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Dissartativos Generos Textuais

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REDAÇÃO

Gêneros Textuais

Ariane Budke
GÊNEROS ARGUMENTATIVOS DO JORNALISMO
➢ Manifesta o posicionamento pessoal do locutor-autor em relação a
determinado tema, geralmente controverso e em discussão na época da
produção do texto.
➢ É matéria assinada: o ponto de vista expresso é de responsabilidade do
autor.
➢ Pode ser escrito na primeira pessoa, o que é mais frequente, ou na
Artigo de Opinião terceira. Mesmo quando o autor não se representa no texto como eu
nós, o texto traz marcas linguísticas de sua visão pessoal e
intencionalidade (modalizadores, operadores argumentativos,
articuladores, figuras de linguagem, etc..).
➢ Costuma fazer uso de estratégias discursivas não só de natureza racional
(dados estatísticos, exemplos, relatos de fatos), mas também de
natureza apelativa (manipulação sentimental ou moral, acusações claras
ou veladas aos oponentes, ironia, sarcasmo, etc..).
EXEMPLOS:
Taxar livros para mais pobres (enquanto reduz imposto para
arma) é o desprezo como sentença
No Brasil de castas, de tantos apagamentos históricos, de tantos desaparecimentos, é
urgente que cada brasileiro não aceite ser apenas um número nas estatísticas. Todos
precisamos ler para investir em nossos nomes
Roseana Murray
Aline é tão brasileira. Mestiça, tem Minas Gerais no sangue, de onde veio. Tem fazendas e
atabaques, e uma genealogia rica de histórias: bisavó indígena, antepassados africanos.
Essa mistura desaguou em sua beleza e dignidade. É curiosa, examina o mundo em suas
miudezas. Tem um olhar aceso de quem quer saber mais. Chegou nesta pequena cidade
costeira ainda adolescente, com os pais, vinha das entranhas para o mar.
Quando trabalha, Aline é calada, concentrada no que faz. Quando termina é alegre, ri,
tomamos café juntas, me conta casos. Para o meu filho quero tudo, ela me diz. Ainda pede
bênção aos pais, costume belo e tão do interior. “Bênção, minha filha”, respondem, então
se sente abençoada. Aline é caseira num sítio na zona rural de Saquarema. Fez o curso
completo de cabeleireira e esteticista no Senac, mas, com a pandemia, teve seu sonho
adiado, de fazer do seu oficio o ganha-pão.
Ela me conta que trabalha desde os 14 anos como doméstica. Mas está construindo aos
poucos o seu salão de beleza. Tem sonhos e planos. Aline me ajuda na casa duas vezes por
semana. Eu a conheço desde 2003. Aline está lendo O Senhor dos Anéis, do Tolkien, com
seu filho Igor. Leitura compartilhada. Todas as noites leem juntos.
A afirmação de que pobre não lê é uma das frases mais terríveis que já ouvi. É uma
sentença. Uma sentença de confinamento para além do confinamento físico. É uma
sentença de desprezo. A Receita Federal entende assim. Numa proposta para aumentar os
impostos dos livros, o Fisco conclui que “famílias com renda de até dois salários mínimos
não consomem livros não-didáticos e a maior parte desses livros é consumida pelas
famílias com renda superior a dez salários mínimos”. Usada para “justificar” a taxação de
livros, é a tradução perfeita de como esse desgoverno, essa máquina de morte, enxerga os
pobres, a maioria do povo brasileiro. Ao invés de fazer tudo para tornar os livros
acessíveis para todos, deseja, ao contrário, colocá-los totalmente fora do alcance de quase
um povo inteiro.
Um povo leitor é extremamente perigoso. Não se deixará manipular tão facilmente. Todos
os déspotas sabem disso. Lembremo-nos das fogueiras de livros durante o nazismo.
Lembremo-nos dos livros perseguidos. Dos autores perseguidos e ameaçados.
Aline tem um nome, um rosto, uma história entrelaçada com a de seus antepassados. Aline
não é um número. É uma pessoa jovem e carrega nas mãos muitos desejos. Está dentro da
cifra dos vivos, nesta hora em que se morre tanto e cada morto perde seu nome e ganha
um número nas estatísticas da covid-19. A melhor maneira de apagar a história de alguém,
viva ou morta, é substituindo seu nome por um número, como faziam os nazistas com os
prisioneiros que chegavam a Aushwitz.
No Brasil de castas, de tantos apagamentos históricos, de tantos desaparecimentos, é
urgente que cada brasileiro não aceite ser apenas um número nas estatísticas: Do mapa da
fome, dos sem terra, dos sem casa, dos sem trabalho. O trabalho de varrer escombros, o
que está sendo destruído, passa por Escolas Públicas com livros dentro, por Bibliotecas
Comunitárias, pelo Professor(a) leitor(a), pelo respeito a estas pessoas que são estrelas
para seus aprendizes, passa enfim, pelos livros.
Todo brasileiro precisa ler para se investir do seu nome. Para poder pronunciá-lo com toda
a sua luz e potência. Para que seu nome seja acrescido da sua história, que é também a
História do Brasil. Taxar livros é a melhor maneira de se destruir desejos de estudar,
atravessar fronteiras. O paradoxo mais terrível é tornar os livros inacessíveis para os
pobres, aumentando seus impostos, já que, segundo os demolidores, “pobre não lê”, e
baixar os impostos das armas. Trocam livros por armas, num Brasil feito de números.
Pobre lê quando pode ler. Pobre gosta de ler. Nas escolas públicas, sou testemunha, as
crianças amam a hora do conto, da poesia. Os jovens amam as rodas de leitura. Um
Governo que troca livros por armas sabe muito bem o que faz. Já que não podem fazer
fogueiras de livros, como os nazistas no passado, aumentam os impostos.
Fonte: https://brasil.elpais.com/opiniao/2021-04-23/taxar-livros-para-mais-pobres-enquanto-reduz-imposto-para-arma-e-o-desprezo-como-sentenca.html
GÊNEROS ARGUMENTATIVOS DO JORNALISMO
➢ Transpõe para a escrita entrevista oral feita pelo
jornalista-entrevistador com uma personalidade ou
especialista de destaque em determinada área.
➢ Apresentar uma sequência descritivo-narrativa de
contextualização (gênero do texto, nome e
Entrevista credenciais do entrevistado com o tema, nome
jornalista e foto legenda que complementa o texto
verbal) à guisa de introdução e uma sequência de
perguntas-respostas.
➢ Dá voz às opiniões e à argumentação do
entrevistado.
EXEMPLOS:

'Ser bom ou mau é escolha': confira


entrevista com o filósofo e professor Mario
Sergio Cortella
ou intolerante e ganancioso? Tem mais vícios ou virtudes? Costuma ser bom o tempo todo
ou às vezes se pega fazendo pequenas maldades? Já parou para refletir sobre os próprios
comportamentos e o que o levou a tê-los: circunstâncias da vida ou escolhas que fez?
Sobre isso e as possibilidades de sermos “anjos ou demônios” bati um papo –
descontraído, apesar do tema – com o filósofo, professor e escritor Mario Sergio Cortella.
Como se deu a concepção de “Nem Anjos Nem Demônios”, seu livro com a Monja
Coen?
Tenho outros livros, nessa coleção, sobre ética, política, sobre moral, esperança. Mas
nunca tinha colocado num diálogo mais direto alguém com a marca da filosofia ocidental,
da religiosidade ocidental, como eu, e alguém ligado à concepção oriental asiática, caso da
Monja. Juntamos essas duas formas mais usuais de entendimento sobre essa temática para
trazer um debate mais forte sobre o que acontece no cotidiano, a necessidade de pensar a
vida como escolha. A noção do bem e do mal como resultado de decisões e não como
fatalidades.
EXEMPLOS:
Ser bom ou ser mau, portanto, não tem a ver com as circunstâncias da vida? Não
somos o que somos levados a ser? São escolhas?
Essa ideia de que as escolhas feitas são sem alternativa não é uma percepção que a gente
possa ter. A ideia de liberdade de escolha que temos é o que se chama de livre arbítrio.
Quando alguém é movido por circunstâncias opressivas e tem uma reação a isso, até o
campo da legislação criminal ou penal admite como sendo um atenuante. Mas, no
conjunto das vezes, não é a circunstância que gere. Para mim, não é a ocasião que faz o
ladrão. A ocasião apenas o revela. A decisão de ser ladrão ou não é anterior à ocasião. Há
milhares de pessoas que encontram ocasião todos os dias, de desviar, de ter uma conduta
negativa, e não o são. Portanto, a ocasião apenas permite que a pessoa se mostre naquilo
que decidiu ser.
Fonte: https://www.hojeemdia.com.br/plural/ser-bom-ou-mau-%C3%A9-escolha-confira-entrevista-
com-o-fil%C3%B3sofo-e-professor-mario-sergio-cortella-1.760617
GÊNEROS ARGUMENTATIVOS DO JORNALISMO
➢ Usa signos visuais (caricatura) que podem se
combinar com signos verbais.
➢ Faz uso do humor e da sátira para criticar uma
situação político-social e as personalidades ou tipos
humanos nela envolvidas.
Charge ➢ Traz sempre a assinatura do autor.
EXEMPLOS:

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