APOSTILA MOLECULAR Juliana Sato+
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Juliana Sato
Edição I
Masterclass Gastronomia Molecular I
Juliana Sato
Para a Chef Juliana, cozinhar vai além da execução de técnicas com perfeição. É o
compartilhamento de carinho e sabor.
• Carnes e peixes
• Pigmentos Alimentares 2
• Outros gelificantes
• Outros emulsionantes
• Sous Vide (cozinha à baixa temperatura)
• Obulato
• Criogenia dos Alimentos
• Fermentações
• Multiesferificações
Masterclass Gastronomia Molecular I
Juliana Sato
Curiosidades:
Masterclass Gastronomia Molecular I
Juliana Sato
Masterclass Gastronomia Molecular I
Juliana Sato
Masterclass Gastronomia Molecular I
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Um pouco da história.....
Um químico francês, chamado Hervé This, muito interessado pelos fenómenos que
ocorrem com “os tachos” nos anos 80 assim como o Nicolas Kurti , físico húngaro,
estudaram em conjunto várias técnicas culinárias, avaliaram e explicaram com uma
abordagem científica, o que acabou por revolucionar toda a abordagem culinária até à data
existente. (Kurti e Kurti, 1997). Foram eles os grandes fundadores da Ciência dos
Alimentos, também conhecida como Gastronomia Molecular.
Os ingredientes, a preparação e a forma como são consumidos são fatores que eram
considerados envolvendo campos como química, física, biologia, bioquímica, fisiologia,
sociologia e design. A gastronomia Molecular não se cinge apenas a um tipo ou variante
de cozinha. (This, 2010). O design é algo que nos dias de hoje é abordado no mundo da
cozinha como um método a acrescentar aos alimentos em prol de uma valorização
adicional do ponto de vista organolético. “O Food Design é escrever ou reescrever
histórias baseadas no paladar, ancoradas em vários sentidos, primeiramente a visão,
passando pelo olfato, tato e paladar.” (Sabrina Baptistel). O alimento é então tornado
como uma fonte de prazer (Blanck, 2008). Este passa a iguaria e deixa de ser consciente
em termos económicos e de estar relacionada com a larga escala de produção. Com
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influência da gastronomia molecular por base científica tem em consideração a qualidade
gustativa e sensorial da experiência, em pequena escala, consumida de imediato e próximo
do local de produção. (Van der Linden et al., 2008).
Alguns pontos de história e evolução relacionados com a cozinha estão: o físico Denis
Papin (1647-1712), que construiu a primeira panela de pressão; o químico Antoine Baumé
(1728-1804), que estudou a preparação de caldos desidratados para serem consumidos em
períodos de guerra; o químico Antoine Lavoisier (1743-1794), que estudou a melhor
forma de extrair nutrientes da carne para otimizar o processo de preparação de caldos; o
farmacêutico Antoine Parmentier (1737-1813), que lutou pela aceitação da batata em
França e fez estudos sobre farinhas para a confeção de pão; e Louis Camille Maillard
(1878-1936), um médico e químico que estudou as reacções que ocorrem nos alimentos
quando sujeitos a temperaturas elevadas, responsáveis pela cor e aromas que os tornam
mais apetecíveis (This, 2006).
Hoje em dia os chefes trabalham a lado de cientistas mesmo para desenvolver este estudo
sobre a gastronomia molecular. A tecnologia alimentar permitiu a introdução de novos
equipamentos e ingredientes, mas também contribuiu para a introdução e otimização de
processos novos de trabalho. “Tecnologia alimentar é a ciência que trata do estudo,
aperfeiçoamento e aplicação experimental de processos viáveis para a obtenção,
processamento, conservação, preservação, transporte e comércio dos alimentos em geral”
(Envagelista, 2001).
A tecnologia dos dias de hoje prima pelo sous vide, banhos maria com termóstato e
temperatura regulável, liofilização de alimentos e a introdução de alimentos ou utilização
de outros menos usuais constitui tudo ferramentas para obter resultados antes impossíveis.
(Cruz, 2005).
Harold McGee, escreveu o “Statment on new cookery” (Adria, Blumenthal, et al., 2006)
onde enfatiza que, em primeiro lugar, pretendem produzir a melhor comida possível e que
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a compreensão científica do que fazem quando cozinham é uma ferramenta para a
produção de preparações de elevada qualidade. Afirma que a tecnologia não deve ser
utilizada porque é novidade, mas sim com o objetivo de se obter um resultado excelente.
Por isso é imprescindível fazer a distinção entre a disciplina científica, Gastronomia
Molecular, que investiga as transformações culinárias e a experiência da refeição, e os
novos movimentos de cozinha e técnicas culinárias, pois são áreas diferentes.
o Leve o pimento inteiro para assar no forno por 30 minutos, virando ambos os
lados.
o Retire o pimento do forno e coloque em um recipiente. Feche com pelicula
aderente.
o Retire a casca e a semente. Adicione um pouco de água e bata no liquidificador ou
varinha magica (pouca água somente para bater).
o Em um tacho, adicione o sumo de pimento e o agar agar. Ferver as 3 vezes.
o Unte um tabuleiro com óleo e despeje a mistura em camadas finas.
o Espere arrefecer e corte na forma que desejar.
❖ Esparguete de mel
✓ 50g de mel
✓ 100g água
✓ 1,5g de agar
❖ Gelatina de cerveja
✓ 2 g de agar
✓ 50ml de água
✓ 100ml de cerveja
✓ 1 g de agar 50 ml de água
✓ 50 ml de Vinagre
✓ 200 de óleo alimentar ou azeite
o Coloque, com alguma antecedência, um recipiente alto (por exemplo um frasco ou
um copo) com óleo alimentar ou azeite no frigorífico. De preferência óleo de
girassol, por ter um número de iodo mais elevado e ficar menos viscoso quando
frio, caso não seja possível, use óleo de milho.
o Dissolva o agar na água e levante fervura três vezes.
o Misture o vinagre e mexa bem.
o Deixe cair gota a gota a solução dentro do óleo frio. Caso comece a espessar
demasiado ou a gelificar, volte a aquecer para liquefazer a solução.
o Aguarde 1 ou 2 minutos e passe por um coador. Em seguida lave com água
corrente.
o
Observações: Estas bolinhas são completamente sólidas, ao contrário das realizadas com
alginato que são líquidas no interior.
❖ Parte 1
• 200ml de água
• 3 folhas de gelatinas
• 1 limão
• 2 fatias de abacaxi em cubos (1 fatia cozida por 10 minutos e outra crua)
❖ Parte 2
Vamos treinar as percentagens e tirar as dúvidas de como utilizar o agar agar. Atenção as
texturas para começarem a ter noção sobre as percentagens a serem usadas.
❖ Parte 3
Espumas
No caso de espumas líquidas, a fase líquida é na realidade constituída por uma mistura de
líquidos com estabilizadores (ou emulsionantes).
Estas substâncias têm na sua estrutura uma zona hidrofílica, polar, que se liga à água, e uma
zona hidrofóbica, apolar, que fica voltada para o ar, o que lhes confere a propriedade
estabilizadora.
Os agentes estabilizadores (ou emulsionantes) podem ser proteínas (ovo, leite), hidratos de
carbono (ésteres de sucrose) ou lípidos (mono- ou diglicéridos, fosfolípidos).
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❖ Espuma de ervilha
✓ 2 g caril em pó
✓ 150 ml água
✓ 6 g lecitina de soja
❖ Ar de manjericão
❖ Receita de Macaron
– Os macarons têm grãos grandes na superfície ; têm uma aparência um pouco irregular
com solavancos e / ou botões
Isso se dá porque a farinha de amêndoas e o açúcar em pó não foram suficientemente
misturados ou peneirados.
– Os macarons craquelaram
Há umidade em algum lugar: na sala onde você os deixou descansarem para obtenção da
crosta antes de assar, no forno, nas placas ou na massa.
✓ 200ml de leite
✓ 150g de parmesão ralado
✓ 100ml de natas gordas
✓ 1g de goma xantana
✓ Sifão de cozinha
✓ 2 cargas de sifão
o Rale o queijo e reserve. Misture o queijo com o leite e aqueça. Deixe ferver por 5 minutos. Desligue,
tampe e deixe infusionar por mais 15 minutos.
o Passe no passador, misture as natas e a goma xantana com a ajuda de uma varinha mágica
(mixer).
o Coloque a mistura no sifão com duas cargas.
o Se for na batedeira, bata em velocidade média até montar.
o Deixe no frigorifico por 2 horas.
Outras Texturas
Esferificações
o Misture todos os ingredientes em um tacho e deixe em lume baixo por pelo menos uma
hora
o Ao final de uma hora pode adicionar três gotas de limão.
o Desligue o lume e espere arreferecer.
❖ Azeite em pó
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✓ 5 g alecrim
✓ 50 ml Azeite
✓ 12,5 gr maltodrextrina 25%
o Fazer a infusão do alecrim no azeite a 40ºC-60 ºC por 20 minutos. Deixar
arrefecer.
o Deixar cair em fio sobre a maltodrextrina e com o auxílio de umas varas de
arames dissolver bem a gorduras pelos amidos.
✓ 1 MANGA
✓ Goma xantana QB
o Triturar a MANGA
o Adicionar a goma xantana.
o Deixar hidratar.
o Adicione ao sumo de manga a goma xantana e bata com a varinha mágica. Deixe
repousar para perder bolhas de ar e hidratar a xantana durante algumas horas.
o Adicione o gluconolactato de cálcio e mexa bem para dissolver.
o Prepare um banho de alginato a 0,5%, misturando com a varinha mágica, 1,5g de
alginato em 300ml de água do Luso.
✓ 125 ml de leite
✓ 2,5g agar (1%)
✓ 15g de açúcar
✓ 125ml de leite de coco
o Dissolva o agar no açúcar.
o Coloque o leite em um tacho e despeje o agar e o açúcar.
o Mexa sem parar até ferver 3x.
o Retire do lume e adicione o leite de coco.
o Gelifique.
o Triture com a ajuda de uma varinha mágica até virar um gel
Trabalho Final
✓ Crie um prato usando duas técnicas aprendidas no curso. (não é necessário o uso de
texturizantes).
✓ Pode utilizar uma receita feita em aula ou retirada do e-book, se preferir.
Bibliografia
Adrià, F.; Blumenthal, H.; Keller, T.; McGee, H., 2006. Statement on the New Cookery. The
Observer
Guerreiro, M.; Mata, P., 2009. A Cozinha é um Laboratório. Fonte da Palavra, Lisboa
McGee H. On Food and Cooking - The Science and Lore of the Kitchen.
This, H., 2006. Molecular Gastronomy: Exploring the Science of Flavour. Columbia University
Press. Nova Iorque
This, H., 2009. Molecular Gastronomy, a Scientific Look at Cooking. Accounts of Chemical
This, H., 2010. Kitchen Mysteries: Revealing the Science of Cooking. Columbia University Press,
Colombia (EUA)