Material Recrutamento
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INTRODUÇÃO
O presente artigo se pauta nas leituras feitas sobre a realidade da Administração Pública no
que diz respeito à Gestão de Pessoas e esta, por sua vez, traduz os cuidados que devem ser
comuns ao cotidiano de uma instituição pública para o estabelecimento de serviços
qualitativos prestados por servidores competentes. A Gestão de Pessoas, em suas mais
diversas acepções, está relacionada às funções que devem ser realizadas por profissionais
capazes de desempenhar estas funções de modo eficiente.
É perceptível, no entanto, em algumas instituições de ordem pública, a necessidade de
qualificação profissional dos servidores, tendo em vista algumas deficiências no
atendimento, deficiências que, muitas vezes, surgem pelo comodismo que alguns
funcionários de órgãos públicos apresentam pelo fato de serem efetivados no cargo que
ocupam sendo protegidos, assim, pela legislação que efetiva o funcionário, mas não
fiscaliza ou avalia o desempenho desses profissionais após realização do estágio probatório.
Diante dessa realidade, percebeu-se o quanto se faz necessário criar um método profícuo de
avaliação para os funcionários amparados por legislaturas de modo que, ao se efetivarem,
não deixem de realizar eficientemente suas funções e cargos. Além desse fator, busca-se
criar inferências acerca do melhor método para avaliação do profissional que deve ser
mantenedor, no exercício de sua função, de atributos relacionados à competência, ou seja,
servidores que não possuam apenas a capacidade técnico-teórica, mas, também, atitudes
vinculadas ao conhecimento e suas habilidades dentro dos objetivos organizacionais.
A realização deste artigo se dá através da produção de cinco seções em que são abordados
os seguintes tópicos: Gestão de Pessoas, Sistema de Gestão de Pessoas, Gestão por
Competência, Gestão de Pessoas na Administração Pública e Gestão por Competência na
Administração Pública. Desse modo, apresenta conceitos pertinentes ao estudo teórico em
que se fundamenta a pesquisa realizada, através da construção de questionamentos, que
serviram para redirecionar a estrutura organizacional das instituições públicas, além de
buscar as possíveis soluções para as problemáticas que impedem que haja a implementação
de um Sistema de Gestão de Pessoas, num âmbito institucional público.
2 GESTÃO DE PESSOAS
Pensar uma definição, acerca do que é a Gestão de Pessoas, pode ser um trabalho válido
para que se entenda a dinâmica do processo administrativo. Para Chiavenato (2008) a
Gestão de Pessoas corresponde à mentalidade predominante nas organizações que se
contextualizam de acordo com uma cultura e um método organizacional, além de depender
das características do contexto ambiental, dos negócios desenvolvidos na instituição, da
tecnologia e dos processos internos utilizados e, também, do estilo de gestão que se
empreende. Para confirmar essa explanação de cunho introdutório, observe-se o que diz a
seguinte citação:
A Gestão de Pessoas – GP é uma área muito sensível à mentalidade que predomina nas
organizações. Ela é extremamente contingencial e situacional, pois depende de vários
aspectos, como a cultura que existe em cada organização, da estrutura organizacional
adotada, das características do contexto ambiental, do negócio da organização, da
tecnologia utilizada, dos processos internos, do estilo de gestão utilizado e de uma
infinidade de outras variáveis importantes. (CHIAVENATO, 2008, p. 08)
Percebe-se, com isso, que o autor estabelece certa relação entre o processo de Gestão e a
construção ideológica que permeia o sistema organizacional de uma instituição. Os aspectos
ideológicos norteiam a ação executada pelos gestores. A cultura, as regras estabelecidas
socialmente, a condição social dos executores da ação empresarial, são elementos
importantes para a compreensão do que caracteriza a Gestão e suas nuances.
Ainda, segundo esse mesmo autor, a Gestão de Pessoas vai muito além do que vem a ser
Recursos Humanos. Trabalha-se os talentos e as pessoas em prol de um desenvolvimento
pessoal e organizacional, tratando-as não apenas como meros recursos para se conseguirem
os objetivos estabelecidos pela instituição, objetivos que, dentre outros, se caracteriza pela
ideia de obtenção de lucros. A Gestão de Pessoas trabalha os objetivos organizacionais,
contextualizando as pessoas como seres humanos, através de seus talentos, desempenho,
competência e motivação. Esse moderno conceito vê as pessoas como ativadores de outros
recursos tais como financeiros, tecnológicos, mercadológicos e produtivos. As pessoas se
sentem como parceiros da organização e não apenas como um recurso qualquer utilizável e
descartável.
Assim sendo, percebe-se o quão é importante o conceito da Gestão de Pessoas para as
organizações de sucessos, uma vez que, de acordo com o autor supracitado, são as pessoas
que movem todo o processo organizacional, interno e externamente. Sem as pessoas, fica
difícil gerir um sistema, um empreendimento. Portanto, há a necessidade das organizações
de se tornarem mais conscientes e atentas para seus colaboradores, não os tratando como
quaisquer funcionários.
Chiavenato (2008) expõe que, as organizações, públicas ou privadas, precisam equiparar
talentos e competências para poder acompanhar a forte mudança e evolução do mundo
moderno. Segundo ele, a excelência na prestação de serviços públicos ou privados, não
depende apenas de conquistar, reter, aplicar, desenvolver, motivar e recompensar talentos,
mas, principalmente, de gerir competência e alcançar resultados significativos por meio
delas.
2.1 SISTEMA DE GESTÃO DE PESSOAS
Toda organização que tem consciência da importância da Gestão de Talentos e Pessoas,
para obtenção de êxitos, preocupa-se em criar um sistema de Gestão de Pessoas que auxilie,
de forma independente, a administração de pessoal. De acordo com o que preceitua Marras
(2007), esse sistema compõe-se de subsistemas, os quais facilitam o desenvolvimento do
quadro de pessoal na organização, por responderem individualmente por cada uma das
funções da administração de recursos humanos. Esses subsistemas se referem, dentre outras
coisas, à questão do recrutamento e seleção, passando pelo treinamento e desenvolvimento,
remuneração, ou cargos e salários, até mesmo a vacância desses cargos, além de estabelecer
o redirecionamento profissional.
Sobre Sistemas de gestão de pessoas, Pires et al. (2009, p.70) alude, em forma de resumo,
divisões em sub-áreas, tais como: “Educação Cooperativa, Identificação e Alocação de
Talentos, Gestão de Desempenho, Orientação Profissional, Remuneração e Benefícios, etc.”
Essas sub-áreas ou subsistemas são, segundo Feitoza (2009), as atividades intimamente
integradas/relacionadas que direcionam as práticas, correspondentes aos processos de
gerenciamento dos profissionais, de uma organização.
Aplica-se, dentre outras modalidades, para definir, analisar e descrever cargos. Essa análise
é de suma importância, porque viabiliza a escolha ou recrutamento de acordo com as
competências desejadas. Segundo Chiavenato (2008), a obtenção de informações
significativas sobre o cargo a ser preenchido, ou a definição das competências almejadas
pela organização, se caracteriza como pontos de partida para o processamento da seleção
pessoal.
Desse modo, o autor referenciado coloca que toda organização necessita de um sistema de
gestão de pessoas capaz de facilitar e integrar as pessoas que a compõe com a finalidade de
obter melhores resultados.
3GESTÃO POR COMPETÊNCIA
O termo competência era, no fim da Idade Média, representado essencialmente na
linguagem jurídica. Servia de atribuição a alguém ou a uma instituição para apreciar e julgar
certas questões. Assim, o conceito de competência veio a designar o reconhecimento social
sobre a capacidade de alguém se pronunciar a respeito de determinado assunto. Com o
advento da Administração Científica, essa expressão passou a ser designada para qualificar
o indivíduo de realizar determinado trabalho (ISAMBERT-JAMATI apud PIRES et al.
2009).
Há uma preocupação, por parte das organizações, em contar com pessoas capacitadas para
desempenharem suas funções de forma eficiente. E isso não é recente. Seguindo o princípio
taylorista de seleção e treinamento do trabalhador, as empresas procuravam aperfeiçoar, em
seus empregados, as habilidades necessárias para o exercício de certas funções,
restringindo-se a questões técnicas relacionadas ao trabalho e à especificação do cargo.
Baseado nessa ideia, Pires et. al. (2009) retirou um conceito sobre competência, referindo-
se a um conjunto de conhecimentos e habilidades que credenciam um profissional a exercer
determinada função.
O autor referenciado coloca que com as intensificações das pressões sociais e do aumento
da complexidade das relações de trabalho, as organizações tiveram que considerar não só os
conhecimentos e habilidades dos empregados, mas também os aspectos sociais e
comportamentais, enfatizando a necessidade de se ter atitudes para o seu desenvolvimento
profissional.
Em relação a essas considerações propostas, competência passou a significar, para as
pessoas, o compromisso com as responsabilidades diante de situações de trabalho
complexas, aliado ao exercício sistemático de uma reflexidade no trabalho, permitindo,
desse modo, que o profissional saiba lidar com situações eventuais inéditas, surpreendentes
e compostas por singularidades (ZAFIRIAN apud PIRES et al.2009).
Considerando agora não só os aspectos relacionados aos conhecimentos e habilidades, mas
também as atitudes, tem-se um novo conceito de competência, baseado, de forma
abrangente, na possibilidade de geração de resultados dentro dos objetivos da organização.
Essa idéia se reflete na sinergia dos conhecimentos, habilidades e atitudes, expressas pelo
desempenho profissional, dentro de um determinado contexto ou estratégia organizacional.
(DURAND; NISEMBAUM; SANTOS apud PIRES et al., 2009).
Desse modo, percebe-se que o termo competência é muito abrangente, pois estabelece uma
relação de atributos que uma pessoa deva possuir para que se insira em um contexto
organizacional, desempenhando suas atividades de forma a atingir os objetivos propostos
pela organização.
MERITOCRACIA
Introdução
Michael Young atribuiu um sentido negativo ao termo, já que a história que o seu
livro contava dizia respeito a uma sociedade futura na qual a posição social na
estrutura de poder era determinada pelo coeficiente intelectual e pelo esforço do
sujeito. Young achava isso reprovável e utilizou o termo meritocracia num sentido
depreciativo, diferente do atribuído pelo autor desta comunicação.
Neste ponto, vale a pena, em primeiro lugar, chamar a atenção para o paralelismo
entre Michael Young e Weber: ambos, em épocas diferentes, estão
fundamentalmente preocupados com o estudo das manifestações de um processo
mais geral de racionalização, que ocorre na sociedade como um todo.
Acresce que, nos países da "Europa das oliveiras" ou Europa do Sul, não há,
propriamente, vozes que se levantem na Administração Pública contra o mérito,
porque tal não seria politicamente correto, quer à luz da burocracia de Weber quer
por força das boas práticas em usos nos países da OCDE. Todavia, persiste uma
postura cultural pesada, marcada pela postura cultural segundo a qual "[...] a
administração é para mim e para os meus". Por isso, se não será difícil cruzar-se
com acirrados defensores do valor do mérito, mais difícil será encontrar, em suas
vidas, coerência com tal postulado. Algo do estilo "[...] quem tem necessidade de
ter em conta o mérito são os outros, para mim, basta-me ser eu a escolher e o
mérito brota como brota de fonte cristalina a água em tórrido estio". Existe em
Portugal algo que metaforicamente se chamaria de esquizofrenia cultural: afirmo
uma coisa e pratico o seu contrário.
Por isso, o fato de Portugal, pertencer a esta Europa que produz azeite e adotar,
pela primeira vez, na sua milenar história, um regime de recrutamento e seleção
por concurso público para a alta direção (dirigentes colocados na hierarquia da
Administração imediatamente abaixo do membro do Governo), promovido por uma
entidade administrativa independente cuja missão é garantir o mérito dos
candidatos é algo merecedor de atenção e de análise aprofundada.
Acresce que a Lei-Quadro dos institutos públicos, com a alteração operada pelo
Decreto-Lei n. 5/2012, de 17 de janeiro, veio alargar a obrigatoriedade daquela
metodologia de recrutamento e seleção, assente em procedimento concursal
efetuado pela CReSAP, ao recrutamento e seleção dos titulares do órgão de direção
dos institutos públicos de regime comum, que passaram assim a ser abrangidos,
neste âmbito e subsidiariamente, por aquele estatuto do pessoal dirigente.
Do Ministério dos Negócios Estrangeiros que, por força de disposição legal própria,
tenham de ser providos por pessoal da carreira diplomática ou para cujo
provimento tenha sido escolhido pessoal da mesma carreira ou que sejam exercidos
nos serviços externos.
Integrados em carreiras.
b) carta de missão;
e) exclusividade de funções;
f) remuneração a auferir;
q) a referência a que em qualquer fase do procedimento pode o júri solicitar junto dos
candidatos a entrega dos documentos comprovativos dos fatos por si alegados;
Terminada a avaliação curricular pelo júri, este reúne e ordena os candidatos com
uma classificação de zero a vinte.
Com base nesta ata, o júri elabora um relatório final, que é remetido ao membro do
Governo, através do Presidente da CreSAP, indicando, por ordem alfabética, os três
candidatos dos quais, obrigatoriamente, o membro do Governo nomeará um.
Por princípio, a CTP pronuncia-se sobre cada caso e não sobre o todo (a equipa) do
conselho de administração. Todavia por solicitação expressa do Governo, pode a
CreSAP integrar no seu parecer esta apreciação adicional.
Acontece que a CReSAP, nos termos da alínea i) do artigo 11 dos seus Estatutos,
aprovados pela Lei n. 64/2011, de 22 de dezembro, possui o dever de "[...]
cooperar com entidades públicas em matéria de recrutamento e seleção na
Administração Pública [...]" e em similitude com a solução que atualmente vigora
no processo de designação dos gestores públicos, o Governo passou a solicitar à
CReSAP um parecer de avaliação curricular e de adequação de perfil das
personalidades a designar para titulares de cargos "atípicos". Tendo o Governo
considerado ainda a maior proximidade destes cargos "atípicos" com os cargos de
direção superior da Administração Pública, o parecer da CReSAP é vinculativo para
o decisor ao contrário do que acontece com os gestores públicos em que o parecer
não possui tal caráter.
O mito é uma realidade cultural extremamente complexa, que pode ser abordada e
interpretada através de perspetivas múltiplas e complementares. Toma-se de
empréstimo, com a devida vênia, um título de Mircea Eliade, obra marcante na
minha formação graduada em filosofia e ciências antropológicas. Todavia, o mito de
que aqui de quer falar não corresponde ao da obra "Mito e Realidade". É que, para
Mircea Eliade, o mito conta uma história sagrada; ele relata um acontecimento
ocorrido no tempo primordial, o tempo fabuloso do "princípio", o que não
corresponde ao caso vertente porque usa-se esse termo mais como analogia e
aproximação.
Essa crença coletiva, em particular nos países do azeite, sul da Europa, apresenta
uma contradição enorme: teoricamente não se encontra ninguém que não milite a
favor do mérito, mas não se acredita efetivamente no sistema e, em simultâneo,
pedem-se favores para a contratação de um familiar ou e um amigo, em
detrimento do princípio acabado de militantemente defender. Tratar-se-á de algo
"humano demasiado humano", como escreveu Friedrich Nietzsche após o
rompimento com o romantismo de Richard Wagner e o pessimismo de Arthur
Schopenhauer?
O acesso a essa classe privilegiada era feito por concurso, depois de obtidos
diferentes graus de conhecimento, progressivamente, mais exigentes. As
promoções na carreira eram obtidas por mérito.
Se é certo que Max Weber, no conceito de burocracia como tipo ideal, prescrevia a
meritocracia como consequência da evolução social, não é menos certo que o
modelo gestionário, desde a década de oitenta do século passado, combatendo o
modelo burocrático weberiano de organização do Estado e da Administração
Pública, coloca a urgência da introdução de sistemas meritocráticos, como um dos
pontos essenciais da sua cartilha.
Ora, aqui colocam-se diversas questões: será que os sistemas burocráticos, dadas
as suas disfunções evidenciadas por Merton, falharam na prossecução deste
resultado, almejado desde a antiga China? Será que um sistema meritocrático
funciona mais, lançando mão da metáfora, como a estrela polar que existe para nos
orientar e não para ser atingida? Será que a meritocracia é, antes de tudo, uma
posição estratégica que os governos e os administradores públicos tomam e não
tanto um objetivo ou meta quantificada?
Muitas vozes denunciaram este estado de coisas caraterizado por: má imagem dos
serviços prestados; baixa qualidade; custos excessivos; burocracia e centralização;
opacidade aos olhos do cidadão; percepção de que os dirigentes não resolvem os
problemas dos cidadãos, mas a sua própria carreira; corrupção; fraca
produtividade; falta de recursos qualificados; desmotivação de funcionários;
ausência de controlo de custos; ausência de pensamento estratégico e visão; fraca
gestão; ausência de um sistema meritocrático. Todos os interessados em redor da
Administração, desde os sindicatos, empresários, os media, consultores, partidos
políticos até o público em geral, pressionaram os governos para que estes
reformassem a Administração Pública em virtude de esta ter sido construída com
base em princípios errados da burocracia de Max Weber, precisando de ser
reinventada e de renovar as suas instituições. (BARZELEY; ARMAJANI, 1992)
Importa reconhecer que se este elenco de novas práticas de gestão não deixa de
aparentar um conjunto desgarrado e avulso de medidas embrulhadas por vezes
numa estratégia vaga de melhoria da qualidade dos serviços, o certo é que não
faltam as ideias de fazer mais com o mesmo orçamento ou fazer o mesmo com
menos custos.
A questão é mesmo mais profunda: será que as novas normas e práticas de gestão
pública contribuem para uma mudança mais profunda da cultura relativamente aos
valores e às crenças? Será que a relação não se comporta de forma linear: o
superficial, as práticas e normas da gestão contribuem para a mudança do nível
mais profundo da cultura e a mudança operada a este nível também atua sobre o
nível ou camada mais superficial? Esse parece ser o desafio com que a
Administração Pública portuguesa se encontra confrontada com a iniciativa política
de reformar a Administração através da introdução de um novo sistema de
recrutamento e seleção dos dirigentes de topo de todo a aparelho do Estado.
4 Conclusões
Por outro lado, parece não restar dúvidas de que o caminho a seguir não poderá
ser o da pressão das organizações internacionais nomeadamente da OCDE PUMA,
tendo em vista cada País aplicar todo o conjunto de reformas de uma só vez e sem
ter em linha de conta os seus traços culturais e, em particular, os da sua
administração. A experiência portuguesa recomenda que se encare o menu de
proposta de reforma do modelo gestionário e dele, tal como acontece num
restaurante, cada país escolha aquilo que, no momento, é capaz de fazer com
sucesso em matéria de reforma (POLLIT; BOUCKAERT, 2000).
Referências
ARAÚJO, Joaquim Filipe Ferraz Esteves. NPM and the Change in Portuguese Central
Government, International Public Management Journal, Thousand Oaks/US, v.
5, n. 3, p. 223-236, 2002. [ Links ]
Partindo do princípio de que toda e qualquer empresa precisa estar bem preparada para
enfrentar os desafios da competitividade, com toda a sua dinâmica e sua complexidade
na busca pela sustentabilidade do negócio, isso certamente passa pela capacidade dela
em atrair e reter os talentos necessários ao alcance de seus objetivos estratégicos de
longo-prazo. A busca constante por recrutar e selecionar as pessoas certas para as
posições certas pode ser considerado o principal paradigma da moderna gestão com
pessoas.
De acordo com Drucker (2010), "não existem decisões mais importantes dentro de uma
organização do que as que envolvem pessoas: preencher vagas para um cargo, colocar
pessoas em cargos e atribuições, promovê-las, despedi-las e assim por diante". E
continua: "não importa com que cuidado as organizações contratem pessoas, elas não se
sairão bem se forem colocadas em cargos que não são adequadas a elas. Não importa o
quanto sejam brilhantes e inteligentes as decisões da alta administração sobre os
negócios da companhia, a estratégia, os produtos ou os serviços, elas não produzirão
resultados se as decisões da companhia a respeito de pessoas não funcionam".
Isso explica de maneira integral a importância de uma política de recrutamento e
seleção que esteja alinhada ao conjunto de valores culturais da empresa e dos potenciais
candidatos. Para tanto, se faz necessário, de acordo com Jones e George (2008), um
adequado planejamento de recursos humanos, o que "inclui todas as atividades
empreendidas pelos gerentes para prever suas necessidades atuais e futuras de recursos
humanos. Os recursos humanos atuais são os funcionários de que uma organização
precisa no momento para oferecer bens e serviços de alta qualidade aos clientes. As
necessidades futuras de recursos humanos dizem respeito aos funcionários de que a
organização precisará em alguma data posterior para atingir suas metas de longo-prazo".
Juntando tudo isso, para que uma política de recrutamento e seleção tenha êxito, ela
precisa estar alinhada aos valores individuais (do colaborador) e coletivos (empresa)
para que a estratégia alcance, também, o êxito através de um processo constante de
avaliação reavaliação. Isso inclui uma adequada análise de cargo, recrutamento interno
e externo, entrevistas, testes diversos, constante treinamento e desenvolvimento,
feedback e avaliação de desempenho permanentes, uma estrutura adequada de
pagamentos (salários) e de benefícios, além de uma relação de trabalho saudável com
sindicatos, legislação vigente e sociedade.