ENRIQUECIMENTO ARARA - Meio Ambiente
ENRIQUECIMENTO ARARA - Meio Ambiente
ENRIQUECIMENTO ARARA - Meio Ambiente
FLORIANÓPOLIS
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA E ZOOLOGIA
FIGURA 5. Artefato utilizado como enriquecimento físico do tipo “Rede de escalada” para
as araras-canindé (Ara araruna) do Núcleo de Tratamento e Recuperação de Animais
Silvestres do Parque do Rio Vermelho ..................................................................................... 25
FIGURA 6. Artefato utilizado como enriquecimento físico do tipo “Laço” para as araras-
canindé (Ara araruna) do Núcleo de Tratamento e Recuperação de Animais Silvestres do
Parque do Rio Vermelho .......................................................................................................... 25
FIGURA 9. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos nas
etapas Recintos Separados, EFS-Novidade e EFS-Não Novidade ........................................... 33
FIGURA 10. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos que
apresentaram valores de média menores que 10% nas etapas Recintos Separados, EFS-
Novidade e EFS-Não Novidade ............................................................................................... 33
FIGURA 11. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos nas
etapas Pré-enriquecimento, ES-Novidade e ES-Não Novidade............................................... 34
FIGURA 12. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos que
apresentaram valores de média menores que 10% nas etapas Pré-enriquecimento, ES-
Novidade e ES-Não Novidade ................................................................................................. 35
FIGURA 13. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos nas
etapas Pré-enriquecimento, EF-Novidade e EF-Não Novidade............................................... 36
FIGURA 14. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos que
apresentaram valores de média menores que 10% nas etapas Pré-enriquecimento, EF-
Novidade e EF-Não Novidade ................................................................................................. 36
FIGURA 15. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos nas
etapas Pré-enriquecimento, EAC-Novidade e EAC-Não Novidade ........................................ 37
FIGURA 16. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos que
apresentaram valores de média menores que 10% nas etapas Pré-enriquecimento, EAC-
Novidade e EAC-Não Novidade .............................................................................................. 38
FIGURA 17. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos nas
etapas Recintos Separados, Pré-enriquecimento e Pós-enriquecimento .................................. 39
FIGURA 18. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos que
apresentaram valores de média menores que 10 % nas etapas Recintos Separados, Pré-
enriquecimento e Pós-enriquecimento ..................................................................................... 39
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Tabela de registro diário dos comportamentos, com informações sobre o dia,
recinto, indivíduo, ação, sigla, descrição, duração e observações sobre os comportamentos. . 28
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 13
2. OBJETIVOS .................................................................................................................... 19
4. RESULTADOS ................................................................................................................ 30
5. DISCUSSÃO ................................................................................................................... 40
7. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 47
8. APÊNDICES .................................................................................................................... 54
8.2. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo das categorias comportamentais
e seus respectivos comportamentos em cada etap ............................................................... 55
9. ANEXOS ......................................................................................................................... 58
1. INTRODUÇÃO
Formado por uma área que representa quase a metade da América do Sul (8,5 milhões
km²), o Brasil é um dos países que possui a maior biodiversidade do planeta (Galetti et al.,
2002; MMA, 2017). Composto pelos biomas da Floresta Amazônica, Pantanal, Cerrado,
Caatinga, campos dos Pampas e a Mata Atlântica, o País abriga uma enorme variedade de
flora e fauna, representando 20% do número total de espécies do planeta (MMA, 2017).
Conhecido como o “Continente das Aves”, a América do Sul possui uma das mais
ricas diversidades de aves do mundo (Piacentini et al., 2015; Sick, 1997). Somente para o
Brasil são registradas 1919 espécies, sendo que destas, 277 são endêmicas (Piacentini et al.,
2015). Além disso, o País é o maior em número de Psittacidae (Sick, 1997), com 86 espécies
oficialmente reconhecidas (CBRO, 2015). Essa abundância rendeu às terras brasileiras o
título de “Terra dos Papagaios”, sendo a arara-vermelha (Ara chloropterus) o primeiro
psitacídeo brasileiro registrado por Pero Vaz de Caminha (Teixeira e Papavero, 2014).
A ordem Psittaciformes é composta pelos papagaios, cacatuas, periquitos, araras,
maracanãs, entre outros, e dentro da classe das aves, é uma das mais facilmente identificáveis
devido a características morfológicas particulares, como o bico alto e recurvado, além de um
pé com quatro dedos, dois voltados para frente e dois para trás, denominado zigodáctilo
(Sick, 1997). A ordem é dividida em três famílias: Cacatuidae, Strigopidae e Psittacidae
(Sousa, 2014; Olah, 2016).
A família Psittacidae é a maior da ordem, possuindo ampla distribuição pelas zonas
tropicais do globo, porém também alcança zonas subtropicais e frias como a Patagônia
(Forshaw, 1989; Galetti et al., 2002). Sua plumagem muito colorida e a alta complexidade
cerebral faz com que sejam muito apreciados como animais de estimação, pois aprendem
facilmente a proferir palavras e diversas espécies chegam a latir, rir, entre outros (Sick,
1997).
Os maiores representantes da família são as araras. Esses são animais de grande porte,
com média de 80 cm de comprimento e podendo chegar a 1,5 kg. Ao total são seis espécies
de araras verdadeiras reconhecidas para o Brasil, dentre elas a arara-canindé Ara ararauna
(Linnaeus, 1758), também conhecida pelos nomes de arara-de-barriga-amarela e arara-
amarela (Sick, 1997). Seu corpo tem coloração azul na parte superior, com a coroa em verde,
e amarelo na parte inferior, com a região da garganta negra e região perioftálmica nua em
toda a face, com a presença de algumas linhas formadas por pequenas penas (Bianchi, 1998;
14
Sick, 1997). Sua área de distribuição vai desde o Panamá, até o sudeste do Brasil (Almeida,
2016).
Assim como a maioria dos psitaciformes, as araras-canindé são monogâmicas e não
apresentam dimorfismo sexual (Francisco e Moreira, 2012; Juniper e Parr, 1998). Nidificam
em cavidades como os troncos ocos de árvores e, às vezes, em paredões rochosos (Juniper e
Parr, 1998). O período reprodutivo pode variar de acordo com a região em que ocorrem
(Bianchi, 1998; del Hoyo et al., 1997), constando os intervalos entre fevereiro e junho nas
Guianas, dezembro e fevereiro na Colômbia e janeiro e março no Suriname (Bianchi, 1998;
Collar, 1997).
Em vida livre os psitacídeos baseiam sua alimentação em frutos e sementes (Roth,
1984), sendo a arara-canindé uma apreciadora de frutos de combaru (Dipteryx alata), jatobá
(Hymenaea sp.), mandovi (Sterculia apetala) e pequi (Caryocar brasiliense) (Sick, 1997).
Além disso, costumam também visitar barreiros (Roth, 1984) para se alimentar de terra e
suprir suas necessidades de minerais (Sick, 1997).
O encantamento humano pelos psitacídeos é documentado há muitos anos. Com a
descoberta do Novo Mundo, araras e papagaios passaram a estampar pinturas e tapeçarias
europeias (Sick, 1997). O avanço da exploração de novas terras culminou em um
crescimento no já estabelecido tráfico de animais, como em um dos casos mais famosos de
contrabando do Brasil colônia, onde entre outros, 300 macacos, 600 papagaios e 3.000 peles
de Panthera onca foram carregados à Europa no navio francês “La Pélerine” (Teixeira e
Papavero, 2014).
Nos dias de hoje, associado aos fatores históricos, toda beleza e capacidade cognitiva
coloca os psitacídeos entre as famílias de aves mais ameaçadas de extinção, com
aproximadamente 26% de suas espécies ameaçadas (Collar, 2000). Segundo dados da União
Internacional para Conservação da Natureza e Recursos Naturais (IUCN), atualmente na
América do Sul, a família conta com 45 espécies ameaçadas de extinção, sendo cinco delas
enquadradas na categoria ‘criticamente em perigo’ (IUCN, 2017). Entre os principais fatores
que contribuem para esse número estão a perda de habitat devido à intensa degradação
ambiental, o comércio ilegal internacional (Beissinger e Bucher, 1992; Wright et al., 2001),
maturidade sexual tardia (em média a partir dos cinco anos para Ara e Amazona) (Abramson
et al., 1995), baixas taxas reprodutivas e alto índice de mortalidade (Almeida, 2016; Collar,
2000; Wright et al., 2001).
Apesar de se enquadrar na lista das espécies ameaçadas como “pouco preocupante”
(LC) (IUCN, 2017), A. ararauna é uma das espécies de aves mais facilmente encontradas em
15
de entrada dos recintos, a parte superior também era revestida com tela de ferro (malha de 3,0
cm), porém essa última estava parcialmente coberta com lona plástica preta. Os recintos
variaram entre si de acordo com as estruturas presentes, tal como a quantidade de poleiros e a
presença ou ausência de ninho artificial, além de suas dimensões, sendo o recinto A com uma
área de 5,6 m², o recinto B com 5,8 m² e o recinto C com 9,1 m².
Na segunda etapa da F1 todos os indivíduos foram transferidos para um recinto maior,
(recinto D, Figura 4). O recinto D também estava localizado dentro das dependências do
NUTRAS e contava com uma área total de 46,6 m². Diferentemente dos outros, neste o solo
era arenoso e a porta era de metal. O recinto possuía ainda um grande espaço cimentado no
fundo, criando uma plataforma com três espaços vagos, além de uma porção coberta com
telhas do tipo Brasilit e um ninho artificial.
As áreas onde se encontravam os recintos não eram disponíveis para visitação, pois
eram espaços exclusivos para animais em tratamento. Somente tratadores e voluntários
tinham acesso permitido.
Durante todo o período da pesquisa, não houve nenhuma modificação na alimentação
dos indivíduos ou na manutenção e limpeza dos recintos. Todos esses procedimentos eram
realizados diariamente no turno da manhã pela equipe da R3 Animal
25
10 cm
FIGURA 5. Artefato utilizado como enriquecimento físico do tipo “Rede de escalada” para as araras-canindé
(Ara araruna) do Núcleo de Tratamento e Recuperação de Animais Silvestres do Parque do Rio Vermelho.
Fotos: Larissa M. Victoria.
10 cm
FIGURA 6. Artefato utilizado como enriquecimento físico do tipo “Laço” para as araras-canindé (Ara araruna)
do Núcleo de Tratamento e Recuperação de Animais Silvestres do Parque do Rio Vermelho. Fotos: Larissa M.
Victoria.
26
10 cm
FIGURA 7. Artefatos utilizados como enriquecimento alimentar e cognitivo para as araras-canindé (Ara
araruna) do Núcleo de Tratamento e Recuperação de Animais Silvestres do Parque do Rio Vermelho. Fotos:
Larissa M. Victoria.
27
Nos outros dois artefatos, cinco pequenos orifícios foram feitos em cada metade dos
cocos, três na parte superior, três na inferior e um em cada lado oposto. As cordas de plástico
foram utilizadas para unir as duas metades dos cocos através dos orifícios laterais e também
para unir cada metade dos cocos com as cordas de sisal (Figura 8).
10 cm
FIGURA 8. Artefatos utilizados como enriquecimento alimentar e cognitivo para as araras-canindé (Ara
araruna) do Núcleo de Tratamento e Recuperação de Animais Silvestres do Parque do Rio Vermelho. Fotos:
Larissa M. Victoria.
Tabela 1. Tabela de registro diário dos comportamentos, com informações sobre o dia, recinto, indivíduo, ação,
sigla, descrição, duração e observações sobre os comportamentos.
Dia Recinto Indivíduo Ação Sigla Descrição Duração No vídeo
29
condições. Porém, os enriquecimentos foram comparados somente dentro das suas etapas
‘novidade’ e ‘não novidade’, e não com os outros enriquecimentos. Somente a etapa ‘recintos
separados’ da F1 foi comparada com as etapas ‘Pré’ e ‘Pós-enriquecimento’ da F2, visto que
a primeira representa a condição inicial de todo o estudo, o ‘Pré-enriquecimento’ a condição
de referência da F2 e a última representa a condição final sem os enriquecimentos físico,
alimentar e cognitivo.
4. RESULTADOS
A partir das informações registradas nas tabelas de registros diários e tendo como
base um catálogo comportamental elaborado por Almeida (2016), os comportamentos das
araras-canindé foram agrupados em 13 categorias comportamentais. As descrições desses
comportamentos estão compiladas no etograma (Tabela 2).
Tabela 2. Etograma elaborado para as araras-canindé (Ara ararauna) do Núcleo de Tratamento e Recuperação
de Animais Silvestres, do Parque do Rio Vermelho. Os comportamentos marcados com * foram descritos no
presente estudo e os outros comportamentos foram descritos com base no estudo de Almeida (2016).
rapidamente (CA5*);
-Balançar o corpo lateralmente sem deslocar-se (CA6*);
-Bater as asas sem deslocar-se (CA7);
-Movimentos rápidos e curtos de bater as asas sem deslocar-se
(CA8);
-Pendurar-se pelo bico e/ou patas no poleiro (CA9*)
-Pendurar-se pelo bico e/ou patas nas telas (CA10);
-Esfregar a cabeça na asa rapidamente (CA11*).
(IS-) e os demais comportamentos que não apresentaram diferenças significativas entre eles
nem entre as etapas comparadas.
120
A
TEMPO TOTAL DO COMPORTAMENTO (%)
a
100
80
A AB
a ab
60 A
a
A B
b b
40 B
b b a
b a
6,485
4,422
7,351
20
b
0
0
R P MA IS+
FIGURA 9. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos nas etapas Recintos
Separados, EFS-Novidade e EFS-Não Novidade. Comportamentos que apresentaram valores de média menores
que 10% são indicados acima das barras. Letras minúsculas diferentes representam diferenças significativas
entre as etapas. Letras maiúsculas diferentes representam diferenças significativas entre os comportamentos
com mais de 15% de frequência dentro da etapa. Legenda: (R) Repousar, (P) Parado na tela, (MA) Manutenção
da higiene e (IS+) Interação social positiva.
20 NS
NS
18
TEMPO TOAL DO COMPORTAMENTO (%)
16
14
12
NS
10
8
6 ab
4 a
ab a
NS
2 b a b
b b
0
D M CC AL IO IS- CA
FIGURA 10. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos que apresentaram valores
de média menores que 10% nas etapas Recintos Separados, EFS-Novidade e EFS-Não Novidade. Letras
minúsculas diferentes representam diferenças significativas entre as etapas, enquanto NS representa diferença
não significativa. Legenda: (D) Deslocar-se, (M) Movimentar-se, (CC) Coçar a cabeça, (AL) Alimentar-se, (IO)
Interagir com objeto, (IS-) Interação social negativa e (CA) Comportamento anormal.
34
NS
100
A
NS
TEMPO TOTAL NO COMPORTAMENTO (%)
90
80 A
A
70
A
60 NS
A
50
B A
40
30
9,748
7,374
20 a
10 b b
0
0
R P MA AL
FIGURA 11. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos nas etapas Pré-
enriquecimento, ES-Novidade e ES-Não Novidade. Comportamentos que apresentaram valores de média
menores que 10% são indicados acima das barras. Letras minúsculas diferentes representam diferenças
significativas entre as etapas, enquanto NS representa diferença não significativa. Letras maiúsculas diferentes
representam diferenças significativas entre os comportamentos com mais de 15% de frequência dentro da etapa.
Legenda: (R) Repousar, (P) Parado na tela, (MA) Manutenção da higiene e (AL) Alimentar-se.
35
10
a
TEMPO TOTAL DO COMPORTAMENTO (%)
9
a
8
7
NS
6
NS NS
5
4
NS NS
3 b
NS NS
2
1
0
D M CC IO IS+ IS- CA PG
FIGURA 12. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos que apresentaram valores
de média menores que 10% nas etapas Pré-enriquecimento, ES-Novidade e ES-Não Novidade. Letras
minúsculas diferentes representam diferenças significativas entre as etapas, enquanto NS representa diferença
não significativa. Legenda: (D) Deslocar-se, (M) Movimentar-se, (CC) Coçar a cabeça, (IO) Interagir com
objeto, (IS+) Interação social positiva, (IS-) Interação social negativa, (CA) Comportamento anormal e (PG)
Parado na gaiola.
NS
90 NS
A
TEMPO TOTAL DO COMPORTAMENTO (%)
A
80
70
A
A
60
A NS
50
A
40 A
30 A
6,15
20
10
0
R P MA
FIGURA 13. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos nas etapas Pré-
enriquecimento, EF-Novidade e EF-Não Novidade. Comportamentos que apresentaram valores de média
menores que 10% são indicados acima das barras. NS representa diferença não significativa entre as etapas.
Letras maiúsculas diferentes representam diferenças significativas entre os comportamentos com mais de 15%
de frequência dentro da etapa. Legenda: (R) Repousar, (P) Parado na tela e (MA) Manutenção da higiene.
25
NS
TEMPO TOTAL DO COMPORTAMENTO (%)
20
NS
a
15 b
NS
NS
10 ab
5 NS
NS NS
NS
0
D M CC AL IO IS+ IS- CA IE
FIGURA 14. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos que apresentaram valores
de média menores que 10% nas etapas Pré-enriquecimento, EF-Novidade e EF-Não Novidade. Letras
minúsculas diferentes representam diferenças significativas entre as etapas, enquanto NS representa diferença
não significativa. Legenda: (D) Deslocar-se, (M) Movimentar-se, (CC) Coçar a cabeça, (AL) Alimentar-se, (IO)
Interagir com objeto, (IS+) Interação social positiva, (IS-) Interação social negativa, (CA) Comportamento
anormal e (IE) Interagir com enriquecimento.
NS
100
A
TEMPO TOTAL DO COMPORTAMENTO (%)
90 A
NS
80
A
70
A
60
A NS
50
A A
40
30 a
a
4,733
6,429
20 b
1,774
10
0
R P D MA
FIGURA 15. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos nas etapas Pré-
enriquecimento, EAC-Novidade e EAC-Não Novidade. Comportamentos que apresentaram valores de média
menores que 10% são indicados acima das barras. Letras minúsculas diferentes representam diferenças
significativas entre as etapas, enquanto NS representa diferença não significativa. Letras maiúsculas diferentes
representam diferenças significativas entre os comportamentos com mais de 15% de frequência dentro da etapa.
Legenda: (R) Repousar, (P) Parado na tela, (D) Deslocar-se e (MA) Manutenção da higiene.
38
12
TEMPO TOTAL DO COMPORTAMENTO (%)
NS
10 NS
4 NS
a NS
2 ab NS
NS NS
b
0
M CC AL IO IS+ IS- CA IE
FIGURA 16. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos que apresentaram valores
de média menores que 10% nas etapas Pré-enriquecimento, EAC-Novidade e EAC-Não Novidade. Letras
minúsculas diferentes representam diferenças significativas entre as etapas, enquanto NS representa diferença
não significativa. Legenda: (M) Movimentar-se, (CC) Coçar a cabeça, (AL) Alimentar-se, (IO) Interagir com
objeto, (IS+) Interação social positiva, (IS-) Interação social negativa, (CA) Comportamento anormal e (IE)
Interagir com enriquecimento.
NS
90
A
TEMPO TOTAL DO COMPORTAMENTO (%)
80
NS
70
A
A
A
60
A NS
50
A
40 A
B
30
7,351
20
10
0
R P MA
FIGURA 17. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos nas etapas Recintos
Separados, Pré-enriquecimento e Pós-enriquecimento. Comportamentos que apresentaram valores de média
menores que 10% são indicados acima das barras. NS representa diferença não significativa entre as etapas.
Letras maiúsculas diferentes representam diferenças significativas entre os comportamentos com mais de 15%
de frequência dentro da etapa. Legenda: (R) Repousar, (P) Parado na tela e, (MA) Manutenção da higiene.
14
NS
TEMPO TOTAL DO COMPORTAMENTO (%)
12
NS
NS
10 NS
4 NS
ab
2 NS NS
a b
0
D M CC AL IO IS+ IS- CA
FIGURA 18. Dados médios (± desvio padrão) do tempo relativo dos comportamentos que apresentaram valores
de média menores que 10 % nas etapas Recintos Separados, Pré-enriquecimento e Pós-enriquecimento. Letras
minúsculas diferentes representam diferenças significativas entre as etapas, enquanto NS representa diferença
não significativa. Legenda: (D) Deslocar-se, (M) Movimentar-se, (CC) Coçar a cabeça, (AL) Alimentar-se, (IO)
Interagir com objeto, (IS+) Interação social positiva, (IS-) Interação social negativa e (CA) Comportamento
anormal.
40
5. DISCUSSÃO
O presente estudo avaliou o repertório comportamental de araras-canindé mantidas em
cativeiro em momentos bastante distintos, onde foi possível observar como os animais
reagiram frente à mudança de recinto, socialização em um grupo maior e também com a
introdução de artefatos de enriquecimentos físico, alimentar e cognitivo.
Durante praticamente todo o período do estudo, observou-se uma predominância dos
comportamentos ‘repousar’ (R) e ‘parado na tela’ (P), seguidos por ‘manutenção da higiene’
(MA) e ‘deslocar-se’ (D). Repousar também foi um dos comportamentos mais observados
por Almeida (2016) em estudo sobre a influência do enriquecimento ambiental nessa mesma
espécie e por Sgarbiero (2009) para indivíduos de araras-piranga (Ara macao) e também para
A. ararauna.
A primeira fase do trabalho foi a que apresentou a maior quantidade de variações entre
os comportamentos. As comparações feitas na etapa ‘novidade’ dessa fase mostram uma
redução significativa do comportamento ‘repousar’ (R) ao mesmo tempo em que houve
grande aumento no tempo ‘parado na tela’ (P) e um crescimento do ‘movimentar-se’ (M).
Essa situação pode ser explicada pela exploração do recinto novo, pois um ambiente mais
amplo e com maior área com cobertura de tela possibilita uma maior movimentação dos
animais. Soma-se a isso o fato de que no dia da realocação, nem todos os poleiros tinham
sido instalados no recinto novo (comunicação pessoal da bióloga Josiele Felli do NUTRAS).
Na etapa ‘não novidade’ do enriquecimento físico e social (EFS NÃO NOV.), os
comportamentos ‘deslocar-se’ (D), ‘repousar’ (R) e ‘parado na tela’ (P) voltaram a apresentar
valores semelhantes aos obtidos em ‘recintos separados’ (RS), o que leva a crer que as
mudanças foram resultado da novidade provocada pelo ambiente, já que a habituação com o
novo recinto fez com que houvesse um retorno para o mesmo tempo despendido nesses
comportamentos no estado inicial da F1. Além disso, na data da realização da etapa ‘não
novidade’, novos poleiros já haviam sido instalados no recinto, permitindo sua ampla
utilização por todos os indivíduos.
Almeida (2016) e Pimenta et al. (2009), em seus trabalhos com A. ararauna e arara-
azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus) respectivamente, também encontraram altos
valores para atividades relacionadas às telas dos recintos em etapas de enriquecimento.
Segundo Guedes et al. (1992, apud Pimenta et al., 2009), assim como a vocalização, essas
atividades podem estar relacionadas com a demarcação e defesa territorial em cativeiro. No
caso em questão, essa seria uma explicação bastante plausível, pois o novo recinto pode ter
reorganizado as relações de dominância existentes até então. Porém, como já mencionado
41
individuais e as reações ou respostas apresentadas pelos indivíduos deste estudo, mesmo que
esses fatores possam muitas vezes estar relacionados (Fairbanks e McGuire, 1988; Meehan e
Mench, 2002; Meehan et al., 2003).
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar da escassez no número de estudos com araras-canindé em vida livre, o que
prejudica o manejo desses animais e dificulta à compreensão de diversas situações
encontradas em cativeiro, o presente estudo utilizou técnicas de enriquecimento ambiental na
tentativa de proporcionar melhora no bem-estar dos indivíduos cativos. O enriquecimento
físico buscou apresentar uma novidade para o ambiente, enquanto o enriquecimento
alimentar e cognitivo foi proposto considerando que todo o grupo de animais observados
iriam para soltura2, situação na qual os alimentos não são obtidos tão facilmente.
Como todas as técnicas envolvendo enriquecimento ambiental devem ser pensadas de
maneira que não representassem nenhum perigo aos animais (Boere, 2001; Young, 2003) e,
considerando a rotina intensa de trabalho dos tratadores e voluntários da R3 Animal, os
enriquecimentos foram produzidos com o máximo possível de material natural (coco, sisal e
madeira), proporcionando maior segurança aos animais e gerando um mínimo de resíduos,
visto que materiais sintéticos poderiam acarretar em um aumento no tempo de limpeza e
higienização do recinto.
É preciso ressaltar que a forma como foi realizada a coleta de dados, impossibilitou
que diversos comportamentos observados pela autora, como vocalizar, cavar, espirrar,
construir ninho, dentre outros, fossem individualizados e analisados estatisticamente, mas
isso não significa que não fazem parte do repertório da espécie. Por esses motivos, sugere-se
que trabalhos futuros tentem avaliar esses comportamentos, fazendo com que todo o
ambiente seja vídeo filmado e que os animais sejam marcados para que seja possível
individualiza-los nas imagens. Além disso, as diferenças nas condições climáticas se
mostraram variáveis que devem ser consideradas na escolha do equipamento de gravação,
pois as oscilações na luminosidade foram fatores determinantes para a análise das imagens
obtidas. Assim também foi com o posicionamento desse equipamento, que apesar de ter sido
pensado de maneira a interferir minimamente na dinâmica de trabalho dos tratadores e
voluntários da R3, acabou de certa maneira limitando o campo capturado pela câmera. Um
posicionamento mais adequado poderia permitir uma visualização mais ampla do ambiente,
2
Publicação sobre a soltura dos animais pode ser vista em:
https://www.facebook.com/associacaor3animal/posts/10155124412847798
46
7. REFERÊNCIAS
ABRAMSON, J.; SPER, B. L.; THOMSEN, J. B. T. The large macaws. 1. ed. Fort Bragg:
Raintree Publications, 1995. 552 p.
CBRO. Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Listas das aves do Brasil. 12ª ed.
2015.
COLLAR, N. J. Family Psittacidae (Parrots). In: del HOYO, J.; ELLIOTT, A.; SARGATAL,
J. (eds). Handbook of the Birds of the world. Barcelona: Lynx Edicions, 1997. v. 4, p. 280-
477.
DAWKINS, M. S. Evolution and animal welfare. The Quarterly Review of Biology, v. 73,
n. 3, p. 305-328, set. 1998.
del HOYO, J.; ELLIOTT, A.; SARGATAL, J. (eds). Handbook of the Birds of the world.
Barcelona: Lynx Edicions, 1997. 679 p.
DESENNE, P.; STRAHL, S. D. Trade and the conservation status of the family Psittacidae in
Venezuela. Bird Conservation International, v. 1, n. 2, p. 153-169, jun. 1991.
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M 0,4558 ± 0,2772 1,3187 ± 1,1544 1,3216 ± 0,8509 1,6736 ± 0,8822 1,0060 ± 1,0368 0,5288 ± 0,5606 1,1454 ± 1,1913 1,1987 ± 0,9000 0,0937 ± 0,1792 0,6753 ± 0,8746 0,6403 ± 0,3702
AL 2,755 ± 5,705 0,000 ± 0,000 0,398 ± 1,594 0,000 ± 0,000 10,682 ± 7,448 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 2,253 ± 6,372 0,704 ± 1,505 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000
IO1 0,375 ± 0,715 0,304 ± 0,425 0,788 ± 1,684 1,894 ± 3,390 0,367 ± 0,656 0,092 ± 0,233 3,479 ± 9,085 1,021 ± 1,340 0,222 ± 0,637 2,972 ± 5,829 0,264 ± 0,383
IO2 0,197 ± 0,334 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000
IO3 0,012 ± 0,042 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000
IO4 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,016 ± 0,063 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000
IO5 0,504 ± 0,497 0,025 ± 0,074 2,348 ± 5,661 0,000 ± 0,000 0,054 ± 0,147 0,720 ± 2,037 0,523 ± 1,734 0,222 ± 0,629 0,064 ± 0,203 0,823 ± 2,178 3,807 ± 7,030
IO6 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 1,863 ± 7,451 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,126 ± 0,419 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,324 ± 0,681
IO 1,0879 ± 0,9844 0,3285 ± 0,4118 4,9994 ± 12,7809 1,8941 ± 3,3903 0,4368 ± 0,6454 0,8120 ± 2,0137 4,1279 ± 9,0668 1,2431 ± 1,7676 0,2865 ± 0,6448 3,7954 ± 5,7455 4,3951 ± 7,5369
IE1 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 4,143 ± 9,360 0,127 ± 0,485 0,040 ± 0,161 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000
IE2 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 1,441 ± 3,281 0,094 ± 0,265 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000
IE3 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 1,319 ± 2,715 0,021 ± 0,059 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000
IE4 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 2,034 ± 6,431 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000
IE 0,0000 ± 0,0000 0,0000 ± 0,0000 0,0000 ± 0,0000 0,0000 ± 0,0000 0,0000 ± 0,0000 0,0000 ± 0,0000 8,7862 ± 13,0323 0,3681 ± 1,0078 2,0980 ± 6,6346 0,0000 ± 0,0000 0,0000 ± 0,0000
MA1 6,917 ± 3,553 6,466 ± 7,906 29,350 ± 20,844 22,935 ± 19,545 9,735 ± 7,560 7,374 ± 7,619 6,104 ± 6,579 15,434 ± 12,717 4,685 ± 8,076 12,983 ± 15,539 17,126 ± 19,831
MA2 0,406 ± 1,013 0,010 ± 0,042 0,028 ± 0,068 0,000 ± 0,000 0,013 ± 0,029 0,000 ± 0,000 0,031 ± 0,125 0,000 ± 0,000 0,030 ± 0,120 0,000 ± 0,000 0,005 ± 0,021
MA 7,3510 ± 3,4858 6,4846 ± 7,9093 29,3778 ± 20,8078 22,9346 ± 19,5451 9,7480 ± 7,5532 7,3743 ± 7,6191 6,1499 ± 6,5400 15,4342 ± 12,7167 4,7328 ± 8,0465 12,9835 ± 15,5393 17,1381 ± 19,8214
IS+1 3,704 ± 5,463 0,000 ± 0,000 11,200 ± 16,304 0,697 ± 1,001 1,582 ± 3,000 0,000 ± 0,000 0,304 ± 0,592 0,594 ± 1,657 0,019 ± 0,061 0,000 ± 0,000 0,833 ± 1,449
IS+2 0,083 ± 0,092 0,000 ± 0,000 0,612 ± 1,510 0,005 ± 0,013 0,055 ± 0,099 0,037 ± 0,082 0,126 ± 0,201 0,031 ± 0,058 0,011 ± 0,035 0,010 ± 0,025 0,278 ± 0,735
IS+3 0,102 ± 0,116 0,000 ± 0,000 0,313 ± 0,511 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,014 ± 0,044 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000
IS+4 0,041 ± 0,108 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,399 ± 0,739 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000
IS+5 0,492 ± 0,556 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,061 ± 0,183 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,804 ± 2,212 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000
IS+ 4,4223 ± 5,6832 0,0000 ± 0,0000 12,1240 ± 17,2193 0,7015 ± 1,0093 1,6986 ± 3,0827 0,0375 ± 0,0824 0,4305 ± 0,7003 1,0243 ± 2,2578 0,8489 ± 2,2011 0,0095 ± 0,0252 1,1111 ± 2,0728
IS-1 0,113 ± 0,140 0,068 ± 0,136 0,084 ± 0,144 0,055 ± 0,086 0,899 ± 1,713 0,042 ± 0,056 0,697 ± 1,174 0,153 ± 0,215 0,142 ± 0,278 0,033 ± 0,061 0,221 ± 0,302
57
IS-2 0,023 ± 0,040 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,133 ± 0,356 0,008 ± 0,024 0,020 ± 0,043 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,010 ± 0,025 0,000 ± 0,000
IS-3 0,164 ± 0,212 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,066 ± 0,248 0,000 ± 0,000 0,109 ± 0,360 0,000 ± 0,000 0,020 ± 0,062 0,000 ± 0,000 0,043 ± 0,074
IS-4 0,001 ± 0,003 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,008 ± 0,031 0,000 ± 0,000 0,010 ± 0,026 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000
IS-5 0,007 ± 0,018 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000
IS- 0,3079 ± 0,3441 0,0679 ± 0,1362 0,0837 ± 0,1442 0,0551 ± 0,0856 1,1070 ± 2,0961 0,0500 ± 0,0776 0,8363 ± 1,5011 0,1528 ± 0,2152 0,1620 ± 0,3376 0,0420 ± 0,0855 0,2643 ± 0,3689
CC 0,158 ± 0,157 0,170 ± 0,247 0,364 ± 0,352 0,170 ± 0,174 0,249 ± 0,254 0,612 ± 1,144 0,213 ± 0,200 0,240 ± 0,191 0,056 ± 0,148 0,190 ± 0,208 0,289 ± 0,315
CA1 0,004 ± 0,011 0,025 ± 0,074 0,000 ± 0,000 0,045 ± 0,119 0,279 ± 1,052 0,000 ± 0,000 0,043 ± 0,142 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000
CA2 0,014 ± 0,033 0,000 ± 0,000 0,010 ± 0,028 0,065 ± 0,172 0,033 ± 0,132 0,000 ± 0,000 0,085 ± 0,207 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,028 ± 0,073 0,000 ± 0,000
CA3 0,082 ± 0,179 0,000 ± 0,000 0,073 ± 0,193 0,065 ± 0,082 0,067 ± 0,187 0,150 ± 0,424 0,270 ± 0,601 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,036 ± 0,094 0,000 ± 0,000
CA4 0,027 ± 0,059 0,353 ± 1,035 0,102 ± 0,303 0,000 ± 0,000 0,005 ± 0,021 0,000 ± 0,000 0,371 ± 1,176 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000
CA5 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,020 ± 0,079 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000
CA6 0,034 ± 0,059 0,037 ± 0,111 0,013 ± 0,052 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,142 ± 0,267 1,442 ± 4,782 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,019 ± 0,050 0,332 ± 0,853
CA7 0,030 ± 0,059 0,068 ± 0,184 0,011 ± 0,026 0,035 ± 0,064 0,017 ± 0,041 0,004 ± 0,012 0,035 ± 0,056 0,017 ± 0,033 0,019 ± 0,061 0,012 ± 0,031 0,008 ± 0,014
CA8 0,836 ± 1,586 1,264 ± 2,817 0,049 ± 0,194 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,008 ± 0,015 0,025 ± 0,084 4,108 ± 11,406 0,000 ± 0,000 0,075 ± 0,199 0,060 ± 0,157
CA9 0,111 ± 0,420 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,037 ± 0,147 0,005 ± 0,021 0,042 ± 0,167
CA10 0,022 ± 0,072 0,036 ± 0,108 0,000 ± 0,000 0,030 ± 0,080 0,104 ± 0,356 0,000 ± 0,000 0,028 ± 0,065 0,295 ± 0,835 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000
CA11 0,000 ± 0,000 0,028 ± 0,054 0,000 ± 0,000 0,025 ± 0,066 0,000 ± 0,000 0,000 ± 0,000 0,008 ± 0,018 0,035 ± 0,041 0,000 ± 0,000 0,016 ± 0,042 0,028 ± 0,039
CA 1,1675 ± 1,6634 1,8109 ± 2,8697 0,2579 ± 0,4429 0,2656 ± 0,2299 0,5250 ± 1,0665 0,3040 ± 0,4538 2,3065 ± 4,9708 4,4549 ± 12,2323 0,0783 ± 0,1893 0,1976 ± 0,3013 0,5222 ± 1,0765