Ce 4
Ce 4
Ce 4
EMPREENDEDOR
AULA 4
CONTEXTUALIZANDO
2
Não tenho ideia por onde começar;
Já comecei e não consegui ir adiante;
Quem poderia me auxiliar na elaboração?
Já conheço bem o negócio que pretendo abrir;
Ele é complexo e pede muitos dados e informações;
Minha experiência em gestão me libera de escrever um.
Assim, fica claro que o PN serve tanto para negócios novos como para
aqueles que já existem e precisam de inovação, atualização, reestruturação.
Para tudo isso o PN pode ser útil. Cabe ao empreendedor decidir qual seu
objetivo com o PN e colocar suas ideias no papel.
3
Vejamos o processo empreendedor descrito por Dornelas e onde o
Plano de Negócios se encaixa:
5
Existe apenas um modelo de PN? Claro que não, hoje, há uma gama
enorme de modelos, tipos, formatos de PN. Se der um google, encontrará uma
infinidade de possibilidades. Mas considere em sua análise se o modelo
escolhido contém a maior parte das seções que citamos e descrevemos a
seguir com base em Tajra (2014, p. 124-128):
6
6. Macroambiente: espaço para expor qual ambiente o empreendimento
estará enfrentando, quanto às questões econômicas, políticas, legais e
culturais.
7. Mercado e comercialização: estratégias comerciais que serão
adotadas, perfil dos clientes do empreendimento.
8. Comportamento da concorrência: apresentação das principais
características dos competidores, suas estratégias, seus pontos fortes
e fracos.
9. Aspectos organizacionais e de gestão: apresentar a estrutura
organizacional por meio de organograma, demonstrando as
hierarquias, distribuição de trabalho e comunicação, bem como as
atribuições das pessoas que trabalharão nela.
10. Diretrizes estratégicas: por meio da elaboração da missão, visão,
valores, objetivos organizacionais e estratégias para a definição do
planejamento estratégico. Apresentar a Matriz SWOT.
11. Aspectos financeiros: detalhamento do cronograma físico-financeiro,
custos críticos do empreendimento, investimentos e capital dos sócios
em caso de alguma emergência.
12. Receita bruta: para cada produto/ serviço relacionado, deve ser
informado o preço unitário e a previsão anual de vendas.
13. Custos: apresentar quais serão os custos fixos e variáveis.
14. Resultados bruto e líquido: após o levantamento da receita bruta,
devem ser lançados todos os custos. Esse resultado é chamado de
lucro operacional. Em seguida, devem ser subtraídos os impostos que
incidem diretamente sobre a receita para obter o resultado líquido, ou
seja, o lucro líquido.
15. Payback: Com base no lucro líquido, efetue o cálculo do tempo para o
retorno do capital investido.
7
composição societária, certificações, licenças, regulamentações
necessárias, localização e abrangência, parcerias e terceiros.
c. Mercado e competidores: análise do setor, mercado-alvo que se
pretende atingir, análise dos competidores e vantagens competitivas.
d. Equipe de gestão: descrição dos principais executivos.
e. Produtos e serviços: descrição, diferenciais, tecnologia e ciclo de vida.
f. Estrutura operacional: organograma funcional, máquinas e
equipamentos, processos de produção, fornecedores, infraestrutura
física e tecnológica.
g. Marketing e vendas: posicionamento do produto/ serviço e 4 Ps.
h. Estratégia de crescimento: SWOT, cronograma e riscos do negócio.
i. Finanças: investimentos, composição dos custos e despesas, evolução
dos resultados financeiros, demonstrativo de resultados, fluxo de caixa,
balanço.
j. Indicadores financeiros: taxa de retorno, valor presente líquido,
breakeven e payback, necessidade de aporte e contrapartida, cenários
alternativos e plano de expansão.
k. Anexos: currículo da equipe de gestão/ sócios, dados complementares,
detalhamento das pesquisas de mercado, detalhamento das projeções
financeiras.
8
PN demanda preparação, reserva de tempo, de local apropriado, de materiais
para pesquisa, de um bom computador com acesso à internet de qualidade, de
um celular para realizar contatos, um bloco de anotações para destacar tarefas
e pontos a pesquisar ou fazer posteriormente. Tudo isso providenciado, é hora
de colocar a mão na massa.
Para Dornelas (2016, p. 26), um PN é iniciado pela análise da
oportunidade, na sequência, passa-se para uma criteriosa análise do mercado,
do público-alvo e dos concorrentes. Depois disto feito, o empreendedor deve se
dedicar a:
1 Aqui você encontra modelos de PN: <www.josedornelas.com.br>. Acesso em: 31 mar. 2019.
9
Aspectos a serem considerados para o Desenvolvimento do Plano
de Negócios, segundo Dornelas (2016):
10
Registros e licenças: consiste na busca junto a órgãos públicos e
privados sobre o que é necessário em termo de registros e licenças
necessárias para o tipo de negócio escolhido.
Gestão: levantamento dos aspectos mais importantes para se fazer uma
gestão profissional que traga os resultados esperados.
Equipe: levantamento dos profissionais que serão necessários para se
iniciar e fazer a gestão da empresa.
Insumos: identificação dos materiais e matérias-primas necessários
para o empreendimento.
Marca: criação de uma marca que represente a empresa
adequadamente. O ideal é contar com a ajuda de um profissional da
área de marketing.
Todos esses aspectos não são levantados do dia para a noite; o futuro
empreendedor sabe que precisará de tempo para se dedicar à elaboração do
PN. Para isso, deve organizar sua rotina para ter esse tempo para poder
elaborar com calma o PN, realizando pesquisas, indo atrás de informações,
visitando concorrentes, potenciais clientes, fornecedores, consultores.
Deve-se ter claro que elaborar um PN não é uma tarefa fácil, mas
possível, e que a maior recompensa é o resultado que se alcançará com o PN,
seja no momento do planejamento, implantação e/ ou gestão do negócio.
11
descubra e, com isso, tenha condições de utilizar essas informações na hora
de buscar e escolher seu futuro sócio.
Mas nem sempre é possível escolher, sendo o sócio alguém próximo do
empreendedor, familiar, amigo, cônjuge, colega de trabalho. Poucos
empreendedores buscam a ajuda de profissionais especializados para
identificar um sócio.
O sócio-administrador é aquele que fica responsável por todas as
atividades da empresa, executando-as ou gerenciando, tem a responsabilidade
por fazê-las. Já o sócio quotista é aquele que investe na empresa, coloca
capital para permitir que a empresa inicie suas atividades e alcance o ponto de
equilíbrio.
Existe, na atualidade, o investidor-anjo, que é caracterizado por pessoa
física ou jurídica que investe seu próprio dinheiro em empreendimentos com
alta capacidade de rentabilidade. Geralmente, investem em empresas
nascentes ou em estágio inicial, com grande potencial de retorno.
Os investidores-anjo são profissionais que têm experiência em gestão,
com seus próprios empreendimentos, e servem como apoio, mentores dos
empreendedores dos quais acabaram de se tornar sócios. A vantagem de se
ter um investidor-anjo no negócio é que ele divide com o novo empreendedor/
negócio seu know how, suas expertises, sua rede de relacionamentos, a
infraestrutura de seus negócios para fazer com que o novo negócio no qual
investiu prospere.
Mas, se analisar e decidir que a melhor forma para planejar, implementar
e gerenciar o negócio é com um ou mais sócios, atente-se para os seguintes
pontos.
Pense bem qual é o percentual que irá disponibilizar, lembrando que
alguns investidores têm claro o quanto da empresa em termos de percentuais
exigem para alocar recursos. Antes de sentar para negociar, tenha claro o
quanto de poder está afim de dividir. Lembre-se: é melhor ceder para contar
com dinheiro e know how do que ter poder total e ter problemas com o negócio,
não obtendo sucesso.
Pesquise a vida pessoal e profissional dos interessados em ser seu
sócio, isso evitará decepções futuras.
12
Compreenda qual é o perfil dos interessados, formação, experiência,
vivência na gestão de negócios, estilo de gestão, objetivos de vida e
profissionais, hábitos e forma da pessoa organizar e administrar sua vida.
Liste coisas que você admira nos profissionais com quem trabalha ou já
trabalhou, pontue o que mais lhe agrada e incomoda nas pessoas com quem
se relaciona profissionalmente. Utilize esses pontos na análise do seu futuro
sócio.
Tenha claro quais são suas qualidades, defeitos, deficiências e
expertises. Procure no outro aquilo que te complemente, não caia na besteira
em acreditar que depois ajustará isso, que depois tudo se acertará, que o outro
melhorará ou se superará. Isso pode nunca ocorrer.
Veja no que o outro te complementa na área pessoal, por exemplo, se
você é calmo e o outro agitado. Na área técnica, o que você domina e o que
precisa de ajuda. Você não é tecnológico, então deve buscar alguém com perfil
que complemente essa deficiência. Intelectualmente, encontre alguém que
esteja próximo do nível, se você tem formação superior não deixe de
considerar esse fator como importante na seleção do sócio, pois isso poderá
fazer alguma diferença.
Tecnicamente, encontre alguém que complemente aquilo que você não
sabe, mas especialmente aquilo que é importante para a empresa; não
confunda seus desejos com as necessidades da empresa.
Explore quais são os objetivos dos potenciais sócios, eles pretendem
fazer o que daqui a 5 anos? Será que é algo próximo daquilo que você pensou
para a empresa? Ou será que pretendem estar aposentados ou viajando 3
meses por ano?
Compreenda como seu potencial sócio administra sua família e seus
negócios, eles trabalham com ele? Consegue e tem maturidade para separar
as coisas?
A área que ele pretende cuidar, caso seja um sócio que irá trabalhar na
empresa, é aquela que você acha mais adequada ou haverá conflito de
interesses?
Qual é o estilo de gestão e especialmente de liderança? São idênticos
ao seu? Antagônicos? Ideal para o tipo de negócio que pretende empreender?
13
Tempo, será que o futuro sócio tem tempo suficiente para uma empresa
que está iniciando suas atividades? Ou você e o negócio terão de disputar as
24 horas dele com um milhão de outras atividades, afazeres, hobbies?
Enfim, não deixe seu feeling de lado, use sua percepção para sentir se é
aquela pessoa com quem quer dividir sua ideia, a oportunidade identificada, no
negócio, seus sabores e dissabores. Mas, não deixe de arriscar um pouco, pois
sociedade quando bem-feita é fácil de se desfazer, quando mal elaborada é dor
de cabeça no certo no futuro.
E, por fim, tenha claro que estará buscando um humano, o sócio é uma
pessoa comum, que tem qualidades e defeitos, ter isso claro evita no futuro
decepções com comportamentos e atitudes.
2 O objetivo das incubadoras é dar suporte estratégico aos pequenos negócios em seus
primeiros anos de vida. Cada incubadora possui suas características, como processo seletivo
14
mesmo de gestão, aumentando as chances de sucesso do empreendimento. E
mais: uma vez incubada, isso favorece para que se consiga financiamento para
transformar o negócio em algo maior, que possa sair da incubadora e andar
com suas próprias pernas. Cada incubadora tem regras específicas para
aceitar novos negócios para serem incubados. Tipos de negócios que aceitam,
tipo de suporte que oferecem, custos, assim o melhor é pesquisar e encontrar
aquela em que haverá maiores chances de ter seu negócio aceito para ser
desenvolvido.
Bancos como a Caixa e Banco do Brasil possuem taxas mais atrativas
para financiamento do que os bancos comerciais, porém, isso muda o tempo
todo, especialmente no início de novos governos. Vale a pena colocar aquele
melhor terno ou tailleur para ir a uma agência bancária falar com o gerente de
pessoa jurídica para conhecer quais as possibilidades e exigências. Isso
porque o contato pessoal e uma boa comunicação podem abrir portas, encurtar
caminhos, ter acesso a informações que não estão disponíveis para o grande
público.
O Sebrae desenvolveu um material intitulado Como obter
financiamento.3 Vale a leitura para estar preparado para esse momento
importante que é transformar a ideia em algo concreto por meio de
financiamento.
O BNDES, a Fomento Paraná, o BRDE4 são instituições que possuem
linhas de crédito, porém, cabe uma visita ao site ou à própria instituição para
conhecer o que eles oferecem e o que exigem de contrapartida. Não crie
grandes expectativas, pois pode se frustrar rapidamente, geralmente são
muitas exigências, pouca flexibilidade e muita propaganda.
A melhor forma para o empreendedor obter dinheiro para iniciar um
empreendimento é por meio da poupança com recursos próprios. Caso opte
em utilizar verbas rescisórias, provenientes de sua demissão, é bom planejar
bem antes para evitar de gastar tudo o que tem e o negócio não decolar,
ficando sem dinheiro para dar continuidade e ter que encerrar as atividades
ficando somente com as dívidas.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
16
REFERÊNCIAS
17