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Prof. Dr. Robson José de Oliveira - Universidade Federal do Piauí
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Prof. Dr. Wescley Viana Evangelista - Universidade do Estado de Mato Grosso Carlos Alberto Reyes Maldonado
Prof. Me. Marcelo da Fonseca Ferreira da Silva - Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória
Profª. Ma. Juliana Campos Pinheiro - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Profª. Dra. Maria Cristina Zago - Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Atibaia
Profª. Dra. Gracielle Teodora da Costa Pinto Coelho - Centro Universitário de Sete Lagoas
Profª. Ma. Glória Maria de França - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Profª. Dra. Carla da Silva Sousa - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano
SUMÁRIO
CAPÍTULO 01........................................................................................................................................... 10
Iara Margolis Ribeiro; Walter Franklin Marques Correia; Fabio Campos; Bernardo Providência
DOI: 10.37885/201001921
CAPÍTULO 02........................................................................................................................................... 33
Paula Ferro
DOI: 10.37885/201001736
CAPÍTULO 03........................................................................................................................................... 43
DOI: 10.37885/201102046
CAPÍTULO 04........................................................................................................................................... 66
DOI: 10.37885/201101990
CAPÍTULO 05........................................................................................................................................... 88
Antonia Silva; Francisco Juanito Costa da Silva; Gabriel Andrade de Oliveira; Augusto Cézar de Aquino
Cabral; Sandra Maria dos Santos
DOI: 10.37885/200901436
CAPÍTULO 06..........................................................................................................................................110
Lauren Feder; Célio Aparecido Rosa de Araujo Júnior; Greicy Mara França; Pedro Torraca; Eduardo
Perotto Biagi; Mayara Martins da Quinta Alves da Silva
DOI: 10.37885/200901229
SUMÁRIO
CAPÍTULO 07......................................................................................................................................... 124
DOI: 10.37885/200901417
CAPÍTULO 08......................................................................................................................................... 137
DOI: 10.37885/200901277
CAPÍTULO 09......................................................................................................................................... 161
DOI: 10.37885/201102042
CAPÍTULO 10......................................................................................................................................... 193
DOI: 10.37885/201001777
CAPÍTULO 11......................................................................................................................................... 209
DOI: 10.37885/201001610
CAPÍTULO 12......................................................................................................................................... 233
Mayara Regia Sousa de Melo; Inácio Ferreira Façanha Neto; Josanne Cristina Ribeiro Ferreira Façanha
DOI: 10.37885/200901423
SUMÁRIO
CAPÍTULO 13......................................................................................................................................... 254
Fabrízio Meller-da-Silva; Pâmela de Oliveira Marciano; Erika Ananine Paiva; Vanderlei da Silva Sampaio
DOI: 10.37885/201102018
CAPÍTULO 14......................................................................................................................................... 271
DOI: 10.37885/201001846
CAPÍTULO 15......................................................................................................................................... 295
Johnny Ferreira Silva; Kaio Anderson Ribeiro de Oliveira; Nicolas Grisoste de Medeiros; Ednael Macedo
Felix; José Inácio Lopes Lima
DOI: 10.37885/201001675
CAPÍTULO 16......................................................................................................................................... 304
DOI: 10.37885/201202361
CAPÍTULO 17......................................................................................................................................... 322
Elizeu Barroso Alves; Elaine Cristina Hobmeir; Elton Ivan Schneider; Vanessa Estela Kotovicz Rolon
DOI: 10.37885/201001821
Fabio Campos
Bernardo Providência
10.37885/201001921
RESUMO
A avareza, como um pecado capital, é o apego demasiado ao bem material e está atre-
lado ao comportamento e o consumo do colecionador. Este, por sua vez, sacraliza seus
artefatos por rituais, organização e procedimento dando significado ao conjunto, partindo
do coletivo ao particular e retomando ao coletivo. A materialização é um ato de consumo,
com hábitos comportamentais e com preenchimento de lacunas emocionais. Este trabalho
faz a conexão entre a coleção, o consumo e o comportamento do colecionador. Com uma
pesquisa com 79 colecionadores comuns, ficou evidenciado que cada colecionador tem
seus rituais diante de sua coleção e que elas têm representação simbólica e despertam
uma gama de sentimentos e emoções positivas.
O PECADO DA AVAREZA
Os sete pecados capitais podem ser vistos como os sete vícios que comprometem as-
pectos primordiais da conduta cristã. O interessante a se destacar é que originalmente este
item não estava na Bíblia. Capps (1989) afirma que desde antes do século IV havia tentativas
para identificar as disposições que constituíam a mais grave ameaça para o espírito do fiel
católico. A lista mais antiga dos pecados é do século IV, feita por Evágrio do Ponto e depois
por João de Cássios. Porém apenas no século VI o Papa Gregório I formulou a “atual” lista
(TICKLE, 2004). Estes pecados foram considerados mortais pelo catolicismo, porque eles
teriam o poder de mutilar ou até mesmo matar o espírito divino (CLARK, 1989).
A lista dos sete pecados não se originou na teologia, mas sim no contexto do dia-a-dia
dos líderes espirituais católicos na tentativa de ajudar as crenças mais confusas e turvas
(SULLENDER, 2014). Segundo Veselka et al. (2014) o grupo dos “vícios capitais” representa
uma grupo de comportamentos autodestrutivos originalmente definida pela Igreja Católica e
depois incorporada nas áreas filosóficas, científicas e sociopolítica. Contudo, há divergência
na composição deste grupo, havendo variações através do autor analisado, por questão de
tradução ou derivação das palavras (SUCCI, 2006). Os pecados mais tradicionais encon-
trados são: soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e a preguiça.
Em uma sociedade massificada e de consumo, o que define seus membros não é o ato
em si, mas a emancipação do consumo, a definição da identidade pessoal pela posse e a
nova plasticidade das necessidades, estabelecendo o consumo livre de vínculos funcionais
1 Essa frase pode ser encontrada no Visudhimagga, do século XII e foi retirada do próprio livro de Tickle.
2 Obra da Tradição Oral Chinesa, conhecida em Português como “O livro do caminho e da virtude”
3 Termo originado do inglês “apart”, utilizado por Belk et al. (1989) e por Evens (2003).
Colecionar pode ser definido por Belk (1995a;1995b) como o processo ativo, seletivo e
apaixonante de adquirir e possuir coisas retiradas do uso comum e percebidas como parte de
um conjunto de objetos ou experiências não idênticas, bem como é uma busca possessiva,
materialista e de aquisição. Este tipo de consumo difere da maior parte dos outros tipos de
consumo por se preocupar com um determinado objeto e a falta de uso comum para estes.
Destaca-se que há uma diferença entre o colecionador e o acumulador. Para Nordsletten
e Mataix-Cols (2012) o colecionador atribui simbolismo e sentimento aos objetos já acumu-
lador é uma doença mental, que tem a acumulação atrelada à segurança e à identidade
pessoal. Este é menos focado na meta, tem a desordem como fator predominante e vê o
valor utilitário e sentimental, acumulando uma variedade maior de itens. Ele é uma minoria
dos colecionadores extremos e inclusive tem mais dificuldade com relacionamentos com
outras pessoas. O colecionador pode apresentar uma dificuldade em descartar ou dividir
suas posses e é mais presente nas crianças (70%) do que nos idosos (15%).
Observa-se que em cada etapa há sentimentos envolvidos. Almeida et al. (2014) con-
firma no seu estudo dois tipos de comportamento para os colecionadores: os que tem os
rituais de comportamento para o consumo destacados por Belk e os que tem alguns aspectos
destes rituais, mas apresentam também um forte envolvimento simbólico com a experiên-
cia. Já Zonneveld e Biggemann (2013) concluem que valores natos individuais e crenças,
que em grande parte são determinadas pela cultura nacional, orientam o comportamento
deste tipo de consumidor e direcionam as decisões da coleção. A paixão e o entusiasmo
que os colecionadores têm são herdados pela cultura e pelo simbolismo.
De acordo com a literatura abordada é possível destacar três aspectos principais que
criam uma conexão entre si: a coleção, o sagrado e o consumo. A premissa da pesquisa foi
analisar o hábito de consumo de quem tem algum tipo de coleção, dentro da ótica adotada
neste trabalho. Ou seja, tem um processo ativo e seletivo de adquirir e possuir algo do uso
comum, porém percebida como uma parte de um conjunto especial, com o intuito de checar
o simbolismo, as emoções e os rituais envolvidos neste hábito de consumo e correlaciona-lo
com a avareza e a sacralização. Diante disso, foi considerado colecionador todo aquele que
tem pelo menos uma coleção, independente se ele se enxerga como colecionador ou se os
outros o enxergam como colecionador.
A pesquisa foi feita através de questionário, com amostragem não probabilística, por
conveniência inicial e por bola de neve para os últimos entrevistados. Ela foi direcionada a
pessoas que tinham algum tipo de coleção e depois reencaminhada para pessoas que de
alguma forma eram reconhecidas por isso.
Foi questionado aos entrevistados o que colecionavam, o tempo de coleção, quais
rituais eles faziam, a forma que adquiriam novos itens, a percepção que tinham deles como
colecionadores e o sentimento envolvido no processo. Essas perguntas tinham como pre-
missa entender o comportamento do colecionador e averiguar se os rituais e sentimentos
convergiam para a avareza. Desta forma, buscou-se o entendimento da avareza em pessoas
com comportamento de colecionador.
Para análise desses fatores foi feito uma pesquisa com 79 pessoas que tem pelo menos
uma coleção. O grupo foi composto por:
O tratamento dos dados foi feito pela plataforma Excel, analisando cada resposta. Para
deixar mais visual foi elaborado nuvem de palavras elaborada de acordo com a repetição
dos itens de respondentes diferentes ou em gráficos. Salientamos mais uma vez que os
colecionadores foram “rotineiros”, em geral, não são colecionadores profissionais e colecio-
nam por algum motivo pessoal.
Em relação aos tipos das coleções relatadas as que mais se repetiram foi: Moedas,
Livros, Canecas/copos/xícaras, representada na Figura 3 apenas como Canecas. As três
juntas representaram um terço das coleções. No total foram 131 coleções, com 63 itens
diferentes. Salienta-se que a maioria nunca deixou de comprar algo para comprar um item
da coleção, todavia mais da metade já o fez alguma vez.
Evidencia-se que a maioria dos entrevistados afirmaram que os itens só são inclusos
na coleção com atribuições emocionais, seja em um momento, seja em presente, conquista
Poucos minimizaram elas informando que a coleção era “básica”, “desatualizada”, “falta
muito para chegar no ideal”. Porém a grande maioria correlacionam suas coleções a algo es-
pecial, que traz lembranças, sentimentos ou prazer, descrevendo como “minha vida”, “partes
dos melhores momento que vivi”, “um dos meus prazeres” ou “um sonho sendo atingido”.
Eles falam de suas coleções com sentimentos como amor, apego, afeto, cuidado, paixão.
Em uma analise mais reflexiva foi perguntado aos participantes o grau de intensida-
de que eles se consideravam perante a coleção, de acordo com algumas características,
sendo elas: acumulador, apaixonado pela coleção, curioso pelas informações, compulsivo
na compra, compulsivo no conhecimento, excessivo, ganancioso (desejo de possuir mais),
orgulhoso, possessivo e seletivo na compra. A Figura 7 demonstra a intensidade deles.
Quanto maior a palavra, maior a intensidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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48. ZUKIN, S.; MAGUIRE, J. S. Consumers and Consumption. Annual Review os Sociology,
v.30, p.173-197, 2004.
Paula Ferro
PUC - Camp
10.37885/201001736
RESUMO
ARQUÉTIPOS FEMININOS
Segundo Maria Teresa Mendonça de Barros, a resultante entre mulheres e seus papéis
é a imagem que se cria de cada uma delas, ou seja, como elas são vistas e julgadas pelos
demais e a imagem que elas fazem de si próprias e do mundo (BARROS, 2009). A partir
desse conceito, a maneira mais fácil de classificar esses papéis é através da criação de
modelos do que esperamos dos demais seres humanos. Essas expectativas são universais,
e possuem valores diferenciados dentro de cada sociedade específica.
Os chamados de modelos de ação são delineados a partir de padrões de comporta-
mento e do que motiva os indivíduos a continuarem a viver em sociedade, padrões esses
que ficam abertos a diversas possíveis leituras e interpretações. A base desses modelos
se encontra no nosso inconsciente. Trata-se de padrões arquetípicos, que, por estarem
presentes em nosso inconsciente coletivo, independem de tempo e espaço.
Hera
A grande senhora, modelo de esposa, cuja vida gira em torno do marido, buscando
ajudá-lo sempre, mas cobrando o reconhecimento de seu esforço. Quando não obtém essa
gratidão torna-se rancorosa e vingativa.
Segundo Robles:
Deméter
A grande mãe, modelo maternal protetor, que jamais aceita que seus filhos cresceram
e podem vir a se tornarem independentes. Se contrariada, torna-se devoradora e castradora.
Sua história é triste e até um pouco trágica. A deusa, condenada a vagar em busca
de sua filha Perséfone, assombra a terra com o inverno para espelhar sua infelicidade.
Perséfone
Afrodite
Ártemis
Palas Atena
A revista Capricho é dividida por sessões, de maneira que a leitora possa rapidamente
encontrar as que mais lhe interessam. Além disso, a repetição quinzenal das mesmas ses-
sões cria uma forte identificação por parte da adolescente e a sensação de que o assunto
que a interessa será sempre tratado na publicação. As sessões são as seguintes:
Entrada
É a parte que conta com a participação efetiva da leitora. Se a revista fosse uma casa
ela seria o hall de entrada. A primeira sessão é a coluna da editora, que conversa com a
adolescente de igual para igual, como uma anfitriã recebendo suas convidadas. Nas pági-
nas seguintes encontram-se o feedback das leitoras, a seção onde elas podem exibir suas
fotos com celebridades como troféus. Por fim, há um espaço reservado para meninas que
possuem blogs na Internet para expressarem suas opiniões sobre um determinado assunto.
Vip
Entrevista
Essa seção traz a matéria considerada como sendo a mais importante da edição.
Geralmente se trata de algo que mereça grande destaque, já que foi escolhida como
capa da revista.
Beleza
Moda
Na seção de moda encontramos muito espaço para anunciantes, assim como as prin-
cipais tendências da estação. O guia de moda da Capricho é muito baseado no estilo das
celebridades, principalmente internacionais, o que acaba por, muitas vezes desfavorecendo
a maioria das garotas, que possuem um biótipo muito diferente das estrelas norte-ameri-
canas e européias.
Você
Diversão
Essa última parte possui conteúdos bastante diversificados, porém clássicos e comuns
a todas as revistas adolescentes: o horóscopo, histórias embaraçosas das leitoras, dicas de
livros, música e filmes, e, uma coluna engraçada e leve para fechar a revista. A Capricho
possui ainda mais duas seções de autopromoção: uma que trata do que acontece no site
da revista e outra onde a marca anuncia seus próprios produtos.
Ainda que, muitas dessas sessões tenham a intenção de vender uma imagem pa-
dronizada às leitoras, é necessário ressaltar que alguns conteúdos merecem destaque por
O primeiro arquétipo que pode ser identificado na revista Capricho diz respeito não a
seu conteúdo, mas a seu conceito inicial. Esse arquétipo está simbolizado pela imagem de
Deméter, a grande mãe que, se contrariada desperta sua ira. O medo que as adolescentes
tinham de debater determinados assuntos com suas mães, de acabar contrariando-as e
decepcionando-as é que gerou as condições de surgimento de revistas adolescentes. Essas
surgiram como forma de transmitir informações a respeito de assuntos que, por causa da
grande diferença entre as gerações no século passado, não poderiam ser obtidas direta-
mente com a família.
Apesar da grande evolução por que a sociedade passou nos últimos anos, as ado-
lescentes ainda não se sentem à vontade em conversar sobre alguns acontecimentos de
suas vidas com suas mães, que, apesar de serem mais abertas ainda possuem a imagem
no inconsciente coletivo de alguém que nunca aceitará que suas filhas cresceram. Dessa
forma a revista Capricho aparece com uma proposta de uma conversa entre amigas, res-
pondendo a questionamentos e falando diretamente de igual a igual, e não como uma mãe
que dá bons conselhos, mas que também recrimina e pode se chatear.
Um outro arquétipo presente, que pode facilmente ser identificado em quase todas as
seções é o da mulher vaidosa, e por vezes superficial, ligada apenas em seus interesses
próprios, ou seja, a imagem simbolizada por Afrodite. Esse fato pode ser observado clara-
mente em duas seções da revista: a que trata de moda e a de beleza. Dicas de maquiagem,
cabelo, corpo e modo de vestir, são abundantes nas páginas da Capricho e se baseiam no
pressuposto que toda mulher tem o constante desejo de estar sempre bela, e não somente
isso, mas como de ser a mais bela. Esse arquétipo alimenta também o mito da competitivi-
dade entre as mulheres.
Existe ainda um outro aspecto que pode ser atribuído a esse modelo de comporta-
mento: o da mulher que está sempre flertando e seduzindo, sempre à espreita da paixão.
Encontramos exemplos disso nas seções em que os rapazes dão sua opinião geralmente
acerca de relacionamentos, além das sessões que tratam de sexo e especialmente no ho-
róscopo, que geralmente é superficial e trata principalmente do lado sentimental.
O terceiro arquétipo identificado também tem relação com o lado sentimental. Porém
este está relacionado à Hera, e sua incrível devoção a seu amado Zeus, além da necessidade
de possuir um companheiro para se sentir realizada. Na seção VIP, podemos observar as
imagens de belos rapazes, cuja imagem corresponde ao estereótipo de príncipe encantado
CONCLUSÕES
4. LAJOLO, M. & ZILBERMAN, R. A Formação da Leitura no Brasil. São Paulo: Ática, 1999.
9. ROBLES, M. Mulheres, mitos e deusas: o feminino através dos tempos. 1ª edição. Aleph,
2006.
13. PEIRCE, C. S. Semiótica e Filosofia São Paulo: Editora Cultrix, 1972. Introdução, seleção e
tradução de Octanny Silveira da Motta e Leonidas Hegenberg.
Gevair Campos
CNEC Unaí
10.37885/201102046
RESUMO
Existem inúmeros fatores e variáveis que influenciam na tomada de decisões dos con-
sumidores no momento de realizarem uma compra, sejam eles culturais, sociais, pessoais
e psicológicos, todos são induzidos de alguma forma.
Os profissionais de marketing e os gestores são responsáveis por detectar as ameaças
e oportunidades, recusa e aceitação por parte de um produto ofertado, para isso é feito uma
análise de mercado, dos componentes e dos grupos de influência na tomada de decisões
de compra dos consumidores.
Conhecer, estudar e monitorar o comportamento dos consumidores na atualidade vem
se tornando um grande diferencial no ramo do empreendedorismo, principalmente pelo ele-
vado nível de competitividade dos mercados e o advento da globalização.
Através de uma análise do mercado é possível notar o que seu público alvo leva em
consideração na hora de realizarem uma compra, ou seja, ele considera a marca, a qualidade
e o preço, que são alguns fatores que vão influenciar no momento de efetuar uma compra
e assim traçar estratégias para lançar ou consolidar um produto no mercado e até mesmo
fidelizar esses clientes.
A motivação também é um fator que pesa para os consumidores, pois para que o pro-
cesso da compra flua, o ideal é que o consumidor esteja motivado para realizar aquela compra
ou que essa compra lhe traga alguma motivação após, seja ela por meio de influenciadores e/
ou satisfação com o produto, o mais importante é sempre suprir suas necessidades e desejos.
Entender como os clientes e consumidores se relacionam e fazem suas escolhas faz
toda a diferença para as empresas na hora de aplicar algumas estratégias onde visam além
da maximização de lucros à satisfação dos clientes.
A relação cliente e empresa caminham juntas com o propósito de que o resultado seja
satisfatório para ambas as partes, pois não existe empresa sem cliente e vice-versa, sendo
assim é importante garantir a compra e a fidelização dos clientes.
Diante do exposto, a questão motivadora deste estudo objetiva identificar “Quais são
os influenciadores do comportamento de compra dos consumidores universitários da CNEC
Unaí quanto à disponibilidade de produtos ofertados pelas lojas de Unaí-MG”?
Conhecer as variáveis de influência sobre o comportamento de compra é importan-
te para que as empresas qualifiquem seus produtos e serviços, considerando os dese-
jos e necessidades do consumidor e orientando suas ofertas diante do mercado (ENGEL;
BLACKWELL; MINIARD, 2000).
O objetivo geral do estudo foi identificar os fatores influenciadores do processo de
compra dos universitários da Faculdade CNEC Unaí frente à disponibilidade de produtos
das lojas da cidade de Unaí-MG.
REFERENCIAL TEÓRICO
Neste tópico será apresentado o referencial teórico que embasou o método de pesqui-
sa e análise de dados que se desenvolveu através de pesquisas teóricas de acordo com o
tema de escolha comportamento do consumidor e suas variáveis.
O que é ser consumidor? “ser consumidor é ser humano. Ser consumidor é alimentar-
-se, vestir-se, divertir-se... é viver” (KARSAKLIAN, 2000, p.11).
Para Cobra (1997, p. 59), “cada consumidor reage de forma diferente sob estímulos
iguais, e isso ocorre porque cada um possui uma “caixa preta diferente”. Compreende-se
que cada pessoa tem uma personalidade diferente uma da outra, ou seja, a reação de uma
pode não ser a mesma da outra por isso é importante para as empresas investir no estudo
desse comportamento, pois eles são motivados e influenciados por diversas formas.
A busca pela as influências que os consumidores sofrem no decorrer da vida serve
para alertar as empresas sobre as mudanças que esses possam a vir refletir no seu com-
portamento como comprador como demonstrado no quadro 1.
Procedimentos de apren-
Influência sobre o comportamento do consumidor
dizado
Mídia impressa - o consumidor pode ser influenciado através de jornais, revistas, outdoors, mala direta,
1. Leitura
catálogos etc.
Mídia eletrônica e venda pessoal - a televisão, o rádio e os vendedores exercem uma forte persuasão
2. Audição
sobre os compradores.
3. Pensamento Não aplicável.
4. Observação Testemunho - o depoimento de pessoas líderes ou aceitas. Socialmente é persuasivo.
Amostras - quando o consumidor prova uma amostra de um produto e gosta, ele será influenciado para
5. Experimentação
uma compra futura.
Tipos de consumidores
É papel do empreendedor buscar conhecer mais afundo seus clientes e colocar isso
em prática é o primeiro passo para atraí-los, com isso, para melhor compreender existem
algumas perguntas que podem ajudar os empreendedores analisar e observar esse público:
como ele se sente, como ele vê, como ele pensa, do que ele tem medo, como ele age, o que
o influencia, quais são suas frustrações e seus reais desejos e necessidades.
Infinitas são as motivações deparadas pelos consumidores no seu dia a dia, que fazem
com que ele tenha qualquer tipo de comportamento ao realizar determinada compra “um motivo
ou impulso é uma necessidade que está pressionando suficientemente para levar uma pessoa
a agir” (KOTLER, 1998, p.173). Garantir a satisfação desses clientes e fidelizar os mesmos são
intuito de qualquer organização ou pelo menos deveria ser, porque cliente satisfeito é cliente
garantido, sendo assim é preciso buscar essa satisfação ao longo de todo o processo de com-
pra, avaliando se o produto que está sendo ofertado está ocasionando essa devida satisfação.
A satisfação do cliente é influenciada pela avaliação que ele faz das características do produto
As características
ou serviço que consome. Em uma pousada de férias, por exemplo, o cliente está atento à área
do produto ou
da piscina, à proximidade da praia, à limpeza, ao restaurante, ao conforto, à privacidade, à
serviço
simpatia dos atendentes, ao preço das diárias, entre outras coisas.
Se eventos inesperados ocorrem, o cliente busca a causa e pode assumir parcial ou plenamen-
As causas do
te a culpa por não ter atingido as próprias expectativas. Isso influência a percepção de satisfa-
fracasso ou do
ção. Alguém que pede determinado prato em um restaurante e não gosta dele, por exemplo,
sucesso
pode entender que não fez uma boa escolha.
Noções de justiça são bastante relevantes à percepção de satisfação dos clientes. O cliente
As percepções de
vai sempre perguntar a si mesmo: “O preço que paguei foi justo?” ou “Outros clientes foram
justiça
tratados de forma mais adequada do que eu?”.
As empresas devem se atentar à todos os fatores de satisfação que possa vir refletir
nas atitudes dos clientes, colocarem em prática todos esses fatores que eleva o nível de
satisfação dos clientes possivelmente os resultados alcançados serão satisfatórios. Oferecer
qualidade também faz parte, nada melhor que um serviço bem feito e oferecido e o cliente
satisfeito, a satisfação virá de uma forma mais abrangente através de percepções externas.
Satisfação x Qualidade
Oferecer qualidade, obter satisfação são pontos fundamentais para conseguir se diferen-
ciar no mercado, é o caminho para qualquer organização ser reconhecida no mercado, apesar
de uma influenciar a outra existem diferenças entre os dois termos, como mostra o quadro 4.
A cada dia está mais difícil entender o que influência o processo de compra dos con-
sumidores. Existem vários meios e variáveis que influenciam nesse processo, contudo fica
cada vez mais complexo de compreender os fatores que os influência, sendo assim “é de-
finido como as atividades físicas e mentais realizadas por clientes de bens de consumo e
industriais que resultam em decisões e ações, como comprar e utilizar produtos e serviços,
bem como pagar por eles” (SHETH; MITTAL; NEWMAN, 2001, p. 29).
Requer estudos, análises e ferramentas para diagnosticar ao certo qual ou quais fatores
são os influenciadores nesse processo de compra. Só a partir disso é possível organizar
e traçar estratégias adequadas para chamar a atenção dos clientes e tornar esse trabalho
que a organização, o marketing busca que é satisfação dos mesmos.
Mas como compreender isso? Solomon (2002) admite que o indivíduo como con-
sumidor sofra influências. Existem variáveis fatores internos e externos que influen-
ciam nesse processo.
Fatores culturais
De acordo com Kotler (1998, p. 162), “os fatores culturais exercem a mais ampla in-
fluência sobre o comportamento do consumidor”.
E dentro dos fatores culturais existem subdivisões onde são chamadas de cultura,
subcultura e a classe social, que são os fatores que vão influenciar o consumidor na hora
da escolha de um produto. A cultura nos reflete a sociedade em que vivemos como nos
vestimos como pensamos e como essa mesma sociedade irá interferir no comportamento
de compra do consumidor.
Já a subcultura é baseada em uma característica específica diante da subdivisão de
uma cultura nacional, como exemplo, por idade, etnia etc. E por fim a classe social que in-
fluencia diretamente no tipo e na forma de consumir determinado produto onde essa divisão
por classe é baseada em status, valores, estilos de vida etc.
Fatores sociais
Por isso é importante para as empresas avaliar seu público-alvo, saber quais são seus
gostos, já que os grupos que as pessoas se relacionam no decorrer da vida como alguns
exemplos já citados acima interferem no processo da decisão de compra.
Assim sendo, as pessoas agem de acordo com o grupo que participam e para con-
tinuar fazendo parte desse grupo, no final comprarão produtos que refletem sua ima-
gem na sociedade.
Durante a vida, as pessoas irão oscilar entre comportamentos e opiniões, pois vi-
venciam ciclos, estágios diferentes ao longo da vida e cada momento exige uma necessi-
dade de consumo, diante disso Dias define: as pessoas, ao longo de sua vida, além das
mudanças de hábito e novas expectativas advindas com a maturidade, passam a comprar
diversos produtos, como roupas e remédios, e serviços, como lazer, de acordo com a idade
(DIAS, 2004, p.62).
Neste caso, entender em qual estágio os consumidores estão, a idade, estado civil e
outros fatores da vida pessoal, são grandes influenciadores senão determinantes no con-
sumo de certos produtos.
Fatores psicológicos
Para Kotler (1998) são quatro fatores psicológicos que influenciam no comportamento
do consumidor são eles: motivação, percepção, aprendizagem, crenças e atitudes.
A motivação, segundo Kotler (1998) é uma necessidade para levar as pessoas a agir.
Existem inúmeras teorias sobre a motivação que levam a diferentes estudos e análise do
comportamento dos consumidores.
Para Schiffman e Kanuk (2000, p.103) percepção é “o processo pelo qual um indiví-
duo seleciona, organiza e interpreta estímulos visando a um quadro significativo e coerente
do mundo”. Compreende então que a percepção é modo como às pessoas selecionam,
organizam e interpretam as informações recebidas do mundo. Considera-se o consumidor
como indivíduo, onde cada indivíduo tem uma percepção diferente diante de uma situação.
Kotler (1998, p.175) define que “aprendizagem são todas as mudanças ocasionadas
no comportamento de um indivíduo em função de suas experiências”. Com isso, a aquisição
um produto pode ser ocasionada através das experiências passadas, motivações durante
e após adquirir um produto.
Para Kotler (1998, p.176), “crença é um pensamento descritivo que uma pessoa sus-
tenta sobre algo”. As pessoas como indivíduos, tende a ter personalidades únicas que levam
para a vida por acreditar em algo.
Referente às atitudes Solomon (2002, p. 165) define “uma atitude é duradoura porque
tende a persistir ao longo do tempo”. É quando uma pessoa considera gostar e desgostar
de algo e aquilo o influência mentalmente.
É possível concluir que vários são os fatores que impulsionam o consumidor a agir de
uma determinada maneira no ato da compra, como a motivação, percepção, aprendizagem,
crenças e atitudes, são fatores intangíveis, mas de extrema importância.
O conceito de marketing é versátil, pois tem que estar se atualizando a todo o mo-
mento, é uma necessidade, uma ferramenta essencial para qualquer organização. Com
ele é possível se tomar diversas decisões dentro da organização, para isso é preciso com-
preendê-lo. O marketing é uma área que vem se destacando cada dia mais no mercado, o
marketing está ligado diretamente ao sucesso das organizações.
MATERIAIS E MÉTODOS
As análises de dados originada a partir das pesquisas aplicadas mostram o perfil dos
entrevistados e a opinião dos mesmos em relação aos produtos ofertados pelas lojas físicas
situadas na região de Unaí-MG.
Quanto aos gêneros dos universitários apresentados na figura 2, dos 38 respondentes,
13 (34,4%) são do sexo masculino e 25 (65,8) do sexo feminino. Predominado então as
mulheres nesse quesito, conforme ilustra a figura 2.
Figura 2. Gênero
Pode-se ver que em relação às idades predomina os alunos que tem entre as idades de
18 á 21 anos um total de 18 (52,6%) dos alunos respondentes. Após vem os que têm entre
22 á 26 anos, com 12 (31,6%). Os demais respondentes se concentram em os que têm entre
Figura 3. Idade
Sobre o estado civil, de acordo com a figura 4, observa-se que só duas opções obtive-
ram respostas, solteiros com 31 (81,6%) dos alunos e apenas 2 (18,4%) alunos são casados.
Não há nenhum viúvo e nem divorciado no curso. Por se tratar de um público jovem como
ilustrado na figura 3, estes se encontram no início de sua carreira, a ainda não constituíram
família, conforme ilustrado na figura 4.
A figura 5 mostra com qual renda os alunos costumam realizarem suas compras, 36
(94,7%) alunos sendo a maioria responderam com renda própria e apenas 2 (5,3%) respon-
deram com a dos pais, nenhuma deles responderam a opção conjugues e parceiros.
Figura 6. Em média, quanto você investe em capital por mês em compras de vestimenta
A Figura 7 vem mostrando com qual frequência os mesmo costumam realizarem essas
compras, 11 (28,9%) responderam a cada 6 meses, empatando com os que compram de
3 em 3 meses que foram 11 (28,9%) alunos também, 10 (26,3%) alunos responderam que
compram todo mês e 6 (15,8%) alunos responderam que compram 1 vez ao ano.
Sobre os grupos de influências citados a figura 8 ilustra quais são as influências so-
fridas pelos estudantes 23 (60,3%) responderam que não são influenciados, resultado sur-
preendente, uma vez que atualmente vivemos em mundo motivado pela a mídia e com
forte influência das redes sociais. Apenas 6 (15,8%) responderam que a família influência,
5 (13,2%) alunos responderam que são influenciados pelos amigos e colegas de trabalho,
teve um empate entre 2 (5,3%) alunos que responderam Youtubers e 2 (5,3%) que respon-
deram personalidades da TV
Figura 9. Na hora de realizar uma compra o que você mais leva em consideração
Pode ser que dependendo do estágio de vida das pessoas o que elas levam em con-
sideração mude, pois são fatores inconstantes, que podem depender de diversos fatores
como a renda e dos grupos de influencias. Mas a marca, qualidade e preço influenciam na
hora da compra, mas qual o fator que mais o influencia isso vai depender de cada um.
Os resultados da pesquisa demonstram que sim, às vezes as opções de modelos e
marcas influenciam na escolha de um ponto de compra, foi a escolha da grande maioria
com 23 (60,5%) alunos respondentes, 7 (18,4%) responderam que sempre os influência e 8
(21,1%) responderam que não influência. A figura 10 ilustra isso e se pegar a média, esses
fatores em conjunto exercem uma boa influência no total desses universitários.
Figura 11. Como você avalia a disponibilidade de marcas e modelos das lojas físicas de Unaí
Segundo Vidigal (2003, p. 31), “a nova economia é chamada de economia digital, por-
que a informação, em todas as suas formas, torna-se digital”.
Conforme a figura 13, demonstra um dos objetivos da pesquisa que é avaliar essa
disponibilidade, levantando o dado de satisfação e a média foi negativa, se analisar os 6
(15,8%) insatisfeitos e os 19 (50%) que opinaram por regular, são mais da metade dos
respondentes o que corresponde que para eles as lojas estão deixando a desejar quanto
á disponibilidade da oferta de seus produtos, onde apenas 13 (34,2%) estão satisfeitos.
Segundo Novaes (2004, p.11), “as relações interpessoais no comercio varejista não ocor-
rem de forma aleatória ou sem nexo, mas dependem de um conjunto de forças de natureza
econômica, social e tecnológica que estão por trás do comportamento dos fabricantes, dos
consumidores finais dos produtos.”
Figura 13. Quanto à disponibilidade de produtos das lojas de Unaí – MG, você se encontra
Figura 15. Quais os produtos são mais difíceis de comprar na sua cidade, levando em consideração o preço, disponibilidade
Figura 16. O que as empresas podem fazer para melhorar esse deficit de satisfação dos consumidores
Albrecht (1995, p. 49) conceitua “se você fizer bem o básico, o esperado e o deseja-
do, o cliente começará a favorecê-lo se você fizer tudo isso melhor que os concorrentes”.
Sendo assim, as organizações devem se adequar para melhor atenderem seus clientes e
se sobressaírem sobre seus concorrentes, capacitar seus funcionários, para oferecer um
bom serviço e produto de qualidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo desse trabalho foi fazer um aparato geral sobre a ótica dos consumidores
universitários em relação a sua satisfação em diversos pontos de questionamento sobre
as lojas que ofertam produtos na cidade de Unaí – MG. Em primeira instância se sabe que
inúmeras são as variáveis que influência os indivíduos na hora de realizarem uma compra,
e que o seu poder de compra afeta diretamente no lucro das empresas, então é aquela
questão de troca de valores, a empresa oferece o produto para o cliente em razão disso ele
lhe devolve o lucro do serviço que lhe foi prestado.
A pesquisa demonstrou que o grupo entrevistado encontra-se mais insatisfeito do que
satisfeito em relação à disponibilidade dos produtos ofertados pelas lojas. Com isso, per-
cebe-se que na opinião deles o que pode está faltando são vendedores qualificados para
assim melhorar as falhas diagnosticadas, treinamento para esses funcionários buscar atrair
mais clientes seria a solução, ou talvez uma melhoria no quesito, trabalhar mais o marketing
também seria uma boa opção já que a cidade não oferece muito isso, talvez por ser uma
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10.37885/201101990
RESUMO
REFERENCIAL TEÓRICO
O comportamento ecológico pode ser entendido como resultado de uma série de ali-
nhamentos entre o que as pessoas acreditam ser seu papel em relação ao meio ambiente e
o modo como o exercem no dia a dia. O comportamento ecológico tem reflexos econômicos
para os orçamentos das famílias, logo, além da crença da pessoa em relação ao seu papel,
somam-se aspectos econômicos ao que a pessoa pratica no seu cotidiano, tanto de uma
forma positiva, quanto de uma forma negativa. Usar papel reciclado pode custar mais caro
em uma visão individual e de curto prazo do que o uso do papel convencional. Por outro
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Consumidores Consumidores
ecologicamente "verdes"
corretos emergentes
Perspectiva Perspectiva
Cognitiva Não Cognitiva
Consumidores
"verdes" Consumidores
sensíveis ao Convencionais
preço
3 VOLSKY, R.P., OZANNE, L.K.; FONTENOT, R.J. A conceptual model of US consumer willingness-to-pay for environmentally
certified wood products. Journal of Consumer Marketing, Vol. 16 No. 2, 1999, pp. 122-40.
A escala utilizada pelo Instituto Akatu (2010) para monitoramento do consumo ecológico
agrupa os consumidores em quatro categorias a partir do número de comportamentos da
escala que adotam. São as categorias:
• Indiferentes – 2 comportamentos
• Iniciantes – 3 a 7 comportamentos
• Engajados/Comprometidos – 8 a 10 comportamentos
• Conscientes – 11 a 13 comportamentos
A escala foi aplicada pela primeira vez, depois de um estudo piloto, em 2003 a 1000
entrevistados de regiões metropolitanas do Brasil. (AKATU, 2003)
Os comportamentos pesquisados são observados a partir de 13 afirmativas para
as quais o respondente declara-se a partir de três opções: 1-Sim/Sempre, 2-Às vezes
3-Raramente ou Nunca.
As afirmativas expostas ao respondente são:
2- Providenciei uma lixeira específica para cada tipo de lixo em minha casa
5- Quando estou em casa, deixo as luzes acesas em ambientes que não são usados
8- Busco informações sobre empresas que divulgam seus produtos como verdes
14- Guardo o papel que não quero mais no bolso, quando não encontro lixeira perto
15- Evito comer alimentos que contenham produtos químicos (conservante, agrotóxico)
20- Quando não encontro lixeira por perto, jogo latas vazias no chão
27- Participo de atividades como plantar árvores ou recolher lixo de praias ou rios
28- Deixo aparelhos eletrônicos ligados mesmo quando não estou usando
O tratamento que se dá aos dados uma vez tabulados é a análise fatorial para des-
coberta de quais dimensões a amostra apresenta, com consequente agrupamento dos
respondentes em clusters conforme os objetivos da pesquisa.
Para este trabalho, utilizou-se uma escala de concordância de 5 pontos, em que o
respondente poderia optar entre: 1-DISCORDO totalmente | 2-DISCORDO parcialmente |
3-Não concordo nem discordo | 4- CONCORDO parcialmente | 5-CONCORDO totalmente.
Pato (2004) e Campos (2008) utilizam uma escala de concordância de 6 pontos. Porém,
optou-se neste trabalho por reduzir a escala a 5 pontos de modo a torna-la mais enxuta.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O quinto passo foi classificar os alunos em clusters a partir da pontuação em cada fator.
Testou-se a classificação em 3 e 4 clusters, sendo que optou-se por apresentar a classifica-
ção em 3 clusters conforme Tabela 2. O motivo desta escolha é que, para 4 clusters, surge
um 4º grupo muito pequeno (de apenas 30 pessoas).
Cluster
1 2 3
Fator 1 - Compras verdes 5,37 3,64 3,98
Fator 2 - Economia de
8,79 8,10 6,29
energia em iluminação
Fator 3 - Ativismo
2,03 ,79 1,72
Ecológico
Fator 4 - Descarte de Lixo 9,35 8,90 7,90
Fator 5 - Reciclagem de
7,39 1,05 6,18
Lixo
Fator 6 - Economia de
Energia em 8,81 7,21 3,88
Equipamentos
Quantidade de
Cluster Nome Características
Alunos
Apresentou o maior número de comportamentos verdes em todos
1 Mais Verdes 154
os fatores
Apresentou maior número de comportamentos verdes em relação ao
Menos Verdes atentos ao benefício
2 208 cluster 3. Os fatores onde o comportamento ecológico aparece em
financeiro do comportamento verde
maior evidência estão relacionados a questão financeira.
Menos Verdes atentos ao fator reci- O único comportamento verde significativo em comparação com os
3 105
clagem dois outros clusters são os relacionados ao fator Reciclagem.
Total 467 -
Os três clusters encontrados foram classificados conforme Quadro 4. Dois fatores cha-
mam a atenção: Ativismo ecológico, em que foram encontrados valores bastante baixos, e
Descarte de Lixo, em que foram encontrados valores significativos. Analisando o Descarte de
Lixo através da verificação das questões relativas a este fator, pode-se supor que este aspecto
está mais voltado para uma questão de educação familiar do que preocupação ecológica em
si, uma vez que as questões investigam se o indivíduo joga ou não lixo no chão, basicamente.
O fato de haver um cluster que foi classificado como ‘menos verde’, porém atento ao
reflexo financeiro do desperdício de energia, corrobora com Karp (1996) que afirma que
existe uma carga de autointeresse para certos hábitos por trazerem benefícios econômicos.
• Quanto a H1, não há diferenças significativas entre alunos de ambos os cursos com
relação ao grupo de comportamento ecológico a que pertencem.
• Quanto a H2, não há diferenças significativas entre os alunos de Administração
com relação ao comportamento ecológico à medida que avançam no curso.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve por objetivo principal investigar o comportamento ecológico dos alunos
dos cursos de Medicina e Administração da USP Ribeirão Preto, verificando o efeito que a
experiência ao longo dos dois cursos exerceria sobre o construto.
Através de uma pesquisa quantitativa não probabilística, 467 alunos foram pesquisados
através de um instrumento composto a partir de duas escalas validadas pela literatura (a
Escala de Comportamento Ecológico de Pato e o Critério de Classificação Econômica – Brasil).
A pesquisa também permitiu identificar conglomerados em que prevalecem certos
comportamentos ecológicos em detrimento de outros, permitindo classificar estes alunos
em três grupos: consumidores mais verdes, consumidores menos verdes atentos ao reflexo
econômico, e os menos verdes atentos à reciclagem. Para os menos verdes atentos ao re-
flexo econômico, encontrou-se uma explicação bastante pertinente trazida pela literatura, a
saber, a carga de autointeresse na adoção de determinado comportamento, não objetivando
primariamente o benefício ao meio ambiente, mas antes, o benefício próprio traduzido em
Limitações do estudo
Este estudo trabalhou com uma amostra por conveniência, bastante homogênea quan-
to a classificação econômica e a idade (em virtude de se tratarem de estudantes em nível
universitário). Obviamente, esta pesquisa não teve a intenção de extrapolar conclusões
para uma população.
Como principal fator limitante que comprometeu a execução das análises tal qual ha-
via sido prevista no projeto original, tem-se a pequena amplitude de respondentes para o
curso de Medicina. Este fato limitou a análise evolutiva em relação a este curso porque os
respondentes de Medicina entrevistados concentraram-se entre 1º e 2º anos. Porém, mesmo
assim, foi possível comparar estes alunos de Medicina com os alunos de Administração para
os dois anos iniciais. A aplicação da análise evolutiva quanto ao comportamento ecológico
limitou-se a testar os alunos do curso de Administração.
Embora este estudo permita retratar o perfil da população estudada quando ao
Comportamento Ecológico, um estudo probabilístico poderá dimensionar melhor os níveis
de incidência dos comportamentos e, principalmente buscar entender motivos que o expli-
quem através da associação de técnicas qualitativas de pesquisa.
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23. PATO, Cláudia M. L.; TAMAYO, Álvaro. A Escala de Comportamento Ecológico: desenvolvi-
mento e validação de um instrumento de medida. Estudos de Psicologia 2006, 11(3), 289-296.
24. SIMÃO, Lydia Maria Barroso. Comportamentos individuais e mudança climática: um estu-
do luso-espanhol da importância dos valores pessoais. Tese de Doutorado. Universidade de
Extremadura. Badajoz, 2010. 296p.
Antonia Silva
UFC
10.37885/200901436
RESUMO
Cultura organizacional
Um dos conceitos clássicos sobre o tema cultura foi proposto por Schein (1984), que
a define como um padrão de pressupostos básicos – inventados, descobertos ou desenvol-
vidos por um determinado grupo à medida que ele aprende a lidar com seus problemas de
adaptação externa e integração interna – o qual tenha funcionado suficientemente bem para
ser considerado válido, e assim, ser ensinado aos novos membros como a forma correta de
Aprendizagem organizacional
Desempenho organizacional
Desempenho financeiro
OBJETIVO
MÉTODOS
A pesquisa foi realizada mediante survey, para descrever a relação entre as variáveis
cultura de aprendizagem e desempenho organizacional, em emissoras de TV cearenses.
Optou-se pela survey interseccional, em que os dados são colhidos, num certo momento,
para descrever ou determinar relações entre variáveis na época do estudo (BABBIE, 1999).
A escolha da população levou em consideração a relação das sete emissoras lista-
das em Site Oficial da Televisão Digital (DVT, 2012), em processo de transição do mo-
delo de transmissão analógico para o digital e situadas na cidade de Fortaleza, estado
RESULTADOS
Quase Quase
CULTURA DE APRENDIZAGEM Nunca Sempre
1 2 3 4 5 6
- As pessoas dão feedback aberto e honesto umas às outras. 3% 6% 15% 36% 19% 21%
- Na empresa, quando as pessoas dão sua opinião, também perguntam o
4% 4% 20% 27% 27% 17%
que os outros pensam.
- As pessoas desenvolvem confiança nos outros. 2% 6% 16% 25% 35% 16%
- A empresa reconhece as pessoas por suas iniciativas. 3% 6% 19% 21% 28% 22%
- A empresa permite às pessoas o controle sobre os recursos de que preci-
6% 9% 13% 25% 24% 22%
sam para realizar seu trabalho
- A empresa apóia as pessoas que assumem riscos calculados. 4% 11% 12% 21% 35% 18%
- A empresa encoraja as pessoas a pensar com uma perspectiva global. 2% 3% 17% 17% 40% 21%
- A empresa trabalha em conjunto com a comunidade externa para aten-
3% 4% 14% 25% 31% 23%
der às necessidades mútuas.
- As pessoas são estimuladas a obter respostas de outras partes da empre-
2% 3% 18% 20% 32% 25%
sa quando precisam resolver problemas.
7. Estímulo à liderança estratégica para a aprendizagem 3% 4% 12% 22% 31% 28%
- A satisfação do cliente é maior que no ano passado. 2% 8% 8% 26% 33% 22%
- O número de sugestões implementadas pela empresa é maior que
1% 8% 13% 37% 27% 14%
no ano passado.
- Na empresa, o número de indivíduos que aprendem novas habili-
1% 3% 12% 31% 29% 24%
dades é maior que no ano passado.
SCCA – Sistemas para capturar e compartilhar a aprendizagem 0,239 0,081 2,951 0,004
SCCA – Sistemas para capturar e compartilhar a aprendizagem 0,213 0,081 2,643 0,010
ELEA - Estímulo à liderança estratégica para a aprendizagem 0,173 0,086 2,012 0,047
R R² R² Ajustado
DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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40. YANG, B. Identifying valid and reliable measures for dimensions of a le-arning culture. Advances
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Lauren Feder
FESCG
Pedro Torraca
UFMS
10.37885/200901229
RESUMO
1 Fanpage ou página de fãs é uma página específica dentro do facebook direcionada para empresas ou marcas. Disponível em: <http://
www.aldabra.com.br/artigo/o-que-e-uma-fanpage>. Acesso em 17 julho 2015.
2 Facebook é um site e serviço de mídia social lançado em 4 de fevereiro de 2004, operado e de propriedade privada da Facebook Inc..
interação intensa entre empresa e consumidor. Outro aspecto também é ressaltar as estratégias utilizadas para promover a marca
com um baixo investimento financeiro e como a postura de uma empresa em uma mídia social de tamanha amplitude como o
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para que este estudo cumprisse seus objetivos foi preciso esgotar as teorias conhecidas
sobre gestão de marcas (tanto no ambiente real quanto virtual), assim como estudos englo-
bando marketing e social media. Após esta pesquisa, alguns pontos ficaram esclarecidos e,
para verdadeiramente entendê-los, será preciso buscar embasamento em diferentes teorias
e autores. É preciso que seja possível compreender desde os mais simples conceitos até
as alterações mercadológicas que vieram junto com as mídias digitais3.
De acordo com Las Casas (2002), o marketing pode ser definido como a área do
conhecimento que engloba todas as atividades relacionadas à troca e satisfação das ne-
cessidades e desejos dos consumidores visando alcançar determinados objetivos e sem
deixar de considerar as variações externas que afetam o desempenho de uma organização.
Outros autores consideram diferentes definições para o que é marketing. Kotler (2012, p.3)
o define sucintamente como a maneira de suprir necessidades gerando lucro, já para a AMA
3 Para os profissionais de comunicação é toda mídia controlada por algum elemento tecnológico (internet, games, TV digital, outdoors
eletrônicos, conteúdo para celular, entre outras formas de interagir com o cliente através de banco de dados).
Fonte: www.portaldomarketig.com.br
Apesar de serem facilmente confundidos, esses três conceitos se diferem no que diz
respeito à sua definição. Enquanto que necessidade é algo de que se precisa para viver,
desejo é uma necessidade por um produto específico e demanda são aquelas pessoas
financeiramente capazes de suprir suas necessidades.
4 Tradução Nossa
5 Grifo nosso.
É bastante comum encontrar uma vasta literatura abordando temas como mercado
alvo, posicionamento e segmentação. Segmentar um mercado é dividi-lo em partes menores
de consumidores com interesses e afinidades em comum para que seja mais fácil abranger
o público pretendido, que faz parte do mercado alvo, ou seja, aquele consumidor que se
pretende atingir com ações e estratégias de marketing; posicionamento é a maneira como a
empresa (ou marca) vai se comportar no mercado, como ela vai agir para atrair o mercado
alvo, o segmento que se pretende.
OFERTAS E MARCAS
Os produtos e serviços são passíveis de imitações. Marcas não. Dessa forma é pre-
ciso que haja um trabalho contínuo a fim de promover empresas e diferenciar os bens
que são ofertados.
As empresas atendem a necessidades por meio da emissão de uma proposta de valor,
um conjunto de benefícios capazes de satisfazer essas necessidades. A proposta de valor
intangível é materializada por
uma oferta, que pode ser uma combinação de produtos, serviços, informações
e experiências. (KOTLER, 2012, p.9),
BRANDING
“Branding não diz respeito apenas à criação da marca, mas também à gestão, geren-
ciamento e eficiência da marca no mercado” (MELO, 2014, p.14). É um estudo de marcas
que contempla desde a aceitação até a identificação destas com o público. É gerir uma
marca de maneira sólida e concreta, levando em conta as preferências do consumidor e
o que ele valoriza em uma empresa. Posicionamento, identidade visual, comportamento e
gestão fazem parte deste subcampo de estudo do marketing.
É através desse subcampo de estudo que é possível entender porque a marca á um
indicador de confiança e credibilidade para o consumidor, o que faz com que as marcas se
personifiquem, isto é, tenha uma personalidade para suas ações e comportamentos, pro-
vendo uma identificação maior por parte dos consumidores, o que atualmente representa a
verdadeira vantagem competitiva. Causar um impacto nos sentimentos dos clientes passou
a ser a mais importante conduta do branding além de criar envolvimento da marca com as-
pectos sentimentais e emocionais passou a ser a nova orientação seguida pelas empresas.
E-BRANDING
CLIENTE
Vera Chaves Gastronomia leva o nome da proprietária, Vera Chaves. Uma advogada,
com pós-graduação em direito empresarial e por muitos anos professora no curso Direito
da Universidade Luterana do Brasil, resolveu se dedicar exclusivamente a seu hobby: gas-
tronomia, hoje sua profissão. A empresa localiza-se à Rua dos Vendas, 635, Jardim Bela
Vista em Campo Grande (Mato Grosso do Sul) e dispõe de uma estrutura suficiente para
oferecer os produtos e serviços (comidas semiprontas, personal chef e eventos).
Após um breve levantamento de dados sobre a empresa (levando em consideração a
divisão de classes utilizada no Critério Brasil7), verificou-se que os principais clientes estão
inseridos nas classes A e B e, com as mudanças na economia e no mercado, Vera Chaves
Gastronomia abrange também a classe C. Trabalhando com diversos serviços diferencia-
dos, a empresa não possui concorrentes diretos, mas como indiretos apresenta os Buffets
(Paladar, Kampai, Veroni, entre outros) no serviço de Personal Chef e Casa Colonial, Cantina
Romana, La Buona Cucina e Masseria nos pratos semiprontos. Nos cursos rápidos não
apresenta concorrência.
A ideia de atuar no segmento surgiu em 2010 a partir de uma contratação para ela-
boração de um jantar em uma residência, desde a elaboração do cardápio até a limpeza
da cozinha. Na ocasião, a empresária percebeu a necessidade que um nicho específico de
mercado tinha desse serviço, o personal chef, e, após o jantar, o boca a boca funcionou
e a chef começou a ser solicitada para eventos que, no começo, eram mensais, depois
passaram a quinzenais e atualmente acontecem cerca de duas vezes por semana. “A de-
manda para o serviço, é uma demanda latente, visto que muitos tem a necessidade de um
serviço assim, não há limites quanto ao número de pessoas, servimos de 2 a 500 pessoas.”
conta Vera Chaves.
O serviço consiste em sugestão e elaboração de cardápio, compra e escolha dos me-
lhores ingredientes, confecção do(s) prato(s), cocção, finalização e limpeza do local, podendo
variar de acordo com a necessidade do cliente. A chef também disponibiliza uma variedade
7 O Critério de Classificação Econômica Brasil ou CCEB é um sistema de classificação de preços ao público brasileiro. Tem o objetivo
de ser uma forma única de avaliar o poder de compra de grupos de consumidores. Deixa de lado a pretensão de classificar a popu-
lação em termos de “classes sociais” e divide o mercado exclusivamente em classes econômicas.
ANÁLISE SWOT
MARKETING MIX
Alguns modelos de marketing argumentam que mais alguns “Ps” deveriam integrar
o composto de marketing. Packagin (embalagem), perception (percepção) e profit (lucro)
deveriam fazer parte do marketing mix. Existe também a abordagem dos 7 “Ps” de serviços,
que, além de Produto, Preço Praça e Promoção sugere People (pessoas), process (proces-
sos) e physical evidence (evidência física). Em relação ao mix da empresa Vera Chaves,
pode-se destacar:
Produtos: trabalhar com matérias primas de qualidade e com procedência garantida,
visando à satisfação dos clientes;
8 IIPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Disponível em <http://goo.gl/FBf0yC> Acesso em 17 jul 2015.
9 G1 Economia. Disponível em <http://goo.gl/7dAqNg> Acesso em 21 jul 2015.
PRESENÇA DIGITAL
É fato conhecido que estar presente nas mídias digitais é quase que uma obrigação
para as empresas que desejam se destacar no cenário atual e, pensando dessa maneira, a
empresa optou por criar uma fan page na maior das redes sociais da atualidade: o Facebook.
Criada em 28 de fevereiro de 2013, a página começou tímida, com curtidas de amigos e
familiares: no dia 08 de março de 2013 estava com apenas 77 curtidas; no dia 16 de março
com 115 e no dia 24 de março10 com 562 (figura 1), isso graças a um minucioso trabalho feito
pela própria Chef que convidava, um a um, seus amigos e conhecidos com quem mantinha
relacionamento pela mídia social.
Apesar de apresentar um bom crescimento esses números ainda não eram suficientes,
já que a empresa está localizada em Campo Grande e a cidade conta com uma população
de 774.202 habitantes (ONU, 2010)11, ou seja, as curtidas representavam apenas 0,014% da
população. Claro que foi preciso levar em conta que destes quase oitocentos mil habitantes
apenas 40,9% representam o público pretendido pela empresa.
Ao optar por usar os anúncios pagos da mídia social, Vera Chaves Gastronomia apre-
sentou um enorme crescimento, saltando de 562 para 1984 com apenas 6 dias de anúncio
(22/03/2013 – 28/03/2013), o que representa um total de 1029 curtidas (figura 2) com um
investimento de U$102,91 (aproximadamente R$235,00 na época), demonstrando um exce-
lente retorno para a pouca verba que a empresa detinha (figura 3). Aqui cabe a importante
10 O período que o Facebook disponibiliza em seus gráficos é de 8 dias, portanto, embora a campanha tenha iniciado no dia 22/03/2013,
só é possível analisar os registros dos dias 16 e 24/03/2013.
11 ONU: Organização das Nações Unidas (http://data.un.org/Data.aspx?d=POP&f=tableCode%3A240). Acesso em 17 Julho 2015
Fonte: www.facebook.com/VeraChavesGastronomia
Fonte: www.facebook.com/VeraChavesGastronomia
Fonte: www.facebook.com/VeraChavesGastronomia
Como se pode observar, o objetivo foi alcançado e a fan page virou um sucesso. De lá
pra cá o alcance, curtidas e envolvimento foram crescendo e representando a importância
que a marca tem para os consumidores que utilizam o Facebook. A participação da empresa
na mídia social, ocupando lugar de destaque e demonstrando uma maneira eficaz de ter
presença online, motivou esta pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A gestão de marcas ganhou novos rumos nos últimos anos. Com bases nos preceitos
do marketing, nas análises dos novos perfis dos consumidores, nas estratégias do branding
e posicionamento da marca junto ao público-alvo, estudos e táticas foram desenvolvidas
para que as marcas pudessem penetrar este novo cenário, desenhado pelas mudanças
decorrentes do boom da internet, desde 1990.
Na era em que o Adblock12 vem sendo diariamente utilizado pelos usuários, ter mar-
cas fortes com presença on-line torna-se uma tarefa extremamente difícil para os setores
gerenciais das marcas.
A bola da vez está no conteúdo e o quão relevante este é para o público receptor. Hoje, o
consumidor deixou de ser uma fonte receptora da mensagem, para interagir e interferir no proces-
so de emissão da mesma, além de poder escolher o que quer ver, ouvir, e mais que isso, comprar.
As marcas segmentam e personalizam a comunicação e a relação entre os consumi-
dores, a fim de se manterem fortes e crescerem ainda mais no mercado atuante. Neste novo
contexto, com novos consumidores, é perceptível que as ações de penetração de mercado
praticadas pela marca Vera Chaves Gastronomia, fundamentadas em uma plataforma on-line
(Facebook) como meio primário de divulgação e relacionamento junto ao público-alvo são po-
sitivas, como também promissoras, roborando com o estudo de que é possível construir uma
marca forte, com investimento baixo, e conteúdo relevante ao público-alvo real e potencial.
5. HEILBRUNN, Benoit. A Logomarca. Ed. UNISINOS. 2001. Coleção Aldus volume 4. Tradução:
Paulo Neves.
6. KOTLER, Philip. Marketing de A a Z: 80 conceitos que todo profissional precisa saber. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2003.
7. KOTLER, Philip. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar mercados.
São Paulo: Futura, 1999.
8. KOTLER, Philip. Marketing para serviços profissionais. São Paulo: Atlas, 1988. KOTLER,
Philip. Princípios de Marketing. 12ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
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Atlas, 2009.
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para atingir certeiramente os nichos de mercado e aumentar suas vendas e seus lucros. São
Paulo: Makron, c1993.
11. LUPETTI, Marcélia. Gestão estratégica da comunicação mercadológica. São Paulo: Cen-
gage Learning. 2009.
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reimpr. - São Paulo: Atlas, 2011.
13. MELO, Eugênio Bispo. Gestão de Marketing e Branding: a arte de desenvolver e gerenciar
marcas. Ec. Alta Books. 2014. 1 ed.
14. RUDIO, Franz Victor. Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica, 38. ed. - Petrópolis,
RJ: Vozes, 2011.
10.37885/200901417
RESUMO
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Globo 20 94 114
SBT 11 47 58
Record 6 31 37
Bandeirantes 9 25 34
Rede TV 5 9 14
CNT 2 4 6
Se, cinco das principais redes privadas nacionais controlam 79,2% das emissoras
de TV aberta, podemos dizer que pouco mais de 80% da programação apresentada em TV aber-
ta está concentrada nas mãos das emissoras: TV Globo, Sbt, TV Record, TV Bandeirantes,
Rede TV, TV Gazeta e TV Cultura. Sendo essas emissoras comerciais, ou não, deveriam
se fazer valer do seu espaço para disseminar educação e cidadania, utilizar o seu poder de
influência e contribuir para a formação de cidadãos.
1 Corresponde as 332 emissoras que compõem o sistema brasileiro de televisão em sinal aberto.
Ela (a televisão) até mesmo leva vantagem em relação aos demais agentes:
sua linguagem é ágil e está muito mais integrada ao cotidiano: o tempo de
exposição das pessoas à televisão costuma ser maior do que o destinado à
escola ou à convivência com os pais. (BACCEGA, 2000, p.95).
Como foi citado pela autora o tempo que se gasta diante da televisão é maior que o
tempo gasto dentro de uma sala de aula e também em relação ao tempo que os pais passam
com seus filhos. A televisão está substituindo as funções de cada um desses membros, ela
tem sido ponto de referência na organização da vida familiar, pois a todo instante e a qual-
quer hora do dia ela está disponível, oferecendo companhia a quem quer que seja, adulto,
criança, idoso, homem, mulher, sem distinção de cor ou raça, e isso traz a necessidade de
termos uma mídia aberta a todos.
O poder de influência que a TV exerce sobre a sociedade é indiscutível, é fato que a
televisão leva vantagem sobre as demais mídias por ser um veículo de fácil acesso e possuir
uma linguagem fácil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE,
a televisão está presente em mais de 95% dos lares brasileiros, tornando-a um commodity
social (todo mundo tem).
Entendemos por cidadania o gozo dos direitos e deveres civis, políticos e sociais de um
cidadão. Quando falamos em direitos civis estamos falando daqueles direitos fundamentais
à vida, à liberdade à propriedade e a igualdade perante a lei. Entre direitos e deveres onde
cabe o papel do cidadão em nossa sociedade? Para tal resposta cabe discutirmos o que é
ser cidadão. Ser cidadão é participar de decisões para melhorar sua vida e das demais pes-
soas que englobam a sociedade, bem como saber respeitar essas decisões. O ser cidadão
é muito bem definido por Marshall,
Ser cidadão é ter plena consciência de que se é parte integrante, viva, atuante
e responsável pelo todo, onde se está inserido. Ser cidadão é gozar da liber-
dade e capacidade de melhorar o seu meio, de alterá-lo (...) Nenhum indivíduo
nasce cidadão, para que se forme um cidadão é preciso educá-lo, abastecê-lo
de conhecimento e possibilidades para que ele possa exercer a sua cidadania.
A ação cidadã consiste em uma ação coletiva que reúne a família, a escola, o governo
e a mídia, que juntas lutam por um bem comum. O momento atual é de grande eclosão de
atividades socorristas, são muitos os debates, discussões e projetos que visam amenizar
o quadro social em que vivemos e diante de tantas ações podemos constatar que os senti-
mentos de altruísmo são qualidades inerentes de muitos cidadãos que alimentam o senso de
responsabilidade social. Cabe a mídia com o seu grande poder de abrangência contribuir de
alguma forma para a reconstrução da sociedade. Como citamos acima “para que se forme
um cidadão é preciso educá-lo, abastece-lo de conhecimento e possibilidades para que ele
possa exercer a sua cidadania”.
O estudo aqui apresentado se dedicou a estudar a grade de programação das setes prin-
cipais emissoras do canal aberto, sendo elas: TV Globo, SBT, TV Record, TV Bandeirantes,
Rede TV, TV Gazeta e TV Cultura, no período de 01 de Setembro de 2007 a 01 de
setembro de 2008.
Nosso estudo consistiu em fazer um mapeamento da grade de programação das
emissoras em sinal aberto na qual registramos um total de 664 programas2 distribuídos
da seguinte forma:
TV Globo – 123 programas, sendo que: Entretenimento (85), Informação (16), Educação (11), Publicidade (1) e Outros (10).
SBT – 100 programas, sendo que: Entretenimento (91), Informação (7), Educação (0), Publicidade (2) e Outros (2).
TV Record – 69 programas - sendo que: 47 Entretenimento, 13 informação, 0 educação, 1 publicidade e 8 outros.
TV Bandeirantes – 98 programas - sendo que: 63 Entretenimento, 16 informação, 0 educação, 2 publicidade e 17 outros.
Rede TV – 77 programas - sendo que: 33 Entretenimento, 17 informação, 0 educação, 15 publicidade e 12 outros.
TV Gazeta – 44 programas - sendo que: 10 Entretenimento, 15 informação, 1 educação, 15 publicidade e 3 outros.
TV Cultura - 151 programas - sendo que: 79 Entretenimento, 43 informação, 24 educação, 1 publicidade e 4 outros.
2 Corresponde ao total de programas apresentados pelas emissoras: TV Globo, SBT, TV Record, TV Bandeirantes, Rede TV, TV Ga-
zeta e TV Cultura, no período de setembro/2007 a setembro/2008.
Resultados
Os resultados são estes: temos sete principais emissoras em canal aberto que no total
somam juntas 664 programas, deste total 408 programas (62%) se dedicam a categoria en-
tretenimento, 127 (19%) a categoria informação, 36 (5%) a categoria educação, 37 (6%) a
publicidade – que neste caso se refere aos programas reservados para os partidos políticos,
por estarmos em um ano de eleição - 56 (8%) é dedicado a categoria outros, sendo que:
dos 37 programas educativos, apenas 17 abordam questões de cidadania. O que significa
CONSIDERAÇÕES FINAIS
São vários os estudos e pesquisas que mostram que o tempo que se gasta diante
da TV é maior que o tempo gasto dentro de uma sala de aula e também em relação ao
tempo que os pais passam com seus filhos. A TV está substituindo as funções de cada um
desses membros, ela tem sido ponto de referência na organização da vida familiar, pois a
todo instante e a qualquer hora do dia ela está disponível, oferecendo companhia a quem
quer que seja, adulto, criança, idoso, homem, mulher, sem distinção de cor ou raça. E o que
as pessoas tem feito para mudar esta visão?
É necessário enfrentar a discussão e conhecer a realidade em que vivemos, perceber
que enquanto ficamos parados os meios de comunicação foram crescendo e se articulando,
garantindo sua presença cada vez mais dentro da nossa sociedade, como afirma Baccega;
Já é fato que a televisão está presente em mais de 90% dos lares, as notícias che-
gam a todo instante como enxurradas e as pessoas nem ao menos se dão ao trabalho de
questionar se é verdade ou não o que está sendo noticiado. As pessoas não se dão conta
do poder que tem a mídia.
Por outro lado, encontra-se a mídia. Cabe questionar o que ela tem feito, ou de que
forma ela pode contribuir para a construção do cidadão? Diante do que temos visto todos
Gráfico 1. TV GLOBO
Gráfico 2. SBT
Gráfico 3. TV RECORD
Gráfico 5. REDE TV
Gráfico 6. TV GAZETA
Gráfico 7. TV CULTURA
3. GUARESCHI, Pedrinho A.; BIZ Osvaldo. Mídia, Educação e Cidadania: tudo o que você deve
saber sobre mídia - Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 2005.
4. HAMBURGER, Esther; BUCCI, Eugênio; COMPARATO, Fábio Koder; PRIOLLI, Gabriel; SI-
MÔES, Imina; LEAL FILHO, Laurindo; BACCEGA, Maria Aparecida; KEHL, Maria Rita; MO-
REIRA, Roberto; LOPES, Vera O. Nusdeo. A TV aos 50 – criticando a televisão brasileira no
seu cinqüentenário – São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2000.
6. LEAL FILHO, Laurindo. A melhor TV do mundo: o modelo Britânico de televisão – Ed. Sum-
mus, 1997.
7. MEKESENAS, Paulo. Cidadania, poder e comunicação - São Paulo: Ed. Cortez, 2002.
9. MIRA, Maria Celeste. Circo eletrônico: Silvio Santos e o Sbt – São Paulo: Loyola.
10. MORAES, Denis. Por uma outra comunicação: mídia, mundialização Cultural e poder – Ed.
Record, 2003.
11. NEVES, Ricardo José. Vade Mecum da Comunicação Social – São Paulo: Ed. Rideel, 2000.
12. OROFINO, Maria Isabel. Mídias e Mediação Escolar: Pedagogia dos meios, participação e
visibilidade – Ed. Cortez, 2005.
14. VEET, Vivarta. Remoto controle: série mídia e mobilização social nº 7 – Ed. Cortez, 2004.
Gevair Campos
UnB
10.37885/200901277
RESUMO
O presente estudo teve como objeto identificar quais os fatores influenciam no volume
de vendas de uma empresa do ramo de confecções. A abordagem de aspectos como,
organizações do varejo, vendas, clientes e fatores que influenciam os consumidores no
ato da compra são indispensáveis para que se chegue a um resultado, definindo assim,
uma tomada decisão a ser aplicada na organização. Diante do pressuposto, métodos
foram aplicados em busca de identificar tal problema que são pesquisa quantitativa (nú-
meros, opiniões e informações) e através de análises bibliográficas. O instrumento de
coleta de dados, o questionário, foi imprescindível na mensuração da satisfação do cliente
com o atendimento recebido, produtos, localização, dentre outras variáveis. A partir dos
resultados encontrados, através dos métodos utilizados, pode-se identificar falhas na
empresa como localização e preço, podendo assim, tomar decisões assertivas no intuito
de melhoramento no volume de vendas da organização.
Estamos em um mercado cada vez mais competitivo ao qual temos que estar atentos
ao nosso cliente, as novidades do mercado e o andamento da nossa organização. Cada
vez mais empresas deparam-se com indesejáveis problemas administrativos, financeiros
e a relação entre empresa x vendedor x cliente. Dentre as dificuldades encontradas, o que
mais afeta negativamente a empresa é o baixo volume de vendas, pois elas são de grande
relevância para a sua sobrevivência.
O comércio pode estar relacionado com a economia formal que são as organizações
registradas dentro da lei ou à economia informal que são organizações sem registros, e
que não pagam os devidos impostos. O comércio informal traz prejuízos ao país, pois clona
qualquer tipo de produto para uma venda mais barata e isso resulta em altíssimos prejuí-
zos para as organizações formais e para o país, uma vez que os tributos que deveriam ser
gerados, não são.
O mercado é o lugar público onde negociantes expõem e vendem seus produtos. O sur-
gimento do mercado como um espaço físico ocorreu na antiguidade antes da invenção do
dinheiro. Independentemente da existência do dinheiro, é a oferta e a procura por mercado-
rias ou serviços que permite a existência do comércio.
Vender vem do latim “vendita”, que é a ação ou efeito de vender, ou seja, entregar
algo a alguém através de um tipo de pagamento. Portanto, alguns dizem que a atividade de
vendas é como trocas. E é verdade. Não trocamos mais o arroz que produzimos no nosso
quintal pelo feijão que o vizinho produziu no quintal dele. Mas trocamos nosso dinheiro, o
suor do rosto, por um produto e/ou um serviço. Trocamos nosso dinheiro por anos de estudo
em uma faculdade, por certificados nas paredes, por experiências inesquecíveis. Trocamos
nosso tempo livre por dinheiro, nosso tempo de lazer por um reconhecimento. Vender é
contribuir, enriquecer, comunicar e gerar valor para as pessoas, muitas pessoas fazem isso
com o tempo disponível, com o aprendizado adquirido ou a própria experiência de vida.
Para que um comércio faça boas vendas e sobreviva em um mercado, onde a concor-
rência é acirrada, há a necessidade de preencher alguns requisitos: boa localização, vendedo-
res experts, produto de qualidade, marketing, atendimento, variedade, dentre outros. E seguir
algumas estratégias como identificar clientes potenciais, conquista-los e mantê-los.
Essas estratégias de vendas visam superar as expectativas dos clientes, surpreenden-
do-os a todo o momento e fazendo-os perceber que a empresa se importa com eles, está sem-
pre acompanhando suas necessidades e oferecendo as melhores soluções constantemente.
E quando uma empresa, até então, preenche todos esses requisitos e não consegue
atingir a sua meta, o que pode estar acontecendo? A partir do exposto a questão motivadora
REFERENCIAL TEÓRICO
Organizações do Varejo
As Vendas
O conceito de venda tem uma abordagem comum, visto que todos nós, de uma forma
ou de outra, a praticamos constantemente. Kotler (1998) é enfático ao afirmar que se os
consumidores forem deixados sozinhos, não comprarão o suficiente dos produtos da orga-
nização, ou seja, eles assumem uma resistência ou inércia para comprar e devem ser per-
suadidos. Como meio de estimular a compra, as empresas devem ter um arsenal completo
de ferramentas eficazes de venda e promoção para estimular mais a compra.
Peter Drucker, um dos mais importantes teóricos da administração, citado por Kotler
(1998) ressalta que a venda não é a parte mais importante do marketing, supõe que a venda
é apenas a ponta do iceberg quando afirma:
Os Clientes
Clientes são organizações ou pessoas, internas ou externas à empresa, que são im-
pactadas pelo produto. Para Sheth, Mittal e Newman (2001, p.29) clientes são:
1. Determinar com cuidado quem deve ser seus clientes. Estes itens são em geral
definidos pela alta gerência, uma vez que se baseia na visão organizacional, para
que a partir disso eles possam satisfazer seus desejos e suas expectativas de con-
sumidores, sejam internos ou externos.
2. Tentar conhecer esses clientes melhor do que eles conhecem a si mesmos. Toda a
organização precisa se envolver na identificação das necessidades e expectativas
dos clientes, agora e no futuro.
3. Orientar a todos da organização para medirem cada ação em relação às necessi-
Segundo Rodriguez (2002) a gestão empresarial deve estar orientada aos clientes, e
deve seguir as seguintes etapas:
1. Identificação dos clientes: significa saber quem são os clientes, quais os clien-
tes potenciais e qual o mercado e o negócio da organização. Devem-se relacionar
aqueles que efetivamente fazem negócio com a empresa.
2. Classificação dos clientes: é necessário classificar os clientes segundo um cri-
tério que seja considerado relevante para a empresa ou seja, classifica-lo a partir
da percepção interna ou externa. A classificação interna deve ser baseada na es-
truturação dos clientes sob o ponto de vista do valor que eles trazem a empresa,
exemplo: os fiéis, de maior valor vitalício e de maior ou menor margem de lucro a
externa está baseada com diversos tipos de clientes e estes podem ser: candida-
tos, compradores, fãs etc.
3. Diferenciação dos clientes: é necessário criar regras de negócios diferenciados
em função do valor que cada cliente gera para a empresa. Clientes especiais que
“não” interessam devem ser induzidos a procurar a concorrência.
4. Interação com os clientes: não são as áreas de marketing e vendas as respon-
sáveis pelo contato com os clientes. Todos devem interagir com os clientes. Aqui
tecnologia da informação é uma grande ferramenta de interação, de modo que a
empresa seja fortalecida e o cliente esteja satisfeito com serviços e produtos por
ela ofertados.
Rodrigues (2002) ainda preconiza que a organização inserida nesse novo ambiente
globalizado, para sobreviver e prosperar, deve obter uma estrutura organizacional com base
nos seguintes conceitos: costumes-share (categorização dos clientes), produtos (neces-
sidades dos clientes), gerência de clientes (foca esforços no gerenciamento de clientes),
personalização em massa (ofertas personalizadas, de modo à satisfazer as necessidades
dos clientes), organização (sintonia com as necessidades dos clientes, não cabendo apenas
ao setor de marketing).
Nesse sentido, à medida que os processos de negócios se relacionam, visando gera-
ção de produtos e serviços, toda organização é atingida, que vão desde qualidade, produto
e serviços, suprindo, assim, as necessidades reais dos consumidores.
Entendendo o Cliente
De acordo com Faria (2003) satisfazer o cliente não basta: “A melhor defesa contra a
concorrência, quaisquer concorrências, é sempre ter clientes encantados com nossos ser-
viços ou produtos”. Ou seja, deve-se ter um diferencial, levando o cliente a total satisfação
com a certeza de que fez um bom negócio.
De acordo com Mansur (2016)
Atender ao público não se faz com palavras, se faz com ações. Qualquer em-
presa que quiser atender bem tem que estar observando quem são as pessoas
que entram na sua empresa para consumir, tem que fazer pesquisas junto ao
seu cliente para saber se está satisfeito e que sugestões poderiam dar para
melhorar o atendimento.
Para prestar um bom atendimento ao cliente precisa-se prestar atenção nas suas
necessidades, o cliente precisa ser ouvido as empresas precisam ter um relacionamen-
to com o cliente.
Antes de abordar o fato de o cliente não ter gostado, deve-se compreender o que
aconteceu, porque o cliente não gostou? Não atendeu suas expectativas? A qualidade era
ruim? Produto com defeito?
De acordo com Klein (2016)
Mowen e Minor (2003) afirmam que três mecanismos podem explicar os comportamen-
tos diretamente: o condicionamento clássico, ou seja, um comportamento é uma resposta
emocional condicionada a um tipo de estímulo; a simples exposição repetida a um determina-
do estímulo, fazendo com que a atenção da pessoa sobre um produto aumente e ela passe
a percebê-lo de forma diferente; o estado de espírito do consumidor, que é a influência do
estado em que o consumidor se encontra quando é exposto pela primeira vez a um objeto.
Os fatores pessoais se referem a características particulares das pessoas e dependem
do momento que estão vivendo. Cinco fatores são considerados por Kotler (2000) como pes-
soais: idade e ciclo de vida, ocupação, condições econômicas, estilo de vida e personalidade.
Quanto ao primeiro, Kotler (2000) esclarece que as necessidades e os desejos das
pessoas mudam com o tempo, tanto por causa da idade como pelas condições em que elas
se encontram. Quanto à ocupação, o tipo de profissão influencia o padrão de consumo da
pessoa. As condições econômicas determinam geralmente a escolha do produto. O estilo
de vida se refere ao padrão de vida, quanto às atividades que a pessoa desenvolve, a seus
interesses e as suas opiniões. A personalidade influencia o comportamento, pois ela é com-
posta de vários aspectos, como valores, atitudes, crenças, motivos, intenções, preferências,
opiniões, interesses, preconceitos e normas culturais. A personalidade é um aspecto impor-
tante do comportamento do consumidor, sendo necessário estabelecer uma relação entre
o tipo de personalidade e a escolha de um produto ou uma marca.
Conforme Sheth, Mittal e Newman (2001, p. 691-692)
De acordo com os dados, a pesquisa aponta que 43% dos questionados nunca com-
praram, 42% já compraram e 12% já compraram, porém, há muito tempo.
Atualmente, manter os clientes é o diferencial na estratégia para se criar uma vantagem
competitiva frente a outras empresas. Mas, fatalmente, as empresas continuam perdendo
seus clientes. O Gráfico 2 ilustra o grau de satisfação dos clientes.
De acordo com a pesquisa 56% dos questionados que já compraram na empresa está
satisfeito com o atendimento da loja, há também um grau de insatisfação de 8%. De acordo
com Klein (2016) Clientes insatisfeitos trazem consigo uma dose de frustração, tenham ou
não razão. Essa frustração muitas vezes se transforma em agressividade quando tentam
explicar os motivos da insatisfação.
Buscando identificar questões correlatas ao atendimento, os consumidores foram in-
dagados a respeito da qualidade do atendimento, ilustrados no Gráfico 3.
De acordo com a pesquisa 56% dos participantes acham o atendimento bom, e 39%
acham o atendimento muito bom. De acordo com Faria (2003) satisfazer o cliente não bas-
ta: “A melhor defesa contra a concorrência, quaisquer concorrências, é sempre ter clientes
encantados com nossos serviços ou produtos”.
O sucesso nas vendas está relacionado a frequência de compras realizadas pelo mes-
mo consumidor em um estabelecimento. Assim, quando questionado sobre a frequência de
vendas, o Gráfico 4 ilustra as respostas.
De acordo com a pesquisa 46% dos clientes vão a empresa uma vez ao ano, 34% sen-
do clientes que compra de 3 a 6 meses e 20% mensalmente. Whisteley (1992), afirma que
apenas duas coisas são importantes. Uma são os clientes e a outra é o produto. Se cuida
dos clientes, eles virão de novo. Se cuida do produto, agregando-lhe qualidade, ele virá de
volta. Não é mais simples nem mais difícil do que isso.
De acordo com a pesquisa 40% dos entrevistados apontaram o motivo da compra com
pouca frequência e a falta de divulgação e 38% os preços altos. De acordo com Souki (2004),
empreendimentos direcionados para o marketing focam sua atenção nas necessidades e
nos desejos dos clientes. Depois de identificados, a empresa parte para satisfazê-los de
forma mais eficaz que a concorrência.
Nos 4 Os do marketing a praça e um influenciador no processo de tomada de decisão
dos consumidores. Quando questionado a respeito da localização do estabelecimento, o
Gráfico 6 ilustram a percepção dos consumidores.
De acordo com a pesquisa 59% dos questionados que já compraram na empresa acha
a localização boa, não sendo um índice bom pela quantidade de entrevistados.
Além da localização do estabelecimento, o ambiente físico também e um influenciador
no processo de decisão de compra dos consumidores. Quando questionados sobre sua
percepção do ambiente da empresa, o Gráfico 7 ilustram as respostas.
De acordo com a pesquisa 71% dos questionados acham bom o ambiente da em-
presa. Quanto ao ambiente, Mowen e Minor (2003, p. 250-252) afirmam que o ambiente
físico influencia. As percepções do consumidor por meio dos mecanismos sensoriais da
visão, audição, olfato e até mesmo tato. O ambiente físico tem importância especial para
os consumidores; sua tarefa principal é influenciar comportamentos, atitudes e crenças dos
Para Kotler (2000) alguns aspectos da estratégia de produto que podem influenciar o
comportamento de compra do consumidor, dentre eles a novidade do produto, sua comple-
xidade, sua qualidade percebida, a aparência física do produto, embalagem, rótulo, conforto
oferecido, etc. Conforme afirma Kotler (2000) o conforto oferecido ao cliente pode influenciá-lo
no processo de compra. Quando questionados as respeito do atendimento do estabeleci-
mento, o Gráfico 9 apresenta a percepção dos consumidores.
De acordo com a pesquisa 95%, dos questionados não teve problema com atendimento
ou produto da loja. Para Kotler (1998) uma empresa entrega qualidade quando através de
seu produto ou serviço consegue atender ou exceder as expectativas do consumidor. A linha
de frente das empresas tem um papel fundamental na satisfação dos consumidores, pois
a mesma está em contato direto com o consumidor no solução de dúvidas e problemas.
Questionados sob a atenção dos estabelecimento na solução de dúvidas e problemas, o
Gráfico 10 ilustra as respostas.
De acordo com a pesquisa, quarenta e um por cento dos entrevistados apontaram que o
preço deve ser melhorado. Parente e Barki (2000, p.160) escrevem que “de todas as variáveis
do marketing a decisão do preço é aquela que mais rapidamente afeta a competitividade, o
volume de vendas, as margens e a lucratividade das empresas varejistas.
Trinta e dois por cento dos entrevistados acreditam que a localização da empresa
precisa ser melhorada. O autor Cobra (2007) conceitua que, praça é o ponto onde o pro-
duto ou serviço só tem utilidade junto ao seu mercado consumidor. Kotler e Keller (2006)
consideram praça, a forma de disponibilizar o produto ao mercado. Seja através dos canais,
cobertura, variedade, pontos de venda, estoque e transporte. O diferencial competitivo de
um empreendimento, por vezes é onde ele está instalado, mas para determinados negócios
a localização tem uma importância maior que para outros, isso depende do público que se
deseja atingir. Uma loja precisa ser vista, lembrada para atrair seus clientes, portanto, a
localização pede locais movimentados e de fácil acessibilidade.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1. AMARO, A.; PÓVOA, A.; MACEDO, L. A arte de fazer questionários. Faculdade de Ciências
da Universidade do Porto. Porto. 2004.
3. CHURCHILL, G.; PETER, J. P. Marketing: criando valor para o cliente. São Paulo: Saraiva,
2000.
4. CZINKOTA, M. R.; DICKSON, P. R.; DUNNE, P.; GRIFFIN, A. Marketing: as melhores prá-
ticas. Porto Alegre Bookman, 2001.
9. KOTLER, P; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 7 ed. São Paulo: LTC, 1999. KOTLER,
P. Administração de marketing. 10 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. KOTLER, P. Admi-
nistração de marketing. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1998.
11. LAS CASAS, A. L. A profissão de vendas, in: técnicas de Vendas. São Paulo: Atlas, 1989.
LEVY, M; WEITZ, B. A. Administração de varejo. São Paulo: Atlas, 2000.
13. MARCONI, M.A.; LAKATOS, E. M. Metodologia cientifica. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2008.
MARQUES, M. R. Marketing. São Paulo, Pearson Prentice Hall, 2009.
15. MOWEN, J. C.; MINOR, M. S. Comportamento do consumidor. São Paulo: Prentice Hall,
2003.
17. PARENTE, J.; BARKI, E. Valor no varejo direcionado para a baixa renda. Porto Alegre:
Bookman, 2008.
20. SOUKI, O; Processo de decisão de compra, p.115-116. In: Paixão por marketing, 5.ed.Belo
Horizonte: Souki House, 2004.
21. SHETH, J. N.; MITTAL, B.; NEWMAN, B. I. Comportamento do cliente. Indo além do com-
portamento do consumidor. São Paulo: Atlas, 2001.
24. WHITELEY, R. C. A empresa totalmente voltada para o cliente. Rio de Janeiro: Campus,
1992.
Gevair Campos
UnB
10.37885/201102042
RESUMO
Nos dias de hoje ouve-se muito falar em fidelizar o cliente, e o que vem a ser essa
fidelização? “Cliente fiel é aquele que sempre volta à organização por ocasião de uma nova
compra ou transação, por estar satisfeito com o produto ou serviço, oferecido pela mesma.
Fidelização é o processo pelo qual um cliente se torna fiel” (BOGMANN, 2000, p.21).
A fidelização de clientes pode trazer inúmeros benefícios para a organização, como por
exemplo, a indicação desses clientes a terceiros. O cliente fiel se torna mais rentável para
a mesma, pois uma vez fidelizado os gastos para “atrair” esse cliente irão diminuir consi-
deravelmente. A fidelização também traz consigo outro grande aliado que é a “propaganda
espontânea”, a indicação de um cliente satisfeito pode gerar um grande número de novos
clientes que tendem a se fidelizar também se aprovarem o atendimento e qualidade dos
produtos e serviços oferecidos pela organização.
No processo da fidelização, todos estão sujeitos a reclamações, defeitos etc. Sempre
que houver esse tipo de situação deve-se ouvir o cliente, considerar o seu questionamento
e resolve-lo. O feedback1 gerado por esse cliente é uma ferramenta de grande importância
para o sucesso da organização.
Atualmente, o marketing deve se preocupar em atingir muito mais qualidade do que
quantidade. “Conhecer, encantar, servir e corresponder aos anseios dos clientes é funda-
mental para o sucesso do empreendimento e exige uma gestão sistemática desse relacio-
namento” (BOGMANN, 2000, p.22).
Cada vez mais se ouve falar também em marketing de relacionamento, que nada mais
é que todas as ações tomadas pela empresa como forma de criar e manter um relaciona-
mento positivo com seus clientes. O grande objetivo é fazer com que os clientes se tornem
fãs dos produtos e serviços prestados pela empresa (MARKETING DE CONTEÚDO, 2017).
Em um mercado cada vez mais competitivo é de suma importância o uso de ferramen-
tas disponíveis para obter cada vez mais clientes fidelizados, e que esses mesmos clientes
voltem pelo bom atendimento e pelo serviço prestado.
Clientes satisfeitos geram novos clientes. Já clientes insatisfeitos podem afetar um
grande número de pessoas, pois um cliente satisfeito indica a empresa quando necessário,
já o cliente insatisfeito sempre que tiver a oportunidade irá relatar sobre o ocorrido, poden-
do assim influenciar outras pessoas a não utilizarem produtos e serviços oferecidos por
determinada organização. O cliente tem poder de determinar muitas coisas em relação ao
funcionamento da organização, pois se tem consumidores cada vez mais exigentes. E por
isso o mercado tenta valorizar tais exigências e com isso fazer com que a organização tenha
mais reconhecimento e garanta o seu sucesso no mercado.
1 Pode ser compreendido como a forma como se reage à alguma coisa, a resposta que se dá a uma questão, uma opinião emitida
diante de uma situação, proposta, posição, enfim.
REFERENCIAL TEÓRICO
O marketing significa mais que vender, ele será uma ação de médio a longo prazo,
e o objetivo de tudo isso é conseguir atender e prestar serviços da melhor maneira possí-
vel. A boa execução dos processos de marketing pode trazer resultados surpreendentes
para a organização, desde que sejam bem executados.
Em inglês, market significa “mercado”, e por isso o marketing pode ser compre-
endido como o cálculo do mercado ou uso do mercado. O marketing estuda as
causas e os mecanismos que regem as relações de troca (bens, serviços ou
idéias) e pretende que o resultado de uma relação seja uma transação (venda)
satisfatória para todas as partes que participam no processo (SCHEKIERA,
2015).
O marketing tem grandes conceitos específicos, e também uma grande área de atua-
ção. O marketing começa muito antes da fabricação de algum produto, e não finaliza na sua
venda, ele vai muito além. Ele que irá investigar a satisfação do cliente após adquirir um
produto. “Ele é um investigador do mercado, um psicólogo, um sociólogo, um economista,
um comunicador, um advogado, reunidos em uma só pessoa” (SCHEKIERA, 2015).
Para Kotler (1996, p.42), o marketing é conceituado como uma orientação da adminis-
tração baseado no entendimento, a tarefa primordial da organização é determinar os valores
e desejos de seu mercado. As premissas subjacentes ao conceito de marketing são: A orga-
nização concebe suas missões em termos de satisfazer a um conjunto de desejos definidos
de um gripo de clientes específicos; A organização reconhece que a satisfação de desejos
requer um ativo programa de pesquisa de marketing para conhecer esses desejos; A orga-
nização reconhece que todas as atividades de influenciar clientes devem ser colocadas sob
Tipos de Marketing
A cada dia o marketing é uma área que se destaca mais no mercado, e com o tempo
são estudados novos tipos de marketing atendendo as necessidades de seus consumidores
e para que se possa manter uma boa imagem da empresa. Cada tipo tem suas estratégias e
métodos de execução, onde marketing está diretamente ligado ao sucesso da organização.
Marketing de relacionamento
Criar laços da marca com os clientes é uma tarefa difícil e exige que a empresa
promova ações contínuas sempre pensando na felicidade do consumidor. É
preciso que a marca fique gravada na mente das pessoas de forma positiva,
como uma empresa líder em qualidade, bom atendimento e que entende as
necessidades de seu público (REZ, 2014).
Fazer contato com os clientes informando sobre promoções de produtos que ele possa ter interesse, levando em con-
sideração suas compras anteriores;
Entrar em contato com os clientes apenas para parabenizar em datas especiais de sua vida, como a data de aniversário
ou mesmo aniversário da primeira compra;
Fazer pesquisas com estes clientes, buscando avaliar a percepção de qualidade relacionada aos produtos e serviços
fornecidos por sua empresa;
Oferecer brindes e vantagens que façam os clientes continuar comprando de sua empresa.
Marketing direto
O marketing direto busca atingir individualmente seus clientes, onde “o marketing direto
é a separação dos clientes como indivíduos a fim de construir um relacionamento de boa
duração com os mesmos, trazendo mais benefícios para os clientes e maior lucratividade
para a empresa” (OLIVEIRA, 2012).
Um dos tipos de marketing que mais cresce no mundo, o marketing direto visa
alcançar resultados rápidos através de ações lógicas e práticas. Estratégias
como pesquisas de mercado, investimentos e retorno, identificação do perfil
dos clientes atuais e consumidores em potencial, formas de aumentar os lucros,
entre outras, são planejadas a fim de causar um retorno positivo em um curto
prazo de tempo. Este tipo de marketing é totalmente baseado na eficiência da
comunicação e assemelha -se ao marketing de relacionamento. Porém, sua
principal diferença é o objetivo de obter resultados rápidos, principalmente
através de pesquisas e estudos (REZ, 2014).
Esse tipo de marketing visa o retorno rápido de suas ações, garantindo-lhe a satisfação
de seus clientes.
Marketing indireto
Marketing de fidelização
Esse é o marketing que as empresas mais buscam nos dias atuais, pois uma empresa
não existe sem clientes, e fidelizá-los é uma das tarefas mais difíceis na atualidade, devido
a fatores econômicos, e-commerce2, dentre outros.
O marketing de fidelização precisa ser inovador para que consiga pelo menos, tentar
acompanhar o grande crescimento de e-commerce no Brasil. Principalmente na área de
suprimentos de hardware3, o e-commerce é seu maior concorrente, uma vez que consegue
praticar preços bem mais baixos, por ter menor nível de tributação. Hoje o estado de Minas
Gerais é o estado que mais tem tributações sobre seus produtos, então utilizar de todas as
formas necessárias de fidelização é a melhor forma para que tantos tributos tenham menor
impacto sobre suas vendas.
Comportamento do consumidor
2 É um modelo de comércio que utiliza como base plataformas eletrônicas, como computadores, smartphones, tablets e etc. Basica-
mente, trata-se de todo tipo de comercialização de bens comerciais através de dispositivos eletrônicos.
3 É a parte física de um computador, é formado pelos componentes eletrônicos, como por exemplo, circuitos de fios e luz, placas,
utensílios, correntes, e qualquer outro material em estado físico, que seja necessário para fazer com o que computador funcione.
A empresa que conhece seu público alvo sabe o que oferecer e como oferecer, co-
nhecê-los pode ser muito favorável para as decisões de marketing. Conhecer seus clientes
também permite saber o que comprar quais preços adotar e até mesmo que tipo de promoção
fazer. Hoje existem alguns grupos de clientes. O mercado é composto, basicamente, por três
grupos de clientes, sendo os os clientes atuais, os que já foram e os que nunca compraram,
conforme ilustra o Quadro 2.
Devem ser agrupados em clientes que compram frequentemente e aqueles que compram com
Clientes atuais
menor frequência.
Podem ter ido para a concorrência ou trocado seu produto por um substituto (por exemplo, subs-
Aqueles que já foram clientes, mas que
tituiu metal por plástico resistente; em vez de refrigerante, está bebendo água ou chá), ou mudou-
não compram mais
-se para outra cidade ou estado e compra do fornecedor local.
Podem estar comprando produto parecido com o seu de um concorrente ou simplesmente não
Aqueles que nunca compraram
consomem o produto por desconhecimento.
Cada situação deve ser identificada e analisada num plano de ação, que deve ser
elaborado para definir quais providências o empresário deve tomar frente a cada circunstân-
cia. E poder decidir a que melhor se adéqua a sua organização, e que não trará malefícios.
Qualquer organização existente, precisa de clientes para progredir, sem clientes não
existe organização, para que os clientes estejam satisfeitos com a prestação de serviço é
necessário que a empresa tenha essa visão, de que o cliente é o seu bem mais precioso,
pois sem eles nada existe. É imprescindível que se esteja atento as necessidades de cada
cliente. Saber o nível de satisfação de seus clientes é muito importante para que se possa
melhorar a organização. Uma maneira simples e que pode ser eficaz, é adotar a caixinha
de sugestões e reclamações, uma implementação de baixo custo e eficiente, e que seus
clientes não precisam se identificar existem clientes que ficam acanhados em fazer suges-
tões, ou até mesmo críticas.
Satisfação tem um sentido mais amplo: ela é mais inclusiva e é influenciada pelas percepções da
Satisfação
qualidade do serviço ou produto, pelo preço, por fatores pessoais, entre outros.
Para se alcançar a satisfação dos clientes, existem alguns fatores a serem levados em
consideração. Alguns desses fatores são ilustrados no Quadro 4 e que pode ajudar muitas
empresas na compreensão de seus clientes e facilitar a fidelização.
A satisfação do cliente é influenciada pela avaliação que ele faz das características do produto ou serviço que
As características do produto ou consome. Em uma pousada de férias, por exemplo, o cliente está atento à área da piscina, à proximidade da
serviço praia, à limpeza, ao restaurante, ao conforto, à privacidade, à simpatia dos atendentes, ao preço das diárias,
entre outras coisas.
O estado de espírito e a percepção da própria vida alteram o sentimento de satisfação dos clientes. Em mo-
As emoções do cliente mentos de muita felicidade, a tendência é achar tudo o que está ao redor bem melhor. Emoções positivas
transmitidas pelos colaboradores de uma empresa podem gerar maior satisfação ao cliente.
Se eventos inesperados ocorrem, o cliente busca a causa e pode assumir parcial ou plenamente a culpa
As causas do fracasso ou do por não ter atingido as próprias expectativas. Isso influência a percepção de satisfação. Alguém que pede
sucesso determinado prato em um restaurante e não gosta dele, por exemplo, pode entender que não fez uma boa
escolha.
Noções de justiça são bastante relevantes à percepção de satisfação dos clientes. O cliente vai sempre per-
As percepções de justiça guntar a si mesmo: “O preço que paguei foi justo?” ou “Outros clientes foram tratados de forma mais ade-
quada do que eu?”.
Outras pessoas também influenciam, e muito. A percepção de satisfação ou insatisfação ocorrerá de forma
Outros clientes, colegas e individual e será influenciada pelas memórias seletivas de cada um. Em uma viagem à Disney com a família,
parentes por exemplo, toda reação ou emoção vivida pelas pessoas influenciará nas histórias a serem contadas ao
retornar.
Fidelização de clientes
Estar perto de seu cliente é a melhor forma para conseguir a sua fidelização, o cliente
que tem um convívio com a organização cria um valor sentimental pela empresa. Para que
isso ocorra com maior frequência, uma boa opção é o pós-vendas, que se torna um diferencial
Atenda o cliente como Comece encarando o atendimento como um diferencial. Ele é, talvez, o diferencial menos perene
ele gostaria de ser dentro de uma empresa, já que “quase” todo o resto pode ser reproduzido pela concorrência.
atendido Assim, ter — e manter — um bom atendimento é o primeiro passo para encantar clientes.
Antes de gastar suas energias tentando abraçar o mundo, saiba que para fidelizar clientes é preciso
Direcione o foco para o
cliente certo
manter o foco no público certo. Somente direcionando as ações estratégicas de sua empresa
para as pessoas certas será possível garantir um atendimento de qualidade.
Na teoria da pirâmide invertida, o cliente se encontra no topo, e para ele são destinados os
Fidelize clientes com
maiores esforços dentro de uma empresa. Abaixo estão os vendedores e todos os que lidam
a teoria da pirâmide
invertida diretamente com o cliente e, por fim, os líderes e gestores, aos quais cabe todo o suporte
necessário para sustentação deste sistema.
Se os clientes fiéis podem responder por até 65% de todo o faturamento de sua empresa, eles
Para clientes fiéis dê
tratamento VIP
merecem, no mínimo, um tratamento diferenciado. Para isso, invista em ações de relacionamento
como newsletters exclusivas, cupons de desconto e vantagens de um clube de fidelidade.
Toda ação voltada para a fidelização de clientes (seja uma campanha de e-mail, marketing, ou
o lançamento de um conteúdo exclusivo) pode — e deve! — ser monitorada. Para isso, conte
com um bom CRM (Customer Relationship Management) e uma equipe focada em resultados.
O monitoramento permite a otimização constante de sua estratégia e, a partir dos resultados de
Monitore, sempre
cada investida, você pode reunir cada vez mais informações relevantes sobre seu público-alvo,
suas preferências de abordagem e necessidades. Encare esse processo como um ciclo virtuoso:
quanto mais você monitora, mais conhece seu público e maior é a sua capacidade de criar
estratégias para fidelizar clientes.
Seguir esses passos de fidelização pode chamar a atenção de seu cliente, e fazer
com que ele não queira mais procurar outras organizações, quando precisar de produtos ou
serviços que você pode oferecer. Esse tipo de comportamento para com o consumidor faz
também com que o “boca a boca” sobre a sua empresa aumente positivamente.
MATERIAIS E MÉTODOS
Z2 x Px Q x N
n= (1)
e2 x (N-1) + Z2 x P x Q
Indicadores Valor
Caracterização do setor
A análise de dados gerada a partir das pesquisas aplicadas, mostram um pouco do perfil
dos entrevistados, e a opinião dos mesmos em relação aos produtos e serviços oferecidos
por uma organização do ramo de informática da cidade de Unaí-MG.
Pode-se observar no quadro 8, que dentre os respondentes desta pesquisa há um
maior número de pessoas com o ensino superior incompleto, totalizando 66 pessoas, e a
faixa etária dos respondentes está concentrada entre as idades de 18 a 24 anos, com 61
dos respondentes entre essa idade, e 85 dos 166 entrevistados são do sexo feminino.
4 Conjunto de componentes lógicos de um computador ou sistema de processamento de dados; programa, rotina ou conjunto de ins-
truções que controlam o funcionamento de um computador.
Até 4ª série 0
Fundamental incompleto 2
Fundamental completo 2
Superior incompleto 66
Superior completo 34
Pós-graduação 14
16 a 17 anos 2
18 a 24 anos 61
25 a 34 anos 58
Faixa Etária
35 a 44 anos 24
45 a 59 anos 18
Mais de 60 anos 3
Masculino 81
Gênero
Feminino 85
Figura 2. Renda
Na Figura 5 onde podemos analisar a satisfação com a organização, vemos que 42 dos
respondentes estão muito satisfeitos, 109 deles estão satisfeitos, 11 são indiferentes, 3 estão
insatisfeitos e apenas 1 esta muito insatisfeito. Na Figura 6, onde relata quanto a cordialidade,
O ambiente físico da organização, diz respeito quanto à loja física e em si, e se somados
os que responderam ótimo na entrevista 22%, com os que responderam bom 62%, tem-se
um total de 84% dos entrevistados que estão satisfeitos com o ambiente físico da organiza-
ção (Figura 8). Estes resultados evidenciam o elevado grau de satisfação dos entrevistados
com a organização, ratificando os resultados demonstrados nas figuras 4 e 5, com relação
à satisfação com a organização e com os serviços prestados.
Após a análise dos dados da pesquisa pode-se observar que a empresa já possui
muitos clientes fies, 68% dos clientes entrevistados já compraram mais de três vezes, de-
monstrados na Figura 9, o que a deixa muito satisfeita, porém a busca por cada vez mais
clientes fidelizados não para, principalmente para que possamos fidelizar os outros 32% dos
Os fatores que fazem com que os clientes indiquem essa empresa são: 40% para aten-
dimento, 32% por serviços de qualidade, 4% pela organização, 12% por agilidade e eficiên-
cia, 7% pelo preço, 4% pela confiança, e apenas 1% não indicariam a empresa, conforme
ilustra a Figura 10. “Satisfazer um cliente é atender suas expectativas em uma experiência
de compra. Um cliente com as expectativas atendidas tem mais chances de optar novamente
pelo produto ou serviço utilizado” (SEBRAE MERCADOS, 2017).
A Figura 10 ilustra a importância do atendimento para a organização, compreendendo
o principal fator para um cliente indicar a empresa a outras pessoas. Outro indicador de des-
taque e a qualidade, que também está relacionada ao atendimento e aos serviços prestados.
Somados, atendimento e qualidade representam 72% dos motivos considerados para indicar
a empresa. Mas mesmo o elevado percentual de motivos que levaria os clientes a indicar a
empresa outras pessoas, deve salientar que 1% não indicaria fato este, que a empresa deve
analisar e buscar uma estratégia para satisfazer a necessidade deste cliente, pois, clientes
insatisfeitos propagam a imagem negativa da empresa a um número maior de pessoas do
que clientes satisfeitos convencem.
Os fatores que fazem com que os clientes fiquem satisfeitos e o que fariam os mes-
mos a procurarem novamente a empresa são: 24% para o atendimento, 16% pelo preço,
17% pela eficiência e rapidez,12% pela cordialidade, 22% pelos serviços de qualidade e
9% pela sua localização, representados na figura 11. Para satisfazer um cliente você deve
oferecer aquilo que ele procura. “Satisfação é oferecer produtos ou serviços que atendam
às necessidades e expectativa dos clientes” (VAVRA, 1993, p. 164).
Com análise dos motivos pelos quais os clientes entrevistados já deixaram de comprar
na organização, já é possível traçar uma estratégia para alavancar as vendas, e atender
cada vez melhor e mais adequadamente cada cliente. O marketing tem como função au-
xiliar as empresas a entenderem seus clientes e oferecer o que eles desejam. Samara e
Morsch (2005) relatam que “compreender o consumidor é uma função essencial do marke-
ting”. Cabe então a cada organização identificar qual o marketing mais adequado a seguir,
para alcançar o objetivo pretendido. “Entender o comportamento do consumidor, todavia,
não é tarefa fácil. Analisar e compreender diversos fatores que influenciam as pessoas em
suas decisões de compra é, pois, atividade desafiadora para os profissionais de marketing”
(SAMARA; MORSCH, 2005, p.2).
Ratificando a satisfação do atendimento da loja por parte dos clientes, entre os motivos
que já deixaram de compra na loja, relacionados ao atendimento, como demora no atendi-
mento, não recebimento do orçamento, falta de horário para atendimento e não satisfação
com o serviço, conforme ilustrados na figura 13 não estão entre os principais motivos que
levaram os clientes a deixarem de comprar na loja, confirmando que os clientes estão sa-
tisfeitos com o atendimento.
A partir dos resultados obtidos pode-se observar que o que os clientes julgam mais
importante em uma loja de informática, são produtos de qualidade, onde está opção fica
com 62% da opinião dos entrevistados, ficando os outros 38% divididos em 19% para aten-
dimento, 18% para preços e 2% para o ambiente, conforme figura15.
Para os entrevistados o que é mais importante em um atendimento é a cordialidade e
educação dos vendedores, opção que fica com 42% da opinião dos entrevistados, os outros
58% ficam divididos em 20% para agilidade, 24% para conhecimento do vendedor e 14%
para prestatividade do vendedor, conforme figura 16.
A partir dessa análise é possível dar uma ênfase maior para esses pontos apontados
pelos clientes, afinal uma empresa só existe se ela tiver clientes, melhor ainda se estes
estiverem satisfeitos com os produtos e serviços que ela oferece.
A partir da opinião dos clientes quanto ao que deve ser mudado na organização, haverá
algumas mudanças acatando tais opiniões. A empresa fará o melhor que puder para agradar
ainda mais os seus clientes. As respostas obtidas na pesquisa, muitas nunca haviam sido
discutidas pela empresa, por acreditar que estava bom do jeito que estava. A pesquisa obteve
os seguintes dados: 24% dos entrevistados acreditam que a agilidade dos vendedores pode
ser mudada, 12% que a atenciosidade dos vendedores pode mudar, 18% que a dedicação
e compromisso dos funcionários podem sofrer mudanças, 26% que treinamentos dos fun-
cionários podem mudar, 2% para o preço, 14 % acreditam que nada precisa ser mudado,
1% opinou que promoções podem ser mudadas, 1% acredita que pode mudar a higiene do
local, 1% opinou que pode haver mudanças e fachada e 1% que pode ser mudada a grava-
ção telefônica, demonstrados na figura 19.
As mudanças devem começar a acontecer em janeiro de 2018. “A função do marke-
ting, mais do que qualquer outra coisa nos negócios, é lidar com os clientes” (KOTLER;
ARMSTRONG, 2007, p. 3). “Criar laços da marca com os clientes é uma tarefa difícil e
exige que a empresa promova ações contínuas sempre pensando na felicidade do consu-
midor” (REZ, 2014).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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28. VAVRA, Terry G. Marketing de relacionamento: aftermarketing. São Paulo: Atlas, 1993.
Bruno Pompeu
UNISO / ECA USP / ESPM
10.37885/201001777
RESUMO
Este artigo tem por objetivo discutir a relação entre a comunicação publicitária e as lingua-
gens desenvolvidas a partir da recente popularização da internet e do telefone celular em
nosso país. O objeto central das análises deste estudo são peças publicitárias de duas
marcas distintas (Itaú e Vivara), que usaram como elemento principal os emojis, típicos
dos aplicativos para comunicação digital interpessoal. A partir de um referencial teórico
que aproxima dos estudos publicitários a teoria semiótica peirceana e a antropologia do
consumo, queremos problematizar o uso dessas novas formas de linguagem pelas marcas
em sua comunicação mercadológica, considerando o contexto cultural e simbólico em
que se inserem, a manipulação ativa de significados por parte do consumidor conectado
e a complexidade de linguagem de que brotam.
Que a internet, sobretudo naquilo que se costuma chamar de Web 2.0 (ANTOUN,
2008), transformou radicalmente todas as formas comunicacionais existentes, inclusive
dando origem a novas modalidades de comunicação, não sendo diferente, portanto, com a
comunicação publicitária, isso toda a gente já sabe. E os pontos desse tema, publicidade e
internet, que podem ser abordados em artigos científicos e pesquisas de maior fôlego são
inúmeros, a depender dos propósitos do pesquisador, dos seus objetos de estudo, do seu
local científico de fala etc. Para nós, neste texto, cumpre entender que,
Ou seja: não estamos aqui debatendo de forma mais ampla os impactos da internet nos
esquemas comunicacionais da publicidade. Queremos discutir uma fração específica desse
tema: a apropriação pela linguagem publicitária dos emojis, elementos visuais utilizados em
conversas estabelecidas entre pessoas por meio de seus telefones celulares. Percebendo
que diversas marcas, no mundo todo, vêm se utilizando desse artifício, nota-se a necessidade
de se aprofundar essa discussão, tentando entender não apenas os caminhos estratégicos
que evidenciam esse uso, mas procurando dar conta da complexidade a que esse tipo de
linguagem corresponde e do entorno social em que se produzem esses signos.
Nos Estados Unidos, a rede de pizzarias Domino’s desenvolveu uma possibilidade de
pedidos pela internet, lançada em maio de 2015. Depois de fazer um cadastro no Twitter,
definindo suas preferências para pizzas, o usuário só precisava postar em sua rede um emoji
representando uma pizza para que o pedido fosse efetivado.
Figura 1. Pizzaria Domino’s atende pedidos via Twitter com emoji de pizza. Fonte: www.thedailywh.at
Fonte: www.media.chebrolet.com
Mas o que são emojis? Em que aspectos eles se diferenciam dos emoticons? Encontrar
respostas para esse tipo de indagação, dentro dos processos típicos da pesquisa científica,
não é das tarefas mais simples. Trata-se de manifestações culturais, sociais, relacionais,
tecnológicas e comunicacionais das mais recentes, sobre as quais o olhar da tradicional
investigação acadêmica ainda não encontrou chance de repousar. Sim, já se vem falan-
do sobre o uso dos pictogramas na comunicação (SOUZA, 1995), também se discute já
com certa largueza a frenética intercambialidade entre imagem e texto que a internet vem
proporcionando e seus impactos nas linguagens (SANTAELLA, 2013, 2007, 2004), assim
como já são muito mais antigos os estudos sobre a própria relação entre texto e imagem,
independente da internet (BARTHES, 1990). O que não é fácil encontrar, entretanto, é uma
literatura que dê conta exatamente desse novo código, os emojis, a não ser do ponto de
vista geracional ou tecnológico.
O que se sabe, contudo, a partir de pesquisas feitas em sites especializados e nos
poucos materiais acadêmicos encontrados (KELLY, 2015), é que emojis e emoticons são
OBJETIVO
A proposta deste texto não é exatamente questionar a pertinência das campanhas pu-
blicitárias que utilizam emojis, seu apuro estético ou seu grau de inovação – ainda que tudo
isso possa fazer parte, de uma forma ou de outra, dos pensamentos que aqui se apresentam.
Tampouco se está querendo fazer um levantamento do histórico desse tipo de comunicação.
Nossa ideia é partir da análise de campanhas que se valeram de estratégia semelhante,
para chegar a uma discussão um pouco mais complexa e aprofundada acerca da apropriação
pela publicidade dessas novas modalidades comunicacionais e dos elementos linguageiros
que surgem naturalmente com a evolução da comunicação.
Portanto, o objetivo deste artigo é discutir a relação entre a comunicação publicitária
e as linguagens desenvolvidas a partir da recente popularização da internet e do telefone
celular em nosso país. O objeto central das análises deste estudo são peças publicitárias
de duas marcas distintas (Itaú e Vivara), que usaram como elemento principal os emojis,
típicos dos aplicativos para comunicação digital interpessoal.
Temos em mãos um objeto de estudo desafiador, que não apenas uma campanha pu-
blicitária, construída com os códigos tidos quase sempre como obrigatórios (imagem e texto,
assim bem simples e superficial); mas, sim, uma série de peças publicitárias que se revela
interessante e instigante justamente por atrelar uma coisa à outra, transformando texto em
imagem, imagem em texto, fazendo atentar para um contexto cultural, social, comunicacional,
simbólico e tecnológico dos mais imprecisos e digno de questionamentos.
Para um objeto de estudo dessa complexidade, faz-se necessário um referencial teórico
também sofisticado, que não se baseia apenas nas teorias da comunicação, notadamente
nos estudos mais recentes sobre a comunicação publicitária, mas que reúne saberes de
campos distintos, no entanto potencialmente relacionáveis na sua capacidade de esclarecer
problemas contemporâneos da ordem dos que aqui nos instigam. É assim que se susci-
tam alguns postulados da teoria semiótica de linhagem peirceana, voltada justamente aos
estudos das linguagens e dos processos de significação. E é assim também que se busca
a forma de enxergar a publicidade da antropologia do consumo, considerando essa moda-
lidade de comunicação um mecanismo de transferência de significados da cultura para os
bens anunciados.
Serão analisadas duas estratégias distintas, de duas marcas brasileiras (Itaú e Vivara)
que se valeram dos emojis em suas propagandas.
RESULTADOS
Fonte: www.geekpublicitário.com.br
Nizan Guanaes, dono da Africa, agência responsável pela criação dessa campanha,
com a objetividade que lhe é peculiar, resume: “o Itaú foi a primeira marca a usar uma música
digital e a criar um ícone que simbolizou uma nova era, o ‘i digital’. Agora a ideia é dar mais
um passo para se aproximar e humanizar ainda mais o banco, e os emoticons (sic) são per-
feitos para inserir o Itaú nessa nova conversa que hoje é a cara do meio digital”1. Ou seja: o
objetivo da marca, ao se valer dos emojis, era se aproximar do público, reforçar seu aspecto
inovador e “falar a mesma língua” que se fala hoje. Mas que língua é essa?
Pouco tempo depois, uma nova série de peças publicitárias apresentou um emoji feito
especialmente pela marca, representando seu principal garoto-propaganda, o apresenta-
dor Luciano Huck.
1 Depoimento extraído do site www.portaldapropaganda.com.br, de matéria que aborda o lançamento da nova campanha do Itaú.
Acesso em 13 de julho de 2015.
Fonte: www.clubedecriação.com.br.
Ficou mais clara, então, qual é a lógica usada pela marca: a de substituir pelos emojis
alguns textos e imagens, que até então vinham sendo representados com fotografias, ima-
gens audiovisuais, letras e palavras. Usando como base a teoria semiótica e a classificação
dos signos de Charles Peirce (SANTAELLA, 2004b), fica evidente que, em uma estratégia
bastante simplificada, a marca se vale dos emojis como signos predominantemente icônicos,
representando seu objeto (pessoas, objetos, elementos da realidade, Luciano Huck etc.) por
uma relação de semelhança. Não se altera o que a marca quer dizer, apenas se altera como
isso está sendo dito. Ou seja: pelo menos a se considerar a partir da campanha publicitária,
a marca não está necessariamente falando a mesma língua que se fala cotidianamente nos
aplicativos de conversa dos aparelhos celulares – está apenas usando o mesmo código,
sem deixar o mesmo tipo de diálogo que vinha mantendo antes.
Pouco tempo depois de a campanha do Itaú ganhar as ruas, as casas das pessoas e
as redes sociais, outra peça publicitária, de alcance bem mais restrito, chamou a atenção
por usar os mesmos emojis – mas agora em situação muito diferente. Trata-se da cam-
panha de dia dos namorados da marca Vivara, veiculada apenas em algumas revistas do
país. Na peça, é mostrada a tela, típica dos teclados dos celulares de hoje, que traz os
emojis mais usados pelo usuário. Ao lado dessa tela, uma pequena legenda indica a relação
entre os emojis mostrados e a cronologia de um namoro. Com uma semana de namoro, os
emojis mais usados são os que representam corações, flores, beijos e sorrisos. Com dez
meses de namoro, mantêm-se os beijos, os sorrisos e as flores (já não mais rosas, agora
girassóis), mas aparecem também a pizza, a guitarra, o polegar de positivo etc. Com um ano
de namoro, tudo se transforma: o coração está partido, o positivo vira negativo, os sorrisos
são trocados por lágrimas e bocas tristes. A surpresa vem na tela que representa os emojis
mais usados em “1 ano e 1 dia” de namoro: voltam as flores, os corações e os beijos. Tudo
por causa da presença, no canto, de um anel.
O que se nota é um uso dos emojis muito diferente daquele praticado pela comunicação
do Itaú. Não se usa o código, aqui, como código propriamente, sugerindo uma nova lingua-
gem ou uma nova forma de se compor sentido, mas sim como objeto de uma comunicação
mais tradicional. O código, aqui, não funciona como código e, sim, como objeto retratado.
É possível que os objetivos da marca de joias não tenham sido os mesmos que mo-
tivaram o Itaú a abraçar os emojis em sua comunicação. Entretanto, o que nos compete é
perceber e analisar que, em ambos os casos, o uso desse elemento típico dos celulares
traz certo frescor e aspecto de novidade às marcas, pelo simples fato de se estar buscando
em uma esfera íntima, personalizada, da comunicação horizontal, do diálogo com alguém
igual, elementos que acabam sendo usado em outro tipo de comunicação, mais institucional,
autoritária, vertical, desigual.
A chave da questão
Em uma das peças que compõem a campanha do Itaú analisada anteriormente, precisa-
mente uma que fala sobre carreira, estágio e oportunidade, a marca mostra, em uma das cenas,
dois emojis que, juntos, deveriam passar uma mensagem bastante precisa. Enquanto a letra
da música diz que “o primeiro estágio é fundamental”, aparecem na tela um menino correndo e
uma chave. A ideia é simples: um representa o jovem, o outro, o acesso (ao mundo do trabalho).
Fonte: www.youtube.com/itau.
Disponível em www.youtube.com/rafaelmaia.
Jovens dessa periferia – chamada assim mais pelo aspecto simbólico do que pelo
geográfico, pois já completamente imiscuída nas artérias centrais das metrópoles brasileiras,
seja como alunos de faculdades, seja como frequentadores de locais de lazer até há pouco
elitizados – contam, então, que a chave, nesse contexto, aparece como uma corruptela da
expressão “chave de cadeia”, já bastante utilizada, mas que aqui surge com outro significado.
Não se está aqui querendo discutir exatamente quais são os efeitos na publicidade
das transformações socioeconômicas – e culturais! – pelas quais este país passou na última
década. O que se percebe, entretanto, é que o “surgimento” de uma massa consumidora
inédita, neste país, tem modificado não apenas os mercados, as ofertas e a forma de se con-
sumir as coisas (MEIRELLES & ATHAYDE, 2014; NERI, 2011), mas está mudando também
a linguagem que se pratica, sobretudo nas plataformas digitais. Mais ainda:
Os adolescentes da periferia, filhos dessa dita nova classe média, estão inseridos em
uma esfera cultural e simbólica de consumo, não apenas atribuindo novos significados às
marcas e aos produtos, mas também transmitindo, divulgando e espalhando, basicamente
via música, essa sua nova forma de agir, pensar, se comportar e consumir.
DISCUSSÃO
O anúncio da marca Vivara apresenta um uso mais convencional dos emojis, não como
o código da publicidade em si, mas como o objeto da peça em questão. Todo o potencial
polissêmico desses signos da iconoliteracia faz parte do conteúdo que a peça procura trans-
mitir, sem que essa profusão imprecisa de significados que cada emoji carrega consigo – e
que ainda por cima varia de acordo com cada grupo cultural – comprometa o sentido geral
da mensagem. A saber: a de que uma joia da Vivara, como presente de aniversário de na-
moro, transforma positivamente os sentimentos do casal. Ao trazer essa mensagem para
o universo dos aplicativos de bate-papo, sobretudo com o uso dos emojis mais utilizados
individualmente, a marca se insere no território do cotidiano, da intimidade, da informalidade
e da franqueza que existe entre os casais. Saem os bilhetes bem escritos, as cartas de amor,
A questão que se alevanta do que foi neste texto apresentado é da ordem da linguagem,
do sentido, do significado e da cultura. Não se pode mais pensar em uma publicidade que
se construa com bases em sensos comuns ou em compreensões superficiais. O contexto
geral em que se dão as práticas de consumo, hoje em dia, é instável, imprevisível e sur-
preendente, demandando outras habilidades dos que se disponham a elaborar campanhas
ou desenvolver discursos. O publicitário de hoje, esse que, das lindas salas dos prédios
comerciais dos grandes centros urbanos, precisa desenvolver peças que falem diretamente
a massas culturalmente dele tão distantes, precisa de “um dado espírito, ou um dado olhar,
que em muito se assemelha àquele do antropólogo” (ROCHA & PEREIRA, 2013, p. 16),
para que possa compreender a rede complexa de significados que compõem o universo
simbólico dessas pessoas. Só se pode ter uma boa publicidade, se esta for baseada em
uma boa compreensão dos significados e da cultura.
E Lucia Santaella, demonstrando a inevitável conexão que existe entre a dimensão pro-
dutora do discurso publicitário e a dimensão consumidora das ofertas e das marcas, faz atentar
para o que reside exatamente entre essas duas instâncias: a linguagem. Se, de acordo com a
autora, “o marketing não seria possível sem a linguagem” (SANTAELLA & NÖTH, 2012, p. 29),
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10.37885/201001610
RESUMO
Um campo de pesquisa pode ser qualificado pelas inter-relações entre disciplinas, temas
e produção proporcionando o entendimento de sua estrutura, redes de influência, ideias,
autores e produtividade. O objetivo dessa pesquisa é avaliar a construção do conheci-
mento científico nos domínios de Marketing e Sustentabilidade no Brasil. Foi realizado
um levantamento de 471 artigos, publicados em 39 periódicos nacionais classificados
como A2, B1 e B2 no Qualis da área de Administração, Ciências Contábeis e Turismo,
versão 2013, no período de 1994 a 2012. Para a análise dos dados foram usadas as
abordagens bibliométricas e de redes. Os resultados mostraram que o campo de pesquisa
ainda carece de estrutura consistente. Suas bases conceituais e teóricas encontram-se
dispersas entre um amplo espectro de autores, cuja maioria trata de questões gerais ou
reflete e reproduz teorias e conceitos já consolidados. A análise das redes revelou baixa
densidade já que entre os pesquisadores há pouca cooperação. Os resultados obtidos
pela análise bibliométrica constataram a existência de uma zona de conforto pela forte
assimetria entre as obras mais referenciadas em bases de dados internacionais e as
usadas pelas publicações nacionais, não havendo introdução de novas pesquisas. Como
contribuição acadêmica central do trabalho destaca-se o levantamento de caráter cen-
sitário, já que todos os artigos nos estratos e periódicos mencionados foram analisados.
Verificou-se a adequação das referências aos parâmetros propostos pela Lei de Lotka
e concluiu-se que as Palavras-chave mais utilizadas não correspondiam aos padrões
internacionais assim como às referências utilizadas pelos autores dos artigos.
OBJETIVO
REVISÃO DA LITERATURA
Marketing e Sustentabilidade
Para White e McCain (1989, p. 119), a bibliometria é o estudo quantitativo das literatu-
ras como elas se refletem em bibliografias. Sua tarefa, um tanto imodestamente, é fornecer
RESULTADOS
Outro dado da pesquisa refere-se às IES, ou seja, as afiliações declaradas pelos au-
tores dos artigos. Foram consideradas as IES de cada autor e coautor, mesmo que elas
fossem diferentes em cada artigo. A Figura 1 mostra a rede formada pela seleção das IES
mais bem classificadas entre as 519 declaradas e os números correspondentes a cada uma.
A Figura 1 foi ajustada para obter uma visão mais clara dos principais nós (elos), uma
vez que, no original eles se posicionam no centro da rede, dificultando a visualização. Nota-
se que a presença de inúmeras ligações, embora a densidade da rede seja pequena, tendo
alcançado um percentual de apenas 8,5%. Obteve-se a densidade por meio do cálculo da
porcentagem entre as relações existentes e as relações possíveis.
O grupo maior é formado por dois outros grupos de autores, associados ao autor 1
(Alessandra Gallon); o grupo situado mais à esquerda tem os principais nós formados pelos
autores 11 (Bruno Cals), 49 (Marcelle Oliveira) e 51 (Marcia de Luca); o grupo mais à direita
é constituído pelos autores 75( Suliani Rover) e 24 (Flávia Souza). O grupo médio, postado
à direita da rede, é formado pelos autores 21 (Dirceu da Silva) e 27 (George Rossi). O au-
tor 71 (Sérgio Moretti), que oferece a maior produção dentre os que foram estudados, está
inserido nesse grupo. Por último, o grupo menor, no centro da rede, é formado pelos auto-
res 45 (Luciana Rosa) e 37 (Jordana Knipp). A análise da rede revela não existir um grupo
predominante que configure uma rede de pesquisa organizada. Observa-se que os laços
pessoais não acompanharam os laços institucionais presentes na Figura 1.
Foram utilizadas 8.082 referências, das quais 665 (8,2%) de sites institucionais, 3.337
(41,2%) de periódicos e 4.080 (50,6%) de livros. As proporções são desfavoráveis ao campo,
posto que a alta participação de livros indica o uso de conceitos e pesquisas consagradas,
em detrimento de textos mais recentes, caso dos artigos. Esse resultado permite inferir que o
campo encontra-se em estágio estacionário, configurando uma zona de conforto intelectual.
A relação confirma o que se esperava, pois a seleção foi feita em periódicos Qualis de
Administração, e a maioria dos autores/obras pertence a essa área ou, mais particularmente,
à de Estratégia/Marketing/Contabilidade (Porter, Kotler, Mintzberg, Gray, File). Seguem-se os
autores que tratam de responsabilidade social/ambiental (Carroll, Ashley, Melo Neto, Barbieri,
Donaire, Motta, Mohr) e, em seguida, os de métodos (Hair, Bardin, Malhotra, Yin). A presen-
ça de Bardin e Yin, autores associados a métodos qualitativos, reforça a observação feita
anteriormente sobre a predominância de estudos qualitativos, o que pode explicar a pouca
participação em periódicos A2 e B1.
Foram anotadas 5095 referências que apareceram citadas apenas uma vez (63,4%) e
506 referências citadas apenas duas vezes (12,52%), ambas representando 75,56%. Por ser
um estudo longitudinal, essa evidência parece apontar para o não aproveitamento das publi-
cações produzidas em anos anteriores. Por outro lado, quatro obras foram citadas 44 vezes,
três obras 48 vezes e nove foram citadas 72 vezes, indicando a concentração mencionada.
Para a elaboração desse gráfico não foi aplicado, deliberadamente, filtro de periódi-
cos ou instituições e associações, para que se pudesse visualizar com mais clareza o que
se argumentou precedentemente. Dos cinco primeiros classificados, apenas as revistas
RAE (85), RAC (40) e RAUSP (39) são periódicos que obedecem ao critério utilizado pela
pesquisa; o Ethos (38) é um site com publicações e pesquisas próprias e não é indexado.
DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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10.37885/200901423
RESUMO
Estudos recentes sob o viés do mercado audiovisual nacional foram apoiados financei-
ramente entre os anos de 2009/2010 pela Secretaria do Audiovisual como forma de fomentar
a realização de pesquisas nessa área. Na ocasião, três principais pesquisadores tiveram seus
trabalhos premiados ao concorrer ao 1º prêmio SAV para Publicação de Pesquisa em Cinema
e Audiovisual. Além destes terem sido publicados na 10ª edição da Revista Observatório Itaú,
também foram compilados em livro. Leandro Valiati, que ganhou a premiação na categoria
pesquisa independente, faz referência ao lado inexato da economia, movido pelo ‘feeling’
para introduzir o conceito de sua pesquisa, que é pautada por uma análise do mercado do
cinema e economia da cultura no estado do Rio Grande do Sul. Além de pesquisas reali-
zadas de forma independente, por exemplo, pelo “Dados Filme B”, um dos maiores portais
online sobre o mercado de cinema, que disponibiliza estatísticas anuais acerca de diversos
aspectos do setor (vendas de ingressos, preço médio de ingressos, rankings de filmes mais
assistidos, entre outros).
Diante do exposto acima, somado ao fato de poucas pesquisas explorarem o mercado
local, surgiu a seguinte indagação: “Quais fatores influenciam na escolha de consumo dos
apreciadores do cinema UCI Kinoplex Shopping da Ilha?”. Para responder ao questiona-
mento tornou-se necessária a pesquisa com as pessoas que frequentam o referido cinema,
de forma a averiguar o perfil e detectar os hábitos de compra destas (produtos agregados,
frequência de consumo do serviço, critérios de escolha, entre outros).
O objetivo geral da pesquisa é identificar os fatores que influenciam na escolha de
consumo dos apreciadores do cinema UCI Kinoplex Shopping da Ilha. Já os objetivos espe-
cíficos são: verificar a demanda do público-alvo; coletar informações sobre os motivos que
levam os ludovicenses a frequentar o cinema UCI Kinoplex Shopping da Ilha; caracterizar o
mercado de cinemas comerciais a nível local, em específico o surgimento da franquia UCI
Kinoplex em São Luís.
A importância desta pesquisa baseia-se, nomeadamente, na insuficiência de salas
de cinema no país, inexistência de uma política pública permanente voltada à formação
de público e quase inexistência de pesquisas neste campo, uma consequência da falta de
referências bibliográficas sobre o tema em língua portuguesa. Além disso, vale ressaltar
que, assim como em outras áreas da cultura, há obstáculos, entre eles a escassez de in-
formação, informalidade no mercado de trabalho, dificuldade de delimitação do setor e de
sua cadeia produtiva.
Este é um assunto que vem impactando e ganhando bastante espaço no contexto
mercadológico, visto que o mercado de produção cinematográfica tem demonstrado consi-
derável crescimento no Maranhão nos últimos anos. Neste contexto, o posicionamento atual
REFERENCIAL TEÓRICO
Pesquisa de mercado
Modelos de comportamento
A UCI Cinemas (United Cinemas International Ltda.) está há 18 anos no Brasil, presente
em 12 cidades brasileiras (Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Fortaleza, Salvador, Curitiba,
São Luís, Campo Grande, Manaus, Ribeirão Preto, Juiz de Fora e Belém). A rede possui o
maior complexo de cinemas do país: o UCI New York City Center, na Barra da Tijuca, Rio
de Janeiro. Com 18 salas, sendo uma IMAX e duas DE LUX, o UCI NYCC é responsável
pelo maior público do Brasil desde sua inauguração.
A rede sempre busca o que há de mais inovador para o público e as melhores tecnolo-
gias. Em 2001, a UCI inaugurou as primeiras salas digitais do Brasil. No fim de 2010, após
acordo fechado com a Sony, passou a exibir – com exclusividade no país – filmes com a
tecnologia 4K. Hoje, os complexos da rede contam com salas IMAX, XPLUS e DE LUX além
de poltronas Super Seats e Super D.
ANÁLISE DE DADOS
Sexo
De acordo com a amostra pesquisada (um total de 105 pessoas), constatou-se que,
apesar da diferença ser pequena, a maioria das pessoas que vão ao cinema é do sexo mas-
culino (50,48%), sendo um total de 53 pessoas, com uma diferença de apenas 1 pessoa em
relação ao total de 52 mulheres que costumam ir ao cinema (49,52%), conforme pode ser
observado no gráfico abaixo. Desta forma, pode-se inferir que a diferença entre o público
que costuma frequentar este tipo de atividade de lazer não é substancial para o negócio em
questão, visto ser bem pequena.
Gráfico 1. Sexo
Dos 105 entrevistados, 55%, ou seja, a grande maioria, estão situados entre 19 a 24
anos (58 respondentes), já entre os demais, 24% têm entre 25 a 34 anos e os restantes
21% estão divididos entre as pessoas que tem entre 12 a 18, 34 a 44, 45 a 54 e acima de
55 anos. Conforme pesquisa realizada em 2007 para o Instituto Datafolha, os jovens ainda
preferem as atividades ao ar livre (ida a parques, realização de atividades físicas/desporti-
vas), ida a bares e baladas e assistir a shows em detrimento a idas ao cinema, que é uma
tendência que está fortemente ligada à preferência pelo entretenimento em grupo e parece
relacionar-se tanto com a possibilidade de aumentar o círculo de relações, quanto de es-
capar ao controle da família e ter maior liberdade de escolha. No entanto, tendo em conta
a maior faixa etária da presente pesquisa ser jovem (entre 19 e 24 anos), entende-se que
fatores como a segurança, por exemplo, pesam muito mais hoje do que em anos passados
no momento de escolha de uma atividade de lazer. Desta forma, é correto afirmar que uma
ida ao cinema ainda é considerada pelo público jovem ludovicense uma atividade de lazer
mais segura que as mencionadas anteriormente.
Estado civil
Escolaridade
Dos 105 entrevistados abrangidos pela pesquisa, 55% possuem ensino superior in-
completo, ou seja, 58 entrevistados. Entre os demais, 35% já são graduados, um total de 37
entrevistados, e os restantes 10% distribuem-se entre aqueles que, por ordem decrescente,
possuem ensino médio completo (4%), ou seja, um total de 4 pessoas, outro tipo de ensino
(3%), um total de 3 pessoas, ensino fundamental completo (2%), 2 entrevistados, e ensino
fundamental incompleto (1%), apenas 1 entrevistado. Na categoria “outros”, 1 pessoa en-
trevistada sinalizou possuir o nível de Mestrado, 1 entrevistado é pesquisador da FAPEMA
e o outro possui o nível de pós-graduação.
É possível inferir que o nível “superior incompleto”, que também pode representar o
nível das pessoas que ainda estão “em processo de formação”, é o que detém a maior faixa
do mercado frequentador do cinema em questão na presente análise. Pode-se constatar que
é um público possuidor de um certo nível de conhecimento um pouco mais elevado que a
maioria dos demais níveis analisados.
Gráfico 4. Escolaridade
Ocupação
Frequência no cinema
Do total de 105 entrevistados não foi de surpreender que 93% tenha indicado afirmativa-
mente que frequenta o cinema, de forma geral, sendo um total de 98 pessoas, em contraste
com apenas 7% que diz não possuir o mesmo hábito, isto é, um total de 7 pessoas. É, por-
tanto, correto afirmar que o mercado de cinema ainda é um bom investimento, especifica-
mente em São Luís, considerando apenas o item de aceitação pelo público maranhense,
sendo óbvio relatar que outros itens são imprescindíveis de análise para que se possa, de
fato, constatar a viabilidade de um negócio deste tipo em qualquer lugar.
Pode-se declarar ainda que este mercado apresenta oportunidades a nível nacio-
nal, conforme pesquisas mencionadas no referencial do presente trabalho, e vale salientar
que são poucas as salas de cinema na região nordeste, contabilizadas em pesquisa feita
pelo Minc em 2007 (273) e, nomeadamente, no Maranhão, apenas as metrópoles mara-
nhenses possuem esse tipo de entretenimento (São Luís e Imperatriz), sendo um total de
28salas de cinema.
Entre os 105 entrevistados, apenas 1 (1%) afirmou não ter frequentado o UCI, o que é
bastante relevante considerando que, de toda a amostra, 104 pessoas (99%) já conhecem
o cinema, conforme pode ser observado no gráfico abaixo.
Gráfico 13. Marque os 2 principais motivos que levaram você a frequentar o cinema UCI
Kinoplex Shopping da Ilha em detrimento a outros cinemas comerciais de São Luís
Grau de satisfação
Uma faixa de 70% (74 entrevistados) se dizem satisfeitos com os serviços oferecidos
pelo UCI, seguidos de 19% (20 entrevistados) que estão insatisfeitos, 7% (7 entrevistados)
apontaram estar muito satisfeitos e 4% (4 entrevistados) estão muito insatisfeitos. Os mo-
tivos indicados podem ser analisados pelos pontos de melhoria apontados em resposta a
questão seguinte. No gráfico abaixo verifica-se o que foi dito anteriormente a respeito do
grau de satisfação dos consumidores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos primórdios de sua invenção, nem seu sentido artístico nem uma projeção de fu-
turo do cinema foram levados em consideração, tendo sido visto apenas como uma forma
de obter lucro rápido. Apesar do pensamento simplista e, ao mesmo tempo, capitalista, de
seus criadores, nomeadamente os irmãos Lumière, a sétima arte prosperou, tanto a nível
mercadológico, quanto artístico. Surgiu para divertimento coletivo e como alternativa de lazer
acessível as grandes massas e acabou conquistando a todos, justamente por ser uma ferra-
menta de comunicação e transferência de conhecimentos e estímulos sensoriais universal.
O cinema no Brasil, a nível de produção e distribuição nacional, ainda está engatinhando
e, embora o histórico de recepção do cinema internacional pelo público brasileiro tenha sido
positivo no passado, não se pode afirmar o mesmo em relação ao cinema nacional. O con-
sumo desse tipo de serviço sofreu altas e baixas ao longo das últimas duas décadas e o
cenário econômico mundial tinha tudo para ser um fator desmotivador para investidores
apostarem na área. No entanto, a medida que percebemos o avanço da recessão e apesar
do avanço tecnológico, que traz alternativas de entretenimento mais acessíveis e cômodas,
a demanda por este tipo de atividade de lazer no UCI não decaiu, como seria normal.
Partindo-se deste cenário, a pesquisa visou identificar os fatores que influenciam na
escolha de consumo dos apreciadores do cinema UCI Kinoplex Shopping da Ilha. A pesquisa
foi realizada com pessoas que frequentam o cinema mencionado, através da aplicação de
questionários online. A importância desta pesquisa baseia-se, nomeadamente, na quase
inexistência de pesquisas locais neste campo, uma consequência da falta de referências
bibliográficas sobre o tema em língua portuguesa.
Em relação aos objetivos específicos da pesquisa, é possível afirmar que os mesmos
foram atingidos. A demanda do público-alvo verificada, tendo em conta a amostra de 105
pessoas entrevistadas, é de 99%, das quais 92% afirmam que retornariam ao cinema,
REFERÊNCIAS
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Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação, Rio Grande do Sul, ago. 2006.
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Fabrízio Meller-da-Silva
PROFNIT/UEM
10.37885/201102018
RESUMO
OBJETIVO
Tem por objetivo descrever o modelo de negócio da empresa Netflix através do modelo
Canvas, a fim de entender como e com que elementos a empresa faz negócios e cria valor
aos seus clientes. Para isso, serão identificadas as atividades da empresa em cada um dos
blocos proposto pela teoria e visualizar-se-á o seu padrão de negócio.
MÉTODOS
DISCUSSÃO
2. AMARAL, B. Netflix chega ao Brasil; confira o review. Techtudo, 2011. Disponível em: <http://
www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2011/09/netflix-chega-ao-brasil-confira-o-review.html>.
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17. FRIEDLAND, J. Brasileiros gostam de coisas diferentes’, diz diretor da Netflix. Techtudo, 2012.
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and future research. Madrid: IESE Business School, University of Navarra, 2010. Disponível
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10.37885/201001846
RESUMO
O objetivo deste estudo foi analisar a percepção do feminino no trabalho gerencial se-
gundo gestoras de indústrias farmacêuticas sediadas nas cidades de São Paulo e Rio de
Janeiro que atuam na região de Minas Gerais. Trata-se de um estudo de campo com abor-
dagem qualitativa e descritiva. Para a coleta de dados utilizou-se um roteiro de entrevista
semiestruturado e, os sujeitos desta pesquisa foram dez gerentes distritais. Os resultados
mostram que a gestão de pessoas é pontuada como principal atividade desenvolvida no
exercício da função. Não foram apontadas diferenças de salário entre homens e mulheres
nas empresas da indústria farmacêutica pesquisadas. O vestuário, ou seja, o cuidado
com o visual, bem como a compreensão, sensibilidade e cuidado com as pessoas foram
apontados como forma de se sentirem femininas na carreira gerencial. A função gerencial
foi descrita como unissex e/ou assexuada e a forma de gerenciar está associada ao perfil
de cada uma. A disponibilidade para viagens a serviço foi apontada como uma atividade
ideal para os homens, mas que não as impedem de exercer a função gerencial.
As relações concernentes ao gênero tem ganhado espaço tanto no mundo científico como
no mundo do trabalho. De acordo com Melo, Mageste e Mendes (2005), o motivo para esse mo-
vimento consiste em diversos fatores, começando pelo crescimento da participação das mulheres
em movimentos feministas a partir da metade do século passado, do crescimento significativo do
número de mulheres com formação universitária e do desenvolvimento de pesquisas relativas
às relações de gênero as quais permitiram novas análises a partir de novas abordagens.
As mulheres também estão mais presentes no mercado de trabalho pela necessidade
de suprir ou complementar a renda familiar e a busca da autorrealização. Surge então, a
criação de alguns arranjos alternativos produzindo transformações no universo feminino, tanto
na esfera do trabalho, quanto nas esferas familiar e pessoal (JONATHAN; SILVA, 2007).
Com isso, ocorre uma mudança na ideia tradicional de divisão de papéis e do trabalho
na sociedade capitalista clássica (TREMBLAY, 2005), ou seja, a mulher é responsável pela
casa e família e o homem é o responsável pelo sustento do lar. De acordo com a autora essa
concepção tornou-se ultrapassada, pois na maioria das famílias modernas atualmente, tanto
mães quanto pais trabalham fora de casa, e em alguns casos, nenhum dos dois cônjuges
dedica-se integralmente aos filhos e a casa.
Diniz (2012) aponta que os atributos naturalizados, tidos como femininos, serem mais
frequentes nas mulheres, como sensibilidade, emoção, intuição, perseverança, os mesmos
parecem contribuir para a melhoria do desempenho delas como gestoras e justificam a maior
inserção feminina nas empresas. Esses atributos começaram a ser valorizados favorecendo
uma forma específica de gestão focalizando ‘o trabalho em equipe, a cooperação e a con-
ciliação’ com mecanismos cada vez mais sutis de controle dos grupos de trabalho, a fim de
operacionalizar o corpo feminino em benefício de desempenhos superiores.
Melo e Lopes (2012) ressaltam que tem crescido o número de mulheres ocupantes de
cargos de liderança e chefia em organizações, havendo grande elevação da participação
feminina no total de gerentes ano a ano.
Betiol (2000) enfatiza o estilo de gerenciar nos estudos sobre mulheres e gestão, pelo
perfil de gerenciar participativo, sensível, facilidade para trabalhar em grupo, valorização
dos indivíduos, a necessidade de conciliação em situações de conflito, entre outros, como
atributos da mulher.
No entanto, Touraine (2007, p. 117) posiciona que “as mulheres não buscam construir
uma sociedade de mulheres considerada mais doce e mais afetiva do que uma sociedade
dos homens, julgada mais conquistadora e mais voluntarista”. Segundo o autor, as mulheres
querem criar um novo modelo de cultura, tendo como referência elas mesmas, um novo
modelo de cultura vivenciados por todos, sejam mulheres ou homens.
REFERENCIAL TEÓRICO
Relações de gênero
O termo “empoderamento” para Rawat (2014), significa autorizar, delegar ou dar poder
legal a alguém. Muitos estudos foram realizados analisando o empoderamento de forma
geral (STROMQUIST, 1997; DEERE; LEÓN, 2002; COSTA, 2004; LISBOA, 2008), e, em
particular, o empoderamento feminino que vem sendo amplamente discutido nos estudos
de Prá (2006); Melo (2011a); Melo e Lopes (2012); Gontijo e Melo (2017), entre outros.
Na perspectiva de contribuir para a produção do conhecimento acerca das temáticas
que versam sobre o empoderamento de mulheres, Melo (2011a) desenvolveu um modelo
de análise que possibilita compreender o processo do empoderamento feminino nas orga-
nizações, considerando seis dimensões: cognitivo analítico, subjetivo, político, econômico,
social e cultural.
Friedmann (1996, p. 8) já mencionava que o empoderamento está relacionado a “todo
acréscimo de poder que, induzido ou conquistado, permite aos indivíduos ou unidades fami-
liares aumentarem a eficácia do seu exercício de cidadania”. Para o autor, as bases desse
poder estão apoiadas em três pilares, a saber: o social, o psicológico e o político.
O empoderamento social considera o acesso dos indivíduos ao conhecimento, à in-
formação e ao envolvimento, podendo antecipar a entrada dos mesmos em organizações,
bem como em níveis de influência no âmbito público. O político está relacionado com o
processo de decisão, não apenas ao poder de voto, mas também ao poder relacionado às
atitudes coletivas, no que se refere ao maior envolvimento político, inserindo a este contexto
a presença em cargos de representação. Já o psicológico, está relacionado à forma como o
indivíduo percebe sua força, evidenciando-se em um comportamento de confiança interna
(FRIEDMANN, 1996).
Para Melo (2011a) o esforço exigido das mulheres no processo de empoderamento
contribui para uma melhor abrangência das temáticas no que se refere à ocupação destas em
cargos da alta hierarquia organizacional e do sucesso de cada uma dentro das suas áreas
profissionais. Ressalta-se que esse esforço vem ocorrendo de forma lenta, mas gradual e
constante, e tem se mostrado efetivo por possibilitar ao feminino romper o teto de vidro nas
organizações e conquistar o empoderamento.
O fenômeno ‘teto de vidro’ diz respeito aos cargos mais importantes na hierarquia con-
siderados inatingíveis pelo feminino e que não guarda relação com a capacidade, dedicação
e competências femininas, e sim às barreiras que as mulheres precisam ultrapassar pelo
simples fato de serem mulheres (ROCHA, 2006; CALIL, 2007).
Em suma, essas barreiras, descritas como invisíveis, dificultam a ascensão do feminino
nos espaços de poder tanto no âmbito público quanto no privado, independentemente das
suas qualificações e realizações sociais. Melo, Mageste e Mendes (2005) já mencionavam
Davel e Melo (2005) ressaltam a existência de estudos sobre funções gerenciais, que
apontam o ‘ser gestor’ como aquele que exerce eficazmente determinadas funções gerenciais.
De acordo com Hill (1993) a função gerencial é multifacetada, permeada pela multiplici-
dade de papéis e pela fragmentação de suas funções. Os gerentes têm que ter flexibilidade
para se adequar às inúmeras variáveis entre subordinados, chefes, e outros, dentro e fora
da organização, sendo o papel gerencial uma situação estressante, agitada e fragmenta-
da devido a responsabilidade de gerir o negócio e as vendas e, motivar a força de traba-
lho. De acordo com a autora, o trabalho se torna árduo em função da ânsia em alcançar
metas e resultados e por exigir um comprometimento pautado nas relações de poder.
Maximiano (2002) faz referência a pesquisa realizada por Mintzberg nos anos 70 com
um grupo de gerentes onde observou diretamente suas atividades, e concluiu, baseado nes-
ses estudos, que as funções do gerente incluem aspectos básicos como decisões, relações
humanas e processamento de informações. Além disso, a pesquisa apontou também que o
trabalho varia de acordo com alguns fatores como o tamanho da empresa, nível hierárquico,
[...] muito serviço burocrático, muito relatório, muito e-mail, muita análise. Aná-
lise de relatório, acompanhamento diário de números de resultados e gestão
de pessoas, né?(E1).
Tem a leitura de mercado, de análise, né, do território! Da regional, do distrito,
dos setores, tenho a parte de acompanhamento e desenvolvimento dos mem-
bros da equipe [...] orientação no plano de carreira [...] apoiado com a parte
de vendas. Resumindo, a grosso modo, são esses pilares aí que sustentam
o que eu faço no dia a dia (E4).
Possuir visão estratégica é um requisito apontado pela maioria das gerentes como im-
prescindível ao perfil do gestor da indústria farmacêutica tendo em vista que é um mercado
competitivo. Outro quesito considerado importante é ser flexível, dinâmica e confiável.
No que tange à remuneração da categoria gerencial no setor industrial farmacêutico,
não foram apontadas diferenças entre homens e mulheres e a maioria das entrevistadas
indicam que a diferença salarial não está atrelada ao sexo e sim à classificação dos níveis
gerenciais, como Sênior, Júnior e Pleno, sendo considerado o perfil e a competência.
A grande habilidade é você fazer com que o outro perceba o melhor caminho
para se perseguir [...] certa influência, super importante, é estimular e desafiar
o outro a buscar sempre algo diferente, melhor, a subir degrau a degrau (E3).
Observa-se que os gestores que possuem um tempo maior de gestão e que perma-
neceram em seus cargos tiveram que se adaptar às mudanças na gestão ocorridas nos
últimos anos no setor industrial farmacêutico segundo os relatos das entrevistadas, ou seja,
adotar uma gestão mais flexível, participativa, focada nas pessoas e menos autoritária.
Historicamente dentro da gestão na indústria farmacêutica era comum, os gestores ficarem
escondidos na rua atrás do poste de luz para vigiar, controlar e punir os membros da equipe
quando eles estavam no campo trabalhando, segundo os relatos das entrevistadas.
Hoje em dia está cada vez mais [...] está muito eclético, tem gente de tudo
quanto é tipo, de tudo quanto é idade, tudo quanto é cabeça, mentalidade [...]
o mercado tá mudando muito, está tudo muito dinâmico, então aquele gerente
arcaico, de antigamente, ficar atrás do poste, escondido, olhando represen-
tante, isso não existe mais (E2).
Algumas entrevistadas relataram que existem fatores positivos que podem influenciar
na realização do trabalho, como: apoio, facilidade de negociação e acessibilidade com seus
clientes. Outras pontuaram a importância de ter uma postura adequada para se colocar
como uma profissional respeitada por meio das competências e habilidades profissionais
frente ao masculino.
De acordo com Betiol (2000) os estudos sobre o estilo feminino de gerenciar, enfatiza o
perfil de gerenciar participativo, sensível, facilidade para trabalhar em grupo, valorização dos
indivíduos, a necessidade de conciliação em situações de conflito, entre outros, como atribu-
tos da mulher. Para Càlas e Smircich (1996) e Touraine (2007) as pesquisas mais recentes
têm tratado as diferenças das mulheres não como um problema, mas como uma vantagem.
Então, eu percebo, eu acho que a mulher ela é mais cuidadosa, no trato, na re-
lação, nos pequenos detalhes. Então, eu acho que tudo isso faz uma diferença,
complementa. Então, se tem uma reunião a gente está pensando como que a
gente vai dividir, pra onde que vai cada material, como que vai ser usado (E4).
[...] depende do perfil [...] se está preparado ou não, se quer ou não, não tem,
isso não tem gênero não. É unissex. [...] da mesma forma que tem mulher que
não tem perfil, tem homem que não tem perfil [...] (E2).
[...] não acho que ela está atrelada a sexo [...] está atrelada mais à capacidade
e habilidade [...] de saber gerir, de ter essa visão estratégica, de saber atuar,
se posicionar [...] pelas habilidades e competências do que pelo sexo (E4).
Não acho que prejudica [...] tem muito mais a ver com competência, com a
habilidade do que com o sexo [...] quando acontecem as reuniões eu vejo que
nós duas somos o apoio [...] Então, eu acho que sempre se complementam
[...] que são formas diferentes de pensar, mas que em conjunto elas somam
[...] (E4).
As empresas têm olhado para as pessoas que estão exercendo um bom
trabalho e algumas mulheres têm se destacado [...] por minha parte, sou
muito satisfeita com o que eu faço, e estou muito feliz [...] mas diferença eu
não consigo enxergar entre um homem e uma mulher. Acho que ambos têm
a mesma capacidade e aquele que faz um bom trabalho [...] vai conseguir ter
oportunidade (E9).
Diante dos relatos sobre a gestão ser assexuada, é interessante retomar o pensamento
de Bourdieu (2010), que afirma que o lugar da diferença sexual se dá pela parte da frente
Só o batom (risos) (gargalhadas) [...] porque o resto minha filha! Se tiver que
carregar peso a gente carrega, se tiver que montar uma estratégia a gente
monta [...] nós fazemos exatamente as mesmas atribuições que os homens,
a única diferença é o batom vermelho, não tem outra diferença, então [...] nós
somos mulheres de cabelo no peito (risos). [...] nós somos homens vestidos
de saia [...] são as mesmas atribuições (E6).
Tremblay (2005) afirma que, embora ainda permaneça arraigada e disseminada a con-
cepção de que cabe aos homens ganhar o sustento do lar e às mulheres cuidar dos filhos e
da casa, percebe-se a desconstrução do arquétipo na esfera familiar e do trabalho, surgindo
algumas exigências relacionadas à flexibilidade e à competitividade nas organizações. As en-
trevistadas apontaram que houve uma nova divisão de tarefas no contexto social dos gêne-
ros, uma vez que hoje a mulher participa das despesas do lar em igualdade de condições
com os homens ou até mesmo se torna responsável financeiramente pela despesa do lar.
É muito difícil [...] eu não imaginava que seria tanto. Sabe? sacrifica muito a
sua saúde [...] a sua vida pessoal. Com seis meses que eu tinha sido pro-
movida, me deu uma pneumonia fortíssima, porque eu peguei uma bactéria,
foi muito difícil o diagnóstico [...] morri, fiquei muito ruim, porque ela alojou
na minha cartilagem da costela. Devido ao meu emocional abalado [...] uma
rotina totalmente desregrada e eu até tive que fazer [...] terapia. [...] Eu acho
que depois de eu ter passado por todas essas provações [...] Essa menina
dá conta, pode por ela lá! (risos) Fui testada. Nossa! De todos os jeitos, até
aquelas salas de tortura, quase, passei por tudo (E2).
A indústria ela cobra muito [...] é pesada, ela te suga [...] É difícil (risos) hoje
nem tanto (E8).
Eu acho que masculino tem muito a questão [...] racional, talvez pela habilidade
racional do homem às vezes eles conseguem tirar um pouco da frente, é [...]
em questões de número, de conversas numéricas aquilo que influencia. Às
vezes, você tem reuniões que é muito mais voltada para números, atingiu, não
atingiu. E o homem às vezes ele têm essa visão mais aguçada (E4).
[...] viajar quinhentos quilômetros sozinha, eu acho que é uma atividade bem
masculina [...] pegar o carro sozinha, tem que ser muito macho (E2).
Trocar pneu de carro do representante. (gargalhadas) Isso aí é coisa de ho-
mem, não é coisa de mulher (E6)
Marcondes et al. ( 2003) também descrevem que a divisão idealizada entre ‘serviço de
homem’ e ‘serviço de mulher’ baseia-se também na força física e na resistência do traba-
lhador, promovendo distinção e atribuição de valores contrapondo homem e mulher – sexo
forte e sexo fraco, atividades pesadas e difíceis versus leves e fáceis – sendo, geralmente,
direcionado para os homens uma resistência maior comparada à das mulheres.
Outra percepção que descreve uma das características designadas ao homem diz a
respeito à sua maneira de ser objetivo, às vezes, desajeitados em determinadas situações.
Nas palavras de uma das entrevistadas, o homem possui um jeito “ogro” de ser.
Ao se tratar da percepção das gestoras sobre a existência de padrões de comporta-
mentos comuns entre as mulheres e entre os homens em posição de gestão na indústria
farmacêutica, percebe-se a não existência de comportamentos comuns que os diferenciem
na função, mas afirmam que depende muito da personalidade de cada um, da questão de
estratégia utilizada e da visão do negócio.
[...] hoje em dia tá muito eclético, tem gente de tudo quanto é tipo, de tudo
quanto é idade, tudo quanto é cabeça, mentalidade, eu acho que eles prezam
uma coisa que tem que ser assim, unissex [...] não tem gênero. É ter mente
aberta, hoje em dia o mercado tá mudando muito, tudo muito dinâmico (E2).
É, depende muito, isso tá muito relacionado à personalidade, né? [...] A pessoa
ela tem estilo de liderança, independentemente de ser homem ou mulher, vai
muito do perfil que a pessoa tem, não é o sexo que determina isso, é o perfil
da pessoa, é a habilidade que a pessoa tem (E6).
Percebe-se, assim, que os papéis definidos como masculino ou feminino nas organi-
zações foram historicamente construídos e que, na contemporaneidade, estão no processo
inverso, ou seja, de desconstrução.
Nesse sentido, as entrevistadas descrevem que tanto as mulheres quanto os homens
são influenciados na sua vida pessoal pela sua função, ou seja, aplicam o aprendizado e a
liderança nas relações pessoais.
Você tem que adaptar tudo [...] adaptar sua vida [...] organização de horário,
você precisa estipular, sabe? Porque senão você trabalha o tempo todo [...] se
eu ligar o computador [...] eu vou ficar vinte e quatro horas, sem parar, traba-
lhando direto, respondendo e-mail. E ainda não vai dar tempo de terminar (E2).
[...] é o tempo que a gente tem de reunião, de viagem. Então, você participa
menos. Você fica um pouco mais ausente. Então, a família [...] acaba tendo
que entender um pouco, um pouco não, ela tem que entender bastante sobre
qual que é a sua função [...] Aí os amigos, os parentes já sabem que no ani-
versário eu não vou estar, num casamento eu estarei viajando, vou estar em
reunião. Então, a vida social acaba tendo essa adaptação assim, mas que
também é escolha sua, né! Então, você tem que saber controlar aquilo é [...]
uma adaptação maior no grupo familiar [...] (E5).
Também foi destacado o orgulho e a admiração recebida pelo grupo social por ocupa-
rem um cargo gerencial na indústria farmacêutica.
Eu falo que hoje, meu marido, né? Que é o meu contato direto, diariamente.
Nossa! Me ajuda demais, demais, demais! Ele me escuta [...] me entende.
Hoje, ele assim [...] é companheiro, eu divido com ele muitas coisas (E2).
A família é tudo, então tudo que eles podem fazer para ser meu suporte, eles
fazem [...] tudo que eu preciso pai, mãe, irmãos, namorado sempre dão um
jeitinho de me dar um apoio, eu acho que é a base [...] é a nossa retaguarda
mesmo né? Tudo que eu preciso, às vezes eu fico assim: ‘nossa pai eu preciso
ir ao correio, faz isso pra mim (risos)’, função gerencial, você vai delegando
para todo mundo (E7).
Outros aspectos apontados pelas entrevistadas mostram uma demarcação muito clara
em relação à vida profissional e à pessoal, dedicando o seu tempo livre à família, ou seja,
durante a semana, possuem uma vida profissional e o final de semana é reservado para
a vida pessoal. Algumas gestoras dedicam o seu tempo livre à leitura, a assistir filmes e a
encontrar os amigos. Isso pode significar o empoderamento psicológico influenciado essas
mulheres depois que elas perceberam a sua força, evidenciando, assim, um comportamento
de confiança interna refletindo nas suas decisões sociais e profissionais (FRIEDMAN, 1996).
Finalmente foi apontado por todas as entrevistadas que o fato de ser mulher gerente
em uma indústria farmacêutica rompe com alguns padrões culturais brasileiros. Essa cons-
tatação vai ao encontro de Capelle (2006) que afirma que algumas barreiras de gênero
têm uma origem contextual/situacional e histórica e que, por meio de uma conscientização
social, pode-se quebrar antigos paradigmas e construir novos valores pautados em valores
sócio-culturais diferentes do patriarcalismo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização desta pesquisa foi norteada pelo objetivo de analisar o feminino no traba-
lho gerencial na percepção de gestoras de indústrias farmacêuticas, sediadas nas cidades
de São Paulo e Rio de Janeiro que atuam no estado de Minas Gerais. Considerou-se como
feminino nesta pesquisa, os atributos construídos socialmente para as mulheres tendo em
vista que, historicamente, a divisão de tarefas consiste na diferença sexual.
Gestão de pessoas foi considerada como principal atividade desenvolvida no exercício
da função gerencial, além da importância de ter visão estratégica, flexibilidade, dinamismo
e confiança. O serviço burocrático e o acompanhamento e controle de resultados também
foram sinalizados como parte da função.
Não foram apontadas diferenças de salário entre homens e mulheres pelas entrevis-
tadas das empresas das indústrias farmacêuticas pesquisadas, indicando que os critérios
de remuneração não estão atrelados ao sexo e sim à classificação dos níveis gerenciais
de acordo com categorias existentes neste setor, além de haver benefícios diferenciados,
como o auxílio creche, favorecendo que a mulher canalize sua energia em prol da organiza-
ção. O salário e os benefícios oferecidos às gerentes na indústria farmacêutica seduzem a
mulher, diminuindo a culpa internalizada pelo fato de não cuidar exclusivamente da família.
O tempo necessário para o período de adaptação na atividade gerencial foi considerado
como um grande desafio. O maior deles foi conseguir conciliar trabalho e família em razão do
grande número de tarefas a serem desempenhadas gerando prejuízos também ao âmbito social
em razão da falta de tempo dedicado ao exercício das atividades no trabalho. Também assi-
nalaram o primeiro ano no cargo como o mais difícil no desenvolvimento da função gerencial.
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10.37885/201001675
RESUMO
Em redes sociais na internet, perfis falsos podem ser utilizados com o objetivo de popu-
larizar avaliações em postagens, possibilitando a manipulação da opinião de diversos
indivíduos. Bots sociais são construídos com o intuito de simular humanos, se asseme-
lhando a eles, a fim de influenciar usuários. Pretende-se neste texto, analisar como a
opinião de um grupo de indivíduos pode sofrer influência pela disseminação de ideias,
por meio de posts em redes sociais. Mostra-se que bots sociais, podem ser utilizados
como uma ferramenta de difusão de ideias que favorecem determinada ideia, incenti-
vando usuários a repensarem suas opiniões, a ponto de apoiar tais ideias. Com base
nessa problemática se realizou experimento com o intuito de verificar como as pessoas
podem ser persuadidas pelas escolhas de uma maioria de opiniões. O experimento se
deu com o desenvolvimento de uma aplicação web, no qual era apresentado ao indivíduo
um problema de múltipla escolha, e logo após, sugerido uma alteração em sua resposta
inicial. O usuário dispunha de acesso a comentários e gráficos, que apoiavam, em maior
número, a uma alternativa errônea do problema. Desta forma, eram coletadas informações
a cerca de eventuais mudanças nas respostas dos usuários. Verificou-se que cerca de
40,61% dos indivíduos testados alteraram sua resposta inicial ao ver os comentários que
simulam o comportamento de bots. O trabalho possibilitou a constatação de que de fato,
elevado número de indivíduos, é influenciado por gráficos e comentários dispostos nas
redes sociais, evidenciando um efeito cascata A realidade diagnosticada por esta pes-
quisa reflete a necessidade que o cidadão deve considerar no momento de sua tomada
de decisão frente a informações dispostas na rede mundial de computadores, sejam em
aspectos sociais, políticos e até mesmo decisões de investimento e aplicações financeiras.
MATERIAIS E MÉTODOS
Logo após a confirmação da mesma, o usuário era direcionado a uma página com
o mesmo problema, a Seção 2, desta vez, com uma mensagem ao usuário, sugerindo ao
mesmo, repensar sua resposta, perguntando-lhe se tinha certeza de sua afirmação. Essa
mensagem foi apresentada com a finalidade de gerar dúvida na resposta anteriormente in-
formada. Além disso, abaixo das alternativas, os usuários tinham acesso a comentários, apa-
rentemente de outros usuários, entretanto, tais comentários foram previamente cadastrados,
com o objetivo de simular a informação inserida por um conjunto de bots em uma rede social.
Os comentários da seção 2, em sua maioria, sugerem uma resposta errônea ao proble-
ma, estes poderiam ser contestados pelo usuário, abrindo uma brecha para que o mesmo
RESULTADOS E DISCUSSÕES
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise das informações coletadas permitiu analisar o nível de influência social, cultural
e política que um indivíduo pode estar exposto, simplesmente por ser participante de uma rede
social na internet, podendo assim, ter sua decisão manipulada de maneira não perceptível.
Ao fim do experimento realizado, se verificou que o poder de influência em uma rede
social pode está diretamente relacionada à quantidade de indivíduos que apoia determinada
causa, de modo que comentários podem ser considerados uma fonte supostamente segura de
informação para diversos indivíduos (Em relação aos indivíduos testados, quantifica-se cerca
de 40,61% dos indivíduos). Tais informações justificam a hipótese sugerida por Kleinberg e
Elayse (2010) onde afirmam que usuários influenciam uns aos outros dentro de uma rede
social por meio das informações que são fornecidas pelos mesmos.
Tanto o método quanto a ferramenta, utilizados para a coleta de informações, ou seja, o
sistema web que simula uma rede social, foram de grande importância para a análise de tais
informações. Entretanto, para uma confirmação mais concreta e a fim de medir a variância
das informações, propõe-se expandir o experimento para novos problemas ou diferentes
tipos de questões.
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10.37885/201202361
ABSTRACT
The current competitive global business scenario has led retailers to make considerable
efforts to improve store image. The current study aimed to verify the main factors influen-
cing the perceived image of a cosmetic store. Based on previous studies, we sought to
identify which customer perceived attributes had the most influence on store image: sa-
tisfaction, service, quality, price and store atmosphere. Specifically, we investigated the
relationship among some of the attributes that constitute store image based on the model
proposed by Dickson and Albaum (1977). The sample of this field study was an important
Brazilian cosmetic retailer located in a city in the state of São Paulo. Using LISREL soft-
ware, questionnaires that did not meet the proposed requisites were discarded, totaling
270 valid respondents. Results were submitted to confirmatory analysis using Structural
Equations Modeling (SEM) in order to determine the effect of the independent variable
(perceived store image) on the dependent variable (satisfaction). The results indicated a
positive and significant association between four of the five analyzed dimensions, allowing
for the elaboration of a specific model that can be used in future research.
Considered one of the greatest and most diversified industries in the world, retail has
been undergoing a revolution, transforming simple forms of business into automatized and
sophisticated forms of management, which involve logistics, stock control and operational
proceedings (Mulhern, 1997). Moreover, Wikström et al. (2002) have emphasized the transition
that is occurring from retailers offering products in the physical world to the virtual universe,
which has caused significant changes in the choice of place of purchase.
To survive in such an environment, retailers need to establish a positive store image.
For Burt and Carralero-Encinas (2000), store image constitutes the key factor for retail suc-
cess and it is essential that companies understand its importance and define their strategic
positioning. In fact, consumers tend to buy from stores that possess images compatible with
their own self-image and that provide them with memorable experiences.
Thus, understanding consumer needs and behavior is relevant for identifying opportu-
nities to develop and launch new products (Atuahene-Gima, 1996). In addition, being familiar
with and understanding the attributes most valued by customers in the buying process is
important, as they function as decision-making and justification criteria (Grunert and Juhl,
1995). Assessing consumer perception of store image is essential to guarantee congruence
between the image desired by the target market and the image projected by the store.
The Brazilian Association of the Cosmetic, Toiletry and Fragrance Industry (ABIHPEC,
2013) reports there are 2,470 companies in Brazil working in the market, with a net tax re-
venue of over R$ 100 million (Brazilian currency), which represents 73.0% of total revenue.
The sector generated more than five million six hundred jobs in 2013 and Brazil ranked third
place in the global CT&F market.
OBJECTIVE
The objective of the present study was to identify consumer perception of attributes that
constitute the store image of a given cosmetic retail chain and, at the same time, determine
how consumer satisfaction is affected by the other dimensions of store image. The following
sessions presents a literature review, the methodological procedures followed by a presen-
tation and discussion of the research results and, the final considerations.
METHOD
LITERATURE REVIEW
According to Mazursky and Jacoby (1986), the concept of store image is related to a
set of cognitions and/or affects inferred from a set of ongoing perceptions and/or memory
inputs associated with specific phenomena, objects or what is significant to each individual.
Thus, image is formed by a set of associations of symbols that can be attached to countries,
people, products, services (Dichter, 1985) and stores (Martineau, 1958).
The literature review indicated an infinite number of techniques to measure store image.
However, most of these studies use some version of a differential semantic scale within four
categories of study: 1) describing store image as perceived by consumers; 2) associating
store image with other variables such as consumer satisfaction and loyalty; 3) determining
the importance of attributes perceived by consumers, and 4) verifying the instruments and
techniques used to measure consumer-perceived image (Zimmer and Golden, 1988). The
greatest limitation of these studies lies in the fact that they provide respondents with image
categories, and the characteristics in the scale do not always cover all aspects of store image
held by the public of the store (Kunkel and Berry, 1968).
The most common technique used to measure store image, according to Birtwistle et al.
(1999), is to ask consumers to assess a store according to a previously determined scale,
such as a Likert or Stapel scale, which are the most frequently used (Dickson and Albaum,
1977; Menezes and Elbert, 1979). Menezes and Elbert (1979) compared Likert, semantic
differential and Stapel scales and did not find any evidence of one scale being superior to
the other. However, their results provided some indicators, which are still inconclusive: se-
mantic differential scales appeared to be more precise, as they presented lower variability
among respondents.
RESULTS
The first step consisted of conducting descriptive data analysis, followed by CFA using
the Statistical Package for the Social Sciences – SPSS® software (v. 22.0; SPSS Inc.,
Respondents’ profile
Regarding age, 42.72% were between 21 and 30 years old, 26.82% were between
the ages of 10 and 20, and 12.58% were between 31 and 40. Such results indicate that the
researched sample was relatively young. Table 2 presents a summary of other identified
characteristics.
Reliability reflects the degree to which observed values correlate with true values. The
greater the correlation between items on a given test, the higher the score for Cronbach’s
Alpha. For this reason, it is also known as the Internal Consistency test and can result in
values between 0 and 1. Cronbach’s Alpha (α) is an important statistical indicator of reliabi-
lity, sometimes also known as a scale’s coefficient of reliability. It is certainly one of the most
important and widespread statistical tools in research that involve constructing and applying
tests (Cortina, 1993). The questionnaire used for data collection in this study presented an
α=0.912, pointing to good internal consistency reliability. The Atmosphere factor presented
the highest reliability score (0.918), followed by Satisfaction (0.869), Service (0.836) and
Price (0.754). It was not possible to compare alpha values among the analyzed dimensions,
as each dimension contained a different number of items.
The indicators forming the studied constructs presented significant relationships between
them. However, the Quality construct did not obtain enough loading and was removed from
the model. In this study, we analyzed only the direct effects of constructs.
Factor validity was tested using confirmatory factor analysis, estimating maximum like-
lihood. The model fitted for four factors presented fit well to the variance-covariance structure
as assessed by the goodness of fit indexes. For each set, successive tests were conducted
and variables that presented a factor loading below 0.50 were discarded. The model was
then refined by excluding items with high values of correlated error, until satisfactory levels
of goodness of fit quality were obtained. Regarding data analysis, none of the indicators of
the Quality construct were relevant to the structural model and were thus removed. All other
constructs remained, which allowed for a satisfactory assessment of the model.
The absence of negative error variance, standard estimates with values higher than
1.0 (Figure 1) or very high standard errors indicated that there were no discrepant estimates.
Regarding total model adjustment, the analysis of χ2 resulted in the acceptance of the null
hypothesis (P<0.05) that there is no difference between the data matrix and the estimated
matrix. In other words, the model fit the population perfectly. This conclusion is strengthened
when considering the RMSEA, or the root mean square error of approximation. In this case,
the index reached 0.052, therefore under the tolerable limit of 0.08. Finally, normalized χ2
(1.72) showed that the estimated values were ideal, as the score for this measure was less
than 5.0. Goodness of fit indexes of the present model revealed some good results, as ob-
served in Table 5.
χ2 * 546.76 -
∆ χ /df
2
1.719 Less than 5.00
RMSEA 0.052 Less than 0.08
IC90%RMSEA ]0.043; 0.060[ -
CFI 0.921 Less than 0.90
TLI 0.944 Less than 0.90
GFI 0.953 -
Source: Research data
*P<0.01: a 1% significance level
Values of the model’s coefficient of determination varied from 0.629 to 0.917, as pre-
sented in Table 6.
The results presented in Table 8 indicate that the latent variable adequately predicts
the variance of observed variables. These coefficients of estimated regression are not only
high, but also highly significant. All estimates of variance, whether associated with measu-
rement error or with the latent variable, presented high statistical significance. Hypotheses
were assessed with basis on the results presented in Table 7.
CONCLUSIONS
The objective of this study was to identify consumer perception of attributes that constitu-
te the store image of a given cosmetic chain and, at the same time, determine how consumer
satisfaction is affected by the other dimensions of store image. The results demonstrate that
the research objective was attained, as the study demonstrated which constructs should be
taken into account when explaining consumer perception and assessment of store image.
In its development, the scale underwent several honing phases and rigorous testing,
such as structural analysis, demonstrating the convergent, discriminant and nomological va-
lidity of each construct, in addition to the reliability of the model subscales. In relation to the
original version, we excluded items that were not significant in forming the latent variable or
that presented correlations with more than one factor, thus reducing the discriminant validity
of the scale and the original scale’s goodness of fit. Furthermore, via multiple regression,
confirmatory factor analysis presented positive and significant correlations between the cons-
tructs of atmosphere, service, satisfaction and price, which provided support for almost all of
the formulated hypotheses. The quality construct was eliminated.
The final model presented goodness of fit indexes within a desirable range of values,
demonstrating that the instrument was valid and reliable and that it integrated the main de-
terminants for measuring perception of store image.
As is customary in scientific research, this study also presented some limita-
tions. We highlight, for example, the use of a non-probabilistic sample chosen by convenien-
ce, which does not allow for the present results to be generalized to the entire population.
Furthermore, selecting only one cosmetic, toiletry and fragrance store as a unit of analysis
also limited the generalizability of our results.
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RESUMO
Tão importante quanto olhar a educação básica e a média, é olhar para a educação
superior no país. Apesar de especialistas afirmarem que dificilmente o país conseguirá
cumprir com a meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação - PNE, de elevar a taxa
líquida de escolaridade no país em 33% e a taxa bruta em 50% até 2024 (PNE, 2014), há
de se considerar a potencialidade da Educação a Distância (EaD) nesse cenário.
O diretor da Associação Brasileira de Educação a Distancia (ABED), Carlos Longo, em
entrevista ao programa revista Brasil, considera impossível formar jovens e adultos dentro
dessa nova realidade, ou seja, sem o uso em algum grau funcionalidades da educação à
distância, segundo Longo:
Assim pode-se destacar que a revolução digital vem transformando o espaço educacio-
nal, em especial, os processos de ensino e aprendizagem que ocorriam somente em espaços
físicos delimitados, conhecidos como a sala de aula, onde as pessoas interagiam face a face,
e o estudante precisava se deslocar até estes lugares, considerados do ‘saber’, tais como:
bibliotecas, campus, laboratórios, e a salas de aula, para assim aprender (KENSKI, 2012).
Atualmente, as novas tecnologias permitem que professores e estudantes interajam
virtualmente. Desta forma, espaços físicos delimitados como a sala de aula presencial, estão
sendo deslocadas para salas de aulas virtuais interativas, bibliotecas virtuais, salas de chat
síncrono, salas de videoconferência e outros ambientes de interação online, situação esta,
que caracteriza os ambientes de aprendizagem a distância. A ideia principal da aprendizagem
a distância está centrada na diferença básica entre a localização de alunos e professores,
uma vez que os mesmos, durante todo, ou grande parte do tempo em que aprendem e en-
sinam, encontram-se em locais distintos, e dependem de algum tipo de tecnologia para a
interação entre eles (MOORE; KEARSLEY, 2013).
A partir do entendimento de que a escola possui uma organização própria, parte-se
da ideia de que as práticas educativas, ou cultura escolar, são o que se transformam ao
longo dos anos, mas a forma, ou gramática escolar, permanece a mesma. Com isso pode-
mos identificar que a metodologia do blended learning é um exemplo de que a sala de aula
invertida utiliza a mesma forma e gramática escolar das demais modalidades presenciais
Também, entende-se que com a EaD e por conta dos baixos valores de mensalidades,
em comparação com a modalidade presencial, atende de muito a acessibilidade ao curso
superior. No censo realizado pela Associação Brasileira de Educação a Distância apresen-
tasse que a EaD “contabilizou 5.048.912 alunos, sendo 1.108.021 em cursos regulamentados
totalmente a distância e semipresenciais e 3.940.891 em cursos livres corporativos ou não
corporativos” (CENSO EAD.BR, 2015, p.7). Dessa forma, para o êxito educacional dessa
modalidade, faz-se necessária a busca pela qualidade.
E, nesse propósito de ofertar um ensino de qualidade, que permita ao egresso a inser-
ção no mercado de trabalho, as Instituições de Ensino Superior (IES) devem estar abertas
para propor novas metodologias de educação e a sala de aula invertida é uma dessas pos-
sibilidades. Essa metodologia requer o desenvolvimento de atividades práticas em sala de
aula, possibilitando aos estudantes analisar informações e fazer relações entre elas, auxi-
liando-os assim a pensar de maneira criativa, a fim de dar respostas às diversas situações
de mercado, e se comunicar de maneira efetiva, interagindo com seus pares, indo assim ao
encontro dos preceitos andragógicos.
Há de se considerar também que aprendizagem em grupo é pouco pesquisada por
teóricos da prática social, segundo Bispo (2013), o que possibilita uma contribuição para
ampliação de debates acadêmicos, pois aprendizagem, geralmente é analisada sob o olhar
individual, onde a visão tradicional da ciência da cognição, foca no comportamento observá-
vel dos indivíduos e suas representações mentais, enquanto numa visão da aprendizagem
como fenômeno social, a aprendizagem ocorre em um contexto social, onde a cognição é
partilhada socialmente entre os membros e o conhecimento existe no seio de uma comu-
nidade. E nesse ponto, a inversão de uma sala de aula dentro da metodologia EaD abre
diversas possibilidades de ampliação de conhecimento e relacionamento interpessoal entre
Para trazer ao debate o papel da EaD dividimos essa seção em duas, onde no primeiro
momento trataremos dessa metodologia sobre o prisma de sua acessibilidade, e no segundo
momento apresentaremos nossos argumentos epistemológicos ao entender a educação, e
Na modalidade EaD, não importa o lugar onde o aluno esteja, ele tem acesso ao co-
nhecimento que está disponível nas redes. Assim, as tecnologias viabilizam o aparecimento
das salas de aula virtuais que permitem maior flexibilidade de temas, contextos e conteúdo
de aprendizagem, voltados a uma maior flexibilidade de modos de aprendizagem a todos
os alunos em todos os níveis. Assim, temos que a aprendizagem a distância realizada pelos
alunos tem se tornado uma preciosa ferramenta para a democratização do ensino superior
no país, chegando onde as salas de aula de ensino presencial não conseguem chegar.
Com isso, “um dos pontos essenciais para a constante melhoria dos cursos oferecidos na
modalidade de EaD é, sem dúvida, pensar uma organização curricular que seja específica
para ela” (SCHNEIDER et al., 2013, p.69).
Atualmente são testadas as novas concepções de sala de aula, associadas a novos
modelos de organização escolar, trazendo métodos de ensino baseados na resolução de
problemas e apoiados na experimentação, no trabalho em grupo e na utilização de novas
tecnologias. Também é acompanhada pela descentralização do processo ensino-aprendi-
zagem utilizando o espaço da sala de aula para a interatividade. É necessário lembrar, que
as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) trouxeram a possibilidade de acesso
ao ensino a diversas pessoas, antes privadas deste direito básico de cidadania. E também
foi, por meio delas, que a educação se tornou acessível a uma parcela significativa da po-
pulação que, por questões de horário, das suas obrigações profissionais ou pela distância
aos centros educacionais não conseguiam se adequar a metodologia do ensino presencial,
restando prejudicado assim a aquisição de conhecimentos necessários para a sua educação
e ou aperfeiçoamento profissional (MORAN, 2013).
Nessa seara, temos o impacto da tecnologia se refletindo de maneira ampliada sobre o
conhecimento, exigindo assim uma reflexão sobre o que é o saber e as formas de ensinar e
aprender, e principalmente, quais são as práticas utilizadas pelos alunos e construídas pelos
docentes. Essa reflexão traz à tona a perspectiva das tecnologias eletrônicas de comuni-
cação e informação, propiciando novas possibilidades didáticas em termos metodológicos.
(MOORE; KEARSLEY, 2013).
Dessa forma, assumimos que EaD está proporcionado a acessibilidade para o ensino
superior, e isso ocorre através de seus Polos de Apoio Presencial (PAP) das IES estão pre-
sentes em diversas regiões, das grandes capotais até as remotas do Brasil, a “existência de
polos no interior dos estados mostra como a EaD é importante para que pessoas que vivem
Nesse sentido, temos os PAPs como peça fundamental para o acesso à educação
superior, pois se compararmos as estruturas das sedes das IES que ofertam os cursos
na modalidade presencial tal comparativo se resulta como sendo menores na EaD, o que
possibilita que tais custos reduzidos sejam repassados ao valor da mensalidade. Assim,
através dos PAPs, as práticas desenvolvidas pelos alunos podem ser realizadas de forma
mais integrada e permanente, alterando as estruturas e a lógica do conhecimento, buscando
novas concepções para as novas abordagens disciplinares, metodologias e perspectivas de
ações para os docentes (KENSKI, 2012).
Kenski (2012), destaca também que:
Com isso, temos que com as instalações de PAPs e alinhando a sua estrutura física a
tecnológica, a EaD torna-se muito mais próxima ao aluno, diferentemente da época em que
os cursos nessa modalidade eram ofertados pelo correio, como por exemplo, os ofertados
em décadas passadas pelo Instituto Universal Brasileiro. Nessa seara, se faz necessário
a elaboração de uma estrutura curricular que esta seja condizente com tais pressupostos
e em consonância com as diretrizes nacionais de cursos (DCN), que são as normas que
orientam a concepção dos cursos. Assim, diante dessa nova realidade se faz necessário
uma reflexão de como atuar nessas novas circunstâncias.
A convergência entre virtual e real tem sido discutida há algum tempo. Mais
recentemente, essa abordagem tem se popularizado, e o termo blended lear-
ning começa a se consolidar. Com essa abordagem, os educadores podem
lançar mão de uma gama maior de recursos de aprendizagem, planejando
atividades virtuais ou presenciais, levando em consideração limitações e po-
tenciais que cada uma apresenta em determinadas situações e em função de
forma, conteúdo, custos e resultados pedagógicos desejados.
Desta forma, cria-se o espaço para o uso do flipped classroom em disciplinas de EaD,
ou seja, a sala de aula invertida proposta por Bergman e Sams (2012) encontra terreno fértil
em EaD, uma vez que o estudo prévio dos conteúdos pode ser realizado no AVA, ao passo
que as atividades práticas passam a ser realizadas nos PAP pelo tutor presencial em conjunto
com os alunos das disciplinas. Cabe lembrar que o objetivo da sala de aula invertida consiste
em gastar a maior parte do tempo de aula em atividades que desenvolvam habilidades de
pensamento superior, ou seja, em atividades de produção e criação de conhecimentos, é a
prática em sala de aula com o auto estudo realizado previamente pelo aluno no AVA.
Assim, pode-se obter uma aprendizagem dos praticantes da nova prática, ocorrendo
de forma processual, por meio do envolvimento progressivo, da participação e do engaja-
mento, que permite aos docentes/tutores/mediadores, além de desenvolver novos projetos
em menor espaço de tempo, auxiliar os novos entrantes a juntar-se ao grupo, por meio de
sua participação nas práticas.
Posto isto, é necessária uma estrutura pedagógica que suporte e a instrumentalização
para a produção dessa lógica, modelo que podemos verificar na figura 2, onde Schneider
et al. (2013) apresentam as premissas para a concepção de tal estrutura.
PERCURSO METODOLOÓGICO
Segundo Duarte (2002) uma pesquisa é um relato de longa viagem empreendida por
um sujeito cujo olhar vasculha por alguns lugares muitas vezes já visitados, mas possuindo
um modo diferente de olhar e de pensar determinada realidade, a partir de uma experiência
e de uma apropriação do conhecimento. Nesse estudo de abordagem qualitativa e como
estratégia de investigação o estudo de caso, apresentamos como foi/pode ser aplicada a
nossa proposta de blended learning para a EaD.
Sobre os critérios de amostragem, Yin (2005) descreve que essa é uma condição de
irrelevância, pois, a quantidade da amostra está mais próxima do julgamento do pesquisa-
dor do que de critérios de significância; nesse caso o que se estima é o nível de certeza (e
incerteza) que o pesquisador tem sobre padrões homogêneos ou heterogêneos de com-
portamento. O que vem ao encontro a afirmação de Stake (2000) de que o estudo de caso
como estratégia de pesquisa é caracterizado justamente por interesse em casos individuais
e não por métodos de investigação, os quais podem ser os mais variados, tanto qualitativos
como quantitativos, assim como o fato de que nem tudo pode ser considerado um caso,
sendo que para ele um caso é uma unidade específica, um sistema delimitado cujas par-
tes são integradas.
Isto posto, a escolha desta organização como caso deu-se pela sua importância so-
cial na constituição da sociedade, uma vez que a educação é um direito assegurado na
Constituição Brasileira e as IES prestam serviços de utilidade públicas sendo vistas como
instituições sociais. Essa organização do estudo, em particular, forma atores que atuam
tanto no mercado de trabalho quanto no próprio campo da educação de modo que, coadu-
nado ao nosso objetivo, o estudo aqui exposto pode fornecer uma análise do contexto e dos
processos que iluminam as questões teóricas aqui sendo estudadas. Por fim, há também
a questão da expressividade da organização escolhida, que é uma das maiores do Brasil
em alcance discente. Optamos também em manter o sigilo na divulgação do nome da IES,
identificando-a como Grupo Alpha.
Caracterização do Caso
Assim, pela proposta da IES, o momento de sala de aula, na lógica da sala de aula
invertida, com base no blended learning destina-se ao desenvolvimento de exercícios, pro-
jetos e casos de ensino referentes ao material disponibilizado aos alunos. Nesses encontros
presenciais há a resolução das questões apresentadas e as discussões acerca do tema
abordado. Ademais, cria-se nos alunos a capacidade de formular questionamentos refe-
rentes ao material disponibilizado no AVA, os quais poderão direcionar os próximos encon-
tros. As atividades devem ser desenvolvidas de maneira a agregar conhecimento ao aluno,
de forma planejada e diversificada, gerando um processo de observação do problema por
parte dos alunos e dos professores.
Assim, uma proposta interessante é a separação entre as formas de encontros, por
exemplo, em um encontro pode-se adotar as realizações de atividades práticas presenciais,
o que podemos chamar de ‘ampliação de conhecimento’, ou seja, a cerne desse momento
presencial é se aprofundar nos conceitos oriundos de uma disciplina em particular, como por
exemplo, Teoria Geral da Administração (TGA), onde discute-se por exemplo, a contribuição
de Taylor, Fayol, Ford para o pensamento da Administração à época, em sua origem, ou
seja, o momento histórico da concepção de tais pensamento.
Em um outro momento, pode-se conceber um encontro interdisciplinar, ou seja, apre-
senta-se as disciplinas em forma conjunta, suas intersecções, como por exemplo, trazer
ao contexto da TGA ao contexto do empreendedorismo, isso em um viés contemporâneo,
com inquietações do tipo: como podemos de forma contextualizada usar dos pensamentos
dos autores clássicos para se empreender. Com isso, temos uma oportunidade na qual o
Figura 5. BMG
Consideramos que tal modelo é apropriado, pois consegue agregar e reunir todas as
disciplinas contidas em um plano de ensino de um curso de gestão, pois ele perpassa por
todas os processos gerenciais esperados de um gestor de negócios: produção, marketing,
financeiro, recursos humanos, estratégia, etc. Por exemplo, para que a empresa entregue
Ao analisar a figura 7, identificamos que esta UTA tem como objetivo caracterizar as
relações entre a organizações, seus clientes e a sociedade, onde por essa lógica se criam
e são entregues os valores com base nas atividades principais das organizações e no
Com isso, desejamos que a atividade prática oriunda do BMG é que os alunos consigam
integrar os conhecimentos das disciplinas apresentadas no módulo anterior para que consi-
gam criar uma solução para o questionamento norteador, ou seja, possam apresentar uma
ou mais resoluções de como as atividades-chave da organização conseguem manter e pos-
sibilitar a entrega dos valores aos segmentos de clientes. Essa atividade deverá ser desen-
volvida em grupo e os estudantes devem incrementar o trabalho com itens preestabelecidos
a cada semana, conforme o calendário e o cronograma disponibilizado no AVA. Ao término
do módulo (12 semanas), as equipes já devem apresentar suas soluções. Essa atividade é
interativa e desenvolvida em sala de aula, e há o envolvimento de alunos e professor. Para
Zabala (1998, p.89), “as relações de que se estabelecem entre os professores, os alunos e
os conteúdos de aprendizagem constituem a chave de todo o ensino e definem diferentes
papéis dos professores e dos alunos. ”
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Emoji: 200
A
F
Aprendizagem Organizacional: 89, 92, 107,
109 Feminino: 34, 179, 272
Avareza: 11, 23, 29, 31 Fidelização: 161, 162, 163, 171, 173, 192
B G
Bots: 296, 303 Ganho do Desempenho Organizacional: 89
Comportamento do Consumidor: 43, 44, 65, Localização: 138, 154, 250, 252
67, 160, 168, 191, 192, 234, 319
Lojas Físicas: 44
Comportamento Ecológico: 66, 67
M
Compras: 44
Marketing: 30, 32, 53, 54, 64, 65, 68, 69, 70, 74,
Consumidores: 47, 48, 70, 71, 72, 74, 75, 138 86, 87, 114, 119, 123, 159, 160, 162, 165, 166,
167, 168, 191, 192, 209, 210, 211, 212, 213,
Consumo: 11, 31, 85 214, 215, 217, 220, 221, 223, 224, 225, 226,
227, 228, 229, 230, 231, 232, 318, 319, 320, 321
Cosmetic: 305, 306
Cultura de Aprendizagem: 88, 89, 93, 108, 109 Marketing de Relacionamento: 65, 162, 166,
191, 192
D
Mídia: 31, 46, 125, 136
Desempenho Financeiro: 89, 94, 95, 100
Modelo de Negócio: 254, 255
Desempenho Organizacional: 89, 95
N
E
Netflix: 254, 255, 257, 258, 259, 260, 261, 262,
Educação: 124, 125, 130, 131, 136, 191, 323, 263, 264, 265, 267, 268, 269, 270
324, 325, 344, 345
P
Educação a Distância: 345
R
Relações de Gênero: 272, 274
S
Sagrado: 11
Semiótica: 42
V
Venda: 138