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Os Maias

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Os Maias:

O trabalho que vamos passar a apresentar é sobre Os Maias, obra escrita por Eça de queirós.

Eça de Queirós nasceu a 25 de novembro de 1845 e morreu a 16 de agosto de 1900 (com


apenas 54 anos).

Foi um escritor e diplomata português, considerado um dos mais importantes escritores


portugueses do século XIX.

Seguidamente, o nosso centra-se numa das obras principais da literatura portuguesa - Os


Maias.

Este livro estrutura-se à volta de dois vetores fundamentais: a história da família Maia e a
crónica de costumes.

A década anterior à publicação de OS MAIAS é uma das mais


polémicas da História da Literatura, marcada por profundas
revoluções, nomeadamente o Realismo que põe em evidência os
grandes males da sociedade. A obra OS MAIAS é publicada em
1888. Segundo alguns críticos, Eça terá demorado cerca de oito
anos a escrever o romance, o que pode explicar o afastamento
progressivo à medida que o desenvolvimento avança, em relação
a ideais realistas e naturalistas.
Com efeito, o autor no inicio é marcadamente influenciado pelas teses naturalistas, o meio, a
educação, hereditariedade, que são fatores determinantes na evolução do individuo, outro
aspeto relevante é a omnisciência do narrador, enquanto que no final este elege o destino
como responsável pelo desenlace trágico da família Maia.

O título “Os Maias” está associado à história da família Maia,


sendo-nos apresentadas três gerações, o que permite traçar uma
linha temporal cronológica.
Deste modo são-nos apresentadas:
• a geração das lutas entre liberais e absolutistas (que
opuseram D. Pedro e D. Miguel) e que corresponde, na
obra, à juventude de Afonso da Maia.
• a geração ultra-romântica, a que pertence Pedro da Maia e
que sobreviverá na figura de Alencar
• a geração de Portugal da Regeneração, aquela em que se
insere Carlos.

Em relação ao subtítulo da obra (“Episódios da Vida romântica”), está associado à crónica dos
costumes, isto é, associado a vários episódios da obra que funcionam como caracterização da
sociedade portuguesa.

São então apresentados os seguintes episódios:

• O jantar no Hotel central (cap. VI)


• As corridas no hipodromo de Belém (cap. X)
• O jantar em casa dos Gouvarinhos (cap. XII)
• Os Jornais “A Corneta do Diabo” e “A Tarde” (cap. XVI)
• O sarau do Teatro da Trindade (cap. XVI)
• O passeio final

Relativamente ao primeiro episódio “O jantar no Hotel central”


dá início à íntriga principal da crónica de costumes cujo seu
objetivo é homenagear o banqueiro Cohen.
Este foi o primeiro jantar de apresentação de Carlos da Maia à
sociedade lisboeta, e é também, neste momento da obra, que
Carlos vê pela primeira vez Maria Eduarda e se apaixona.

Este é criticado nos ramos da:


• Literatura: Alencar defende o Ultra-Romantismo, enquanto
que Ega defende o Realismo e o Naturalismo (esta
discussão revela uma sociedade dominada por valores
tradicionais, a que se opõe uma nova geração,
representante da Geração de 70, na figura de Ega). Este,
contudo, defende exageradamente a inserção da ciência na
literatura
• Política: Ega crítica a decadência do país e afirma desejar a
bancarrota e a invasão espanhola

Relativamente ao episódio seguinte “As corridas no hipódromo de Belém”, este é resumido


quando Carlos vai assistir às corridas com um único objetivo de rever Maria Eduarda, mas o
mesmo não acontece, este episódio constitui mais uma visão caricaturial da sociedade lisboeta
que, num desesperado esforço de cosmopolitização, resolve promover um espetáculo que
nada tem a ver com a tradição cultural do país.

O escritor critica este relativamente:

• A sensaboria, motivada pelo facto de as pessoas não revelarem qualquer interesse


pelo evento

• A falta de coerência entre o traje e a ocasião, o que fazia com que alguns dos
cavalheiros se sentissem “embaraçados e quase arrependidos do seu chique” e com
que as senhoras se apre sentassem com “vestidos sérios de missa”

• A desordem originada pelo jóquei que montava o cavalo “Júpiter” e que insultava o
juiz das corridas, pois considerava ter perdido injustamente em detrimento do
Pinheiro, que montara o cavalo “Escocês” e que obtivera a vitória.

O terceiro episódio (O jantar em casa dos Gouvarinhos) é


marcado quando Ega e Carlos são convidados para um jantar em
casa dos Gouvarinho e quem os recebe é a amante de Carlos, a
Condessa de Gouvarinho. Durante o jantar foram debatidos
vários temas como o fascínio pelo estrangeiro e a política.

São abordados os seguintes temas:


• a educação das mulheres: Ega salienta o facto de que a
mulher só devia ter duas tarefas: cozinhar e amar bem.
• a falta de cultura dos indivíduos que são detentores de
cargos que os inserem na esfera social do poder

• o deslumbramento pelo estrangeiro, que Sousa Neto


manifesta

São então alvo de critica:


• a degradação dos valores sociais
• o atraso do país
• a mediocridade de algumas personagens (papel da mulher
na sociedade)

O quarto episódio ficou marcado por dois momentos “A Corneta do Diabo” e “A Tarde”:

Resumidamente:

A Corneta do Diabo – Carlos dirige-se, com Ega, a este jornal, que publicara uma carta, escrita
por Dâmaso Salcede, insultando Carlos e expondo, em termos degradantes, a sua relação
amorosa com Maria Eduarda. Palma Cavalão revela o nome do autor da carta e mostra aos
dois amigos o original, escrito pela letra de Dâmaso, a troco de “cem mil réis”

A Tarde- Neves, o director do jornal, admite a publicação da carta em que Dâmaso se


confessava embriagado ao redigir a carta insultuosa, mencionando a relação de Carlos e de
Maria Eduarda, por concluir que, afinal, não se tratava do seu amigo político Dâmaso Guedes,
o que o teria levado a rejeitar a publicação

Este é criticado pela

• decadência do jornalismo português, pois os jornalistas deixam-se corromper,


motivados por interesses económicos (é o caso de Palma Cavalão, do jornal A Corneta
do Diabo) ou evidenciam uma parcialidade comprometedora, originada por motivos
políticas (é o caso de Neves, director do jornal A Tarde).

Relativamente ao seguinte episódio: O sarau do Teatro da


Trindade é decorrido quando Carlos e Ega vão ao teatro da
Trindade. É precisamente no final do mesmo que o Sr. Guimarães
interpela Ega e lhe entrega o fatídico cofre de Maria Monforte,
que contém as revelações relativas ao parentesco entre Carlos e
Maria Eduarda.
As criticas associadas a este episódio são:
• o apareço e admiração pela retórica oca e inqualificável de
Rufino
• a ausência da família real num espetáculo de beneficência
• a total falta de sensibilidade estética para apreciar o
verdadeiro talento, encarnado por Cruges
• a lágrima falsa

Por fim, o ultimo momento da obra ficou assinalado como O passeio final de Carlos e Ega, que
começa 10 anos após a partida de Carlos para a viagem à volta do mundo e a consequente
instalação em Paris.

Criticando assim:

• a sensação de total imobilismo


• o provincianismo
• a sensação de fracasso e de desencanto que os próprios Ega e Carlos expressam e
aceitam
• a falta de folego nacional para acabar os grandes empreendimentos
• a imitação a critica do estrangeiro
• a decadência de valores genuínos

Concluindo, Os Maias é uma obra centrada num romance realista


(com traços naturalistas) entre Carlos e Maria Eduarda, tendo
como principal objetivo, relatar a sociedade portuguesa da
segunda metade do século XIX, criticando e relatando os defeitos
sociais que impedem o progresso e a renovação das
mentalidades.
Podemos assim concluir que tanto os Maias como Eça de Queirós
são impossíveis de desprezar.

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