pilares com l !140.

Não-linearidade geométrica
Admite-se que a deformação da barra seja senoidal (pilar-padrão).

Não-linearidade física
A não-linearidade física é considerada por meio da obtenção da rigidez no diagrama N, M, 1/r proposto pela
NBR 6118:2014, conforme mostra a figura a seguir.
Note que há uma relação entre a rigidez secante EIsec e a rigidez adimensional k.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Muito embora tenha o mesmo nome da rigidez adimensional calculada no método do pilar-padrão com rigidez
aproximada, essa rigidez k obtida pelo diagrama (rigidez acoplada ao diagrama N, M, 1/r) é mais precisa.
Poderíamos!dizer!que!se!trata!de!uma!rigidez!“mais!refinada”.

Formulação
O momento total máximo MSd,tot é calculado exatamente pela mesma fórmula do método do pilar-padrão com
rigidez aproximada:
a b .M S1d , A Hágnon Correia de Amorim
M Sd ,tot =
l2 hagnon_eng@hotmail.com
1- 466.973.224-20
120.k /n
No entanto, deve-se ficar bem claro que o valor da rigidez k a ser utilizado na fórmula é o obtido pelo diagrama
normal-momento-curvatura, e não a rigidez k aproximada.
Quando se faz o uso do coeficiente gf3, a fórmula para obtenção do momento total fica assim:
a b .M S1d , A
M Sd ,tot =
l2
1-
120.g f 3 .k /n

Duas observações muito importantes com relação ao método do pilar-padrão acoplado ao diagrama N, M, 1/r:
· Trata-se de um método que, na prática, é mais viável com o uso de um computador, pois como vimos no
início deste curso, a montagem do diagrama N, M, 1/r é extremamente complicada de ser realizada
manualmente.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

· É necessário que a armadura existente no lance do pilar seja previamente conhecida, pois não há
diagrama N, M, 1/r sem armadura definida! Ou seja, o processo de dimensionamento é realizado por um
processo iterativo de verificações.

NBR 6118:2014
Na NBR 6118:2014, item 15.8.3.3.3, o método do pilar-padrão acoplado a diagramas N, M, 1/r é definido da
seguinte forma:
“A determinação dos esforços locais de 2ª ordem em pilares com l ≤ 140 pode ser feita pelo método do pilar-
padrão ou pilar-padrão melhorado, utilizando-se para a curvatura da seção crítica valores obtidos de diagramas
N, M, 1/r específicos para o caso.”
Hágnon Correia de Amorim

EXEMPLO 10 hagnon_eng@hotmail.com
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Dada a seção ao lado, montar o


diagrama N, M, 1/r nas duas
direções principais e extrair os
valores da rigidez secante EIsec e k.

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Hágnon Correia de
e Am
Amor
orim
or im
hagnon_eng@hotmail.c
hagnon_eng@hotmail.com
.com
.c
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EXEMPLO 11
Calcular os efeitos locais de 2ª pelo método do pilar-padrão com rigidez k acoplado a diagramas e dimensionar
a armadura para o pilar a seguir.

Depois, efetuar e analisar o cálculo no sistema computacional.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

EXEMPLO 12
Calcular curvatura (1/r) na seção crítica Hágnon Correiaade
correspondente Amorim
rigidez extraída do diagrama N, M, 1/r e recalcul
recalcular
Md,tot a partir da expressão Md,tot = ab.MAhagnon_eng@hotmail.com
+ Nd . (le /10) . (1/r).
2

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

ÁBACOS n, µ, k
Foi apresentado anteriormente como extrair da rigidez secante adimensional k a partir da construção de
diagramas N-M-1/r, segundo o que prescreve a NBR 6118:2014. Comentou-se também que esse procedimento
torna-se viável, na prática, com o uso de computadores.
Alternativamente, o valor da rigidez secante adimensional k pode ser colocado em conjunto com valores
últimos NRd e MRd em ábacos de interação força normal-momento fletor (ou n-m), originando ábacos n-m-k. O
procedimento para a construção desses é explicado com detalhes na tese de doutoramento do Profº Ricardo
França. Resumidamente:
· -Conhecida a seção (b x h), o arranjo de armadura (As, d’/h), os materiais (fck, gc, fyk e gs) e a força normal
(Nd), monta-se o diagrama N, M, 1/r, conforme a NBR 6118:2014. Obtém-se assim os valores de MRd, k,
conforme mostra a figura abaixo.

Hágn
Há gnon
gn on C
Cor
orre
or reia
re ia ddee Am
Amor
orim
or im
hagn
ha gnon
gnon_e
on _eng
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ng @hot
@h otma
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466.
46 6.97
6. 973.
97 3.22
3. 224-
22 4-20
4-20

· Para o ponto analisado, temos então: n=Nd/(Ac.fcd), m=n.[MRd/(Nd.h)], w=(As.fyd)/(Ac/fcd) e k; o que é


representado por um ponto no ábaco n-m-k.
· Repetindo o procedimento para diversos pontos, e interpolando para obter valores intermediários,
obtém a curva n-m-k, conforme mostra a figura a seguir.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

A construção de ábacos n-m-k já foi realizada por vários autores. A Engª Patrícia de A. S. Oliveira montou
inúmeros ábacos para seção retangular variando o tipo de arranjo de armaduras e o coeficiente de fluência f.
Um exemplo é apresentado na página seguinte.
Hágnon Correia de Amorim
hagnon_eng@hotmail.com
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Hágn
Há gnon
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hagn
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22 4-20
4-20

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
EXEMPLO 13

Dada a seção a seguir, montar o


diagrama N, M, 1/r em torno da
direção menos rígida e extrair os
valores da rigidez secante EIsec e k.
Em seguida, comparar com valor k
extraído a partir do ábaco n-m-k.

Diagrama N, M, 1/r montado na ferramenta computacional.

Hágnon
on C
Cor
orre
or reia
reia d
de Am
Amorim
hagn
ha gnon
on_e
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_e ng@hotmail.com
ng
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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Hágn
Há gnon
gnon C
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or reia
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Amor orim
or im
hagn
hagnon
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RESUMO (MÉTODOS APROXIMADOS)
A tabela a seguir apresenta um resumo das principais características de cada um dos métodos aproximados.

Pilar-padrão
Pilar-padrão com 1/r Pilar-padrão com
acoplado a diagrama
aproximada rigidez k aproximada
N, M, 1/r

Item da NBR 6118 15.8.3.3.2 15.8.3.3.3 15.8.3.3.4


NLG Pilar-padrão Pilar-padrão Pilar-padrão

1 0,005 0,005 æ M Sd ,tot ö EI sec


NLF = £ k = 32.çç1 + 5. ÷.n k=
r h.(n + 0,5) h
è h.N Sd ÷ø Ac .h 2 . f cd

Esbeltez limite l !90 l !90 l !140


Cálculo manual Sim Sim Não(*)
Necessita As
Não Não Não(*)
conhecido
(*) Opcionalmente, podem ser utilizados ábacos n-m-k.

MÉTODO GERAL
Hágnon Correia de Amorim
hagnon_eng@hotmail.com
Até o momento, foram apresentados três métodos aproximados para análise dos efeitos locais de 2ª ordem.
Agora, vamos estudar um processo mais abrangente e sofisticado, usualmente chamado de Método Geral.
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NBR 6118:2014
O método geral é definido na NBR 6118:2014, item 15.8.3.2, por apenas uma única frase:
“Consiste na análise não-linear de 2a. ordem efetuada com discretização adequada da barra, consideração da
relação momento-curvatura real em cada seção, e consideração da não-linearidade geométrica de maneira não
aproximada.”
Nesse item, não existe nenhuma formulação definida, e muito menos uma descrição detalhada de como aplicar
o método. Somente existe a definição acima, e nada mais.
Dessa frase, podemos extrair as seguintes informações principais:

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
Aplicabilidade
O método geral pode ser empregado apenas para pilares com l !200!e!é!obrigatório!para!pilares!com!l > 140.
Acima desse último limite (140), não se pode aplicar nenhum dos processos aproximados estudados
anteriormente.

Não-linearidade geométrica
As deformações ao longo lance do pilar devem ser analisadas por processo refinado. Não se pode adotar a
aproximação por uma curva senoidal (pilar-padrão).

Existem diferentes maneiras para considerar a não-linearidade


não linearidade geométrica de forma refinada. Uma primeira
Hágnon Correia de Amorim
alternativa é a partir do diagrama de momentos fletores no lance do pilar, obter as curvaturas (1/r) por meio
hagnon_eng@hotmail.com
da rigidez EI, as rotações (f)) e deslocamentos (d) por meio de integrações sucessivas, e depois, com esses
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incrementar os momentos de 2ª ordem nos esforços origi nais. Esse cálculo é repetido inúmeras vezes até o
originais.
acréscimo de esforços ou deslocamentos tender a zero.
Uma outra forma de tratar o problema é utilizar modelos numéricos que possibilitem a análise em 2ª ordem
(equilíbrio na posição deformada), como por exemplo, o cálculo de um pórtico espacial por meio de uma análise
P-d.
Seja qual for o processo empregado, a informação principal que se busca é a posição final de equilíbrio do lance
do pilar, de tal forma a definir a magnitude total dos efeitos locais de 2ª ordem.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

A busca dessa posição de equilíbrio é sempre iterativa. E, por isso, é fundamental que sejam consideradas
tolerâncias que controlem a convergência dos processos de forma eficiente e segura. Usualmente, esses valores
são definidos em “deltas máximos Hágnon Correia
imos de deslocamentos de Amorim
ou esforços”.
hagnon_eng@hotmail.com
gn _engng@h
466.97
973.224-20

Instabilidade local
Ao empregar um processo aproximado (pilar-padrão com 1/r aproximada, pilar-padrão com k aproximada,
pilar-padrão acoplado a diagrama N, M, 1/r), a única resposta final que temos é se o lance de pilar passa ou não
em relação à resistência última da seção crítica (ruptura).
Já, no método geral, além dessa informação (ruptura da seção crítica), pode-se flagrar se o lance é estável ou
instável, pois a busca pela posição de equilíbrio do mesmo é iterativa.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Ao adotar o método geral no cálculo de um pilar


demasiadamente esbelto, por exemplo, pode-se se chegar
numa situação de instabilidade quando o número máximo
de iterações definido na análise é alcançado.
Nesse caso, o processo não converge pois os acréscimos de
deslocamentos a cada iteração são superiores à tolerância
adotada. Esse resultado independe do nível de solicitação
da seção crítica em relação à sua resistência.

Não-linearidade física
A não-linearidade física é considerada por meio da obtenção da rigidez no diagrama N, M, 1/r. Essa rigidez
pode ser definida das seguintes formas:
· Pela rigidez secante EIsec obtida pela linearização do diagrama (reta), e que pode ser estendida para
todas as seções do lance. É a forma mais recomendável de se obter a rigidez, pois está a favor de segurança bem
como facilita a análise (desacoplamentoHágnon
das duas Correia
direções).de Amorim
hagnon_eng@hotmail.com
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· Pela rigidez secante EI obtida pela curva para cada seção do lance de acordo com a sua solicitação
atuante. Trata-se de um procedimento válido somente para casos de flexão composta normal.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

· Pela rigidez secante oblíqua em que considerem simultaneamente os esforços solicitantes em ambas as
direções dos pilares.

Hágn
Há gnon
gn on C
Cor
orre
or reia
reia de Amorim
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hagn
ha gnon
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on _eng
_e ng@h
ng @hotmail.com
@h om
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6. 973.
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Discretização adequada

No método geral, é fundamental que o


lance do pilar seja discretizado
adequadamente, de tal forma a obter
as respostas em várias seções.

Ao contrário dos processos aproximados em que a definição da seção crítica entre o topo e a base do lance do
pilar era realizada de forma simplificada pelo coeficiente ab, no método geral essa seção é definida de forma
bem mais realista.
121
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
Em lances de pilares de edifícios usuais, a discretização em 10 trechos é suficiente.

Coeficiente gf3
Pode ser considerada a formulação de segurança em que se calculam os efeitos de 2ª ordem das cargas
majoradas de gf/gf3, que posteriormente são majorados de gf3.

Hágnon Correia d
Há de
e Am
Amor
orim
or im
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466.973.224-20
20

Processo de verificação
O método geral é essencialmente um processo de verificação, pois é necessário conhecer previamente a
armadura ao longo do lance do pilar para calcular os esforços de 2ª ordem.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
Dessa forma, assim como no método do pilar-padrão acoplado a diagrama N, M, 1/r, o processo de
dimensionamento pelo método geral é iterativo. Define-se uma armadura e analisa-se o pilar sucessivamente,
até a obtenção de uma armadura necessária.

Cálculo manual
Calcular manualmente um lance de pilar pelo método geral é inviável, visto que é necessário considerar tanto a
não-linearidade física como a geométrica de forma refinada. Na prática, o emprego do método geral somente é
realizado com o uso de um computador.
Cabe ao Engenheiro de Estruturas conhecer a teoria que envolve o método, de tal forma a poder interpretar os
resultados obtidos de forma segura.

Esbeltez acima de 140


Devido ao fato de que pilares de edifícios de concreto armado com esbeltez superior a 140 ainda tenham sido
pouco estudados com o uso do método geral, recomenda-se o uso de um coeficiente ponderador de esforços
adicional (gn), cujo valor pode ser entre 1,2 a 1,4.

EXEMPLO 14
Calcular os efeitos locais de 2ª pelo método geral e dimensionar a armadura para o pilar a seguir.

Hágn
Há gnon Correia
gn ia de Amorim
hagn
ha gnon_eng@h
gn @hot
@h otmail.com
ot
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Foi utilizado um sistema computacional para resolver o problema.


O diagrama N, M, 1/r adotado para definição da rigidez secante é mostrado na figura a seguir.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

O resultado final após 12 iterações foi o seguinte:

Hágn
Há gnon
gn on C
Cor
orre
or reia
re ia ddee Am
Amor orim
or im
hagn
ha gnon
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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
EXEMPLO 15
Nesse exemplo, vamos analisar um pilar engastado na base submetido a uma flexão composta normal, que é
objeto de estudo durante o curso do PECE-USP.
Inicialmente, iremos adotar gf3 = 1,0 e rigidez EIsec pela reta. Depois, analisaremos os resultados com gf3 = 1,1.
Finalmente, veremos o cálculo com a rigidez EI obtida pela curva (válida apenas para casos de flexão composta
normal).

A. Dados

Hágnon Correia de Amorim



hagnon_eng@hotmail.com
Além da força normal de compressão, o pilar está submetido a uma força horizontal e um momento fletor no
topo segundo a sua direção menos rígida, de tal forma que os esforços de primeira ordem são:

Para montar o diagrama N, M, 1/r, é preciso predefinir uma


configuração de armadura. Como exemplo, vamos adotar 8 f 16
mm.

B. Cálculos iniciais
12 .(2.3,5)
l= = 93,3
0,26

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
M A = 2,0 ; M C = 1,3

1,3
a b = 0,8 + 0,2. = 0,93
2,0
æ 2,0 / 79,8 ö
25 + 12,5.ç ÷
l1 = è 0,26 ø
= 28,2 ® l1 = 35
0,93
Como l > l1, é necessário calcular os efeitos de 2ª ordem.
Como l > 90, é obrigatório o uso do método geral.
Não verificaremos o M1d,mín com o intuito de focar apenas a análise dos efeitos locais de 2ª ordem. Essa
verificação é obrigatória no caso de dimensionamento.

C. Análise com gf3 = 1,0 e EIsec pela reta


O diagrama N, M, 1/r (calculado por computador) com NSd = 79,8 tf e 8 f 16 mm é apresentado a seguir.

hagn
ha gnon_eng@hot
gn otmail.com
ot
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224-20
22

O momento resistente último da seção (MRd) é 7,1 tf.m e a rigidez secante pela reta é igual a 532,5 tf.m2.
Veja, a seguir, os deslocamentos e momentos fletores resultantes ao longo do pilar.

126
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Note que o esforço final na base atinge a resistência última do pilar.

D. Análise com gf3 = 1,1 e EIsec pela reta


O diagrama N, M, 1/r (calculado por computador) com NSd = 79,8 tf e 8 f 16 mm é apresentado a seguir.

Hágn
Há gnon
gnon Cor
orre
or reia de Amorim
re
hagnon_eng
ha ng@hotmail.com
ng
466.97
973.224-20
97

O momento resistente último da seção (MRd) continua o mesmo 7,1 tf.m (como era esperado) e a rigidez secante
pela reta aumentou para 567,8 tf.m2.
Como a análise em 2ª ordem é feita com NSd / 1,1 (que posteriormente é majorado por 1,1), bem como uma
rigidez maior, os deslocamentos são menores.

Consequentemente, os momentos fletores finais também diminuem, conforme mostra a figura a seguir.

127
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

E. Análise com gf3 = 1,1 e EIsec pela curva


Nesse caso, a rigidez adotada ao longo do lance do pilar é variável de acordo com a solicitação em cada trecho.
Note que as rigidezes obtidas pela curva são maiores.

Hágn
Há gnon Cor
gn orreia de Amorim
im
hagnon_eng
ha ng@hotmail.com
om
466.
46 6.97
973.224-20

Devido ao aumento de rigidez ao longo de todo o lance, os deslocamentos e os esforços finais diminuem
bastante.

128
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

F. Conclusões
Resumindo os resultados numa tabela, temos:

gf3 Rigidez EI MSd,tot (base)

1,0 Reta (532,5 tf.m2) 7,1 tf.m

1,1 Reta (567,8 tf.m2) 5,5 tf.m

1,1 Curva (entre 780 e 840 tf.m2) 4,2 tf.m


Hágnon
Nesse exemplo, o coeficiente gf3 e o modo como aCorreia decalculada
rigidez foi Amorim(reta ou curva) foram significativos nos
resultados. hagnon_eng@hotmail.com
466.973.224-20

Perceba que os valores obtidos pela curva, nesse exemplo, são bem superiores aos da reta.
Veja, a seguir, como a rigidez em cada seção é calculada utilizando a curva.

129
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Hágnon Correia de Amorim


Trata-se hagnon_eng@hotmail.com
se de uma forma bastante refinada de definir a rigidez ao longo de um pilar, pois cada trecho possui um
EI de acordo com a sua solicitação. 466.973.224-20
É importante lembrar, no entanto, que essa metodologia somente é válida para casos de flexão composta
normal, visto que os esforços na outra direção são ignorados. Mais adiante, veremos como obter a rigidez EI
oblíqua real.

EXEMPLO 16
Agora, vamos verificar um pilar utilizando todos os métodos definidos na NBR 6118:2014. No caso do método
geral, vamos variar o coeficiente gf3, ora com um valor de 1,0 ora com um valor de 1,1, e o modo de como a
rigidez é extraída do diagrama N, M, 1/r, ora pela reta, ora pela curva.

130
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Dada a armadura constante no lance de 12 f 20 mm (d’ =


4,5 cm),Hágnon
o pilar passa ou nãode
Correia passa?
Amorim
hagnon_eng@hotmail.com
466.973.224-20
Trata-se, também, de um exemplo estudado no curso do PECE-USP.

A. Cálculos iniciais
12 .7,5
l= = 74,2
0,35
M A = 10,5 ; M B = -2,0
- 2,0
a b = 0,6 + 0,4. = 0,524
10,5
æ 10,5 / 320 ö
25 + 12,5.ç ÷
l1 = è 0,35 ø
= 50
0,524
Como l > l1, é necessário calcular os efeitos locais de 2ª ordem.
Como l < 90, pode-se adotar qualquer um dos métodos aproximados bem como o método geral.
Não verificaremos o M1d,mín com o intuito de focar apenas a análise dos efeitos locais de 2ª ordem. Essa
verificação é obrigatória no caso de dimensionamento.

131
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
B. Pilar-padrão com curvatura aproximada
320
n= = 0,985
(0,35.0,65). 2000
1,4
1 0,005 0,005 1
= = 0,00962 < = 0,014 Þ = 0,00962
r 0,35.(0,985 + 0,5) 0,35 r

7,5 2
M Sd ,tot = 0,524.10,5 + 320. .0,0962 = 22,8tf .m
10

Hágnon Correia de Amorim


hagnon_eng@hotmail.com
C. Pilar-padrão com k aproximada
466.973.224-20
A = 5.b = 5.0,35 = 1,75

N Sd .l e2 320.7,5 2
B = b 2 .N Sd - - 5.b.M S1d = 0,35 2.320 - - 5.0,35.0,524.10,5 = -26,675
320 320
C = - N Sd .b 2 .M S1d = -320.0,35 2.0,524.10,5 = -215,6

- B + B 2 - 4. A.C 26,675 + - 26,675 2 - 4.1,75. - 215,6


M Sd ,tot = = = 21,1tf .m
2. A 2.1,75
Conferindo a convergência segundo as fórmulas do item 15.8.3.3.3:
æ 21,1 ö
k = 32.ç1 + 5. ÷.0,985 = 61,2
è 0,35.320 ø
0,524.10,5
M Sd ,tot = = 21,1 Þ OK!
74,2 2
1-
120.61,2 / 0,985

132
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

D. Pilar-padrão acoplado a diagrama N, M, 1/r


O diagrama N, M, 1/r para a armadura adotada, NSd = 320 tf e gf3 = 1,0 é apresentado a seguir.

Hágn
Há gnon C
Correia de Amorim
im
hagnon_e
ha _eng@hotmail.com
_e om
466.
6.973.224-20
6.

Note que:
· O momento resistente último MRd na direção analisada é de 14,8 tf.m.
· A rigidez k obtida pelo diagrama (78,6) é bem maior que a rigidez k aproximada (61,2).
O momento total aplicando a rigidez k obtida pelo normal-diagrama momento-curvatura é:
0,524.10,5
M Sd ,tot = = 12,9tf .m
74,2 2
1-
120.78,6 / 0,985
Esse esforço é bem menor que os valores obtidos anteriormente (22,8 tf para pilar-padrão com 1/r aproximada
e 21,1 para pilar-padrão com rigidez k aproximada).

133
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Resolvendo o exemplo com o ábaco apresentado na página 117, temos:

Hágnon Correia de Amorim



hagnon_eng@hotmail.com
466.
46 6.973.
6. 3.22
3. 224-
22 4-20
4-20

E. Método geral
O diagrama N, M, 1/r para é o mesmo utilizado anteriormente no método do pilar-padrão acoplado a diagrama.

134
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Adotando-se uma tolerância máxima de deslocamentos relativos de 0,1 mm e um número máximo de iterações
igual a 20, chegaremos ao seguinte resultado final.

Hágnon Cor
orre
or reia
reia de Amorim
hagnon_eng
ng@h
ng @hotmail.com
@h
466.97
973.
97 3.224-20
3.

Note que o momento fletor total na seção crítica (13,3 tf) é maior que o valor obtido pelo método do pilar-
padrão acoplado a diagrama N, M, 1/r (12,9 tf.m).
Lembrando que para a armadura adotada, tem MRd = 14,8 tf.m.

Note que:
· Quando comparado com o processo mais preciso (método geral), o método do pilar-padrão com 1/r
aproximada superestimou os efeitos locais de 2ª ordem (+71%).
135
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
· Quando comparado com o processo mais preciso (método geral), o método do pilar-padrão com rigidez
k aproximada superestimou os efeitos locais de 2ª ordem (+59%).
· Em relação ao processo mais preciso (método geral), o método do pilar-padrão acoplado a diagrama N,
M, 1/r teve um resultado bem próximo (-3%).

F. Método geral com gf3 = 1,1


O diagrama N, M, 1/r (calculado por computador) com NSd = 320 tf e 12 f 20 mm é apresentado a seguir.

O momento resistente último da seção (MRd) continua o mesmo 14,8 tf.m (como era esperado) e a rigidez
secante pela reta aumentou para 3359,0 tf.m2.
Como a análise em 2ª ordem é feita com NSd / 1,1 (que posteriormente é majorado por 1,1), bem como uma
Hágnon Correia de Amorim
rigidez maior, os deslocamentos são menores.
hagnon_eng@hotmail.com
Consequentemente, os momentos fletores finais466.973.224-20
também diminuem, conforme mostra a figura a seguir.

G. Método geral pela curva


Nesse caso, a rigidez adotada ao longo do lance do pilar é variável de acordo com a solicitação em cada trecho.
Note que as rigidezes obtidas pela curva são praticamente as mesmas da reta, pois a curva quase coincide com a
reta.

136
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

E, portanto, nesse caso, os resultados variam muito pouco (como era de se esperar).

hagnon_eng
ng@h
ng @hotmail.com
@h
466.
6.97
6. 973.
97 3.224-20
3.

H. Conclusões
Resumindo os resultados numa tabela, temos:

Método gf3 Rigidez EI MSd,tot Passa

Pilar-padrão com 1/r


1,0 Aprox. (2370 tf.m2) 22,8 tf.m Não
aproximada

Pilar-padrão com k aproximada 1,0 Aprox. (2437 tf.m2) 21,1 tf.m Não

Pilar-padrão acoplado a N, M,
1,0 Reta (3130 tf.m2) 12,9 tf.m Sim
1/r

Método geral 1,0 Reta (3130 tf.m2) 13,3 tf.m Sim

Método geral 1,1 Reta (3359 tf.m2) 12,1 tf.m Sim

Curva (entre 3340 e 3386


Método geral 1,1 11,9 tf.m Sim
tf.m2)

Note que:

137
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
· A maneira como a não-linearidade física é tratada é significativa no resultado final. As rigidezes
aproximadas geram valores finais com uma boa margem de segurança.
· A maneira como a não-linearidade geométrica é tratada (pilar-padrão X processo não-aproximado) não
trouxe grandes diferenças nos resultados.

RESUMO GERAL
Até o momento, estudamos com relativa profundidade todos os processos presentes na NBR 6118:2014 para
análise dos efeitos locais de 2ª ordem. Por meio de exemplos, foi possível perceber as particularidades cada
método e conhecer um pouco das suas vantagens e desvantagens.
O gráfico a seguir faz um resumo geral quanto à aplicabilidade dos métodos em função do índice de esbeltez do
pilar.

Hágnon Cor
Há orre
or reia
reia d
de
e Amorim
im
hagnon_eng@hotmail.com
466.973.224-20

No gráfico anterior, a palavra “qualquer” deve ser encarada com certa precaução, pois há casos em que o seu
campo de aplicação ainda não foi devidamente testado e comprovado, sendo necessário estudos mais
aprofundados para se ter uma resposta mais precisa e definitiva.
O próprio Método Geral que é mais abrangente, por exemplo, necessita de mais testes para que seja
comprovada a sua validade para todo e qualquer tipo de pilar (ex.: pilares de seção genérica com índice de
esbeltez acima de 140).
Enquanto não se tem uma resposta definitiva para todos os casos, é sempre conveniente durante a elaboração
de um projeto estrutural, cercar-se de soluções que levem a uma estrutura mais segura, principalmente em
situações “que fogem do trivial”.

138
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
FLEXÃO COMPOSTA OBLÍQUA
Na vida real, todo pilar, seja ele de canto, de extremidade ou intermediário, está submetido a uma força normal
de compressão e a momentos fletores concomitantes nas duas direções, ou seja, a uma flexão composta oblíqua.
Há certos casos em que a aproximação para uma flexão composta normal é possível e defensável,
principalmente quando se quer resolver um problema de forma manual, sem o auxílio de um computador.
Nos sistemas computacionais atuais destinados à elaboração de projetos de estruturas de concreto armado,
todo lance de pilar é analisado nas duas direções. Mesmo que os momentos fletores em uma delas sejam
pequenos, o pilar é dimensionado levando em consideração a existência dos mesmos.
Porém, é importante deixar claro que o que se faz hoje, na prática, é analisar o pilar nas duas direções
separadamente, calculando os efeitos de 2ª ordem e das imperfeições geométricas de forma isolada, e depois ao
final, fazer a composição dos esforços obtidos para o dimensionamento das armaduras. Isto é, nada mais é do
que duas flexões compostas normais que se juntam no fim. Podemos dizer então que se trata de uma análise
oblíqua “simplificada”.

Hágnon Correia
ia de Amororim
or
hagnon_eng@hot otma
otmail.com
ma om
466.973.224-20
20

A figura anterior representa bem o que foi colocado. Os esforços são calculados nas direções y e z de forma
independente (um não influi na resposta do outro), e depois são acoplados durante o dimensionamento.
Esse tipo de procedimento, que na realidade é uma simplificação da análise oblíqua verdadeira, é bastante
eficiente desde que certas precauções sejam consideradas, e também é permitido pela norma de concreto atual.

NBR 6118:2014
No item 15.8.3.3.5 da NBR 6118:2014, tem-se:
“Quando a esbeltez de um pilar de seção retangular submetido à flexão composta normal oblíqua for menor que
90 (l < 90) nas duas direções principais, podem ser aplicados os processos aproximados descritos em 15.8.3.3.2,
15.8.3.3.3 e 15.8.3.3.4, simultaneamente, em cada uma das direções.”
“A amplificação dos momentos de 1ª ordem em cada direção é diferente, pois depende de valores distintos de
rigidez e esbeltez.”
“Uma vez obtida a distribuição de momentos totais de 1ª e 2ª ordens, em cada direção, deve ser verificada, para
cada seção ao longo do eixo, se a composição desses momentos solicitantes fica dentro da envoltória de momentos
resistentes para a armadura escolhida. Essa verificação pode ser realizada em apenas três seções: nas
extremidades A e B e num ponto intermediário onde se admite atuar concomitantemente os momentos Md,tot nas
duas direções (x e y).”
É possível perceber que a atual norma de concreto permite, com restrições, adotar a flexão composta oblíqua
“simplificada” utilizando o método do pilar-padrão com rigidez k aproximada.

139
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
A seguir, serão estudados alguns exemplos aplicando esse tipo de procedimento. No final deste capítulo, será
feita uma breve discussão a respeito da análise à flexão composta oblíqua mais precisa.

EXEMPLO 17
Trata-se de um exemplo presente na publicação do Ibracon “Comentários da NB-1”, cujos dados são fornecidos
a seguir.

A. Cálculos iniciais
b = 20cm e h = 60cm
le 300
lx = 12. = 12 . = 17,3 Hágnon Correia de Amorim
h 60
hagnon_eng@hotmail.com
le 300
l y = 12. = 12 . = 52,0 466.973.224-20
b 20
· Segundo o item 13.2.3, o coeficiente adicional gn=1,0.
· Segundo o item 15.8.3.3.3, pode-se adotar o método do pilar-padrão com rigidez k aproximada.
· Segundo o item 15.8.3.1, não é necessário considerar a fluência.

A.1 Cálculo em x
M S1dx, A = 7,0tf .m (70kN.m)

M S1dx, B = -4,0tf .m (-40kN.m)

M S1dx, B -4
a bx = 0,6 + 0,4. = 0,6 + 0,4. = 0,37 < 0,4 Þ a bx = 0,4
M S1dx, A 7

æe ö æ M S 1dx, A / N Sd ö æ 7 / 210 ö
25 + 12,5.ç 1x ÷ 25 + 12,5.çç ÷÷ 25 + 12,5.ç ÷
è h ø= è h ø= è 0,6 ø = 64,2
l1x =
a bx a bx 0,4

A.2 Cálculo em y
M S1dy, A = 6,0tf .m (60kN.m)

M S1dy, B = -5,0tf .m (-50kN.m)

140
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
M S1dy, B -5
a by = 0,6 + 0,4. = 0,6 + 0,4. = 0,27 < 0,4 Þ a by = 0,4
M S1dy, A 6

æ e1 y ö æM / N Sd ö
25 + 12,5.çç ÷÷ 25 + 12,5.çç S 1dy, A ÷÷ 25 + 12,5.æç 6 / 210 ö÷
l1 y = è b ø= è b ø= è 0,2 ø = 67,0
a by a by 0,4

B. Cálculo dos efeitos locais de 2ª ordem


Como l x = 17,3 < l1x = 64,2 e l y = 52,0 < l1 y = 67,0 , não é necessário calcular os efeitos locais de 2ª ordem
em nenhuma das direções.

C. Esforços finais para dimensionamento


A armadura longitudinal do pilar deverá ser dimensionada de modo que a sua resistência ( N Rd , M Rdx , M Rdy )
atenda as condições de solicitação listadas a seguir. Os valores dos esforços adimensionais (n , m x , m y )
apresentados podem ser utilizados em ábacos para o dimensionamento desta armadura.

C.1 Flexão oblíqua no topo do pilar


N Sd = 210tf (2.100kN) Þ n = 0,817

M Sdx = 7,0tf .m (70kN.m) Þ m x = 0,0454


hagnon_eng@hotmail.com
M Sdy = 5,0tf .m (50kN.m) Þ m y = 0,0972
466.973.224-20
C.3 Flexão oblíqua na base do pilar
N Sd = 210tf (2.100kN) Þ n = 0,817

M Sdx = -4,0tf .m (-40kN.m) Þ m x = -0,0259

M Sdy = -6,0tf .m (-60kN.m) Þ m y = -0,1167

D. Dimensionamento de armadura
Considerando um cobrimento igual a 30mm e uma armadura transversal com diâmetro de 6,3mm, obtém-se
uma possível configuração de armadura longitudinal composta por 10 barras de 20mm (As = 31,4cm2), aço
CA50, na qual todas as condições de solicitação são atendidas, conforme mostra figura a seguir:

141
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Utilizando um Método Geral, no qual considera-se a relação momento-curvatura real em diversas seções ao
longo do pilar e a não-linearidade geométrica de forma não aproximada, obtém-se a seguinte resposta:

Hágn
Há gnon
gnon Correia de Amorim
hagnon
ha on_e
on_eng@hotmail.com
_e
466.973.224-20
46

EXEMPLO 18
Trata-se do mesmo lance de pilar analisado anteriormente, porém com o diagrama de momentos fletores em
torno da direção menos rígida alterado.

142
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

A. Cálculos iniciais
A.1 Cálculo em x
M S1dx, A = 7,0tf .m

M S1dx, B = -4,0tf .m

M S1dx, B -4
a bx = 0,6 + 0,4. = 0,6 + 0,4. = 0,37 < 0,4 Þ a bx = 0,4
M S1dx, A 7

æe ö æ M S1dx, A / N Sd ö æ 7 / 210 ö
25 + 12,5.ç 1x ÷ 25 + 12,5.çç ÷÷ 25 + 12,5.ç ÷
è h ø è h ø è 0,6 ø
l1x = = = = 64,2
a bx a bxHágnon Correia de0Amorim,4
hagnon_eng@hotmail.com
A.2 Cálculo em y 466.973.224-20

M S1dy, A = 6,0tf .m

M S1dy, B = 0,0tf .m

M S1dy, B 0
a by = 0,6 + 0,4. = 0,6 + 0,4. = 0,6
M S1dy, A 6

æ e1 y ö æM / N Sd ö
25 + 12,5.çç ÷÷ 25 + 12,5.çç S 1dy, A ÷÷ 25 + 12,5.æç 6 / 210 ö÷
l1 y = è b ø= è b ø= è 0,2 ø = 44,6
a by a by 0,6

B. Cálculo dos efeitos locais de 2ª ordem


Embora o índice de esbeltez limite tenha sido ultrapassado apenas em uma direção, isto é,
l x = 17,3 < l1x = 64,2 e l y = 52,0 > l1 y = 44,6 , vamos calcular os efeitos locais de 2ª ordem tanto em x como
em y.

B.1 Flexão oblíqua entre o topo e a base do pilar


a) Cálculo em x

Utilizando a formulação direta do método do pilar-padrão com rigidez k aproximada, tem-se:

143
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
M S1dx = a bx .M S1dx, A = 0,4.7,0 = 2,8tf .m
A = 5.h = 5.0,6 = 3,0

N Sd .l e2 210.32
B = h 2 .N Sd - - 5.h.M S1dx = 0,6 2.210 - - 5.0,6.2,8 = 61,3
320 320
C = - N Sd .h 2 .M S1dx = -210.0,6 2.2,8 = -211,7

- B + B 2 - 4. A.C - 61,3 + 61,3 2 - 4.3,0. - 211,7


M Sdx,tot = = = 3,01tf .m
2. A 2.3,0
Conferindo a convergência segundo as fórmulas do item 15.8.3.3.3:

æ M Sdx,tot ö æ 3,01 ö
k x = 32.çç1 + 5. ÷÷.n = 32.ç1 + 5. ÷.0,817 = 29,3
è h.N Sd ø è 0,6.210 ø

M S1dx 2,8
M Sdx,tot = = = 3,0 Þ OK !
l 2
17,3 2
1- x
1-
120.k x /n 120.29,3 / 0,817

b) Cálculo em y

M S1dy = a by .M S1dy, A = 0,6.6,0 = 3,6tf .m


A = 5.b = 5.0,2 = 1,0 Hágnon Correia de Amorim
N Sd .le2 hagnon_eng@hotmail.com
210.32
B = b 2 .N Sd - - 5.b.M S1dy = 0,2 2.210 - 466.973.224-20
- 5.0,2.3,6 = -1,1
320 320
C = - N Sd .b 2 .M S1dy = -210.0,2 2.3,6 = -30,2

- B + B 2 - 4. A.C 1,1 + - 1,12 - 4.1,0. - 30,2


M Sdy,tot = = = 6,08tf .m
2. A 2.1,0
Conferindo a convergência segundo as fórmulas do item 15.8.3.3.3:
æ M Sdy,tot ö æ 6,08 ö
k y = 32.çç1 + 5. ÷÷.n = 32.ç1 + 5. ÷.0,817 = 45,1
è b.N Sd ø è 0,2.210 ø

M S1dy 3,6
M Sdy,tot = = = 6,1 Þ OK!
l 2
52,0 2
1-
y
1-
120.k y /n 120.45,1 / 0,817

C. Esforços finais para dimensionamento


A armadura longitudinal do pilar deverá ser dimensionada de modo que a sua resistência ( N Rd , M Rdx , M Rdy )
atenda as condições de solicitação listadas a seguir.

C.1 Flexão oblíqua no topo do pilar


N Sd = 210tf ; M Sdx = 7,0tf .m ; M Sdy = 0,0tf .m

144
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
C.2 Flexão oblíqua na base do pilar
N Sd = 210tf ; M Sdx = -4,0tf .m ; M Sdy = -6,0tf .m

C.3 Flexão oblíqua entre o topo e a base do pilar


N Sd = 210tf ; M Sdx = 3,01tf .m ; M Sdy = -6,08tf .m

D. Dimensionamento de armadura
Considerando um cobrimento igual a 30 mm e uma armadura transversal com diâmetro de 6,3 mm, obtém-se
uma possível configuração de armadura longitudinal composta por 10 barras de 20 mm (As = 31,4 cm2), aço
CA50, na qual todas as condições de solicitação são atendidas, conforme mostra a figura a seguir.

Hágnon
Há on C
Cor
orre
or reia
re ia ddee Am
Amorim
hagn
ha gnon
gnon_e
on _eng
_e ng@h
ng @hotma
@h mailil.c
.com
om
466.
46 6.97
6. 973.
97 3.22
3. 224-
22 4-20
4-20

Note que o esforço de 2ª ordem no meio do lance (ponto M) tende a levar a seção para o ELU na direção menos
rígida.
Utilizando o Método Geral, no qual se considera a relação momento-curvatura real em diversas seções ao longo
do pilar (rigidez EI pela reta) e a não-linearidade geométrica de forma não aproximada, obtém-se a seguinte
resposta:

145
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Note que os efeitos locais de 2ª foram razoavelmente menores que os calculados pelo método aproximado. Na
direção mais rígida, esses esforços são insignificantes.

EXEMPLO 19
Hágnon Correia de Amorim
Trata-se
se do mesmo lance de pilar analisado anteriormente, porém com o diagrama de momentos fletores em
hagnon_eng@hotmail.com
torno da direção menos rígida alterado. 466.973.224-20

A. Cálculos iniciais
A.1 Cálculo em x
M S1dx, A = 7,0tf .m

M S1dx, B = -4,0tf .m

M S1dx, B -4
a bx = 0,6 + 0,4. = 0,6 + 0,4. = 0,37 < 0,4 Þ a bx = 0,4
M S1dx, A 7

146
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
æe ö æ M S1dx, A / N Sd ö æ 7 / 210 ö
25 + 12,5.ç 1x ÷ 25 + 12,5.çç ÷÷ 25 + 12,5.ç ÷
è h ø= è h ø= è 0,6 ø = 64,2
l1x =
a bx a bx 0,4

A.2 Cálculo em y
M S1dy, A = 6,0tf .m

M S1dy, B = 5,0tf .m

M S1dy, B 5
a by = 0,6 + 0,4. = 0,6 + 0,4. = 0,93
M S1dy, A 6

æ e1 y ö æM / N Sd ö
25 + 12,5.çç ÷ 25 + 12,5.ç S 1dy, A ÷ 25 + 12,5.æç 6 / 210 ö÷
÷ ç ÷
l1 y = è b ø= è b ø= è 0,2 ø = 28,8 < 35 Þ l = 35,0
a by a by
1y
0,93

B. Cálculo dos efeitos locais de 2ª ordem


Embora o índice de esbeltez limite tenha sido ultrapassado apenas em uma direção, isto é,
l x = 17,3 < l1x = 64,2 e l y = 52,0 > l1 y = 35,0 , vamos calcular os efeitos locais de 2ª ordem tanto em x como
em y.

Hágnon
B.1 Flexão oblíqua entre o topo Correia
e a base de Amorim
do pilar
hagnon_eng@hotmail.com
a) Cálculo em x 466.973.224-20

Utilizando a formulação direta do método do pilar-padrão com rigidez k aproximada, tem-se:


M S1dx = a bx .M S1dx, A = 0,4.7,0 = 2,8tf .m
A = 5.h = 5.0,6 = 3,0

N Sd .l e2 210.32
B = h 2 .N Sd - - 5.h.M S1dx = 0,6 2.210 - - 5.0,6.2,8 = 61,3
320 320
C = - N Sd .h 2 .M S1dx = -210.0,6 2.2,8 = -211,7

- B + B 2 - 4. A.C - 61,3 + 61,3 2 - 4.3,0. - 211,7


M Sdx,tot = = = 3,01tf .m
2. A 2.3,0
Conferindo a convergência segundo as fórmulas do item 15.8.3.3.3:
æ M Sdx,tot ö æ 3,01 ö
k x = 32.çç1 + 5. ÷÷.n = 32.ç1 + 5. ÷.0,817 = 29,3
è h.N Sd ø è 0,6.210 ø

M S1dx 2,8
M Sdx,tot = = = 3,0 Þ OK !
l 2
17,3 2
1- x
1-
120.k x /n 120.29,3 / 0,817

b)Cálculo em y

147
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
M S1dy = a by .M S1dy, A = 0,93.6,0 = 5,6tf .m
A = 5.b = 5.0,2 = 1,0

N Sd .l e2 210.32
B = b 2 .N Sd - - 5.b.M S1dy = 0,2 2.210 - - 5.0,2.5,6 = -3,1
320 320
C = - N Sd .b 2 .M S1dy = -210.0,2 2.5,6 = -47,0

- B + B 2 - 4. A.C 3,1 + - 3,12 - 4.1,0. - 47, 0


M Sdy,tot = = = 8,59tf .m
2. A 2.1,0
Conferindo a convergência segundo as fórmulas do item 15.8.3.3.3:
æ M Sdy,tot ö æ 8,59 ö
k y = 32.çç1 + 5. ÷÷.n = 32.ç1 + 5. ÷.0,817 = 52,9
è b.N Sd ø è 0,2.210 ø

M S1dy 5,6
M Sdy,tot = = = 8,6 Þ OK!
l 2
52,0 2
1-
y
1-
120.k y /n 120.52,9 / 0,817

C. Esforços finais para dimensionamento


A armadura longitudinal do pilar deverá ser dimensionada de modo que a sua resistência ( N Rd , M Rdx , M Rdy )
atenda as condições de solicitação listadas a seguir.
hagnon_eng@hotmail.com
C.1 Flexão oblíqua no topo do pilar 466.973.224-20
N Sd = 210tf ; M Sdx = 7,0tf .m ; M Sdy = -5,0tf .m

C.2 Flexão oblíqua na base do pilar


N Sd = 210tf ; M Sdx = -4,0tf .m ; M Sdy = -6,0tf .m

C.3 Flexão oblíqua entre o topo e a base do pilar


N Sd = 210tf ; M Sdx = 3,01tf .m ; M Sdy = -8,59tf .m

D. Dimensionamento de armadura
Considerando um cobrimento igual a 30 mm e uma armadura transversal com diâmetro de 6,3 mm, obtém-se
uma possível configuração de armadura longitudinal composta por 14 barras de 20 mm (As = 44,0 cm2), aço
CA50, na qual todas as condições de solicitação são atendidas, conforme mostra a figura a seguir.

148
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Note que o efeito de 2ª ordem no meio do lance (ponto M) é o esforço crítico para o dimensionamento e tende a
levar a seção para o ELU na direção menos rígida.
Utilizando o Método Geral, no qual considera-se a relação momento-curvatura real em diversas seções ao longo
do pilar (rigidez EI pela reta) e a não-linearidade geométrica de forma não aproximada, obtém-se a seguinte
resposta:
Hágn
Há gnon
gnon Correia de Amorim
hagnon_e
ha _engng@h
@hot
otma
mailil.c
.com
om
466.
46 6.973.224-20

Note que o efeito da 2ª ordem na direção menos rígida continua a ser preponderante e tende a levar a seção
para o ELU. Quando comparado com o esforço total calculado pelo método aproximado (8,59 tf.m), o valor
obtido pelo Método Geral é um pouco menor (8,0 tf.m).

149
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
ANÁLISE OBLÍQUA MAIS PRECISA
Nos exemplos anteriores, analisamos os pilares por meio de uma análise à flexão composta oblíqua
“simplificada”, isto é, calculamos os efeitos locais nas duas direções de forma desacoplada, e depois fizemos a
composição no final para o dimensionamento da armadura.
Para que essa simplificação possa ser adotada, a consideração da não-linearidade física em cada uma das
direções, isto é, a definição das rigidezes EI a serem empregadas na análise, deve estar sempre a favor da
segurança.

A rigidez EI jamais pode ser extraída pela curva em casos de flexão oblíqua!

Em casos em que há atuação de momentos fletores concomintantes em ambas direções (flexão composta
oblíqua), quando for utilizado o diagrama N, M, 1/r (método geral ou pilar-padrão acoplado a diagramas), a
rigidez EI calculada, em hipótese alguma, ela poderá ser extraída pela curva (como havíamos feito nos
exemplos com flexão composta normal).
Nessa situação, deve-se utilizar sempre a rigidez definida pela reta (linearização do diagrama N, M, 1/r). Caso
contrário, isto é, se a rigidez for calculada pela curva, os resultados ficarão contra a segurança.

Um exemplo vale mais que muitas palavras

Seguindo esse princípio, vamos fazer uma rápida aplicação para compreender o que foi colocado
anteriormente.
Seja uma seção de 30 cm x 60 cm, composta por armadura de 16 barras f 20 mm, concreto C30, (gc = 1,4), aço
CA50, (gs = 1,15). Hágnon Correia de Amorim
hagnon_eng@hotmail.com
hagn
ha gnon
gnon_e
on_eng
_e ng@h
ng @hot
@h otma
otmail
ma il.c
il .com
.c om
466.
6.97
6. 973.224-
97 4-20
4-20

O diagrama N, M, 1/r em torno da direção menos rígida com Nd = 150 tf e gf3 = 1,1 é mostrado a seguir.

150

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