Notas de Aula - Estruturas de Concreto I
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Notas de Aula - Estruturas de Concreto I
NOTAS DE AULA
ESTRUTURAS DE CONCRETO I
1 – CONSIDERAÇÕES BÁSICAS.
A forma mais presente deste material é o concreto armado, cuja composição se dá com a
junção de dois materiais muito utilizados na construção civil.
Concreto
Pasta de Cimento:
Agregado Miúdo
Cimento + Água
A composição citada na figura 1.1 ainda pode ser acrescida de aditivos e adições
minerais, que buscam melhorar algumas de suas características, como exemplo,
resistência à compressão e trabalhabilidade.
A idéia básica do concreto armado é a junção de um material que tem boa resistência à
compressão (concreto) com um material que resiste bem a tração (aço).
1.4 Histórico.
Neste item serão discutidas as propriedades no estado fresco e endurecido que estão
mais relacionadas a aplicabilidade do concreto estrutural, e como algumas destas são
transformadas em propriedades de cálculo.
2.1 Consistência.
2.2 Adensamento.
É feito por meio da aplicação de energia mecânica ao concreto. Tem a função de evitar
a formação de bolhas de ar, vazios e segregação de material, e fazer com que o concreto
preencha todos os cantos da forma.
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 6
A norma NBR 6118:2003 se aplica a concretos de massa específica normal, que são
aqueles que, depois de secos em estufa, têm massa específica compreendida entre
2000 kg/m3 e 2800 kg/m3.
Se a massa específica real não for conhecida, para efeito de cálculo, pode-se adotar para
o concreto simples o valor 2400 kg/m3 e para o concreto armado 2500 kg/m3.
Para efeito de análise estrutural, o coeficiente de dilatação térmica pode ser admitido
como sendo igual a 10-5/°C.
2.4 Durabilidade.
Se não for conhecido o desvio padrão Sd, o mesmo será dado em função das condições
de preparo (NBR 12655:1996):
Sd = 4 MPa: para concreto preparado na condição A (classes C10 até C80):
controle de dosagem rigoroso;
Sd = 5,5 MPa: para concreto preparado na condição B (classes C10 até C25):
controle de dosagem razoável;
Sd = 7 MPa: para concreto preparado na condição C (classes C10 e C15):
controle de dosagem regular.
O concreto a ser especificado nos projetos, de acordo com NBR 6118:2003, deverá
apresentar uma resistência característica (fck) não inferior a 20 MPa. O concreto pré-
misturado deverá ser fornecido com base na resistência característica.
Segundo o item 8.2.5, a resistência à tração direta (fct) pode ser considerada igual a
fct = 0,9 fct,sp ou fct = 0,7 fct,f ou, na falta de ensaios para obtenção de fct,sp e fct,f, pode ser
avaliado o seu valor médio ou característico por meio da eq. 2.6:
2/3
f ct ,m 0.3 f ck
f ctk ,inf 0.7 f ct ,m (2.6)
f ctk ,sup 1.3 f ct ,m
onde fct,m e fck são expressos em MPa.
O diagrama tensão – deformação do concreto tem uma dependência direta com a sua
resistência à compressão e com parâmetros de seus materiais constituintes. Exemplo de
como é a curva tensão – deformação do concreto é apresentado na figura 2.5:
2
c
c 0,85. f cd .1 1 (2.10)
0,002
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 12
Segundo o item 8.2.10.1, para análises no estado limite último, podem ser empregados o
diagrama tensão-deformação idealizado mostrado na figura 2.6.
Para análise, três módulos de elasticidade podem ser descritos (figura 2.7):
Módulo de elasticidade tangente inicial: E ci tg i ;
Módulo de elasticidade secante: Ecs tg s ;
Módulo de elasticidade tangente: E ct tg t .
Tensão
t
s
Deformação
i
Segundo o item 8.2.8, o módulo de elasticidade deve ser obtido segundo ensaio descrito
na NBR 8522:2008, sendo considerado nesta norma o módulo de deformação tangente
inicial cordal a 30% fc, ou outra tensão especificada em projeto. Quando não forem
feitos ensaios e não existirem dados mais precisos sobre o concreto usado na idade de
28 dias, pode-se estimar o valor do módulo de elasticidade usando a eq. 2.11:
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 13
O módulo de elasticidade numa idade j ≥ 7 dias pode também ser avaliado através dessa
expressão, substituindo-se fck por fckj.
Para tensões de compressão menores que 0,5 fc, pode-se admitir uma relação linear
entre tensões e deformações, adotando-se para módulo de elasticidade o valor secante
dado pela expressão constante na eq. 2.12.
Para tensões de compressão menores que 0,5 fc e tensões de tração menores que fct, o
coeficiente de Poisson relativo às deformações elásticas no concreto pode ser
considerado igual a 0,20 e o módulo de elasticidade transversal Gc = 0,4Ecs (item 8.29).
2.11 Deformações.
2.11.1 Retração.
Observada no ato de aplicação das cargas externas, onde o esforço interno é absorvido
parte pelo esqueleto sólido do concreto e parte pela água confinada nos poros. A
deformação imediata pode ser calculada pela eq. 2.15:
Li ci .L (2.15)
onde ci = deformação imediata unitária.
No entanto, como o aço resiste bem tanto a tração quanto à compressão, poderá
absorver esforços também em regiões comprimidas do concreto.
Os aços para concreto armado são fornecidos sob a forma de barras e fios de seção
circular, com propriedades e dimensões padronizadas pela norma NBR 7480:1996.
3.1 Classificação.
Os aços para concreto armado são classificados de acordo com a sua bitola, sua
resistência característica à tração e o processo empregado em sua fabricação.
B
fm
C
f yk A
Deformação
Este tipo de aço não apresenta nos ensaios patamar de escoamento bem definido. O
limite de escoamento é estabelecido convencionalmente como sendo a tensão que
produz uma deformação permanente de 0,2 %.
Os fios apresentam diagrama tensão x deformação conforme figura 3.2, onde “A”
representa o limite de proporcionalidade, “B” o limite escoamento, “C” o limite de
resistência, e “D” o limite de ruptura.
Tensão
C
fm
D
B
fyk
fyp A
0,2%
Deformação
3.3 Designação.
A designação dos aços para concreto armado deve apresentar a sigla CA, seguida da
resistência característica de escoamento. Exemplo: CA-50 – CA: iniciais de concreto
armado; 50: resistência característica de escoamento em kN/cm2 (fyk = 500 MPa).
Nos projetos de estruturas de concreto armado deve ser utilizado aço classificado pela
NBR 7480:1996 com o valor característico da resistência de escoamento nas categorias
CA-25, CA-50 e CA-60. Os diâmetros e seções transversais nominais devem ser os
estabelecidos na NBR 7480:1996 (item 8.3.1).
A massa real das barras deve ser igual à sua massa nominal, com tolerância de 6 %
para diâmetro igual ou superior a 10,0 mm e de 10 % para diâmetro inferior a
10,0 mm.
3.5 Marcação.
Fios e barras lisas: deve ser feita por etiqueta ou marcas em relevo.
O valor 10-5/°C pode ser considerado para o coeficiente de dilatação térmica do aço,
para intervalos de temperatura entre – 20°C e 150°C (item 8.3.4).
A resistência característica do aço é a mesma para tração e compressão, desde que seja
afastado o perigo de flambagem.
Para cálculo nos estados limites de serviço e último pode-se utilizar o diagrama
simplificado para os aços com ou sem patamar de escoamento.
Este diagrama é válido para intervalos de temperatura entre –20o C e 150 o C e pode ser
aplicado para tração e compressão.
4 – SEGURANÇA ESTRUTURAL.
Atingindo o ELS, a estrutura apresenta um desempenho fora dos padrões, mais sem
risco iminente de ruína no sistema. Exemplos: Flechas excessivas em lajes ou vigas,
fissuração inaceitável, vibração excessiva, recalques diferenciais elevados, etc.
A NBR 6118:2003 adota método dos estados limites em conjunto com o método
probabilístico, no qual as variáveis são tratadas estatisticamente ou fixadas por norma,
sendo chamado de método semi-probabilístico, devido à impossibilidade de dar
tratamento estatístico pleno a todas as grandezas de interesse para a segurança
estrutural.
Algumas definições:
Ação: qualquer influência que possa gerar estados de tensão na estrutura;
Solicitação: qualquer esforço que surge decorrente das ações que atuam na
estrutura.
Nas estruturas, a influência de todas as ações que possam produzir algum efeito para a
segurança da estrutura deve ser considerada.
Ações permanentes são as que ocorrem com valores praticamente constantes durante
toda a vida da construção. Também são consideradas como permanentes as ações que
crescem no tempo, tendendo a um valor limite constante.
As ações permanentes devem ser consideradas com seus valores representativos mais
desfavoráveis para a segurança.
As ações permanentes diretas são constituídas pelo peso próprio da estrutura e pelos
pesos dos elementos construtivos fixos e das instalações permanentes.
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 22
Peso próprio.
Nas construções correntes admite-se que o peso próprio da estrutura seja avaliado
conforme 8.2.2.
As massas específicas dos materiais de construção correntes podem ser avaliadas com
base nos valores indicados na NBR 6120:1980 (ver anexo 5).
Empuxos permanentes.
Retração do concreto.
Fluência do concreto.
Nos casos em que a tensão c(t0) não varia significativamente, permite-se que essas
deformações sejam calculadas simplificadamente pela eq. 4.1:
1 (t , t 0 )
c (t , t 0 ) c (t 0 ) (4.1)
Eci (t 0 ) E ci (28)
onde:
c (t , t 0 ) é a deformação específica total do concreto entre os instantes t0 e t;
c (t 0 ) é a tensão no concreto devido ao carregamento aplicado em t0;
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 23
O valor de c (t∞, t0) pode ser calculado por interpolação da tabela 8.1 (NBR
6118:2003). Essa tabela fornece o valor característico superior de c(t∞, t0) em algumas
situações usuais.
Deslocamentos de apoio.
O deslocamento de cada apoio deve ser avaliado em função das características físicas do
correspondente material de fundação. Como representativos desses deslocamentos,
devem ser considerados os valores característicos superiores, calculados com avaliação
pessimista da rigidez do material de fundação, correspondente, em princípio, ao quantil
5% da respectiva distribuição de probabilidade.
O conjunto desses deslocamentos constitui-se numa única ação, admitindo-se que todos
eles sejam majorados pelo mesmo coeficiente de ponderação.
As ações variáveis diretas são constituídas pelas cargas acidentais previstas para o uso
da construção, pela ação do vento e da chuva, devendo-se respeitar as prescrições feitas
por Normas Brasileiras específicas.
Essas cargas devem ser dispostas nas posições mais desfavoráveis para o elemento
estudado, ressalvadas as simplificações permitidas por Normas Brasileiras específicas.
Ação do vento.
Os esforços devidos à ação do vento devem ser considerados e recomenda-se que sejam
determinados de acordo com o prescrito pela NBR 6123:1988, permitindo-se o emprego
de regras simplificadas previstas em Normas Brasileiras específicas.
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 24
Ação da água.
As estruturas em que todas as fases construtivas não tenham sua segurança garantida
pela verificação da obra pronta devem ter, incluídas no projeto, as verificações das fases
construtivas mais significativas e sua influência na fase final.
A verificação de cada uma dessas fases deve ser feita considerando a parte da estrutura
já executada e as estruturas provisórias auxiliares com os respectivos pesos próprios.
Além disso devem ser consideradas as cargas acidentais de execução.
A escolha de um valor entre esses dois limites pode ser feita considerando 50% da
diferença entre as temperaturas médias de verão e inverno, no local da obra.
A NBR 6118:2003 considera os coeficientes g, q, , respectivamente, para as ações
permanentes, variáveis diretas e para os efeitos das deformações impostas.
Para cálculos no estado limite último de estruturas comuns, os esforços de cálculo são
obtidos diretamente da multiplicação dos esforços característicos das ações permanentes
e variáveis pelo fator 1,4.
A norma NBR 6118:2003 relata que as cargas devem ser combinadas. As combinações
são classificadas em combinações últimas normais, especiais ou de construção e
excepcionais. São elas:
Tabela 4.1: Coeficientes de majoração das ações (tabela 11.1 – NBR 6118:2003).
Tabela 4.2: Coeficientes redutores de ações variáveis secundárias (tabela 11.2 – NBR
6118:2003).
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 27
1. Qual o valor do momento de cálculo que deve ser considerado para determinar a área
de aço em uma seção transversal de uma viga em que se conhecem os valores dos
momentos característicos:
Carga permanente: 12 kN.m
Sobrecarga permanente: 3 kN.m
Carga acidental vertical de uso: 6 kN.m
Ação do vento: -3 kN.m e 1 kN.m
Recalque de apoio: 1,5 kN.m
Segundo o item 6.4.3, o responsável pelo projeto estrutural, de posse de dados relativos
ao ambiente em que será construída a estrutura, pode considerar classificação mais
agressiva que a estabelecida na tabela 5.1.
Cobrimento mínimo é a menor distância livre entre uma face da peça e a camada de
barras mais próximas desta face (inclusive estribos). Sua finalidade é proteger as barras
tanto da corrosão quanto do fogo.
6 – CONCEPÇÃO ESTRUTURAL.
Destacam-se:
Na figura 6.2 são expostas situações estruturais onde há a presença dos três tipos de
elementos estruturais.
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 33
No projeto estrutural, devem ser observados os critérios normativos para ser assegurado
o (a):
Capacidade resistente (segurança);
Desempenho em serviço (utilização);
Durabilidade (vida útil).
Projeto arquitetônico:
Plantas de localização e situação;
Plantas baixas;
Cortes, fachadas e detalhes arquitetônicos.
Projeto Estrutural:
Locação e carga dos pilares;
Fundações: blocos de estaca, sapatas, vigas baldrames;
Plantas de fôrma e cortes estruturais;
Plantas de Armaduras: pilares, lajes, vigas, reservatórios, escadas;
Projeto de fôrmas (escoramento)
Projetos de Instalações:
Hidráulicas (água e esgoto);
Elétricas;
Telefônicas;
Ar condicionado;
Incêndio;
Além dos projetos básicos, são necessárias informações adicionais que devem constar
para o projeto, a saber:
Memória de cálculo;
Legendas, escalas, cotas e dimensões nos desenhos (plantas);
Quadros de armadura;
Especificações: cobrimentos, tipo de aço, resistência à compressão e tipo do
concreto, finalidade da edificação (cargas), relação água/cimento, módulo de
elasticidade do concreto, etc.
Nos edifícios usuais empregam-se lajes maciças ou nervuradas, moldadas no local, pré-
fabricadas ou ainda parcialmente pré-fabricadas.
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 35
Pode ser aplicada protensão, para vencer grandes vãos, para melhorar o desempenho da
estrutura, seja em termos de resistência, seja para controle de deformações ou de
fissuração.
Alternativamente, podem ser utilizadas lajes sem vigas, apoiadas diretamente sobre os
pilares, com ou sem capitéis, casos em que são denominadas lajes-cogumelo, e lajes
planas ou lisas, respectivamente.
No alinhamento dos pilares, podem ser consideradas vigas embutidas, com altura
considerada igual à espessura das lajes, sendo também denominadas vigas-faixa.
6.4 Ações.
As ações verticais são constituídas por: peso próprio dos elementos estruturais; pesos de
revestimentos e de paredes divisórias, além de outras ações permanentes; ações
variáveis decorrentes da utilização, cujos valores vão depender da finalidade do edifício,
e outras ações específicas, como por exemplo, o peso de equipamentos.
As ações verticais tem início nas lajes, que suportam, além de seus pesos próprios,
outras ações permanentes e as ações variáveis de uso, incluindo, eventualmente, peso de
paredes que se apóiem diretamente sobre elas.
As lajes transmitem essas ações para as vigas, através das reações de apoio. As vigas
suportam seus pesos próprios, as reações provenientes das lajes, peso de paredes e,
ainda, ações de outros elementos que nelas se apóiem, como, por exemplo, as reações de
apoio de outras vigas.
Os pilares e as paredes estruturais recebem as reações das vigas que neles se apóiam, as
quais, juntamente com o peso próprio desses elementos verticais, são transferidas para
os andares inferiores e, finalmente, para o solo, através dos respectivos elementos de
fundação.
As ações horizontais devem igualmente ser absorvidas pela estrutura e transmitidas para
o solo de fundação.
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 36
O vento, principal ação horizontal atuante nas edificações usuais, tem início nas paredes
externas do edifício e é resistido por elementos verticais de grande rigidez, tais como
pórticos, paredes estruturais e núcleos, que formam a estrutura de contraventamento.
Recomenda-se iniciar a localização dos pilares pelos cantos e, a partir daí, pelas áreas
que geralmente são comuns a todos os pavimentos (área de elevadores e de escadas) e
onde se localizam, na cobertura, a casa de máquinas e o reservatório superior. Em
seguida, posicionam-se os pilares de extremidade e os internos, buscando embuti-los
nas paredes ou procurando respeitar as imposições do projeto de arquitetura.
Verificar a interferência que os pilares do pavimento tipo geram nos demais pavimentos
da edificação.
Devem ser adotadas vigas para dividir painéis de lajes de grandes dimensões ou para
suportar o peso de paredes que esteja apoiadas sobre as lajes.
Adotar larguras de vigas em função da largura das alvenarias. As alturas das vigas ficam
limitadas pela necessidade de prever espaços livres para aberturas de portas e de janelas.
O ideal é que todas elas tenham a mesma altura, para simplificar o cimbramento.
Em edifícios residenciais, é conveniente que as alturas das vigas não ultrapassem 60cm,
para não interferir nos vãos de portas e de janelas.
Para lajes maciças, o menor vão deve ser da ordem de 3,5 m a 5,0 m.
A numeração dos elementos (lajes, vigas e pilares) deve ser feita da esquerda para a
direita e de cima para baixo. Inicia-se com a numeração das lajes – L1, L2, L3 etc. –,
sendo que seus números devem ser colocados próximos do centro delas. Em seguida são
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 37
numeradas as vigas – V1, V2, V3 etc. Seus números devem ser colocados no meio do
primeiro tramo. Finalmente, são colocados os números dos pilares – P1, P2, P3 etc. –,
posicionados embaixo deles, na forma estrutural.
Devem ser colocadas as cotas parciais e totais em cada direção, posicionadas fora do
contorno do desenho, para facilitar a visualização. Ao final obtém-se o anteprojeto de
todos os pavimentos, inclusive cobertura e caixa d’água, e pode-se prosseguir com o
pré-dimensionamento de lajes, vigas e pilares.
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 38
Etapa realizada para estimativa das seções dos elementos a serem calculados, de forma
que se possa determinar o peso próprio deste elemento.
A espessura da laje pode ser obtida por (eq. 7.1 e figura 7.1):
(7.1)
hd c
2
onde: d = altura útil, = diâmetro das barras e c = cobrimento.
A norma NBR 6118:2003 prescreve ainda uma espessura mínima para lajes maciças:
5 cm para lajes de cobertura não em balanço;
7 cm para lajes de piso ou cobertura em balanço;
10 cm para lajes que suportem veículos com peso ≤ 30 kN;
12 cm para lajes que suportem veículos com peso > 30 kN.
l
Balanços: hest
5
Para armadura longitudinal em uma única camada, pode-se utilizar a eq. 7.4 (figura
7.2):
l
h d c t (7.4)
2
onde: c é o cobrimento, t é o diâmetro do estribo e l é o diâmetro da barra
longitudinal.
Tipos de Flexão:
Flexão Pura: Apenas momento fletor solicitando a seção;
Flexão Simples: Atuam o momento fletor e a força cortante;
Flexão Composta: Atuam o momento fletor e a força normal.
Ensaio à flexão de uma viga de concreto armado, em que se aplicam forças iguais e
simétricas em seu eixo, em estágios crescentes de carga até a ruptura da peça,conforme
figura 8.1.
Analisa-se a peça em trechos de flexão pura (região entre as cargas simétricas) e flexão
simples (região entre as cargas e os apoios).
A flexão é denominada normal ou reta quando o plano solicitado contém um dos eixos
principais de inércia da seção transversal.
A flexão pura pode ser divida em três estádios característicos (figura 8.2), com as
respectivas distribuições normais na seção transversal de concreto armado retangular,
com área de aço à tração As.
São utilizados para descrever as situações me que uma peça pode ser dimensionada. São
apresentados na figura 8.4 (item 17.2.2g):
Domínio 1: Ruptura da peça por tração não uniforme, sem compressão. Admite-se que a
peça rompe quando o aço atinge o alongamento de 10‰, limite convencional de
deformação plástica excessiva (reta a). Nesta região, a resultante de forças está aplicada
dentro do núcleo central de inércia da seção. Na reta c, a ruptura acontece com a
resultante aplicada no limite inferior do núcleo central, com tração máxima na fibra
extrema mais próxima.
Domínio 4a: Ruptura por compressão excêntrica, estando em toda a seção e armaduras
comprimidas, exceto pequena região tracionada nas fibras abaixo da armadura.
Domínio 5: Ruptura por compressão não uniforme, sem tração. Resultante aplicada no
limite do núcleo central, provocando o encurtamento máximo de 3.5‰ e tração nula na
outra extremidade (reta g). A reta b representa a compressão uniforme, com a seção
sofrendo apenas translação e rompendo o concreto com o encurtamento máximo de 2‰.
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 44
O vão efetivo de uma viga pode ser calculado pela eq. 8.1:
l ef l 0 a1 a 2 (8.1)
com a1 e a2 conforme descrito na eq. 8.2 e figura 8.5:
t / 2
a1 1
0.3h
(8.2)
t / 2
a2 2
0.3h
Figura 8.5: Vão efetivo de uma viga (figura 14.5 – NBR 6118:2003).
Uma seção é dimensionada com armadura simples quando resulta armadura apenas na
região de tração.
Parte-se da idéia que o momento solicitante de cálculo deve ser menor ou igual ao
momento resistente ( M Sd M Rd ). O momento resistente pode ser calculado como
mostrado na eq. 8.3 e figura 8.6:
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 45
M Rd Rcc .z R st .z (8.3)
Acima do valor k x lim , a seção será superarmada, com pouca ductilidade e risco de
ruptura sem aviso.
Com o objetivo de melhorar a ductilidade nas regiões de apoio das vigas ou de ligações
com outros elementos estruturais, a norma exige que a posição da linha neutra observe
os seguintes limites (item 14.6.4.3):
k x 0,50 para concretos com f ck 35 MPa
k x 0,40 para concretos com f ck 35 MPa
x
M sd Rcc .z cd bw y d 0,4 x cd bw 0,8 x 1 0,4 d
d (8.6)
M sd 0,8k x 1 0,4k x bw d cd
2
Fazendo o equilíbrio de momento fletor com ralação a resultante de tração no aço, tem-
se (eq. ( 8.9):
M sd Rst .z As sd z d
d
M sd (8.9)
As
k z d sd
A altura útil mínima, necessária para o dimensionamento no limite 3-4, é dada pela eq.
8.12:
M sd
d min k d lim (8.12)
bw f cd
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 47
Uma alternativa seria aumentar a altura da viga para situar o cálculo no domínio 2 ou 3
(peça subarmada).
Caso esta hipótese não seja possível, pode-se adotar a opção de reforçar a zona
comprimida de concreto com a colocação de uma armadura de compressão. Diz-se desta
situação que a peça será dimensionada com armadura dupla.
Armadura correspondente a segunda parcela do momento fletor é dada pela eq. 8.14:
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 48
M d2
As 2
d d 2 f yd
(8.14)
' M d2
A s
d d 2 sd'
O cálculo de sd' pode ser realizado tomando como base o valor expresso na eq. 8.15:
xd
x d d 2
d
sd' 0,35% sd' 0,35%
x x
d
d
k x lim 2
d
Para k x k x lim sd' 0,35% (8.15)
k x lim
d
0,5 2
' d 0,35%
Para k x 0,5 sd
0,5
Nas estruturas de concreto armado, na maioria dos casos as lajes e as vigas que as
suportam trabalham solidariamente. Quando isto acontece, tem-se um aumento
significativo na zona de compressão do concreto, que pode ser aproveitado para o
cálculo da armadura.
Largura da laje colaborante: Parte da laje que pode ser considerada no cálculo
colaborando com a viga, é definida com a soma da largura da nervura com as distâncias
das extremidades da mesa às faces respectivas das nervuras, dada na figura 8.9 e eq.
8.16.
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 49
0,1a 0,1a
b e b (8.16)
1 0,5b 3 b
2 4
onde:
b2 = distância entre as faces de duas nervuras sucessivas;
a = distância entre pontos de momento nulo, medida ao longo do eixo da viga (item
14.6.2.2):
Vigas simplesmente apoiada: a = l;
Viga com momento de em uma só extremidade: a = 0,75l;
Tramo com momento nas duas extremidades: a = 0,60l;
Tramo em balanço: a = 2l.
Altura útil de comparação (d0) de uma seção T é definida como o valor da altura para o
qual alinha neutra fictícia é tangente à face inferior da mesa, ficando a mesa da seção
completamente comprimida, ou seja, y = hf . Pode-se observar na figura 8.10 a
resultante de forças numa seção em T.
Com a linha neutra fictícia no interior da mesa, ou, no limite, tangente a face inferior da
mesa (figura 8.11), a zona comprimida da seção é retangular, sendo o cálculo feito em
uma seção retangular de altura h e largura b f, calculada como (eq. 8.18):
M sd
k md
b f d 2 f cd
(8.18)
M sd
As
k z d sd
Estando a linha neutra fictícia dentro da nervura (figura 8.12), a zona comprimida de
concreto tem a forma de T. O cálculo é realizado dividindo-se o momento fletor de
cálculo em duas parcelas:
Mdf : Momento fletor equilibrado na zona de compressão pelas laterais da mesa,
com largura bf – b w , e na zona tracionada por uma parte da armadura de tração
Asf (eq. 8.19).
h M df
M df 0,85 f cd h f b f bw d f Asf (8.19)
2 hf
d 2 f yd
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 51
Mdw =Md – Mdf : Resistido pela seção retangular bw h, constituída pelo concreto
da nervura e garantindo o equilíbrio com uma segunda parcela da armadura de
tração, Asw (eq. 8.20).
M dw M dw
M dw M sd M df k md 2
k z Asw (8.20)
bw d f cd k z df yd
A largura da viga (bw) não deve ser menor que 12 cm, salvo em casos em que esta pode
ser maior ou igual a 10 cm.
As
Área mínima de aço dada pela relação: min . Os valores de min (%) são dados
bw .h
na tabela 8.1:
NOTA - Nas seções tipo T, a área da seção a ser considerada deve ser caracterizada pela alma acrescida da mesa
colaborante.
A armadura de pele deve ser composta por barras de alta aderência, com espaçamento
não maior que 20 cm.
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 52
O arranjo da armadura deverá propiciar que ela cumpra a sua função estrutural e
proporcione condições adequadas de execução, principalmente em relação ao
lançamento e ao adensamento do concreto. Os espaços entre as barras longitudinais
devem ser projetados de modo a possibilitar a introdução de vibradores, evitando que
ocorra um vazio e segregação dos agregados.
Espaçamento mínimo entre as faces das barras deve ser, em cada direção, o maior entre
os três valores observados na figura 8.14:
3. Para uma viga de seção retangular, com largura de 12 cm e altura útil de 17,65 cm,
determinar o momento resistente da seção e a área de aço necessária correspondente,
para um concreto C20 e aço CA-50
5. Calcular para a seção dada na figura 8.15 o máximo momento resistido e o valor da
armadura comprimida de maneira que se tenha um valor econômico para a armadura
e se empreguem as hipóteses de armadura dupla. Considerar concreto com fck = 20
MPa, aço CA-50 e As = 6 cm2.
6. Qual deve ser o valor da altura útil mínima necessária de uma seção transversal
retangular de largura 12 cm, concreto com fck = 20 MPa e um momento atuante M =
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 54
20 kN.m para que ela trabalhe no limite entre os domínios 3 e 4 nas seguintes
situações: a) aço CA-25; b) aço CA-50 e c) aço CA-60.
9. Calcular a área de aço para uma seção em T com os seguintes dados: Concreto C25,
Aço CA-50, bw = 30 cm, bf = 80 cm, h = 46 cm, hf = 10 cm, CAA I e
M = 315 kN.m;
M = 378 kN.m.
10. Calcular a armadura para a viga simplesmente apoiada, de vão 8 m, cuja seção está
representada na figura 8.16, e está submetida aos seguintes momentos: a) 6770
kN.m; b) 10000 kN.m. Considerar concreto C25 e aço CA-50.
11. Para uma viga de ponte esquematizada na figura 8.17, calcular a armadura
longitudinal necessária no meio do vão, considerando d = 1.7 m, aço CA-60 e fck =
30 MPa, quando: a) p = 600 kN/m; b) 900 kN/m e c) p = 1450 kN/m.
12. Uma viga tem seção retangular 20 x 50 cm2. Considerando a estrutura na classe de
agressividade ambiental fraca (CAA I) e o concreto com fck = 20 MPa, determinar as
armaduras de flexão para resistir ao momento de serviço de 100 kN.m, para os aços
CA-25, CA-50 e CA-60.
13. Dimensionar a armadura de flexão de uma viga de seção retangular, 40 x 175 cm2,
concreto com fck = 30 MPa e aço CA-50, para um momento característico M = 2500
kN.m, supondo a classe de agressividade muito forte (CAA IV).
14. A viga de seção retangular da figura 8.18 está sujeita às cargas g = 25 kN/m
(permanente, incluído peso próprio) e q = 15 kN/m (variável, com comprimento
qualquer). Sendo a largura 30 cm, fck = 25 MPa e aço CA-50, considerando as
situações mais desfavoráveis de carregamentos, pedem-se: a) a altura útil e
correspondente armadura de flexão na seção central da viga para os limites do
domínio 2 e 3 e dos domínios 3 e 4; b) as armaduras nas seções dos apoios para as
duas alturas definidas no item anterior.
15. Dimensionar as armaduras de flexão das seções mais solicitadas de uma viga
engastada-apoiada de vão 12 m, submetida a uma carga total de 15 kN/m, com as
dimensões da nervura central mostrada na figura 8.19, sendo fck = 30 MPa e aço
CA-50.
16. Dimensionar a seção mais solicitada de uma viga biapoiada, com vão de 15 m e
seção transversal da nervura central, mostrada na figura 8.20, para fck = 25 MPa e
aço CA-50. Além do peso próprio, a viga estará sujeita às cargas atuantes na laje,
assim discriminadas: cargas permanentes de 140 kgf/m2, e uma carga variável de
utilização de 1000 kgf/m2.
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 56
18. Para o eixo neutro posicionado como indica a figura 8.22, determinar a área de aço e
o momento fletor máximo que suporta a seção. Assuma concreto C25, aço CA-50 e
CAA II.
19. Para a viga da figura 8.23, calcule a área de aço necessária assumindo concreto C30,
aço CA-50 e CAA III.
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 57
Peça de concreto não fissurada: Em uma peça submetida à carga distribuída q, contida
em seu plano médio, o equilíbrio de um elemento longitudinal de comprimento dx é
dado pela eq. 9.1 e figura 9.1:
dV
Fy 0 V qdx V dV 0 q dx
(9.1)
dx dx
M 0 0 M V 2 M dM V dV 2 0 V dx
dM
Com o concreto ainda não fissurado, as tensões normais e tangenciais em cada seção
são dadas por (eq. 9.2):
My VS y
e (9.2)
I bI
Na figura 9.2 estão apresentadas as trajetórias das tensões principais de uma viga
biapoiada submetida a cargas concentradas simétricas. Nota-se que onde as tensões
normais são máximas, as tensões tangenciais são mínimas.
Figura 9.2: Distribuição das tensões de tração e compressão numa viga de concreto
armado.
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 59
Peça de concreto no ELU: Com o concreto já fissurado, admite-se que todas as tensões
de tração sejam absorvidas pelo aço. Na obtenção da tensão tangencial só se considera o
momento estático da armadura, tomada como uma área de concreto equivalente (figura
9.3).
O equilíbrio do elemento vai ser garantido pelas tensões tangenciais, contidas no plano
de corte e distribuídas na largura bw, e cuja resultante τd.b w.dx deve ser igual a diferença
das resultantes das tensões normais Rs e Rs + dRs (eq. 9.3):
dR I
Fx 0 dRs d bw dx dxs b (9.3)
w
Admitindo ser o braço de alavanca z constante em toda a extensão da peça, tem-se (eq.
9.4):
M
d sd
dRs z dM sd 1 Vsd
(9.4)
dx dx dx z z
Com b w constante, a tensão máxima pode ser determinada pela eq. 9.5:
V
d max sd (9.5)
bw z
A ruptura pela ação combinada da força cortante e do momento fletor ocorre com o
esgotamento da resistência do concreto das diagonais comprimidas ou pelo escoamento
dão aço da armadura transversal.
Modelo desenvolvido pelos alemães Ritter e Mörsch para explicar a resistência de uma
viga de concreto armado, após a fissuração, no qual a viga tem um funcionamento
análogo a uma treliça.
Neste modelo, descrito na figura 9.5, o banzo superior constituído pelo concreto
comprimido na flexão, o banzo inferior pela armadura longitudinal de tração, as
diagonais tracionadas pela armadura transversal e as diagonais comprimidas por bielas
de concreto inclinadas.
Será adotado o modelo II, pois este é mais geral, onde inclinações menores reduzem a
armadura transversal e aumentam a compressão da biela.
Tomando-se uma seção S (figura 9.6) que corte uma diagonal comprimida, temos (z =
0,9.d):
Para estribos a 90°, caso mais comum na prática, tem-se (eq. 9.11):
Vsd VRd 2,90 0,27 v 2 f cd bw d sen 2 (9.11)
A área da armadura transversal por unidade de comprimento é dada pela eq. 9.13:
Asw Vsd 1 V 1
sd (9.13)
s z swd sen cot cot 0,9 d swd sen cot cot
Vc = Vc1: na flexão simples e na flexotorção coma linha neutra cortando a seção, com:
Vc1 = Vc0 quando Vsd ≤ Vc0;Vc1 = 0 quando Vsd = VRd2 interpolando-se
linearmente para valores intermediários.
Observações:
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 64
A norma permite que se reduza a força cortante nas regiões próximas aos apoios, pelas
seguintes prescrições (item 17.4.1.2.1), apresentadas na figura 9.9:
A força cortante oriunda de carga distribuída pode ser considerada, no trecho
entre o apoio e a seção situada a uma distancia d/2 da face do apoio, constante e
igual à desta seção;
A força cortante devida a uma carga concentrada aplicada a uma distância
a ≤ 2d do eixo teórico do apoio pode, nesse trecho de comprimento à, ser
reduzida multiplicando-a por a/2d.
A área mínima pode ser determinada pela eq. 9.19 (item 17.4.1.1.1):
2
Asw ,90 f 3
sw ,90 0,06 ck Asw ,90 bw sw,90
bw f ywk
(9.19)
Asw f
sw 0,2 ctm
bw s sen f ywk
O diâmetro das barras dos estribos deve estar entre os limites apresentados na eq. 9.20:
b
5,0 mm t w (9.20)
10
O espaçamento máximo entre estribos deve atender as condições dadas na eq. 9.21
(item 18.3.2.2):
0,6 d
se Vsd 0,67VRd 2 s max
300 mm
(9.21)
0,3d
se Vsd 0,67VRd 2 s max
200 mm
8. Dada uma viga na CAA II, conforme figura 9.12, com as dimensões 20 cm x 40 cm
de seção transversal retangular, calcular as armaduras de flexão (CA-50) e de
cisalhamento na flexão, para estribos a 90° com o eixo da viga, com 5.0 mm e aço
CA-60; Considerar concreto com fck = 25 MPa.
10 – ADERÊNCIA.
A aderência serve para ancorar as barras nas extremidades ou nas emendas por
traspasse, e para impedir o escorregamento das barras nos segmentos entre fissuras,
limitando a abertura das mesmas.
As causas que mobilizam a aderência são as ações sobre a estrutura de concreto armado,
a retração do concreto, a deformação lenta e a variação da temperatura. Pode-se citar
três tipos de aderência no concreto armado:
Adesão: é a “colagem” natural entre o concreto e o aço;
Atrito: é a resistência ao escorregamento após a ruptura da adesão, sendo
provocado pela rugosidade superficial natural das barras;
Mecânica: é provocada pelas modificações feitas na superfície das barras de
aços de elevada resistência (mossas ou saliências).
Segundo o item 9.3.1, consideram-se em boa situação quanto à aderência os trechos das
barras que estejam em uma das posições seguintes (figura 10.1):
a) com inclinação maior que 45º sobre a horizontal;
b) horizontais ou com inclinação menor que 45º sobre a horizontal, desde que:
− Para elementos estruturais com h < 60 cm, localizados no máximo 30 cm acima da
face inferior do elemento ou da junta de concretagem mais próxima;
− Para elementos estruturais com h ≥ 60 cm, localizados no mínimo 30 cm abaixo da
face superior do elemento ou da junta de concretagem mais próxima.
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 69
Os trechos das barras em outras posições e quando do uso de formas deslizantes devem
ser considerados em má situação quanto à aderência.
Para efeitos práticos, têm-se a eq. 10.1, que descreve a tensão necessária para
movimentar uma barra numa massa de concreto:
F
br (10.1)
uL
onde: F é a força necessária para produzir um deslocamento de 0,1 mm na extremidade
da barra.
Para fins de cálculo, adota-se br = fbd (resistência de aderência) cujos valores são
especificados pela NBR6118:2003 (item 9.3.2.1) conforme eq. 10.2:
fbd = 1 2 3 fctd (MPa) (10.2)
2/3
onde: fctd = fctk,inf/c ; fctk,inf = 0,7fct,m ; fct,m = 0,3(fck)
fctd = resistência de cálculo à tração do concreto;
fctk,inf = resistência característica à tração inferior;
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 70
É o trecho mínimo necessário de uma barra para transferir sua força ao concreto (figura
10.2). Este fato deve ser observado para todas as barras.
O comprimento de ancoragem necessário pode ser calculado, conforme item 9.4.2.5 por
(eq. 10.4):
As,calc
lb ,nec 1l b l (10.4)
As ,efet b, min
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 71
onde:
1 = 1,0 para barras sem gancho e 0,7 com gancho, mas com cobrimento lateral
3;
lb = comprimento de ancoragem básico;
Ascal = área da seção da armadura calculada com o esforço a ancorar;
Asef = área efetiva (adotada);
lb,min = maior valor entre 0,3 lb, 10 e 100 mm.
No caso de ancoragem de feixes de barras, o feixe é considerado como uma barra única
de diâmetro equivalente igual a (eq. 10.5 e figura 10.3):
feixe n (10.5)
onde: = diâmetro das barras; n = número de barras que formam o feixe (n=2,3 ou 4).
As barras constituintes do feixe devem ter ancoragem reta, sem ganchos. Quando o
diâmetro equivalente for menor que 25 mm, o feixe pode ser tratado como uma barra
única, de diâmetro feixe, e a ancoragem é calculada como apresentado nesta seção para
barras isoladas. Para feixe > 25 mm, consultar a NBR 6118:2003.
Ancoragem fora do apoio de armadura tracionada é dada conforme figura 10.4 por
lb = lb,nec (com 1 = 1,0) ou lb,nec (com 1 = 0,7).
No caso de armadura de tração em apoios extremos (figura 10.5), as barras deverão ser
ancoradas a partir da face interna do apoio com comprimentos (lba) iguais ou superiores
a (item 18.3.2.4.1):
lb,nec;
(r + 5,5), sendo r = raio interno de curvatura do gancho;
60 mm.
As barras comprimidas deverão ser ancoradas apenas com ancoragem retilínea (sem
gancho) e o comprimento de ancoragem será calculado como no caso de tração.
Barras comprimidas
Quando se tratar de barras comprimidas, pelo menos uma das barras da
armadura transversal deve estar situada a uma distância igual a 4 ( da barra
ancorada) além da extremidade da barra, destinada a proteger o concreto contra
os efeitos do esforço concentrado na ponta.
Os ganchos das extremidades das barras da armadura de tração podem ser (item
9.4.2.3):
a) Semi-circulares, com ponta reta de comprimento não inferior a 2;
b) Em ângulo de 45o (interno), com ponta reta de comprimento não inferior a
4;
c) Em ângulo reto, com ponta reta de comprimento não inferior a 8.
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 73
Nos ganchos dos estribos, os comprimentos mínimos acima serão de 5t ou 5 cm para
os casos a) e b) e 10t ou 7cm para o caso c). Para as barras e fios lisos os ganchos
deverão ser semi-circulares ou em ângulo de 45o.
O diâmetro interno mínimo da curvatura dos ganchos das barras longitudinais é dado na
tabela 10.2:
Este tipo de emenda não é permitido para barras de bitola maior que 32 mm, nem para
tirantes e pendurais (elementos estruturais lineares de seção inteiramente tracionada); no
caso de feixes, o diâmetro do círculo de mesma área, para cada feixe, não poderá ser
superior a 45mm respeitados os critérios estabelecidos na NBR 6118:2003 (item 9.5.2).
O comprimento do trecho de traspasse das barras tracionadas isoladas deve ser igual ao
exposto na eq. 10.6 (item 9.5.2.2.1)
l ot 0t l b,nec l 0t ,min
0,3 0t lb
(10.6)
l 0t ,min 15
200 mm
0t é o coeficiente função da porcentagem de barras emendadas na mesma seção,
conforme a tabela 10.3:
O espaçamento livre entre as faces das barras longitudinais em regiões de emendas por
traspasse deve respeitar o mínimo dado na NBR 6118:2003. A proporção máxima de
barras tracionadas emendadas na mesma seção transversal da peça será a indicada pela
tabela 10.4:
camada
< 16 mm 50 % 25 %
Lisa
16 mm 25 % 25 %
Conforme o item 9.5.2.5, podem ser feitas emendas por traspasse em feixes de barras
quando, as barras constituintes do feixe forem emendadas uma de cada vez, sem que em
qualquer seção do feixe emendado resulte em mais de quatro barras.
As emendas das barras do feixe devem ser separadas entre si 1,3 vez o comprimento de
emenda individual de cada uma.
Para esse tipo de emenda, as luvas rosqueadas devem ter resistência maior que as barras
emendadas.
Segundo item 9.5.4, As emendas por solda exigem cuidados especiais quanto às
operações de soldagem que devem atender a especificações de controle do aquecimento
e resfriamento da barra, conforme normas específicas.
por traspasse com pelo menos 2 cordões de solda longitudinais, cada um deles
com comprimento não inferior a 5, afastados no mínimo 5;
com outras barras justapostas (cobrejuntas), com cordões de solda longitudinais,
fazendo-se coincidir o eixo baricêntrico do conjunto com o eixo longitudinal das
barras emendadas, devendo cada cordão ter comprimento de pelo menos 5.
As emendas com solda podem ser realizadas na totalidade das barras em uma seção
transversal do elemento estrutural. Devem ser consideradas como na mesma seção as
emendas que de centro a centro estejam afastadas entre si menos que 15 medidos na
direção do eixo da barra.
A resistência de cada barra emendada será considerada sem redução; em caso de barra
tracionada e havendo preponderância de carga acidental, a resistência será reduzida em
20%.
11 – DETALHAMENTO DE VIGAS.
A diferença existente entre estes dois modelos torna necessária uma compatibilização
nos cálculos. Para isto, deve-se adotar uma situação mais desfavorável, tornando-se a
envoltória do diagrama das resultantes de tração nas barras da armadura do modelo de
treliça.
Isto é feito por meio de uma translação paralela ao eixo da peça no sentido mais
desfavorável (figura 11.1).
a 0,5d 90º
Valores limites: l
a l 0,2d 45º
Deve prolongar-se pelo menos 10φ além do ponto teórico de tensão σs nula, não
podendo em nenhum caso, ser inferior ao comprimento necessário estipulado no cálculo
de lb.
As barras podem ainda resistir à força cortante, a partir deste ponto, quando dobradas.
No detalhamento adotar:
Deslocar o diagrama de al;
Dividir as ordenadas pelo número de barras;
Os pontos de intersecção com o diagrama de momento fletor deslocado definem
as seções em que a força é transferida, sendo a partir daí, as barras ancoradas de
lb.
1
As,vão se M apoio 0 com M apoio 0,5M vão ;
3
1
As,vão se M apoio 0 com M apoio 0,5M vão
4
1. Dimensionar e detalhar as vigas das figuras 11.3, 11.4, 11.5, 11.6 e 11.7, de acordo
com as condições dadas:
a) fck = 20 MPa, bw = 20 cm, h = 60 cm, Aço CA-50, CAA I, Pilares com 60 cm de
largura.
c) fck = 30 MPa, b w = 20 cm, h = 40 cm, Aço CA-50, CAA II, Pilares com 30 cm
de largura.
b) fck = 30 MPa, b w = 18 cm, h = 50 cm, Aço CA-50, CAA II, Comprimento entre
apoios de 2.5 m, Pilares com 40 cm de largura.
São elas:
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 81
Na prática, o vão teórico das lajes é considerado como a distância de centro a centro dos
apoios.
A altura útil de uma laje é definida como a distância da fibra mais comprimida ao centro
de gravidade da armadura de maior área, sendo função da altura total da laje, do
cobrimento e da bitola da armadura principal.
Cargas permanentes:
Peso próprio: Tomando o valor da espessura h, temos g = 25.h (kgf / m2);
Peso dos revestimentos inferior e superior: Obter dados através da norma
NBR 6120:1978. Nos casos usuais, considera-se uma carga permanente
adicional de 100 kgf / m2;
Em lajes rebaixadas (figura 12.4), considerar o peso do material de enchimento
(entulho) com valor 1000 kgf / m2;
Paredes apoiadas diretamente sobre a laje tem seus valores calculados em função
dos materiais constituintes.
Os pesos por área de parede acabada, p’ (em kgf/m2), são apresentados pela tabela 12.2
(CLÌMACO, 2005):
O peso é tomado como uma carga distribuída uniformemente em toda a área da laje. É
dado em função de p’, do pé direito da laje (H) e dos comprimentos a e b, segundo eq.
12.1.
g parede
a b Hp' (12.1)
l1 l 2
12.5.2 Lajes armadas em uma só direção.
Os casos apresentados para a consideração de paredes sobre lajes pode ser visualizado
na figura 12.5:
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 84
Observações:
No cálculo das cargas das paredes, não se desconta os vãos de portas e janelas, o
que é a favor da segurança e pode cobrir eventuais mudanças;
No caso de haver divisórias sem posição definida sobre a laje, a NBR 6120:1980
determina a consideração de um acréscimo na carga de, no mínimo,
100 kgf / m2.
Neste regime, a determinação dos momentos nas lajes pode ser feito por diferentes
métodos:
Métodos Clássicos: Teoria de grelhas;
Métodos baseados na teoria da Elasticidade: integração das equações de
Lagrange por técnicas numéricas;
Métodos Mistos: de caráter prático, tendem a corrigir os momentos utilizando a
solução dos dois métodos. O mais utilizado é o método de Marcus.
Os momentos fletores nas lajes em cruz são obtidos, por unidade de comprimento e
baseando-se nas condições de apoio dos bordos, através dos coeficientes m x, my, nx e ny
(Método de Marcus), fornecidos na figura 12.8:
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 86
Para o cálculo das reações de apoio das lajes maciças retangulares com carga uniforme
podem ser feitas as seguintes aproximações:
a) as reações em cada apoio são as correspondentes às cargas atuantes nos triângulos
ou trapézios determinados através das charneiras plásticas correspondentes à
análise efetivada com os critérios de 14.7.4, sendo que essas reações podem ser,
de maneira aproximada, consideradas uniformemente distribuídas sobre os
elementos estruturais que lhes servem de apoio;
b) quando a análise plástica não for efetuada, as charneiras podem ser aproximadas
por retas inclinadas, a partir dos vértices com os seguintes ângulos:
− 45° entre dois apoios do mesmo tipo;
− 60° a partir do apoio considerado engastado, se o outro for considerado
simplesmente apoiado;
− 90° a partir do apoio, quando a borda vizinha for livre.
Para faixas de laje de largura unitária como vigas de b w = 1 m, devem ser verificadas as
seguintes expressões:
Momentos fletores negativos nos apoios (eq. 12.7):
Se f ck 35 MPa M sd ,max f M max 0,272d 2 f cd
(12.7)
Se f ck 35 MPa M sd ,max f M max 0,228d 2 f cd
Segundo a NBR 6118:2003 (item 19.4.1), as lajes maciças ou nervuradas, que atendem
aos requisitos desta norma, podem prescindir de armadura transversal para resistir aos
esforços de tração oriundos da força cortante, quando a força cortante de cálculo
obedecer à eq. 12.10:
VSd VRd 1 (12.10)
em que:
VSd = força cortante solicitante de cálculo;
VRd1 = força cortante resistente de cálculo, relativa a elementos sem armadura
para força cortante.
Para lajes com necessidade de armaduras para resistir a força cortante devem obedecer
ao item 17.4.2, que foi apresentada no capítulo 9.
A resistência dos estribos pode ser considerada com os seguintes valores máximos,
sendo permitida interpolação linear:
250 MPa, para lajes com espessura até 15 cm;
435 MPa (fywd ), para lajes com espessura maior que 35 cm.
Área mínima de armadura dada de acordo com a tabela 12.3 e tabela 12.4. Taxa mínima
de armadura (área mínima = 0,9 cm2/m).
Tabela 12.3: Valores mínimos para armaduras em lajes (tabela 19.1 – NBR 6118:2003)
Armaduras Positivas
Armaduras
Lajes em uma direção
Negativas Lajes em cruz
Principal Secundária
Principal:
s 0,5 min
s 0,67 min
s As / bw h s min Secundária: s min
As 0,2 As , princ
As 0,2 As , princ
0,9 cm 2 / m 0,9 cm 2 / m
Não deve ser utilizada bitola inferior a 3,4 mm, exceto em caso de telas soldadas, sendo
o diâmetro máximo das armaduras especificado pela eq. 12.13:
h
espessura da laje (12.13)
8
O espaçamento máximo da armadura secundaria não deve ser maior que 33 cm.
12.13 Detalhamento.
O desenho das armaduras das lajes é feito diretamente sobre a planta de formas da
estrutura do pavimento (figura 12.15).
4. Para a laje destinada a depósito de papel (figura 12.21), calcular a espessura mínima
e a correspondente carga máxima por m2,para o dimensionamento como
normalmente armada com armadura simples. Adotar concreto C25, CAA II e aço
CA-50.
6. Calcular as áreas de aço, positiva e negativa, das lajes da figura 12.23, todas com
espessura de 8 cm, sobrecarga de 3,0 kN/m2, concreto C20 e aço CA-50
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 96
13.1.1 ELS-DEF.
13.1.2 ELS-W.
Considerar combinações freqüentes de serviço das ações variáveis, conforme eq. 13.2:
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 98
Os elementos, sob a ação de cargas trabalham no estádio I e II, que são definidos por
um momento de fissuração, dado pela relação aproximada (eq. 13.3):
. f ct . I c
Mr (13.3)
yt
onde:
= parâmetro que relaciona a resistência à tração na flexão e direta.
= 1,2 para seções em T;
= 1,5 para seções retangulares.
yt = a distância do CG à fibra mais tracionada;
Ic = momento de inércia da seção não fissurada;
fct = resistência à tração direta do concreto.
Para seções retangulares, para os dois estados limites, os momentos de fissuração são
dados pelas eq. 13.4 e 13.5:
ELS – DEF: f ct ,m 0,30 f ck2 / 3 ( MPa ) M r 0,075bw h 2 f ck2 / 3 (13.4)
ELS – W: f ct ,inf 0,21 f ck2 / 3 ( MPa ) M r 0,053bw h 2 f ck2 / 3 (13.5)
13.2 Estado limite de abertura de fissuras.
A tabela 13.1 apresenta os limites da NBR 6118:2003 (item 13.4.2) quanto a abertura de
fissuras:
A abertura de fissuras é determinada pelo menor dos valores dados na eq. 13.6 (item
17.3.3.2):
i si 3 si
12,5 E f
i s ctm
w (13.6)
4
i
si
45
12,5 i E s cri
onde:
= diâmetro da barra;
= coeficiente de aderência;
fctm = resistência a tração média do concreto;
s = tensão na barra em exame.
A tensão na barra da peça com armadura simples no estádio II, caso mais geral, é dada
pela eq. 13.7:
Mk
s (13.7)
As d x
3
A 2b d E
onde x II e s 1 1 w , e s , com E c 4760 f ck2 / 3 .
bw e As Ec
A taxa de armadura relativa à área crítica, cri , é dada por (eq. 13.8 e figura 13.1):
As
cri Acri bw cnom t 8l (13.8)
Acri
Uma observação importante quanto às fissuras, um menor diâmetro das barras provoca
um maior número de fissuras, mas de menor abertura.
A flecha pode ser determinada a partir da curvatura máxima de uma barra fletida, dada
pela eq. 13.9:
M l2
fi a (13.9)
EI eq
onde:
= coeficiente que depende do esquema estático da viga, dado na tabela
abaixo:
M a = momento característico máximo no vão;
l = vão teórico;
EI eq = rigidez equivalente da seção transversal.
A rigidez equivalente da seção transversal é dada pela fórmula de Branson, que analisa
a rigidez nos estádios I e II, dada pela eq. 13.10 (item 17.3.2.1.1):
M 3 M 3
EI eq Ecs I c 1 r I II E cs I c
r
(13.10)
M a M a
onde:
Ecs = módulo de elasticidade secante do concreto;
M r = momento de fissuração;
I c = momento de inércia da seção bruta de concreto;
I II = momento de inércia da seção fissurada no estádio II, dada por (eq. 13.11):
E
I II s As z d x (13.11)
Ec
onde E s = módulo de elasticidade do aço, As = área de armadura tracionada e z
é o coeficiente de braço de alavanca, dado por z = d – x/3.
Para lajes armadas em uma só direção, o cálculo deve ser efetuado em faixas de largura
de 1 m e altura igual a espessura da laje.
O valor de é dado pela NBR 6118:2003 como 0.2, mas Kalmanok recomenda para
lajes o valor 0, onde este resulta em flechas 4% maiores.
Segundo o item 17.3.2.1.2, A flecha decorrente de cargas de longa duração é dada como
função da flecha imediata como (eq. 13.14);
f dif f f i (13.14)
onde f é um coeficiente que depende da idade do concreto, apresentado na eq. 13.15:
f (13.15)
1 50 '
onde:
'
' As bd = taxa de armadura de compressão na seção crítica do vão
considerado;
t t t 0 = coeficiente de fluência diferida, em função do tempo t.
1. Verificar, quanto a fissuração, uma viga de concreto armado na CAA II, submetida
ao momento fletor máximo de 300 kN.m, sendo a seção retangular de 25 cm x
80 cm, armadura de flexão As = 5 20 mm, aço CA-50 e concreto C20.
3. Para uma laje maciça retangular de 5 m por 6 m, verificar a flecha admitindo engate
perfito em uma das bordas menores e as demais apoiadas. A laje tem espessura de
10 cm, a carga total atuante sobre ela de 6,0 kN/m2 e concreto C20.
4. Para o painel da figura 13.2, todas as lajes tem a espessura de 10 cm, submetidas as
seguintes cargas: sobrecarga (2,5 kN/m2) e revestimento (1,0 kN/m2). Considerar
CAA I, concreto C25, aço das armaduras das lajes CA-60 e das vigas CA-50. As
vigas V6, V7 e V8 têm seção de 20 cm x 70 cm, e as demais com 15 cm x 40 cm.
Com base nos dados, resolver os itens abaixo:
a) Dimensionar as armaduras das lajes da planta;
b) Verificar o ELS das lajes mais desfavoráveis;
c) Verificar a alteração na flecha da laje L1, supondo uma carga adicional devido a
uma parede com espessura de 15 cm de tijolo furado, com comprimento de 6 m
e altura de 2,6 m, paralela a viga V6;
d) Dimensionar as armaduras de flexão e cisalhamento da viga V6 e verifica-las
quanto aos ELS. Considere a presença de uma parede de tijolo cerâmico com
espessura acabada de 15 cm e altura de 2,6 m;
e) Calcular as armaduras de flexão e cisalhamento para a viga V8 e checar os ELS.
5. Verifique a vigas das figuras 13.3, 13.4 e 13.5 quanto ao estado de deformação
excessiva e quanto ao estado de fissuração inaceitável:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
____. NBR 6120: Cargas para o cálculo de estruturas de edificações, Rio de Janeiro,
1980.
____. NBR 7480: Barras e fios de aço destinados a armaduras de concreto armado,
Rio de Janeiro, 1996.
____. NBR 8661: Ações e segurança nas estruturas: procedimento, Rio de Janeiro,
2003.
____. NBR 8953: Concreto para fins estruturais, Rio de Janeiro, 1992.
Área de armaduras longitudinais (em cm2) e distância interna entre estribos (em cm).
Notas de Aula – Estruturas de Concreto I 109