Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Tratamentos Térmicos

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 73

TRATAMENTOS

TÉRMICOS
APLICAÇÕES

● Entre as principais aplicações estão os cilindros de


laminação, dentes de engrenagens, pinos de
suspensão para a indústria automotiva, cabeças de
parafusos, tubos para indústria mineradora,
barramentos de tornos, facas industriais, régua
guia de máquinas, garfos para câmbios e
semi-eixos.
● Tratamento térmico é um conjunto de processos que visa
melhorar as propriedades dos metais. Pode agir de forma
total (em toda a peça) ou de forma localizada (apenas em
uma parte de peça).

● O princípio básico é a reorganização estrutural dos


átomos, visando adequar os parâmetros para o melhor
aproveitamento da peça metálica. Isto ocorre quando a
peça passa por aquecimento e resfriamento de forma
controlada.
FATORES QUE INFLUENCIAM NO
TRATAMENTO TÉRMICO:

● Temperatura de aquecimento
● Tempo de permanência
● Velocidade de resfriamento,
TÊMPERA
A tempera é a modificação da estrutura, com rápido resfriamento,
para que ela adquira mais dureza, maior resistência a tração,
provocando a expansão volumétrica do material. A velocidade de
resfriamento depende do material, da forma e de suas dimensões e
deve impedir a transformação da austenita nas temperaturas mais
elevadas, onde se deseja endurecer.
É o tratamento térmico aplicado aos aços com porcentagem igual ou
maior do que 0,4% de carbono. O efeito principal da têmpera num
aço é o aumento de dureza.
Fases da Têmpera
1º Fase – Aquecimento – A peça é aquecida em forno ou forja, até
uma temperatura recomendada. (Por volta de 800ºC para os aços
ao carbono).

2º Fase – Manutenção da temperatura – Atingida a temperatura


desejada esta deve ser mantida por algum tempo afim de
uniformizar o aquecimento em toda a peça.
AQUECIMENTO E MANUTENÇÃO DA
TEMPERATURA
3º Fase – Resfriamento – A peça
uniformemente aquecida na
temperatura desejada é resfriada em
água, óleo ou jato de ar.
TIPOS DE FLUIDOS DE RESFRIAMENTO
● Água fresca é o líquido mais comumente usado para o
resfriamento, mas também pode corroer o aço;
● Água salgada resfria o aço quente mais rapidamente do que
água pura, porque o sal faz as bolhas estourarem mais
rapidamente;
● Óleo mineral, óleo de caroço de algodão e óleo de baleia
resfriam o aço mais lentamente do que água;
● Polímeros de glicol misturados com água estão em uma classe
intermediária de resfriamento, entre água e óleo;
● Resfriamentos criogênicos são usados para evitar a formação
de áreas moles e quebradiças e forçam o aço a se tornar
completamente endurecido.
TIPOS DE TÊMPERA
TÊMPERA POR CHAMA
O aquecimento é realizado por meio de chama oxiacetilênica,
fornos a gás ou forjas a carvão até a austenitização da camada
desejada.

Existem 4 métodos para a têmpera superficial:


● Estacionário
● Giratório
● Progressivo
● Progressivo-giratório
MÉTODO ESTACIONÁRIO
● Aquece-se apenas o local a ser endurecido com
subsequente resfriamento rápido, por meio de aspersão ou
imersão. É o método mais simples. Emprega apenas um
maçarico e um tanque para resfriamento.
MÉTODO GIRATÓRIO
o componente, de seção circular, gira a uma velocidade
estabelecida empiricamente, enquanto a tocha oxiacetilênica
austenitiza a região ser endurecida. Para um aquecimento mais
rápido e homogêneo são empregadas diversas tochas.
MÉTODO PROGRESSIVO
● Método direcionado ao tratamento de peças de grande porte. O
equipamento consiste de uma ou mais tochas de aquecimento
e um dispositivo de resfriamento por aspersão, montados em
um carro que pode Ter sua velocidade controlada. As
velocidades variam, normalmente, de 5 a 30 cm/min.
MÉTODO PROGRESSIVO-GIRATÓRIO
● O componente gira ao mesmo tempo em que a tocha
sofre deslocamento.
TÊMPERA POR INDUÇÃO

● O aquecimento é realizado por meio de indução eletromagnética. O


tempo de aquecimento é da ordem de segundos. O resfriamento é
realizado com salmoura ou óleo por meio de spray ou imersão.

● A camada a ser temperada depende: da forma da bobina de indução; do


número de voltas da bobina; da freqüência do campo magnético; da
densidade de potência.
Austêmpera
Austêmpera é uma forma de tratamento térmico de têmpera
indicado para aços de alto teor de Carbono, gerando ao final do
processo um material com dureza mais baixa do que a da
martensita, denominado bainita.
O material é aquecido acima da zona crítica, assumindo a fase
de austenita e depois resfriado em duas etapas. A primeira etapa
é um resfriamento rápido até uma temperatura ligeiramente
acima da temperatura da mudança de fase da martensita para
austenita, sendo normalmente resfriado em um mergulho em sal
fundido. Depois é resfriado até a temperatura ambiente.
Aços austemperados têm, como principal
característica, a associação de elevada dureza
com uma maior tenacidade, quando comparados
com os aços temperados e revenidos. A
austêmpera é frequentemente aplicada em anéis
elásticos, pinos elásticos, alguns tipos de molas e
peças pequenas que necessitem de boa
tenacidade.
Martêmpera
Martêmpera, ou têmpera interrompida, é um modo de
tratamento térmico indicado para aços de alta liga, que gera
um aço com uniformidade de grãos.
O material é aquecido acima da zona crítica e depois
resfriado em duas etapas. A primeira etapa é um
resfriamento rápido até uma temperatura ligeiramente
acima da temperatura do início da mudança de fase, e
depois o material é deixado resfriar em temperatura
ambiente, na ordem dos 30º. Após o término da
martêmpera, o aço deve ser revenido.
REVENIMENTO
É o tratamento térmico que se faz nos aços já
temperados, com a finalidade de diminuir a sua
fragilidade, isto é, torná-lo menos quebradiços. O
revenimento é feito aquecendo-se a peça temperada
até uma certa temperatura resfriando-a em seguida.
As temperaturas de revenimento são encontradas em
tabelas e para os aços ao carbono variam entre
210ºC e 320ºC.
O processo diminui um pouco a dureza da peça
temperada, porém aumenta consideravelmente a
sua resistência aos choques. Geralmente, toda
peça temperada passa por um revenimento,
sendo até comum dizer-se “peça temperada” ao
invés de “peça temperada e revenida”.
FASES DO REVENIMENTO
● 1ª fase: – Aquecimento – feito geralmente em fornos
controlando-se a temperatura com pirômetro. Nos
pequenos trabalhos os aquecimento pode ser feito
apoiando-se a peça polida, em um bloco de aço aquecido
ao rubro.

● O forte calor que desprende do bloco, aquece lentamente


a peça, produzindo nesta uma coloração que varia à
medida que a temperatura aumenta. Essas cores, que
possibilitam identificar a temperatura da peça, são
denominadas cores de revenimento.
APLICAÇÕES

Exemplo de aplicação, uma mola, se for feita com


aço temperado vai fraturar facilmente. Porém, se
for um aço revenido, precisará de uma energia
bem maior para fraturar (pois o revenido é mais
tenaz), e sofrerá deformação antes de falhar,
diminuindo o risco de falha "catastrófica".
RECOZIMENTO
O recozimento é o tratamento térmico que tem por
finalidade eliminar a dureza de uma peça temperada ou
normalizar materiais com tensões internas resultantes do
forjamento, da laminação, trefilação etc..
FASES DO RECOZIMENTO

● 1ª Fase: Aquecimento – A peça é aquecida a uma


temperatura que varia de acordo com o material a ser
recozido. (Entre 500ºC e 900ºC). A escolha da
temperatura de recozimento é feita mediante
consulta a uma tabela. Exemplo de tabela:
Material Temp. de recozimento
Aço 1040 - 1050 800ºC
Aço 1060 - 1080 785ºC
Aço 1090 770ºC
Aço rápido 900ºC
● 2ª Fase:
Manutenção da temperatura – A peça deve permanecer
aquecida por algum tempo na temperatura recomendada
para que as modificações atinjam toda a massa da
mesma.
● 3ª Fase:
Resfriamento – O resfriamento deve ser feito lentamente,
tanto mais lento quanto maior for a porcentagem de
carbono do aço. No processo deve ser colocada a peça
em caixas contendo cal, cinza, areia ou outros materiais.
Observação= O material para resfriamento da peça deve
estar bem seco.
PROCESSOS DE RECOZIMENTO
1 - Exposição da peça aquecida ao ar livre. (Processo
pouco usado).
2 - Colocação da peça em caixas contendo cal, cinza,
areia ou outros materiais.
3 - Resfriamento em forno
EFEITOS DO RECOZIMENTO NO AÇO

a) Elimina a dureza de uma peça temperada


anteriormente, fazendo-se voltar a sua dureza normal.

b) Torna o aço mais homogêneo, melhora sua ductilidade


tornando-o facilmente usinável.
APLICAÇÕES

● Processo escolhido para engrenagens


automobilísticas e extrusores de plásticos
contendo fibras minerais e vítreas, aplicações
onde os componentes boretados tem vida útil
superior em escalas algorítmicas se
comparadas com as tratadas por nitretação.
NORMALIZAÇÃO

● A Normalização é o processo de tratamento térmico que


tem como objetivo diminuir a granulação do aço, é um
tratamento que refina a estrutura do aço, dando
propriedades melhores que as conseguidas no processo
de recozimento.
Consiste no aquecimento (austenização) a mais ou
menos 900°C e o resfriamento é até 600°C. Na alteração
de temperatura, a estrutura passa de austenita para
perlita e ferrita.
APLICAÇÕES

O processo de Normalização é utilizado em


materiais que foram laminados à quente ou forjados,
aços com teor de carbono de no máximo 0,4%, além
de ser indicado antes dos processos de têmpera para
evitar aparecimento de trincas, uma grande
vantagem da normalização dos aços é facilitar a
usinagem posterior.
CEMENTAÇÃO

A Cementação é o aumento do teor de carbono para


que o carbono seja difundido para o interior da peca,
com altas temperaturas. A profundidade deve ser
medida para melhorar seu controle. Seu
resfriamento ocorre naturalmente. Antecede a
normatização e a têmpera, que corrigem seus
defeitos. A desvantagem deste processo é o alto teor
de energia utilizado.
TIPOS DE CEMENTAÇÃO

● Sólida;
● Gasosa;
● Líquida;
● Vácuo;
● Plasma
CEMENTAÇÃO GASOSA
CEMENTAÇÃO LÍQUIDA
CEMENTAÇÃO SÓLIDA
FASES DA CEMENTAÇÃO
• 1ª Fase: Aquecimento

Cementação em caixa: As peças são colocadas em caixas


juntamente com o carburante, fechadas hermeticamente e
aquecidas até a temperatura recomendada.

Cementação em banho: As peças são mergulhadas no


carburante líquido aquecido, através de cestas ou ganchos.
● 2ª Fase: Manutenção da temperatura – O tempo de
duração desta fase varia de acordo com a espessura
da camada que se deseja e da qualidade do carburante
utilizado. (0,1mm a 0,2mm por hora).

● 3ª Fase:Resfriamento – A peça é esfriada lentamente


dentro da própria caixa. Após a cementação as peças
são temperadas.
APLICAÇÕES

Muitas peças mecânicas necessitam


ter elevada dureza externa para
resistirem ao desgaste. Essas peças
geralmente possuem um aço com
baixa porcentagem de carbono.
NITRETAÇÃO
Nitretação é um tratamento termoquímico superficial onde o
nitrogênio é introduzido na fase α(ferrita) em temperaturas
entre 500 –570°C, portanto não ocorre mudança de fase
quando o aço é resfriado até a temperatura ambiente. Sendo
assim semelhante a Cementação.
Existem vários tipos de Nitretação:

● Nitretação Gasosa;
● Nitretação Líquida;
● Nitretação a Plasma
NITRETAÇÃO GASOSA

Neste processo é utilizada amônia que é injetada no


forno aquecido geralmente a 510° C.

● Nesta temperatura a amônia se dissocia e libera


nitrogênio atômico que difunde para o aço.

● Os tempos de tratamento variam entre 12 e 120 horas


NITRETAÇÃO GASOSA
NITRETAÇÃO LÍQUIDA (CIANETAÇÃO
● É o processo semelhante ao utilizado na cementação líquida.
● Neste banho teremos, então, cianeto de sódio ou potássio,
carbonato de sódio ou de potássio e cloreto de potássio ou de
sódio. Este banho contém entre 30 e 40% de cianeto.
● A temperatura utilizada situa-se entre 550° e 570° C. Nesta
faixa de temperatura não ocorre a reação de cementação e
portanto teremos apenas a adição de nitrogênio ao aço.
● Os tempos de nitretação são curtos, geralmente entre 1 e 4
horas.
APLICAÇÕES

Indústria mecânica, automotiva, hidráulica, de


deformação de metais, forjaria; siderúrgica,
biomédica e alimentação. O processo é utilizado
no tratamento de moldes de injeção de plásticos,
de peças automotivas (válvulas, engrenagens,
pistões, etc.), moldes de extrusão de alumínio,
ferramentas de corte e usinagem de metais,
punções de matrizes para corte em geral,
tratamento de próteses
Carbonitretação
Entende-se por carbonitretação, o tratamento termoquímico em que
se promove o enriquecimento superficial simultâneo utilizando
carbono e nitrogênio em peças de aço, visando obter superfícies
extremamente duras e um núcleo tenaz, aliados a outras
propriedades mecânicas como resistência à fadiga, resistência ao
desgaste e resistência à torção.
A carbonitretação em banho de sal é um tratamento que se enquadra
entre a nitretação e a cementação. É por este motivo que a
temperatura da carbonitretação se situa entre as temperaturas
destes dois processos.
A oferta de nitrogênio, que deverá ser difundido no
aço, dependerá da composição do banho e também
de sua temperatura. Sabe-se, no entanto, que a oferta
de nitrogênio decresce com o aumento da temperatura.
Em vista disto, o tratamento de carbonitretação está
subdividido em:
● Carbonitretação acima de A1 (750ºC a 850ºC)
● Carbonitretação abaixo de A1 (700ºC a 720ºC)
Boretação
● Introduz-se na superfície do aço, por difusão, o elemento
Boro, formando-se o boreto de ferro, com elevada dureza
superficial.

● Emprega-se normalmente um meio sólido de um granulado
composto de carboneto de Boro b4c e um ativador.

● O tratamento é realizado em fornos que permitem controle
rigoroso da temperatura, sendo as peças colocadas em
caixas (de aço resistente ao calor) envoltas pelo granulado
de boretação.
• A temperatura varia de 800 a 1050°c. O tempo depende
da espessura desejada da camada boretada.
• Podem ser tratados aços-carbono comuns e aços-liga, de
baixo e alto teor, assim como ferro fundido cinzento e ferro
fundido nodular.
• A alta dureza superficial da camada produzida induz uma
excelente resistência ao desgaste do material.
• O aço boretado pode ser temperado e revenido.

Você também pode gostar