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1

AULA
Demonstrações financeiras
Metas da aula
Apresentar a utilização das principais
demonstrações financeiras.
objetivos

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula,


você seja capaz de:

1
identificar as informações elementares de um Balanço
Patrimonial (BP);

2 estruturar o BP de uma empresa em um estudo


de caso;

3 elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício


(DRE) de uma empresa em um estudo de caso;

4 elaborar a DRE e o BP de uma empresa em um caso


hipotético.

Pré-requisitos
Você deve se lembrar de como as transações são registradas
na Contabilidade. Para registrá-las, é preciso compreender os
mecanismos de débito e crédito... Será que você realmente se lembra?
Esses mecanismos já foram vistos nas aulas que tratam do Método
das Partidas Dobradas, da Demonstração do Resultado do Exercício e
do Balanço Patrimonial (Aulas 2, 4 e 7 de Contabilidade I).
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras

INTRODUÇÃO
Ao longo do período em que você estudou Contabilidade I, foi possível perceber
que o setor de contabilidade de uma empresa desempenha diversas funções.
Dentre elas, destacamos a necessidade de controlar, demonstrar resultados
e estabelecer métodos para o cumprimento das obrigações legais e fiscais
inerentes à pessoa jurídica.
Para iniciarmos esta nova disciplina, vale enfatizar que daremos uma visão global
sobre os relatórios contábeis. Entre os mais importantes estão as demonstrações
financeiras. Essas demonstrações serão objetos de estudo no decorrer de
nossas aulas.

Você sabia que...

Henkel L.
• os contadores preferem a denominação Demonstrações
Contábeis a Demonstrações Financeiras?
• que as sociedades anônimas (S.A.) são obrigadas a
publicar seus demonstrativos em jornais de grande
circulação e no Diário Oficial?
• que as sociedades limitadas (Ltda.) ficam dispensadas
dessa obrigatoriedade, mas deverão apresentar as
demonstrações financeiras para efeito de Imposto de
Renda? Figura 1.1: Transparência
é a alma do negócio.

Familiarizar-se com os demonstrativos financeiros é essencial para


o desenvolvimento da Análise das Demonstrações Financeiras, posto
que toda pessoa jurídica deve fornecer informações obrigatórias (para
fins fiscais, por exemplo) ao desempenhar sua atividade. Logo, o futuro
administrador deve obter um conhecimento sólido sobre o assunto para
desempenhar eficientemente as funções que lhe são inerentes.

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Uma das principais finalidades da Contabilidade é a de demonstrar


periodicamente a situação em que se encontra uma determinada pessoa
jurídica.
Essas demonstrações periódicas representam a “matéria-prima”
para o estudo da situação econômico-financeira de uma empresa. Dentre
elas, destacam-se o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do
Resultado do Exercício (DRE).

8 CEDERJ
1
?
AULA
Um pouco sobre a legislação

A Lei nº. 6.404, de 1976, em seu artigo 176, estabeleceu


que, ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar,
com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes
demonstrações financeiras:
a. Balanço Patrimonial;
b. Demonstração do Resultado do Exercício;
c. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados ou
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
d. Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos.

Já o artigo 177 da mesma lei determinou que

Jaroslaw Miarka
“a escrituração da companhia será mantida em
registros permanentes, com obediência aos preceitos
da legislação comercial e desta lei e aos princípios de
contabilidade geralmente aceitos, devendo observar
métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e
registrar as mutações patrimoniais segundo o regime Figura 1.2: Números
de competência”. e mais números...

Portanto, é fundamental (além de ser obrigatório


por lei) para uma empresa demonstrar, por
intermédio de procedimentos contábeis,
sua situação patrimonial, sua situação
financeira e sua rentabilidade; em suma,
suas demonstrações contábeis.

Balanço Patrimonial (BP)

A palavra patrimônio pode ter diversas acepções, de acordo com


o contexto em que ela é empregada. Se formos falar em cultura, por
exemplo, temos o patrimônio cultural. Se falarmos em herança, por sua
vez, é comum ouvirmos sobre o patrimônio que será herdado.
Na contabilidade, consideramos patrimônio o conjunto de bens,
direitos e obrigações de uma entidade. Você já deve ter uma boa noção
do que é Balanço Patrimonial (Contabilidade Geral I), não é? Pois bem,
vamos relembrar. O BP é uma demonstração cujo propósito é mostrar a
posição patrimonial e financeira da empresa em uma determinada data.

CEDERJ 9
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras

Entendendo o BP
O BP é uma demonstração
financeira constituída de duas colunas. Na
coluna da esquerda, são relacionadas as contas que
refletem as aplicações de recursos (Ativo); no lado direito,
as que representam as origens de recursos (Passivo).

Estrutura de origens e aplicações

Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Aplicações de recursos Origens de recursos

(bens + direitos) (capital de terceiros + capital próprio)

Observe que os recursos são aplicados em bens (bem é aquilo que satisfaz a
necessidade humana e pode ser avaliado monetariamente, como estoque
de mercadoria, por exemplo) e direitos (transações que serão convertidas
em recurso financeiro, como duplicatas a receber oriundas de
vendas a prazo, por exemplo). As origens de recursos, por sua
vez, são provenientes de duas fontes: capital de terceiros
(as obrigações, como impostos, fornecedores, encargos
sociais etc.) e capital próprio (investimentos dos
proprietários, reservas, lucros acumulados
etc., por exemplo).

LIQUIDEZ Você já viu em Contabilidade Geral I que, segundo a Lei das


É a capacidade de
Sociedades Anônimas (Lei 6.404/76), as contas do Ativo devem ser
conversão dos bens e
direitos em dinheiro classificadas em ordem decrescente de grau de LIQUIDEZ, e as contas
mais rapidamente.
EXIGIBILIDADE, por sua do passivo, em ordem decrescente de EXIGIBILIDADE. Veja um Balanço
vez, é a prioridade
de pagamento das
Patrimonial para entender melhor. Acompanhe o exemplo de BP
obrigações. a seguir:

10 CEDERJ
Estrutura

1
Balanço Patrimonial

AULA
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante

Ativo Realizável a Longo Prazo Passivo Exigível a Longo Prazo

Ativo Permanente Resultado de Exercícios Futuros


- Investimentos
- Imobilizado Patrimônio Líquido
- Diferido

Como você pode ver na estrutura do BP, os grupos de contas foram


dispostos dentro do critério mencionado, de graus de liquidez e exigibilidade.
Ainda dentro de cada grupo, a ordem de liquidez e exigibilidade também
deve ser mantida para compor o BP como um todo.

!
Você já viu que o BP
serve para atestar a situação patrimonial
e financeira de uma empresa. Porém, você deve estar
atento para o fato de que essa demonstração é estática; em
outras palavras, refere-se somente à data contemplada no BP.
Matt Willians

Figura 1.3: Colocando


o pingo no “i”.

CEDERJ 11
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras

a. Ativo (aplicações de recursos)

Você já sabe que ativo de uma empresa é tudo aquilo que se


localiza à esquerda do BP. Contudo, faz-se necessário classificar o Ativo
em três categorias para melhor compreensão de sua importância, como
a seguir:

a.1. Ativo Circulante

Ativo Circulante são aplicações de recursos de caráter temporário


que se converterão basicamente em dinheiro até 365 dias da data do
levantamento do BP ou durante o CICLO OPERACIONAL da empresa, quando
este for superior a um ano.
CICLO
OPERACIONAL
O Ativo Circulante é representado por:
Para uma indústria,
é o período
• disponibilidades, ou tudo que pode ser revertido imediatamente
compreendido em recurso financeiro (como Caixa, Banco Conta Movimento e Aplicações
desde a compra da
matéria-prima até de Liquidez Imediata);
o recebimento pela
venda do produto. • direitos realizáveis no curso do exercício social seguinte, como
No comércio, por quantias que terceiros devem à entidade (Clientes e Duplicatas a Receber,
sua vez, é o período
compreendido por exemplo), ou outras aplicações (como Estoque, por exemplo);
desde a compra
de mercadorias • aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte (juros
até o recebimento
pagos antecipadamente, aluguéis antecipados etc.).
pela venda da
mercadoria.
a.2. Ativo Realizável a Longo Prazo

Ativo Realizável a Longo Prazo, por sua vez, são aplicações de


caráter temporário que se converterão em dinheiro mais lentamente, isto
COLIGADAS
São as sociedades é, após 365 dias da data do levantamento do balanço ou após o ciclo
que participam com operacional, quando este for superior a um ano.
10% ou mais do
capital social de
outra sem, contudo,
Esse ativo é representado por:
controlá-la. • direitos realizáveis após o término do exercício seguinte (como
Clientes e Duplicatas a Receber, além de outras aplicações que não fazem
CONTROLADAS parte do exercício em questão);
São sociedades
• direitos derivados de vendas, de adiantamentos ou empréstimos
nas quais a
controladora possui a sociedades COLIGADAS ou CONTROLADAS, a diretores, acionistas ou partici-
preponderância
nas deliberações pantes no lucro da empresa, em virtude de não constituírem negócios
sociais e poder de
eleger a maioria dos
usuais na exploração do objeto da empresa.
administradores.

12 CEDERJ
!

1
Quando você vê a expressão

AULA
"após o término do exercício seguinte", significa
que o BP está sendo elaborado na data do encerramento do
exercício social e que o ciclo operacional da empresa
é inferior a um ano.

a.3. Ativo Permanente

Ativo Permanente, como o próprio nome já diz, são aplicações de


recursos de caráter permanente. Ficou difícil? Então iremos classificá-lo
em três subgrupos para facilitar sua compreensão:
1. Investimentos: engloba todas as participações de natureza
permanente em outras empresas, na forma de ações ou quotas (reveja o
conceito de sociedades coligadas e/ou controladas), assim como outros
bens e direitos que não se destinam à manutenção da atividade da empresa.
Como exemplo de Investimento, temos as participações permanentes em
outras sociedades, obras de arte que compõem a decoração da sede da
empresa, terrenos (para futura utilização) etc.;
2. Imobilizado: constituído por bens e direitos necessários à
manutenção das atividades da empresa, ou exercidos com essa finalidade,
inclusive os de propriedade industrial ou comercial. Como exemplo de
Imobilizado, temos máquinas e equipamentos necessários à produção,
terrenos (onde estão localizadas a fábrica, as lojas etc., por exemplo),
instalações (hidráulicas, elétricas etc., por exemplo), veículos, marcas e
patentes etc.;
3. Diferido: compreende as aplicações de
recursos em despesas que contribuirão para a
formação do resultado de mais de um exercício
social. Em outras palavras, são gastos ocorridos
num exercício que irão beneficiar vários
Stanciun Florin

exercícios futuros. Como exemplo de Diferido,


temos despesas pré-operacionais, gastos com
pesquisa e desenvolvimento (especialmente em
indústrias de tecnologia ou farmacêuticas) etc. Figura 1.4: Pesquisa em indústria farmacêutica.

b. Passivo (origens de recursos)

Passivo corresponde aos recursos utilizados pela empresa. Como


você já sabe, o Passivo deve ser posicionado à direita do BP. Assim como
o Ativo, o Passivo é classificado em subdivisões, a saber:
CEDERJ 13
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras

b.1. Passivo Circulante

São obrigações da empresa com terceiros de vencimento em até


365 dias da data do levantamento do BP, ou durante o ciclo operacional
(quando este for superior a um ano). Como exemplo, temos as obrigações
com fornecedores de mercadorias, matérias-primas, embalagens etc.,
empréstimos e financiamentos bancários, obrigações trabalhistas
(como décimo terceiro salário, férias e gratificações) e obrigações fiscais
(impostos e tributos, por exemplo), entre outros.

b.2. Passivo Exigível a Longo Prazo

O Passivo Exigível a Longo Prazo nada mais é do que as obrigações


da empresa vencíveis após 365 dias, ou após o ciclo operacional (quando
este for superior a um ano). Todas as contas descritas no Passivo
Circulante podem fazer parte do Passivo Exigível a Longo Prazo, desde
que sejam observados os seus prazos de liquidação.
Vamos a um exemplo? Imagine uma empresa que obteve o
financiamento bancário cujo vencimento se dará após 18 meses a data
do empréstimo. Após está transação contábil, a empresa cujo o ciclo
operacional é inferior a 365 dias, ao elaborar o Balanço Patrimonial
classificará esta obrigação a longo prazo devido a este passivo ter um
prazo de liquidação superior a um ano.

Atividade 1
O básico do BP 1

Veja o Balanço Patrimonial da Empresa Planalto, encerrado em 31/12/X4.

Em milhões de reais

Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Caixa 180 Fornecedores 50
Duplicatas a Receber 200 Contas a Pagar 100
Estoques 300 Capital Social 600
Veículos 150 Lucros Acumulados 80

Total 830 Total 830

14 CEDERJ
1
Com base nos dados apresentados, informe:

AULA
a. total de aplicações;
b. total de origens;
c. total de recursos de terceiros;
d. total de recursos próprios.

Resposta Comentada
Você sabe que A (aplicações) = O (origem); deste modo, R$ 830 milhões aplicados tiveram
como origem R$ 150 milhões de Recursos de Terceiros (Capitais de Terceiros) provenientes
de Fornecedores (R$ 50 milhões) e Contas a Pagar (R$ 100 milhões); e R$ 680 milhões de
Recursos Próprios (Capitais Próprios), representados pelo Capital Social (R$ 600 milhões) e
Lucros Acumulados (R$ 80 milhões). Logo,
a. R$ 830 milhões;
b. R$ 830 milhões;
c. R$ 150 milhões; e
d. R$ 680 milhões.

b.3. Outros elementos patrimoniais que fazem parte do


Passivo
Pelo que já estudou até este momento, você pode entender
que a tarefa do BP é a de resumir e apresentar adequadamente os
dados referentes ao Ativo (aplicações de recursos feitos pela empresa)
e ao Passivo (origens de recursos obtidos pela empresa). Além
dos recursos devidos a terceiros (PC e PELP), ainda fazem parte
do Passivo o Resultado de Exercícios Futuros e o Patrimônio Líquido,
cujas definições estão a seguir:
Resultado de Exercícios Futuros
Algumas vezes uma empresa apresenta um valor referente a lucro
ainda que estimado, resultante das receitas recebidas antecipadamente
deduzidas dos custos e despesas correspondentes.
Integram esse grupo somente os valores recebidos por antecipação
para futura entrega de produtos ou serviços, para os quais não haja
qualquer tipo de obrigação de devolução por parte da empresa. Como
exemplo, temos as Receitas de Aluguel Recebidas Antecipadamente.
Patrimônio Líquido são os recursos dos proprietários investidos
na empresa, não representando, portanto, exigibilidades. O Patrimônio
Líquido subdivide-se em:
– Capital Social: corresponde aos valores efetivamente
integralizados pelos acionistas ou sócios.

CEDERJ 15
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras

– Reservas de Capital: acréscimos ocorridos no Patrimônio Líquido


que não se originaram dos resultados da empresa. Como exemplo: ágio
na emissão de ações, doações e subvenções para investimentos etc.
– Reservas de Reavaliação: contrapartida de aumento de elementos
do Ativo, em virtude de novas avaliações.
– Reservas de Lucros: constituídas por transferência de lucros
da empresa.
– Lucros ou Prejuízos Acumulados: correspondem os saldos rema-
nescentes dos lucros ou prejuízos após as destinações para reservas de
lucros e distribuição dos dividendos.
– Capital a Realizar: parcela do capital social subscrita pelos
sócios, ainda não realizada (conta retificadora do PL).
– Ações em Tesouraria/Quotas Liberadas: ações/quotas da empresa
adquiridas pela própria empresa (conta retificadora do PL).

Atividade 2
Completando um BP 2

Estruture o Balanço Patrimonial da Indústria Xororó em 31/12/X4, segundo a Lei das


Sociedades Anônimas (Lei 6.404/76).

Balanço Patrimonial
CONTAS Em R$
Empréstimos Bancários (10 meses) 10.000,00
Veículos 10.000,00
Capital 16.000,00
Caixa 8.000,00
Salários a Pagar 36.000,00
Estoques de Produtos Acabados 4.000,00
Duplicatas a Receber 16.000,00
Lucros Acumulados 12.000,00
Obras de Arte 12.000,00
Móveis e Utensílios 4.000,00
Estoques de Matérias-Primas 20.000,00
Fornecedores 8.000,00
Financiamentos (20 meses) 8.000,00
Ações de Outras Companhias 4.000,00
Estoques de Produtos em Elaboração 8.000,00
Impostos a Recolher 4.000,00
Banco Conta Movimento 4.000,00
Despesas Pré-operacionais 4.000,00

16 CEDERJ
1
AULA
Balanço Patrimonial
Em R$
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE

Total do Circulante Total do Circulante

PERMANENTE EXIGÍVEL A LONGO PRAZO


Investimentos

Imobilizado
PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Diferido Total Patrimônio Líquido

Total Permanente

TOTAL TOTAL

CEDERJ 17
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras

Resposta Comentada

Indústria Xororó
Balanço Patrimonial em 31/12/X4

Balanço Patrimonial
Em R$
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
Caixa 8.000 Fornecedores 8.000
Banco Conta Movimento 4.000 Salários a Pagar 36.000
Duplicatas a Receber 16.000 Impostos a Recolher 4.000
Estoques de Produtos Acabados 4.000 Empréstimos Bancários 10.000
Estoques de Produtos em Elaboração 8.000 Total do Circulante 58.000
Estoques de Matérias-Primas 20.000
Total do Circulante 60.000
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
PERMANENTE Financiamentos 8.000
Investimentos
Ações de Outras Cias. 4.000
Obras de Arte 12.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Imobilizado Capital 16.000
Veículos 10.000 Lucros Acumulados 12.000
Móveis e Utensílios 4.000 Total do Patrimônio Líquido 28.000
Diferido
Despesas Pré-operacionais 4.000

Total do Permanente 34.000

TOTAL 94.000 TOTAL 94.000

Para a elaboração de um BP, você deverá inicialmente colocar o nome da empresa e o


título do demonstrativo com a data da elaboração. Em seguida, agrupará as contas do
Ativo conforme seu grau de liquidez decrescente, iniciando pelas contas do Ativo Circulante
(que têm maior capacidade de conversão em numerário, ou seja, realização até 365
dias a contar da data do encerramento do BP ou do ciclo operacional, se este for
superior a um ano).

18 CEDERJ
1
Posteriormente, você agrupará as contas de menor capacidade de realização em

AULA
numerário. Nesta atividade, você classificará as contas do Ativo Permanente nos
subgrupos Investimentos, Imobilizado e Diferido, conforme já foi visto nas aulas de
Contabilidade e no decorrer desta aula.
Nas contas do Passivo, você irá agrupar, primeiramente, aquelas contas em que há
um nível maior de exigibilidade, ou seja, pagamento em até 365 dias ou durante o
ciclo operacional, se este for superior a um ano. Este é o Passivo Circulante. Em seguida,
você classificará as contas que serão pagas em um prazo superior a 365 dias ou que
vencerão após o ciclo operacional da empresa, se este for superior a um ano (Passivo
Exigível a Longo Prazo). Finalmente, você irá agrupar as contas que não representam
exigibilidades, como Capital Social, Reservas, Lucros Acumulados etc., pois pertencem aos
proprietários da empresa (Patrimônio Líquido).

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)


A Demonstração do Resultado do Exercício tem por finalidade
evidenciar a formação do lucro ou prejuízo do exercício social, mediante
a confrontação das receitas realizadas com as despesas incorridas. A DRE
representa, portanto, a posição dinâmica do patrimônio.
É justamente por meio do estudo desse demonstrativo que o
usuário das demonstrações financeiras terá conhecimento da situação
econômica da empresa. Ficou difícil entender? Então vamos para uma
observação prática.

CEDERJ 19
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras

Modelo da Demonstração do Resultado do Exercício


segundo a Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações):

DRE

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Receita Operacional Bruta (Vendas ou Serviços) (ROB)


(-) Deduções da Receita Operacional Bruta (DED)
(=) Receita Operacional Líquida (ROL)
(-) Custo das Mercadorias/Produtos Vendidos/Serviços Prestados (CMV/CPV/CSP)
(=) Lucro Bruto (ou Prejuízo) (LB)
(-) Despesas Operacionais (DO):
Despesas com Vendas
Despesas Gerais e Administrativas
Despesas Financeiras Líquidas (despesas financeiras – receitas financeiras)
Outras Despesas ou Receitas Operacionais
(=) Lucro Operacional (ou Prejuízo) (LO)
( +– ) Resultados Não-Operacionais (RNO)
(=) Lucro Antes do Imposto de Renda (ou Prejuízo) (LAIR)
(-) Provisão para o Imposto de Renda (PIR)
(=) Lucro Depois do Imposto de Renda (ou Prejuízo) (LDIR)
(-) Participações: (PART/CONT)
Debêntures
Empregados e/ou Administração
Partes Beneficiárias
Contribuições e Doações
(=) Lucro Líquido (ou Prejuízo) (LL)

! A partir da Lei das S.A.


(Lei 6.404/76) a divulgação das
demonstrações financeiras passou a ser
publicada em duas colunas, ou seja, com
valores do ano atual e do ano anterior.

20 CEDERJ
A estrutura da DRE será mais bem entendida por meio da

1
descrição a seguir:

AULA
a. ROB: refere-se ao valor de venda de bens e serviços.
b. Deduções: fatos contábeis que diminuem o valor da ROB,
como abatimentos (concedidos em função de preços especiais, vendas
em volumes elevados, clientes especiais etc.)
c. Devoluções: vendas canceladas em função de diversos motivos,
como, por exemplo, quando há desacordo em relação ao pedido.
d. Impostos Incidentes sobre Vendas: são impostos que guardam
proporcionalidade com o preço de venda. Os mais comuns são:
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados.
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.
ISS – Imposto sobre Serviços.
e. ROL: valor de vendas da empresa após as deduções.
É a principal fonte de fundos da empresa.
f. CMV/CPV/CSP: gastos diretamente envolvidos na atividade
comercial, industrial e de prestação de serviços.
g. LB: diferença entre a ROL e o Custo das Vendas.
h. DO: gastos necessários para realização das vendas dos
produtos/serviços, administração da empresa e financiamento de suas
operações.
i. Despesas com Vendas: todos os gastos incorridos nas áreas de
vendas. Exemplos dessas despesas são as comissões sobre vendas, gastos
com propaganda e publicidade e provisão para créditos de liquidação
duvidosa, entre outros.
j. Despesas Gerais e Administrativas: todos os gastos relacionados
para dirigir a empresa. Como exemplo, temos os gastos com honorários
da diretoria, salários e encargos do pessoal administrativo.
l. Despesas Financeiras Líquidas: é o resultado obtido do confronto
das despesas financeiras e receitas financeiras. Exemplos: descontos
concedidos/obtidos, despesas/receitas de juros.
m. Outras Despesas ou Receitas Operacionais: despesas e receitas
que não se enquadram nas despesas operacionais mencionadas. Alguns
exemplos dessas despesas são venda esporádica de sucatas, lucros de
participações em outras companhias etc.
n. LO: resultado da atividade operacional da empresa.
o. RNO: despesas e receitas não relacionadas com o objetivo da
empresa, como venda de itens do Ativo Permanente.

CEDERJ 21
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras

p. LAIR: resultado decorrente da atividade operacional e não-


operacional da empresa.
q. PIR: parcela destinada ao Imposto de Renda.
r. LDIR: resultado obtido após a dedução do Imposto de
Renda.
s. PART/CONT: participações/contribuições previstas nos
estatutos da empresa.
t. LL: resultado final à disposição dos sócios ou acionistas.

Antes da Lei das S.A. (Lei 6.404/76), a Provisão para Crédito de Liquidação
Duvidosa era conhecida como Provisão para Devedores Duvidosos.

Atividade 3
Elaborando a DRE 3

Elabore a Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa Comercial São Cristóvão


para o ano de X4:

CONTAS Em R$
Despesas com Vendas 334.000
Provisão para Imposto de Renda 24.000
Despesas Financeiras 151.000
Impostos Incidentes sobre Vendas 500.000
Despesas Administrativas 140.000
Receita Operacional Bruta 3.000.000
Despesas Não-Operacionais 62.000
Custo das Mercadorias Vendidas 1.670.000
Participação de Debêntures 30.000
Receitas Financeiras 45.000
Contribuições 5.000

22 CEDERJ
1
AULA
Para auxiliá-lo a Receita Operacional Bruta já estão preenchidas.

Em R$
RECEITA OPERACIONAL BRUTA 3.000.000
____________________________________ ______________
____________________________________ ______________
____________________________________ ______________
____________________________________ ______________
____________________________________ ______________
____________________________________ ______________
____________________________________ ______________
____________________________________ ______________
____________________________________ ______________
____________________________________ ______________
___________________________________ ______________
___________________________________ ______________
____________________________________ ______________
___________________________________ ______________
___________________________________ ______________
____________________________________ ______________
____________________________________ ______________

LUCRO LÍQUIDO 129.000

CEDERJ 23
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras

Resposta Comentada

Empresa Comercial São Cristóvão


Demonstração do Resultado do Exercício findo em X4

DRE

Em R$
RECEITA OPERACIONAL BRUTA 3.000.000
( - ) Impostos Incidentes sobre Vendas 500.000
( = ) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 2.500.000
( - ) Custo das Mercadorias Vendidas 1.670.000
( = ) LUCRO BRUTO 830.000
( - ) Despesas Operacionais
Despesas Administrativas 140.000
Despesas com Vendas 334.000
Despesas Financeiras Líquidas 106.000

( = ) LUCRO OPERACIONAL 250.000


( - ) RESULTADOS NÃO-OPERACIONAIS
Despesas Não-Operacionais 62.000
( = ) LUCRO ANTES DE IMPOSTO DE RENDA 188.000
( - ) Provisão para Imposto de Renda 24.000
( = ) LUCRO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA 164.000
( - ) Participação de Debêntures 30.000
( - ) Contribuições 5.000
LUCRO LÍQUIDO 129.00

Você deverá colocar, em primeiro lugar, o nome da empresa e informar o título do demonstrativo
(com o período a que se refere). Essa demonstração é apresentada de forma vertical, como
você já viu em Contabilidade Geral I. Inicia-se pela Receita Operacional Bruta, e, abatendo as
deduções, apura-se a ROL.
Para calcular o LB, excluímos o CMV; posteriormente, excluindo as Despesas Operacionais,
apuramos o LO. Observe que, dentro das Despesas Operacionais, as Despesas Financeiras
Líquidas foram calculadas pela diferença das Despesas Financeiras para as Receitas
Financeiras.
O LAIR foi apurado deduzindo do LO os Resultados Não-Operacionais representados pelas
Despesas Não-Operacionais. Ao diminuir a PIR, você encontrará o LDIR. Finalmente, para o
cálculo do LL, subtraia as Participações de Debêntures e as Contribuições.

24 CEDERJ
CONCLUSÃO

1
AULA
A análise contábil sempre estará associada a um processo
decisório. Assim, mediante a utilização dos principais instrumentos de
análise patrimonial, econômica e financeira, ela objetiva a avaliação
de desempenho e as expectativas ou tendências da empresa.
Você deve ter noções de análise e interpretação das demonstrações
contábeis direcionadas para um enfoque de geração de informações
para tomada de decisão. Para tal, é preciso conhecer os demonstrativos
contábeis usuais e algumas técnicas básicas de análise, assim como, ter
condições de implementar essa ferramenta em seus negócios.

Atividade Final
Demonstrando tudo... 4

Com base no saldo das contas da Empresa Industrial de Plásticos Santa


Catarina, no final do ano X3:

Em R$
Receita Operacional Líquida 19.400
Despesas Administrativas 2.000
Capital 11.000
Contas a Pagar 1.800
Veículos 6.000
Móveis e Utensílios 5.000
Estoques de Matéria-Prima 2.000
Estoques de Produto em Elaboração 1.000
Banco Conta Movimento 2.800
Despesas com Vendas 2.850
Custo dos Produtos Vendidos 13.000
Lucros Acumulados 5.400
Fornecedores 4.100
Caixa 1.500
Estoques de Produtos Acabados 2.000
Duplicatas a Receber 3.200
Despesas Financeiras 350

a. Elabore a DRE para X3, transferindo o lucro apurado para a Conta Lucros
Acumulados.

b. Elabore, em seguida, o BP em 31/12/X3.

CEDERJ 25
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras

a) DRE

Em R$
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA ______________

____________________________________ ______________
____________________________________ ______________
____________________________________ ______________
____________________________________ ______________
____________________________________ ______________
____________________________________ ______________
____________________________________ ______________
____________________________________ ______________
____________________________________ ______________
____________________________________ ______________

LUCRO LÍQUIDO ______________

b) BP

Em R$
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
_______________________________ _______________________________
_______________________________ _______________________________
________________________________ ________________________________
_______________________________ _______________________________
_______________________________
________________________________ EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

________________________________ ________________________________

PERMANENTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO


_______________________________ _______________________________
_______________________________ ________________________________
________________________________ _______________________________
_______________________________ _______________________________
TOTAL TOTAL

26 CEDERJ
1
Resposta Comentada

AULA
Empresa Industrial de Plásticos Santa Catarina
Demonstração do Resultado do Exercício findo em 31/12/X3

DRE
em milhares de reais

Receita Operacional Líquida 19.400


( - ) Custo dos Produtos Vendidos 13.000

LUCRO BRUTO 6.400


( - ) Despesas Operacionais
Despesas com Vendas 2.850
Despesas Administrativas 2.000
Despesas Financeiras 350

LUCRO LÍQUIDO 1.200

Empresa Industrial de Plásticos Santa Catarina


Balanço Patrimonial em 31/12/X3

Em R$
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
Caixa 1.500 Fornecedores 4.100
Banco Conta Movimento 2.800 Contas a Pagar 1.800
Duplicatas a Receber 3.200 Total do Circulante 5.900
Estoques de Produtos Acabados 2.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Estoques de Produtos em
Elaboração 1.000 Capital 11.000

Estoques de Matérias- Lucros Acumulados 6.600


Primas 2.000 Total do Patrimônio
Total do Circulante 12.500 Líquido 17.600

PERMANENTE
Imobilizado
Veículos 6.000
Móveis e Utensílios 5.000
Total do Permanente 11.000

TOTAL 23.500 TOTAL 23.500

CEDERJ 27
Análise das Demonstrações Contábeis | Demonstrações financeiras

Você deverá colocar, em primeiro lugar, o nome da empresa e informar o título do demonstrativo com
o período a que se refere. A DRE é apresentada de forma vertical, como você já viu em Contabilidade
Geral I. Pelos dados apresentados no enunciado desta atividade, você deverá iniciar pela Receita
do Exercício (receita líquida), tendo em vista não existirem deduções de vendas. Em seguida, passe
para o cálculo do Lucro Bruto, exclua o Custo das Mercadorias Vendidas. Para o cálculo do Lucro
Operacional, deduziram-se as despesas operacionais (vendas, administrativas e financeiras). Vale,
no entanto, ressaltar que nesta atividade o Lucro Operacional coincide com o Lucro Líquido, em
face da inexistência das demais contas de resultados.
Para elaboração do Balanço Patrimonial, você deverá inicialmente colocar o nome da empresa e
o título do demonstrativo e a data da elaboração. Em seguida, deve classificar no lado do Ativo as
contas no Ativo Circulante, Ativo Realizável a Longo Prazo e Ativo Permanente, seguindo seu grau
de liquidez. No lado do Passivo, você classificará as contas no Passivo Circulante, Passivo Exigível a
Longo Prazo e Patrimônio Líquido, seguindo o critério de exigibilidades. Cabe destacar que o saldo da
conta Lucros Acumulados representa o saldo inicial acrescido do Lucro Líquido apurado na DRE.
A seguir, deverá ser apurado o total do Ativo e do Passivo. Lembre-se de que o total do Ativo é
sempre igual ao total do Passivo (aplicações = origens).

RESUMO

O Balanço Patrimonial é um dos demonstrativos que auxiliam a compreensão


da Contabilidade. Representa a posição financeira de uma empresa em uma
data específica, partindo da premissa contábil de que:
Recursos Aplicados = Recursos Originados.
Os recursos aplicados encontram-se disponíveis sob diversas formas: o
dinheiro que a empresa tem em caixa ou no banco, as Duplicatas a Receber,
os Estoques, os Investimentos, o Imobilizado e o Diferido.
A DRE ajuda a entender a Contabilidade, já que mede o desempenho da
empresa em um período de tempo, por meio de:
Receita – Despesa = Lucro ou Prejuízo
Lucro é todo excesso de receitas sobre as despesas. Para os proprietários
e acionistas, é a compensação dos riscos na participação em um negócio.
O Lucro pode ser distribuído aos sócios (sob a forma de dividendos) ou
levado ao Patrimônio Líquido, aguardando uma destinação futura. Assim,
sempre que ocorre uma receita, o Patrimônio Líquido aumenta; por outro
lado, quando ocorre uma despesa, ele diminui.

28 CEDERJ
INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA

1
AULA
Na Aula 2, você conhecerá os principais conceitos e objetivos da Análise das
Demonstrações Financeiras e as técnicas de análise preliminares.

CEDERJ 29
2

AULA
Introdução à análise das
demonstrações financeiras
Meta da aula
Apresentar conceitos, objetivos, técnicas e
metodologia das demonstrações financeiras.
objetivos

Esperamos que, após o estudo desta aula, você seja


capaz de:

1
diferenciar análise interna e externa;

2 definir objetivos para a análise;

aplicar a primeira etapa da metodologia de análise


3
econômico-financeira.

Pré-requisito
Ter uma calculadora à mão será bastante útil.
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras

INTRODUÇÃO Agora que você já revisou os principais relatórios contábeis (Balanço Patrimonial
(BP) e Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), daremos os primeiros
passos para o entendimento da análise desses demonstrativos.
HUGO ROCHA Para isso, você aprenderá a importância dessa análise, qual a posição do analista
BRAGA
e quem são os usuários dos dados fornecidos por seus relatórios. Aprenderá
Graduado em
Ciências Contábeis também os ajustes necessários para preparar as principais demonstrações
e Administração contábeis de uma entidade jurídica a serem analisadas e as técnicas que
de Empresas,
foi professor norteiam essa análise.
universitário de
diversas instituições:
Fundação Getulio
Vargas (FGV), CONCEITO E OBJETIVOS DA ANÁLISE
Instituto Superior
de Estudos
Contábeis (ISEC), Segundo o Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa, ANALISAR
Instituto Brasileiro é: 1. fazer análise de; separar (um todo) em seus elementos ou
de Mercado de
Capitais (IBMEC)
partes componentes; 2. investigar, examinar minuciosamente;
e da Faculdade de esquadrinhar, dissecar (...).
Ciências Contábeis
e Administrativas
Moraes Júnior, na
Segundo HUGO ROCHA BRAGA,
qual ocupa o cargo
de diretor. Também a análise das demonstrações financeiras tem por objetivo observar e
atuou como gerente confrontar os elementos patrimoniais e os resultados das operações,
de normas contábeis
e auditoria da
visando ao conhecimento minucioso de sua composição qualitativa
Comissão de Valores e de sua expressão quantitativa, de modo a revelar os fatores
Mobiliários (CVM). antecedentes e determinantes da situação atual, e, também, a
Hugo é autor de
obras voltadas à área servir de ponto de partida para delinear o comportamento futuro
contábil-financeira, da empresa (p. 117).
como por exemplo:
Normas contábeis
e demonstrações Isso é o mesmo que dizer que a Análise de Balanços tem o objetivo
financeiras,
de extrair informações das demonstrações financeiras para subsidiar a
Introdução à
administração tomada de decisões. Ela permite conhecer os efeitos das decisões adotadas
contábil financeira
e Demonstrações no passado e as causas determinantes do estado atual, servindo de
financeiras: estrutura,
análise
orientação para a elaboração de planos futuros.
e interpretação. Como você viu na Aula 1, as demonstrações financeiras representam
DADOS X
INFORMAÇÕES o produto final da Contabilidade, com o objetivo de gerar dados para um

Dados podem grande e variado número de usuários, cujas necessidades são diferentes.
ser simplesmente Cabe ao analista transformar esses DADOS em INFORMAÇÕES.
números ou
descrição de Por exemplo: o Balanço Patrimonial da Empresa Rosa de Ouro
objetos ou eventos,
sem análise ou Ltda., encerrado em 31/12/X4, revela um estoque de R$ 5.000.000,00.
interpretação.
Isso representa um dado. Ao interpretar esse dado, o analista pode
Informações
representam a concluir se esse valor é adequado ou não para o ramo de atividade da
interpretação dos
dados. empresa; isto é uma informação.

32 CEDERJ
2
?
Quem são os

AULA
usuários dos dados
contábeis?
Para você entender melhor o papel da Análise
das Demonstrações Contábeis como ferramenta
de tomada de decisões, é necessário saber quem são os
principais usuários desses dados.
Lembra dos stakeholders, que você aprendeu na Aula 1 de
Contabilidade Geral I? Eles são os interessados nos dados gerados
pela contabilidade, ou seja, seus usuários. Naquela aula, você teve
informações gerais sobre eles; nesta, você verá mais detalhes sobre o
interesse de cada grupo de usuários:
• Administradores: são os responsáveis pela tomada de decisões que afetam o
patrimônio da empresa. Para isso, é preciso que tenham um perfeito conhecimento
dos fatos passados, a fim de prever o comportamento futuro do empreendimento.
Estão interessados na avaliação do potencial de investimento, na rentabilidade, na
capacidade de obtenção de crédito da empresa etc. (esses assuntos serão tratados
nesta disciplina em aulas futuras).
• Bancos: são as financeiras de dinheiro; têm por única finalidade a rentabilidade e o
retorno de seus investimentos. Assim, não transfeririam recursos para uma empresa cuja
análise de balanços mostre uma situação financeira pouco favorável.
• Governo e economistas governamentais: as agências governamentais, bem como esses
economistas, têm duplo interesse nas informações contábeis. Em primeiro lugar, é com
base em tais informações que exercem o poder de tributar e arrecadar impostos, taxas
e contribuições. Em segundo, os economistas interessam-se pelos dados contábeis das
diversas unidades microeconômicas (empresas), pois estes, convenientemente reunidos e
tratados estatisticamente, podem fornecer bases adequadas para as análises econômicas
do país.
• Fornecedores: estão igualmente interessados em obter informações preciosas sobre
as empresas que recorrem ao crédito, a fim de julgarem os riscos nas suas relações
comerciais e financeiras; por isso, analisam, entre outros, os dados dos balanços das
empresas que pretendem vender com prazo para pagamento.
• Investidores: também precisam estar a par das informações específicas (setor
de atividade, comportamento das ações no mercado etc.) das empresas onde
pretendem aplicar suas poupanças. Nessas circunstâncias, os demonstrativos
contábeis serão de grande utilidade para avaliação futura da empresa em
que irão investir seu capital.
• Concorrentes: a empresa analisa as demonstrações contábeis dos
seus concorrentes para conhecer a situação deles e sua posição
comparativamente a eles.
• Outros usuários: consumidores e o público em geral
estão interessados em conhecer certas informações
contábeis sobre a empresa; por exemplo, se a
empresa vem obtendo lucro, seu nível de
endividamento, sua previsão de
expansão etc.

CEDERJ 33
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras

Contabilidade x Análise das demonstrações financeiras

Um dos papéis da Contabilidade Financeira é registrar todos os


fatos que alterem o patrimônio da empresa. Seu produto final são as
demonstrações financeiras.
A Análise de Balanços, ao aplicar as técnicas de análise,
transforma os dados das demonstrações em medidas de avaliação
relativa (percentuais, números-índice e quocientes) – nosso assunto em
aulas futuras. Quando esses dados são interpretados, transformam-se
em informações financeiras para a tomada de decisões. Seu produto final
é o Relatório de Análise.
Desse modo, a Análise de Balanços começa onde termina a
Contabilidade, ou seja, no fim da demonstração expositiva dos fatos
(demonstrações contábeis), conforme ilustração a seguir:

CONTABILIDADE ANÁLISE DE BALANÇOS

Relatório
Escrituração Demonstrações Técnicas de análise
Fato Contábeis
(informações para
Contábil
tomada de
(dados)
decisões)

Figura 2.1: As atuações da Contabilidade e da Análise de Balanços.

ANÁLISE INTERNA X ANÁLISE EXTERNA

De acordo com a posição do analista, a análise das demonstrações


contábeis pode ser orientada em dois sentidos:
a) Análise interna
Neste caso, o analista está vinculado diretamente à empresa
analisada (como empregado ou sob contrato de prestação de serviços).
Isso faz com que o analista tenha maior facilidade de acesso aos dados da
empresa para exame, o que possibilita maior conhecimento sobre ela.
A análise interna tem vários objetivos específicos: projetos de
expansão, modernização, relocalização (transferir-se de um local para
outro), controle operacional etc. Esta análise sempre visará à avaliação
do desempenho da empresa, como medida de informação para tomada
de decisão.

34 CEDERJ
b) Análise externa

2
Na análise externa, o analista está vinculado a outra entidade

AULA
interessada nos negócios da empresa a ser analisada (usuários
mencionados anteriormente). O analista externo não tem a mesma
facilidade de acesso aos dados da empresa que o interno, embora deva
tentar se munir do maior número de dados possível para emitir suas
conclusões, de modo a amenizar os riscos dos interessados. Na análise
externa devem ser considerados, no mínimo, os três últimos exercícios
sociais.
Dentre os principais objetivos da análise externa estão: aquisição
de controle acionário, concessão de crédito, fusões e incorporações,
compra de ações em bolsa.

Fontes de informações para análise

!
Jay V – www.sxc.hu – cód 496572

Gaston Thauvin – www.sxc.hu


cód 466101

Além das demonstrações financeiras (Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do


Exercício, Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos e Demonstração de Lucros
ou Prejuízos Acumulados), o analista poderá utilizar-se dos Relatórios da Diretoria, dos
Relatórios do Conselho de Administração, do Parecer do Conselho Fiscal, do Parecer da
Auditoria e, se for o caso, de balancetes mensais, inventários, documentos (apólices,
contratos, escrituras etc.).
Outras fontes de informações, além dos dados internos, são os dados
externos, tais como: demonstrações financeiras de empresas que atuam
no mesmo setor de atividade (no caso de S.A., publicadas em jornais
de grande circulação, na Bolsa de Valores, em sites na internet
(www.infoinvest.com.br ou www.cvm.gov.br), em revistas
especializadas em análise (Exame – Maiores e Melhores,
Balanço Econômico etc.)
e em outras fontes.

CEDERJ 35
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras

Atividade 1
1 2
Diferenciando análise interna e externa
Analise as informações a seguir:
1 (...) A empresa ABCD vem crescendo significativamente e, para
possibilitar uma maior qualidade desta expansão, pretende realizar
obras em dois galpões, transformando-os em novas unidades de
venda. Para realizar esta empreitada, precisará dispor de R$ 3,5
milhões (...) (Revista Negócios, 20 de abril de 2006).

2 Empresa ABCD
t

4
(em milhões de R$)

3
Lucro obtido

t
X1 X2 X3 Ano

3 (...) O objetivo da proposição da análise é avaliar as condições financeiras da


empresa e verificar se é possível retirar de nosso patrimônio os fundos necessários
para a reforma dos dois galpões que abrigarão as novas unidades de venda.
(Trecho retirado de um memorando redigido pelo presidente da empresa ABCD.)

4 (...) O objetivo da proposição da análise é a instituição bancária avaliar as condi-


ções financeiras da empresa para a concessão de fundos necessários para a
reforma dos dois galpões que abrigarão as novas unidades de venda.
(Trecho retirado de um memorando redigido pelo presidente da empresa ABDC.)

De acordo com as informações 1, 2, 3 e 4, determine:


a. Qual das informações está relacionada à análise interna? Selecione a parte da informação
que lhe proporcionou chegar a esta conclusão.
_______________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

36 CEDERJ
2
b. Qual é o objetivo dessa análise interna?

AULA
_____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

c. Qual das informações denuncia a ocorrência de uma análise externa? Selecione a


parte da informação que lhe proporcionou chegar a esta conclusão.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

d. Qual é o objetivo dessa análise externa?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

Resposta Comentada
Nesta atividade você pôde diferenciar análise interna de externa e, ao mesmo tempo, perceber
os objetivos envolvidos em cada um dos tipos nas situações específicas.
Você provavelmente deduziu, comparando as informações disponíveis, que 3 e 4 são as
que denunciam os diferentes tipos de análise. Na informação 3, você esteve diante de uma
situação relacionada à análise interna: o presidente da empresa solicitou que se fizesse uma
análise e que, a partir dela, pudesse tomar a decisão de utilizar capital interno para realizar
uma obra de expansão. A expressão que claramente denuncia o fato de estarmos diante de
uma análise interna é “nosso patrimônio”.
A informação 4 se remete a uma análise externa: é um trecho de um memorando do presidente da
empresa solicitando à instituição bancária uma avaliação para concessão de fundos (empréstimo)
para realização da obra de expansão da ABCD. “Concessão de fundos” é a expressão que
denuncia a ocorrência de uma análise externa.

ANÁLISE: POR ONDE COMEÇAR?

O analista de balanços, ao contrário do contador, tem toda a


liberdade de ajustar as contas das demonstrações contábeis para
diagnosticar a situação da empresa.

Todas as demonstrações financeiras devem ser analisadas. Nesta


disciplina daremos ênfase ao BP e à DRE, já que, por esses demonstrativos,
podemos evidenciar a situação econômico-financeira de uma empresa.
Para efetuar a análise dos demonstrativos, estes deverão ser
preparados ou ajustados para análise. Os ajustes (ou reclassificações)
são, na verdade, um novo reagrupamento de algumas contas. Estas
adequações correspondem a um modelo básico de adequações para a
execução de uma análise de demonstrações contábeis e serão utilizadas
nas análises que realizaremos nesta aula. Veja alguns exemplos:

CEDERJ 37
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras

a) Duplicatas Descontadas
Ao contrário das demais contas, é praxe no mercado ajustar a
conta Duplicatas Descontadas, independente do objetivo da análise e da
posição do analista. Mas qual é o motivo dessa reclassificação?
O Desconto de Duplicatas é um empréstimo feito pela empresa
para obter capital de giro. Em Contabilidade Geral II, você aprendeu
que a conta Duplicatas Descontadas retificava o valor das Duplicatas a
Receber, ou seja, classificada no Ativo Circulante como uma dedução. Na
análise, a conta Duplicatas Descontadas é excluída do Ativo Circulante
e alocada no Passivo Circulante.
Isso acontece porque, como estamos falando de uma conta que
apresentava caráter retificador (negativo), retirá-la do Ativo faz com
que este fique maior. Essa alteração tenderia a desequilibrar os pratos
da balança patrimonial e, para que isso não aconteça, o mesmo valor é
lançado no Passivo Circulante.
Ao reclassificá-la desta maneira, você terá chance de fazer uma
análise mais adequada das fontes de recursos que a empresa utiliza.
A Provisão para Devedores Duvidosos, que também é uma
conta retificadora de Duplicatas a Receber, não é transportada
para o Passivo. Durante a análise do BP e seguindo o Princípio do
Conservadorismo (que você aprendeu na Aula 2 de Contabilidade Geral
I), o valor lançado naquela conta é dado como perdido pela empresa.
Este valor, portanto, é descontado do valor das Duplicatas a Receber.
Sua contrapartida está na DRE, pois o não-recebimento dessa quantia
implica o aumento das despesas operacionais da empresa e, conse-
qüentemente, redução do lucro desta.
b) Qualidade das demonstrações contábeis
A qualidade das demonstrações também influi de forma
significativa para a análise. A Lei 6.404/76 (das S.A.) exige um parecer
de auditoria para as Sociedades Anônimas, o que não é exigido das
empresas limitadas.
Dada a ausência do Parecer de Auditoria, o analista externo ao
efetuar análise de uma empresa limitada deverá redobrar sua atenção, a
fim de proceder a uma correta interpretação dos dados contidos nesses
demonstrativos. Muitas vezes eles se apresentam embelezados, isto é,
anotados de maneira a revelar uma situação da empresa mais favorável.
Exemplos disso são os registros no Ativo Circulante de Duplicatas a

38 CEDERJ
Receber com vencimentos de longo prazo ou de Obrigações Vencíveis a

2
Curto Prazo no Exigível a Longo Prazo. Caso não haja um esclarecimento

AULA
satisfatório, o analista deverá reclassificar esses dados contra a empresa,
isto é, os direitos passam para o Ativo Realizável a Longo Prazo e as
obrigações passam para o Passivo Circulante. Assim, é atendida a
Convenção do Conservadorismo.

! A análise da situação
financeira de qualquer entidade
se dá por meio da comparação entre os
valores do Ativo Circulante e
do Passivo Circulante.

c) Resultado de Exercícios Futuros


Em termos de ajustes, destaca-se também o grupo Resultado de
Exercícios Futuros. Você lembra se ele representa capitais próprios ou
de terceiros?
O analista deverá verificar se realmente se trata de adiantamentos
de clientes para futura entrega de produtos ou serviços com cláusula
de não-reembolso. A partir dessa análise, duas são as possibilidades:
(1) se tiver sido classificado inadequadamente, este valor representa
uma obrigação, e reclassificado para o Passivo Circulante ou para o
Passivo Exigível a Longo Prazo, respeitando o prazo de vencimento; (2)
se estiver corretamente registrado, deverá ser eliminado e reclassificado
no Patrimônio Líquido (por se tornar no futuro um “lucro” líquido).
d) Outros ajustes
Além dos ajustes mencionados, outros poderão ser feitos nas
demonstrações financeiras, por exemplo, aqueles que envolvem despesa
do exercício seguinte, estoques invendáveis, duplicatas incobráveis. Nestas
situações, os valores classificados no Ativo serão eliminados do Ativo
Total (seja em função dos valores não-realizáveis ou de realização difícil)
e terão como contrapartida uma dedução do Patrimônio Líquido.

CEDERJ 39
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras

Atividade 2
Ajustes necessários à primeira etapa da metodologia de análise 3

Considerando as afirmações sobre a preparação das demonstrações financeiras para


análise, é necessário:
I. Proceder-se a ajustes sempre que estas contiverem valores que representam créditos
incobráveis classificados no Ativo Circulante.
II. Proceder-se a ajustes sempre que estas contiverem contas que o analista externo não
consiga esclarecer convenientemente.
III. Proceder-se a ajustes sempre que estas contiverem valores de mercadorias obsoletas,
retiradas de comercialização constantes da conta “Mercadorias em Estoques”.
Estão corretas:
( ) I e II. ( ) I e III.
( ) II e III. ( ) I, II e III.
( ) nenhuma está correta.

Resposta Comentada
Você viu na teoria que o analista deverá ajustar as demonstrações financeiras a
fim de melhorar a eficiência da análise, conforme explicação a seguir:
- Afirmativa I: a exclusão dos créditos incobráveis do Ativo Circulante terá como
contrapartida a diminuição do Patrimônio Líquido. Os créditos incobráveis não se
realizarão financeiramente; portanto, devem ser excluídos do Ativo Circulante.
- Afirmativa II: se não houver esclarecimento sobre as contas, o analista externo
deverá reclassificá-las contra a empresa.
- Afirmativa III: Na conta Mercadorias em Estoques só devem constar mercadorias
em condições para realização de vendas. A exclusão dos estoques obsoletos do
item Estoques de Mercadorias terá como contrapartida a diminuição do grupo
Patrimônio Líquido.
Portanto, todas as afirmações estão corretas.

UM MODELO PADRONIZADO PARA ANÁLISE


A EMPRESA V IA
D I G I T A L S.A.
Para aplicar as técnicas de análise das demonstrações contábeis é
(EVD S.A.)
Será utilizada como
necessário prepará-las fazendo ajustes, como você viu na seção anterior.
empresa exemplo ao Acompanhe como proceder a esta preparação pelo exemplo da EMPRESA
longo da disciplina,
para que você VIA DIGITAL S.A.
possa acompanhar
passo a passo toda
a metodologia de
análise.

40 CEDERJ
2
AULA
Hagit Berkovich – www.sxc.hu – 392613
Daniel Wildman – www.sxc.hu – 298369

Figura 2.2: Produtos da Empresa Via Digital S.A.

A Empresa Via Digital S.A. solicitou um empréstimo de


R$ 1.000.000,00 ao Banco Confiança. Para ganhar credibilidade, enviou
junto com o pedido de empréstimo as demonstrações contábeis referentes
aos três últimos exercícios sociais (incluindo as Notas Explicativas e o
Parecer dos Auditores Independentes, sem ressalvas):

CEDERJ 41
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras

Empresa Via Digital S.A.


Balanço Patrimonial encerrado em:

Balanço Patrimonial
Em R$

ATIVO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


Ativo Circulante
Caixa e Bancos c/ Movimento 1.563 637 816
Aplicações de Liquidez Imediata 5.827 1.387 2.033
Duplicatas a Receber 48.690 41.995 53.901
Duplicatas Descontadas (13.130) (18.079) (23.462)
Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (1.472) (980) (880)
Estoque de Produtos Acabados 11.010 19.849 25.734
Estoques de Produtos em Elaboração 4.232 4.644 6.018
Matérias-primas 18.681 8.918 11.475
Total do Ativo Circulante 75.401 58.371 75.635

Ativo Permanente
- Investimentos
Ações de Outras Empresas 2.730 2.662 3.448
Obra de Arte 533 1.444 1.904
Total dos Investimentos 3.263 4.106 5.352

- Imobilizado
Imóveis 17.290 17.290 17.290
Máquinas e Equipamentos 12.168 21.345 23.000
Veículos 6.877 8.280 9.132
Ferramentas 2.223 2.506 3.500
Depreciação Acumulada (7.244) (8.000) (8.200)
Obras em Andamento - 17.615 28.278
Total do Imobilizado 31.314 59.036 73.000

- Diferido
Gastos com Reorganização - 1.982 3.179
Total do Diferido - 1.982 3.179
Total do Ativo Permanente 34.577 65.124 81.531

TOTAL DO ATIVO 109.978 123.495 157.166

42 CEDERJ
Empresa Via Digital S.A.

2
Balanço Patrimonial encerrado em:

AULA
Balanço Patrimonial
Em R$

PASSIVO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


Passivo Circulante
Fornecedores 31.996 18.518 24.038
Encargos Sociais 3.229 2.322 2.464
Impostos a Recolher 5.499 2.458 2.205
Financiamentos 2.457 2.557 7.109
Dividendos a Pagar 1.261 1.400 1.520
Empréstimos Bancários 2.982 3.609 2.578
Total do Passivo Circulante 47.424 30.864 39.914

Passivo Exigível a Longo Prazo


Empréstimos Bancários 14.196 13.633 17.524
Financiamentos - 37.658 46.100
Total do Passivo Exigível a Longo Prazo 14.196 51.291 63.624

Patrimônio Líquido
Capital Social 29.673 23.190 30.119
Reservas de Capital 11.038 11.779 13.446
Reservas de Lucros 505 368 480
Lucros Acumulados 7.142 6.003 9.583
Total do Patrimônio Líquido 48.358 41.340 53.628

TOTAL DO PASSIVO 109.978 123.495 157.166

Empresa Via Digital S. A.


Demonstração do Resultado do Exercício relativa ao exercício de:

DRE

Em R$

DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
RECEITA OPERACIONAL BRUTA 237.401 294.377 313.824
(-) Impostos incidentes sobre Vendas 17.066 15.823 21.967
(-) Devoluções e Abatimentos sobre Vendas 9.823 19.208 11.657
(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 210.512 259.346 280.200
(-) Custo dos Produtos Vendidos 160.385 161.313 174.340
(=) LUCRO BRUTO 50.127 98.033 105.860
(-) DESPESAS OPERACIONAIS:
. Vendas 10.218 12.189 13.225
. Administrativas 9.296 8.299 9.078
. Financeiras 15.868 71.839 78.932
(=) LUCRO OPERACIONAL 14.745 5.706 4.625
(+) Receitas Não-operacionais 256 176 866
(-) Despesas Não-operacionais 100 100 250
(=) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA 14.901 5.782 5.241
(-) Provisão para Imposto de Renda 4.797 1.100 1.661
(=) LUCRO LÍQUIDO 10.104 4.682 3.580

LUCRO POR AÇÃO 0,888 0,390 0,420

CEDERJ 43
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras

DADOS COMPLEMENTARES
Em R$

DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3

Compras 133.182 246.396 375.081

Acompanhe esta aula de maneira mais ativa, construindo o


exemplo junto conosco, preenchendo as tabelas.
DICAS
FUNDAMENTAIS! Imagine que você é o analista do banco. Foi incumbido da tarefa
- Para o transporte dos de analisar a empresa para avaliar a capacidade desta para amortizar o
dados do BP:
1. Disponível: empréstimo solicitado. De posse das demonstrações contábeis da EVD
Caixa, Bancos, S.A. e conhecendo o modelo utilizado pelo Banco Confiança para análise
Conta Movimento e
Aplicações de Liquidez deste material, você iniciou seus procedimentos.
Imediata.
2. AV = Análise
Vertical e AH = Análise

!
Horizontal. Essas são O que um analista
técnicas de análise que deve ter em mente antes
você aprenderá nas de iniciar seu trabalho?
próximas aulas. Por
Antes de iniciar o estudo sobre
enquanto, atenha-se a
preencher a lacuna dos uma empresa, o analista tem de saber o
valores. objetivo do estudo, sua posição, a qualidade dos
3. Lembre-se do demonstrativos apresentados e os ajustes necessários,
que você aprendeu para adequá-los à análise. No exemplo da Empresa Via
nesta aula sobre
Digital S.A., temos:
as Duplicatas
Descontadas... - Em termos de objetivo:
- Para o transporte dos O objetivo desta análise é diagnosticar se a Empresa Via Digital
dados da DRE: S.A. tem capacidade de honrar o empréstimo solicitado.
Utilize valores entre - Quanto à posição do analista:
parênteses somente
A análise é externa, uma vez que você é analista do Banco Confiança
nestas situações:
1. valores e está interessado nos negócios da empresa analisada.
representativos de - Quanto à qualidade:
resultados negativos; Segundo as fontes disponíveis, a qualidade das demonstrações
2. despesas financeiras a princípio apresenta-se boa, pois as demonstrações foram
líquidas (quando as
examinadas por auditores independentes, conforme o
receitas financeiras
forem superiores às Parecer de Auditoria Externa, sem ressalvas.
despesas financeiras. - Em relação aos ajustes:
3. outras despesas ou O ajuste será efetuado na conta Duplicatas
receitas operacionais Descontadas; você deve retirá-la do Ativo
(quando as outras
Circulante e alocá-la no Passivo Circulante,
receitas operacionais
forem superiores pois viu, anteriormente, que é uma
às outras despesas fonte de recursos.
operacionais).

O primeiro passo para sua análise foi transportar os dados


originais para o modelo utilizado pela instituição que a está procedendo
(leia as DICAS ao lado antes de iniciar sua tarefa!). Para auxiliá-lo, algumas
células da tabela já estão preenchidas.

44 CEDERJ
MODELO PADRONIZADO DO BANCO CONFIANÇA PARA

2
ANÁLISE DO BALANÇO PATRIMONIAL

AULA
Nome da empresa: ______________________________________
Título da demonstração: _________________________________

31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


APLICAÇÕES VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % % R$ % %
Disponibilidades (1)
Direitos Realizáveis a
CP (2)
Soma (3) = (1 + 2) 54.608 43.039 55.870
Estoques (4)
ATIVO CIRCULANTE
88.531 76.450 99.097
(5) = (3 + 4)
ATIVO REALIZÁVEL A
LP (6)
ATIVO PERMANENTE
34.577 65.124 81.531
(7) = (8 + 9 + 10)
. Investimentos (8)
. Imobilizado (9)
. Diferido (10)
ATIVO TOTAL (11) = (5
123.108 141.574 180.628
+ 6 + 7)

31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


ORIGENS VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % % R$ % %

PASSIVO CIRCULANTE (1)

PASSIVO EXIGÍVEL A LP (2)

74.750 100.234 127.000


PASSIVO EXIGÍVEL (3) = (1 + 2)

PATRIMÔNIO LÍQUIDO (4)

123.108 141.574 180.628


PASSIVO TOTAL (5) = (3 + 4)

CEDERJ 45
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras

MODELO PADRONIZADO PARA ANÁLISE DA


DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Nome da empresa: ______________________________________


Título da demonstração: _________________________________

X1 X2 X3
DISCRIMINAÇÃO VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % % R$ % %
ROB (1)
(-) Deduções de Vendas (2)
(=) ROL (3) = (1 – 2) 210.512 259.346 280.200
(-) CPV. (4)
(=) LUCRO BRUTO 50.127 98.033 105.860
(5) = (3 – 4)
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
35.382 92.327 101.235
(6) = (7 + 8 + 9 + 10)
Vendas (7)
Administrativas (8)
Financeiras Líquidas (9).
Outras Despesas/Receitas (10)
(=) LUCRO OPERACIONAL
14.745 5.706 4.625
(11) = (5 – 6)
(+) Resultados Não-
Operacionais (12)
(=) LUCRO ANTES DO IR 14.901 5.782 5.241
(13) = (11 + 12)
(-) Provisão para IMPOSTO DE
RENDA (14)
(=) LUCRO LÍQUIDO 10.104 4.682 3.580
(15) = (13 – 14)

ROB
Receita Operacional Bruta.

ROL
Receita Operacional Líquida.

CPV
Custo dos Produtos Vendidos.

IR
Imposto de Renda.

46 CEDERJ
Ao preencher as tabelas durante o estudo deste tópico, você acabou

2
de realizar uma atividade relacionada ao terceiro objetivo desta aula:

AULA
executar a primeira etapa de uma metodologia de análise.

AS ETAPAS DA METODOLOGIA DA ANÁLISE ECONÔMICO-


FINANCEIRA

De posse das demonstrações contábeis, o analista irá prepará-las


para a análise. Neste momento, você já sabe qual é a sua posição (se
analista interno ou externo) e o objetivo da análise (para quem e por
quê). Este trabalho pode ser dividido em cinco etapas:
• 1ª etapa: transportar os dados das demonstrações financeiras
para o MODELO PREVIAMENTE DEFINIDO, onde são feitos os ajustes
MODELO
necessários. Além de adequá-los à análise, este trabalho reduz PREVIAMENTE
DEFINIDO
de forma significativa o número de contas, uma vez que, em
É aquele que a
vez de contas específicas, utilizamos grupos de mesma natureza, instituição que
facilitando a análise das demonstrações. Essa etapa foi a que procede à análise
define. Nesta aula,
você cumpriu nesta aula, construindo seu aprendizado por uma vimos um modelo
simplificado de
atividade. análise, que foi
• 2ª etapa: neste momento, as demonstrações encontram-se aplicado à Empresa
Via Digital S.A.
preparadas para receber as TÉCNICAS DE ANÁLISE. Essas técnicas
transformam os dados em medidas relativas (e você as verá em
aulas posteriores). TÉCNICAS DE
• 3ª etapa: após aplicadas as técnicas, o analista deve comparar os ANÁLISE
índices extraídos com os de empresas concorrentes do mesmo As técnicas a serem
aplicadas dependem
porte e com os da média do setor. Esses índices-padrão são da finalidade da
análise, e você
encontrados em revistas especializadas, como por exemplo, as aprenderá nas
Exame – Melhores e Maiores. próximas aulas. Só
para “diminuir” sua
• 4ª etapa: após efetuar as etapas 1, 2 e 3, o analista pondera os curiosidade, dentre
as principais técnicas
diversos dados e informações, a fim de chegar a um diagnóstico temos:
a) Análise Vertical;
ou conclusões.
b) Análise
• 5ª etapa: por último, o analista toma a decisão, elaborando o Horizontal;
c) Análise por
Relatório de Análise, seu produto final. Quocientes.

CEDERJ 47
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras

O RELATÓRIO DE ANÁLISE

É o meio de comunicação pelo qual o analista de balanço divulga


o resultado de seu trabalho. Deve ser elaborado de forma clara e sucinta,
de acordo com o objetivo da análise e a quem ele se dirige.
O relatório de análise deve incluir uma introdução, na qual o
analista deverá explicar o objetivo da análise e para quem ela está sendo
feita. Em seguida, deve haver uma visão preliminar sobre os pontos fortes
e fracos dos aspectos observados quando da aplicação das técnicas de
análise. Posteriormente, serão enfocados com maior profundidade os
aspectos levantados na etapa anterior.
Após análise mais detalhada, o analista deverá opinar sobre cada
item abordado. Ao final do relatório, deverá sugerir ou recomendar
medidas a serem tomadas que poderão melhorar ou corrigir falhas
detectadas na situação existente.
Para a realização do seu trabalho, em relação aos dados da empresa,
o analista deverá:
– priorizar as tendências;
– mostrar a real situação corrente;
– enfatizar os aspectos fortes;
– não omitir os pontos fracos;
– utilizar gráficos sempre que possível;
– adotar uma linguagem clara e concisa.

Lucro Obtido
t

R$

1.500.000,00

1.000.000,00

500.000,00 t
X1 X2 X3 Ano
Figura 2.3: Gráficos são sempre apreciados em relatórios de análise, devido ao
caráter fortemente ilustrativo das informações.

48 CEDERJ
CONCLUSÃO

2
AULA
Você viu hoje uma metodologia específica de análise das
demonstrações financeiras, necessária para que seja feita uma avaliação
sobre a empresa para tomada de decisão. É importante que se tenha em
mente que cada instituição tem seu modelo de análise de demonstrativos
predefinido. Estes modelos são diretamente influenciados pelos interesses
que desencadearam o início da análise.

Atividade Final
A Análise dos demonstrativos da empresa ViajeBem S.A. 3

A empresa de turismo ViajeBem S.A. teve que proceder às pressas à análise das suas
demonstrações contábeis mais importantes: o BP e a DRE, ambos para o exercício de X1.
Você foi contratado para realizar esta análise. O primeiro passo, que você vai realizar
nesta atividade, é transportar os dados dos demonstrativos para o modelo padronizado
estabelecido pela empresa. Veja o que lhe foi fornecido:
1. Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/X1

Balanço Patrimonial
Em R$
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Caixa 80 Fornecedores 2.700
Bancos 320 Empréstimos a Pagar 5.000
Estoques 3.700 Impostos a Recolher 1.300
Dividendos a Pagar 1.900
Realizável a Longo Prazo
Títulos a Receber a Longo Prazo 1.800
Participações Não-Permanentes em Empresas 3.000 Exigível a Longo Prazo
Empréstimos a Pagar 8.000
Financiamentos a Pagar 1.400
Permanente
Investimentos
Ações de Controladas ou Coligadas 5.400 Patrimônio Líquido
Obras de Arte 6.000 Capital Social 82.630
Imóveis Não de Uso (para renda) 20. 000 Lucros ou Prejuízos Acumulado 6.270

Imobilizado
Terrenos 9.000
Máquinas 15.000
Sistemas aplicativos – softwares 7.000
Móveis e Utensílios 10.000
Veículos 20.000
Marcas e Patentes 4.000
Diferido
Gastos Pré-operacionais 3.900

Ativo Total 109.200 Passivo Total 109.200

CEDERJ 49
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras

2. Demonstração do Resultado do Exercício findo em X1

DRE

Em R$

Receita Operacional Bruta 40.000,00


(-) Deduções 10.000,00
Receita Operacional Líquida 30.000,00
(-) Custo das Mercadorias Vendidas 20.000,00
= Lucro Operacional Bruto 10.000,00
(-) Despesas Operacionais
Administrativas 5.000,00
(=) Lucro Operacional Líquido 5.000,00
(+) Receitas Não-Operacionais 500,00
(=) Lucro Antes do Imposto de Renda 5.500,00
(-) Provisão para o Imposto de Renda 1.000,00
(=) Lucro Líquido 4.500,00

De posse das demonstrações anteriores, faça os ajustes necessários e preencha as tabelas


dos modelos padronizados de análise do BP e da DRE, disponibilizados a seguir:

a. BP:

Para auxiliá-lo, o total do Ativo e do Passivo já está preenchido.

Em R$

APLICAÇÕES Valor ORIGENS Valor


Disponibilidades (1) Passivo Circulante (1)

Direitos Realizaveis a CP (2)

Soma (3) = (1+2) Passivo Exigível a LP (2)

Estoques (4)

Ativo Circulante (5) = (3+4) Passivo Exigível (3) = (1+2)

Ativo Realizável a LP (6)

Ativo Permanente (7) = (8+9+10) Patrimônio Líquido (4)

Investimentos (8)

Imobilizado (9)

Diferido (10)

ATIVO TOTAL (11) = (5+6+7) 109.200 PASSIVO TOTAL (5) = (3+4) 109.200

50 CEDERJ
2
b. DRE:

AULA
Para auxiliá-lo, o Lucro Líquido já está preenchido.

Em R$
DISCRIMINAÇÃO Valor
Receita Operacional Bruta (1)

(-) Deduções de Vendas (2)

(=) Receita Operacional Líquida (3) = (1-2)

(-) Custo dos Produtos Vendidos (4)

(=) Lucro Bruto (5) = (3-4)

(-) Despesas Operacionais (6) = (7+8+9+10)

. Vendas (7)

. Administrativas (8)

. Financeiras Líquidas (9)

. Outras Despesas/Receitas (10)

(=) Lucro Operacional (11) = (5-6)

(+) Resultados Não-Operacionais (12)

(=) Lucro antes do IR (13) = (11+12)

(-) Provisão para o IR (14)

(=) Lucro Líquido (15) = (13-14) 4.500

Resposta Comentada
Se você acompanhou esta aula trabalhando nas tabelas que apresentavam a
primeira etapa de uma análise, não deve ter sido difícil realizar esta atividade. No
Balanço Patrimonial não havia contas que precisassem ser transferidas do Ativo
para o Passivo e, por isso, sua principal ação foi distribuí-las corretamente dentro
dos grupos a que pertenciam no modelo padronizado. No modelo da DRE
adotou-se o mesmo procedimento para o preenchimento. Você deve
ter elaborado tabelas como as seguintes:

CEDERJ 51
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras

ViajeBem S. A.
Balanço Patrimonial ajustado, encerrado em 31/12/X1

Em R$

APLICAÇÕES Valor ORIGENS Valor


Disponibilidades (1) 400 Passivo Circulante (1) 10.900

Direitos Realizaveis a CP (2) –

Soma (3) = (1+2) 400 Passivo Exigível a LP (2) 9.400

Estoques (4) 3.700

Ativo Circulante (5) = (3+4) 4.100 Passivo Exigível (3) = (1+2) 20.300

Ativo Realizável a LP (6) 4.800

Ativo Permanente (7) = (8+9+10) 100.300 Patrimônio Líquido (4) 88.900

Investimentos (8) 31.400

Imobilizado (9) 65.000

Diferido (10) 3.900

ATIVO TOTAL (11) = (5+6+7) 109.200 PASSIVO TOTAL (5) = (3+4) 109.200

A análise das demonstrações contábeis é utilizada

52 CEDERJ
2
ViajeBem S. A.

AULA
Demonstração do Resultado do Exercício ajustada, relativa ao exercício de X1

Em R$
DISCRIMINAÇÃO Valor
Receita Operacional Bruta (1) 40.000

(-) Deduções de Vendas (2) 10.000

(=) Receita Operacional Líquida (3) = (1-2) 30.000

(-) Custo dos Produtos Vendidos (4) 20.000

(=) Lucro Bruto (5) = (3-4) 10.000

(-) Despesas Operacionais (6) = (7+8+9+10) 5.000

. Vendas (7) –

. Administrativas (8) 5.000

. Financeiras Líquidas (9) –

. Outras Despesas/Receitas (10) –

(=) Lucro Operacional (11) = (5-6) 5.000

(+) Resultados Não-Operacionais (12) 500

(=) Lucro antes do IR (13) = (11+12) 5.500

(-) Provisão para o IR (14) 1.000

(=) Lucro Líquido (15) = (13-14) 4.500

CEDERJ 53
Análise das Demonstrações Contábeis | Introdução à análise das demonstrações financeiras

RESUMO

A análise das demonstrações contábeis é utilizada por instituições para


avaliar a eficiência de suas atividades. Pode ser realizada pela própria
empresa (análise interna) ou por outras instituições que tenham interesses
em jogo (análise externa). Em ambos os casos, a análise influencia
diretamente a tomada de decisões administrativas.
Para a execução de uma análise, as demonstrações contábeis mais utilizadas
são o BP e a DRE, em geral referentes aos três últimos exercícios.
Há cinco etapas envolvidas na execução de uma análise. A primeira delas
é a transposição dos dados das demonstrações para o modelo de análise
utilizado pela entidade que a está fazendo. Em seguida, aplicam-se técnicas
de análise que fornecerão indicadores do andamento dos negócios da
empresa analisada, avaliam-se as informações para gerar um diagnóstico
da situação da empresa e decide-se que atitudes tomar.
As informações obtidas em uma análise de demonstrativos são divulgadas
em um relatório de análise, cujo formato é previamente definido.

INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA

Na Aula 3, enfocaremos a técnica de análise denominada Análise


Vertical.

54 CEDERJ
3

AULA
Análise Vertical
Metas da aula
Apresentar a técnica de Análise Vertical, uma das técnicas
de Análise de Balanços, explicando sua importância como
instrumento de análise dos demonstrativos.
objetivos

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula,


você seja capaz de:

1 aplicar a técnica de Análise Vertical ao Balanço


Patrimonial;

2 aplicar a técnica de Análise Vertical à Demonstração


do Resultado do Exercício;

3 identificar os objetivos da Análise Vertical;

4 analisar os resultados obtidos pela Análise Vertical


para inferir sobre a situação da empresa analisada.

Pré-requisitos
Para acompanhar esta aula com mais facilidade, é necessário ter claros
os principais relatórios contábeis (BP e DRE), já estudados nas aulas de
Contabilidade Geral I (Aulas 4 e 7), como também ter acompanhado
a revisão daquele conteúdo realizada na Aula 1 desta disciplina.
Você deve, também, se reportar à aula passada, em que foram estudados
os conceitos, objetivos e procedimentos de preparação das demonstrações
contábeis para aplicação das técnicas de análise.
Mais uma vez, uma calculadora o ajudará bastante!
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical

INTRODUÇÃO As técnicas de Análise que você vai aprender nesta disciplina se remetem
a relativizações de valores expressos nas demonstrações contábeis. Essas
relativizações podem ser percentuais ou razões (quocientes) entre valores de
determinados grupos dos demonstrativos; por exemplo, do BP.
Existem diversas técnicas de análise. As principais você vai aprender nesta
ANÁLISE disciplina ANÁLISE VERTICAL, Análise Horizontal e Análise por Índices. Nesta aula,
VE R T I C A L abordaremos a Análise Vertical.
Também é
denominada
Na Análise Vertical, você calculará a participação percentual de cada item
Análise de Estrutura (elemento ou rubrica) em relação a determinado valor (base). Esse valor pode ser,
ou Análise de
Composição. por exemplo, o Ativo Total ou o Passivo Total (no caso do Balanço Patrimonial)
ou a Receita Operacional Líquida (no caso da DRE).
Para você ter uma idéia, veja, a seguir, a composição percentual do Ativo de
uma empresa, segmentada pelos seus principais grupos de contas:

Composição do ativo

20%
Ativo Circulante

Ativo Realizável Longo Prazo


10%
Ativo Permanente

70%

De acordo com os percentuais calculados, chegamos à informação de que, nesta


empresa, o Ativo Circulante apresenta a maior participação. Essa informação é
importante, por exemplo, para um fornecedor que precisa saber se a empresa
em questão é capaz de pagar suas obrigações a curto prazo, se comparado
com o Passivo Circulante.
São diversas as aplicações da técnica e as informações que se pode obter por
seu uso. Você verá algumas delas em seguida.

COEFICIENTES
OU PERCENTUAIS A ANÁLISE VERTICAL
Medidas que
indicam a proporção A Análise Vertical, como você já sabe, é uma técnica de análise
de cada componente
de demonstrações contábeis. Ao aplicar a técnica de Análise Vertical, o
em relação à base.
analista está transformando os valores monetários das demonstrações
financeiras em medidas relativas, chamadas COEFICIENTES OU PERCENTUAIS.

56 CEDERJ
3
Valores são transformados em
Coeficientes

AULA
Monetários
(em R$) (em %)

%
Figura 3.1: Pela Análise Vertical, valores monetários são convertidos em coeficientes
ou percentuais.

O uso da Análise Vertical tem como principal objetivo medir o


percentual (%) de cada componente em relação à base.
A base é representada pela percentagem de 100%. O que determina
o valor correspondente a estes 100% é a demonstração contábil que se
está analisando. Assim, no BP, a base (100%) é representada pelo Ativo
Total ou pelo Passivo Total (o que, de fato, representa o mesmo valor);
na DRE, a base é estabelecida pela Receita Operacional Líquida.
Por medir proporções entre os valores e a base, a Análise Vertical
tem como finalidade observar as contas (ou grupos) de maior valor e
de maior importância na análise da empresa. Além disso, possibilita
comparar as mudanças que existem entre essas proporções, permitindo a
visualização rápida das contas (ou grupos) que mais sofreram alterações
entre dois ou mais períodos analisados.

COMO REALIZAR A ANÁLISE VERTICAL?

A Análise Vertical é calculada da seguinte forma:

No Balanço Patrimonial

A base é representada pelo Ativo Total ou Passivo Total (100%). x 100


Isso acontece porque, numa análise de Balanço, é importante saber o Você sabia que se
multiplicarmos
quanto a empresa possui de recursos aplicados no Ativo Circulante, o numerador de
Realizável a Longo Prazo e Permanente em relação ao total das uma fórmula por
100 o resultado da
aplicações; o mesmo vale para o Passivo (Circulante, Exigível a Longo fração já é dado
em percentual?
Prazo e Patrimônio Líquido), em relação ao total das origens. É por isso que,
na expressão
Para calcular o percentual de um grupo do BP, é necessário dividi-
representada para
lo pelo Ativo ou Passivo Total. Análise Vertical do
BP, multiplicamos o
numerador por 100!
Conta (ou grupo) a analisar X 100
Base
(Ativo Total ou Passivo Total)

CEDERJ 57
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical

Para facilitar a interpretação da Análise Vertical, sempre que


ARREDONDAMENTOS
São efetuados quando possível, deve-se efetuar ARREDONDAMENTOS nos percentuais apurados
há casas decimais a
para zero casas decimais.
serem excluídas em
um número.

?
Como arredondar números?
Você deve efetuar o arredondamento de acordo
com o critério universal. Este critério diz que:
1 – deve-se determinar quantas casas decimais o número terá
(incluindo os com zero casas decimais, ou seja, números inteiros);
2 – observar o número que vem em seguida à casa decimal que você
determinou (aquele a partir do qual começará a eliminação):
– se este número for 0, 1, 2, 3 ou 4, é só eliminá-lo;
– se este número for de 5 a 9, também é procedida a eliminação, mas
deve-se somar uma unidade à última casa da parte mantida.

Veja exemplos para ficar mais claro:

Número Zero casas decimais Uma casa decimal Duas casas decimais

14,389 14,389 14 14,389 14,4 14,389 14,39

15,558 15,558 16 15,558 15,6 15,558 15,56

Veja como é feita a Análise Vertical do demonstrativo contábil


a seguir:

Empresa Goiás Ltda.


Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/X5

Legenda
VALOR AV VALOR AV
AC – Ativo Circulante. ATIVO PASSIVO
R$ % R$ %
ARLP – Ativo Realizável a Longo Prazo.
AP – Ativo Permanente. AC 64.000 40 PC 48.000 30
AT – Ativo Total.
PC – Passivo Circulante. ARLP 9.600 6 PELP 16.000 10
PELP – Passivo Exigível a Longo Prazo.
AP 86.400 54 PL 96.000 60
PL – Patrimônio Líquido.
PT – Passivo Total. AT 160.000 100 PT 160.000 100

58 CEDERJ
Vale lembrar que, conforme você aprendeu na aula passada, as

3
MEMÓRIA DE
demonstrações contábeis precisam ser ajustadas para aplicar as técnicas

AULA
CÁLCULO
de análise. Na tabela anterior, os agrupamentos de contas já haviam sido É o lugar de
feitos e precisamos simplesmente calcular seus percentuais em relação ao registro dos cálculos
dos percentuais
Ativo Total e ao Passivo Total. Como chegamos aos percentuais anotados efetuados em uma
análise.
na coluna AV (Análise Vertical)? Acompanhe a seguir:

MEMÓRIA DE CÁLCULO
AT é a BASE (100%) PT é a BASE (100%)
AC AC

64.000 x 100 = 40% 48.000 x 100 = 30%


160.000 160.000

ARLP PELP

9.600 x 100 = 6% 16.000 x 100 = 10%


160.000 160.000

AP PL

86.400 x 100 = 54% 96.000 x 100 = 60%


160.000 160.000

! No exemplo anterior, todas as


divisões resultaram em valores inteiros.
Quando isso não acontecer, o analista deve adotar
como critério, sempre que possível, o arredondamento
dos percentuais calculados para zero casas decimais.
Afinal, o que representa, por exemplo, 0,3% de 100%?
Mas cuidado! Quando se arredondam os percentuais,
você deve estar atento para que o somatório dos
percentuais dos componentes do Ativo ou
Passivo totalize 100%.

Após a primeira parte desta aula, que você acabou de estudar,


é importante realizar a atividade a seguir. Não deixe de fazê-la, pois é
importante para avançar neste conteúdo!

CEDERJ 59
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical

Atividade 1
Calculando percentuais de Análise Vertical no BP 1

A Empresa Sergipe S. A. contratou você, analista de demonstrações contábeis, para


proceder a uma análise vertical em seu Balanço Patrimonial, a fim de obter informações
sobre a proporção de seus componentes em relação ao total de aplicações e origens.
Para isso, forneceu-lhe o seguinte demonstrativo, em que os ajustes (agrupamentos
de contas) já haviam sido feitos:

Empresa Sergipe S. A.
Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/X1

Balanço Patrimonial
VALOR AV VALOR AV
ATIVO PASSIVO
R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 2.000 Circulante 1.500
Realizável a Exigível a
Longo Prazo 450 Longo Prazo 300
Permanente -
Investimentos 750
Patrimônio
Permanente -
Líquido 3.200
Imobilizado 1.600
Permanente -
Diferido 200
TOTAL 5.000 TOTAL 5.000

De posse do BP já ajustado da Empresa Sergipe S. A., você iniciou sua análise.

Tarefa: Preencha a coluna AV da tabela anterior com os percentuais que obtiver a partir de
seus cálculos. Se achar conveniente, anote a memória de cálculo no espaço a seguir.

AT é a BASE (100%) PT é a BASE (100%)


AC: PC:

ARLP: PELP:

Permanente - Investimentos: PL:

Permanente - Imobilizado:

Permanente - Diferido:

60 CEDERJ
3
Resposta Comentada

AULA
Você viu, na teoria, que a Análise Vertical é o processo que mede a participação de cada
grupo em relação ao todo de que faz parte. No BP, os 100% são o Ativo Total (base). Deste
modo, para saber a participação de cada grupo em relação à base (Ativo Total), basta
aplicar uma regra de três simples.
Por exemplo, se quisermos saber qual a participação do AC em relação ao Ativo Total,
temos:
2.000 ------- X X = 2.000 x 100 , donde X = 40%
5.000 ------- 100% 5.000

Assim, nosso BP analisado fica:


Empresa Sergipe S. A.
Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/X1
Balanço Patrimonial
VALOR AV VALOR AV
ATIVO PASSIVO
R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 2.000 40 Circulante 1.500 30
Realizável a Exigível a
Longo Prazo 450 9 Longo Prazo 300 6
Permanente -
Investimentos 750 15
Patrimônio
Permanente -
Líquido 3.200 64
Imobilizado 1.600 32
Permanente -
Diferido 200 4
TOTAL 5.000 100 TOTAL 5.000 100

Os valores obtidos na Análise Vertical estão registrados na memória de cálculo a seguir:


Memória de cálculo

AT é a BASE (100%) PT é a BASE (100%)


AC: PC:
2.000 x 100 = 40% 1.500 x 100 = 30%
5.000 5.000
ARLP: PELP:
450 x 100 = 9% 300 x 100 = 6%
5.000 5.000
PERMANENTE - Investimentos PL
750 x 100 = 15% 3.200 x 100 = 64%
5.000 5.000
PERMANENTE - Imobilizado
1.600 x 100 = 32%
5.000
PERMANENTE - Diferido
200 x 100 = 4%
5.000

CEDERJ 61
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical

Na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

Na Demonstração do Resultado do Exercício, a base é repre-


sentada pela Receita Operacional Líquida (100%). Isso acontece porque
é importante para a análise da empresa relacionar suas despesas e lucros
com o quanto obtém de receita por suas atividades (ou o quanto de suas
receitas/despesas não-operacionais representam em relação ao que recebe
pelas suas atividades).
Para efetuar a Análise Vertical na DRE, portanto, é preciso dividir
a conta (ou grupo) a analisar (multiplicado por 100 para que o resultado
já seja obtido em percentual) pela base:

Conta (ou grupo) a analisar x 100


Base
(Receita Operacional Líquida)

Para esclarecer qualquer possível dúvida, veja um exemplo de


como proceder uma análise vertical na DRE:

Empresa Comercial Sabor de Mel Ltda.


Demonstração do Resultado do Exercício relativa ao exercício de:

X5
DISCRIMINAÇÃO VALOR AV
R$ %
Receita Operacional Líquida (ROL) 180.000 100

(-) Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) 81.000 45

(=) Lucro Bruto (LB) 99.000 55

(-) Despesas Operacionais (DO):

• Despesas Comerciais (DC) 21.600 12

• Despesas Administrativas (DA) 25.200 14

• Despesas Financeiras (DF) 7.200 4

(=) Lucro Operacional (LO) 45.000 25

(+) Receitas Não-Operacionais (RNO) 3.600 2

(-) Despesas Não-Operacionais (DNO) 9.000 5

(=) Lucro Antes do IR (LAIR) 39.600 22


(-) Provisão para o Imposto de Renda (PIR) 12.600 7

(=) Lucro Líquido (LL) 27.000 15

62 CEDERJ
Segundo a fórmula que você viu anteriormente, foi possível chegar

3
aos percentuais anotados na coluna AV (à direita). Os cálculos foram

AULA
executados da seguinte maneira:

ROL é a BASE (100%) LO:


4.500 x 100 = 25%
180.000
CMV: RNO:
81.000 x 100 = 45% 3.600 x 100 = 2%
180.000 180.000
LB: DNO:
99.000 x 100 = 55% 9.000 x 100 = 5%
180.000 180.000
DC: LAIR:
21.600 x 100 = 12% 39.600 x 100 = 22%
180.000 180.000
DA: IR:
25.200 x 100 = 14% 12.600 x 100 = 7%
180.000 180.000
DF: LL:
7.200 x 100 = 4% 27.000 x 100 = 15%
180.000 18.000

Ficou claro como proceder à Análise Vertical da DRE? Que tal


fazer uma atividade para não deixar qualquer dúvida?

Atividade 2
A Empresa Sergipe S. A. havia contratado você, analista de demonstrações
2
contábeis, para realizar a análise vertical de seu BP. Satisfeita com o produto
obtido, solicitou que você realizasse a análise de sua Demonstração do
Resultado do Exercício. Para isso, forneceu os dados a seguir, já ajustados:

Empresa Sergipe S. A.
Demonstração do Resultado do Exercício relativa ao exercício de:

DRE

X1
DISCRIMINAÇÃO VALOR AV
R$ MIL %
VENDAS BRUTAS 5.000
(-) Deduções das Vendas Brutas:
• Devolução de Vendas 10

• Descontos Incondicionais 50

• Impostos Faturados 310

CEDERJ 63
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical

(=) VENDAS LÍQUIDAS 4.630

(-) Custo das Mercadorias Vendidas 1.400


(=) Lucro Bruto 3.230

(-) Despesas Operacionais

• Despesas de Vendas 400

• Despesas Administrativas 200


• Despesas Financeiras 100

(=) Lucro Operacional 2.530

VENDAS BRUTAS e LÍQUIDAS


A expressão “Vendas Brutas” é equivalente à Receita Bruta ou
Receita Operacional Bruta, ao passo que “Vendas Líquidas” é
muito utilizada nas empresas comerciais e é semelhante à Receita
Líquida ou Receita Operacional Líquida, ou seja, servirá como
base de cálculo para a Análise Vertical.

Preencha a coluna AV com os percentuais corretos, calculados de acordo com a base.


Para facilitar, arredonde os valores para zero casas decimais. Se julgar necessário, registre
as operações que realizar na memória de cálculo a seguir:
Memória de cálculo:

Vendas Líquidas (ou ROL): Despesas de Vendas:

Vendas Brutas (ou ROB): Despesas Administrativas:

Devoluções de Vendas: Despesas Financeiras:

Descontos Incondicionais: Lucro Operacional:

Impostos Faturados:

CMV:

Lucro Bruto:

64 CEDERJ
3
Resposta Comentada

AULA
Repare que a função da Análise Vertical é transformar unidades monetárias em medida
relativa chamada percentual.
A base para o cálculo dos percentuais na Demonstração do Resultado do Exercício é a ROL.
Nesta atividade, está representada pelas Vendas Líquidas.

Empresa Sergipe S. A.
Demonstração do Resultado do Exercício relativa ao exercício de:

DRE

X1
DISCRIMINAÇÃO VALOR AV
R$ MIL %
Vendas Brutas 5.000 108
(-) Deduções das Vendas Brutas:
• Devolução de Vendas 10 –

• Descontos Incondicionais 50 1

• Impostos Faturados 310 7


(=) Vendas Líquidas 4.630 100
(-) Custo das Mercadorias Vendidas 1.400 30
(=) Lucro Bruto 3.230 70
(-) Despesas Operacionais
• Despesas de Vendas 400 9
• Despesas Administrativas 200 4
• Despesas Financeiras 100 2
(=) Lucro Operacional 2.530 55

Como sugerimos que houvesse apenas números inteiros (sem casas decimais), o item Devolução
de Vendas não tem uma porcentagem anotada na coluna AV. Isso aconteceu porque, em relação
à Receita Operacional Líquida (Vendas Líquidas), o valor daquele item não alcança 1%.
Para calcular os percentuais de Vendas Líquidas, Lucro Bruto, Lucro Operacional, não há
necessidade de utilizar regra de três simples, basta fazer a diminuição dos percentuais dos
valores já calculados anteriormente. Veja como ficou a memória de cálculo:

CEDERJ 65
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical

Memória de Cálculo

Vendas Líquidas (ou ROL) Despesas de Vendas:


É a BASE (100%) 400 x 100 = 9%
4.630
Vendas Brutas: Despesas Administrativas:
5.000 x 100 = 108% 200 x 100 = 4%
4.630 4.630
Devoluções de Vendas: Despesas Financeiras:
10 x 100 = -% 100 x 100 = 2%
4.630 4.630
Descontos Incondicionais: Lucro Operacional: LO = LB - DO
50 x 100 = 1% 55% = 70% - (9% + 4% + 2%)
4.630
Impostos Faturados:
310 x 100 = 7%
4.630
CMV:
310 x 100 = 30%
4.630
Lucro Bruto: LB = VL - CPV
70% = 100% - 30%

Legenda

ROL – Receita Operacional Líquida.


CMV – Custo das Mercadorias Vendidas.
VL – Vendas Líquidas.
LB – Lucro Bruto.
DO – Despesas Operacionais.

MAIS APLICAÇÕES DA ANÁLISE VERTICAL

A Análise Vertical oferece parâmetros relativizados. Esses parâmetros


são importantes não apenas na avaliação de um determinado grupo em
relação ao Ativo Total, por exemplo. São importantes também para calcular
percentuais de contas em relação ao subgrupo do BP a que pertencem.
Assim, pode ser importante para uma empresa saber o quanto do
seu Ativo Circulante é representado por disponibilidades, ou o quanto
de seus Estoques é matéria-prima, por exemplo.
Para efetuar análises mais particulares como estas que mencionamos
no parágrafo anterior, só é preciso determinar que grupo será sua base de
cálculo. Portanto, se quisermos calcular o percentual de disponibilidades
em relação ao Ativo Circulante, é só estabelecermos este como base:

66 CEDERJ
3
X1

AULA
DISCRIMINAÇÃO VALOR AV
R$ %
Disponível 20.000 10

Duplicatas a Receber 80.000 40

Mercadorias 100.000 50

Total do Ativo Circulante 200.000 100

MEMÓRIA DE CÁLCULO
AC
É a BASE (100%)
Disponível:

20.000 x 100 = 10%


200.000

Duplicatas a Receber:

80.000 x 100 = 40%


200.000

Mercadorias:

100.000 x 100 = 50%


200.000

O mesmo pode ser feito para qualquer subgrupo do BP e da


DRE. Por exemplo, Estoques em relação ao Ativo Circulante, Matérias-
primas em relação a Estoques ou Despesas Administrativas em relação
às Despesas Operacionais. A regra é definir quem será a base, ou seja,
em relação a que grupo (ou conta) você deseja obter informações mais
precisas.

CEDERJ 67
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical

Por que usar uma técnica


de relativização?

www.sxc.hu/478419
Nick Kalish
!
www.sxc.hu/506698
www.sxc.hu/513028

Hagit Berkovich
Eric Dolle

Quem é maior, uma joaninha ou um gafanhoto?


A joaninha certamente percebe que o gafanhoto é maior do que ela;
entretanto, utilizando um animal de grande porte como referencial (elefante,
por exemplo), será que essa pequena diferença é relevante?
Usando o mesmo raciocínio, uma conta pode ter seu valor aumentado de um
exercício para o outro, mas isso representa algo significativo em relação ao
referencial estabelecido (a base)?
É muito importante destacar que a Análise Vertical mede tão-somente
proporções. Quando falamos deste tipo de análise, descartamos valores
monetários. Assim, não tem sentido falar em aumento ou diminuição destes, uma
vez que ela não mede isso, conforme você pode ver no exemplo a seguir:

X1 X2
DISCRIMINAÇÃO VALOR AV VALOR AV
R$ % R$ %

Duplicatas a Receber 500.000 50 1.000.000 25

Estoques 500.000 50 3.000.000 75

Total 1.000.000 100 4.000.000 100

Ao analisar a participação da conta Duplicatas a Receber e da conta


Estoques em relação ao total nos anos X1 e X2, observamos que as
Duplicatas a Receber representavam 50% em X1 e 25% em X2;
não houve, porém, uma diminuição no valor de Duplicatas a
Receber, que passou de R$ 500.000 para R$ 1.000.000.
Outra vantagem de ter números que refletem
proporções e não valores absolutos é poder
comparar empresas de portes diferentes.
O volume monetário é muito diferente,
mas as proporções provavelmente
não o serão!

68 CEDERJ
O QUE MOSTRA A ANÁLISE VERTICAL?

3
AULA
Agora que você já tem uma visão geral da técnica da Análise
Vertical, veja as informações que pode obter dos resultados desta técnica
aplicada ao Balanço Patrimonial e à Demonstração do Resultado do
Exercício.

Análise vertical no balanço patrimonial

Seu objetivo geral é:


Mostrar a participação de cada conta (ou grupo) em relação ao
total do Ativo ou Passivo. Esses dados podem ser comparados com seus
equivalentes em outros exercícios (ou em outras empresas do mesmo
ramo) para identificar se existem contas (ou grupos) fora das proporções
normais.
Mais especificamente, a Análise Vertical mostra de forma DÍVIDAS DE
detalhada a estrutura do Ativo e do Passivo e as modificações ocorridas FINANCIAMENTO E
DE FUNCIONAMENTO
ao longo dos exercícios analisados.
Em relação à composição do Passivo, podemos verificar: Dívidas de
financiamento:
– a participação dos capitais de terceiros no total das origens de oriundas de
instituições
recursos? E dos capitais próprios?;
financeiras.
– o percentual de capitais de terceiros a curto e a longo prazo; Dívidas de
funcionamento:
– o perfil das dívidas (de FINANCIAMENTO ou de FUNCIONAMENTO) da oriundas de
fornecedores,
empresa. salários, impostos,
Em relação à estrutura do Ativo, pode-se verificar: aluguéis etc.

– quantos por cento dos recursos à disposição da empresa


encontram-se aplicados no Ativo Circulante, no Ativo Realizável a
Longo Prazo e no ATIVO PERMANENTE;
ATIVO
– qual a participação das principais contas dentro dos seus PERMANENTE
respectivos grupos?;
Em Análise das
– qual a participação dos subgrupos Investimentos, Imobilizado Demonstrações
Contábeis, o Ativo
e Diferido no total do Ativo Permanente? etc. Permanente também
Depois de calcular esses percentuais, você deve comparar os pode ser chamado
Investimentos Fixos.
valores extraídos na Análise Vertical com os das empresas concorrentes,
a fim de se certificar se os recursos investidos são típicos ou não para o
ramo de atividade da empresa. Por exemplo: normalmente, os recursos
aplicados no Ativo Circulante em uma empresa comercial são superiores
aos do Ativo Permanente.

CEDERJ 69
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical

Análise vertical na demonstração do resultado do exercício

Seu objetivo geral é:


Mostrar a participação de cada conta (ou grupo) em relação à
Receita Operacional Líquida (ROL) e, ao comparar esses percentuais
com padrões do ramo ou da própria empresa em exercícios anteriores,
identificar se existem contas (ou grupos) fora das proporções normais.
Em termos específicos, a Análise Vertical possibilita avaliar
a participação de cada elemento na formação do lucro ou prejuízo
do período. Dessa forma, é possível mostrar de forma detalhada o
desempenho da empresa.
Você viu no cálculo da Análise Vertical na DRE que a ROL é a base
(é igualada a 100% e todos os demais itens têm seu percentual calculado
em relação a ela). Assim, foi possível verificar a representatividade de cada
conta (ou grupo) em relação à Receita Operacional Líquida. Exemplos
disso são as respostas para:
– qual o percentual do C USTO DAS VENDAS ? E das Despesas
CUSTO DAS Operacionais? E das Despesas Administrativas?
VE N D A S – qual a representatividade do Lucro Bruto? Do Lucro
Na empresa industrial,
é representado
Operacional? Do Lucro Líquido?
pela conta CPV; na Após calcular esses percentuais, você deve compará-los com os de
comercial, pela conta
CMV; e na empresa outras empresas de atividade semelhante, do mesmo porte e, se possível,
prestadora de serviços,
pela conta Custo dos da mesma região geográfica.
Serviços Prestados Finalmente, a Análise Vertical permite ao analista detectar variações
(CSP).
expressivas ocorridas nos exercícios analisados, sejam elas favoráveis ou
não e, a partir disso, procurar as causas dessas variações.

Atividade 3
Objetivos da Análise Vertical nos diferentes demonstrativos 3

A seguir você encontrará uma série de sentenças que se referem à Análise Vertical.
Identifique quais se referem ao BP e quais estão relacionadas à DRE, escrevendo a sigla
da demonstração na lacuna disponível.
1. ( ) Fornecer dados sobre a origem de capitais próprios e de terceiros.
2. ( ) Possibilitar a avaliação do resultado da empresa ao longo de vários exercícios.
3. ( ) Calcular a representatividade dos Lucros.
4. ( ) Mostrar a participação de cada grupo do Ativo no total das aplicações.

70 CEDERJ
3
5. ( ) Calcular a participação de cada elemento da demonstração contábil no

AULA
resultado da empresa.
6. ( ) Comparar os dados com os das demais empresas.

Resposta Comentada
“Fornecer dados sobre a origem de capitais próprios e de terceiros” e “Mostrar a participação
de cada grupo do Ativo no total das aplicações” são ações da Análise Vertical diretamente
relacionadas ao Balanço Patrimonial. Repare que as expressões “capitais próprios e de
terceiros” e “total das aplicações” são os elementos denunciadores nas sentenças.
As ações da Análise Vertical voltadas para a DRE, portanto, são “possibilitar a avaliação do
resultado da empresa ao longo de vários exercícios”, “calcular a representatividade dos Lucros” e
“calcular a participação de cada elemento da demonstração contábil no resultado da empresa”.
As expressões que se referem à DRE nestas sentenças são “resultado” e “Lucros”.
Sentiu falta do item 6 nesta resposta? Provavelmente! Ele não se enquadra particularmente
em nenhuma das duas demonstrações. Comparar os dados obtidos pela Análise Vertical com
aqueles obtidos pela mesma técnica em outra companhia é uma ação que se pode realizar
tanto com os percentuais calculados no BP quanto na DRE!

!
Como fazer a Análise Vertical
com uma calculadora?

Se você possui uma calculadora HP-12C, pode utilizá-la para o cálculo da


Análise Vertical, o que é feito da seguinte maneira:

o que é feito dados teclas


Determinar casas F0 (zero casas
decimais decimais)
ETAPA 1
F1 (uma casa
decimal) etc.

Arquivar a base Valor (R$) da base Enter


Cálculo Valor (R$) da conta %T
ETAPA 2
Recuperação da base CLx

CEDERJ 71
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical

!
Para efetuar todos os
cálculos, você deve utilizar a Etapa 2.
Quando for necessário trocar a base, volte à
Etapa 1.
Você também pode fazer todos esses cálculos com uma
calculadora comum.
Exemplo:
Qual a participação de cada conta no Ativo Imobilizado?

31/12/X1
CONTAS
VALOR AV
R$ %
Máquinas e Equipamentos 200.000 50

Veículos 160.000 40
Ferramentas 40.000 10
Total do Ativo Imobilizado 400.000 100

Etapa 1:
Para determinar o número de casas decimais:
No exemplo citado, você vai eliminar as casas decimais; para isto, tecle F0.

Para arquivar a base:


No exemplo citado, a base é o total do Ativo Imobilizado: R$ 400.000. Digite a base
(R$ 400.000) e aperte a tecla enter.

Etapa 2:
Para calcular os percentuais (%) das contas, você deve digitar o valor de
cada conta e apertar a tecla %T.
Por exemplo, para calcular o percentual da conta Máquinas e
Equipamentos, você deve digitar o valor (R$ 200.000) e apertar a
tecla %T.
Para calcular a conta seguinte, no caso Veículos, você precisa
recuperar a base, o que é feito da seguinte maneira:
aperte a tecla CLx e a seguir digite o valor da conta
cujo percentual você quer calcular, ou seja,
digite o valor (R$ 160.000) e aperte a
tecla %T.

INTERPRETANDO UMA ANÁLISE VERTICAL

As informações obtidas pela Análise Vertical são de grande importância


por fornecerem o caminho que a empresa deve percorrer, as diretrizes para
a tomada de decisões na entidade. Mas como interpretar os dados obtidos?
Isso é o que você verá a seguir, tanto para o BP quanto para a DRE!

72 CEDERJ
3
AULA
Figura 3.2: No filme O Mágico de Oz, um clássico
infantil, a personagem principal, Dorothy, precisava
chegar ao castelo do Mágico de Oz, pois só assim
ela conseguiria alcançar seu objetivo: voltar para
casa. Para chegar ao Mágico, Dorothy devia seguir
pela estrada de tijolos amarelos.
As empresas têm como objetivo alcançar o
melhor desempenho possível. A Análise Vertical das
demonstrações contábeis fornece um caminho a
ser seguido para isso, a estrada de tijolos amarelos
que se deve percorrer.

Para o Balanço Patrimonial

Para efeito de análise dos dados obtidos com a aplicação da técnica


de Análise Vertical no Balanço Patrimonial, você deverá desenhar um
HISTOGRAMA para cada exercício, com os percentuais obtidos quando da HISTOGRAMA
aplicação da Análise Vertical. Veja um exemplo: Gráfico constituído
por retângulos
Imagine que a Empresa Via Digital S.A. apresente os seguintes de mesma base,
percentuais dos seus subgrupos em relação ao total das origens e das colocados lado a
lado e cuja altura
aplicações: é proporcional
à quantidade a
Empresa Via Digital S.A. representar.
Balanço Patrimonial ajustado encerrado em:

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2
APLICAÇÕES VALOR AV VALOR AV

R$ % R$ %
ATIVO CIRCULANTE
Disponível (1) 7.390 6 2.024 1
Direitos Realizáveis a Curto Prazo (2) 47.218 38 41.015 29
Soma (3) = (1+2) 54.608 44 43.039 30
Estoques (4) 33.923 28 33.411 24
Total do Ativo Circulante (5) = (3 + 4) 88.531 72 76.450 54
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO (6) - - - -
ATIVO PERMANENTE (7) = (8 + 9 + 10) 34.577 28 65.124 46
. Investimentos (8) 3.263 3 4.106 3
. Imobilizado (9) 31.314 25 59.036 42
. Diferido (10) - - 1.982 1
ATIVO TOTAL (11) = (5 + 6 + 7) 123.108 100 141.574 100

CEDERJ 73
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2
ORIGENS VALOR AV VALOR AV

R$ % R$ %
PASSIVO CIRCULANTE (1) 60.554 49 48.943 35
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO (2) 14.196 12 51.291 36
PASSIVO EXIGÍVEL (3) = (1+2) 74.750 61 100.234 71
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (4) 48.358 39 41.340 29
PASSIVO TOTAL (5) = (3+4) 123.108 100 141.574 100

Para representar estes percentuais em um histograma, precisamos


estabelecer a altura do retângulo que representará os 100% e dividir essa
figura geométrica em partes que representem proporcionalmente cada
grupo das origens e das aplicações:
31/12/X1 31/12/X2

PC
PC AC 35%
AC 49% 54%
72% PELP
PELP 12% 36%
AP
PL PL
AP 46%
39% 29%
28%

Figura 3.3: O histograma do BP da Empresa Via Digital S.A.


encerrado em 31/12 de X1 e X2, respectivamente.

O histograma é desenhado para facilitar os comentários acerca


da Análise Vertical no BP. A partir da Análise Vertical dos Balanços
Patrimoniais ajustados, nota-se pelo lado das aplicações diminuição do
Ativo Circulante de 72% para 54%, de X1 para X2. Em contrapartida,
o Ativo Permanente cresceu sua participação de 28% para 46%.
Do lado das origens, observa-se que os recursos de terceiros
aumentaram sua participação, passando de 61% para 71% do total
do Passivo.
Você pode verificar uma mudança de mix entre a participação dos
capitais de terceiros de curto prazo e de longo prazo. Enquanto o primeiro
decresceu de 49% para 35%, o segundo aumentou substancialmente
sua participação, de 12% para 36%, em função do financiamento do
Ativo Permanente.
O Patrimônio Líquido, que fornecia 39% dos recursos em X1,
decresceu para 29% em X2.

74 CEDERJ
Para a Demonstração do Resultado do Exercício

3
AULA
A partir da Análise Vertical, é possível verificar qual a porcentagem
do lucro em relação à Receita Operacional Líquida (ROL), como andam
suas despesas de um exercício para o outro (se aumentaram ou não
sua participação), dentre muitas outras informações. Para esclarecer a
importância da Análise Vertical no processo de análise da DRE, veja o
exemplo a seguir, mais uma vez com a Empresa Via Digital S.A.:

Empresa Via Digital S.A.


Demonstração do Resultado do Exercício ajustada relativa
ao exercício de:

DRE

X1 X2
DISCRIMINAÇÃO VALOR AV VALOR AV

R$ % R$ %
Receita Operacional Bruta (1) 237.401 113 294.377 114
(-) Deduções de Vendas (2) 26.889 13 35.031 14
(=) Receita Operacional Líquida (3) = (1 – 2) 210.512 100 259.346 100
(-) Custo dos Produtos Vendidos (4) 160.385 76 161.313 62
(=) Lucro Bruto (5) = (3 – 4) 50.127 24 98.033 38
(-) Despesas Operacionais (6) = (7+8+9+10) 35.382 17 92.327 36
. Vendas (7) 10.218 5 12.189 5
. Administrativas (8) 9.296 4 8.299 3
. Financeiras Líquidas (9) 15.868 8 71.839 28
. Outras Despesas/Receitas (10) - - - -
(=) Lucro Operacional (11) = (5 – 6) 14.745 7 5.706 2

(+) Resultados Não-Operacionais (12) 156 - 76 -

(=) Lucro antes do IR (13) = (11 + 12) 14.901 7 5.782 2

(-) Provisão para o IR (14) 4.797 2 1.100 -


(=) Lucro Líquido (15) = (13 – 14) 10.104 5 4.682 2

A partir da Análise Vertical dos Demonstrativos dos Resultados


dos Exercícios saneados apresentados, você pode perceber que houve um
crescimento da margem bruta (lucro bruto) de 24% em X1 para 38%
em X2. No entanto, o aumento significativo das Despesas Operacionais,
que passaram de 17% em X1 para 36% em X2, fez com que a margem
operacional (Lucro Operacional) caísse de 7% para 2% em X2. As
Despesas Financeiras, que passaram de 8% para 28%, foram responsáveis
pela elevação da participação das Despesas Operacionais.

CEDERJ 75
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical

A empresa piorou seu desempenho em relação a X1, pois sua


margem líquida (Lucro Líquido) diminuiu, passando de 5% para 2%.

CONCLUSÃO

Embora bastante simples, a técnica de Análise Vertical, quando


aplicada ao Balanço Patrimonial, possibilita que o analista conheça a
participação percentual de cada conta (ou grupo) em relação ao total
do Ativo ou do Passivo.
A comparação entre dois ou mais exercícios subseqüentes permite
constatar mudanças na política da empresa, quanto à obtenção e à
aplicação de recursos.
Quando aplicada à Demonstração do Resultado de Exercício,
possibilita verificar a participação relativa de cada componente em relação
à Receita Operacional Líquida e identificar a margem de contribuição
de cada elemento na formação do resultado líquido de cada exercício.
Examinando mais de um exercício, permite identificar, de um ano para
outro, as variações do Lucro Bruto, do Lucro Operacional, do Lucro
Líquido etc. no total das Receitas Operacionais Líquidas.

Atividade Final
Interpretando os resultados da Análise Vertical 4

Uma empresa solicitou seus serviços de analista de demonstrações contábeis


para fornecer um parecer sobre o desempenho da entidade baseado na
Análise Vertical de suas demonstrações contábeis. A seguir estão os dados
que você recebeu:
Empresa São Paulo S.A.
Balanço PatrimoniaL encerrado em:

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2
ATIVO VALOR AV VALOR AV

R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 2.800 35 4.800 40
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.200 15 1.600 13
PERMANENTE 4.000 50 5.600 47
TOTAL 8.000 100 12.000 100

76 CEDERJ
3
DRE

AULA
31/12/x1 31/12/x2
PASSIVO VALOR AV VALOR AV

R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 2.000 25 5.600 47
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 800 10 1.200 10
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 5.200 65 5.200 43
TOTAL 8.000 100 12.000 100

Empresa São Paulo S. A.


Demonstração do Resultado do Exercício relativa ao exercício de:
DRE

X1 X2
DISCRIMINAÇÃO VALOR AV VALOR AV

R$ MIL % R$ MIL %
(=) Receita Operacional Líquida 2.500 100 3.000 100
(-) Custo das Mercadorias Vendidas 900 36 1.500 50
(=) Lucro Bruto 1.600 64 1.500 50
(-) Despesas Operacionais 650 26 1.000 33
. De Vendas 200 8 400 13
. Administrativas 150 6 200 7
. Financeiras Líquidas 300 12 400 13
(=) Lucro Operacional 950 38 500 17
(+) Resultados Não-Operacionais (110) (4) (100) (3)
(=) Lucro antes do Imposto de Renda 840 34 400 13
(-) Provisão para o Imposto de Renda 300 12 300 10
(=) Lucro Líquido 540 22 100 3

Analise as informações anteriores e descreva o comportamento de:

a. Passivo Circulante.

_____________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

CEDERJ 77
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical

b. Patrimônio Líquido.

_________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

c. CMV.

________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

d. Despesas Operacionais.

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

e. Lucro Líquido.

________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

Com base nos dados fornecidos e nas conclusões que você tirou ao descrever o
comportamento dos grupos mencionados nas letras de a a e, responda:

f. O volume de recursos circulantes manipulado pela empresa aumentou ou diminuiu


de X1 para X2?

______________________________________________________________________________

g. A situação da empresa melhorou ou piorou de X1 para X2?

______________________________________________________________________________

h. De acordo com as informações às quais você teve acesso, proponha uma medida
que os donos da empresa São Paulo S.A. podem adotar para melhorar o desempenho
da entidade.

________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

78 CEDERJ
3
Resposta Comentada

AULA
De acordo com os dados originados pela aplicação da Análise Vertical no BP da empresa São Paulo
S.A., esta entidade teve um aumento muito expressivo do Passivo Circulante (a). Este grupo, em X1,
representava 1⁄4 do Patrimônio, ao passo que em X2 representa quase metade dele. O Patrimônio
Líquido, por sua vez, apresentou o comportamento inverso: foi reduzido em 22 pontos percentuais
de X1 para X2 (b), indicando que a empresa passa por uma redução do capital próprio em relação
ao capital de terceiros.
Já a Análise Vertical da DRE revela que a empresa passa a apresentar, de X1 para X2, uma piora
significativa na sua performance. O CMV de X2 representa metade da Receita obtida com Vendas
(c). Isso está influenciando na grande diminuição no Lucro Líquido da São Paulo S. A. (e), que passa
de 22% a 3% da base. Não apenas o CMV aumentou de um exercício para o outro, mas também
o quanto, proporcionalmente, a empresa gasta com suas Despesas Operacionais. Em X1, estas
despesas eram 26% da base, ao passo que em X2 passaram a 33% (d).
A Empresa São Paulo S.A. movimentou volumes maiores de recursos circulantes em X2, quando
comparamos ao exercício anterior (f). No entanto, como você pode perceber, o desempenho da
empresa foi pior em X2 (g): o lucro da empresa foi menor (absoluta e proporcionalmente) e as
exigibilidades aumentaram, especialmente as de curto prazo (Passivo Circulante). Para reverter
esse quadro, você, analista de demonstrativos desta entidade, pode sugerir aos seus donos que
busquem incrementar as vendas, bem como reduzir o CMV. Além disso, avaliar possibilidades de
diminuir as despesas operacionais (que se elevaram de um exercício para o outro) também
é uma boa sugestão!

CEDERJ 79
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Vertical

RESUMO

Os valores monetários das demonstrações contábeis podem ser


transformados em medidas relativas, denominadas coeficientes ou
percentuais. A técnica de Análise Vertical faz exatamente isso: transforma
números referentes a dinheiro em percentuais.
No caso da Análise Vertical aplicada ao BP, a base (valor que se estabelece
como referência – 100%) e o total das Origens ou das Aplicações. Na
DRE, a Análise proporciona percentuais das contas em relação à Receita
Operacional Líquida (adotada como base).
Esta pode ser alterada, podendo assumir o valor de um subgrupo do BP
ou da DRE.
A Análise Vertical é uma técnica muito importante porque, além de ser
bastante simples de se aplicar, oferece coeficientes através dos quais é
possível fazer uma leitura preliminar da situação econômico-financeira da
empresa nos exercícios analisados.

INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA

A Aula 4 será exclusivamente prática. Nela estarão atividades referentes


à Aula 3.

80 CEDERJ
4

AULA
Práticas sobre Análise Vertical
Meta da aula
Oferecer várias atividades envolvendo
a técnica de Análise Vertical.
objetivos

Ao término desta aula, você deverá ser capaz de:

1 conceituar Análise Vertical;

aplicar a técnica de Análise Vertical nos principais


2
demonstrativos contábeis.

Pré-requisito
Para realizar as atividades desta aula, você deve se reportar
à Aula 3, em que foi estudada a técnica de Análise Vertical.
Caso tenha alguma dúvida em relação à Análise Vertical e
como executá-la, esta é a hora de sanar!
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical

INTRODUÇÃO
A Análise Vertical é uma técnica de análise de demonstrativos contábeis muito
importante, pois oferece informações sobre o desempenho de uma empresa
em coeficientes relativos, e não em valores monetários absolutos.
Você viu na aula passada como esta técnica funciona: a sua aplicação gera
parâmetros relativos (em percentuais) para a análise da situação da entidade,
quer comparando-a com seu próprio desempenho em outros exercícios, quer
fazendo isso em relação a outras empresas.
Esta é uma aula diferente! Não há teoria apresentada, apenas atividades para
que você possa aplicar e praticar os conceitos que aprendeu na aula passada,
aproximando-se mais da rotina de um analista de demonstrações contábeis.
Assim, mãos à obra!

Atividade 1
Reforçando conceitos 1

Marque certo ou errado para as sentenças a seguir:


I. A Análise Vertical é um processo cujo objetivo é medir, em termos percentuais, cada
componente em relação ao todo de que faz parte (ou a uma base). É um importante
instrumento para interpretação da composição de cada item dos demonstrativos
contábeis.
( ) certo ( ) errado

II. Avaliar, em termos relativos, as partes que compõem o todo e compará-las, no caso
de análise de dois ou mais períodos sociais, é o objetivo da Análise Vertical.
( ) certo ( ) errado

III. Ao aplicar a Análise Vertical, o analista transforma os valores monetários das


demonstrações financeiras em medidas relativas, chamadas percentuais.
( ) certo ( ) errado

IV. Coeficientes ou percentuais são medidas que indicam a proporção de cada componente
das demonstrações contábeis em relação à base.
( ) certo ( ) errado

V. No Balanço Patrimonial, a base é representada pelo Ativo Total ou Passivo Total


(100%).
( ) certo ( ) errado

VI. Na Demonstração do Resultado do Exercício, a base é representada pela Receita


Operacional Bruta (100%).
( ) certo ( ) errado

82 CEDERJ
4
VII. Na Demonstração do Resultado do Exercício, a base é representada pela Receita

AULA
Operacional Líquida (100%).
( ) certo ( ) errado

VIII. A Análise Vertical aplicada no BP é a técnica que demonstra a composição estrutural


do patrimônio da empresa.
( ) certo ( ) errado

IX. A Análise Vertical é a técnica que consiste em relacionar os elementos de um grupo


com o montante do respectivo grupo.
( ) certo ( ) errado

X. A Análise Vertical necessita de, pelo menos, dois exercícios para ser efetuada.
( ) certo ( ) errado

Resposta Comentada
Sem maiores dificuldades, você deve ter marcado que as afirmativas são corretas, exceto a VI
e a X. A VI afirma que a Receita Operacional Bruta é a base estabelecida para a análise vertical
da DRE, quando, na verdade, o correto é utilizar a Receita Operacional Líquida como base,
como está afirmado na sentença VII. A X diz que são necessários pelo menos dois exercícios
para realizar uma análise vertical quando, na verdade, esta técnica possibilita relacionar (por
coeficientes ou percentuais) apenas elementos de uma mesma demonstração contábil em
um mesmo exercício.

!
Vale lembrar que o valor
básico (100%) para os cálculos da Análise
Vertical no Balanço Patrimonial é o Total do
Ativo ou o Total do Passivo. Já para a DRE, é a
Receita Operacional Líquida (ROL) ou a Venda Líquida
(VL). Essa base pode ser também o total de um dos
grupos de contas, se o objetivo for estudar apenas
a participação de cada conta em relação a um
grupo dos demonstrativos (BP e DRE).

CEDERJ 83
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical

Atividade 2
Aplicando a Análise Vertical 2

Bekah Richards
Barrett Phillips

Fonte: www.sxc.hu/cód. 33147 Fonte: www.sxc.hu/cód. 334231

A Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A. contratou uma empresa de


consultoria em análise de demonstrações contábeis para realizar a Análise Vertical de
seu BP e sua DRE do último exercício. Veja as demonstrações:

Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.


Balanço Patrimonial em 31/12/X6.

Balanço Patrimonial
VALOR AV PASSIVO VALOR AV
ATIVO
R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 6.000 Circulante 4.500

Realizável a L.P. 1.350 Exigível a L.P. 900

Permanente - Patrimônio
Investimento 2.250 Líquido 9.600
Permanente -
Imobilizado 4.800
Permanente -
Diferido 600
TOTAL 15.000 TOTAL 15.000

84 CEDERJ
4
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.

AULA
Demonstração do Resultado do Exercício relativa ao exercício de:

DRE

X6
DISCRIMINAÇÃO VALOR AV
R$ MIL %
Vendas Brutas 10.730
(-) Devoluções de Vendas 40
(-) Descontos Incondicionais de Venda 90

(-) ICMS sobre Vendas 600

(=) Vendas Líquidas 10.000


(-) Custo das Mercadorias Vendidas 3.000
(=) Lucro Bruto 7.000
(-) Despesas Operacionais
. de Vendas 100
. Administrativas 400
. Financeiras Líquidas 200
(=) Lucro Operacional 6.300
(-) Provisão para Imposto de Renda 2.000

Sabendo que é prática comum na empresa de consultoria em análise arredondar os


percentuais para zero casas decimais, calcule os percentuais de cada conta/elemento/
subgrupo das demonstrações em relação às suas respectivas bases. Anote os valores que
obtiver nas tabelas fornecidas.

Resposta Comentada
Você viu que a Análise Vertical é o processo que mede a participação de cada conta (ou grupo)
em relação à base.
No Balanço Patrimonial a base é representada pelo Ativo Total ou Passivo Total (100%). Assim,
para saber a participação de cada conta (ou grupo) em relação à base, basta aplicar a regra
de três simples.
Por exemplo, para você calcular a participação do Ativo Circulante em relação ao Ativo Total:

6.000 ------------ X
15.000 _______ 100%

X= 6.000 x 100 = 40%


15.000

CEDERJ 85
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical

Para facilitar a interpretação dos percentuais apurados pela técnica chamada Análise
Vertical, você deverá apurar os percentuais, sempre que possível, com zero casas.
O que representa, por exemplo, 0,3% de 100%?
O cuidado que você deve ter quando se arredondam os percentuais é que o somatório dos
percentuais calculados, no Balanço Patrimonial, tem de dar sempre 100%.
Você provavelmente deve ter chegado a uma tabela como a seguinte:

Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.


Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/X6.

Balanço Patrimonial
VALOR AV VALOR AV
ATIVO PASSIVO
R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 6.000 40 Circulante 4.500 30

Realizável a L.P. 1.350 9 Exigível a L.P. 900 6

Permanente - Patrimônio
Investimento 2.250 15 Líquido 9.600 64
Permanente -
Imobilizado 4.800 32
Permanente -
Diferido 600 4
TOTAL 15.000 100 TOTAL 15.000 100

Já para a DRE, a base é representada pela Receita Operacional Líquida (ROL - 100%). Nesta
atividade a ROL está representada pelas Vendas Líquidas. Para apurar a participação de cada
conta (ou grupo) em relação às Vendas Líquidas, basta aplicar a regra de três simples.
Por exemplo, para você calcular a participação do Custo das Mercadorias Vendidas em relação
às Vendas Líquidas:

3.000 ------------ X X= 3.000 x 100 = 30%


10.000 _______ 100% 10.000

No caso dos cálculos dos percentuais que representam igualdades na DRE (Vendas Líquidas,
Lucro Bruto, Lucro Operacional e Lucro Líquido), não há necessidade de utilizar a regra de três
simples; basta diminuir dos percentuais dos valores já calculados anteriormente.
Exemplificando:

VALOR AV
DISCRIMINAÇÃO
R$ MIL %
Vendas Líquidas 10.000 100
(-) CMV 3.000 30
(=) Lucro Bruto 7.000 ?

86 CEDERJ
4
O percentual do LB (70%) é apurado da seguinte maneira: percentual das vendas líquidas

AULA
menos percentual do CMV (100% - 30%), não havendo necessidade da utilização da regra
da três simples. Portanto, os percentuais calculados por você devem ser:

Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.


Demonstração do Resultado do Exercício relativa ao exercício de:

DRE

X6
DISCRIMINAÇÃO VALOR AV
R$ MIL %
Vendas Brutas 10.730 107
(-) Deduções de Vendas 40 -
(-) Descontos Incondicionais de Venda 90 1

(-) ICMS sobre Vendas 600 6

(=) Vendas Líquidas 10.000 100


(-) Custo das Mercadorias Vendidas 3.000 30
(=) Lucro Bruto 7.000 70
(-) Despesas Operacionais
. de Vendas 100 1
. Administrativas 400 4
. Financeiras Líquidas 200 2
(=) Lucro Operacional 6.300 63
(-) Provisão para Imposto de Renda 2.000 20

CEDERJ 87
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical

Atividade 3
Calculando percentuais
2
O saldo da conta Estoques de Produtos Elaborados representada no Balanço
Patrimonial da Empresa Guanabara Ltda. era de R$ 300.000,00. Sabendo-se que nesse
mesmo balanço o Ativo Circulante era de R$ 900.000,00 e que o total do Ativo era de
R$ 1.200.000,00, os coeficientes analíticos de participação da conta Produtos Elaborados,
em relação ao total do Ativo e ao total do subgrupo do Balanço Patrimonial a que
pertence, são, respectivamente:
a. ( ) 25,0 % e 33,3 % c. ( ) 25,0 % e 50,0 %
b. ( ) 30,0 % e 20,0 % d. ( ) 50,0 % e 25,0 %

Resposta Comentada
Na solução desta atividade você irá aplicar a técnica de Análise Vertical, já que as contas
são elementos homogêneos de um mesmo grupo (Ativo). A base será alterada. No primeiro
cálculo, queremos saber o percentual de Produtos Elaborados em relação ao Ativo Total e,
no segundo, em relação ao Ativo Circulante (subgrupo a que esta conta pertence). Veja os
cálculos a seguir:

Estoques de Produtos Elaborados = 300.000 x 100 = 25,0 %


Ativo Total 1.200.000

Estoques de Produtos Elaborados = 300.000 x 100 = 33,3 %


Ativo Circulante 900.000

A resposta que você deve ter assinalado, portanto, é a letra a.

88 CEDERJ
Atividade 4

4
AULA
Analisando verticalmente um Balanço Patrimonial
2
A Empresa Pega-Fogo Ltda. produz e comercializa caixas de fósforos.

Daniel Jaeger Vendruscolo


Fonte: www.sxc.hu/cód. 258686

Esta empresa apresentou o seguinte Balanço Patrimonial em 31/12/X7. Seus valores,


analisados verticalmente, deram origem aos coeficientes anotados:

Empresa Pega-Fogo Ltda.


em 31/12/X7

Balanço Patrimonial
VALOR AV VALOR AV
ATIVO PASSIVO
R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 1.314 72,28 CIRCULANTE 504 27,72
Disponível 132 7,26 Fornecedores 420 23,10
Clientes 480 26,40 Impostos a Pagar 48 2,64
Contas a Receber 78 4,29 Contas a Pagar 36 1,98
Mercadorias 600 33,00
Seguros a Vencer 24 1,32

REALIZÁVEL A L.P. 60 3,30 EXIGÍVEL A L.P. 66 3,63

PERMANENTE 444 24,42 PATRIMÔNIO 1.248 68,65


LÍQUIDO
Investimentos 180 9,90 Capital Social 1.188 65,35

Imobilizado 240 13,20 Lucros Acumulados 60 3,30

Diferido 24 1,32

TOTAL 1.818 100,00 TOTAL 1.818 100,00

CEDERJ 89
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical

Efetuando uma Análise Vertical dos dados desse Balanço Patrimonial, responda as
perguntas a seguir:
I. A participação do Passivo Circulante, dos Capitais Próprios, dos Capitais de Terceiros
e das Exigibilidades Totais no total das Origens dos Capitais é de, respectivamente:
( a ) 31,35%; 31,35%; 68,65%; 27,72%;
( b ) 27,72%; 68,65%; 31,35%; 31,35%;
( c ) 27,72%; 68,65%; 27,72%; 31,35%;
( d ) 68,65%; 31,35%; 27,72%; 31,35%.

II. A participação do Patrimônio Líquido, das Exigibilidades, do Ativo – Investimentos e


do Capital Social no total do Ativo é de, respectivamente:
( a ) 68,65%; 27,72%; 9,90%; 65,35%;
( b ) 68,65%; 31,35%; 9,90%; 65,35%;
( c ) 59,41%; 27,72%; 9,90%; 68,65%;
( d ) 59,41%; 31,35%; 9,90%; 68,65%.

III. A participação dos Capitais Próprios, dos Capitais de Terceiros, do Ativo Permanente
e do Ativo Imobilizado no Capital Total da empresa é de, respectivamente:
( a ) 68,65%; 31,35%; 24,42%; 13,20%;
( b ) 31,35%; 68,65%; 24,42%; 13,20%;
( c ) 68,65%; 27,72%; 24,42%; 13,20%;
( d ) 24,42%; 31,35%; 68,65%; 24,42%.

IV. A participação do Ativo Permanente – Investimentos, Imobilizado e Diferido na formação


do Ativo Fixo é de, respectivamente:
( a ) 9,90%; 13,20%; 1,32%;
( b ) 40,54%; 54,05%; 5,41%;
( c ) 100%; 13,20%; 1,30%;
( d ) 100%; 54,05%; 5,41%.

90 CEDERJ
4
Resposta Comentada

AULA
I. Você relembrou, na Aula 1, que o Passivo Circulante representa os capitais de
terceiros vencíveis a curto prazo; que o Passivo Exigível a Longo Prazo representa os
capitais de terceiros vencíveis a longo prazo; e que o Patrimônio Líquido representa
os capitais próprios.
Exigibilidades totais é o mesmo que Capitais de Terceiros, que nada mais são dos
que a soma do Passivo Circulante e do Passivo Exigível a Longo Prazo.
Exigibilidades totais = Capitais de Terceiros = Passivo Circulante + Passivo Exigível a
Longo Prazo, ou simplesmente Passível Exigível.
Portanto, você deve ter marcado a opção b.
II. Fique atento para não fazer confusão: a conta Capital Social faz parte do grupo
do PL; ela não representa o total do PL. Você só precisava consultar o grupo do PL
para realizar esta parte da atividade e, sem dificuldades, deve ter assinalado a letra
b como resposta.
III. Capitais Próprios = Patrimônio Líquido; Capitais de Terceiros = Passivo Exigível =
Exigibilidades Totais.
Chamamos atenção nesta atividade para a expressão Capital Total. Nesta parte da
atividade, o Capital Total é representado pelos grupos: Passivo Circulante, Passivo
Exigível a Longo Prazo e Patrimônio Líquido. Em outras palavras: o total do Passivo.
Você deve ter marcado a letra a como resposta.
IV. Lembra que você viu em Contabilidade II que o Ativo Fixo é representado pelo
Ativo Permanente? Isso significa que, nesta atividade, a base é o Permanente, e não
o Ativo Total.
Após essas considerações, apresentamos a seguir os percentuais obtidos pela aplicação
da Análise Vertical.

VALOR AV
DISCRIMINAÇÃO
R$ %
Ativo Permanente - Investimentos 180 40,54
Ativo Permanente - Imobilizado 240 54,05
Ativo Permanente - Diferido 24 5,41
Total do Ativo Fixo (Ativo Permanente) 444 100,00

Assim, a resposta correta é a letra b.

CEDERJ 91
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical

Atividade 5
Calculando o coeficiente do Realizável a LP
2
Uma fábrica de balões deseja saber que percentual dos seus direitos só se
realizará em prazos maiores que o exercício seguinte.

Fonte: www.sxc.hu2brother.com/cód. 444963

Levando em conta os dados da tabela a seguir, podemos afirmar que no Balanço de


31/12/X7 o coeficiente de participação do Ativo Realizável a Longo Prazo é de:

DISCRIMINAÇÃO 31/12/X5 31/12X6 31/12X7


Ativo Circulante 150.000 250.000 400.000
Ativo Realizável a Longo Prazo 400.000 500.000 600.000
Ativo Permanente 450.000 750.000 1.000.000

Passivo Circulante 100.000 600.000 1.000.000


Patrimônio Líquido 900.000 900.000 1.000.000

( ) 0,15 ( ) 0,30 ( ) 0,40 ( ) 0,60

Resposta Comentada
Para realizar esta atividade, você deve relacionar o grupo Ativo Realizável a Longo Prazo com
o total do Ativo (elementos homogêneos de um mesmo grupo do Ativo).
Para calcular os percentuais, aplica-se a regra de três simples, que já foi vista em
atividades anteriores.

31/12/X7
ATIVO VALOR AV
R$ %
Ativo Circulante 400.000 20

Ativo Realizável a Longo Prazo 600.000 30


Ativo Permanente 1.000.000 50
Ativo Total 2.000.000 100

A resposta que você deve ter marcado, portanto, foi 0,30 (30% = 30/100 = 0,30).

92 CEDERJ
!

4
Quando o enunciado

AULA
informar que os direitos só se
realizarão em prazos maiores que o exercício
seguinte, isto significa que o BP foi elaborado na
data do encerramento do exercício social, e nesta
atividade se deu em 31 de dezembro. Pode-se
afirmar também que a empresa apresenta
ciclo operacional inferior a 1 ano.

Atividade 6
2
Mais aplicações da Análise Vertical

Como gerente financeiro da Cia. Gama, efetue a Análise Vertical da Demonstração do


Resultado do Exercício e, em seguida, responda às letras a e b.

X1 X2 X3
DISCRIMINAÇÃO VALOR AV VALOR AV VALOR AV
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
VL 600 840 1.020
(-) CMV 360 487 551
(=) LB 240 353 469

a. Em X1, em relação à Receita Líquida, o CMV representa:


( ) 54% ( ) 58%
( ) 60% ( ) 185%

b. No período em questão, comparado com a Receita Líquida, o CMV:


( ) apresenta ritmo crescente
( ) apresenta ritmo decrescente
( ) mantém-se constante

CEDERJ 93
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Vertical

Resposta Comentada

X1 X2 X3
DISCRIMINAÇÃO VALOR AV VALOR AV VALOR AV
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
VL 600 100 840 100 1.020 100
(-) CMV 360 60 487 58 551 54
(=) LB 240 40 353 42 469 46

Nesta atividade, para você calcular a participação do Custo das Mercadorias Vendidas em
relação às Vendas Líquidas em X1, você pode ter feito:

360 ------------ X
600_______ 100%

X= 360 x 100 = 60%


600
No caso dos cálculos dos percentuais que representam igualdades na DRE (Vendas
Líquidas, Lucro Bruto, Lucro Operacional e Lucro Líquido), não há necessidade de
utilizar a regra de três simples, basta diminuir dos percentuais dos valores já calculados
anteriormente.
Exemplificando:

VALOR AV
DISCRIMINAÇÃO
R$ MIL %
VL 600 100

(-) CMV 360 60


(=) Lucro Bruto 240 ?

O percentual do LB (40%) é apurado da seguinte maneira: percentual das vendas líquidas


menos percentual do CMV (100% - 60%), não havendo necessidade da utilização da regra
de três simples.
Assim, suas respostas devem ter sido:
a. 60%;
b. apresenta ritmo decrescente.

94 CEDERJ
CONCLUSÃO

4
AULA
Após a realização das atividades desta aula, você verificou que a
Análise Vertical pode ser utilizada em vários demonstrativos contábeis,
embora maior ênfase tenha sido dada, nesta disciplina, à análise de
contas do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultado do
Exercício.
Esta técnica possibilita ao analista, por exemplo, conhecer a
importância de cada item, conta ou grupo de conta em relação ao
Ativo Total ou à Receita Operacional Líquida. Este conhecimento deve
ser utilizado para a tomada de decisões em uma entidade, pois permite
que sejam tiradas conclusões sobre a real necessidade de alterações na
gestão da empresa, sobre a participação de capitais de terceiros na sua
estrutura de capital, sobre a sua rentabilidade ou outras ações.

RESUMO

Nesta aula, foram abordadas atividades práticas em relação aos conteúdos


apresentados na Aula 3.

INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA

Na Aula 5, você verá uma outra técnica, denominada Análise Horizontal.

CEDERJ 95
5

AULA
Análise Horizontal
Meta da aula
Apresentar conceitos e metodologias associados
à Análise Horizontal, a segunda técnica de análise
de demonstrações contábeis, que você aprenderá
nesta disciplina.
objetivos

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula,


você seja capaz de:

1 aplicar a Análise Horizontal Encadeada;

2 aplicar a Análise Horizontal Anual;

ajustar os dados de uma demonstração pela base


3
inflacionária e pela base deflacionária;

avaliar o Balanço Patrimonial e a Demonstração do


4 Resultado do Exercício em detalhes através da Análise
Horizontal.

Pré-requisito
A realização das atividades será mais rápida se você
tiver uma calculadora à mão.
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

INTRODUÇÃO Como você aprendeu em aulas anteriores, a análise é sempre orientada


em função dos seus objetivos. Assim, a maior ou menor profundidade dos

ANÁLISE exames a serem realizados dependerá da finalidade que se tenha em vista.


HORIZONTAL A técnica de análise que você vai aprender hoje, a ANÁLISE HORIZONTAL, também
Também é segue esse parâmetro de objetivos.
denominada Análise
de Evolução Na Análise Vertical, assunto da Aula 3, você viu como calcular percentuais de
ou Análise de
Crescimento. determinados grupos das demonstrações contábeis em relação a um determinado
valor, chamado de base. No BP, esta base (100%), em geral, é definida pelo Ativo
Total ou Passivo Total; na DRE, é a Receita Operacional Líquida que a estabelece.
Com aquele procedimento, é possível relacionar, por exemplo, uma conta
do BP com o total do grupo a que pertence. As relações são, normalmente,
verticais: associa-se um elemento com outro do mesmo grupo ou da mesma
demonstração. Daí, inclusive, é que vem o nome da técnica.
Mas qual seria a melhor maneira de acompanhar a evolução de uma determinada
conta ao longo de vários exercícios? Não seria interessante estabelecer uma
base comum (o resultado daquela conta em um determinado ano, tomado
como ano-base) para obtenção dos coeficientes? E que tal comparar o saldo
de uma conta com o apresentado por esta no ano anterior?
Esse tipo de análise, que acompanha um certo elemento ao longo de diversos
exercícios, é o que chamamos de Análise Horizontal, assunto que você
aprenderá nesta aula!

1 31/12/X1 Análise
ATIVO Valor AV Vertical
R$ Mil %
Circulante 2.500 26
Realizável a
1.800 19
longo prazo
Permanente 5.200 55

Ativo Total 9.500 100

98 CEDERJ
51
Análise Horizontal

AULA
2
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
AH
Valor AH Valor AH Valor
ATIVO

R$ Mil % R$ Mil % R$ Mil %

Circulante
2.500 100 5.400 216 8.200 328 Aumentou 228% de X1 para X3
Realizável a
longo prazo 1.800 100 1.800 100 1.800 100 Manteve-se constante de X1 para X3

Permanente
5.200 100 6.500 125 4.100 79 Reduziu 21% de X1 para X3

Ativo Total
9.500 100 13.700 144 14.100 148 Aumentou 48% de X1 para X3

Figura 5.1: Análise Vertical x Análise Horizontal. Na Análise Vertical (1), os dados são analisados tomando
como base determinado elemento da demonstração do mesmo exercício. Na Análise Horizontal (2), um
elemento é analisado tomando como base sua posição em exercícios anteriores. Quando os elementos
(contas ou subgrupos) de diversos exercícios são analisados em relação a um único exercício (ano-base),
como na situação mostrada nesta figura, estamos diante de uma Análise Horizontal Encadeada; quando
os elementos são analisados sempre em relação ao exercício anterior, é uma Análise Horizontal Anual.

O QUE É ANÁLISE HORIZONTAL?

Como você aprendeu em aulas anteriores, a análise é sempre


orientada em função dos seus objetivos. Assim, a maior ou menor
profundidade dos exames a serem realizados dependerá da finalidade
que se tenha em vista.
A Análise Horizontal é o processo que corresponde ao estudo
comparativo, em períodos de tempos consecutivos, da evolução das
contas que compõem as demonstrações contábeis.
Ao aplicar a técnica de Análise Horizontal, o analista está
transformando os valores monetários das demonstrações financeiras em
medidas relativas chamadas NÚMEROS-ÍNDICE, que podem ser representados NÚMEROS-
ÍNDICE
de diversas formas: 100, 100% ou 1,0.
São medidas que
permitem avaliar
o crescimento
Valores (ou decréscimo)
monetários Números- monetário dos
(em R$) índice (em %) componentes das
demonstrações
% contábeis ao longo
do tempo.

Figura 5.2: O que faz a Análise Horizontal.

CEDERJ 99
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

POR QUE FAZER UMA ANÁLISE HORIZONTAL?

Enquanto a Análise Vertical tem como objetivo informar o


aumento ou a diminuição da proporção de cada conta (ou grupo)
em relação a uma determinada base, a Análise Horizontal tem como
objetivo mostrar a evolução de cada conta (ou grupo) das demonstrações
contábeis através de períodos sucessivos. A comparação entre dados
de diferentes exercícios de uma empresa permite conclusões sobre sua
evolução patrimonial e sobre a tendência econômico-financeira que está
assumindo.
Assim como para as demais técnicas de análise, o Balanço
Patrimonial e a DRE são as demonstrações mais almejadas pela Análise
Horizontal. Veja a que objetivos esta técnica atende:
1. A Análise Horizontal do Balanço Patrimonial:

a) Objetivo geral:

Mostrar a evolução das contas que compõem o Ativo e o


Passivo, além da evolução dos totais destes dois grupos,
ao longo de períodos sucessivos. Pela comparação entre
os índices dos elementos de um exercício para o outro, é
possível tirar conclusões sobre a performance da empresa.

b) Objetivos específicos:

Mostrar a política da empresa em termos de aplicação e


obtenção de recursos, comparando os seguintes itens:

– Crescimento nos totais dos grupos do Ativo e de cada


uma das principais contas;

– Crescimento nos totais dos grupos do Passivo e de cada


uma das principais contas;

– Crescimento do Patrimônio Líquido mais Exigível a


Longo Prazo, comparativamente ao acréscimo do Ativo
Permanente;

– Crescimento do Ativo Circulante em comparação ao


Passivo Circulante.

100 C E D E R J
51
2. A Análise Horizontal da Demonstração do Resultado do

AULA
Exercício:

a) Objetivo geral:

Mostrar a evolução das contas que compõem a


Demonstração do Resultado do Exercício ao longo de
períodos sucessivos e, pela comparação entre si, tirar
conclusões sobre a evolução da empresa.

b) Objetivos específicos:

Mostrar em detalhes o crescimento de cada conta, a fim de


diagnosticar o desempenho da empresa. Para isto, deverá
identificar, em primeiro lugar, a evolução dos custos e
despesas em relação ao volume de vendas, bem como
seus reflexos sobre os resultados da empresa.

TIPOS DE ANÁLISE HORIZONTAL

Como você viu na Figura 5.1 da introdução, a Análise Horizontal


pode ser efetuada de duas maneiras. Na primeira delas, calculam-se as
variações dos elementos em relação a um ano base (geralmente o mais
antigo da série); este tipo de Análise é denominada Análise Horizontal
Encadeada. No segundo tipo, fazemos a análise da evolução dos
elementos em relação ao ano (exercício) anterior; neste caso, chamamos
de Análise Horizontal Anual. Veja a seguir a metodologia aplicada nestes
dois tipos.

Como fazer uma Análise Horizontal Encadeada?

A Análise Horizontal Encadeada é calculada da seguinte forma:


SÉRIE HISTÓRICA
Preliminarmente, é necessário definir em relação a que exercício
É a seqüência de
as contas/ grupos serão avaliados. Isso é o que chamamos “fixar o ano- exercícios que serão
analisados pela
base”. A demonstração referente ao ano-base é chamada demonstração-
Análise Horizontal.
padrão, e servirá de base para as comparações. É a esta demonstração- Assim, uma empresa
que resolva analisar
padrão que será atribuído o percentual de 100% ou índice-padrão (1,0), seu desempenho dos
anos X1 a X5 tem
conta a conta ou grupo a grupo. Os valores das contas (ou grupos) como série histórica
das demonstrações da SÉRIE HISTÓRICA serão relacionados com aqueles X1, X2, X3, X4 e
X5.
correspondentes à demonstração-padrão, mediante aplicação de regra
de três simples e direta. Traduzido para fórmulas, tem-se:

C E D E R J 101
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

Ano 2 Ano 3
x 100 x 100 e assim por diante
Ano 1 Ano 1

Ano 1 = ano-base

Veja um exemplo de aplicação da análise horizontal:


A Foto+ Ltda., uma empresa que comercializa filmes para máquinas
fotográficas, apresentou os seguintes valores no Ativo Circulante em
31/12 de X3, X4 e X5, respectivamente:

Andre Veron – www.sxc.hu – cód338105


Figura 5.3: Produto da empresa Foto+ Ltda.

Em R$

ANO ATIVO CIRCULANTE

X3 198.000

X4 340.000

X5 686.000

Para aplicar a Análise Horizontal Encadeada a estes dados, é


preciso definir a série histórica e o ano-base (que, geralmente, é o mais
antigo). Em seguida, é só aplicar a fórmula que você já aprendeu:
Memória de Cálculo:
Série histórica – Ano 1 (X3), Ano 2 (X4) e Ano 3 (X5).
Período-base – Ano 1 (X3)
Evolução do AC no ano 2 em relação ao ano 1 (ano-base)
198.000 ----------- 100%
340.000 ----------- x

102 C E D E R J
51
Ano 2 340.000
x 100 = x 100 = 172%
Ano 1 198.000

AULA
Evolução do AC no ano 3 em relação ao ano 1 (ano-base)
198.000 ----------- 100%
686.000 ----------- x

Ano 3 686.000
x 100 = x 100 = 346%
Ano 1 198.000

Assim, a tabela preenchida com os dados obtidos pela aplicação


da Análise Horizontal Encadeada fica:

ATIVO CIRCULANTE
ANO VALOR A.H.
R$ %
X3 (ano 1) 198.000 100
X4 (ano 2) 340.000 172
X5 (ano 3) 686.000 346

!
Qualquer ano da série
histórica pode ser escolhido para
período-base (demonstração básica), desde
que não seja um ano atípico.
Por período-base entende-se aquele em que a empresa
tenha exercido sua atividade em condições normais ou
satisfatórias.
Muitas vezes, é difícil para uma empresa definir qual será a sua
demonstração-padrão (ano-base), em função de fatores internos
(expansão da empresa, paralisação) e externos (inflação,
conjuntura econômica etc.). É importante que o analista saiba
que a demonstração-padrão pode não ser a da série histórica,
mas sim uma elaborada através de processos estatísticos
que traduzam a média do comportamento dos
valores das demonstrações da série de
períodos.

Complicado? Claro que não! Faça a atividade a seguir e, além de


perceber que a Análise Horizontal Encadeada não é um bicho-de-sete-
cabeças, você fixará estes conceitos!

C E D E R J 103
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

Atividade 1
Aplicando a Análise Horizontal Encadeada 1

Uma fábrica de itens para Festas Juninas apresentou os seguintes dados contábeis em
31/12 de X1, X2 e X3, respectivamente:
Empresa São João S.A.
Balanço Patrimonial encerrado em:

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
ATIVO VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 3.200 4.800 7.200
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.200 1.200 1.200
PERMANENTE 4.000 5.760 5.200
TOTAL 8.400 11.760 13.600

31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


PASSIVO VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 2.000 3.760 5.120
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 800 640 480
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 5.600 7.360 8.000
TOTAL 8.400 11.760 13.600

Preencha as tabelas, efetuando a Análise Horizontal Encadeada dos elementos do Ativo e


do Passivo da Empresa São João S.A. para os anos X1, X2 e X3, arredondando os percentuais
para zero casas decimais. Se julgar necessário registrar as memórias de cálculo, faça no
espaço a seguir:

Resposta Comentada
Na elaboração da Análise Horizontal Encadeada da série histórica de X1 a X3, é
necessário, em primeiro lugar, definir um ano-base (demonstração-padrão), ao
qual foi atribuído o percentual 100, conta a conta ou grupo a grupo, que serviu
de base para comparações.
Nesta atividade, o ano X1 foi fixado como base. A partir de então, todos os
valores da demonstração-padrão (ano X1) foram considerados iguais
a 100. Para calcular a evolução dos anos de X2 e

104 C E D E R J
51
X3 em relação ao ano- base X1, bastou dividir os valores dos anos de X2 e X3 pelos

AULA
valores de X1 para os mesmos elementos, e multiplicá-los por 100, obtendo assim os
percentuais. Dúvidas? Consulte a memória de cálculo apresentada a seguir:

Memória de cálculo:

Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
X2 em relação a X1 X3 em relação a X1 X2 em relação a X1 X3 em relação a X1
(ano-base) (ano-base) (ano-base) (ano-base)
Fórmula: Fórmula: Fórmula: Fórmula:
X2 X3 X2 X3
x 100 x 100 x 100 x 100
X1 X1 X1 X1
AC: AC: PC: PC:
4.800 7.200 3.760 5.120
x 100 = 150% x 100 = 225% x 100 = 188% x 100 = 256%
3.200 3.200 2.000 2.000

ARLP: ARLP: PELP: PELP:


1.200 1.200 640 480
x 100 = 100% x 100 = 100% x 100 = 80% x 100 = 60%
1.200 1.200 800 800
AP: AP: PL: PL:
5.760 5.200 7.360 8.000
x 100 = 144% x 100 = 130% x 100 = 131% x 100 = 143%
4.000 4.000 5.600 5.600
TOTAL: TOTAL: TOTAL: TOTAL:
11.760 13.600 11.760 13.600
x 100 = 140% x 100 = 162% x 100 = 140% x 100 = 162%
8.400 8.400 8.400 8.400

Após estes cálculos, sua tabela deve ter ficado assim:

Empresa São João S.A.


Balanço Patrimonial encerrado em:

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
ATIVO VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 3.200 100 4.800 150 7.200 225
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.200 100 1.200 100 1.200 100
PERMANENTE 4.000 100 5.760 144 5.200 130
TOTAL 8.400 100 11.760 140 13.600 162
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
PASSIVO VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 2.000 100 3.760 188 5.120 256
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 800 100 640 80 480 60
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 5.600 100 7.360 131 8.000 143
TOTAL 8.400 100 11.760 140 13.600 162

C E D E R J 105
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

Como fazer uma Análise Horizontal Anual?

Ao contrário da Análise Horizontal Encadeada, a Análise Anual


compara os valores de cada conta (ou grupo) em relação aos do ano
anterior, e não a um ano-base fixo para todos os exercícios. Por causa
dessa diferença, a Análise Horizontal é calculada da seguinte forma:

Ano 2 Ano 3
x 100 x 100 e assim por diante
Ano 1 Ano 2

Para a diferença entre os dois tipos de Análise Horizontal ficar


mais clara, veja o mesmo exemplo dado anteriormente, agora sendo
analisado de maneira Anual:

ATIVO CIRCULANTE
ANO VALOR A.H.
R$ %
X3 (ano 1) 198.000 -
X4 (ano 2) 340.000 172
X5 (ano 3) 686.000 202

Memória de cálculo:
Evolução do AC no ano 2 em relação ao ano anterior (ano 1)
Ano 2 340.000
X 4= x 100 = x 100 = 172%
Ano 1 198.000
Evolução do AC no ano 3 em relação ao ano anterior (ano 2)
Ano 3 686.000
X5= x 100 = x 100 = 202%
Ano 2 340.000

Para ficar mais clara a diferença entre os dois tipos de análise


(encadeada e anual), faça a atividade a seguir. Esta atividade mostra a
mesma empresa da Atividade 1, que agora será analisada por você pela
técnica de Análise Horizontal Anual.

106 C E D E R J
Atividade 2

51
AULA
Efetuando uma Análise Horizontal Anual 2

Uma fábrica de itens para Festas Juninas apresentou os seguintes dados contábeis para
os exercícios X1, X2 e X3:
Empresa São João S.A.
Balanço Patrimonial encerrado em:

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
ATIVO VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 3.200 4.800 7.200
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.200 1.200 1.200
PERMANENTE 4.000 5.760 5.200
TOTAL 8.400 11.760 13.600

31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


PASSIVO VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 2.000 3.760 5.120
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 800 640 480
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 5.600 7.360 8.000

Preencha as tabelas, efetuando a Análise Horizontal Anual dos elementos do Ativo e do


Passivo da Empresa São João S.A. para os anos X1, X2 e X3, arredondando os percentuais
para zero casas decimais. Se julgar necessário registrar as memórias de cálculo, faça no
espaço a seguir:

Resposta Comentada
Na elaboração da Análise Horizontal Anual da série histórica de X1 a X3, não
existe escolha de ano-base, pois cada conta (ou grupo) é comparada à do ano
anterior.
Para calcular a evolução do ano X2 em relação ao ano X1 (ano anterior), basta
dividir os valores de X2 pelos respectivos valores de X1 e multiplicá-los
por 100.

C E D E R J 107
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

Para calcular a evolução do ano X3 em relação a X2 (ano anterior), você deve ter
dividido os valores dos anos de X3 pelos respectivos valores de X2 e multiplicado
este resultado por 100, obtendo assim os percentuais conforme memória de cálculo
apresentada a seguir:
Memória de cálculo:

Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
X2 em relação a X1 X3 em relação a X2 X2 em relação a X1 X3 em relação a X2
(ano-base) (ano-base) (ano-base) (ano-base)
Fórmula: Fórmula: Fórmula: Fórmula:
X2 X3 X3
x 100 x 100 X2 x 100
x 100 X2
X1 X2 X1
AC: AC: PC: PC:
4.800 7.200 3.760 5.120
x 100 = 150% x 100 =150% x 100 = 188% x 100 = 136%
3.200 4.800 2.000 3.760
ARLP: ARLP: PELP: PELP:
1.200 1.200 640 480
x 100 = 100% x 100 = 100% x 100 = 80% x 100 = 75%
1.200 1.200 800 640
800
x 100 = 80%
AP: AP: PL: 800 PL:
5.760 5.200 7.360 8.000
x 100 = 144% x 100 = 90% x 100 = 131% x 100 = 109%
4.000 5.760 5.600 7.360
TOTAL: TOTAL: TOTAL: TOTAL:
11.760 13.600 11.760 13.600
x 100 = 140% x 100 = 116% x 100 = 140% x 100 = 116%
8.400 11.760 8.400 11.760

Assim, sua tabela preenchida deve estar como a apresentada em seguida:


Empresa São João S.A.
Balanço Patrimonial encerrado em:

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
ATIVO VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 3.200 4.800 150 7.200 150
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.200 1.200 100 1.200 100
PERMANENTE 4.000 5.760 144 5.200 90
TOTAL 8.400 11.760 140 13.600 116

31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


PASSIVO VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
CIRCULANTE 2.000 3.760 188 5.120 136
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 800 640 80 480 75
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 5.600 7.360 131 8.000 109
TOTAL 8.400 11.760 140 13.600 116

108 C E D E R J
A INTERPRETAÇÃO DO NÚMERO-ÍNDICE

51
AULA
Os resultados da análise de demonstrações contábeis, como você
bem sabe, são importantes na tomada de decisões dentro de uma empresa.
Interpretar os dados que a análise (quer vertical, quer horizontal) fornece
é muito importante para traçar as diretrizes de ação da entidade nos
próximos exercícios.
Especificamente no caso da Análise Horizontal, é a interpretação
dos números-índice que trará informações relevantes para as decisões da
empresa. Esta interpretação é feita através da taxa de variação.
Ao subtrair do número-índice de determinada data o índice 100%
correspondente à data-base (Análise Encadeada) ou do ano anterior
(Análise Anual), obtém-se a taxa percentual de variação:

!
Se o número-índice for
positivo, a taxa de variação é o que
exceder a 100% ou o que faltar para 100%.
Se o número-índice for negativo, a taxa de variação será o MÓDULO
número-índice acrescido de -100%. Neste caso, trabalha-se Sendo x pertencente
com MÓDULO e a sua interpretação se dará em função do a R, define-se
sinal da base (Análise Encadeada) ou em função do módulo ou valor
absoluto de x, que se
ano anterior (Análise Anual). indica |x|, através da
relação:
|x| = x, se x > 0
|x| = -x, se x < 0.
Isto significa que:
1o. O módulo de um
Veja os exemplos anteriores, com os quais você aprendeu a Análise número real positivo
é igual ao próprio
Horizontal Encadeada e a Anual, interpretados desta maneira: número.
Exemplo: |+2| = + 2
Exemplo 1: Interpretação da Análise Horizontal Encadeada 2o. O módulo de um
número real negativo
A seguir são apresentados os números-índice apurados através é igual ao oposto
desse número.
da Análise Horizontal Encadeada da série histórica X3, X4 e X5 (que Exemplo: |- 7| = + 7
você já calculou anteriormente), a memória de cálculo e as respectivas
interpretações preliminares dos números-índice.

Evolução do Ativo Circulante

VALOR A.H.
ANO
R$ %
X3 198.000 100
X4 340.000 172
X5 686.000 346

C E D E R J 109
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

O Ativo Circulante, em X4, aumentou 72% em relação a X3 (ano-


base). E em X5 aumentou 246% se comparado a X3 (ano-base).
Memória de cálculo:

X4 340.000
Número-índice = x 100 = x 100 = 172%
X3 198.000

X5 686.000
X545.120 686 340.000x 100 = x 100 = 202%
Número-índice = x 100 x=100 =X136x%
4X5 100 = 340
172
202 .%
686000
.000
X433.760 340 198.000 x 100 = x 100 = 202%
X4 340.000

Taxa de variação = Número-índice – 100%

Taxa de variação de X4 em relação a


X3 = 172% – 100% = 72%
Taxa de variação de X5 em relação a
X3 = 346% – 100% = 246%

De acordo com os resultados das taxas de variação, é possível


dizer que o ano de X4, em relação a X3, apresentou um aumento no
Ativo Circulante de 72%. Já o ano X5 mostrou o mesmo grupo 246%
maior do que em X3. Essa análise preliminar revela que a empresa em
questão sofreu um aumento significativo dos valores circulantes ao longo
da série histórica.

Exemplo 2: Interpretação da Análise Horizontal Anual


A seguir são apresentados os números-índice apurados através da
Análise Horizontal Anual da série histórica X3, X4 e X5, a memória de
cálculo e as respectivas interpretações preliminares.

Evolução do Ativo Circulante

ATIVO CIRCULANTE A.H.


ANO
R$ %
X3 (ano 1) 198.000 -
X4 (ano 2) 340.000 172
X5 (ano 3) 686.000 202

110 C E D E R J
Memória de cálculo:

51
AULA
X4 340.000
Número-índice = x 100 = x 100 = 172%
X3 198.000

X5 686.000
Número-índice = x 100 = x 100 = 202%
X4 340.000

Taxa de variação = Número-índice – 100%

Taxa de variação de X4 em relação a


X3 = 172% – 100% = 72%

Taxa de variação de X5 em relação a


X4 = 202% – 100% = 102%

A Análise Horizontal Anual possibilita avaliar a evolução gradual


da empresa, de um exercício para o outro. Interpretando a taxa de
variação obtida pela aplicação desta técnica aos dados contábeis, podemos
afirmar que o Ativo Circulante em X4 aumentou 72% em relação a X3
(ano anterior); em X5, o aumento foi de 102%, se comparado a X4 (ano
anterior). A empresa se mostra, portanto, em crescimento gradual, ao
menos no que diz respeito aos seus valores de maior grau de liquidez. SITUAÇÕES
Nas possibilidades de
Possibilidades de interpretação para os números-índice:
números-índice com as
Existem algumas SITUAÇÕES com as quais você poderá se deparar quais você pode se deparar,
utilizaremos apenas os dados
quando estiver analisando os números-índice obtidos pela Análise de uma DRE, embora seja
Horizontal dos dados contábeis. Veja quais são estas situações resumidas possível a ocorrência dessas
situações também em contas
na Tabela 5.1 e mais informações sobre cada uma delas, bem como do Balanço Patrimonial.

interpretá-las, em seguida.

Tabela 5.1: Resumo das possibilidades de ocorrência dos números-índice e suas


interpretações. A base é o valor que será utilizado como denominador no cálculo do
número-índice.

TAXA DE
SITUAÇÃO BASE NÚMERO-ÍNDICE INTERPRETAÇÃO
VARIAÇÃO
A positiva positivo > 100 positiva acréscimo em relação a base
B positiva positivo < 100 negativa decréscimo em relação a base
C positiva negativa negativa decréscimo em relação a base
D negativa negativa negativa acréscimo em relação a base
E negativa positivo < 100 negativa acréscimo em relação a base
F negativa positivo > 100 positiva decréscimo em relação a base
G positiva zero negativa decréscimo em relação a base
H negativa zero negativa acréscimo em relação a base
I zero infinito prejudicada prejudicada

C E D E R J 111
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

Você já viu que os número-índices são interpretados através da


taxa de variação, portanto deve ser analisada de acordo com o valor do
ano base utilizado (se positivo ou negativo).
Vejamos, por exemplo a análise do resultado da empresa obtido no
ano 2 em relação ao ano 1 (ano-base).
Situação A: Base positiva, número-índice positivo maior que 100
e taxa de variação positiva.
A base positiva representa uma situação em que a empresa obteve
lucro. No Ano-1, esse Lucro foi de R$ 500.00,00 e, no ano seguinte, o
dobro. A interpretação para o resultado da Análise Horizontal (200%)

!
mostrou o crescimento de 100% da empresa do ano 1 para o ano 2.

Taxa
de variação ANO 1 ANO 2 AH
DISCRIMINAÇÃO
positiva aplicada R$ MIL R$ MIL %
em base positiva, Resultado do Exercício 500 1.000 200
representa
acréscimo.
Interpretação:
Em termos relativos, o resultado do exercício do ano 2 cresceu
100% em relação ao ano 1.
Memória de cálculo:

Ano22
Ano 11.000
.000mil
mil
Número-índice = 100==
xx100 100==200
xx100 200%
%
Ano11
Ano 500mil
500 mil
Demonstramos da seguinte forma:
– em termos relativos:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
= 200% - 100%
= 100% (taxa de variação positiva)

– em termos absolutos:
Ano 1 = R$ 500 mil
(+) Variação = R$ 500 mil (matematicamente = 100% de R$ 500 mil)
Ano 2 = R$1.000 mil

112 C E D E R J
Situação B: Base positiva, número-índice positivo menor que 100

51
e taxa de variação negativa.

AULA
Esta situação é o inverso da anterior; neste caso, o lucro diminuiu
de um exercício para o outro. A taxa de crescimento, portanto, é negativa,
ou seja, a empresa teve um lucro menor do que no ano anterior.

!
Taxa
ANO 1 ANO 2 AH de variação
DISCRIMINAÇÃO
R$ MIL R$ MIL % negativa aplicada
Resultado do Exercício 1.000 500 50
em base positiva,
representa
decréscimo.

Interpretação
Em termos relativos, o resultado do exercício do ano 2 decresceu
50% em relação ao ano 1.
Memória de cálculo:

Ano 2 500 mil


Número-índice: Ano 1 x 100 = 1.000 mil x 100 = 50%

Demonstramos da seguinte forma:


- em termos relativos:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
= 50% – 100%
= – 50% (taxa de variação negativa)

– em termos absolutos:
Ano 1 = R$ 1.000 mil
(+) Variação = - R$ 500 mil (matematicamente = – 50% de R$ 1.000 mil)
Ano 2 = R$ 500 mil

C E D E R J 113
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

Situação C: Base positiva, número-índice negativo e taxa de


variação negativa.
Quando uma empresa apresenta lucro em um determinado
exercício (X1) e prejuízo no seguinte (X2), estamos diante de uma
situação em que a base é positiva e o número-índice será negativo. Isso
acontecerá porque, no ano 1 (base), o resultado foi positivo (lucro) e, no
ano 2, o resultado foi negativo (prejuízo). Assim, veja a tabela a seguir,
com os dados de uma empresa que teve R$ 1 milhão de lucro no ano 1
e R$ 500 mil de prejuízo no ano seguinte. A Análise Horizontal destes
dados mostra que esta empresa teve um número-índice de -50% e uma
taxa de variação negativa de 150%, significando que a empresa sofreu
uma queda no seu resultado da ordem de 3 vezes (veja a memória de

!
cálculo a seguir).

Taxa
de variação
ANO 1 ANO 2 AH
negativa aplicada DISCRIMINAÇÃO
R$ MIL R$ MIL %
em base positiva, Resultado do Exercício 1.000 (500) - 50
representa
decréscimo.

Interpretação:
Em termos relativos, o resultado do exercício do ano 2 decresceu
150% em relação ao ano 1.
Memória de cálculo:

Ano 2 (500 mil)


Número-índice = x 100 = x 100 = −50%
Ano 1 1.000 mil
Demonstramos da seguinte forma:
- em termos relativos:

Taxa de variação = Número-índice – 100%


= – 50% – 100%
= – 150% (taxa de variação negativa)

- em termos absolutos:
Ano 1 = R$ 1.000 mil
(+) Variação = – R$ 1.500 mil (matematicamente = -150% de R$ 1.000 mil)
Ano 2 = – R$ 500 mil

114 C E D E R J
51
Só para lembrar...

AULA
Quando efetuamos operações de
divisão com números negativos, devemos
estar atentos às regras de sinal. Assim, se:
1. o numerador é positivo e o denominador positivo:
resultado +;
2. o numerador é positivo e o denominador negativo:

?
resultado –
3. o numerador é negativo e o denominador positivo:
resultado –;
4. o numerador é negativo e o denominador negativo:
resultado +.
Essas informações serão importantes sempre que você estiver analisando
horizontalmente a Demonstração do Resultado do Exercício e o Balanço
Patrimonial, nas quais poderá se deparar com valores positivos e negativos.
Como exemplos de valores negativos encontrados na DRE teríamos:
– prejuízo ( bruto, operacional e líquido);
– despesas financeiras líquidas (receitas financeiras > despesas
financeiras);
– outras despesas ou receitas operacionais (outras receitas >
outras despesas operacionais) etc.
No BP teríamos, por exemplo:
– PL negativo;
– contas retificadoras (PDD, Duplicatas
Descontadas, Ações em Tesouraria e etc.);
– Prejuízos Amortizar etc.

C E D E R J 115
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

Situação D: Base negativa, número-índice negativo e taxa de

!
Você variação negativa.
deverá
Agora, ao contrário do que aconteceu na situação C, começamos
ficar atento na
interpretação da com prejuízo no ano 1 e lucro no ano 2.
taxa de variação Numericamente, o fato de uma das parcelas (numerador ou
negativa aplicada
em base denominador) ser negativa (a base ou o ano que se está analisando)
negativa. gera um número-índice negativo. O resultado numérico desta situação,
portanto, é igual ao da anterior.

ANO 1 ANO 2 AH
DISCRIMINAÇÃO
R$ MIL R$ MIL %
Resultado do Exercício (1.000) 500 -50

!
Mas pense um pouco. Você acha que a interpretação para este
Taxa caso (base negativa, número-índice negativo e taxa de variação negativa)
de variação
negativa aplicada é a mesma da situação mostrada em C?
em base negativa, Só de olhar para a tabela anterior ficará claro que não! Uma
representa
acréscimo. empresa que tem prejuízo em um exercício e lucro em outro sofreu um
crescimento, e não uma diminuição no seu resultado. O que acontece
é que taxa de variação negativa aplicada em base negativa significa
acréscimo, ou seja, melhor desempenho da performance da empresa.
Interpretação:
Em termos relativos, o resultado do exercício do ano 2 cresceu
150% em relação ao ano 1.
Veja a memória de cálculo:

Ano 2 500 mil


Número-índice = x 100 = x 100 = −50%
Ano 1 (1.000 mil)
Demonstramos da seguinte forma:
- em termos relativos:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
= – 50% – 100%
= – 150% (taxa de variação negativa)

Como a base é negativa, na interpretação do número-índice trabalha-se


com módulo, ou seja, |–150%| = 150%

- em termos absolutos:
Ano 1 = – R$ 1.000 mil
(+) Variação = R$ 1.500 mil (matematicamente, -150% de - R$ 1.000 mil)
Ano 2 = R$ 500 mil

116 C E D E R J
Situação E: Base negativa, número-índice positivo menor que 100

51
e taxa de variação negativa.

AULA
Agora imagine uma situação em que uma empresa tenha
apresentado prejuízo tanto no ano 1 quanto no ano 2. O número-
índice, neste caso, será positivo, pois as duas parcelas da fração são
negativas.
Se o prejuízo do ano 1 for maior do que o do ano 2, além de
positivo o índice será menor que 100. Quando calcularmos a taxa de
variação, isso significará que o resultado da empresa sofreu um acréscimo,
isto é, ficou melhor, pois quanto mais próximo um número real negativo
estiver de zero, maior será esse número. De fato, se pensarmos em
termos contábeis e não de maneira estritamente matemática, fica fácil
compreender: o resultado da empresa ficou menos ruim de um exercício

!
para o outro (era mais negativo no ano 1 do que no ano 2).

Taxa
ANO 1 ANO 2 AH de variação
DISCRIMINAÇÃO
R$ MIL R$ MIL % negativa aplicada
Resultado do Exercício (1.000) (900) 90 em base negativa,
representa
acréscimo.
Interpretação:
Em termos relativos, o resultado do exercício do ano 2 cresceu
10% em relação ao ano 1. Isto é, o prejuízo de R$ 1.000 mil passou
para R$ 900 mil, fazendo com a empresa melhorasse seu desempenho
ao ano 1.
Memória de cálculo:

Número-índice =

Demonstramos da seguinte forma:


- em termos relativos:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
= 90% – 100%
= – 10% (taxa de variação negativa)

Como a base é negativa, na interpretação do número-índice, trabalha-se


com módulo, ou seja, |-10%| = 10%

- em termos absolutos:
Ano 1 = – R$ 1.000 mil
(+) Variação = R$ 100 mil (matematicamente, -10% de - R$ 1.000 mil)
Ano 2 = – R$ 900 mil

C E D E R J 117
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

Situação F: Base negativa, número-índice positivo maior que 100


e taxa de variação positiva.
Este caso é parecido com o anterior, com a diferença que, agora,
a situação do resultado da empresa piorou de um ano para o outro.
Imagine o exemplo a seguir, no qual o prejuízo da entidade no ano 1 foi
de R$ 1 milhão e, no ano seguinte, de R$ 3 milhões. O índice calculado
pela Análise Horizontal mostra que o resultado da empresa decresceu
de um ano para o outro. De fato, o que aconteceu foi que o resultado

!
piorou 3 vezes ao passar de um exercício para outro.

Taxa
de variação
ANO 1 ANO 2 AH
positiva aplicada DISCRIMINAÇÃO
R$ MIL R$ MIL %
em base negativa,
Resultado do Exercício (1.000) (3.000) 300
representa
decréscimo.
Interpretação:
Em termos relativos, o resultado do exercício do ano 2 decresceu
200% em relação ao ano 1. Isto é, o prejuízo de R$ 1.000 mil passou
para R$ 3.000 mil.
Memória de cálculo:

Número-índice = Ano 2 x 100 = (


3.000 mil)
x 100 = 300%
Ano 1 (1.000 mil)
Demonstramos da seguinte forma:
- em termos relativos:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
= 300% - 100%
= 200% (taxa de variação positiva)

- em termos absolutos:
Ano 1 = – R$ 1.000 mil
(+) Variação = – R$ 2.000 mil (matematicamente, temos: 200% de – R$ 1.000 mil)
Ano 2 = – R$ 3.000 mil

118 C E D E R J
Situação G: Base positiva, número-índice zero e taxa de variação

51
negativa.

AULA
Quando uma empresa tem lucro em um ano e resultado nulo no
ano seguinte, o cálculo do número-índice resulta em 0%. Isso acontece
porque, matematicamente, quando o numerador de uma fração é nulo,
o seu resultado também é zero. Partindo do princípio de que, na Análise
Horizontal, o índice que mostra que não houve alteração no resultado é
100, ter um número-índice nulo significa que a empresa sofreu redução

!
de 100% do seu resultado.

Taxa
ANO 1 ANO 2 AH de variação
DISCRIMINAÇÃO
R$ MIL R$ MIL % negativa aplicada
Resultado do Exercício 1.000 0 0 em base positiva,
representa
decréscimo.

Interpretação:
Em termos relativos, o resultado do exercício do ano 2 decresceu
100% em relação ao ano 1. Isto é, o lucro de R$ 1.000 mil passou para
R$ 0 mil.
Memória de cálculo:

Número-índice = Ano 2 x 100 = 000 mil x 100 = 0%


Ano 1 500 mil
Demonstramos da seguinte forma:

- em termos relativos:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
= 0% – 100%
= – 100% (taxa de variação negativa)

- em termos absolutos:
Ano 1 = R$ 1.000 mil
(+) Variação = – R$ 1.000 mil (matematicamente, temos: -100% de R$ 1.000 mil)
Ano 2 = R$ 0 mil

C E D E R J 119
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

Situação H: Base negativa, número-índice zero e taxa de variação


negativa.
Assim como no caso anterior (G), o número-índice nulo é
originado pelo fato de haver um numerador igual a zero na fração. Dessa
vez, como a base é negativa, devemos pensar que a situação da empresa,
de um ano para o outro, ficou “menos pior”: o resultado cresceu 100%
do ano 1 para o ano 2.

!
Taxa
de variação DISCRIMINAÇÃO
ANO 1 ANO 2 AH
negativa aplicada R$ MIL R$ MIL %
em base negativa, Resultado do Exercício (1.000) 0 0
representa
acréscimo.
Interpretação:
Em termos relativos, o resultado do exercício do ano 2 decresceu
100% em relação ao ano 1. Isto é, o prejuízo de R$ 1.000 mil passou
para R$ 0 mil.

Memória de cálculo:

Ano 2 000 mil


Número-índice = x 100 = x 100 = 0%
Ano 1 (1.000 mil)

Demonstramos da seguinte forma:


- em termos relativos:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
= 0% - 100%
= - 100% (taxa de variação negativa)

- em termos absolutos:
Ano 1 = – R$ 1.000 mil
(+) Variação = R$ 1.000 mil (matematicamente, temos: –100% de – R$ 1.000 mil)
Ano 2 = R$ 0 mil

120 C E D E R J
Situação I: Base nula.

51
Se o valor de determinada conta for nulo na data-base, não se

AULA
pode calcular o número-índice, pois matematicamente o resultado da
divisão de um número por zero tende ao infinito. Em análise de balanços

!
é comum o analista representar ∞ por –.

ANO 1 ANO 2 AH
DISCRIMINAÇÃO Interpretação
R$ MIL R$ MIL %
da taxa
Resultado do Exercício 0 1.000 -
Prejudicada.

Interpretação:
Não se pode calcular o número-índice.
A taxa de variação, neste caso, fica prejudicada.
Memória de cálculo:

Ano 2 1.000
Número-índice = x 100 = x 100 = ∞
Ano 1 0

Na interpretação
dos números-índice, você

!
deverá tomar cuidado quando
ocorrerem inversões de sinais nos números-
índice em uma série examinada. Veja:
a) Se a base for positiva, não há problema para a
interpretação dos números-índice negativos.
b) Se a base for negativa, você deverá tomar muito cuidado
para interpretar os números-índice subseqüentes, pois valores
positivos estarão associados a números-índice negativos e vice-
versa.
Por exemplo:
Número real positivo:
Quanto mais afastado estiver do número zero, maior será esse número
e quanto mais próximo, menor será esse número.
Por exemplo: ACRÉSCIMO
u

0 u 1.000 2.000
DECRÉSCIMO
Se compararmos o valor 2.000 em relação ao valor
1.000, ocorreu um acréscimo; se compararmos o
valor 1.000 em relação a 2.000, ocorreu
um decréscimo.

C E D E R J 121
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

!
Número real negativo:
Quanto mais afastado estiver do
número zero, menor será esse número e quanto
mais próximo, maior será esse número.

ACRÉSCIMO
u

–2.000 u –1.000 0
DECRÉSCIMO

Se compararmos o valor - 2.000 em relação ao valor - 1.000,


ocorreu um decréscimo; se compararmos o valor
- 1.000 em relação a - 2.000, ocorreu um
acréscimo.

ANÁLISE HORIZONTAL: MODO DE USAR

Até agora, o que você viu da técnica de Análise Horizontal foram


as descrições dos tipos de análise, os objetivos, a metodologia de cálculo
dos números-índice e das taxas de variação, bem como a interpretação
preliminar dos números-índice. A partir de agora você vai saber como
se deve interpretar os demonstrativos utilizando a técnica de Análise
Horizontal.

A Análise Encadeada (ou simplesmente Análise Horizontal)


fundamenta-se na idéia da evolução histórica de cada item
das demonstrações contábeis ao longo do período examinado.
A Análise Anual surgiu no Brasil por volta da década de 1980 e
início dos anos 1990, época marcada por uma economia instável
(vários planos econômicos, trocas de moedas, elevados índices
de inflação), ocasionando, portanto, dificuldade de escolher
a data-base adequada; isso fez com que se utilizasse a Anual,
pois é mais importante saber o comportamento de alguns itens
das demonstrações contábeis do último ano em relação ao ano
anterior do que desenvolver uma série histórica muito longa.
Embora possa trazer informações relevantes, ela pode mascarar
alguns resultados, levando o analista a conclusões incorretas.

A Análise Horizontal Anual só deve ser utilizada como comple-


mento da Encadeada, e nunca em substituição a ela.
Para que você possa compreender melhor, veja o exemplo a
seguir.

122 C E D E R J
O volume de Duplicatas a Receber da Companhia A no período

51
de X3, X4, X5 e X6 é o seguinte:

AULA
DISCRIMINAÇÃO X3 X4 X5 X6
Duplicatas a Receber – R$ MIL 2.350 1.058 1.410 2.350

Utilizando a Análise Horizontal Encadeada e adotando o ano X3


como base, teríamos o seguinte resultado:

DISCRIMINAÇÃO X3 X4 X5 X6
Duplicatas a Receber – R$ MIL 2.350 1.058 1.410 2.350
Análise Horizontal Encadeada 100% 45% 60% 100%
Taxa de variação anual - - 55% - 40% -

Pela Análise Horizontal Encadeada, conclui-se que a conta


Duplicatas a Receber teve uma queda de 55% em X4. Tal redução
fez com que as Duplicatas a Receber passassem a representar 45% do
valor existente em X3. Em X5, as Duplicatas a Receber continuaram
em queda, só que desta vez a redução foi de 40%, correspondendo a
60% dos valores de X3.
Finalmente, em X6, não houve variação no nível das Duplicatas
a Receber em relação a X3, voltando exatamente ao saldo inicial, isto

!
é, ao valor existente em X3.

A construção de cadeias de
números-índice se justifica quando
existem diversos períodos sucessivos a serem
comparados com o período-base.

C E D E R J 123
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

Utilizando a Análise Horizontal Anual, teríamos o seguinte


resultado:

DISCRIMINAÇÃO X3 X4 X5 X6
Duplicatas a Receber – R$ MIL 2.350 1.058 1.410 2.350
Taxa de variação anual - - 55% + 33% + 67%

Se utilizássemos somente a Análise Horizontal Anual, iríamos


concluir que as Duplicatas a Receber tiveram uma queda de 55% em X4.
Em X5, elas tiveram um acréscimo de 33% em relação ao ano anterior
(X4), e no último exercício (X6), as Duplicatas a Receber tiveram um
acréscimo bastante significativo, de 67%.
Em outras palavras, a empresa teve redução em X4 e aumentos
sucessivos nos dois exercícios seguintes. A princípio, isto sugere que a
redução ocorrida em X4 foi compensada em X5 e melhorada ainda mais
em X6, o que não é verdade: o volume das Duplicatas a Receber em X6
é o mesmo de X3. Isto porque a redução ocorrida em X4 foi calculada
em relação a uma base muito maior (X3) do que a base usada para o
crescimento havido em X5 e X6.
Ou seja: não se deve desconsiderar a Análise Horizontal Anual,
porém deve-se ter em mente os cuidados mencionados para evitar incorrer
em erros de interpretação dos resultados obtidos.
No caso de utilizar a Análise Horizontal Anual como complemento
à Encadeada, a fim de evitar falsas conclusões, é melhor trabalhar com
um quadro semelhante a este:

DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3 X4
Duplicatas a Receber – R$ MIL 2.350 1.058 1.410 2.350
Taxa de variação anual - - 55% + 33% + 67%

124 C E D E R J
! Na Análise Horizontal Anual
não é recomendável construir cadeias
de números-índice sobre os valores anteriores,
porque podem induzir a falsas conclusões. Se a
comparação é entre duas posições consecutivas, é mais
conveniente trabalhar com taxas de variação
sobre os valores anteriores.
ANÁLISE HORIZONTAL X INFLAÇÃO

51
AULA
Ao contrário da Análise Vertical, que em termos práticos não é
afetada pela inflação, em decorrência de os dois valores relacionados
encontrarem-se em moeda de uma mesma data, a Análise Horizontal é
fortemente distorcida sob condições inflacionárias, por comparar valores
de um mesmo item por exercícios sucessivos (Análise Encadeada) ou em
ano anterior (Análise Anual), já que utiliza moedas de poder aquisitivo
diferente.
Antes de aplicar a Análise Horizontal, você deve tomar o cuidado
BASE INFLACIONÁRIA X
de trazer todos os exercícios sociais para a mesma BASE INFLACIONÁRIA ou
DEFLACIONÁRIA
DEFLACIONÁRIA.
Base inflacionária:
correção dos valores das
demonstrações financeiras
BASE DEFLACIONÁRIA BASE INFLACIONÁRIA para a moeda do último
exercício.
X1 X3 Base deflacionária:

X
correção dos valores das
demonstrações financeiras
para a moeda do primeiro
Na base DEFLACIONÁRIA, Na base INFLACIONÁRIA, exercício.
o PRIMEIRO exercício é o ÚLTIMO exercício é
tomado como referência tomado como referência
para o ajuste dos valores para o ajuste dos valores
monetários dos exercícios monetários dos exercícios
POSTERIORES. ANTERIORES.

Figura 5.4: Diferenças entre as bases inflacionária e deflacionária


utilizadas para corrigir os valores monetários das demonstrações
contábeis de exercícios diferentes.

A eliminação dos efeitos da inflação se dá pela utilização de um


indexador que reflita as variações no nível geral de preços, de modo que
as demonstrações contábeis fiquem homogeneizadas, isto é, todos os
valores sejam convertidos à moeda de uma mesma data.
Normalmente, aplica-se para este fim o Índice Geral de Preços
– IGP, publicado mensalmente pela revista Conjuntura Econômica,
da Fundação Getulio Vargas (coluna 1: Oferta global ou coluna 2:
Disponibilidade interna).
Veja como proceder para transportar as demonstrações
contábeis de todos os exercícios para a mesma base, seja inflacionária
ou deflacionária:

C E D E R J 125
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

a) Cálculo da base inflacionária: para inflacionar os valores


das demonstrações contábeis para a moeda do último exercício, basta
multiplicá-los por um fator obtido através da divisão do IGP da data
da última demonstração pelo IGP da data da demonstração que se quer
corrigir.
Exemplo:

Em R$
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
Ativo Circulante
100.000 150.000 180.000
(valores originais)
IGP 1,19 1,23 1,30

Os fatores de conversão são calculados com base nesses dados,


ou seja, os fatores são aqueles que, multiplicados pelos dados originais
das demonstrações contábeis de 31/12/X1 e 31/12/X2, converterão esses
valores em preços de 31/12/X3.

IGP do último ano


Fator de conversão =
IGP do ano a ser corrigido

Fator de conversão de 31/12/X1 para 31/12/X3: 1.30 = 1,092


1.19

1.30
Fator de conversão de 31/12/X2 para 31/12/X3: = = 1,057
1.23

Multiplicando os fatores de conversão pelos valores originais de


31/12/X1 e 31/12/X2, todos os valores se encontrarão em moeda de
31/12/X3, conforme exposto a seguir:

DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


Ativo Circulante (valores originais) (1) – R$ 100.000 150.000 180.000
Fator de Conversão (2) 1,092 1,057 1,000
Ativo Circulante (valores inflacionados)
109.200 158.550 180.000
(1 x 2) – R$

126 C E D E R J
b) Cálculo da base deflacionária: para deflacionar os valores das

51
demonstrações contábeis para a moeda da demonstração mais antiga,

AULA
basta multiplicá-los por um fator obtido através da divisão do IGP da
data da demonstração mais antiga pelo IGP da data das demonstrações
que se quer corrigir.
Exemplo:

Em R$
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
Ativo Circulante
100.000 150.000 180.000
(valores originais)
IGP 1,19 1,23 1,30

Os fatores de conversão são calculados com base nesses dados,


ou seja, os fatores são aqueles que, multiplicados pelos dados originais
das demonstrações contábeis de 31/12/X2 e 31/12/X3, converterão esses
valores em preços de 31/12/X1.

IGP da demonstração mais antiga


Fator de conversão =
IGP do ano a ser corrigido

1,19
Fator de conversão de 31/12/X2 para 31/12/X1: = 0, 967
1, 23

Fator de conversão de 31/12/X3 para 31/12/X1: 1,19 = 0, 915


1, 30

Multiplicando os fatores de conversão pelos valores originais de


31/12/X2 e 31/12/X3, todos os valores se encontrarão em moeda de
31/12/X1, conforme exposto a seguir:

DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


Ativo Circulante (valores
100.000 150.000 180.000
originais) (1) – R$
Fator de Conversão (2) 1,000 0,967 0,915
Ativo Circulante (valores
100.000 145.050 164.700
deflacionados) (1 x 2) – R$

Aplicando a técnica de Análise Horizontal aos valores originais e


aos valores inflacionados ou deflacionados demonstrados nos quadros
a seguir, podemos encontrar as respectivas interpretações:

C E D E R J 127
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


Ativo Circulante
100.000 150.000 180.000
(valores originais) – R$
Análise Horizontal
100 150 180
Encadeada – %

DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


Ativo Circulante
109.200 158.550 180.000
(valores inflacionados) – R$
Análise Horizontal
100 145 165
Encadeada – %

DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


Ativo Circulante
100.000 145.050 164.700
(valores deflacionados) – R$
Análise Horizontal
100 145 165
Encadeada – %

A análise dos valores originais revela uma evolução do Ativo


Circulante em todos os anos, tendo um acréscimo nominal de 50% e
80%, respectivamente, em relação ao ano 1. No entanto, se eliminarmos
o efeito da inflação nos valores originais, deflacionando ou inflacionando,
verificamos que o Ativo Circulante sofreu, na verdade, acréscimo real de
45% e de 65% nos dois últimos exercícios respectivamente, se comparado

!
ao ano 1.

Quando interpretamos
os números-índice extraídos das
demonstrações contábeis com os valores
corrigidos para moeda de uma mesma data, a
variação é real; quando trabalhamos com os
valores originais das demonstrações, isto
é, sem corrigi-los, a variação é
nominal.

Você acabou de aprender como é importante ajustar as


demonstrações para a mesma moeda, para não gerar distorções
monetárias. Será que estes conceitos ficaram realmente claros para
você? Que tal realizar a atividade a seguir para checar?

128 C E D E R J
Atividade 3

51
AULA
Calculando índices de conversão monetária 3

Na tabela a seguir estão anotados os saldos da conta Estoques do Balanço Patrimonial


de uma empresa para quatro exercícios. Preencha estas tabelas com os valores que
estão faltando, aplicando, na primeira, a Análise Horizontal Encadeada com correção
por base inflacionária e, na segunda, deflacionária, sabendo-se que IGP para os anos
X4, X5, X6 e X7 são: R$ 0,69, R$ 0,90, R$ 1,11 e R$ 1,66, respectivamente. Considere
X4 como ano-base.
Para resolução desta atividade, você deverá apurar o Fator de conversão com 3 casas
decimais.

INFLACIONÁRIA
DISCRIMINAÇÃO X4 X5 X6 X7
Estoques - R$ 50.000 60.000 90.000 90.000
AH (%)
Fator de conversão
Estoques (corrigidos) - R$
AH % (corrigido)

DEFLACIONÁRIA
DISCRIMINAÇÃO X4 X5 X6 X7
Estoques - R$ 50.000 60.000 90.000 90.000
AH (%)
Fator de conversão
Estoques (corrigidos) - R$
AH % (corrigido)

Se julgar necessário, utilize o espaço a seguir para seus cálculos.

C E D E R J 129
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

Resposta Comentada
Para calcular a Análise Horizontal Encadeada, você deve ter aplicado uma
regra de três bastante simples, na qual o valor correspondente a 100% foi
sempre R$ 50.000,00 (X4).
Depois de ver os exemplos desta aula que explicaram como realizar a
conversão monetária, você não deve ter encontrado dificuldades para fazer
esta atividade.
Para realizar o cálculo do índice de correção com base inflacionária, foi
necessário dividir todos os valores de IGP pelo valor deste indicador em X7.
Para calcular o índice com base deflacionária o procedimento era o mesmo,
mas em vez de estabelecer X7 como parâmetro, você deve ter feito isso com
o valor registrado para X4.
É importante estar atento para o fato de que, embora os índices sejam calculados
diferentemente e originem “saldos” distintos para os estoques, X4 é sempre o
100%, pois foi definido como ano-base. Além disso, vale reparar que os valores
da Análise Horizontal Encadeada corrigida mostram as mesmas evoluções,
independente de a correção ter sido inflacionária ou deflacionária.
Suas tabelas preenchidas devem ter ficado assim:

INFLACIONÁRIA
DISCRIMINAÇÃO X4 X5 X6 X7
Estoques - R$ 50.000 60.000 90.000 90.000
AH (%) 100 120 180 180
Fator de conversão 2,406 1,844 1,495 1,000
Estoques (corrigidos) - R$ 120.300 110.640 134.550 90.000
AH % (corrigido) 100 92 112 75

DEFLACIONÁRIA
DISCRIMINAÇÃO X4 X5 X6 X7
Estoques – R$ 50.000 60.000 90.000 90.000
AH (%) 100 120 180 180
Fator de conversão 1,000 0,767 0,622 0,416
Estoques (corrigidos) – R$ 50.000 46.020 55.980 37.440
AH % (corrigido) 100 92 112 75

Memória de cálculo

DISCRIMINAÇÃO X4 X5 X6 X7
Fator de conversão 1,66 1,66 1,66
= 2,406 = 1,844 = 1,495 1,000
– Base inflacionária 0,69 0,90 111
,

Fator de conversão 0,69 0,69 0,69


1,000 = 0,767 = 0,622 = 0,416
– Base deflacionária 0,90 111
, 1,66

130 C E D E R J
É POSSÍVEL UTILIZAR A ANÁLISE VERTICAL EM CONJUNTO

51
COM A ANÁLISE HORIZONTAL?

AULA
Como você viu na Aula 3, a Análise Vertical mede as participações
de cada conta (ou grupo) em relação a uma determinada base; o confronto
das Análises Verticais realizadas em datas diferentes permite aferir as
alterações estruturais ocorridas na posição econômico-financeira da
empresa. A Análise Horizontal mostra a evolução de cada conta (ou
grupo) específica(o) no tempo.
A interpretação isolada dessas duas técnicas pode induzir a
erros de avaliação. Assim, não só é possível mas também recomendável
que esses dois tipos de análise sejam utilizados em conjunto, pois eles
se completam; essa combinação permite identificar quais elementos
merecem investigação mais aprofundada.
Por exemplo, a interpretação exclusiva da Análise Horizontal
revela que um determinado item apresentou crescimento de 1.000%
em relação ao ano anterior, o que isoladamente seria uma variação
bastante significativa. No entanto, a Análise Vertical revela que este
item representa apenas 0,3% do Ativo, donde se conclui que, embora
tenha obtido enorme crescimento em relação ao ano anterior, esse item
continua a não significar quase nada na estrutura do Ativo.
Por outro lado, a Análise Vertical também deve ser complementada
pela Análise Horizontal, principalmente na análise da Demonstração
do Resultado, pois pequenos percentuais podem ser significativos, em
função de que o Lucro Líquido costuma representar também percentual
muito pequeno em relação às vendas.
Em uma situação, por exemplo, em que a Análise Vertical da DRE
revela que as despesas comerciais passaram de 15% para 18% em relação
ano anterior, o aumento de três pontos percentuais não chama atenção; no
entanto a Análise Horizontal revela que este item acresceu de 150% em
relação ao ano anterior, o que é muito superior ao crescimento ocorrido
nas vendas (120%), possibilitando localizar os itens responsáveis pela
performance da empresa.
Para ficar mais claro, vamos analisar uma demonstração contábil
pelas duas técnicas? Para isso, recuperaremos o exemplo da Empresa
Via Digital S.A., que você viu na Aula 2, quando aprendeu os ajustes
necessários para iniciar um processo de análise.

C E D E R J 131
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

Empresa Via Digital S.A.


Balanço Patrimonial ajustado - ATIVO

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2
CONTAS VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % %
ATIVO CIRCULANTE:
7.390 6 100 2.024 1 27
Disponibilidade (1)
Direitos Realizáveis a Curto Prazo (2) 47.218 38 100 41.015 29 87
Soma (3) = (1+2) 54.608 44 100 43.039 30 79
Estoques (4) 33.923 28 100 33.411 24 98
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE
88.531 72 100 76.450 54 86
(5) = (3 + 4)
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
- - - - - -
(6)
TOTAL DO ATIVO PERMANENTE
34.577 28 100 65.124 46 188
(7) = (8 + 9+ 10)
. Investimentos (8) 3.263 3 100 4.106 3 126
. Imobilizado (9) 31.314 25 100 59.036 42 189
. Diferido (10) - - - 1.982 1 -

123.108 100 100 141.574 100 115


ATIVO TOTAL (11) = (5 + 6 + 7)

Memória de cálculo:
Deflacionando os valores de X2 para X1:
Fator de conversão de 31/12/X2 para 31/12/X1
.185,10
11.185 ,10
==001,0,69
1.185 .10
,185
962,10
962
11.232
.232,10
185 , 50
50 == 00,,767
= 0, 962
962
= 001,90
1.232 , 50
.962
232, 50
1.232, 50
Multiplicando os valores do Balanço Patrimonial de X2 pelo fator
de conversão, temos os valores deflacionados, conforme demonstrado
a seguir:

31/12/X2
31/12/X2 Valores
Valores originais Fator de conversão deflacionados
DISCRIMINAÇÃO
(Em reais) b para X1
a (Em reais)
c=axb
Ativo Circulante 76.450 0,967 73.927
Ativo Imobilizado 59.036 0,967 57.088
Ativo Total 141.574 0,967 136.902

132 C E D E R J
51
31/12/X2

AULA
Discriminação 31/12/X1 (Valores deflacionados
para X1)
Ativo Circulante – R$ 88.531 73.927
Análise Horizontal (número-índice) 100% 84%
Ativo Imobilizado – R$ 31.314 57.088
Análise Horizontal (número-índice) 100% 182%
Ativo Total (Passivo Total) – R$ 123.108 136.902
Análise Horizontal (número-índice) 111%

A Análise Horizontal/Vertical das demonstrações contábeis


NOMINAL E REAL
relativas aos exercícios de X1 e X2 revela que as aplicações da empresa
São termos que
tiveram um crescimento NOMINAL de 15%. Em termos reais, o crescimento foram explicados
no boxe de atenção
foi de 11%, alterando a estrutura do Ativo da empresa. O principal imediatamente
responsável foi o Ativo Imobilizado, que teve uma expansão nominal de anterior à Atividade 3!

89% e real de 82%, passando a ter uma representatividade significativa


no total das aplicações, passando de 25% para 42% em X2; em virtude
de seu projeto de modernização e expansão (as aplicações em máquinas
e equipamentos cresceram, nominalmente, 75% em X2), e notadamente
em obras em andamento iniciadas neste exercício, cuja participação
teve representatividade de 12% em relação ao total do Ativo e 30% do
Imobilizado.
Observe o que acontece com os grupos do Passivo:

Empresa Via Digital S.A.


Balanço Patrimonial ajustado - PASSIVO

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2
CONTAS VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % %
PC (1) 60.554 49 100 48.943 35 81
PELP (2) 14.196 12 100 51.291 36 361
PASSIVO EXIGÍVEL
74.750 61 100 100.234 71 134
TOTAL (3) = (1 + 2)
PL (4) 48.358 39 100 41.340 29 85
PASSIVO TOTAL
123.108 100 100 141.574 100 115
(5) = (3 + 4)

C E D E R J 133
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

O índice utilizado para a correção dos valores é o mesmo que


foi calculado para as conversões do Ativo. Veja o Passivo ajustado:

31/12/X2
31/12/X2 Valores
Fator de
Valores originais deflacionados
DISCRIMINAÇÃO conversão
(Em reais) para X1
b
a (Em reais)
c=axb
Passivo Circulante 48.943 0,967 47.328
Passivo Exigível a Longo Prazo 51.291 0,967 49.598
Patrimônio Líquido 41.340 0,967 39.976

31/12/X2
(Valores
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1
deflacionados
para X1)
Passivo Circulante – R$ 60.554 47.328
Análise Horizontal (número-índice) 100% 78%
Passivo Exigível a Longo Prazo – R$ 14.196 49.598
Análise Horizontal 100% 349%
Patrimônio Líquido – R$ 48.358 39.976
Análise Horizontal (número-índice) 100% 83%

O crescimento do Ativo foi financiado por recursos de terceiros


exigíveis a longo prazo. A utilização maciça desses recursos fez com que
eles crescessem 261% em termos nominais e 249% em termos reais,
índices muito superiores aos ocorridos no Ativo.
Desse modo, a participação das exigibilidades de longo prazo no
Passivo Total passou a ter uma representatividade de 36%, representando
51% dos capitais de terceiros.
Com a evolução significativa das exigibilidades a longo prazo e
o decréscimo do Patrimônio Líquido, a empresa passou a utilizar cada
vez mais recursos de terceiros na sua estrutura de capitais.

Memória de cálculo
Valores extraídos do BP original encerrado em 31/12/X1 e
31/12/X2, respectivamente

31/12/X1 31/12/X2
DISCRIMINAÇÃO VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % %
Máquinas e Equipamentos 12.168 10 100 21.345 22 175
Obras em andamento – – – 17.615 12 –
Ativo total 123.108 100 100 141.574 100 115

134 C E D E R J
51
31/12/X2 31/12/X2

AULA
DISCRIMINAÇÃO VALOR AV DISCRIMINAÇÃO VALOR AV
R$ % R$ %
Obras em andamento 17.615 30 Passível Exigível a LP 51.291 51
Ativo Imobilizado 59.036 100 Passível Exigível 100.234 100

Veja em seguida a Demonstração do Resultado do Exercício ajustada relativa ao exercício


X1 e X2, bem como sua análise:

Empresa Via Digital S.A.


DREs saneadas relativas aos exercícios de X1 e X2

DRE

31/12/X1 31/12/X2
DISCRIMINAÇÃO VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % %

RECEITA OPERACIONAL BRUTA (1) 237.401 113 100 294.377 114 124

(-) Deduções de Vendas (2) 26.889 13 100 35.031 14 130

(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA


210.512 100 100 259.346 100 123
(3) = (1 – 2)

(-) CUSTO DOS PRODUTOS


160.385 76 100 161.313 62 101
VENDIDOS (4)

(=) LUCRO BRUTO (5) = (3 – 4) 50.127 24 100 98.033 38 196

(-) Despesas Operacionais


35.382 17 100 92.327 36 261
(6) = (7 + 8 + 9 + 10)

. Vendas (7) 10.218 5 100 12.189 5 119

. Administrativas (8) 9.296 4 100 8.299 3 89

. Financeiras Líquidas (9) 15.868 8 100 71.839 28 453

. Outras Despesas/Receitas (10) - - - - - -

(=) Lucro Operacional (11) = (5 – 6) 14.745 7 100 5.706 2 39

(+) Resultados Não-Operacionais (12) 156 - 100 76 - 49

(=) Lucro antes do IR (13) = (11 + 12) 14.901 7 100 5.782 2 39

(-) Provisão para IR (14) 4.797 2 100 1.100 - 23

(=) Lucro Líquido (15) = (13 – 14) 10.104 5 100 4.682 2 46

C E D E R J 135
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

31/12/X2 31/12/X2
Fator de
Valores originais Valores deflacionados
DISCRIMINAÇÃO conversão
(Em reais) (Em reais)
b
a c=axb
ROL 259.346 0,967 250.788
CPV 161.313 0,967 155.990
LB 98.033 0,967 94.798
DO 92.327 0,967 89.280
Despesas com Vendas 12.189 0,967 11.787
Despesas Administrativas 8.299 0,967 8.025
Despesas Financeiras
71.839 0,967 69.468
Líquidas
Lucro Operacional 5.706 0,967 5.518
Lucro Líquido 4.682 0,967 4.527

31/12/X2
(Valores
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1
deflacionados
para X1)
Receita Operacional Líquida – R$ 210.512 250.788
Análise Horizontal (número-índice) 100% 119%
Custo dos Produtos Vendidos – R$ 160.385 155.990
Análise Horizontal (número-índice) 100% 97%
Lucro Bruto – R$ 50.127 94.798
Análise Horizontal (número-índice) 100% 189%
Despesas Operacionais – R$ 35.382 89.280
Análise Horizontal (número-índice) 100% 252%
Despesas com Vendas – R$ 10.218 11.787
Análise Horizontal (número-índice) 100% 115%
Despesas Administrativas – R$ 9.296 8.025
Análise Horizontal (número-índice) 100% 86%
Despesas Financeiras Líquidas – R$ 15.868 69.468
Análise Horizontal (número-índice) 100% 438%
Lucro Operacional – R$ 14.745 5.518
Análise Horizontal (número-índice) 100% 37%
Lucro Líquido – R$ 10.104 4.527
Análise Horizontal (número-índice) 100% 45%

Quanto à situação econômica da EVD S.A., observa-se em X2


acréscimo nominal das Receitas Operacionais de 23% e real de 19%.
Como o CPV manteve-se praticamente no mesmo nível de X1 em
termos nominais e decréscimo real de 3%, acarretou um lucro bruto
real de 89% – desempenho bom. A maior produtividade de X2 foi
reduzida drasticamente em função das despesas operacionais, que
evoluíram cerca de oito vezes o crescimento ocorrido nas vendas líquidas
(152% ÷ 19%). Analisando especificamente as despesas operacionais,

136 C E D E R J
verifica-se que as despesas financeiras líquidas tiveram seu crescimento

51
elevado em 353%, em termos nominais, e 338% em termos reais. Em

AULA
função do comportamento das despesas financeiras, o Lucro Operacional
decresceu, tanto em termos nominais como reais, em 61% e 63%,
respectivamente, se comparado a X1.
Finalmente, o Lucro Líquido, também em X2, decresceu, tanto
em termos nominais como reais, em cerca de 55% em relação ao ano
anterior, representando apenas 2% da ROL.

CONCLUSÃO

Como você deve ter percebido nesta aula, a Análise Horizontal é


uma técnica de análise que permite avaliar a evolução dos elementos que
compõem as demonstrações contábeis ao longo de uma série histórica,
fornecendo informações que poderão influenciar diretamente na tomada
de decisões dentro de uma empresa. A Análise Horizontal Anual só deve
ser utilizada como complemento da Análise Horizontal Encadeada. Países
com altas taxas de inflação devem ter suas demonstrações contábeis
analisadas com ajustes de seus valores por índices calculados a partir de
dados da economia do país ou da região.

C E D E R J 137
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

Atividade Final
Analisando uma demonstração 4

A seguir você encontra o registro do Ativo saneado de uma empresa, mostrando os


dados referentes a X1 e X2. Estes dados estão analisados Vertical e Horizontalmente e
sua tarefa é interpretar esta análise. Mas calma! Veja os dados e, em seguida, concentre-
se em responder as perguntas que se encontram depois deles. Fazendo isso, você
realizará a atividade e, por conseqüência, atingirá o quarto objetivo desta aula!

Aplicações de Recursos da Empresa ABC Ltda.

31/12/X1 31/12/X2
DISCRIMINAÇÃO VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % %
ATIVO CIRCULANTE:
8.000 7 100 3.000 2 38
Disponível (1)
Direitos Realizáveis a Curto Prazo (2) 50.000 42 100 40.000 33 80
Soma (3) = (1+2) 58.000 49 100 43.000 35 74
Estoques (4) 33.000 28 100 29.000 24 88
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE
91.000 77 100 72.000 59 79
(5) = (3 + 4)
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO (6) - - - - - -
TOTAL DO ATIVO PERMANENTE
27.500 23 100 49.200 41 179
(7) = (8 + 9+ 10)
. Investimentos (8) 2.500 2 100 3.200 3 128
. Imobilizado (9) 25.000 21 100 46.000 38 184
ATIVO TOTAL (11) = (5 + 6 + 7) 118.500 100 100 121.200 100 102

Fator de conversão para base deflacionária (dado do problema): 0,92

31/12/X2
(Valores
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1
deflacionados
para X1)
Ativo Circulante – R$ 91.000 65.320
Análise Horizontal (número-índice) 100% 73%
Ativo Permanente – R$ 27.500 45.264
Análise Horizontal (número-índice) 100% 165%
Ativo Total (Passivo Total) – R$ 118.500 111.504

138 C E D E R J
51
Analise os dados oferecidos anteriormente e responda às seguintes perguntas:

AULA
Qual foi a evolução nominal das Aplicações?

________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

Qual foi a evolução real das Aplicações?

_______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

Qual foi o comportamento nominal do:

1 - Ativo Circulante:

- Disponibilidades:

_______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

- Estoques:

________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

2 - Ativo Permanente:

- Imobilizado:

_______________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

Resposta Comentada
Para realizar esta atividade, você não precisava fazer um único cálculo. O objetivo era que
você pudesse analisar as informações já processadas e chegar a algumas conclusões
a partir delas.
Você aprendeu nesta aula a diferença entre o que é valor nominal e o que é valor real:
no primeiro, os dados das demonstrações são analisados e comparados sem ajustes que
levam em consideração a inflação, ao contrário do que acontece no segundo.
A evolução nominal do Ativo (Aplicações) foi pequena, sofrendo um aumento de apenas
2%. Se deflacionarmos os saldos para X1 utilizando o fator de conversão, veremos que,
de fato, não houve aumento, mas sim diminuição nas aplicações: o valor real destas
foi reduzido em 6%.
O Ativo Circulante sofreu retração tanto nominal quanto real. Nominalmente, ele
diminuiu 21%, enquanto, em termos reais, esta diminuição foi de 27%. Todos os
ítens do Ativo Circulante tiveram seus percentuais diminuídos de X1 para X2
em relação ao Ativo Total. O grupo que sofreu a maior redução

C E D E R J 139
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

de um exercício para o outro foi o Direitos Realizáveis a Curto Prazo, que sofreu uma
retração nominal de 9%. Disponibilidades quase deixa de existir, passando a representar
apenas 2% do Ativo Total. Os Estoques, por sua vez, não se comportaram de maneira
diferente: também diminuíram sua participação nas aplicações da empresa.
O Ativo Permanente, ao contrário do Circulante, passa a representar uma porcentagem
maior das aplicações da empresa. Este grupo sofre um aumento nominal de 79% e real
de 65% de X1 para X2. O principal responsável por esse comportamento foi o Imobilizado,
que, de um ano para o outro, quase dobrou de valor (monetário). Nominalmente, o Ativo
Imobilizado cresceu 84% e, em termos reais, de 65%.
De maneira preliminar, pois não estamos vendo o que aconteceu com as Origens desta
empresa, podemos dizer que esta entidade investiu mais em estabilidade, aplicando
maior quantidade de recursos em seu Ativo Imobilizado.

140 C E D E R J
51
RESUMO

AULA
A técnica de Análise Horizontal tem o objetivo de avaliar a evolução
dos diversos valores lançados em uma demonstração contábil. Sua
aplicação envolve o cálculo de números-índice, que transformam valores
monetários absolutos em percentuais relativos, facilitando a comparação
dos desempenhos da empresa em diversos exercícios (série histórica).
Quando aplicada aos Balanços Patrimoniais, ela possibilita avaliar a
evolução:
- dos ativos (investimentos) e passivos (financiamentos) de curto prazo, para
saber a existência de folga financeira de curto prazo;
- do Ativo Imobilizado comparado à evolução das vendas, para verificar o
comportamento dos investimentos em bens fixos em relação a um adequado
crescimento de vendas;
- da estrutura de capital, a fim de tomar conhecimento de como a empresa
está financiando seus ativos (Quais as fontes de recursos? Qual a proporção
dos recursos próprios e de terceiros? Maior utilização de dívidas de curto
prazo? Desequilíbrio na estrutura de capital?).
Quando aplicada às Demonstrações dos Resultados, a Análise Horizontal
procura, em primeiro lugar, identificar a evolução dos custos e das despesas
em relação ao volume das Receitas Operacionais Líquidas e seus reflexos
sobre os resultados da empresa.
Há dois tipos de Análise Horizontal: a Encadeada (que analisa todos os
exercícios em relação ao desempenho de um outro determinado, chamado
ano-base) e a Anual (que compara o desempenho de um exercício com o
do anterior).
As análises ao longo de diversos exercícios estão sujeitas à distorção dos
valores monetários originada por inflação ou deflação. Para evitar essas
distorções no resultado da análise, é necessário preparar as demonstrações,
convertendo-as todas para uma mesma moeda, por meio de índices
calculados com base em dados da economia do país ou da região.
A interpretação da Análise Horizontal não deve ser realizada isoladamente,
mas sim em conjunto com a Análise Vertical, pois só assim você irá identificar
os elementos que merecem uma investigação mais rigorosa.

C E D E R J 141
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise Horizontal

INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA AULA

A Aula 6 será exclusivamente prática, como foi o caso da aula passada; a


diferença é que, na próxima aula, as atividades serão relativas à técnica de
Análise Horizontal.

142 C E D E R J
6

AULA
Práticas sobre Análise Horizontal
Meta da aula
Apresentar várias atividades envolvendo a
técnica de Análise Horizontal.
objetivos

Ao término desta aula, você deverá ser capaz de:

aplicar os conceitos envolvidos com Análise Horizontal


1
(estudados na Aula 5);

aplicar a técnica de Análise Horizontal nos principais


2
demonstrativos contábeis;

extrair algumas conclusões preliminares sobre os


3
percentuais obtidos nessas tarefas.

Pré-requisitos
É necessário que você tenha claros todos os conceitos envolvidos
com a Análise Horizontal, apresentados na aula passada. Além disso,
recomendamos que você tenha em mãos um calculadora, para fazer
as atividades propostas com mais rapidez.
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal

INTRODUÇÃO
A Análise Horizontal é uma técnica que possibilita a obtenção de informações
preciosas sobre a evolução de uma empresa ao longo de diversos exercícios.
Por esta técnica, é possível comparar o desempenho de todos os exercícios
com o de um específico, chamado ano-base (Análise Horizontal Encadeada ou
simplesmente Análise Horizontal), bem como comparar o desempenho de uma
empresa de um exercício para o outro (Análise Horizontal Anual).
Na aula passada, você aprendeu como aplicar as Análises Horizontais Encadeada
e Anual, como não cometer erros originados por uma economia em que há
inflação e também como interpretar alguns dos dados obtidos em conjunto
com aqueles oriundos da Análise Vertical.
Nesta aula, você terá a oportunidade de praticar todos esses conhecimentos
realizando uma série de atividades. Mãos à obra!

Atividade 1
Revendo conceitos
1
Marque a opção correta para cada sentença a seguir:
a. A Análise Horizontal é o processo que corresponde ao estudo comparativo da
evolução das contas que compõem as demonstrações contábeis, em períodos de
tempo consecutivos.
( ) certo ( ) errado

b. Ao aplicar a Análise Horizontal, o analista transforma os valores monetários das


demonstrações financeiras em medidas relativas chamadas:
( ) percentuais ( ) números-índice
( ) quocientes ( ) diferenças absolutas

c. A Análise Horizontal também é denominada:


( ) de Estrutura ou de Composição ( ) de Evolução ou Composição
( ) de Evolução ou de Crescimento ( ) de Crescimento ou de Estrutura

d. A Análise Horizontal pode ser efetuada por meio do cálculo das variações em relação a
um ano-base. Este processo de cálculo para apuração de número-índice é chamado:
( ) Análise Horizontal Anual ( ) Análise Horizontal Encadeada
( ) Análise Vertical Encadeada ( ) Análise Vertical Anual

e. A Análise Horizontal pode ser efetuada através do cálculo das variações em relação ao
ano anterior. Este processo de cálculo para apuração de número-índice recebe o nome:
( ) Análise Vertical Anual ( ) Análise Horizontal Encadeada
( ) Análise Vertical Encadeada ( ) Análise Horizontal Anual

144 C E D E R J
6
Resposta Comentada

AULA
De acordo com os conceitos que você aprendeu na Aula 5, responder a estas perguntas
deve ter sido fácil! Se ficou alguma dúvida, é só recorrer à aula anterior para saná-la.
Não deixe de fazer isso, pois esses conceitos são importantes para sua formação como
administrador. Confira as respostas a seguir:
a. certo
b. Números-índice
c. de Evolução ou de Crescimento
d. Análise Horizontal Encadeada
e. Análise Horizontal Anual

Você aprendeu, na Aula 5, como se dá a aplicação da técnica de Análise


Horizontal no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do
Exercício. Estudou também que a Análise Horizontal apresenta duas
modalidades: Encadeada e Anual. Que tal testar o quanto você fixou destes
dois procedimentos com as atividades a seguir?

! Lembre-se de que a Análise


Horizontal Encadeada toma por base os
valores definidos para uma determinada data-base,
considerando-os 100%.

Atividade 2
Aplicando Análise Horizontal Encadeada no BP 2

Nesta atividade, você deve efetuar a Análise Horizontal Encadeada dos Balanços
Patrimoniais da Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A., encerrados em 31
de dezembro de X1, X2 e X3, arredondando os percentuais para zero casas decimais.

C E D E R J 145
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal

Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
ATIVO VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 6.000 7.200 10.150
Realizável a L.P. 1.350 3.000 4.200
Permanente – Investimento 2.250 4.000 3.000
Permanente – Imobilizado 4.800 7.000 9.000
Permanente – Diferido 600 450 300

TOTAL 15.000 21.650 26.650

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
PASSIVO VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 4.500 6.300 7.000
Exigível a L.P. 900 4.300 4.800
Patrimônio Líquido 9.600 11.050 14.850
TOTAL 15.000 21.650 26.650

Utilize o espaço a seguir para fazer seus cálculos.

146 C E D E R J
6
Resposta Comentada

AULA
Você viu que a Análise Horizontal é o processo que mede a evolução de cada conta ou
grupo de contas das demonstrações contábeis ao longo de períodos sucessivos, a fim
de caracterizar tendência. A Análise Horizontal Encadeada (ou simplesmente Análise
Horizontal) é efetuada por meio do cálculo das variações em relação a um ano-base,
geralmente o mais antigo da série.
Nesta atividade, você deverá tomar o ano X1 como base 100%. Você chega aos resultados
dividindo o valor de um grupo de X2 pelo valor do mesmo grupo em X1, multiplicando
por 100 o resultado da divisão, e depois você deverá dividir o valor do grupo de X3 pelo
valor do mesmo grupo em X1, multiplicando por 100 o resultado da divisão. Veja como
deve ter ficado a sua tabela preenchida:

Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
ATIVO VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 6.000 100 7.200 120 10.150 169
Realizável a L.P. 1.350 100 3.000 222 4.200 311
Permanente – Investimento 2.250 100 4.000 178 3.000 133
Permanente – Imobilizado 4.800 100 7.000 146 9.000 188
Permanente – Diferido 600 100 450 75 300 50
TOTAL 15.000 100 21.650 144 26.650 178

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
PASSIVO VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 4.500 100 6.300 140 7.000 156
Exigível a L.P. 900 100 4.300 478 4.800 533
Patrimônio Líquido 9.600 100 11.050 115 14.850 155
TOTAL 15.000 100 21.650 144 26.650 178

C E D E R J 147
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal

Atividade 3
! Você já estudou que, na Análise
Horizontal Anual, as variações são calculadas
tomando por base os valores do ano imediatamente
anterior.

Agora, efetue a Análise Horizontal Anual dos Balanços Patrimoniais da Empresa


2
Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A., encerrados em 31 de dezembro de
X1, X2 e X3, arredondando os percentuais para zero casas decimais.

Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
ATIVO VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 6.000 7.200 10.150
Realizável a L.P. 1.350 3.000 4.200
Permanente – Investimento 2.250 4.000 3.000
Permanente – Imobilizado 4.800 7.000 9.000
Permanente – Diferido 600 450 300

TOTAL 15.000 21.650 26.650

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
PASSIVO VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 4.500 6.300 7.000
Exigível a L.P. 900 4.300 4.800
Patrimônio Líquido 9.600 11.050 14.850
TOTAL 15.000 21.650 26.650

148 C E D E R J
6
Utilize o espaço a seguir para fazer seus cálculos.

AULA
Resposta Comentada
A Análise Horizontal Anual é efetuada por meio do cálculo das variações em relação ao
ano anterior (não há exigência de escolha de ano-base). Ela deve ser utilizada como
complemento da Encadeada.
Nesta atividade, você deverá dividir o valor de um grupo de X2 pelo valor do mesmo grupo
em X1, multiplicando por 100 o resultado da divisão, depois você deverá dividir o valor
do grupo de X3 pelo valor do mesmo grupo em X2, multiplicando por 100 o resultado da
divisão. Ao final, você encontrará os seguintes percentuais:

Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
ATIVO VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 6.000 7.200 120 10.150 141
Realizável a L.P. 1.350 3.000 222 4.200 140
Permanente – Investimento 2.250 4.000 178 3.000 75
Permanente – Imobilizado 4.800 7.000 146 9.000 129
Permanente – Diferido 600 450 75 300 67
TOTAL 15.000 21.650 144 26.650 123

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
PASSIVO VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 4.500 6.300 140 7.000 111
Exigível a L.P. 900 4.300 478 4.800 112
Patrimônio Líquido 9.600 11.050 115 14.850 134
TOTAL 15.000 21.650 144 26.650 123

C E D E R J 149
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal

Atividade 4
Aplicando a Análise Horizontal Encadeada na DRE
2
A Análise Horizontal Encadeada pode ser aplicada também à DRE de uma
empresa. Aplique esta técnica nas Demonstrações dos Resultados dos Exercícios da
Empresa Comércio de Artifício Fogos de Goiás S.A. referentes aos exercícios X1, X2 e
X3, arredondando os percentuais para zero casas decimais.

Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.

DRE

X1 X2 X3
DISCRIMINAÇÃO VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Vendas Brutas 10.730 11.696 11.803
(-) Devoluções de Vendas 40 45 50
(-) Descontos Incondicionais
90 115 120
de Venda
(-) ICMS sobre Vendas 600 650 680
(=) Vendas Líquidas 10.000 10.886 10.953

(-) CMV 3.000 3.180 3.500


(=) Lucro Bruto 7.000 7.706 7.453
(-) Despesas Operacionais
. de Vendas 100 200 250
. Administrativas 400 450 500
. Financeiras Líquidas 200 600 950
(=) Lucro Operacional 6.300 6.456 5.753
(-) Provisão para I.R. 2.000 2.200 2.300
(=) Lucro Líquido 4.300 4.256 3.453

Resposta Comentada
Para esta atividade, são válidos os comentários da Atividade 2.

150 C E D E R J
6
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.

AULA
DRE

X1 X2 X3
DISCRIMINAÇÃO VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Vendas Brutas 10.730 100 11.696 109 11.803 110
(-) Devoluções de Vendas 40 100 45 113 50 125
(-) Descontos Incondicionais
90 100 115 128 120 133
de Venda
(-) ICMS sobre Vendas 600 100 650 108 680 113
(=) Vendas Líquidas 10.000 100 10.886 109 10.953 110

(-) CMV 3.000 100 3.180 106 3.500 117


(=) Lucro Bruto 7.000 100 7.706 110 7.453 106
(-) Despesas Operacionais
. de Vendas 100 100 200 200 250 250
. Administrativas 400 100 450 113 500 125
. Financeiras Líquidas 200 100 600 300 950 475
(=) Lucro Operacional 6.300 100 6.456 102 5.753 91
(-) Provisão para I.R. 2.000 100 2.200 110 2.300 115
(=) Lucro Líquido 4.300 100 4.256 99 3.453 80

Atividade 5
Aplicando a Análise Horizontal Anual na DRE 2

Agora, realize a Análise Horizontal Anual das Demonstrações dos Resultados dos
Exercícios da Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A. referentes aos exercícios
X1, X2 e X3, arredondando os percentuais para zero casas decimais.

C E D E R J 151
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal

Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.


DRE

X1 X2 X3
DISCRIMINAÇÃO VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Vendas Brutas 10.730 11.696 11.803
(-) Devoluções de Vendas 40 45 50
(-) Descontos Incondicionais
90 115 120
de Venda
(-) ICMS sobre Vendas 600 650 680
(=) Vendas Líquidas 10.000 10.886 10.953
(-) CMV 3.000 3.180 3.500
(=) Lucro Bruto 7.000 7.706 7.453
(-) Despesas Operacionais
. de Vendas 100 200 250
. Administrativas 400 450 500
. Financeiras Líquidas 200 600 950
(=) Lucro Operacional 6.300 6.456 5.753
(-) Provisão para I.R. 2.000 2.200 2.300
(=) Lucro Líquido 4.300 4.256 3.453

Resposta Comentada
Os comentários da Atividade 3 são válidos para esta atividade.

152 C E D E R J
6
AULA
Empresa Comércio de Fogos de Artifício Goiás S.A.
DRE

X1 X2 X3
DISCRIMINAÇÃO VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Vendas Brutas 10.730 11.696 109 11.803 101
(-) Devoluções de Vendas 40 45 113 50 111
(-) Descontos Incondicionais
90 115 128 120 104
de Venda
(-) ICMS sobre Vendas 600 650 108 680 105
(=) Vendas Líquidas 10.000 10.886 109 10.953 101

(-) CMV 3.000 3.180 106 3.500 110


(=) Lucro Bruto 7.000 7.706 110 7.453 97
(-) Despesas Operacionais
. de Vendas 100 200 200 250 125
. Administrativas 400 450 113 500 111
. Financeiras Líquidas 200 600 300 950 158
(=) Lucro Operacional 6.300 6.456 102 5.753 89
(-) Provisão para I.R. 2.000 2.200 110 2.300 105
(=) Lucro Líquido 4.300 4.256 99 3.453 81

Atividade 6
Mais conceitos... 1

Marque a opção correta para cada sentença a seguir:


a. A Análise Horizontal Anual é usada como complemento da Análise Horizontal
Encadeada.
( ) certo ( ) errado

b. Na Análise Horizontal Encadeada ou simplesmente Análise Horizontal a escolha do


ano-base recai sempre sobre o primeiro ano da série histórica.
( ) certo ( ) errado

c. Na Análise Horizontal Anual a escolha do ano-base geralmente é o mais antigo da


série.
( ) certo ( ) errado

C E D E R J 153
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal

d. Na Análise Horizontal, Encadeada ou simplesmente Análise Horizontal, a escolha do


ano-base é, geralmente, o primeiro ano da série histórica.
( ) certo ( ) errado

e. Na Análise Horizontal Anual não há escolha de ano-base, pois se compara o ano


seguinte em relação ao ano anterior.
( ) certo ( ) errado

f. A interpretação do número-índice se faz por meio da taxa de variação.


( ) certo ( ) errado

g. A taxa de variação é dada pela seguinte fórmula:


( ) 100% + número-índice ( ) 100% - número-índice
( ) número-índice + 100% ( ) número-índice – 100%

h. Se o número-índice for positivo, a taxa de variação é:


( ) o próprio número-índice
( ) o que exceder a – 100%
( ) o que exceder a 100% ou o que faltar para 100%
( ) 100%

i. Se o número-índice for negativo, a taxa de variação é:


( ) o próprio número-índice
( ) o que exceder a 100% ou que faltar para 100%
( ) o número-índice acrescido de – 100%
( ) 100%

j. Se o número-índice for negativo, a taxa de variação também é negativa. Neste caso,


trabalha-se com módulo, e sua interpretação se dará em função do sinal da base
(Encadeada) ou em função do ano anterior (Anual).
( ) certo ( ) errado

l. o módulo de | -9| = - 9
( ) certo ( ) errado

m. o módulo de | +9| = + 9
( ) certo ( ) errado

Resposta Comentada
Para responder a estas perguntas, mais uma vez, você só precisava recorrer aos conteúdos
estudados na aula anterior. Repare que as respostas das letras g, h, i, j, l e m estão na seção
da aula que mostra todas as situações possíveis aos números-índice. Falando em módulo
(l e m), é necessário lembrar apenas que o módulo de todo número negativo é
ele mesmo com sinal positivo. Confira as respostas:

154 C E D E R J
6
a. certo

AULA
b. errado
c. errado
d. certo
e. certo
f. certo
g. número-índice – 100%
h. o que exceder a 100% ou o que faltar para 100%
i. o número-índice acrescido de -100%
j. certo
l. errado
m. certo

Atividade 7
Estudando os números-índice – I 2

Você conheceu, na Aula 5, várias situações que podem ocorrer na interpretação dos
números-índice. Levando em conta os dados da tabela, calcule, em termos absolutos,
o valor do Lucro auferido no ano 2.

ANO 1 ANO 2 AH
DISCRIMINAÇÃO
R$ R$ %
Lucro 2.000 ? 50

( ) R$ 2.000 ( ) R$ 3.000
( ) R$ 1.000 ( ) – R$ 1.000

C E D E R J 155
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal

Resposta Comentada
Para resolver esta atividade, você precisa interpretar o número-índice por meio da taxa de
variação. Em seguida, calcule o valor do Lucro, em termos absolutos.
a. A taxa de variação é calculada pela seguinte fórmula:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
Taxa de variação = 50% – 100%
Taxa de variação = – 50%

b. O valor do Lucro, em termos absolutos, fica demonstrado assim:


Ano 1 = R$ 2.000
(+) Variação = – R$ 1.000 (matematicamente, temos: – 50% de R$ 2.000)
Ano 2 = R$ 1.000

Atividade 8
Estudando os números-índice – II
2
Você conheceu, na Aula 5, várias situações que podem ocorrer na interpretação
dos números-índice. Levando em conta os dados da tabela, qual a taxa de variação do
ano 2 em relação ao ano 1?

ANO 1 ANO 2 AH
DISCRIMINAÇÃO
R$ R$ %
Lucro 2.000 4.000

( ) 200% ( ) 50%
( ) 100% ( ) – 100%

156 C E D E R J
6
Resposta Comentada

AULA
Para resolver esta atividade, você precisa calcular o número-índice pela seguinte
fórmula:
Número-índice =

Número-índice =

Número-índice = 200%

Atividade 9
Estudando os números-índice – III

Você aprendeu várias situações que podem ocorrer na interpretação dos números- 2
índice na Aula 5. Levando em conta os dados da tabela, podemos afirmar que:

ANO 1 ANO 2 AH
DISCRIMINAÇÃO
R$ R$ %
Lucro 2.000 1.000 50

( ) Em termos relativos, o Lucro do ano 2 cresceu 50% em relação ao ano 1.


( ) Em termos relativos, o Lucro do ano 2 cresceu 150% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Lucro do ano 2 decresceu 50% em relação ao ano 1.
( ) Em termos relativos, o Lucro do ano 2 decresceu 150% em relação ao ano 1.

Resposta Comentada
Para resolver esta atividade, você precisa interpretar o número-índice por meio da taxa de
variação, que é calculada pela seguinte fórmula:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
Taxa de variação = 50% – 100%
Taxa de variação = – 50%
Como a base é positiva, não há dificuldade para interpretação da taxa negativa (taxa negativa
significa decréscimo quando comparada a uma base positiva), portanto, em termos relativos,
o Lucro do ano 2 decresceu 50% em relação ao ano 1 e, em termos absolutos,
passou de R$ 2.000 para R$ 1.000.

C E D E R J 157
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal

Atividade 10
Estudando os números-índice – IV
2
Você aprendeu, na Aula 5, várias situações que podem ocorrer na interpretação
dos números-índice. Levando em conta os dados da tabela, podemos afirmar que:

ANO 1 ANO 2 AH
DISCRIMINAÇÃO
R$ R$ %
Resultado Bruto 2.000 (1.000) (50)

( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 50% em relação ao ano 1.


( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 150% em relação ao
ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 50% em relação ao
ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 150% em relação ao ano 1.

Resposta Comentada
Para resolver esta atividade, você precisa interpretar o número-índice através da taxa de
variação, que é calculada pela seguinte fórmula:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
Taxa de variação = – 50% – 100%
Taxa de variação = – 150%

Como a base é positiva, não há dificuldade para interpretação da taxa negativa (taxa negativa
significa decréscimo quando comparada a uma base positiva).
Portanto, em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 150% em relação ao
ano 1 e, em termos absolutos, passou de um resultado positivo (lucro) de R$ 2.000
para um resultado negativo (prejuízo) de R$ 1.000.

158 C E D E R J
Atividade 11

6
AULA
Estudando os números-índice – V
2
Você aprendeu várias situações que podem ocorrer na interpretação dos
números-índice. Levando em conta os dados da tabela, você pode afirmar que:

ANO 1 ANO 2 AH
DISCRIMINAÇÃO
R$ R$ %
Resultado Bruto (2.000) 1.000 (50)

( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 150% em relação ao ano 1.


( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 150% em relação ao
ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 50% em relação ao
ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 50% em relação ao
ano 1.

Resposta Comentada
Para resolver esta atividade, você precisa interpretar o número-índice por meio da taxa de
variação, que é calculada pela seguinte fórmula:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
Taxa de variação = – 50% – 100%
Taxa de variação = – 150%
Como a base é negativa, você deve tomar muito cuidado na interpretação da taxa de variação.
E quando essa taxa é negativa o melhor é trabalhar com módulo, ou seja, | –150| = 150%.
Portanto, em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 150% em relação ao
ano 1 e, em termos absolutos, passou de um resultado negativo (prejuízo) de R$ 2.000 para
um resultado positivo (lucro) de R$ 1.000.
Ano 1 = – R$ 2.000
(+) Variação = + R$ 3.000 (matematicamente, temos – 150% de – R$ 2.000)
Ano 2 = + R$ 1.000
Vale a pena relembrar que a taxa de variação negativa aplicada em base
negativa significa acréscimo.

C E D E R J 159
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal

Outra maneira para você interpretar a taxa de variação, quando a base é negativa, é
considerar para o valor negativo da base o índice – 100; conseqüentemente, os demais
índices inverterão os sinais, conforme demonstrado a seguir:

RESULTADO BRUTO AH
DISCRIMINAÇÃO
R$ %
Ano 1 (2.000) -100
Ano 2 1.000 50(*)

(*) – 2.000 __________ – 100


1.000 __________ X

X = 50%.

Interpretando o número-índice, temos a seguinte taxa de variação:


Taxa de variação = Número-índice – (–100%)
= 50% + 100%
= +150%
Com efeito, há uma variação positiva de 150% entre uma data e outra.
Essa maneira de calcular facilita a interpretação para análise.

Atividade 12
Estudando os números-índice – VI
2
Você aprendeu, na Aula 5, várias situações que podem ocorrer na interpretação
dos números-índice. Levando em conta os dados da tabela, podemos afirmar que:

ANO 1 ANO 2 AH
DISCRIMINAÇÃO
R$ R$ %
Resultado Bruto (2.000) (1.000) 50

160 C E D E R J
6
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 50% em relação ao ano 1.

AULA
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 100% em relação ao
ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 decresceu 50% em relação ao
ano 1.
( ) Em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 100% em relação ao
ano 1.

Resposta Comentada
Para resolver esta atividade, você precisa interpretar o número-índice por meio da taxa de
variação, que é calculada pela seguinte fórmula:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
Taxa de variação = 50% – 100%
Taxa de variação = – 50%

Como a base é negativa, você deve tomar muito cuidado na interpretação da taxa de variação.
E quando essa taxa é negativa, o melhor é trabalhar com módulo, ou seja, | – 50| = 50%.
Portanto, em termos relativos, o Resultado Bruto do ano 2 cresceu 50% em relação ao
ano 1; em termos absolutos, ocorreu uma diminuição do resultado negativo (prejuízo) de
R$ 2.000 para R$ 1.000.

Ano 1 = – R$ 2.000
(+) Variação = + R$ 1.000 (matematicamente, temos – 50% de – R$ 2.000)
Ano 2 = – R$ 1.000

Mais uma vez, vale a pena reforçar que a taxa de variação negativa aplicada em base
negativa significa acréscimo. Nesta atividade, a empresa alcançou um resultado menos ruim,
se comparada ao ano-base.

Outra maneira para você interpretar a taxa de variação, quando a base é negativa, é
considerar para o valor negativo da base o índice – 100; conseqüentemente, os demais
índices inverterão os sinais, conforme demonstrado a seguir:

C E D E R J 161
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal

RESULTADO BRUTO AH
DISCRIMINAÇÃO
R$ %
Ano 1 (2.000) -100
Ano 2 (1.000) -50

?
– 2.000 __________ – 100
– 1.000 __________ X

100 x ( −1.000 ) +100.000


X= = = − 50%
− 2.000 − 2.000
Interpretando o número-índice, temos a seguinte
taxa de variação:
Taxa de variação = Número-índice – (–100%)
= - 50% - (-100%)
= - 50% + 100%
= 50%
Com efeito, há uma variação positiva de
50% entre uma data e outra. Essa
maneira facilita a interpretação
para análise.

Atividade 13
Certo ou Errado?
1
a. A Análise Horizontal é fortemente distorcida sob condições inflacionárias,
por comparar valores de um mesmo item em anos sucessivos (Encadeada) ou em ano
anterior (Anual), utilizando moedas de diferente poder aquisitivo.
( ) certo ( ) errado

b. Para eliminação dos efeitos inflacionários das demonstrações financeiras, você deve
trazer todos os exercícios sociais para a mesma base inflacionária ou deflacionária.
( ) certo ( ) errado

c. Você aprendeu, na Aula 5, que trazer os valores para a mesma base inflacionária é
corrigir os valores das demonstrações financeiras para a moeda do último exercício. E por
base deflacionária entende-se a correção dos valores para a moeda do primeiro exercício
social.
( ) certo ( ) errado

162 C E D E R J
6
d. Na Análise Horizontal, quando aplicada às demonstrações financeiras com valores

AULA
originais, a variação é nominal.
( ) certo ( ) errado

e. Na Análise Horizontal, quando aplicada às demonstrações financeiras com valores


corrigidos (inflacionados ou deflacionados), a variação é real.
( ) certo ( ) errado

Resposta Comentada
Mais uma vez, se você teve dúvidas para responder a alguma das perguntas, recorra à Aula
5 para resolver isso! Aqui estão as respostas:
a. certo
b. certo
c. certo

!
d. certo
e. certo

Após a revisão em forma


de exercícios que acabou de
fazer, você será capaz de resolver as
atividades seguintes:

Atividade 14
Qual é o objetivo da Análise Horizontal?
1
A Análise Horizontal tem como finalidade principal verificar:
( ) Se a empresa obteve lucro no período analisado.
( ) A situação econômico-financeira de uma empresa.
( ) A participação percentual dos componentes das demonstrações contábeis.
( ) A evolução dos elementos que formam as demonstrações contábeis.

Resposta Comentada
A finalidade da Análise Horizontal é mostrar a evolução, o crescimento, o estudo de tendências
de contas ou grupo de contas. A alternativa correta é "A evolução dos elementos que formam
as demonstrações contábeis".

C E D E R J 163
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal

Atividade 15
Falso ou verdadeiro?
1
Diga se as afirmações a seguir são falsas ou verdadeiras:
( ) A Análise Horizontal consiste em verificar a evolução ou o crescimento de elementos
que compõem as demonstrações contábeis de períodos distintos.
( ) Na Análise Horizontal os elementos comparados são homogêneos, mas os períodos
de avaliação são diferentes.
( ) A Análise Horizontal precisa de pelo menos dois exercícios para ser efetuada.

Resposta Comentada
A afirmativa "A Análise Horizontal consiste em se verificar a evolução ou o crescimento de
elementos que compõem as demonstrações contábeis de períodos distintos” é verdadeira.
A afirmativa "Na Análise Horizontal os elementos comparados são homogêneos, mas os
períodos de avaliação são diferentes” é verdadeira.
Ao aplicar a Análise Horizontal você verifica a evolução, por exemplo, da conta Estoque de
um ano em relação a outro ano.
A terceira afirmativa é verdadeira, já que a Análise Horizontal precisa pelo menos de dois
exercícios para ser efetuada.

Atividade 16
Calculando a evolução nominal
2
O Ativo Circulante da Empresa Alvorada apresentava os seguintes valores nos
Balanços Patrimoniais de X1 a X3:

DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
ATIVO CIRCULANTE 120.000 150.000 200.000

Tomando como ano-base X1, os números-índice de evolução nominal de X1 a X3 são:


a. X1 = 100%; X2 = 125% e X3 = 133%
b. X1 = 100%; X2 = 125% e X3 = 167%
c. X1 = 120%; X2 = 125% e X3 = 167%
d. X1 = 120%; X2 = 125% e X3 = 133%

164 C E D E R J
6
Resposta Comentada

AULA
Para resolver esta atividade, o tipo de Análise Horizontal a ser utilizado é a Encadeada,
em função de o enunciado ter tomado X1 como ano-base para fazer a comparação dos
exercícios sucessivos.
Como o enunciado informa que o ano X1 representa o ano-base (100%), as duas
últimas alternativas de imediato seriam excluídas, restando, portanto, as duas primeiras
alternativas.
Efetuando a Análise Horizontal Encadeada, você constatará que a segunda alternativa é a
correta, conforme demonstrado a seguir:
Calculando a evolução nominal
O Ativo Circulante da Empresa Alvorada apresentava os seguintes valores nos Balanços
Patrimoniais de X1 a X3:

X1 X2 X3
DISCRIMINAÇÃO VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ % R$ MIL % R$ MIL %
Ativo Circulante 120.000 100 150.000 125 200.000 167

Assim, a alternativa b é a correta.

Atividade 17
Calculando a evolução nominal
2
O Ativo Circulante da Empresa Alvorada apresentava os seguintes valores nos
Balanços Patrimoniais de X1 a X3:

ANO VENDAS LÍQUIDAS


X1 2.200
X2 2.860
X3 3.740
X4 5.060

A evolução das Vendas Líquidas é a seguinte:


a. 230; 170 ; 130; 100;
b. 100; 130; 130; 135;
c. 100; 130; 170; 230;
d. 35; 130; 130; 100;

C E D E R J 165
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal

Resposta Comentada
A opção c é a correta.
Para resolver esta atividade, você deve aplicar a metodologia de cálculo da Análise
Horizontal (Encadeada) apresentada na Aula 5. Escolha o ano X1 como base (100%)
e calcule os números-índice dos demais anos em relação a X1, conforme demonstrado
a seguir:

VENDAS LÍQUIDAS AH
ANO
R$ MIL %
X1 2.200 100
X2 2.860 130
X3 3.740 170
X4 5.060 230

Vale lembrar, mais uma vez, que você só deverá utilizar a Análise Horizontal Anual quando
for solicitada pelo enunciado. Fora disso, sempre utilize a Análise Horizontal Encadeada (ou
simplesmente Análise Horizontal).

Atividade 18
Tirando conclusões preliminares
3
O Ativo de uma empresa estava assim constituído em X3 e X4:

Em R$ mil

ATIVO X3 X4
Circulante 100 120
Realizável a Longo Prazo 30 40
Permanente 170 240
TOTAL 300 400

O índice de evolução nominal dos grupos de contas do Ativo indica que o que mais
cresceu de X3 para X4 foi o do:

a. Realizável a Longo Prazo;


b. Permanente e do Realizável a Longo Prazo, com a mesma evolução;
c. Circulante;
d. Circulante e do Permanente;
e. Permanente;

166 C E D E R J
6
Resposta Comentada

AULA
Para resolver esta atividade, você deve utilizar a Análise Horizontal, tomando o ano X3 como
base. Dividindo o valor do grupo de X4 pelo valor do mesmo grupo em X3, multiplicando o
resultado da divisão por 100, conforme demonstrado a seguir, o resultado é o seguinte:

X3 X4
ATIVO VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 100 100 120 120
Realizável a Longo Prazo 30 100 40 133
Permanente 170 100 240 141
TOTAL 300 100 400 133

Após a apuração dos números-índice, você deverá interpretá-los por meio da taxa de variação,
que é calculada da seguinte maneira:

Taxa de Variação = Número-índice – 100%

Tomando como exemplo o AC, podemos afirmar que ocorreu uma evolução de 20% de X3
para X4 (120% – 100%).

ATIVO X3 X4 EVOLUÇÃO
Circulante 100 120 20
Realizável a Longo Prazo 100 133 33
Permanente 100 141 41
TOTAL 100 133 33

Você irá constatar que o grupo de maior crescimento foi o Permanente (41%).

C E D E R J 167
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal

!
Sem a utilização
da Análise Horizontal, seria
extremamente difícil determinar
quais dos grupos tiveram maior crescimento,
pois existe a necessidade de calcular a taxa de
variação desses grupos.
A constatação dos crescimentos dos grupos, em
termos absolutos, é praticamente impossível, conforme
demonstrado a seguir:
Veja o exemplo de como as taxas podem ser calculadas:
Taxa de crescimento do Ativo Realizável a Longo Prazo:
X3 = R$ 30 mil
X4 = R$ 40 mil
R$ 10 mil -> variação absoluta
Taxa de variação = Número-índice – 100%
= 133% – 100% = 33% -> variação relativa
Se, por exemplo, o PC tivesse os seguintes valores em:
X3 = R$ 300 mil
X4 = R$ 400 mil
R$ 100 mil (variação absoluta)

Taxa de variação = Número-índice – 100%


= 133% – 100% = 33% (variação relativa)

Portanto, você pode verificar que, em relação aos respectivos


valores alcançados em X3, ambos os grupos cresceram
exatamente 33% durante o ano de X4. Não há
possibilidade de constatar o crescimento em
valores absolutos. Por esta razão, a Análise
Horizontal tem a finalidade de facilitar
esta observação do crescimento das
contas ou grupos de contas.

168 C E D E R J
Atividade 19

6
AULA
2
Aplicando AH na DRE

Como gerente financeiro da Cia. Gama, faça a Análise Vertical e a Horizontal da


Demonstração do Resultado do Exercício e, em seguida, responda:

Na Análise Horizontal, pode-se afirmar que:


a. do ano X1 para X2, a conta Lucro Bruto foi a que mais cresceu;
b. do ano X1 para X2, o CMV cresceu menos do que a Venda Líquida;
c. do ano X1 para X2, o Lucro cresceu 47%;
d. todas as afirmações são corretas;

DRE

31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


DISCRIMINAÇÃO VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ MIL % % R$ MIL % % R$ MIL % %
VL 600 840 1.020
(-) CMV 360 487 551
(=) LB 240 353 469

Resposta Comentada
Os comentários da Atividade 4 servem também para esta atividade.

DRE

31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


DISCRIMINAÇÃO VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ MIL % % R$ MIL % % R$ MIL % %
VL 600 100 100 840 100 140 1.020 100 170
(-) CMV 360 60 100 487 58 135 551 54 153
(=) LB 240 40 100 353 42 147 469 46 195

Quanto às sentenças, portanto...


A primeira alternativa é correta, pois o LB cresceu 47%, contra os crescimentos ocorridos nas
Vendas Líquidas e no CMV, de 40% e 35%, respectivamente.
A segunda alternativa é correta, pois o acréscimo no CMV é inferior ao das Vendas Líquidas,
35% contra 40%.
A terceira alternativa é correta, pois o LB cresceu 47% do ano X1 para o ano X2.
Por fim, a última alternativa é a correta, já que todas as alternativas anteriores são
verdadeiras.

C E D E R J 169
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal

Atividade 20
2
Analisando a DRE

Como contador da Empresa América S.A., analisando os dados contidos nas


Demonstrações dos Resultados dos Exercícios relativos aos anos X1 e X2, você pode
concluir que:

DRE

DISCRIMINAÇÃO X1 X2
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 300 600
(-) Custo dos Produtos Vendidos 150 360
LUCRO BRUTO 150 240
(-) Despesas Operacionais 120 180
LUCRO OPERACIONAL 30 60
Receita Não-operacional 18 60
LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA 48 120
( -) Provisão para Imposto de Renda 18 36
LUCRO LÍQUIDO 30 84

( ) As Despesas Operacionais cresceram em maior proporção do que o Custo do Produto


Vendido.
( ) A relação entre o Lucro Líquido e as Receitas Operacionais Líquidas decresceu de X1
para X2.
( ) O item que mais cresceu, em termos nominais, foi o Lucro Bruto.
( ) A relação entre o Custo dos Produtos Vendidos e as Receitas Operacionais Líquidas
cresceu do primeiro para o segundo ano.

Resposta Comentada
Esta atividade quer saber o crescimento e a participação de contas ou grupos de contas no
total. Quanto ao crescimento, a resolução se dá por meio da Análise Horizontal; quanto à
participação, a resolução se dá por meio da Análise Vertical.

170 C E D E R J
6
A Análise Horizontal/Vertical fica assim demonstrada:

AULA
DRE

X1 X2
VALOR AV AH VALOR AV AH
DISCRIMINAÇÃO
R$ MIL % % R$ MIL % %
ROL 300 100 100 600 100 200
(-) CPV 150 50 100 360 60 240
(=) LB 150 50 100 240 40 160
(-) DO 120 40 100 180 30 150
(=) LO 30 10 100 60 10 200
(+) RNO 18 6 100 60 10 333
(=) LAIR 48 16 100 120 20 250
( -) PIR 18 6 100 36 6 200
(=) LL 30 10 100 84 14 280

Após a aplicação destas técnicas, você deverá responder cada alternativa comparando com
os números-índice e os percentuais calculados.
A primeira alternativa (“As Despesas Operacionais cresceram em maior proporção que o
Custo do Produto Vendido”) é falsa, pois por meio da Analise Horizontal verifica-se que as
Despesas Operacionais cresceram 50%, enquanto o CPV cresceu 140%.
A alternativa “A relação entre o Lucro Líquido e as Receitas Operacionais Líquidas decresceu
de X1 para X2” é falsa, pois por meio da Análise Vertical verifica-se que o Lucro Líquido cresceu
de X1 para X2, passando de 10% para 14%.
A terceira alternativa (“O item que mais cresceu, em termos nominais, foi o Lucro Bruto”) é falsa,
pois a Análise Horizontal revela que, além do crescimento nominal ocorrido no Lucro Líquido,
de 180%, as Receitas Não-Operacionais e o Lucro antes do Imposto de Renda cresceram, em
termos nominais, respectivamente, 233% e 150%, contra o crescimento nominal do Custo
dos Produtos Vendidos, de 140%.
Finalmente, a última alternativa é a correta, pois a Análise Vertical mostra que a relação entre
o Custo dos Produtos Vendidos e as Receitas Operacionais Líquidas cresceu do ano X1 para
o ano X2, passando de 50% para 60%.

C E D E R J 171
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal

Atividade 21
2
Analisando séries históricas

Como analista de balanços da Empresa Corcovado, observe a seguinte série histórica


e decida qual a alternativa correta:
R$ mil

EXERCÍCIO VENDAS CMV


X1 1.000 600
X2 1.500 960
X3 2.250 1.536

( ) O crescimento nominal das vendas é de 50% ao ano, enquanto o crescimento


nominal dos custos é de 70% ao ano.
( ) Mantendo-se a tendência da série, em X9 a empresa estará operando com
prejuízo.
( ) Mantendo-se a tendência da série, a empresa atingirá, em X8, custos em torno de
R$ 25.000 mil.
( ) Todas as afirmativas estão corretas.

Resposta Comentada
Nesta atividade se quer conhecer o crescimento ao ano; portanto, o tipo de Análise
Horizontal a ser utilizado é a Anual.

X1 X2 X3
DISCRIMINAÇÃO VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Vendas 1.000 1.500 150 2.250 150
(-) CMV 600 960 160 1.536 160

172 C E D E R J
6
Apurados os números-índice, você irá interpretá-los para saber a taxa de crescimento.

AULA
A primeira alternativa é falsa, pois o crescimento ocorrido no CMV foi de 60% e não de
70%, conforme demonstrado a seguir:

X1 X2 X3
DISCRIMINAÇÃO VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Vendas 1.000 1.500 150 2.250 150
(-) CMV 600 960 160 1.536 160

Memória de cálculo:
a. Acréscimo das Vendas:
Taxa de crescimento = Número-índice – 100%
= 150% – 100%
= 50%

b. Acréscimo do CMV:
Taxa de crescimento = Número-índice – 100%
= 160% – 100%
= 60%

A segunda alternativa (“Mantendo-se a tendência da série, em X9 a empresa estará operando


com prejuízo”) é a correta, pois em X9 a empresa, de acordo com as projeções, passaria a
auferir um prejuízo de R$ 139 mil.

Para responder esta alternativa, você deverá fazer a projeção das Vendas, do CMV e do Lucro
Bruto até o ano X9, conforme demonstrado a seguir:

X1 X2 X3
DISCRIMINAÇÃO VALOR VALOR AH VALOR AH
R$ MIL R$ MIL % R$ MIL %
Vendas 1.000 1.500 150 2.250 150
(-) CMV 600 960 160 1.536 160
(=) LB 400 540 135 714 132

C E D E R J 173
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal

X4 X5 X6
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
3.375 150 5.063 150 7.594 150
2.458 160 3.932 160 6.291 160
917 229 1.131 283 1.303 326

X7 X8 X9
VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
11.391 150 17.087 150 25.631 150
10.066 160 16.106 160 25.770 160
1.325 331 981 245 (139) (36)

Memória de cálculo para chegar ao valor absoluto das Vendas em X4:

Para calcular o valor absoluto, é necessário calcular a taxa de variação.


A taxa de variação é dada pela seguinte fórmula:
Taxa de variação = Número-índice – 100%
= 150% – 100%
= 50%

Em termos absolutos, fica assim demonstrado:


Ano X3 = R$ 2.250 mil
(+) Variação = R$ 1.125 mil (matematicamente, temos 50% de R$ 2.250 mil)
Ano X4 = R$ 3.375 mil

Memória de cálculo para calcular o valor absoluto do CMV em X4:


Taxa de variação = Número-índice – 100%
= 160% – 100%
= 60%

Em termos absolutos, fica assim demonstrado:


Ano X3 = R$ 1.536 mil
(+) Variação = R$ 922 mil (matematicamente, temos 60% de R$ 1.536 mil)
Ano X4 = R$ 2.458 mil

Para os demais valores das Vendas e do CMV, os procedimentos são os mesmos.

A alternativa “Mantendo-se a tendência da série, a empresa atingirá, em X8, custos em torno


de R$ 25.000 mil” fica excluída, já que a projeção do CMV para X8 é de R$ 16.106 mil e
não de aproximadamente R$ 25.000 mil.
E, finalmente, a última alternativa é falsa, pois as demais alternativas
também são falsas.

174 C E D E R J
Atividade 22

6
AULA
2
Análise e Inflação - I

Examine a série:

CUSTO DOS PRODUTOS


ANO VENDAS LÍQUIDAS LUCRO BRUTO
VENDIDOS
1 2.625 1.050 1.575
2 2.786 1.144 1.642
3 2.949 1.247 1.702
4 3.126 1.359 1.767
5 3.314 1.481 1.833
6 3.513 1.614 1.899

Podemos afirmar, considerando que não houve inflação no período, que o índice de
crescimento:
( ) dos Custos dos Produtos Vendidos tem tendência a ser inferior ao do crescimento
das Vendas Líquidas até o ano 3, mas a ser superior a partir do ano 4;
( ) das Vendas Líquidas tem tendência a ser superior ao do crescimento dos Custos dos
Produtos Vendidos;
( ) dos Custos dos Produtos Vendidos tem tendência a ser igual ao do crescimento das
Vendas Líquidas;
( ) das Vendas Líquidas tem tendência a ser inferior ao crescimento dos Custos dos
Produtos Vendidos.

Resposta Comentada
Para resolver esta atividade, você deverá aplicar a metodologia de cálculo da Análise Horizontal
Anual, conforme demonstrado a seguir:
Em %

X2 X3 X4 X5 X6
DISCRIMINAÇÃO
AH AH AH AH AH
Vendas 106 106 106 106 106
CPV 109 109 109 109 109

Após a aplicação desta técnica, você deverá interpretar os números-índice para apurar a taxa
de variação.
Nesta atividade, as Vendas cresceram 6% ao ano (106% – 100%), e o CPV cresceu 9% ao
ano (109% – 100%); portanto, a resposta correta é a última alternativa.

C E D E R J 175
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal

! Você viu, no enunciado


desta atividade, que não houve
inflação no período; isto significa que os
acréscimos ocorridos nas Vendas e nos
CPV são reais.

Atividade 23
Análise e Inflação - II
1
A Empresa Planalto apresentou em seus Balanços Patrimoniais os seguintes
valores de Patrimônio Líquido:

DATA R$ MIL
31/12/X1 1.000
31/12/X2 1.200
31/12/X3 1.380

Considerando os índices de inflação de 20% em X1, 15% em X2 e 10% em X3, temos


que:
( ) Os Patrimônios Líquidos dos três exercícios se equivalem.
( ) O Patrimônio Líquido de 31/12/X2 é igual ao Patrimônio Líquido de 31/12/X3.
( ) O Patrimônio Líquido de 31/12/X1 é igual ao Patrimônio Líquido de 31/12/X2.
( ) O Patrimônio Líquido de 31/12/X3 é menor que o Patrimônio Líquido de 31/12/X2.
( ) O Patrimônio Líquido de 31/12/X3 é maior que os demais.

176 C E D E R J
6
Resposta Comentada

AULA
Para resolução desta atividade, você deverá inflacionar ou deflacionar os valores do
Patrimônio Líquido para eliminar os efeitos da inflação, de modo que os valores do
Patrimônio Líquido fiquem homogeneizados, isto é, todos os valores convertidos à moeda
de uma mesma data.
Para inflacionar os valores originais, você deve multiplicá-los por um
CÁLCULO DA
fator de conversão, obtido por meio da divisão da inflação da data do INFLAÇÃO
último ano pela inflação da data do ano que se quer corrigir. 20
X1 = 20%= = 0,20
100
Fator de conversão = Inflação do último ano X2 = 15%= 15 = 0,15
Inflação do ano a ser corrigido 100

X3 = 10%= 10 = 0,10
100
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
PL (valores originais) (1) – R$ mil 1.000 1.200 1.380
Fator de conversão (2) 0,50 (1) 0,67 (2) 1,00 (3)
PL (valores inflacionados) (1x2) 500 804 1.380
– R$ mil

Memória de cálculo:

0 ,10 0 ,10 0 ,10


= 0 ,50 = 0 ,67 =1,00
0 , 20 0 ,15 0 ,10

Para deflacionar os valores originais, você deve multiplicá-los por um fator de conversão,
obtido por meio da divisão da inflação da data do ano mais antigo pela inflação da data do
ano que se quer corrigir.

Fator de conversão = Inflação do ano mais antigo


Inflação do ano a ser corrigido

DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


PL (valores originais) (1) – R$ mil 1.000 1.200 1.380
Fator de conversão (2) 1,00 (1) 1,33 (2) 2,00 (3)
PL (valores inflacionados) (1x2) 1.000 1.596 2.760
– R$ mil

0 , 20 0 , 20 0 , 20
=1,00 =1,33 = 2 ,00
0 , 20 0 ,15 0 ,10

Após converter todos os valores à moeda de uma mesma data, você constata
que a última alternativa é a correta.

C E D E R J 177
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal

Atividade 24
Análise Horizontal Encadeada
1
Efetue a Análise Horizontal Encadeada da Empresa São Paulo S.A.:

Empresa São Paulo S.A.

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
ATIVO VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 3.200 4.800 7.200
Realizável a Longo Prazo 1.200 1.200 1.200
Permanente 4.000 5.760 5.200
TOTAL 8.400 11.760 13.600

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
PASSIVO VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 2.000 3.760 5.120
Exigível a Longo Prazo 800 640 480
Patrimônio Líquido 5.600 7.360 8.000
TOTAL 8.400 11.760 13.600

178 C E D E R J
6
Resposta Comentada

AULA
Empresa São Paulo S.A.

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
ATIVO VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 3.200 100 4.800 150 7.200 225
Realizável a Longo Prazo 1.200 100 1.200 100 1.200 100
Permanente 4.000 100 5.760 144 5.200 130
TOTAL 8.400 100 11.760 140 13.600 162

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
PASSIVO VALOR AH VALOR AH VALOR AH
R$ MIL % R$ MIL % R$ MIL %
Circulante 2.000 100 3.760 188 5.120 256
Exigível a Longo Prazo 800 100 640 80 480 60
Patrimônio Líquido 5.600 100 7.360 131 8.000 143
TOTAL 8.400 100 11.760 140 13.600 162

Comentários sobre a Análise:


Na aplicação de recursos, o grupo Ativo Realizável a Longo Prazo permaneceu constante
ao longo do período analisado. Os demais grupos do Ativo tiveram acréscimos nominais
significativos.
Pelo lado das origens, observa-se uma involução das Exigibilidades de Longo Prazo na
série histórica.

C E D E R J 179
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre Análise Horizontal

Atividade 25
Interpretando a Análise Horizontal
3
Como gerente da Empresa Paquetá, você deverá fazer a Análise Vertical e
a Horizontal da Demonstração do Resultado do Exercício para X1, X2, X3 e X4,
preenchendo a tabela. Em seguida, comente os resultados obtidos, mencionando o
que aconteceu com os três grupos analisados (Vendas, CPV e Lucro Bruto).

Em R$ mil
DRE

DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3 X4
Vendas 7.560 7.920 8.520 8.856
(-) Custo das Vendas 5.760 6.240 7.320 7.704
(=) Lucro Bruto 1.800 1.680 1.200 1.152

Em %
DRE

X1 X2 X3 X4
DISCRIMINAÇÃO
AV AH AV AH AV AH AV AH
Vendas
(-) Custo das Vendas
(=) Lucro Bruto

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

Resposta Comentada
Para a resolução desta atividade, veja os comentários da Atividade 4.

180 C E D E R J
6
Em %

AULA
DRE

X1 X2 X3 X4
DISCRIMINAÇÃO
AV AH AV AH AV AH AV AH
VENDAS 100 100 100 105 100 113 100 117
(-) Custo das Vendas 76 100 79 108 86 127 87 134
LUCRO BRUTO 24 100 21 93 14 67 13 64

Na Análise Horizontal da Empresa Paquetá, você pode observar que as evoluções percentuais
dos Custos das Vendas foram superiores aos percentuais das Vendas; por conseguinte, o Lucro
Bruto teve decréscimo em termos percentuais, caracterizando uma menor produtividade.
A Análise Vertical revela que a participação do Custo das Vendas no período analisado foi
bastante significativa: para o total de Vendas (100%), o Custo das Vendas representou 76%,
79%, 86% e 87%, respectivamente, percentuais que você pode considerar elevados, visto
que em X1 esse percentual participava com 11 pontos percentuais a menos, se comparado
ao exercício de X4.
Como conseqüência, o Lucro Bruto decresceu ao longo da série analisada, em função do
comportamento do Custo das Vendas.

CONCLUSÃO

Resolvendo as tarefas propostas nesta aula, você trabalhou a


técnica de Análise Horizontal.
Em algumas tarefas, praticou a análise em conjunto da técnica de
Análise Horizontal e Vertical, constatando que uma técnica complementa
a outra, possibilitando melhor análise das demonstrações financeiras.

INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA

Você estudará, na próxima aula, a técnica de Análise por Quociente, na


categoria denominada índices de liquidez.

C E D E R J 181
7

AULA
Análise por Quocientes
I - Índices de liquidez
Metas da aula
Apresentar a técnica de Análise por Quocientes,
referente aos índices de liquidez, evidenciando
sua importância, bem como sua metodologia.
objetivos

Após o estudo do conteúdo desta aula, esperamos que


você seja capaz de:

1 identificar os quatro índices de liquidez;

aplicar os quatro indicadores de liquidez no


2
Balanço Patrimonial;

3
avaliar a situação financeira da empresa de acordo
com esses quatro quocientes, um a um.

Pré-requisitos
Com a revisão dos relatórios contábeis que você teve na Aula 1 e com todo o
conteúdo apresentado nas disciplinas Contabilidade Geral I e II, acreditamos
que você já domine os conceitos necessários para acompanhar esta aula.
Para facilitar a realização das atividades propostas, é necessário que você utilize
uma calculadora.
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por quocientes
I - Índices de liquidez

INTRODUÇÃO Até agora, você já aprendeu duas técnicas de análise de demonstrativos


contábeis: a Análise Vertical e a Análise Horizontal. Estas duas técnicas
fornecem ao analista índices que permitem comparar os grupos do BP e da
DRE dentro de um mesmo exercício (Análise Vertical) ou por diversos exercícios
(Análise Horizontal). Os dados fornecidos pela aplicação destas técnicas nas
demonstrações contábeis, em conjunto, oferecem informações sobre a situação
da empresa que poderão influenciar diretamente na tomada de decisões dentro
da entidade.
ANÁLISE POR A terceira técnica de análise, chamada ANÁLISE POR QUOCIENTES, envolve
QUOCIENTES relações entre duas grandezas, que podem ser contas, grupos de contas de
A Análise por
Quocientes também um mesmo demonstrativo ou em combinação com outros demonstrativos. Ela
é denominada pode ser classificada em quatro modalidades: liquidez, estrutura, atividade e
Análise de Índices.
rentabilidade.

Análise Vertical

Análise de
Análise Horizontal
Demonstrativos

Análise por Quocientes

Liquidez Estrutura Atividade Rentabilidade

Figura 7.1: A Análise de Demonstrativos pode ser feita pelos métodos de Análise Vertical, Análise Hori-
zontal e Análise por Quocientes. Este último método é o tema desta aula, especialmente no que diz
respeito à modalidade referente aos índices de liquidez.

8 CEDERJ
Ao contrário das duas técnicas apresentadas (Análise Vertical e

7
Análise Horizontal), que transformavam em medidas relativas as contas

AULA
ou grupos de contas do Balanço Patrimonial ou da Demonstração do
Resultado do Exercício, a Análise por Quocientes é muito mais ampla,
e permite extrair relações envolvendo principalmente dados do BP e da
DRE, em separado e/ou em conjunto. Por exemplo, podemos extrair a
relação do Ativo Circulante com o Passivo Circulante (BP), a relação do
Passivo Circulante (BP) com as Vendas (DRE) etc.
A Análise por Quocientes é muito utilizada no meio empresarial.
A modalidade chamada índices de liquidez, que será nosso foco na aula
de hoje, fornece informações para que você possa avaliar a capacidade
de pagamento das empresas analisadas (prazo imediato, curto prazo ou
longo prazo).
Para a aplicação dos INDICADORES de liquidez, utiliza-se apenas o INDICADORES
Balanço Patrimonial; em aulas futuras, você verá que outros indicadores Outra forma de
denominar os índices
exigem a necessidade de outros demonstrativos, por exemplo, a ou quocientes.
Demonstração do Resultado do Exercício.

ANÁLISE POR QUOCIENTES

A Análise por Quocientes é a técnica por meio da qual se


estabelecem relações entre contas ou grupos de contas de natureza
heterogênea das demonstrações financeiras.
Ao aplicar a técnica de Quocientes, o analista está transformando
os valores monetários das demonstrações financeiras em medidas relativas,
chamadas ÍNDICES, possibilitando, portanto, uma melhor visualização dos ÍNDICES
dados contidos nessas demonstrações. Medidas que
indicam quantas
vezes um valor
Valores Índices contém o outro.
monetários São transformados em (em nº positivo,

?
(em R$) negativo e zero)

Você aprendeu em Matemática


que na operação de divisão o quociente é
o resultado da divisão de um número (dividendo) pelo
outro (divisor). Exemplo:
R$ 10.000,00 / R$ 5.000,00 = 2
O quociente 2 significa que R$ 10.000,00 contém duas
vezes R$ 5.000,00.

CEDERJ 9
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por quocientes
I - Índices de liquidez

Para você aprender mais sobre esta técnica, vamos utilizar uma
estratégia diferente das aulas anteriores. Sabe aquelas seções em sites
nas quais você encontra as respostas para as perguntas mais freqüentes
sobre um determinado tema (FAQ, do inglês Frequent Asked Questions
– perguntas mais freqüentes)? Será assim que você aprenderá sobre a
Análise por Quocientes: diversas perguntas e suas respostas em seguida.
Vamos lá?

Qual o objetivo da Análise por Quocientes?

Este tipo de análise é feito sempre que o analista necessita de uma


visão ampla da situação econômico-financeira da empresa, sob o prisma
de liquidez, estrutura, atividade e rentabilidade.

SITUAÇÃO FINANCEIRA SITUAÇÃO ECONÔMICA

liquidez, estrutura e
rentabilidade
atividade

Como interpretar um índice financeiro?

Os índices financeiros são calculados após a padronização das


demonstrações financeiras efetuada pelo analista de balanço (1ª etapa).
A interpretação dessa medida relativa de grandeza deve ser
efetuada levando em consideração as três formas de comparação (2ª
etapa), para que possa conceituá-los (bom, razoável, ruim etc):
- o valor intrínseco de cada índice, isto é, o seu significado, o que
ele representa;
- a comparação, ano a ano, dos índices da empresa, para que o
analista possa observar sua tendência;
- a comparação do índice da empresa em relação aos índices-
padrão do mercado;

10 CEDERJ
!

7
AULA
A Análise por Quocientes
é fundamental para a Análise de Balanços,
pois permite entender o desempenho da empresa
no passado, comparando os índices obtidos com padrões
preestabelecidos (você verá mais sobre esse assunto
numa aula futura), a fim de verificar sua posição no
setor em que atua e também em relação à
concorrência.

Quantos índices financeiros são necessários para efetuar uma


análise econômico-financeira de uma empresa?

A quantidade de índices utilizados vai depender do objetivo


específico da análise. Embora exista uma enorme quantidade de índices,
em geral o analista trabalha com um conjunto de índices de, em média,
4 a 15 índices, sem contar os indicadores extraídos das Análises Vertical
e Horizontal.

Quais são os principais prós e contras da Análise por


Quocientes?

A Análise por Quocientes, assim como qualquer técnica, apresenta


vantagens e desvantagens. Veja as principais:

Vantagens
• minimiza as distorções por EFEITOS INFLACIONÁRIOS, já que os valores EFEITOS
utilizados são referentes a um mesmo período; INFLACIONÁRIOS

Só para lembrar,
• método mais utilizado em Análise de Balanços, devido à
você estudou na
profundidade atingida ao permitir que o analista faça as relações não só aula de Análise
Horizontal (Aula
entre os dados de uma mesma demonstração mas também promovendo 5) que os valores
monetários das
uma inter-relação com dados de outra demonstração. demonstrações
Desvantagens devem ser
inflacionados ou
• gera um número excessivo de quocientes; deflacionados para
que os resultados
• pode haver dificuldade na determinação de padrões; obtidos sejam reais e
• pode haver dificuldade de comparação com os índices relativos não nominais.

à media do setor, em face do número reduzido desses índices, divulgados


pelas revistas especializadas.

CEDERJ 11
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por quocientes
I - Índices de liquidez

! Na Análise por Quocientes, é


importante considerar que:
• os índices não devem ser analisados
separadamente;
• apreciação desses índices deve ser feita numa série
de exercícios sociais.

CLASSIFICAÇÕES DA ANÁLISE POR QUOCIENTES

Os quocientes são medidas relativas obtidas a partir dos dados


das demonstrações contábeis. Existem três tipos de quocientes:
• estáticos ou patrimoniais (BP);
• dinâmicos ou operacionais (DRE);
• de velocidade (BP e DRE).
Os indicadores estáticos são obtidos pela relação de elementos exclu-
sivamente patrimoniais, como Ativo Circulante e Passivo Circulante.
Os dinâmicos ou operacionais são extraídos de elementos que
entram na formação do resultado da empresa ou da relação desses com
elementos patrimoniais. Já os de velocidade, por sua vez, relacionam
sempre um elemento que faz parte do resultado a algum componente
do patrimônio, como Lucro Líquido e Ativo Total.
A Análise por Quocientes, obedecendo aos tipos (se estáticos,
dinâmicos e velocidade), classifica-se basicamente em quatro grandes
grupos:
• índices de liquidez;
• índices de estrutura;
• índices de atividade;
• índices de rentabilidade.
Nesta aula, você estudará o primeiro destes índices: o de liquidez.
Veja a seguir que informações este índice pode fornecer ao analista, bem
como a maneira de calculá-lo.

12 CEDERJ
ÍNDICES DE LIQUIDEZ

7
AULA
Após ter uma visão geral sobre a técnica de Quocientes, é
importante que você conheça sua primeira modalidade: índices de
liquidez.
Os índices de liquidez são medidas de avaliação da capacidade
financeira da empresa de honrar suas obrigações para com terceiros na
data do vencimento.
Embora esses índices revelem a capacidade financeira da empresa,
não são extraídos do FLUXO DE CAIXA, e sim obtidos por meio da comparação FLUXO DE CAIXA

dos valores do Ativo Circulante e do Ativo Realizável a Longo Prazo Fluxo de caixa é um
demonstrativo que
com os do Passivo Circulante e do Passivo Exigível a Longo Prazo. Em evidencia, período
a período (por
outras palavras, indicam quanto a empresa possui de bens e direitos em exemplo, mês a mês),
relação às obrigações assumidas no mesmo período. os recebimentos
e os pagamentos,
detalhados por
Os índices de liquidez são classificados em: natureza, e os saldos
1. índice de liquidez imediata (ILI); finais de caixa
decorrentes.
2. índice de liquidez corrente (ILC);
3. índice de liquidez seca (ILS) e
4. índice de liquidez geral (ILG).

Análise por Quocientes

Liquidez

Imediata Corrente Seca Geral

Figura 7.2: Análise por Quocientes na modalidade referente aos índices de liquidez.

Cada um desses índices fornece informações diferentes sobre a


situação financeira da empresa.
De modo geral, quanto maior o índice de liquidez, melhor será
a situação financeira da empresa. Embora isso se aplique a boa parte
das situações, não é uma regra. É importante ter em mente que um alto
índice de liquidez não necessariamente representa boa saúde financeira
da empresa. O cumprimento dos compromissos nas datas previstas
depende de uma adequada administração dos prazos de recebimento
e de pagamento.
CEDERJ 13
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por quocientes
I - Índices de liquidez

? Quando um alto grau


de liquidez não representa uma
boa situação financeira?
Um alto índice de liquidez pode revelar, por
exemplo, a existência de:
- estoques obsoletos;
- investimentos elevados em estoques;
- dificuldades de realização dos estoques;
- atrasos nos recebimentos de duplicatas a receber;
- prazo excessivamente dilatado de duplicatas a receber;
- duplicatas incobráveis etc.
Entretanto, todos esses fatores podem acarretar problemas de
liquidez para a empresa.
Assim sendo, deve-se levar em consideração os prazos de
renovação dos estoques, das duplicatas a receber
e dos fornecedores (você verá isso quando
tratarmos de índices de atividade,
tema da Aula 11).

Para avaliar os indicadores que serão apresentados a seguir, vamos


VIA DIGITAL S. A.
utilizar os Balanços Patrimoniais saneados da Empresa VIA DIGITAL S.A.
As demonstrações
contábeis originais (cujas demonstrações contábeis originais desta empresa encontram-se na
desta empresa
encontram-se na Aula 2) encerrados em 31/12 de X1, X2 e X3, respectivamente.
Aula 2. Os índices de liquidez relativos aos anos X1 e X2 estão calculados
e interpretados. Para fazer a sua aprendizagem mais ativa ainda, você
terá como atividade apurar e interpretar os índices referentes ao ano
X3, verificando seu comportamento em relação aos anos anteriores,
isto é, qual a tendência do índice na série histórica em estudo? Evoluiu?
Manteve-se constante? Involuiu?

14 CEDERJ
Empresa Via Digital S.A.

7
Balanços Patrimoniais saneados (ajustados)

AULA
em R$
Balanço Patrimonial
ATIVO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
Disponibilidades (1) 7.390 2.024 2.849
Direitos Realizáveis a CP (2) 47.218 41.015 53.021
Soma (3) = (1 + 2) 54.608 43.039 55.870
Estoques (4) 33.923 33.411 43.227
ATIVO CIRCULANTE (5) = (3 + 4) 88.531 76.450 99.097
ATIVO REALIZÁVEL A LP (6) - - -
ATIVO PERMANENTE (7) = (8 + 9 34.577 65.124 81.531
+ 10)
. Investimentos (8) 3.263 4.106 5.352
. Imobilizado (9) 31.314 59.036 73.000
. Diferido (10) - 1.982 3.179
ATIVO TOTAL (11) = (5 + 6 + 7) 123.108 141.574 180.628

Balanço Patrimonial
PASSIVO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
PASSIVO CIRCULANTE (1) 60.554 48.943 63.376
PASSIVO EXIGÍVEL A LP (2) 14.196 51.291 63.624
PASSIVO EXIGÍVEL TOTAL (3) = 74.750 100.234 127.000
(1 + 2)
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (4) 48.358 41.340 53.628
PASSIVO TOTAL (5) = (3 + 4) 123.108 141.574 180.628

! Você sabia que os índices


de liquidez são indicadores estáticos
ou patrimoniais? Isso porque eles envolvem
apenas os elementos patrimoniais de
uma empresa.

CEDERJ 15
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por quocientes
I - Índices de liquidez

A CAPACIDADE DE PAGAMENTO EM PRAZO IMEDIATO

Índice de liquidez imediata (ILI)

John Hughes (www.sxc.hu


– Cód 498955)
Figura 7.3: O índice de liquidez imediata mostra o
quanto a empresa dispõe de recursos disponíveis
para efetuar pagamentos de obrigações vencíveis
a curto prazo (Passivo Circulante).

A capacidade de pagamento em prazo imediato é revelada pelo


ILI índice de liquidez imediata (ILI), por meio da seguinte fórmula:
Você sabia que o
índice de liquidez
imediata também ILI = Disponibilidades
é conhecido como
Passivo Circulante
índice de liquidez
instantânea ou
absoluta? Esta relação mostra de quanto dinheiro a empresa dispõe (Caixa,
Bancos conta Movimento e Aplicações de Liquidez Imediata) para saldar
as dívidas de curto prazo.
Para efeito de análise da capacidade de pagamento, é um índice
sem muito realce, pois relaciona dinheiro disponível em determinada data
com valores que vencerão em datas variadas, embora de curto prazo.
ENCAIXE É mais utilizado para medir o ENCAIXE da empresa.
Volume de Observe que esta relação deve ser a menor possível, muito embora
numerário a ser
mantido para seja necessário manter certos limites de segurança que irão variar de
financiar parte das
acordo com a natureza do empreendimento, com o tamanho da empresa
obrigações de curto
prazo da empresa. e o estilo da administração, de modo que haja recursos disponíveis para
honrar os compromissos de curto prazo. Ao contrário dos demais índices
de liquidez, este não se enquadra na regra “quanto maior, melhor”.
Exemplo:
Aplicando a fórmula apresentada para o ILI aos dados da Empresa
Via Digital S.A., temos:

16 CEDERJ
ILI = Disponibilidades

7
Passivo Circulante

AULA
ILIX1 = 7.390 = 0,12 ILIX2 = 2.024 = 0,04
60.554 48.943

Analisando o indicador de liquidez imediata, você pode fazer uma


primeira leitura considerando que para cada R$ 1,00 de dívidas de curto
prazo a Empresa Via Digital S.A. possui R$ 0,12 de disponibilidades em
X1 e apenas R$ 0,04 em X2.
Partindo da premissa de que vivemos em um país sujeito a inflação,
manter elevado o volume de Disponibilidades não é interessante. Assim,
o índice de liquidez imediata não deve ser elevado. Além do mais, não
parece, de início, boa política empresarial ter dinheiro parado (em
Caixa e/ou Bancos c/ Movimento) para cobrir dívidas que vencerão no
curto prazo, ou seja, que poderão ter seus vencimentos até o término do
exercício social. Esta margem de segurança deve ser definida conforme
o ramo de atividade da empresa e suas peculiaridades.

Atividade 1
Calculando o índice de liquidez imediata 2 3

Agora que você já viu como calcular o ILI e a análise deste índice feita para X1 e X2,
calcule o ILI em relação a X3:

Cálculo do índice:

ILIX3 = ____________________ =

Interpretação:

CEDERJ 17
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por quocientes
I - Índices de liquidez

Resposta Comentada
Você deve ter montado a expressão para o cálculo do ILI de X3 como representado a
seguir:

ILIX3 = 2.849 = 0,04


63.376

O índice de liquidez imediata em X3 teve praticamente o mesmo comportamento do ano


anterior. A sua interpretação, portanto, só pode ter sido a mesma: esta empresa mantém
baixo volume de Disponibilidades para pagamento de suas dívidas a curto prazo.

A CAPACIDADE DE PAGAMENTO NO CURTO PRAZO

(www.sxc.hu cód. 515858)


Marja Flick-Buijs

Figura 7.4: Pagamentos a serem realizados a curto prazo


devem estar sempre na ponta do lápis para a empresa. Para
avaliar a evolução da empresa ao longo de diversos exercícios
em relação à sua capacidade de pagamento a curto prazo, os
índices de liquidez corrente e de liquidez seca são aliados.

ILC ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE (ILC)


Você sabia que o
índice de liquidez O ILC mostra quanto de recursos de curto prazo (Disponibilidades,
corrente também
é conhecido como Contas a Receber, Estoques etc.) de que a empresa dispõe para pagar
índice de liquidez
comum? suas dívidas também de curto prazo. Ele é expresso pela relação entre
Ativo Circulante (AC) e Passivo Circulante (PC):

ILC = Ativo Circulante


Passivo Circulante

Normalmente este índice deve ser de 1,0 a 2,0, mas a determinação


exata de um índice aceitável depende em grande parte do setor em que
a empresa opera. Assim:

18 CEDERJ
ILC > 1 (favorável): significa que os recursos aplicados no AC são

7
suficientes para pagar as obrigações de curto prazo (PC).

AULA
ILC < 1 (desfavorável): significa que os recursos aplicados no AC
são insuficientes para o pagamento das obrigações de curto prazo (PC).
ILC = 1 significa que AC = PC.
Muito embora este índice seja considerado o melhor indicador de
liquidez da empresa, alguns cuidados devem ser tomados ao analisá-lo
isoladamente, pois os índices de liquidez não demonstram a sincronia
dos prazos de pagamento das dívidas e os prazos de renovação dos
ativos (Estoques e Duplicatas a Receber), além de não revelarem a sua
qualidade (Estoques superavaliados? Obsoletos? Duplicatas a Receber
são totalmente recebíveis?).
Veja um exemplo, mais uma vez utilizando as demonstrações
contábeis da Empresa Via Digital S.A.:
ILC = AC
PC
ILCX1 = 88.531 = 1,46 ILCX2 = 76.450 = 1,56
60.554 48.943

Na capacidade de pagamento de curto prazo, analisada pela


liquidez corrente (que é considerada o mais importante dos indicadores
de capacidade de pagamento), você pode observar que, em X1, para cada
R$ 1,00 de dívidas de curto prazo a empresa em estudo dispõe de R$ 1,46
e, no ano seguinte, para cada R$ 1,00 de dívidas de curto prazo ela dispõe
de R$ 1,56. Nos dois exercícios analisados, os investimentos no Ativo
Circulante foram suficientes para cobrir as obrigações de curto prazo.
Mesmo desconsiderando o ramo de atividades da empresa,
a Empresa Via Digital S.A. obteve um ótimo desempenho. Além de
poder arcar com todas as dívidas de curto prazo, apresentou uma folga
financeira de 46% e 56% em X1 e X2, respectivamente.

CEDERJ 19
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por quocientes
I - Índices de liquidez

?
O que é folga financeira?
É o excesso de AC em relação ao PC e é representada
pelo Capital Circulante Líquido (CCL), ou seja, AC – PC,
sendo AC > PC, como você estudou em Contabilidade I.
Para demonstrar a folga financeira, é recomendável utilizar um
histograma, conforme o demonstrado a seguir:

X1 X2

AC PC
AC PC 54% 35%
72% 49%

As áreas dos gráficos em cinza-escuro representam a


folga financeira, que foi de 23% em 31/12/X1 e de
19% em 31/12/X2.

Atividade 2
Calculando o índice de liquidez corrente 2 3

Calcule a capacidade de pagamento a curto prazo, analisada pelo índice de liquidez


corrente, para X3:
Cálculo do índice:

ILCX3 = ____________________ =

Agora, dê sua interpretação para o resultado obtido:

20 CEDERJ
7
Resposta Comentada

AULA
O ILC é calculado pela relação entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante. Utilizando
as informações relativas a X3, você deve ter feito:

ILCX3 = 99.097 = 1,56


63.376

A interpretação para um ILC de 1,56 é a mesma da feita para X2, pois os índices apresentaram
valores iguais. Ter um ILC de 1,56 é um excelente resultado, indicando que a empresa tem
uma folga financeira de 56%.

ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA (ILS)

O índice de LIQUIDEZ SECA representa uma medida mais rigorosa LIQUIDEZ SECA

em relação à liquidez da empresa. Indica quanto a empresa possui de Você sabia que o
índice de liquidez
recursos circulantes para fazer frente aos compromissos de curto prazo seca também é
conhecido como
sem contar com a venda de seus estoques.
índice de liquidez
ácida?
ILS = Ativo Circulante - Estoques
Passivo Circulante
Assim:
ILS 1: situação confortável; a empresa não depende das vendas
dos estoques para honrar seus compromissos de curto prazo;
ILS < 1: revela que a empresa depende das vendas dos estoques
para saldar os compromissos de curto prazo. Quanto mais inferior à
unidade, maior será a dependência das vendas de seus estoques.
Alguns autores utilizam outra “fórmula” para o cálculo do ILS
que, além de excluir os estoques, deduz do AC todas as contas que não
representam conversão em dinheiro (despesas antecipadas, impostos
a recuperar etc.), traduzindo um indicador mais rigoroso ainda na
avaliação da liquidez da empresa, conforme você pode ver a seguir:

Índice de liquidez seca = Disponibilidade + Direitos Realizáveis a Curto Prazo


Passivo Circulante

Aplicando a fórmula inicial do ILS à Empresa Via Digital S.A.,


você encontra:
ILSX1 = AC - Estoques = 0,90
PC
ILSX1 = 88.531 - 33.923 = 0,90 ILSX2 = 76.450 - 33.411 = 0,88
60.554 48.943

CEDERJ 21
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por quocientes
I - Índices de liquidez

Ainda na capacidade de pagamento de curto prazo, você aprendeu


que a liquidez seca exclui os Estoques e que, na Empresa Via Digital S.A.,
em X1 e X2, os índices obtidos foram de 0,90 e 0,88, respectivamente.
Muito embora os índices apurados encontrem-se ligeiramente
abaixo da unidade, precisando apenas realizar pequena parcela de seus
estoques, podemos afirmar, sem levar em conta o índice-padrão, que em
X1 e X2 a Empresa Via Digital teve uma boa performance. Ela foi capaz
de arcar com 90% e 88% de suas dívidas utilizando somente o Disponível
e os recursos provenientes das Duplicatas a Receber nesses exercícios,
respectivamente. Esses dados confirmam a boa situação financeira da
empresa, revelada pelo índice de liquidez corrente.

Atividade 3
Calculando o índice de liquidez seca 2 3

Como você viu até agora, o ILS é uma medida mais rígida da liquidez de uma empresa.
Utilizando nossa empresa modelo, a Via Digital S.A., vimos como calcular e interpretar
este índice. O bom desempenho da empresa para X1 e X2 foi refletido no seu ILS para
estes dois exercícios. E como será que a empresa continuou sua performance em X3?
Esta é pergunta a que você responderá nesta atividade, por meio do cálculo do ILS
para X3.

Cálculo do índice:

ILSX3 = ____________________ =

Interpretação:

22 CEDERJ
7
Resposta Comentada

AULA
Para calcular o ILS de X3, foi necessário subtrair o valor dos Estoques do Ativo Circulante
e, em seguida, dividir esse resultado pelo Passivo Circulante:

ILSX3 = 99.097 - 43.227 = 0,88


63.376

Interpretando este valor, você deve ter percebido que, em X3, o ILS alcançou o mesmo grau
de X2. Observe também que, embora inferiores à unidade, os ILS nos três últimos exercícios
analisados mostram que a empresa precisa realizar apenas uma pequena parte de seus
estoques para honrar seus compromissos de curto prazo.

CAPACIDADE DE PAGAMENTO A LONGO PRAZO

Índice de liquidez geral (ILG)


ILG
O ILG indica a capacidade financeira da empresa para saldar todos Você sabia que o
índice de liquidez
os seus compromissos de curto e longo prazos (isto é, todo o Passivo geral também
é conhecido
Exigível), contando com os recursos circulantes e de longo prazo. como índice de
liquidez total?
ILG = Ativo Circulante + Ativo Realizável a Longo Prazo
Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo

A confiabilidade deste quociente depende em muito do conheci-


mento dos prazos de realização dos ativos (Circulante e de Longo Prazo)
e dos passivos (Circulante e de Longo Prazo).
Em princípio, o ILG deve ser superior à unidade (ILG > 1).
Como aplicá-lo na prática? Veja o exemplo da Empresa Via
Digital S.A.:
ILGX1 = AC + ARLP
PC + PELP

ILGX1 = 88.531 + 0 = 1,18 ILGX2 = 76.450 + 0 = 0,88


60.554 + 14.196 48.943 + 51.291

Embora a liquidez geral dependa em muito do conhecimento dos


prazos de realização do Ativo Circulante, do Ativo Realizável a Longo
Prazo e do Passivo Exigível (Circulante e de Longo Prazo), você pode
interpretar que a empresa teve, em X1, uma situação financeira favorável,
expressa por um ILG igual a 1,18. Esse valor significa que para cada

CEDERJ 23
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por quocientes
I - Índices de liquidez

R$ 1,00 de dívida a Empresa Via Digital tinha R$ 1,18 de investimentos


realizáveis a curto prazo (pois o ARLP = 0). Além de conseguir pagar
todas as suas dívidas, ela ainda dispõe de uma folga de 18%, proveniente
do excesso do PL em relação ao Ativo Permanente (AP), o que é
denominado Capital Circulante Próprio (CCP), conforme demonstrado
no histograma a seguir:

X1 X2
Ativo Passivo Ativo Passivo

PC
AC 35%
AC PC 54%
72% 49%
PELP
PELP 12% 36%

PL AP
AP 46% PL
39% 29%
28%

Façamos uma análise por partes. Observe os histogramas


referentes a X1. Esta empresa tinha, em X1, uma folga financeira de
18% das dívidas (representada em cinza-escuro no histograma).
Neste caso, a folga financeira é representada pelo Capital
Circulante Próprio, ou seja, pelo PL – AP, sendo PL > AP.
Repare no histograma que:
a. os recursos provenientes do Passivo Circulante e do Passivo
Exigível a Longo Prazo encontram-se investidos no Ativo Circulante;
b. o Ativo Circulante é maior do que o capital de terceiros
(PC + PELP);
c. o excesso do AC provém dos recursos próprios e é justamente
o CCP:
CCP = PL – AP
CCP = 48.358 – 34.577
CCP = 13.781.
d. O CCP representa 18% das dívidas, conforme demonstrado
a seguir:
13.781 ---------- X
74.750 ---------- 100%
X = 18%

24 CEDERJ
Onde: 74.750 corresponde à soma PC + PELP.

7
Já em X2 a situação financeira da empresa piorou: a folga

AULA
representada pelo CCP em X1 deixa de existir, conforme revela o ILGX2,
de 0,76. Para cada R$ 1,00 de dívidas existem investimentos circulantes
de R$ 0,76 (ARLP = 0), significando que a empresa precisará gerar
recursos futuramente para pagar suas dívidas totais.

Atividade 4
Calculando o índice de liquidez geral 2 3

Nesta atividade, sua tarefa é calcular o índice de liquidez geral (ILG) para o exercício X3:

ILGX3 = ____________________ =

Este valor de índice obtido significa que (escreva a seguir sua interpretação):

Resposta Comentada
Para calcular o índice de liquidez geral da empresa, é necessário estabelecer uma relação
entre tudo o que ela tem (no AC e ARLP) e tudo o que ela deve (PC e PELP). Utilizando os
dados dos balanços patrimoniais da Empresa Via Digital já saneados, seus cálculos devem
ter ficado assim:

ILGX3 = 99.097 + 0 = 0,78


63.376 + 63.624

Ter um ILG de 0,78 significa que a empresa, embora tenha evoluído em relação ao exercício
anterior, ainda assim se apresenta insuficiente para quitar suas dívidas totais. Para cada
R$ 1,00 de exigibilidades, faltam R$ 0,22 para pagá-las.

CEDERJ 25
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por quocientes
I - Índices de liquidez

!
DISCRIMINAÇÃO
Excluindo a liquidez imediata, que pelos
motivos já apresentados não deve ter um valor elevado, os
demais quocientes de liquidez (corrente, seca e geral) devem ser
iguais ou superiores a um, independente do ramo de
atividade da empresa.

RESUMO SOBRE OS ÍNDICES DE LIQUIDEZ

FÓRMULA SIGNIFICADO
INTERPRE
TAÇÃO
Para cada R$1,00 de Quanto menor,
dívida de curto prazo, a
Disponibilidades melhor, dentro de
Imediata (ILI) empresa possui R$ X,00
PC certos limites de
de disponibilidades
para pagar. segurança.

Para cada R$1,00 de


AC
dívida de curto prazo, Quanto maior,
Corrente (ILC) PC
a empresa possui melhor.
R$ X,00 para pagar.
Para cada R$ 1,00 de
dívida de curto prazo, a
AC - Estoques Quanto maior,
Seca (ILS) empresa possui R$ X,00,
PC melhor.
para pagar sem realizar
os estoques.
Para cada R$ 1,00 de
AC + RLP dívida total, a empresa Quanto maior,
Geral (ILG)
PC + ELP possui R$ X,00 para melhor.
pagar

CONCLUSÃO

A Análise de Balanços conta com índices de liquidez que permitem


ao analista avaliar a capacidade de pagamento das empresas em prazo
imediato, no curto e no longo prazo, a saber: ILI, ILC, ILS e ILG.
Seguindo esses três momentos de utilização dos indicadores
mencionados, você pode observar que, embora pareça inicialmente
bastante prática a utilização desses quocientes, faz-se necessário atentar
para as limitações dessa abordagem.
A análise por meio de indicadores deve considerar sempre que os
seus resultados precisam ser comparados com índices-padrão, índices
do setor, etc.

26 CEDERJ
Atividade Final

7
AULA
Interpretando e identificando os índices de liquidez 2 3

Você aprendeu nesta aula que os índices de liquidez se referem à capacidade de pagamento
de uma empresa, quer imediatamente, quer a curto ou longo prazo. Eles são de quatro
tipos, cada um avaliando um parâmetro diferente: imediata, corrente, seca e geral.

Imagine uma empresa de brinquedos, que tenha sido efetivada a Análise por Quociente
para avaliar a sua liquidez. O analista que procedeu a esta análise a fez às pressas e apurou
os seguintes índices: liquidez imediata (ILI) = 0,03; liquidez geral (ILG) = 1,56 e mais dois
índices, 0,80 e 1,20, mas deixou de registrar a qual dos tipos de índice de liquidez esses
valores se referiam: índice de liquidez corrente (ILC) ou índice de liquidez seca (ILS).

Durante esta aula, você aprendeu a calcular os quatro tipos de índice de liquidez, e
terá a oportunidade de praticar esses cálculos extensivamente na aula que vem. Por
hora, vamos nos ater às interpretações, identificando os índices.

A seguir há duas colunas: uma com os nomes dos índices com os respectivos valores
e outra com as interpretações para os valores obtidos para a empresa de brinquedos.
Sua tarefa é identificar as respostas certas:

COLUNA 1 COLUNA 2
Índices: Com índices de liquidez de 0,80 e
(1) ILC = 0,80; 1,20:
(2) ILC = 1,20; ( ) Esta empresa só será capaz de arcar
(3) ILS = 0,80; com seus compromissos de curto prazo
(4) ILS = 1,20 com a realização de seus estoques;
( ) A empresa de brinquedos
provavelmente será capaz de quitar
suas dívidas de curto prazo.

Resposta Comentada
O ILC nos informa a respeito da capacidade de pagamento da empresa a curto prazo, levando
em consideração todos os itens do Ativo Circulante. Uma empresa que apresente ILC maior que
1 provavelmente será capaz de arcar com seus compromissos financeiros de curto prazo.
O ILS também é um indicador de capacidade de pagamento de curto prazo. É uma medida
mais rígida em relação à liquidez da empresa, pois exclui do AC o item Estoques. Um ILS < 1
revela a dependência da empresa de vender seus estoques para solver os compromissos de
curto prazo.
Assim, a ordem que você deve ter encontrado foi 3 e 2.

CEDERJ 27
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por quocientes
I - Índices de liquidez

RESUMO

A Análise por Quocientes é a técnica mais adotada entre os analistas de


balanços. Esta técnica envolve, basicamente, os indicadores de liquidez,
estrutura, atividade e rentabilidade.
Os indicadores de liquidez dividem-se em quocientes de liquidez imediata,
liquidez corrente, liquidez seca e liquidez geral.
Estes indicadores avaliam a capacidade de pagamento da empresa em
honrar seus compromissos para com terceiros imediatamente, a curto e a
longo prazos. Esta capacidade é avaliada por meio do Balanço Patrimonial;
esses indicadores por isso, são conhecidos como indicadores estáticos.

INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA

Na Aula 8, você terá oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos


nos exercícios propostos sobre a técnica de Análise por Quocientes referente
à modalidade de liquidez.

28 CEDERJ
8

AULA
Prática sobre índices de liquidez
Metas da aula
Apresentar atividades sobre a técnica de Análise
por Quocientes, denominada índices de liquidez,
bem como a interpretação de tais índices.
objetivos

Após a realização das atividades propostas nesta aula,


esperamos que você esteja apto a:

descrever o significado dos índices de liquidez


1
e CCL;

aplicar fórmulas para apuração dos quocientes


2
de liquidez no BP;

interpretar os resultados dos indicadores de liquidez,


3
sinalizando algumas conclusões sobre eles.

Pré-requisitos
Para acompanhar esta aula e aproveitar todas as atividades que ela
apresenta para fixar os conceitos de índice de liquidez, é necessário
que você tenha em mente todo o conteúdo apresentado na Aula 7.
Para facilitar, sugerimos que você tenha em mãos uma calculadora,
para fazer as atividades propostas com mais rapidez.
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez

INTRODUÇÃO A Análise por Quocientes é a técnica de análise mais utilizada no mercado


empresarial. Existem diversos indicadores obtidos por essa técnica, os quais
fornecem um panorama de avaliação da situação da empresa bastante
eficiente.
Na aula passada, você aprendeu um dos tipos de Análise por Quocientes, a
que envolvia os índices de liquidez. Estes são de quatro tipos: liquidez imediata,
corrente, seca e geral. Cada índice deste tem sua importância ressaltada de
acordo com o objetivo da análise que está sendo efetuada.
Nesta aula, você terá oportunidade de aplicar no Balanço Patrimonial
a técnica que aprendeu na Aula 7. Por meio de exercícios de múltipla escolha
e de desenvolvimento mais extenso, você aprenderá, na prática, as vantagens
e desvantagens desses índices e também será capaz de sugerir algumas
conclusões sobre a situação financeira das empresas.
Mãos à obra!

Atividade 1
Objetivo da Análise por Quocientes 1
Qual é a finalidade principal da Análise por Quocientes?
a. verificar a evolução dos elementos que formam as demonstrações contábeis;
b. verificar a evolução, período a período, dos componentes das demonstrações
contábeis;
c. estabelecer uma relação entre dois valores de natureza diferente, procurando verificar
a proporção de um valor em relação ao outro;
d. verificar a participação de cada conta em relação à base.

Resposta comentada
A opção c é correta.
Para resolução desta atividade, você deverá relembrar os conceitos relativos às técnicas de
Análise de Balanços estudadas nas Aulas 3, 5 e 7.
Na Aula 3, você viu que a Análise Vertical estabelece a participação de uma conta ou grupo
de contas em relação à base (opção d).
Na Aula 5, você estudou que a Análise Horizontal consiste em verificar a evolução ou o
crescimento dos elementos que formam as demonstrações contábeis de períodos distintos.
Possibilita a comparação entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas em
diferentes períodos (opções a e b).
Finalmente, na Aula 7, você viu que a Análise por Quocientes estabelece uma
relação entre dois elementos diferentes de um mesmo período, indicando quantas
vezes um contém o outro. Portanto, ao analisar dois valores heterogêneos,
o quociente é utilizado como parâmetro de avaliação da influência ou proporção de um
sobre o outro (opção c).

30 CEDERJ
Atividade 2

8
AULA
Sobre os índices... 1
...pode-se dizer que eles:
a. têm mais desvantagens do que vantagens;
b. são indicadores precisos e absolutos da situação econômico-financeira da empresa;
c. não representam informações úteis de análise;
d. indicam aspectos da situação econômico-financeira que devem ser comparados a
outras empresas.

Resposta Comentada
A opção d é a correta.
Muito embora a Análise por Quocientes apresente desvantagens como número excessivo de
quocientes, dificuldades na determinação de padrões etc., é a técnica mais utilizada na análise
das demonstrações financeiras. Isso acontece porque ela atinge alto grau de profundidade
(permite estabelecer relações entre diversos demonstrativos contábeis), bem como minimiza
distorções por efeitos inflacionários dos quocientes extraídos dos Balanços Patrimoniais.

Atividade 3
Classificando quocientes
1
Os quocientes ou índices são classificados em três grandes grupos:
a. os quocientes estáticos, os patrimoniais e os de velocidade;
b. os quocientes estáticos, os dinâmicos e os de velocidade;
c. os quocientes dinâmicos, os operacionais e os de velocidade;
d. os quocientes operacionais, os administrativos e os de velocidade.

Resposta Comentada
A opção b é a correta.
Como você aprendeu na aula anterior, esses quocientes ou índices são obtidos
de elementos do patrimônio (extraídos do BP) e do resultado (extraídos da DRE),
dividindo-se em:
• estáticos ou patrimoniais;
• dinâmicos ou operacionais;
• de velocidade.

CEDERJ 31
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez

Atividade 4
Tipos de Análise 1

Que tipo de análise é utilizado para avaliar a capacidade da empresa de honrar suas
obrigações?
a. Análise do Ativo Total;
b. Análise do Ativo Imobilizado;
c. Análise de Liquidez;
d. Análise do Ativo Realizável a Longo Prazo.

Resposta Comentada
A opção c é a correta.
A análise que avalia a capacidade de pagamento é a Análise de Liquidez, feita por
meio dos índices que avaliam a capacidade financeira da empresa de honrar suas
obrigações para com terceiros na data do vencimento. Quando não se refere à data
de vencimento, trata-se da capacidade financeira de curto prazo.
De que vale a empresa apresentar capacidade de liquidez a longo prazo excelente, se
a curto prazo ela não tiver capacidade de honrar suas obrigações de curto prazo?

Atividade 5
Como calcular os índices? 1

Você aprendeu, na aula passada, que cada um dos índices de liquidez é calculado de
uma maneira. Correlacione a coluna da direita com a da esquerda, associando os nomes
dos índices e suas fórmulas:
1. ILS AC
( )
PC
2. ILI ( ) AC – Estoques
PC

3. ILC ( ) AC + ARLP
PC + PELP

4. ILG
( ) Disponibilidades
PC

Resposta Comentada
3, 1, 4 e 2.
Você estudou, na aula passada, que os índices de liquidez medem a capacidade
financeira da empresa. Esta capacidade de pagamento é mostrada pelo prisma de
volume (se a empresa tem recursos no Ativo suficientes para pagar as dívidas do
Passivo), mas não apresenta a qualidade desses ativos (duplicatas em atraso?
Dificuldades de realização dos estoques? etc.).

32 CEDERJ
8
Você viu também que o cálculo dos índices de liquidez por meio das fórmulas representa

AULA
a primeira etapa no estudo dos indicadores financeiros. A etapa seguinte é formar conceito
a respeito do índice, se é bom, regular ou ruim, através das três formas compartivas:
a. pelo seu significado intrínseco,
b. pela análise temporal (Análise de tendências), e
c. pela análise interempresarial (índices-padrão).
Nesta atividade, você utilizou somente a primeira etapa do estudo dos indicadores financeiros,
isto é, o cálculo dos índices.

Atividade 6
Identificando índices 1
Se você acrescentar às Disponibilidades da empresa os Direitos Realizáveis a Receber
a curto prazo e dividi-los pelo montante do Passivo Circulante, você estará calculando
o grau de liquidez:
a. imediata;
b. seca;
c. corrente;
d. geral.

Resposta Comentada
A opção b é a correta.
Você viu, na Aula 7, que o índice de liquidez seca pode ser calculado por meio
das seguintes fórmulas:
AC − Estoques
ILS =
PC
ou

ILS = Disponibilidades + Direitos Realizáveis a Curto Prazo


; Passivo Circulante
; sendo assim, a segunda opção é a correta.

CEDERJ 33
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez

Atividade 7
Calculando índices de liquidez - I 2
O Balanço Patrimonial da Empresa Natividade, encerrado em 31/12/X1, é demonstrado
a seguir:

Balanço Patrimonial
ATIVO R$ Mil PASSIVO R$ Mil

Ativo Circulante 90 Passivo Circulante 75

Ativo Realizável a Longo Prazo 15 Passivo Exigível a Longo Prazo 60

Ativo Permanente 135 Patrimônio Líquido 105

TOTAL 240 TOTAL 240

Sabendo-se que o Estoque era de R$ 52,50 mil, calcule:


a. índice de liquidez corrente;
b. índice de liquidez seca;
c. índice de liquidez geral;

Resposta Comentada
a. ILC = 1,20
b. ILS = 0,50
c. ILG = 0,78
Nesta atividade, você utilizou a primeira etapa do estudo dos indicadores
financeiros.
AC
Você sabe que o ILC é apurado através da fórmula ILC = ; como foram
PC
fornecidos os valores do AC e do PC, basta substituí-los na fórmula.

AC 90 mil
a. ILC = = = 1, 20
PC 75 mil

b. ILS = AC − Estoques = 90 mil − 52 ,50 mil = 0 ,50


PC 75 mil

c. ILG = AC + ARLP = 90 mil + 15 mil = 105 mil = 0,78


PC + PELP 75 mil + 60 mil 135 mil

34 CEDERJ
Atividade 8

8
AULA
Calculando índices de liquidez - II 2
Considere o Balanço Patrimonial da Empresa Comércio de Artefatos Couro Bom
S.A., encerrado em 31 de dezembro de X1 e demonstrado a seguir.

Empresa Comércio de Artefatos Couro Bom S.A.

Balanço Patrimonial
ATIVO R$ MIL

Ativo Circulante 6.000

Ativo Realizável a Longo Prazo 1.350

Ativo Permanente

Investimentos 2.250

Imobilizado 4.800

Diferido 600

TOTAL 15.000

PASSIVO R$ MIL

Passivo Circulante 4.500

Passivo Exigível a Longo Prazo 900

Patrimônio Líquido 9.600

TOTAL 15.000

Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/X1


Sabendo que as disponibilidades e os estoques representam 5% e 20% do Ativo Circulante,
respectivamente,
apure:
a. ILI
b. ILC
c. ILS
d. ILG

CEDERJ 35
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez

Resposta Comentada
a. ILI = 0,07
b. ILC = 1,33
c. ILS = 1,07
d. ILG = 1,36
Para a solução desta atividade, você deve rever os conceitos apresentados na Aula 7
– Análise por Quocientes – I, especificamente o primeiro passo do estudo dos indicadores
financeiros – cálculo dos índices.
Disponibilidades
a. ILI =
PC
Como as disponibilidades representam 5% do AC, temos:
Disponibilidades = 0,05 de R$ 6.000 mil
Disponibilidades = R$ 300 mil

300 mil
ILI = = 0 ,07
4.500 mil

AC
b. ILC =
PC
6.000 mil
ILC = = 1,33
4.500 mil

AC − Estoques
c. ILS =
PC

Como os Estoques representam 20% do AC, temos:

Estoques = 0,20 de R$ 6.000 mil

Estoques = R$ 1.200 mil

6.000 mil − 1.200 mil


ILS =
4.500 mil
4.800 mil
ILS = = 1,07
4.500 mil

AC + ARLP
d. ILG =
PC + PELP
6.000 mil + 1.350 mil
ILG =
4.500 mil + 900 mil

7.350 mil
ILG = = 1,36
5.400 mil

36 CEDERJ
Atividade 9

8
AULA
Sobre o CCL... 1

Qual das situações a seguir indica o Capital Circulante Líquido?


a. Ativo Circulante – Passivo Exigível a Longo Prazo;
b. Ativo Circulante + Passivo Circulante;
c. Ativo Circulante – Passivo Circulante;
d. Ativo Circulante – Passivo Exigível Total.

Resposta Comentada
A opção c é a correta.
Você viu, em Contabilidade I, que o CCL é o excesso do AC sobre o PC, conforme
demonstrado no histograma a seguir:
Por exemplo: o AC de determinada empresa representa 70% do total do Ativo
e o PC 40% do total do Passivo; tem-se:

PC
AC PC
40%
AC
70%

PL
PL
60%
AP
AP
30%

a área em cinza-escuro representa


o CCL
CCL = AC – PC
CCL = 70% – 40%
CCL = 30%

CEDERJ 37
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez

Atividade 10
Sobre o Índice de Liquidez Corrente... 1

Qual destas relações representa o índice de liquidez corrente (ILC)?


CCL + AC PC
a. ILC = c. ILC = CCL +
PC AC
AC − PC CCL
b. ILC = d. ILC = 1 +
CCL PC

Resposta Comentada
A opção d é a correta.
Em Contabilidade I, você estudou que o CCL é calculado pela seguinte fórmula:
CCL= AC – PC.
Precisa também relembrar os conceitos estudados em Álgebra, lá no Ensino
Fundamental, para resolução desta atividade.
O primeiro passo é substituir o CCL em todas as opções propostas.

Opção a:
CCL + AC
ILC =
PC
AC − PC + AC
ILC =
PC

2 AC − PC
ILC = → Falsa
PC

Opção b:

AC − PC
ILC =
CCL
AC − PC
ILC = =1 → Falsa
AC − PC

Opção c:
PC
ILC = CCL +
AC
PC ; colocando a fração com o mesmo denominador, você
ILC = AC − PC +
chega a: AC

( AC − PC )x AC + PC
ILC =
AC
AC x AC − PC x AC + PC
ILC =
AC

AC 2 − ACPC + PC
ILC = → Falsa
AC

38 CEDERJ
8
Opção d:

AULA
CCL ; sabendo-se que o CCL = AC – PC
ILC =1+
PC
AC − PC
ILC = 1 + ; colocando a fração com o mesmo denominador, temos:
PC
1 x PC + AC − PC
ILC =
PC
PC + AC − PC
ILC =
PC
AC
ILC = → Verdadeira
PC

Atividade 11
2
Calculando o CCL - I
O Ativo Circulante da Empresa Saquarema é de R$ 320.000, e o Passivo Circulante, de
R$ 200.000. Ao quitar uma obrigação com fornecedores no valor de R$ 60.000, seu
CCL passa para:
a. R$ 140.000; c. R$ 120.000;
b. R$ 180.000; d. R$ 100.000.

Resposta Comentada
A opção c é a correta.
Ao quitar a obrigação com fornecedor no valor de R$ 60.000, este
FATO CONTÁBIL fez com que o AC e o PC diminuíssem para R$ 260.000 e FATO CONTÁBIL

R$ 140.000, respectivamente. Qualquer


Para apurar o CCL, basta aplicar a fórmula: movimentação
nos elementos
CCL = AC – PC do patrimônio
CCL = R$ 260.000 – R$140.000 traduzida em
moeda.
CCL = R$ 120.000

CEDERJ 39
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez

Atividade 12
Calculando o CCL - II 2

Dado o Balancete de Verificação da Empresa Cabo Frio em 31/12/X2, calcule o


Capital Circulante Líquido.

R$ MIL
CONTAS SALDO
DEVEDOR CREDOR
Caixa 105
Bancos Conta Movimento 210
Adiantamentos a Fornecedores 255
Duplicatas a Receber 450
Imóveis 1.050
Estoques de Matérias-Primas 1.200
Estoques de Produtos Acabados 1.200
Veículos 300
Máquinas e Equipamentos 360
Juros Pagos Antecipadamente 75
Seguros Pagos Antecipadamente 75
Capital 900
Adiantamentos de Clientes 225
Duplicatas a Pagar 675
Depreciação Acumulada 180
Fornecedores 300
Lucros Acumulados 1.800
Reservas de Lucros 750
Salários a Pagar 270
Impostos a Pagar 180
TOTAL 5.280 5.280

Resposta Comentada
CCL = R$ 1.920 mil
O CCL é dado pela fórmula CCL = AC – PC; portanto, você deve calcular o
AC e o PC, os quais são demonstrados a seguir:

40 CEDERJ
8
Empresa Cabo Frio

AULA
Balanço Patrimonial em 31/12/X2

Balanço Patrimonial
R$ MIL
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
Caixa 105 Fornecedores 300
Bancos Conta Movimento 210 Adiantamento de Clientes 225
Adiantamentos a Fornecedores 255 Duplicatas a Pagar 675
Duplicatas a Receber 450 Salários a Pagar 270
Estoques de Matérias-Primas 1.200 Impostos a Pagar 180
Estoques de Produtos Acabados 1.200
Juros Pagos Antecipadamente 75
Seguros Pagos Antecipadamente 75
TOTAL DO AC 3.570 TOTAL DO PC 1.650

Após apurados o AC e o PC, você tem condições de calcular o CCL.


CCL = AC – PC
CCL = R$ 3.570 mil – R$ 1.650 mil
CCL = R$ 1.920 mil

Atividade 13
Calculando o ILC 2

Calcule o índice de liquidez corrente, sabendo que:


a. o índice de liquidez seca é igual a 1,6;
b. os estoques valem R$ 60.000,00;
c. o Passivo Circulante é igual a R$ 180.000,00.

Em seguida, assinale a opção que corresponde à sua resposta:


a. 1,27;
b. 1,93;
c. 1,50;
d. 2,00.

CEDERJ 41
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez

Resposta Comentada
A opção b é a correta.
Para calcular o ILC, é necessário saber o valor do AC, que não foi fornecido
no enunciado.
Como foram dados os valores do ILS e dos Estoques, você deve substituí-los
na fórmula do ILS, conforme é demonstrado a seguir:
AC − Estoques
ILS =
PC
AC − 60.000
1,6 =
180.000
1,6 x 180.000 = AC – 60.000
288.000 + 60.000 = AC
348.000 = AC

Apurado o valor do AC, basta aplicar a fórmula do ILC:


AC 348.000
ILC = = = 1,93
PC 180.000

Atividade 14
Calculando ILI e ILS 2

Suponha que a Empresa Iguaba tenha em seu Ativo Circulante: Disponíveis no


valor de R$ 100.000,00; Direitos a Receber de curto prazo de R$ 400.000,00; Estoques
de R$ 500.000,00; Despesas Antecipadas de R$ 50.000,00. O seu Passivo Exigível de
Curto Prazo totaliza R$ 1.000.000,00. O grau de liquidez imediata e o de liquidez seca
serão, respectivamente:
a. 1,00 e 0,10;
b. 0,50 e 0,40;
c. 0,10 e 0,50;
d. 0,50 e 0,10.

Resposta Comentada
A opção c é a correta.
As fórmulas de liquidez imediata e seca são:
ILI = Disponibilidades e ILS = Disponibilidades + Direitos Realizáveis a Curto Prazo;
Passivo Circulante Passivo Circulante
sendo assim, aplicando os valores às respectivas fórmulas, você verá que a opção correta é
“0,10 e 0,50”, conforme demonstrado a seguir:
100.000
ILI = = 0 ,10
1.000.000
100.000 + 400.000 500.0
000
ILS = = = 0 ,50
1.000.000 1.000.000

42 CEDERJ
!

8
Repare que, nesta atividade, utilizou-se

AULA
a fórmula do ILS que exclui, além dos estoques, todas
as contas que não representam conversão em dinheiro (despesas
antecipadas, impostos a recuperar etc.).

Atividade 15
Calculando liquidez corrente 2

Se uma empresa tiver um Ativo Circulante de R$ 3.600,00, um Passivo Circulante


de R$ 1.400,00 e fizer uma aquisição de mercadorias a prazo no valor de R$ 1.600,00,
sua liquidez corrente será de:
a. 2,57;
c. 1,73;
d. 3,71;
e. 1,20.

Resposta Comentada
A opção b é a correta.
AC 3.600 +1.600
A fórmula da liquidez corrente é: ILC = = = 1,73.
PC 1.400 +1.600
A aquisição de mercadorias aumentou o valor do Ativo Circulante. Como esta
aquisição é para pagamento no curto prazo, o Passivo Circulante aumentou
também neste mesmo valor.

Atividade 16
O ILS é... 1

Se uma empresa tiver um Ativo Circulante de R$ 5.400,00, composto de


disponibilidades e direitos realizáveis a curto prazo, um Passivo Circulante de
R$ 2.100,00 e fizer uma aquisição de mercadorias a prazo no valor de R$ 1.200,00, sua
liquidez seca será de:
a. 1,64;
b. 2,57;
c. 3,14;
d. 2,00.

Resposta Comentada
A opção a é a correta.
Após este fato contábil, o AC passou a ser de R$ 6.600,00 (R$ 5.400,00 + R$ 1.200,00)
e o PC, R$ 3.300,00 (R$ 2.100,00 + R$ 1.200). Aplicando a fórmula do ILS, temos:
AC − Estoques 6.600 − 1.200
ILS = = = 1,64
PC 3.300

CEDERJ 43
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez

Atividade 17
De quanto é o ILC? 2

O Balanço Patrimonial da Empresa Alvorada em 31 de dezembro de X1 revelava


um Ativo Circulante no valor de R$ 2.800,00 e um Passivo Circulante de R$ 1.700,00.
A primeira operação realizada em 1/1/X2 foi a aquisição de mercadorias no valor
de R$ 800,00 a prazo. Calcule o índice de liquidez corrente após a realização dessa
operação.
a. 1,65 c. 2,12
b. 0,61 d. 1,44

Resposta Comentada
A opção d é a correta.
Para a solução desta atividade, você deve rever os conceitos apresentados na
Aula 7 – Análise por Quociente – I.
AC
Você viu que o ILC é apurado por meio da fórmula ILC = .
PC
Com a aquisição de Mercadorias no valor de R$ 800,00, a prazo, em 1/1/X2,
o AC passou de R$ 2.800,00 para R$ 3.600,00 e o PC passou de R$ 1.700,00
para R$ 2.500,00.
AC
Aplicando a fórmula do ILC, temos: ILC =
PC
3.600
ILC = = 1,44
2.500

Atividade 18
Avaliando a situação de uma empresa – I 2 3

GRUPO X2 X3 X4
Ativo Circulante 200 320 480
Ativo Permanente 500 800 1.200
Passivo Circulante 150 200 320

Examine a série histórica a seguir:


Podemos afirmar que o índice de liquidez corrente está melhor no ano:
a. X2, com quociente 4,67; c. X4, com quociente 1,50;
b. X3, com quociente 1,60; d. X4, com quociente 4,00.

44 CEDERJ
8
Resposta Comentada

AULA
A opção b é a correta.
1º passo: Apurar os ILC de X2, X3 e X4, conforme demonstrado a seguir:

FÓRMULA X2 X3 X4
AC 200 320 480
ILC = = 1,33 = 1,60 = 1,50
PC 150 200 320

2º passo: Interpretar o índice


Você estudou que, à exceção do ILI, os demais índices de liquidez pertencem
à categoria de “quanto maior, melhor”. Portanto, a opção correta é "X3, com
quociente 1,60".

Atividade 19
Calculando um índice a partir de outro 2

A Empresa Rio Bonito apresentou em 31/12/X2 um índice de liquidez seca igual


a 1,5, estoques no valor de R$ 100.000,00 e Passivo Circulante igual a R$ 250.000,00.
Qual o índice de liquidez corrente?
a. 1,6;
b. 1,9;
c. 1,1;
d. 1,8.

Resposta Comentada
A opção correta é a b. Para a resolução desta atividade, você deve utilizar o
primeiro passo relativo ao estudo dos indicadores financeiros, ou seja, cálculo
dos índices por meio de fórmulas.
AC − Estoques AC
ILS = ILC =
PC PC
Substituindo os valores da fórmula do ILS, temos:
AC − 100.000
1,5 =
250.000
375.000 = AC – 100.000
375.000 + 100.000 = AC
475.000 = AC

Calculado o valor do AC, basta substituí-lo na fórmula do ILC:


AC
ILC =
PC
475.000
ILC = = 1,90
250.000

CEDERJ 45
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez

Atividade 20
Analisado uma empresa 3

Considerando os indicadores a seguir, marque a opção mais viável para a Empresa


Pão de Açúcar:
AC = 1,75; 2,00; 3,00 Disponibilidades + Direitos Realizáveis a C P = 1,50; 0,80; 0,60
PC PC

a. ( ) há aumento do Permanente;
b. ( ) há aumento dos Estoques;
c. ( ) há aumento do Patrimônio Líquido;
d. ( ) há aumento de dívidas de curto prazo.

Resposta Comentada
A opção b é a correta.
Nesta atividade, você conclui que a opção mais viável é a segunda (“há aumento
dos Estoques”), já que este aumento propiciou índices mais favoráveis no ILC e
desfavoráveis no ILS. A exclusão da conta Estoques do total do Ativo Circulante
provocou acentuada queda nos índices de liquidez seca. Já os aumentos do
Permanente e do Patrimônio Líquido não interferem no ILC e no ILS. O aumento
das dívidas de curto prazo iria diminuir o ILC e aumentar o ILS.

Atividade 21
Definindo índices 3

Faça a correlação:
1. ILS
2. ILC
3. ILG

( ) A empresa dispõe de “X” reais no Ativo Circulante para cobrir cada R$ 1,00 de
obrigações vencíveis de curto prazo.
( ) A empresa dispõe de “X” reais do total dos recursos aplicados no Ativo Circulante,
excluídos os estoques, para cobrir cada R$ 1,00 de dívidas de curto prazo.
( ) A empresa dispõe de “X” reais do total dos recursos aplicados no Ativo Circulante e
no Ativo Realizável a Longo Prazo para cobrir cada R$ 1,00 do total das dívidas.

Resposta Comentada
2, 1 e 3.
Para responder a esta atividade, você utilizou a segunda etapa do estudo dos
indicadores financeiros, isto é, a interpretação dos índices. Este assunto está
explicado na aula anterior e, caso você tenha ficado com dúvidas, é melhor
retornar àquele conteúdo para saná-las!

46 CEDERJ
Atividade 22

8
AULA
Verdadeiro ou falso? 1

I. O índice de liquidez imediata é a medida da capacidade financeira imediata


para liquidação, num só momento, de todos os compromissos assumidos com terceiros,
vencíveis no prazo de até doze meses utilizando somente recursos disponíveis.
a. verdadeiro b. falso

II. Se o índice de liquidez corrente for menor que 1,0, isso significa que necessariamente
a empresa apresenta uma situação de incapacidade de pagamento.
a. verdadeiro b. falso

III. O índice de liquidez corrente da Indústria Química Rio das Ostras relativo ao último
exercício foi de 1,4. Somente com esse indicador você pode concluir que a empresa não
terá dificuldades para honrar seus compromissos para com terceiros.
a. verdadeiro b. falso

Resposta Comentada
I. A opção a é a correta.
Na aula anterior, você estudou que o ILI é aquele que mede a capacidade financeira
da empresa utilizando somente as disponibilidades (Caixa, Bancos Conta Movimento e
Aplicações de Liquidez Imediata) para honrar todas as obrigações vencíveis a curto prazo
(Passivo Circulante).
II. A resposta é a opção b.
A princípio, um índice de liquidez corrente menor que 1,0 mostra que o volume de recursos
investidos no Ativo Circulante é insuficiente para saldar os compromissos de curto prazo, mas
isto não significa necessariamente que a empresa apresenta incapacidade de pagamento, uma
vez que (você já viu em comentários anteriores) a capacidade de pagamento envolve outros
aspectos como sincronia de prazos de recebimentos e pagamentos, qualidade dos ativos etc.;
portanto, a opção é falsa.

III. A resposta é a opção b.


Nesta atividade, repare que o ILC é 1,4, ou seja, maior que 1, o que a princípio revela que
para cada R$ 1,00 de dívidas de curto prazo (PC) a empresa possui R$ 1,40 de recursos no
AC. Isto, no entanto, não é suficiente para atestar que a empresa irá honrar essas obrigações
na data de vencimento, porque não sabemos a sincronia de prazos de recebimentos e
pagamentos, a qualidade do Ativo Circulante (duplicatas em atraso, estoques obsoletos,
renovação dos estoques demorada etc.), já que as obrigações são líquidas e certas;
portanto, a afirmação é falsa.

CEDERJ 47
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez

Atividade 23
Interpretando um ILI 3

Se a empresa obtiver uma liquidez imediata igual a 0,7, pode-se afirmar que:
a. Para cada R$ 0,70 do Ativo Permanente, a empresa deve, no curto prazo, R$ 1,00;
b. Para cada R$ 0,70 de disponibilidades, a empresa deve, no curto prazo, R$ 1,00;
c. Para cada R$ 0,70 do Ativo Circulante, a empresa deve R$ 1,00;
d. Nenhuma das Respostas Anteriores (N.R.A.).

Resposta Comentada
A opção b é a correta.
A opção a não se justifica, por fazer a relação do Ativo Permanente com o Passivo Circulante,
quando o correto é Disponibilidades com o Passivo Circulante. A opção c também é incorreta,
por utilizar a fórmula de liquidez imediata errada.

Atividade 24
Significado do ILC 1

O índice de liquidez corrente mostra quantos reais a empresa tem:


a. no seu Ativo para cada real de dívida de curto prazo;
b. no Ativo Circulante para cada real de dívida de curto prazo;
c. no Ativo Circulante para cada real de dívida total;
d. no Ativo Permanente para cada real do Patrimônio Líquido.

Resposta Comentada
A opção b é a correta.
Veja os comentários da Atividade 5. Nesta atividade você utilizou a segunda etapa do estudo
dos indicadores financeiros, em uma das formas de comparação: a interpretação do seu
valor intrínseco, como podemos explicá-los.
As demais opções estão erradas pelos seguintes motivos:
Opção a: repare, no enunciado, que ele se refere ao total do Ativo e não do Ativo
Circulante;
Opção c: o enunciado refere-se à dívida total e não às dívidas vencíveis a curto prazo (PC);
AC
Opção d: você viu que a fórmula do ILC é e não Ativo Permanente .
PC PL

48 CEDERJ
Atividade 25

8
AULA
Calculando índices 2 3

Os seguintes dados foram extraídos do Balanço Patrimonial da Indústria


de Papel Sapucaia:

Balanço Patrimonial
R$ MIL
Ativo Circulante 441
Mercadorias 77
Ativo Realizável a Longo Prazo 130
Passivo Circulante 264
Passivo Exigível a Longo Prazo 100

Agora, preencha as linhas pontilhadas com as informações solicitadas:


a. índice de liquidez corrente: ....................
Para cada R$ 1,00 de ................................... vencíveis a ..................... prazo, a empresa possui
R$ .............. de valores disponíveis e realizáveis no Ativo .....................
b. índice de liquidez seca: ..............
Para cada R$ 1,00 de .................................. vencíveis a ....................... prazo, a empresa possui
R$ .............., sem contar com a realização das vendas de seus estoques.
c. índice de liquidez geral: ..............
Para cada R$ 1,00 do total das .................................., a empresa dispõe de R$ ................. de
recursos disponíveis e realizáveis a curto e longo prazo.

Resposta Comentada
Para resolver esta atividade, você precisa apurar o ILC, ILS e ILG, conforme demonstrado no
quadro a seguir:

FÓRMULA
AC 441 mil
ILC = ILC = = 1,67
PC 264 mil
AC − Estoques 441 mil − 77 mil
ILC = ILC = = 1,38
PC 264 mil
AC + ARLP
ILG = 441 mil + 130 mil
PC + PELP ILG = = 1,57
264 mil + 100 mil

Após a apuração dos índices, você deverá interpretá-los em sua forma intrínseca (segundo
passo no estudo dos indicadores financeiros).
Confira sua resposta:
a. ILC = 1,67 Dívidas (obrigações) curto R$ 1,67 Circulante
b. ILS = 1,38 Dívidas (obrigações) curto R$ 1,38 -
c. ILG = 1,57 Dívidas (obrigações) - R$ 1,57 -

CEDERJ 49
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez

Atividade 26
3

Interpretando ILC – I
Se a empresa obtiver uma liquidez corrente igual a 1,0, pode-se concluir que:
a. O Ativo Circulante é igual ao Passivo Circulante;
b. O Capital Circulante Líquido é zero;
c. O Ativo Circulante é menor do que o Passivo Circulante;
d. As opções a e b estão corretas.

Resposta Comentada
A opção correta é a d.
Para responder a esta atividade, você deverá testar cada opção proposta.
Opção a: AC = PC
AC
Você aprendeu que o ILC =
PC
AC
Como o ILC fornecido é igual a 1, tem-se: 1 =
PC
1 x PC = AC
PC = AC -> Esta opção é correta.
Opção b: CCL = 0
O CCL é representado pela seguinte fórmula:
CCL = AC – PC
Como você viu na opção a que o AC é igual a PC, tem-se:
CCL = PC – PC
CCL = 0 -> Esta opção também está correta.

Opção c: AC < PC
Esta alternativa está incorreta pelos motivos apresentados anteriormente.
Opção d: AC = PC e CCL = 0
É a opção que você deve marcar, pois engloba as opções a e b, que são
verdadeiras.

50 CEDERJ
Atividade 27

8
AULA
Interpretando ILC – II 3

Se a empresa apresentar uma liquidez corrente de 1,5, pode-se concluir que:


a. Para cada R$ 150 do Ativo, o Passivo Circulante é de R$ 100;
b. Para cada R$ 150 de Ativo Circulante, a empresa deve R$ 100;
c. Para cada R$ 150 de Ativo Circulante, a empresa deve no curto prazo R$ 100;
d. N.R.A.

Resposta Comentada
A opção c é a correta.
A opção a não se justifica, por fazer a relação de todo o Ativo com o Passivo Circulante, quando
o correto é Ativo Circulante e Passivo Circulante. A opção b também não é correta, por não
explicitar que as dívidas são de curto prazo.

Atividade 28
Interpretando ILC - III 3

Uma empresa com quociente de liquidez corrente igual a 0,80


a. está falida;
b. não consegue pagar suas dívidas;
c. deve reduzir o Ativo e o Passivo Circulantes;
d. dependendo de outros fatores, pode ser capaz de honrar suas dívidas de curto prazo
sem problemas.

Resposta Comentada
A opção d é a correta.
AC
Com relação a esta atividade, você pode até achar que com um ILC = = 0 ,80 a
PC
empresa está falida ou não tem condições de pagar as dívidas de curto prazo por apresentar
este indicador inferior a 1,0. Na verdade, o ILC < 1 significa que os volumes de recursos no
AC a princípio não seriam suficientes para honrar as dívidas de curto prazo (PC). Entretanto,
lembre-se de que a capacidade de pagamento leva em consideração outros fatores, como
sincronia entre prazo de recebimento e pagamento, giro dos estoques, liquidez dos ativos
circulantes etc.
A terceira opção, “reduzir o Ativo e o Passivo Circulantes”, está incorreta, uma vez que para atingir
um ILC igual ou superior a um haveria a necessidade de elevar o AC ou reduzir o PC.

CEDERJ 51
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez

Atividade 29
Interpretando ILS - I 3

Qual das afirmativas a seguir está correta, em se tratando do índice de liquidez


seca?
a. ILS < 1 indica sempre excesso de estoques no Ativo Circulante;
b. ILS = 1 indica que o Ativo Circulante, excluídos os estoques, não é suficiente para
saldar as obrigações de curto prazo;
c. a interpretação do ILS deve ser feita junto com informações acerca do prazo em que
a empresa espera vender seus estoques.

Resposta Comentada
A opção c é a correta.
Para responder a este tipo de atividade, é necessário analisar cada uma das
opções propostas.
Opção a: falsa.
O ILS < 1 não significa excesso de estoques no AC, conforme é demonstrado
no exemplo a seguir:

AC R$ 100
Estoques R$ 20
PC R$ 200
ILS 0,40

Repare que o ILS = 0,40, menor do que 1, representa apenas 20% do AC.

Opção b: falsa.
O ILS = 1 indica que o Ativo Circulante, excluídos os estoques, não é suficiente
para saldar as obrigações de curto prazo, como é demonstrado no exemplo a
seguir:

AC R$ 200
Estoques R$ 50
PC R$ 150
ILS 1,00

Note que ILS = 1,00, e a empresa dispõe de recursos circulantes sem precisar
realizar seus estoques, isto é, vendê-los.

Opção c: verdadeira.
A interpretação do ILS deve ser feita junto com informações acerca do prazo em que
a empresa espera vender seus estoques. O ILS deve ser analisado em conjunto
com o Prazo Médio de Renovação dos Estoques (PMRE).

52 CEDERJ
Atividade 30

8
AULA
Interpretando a situação de uma empresa pelo seu ILC 3

Suponha que certa empresa tenha dificuldades para saldar as dívidas de curto
prazo, embora sua liquidez corrente seja superior a 1,00. Qual a justificativa para essa
situação?
a. a empresa deve ter prazos de pagamento com vencimentos posteriores aos de
recebimento dos direitos de curto prazo;
b. a empresa deve ter maiores valores monetários de compras a prazo e maiores valores
monetários de vendas a prazo;
c. a empresa deve ter prazos de pagamentos com vencimentos anteriores aos de
recebimentos de direitos de curto prazo;
d. a empresa deve ter menores Ativos do que os valores do Patrimônio Líquido.

Resposta Comentada
A opção c é a correta.
A justificativa para essa situação é que “a empresa deve ter prazos de pagamentos com
vencimentos anteriores aos de recebimento”, ou seja, as datas de pagamento devem ocorrer
antes da realização dos recebimentos.
As demais opções são incorretas, pois ter maiores valores monetários de compras a prazo e
maiores valores monetários de vendas a prazo depende da sincronia entre prazo de recebimento
e pagamento. Se a empresa tiver prazos de pagamento maiores do que os de recebimentos, a
princípio, não deverá ter dificuldades para saldar suas dívidas de curto prazo.
Finalmente, a última opção não procede, já que estamos falando de indicadores de
liquidez.

Atividade 31
Interpretando ILS – II 3

Uma empresa apresentou um ILS de 1,2. Interprete este valor e diga se pode ser
admitido como bom ou ruim.
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

Resposta Comentada
Esse índice pode ser considerado bom.
Você viu, na Aula 7, que a interpretação de qualquer índice tem de levar em consideração
outros fatores, tais como: índice médio do setor, índices-padrão, tendência etc.
Nesta atividade, temos um único dado disponível: ILS = 1,2; seu significado
intrínseco diz que, para cada R$ 1,00 de obrigações vencíveis a curto prazo,
a empresa dispõe de R$ 1,20 de recursos circulantes, sem precisar realizar as
vendas dos Estoques (AC – Estoques).

CEDERJ 53
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez

Atividade 32
Tomando decisões com base nos índices 3

A Empresa Cabo Frio apresenta em seu Balanço Patrimonial projetado, antes do


final do ano, os seguintes valores no Circulante:
AC = R$ 3.600,00 PC = R$ 3.000,00
Todavia, o presidente não está satisfeito com a liquidez corrente de 1,20; ele deseja uma
LC de 2,00. Qual a decisão que você, como contador, tomaria:
a. Não tomaria nenhuma decisão por estar próximo ao final do ano;
b. Não faria nada porque o Ativo Circulante é maior do que o Passivo Circulante;
c. Maquiaria o Balanço Patrimonial;
d. Pagaria R$ 2.400,00 das dívidas de curto prazo.

Resposta Comentada
A opção d é a correta.
Para obter o ILC desejado pelo presidente da Empresa Cabo Frio dentro das opções
propostas, a empresa deveria pagar R$ 2.400,00 das dívidas de curto prazo. Ao
efetuar essa transação, o AC passaria de R$ 3.600,00 para R$ 1.200,00 e o PC
diminuiria para R$ 600,00, conforme demonstrado a seguir:
AC 3.600 − 2.400 1.200
ILC = = = = 2 ,0
PC 3.000 − 2.400 600
Assim, seria atendida a determinação do presidente.

Atividade 33
Calculando valores a partir dos índices 2

Com as informações que você teve na Aula 7 sobre índice de liquidez, preencha
os espaços pontilhados no BP da Empresa Araruama, sabendo que:
a. ILC = 1,60.
b. 40% do Ativo foram financiados por recursos de terceiros.
c. ILG = 1,40.
d. ILI = 0,30.
e. ILS = 1,00.

54 CEDERJ
8
Empresa Araruama

AULA
Balanço Patrimonial em 31/12/X3

Balanço Patrimonial
Em R$
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
Disponível _______ Fornecedores ______
Duplicatas a Receber _______
Estoques _______ EXIGÍVEL DE LONGO PRAZO
TOTAL do CIRCULANTE _______ Financiamento _______

PERMANEMTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO


Investimentos 20.000 Capital 100.000
Imobilizado 40.000 Lucros Acumulados _______
Diferido _______ TOTAL do PATRIMÔNIO. LÍQUIDO _______
TOTAL do PERMANENTE _______

TOTAL 400.000 TOTAL _______

Resposta Comentada
Empresa Araruama
Balanço Patrimonial em 31/12/X3

Balanço Patrimonial
Em R$
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
Disponível 42.000 Fornecedores 140.000
Duplicatas a Receber 98.000
Estoques 84.000 EXIGÍVEL DE LONGO PRAZO
TOTAL do CIRCULANTE 224.000 Financiamento 20.000

PERMANENTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO


Investimentos 20.000 Capital 100.000
Imobilizado 40.000 Lucros Acumulados 140.000
Diferido 116.000 TOTAL do PATRIMÔNIO LÍQUIDO 240.000
TOTAL do PERMANENTE 176.000

TOTAL 400.000 TOTAL 400.000

Para a resolução desta atividade, você deve testar as fórmulas de liquidez


apresentadas para saber qual delas se ajusta aos poucos dados fornecidos pelo
enunciado.
AC
ILC = = 1,60 : não podemos utilizar, em um primeiro momento, este
PC
dado, pois ainda não sabemos o valor do AC nem do PC.

CEDERJ 55
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez

Já o segundo dado é útil, porque 40% do Ativo foram financiados por recursos de terceiros
(40% de R$ 400.000,00 = R$ 160.000,00). Sabemos também que Ativo = Passivo Exigível
+ PL; logo, Passivo Exigível + PL = R$ 400.000,00. Como 40% foram financiados com
capital de terceiros, podemos deduzir que Passivo Circulante + Exigível de Longo Prazo
totalizam a R$ 160.000,00.

A informação de que o ILG = 1,40 é de extrema importância. Você sabe que:


AC + ARLP
ILG = =1,40 , como PC + PELP = R$ 160.000,00, e no exercício
PC + PELP
AC
não há valores para ARLP; podemos calcular o AC. Temos que = 1,4 ;
160.000
logo,
AC = 224.000.

Conhecendo o valor do AC, você pode substituí-lo na fórmula do ILC para calcular o valor
do PC:
224.000
= 1,6 . PC = 140.000
PC
Por exclusão, você descobre que o valor das dívidas de longo prazo (PELP) é de R$ 20.000,00,
já que o total dos recursos de terceiros era de R$ 160.000,00 e as dívidas de curto prazo
(PC) eram de R$ 140.000,00.
160.000 = 140.000 − PELP → PELP = 20.000
Em seguida, você calcula o valor das Disponibilidades por meio da fórmula da ILI:
Disponibilidades
ILI =
PC
Disponibilidades
0 ,30 =
140.000

0,30 x 140.000 = Disponibilidades


42.000 = Disponibilidades

Disp. + Dir . Re al . CP
Utilizando a fórmula do ILS = , você calcula o valor das Duplicatas a
PC
Receber, que neste exemplo são os Direitos Realizáveis a Curto Prazo:
1,00 = 42.000 + Duplicatas a Receber Duplicatas a Receber = 98.000
140.000

O valor dos Estoques é calculado pela diferença do AC com as Disponibilidades e as Duplicatas


a Receber. Vejamos:
Estoques = 224.000 – 42.000 – 98.000 = 84.000
Para calcular o valor do AP, você deve ter feito os seguintes cálculos:
sabendo que AC + AP = Ativo Total, temos que:
AP = 400.000 – 224.000 = 176.000

56 CEDERJ
8
Apurado o valor do Ativo Permanente, você tem condições de determinar o subgrupo

AULA
Diferido. Você viu em Contabilidade II que o Ativo Permanente é constituído pelos subgrupos:
Investimentos, Imobilizado e Diferido.
Desse modo, temos: AP = Investimentos + Imobilizado + Diferido
176.000 = 20.000 + 40.000 + Diferido
176.000 – 20.000 – 40.000 = Diferido
116.000 = Diferido
Finalmente, para calcular o Patrimônio Líquido e os Lucros Acumulados, basta você excluir
do Total do Passivo (400.000) o PC (140.000) e o PELP (20.000).
PL = 400.000 – 140.000 – 20.000 = 240.000
Sendo o PL de R$ 240.000 e o Capital de R$ 100.000, por exclusão, os Lucros Acumulados
serão de R$ 140.000.

Atividade 34
3
Avaliando a capacidade financeira de uma empresa
A capacidade financeira da Empresa Corcovado revelava os seguintes quocientes:
• liquidez corrente: 1,6
• liquidez seca: 1,0
• liquidez imediata: 0,4
Assinale a(s) resposta(s) incorreta(s):
a. o Ativo Circulante era 60% maior do que o Passivo Circulante.
b. as obrigações do Passivo Circulante correspondiam aos valores das Disponibilidades
e dos Direitos Realizáveis a Curto Prazo.
c. as Disponibilidades correspondiam a 40% dos Estoques.

Resposta Comentada
A opção c é a incorreta.
Uma das maneiras de responder a esta atividade seria apurar os valores que compõem os
elementos das fórmulas relativas aos índices.
AC
ILC =
PC
ILC = 1,6 significa que o AC > PC.
AC
1,6 =
PC
Se, por hipótese, PC = 100, temos:
1,6 x 100 = AC
160 = AC

CEDERJ 57
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez

ILS = Disponibilidades + Direitos Realizáveis a Curto Prazo


PC
ILS = 1
1 = Disponibilidades + Direitos Realizáveis a Curto Prazo
100
100 = Disponibilidades + Direitos Realizáveis a Curto Prazo
ILS = Disponibilidades
PC
0,4 = Disponibilidades
100
0,4 x 100 = Disponibilidades
40 = Disponibilidades

Sabendo o valor das Disponibilidades, você pode calcular o valor dos Direitos Realizáveis a
Curto Prazo, utilizando o ILS.
1 = Disponibilidades + Direitos Realizáveis a Curto Prazo
100

100 = Disponibilidades + Direitos Realizáveis a Curto Prazo


100 = 40 + Direitos Realizáveis a Curto Prazo
100 – 40 = Direitos Realizáveis a Curto Prazo
60 = Direitos Realizáveis a Curto Prazo
Como AC = Disponibilidades + Direitos Realizáveis a Curto Prazo + Estoques, você tem
condições de apurar o valor dos Estoques, conforme demonstrado a seguir:
160 = 40 + 60 + Estoques
160 = 100 + Estoques
160 – 100 = Estoques
60 = Estoques

Pelo exposto, você conclui que as alternativas a e b estão corretas, porém a opção c – “as
Disponibilidades correspondiam a 40% dos Estoques” – é a incorreta, já que correspondiam
a 40% do Passivo Circulante e não dos Estoques.

58 CEDERJ
Atividade 35

8
AULA
2
Calculando o ILG
Os Balanços Patrimoniais da Empresa Três Rios Ltda. estavam assim representados:

Balanço Patrimonial
ATIVO 31/12/X2 31/12/X3
Circulante 16.800 21.600
Realizável a Longo Prazo 840 3.600
Permanente 33.960 44.400
TOTAL 51.600 69.600

PASSIVO 31/12/X2 31/12/X3


Circulante 24.000 28.800
Exigível a Longo Prazo 1.200 -
Patrimônio Líquido 26.400 40.800
TOTAL 51.600 69.600

Considerando que a inflação no ano X3 foi de 15%, podemos afirmar que o quociente
de liquidez geral:
a. em X3 era menor que o quociente de liquidez corrente;
b. em X2 era maior que em X3;
c. em X2 era igual ao quociente de liquidez corrente;
d. indica que a situação da empresa em 31/12/X2 era mais favorável que em
31/12/X3;
e. não houve alteração na situação financeira da empresa.

Resposta Comentada
A opção c é a correta.
Para resolver esta atividade, você precisa calcular o ILC e o ILG, conforme
demonstrado no quadro a seguir:
FÓRMULA 31/12/X2 31/12/X3

AC 16.800 21.600
ILC = ILC = = 0 ,70 ILC = = 0 ,75
PC 24.000 28.800

AC + ARLP 16.800 + 840 21.600 + 3.600


ILG = ILG = = 0 ,70 ILG = = 0 ,88
PC + PELP 24.000 + 1.200 28.800 + 0

Comparando os índices apurados com as opções propostas, você estará apto para responder
esta atividade.
Em relação à inflação no ano X3, cabe ressaltar que a Análise por Quocientes tem como
uma das vantagens a minimização dos efeitos inflacionários, já que os valores do Balanço
Patrimonial encontram-se, de maneira geral, com o mesmo poder aquisitivo. Ao dividir
os valores do Balanço Patrimonial, o efeito da inflação é eliminado. Por exemplo, se
excluíssemos o impacto de 15% da inflação nos valores de X3, teríamos:

CEDERJ 59
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez

AC: 21.600
(-) efeito da inflação: 3.240 (21.600 x 0,15)
AC deflacionado: 18.360

PC: 28.800
(-) efeito da inflação: 4.320 (28.800 x 0,15)
PC deflacionado: 24.480

Apurando o ILC (sem o impacto inflacionário), temos:


18.360
ILC =
24.480

ILC = 0,75; observe que o ILC é o mesmo com os valores do apurado com os
valores inflacionados.

Atividade 36
2 3
Mais índices
Sabendo que a Cia. Vitória apresenta a seguinte posição:
DISCRIMINAÇÃO X5 X6 X7 X8
Ativo Circulante 1.400 5.100 13.200 22.800
Estoques 700 3.000 10.200 15.000
Passivo Circulante 1.100 4.800 12.100 20.500

E que os índices recomendáveis para o setor dessa empresa são:

DISCRIMINAÇÃO X5 X6 X7 X8
Liquidez corrente 1,22 1,18 1,15 1,32
Liquidez seca 0,99 0,83 0,78 0,76

Calcule a liquidez corrente e a liquidez seca para cada período e defina a capacidade de
pagamento dessa empresa em relação aos índices setoriais.

60 CEDERJ
8
Resposta Comentada

AULA
DISCRIMINAÇÃO X5 X6 X7 X8
Liquidez corrente 1,27 1,06 1,09 1,11
Liquidez seca 0,64 0,44 0,25 0,38

Para resolver esta atividade, você deve inicialmente aplicar os indicadores de liquidez
corrente e liquidez seca aos valores apresentados para a Cia. Vitória.
ILC = Ativo Circulante e
Passivo Circulante
ILS = Disponibilidades + Direitos Realizáveis a Curto Prazo ou
Passivo Circulante
ILS = Ativo Circulante - Estoques
Passivo Circulante

Na liquidez corrente, temos:


1.400 5.100
ILC X 5 = = 1, 27 ILC X 6 = = 1,06
1.100 4.800
13.200 22.800
LC X 7 = = 1,09 ILC X 8 = = 111
,
12.100 20.500

Para calcular a liquidez seca, você deve adotar a segunda fórmula apresentada, já que,
para utilizar a primeira, seria necessário saber os valores das Disponibilidades e dos Direitos
Realizáveis a Curto Prazo, o que não foi apresentado nesta atividade.

1.400 + 700 5.100 − 3.000


ILC X 5 = = 0 ,64 ILC X 6 = = 0 ,44
1.100 4.800
13.200 − 10.200 22.800 − 15.000
LC X 7 = = 0 , 25 ILC X 8 = = 0 ,38
12.100 20.500

Você pode observar que apenas a liquidez corrente da Cia. Vitória em X5 conseguiu superar
o quociente recomendado para esse setor.
Nos demais exercícios sociais, tanto a liquidez corrente como a seca estiveram abaixo dos
indicadores recomendados para este ramo de atividade, conforme demonstrado a seguir:
ILC
DISCRIMINAÇÃO X5 X6 X7 X8
Cia. Vitória 1,27 1,06 1,09 1,11
Setor 1,22 1,18 1,15 1,32

ILS
DISCRIMINAÇÃO X5 X6 X7 X8
Cia. Vitória 0,64 0,44 0,25 0,38
Setor 0,99 0,83 0,78 0,76

CEDERJ 61
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez

Atividade 37
3
Interpretando situações de empresas com base na Análise por Liquidez
Das demonstrações financeiras das Empresas Búzios, Cabo Frio e Araruama foram
extraídos os seguintes índices de liquidez:

DISCRIMINAÇÃO EMPRESA
BÚZIOS CABO FRIO ARARUAMA
Liquidez corrente 1,10 1,40 1,70
Liquidez seca 0,70 1,10 0,90
Liquidez geral 1,40 1,60 1,40

Marque com X qual das três empresas apresenta:

EMPRESA
DISCRIMINAÇÃO
BÚZIOS CABO FRIO ARARUAMA
Situação financeira a curto prazo “mais folgada”
Maior grau de dependência da venda dos Estoques
Considerando o total das dívidas, maior capacidade
de pagamento

Resposta Comentada

EMPRESA
DISCRIMINAÇÃO
BÚZIOS CABO FRIO ARARUAMA
Situação financeira a curto prazo “mais folgada” x
Maior grau de dependência da venda dos Estoques x
Considerando o total das dívidas, maior capacidade
x
de pagamento

Interpretando o ILC, observa-se que a Empresa Araruama possui o maior índice de liquidez
corrente; portanto, apresenta situação financeira a curto prazo “mais folgada”, pois para cada
R$ 1,00 de dívidas de curto prazo possui R$ 1,70 para pagar, enquanto Búzios possui R$ 1,10
e Cabo Frio R$ 1,40. Lembre que, para o ILC, quanto maior, melhor.
Interpretando o ILS: o maior grau de dependência dos Estoques é da Empresa Búzios, já que
tem o menor quociente de ILS. Você viu, na Aula 7, que quanto mais inferior à unidade maior
será a dependência das vendas de seus estoques.
Finalmente, considerando o total das dívidas, a maior capacidade de pagamento é da
Empresa Cabo Frio, devido ao maior ILG. Este índice é daqueles: quanto maior,
melhor.

62 CEDERJ
Atividade 38

8
AULA
2 3
Analisando informações da Análise por Quocientes
Dos Balanços Patrimoniais da Empresa Natividade Ltda., foram extraídos os seguintes
dados:

DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
Ativo Circulante 30.000 75.000 198.000
Estoques 11.000 32.000 93.000
Passivo Circulante 28.000 69.000 178.000

Pede-se:
a. Apure o índice de liquidez corrente e seca para cada um dos exercícios.

DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
Liquidez corrente
Liquidez seca

b. Utilizando a comparação temporal desses indicadores, avalie a posição de liquidez a


curto prazo da empresa.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

c. Se fossem fornecidos os seguintes índices setoriais, como você completaria a avaliação


de liquidez da Empresa Natividade Ltda.?

DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
Liquidez corrente 1,04 1,06 1,07
Liquidez seca 0,90 0,85 0,80

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

Resposta Comentada
Na resolução desta atividade, você utiliza as duas etapas do estudo dos indicadores financeiros,
ou seja:
a. cálculo dos índices
b. Interpretação utilizando as três formas comparativas (pelo valor intrínseco, análise
temporal e análise interempresarial)

CEDERJ 63
Análise das Demonstrações Contábeis | Prática sobre índices de liquidez

A letra a refere-se à primeira etapa: cálculos dos índices por meio de fórmulas.

ÍNDICE X1 X2 X3
ILC 1,07 1,09 1,11
ILS 0,68 0,62 0,59

A letra b refere-se à segunda etapa: sua interpretação, na sua forma de análise temporal
(estudo de tendência).

A letra c refere-se também à 2ª etapa, mas com outra forma de comparação: análise
interempresarial (índices-padrão).

?
No período analisado, a
Empresa Natividade apresenta uma boa
situação financeira em virtude de os índices de
liquidez corrente apresentarem-se superiores a 1,0,
tendência crescente e acima da média do setor.
O ILS é outro índice que atesta a capacidade financeira.
Embora dependente das vendas de parte de seus
estoques para honrar os compromissos vencíveis a curto
prazo (ILS <1), tendência decrescente e abaixo da média
dos setor, não chegaram a comprometer a situação
financeira da empresa devido ao comportamento
também dos ILS do setor (inferiores à unidade e
decrescentes).

CONCLUSÃO

Você deve ter percebido a importância de comparar os indicadores


de liquidez aos de empresas do mesmo ramo de atividade. Aprender a
interpretar esses índices de liquidez é fundamental para o trabalho tanto
do analista quanto do bom administrador, que precisa tomar decisões
práticas e estratégicas na empresa onde trabalha.

INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA

Você irá estudar, na próxima aula, outra modalidade de Análise por


Quocientes denominada índices de estrutura de capitais.

64 CEDERJ
Análise por Quocientes

AULA
II - Índices de Estrutura de
Capitais
Metas da aula
Apresentar a técnica de Análise por Quociente que se refere
aos índices de estrutura de capitais;
mostrar a importância destes índices como mais um
instrumento de análise dos demonstrativos contábeis.
objetivos

Após a apresentação deste conteúdo, você deverá ser capaz de:

1 identificar a importância dos índices de estrutura de capitais;

2
identificar as características desta modalidade de Análise por
Quocientes;

3 listar os passos para obtenção e interpretação dos resultados;

aplicar os índices de estrutura de capitais no Balanço Patrimonial;


4

chegar a algumas conclusões sobre a situação financeira da


empresa baseadas nestes quocientes.
5

Pré-requisitos
Ter um bom domínio do assunto aplicações e origens de recursos, e saber
identificar claramente capitais próprios e capitais alheios são importantes para
o desenvolvimento desta aula.
Assim sendo, você deve se reportar mais uma vez à revisão de Balanço
Patrimonial (Aula 1) e à Aula 7, sobre Análise por Quocientes, bem como às
aulas de Contabilidade Geral I e II que tratam das demonstrações contábeis.
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
II - Índices de Estrutura de Capitais

INTRODUÇÃO A avaliação da situação financeira da empresa se dá através de determinadas


inter-relações entre os elementos do Balanço Patrimonial que medem o grau de
endividamento, a adequação entre as fontes e aplicações de recursos e a capacidade
de liquidez da empresa. Essas medidas são obtidas com os índices de estrutura de
capitais e os índices de liquidez (estes últimos vistos nas Aulas 7 e 8).
Os índices de endividamento fazem parte dos índices de estrutura, assim como
imobilização do capital próprio e dos recursos permanentes.

ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAIS

Os índices de estrutura de capitais mostram a política financeira


da empresa em termos de obtenção e aplicação de recursos.
Esses índices relacionam a composição de capitais (próprios e de
terceiros), buscam diversas relações na estrutura da dívida da empresa
e medem os níveis de imobilização de recursos.
Os principais índices são:
• endividamento total;
• participação de capitais de terceiros;
• garantia aos capitais de terceiros;
• composição do endividamento;
• imobilização do capital próprio;
• imobilização dos recursos permanentes.

Análise por Quocientes

Liquidez Estrutura

Endividamento Participação Garantia aos Imobilização Imobilização


Composição do
de capitais de capitais de do capital dos recursos
total endividamento
terceiros terceiros próprio permanentes

!
Figura 9.1: Análise por Quocientes na modalidade referente aos índices de estrutura.

Os quatro primeiros índices são


também chamados índices de endividamento,
pois evidenciam a dependência que a empresa tem dos
capitais de terceiros para financiar seu Ativo.

66 CEDERJ
Índices de endividamento

9
AULA
É por meio desses índices que é obtido o nível de endividamento
da empresa, em termos de quantidade e qualidade da dívida.
Na primeira aula desta disciplina e nas de Contabilidade I e II,
você aprendeu que o Passivo representa a origem dos recursos de que a
empresa dispõe, ou seja, a estrutura de capitais da empresa. O estudo
dos índices de endividamento possibilita verificar como a empresa capta
recursos para financiar suas atividades. A seleção desses recursos, que
irão financiar seus ativos, deve levar em consideração a adequação dos
seus custos e sua capacidade de geração de lucros.
Internamente, é uma boa política financeira para a empresa
utilizar capitais de terceiros à medida que o lucro gerado pelos ativos
for superior ao custo da dívida, gerando uma elevação na rentabilidade
do Patrimônio Líquido. Contudo, esse processo de endividamento é
limitado, em função do risco que a empresa vai assumir e das perspectivas
conjunturais e de mercado.
O analista externo à empresa irá analisar o risco provocado
pelo endividamento. Um endividamento elevado será sempre um risco
maior para os credores, pois torna a empresa mais vulnerável a qualquer
intempérie (mudança na política monetária, taxas de juros elevadas,
retração de mercado etc.).
Até porque, freqüentemente, as instituições financeiras não estão
dispostas a conceder financiamento para empresas que apresentam
dependência exagerada de recursos alheios. A razão desta postura é
que, em geral, as empresas que vão à falência apresentam endividamento
elevado (recursos de terceiros), se comparado ao Patrimônio Líquido
(recursos próprios).

Por outro lado, um alto grau de endividamento não indica que a


empresa irá falir. Isto porque a falência de uma empresa não se
deve exclusivamente ao elevado nível de endividamento; existem
outros fatores, como má administração, desorganização, projetos
fracassados etc.

O analista, seja ele interno ou externo, deve levar em consideração


a capacidade de endividamento da empresa, isto é, sua capacidade
de gerar e recuperar os recursos necessários ao pagamento de suas
obrigações, dentro dos prazos estabelecidos, para estar certo de que
a empresa tem condições de honrar os compromissos que assumir.

CEDERJ 67
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
II - Índices de Estrutura de Capitais

!
Tanto
os proprietários como as
agências de financiamento devem se manter
atentos ao grau de endividamento da empresa, pois
quanto maior o endividamento maior será a probabilidade
de que a empresa não consiga satisfazer as reivindicações
de todos os seus credores, principalmente se
ocorrerem situações adversas, como uma
forte recessão.

Quais são os principais índices de endividamento?

Como você viu no início desta aula, o nível de endividamento


pode ser medido em termos de quantidade ou em termos de qualidade
da dívida.
Em termos de quantidade da dívida (alta, razoável, baixa), o
endividamento pode ser apurado por meio dos seguintes índices:
a) Endividamento total
b) Garantia aos capitais de terceiros
c) Participação de capitais de terceiros

a) Endividamento total (ET): quociente de participação de capitais


de terceiros sobre os ativos totais.
Este índice determina a proporção dos ativos totais financiados
com recursos de terceiros.
Fórmula:

?
ET = Passivo Exigível x 100
Ativo Total

Passivo Exigível = Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo.


São os recursos de terceiros aplicados na empresa.

68 CEDERJ
Ao determinar a proporção dos ativos totais financiados com

9
recursos de terceiros, este índice tem como objetivo mostrar a dependência

AULA
ou autonomia da empresa em relação aos capitais de terceiros.
Para você entender melhor, veja as quatro situações que podem
ser extraídas do quadro a seguir:

SITUAÇÃO A PE PL
1ª 100 20 80
2ª 100 70 30
3ª 100 1 99
4ª 100 100 0

1ª situação: a empresa opera com baixo grau de endividamento

ET = PE x 100 20 x 100 = 20%


AT 100

O grau de endividamento total indica que 20% do Ativo da


empresa são financiados com recursos de terceiros, isto é, para cada
R$ 1,00 aplicado no Ativo, a empresa utilizou R$ 0,20 de capital de
terceiros.
Interpretação: quanto menor o grau de endividamento, maior será
a capacidade financeira da empresa a longo prazo.
Graficamente, é esta a situação:

PE
20

AT PL
100 80

A área em cinza escuro representa a capacidade financeira da


empresa, a longo prazo.

CEDERJ 69
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
II - Índices de Estrutura de Capitais

2ª situação: a empresa opera com alto grau de endividamento.

ET = PE x 100 70 x 100 = 70%


AT 100

O grau de endividamento total indica que 70% do Ativo da


empresa são financiados com recursos de terceiros, isto é, para cada
R$ 1,00 aplicado no Ativo, a empresa utilizou R$ 0,70 de capital de
terceiros.
Interpretação: quanto maior o grau de endividamento, menor será
a capacidade financeira da empresa, a longo prazo.
Graficamente, ficaria assim:

PE
AT 70
100

PL
30

A área em cinza escuro representa a capacidade financeira da


empresa, a longo prazo.

3ª situação: a empresa opera com grau de endividamento próximo


de zero

AUTONOMIA ET = PE x 100 1 x 100 = 1%


FINANCEIRA AT 100
Acontece quando o
Ativo é financiado
exclusivamente com O grau de endividamento total indica que 1% do Ativo da empresa é
recursos próprios.
A empresa opera financiado com recursos de terceiros, significando, portanto, que a empresa
com grau de
endividamento total
opera em estado de quase AUTONOMIA FINANCEIRA, isto é, para cada R$ 1,00
igual a zero. aplicado no Ativo, a empresa utilizou R$ 0,01 de capital de terceiros.

70 CEDERJ
Interpretação: quanto menor o grau de endividamento, maior será

9
a capacidade financeira da empresa, a longo prazo.

AULA
Graficamente, seria representado assim:

PE = 1

AT PL
100 99

A área em cinza escuro representa a capacidade financeira da


empresa a longo prazo.

4ª situação: a empresa opera com grau de endividamento igual


a 100%.

ET = PE x 100 100 x 100 = 100%


AT 100

O grau de endividamento total indica que 100% do Ativo da


empresa são financiados exclusivamente por recursos de terceiros (PE),
sendo nulo o capital acumulado dos proprietários (PL), isto é, para cada
R$ 1,00 aplicado no Ativo, a empresa utilizou R$ 1,00 de capitais de
terceiros.
Interpretação: quanto maior o grau de endividamento, menor será
a capacidade financeira da empresa, a longo prazo.
Graficamente, é esta a situação:

AT PE
100 100

A empresa não possui capacidade financeira a longo prazo; é


totalmente dependente de capitais de terceiros.

CEDERJ 71
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
II - Índices de Estrutura de Capitais

! No Brasil, adota-se como


normal, ou aceitável, um índice de
endividamento total em torno de 50% ou 0,5, em
razão, principalmente, da carência de recursos próprios
para alimentar os planos de expansão da capacidade
instalada, de aumento de produção e vendas, de
ampliação dos prazos de
financiamento etc.

! Quando houver intensidade


de uso de capitais de terceiros, é importante
analisar o índice de endividamento a curto prazo, a fim
de examinar até que ponto a estrutura de capitais da
empresa está comprometida nos doze meses
seguintes.

Para avaliar os índices que serão apresentados a seguir, vamos


utilizar os Balanços Patrimoniais saneados da Empresa Via Digital S.A.
encerrados em 31/12 /X1, 31/12/X2 e 31/12/X3, respectivamente.
Os índices de estrutura relativos aos anos X1 e X2 estão calculados
e interpretados.
Em relação ao ano X3, você terá como atividade, ainda nesta
aula, apurar e interpretar os índices, verificando seu comportamento em
relação aos anos anteriores, isto é: qual a tendência do índice na série
histórica em estudo? Evoluiu? Manteve-se constante? Involuiu?

72 CEDERJ
! Veja as demonstrações
contábeis originais na Aula 2.
Empresa Via Digital S.A.

9
Balanços Patrimoniais saneados (ajustados) encerrados em:

AULA
Em R$
Balanço Patrimonial
ATIVO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
Disponível (1) 7.390 2.024 2.849
Direitos Realizáveis a CP (2) 47.218 41.015 53.021
Soma (3) = (1 + 2) 54.608 43.039 55.870
Estoques (4) 33.923 33.411 43.227
ATIVO CIRCULANTE (5) = (3 + 4) 88.531 76.450 99.097
ATIVO REALIZÁVEL A LP (6) - - -
ATIVO PERMANENTE (7) = (8 + 9 34.577 65.124 81.531
+ 10)
. Investimentos (8) 3.263 4.106 5.352
. Imobilizado (9) 31.314 59.036 73.218
. Diferido (10) - 1.982 2.961
ATIVO TOTAL (11) = (5 + 6 + 7) 123.108 141.574 180.628

Balanço Patrimonial
PASSIVO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
PASSIVO CIRCULANTE (1) 60.554 48.943 63.376
PASSIVO EXIGÍVEL A LP (2) 14.196 51.291 63.624
PASSIVO EXIGÍVEL (3) = (172) 74.750 100.234 127.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (4) 48.358 41.340 53.628
PASSIVO TOTAL (5) = (3 + 4) 123.108 141.574 180.628

Aplicando o índice de endividamento total na Empresa Via Digital


S.A., você encontra:

Fórmula Ano Cálculo Índice


ET = PE x 100 X1 ET = 74.750 x 100 61%
AT 123.108
X2 ET = 100.234 x 100 71%
141.574
X3 ET = x 100

CEDERJ 73
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
II - Índices de Estrutura de Capitais

Comentários relativos a X1 e X2:


A análise dos índices de endividamento total revela que no ano X2
ocorreu um aumento do endividamento da empresa. Na verdade, no ano
X1, havia 61% de capitais de terceiros aplicados no Ativo, e apenas 39%
de capitais próprios. No período seguinte, houve maior participação de
capitais de terceiros aplicados no Ativo em relação aos capitais próprios,
ou seja, 71% de capitais alheios e apenas 29% de capitais próprios.
O endividamento elevou-se 10 pontos percentuais

Atividade 1
Agora faça uma breve análise e redija um comentário relativo a X3.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Resposta Comentada
O índice de endividamento total do ano X3, de 70%, revela que houve um ligeiro decréscimo
do endividamento em relação ao ano anterior; no entanto, a participação dos capitais de
terceiros na estrutura de capitais da empresa ainda é bastante significativa.

Memória de cálculo:

ET = 127.000 x 100 = 70%


180.628

b) Garantia aos capitais de terceiros (GCT)


Representa a margem de segurança dada aos capitais de terceiros, aplicados na empresa,
em razão da existência de recursos próprios.

Fórmula:

GCT = Patrimônio Líquido x 100


Passivo Exigível

Indica quantos reais de capitais de terceiros têm capitais próprios como garantia.

Interpretação: Este índice obedece à regra quanto maior melhor, pois quanto maior a existência
de recursos próprios, maior a garantia aos capitais alheios.

74 CEDERJ
!

9
AULA
Este quociente deverá
ser superior a 1 ou em torno de 1, para
pelo menos garantir os capitais de terceiros
na mesma proporção dos capitais
próprios.

Aplicando o índice de garantia aos capitais de terceiros na Empresa


Via Digital S.A., temos:

Fórmula Ano Cálculo Índice


GCT = PL x 100 X1 GCT = 48.358 x 100 65%
PE 74.750
X2 GCT = 41.340 x 100 41%
100.234
X3 GCT = x 100

Comentários relativos a X1 e X2:


Você pode observar que, no ano X1, para cada R$1,00 de dívidas
de curto e longo prazos, a empresa dispõe de R$ 0,65 de capitais próprios.
A situação é mais desfavorável no ano X2, pois há apenas R$ 0,41 de
capitais próprios para R$1,00 de capitais de terceiros.
A margem de garantia dada aos capitais alheios, que já era baixa
no ano X1, agravou-se ainda mais em X2.

CEDERJ 75
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
II - Índices de Estrutura de Capitais

Atividade 2
Agora faça uma rápida análise e redija um comentário relativo a X3.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Resposta Comentada
Em X3, o índice GCT de 0,42 mostra um ligeiro acréscimo da margem de garantia dada aos
capitais de terceiros, muito embora a situação permaneça ainda bastante desfavorável.

Memória de cálculo:

GCT = 53.628 x 100 = 42%


127.000
Outra forma de obter este quociente é por meio da proporção entre capitais de terceiros
e capitais próprios, isto é, utilizando a fórmula anterior invertida, conforme você verá a
seguir.
c) Participação de capitais de terceiros (PCT)
Este índice revela o percentual de capitais de terceiros em relação ao Patrimônio Líquido.

Fórmula:

PCT = Passivo Exigível x 100


Passivo Líquido

Indica quantos reais de capitais de terceiros a empresa captou para cada real de capital
próprio.
Quanto maior a existência de recursos próprios, maior a garantia proporcionada aos capitais
de terceiros.

Interpretação: A empresa terá maior liberdade financeira quanto menor for o seu grau de
dependência de capitais alheios. O oposto também é verdadeiro: a empresa terá menor
liberdade financeira quanto maior for sua dependência de capitais de terceiros.

76
!
CEDERJ
O índice de participação de capi-
tais de terceiros varia de acordo com o ramo de
atividade da empresa. Assim, empresas que apresentam
aplicações maciças em ativos fixos têm tendência a ter índices
de endividamento de longo prazo mais elevados, enquanto
empresas menos dependentes de ativo fixo tem
índices menores.
Aplicando o índice de participação de capitais de terceiros na

9
Empresa Via Digital S.A., temos:

AULA
Fórmula Ano Cálculo Índice
PCT = PE x 100 X1 PCT = 74.750 x 100 155%
PL 48.358
X2 PCT = 100.234 x 100 242%
41.340
X3 PCT = x 100

Comentários relativos a X1 e X2:


Em X1, o índice de participação de capitais de terceiros mostra
que, para cada R$ 1,00 de capital próprio, a empresa tomou R$ 1,55
emprestados. Em X2, esta participação aumentou de forma bastante
significativa, passando a utilizar R$ 2,42 de capitais alheios para cada
R$ 1,00 de capitais próprios.
A análise do PCT revelou nestes dois exercícios sociais a
predominância de capitais de terceiros em relação aos capitais próprios.

Atividade 3
Agora faça uma análise e redija um comentário relativo a X3.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Resposta Comentada
Em X3, a empresa continua ainda utilizando maciçamente capitais de terceiros em relação
aos capitais próprios (237%), apesar do decréscimo deste índice de 5 pontos percentuais,
se comparado a X2.

.Memória de cálculo:

PCT = 127.000 x 100 = 237%


53.628

CEDERJ 77
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
II - Índices de Estrutura de Capitais

Você sabia que a maioria das empresas que vão à falência apresenta, durante um
período relativamente longo, altos quocientes de PCT = Capitais de terceiros?
Capitais próprios

DÉBITOS DE ÍNDICES DE COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO


FINANCIAMENTO

Recursos
A qualidade da dívida pode ser medida através dos índices de
provenientes composição do endividamento.
de instituições
financeiras. São mais A análise destes índices é bastante significativa, pois tem como objetivo
onerosos e não são
espontâneos. mostrar o desdobramento do endividamento em curto e longo prazo.
a) Endividamento a curto prazo

DÉBITOS DE b) Endividamento a longo prazo


FUNCIONAMENTO
a) Endividamento a curto prazo (ECP): normalmente utilizado
Recursos “exigíveis
não-onerosos”, para financiar o Ativo Circulante (fornecedores, empréstimos para
isto é, exigíveis capital de giro etc.)
que não geram
encargos financeiros Este indicador informa qual o percentual de obrigações de curto
explicitamente
para a empresa, ou prazo em relação ao total das dívidas.
seja, não há juros
(fornecedores, Fórmula:
impostos, encargos
sociais a pagar etc.).
ECP = Passivo Circulante x 100
São recursos baratos
e espontâneos (quer Passivo Exigível
dizer, praticamente
automáticos). Interpretação: Quanto menor este índice, melhor será a situação

!
financeira da empresa.

Na análise do endividamento
de curto prazo, você deve ficar atento às
seguintes situações:
• Concentração maciça de dívidas de curto prazo pode acarretar
dificuldades para a empresa quando ocorrer reversão de mercado. Isto
porque a empresa irá trabalhar contra o tempo na captação de recursos
(obtenção de novos créditos, renegociação dos empréstimos em condições
desfavoráveis, custo financeiro elevado, queima dos estoques a qualquer preço etc.)
para honrar suas obrigações de curto prazo.
• Normalmente, o custo das dívidas de curto prazo é mais oneroso do que o das de longo
prazo.
• Elevado volume de duplicatas descontadas e utilização de DÉBITOS DE FINANCIAMENTO
de curto prazo elevando o custo da dívida (juros altos acarretam aumento das
despesas financeiras).
• A qualidade da dívida será melhor quando ocorrer:
- equilíbrio entre as fontes de recursos de curto e longo prazo;
- maior participação de DÉBITOS DE FUNCIONAMENTO na
composição das dívidas de curto prazo.

78 CEDERJ
!

9
AULA
Mais importante do que a
posição estática dos quocientes de participação
das dívidas de curto prazo sobre o endividamento total
é a sua evolução no tempo e seus efeitos sobre a
rentabilidade da empresa.

Aplicando o índice de endividamento a curto prazo na Empresa


Via Digital S.A., você encontra:

Fórmula Ano Cálculo Índice


ECP = PC x 100 X1 ECP = 60.554 x 100 81%
PE 74.750
X2 ECP = 48.943 x 100 49%
100.234
X3 ECP = x 100

Comentários relativos a X1 e X2:


Os índices de endividamento de curto prazo relativos a X1 e
X2 mostram que a empresa melhorou sensivelmente o perfil da dívida.
Repare que, em X1, 81% das dívidas eram de curto prazo, ou seja, para
cada R$ 1,00 de dívidas, R$ 0,81 venciam a curto prazo. No ano X2,
este percentual caiu para 49%.
Quando o percentual das dívidas de curto prazo é elevado, é impor-
tante verificar se as dívidas são compostas de débitos de funcionamento
ou de débitos de financiamento, pelas razões que você já leu.

CEDERJ 79
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
II - Índices de Estrutura de Capitais

Atividade 4
Agora faça uma análise e redija um comentário relativo a X3.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Resposta Comentada
Para o ano X3, a situação delineada em X2 permanece praticamente inalterada. As dívidas
de curto prazo representam metade do total das dívidas.

Memória de cálculo:

ECP = 63.376 x 100 = 50%


127.000

! Para saber se as dívidas


representam débitos de funcionamento ou
débitos de financiamento, você deve consultar os
Balanços Patrimoniais originais (Aula 2).

b) Endividamento a longo prazo (ELP): em geral utilizado


para financiar o Ativo Permanente (empréstimos para modernização,
expansão, relocalização etc.).
Este indicador informa qual é o percentual de obrigações de longo
prazo em relação ao total das dívidas.

Fórmula:

ELP = Passivo Exigível a Longo Prazo x 100


Passivo Exigível

Interpretação: Quanto maior este índice, melhor será a situação


financeira da empresa.

80 CEDERJ
Aplicando o índice de endividamento a longo prazo na Empresa Via Digital

9
S.A., temos:

AULA
Fórmula Ano Cálculo Índice
ELP = PELP x 100 X1 ELP = 14.196 x 100 19%
PE 74.750
X2 ELP = 51.291 x 100 51%
100.234
X3 ELP = x 100

Comentários relativos a X1 e X2:


Tais índices revelam que no ano X1 a empresa tinha apenas 19%
de suas dívidas vencíveis a longo prazo. Em X2, este percentual aumentou
para 51%, fazendo com que a empresa tivesse mais tempo para gerar
recursos para quitar essas obrigações.

Atividade 5
Agora faça uma breve análise e redija um comentário relativo a X3.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Resposta Comentada
O grau de endividamento de longo prazo indica que as dívidas de longo prazo representam
50% do total das dívidas, ou seja, para cada R$ 1,00 de dívidas, R$ 0,50 vencem a longo
prazo.

Memória de cálculo:

ELP = 63.624 x 100 = 50%


127.000

! Na interpretação de
indicadores de endividamento,
o analista deve atentar para esses dois aspectos
mencionados anteriormente: quantidade da
dívida (alta, razoável, baixa) e qualidade da
dívida (boa, razoável, ruim).

CEDERJ 81
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
II - Índices de Estrutura de Capitais

Para análise dos níveis de imobilização de recursos, os principais


índices são: imobilização do capital próprio (ICP) e imobilização dos
recursos permanentes (IRP).
Você aprendeu na Aula 1 da disciplina Contabilidade II que o
Ativo Permanente (AP) representa as inversões de recursos em caráter
permanente; portanto, uma boa política financeira pressupõe que essas
aplicações devem ser financiadas com prioridade pelos recursos próprios
(PL). Quando os recursos são insuficientes, devem ser complementados
por recursos derivados de terceiros exigíveis a longo prazo (PELP).
a) Imobilização do capital próprio (ICP):
Este índice mede quanto a empresa usa de seus recursos próprios
para financiar todo o seu Ativo Permanente.

Fórmula:

ICP = Ativo Permanente x 100


Patrimônio Líquido

Interpretação: quanto menor o índice de Imobilização do Capital


Próprio, melhor a capacidade financeira da empresa.
Para melhor compreensão deste índice, será realizada análise das
três situações que podem ocorrer com o ICP, conforme dados do quadro
a seguir:

SITUAÇÃO AC AP PC PELP PL
1ª 150 100 100 0 150
2ª 150 100 150 0 100
3ª 100 150 150 0 150

1ª situação: ICP <100%


Significa que a empresa consegue financiar todo o seu Ativo
Permanente e ainda há sobras de recursos próprios para financiar o
Ativo Realizável de Longo Prazo e/ou Ativo Circulante.

ICP = AP x 100 100 x 100 = 67%


PL 150

O índice de imobilização do patrimônio líquido mostra que a


empresa investiu no Ativo Permanente importância equivalente a 67%

82 CEDERJ
do Patrimônio Líquido; os 33% restantes foram aplicados no Ativo

9
Circulante.

AULA
Graficamente, ficaria assim:

AC PE
150 100

AP PL
100 150

A área em cinza escuro representa a sobra de 33% de recursos


próprios, que não estão imobilizados.
Esta situação é ideal em termos financeiros, pois a empresa dispõe
de Patrimônio Líquido suficiente para cobrir o Ativo Permanente e ainda
sobra uma parcela suficiente para financiar os outros grupos do Ativo.
Por suficiente entende-se que a empresa deve dispor da necessária
liberdade de comprar e vender sem precisar sair correndo atrás de recursos
oriundos de instituições financeiras, o que sempre significa custos.

Memória de cálculo:
33% = 100% – 67%, isto é, do total dos recursos próprios (100%),
67% encontram-se imobilizados.

! Quanto mais recursos


próprios a empresa aplicar no Ativo
Permanente, menos desses recursos sobrarão
para investir no Ativo Circulante e no Ativo
Realizável a Longo Prazo.

CEDERJ 83
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
II - Índices de Estrutura de Capitais

2ª situação: ICP = 100%


Significa que o montante do Ativo Permanente foi constituído
mediante aplicação do total de recursos próprios, não restando margem
alguma para financiamento de elementos do Ativo Circulante e do Ativo
Realizável a Longo Prazo.

ICP = AP x 100 100 x 100 = 100%


PL 100

O índice de imobilização do patrimônio líquido mostra que a


empresa investiu no Ativo Permanente importância equivalente a 100%
do Patrimônio Líquido.
Graficamente, teríamos:

AC PC
150 150

AP PL
100 100

Não há sobra de Recursos Próprios, isto é, estão todos imobilizados.

3ª situação: ICP > 100%


Significa que a empresa não consegue financiar todo o seu Ativo
Permanente com recursos próprios. Depende, portanto, de recursos de
terceiros para financiar parte de seu Permanente. Neste caso, é importante
avaliar quanto ela usa de recursos de terceiros para esta finalidade.

ICP = AP x 100 150 x 100 = 150%


PL 100

O índice de imobilização do patrimônio líquido de 150% significa


que para cada R$ 1,00 existente de Patrimônio Líquido a empresa aplicou
R$ 1,50, ou seja, imobilizou todo o Patrimônio Líquido mais parte do
Passivo Circulante, equivalente a 50% do PL.

84 CEDERJ
Graficamente, seria representado assim:

9
AULA
AC PC
100 150

AP PL
150 100

A área em cinza escuro representa a suplementação de recursos


para financiamento do Ativo Permanente e corresponde a 50% do PL.

Memória de cálculo:
a) R$ 1,50 é igual a 150% de R$ 1,00.
b) A suplementação do PL é representada pela diferença entre o
AP – PL, conforme demonstrado a seguir:
Em termos absolutos:
R$ 150 – R$ 100 = R$ 50
Em termos relativos:
R$ 50 --------- X
R$ 100 --------- 100%
X = 50%

Aplicando o índice de imobilização do capital próprio na Empresa


Via Digital S.A., você encontra:

Fórmula Ano Cálculo Índice


ICP = AP x 100 X1 ICP = 34.577 x 100 72%
PL 48.358
X2 ICP = 65.124 x 100 158%
41.340
X3 ICP = x 100

CEDERJ 85
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
II - Índices de Estrutura de Capitais

Comentários relativos a X1 e X2:


Tais índices revelam que a empresa adotou uma política financeira
saudável, em função de suas imobilizações permanentes terem sido
realizadas com recursos próprios e quando insuficientes complementados
por recursos de terceiros vencíveis a longo prazo. Em X1, 72% do
Patrimônio Líquido foram investidos no Ativo Permanente e os restantes
28% encontravam-se investidos no Ativo Circulante. Em X2, a empresa
não conseguiu financiar todo o seu Ativo Permanente com os recursos
próprios, pois o indicador de 158% revela que houve a utilização de
capitais de terceiros vencíveis a longo prazo.

Atividade 6
Agora faça uma análise e redija um comentário relativo a X3.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Resposta Comentada
Em X3, verifica-se praticamente a mesma situação financeira de X2, embora tivesse ocorrido
uma pequena queda do ICP: 152% contra 158% de X2.

Memória de cálculo:

ICP = 81.531 x 100 = 152%


53.628

b) Imobilização dos recursos permanentes (IRP):


Se o analista tiver acesso aos registros e documentos contábeis da
empresa, será conveniente determinar o grau de imobilização do capital
próprio suplementado pelos recursos derivados de terceiros exigíveis a
longo prazo para a análise da Imobilização do Capital Próprio.
RECURSOS Este índice mede quanto a empresa usa de seus RECURSOS PERMANENTES
PERMANENTES
para financiar todo o seu Ativo Permanente.
Representam os
recursos derivados Fórmula:
de capital de
terceiros a longo IRP = Ativo Permanente x 100
prazo mais os Passivo Exigível a Longo Prazo + Patrimônio Líquido
recursos próprios
(PELP + PL).
Interpretação: quanto menor o índice de Imobilização dos recursos
permanentes, melhor a capacidade financeira da empresa.

86 CEDERJ
Para melhor compreensão deste índice, imagine esta situação.

9
AC AP PC PELP PL

AULA
100 150 100 50 100

Graficamente, teríamos:

AP
150
AC PC
100 100

PELP
50

PL
100

A área em cinza escuro representa a suplementação de recursos


de terceiros vencíveis a longo prazo para financiamento do Ativo
Permanente.

! Assim como os índices de


liquidez, os índices de estrutura devem ser
interpretados levando em consideração os índices padrão
da empresa (se houver), os índices médios do setor, as
tendências dos índices, as peculiaridades da empresa,
ramo de atividade, setor de atuação etc.

CEDERJ 87
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
II - Índices de Estrutura de Capitais

RESUMO SOBRE OS PRINCIPAIS ÍNDICES DE ESTRUTURA

DISCRIMINAÇÃO FÓRMULA SIGNIFICADO INTERPRETAÇÃO


Endividamento
PE x 100 % do ativo total financiado Quanto menor,
total
AT com recursos de terceiros melhor.
(ET)
Garantia aos Indica quantos reais de capitais
PL x 100 Quanto maior,
capitais de terceiros de terceiros têm capitais
PE melhor.
(GCT) próprios como garantia.
Indica quanto reais de capitais
Participação de PE x 100
de terceiros a empresa captou Quanto menor,
capitais de terceiros PL
para cada real de capital melhor.
(PCT)
próprio
Composição do
PC x 100 % da dívida de curto prazo em Quanto menor,
endividamento de
PE relação ao total das dívidas. melhor.
curto prazo (ECP)
Composição do % da dívida de longo prazo
PELP x 100 Quanto maior,
endividamento de em relação ao total das
PE melhor.
longo prazo (ELP) dívidas.
% dos recursos próprios
Imobilização do AP x 100 Quanto menor,
comprometidos com Ativo
capital próprio PL melhor.
Permanente.
Imobilização % dos recursos permanentes
AP x 100 Quanto menor,
dos recursos comprometidos com Ativo
PELP + PL melhor.
permanentes (IRP) Permanente.

CONCLUSÃO

Neste processo de análise, você viu que, dependendo das origens


e aplicações de recursos, a empresa poderá ter uma maior ou menor
dependência de capitais de terceiros.
É claro que uma utilização maior de capitais próprios em relação
aos alheios, a princípio, seria melhor. Porém, você sabe que em nossa
economia essa tarefa não é fácil.
Se o endividamento elevado for inevitável, os administradores
deverão, de preferência, tomar os recursos no longo prazo, objetivando
um prazo maior para gerar recursos futuros.

88 CEDERJ
9
RESUMO

AULA
Os índices de estrutura mostram a política da empresa em termos de
aplicação e obtenção de recursos, o grau de endividamento e o nível de
imobilização dos recursos próprios.
Os índices de endividamento revelam a utilização ou o grau de dependência
dos recursos de terceiros para financiar o Ativo da empresa.
É importante que a empresa utilize mais recursos de terceiros a longo
prazo em relação ao curto prazo para melhor qualidade de endividamento
conforme a composição do endividamento.
Os índices de imobilização indicam a política financeira utilizada pela
empresa em suas inversões de recursos em caráter permanente.

INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA

Na próxima aula, você terá a oportunidade de aplicar os índices de estrutura


em várias atividades propostas.

CEDERJ 89
10
AULA
Práticas sobre índices de
estrutura de capitais
Metas da aula
Aplicar a técnica de análise denominada Quocientes que se refere
aos índices de estrutura de capitais e interpretar tais índices.

Após o desenvolvimento das atividades propostas nesta aula,


objetivos

esperamos que você seja capaz de:

1 Identificar a importância dos indicadores de estrutura;

2
Aplicar a técnica de Análise por Quocientes para a obtenção de
índices de estruturas;

3 Interpretar os resultados dos quocientes de estrutura, tirando


algumas conclusões sobre eles;

Pré-requisitos
Um bom conhecimento de toda a teoria de Índices de Estrutura
apresentada na aula anterior é necessário para a realização das
atividades propostas nesta aula.
A utilização de uma calculadora facilitará sensivelmente a
realização destas atividades.
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

INTRODUÇÃO Nesta aula, você terá oportunidade de aplicar no Balanço Patrimonial uma
outra modalidade de Análise por Quocientes denominada índices de estrutura
de capitais, que você estudou na Aula 9.
Por meio de atividades de múltipla escolha e de cálculo, você poderá tirar
algumas conclusões sobre a situação financeira das empresas fictícias
mencionadas.

Atividade 1
Os índices de estrutura têm como finalidade:
a) ( ) mostrar a política financeira da empresa em termos de obtenção e
aplicação de recursos;
b) ( ) demonstrar o nível de endividamento da empresa;
c) ( ) revelar o nível de imobilização de recursos;
d) ( ) todas as afirmativas estão corretas.

Resposta Comentada
Para resolução desta atividade você deverá relembrar os conceitos relativos à técnica de Análise
por Quocientes referente aos indicadores de estrutura de capitais estudados na Aula 9.
A opção (d) é a correta, ou seja, todas as alternativas estão corretas.

Atividade 2
Dentre os indicadores relacionados a seguir, quais representam índices de
endividamento?
a) ( ) Imobilização do capital próprio
b) ( ) Endividamento total
c) ( ) Garantia aos capitais de terceiros
d) ( ) Composição do endividamento
e) ( ) Imobilização dos recursos permanentes.

Resposta Comentada
As opções b, c, d, ou seja: endividamento total, garantia aos capitais de terceiros e composição
do endividamento.

92 CEDERJ
Atividade 3

10
AULA
Faça a correlação:

1. Endividamento total (ET) ( ) representa a margem de segu-


rança dada aos capitais alheios,
2. Garantia aos capitais de aplicados na empresa, em razão da
terceiros (GCT) existência de capitais próprios

3. Participação de capitais de ( ) revela o percentual de capitais


terceiros (PCT) de terceiros em relação ao capital
próprio
4. Imobilização dos recursos
permanentes (IRP) ( ) revela a qualidade da dívida: se
vencem a curto ou a longo prazo.
5. Imobilização do capital próprio
(ICP) ( ) determina a proporção dos ati-
vos totais financiados com recursos
6. Endividamento de Curto Prazo de terceiros.
(ECP)
( ) mede quanto a empresa utiliza
de capitais próprios para finan-
ciamento do Ativo Permanente.

( ) mede quanto a empresa


utiliza de recursos permanentes
para financiamento do Ativo
Permanente.

Resposta Comentada
É importante que você saiba o significado de cada índice. Encontrando dificuldades para
identificá-los, reveja a teoria na Aula 9.
Resposta: 2, 3, 6, 1, 5 e 4.

CEDERJ 93
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Atividade 4
O índice de endividamento total é calculado pela fórmula:

a. ( ) Passivo Exigível a Longo Prazo


Ativo Total
b. ( ) Passivo Circulante
Ativo Total
c. ( ) Passivo Exigível
Ativo Total
d. ( ) Passivo Exigível
Ativo Circulante

Resposta Comentada
Como foi citado na Aula 8 - Atividades sobre Índices de Liquidez, o estudo dos indicadores
financeiros divide-se em duas etapas:
1ª etapa: cálculo dos índices através das fórmulas;
2ª etapa: interpretação dos índices, levando em consideração as três formas comparativas.
a. pelo seu significado intrínsico,
b. análise temporal,
c. análise interempresarial.

As fórmulas são necessárias para atender à 1ª etapa do estudo dos indicadores financeiros.
Ainda nesta aula você irá utilizar a outra etapa..

A opção c é a correta.

Atividade 5
Os seguintes dados foram extraídos do Balanço Patrimonial da Empresa
Natividade, encerrado em X1.
Em milhares de reais

Ativo Passivo
Ativo Circulante 164 Passivo Circulante 65
Ativo Realizável a L.P 18 Passivo Exigível a L.P 26
Ativo Permanente 78 Patrimônio Líquido 169

Total 260 Total 260


Pode-se afirmar que o quociente de endividamento total foi de:
( ) a) 0,38
( ) b) 0,10
( ) c) 0,17
( ) d) 0,35
( ) e) 0,25

94 CEDERJ
10
Resposta Comentada

AULA
Nesta atividade, você utilizou a primeira etapa do estudo dos indicadores financeiros, isto
é, o cálculo dos índices através de fórmulas.
Você sabe que o ET é apurado por meio da fórmula:

ET = PE x 100
AT

Você sabe que PE = PC + PELP; então:

ET = 65 + 26 x 100
260

ET = 35% ou 0,35

A opção d é a correta.

Atividade 6
Dado o Balanço Patrimonial da Empresa Comercial Quatis em 31 de dezembro de X1,
faça os cálculos pedidos.
R$ mil
Balanço Patrimonial
ATIVO Passivo
1. CIRCULANTE 1.095 1. CIRCULANTE 420
Caixa 110 Fornecedores 350
Clientes 485 Impostos a Pagar 70
Mercadorias 500

2. REALIZÁVEL A LP 50 2. EXIGÍVEL A L.P. 55


Contas a Receber 50 Emprétimos a Pagar 55

3. PERMANENTE 370 3. PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.040


Capital Social 900
Investimentos 150 Reserva de Capital 40
Imobilizado 200 Reserva de Lucros 50
Diferido 20 Lucros Acumulados 50

Total 1.515 Total 1.515

CEDERJ 95
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

O grau de endividamento é:
a) ( ) 0,31
b) ( ) 3,14
c) ( ) 3,19
d) ( ) 0,34

Resposta Comentada
Na resolução desta atividade você utilizou a 1ª etapa do estudo dos indicadores financeiros
– cálculo dos índices.
ET = PE
AT
Sabendo-se que PE = PC + PELP, você pode calcular
ET = 420 + 55 x 100
1040
ET = 31% ou 0,31

A opção a é a correta, ou seja: 0,31.

Atividade 7
Com os dados da Atividade 6, podemos dizer que o quociente de endividamento
em relação ao Patrimônio Líquido é de:
a) ( ) 0,40
b) ( ) 0,46
c) ( ) 0,05
d) ( ) 0,31

Resposta Comentada
Esta é a outra forma de calcular o endividamento total. Em vez de relacionar os capitais de
terceiros com o Ativo Total, compara com o capital próprio.
Veja:
ET = PE x 100
PL
ET = 420 + 55 x 100
1.040

ET = 46% ou 0,46

A opção b é a correta, ou seja: 0,46.

96 CEDERJ
8

10
Atividade

AULA
Dado o quadro a seguir, pode-se afirmar que:

Discriminação Empresa
Alfa Beta Gama
Endividamento total 1,0 0,5 1,5

a) ( ) na empresa Alfa o patrimônio líquido é nulo; na empresa Beta é positivo e na


empresa Gama é negativo;
b) ( ) na empresa Alfa o patrimônio líquido é nulo; na empresa Beta é negativo e na
empresa Gama é positivo;
c) ( ) na empresa Beta o valor do patrimônio líquido é igual à metade do valor do
passivo;
d) ( ) as afirmativas b e c estão corretas.

Resposta Comentada
O enunciado desta atividade informa o Endividamento total de cada empresa:

Empresa Alfa Empresa Beta Empresa Gama


ET = 1,00 ET = 0,5 ET = 1,5

Você sabe que o ET é apurado através da fórmula ET = PE. Substituindo o valor do ET,
AT
você terá condições de determinar os valores do AT e do PE, conforme demonstrado a
seguir:

Empresa Alfa Empresa Beta Empresa Gama


1,00 = PE 0,5 = PE 1,5 = PE
AT AT AT
1,00 AT = PE 0,5 AT = PE 1,5 AT = PE
Por hipótese, AT = 100, Por hipótese, AT = 100, Por hipótese, AT = 100,
temos: temos: temos:
1,00 x 100 = PE 0,5 x 100 = PE 1,5 x 100 = PE
100 = PE 50 = PE 150 = PE

AT = PT = PE + PL

Empresa Alfa Empresa Beta Empresa Gama


AT = PE + PL AT = PE + PL AT = PE + PL
100 = 100 + PL 100 = 50 + PL 100 = 150 + PL
0 = PL 50 = PL (50) = PL

CEDERJ 97
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Graficamente, teríamos:
Empresa Alfa Empresa Beta Empresa Gama

AT
PE
PE 100
50 150
AT PE AT

100 100 100 PE PL


50 50

A opção a é a correta, ou seja, na empresa Alfa o patrimônio líquido é nulo; na empresa


Beta é positivo e na empresa Gama é negativo.

Atividade 9
Se o Passivo Exigível for igual a um quarto do montante do Patrimônio Líquido, o
grau de garantia aos capitais de terceiros, será:
a) ( ) 0,40
b) ( ) 1,0
c) ( ) 2,0
d) ( ) 4,0

Resposta Comentada
Se o PE (PC + PELP) for igual a um quarto do PL, teremos que . PE = PL. A fórmula da
4
garantia aos capitais de terceiros é GCT = PL. Sendo assim, substituindo o PE da primeira
fórmula na segunda, temos: PE

GCT = PL, onde CGT = PL x 4 = 4,0 ; portanto, a garantia aos capitais de terceiros será
PL PL
4
igual a 4,0, ou seja, a última opção.

A opção d é a correta, ou seja, o capital próprio é equivalente a quatro vezes o capital de


terceiros.

98 CEDERJ
Atividade 10

10
AULA
Pode-se dizer que a empresa estará em estado de pré-insolvência quando o grau de
endividamento total estiver próximo de:
( ) a) zero
( ) b) 0,50
( ) c) 1,0
( ) d) N.R.A.

Resposta Comentada
O estado de pré-insolvência é aquela situação em que a empresa está quase falindo.
Sendo o endividamento total calculado pela fórmula PE/AT, ou seja, o percentual de recursos
de terceiros aplicados no Ativo da empresa, você poderá apostar que quanto maior este
indicador mais próxima da insolvência a empresa estará.

A seguir, você verá as demonstrações algébrica e gráfica dos graus de endividamento das
opções oferecidas.
Algebricamente:

ET = 0 ET = 0,5 ET = 1,00
ET = PE ET = PE ET = PE
AT AT AT

0 = PE 0,5 = PE 1,00 = PE
AT AT AT
0 x AT = PE 0,5 x AT = PE 1,00 x AT = PE
AT = PE
Se AT = 100, tem-se: Se AT = 100, tem-se:
0 x 100 = PE 0,50 x 100 = PE Se AT = 100, tem-se:
0 = PE 50 = PE 100 = PE

Como AT = PE + PL, Como AT = PE + PL, Como AT = PE + PL,


pode-se calcular o PL. pode-se calcular o PL. pode-se calcular o PL.
100 = 0 + PL 100 = 50 + PL 100 = 100 + PL
100 - 0 = PL 100 - 50 = PL 100 - 100 = PL
100 = PL 50 = PL 0 = PL

CEDERJ 99
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Graficamente:

ET = 0 ET = 0,5 ET = 1,0

PE
AT PL AT 50 AT PE

100 100 100 PL 100 100


50

PE = 0 PL = 0

Concluindo esta análise, você deve optar pela terceira alternativa c, ou seja, a empresa estará
em estado de pré-insolvência quando o ET estiver próximo de 1,0. As demais opções ficam
excluídas.

A opção c é a correta, ou seja: 1,0.

Atividade 11
As empresas Alfa, Beta e Gama apresentavam os seguintes graus de endividamento
total: Alfa = 0,80, Beta = 0,60 e Gama = 0,20.
Qual delas está mais comprometida com capitais de terceiros?
a) ( ) Empresa Alfa
b) ( ) Empresa Beta
c) ( ) Empresa Gama.

Resposta Comentada
Analisando os graus de endividamento propostos, algebricamente e graficamente, você
verificará qual das empresas está mais comprometida com capitais de terceiros.

100 C E D E R J
10
Algebricamente:

AULA
Empresa Alfa Empresa Beta Empresa Gama
ET = 0,80 ET = 0,60 ET = 0,20
O grau de O grau de O grau de
endividamento total é endividamento total é endividamento total é
calculado pela fórmula: calculado pela fórmula: calculado pela fórmula:
ET = PE ET = PE ET = PE
AT AT AT
Como ET é igual a 0,80 Como ET é igual a 0,60 Como ET é igual a 0,20
tem-se: tem-se: tem-se:

0,80 = PE 0,60 = PE 0,20 = PE


AT AT AT
0,80 x AT = PE 0,60 x AT = PE 0,20 x AT = PE

O AT representa 100% O AT representa 100% O AT representa 100%


das aplicações. das aplicações. das aplicações.
Substituindo o AT na Substituindo o AT na Substituindo o AT na
fórmula, tem-se: fórmula, tem-se: fórmula, tem-se:
0,80 x 100% = PE 0,60 x 100% = PE 0,20 x 100% = PE
80% = PE 60% = PE 20% = PE

Você viu em Contabi- Você viu em Contabi- Você viu em Contabi-


lidade I e II que o lidade I e II que o lidade I e II que o
total das aplicações de total das aplicações de total das aplicações de
recursos (Ativo) é igual recursos (Ativo) é igual recursos (Ativo) é igual
ao total das origens de ao total das origens de ao total das origens de
recursos (Passivo). recursos (Passivo). recursos (Passivo).
A=O A=O A=O
AT = PE + PL AT = PE + PL AT = PE + PL

Substituindo os valores Substituindo os valores Substituindo os valores


do AT e PE na fórmula, do AT e PE na fórmula, do AT e PE na fórmula,
chega-se ao valor do chega-se ao valor do chega-se ao valor do
PL. PL. PL.
100% = 80% + PL 100% = 60% + PL 100% = 20% + PL
100% - 80% = PL 100% - 60% = PL 100% - 20% = PL
20% = PL 40% = PL 80% = PL

C E D E R J 101
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Graficamente:

ET = 0,8 ET = 0,60 ET = 0,20

PE 20%
PE
AT PE AT 60% AT
80% PL
100% 100% 100% 80%
PL
PL 20% 40%

A partir da análise do endividamento total das empresas Alfa, Beta e Gama, você pode
concluir que, na Empresa Alfa, 80% do Ativo foram financiados por capitais de terceiros e
20% por capitais próprios. Na empresa Beta, 60% do Ativo foram financiados por capitais
de terceiros e 40% por capitais próprios. Finalmente, na empresa Gama, 20% do Ativo foram
financiados por capitais de terceiros e 80% por capitais próprios.
Sendo assim, você pode afirmar que a empresa Alfa está mais comprometida com capitais
alheios.

A opção a é a correta, ou seja: empresa Alfa.

Esta atividade permitiu que você chegasse às seguintes conclusões:


1ª) Quanto maior o grau de endividamento, menor a participação do capital próprio;
2ª) Quanto menor o grau de endividamento, maior a participação do capital próprio;
3ª) Quanto maior o grau de endividamento, maior a participação dos capitais de terceiros; e
4ª) Quanto menor o grau de endividamento, menor a participação dos capitais de
terceiros.

Atividade 12
Quando houver volume elevado de recursos próprios em relação aos recursos de
terceiros aplicados no Ativo, o endividamento total tende a ser:
a) ( ) maior do que 1,0;
b) ( ) inferior a 0,50;
c) ( ) superior a 0,50;
d) ( ) NRA.

102 C E D E R J
10
Resposta Comentada

AULA
A opção b é a correta, ou seja: inferior a 0,50.
Para que você possa responder com segurança, a maneira mais fácil é analisar algébrica
e graficamente os graus de endividamento propostos.

Algebricamente:

1ª opção 2ª opção 3ª opção


ET maior do que 1,0 ET inferior a 0,50 ET superior a 0,50
Por exemplo, ET = 1,20 Por exemplo, ET = 0,40 Por exemplo, ET = 0,60
ET = PE ET = PE ET = PE
AT AT AT

1,20 = PE 0,40 = PE 0,60 = PE


AT AT AT
1,20 x AT = PE 0,40 x AT = PE 0,60 x AT = PE

O AT representa 100% O AT representa 100% O AT representa 100%


das aplicações. das aplicações. das aplicações.
Substituindo o AT na Substituindo o AT na Substituindo o AT na
fórmula, tem-se: fórmula, tem-se: fórmula, tem-se:
1,20 x 100% = PE 0,40 x 100% = PE 0,60 x 100% = PE
120% = PE 40% = PE 60% = PE

Como AT = PE + PL, Como AT = PE + PL, Como AT = PE + PL,


pode-se calcular o PL. pode-se calcular o PL. pode-se calcular o PL.
100% = 120% + PL 100% = 40% + PL 100% = 60% + PL
100% - 120% = PL 100% - 40% = PL 100% - 60% = PL
(20%) = PL 60% = PL 40% = PL

Graficamente:

ET = 1,20 ET = 0,40 ET = 0,60

PE
40% PE
AT AT AT 60%
PE
100% 120% 100% PL PE 100%
PL PE
60%
40%
PL 20%

C E D E R J 103
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Agora, você poderá fazer uma leitura do percentual de recursos de terceiros (PE) aplicados
no Ativo da empresa nas três opções propostas:
- 1ª opção: ET >1; o PL é negativo;
- 2ª opção: ET < 0,5; maior a predominância dos recursos próprios no Ativo; conseqüentemente,
um percentual menor de recursos de terceiros, o que é sempre desejável;
- 3ª opção: ET < 0,50, menor participação dos capitais próprios aplicados no Ativo.

Donde se conclui que a 2ª opção é a correta, ou seja, o endividamento total será inferior
a 0,50, já que existe menor participação de capitais alheios e maior percentual de capitais
próprios.

Atividade 13
Se o endividamento total for igual a 1,0, o
Patrimônio Líquido deverá ser:
a) ( ) negativo
b) ( ) positivo
c) ( ) nulo
d) ( ) N.R.A.

Resposta Comentada
A opção c é a correta, ou seja: nulo.
Você viu nos comentários da atividade a fórmula ET = PE. Como ET = 1,0 , tem-se 1,0 = PE,
AT AT
portanto, AT = PE, donde conclui-se que todo Ativo foi financiado por capitais de terceiros,
AT
ou seja, o Patrimônio Líquido (capitais próprios) deverá ser “nulo” (opção c),

Graficamente, teríamos:

AT PE

104 C E D E R J
14

10
Atividade

AULA
Para que a empresa tenha autonomia financeira, seu endividamento total deverá ser:
a) ( ) 1,00
b) ( ) 0,50
c) ( ) zero
d) ( ) N.R.A.

Resposta Comentada
A opção c é a correta, ou seja: zero.
Para que a empresa tenha autonomia financeira, seu endividamento total deve ser zero, o
que significa que PE = 0, conforme demonstrado a seguir:
ET = PE.
AT
0 = PE
AT

0 x AT = PE

0 = PE

A princípio, não é recomendável que o Ativo da empresa seja financiado, em proporção elevada,
por capitais de terceiros. Você deve concluir que o recomendável seria pouca participação de
capitais alheios e maior de capitais próprios. Sendo assim, para esta atividade, o ideal para
que a empresa tenha autonomia financeira é a independência total de capitais alheios, ou
seja, uma plena utilização de capitais próprios, sendo então a opção “zero”, o que na prática
é quase impossível. As demais opções ficam inválidas pelos motivos já apresentados.

Atividade 15
O índice de composição do endividamento que mostra o percentual de dívidas de
curto prazo em relação às dívidas totais deverá ser:
a) ( ) sempre igual a 1,0;
b) ( ) sempre superior a 1,0;
c) ( ) quanto maior, melhor;
d) ( ) quanto menor, melhor.

Resposta Comentada
A opção d é a correta, ou seja: “quanto menor, melhor”.
Como você viu na Aula 9, o índice de composição do endividamento é calculada pela fórmula
CE=PC; dependendo do valor do PC, o índice de CE poderá assumir os seguintes valores:
PE

C E D E R J 105
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

1) CE = 0 significa que a empresa não utiliza recursos d e


terceiros vencíveis a curto prazo (PC);
2) CE = 0,5 significa que, do total das dívidas, 50% delas vencem a curto prazo e 50%
a longo prazo;
3) CE = 1 significa que 100% dos capitais de terceiros vencem a curto prazo (PC);
conseqüentemente, PELP = 0;
4) CE poderá assumir qualquer valor diferente dos três mencionados anteriormente, desde
que a empresa apresente dívidas de curto prazo.

A seguir, são demonstrados algebricamente os graus de composição do endividamento


nas três primeiras situações mencionadas, ou seja:

CE = 0 CE = 0,5 CE = 1,0
CE = PC CE = PC CE = PC
PE PE PE

0 = PC 0,5 = PC 1,0 = PC
PE PE PE
0 x PE = PC 0,5 PE = PC 1,0 x PE = PC
0 = PC 0,5 (PC + PELP) = PC PE = PC
0,5 PC + 0,5 PELP = PC Como PE = PC + PELP,
0,5 PELP = PC - 0,5 PC para que PC seja igual
0,5 PELP = 0,5 PC a PE, o PELP tem que
dividindo ambos os ser zero.
membros da equação
por 0,5, tem-se PELP
= PC; substituindo na
fórmula:
PC + PELP = PE
PC + PC = PE
2PC = PE
PC = PE
2

Graficamente, teríamos:

100,00 100,00 100,00


80,00 80,00 80,00
60,00 60,00 60,00
40,00 40,00 40,00
20,00 20,00 20,00
0,00 0,00 0,00
PE PELP PE PC + PELP PE PC

106 C E D E R J
10
Pelo exposto, você conclui que as opções a e b ficam desde já excluídas (sempre igual

AULA
a 1,0 e sempre superior a 1,0 são falsas), restando apenas as opções “c” e “d” para
serem analisadas.
Você viu, em Contabilidade I, que o PE representa 100% das dívidas (curto e de longo
prazo). Uma maior participação das dívidas de curto prazo no total do PE implica menor
participação das de longo prazo e vice-versa.
Em relação à composição de endividamento, se as dívidas de curto prazo tiverem uma
maior participação no PE, maior será a CE e vice-versa, como você pode ver a seguir nas
situações 1 e 2:

Situação 1: menor participação do Situação 2: maior participação do


PC no total do PE PC no total do PE
Por exemplo Por exemplo
PC = 500 PC = 1.200
PELP = 1500 PELP = 800
CE = ? CE = ?
CE = PC; substituindo os valores na CE = PC; substituindo os valores na
PE PE
fórmula, tem-se fórmula, tem-se
CE = 500 CE = 1.200
500 + 1.500 1.200 + 800
CE = 500 CE = 1.200
2.000 2.000
CE = 0,25; isto é, na situação 1 a CE = 0,60; isto é, na situação 2 a
participação das dívidas de curto participação das dívidas de curto
prazo no total do PE é de 25%. prazo no total do PE é de 60%.

O próximo passo é conceituar o índice de composição de endividamento.


Você aprendeu, na aula passada, que é bem mais confortável para a empresa ter dívidas de
longo prazo em proporção superior às de curto prazo (pois ela dispõe de maior tempo para
gerar recursos e amortizar as dívidas).
Em função disso, a terceira opção também não é correta, pois se a composição do
endividamento tiver como ideal quanto maior, melhor, você está assumindo que é mais
confortável para a empresa endividar-se sempre no curto prazo (vide situação 2), quando o
melhor seria o contrário (situação 1).
Finalmente, a quarta opção é a correta, ou seja, quanto menor, melhor: a empresa endivida-se
em maior proporção de dívidas de longo prazo; portanto, as de curto prazo apresentam-se
menores no total do PE; lembre-se na matemática, no estudo de fração, quanto menor for
o numerador menor será o resultado dessa fração ⎛ CE = PC ⎞ .
⎜ ⎟
⎝ PE ⎠

C E D E R J 107
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Atividade 16
A Empresa Alvorada Ltda. opera com 30% de capitais de terceiros e com 70% de
capitais próprios. Assim, seu grau de endividamento é:
a) ( ) 0,20 b) ( ) 0,30 c) ( ) 1,40 d) ( ) 1,00

Resposta Comentada
A opção b é a correta, ou seja: 0,30.
Nesta atividade, você utiliza o primeiro passo do estudo dos indicadores financeiros - cálculo
dos índices.
No cálculo do endividamento total aplica-se a seguinte fórmula:
ET = PE
AT
Como foi comentado em Contabilidade I, o Ativo Total (AT) é igual ao Passivo Total (PT).
O Passivo Total (origem de recursos) é composto de capitais de terceiros (PC + PELP) e capital
próprio (PL); portanto, PT = PC + PELP + PL.
Substituindo os valores fornecidos na fórmula, tem-se:
ET = 0,30
(0,30 + 0,70)
ET = 0,30
1,00

ET = 0,30

!
Toda vez que uma fórmula
apresentar o numerador multiplicado por 100,
isto significa que o resultado da fração é dado em forma de
percentual.
Exemplo:
ET = PE x 100
AT
ET = 30 x 100
100
ET = 30%

O ET pode ser apresentado também desta forma:


ET = 30% = 30 = 0,30
100

108 C E D E R J
17

10
Atividade

AULA
Quando o grau de endividamento de uma empresa é 1,4, ela está operando com
passivo a descoberto?
a) ( ) sim b) ( ) não

Resposta Comentada
A opção a é verdadeira.
Aplicando a primeira etapa do estudo dos indicadores financeiros – cálculo dos índices,
tem-se:
ET = PE
AT
1,4 = PE
AT
1,4 AT = PE
O AT representa 100% dos recursos aplicados. Substituindo o AT por 100% na fórmula:
1,4 x 100% = PE
140% = PE
Para saber o valor do PL, adote a fórmula PT = PE + PL; como AT = PT, tem-se:
100% = 140% + PL
100% – 140% = PL
- 40% = PL
Quando o PL é negativo, isto significa que a empresa encontra-se com passivo a descoberto.
Ou seja, ela não tem recursos ativo para pagar suas obrigações.

Atividade 18
Dentre as afirmativas a seguir, marque a correta.
I - Quando o grau de endividamento for menor que 1,0, o Patrimônio Líquido é
positivo.
II - Quando o grau de endividamento for maior que zero e menor do que 0,5, a empresa
opera com preponderância de capitais próprios.
III - Quando o grau de endividamento for maior que 0,5 e menor do que 1,0, a
empresa opera com preponderância de capitais de terceiros, mas ainda existem capitais
próprios.
IV - Quando o grau de endividamento for igual a 0,5, os capitais próprios são iguais aos
capitais de terceiros.
a) ( ) todas as afirmativas estão erradas;
b) ( ) todas as afirmativas estão corretas;
c) ( ) apenas a afirmativa III é falsa;
d) ( ) apenas a afirmativa I é verdadeira.

C E D E R J 109
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Resposta Comentada
A opção b é a correta, ou seja: todas as afirmativas estão corretas.
Para resolução desta atividade, você deverá analisar cada afirmativa proposta.
Afirmativa I: ET < 1,0; PL > 0.
Sabemos que o endividamento total é dado pela seguinte fórmula:
ET = PE
AT
O fato de o ET ser inferior a 1 significa que a empresa utiliza recursos de terceiros (PE)
em proporção maior ou igual ao capital próprio (CP). Como AT é igual ao PT, conclui-se
que o PL é positivo, conforme demonstrado a seguir, tanto em termos algébricos como
graficamente.

Algebricamente:

Exemplo 1: ET = 0,80 Exemplo 2: ET = 0,50

ET = PE ET = PE
AT AT
0,80 = PE 0,5 = PE
AT AT
0,80 AT = PE 0,50 AT = PE
Sabemos que o AT representa Sabemos que o AT representa
100% do total dos recursos 100% do total dos recursos
aplicados; aplicados;
donde 0,80 x 100% = PE donde 0,50 x 100% = PE
80% = PE 50% = PE
Como AT = PT e o PT = PE + PL, Como AT = PT e o PT = PE + PL,
tem-se: tem-se:
100% = 80% + PL 100% = 50% + PL
100% - 80% = PL 100% - 50% = PL
20% = PL 50% = PL

Graficamente, teríamos:

ET = 0,80 ET = 0,50

PE
AT PE AT 50%
80%
100% 100% PL
50%
PL 20%

Daí se conclui que a afirmativa I é verdadeira.

110 C E D E R J
10
Afirmativa II: 0 < ET < 0,5; a empresa opera com preponderância de capitais próprios.

AULA
Sabemos que o endividamento total é dado pela seguinte fórmula:
ET = PE
AT
Para ET ser inferior a 0,5, a empresa deve utilizar recursos de terceiros (PE) em menor
proporção que o capital próprio (CP). Como AT é igual ao PT, conclui-se que o PL é positivo,
conforme demonstrado a seguir, tanto em termos algébricos como graficamente.
Algebricamente:
Por exemplo: ET = 0,40
0,40 = PE
AT

0,40 AT = PE

O AT representa 100% do total dos recursos aplicados.


Donde 0,40 x 100% = PE
40% = PE
Sendo o AT = PT e PT = PE + PL, tem-se:
100% = 40% + PL
100% - 40% = PL
60% = PL

Graficamente, teríamos:
ET = 0,40

PE
40%
AT

100% PE
60%

Donde se conclui que a afirmativa II é verdadeira.

Afirmativa III: 0,5 < ET < 1,0; a empresa opera com preponderância de capitais de terceiros,
mas ainda existem capitais próprios.
Sabemos que o Endividamento Total é dado pela seguinte fórmula:
ET = PE
AT

Para ET ser superior a 0,5, a empresa deve utilizar recursos de terceiros (PE) em maior
proporção ao capital próprio (CP). Como AT é igual ao PT, conclui-se que o PL é
positivo, conforme demonstrado a seguir, algébrica e graficamente.

C E D E R J 111
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Algebricamente:
Por exemplo: ET = 0,70
0,70 = PE
AT

0,70 AT = PE

AT representa 100% do total dos recursos aplicados.


Donde 0,70 x 100% = PE
70% = PE
Sendo AT = PT e o PT = PE + PL, tem-se:
100% = 70% + PL
100% - 70% = PL
30% = PL

Graficamente, teríamos:
ET = 0,70

PE
70%
AT

100%
PL
30%

Donde se conclui que a afirmativa III é verdadeira.


Afirmativa IV: ET = 0,5; os capitais próprios são iguais aos capitais de terceiros.
Esta afirmativa também é verdadeira, como está explicado na afirmativa I.

Pelo exposto, todas as afirmativas estão corretas.

112 C E D E R J
19

10
Atividade

AULA
O grau de endividamento de uma empresa:
a) ( ) explicita uma situação indesejável para qualquer tipo de empresa comercial;
b) ( ) indica que os Ativos Imobilizados não estão cobertos pelo Patrimônio Líquido
da empresa;
c) ( ) é calculado pela relação entre o Ativo Circulante e o Patrimônio Líquido;
d) ( ) diminui, em geral, com aumento da participação relativa do Patrimônio Líquido
no Ativo Total.

Resposta Comentada
A opção d é a correta, ou seja, diminui, em geral, com aumento da participação relativa
do patrimônio líquido no ativo total.
Como você verificou nas respostas comentadas das atividades anteriores, quanto mais o
Ativo for financiado por capitais próprios (PL), menor será o grau de endividamento da
empresa. As Figuras 10.1 e 10.2 demonstram esta afirmação:

Figura 10.1 Figura 10.2

PL
PE 30%
AT 70% AT
PE
100% 100% 70%
PL
30%

O aumento da participação relativa dos capitais próprios no Ativo, de 70% (Figura 10.2)
contra 30% (Figura 10.1) fez com que o grau de endividamento (ET) diminuísse, passando
de 0,7 para 0,3.

Memória de cálculo:
ET = PE
AT
AT = PT
PT = PE + PL PT = PE + PL
PT = 0,3 + 0,7 PT = 0,7 + 0,3
PT = 1 PT = 1
ET = 0,30 = 0,3 ET = 0,7 = 0,7
1,0 1,0

C E D E R J 113
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Atividade 20
Preencha as linhas pontilhadas do Balanço Patrimonial de forma que:
a) O índice de liquidez corrente seja acima de 1,7.
b) O índice de liquidez imediata seja igual a 0,20.
c) O índice de liquidez seca seja inferior a 0,70.
d) O endividamento total da empresa seja elevado.
e) A composição do endividamento seja ruim.

Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Disponibilidades .......... Passivo Circulante ..........
Clientes ..........
Mercadorias .......... Passivo Exigível a L.P ..........
Total do Ativo Circulante ..........
Patrimônio Líquido ..........

Total 100 Total ..........

Resposta

Balanço Patrimonial
R$
ATIVO PASSIVO
Disponibilidades 10 Passivo Circulante 50
Clientes 20
Mercadorias 70 Passivo Exigível a L.P 30
Total do Ativo Circulante 100
Patrimônio Líquido 20 ]

Total 100 Total 100

114 C E D E R J
10
Resposta Comentada

AULA
O dado fornecido pela letra a do enunciado (ILC > 1,7), possibilita que você apure o
valor do AC.
Veja:
Você viu que o ILC é dado pela fórmula: ILC = AC
PC
Por exemplo, se o ILC for 2,0, tem-se
2,0 = AC
PC
2,0 x PC = AC
2,0 PC = AC, o que significa que o AC é o dobro do PC.

Por outro lado, na estrutura do Balanço Patrimonial apresentado, o Ativo Total é composto
somente do Ativo Circulante. Neste caso, AC = AT.
⎛ AC ⎞
Se o AT for igual a R$ 100, o AC será igual a R$ 100 e o PC igual a R$ 50. ⎜ PC = ⎟
⎝ 2 ⎠
O enunciado da letra b (ILI = 0,20) possibilita apurar o valor do Disponibilidades.
ILI = Disponibilidades
PC
0,20 = Disponibilidades
50
0,20 x 50 = Disponibilidades
10 = Disponibilidades

O enunciado da letra c (ILS < 0,7), juntamente com o enunciado da letra b (ILI = 0,20) e os
valores do AC e do PC apurados anteriormente permitem que os Estoques de Mercadorias
sejam determinados.
O ILS deverá ser um valor maior que 0,2 (ILI) e menor que 0,7.
O ILS é calculado pela seguinte fórmula:

ILS = AC - Estoques de Mercadorias


PC

Por exemplo, se o ILS for igual a 0,6 (0,2 < ILS < 0,7), tem-se:

0,6 = R$ 100 - Estoques de Mercadorias


50

0,6 X R$ 50 = R$ 100 – Estoques de Mercadorias

R$ 30 = R$ 100 – Estoques de Mercadorias


Estoques de Mercadorias = R$ 100 – R$ 30
Estoques de Mercadorias = R$ 70

C E D E R J 115
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Sabendo o valor dos Estoques de Mercadorias, você poderá apurar


o valor da conta Clientes.
O valor da conta Clientes é determinado da seguinte maneira:
AC = Disponibilidades + Clientes + Mercadorias
R$ 100 = R$ 10 + Clientes + R$ 70
R$ 100 – R$ 10 – R$ 70 = Clientes
R$ 20 = Clientes
O enunciado da letra d (endividamento total da empresa seja elevado) significa que o
PE > PL. Sabendo que o PE = PC + PELP e o PC é igual a R$ 50,00, o valor do PE tem que
ser superior a R$ 50,00 e inferior ao total do Ativo (R$ 100,00); portanto, o PELP deverá ser
menor que R$ 50,00 e maior que R$ 0,00.
Se, por exemplo, PELP = R$ 30 você poderá apurar os valores do PE e do PL, conforme
demonstrado a seguir:
PE = PC + PELP
PE = R$ 50 + R$ 30
PE = R$ 80
Como AT = PT e PT = PE + PL, tem-se:
O AT já foi apurado e seu valor é de R$ 100,00; substituindo na fórmula: AT = PT, tem-se:
R$ 100 = PT
Sendo PT = PE + PL
R$ 100 = R$ 80 + PL
R$ 100 – R$ 80 = PL
R$ 20 = PL

O último dado fornecido pela letra e (composição do endividamento seja ruim) vem corroborar
com a explicação anterior. Isto é, na composição de endividamento, as dívidas de curto prazo
devem ser maiores que as vencíveis a longo prazo.
Assim sendo, você pode preencher o Balanço Patrimonial atendendo às condições impostas
pelo enunciado.

Balanço Patrimonial
R$
ATIVO PASSIVO
Disponibilidades 10 Passivo Circulante 50
Clientes . 20
Mercadorias 70 Passivo Exigível a L.P 30
Total do Ativo Circulante 100
Patrimônio Líquido 20

Total 100 Total 100

116 C E D E R J
!

10
AULA
Comentários acerca da
escolha dos valores:
1) AT = R$ 100 facilita os cálculos dos demais valores.
2) PELP = R$ 30 faz com que o PE seja elevado;
conseqüentemente, o PL tem menor participação no
total das origens (PT) e a composição das dívidas
fica conceituada como ruim (PC > PELP).

! O BP pode ser preenchido de


forma diferente do apresentado; no entanto ele deve
atender às condições impostas do enunciado.

Atividade 21
Indique a tendência mais provável para a Empresa X, considerando os quocientes de
três períodos consecutivos:
PE = 0,80; 0,70; 0,60
AT

a) ( ) A atividade econômica está sendo financiada cada vez menos por recursos
próprios;
b) ( ) Os recursos próprios estão aumentando cada vez mais em relação aos recursos
de terceiros;
c) ( ) Há indícios de aumento de recurso de terceiros aplicados em bens e direitos;
d) ( ) O endividamento total da empresa está com seu nível cada vez mais elevado.

Resposta Comentada
A opção b é a correta, ou seja: os recursos próprios estão aumentando cada vez mais em
relação ao de terceiros.
Nas atividades anteriores você viu que PE representa a fórmula do endividamento total.
AT
Com essa fórmula e a do AT = PE + PL, você tem condições de apurar os valores do PE e
do PL.
Algebricamente, seria:

C E D E R J 117
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

ET = 0,80 ET = 0,70 ET = 0,60


ET = PE ET = PE ET = PE
AT AT AT
0,80 = PE 0,70 = PE 0,60 = PE
AT AT AT
0,80 x AT = PE 0,70 x AT = PE 0,60 x AT = PE
O AT representa O AT representa O AT representa
100% das aplicações. 100% das aplicações. 100% das aplicações.
Substituindo o AT na Substituindo o AT na Substituindo o AT na
fórmula, tem-se: fórmula, tem-se: fórmula, tem-se:
0,80 x 100% = PE 0,7 x 100% = PE 0,60 x 100% = PE
80% = PE 70% = PE 60% = PE
Como AT = PE + PL, Como AT = PE + PL, Como AT = PE + PL,
pode-se calcular o pode-se calcular o pode-se calcular o
PL: PL: PL:
100% = 80% + PL 100% = 70% + PL 100% = 60% + PL
100% – 80% = PL 100% – 70% = PL 100% – 60% = PL
20% = PL 30% = PL 40% = PL

Graficamente, teríamos:

ET = 0,80 ET = 0,70 ET = 0,60

PE PE
AT PE AT AT
70% 60%
80%
100% 100% 100%
PL PL
PL 20% 30% 40%

Através da análise das figuras, fica muito mais fácil responder às opções propostas:
A primeira opção não está certa porque esta relação de endividamento mostra que, no primeiro
ano, a Empresa X tinha seu Ativo financiado por recursos de terceiros (PE) em 80% e apenas 20%
de recursos próprios (PL). No ano seguinte, houve aumento de recursos próprios (PL), ou seja,
30% de recursos próprios e 70% de recursos alheios (PE). Finalmente, no último período, estes
recursos próprios (PL) elevaram-se para 40%, contra 60% de recursos de terceiros (PE).
Seguindo esta evolução, você poderá concluir que os recursos próprios (PL) estão aumentando
para financiar a atividade econômica e não diminuindo.
A terceira opção fala de aumento de recursos de terceiros (PE), quando sabemos que eles
estão diminuindo em relação aos recursos próprios.
Finalmente, a última opção afirma que o endividamento total está com seu nível cada
vez mais elevado, quando você viu que ele está, na verdade, diminuindo.

118 C E D E R J
Atividade 22

10
AULA
Considerando a dependência de capitais de terceiros em relação aos recursos próprios,
indique a tendência mais provável para determinada empresa.
PE = 1,30; 0,60; 0,45
PL
( ) a) a empresa está aumentando sua autonomia financeira;
( ) b) a empresa não vem obtendo um bom grau de autonomia financeira no decorrer
dos exercícios sociais;
( ) c) a empresa está com boas vendas;
( ) d) a empresa está com bons lucros.

Resposta Comentada
A opção a é a correta, ou seja: a empresa está aumentando sua autonomia financeira.
Nas atividades anteriores você viu que PE/PL representa a fórmula da participação de capitais
de terceiros. Com essa fórmula, você tem condições de apurar os valores do PE e do PL.

Algebricamente:

PCT = 1,30 PCT = 0,60 PCT = 0,45

PCT = PE PCT = PE PCT = PE


PL PL PL
1,30 = PE 0,60 = PE 0,45 = PE
PL PL PL
1,30 x PL = PE 0,60 x PL = PE 0,45 x PL = PE
Se PL = 100, tem-se: Se PL = 100, tem-se: Se PL = 100, tem-se:
1,30 x 100 = PE 0,60 x 100 = PE 0,45 x 100 = PE
130 = PE 60 = PE 45 = PE

Graficamente, teríamos:

PCT = 1,30 PCT = 0,60 PCT = 0,45

140,00 140,00 140,00


120,00 120,00 120,00
100,00 100,00 100,00
80,00 80,00 80,00
60,00 60,00 60,00
40,00 40,00 40,00
20,00 20,00 20,00
0,00 0,00 0,00

PL PE PL PE PL PE

C E D E R J 119
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Através da análise dos quocientes de participação de capitais de terceiros e dos gráficos,


fica mais fácil responder às opções propostas:
A opção a é a correta, porque o PE = PC + PELP do primeiro ano era R$ 130 para R$ 100
de PL (Capital Próprio). Já no segundo ano a dependência de capitais alheios (PE) é de
R$ 60 para R$ 100 de recursos próprios (PL). E, finalmente, no último período, a utilização
de recursos de terceiros (PE) reduziu-se a R$ 45 em relação aos capitais próprios (PL =
100%). Portanto, a empresa está cada vez menos dependente de capitais alheios.
A segunda opção está incorreta, pois, como foi visto anteriormente, a empresa vem obtendo
melhor grau de autonomia financeira.
As duas últimas opções estão descartadas, pois este tipo de análise não oferece informações
claras sobre vendas e lucros.

Atividade 23
O grau de garantia dado aos capitais de terceiros é calculado pela fórmula:
( ) a) Patrimônio Líquido
Passivo Exigível de Longo Prazo
( ) b) Patrimônio Líquido
Passivo Circulante
( ) c) Patrimônio Líquido
Passivo Exigível
( ) d) Patrimônio Líquido
Ativo Permanente

Resposta Comentada
A opção c é a correta, ou seja: . Patrimônio Líquido
Passivo Exigível
Como você já viu na Aula 9, o grau de garantia aos capitais de terceiros (GCT) é calculado
pela fórmula GCT = PL, sendo PL os recursos próprios e PE os recursos de terceiros (PC +
PELP). PE

Sendo assim, a alternativa correta é a c, uma vez que o Exigível Total é o somatório do PC
com o PELP.
Quanto às demais opções, a primeira não é verdadeira porque no denominador deixou de
ser incluído o PC. A segunda desconsiderou a inclusão do Passivo Exigível de Longo Prazo
no denominador. E, finalmente, a última opção é indevida por incluir o Ativo Permanente
no denominador.

120 C E D E R J
24

10
Atividade

AULA
Com base no Balanço Patrimonial da Empresa Itaperuna encerrado em 31/12/X3,
calcule.

Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante 800 Passivo Circulante 400

Ativo Permanente 800 Passivo Exigível a Longo Prazo 500

Patrimônio Líquido 700

Total 1.600 Total 1.600

O quociente de garantia aos capitais de terceiros é:


a) ( ) 0,56
b) ( ) 0,78
c) ( ) 1,29
d) ( ) 0,44
e) ( ) 1,14

Resposta Comentada
A opção b é a correta, ou seja: 0,78.
Nesta atividade você utilizou a primeira etapa do estudo dos indicadores financeiros – cálculo
do índice.
Você estudou que o GCT é apurado através da fórmula GCT = PL/PE, e o PE = PC + PELP.
Como foram fornecidos os valores do PC, PELP e do PL, basta substituí-los nas fórmulas:
GCT = PL
PE
PE = PC + PELP
PE = 400 + 500
PE = 900
GCT = 700
900
GCT = 0,78

C E D E R J 121
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Atividade 25
Marque a alternativa correta:
a) ( ) quanto maior o grau de garantia aos capitais de terceiros, menor segurança
terão os credores;
b) ( ) através do grau de garantia dos capitais de terceiros não há condições de fazer
uma análise segura dos credores;
c) ( ) quanto maior o grau de garantia dos capitais de terceiros, maior segurança terão
os credores;
d) ( ) N.R.A.

Resposta Comentada
A opção c é a correta, ou seja: quanto maior o grau de garantia dos capitais de terceiros,
maior segurança terão os credores.
Nesta atividade, analisando o GCT = PL/PE, você poderá concluir que, quanto maior este
quociente, maior a margem de garantia para os credores, já que o PL (recursos próprios)
deverá ter um valor superior aos recursos de terceiros (PE), conforme demonstrado, a
seguir.
Por exemplo:

Discriminação Ano 1 Ano 2 Ano 3


GCT 1,20 0,80 0,60

Graficamente, teríamos:

GCT = 1,20 GCT = 0,80 GCT = 0,60

120,00 120,00 120,00


100,00 100,00 100,00
80,00 80,00 80,00
60,00 60,00 60,00
40,00 40,00 40,00
20,00 20,00 20,00
0,00 0,00 0,00

A análise dos índices de GCT revela que a margem de segurança aos capitais de terceiros
vem diminuindo a cada ano. No ano 1, para cada R$ 100 de capitais de terceiros, havia R$
120 de capitais próprios. No ano 2 e no ano 3, a existência de capitais próprios era de R$
80 e R$ 60, respectivamente.
Donde se conclui que quanto maior o quociente de GCT melhor, pois quanto maior a existência
de recursos próprios maior a garantia aos capitais alheios. (opção c).

122 C E D E R J
10
Memória de cálculo:

AULA
Ano 1 Ano 2 Ano 3
GCT =1,20 GCT = 0,80 GCT = 0,60
1,20 = PL 0,80 = PL 0,60 = PL
PE PE PE
1,20 x PE = PL 0,80 x PE = PL 0,60 x PE = PL
1,20 PE = PL 0,80 PE = PL 0,60 PE = PL
Se PE = 100 Se PE = 100 Se PE = 100
1,20 x 100 = PL 0,80 x 100 = PL 0,60 x 100 = PL
120 = PL 80 = PL 60 = PL

Atividade 26
Se o grau de garantia dado aos capitais de terceiros for menor do que 1,0, você pode
concluir que:
a) ( ) os capitais de terceiros são menores do que os capitais próprios;
b) ( ) existe maior garantia na devolução de dívidas a credores;
c) ( ) existem capitais próprios em volume elevado aplicados no Ativo;
d) ( ) os capitais de terceiros são maiores do que os capitais próprios.

Resposta Comentada
A opção d é a correta, ou seja: os capitais de terceiros são maiores do que os capitais
próprios.
Você poderá resolver esta atividade de diversas formas:
Por exemplo, através do estudo das propriedades de fração:
1) O resultado da fração menor que 1 significa que o denominador é maior que o
numerador.
2) O resultado da fração igual a 1 significa que o denominador é igual ao numerador.
3) O resultado da fração maior que 1 significa que o denominador é menor que o
numerador.
4) O resultado da fração igual a zero significa que o numerador é zero.
Outro modo é utilizar a fórmula do GCT = PL.
PE
Utilizando a propriedade 1 aplicado na fórmula GCT = PL., você pode concluir que PE > PL.
PE
Ou utilizando a fórmula GCT = PL , para apurar o PE e PL conforme demonstrado a seguir:
PE

C E D E R J 123
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Por exemplo: Se o GCT = 0,8, teríamos:


0,8 = PL
PE
0,8 x PE = PL
Se PL = 100, tem-se:
0,8 x PE = 100
PE = 100
0,8
PE = 125

Graficamente, ficaria assim:

140,00
120,00
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
PE PL

Dessa forma, podemos concluir que quando o GT < 1,0, o PL é menor do que o PE, ou seja,
existe maior volume de recursos de terceiros em relação aos próprios. Sendo assim, a opção
correta é a última, d. As demais estão erradas.

Atividade 27
Se o grau de garantia de capitais de terceiros for menor do que 1,0, o Ativo terá sido
financiado:
a) ( ) com maior volume de recursos de terceiros em relação aos recursos próprios;
b) ( ) com menor volume de recursos de terceiros em relação aos recursos próprios;
c) ( ) com recursos próprios;
d) ( ) N.R.A.

124 C E D E R J
10
Resposta Comentada

AULA
A opção a é a correta, ou seja: com maior volume de recursos de terceiros em relação
aos recursos próprios.
Partindo da fórmula GCT = PL/PE , em que PL são os capitais próprios e PE os recursos
de terceiros, é desejável um indicador > 1,0 para que haja predominância de capitais
próprios.
Esta atividade parte da premissa de que este quociente é menor do que 1,0, ou seja, existe
um PE maior do que o PL. Sendo assim, a opção correta é a primeira.
Reportando ao exemplo da atividade anterior (GCT = 0,80), podemos visualizar o Ativo
financiado com maior participação de capitais de terceiros.

PE
AT 125

225 PL
100

Memória de cálculo:

X1
GCT = 0,80

0,80= PL
PE
0,80 x PE = PL
0,80 PE = PL
Se PL = 100
0,80 x PE = 100
PE= 100
0,80
PE = 125
AT = PE + PL
AT = 125 +100
AT = 225

C E D E R J 125
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Atividade 28
Sabendo que o grau de garantia dada aos capitais de terceiros é igual a 1,0,
marque a opção correta:
a) ( ) o valor do Passivo Exigível é igual ao valor do Patrimônio Líquido;
b) ( ) o valor do Ativo é igual ao dobro do valor do Passivo Exigível;
c) ( ) o valor do Ativo é igual ao dobro do Patrimônio Líquido;
d) ( ) todas as opções anteriores são corretas.

Resposta Comentada
A opção d é a correta, ou seja: todas as opções anteriores são corretas.
O GCT = 1 significa que os valores dos recursos próprios (PL) são iguais aos recursos
de terceiros (PC + PELP); logo, o Ativo será o dobro do Passivo Exigível (PC + PELP) e,
conseqüentemente, também o dobro do Patrimônio Líquido, conforme demonstrado
algebricamente e graficamente, a seguir:
Algebricamente, teríamos:

GCT = PL
PE
1,00 = PL
PE
1,00 x PE = PL
PE = PL
Como o AT = PE + PL, substituindo PL por PE:
AT = PE + PE
AT = 2 PE
Se o AT for igual a 100
100 = 2 PE
PE = 100
2
PE = 50; substituindo na fórmula: AT = PE + PL.
100 = 50 + PL
50 = PL

Graficamente, teríamos:

PE
AT 50

100 PL
50

126 C E D E R J
Atividade 29

10
AULA
Se a empresa X possui grau de garantia aos capitais de terceiros igual a 1,0, e a
empresa Y tiver o mesmo indicador em 1,50, qual delas oferecerá maior margem de
segurança as seus credores?
( ) a) Empresa X;
( ) b) Empresa Y.

Resposta Comentada
A opção b é a correta (empresa Y).
Nesta atividade, você utilizou a segunda etapa do estudo dos indicadores financeiros, ou
seja interpretação dos índices na forma comparativa pelo seu significado intrínseco.
O GCT representa a margem de segurança dada aos capitais de terceiros aplicados na
empresa em razão da existência de recursos próprios.
Interpretando o GCT das empresas X e Y, observa-se que, na empresa X, para cada R$
100 de capitais de terceiros, a empresa dispõe de capitais próprios na mesma proporção,
isto é, R$ 100. A empresa Y é mais favorável, pois para R$ 100 de Capitais de Terceiros
há R$ 150 de Capitais Próprios.
Desta forma, a Empresa Y oferece maior margem de segurança aos seus credores, ou seja,
1,50, conforme demonstrado a seguir:

Por exemplo:

Discriminação Empresa X Empresa Y


GCT 1,00 1,50

Graficamente, seria assim:

Empresa X Empresa Y

160,00 160,00

140,00 140,00

120,00 120,00

100,00 100,00

80,00 80,00

60,00 60,00

40,00 40,00

20,00 20,00

0,00 0,00

PE PL PE PL

C E D E R J 127
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Memória de cálculo:

Empresa X Empresa Y
GCT =1,00 GCT = 1,50
1,00 = PL 1,50 = PL
PE PE
1,00 x PE = PL 1,50 x PE = PL
1,00 PE = PL 1,50 PE = PL
Se PE = 100 Se PE = 100
1,00 x 100 = PL 1,50 x 100 = PL
100 = PL 150 = PL

!
Atividade 30
O GCT é a margem de segurança dada
aos capitais de terceiros, e que “quanto maior
melhor” para a empresa.

Se o grau de endividamento total for igual a 0,50, o quociente de garantia de capital


de terceiros será:
a) ( ) zero;
b) ( ) 0,50;
c) ( ) 1,0;
d) ( ) 2,0.

Resposta Comentada
A opção c é a correta, ou seja, 1,0.
Analisando as fórmulas do endividamento total e da garantia de capital de terceiros, você
terá: ET = PE e GCT = PL .
AT PE.
Sendo o ET = 0,50, o Ativo desta empresa está sendo financiado 50% com capitais alheios (PE)
e 50% com capitais próprios (PL), ou seja, os valores são iguais. Sendo iguais, a garantia dada
aos capitais alheios será 1,0, conforme demonstrado algébrica e graficamente a seguir:
Algebricamente:

128 C E D E R J
10
ET = PE

AULA
AT
0,50 = PE
AT
0,50 x AT = PE
Se AT = 100
0,50 x 100 = PE
50 = PE
Apurados os valores do PE e do PL, você tem condições de calcular o GCT.
GCT = PL
PE
GCT = 50
50
GCT = 1,0

Graficamente, ficaria assim:

ET = 0,50 GCT = 1,0

100,00

PE 80,00

AT 50 60,00

40,00
100 PL 20,00
50
0,00
PE PL

Atividade 31
A fórmula
Passivo Exigível
Patrimônio Líquido
é utilizada para calcular o quociente de:
a) ( ) endividamento total
b) ( ) participação de capitais de terceiros
c) ( ) garantia aos capitais de terceiros
d) ( ) imobilização do capital próprio

C E D E R J 129
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Resposta Comentada
A opção b é a correta, isto é, “participação de capitais de terceiros “.
Para resolução desta atividade, é preciso que você relembre as fórmulas apresentadas na
Aula 9.

Atividade 32
O índice de participação de capitais de terceiros mostra:
a) ( ) quanto o Patrimônio Líquido terá que aumentar para igualar-se ao Exigível;
b) ( ) quantos reais de terceiros foram investidos na empresa para cada real de
capital próprio;
c) ( ) qual a proporção do Exigível a Longo Prazo em relação ao Exigível Total;
d) ( ) qual a porcentagem de lucro pago a terceiros.

Resposta Comentada
A opção b é a correta, ou seja: quantos reais de terceiros foram investidos na empresa
para cada real de capital próprio.
Nesta atividade, você utilizou a segunda etapa do estudo dos indicadores financeiros
– interpretação dos índices na forma comparativa pelo seu significado intrínseco.
O índice de participação de capitais de terceiros = PE/PL mostra quantos reais de terceiros
foram investidos na empresa para cada real de capital próprio.
Utilizado os gráficos dos comentários da Atividade 23, você visualizará melhor a participação

dos capitais de terceiros em relação aos capitais próprios.

Gráfico 1 Gráfico 2 Gráfico 3

140,00 140,00 140,00


120,00 120,00 120,00
100,00 100,00 100,00
80,00 80,00 80,00
60,00 60,00 60,00
40,00 40,00 40,00
20,00 20,00 20,00
0,00 0,00 0,00
PL PE PL PE PL PE

O gráfico 1 mostra que, para cada R$ 100 de capitais próprios, a empresa utilizou R$ 130
de capitais de terceiros.
No gráfico 2, esta dependência da empresa aos recursos externos diminuiu, passando a
utilizar, para cada R$ 100 de capitais próprios, R$ 60 de capitais de terceiros; e por último,
o gráfico 3 revela que a utilização dos capitais de terceiros em relação aos capitais
próprios passou para R$ 45 por R$ 100.

130 C E D E R J
Atividade 33

10
AULA
Faça a correlação:
1) Endividamento a curto prazo ( ) PELP
PE

2) Endividamento a longo prazo ( ) AP


PL

3) Imobilização dos recursos permanentes ( ) PC


PE

4) Imobilização do capital próprio ( ) AP


PELP + PL

Resposta Comentada
Resposta: 2, 4, 1 e 3.
Nesta atividade, você utilizou somente a primeira etapa do estudo dos indicadores financeiros
– cálculo dos índices.

Atividade 34
Considere o Balanço Patrimonial da Empresa Comercial Campos encerrado em 31 de
dezembro de X2, apresentado a seguir.

Balanço Patrimonial
em R$
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE 1.643CIRCULANTE 630
Bancos c/ Movimento 165 Fornecedores 425
Duplicatas a Receber 728 Impostos a Pagar 105
Produtos Acabados 750 Dividendos a Pagar 100

REALIZÁVEL a L.P. 75EXIGÍVEL a L.P. 83


Duplicatas a Receber 75 EMPRÉSTIMOS A PAGAR (*) 83

PERMANENTE 555PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.560


Capital Social 1.350
Investimentos 225 Reserva de Capital 60
Imobilizado 300 Reserva de Lucros 75
Diferido 30 Lucros Acumulados 75

TOTAL 2.273TOTAL 2.273

EMPRÉSTIMOS A PAGAR

Recursos de terceiros para


financiamento do Ativo Imobilizado.

C E D E R J 131
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Podemos afirmar que os quocientes de endividamento a curto prazo, de longo prazo,


de imobilização do capital próprio e de imobilização dos recursos permanentes em
X2 foram, respectivamente, de
a) ( ) 0,88; 0,05; 0,36; 0,33.
b) ( ) 0,12; 0,36; 0,41; 0,33.
c) ( ) 0,88; 0,12; 0,36; 0,34.
d) ( ) 0,04; 0,13; 0,05; 0,41.

Resposta Comentada
A opção c é a correta, ou seja: 0,88; 0,12; 0,36; 0,34.
Nesta atividade, você utilizou a primeira etapa do estudo dos indicadores financeiros, isto
é, o cálculo através de fórmulas.

ECP = PC
PE ELP = PELP ICP = AP IRP = AP
PE PL PELP + PL
PE = PC + PELP

ECP = 630 ECP = 83 IRP = 555


630 + 83 630 + 83 ICP = 555 83 + 1.560
ECP = 630 ECP = 83 1.560 IRP = 555
713 713 ICP = 0,36 1.643
ECP = 0,88 ELP = 0,12 IRP = 0,34

Atividade 35
O quociente de imobilização do Patrimônio Líquido mostra:
a) ( ) quantos reais a empresa imobilizou para cada real de Patrimônio Líquido;
b) ( ) quantos reais a empresa imobilizou para cada real de recursos totais a longo
prazo;
c) ( ) quanto a empresa pode imobilizar sem comprometer a sua situação financeira;
d) ( ) quanto a empresa terá de imobilizar para atingir um Lucro Bruto razoável sobre
o Patrimônio Líquido.

Resposta Comentada
A opção a é a correta, isto é, “quantos reais a empresa imobilizou para cada real de
Patrimônio Líquido”.
Nesta atividade, você utilizou a segunda etapa do estudo dos indicadores financeiros
– interpretação dos índices na forma comparativa pelo seu valor intrínseco.
O quociente de Imobilização do patrimônio líquido = AP mostra quantos reais a empresa
imobilizou para cada real de Patrimônio Líquido. PL

132 C E D E R J
10
O exemplo a seguir facilitará a compreensão da interpretação deste índice:

AULA
AP = R$ 60,00
PL = R$100,00
ICP = ?
ICP = 60
100
ICP = 0,60

Graficamente, ficaria assim:

100,00

80,00

60,00

40,00

20,00

0,00
PL AP

Para cada R$ 100,00 de capitais próprios, a empresa aplicou no Ativo Permanente R$ 60,00.

Atividade 36
Com base nas relações relatadas a seguir, calcule os principais indicadores, visando
avaliar a capacidade financeira da empresa Piabetá S.A.
• O Ativo Total era financiado por recursos próprios em 65%.
• As Despesas Antecipadas e os Estoques compunham 40% do Ativo Circulante.
• As obrigações amortizáveis a longo prazo participavam com 60% do Passivo Exigível
Total.
• O Ativo Realizável a Longo Prazo representava 10% do Ativo Total.
• As disponibilidades líquidas e as contas a receber de curto prazo perfaziam 60% do
Ativo Circulante.
• Metade de todos os recursos aplicados no Ativo Total tinha sido destinada ao
financiamento de bens e direitos do Ativo Permanente.

Pede-se:
a) Liquidez seca.
b) Liquidez corrente.
c) Liquidez geral.
d) Endividamento total.
e) Garantia de capital de terceiros.
f) Endividamento de Curto Prazo.

C E D E R J 133
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Faça um breve comentário sobre a situação desta empresa.

Piabetá S.A.

Balanço Patrimonial em 31/12/X1

ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
Disponibilidades
Contas a Receber
Estoques EXIGÍVEL a LONGO PRAZO
Despesas Antecipadas
REALIZÁVEL a LONGO PRAZO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
PERMANENTE
TOTAL TOTAL

Resposta Comentada
Para resolver esta atividade, você deverá transportar para o BP os dados fornecidos pelo
enunciado, em percentuais, conforme discriminado a seguir:

Balanço Patrimonial em 31/12/X1

ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
Disponibilidades
60% do AC
Contas a Receber
EXIGÍVEL LONGO
Estoques 60% do PE
40% do AC PRAZO =
Despesas Antecipadas
REALIZÁVEL LONGO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
65% do PT
PRAZO 10% do AT =
PERMANENTE 50% do AT
TOTAL TOTAL

A partir de agora você tem condições de preencher os dados restantes do BP, em percentuais,
o que é feito da seguinte maneira:

a) Cálculo do valor do Ativo


Você viu em Contabilidade I e II que o Ativo é igual ao Passivo e que o Ativo total representa
100% das aplicações de recursos, portanto, A = 100%.

134 C E D E R J
10
b) Cálculo do Ativo Realizável a Longo Prazo

AULA
ARLP = 10% do AT
ARLP = 0,10 x 100%
ARLP = 10%

c) Cálculo do Ativo Permanente


AP = 50% do AT
AP = 0,50 x 100%
AP = 50%

d) Cálculo do Ativo Circulante


AT = AC + ARLP + AP
100% = AC + 10% + 50%
100% - 10% - 50% = AC
40% = AC.

e) Cálculo da Disponibilidades + Contas a Receber


Disponibilidades + Contas a Receber = 60% do AC
Disponibilidades + Contas a Receber = 0,60 x 40%
Disponibilidades + Contas a Receber = 24%

f) Cálculo dos Estoques + Despesas Antecipadas


Estoques + Despesas Antecipadas = 40% do AC
Estoques + Despesas Antecipadas = 0,40 x 40%
Estoques + Despesas Antecipadas = 16%

g) Cálculo do Passivo
Você viu em Contabilidade I e II que o Ativo Total é igual ao Passivo Total e que o
Passivo Total representa 100% das origens de recursos, portanto, PT = 100%.

h) Cálculo do Passivo Exigível


PT = PC + PELP + PL, como PC + PEPL = PE, temos
PT = PE + PL
100% = PE + 65%
100% - 65% = PE
35% = PE

i) Cálculo do Passivo Exigível a Longo Prazo


PELP = 60% do PE
PELP = 0,60 x 35%
PELP = 21%

j) Cálculo do Passivo Circulante


PT = PC + PELP + PL
100% = PC + 21% + 65%
100% - 21% - 65% = PC
14% = PC

C E D E R J 135
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Após o preenchimento dos dados, em percentuais, o BP ficaria assim:

Balanço Patrimonial em 31/12/X1


ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE 40% CIRCULANTE 14%
Disponibilidades
24%
Contas a Receber
Estoques EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 21%
16%
Despesas Antecipadas
REALIZÁVEL LONGO PRAZO 10% PATRIMÔNIO LÍQUIDO 65%
PERMANENTE 50%
TOTAL 100% TOTAL 100%

Em seguida, você deverá atribuir aleatoriamente um valor para o Ativo Total ou Passivo Total.
Para facilitar os cálculos percentuais, o Ativo Total terá um valor de R$ 100,00. Desta forma,
o BP ficará com os seguintes valores monetários:

Balanço Patrimonial em 31/12/X1

ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE 40 CIRCULANTE 14
Disponibilidades
24
Contas a Receber
Estoques EXIGÍVEL LONGO PRAZO 21
16
Despesas Antecipadas
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 10 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 65
PERMANENTE 50
TOTAL 100 TOTAL 100

Com o Balanço Patrimonial completo, você poderá calcular os indicadores de liquidez e


endividamento. Vejamos:

a) ILS = Disponibilidades + Contas a Receber ILS = 24 = 1,71


Passivo Circulante 14
b) ILC = AC ILC = 40 = 2,86
PC 14
c) ILG = AC + ARLP ILG = 40 + 10 = 1,43
PC + PELP 14 + 21
d) ET = PE x 100 ET = 14 + 21 = 35%
AT 100
e) GCT = PL x 100 GCT = 65 = 186%
PE 14 + 21
f) ECP = PC x 100 ECP = 14 = 40%
PE 14 + 21

136 C E D E R J
10
Você, agora, já tem elementos suficientes para comentar a situação econômica desta

AULA
empresa.
Na verdade, considerando que o enunciado não informa os índices setoriais, e que a análise
é enfocada apenas em um exercício, a empresa apresenta bons indicadores de liquidez, já
que a liquidez seca, a corrente e a geral estão acima de 1,0.
Com relação ao endividamento total, a empresa está em um bom patamar, já que apenas
35% do Ativo Total são financiados por capitais alheios. A garantia dada aos capitais de
terceiros é favorável, pois está acima de 1,0, ou seja, existem mais recursos próprios do que
de terceiros.
E, finalmente, a composição do endividamento mostra que apenas 40% dos capitais de terceiros
são de curto prazo.

!
Atividade 37
Nesta atividade, você aplicou as duas
etapas do estudo dos indicadores financeiros: cálculo e
interpretação (conceituação) dos índices.

Apure os quocientes de endividamento da Empresa ABC e faça um comentário sobre


a real situação da empresa.
Empresa ABC

Balanço Patrimonial
ATIVO 31/12/X5 31/12/X6 31/12/X7
CIRCULANTE 296.394 644.559 761.510
Disponibilidades 27.640 24.422 11.853
Duplicatas a Receber 28.754 94.256 109.439
Estoques 124.638 351.053 440.428
Despesas do Exercício Seguinte 115.362 174.828 199.790
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 36.702 29.680 31.705
PERMANENTE 145.224 253.267 357.865
Investimentos 75.113 180.028 224.656
Imobilizado 60.781 62.652 107.540
Diferido 9.330 10.587 25.669
TOTAL 478.320 927.506 1.151.080

C E D E R J 137
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

Balanço Patrimonial
PASSIVO 31/12/X5 31/12/X6 31/12/X7
CIRCULANTE 72.021 456.209 565.751
Duplicatas a Pagar 70.000 450.000 555.751
Imposto de Renda a Pagar 2.021 6.209 10.000
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 226.273 161.293 130.776
Financiamento 226.273 161.293 130.776
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 180.026 310.004 454.553
Capital 70.000 87.500 131.250
Lucros Acumulados 110.026 222.504 323.303
TOTAL 478.320 927.506 1.151.080

Resposta

31/12/X5 31/12/X6 31/12/X7


I) Endividamento total I) Endividamento total I) Endividamento
total

II) Garantia aos Capitais II) Garantia aos II) Garantia aos
de Terceiros Capitais de Terceiros Capitais de Terceiros

III) Composição do III) Composição do III) Composição do


Endividamento Endividamento Endividamento

Comentários:

138 C E D E R J
10
Resposta Comentada

AULA
Aplicando os principais indicadores de endividamento, você irá obter:

31/12/X5 31/12/X6 31/12/X7

I) ET = PE x 100 I) ET = PE x 100 I) ET = PE x 100


AT AT AT
ET = 72.021 + 226.273 x 100 = 62% ET = 456.209 + 161.293 x 100= 67% ET = 565.751 + 130.776 x 100= 61%
478.320 927.506 1.151.080

II) GCT = PL x 100 II) GCT = PL x 100 II) GCT = PL x 100


PE PE PE
GCT = 180.026 x 100 = 60% GCT = 310.004 x 100 = 50% GCT = 454.553 x 100 = 65%
72.021 + 226.273 456.209 + 161.293 565.751 + 130.776
III) ECP = PC x 100 III) ECP = PC x 100 III) ECP = PC x 100
PE PE PE
ECP = 72.021 x 100 = 24% ECP = 456.209 x 100 = 74% ECP = 565.751 x 100 = 81%
72.021 + 226.273 456.209 + 161.293 565.751 + 130.776

Em uma análise inicial, você concluirá que a Empresa ABC tem um endividamento elevado
nos três exercícios sociais, o que dá pouca margem de segurança aos capitais alheios. A
composição de endividamento no exercício social de X5 apresentou bom resultado, uma vez
que a maioria das suas dívidas era de longo prazo. Entretanto, nos dois períodos seguintes,
a situação da empresa foi desfavorável, pois houve predominância de capitais alheios de
curto prazo.

CONCLUSÃO

Fazendo várias atividades sobre os indicadores de estrutura,


você teve oportunidade de entender o perigo existente para a saúde
financeira das empresas ao utilizarem um volume elevado de capitais
de terceiros.
Aprendeu também que as instituições financeiras não estão
dispostas a conceder empréstimos às empresas com pouca perspectiva
de pagamento de suas dívidas.
Percebeu que um alto endividamento de curto prazo pode enfra-
quecer a empresa financeiramente. Sempre que possível, ela deve buscar
recursos externos no longo prazo, principalmente no financiamento do
Ativo Permanente.
Por meio destas atividades, você aprendeu, também, a tirar algumas
conclusões sobre a situação financeira das empresas analisadas.

C E D E R J 139
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de estrutura de capitais

INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA AULA

Você irá estudar, na próxima aula, uma outra modalidade de Análise por
Quocientes denominada índices de atividade.

140 C E D E R J
11
AULA
Análise por Quocientes
III - Índices de atividade
Metas da aula
Apresentar a técnica de Análise por Quocientes na modalidade
denominada índices de atividade.

Após o conhecimento destes indicadores de atividade, esperamos que


objetivos

você esteja preparado para:

1 identificar esta nova modalidade de Análise por Quocientes;

2 conceituar os indicadores de atividade;

3 identificar sua importância e suas limitações;

4 aplicar fórmulas para apuração dos índices de atividade;

5 listar os passos para interpretação dos resultados;

6 interpretar esses resultados, sinalizando algumas conclusões.

Pré-requisitos
Um bom domínio sobre os principais relatórios contábeis, ou seja, Balanço
Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício, estudados em
Contabilidade Geral I e II, além da revisão apresentada na Aula 1 desta
disciplina, serão importantes para o estudo desta aula.
A utilização de uma calculadora facilitará sensivelmente a sua
aprendizagem nesta aula.
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
III - Índices de atividade

INTRODUÇÃO Nesta aula, você terá oportunidade de aplicar, no Balanço Patrimonial e na


Demonstração do Resultado do Exercício, a técnica de Análise por Quocientes
referente aos indicadores de atividade.
Os índices de atividade são usados para medir a rapidez com que certos
elementos patrimoniais se renovam (giram) durante determinado período de
tempo.
Enquanto os índices de liquidez mostram volumes de recursos, os índices de
atividade mostram os prazos em que a empresa realiza seus ativos e os prazos
em que deve saldar suas dívidas.
Os indicadores de atividade permitem que seja analisado o desempenho operacional
da empresa, bem como suas necessidades de investimento em giro.

ÍNDICES DE ATIVIDADE

Estes índices revelam a velocidade com que alguns elementos


patrimoniais giram durante o exercício. Podem ser expressos em períodos
de tempo (dias, meses ou ano), quando são denominados índices de
prazos médios, ou em número de giros ao ano, quando são chamados
índices de rotação ou giro.

Análise por Quocientes

Liquidez Estrutura Atividade

Prazo médio Giro

Índices de prazos médios

Indicam quantos dias, em média, a empresa leva para receber suas


vendas, pagar a seus fornecedores e renovar seus estoques.
A situação financeira da empresa será tanto melhor quanto maior
for a velocidade de recebimento de vendas, de renovação de estoques
e quanto mais lento for o pagamento das compras, desde que isso não
corresponda a atrasos.
Assim como os indicadores vistos em aulas anteriores, os índices
de prazos médios não devem ser analisados individualmente, mas sempre
em conjunto, a fim de poder-se verificar se os prazos vêm sendo favoráveis
ou desfavoráveis à empresa.

8 CEDERJ
Quais são os principais índices de prazos médios?

11
AULA
Como você já viu, os índices de prazos médios são calculados por
meio dos dados extraídos dos Balanços Patrimoniais e das Demonstrações
dos Resultados dos Exercícios.
São eles:
a. prazo médio de renovação de estoque (PMRE);
b. prazo médio de recebimento de vendas (PMRV);
c. prazo médio de pagamento de compras (PMPC).

Atividade

Prazos Médios Giro

PMRE PMRV PMPC

Quais são os principais objetivos da análise dos prazos


médios?

Permitir ao analista conhecer a política de compra e venda adotada


pela empresa e, a partir dela, constatar a eficiência com que os recursos em
estoques, duplicatas a receber e fornecedores estão sendo administrados,
bem como conhecer suas necessidades de investimento em giro.

O que significa prazos médios?

São o tempo médio com que a empresa realiza seus ativos ou


paga suas dívidas. Por exemplo, em relação às Duplicatas a Receber, não
significa que a empresa só receberá todos os recursos de uma só vez em
tantos dias, mas sim que ela, em média, receberá os recursos ao longo
de tantos dias, podendo receber uma parte deles a cada dia.
. Para compreender melhor, suponha que uma empresa realiza
diariamente vendas a prazo no valor de R$ 10 e que tenha um prazo
médio de recebimento igual a 30 dias.
Veja o que acontece ao longo do tempo:

Discriminação Dia
1 2 3 4 ... 29 30 31 32 ...
Vendas a prazo 10 10 10 10 10 10 10 10 ...
Duplicatas a Receber 10 20 30 40 ... 290 300 300 300 ...
Recebimento 0 0 0 0 ... 0 0 10 10

CEDERJ 9
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
III - Índices de atividade

A empresa vende R$ 10 por dia, com prazo de 30 dias. No primeiro


dia, ela apenas vende, nada recebe; em virtude desse prazo, ela acumula
a venda em Duplicatas a Receber. No segundo dia, acontece o mesmo,
e assim sucessivamente até o trigésimo dia, atingindo o montante de
R$ 300, a partir do qual deixa de crescer.
Do trigésimo primeiro dia em diante há uma geração de R$ 10 de
Duplicatas a Receber e uma redução de R$ 10 de Duplicatas a Receber
diariamente.

Índices de rotação ou giro

O inverso de cada prazo operacional é definido por giro, e indica


o número de vezes que ocorreu determinada fase operacional.

Quais são os principais índices de rotação ou giro?

Assim como os prazos médios, os índices de rotação são obtidos


através dos dados das demonstrações financeiras. São eles:
• giro dos estoques (GE);
• giro de duplicatas a receber (GDR);
• giro de fornecedores (GF).

Atividade

Prazo Médio Giro

GE GDR GF

Qual é o objetivo da análise de rotação ou giro?

Informar quantas vezes ao ano as Duplicatas a Receber, Estoques


e Fornecedores se renovam. Qual é a importância da análise deste índice
você verá mais adiante nesta aula.

Você sabia que os índices de atividade também são


chamados índices de eficiência?

10 CEDERJ
Como são calculados os índices de atividade? Valores médios

11
ou saldo final de balanço?

AULA
A opção pela utilização de valores médios ou saldos finais de
balanços está ligada diretamente à uniformidade das vendas e das
compras.
Se existe uniformidade, trabalha-se com os saldos finais de
balanços. Assim, por exemplo, se a conta Estoques apresentar o valor de
R$ 500.000,00 no Balanço Patrimonial encerrado em 31 de dezembro de
X1, supõe-se que a empresa manterá seu estoque médio nesse valor durante
todo o exercício social. Caso contrário, utilizam-se saldos médios.

Como apurar os valores médios?

Para o analista interno, a apuração dos valores utilizados como


numerador (estoques, duplicatas a receber e fornecedores) não é
problema, devido à facilidade de acesso aos valores mensais (balancetes
mensais).
Por exemplo, a apuração do valor médio de estoques é feita pela
média dos 12 meses do exercício em análise, ou seja:

EM = E1 + E2 + E3 + ... + E12
12
EM: Estoque Médio.
E1, E2, E3, ...., E12: estoques apurados ao final de cada
um dos meses do exercício social objeto de análise.

! Para calcular os valores médios


de Duplicatas a Receber e Fornecedores, o
procedimento é o mesmo.

Para o analista externo, a utilização de valores em bases mensais


é complicada, pois, muitas vezes, ele está limitado aos dados das
demonstrações financeiras publicadas pelas empresas.
Por exemplo, na apuração do valor médio de estoques, é comum
trabalhar-se com a média aritmética dos estoques iniciais e finais, ou seja:

EM = EI + EF
2
EI: Estoque inicial (representa o saldo final do exercício anterior).
EF: Estoque final (representa o saldo final do exercício atual).
CEDERJ 11
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
III - Índices de atividade

! Para calcular os valores médios


de Duplicatas a Receber e Fornecedores, o
procedimento é o mesmo.

!
Nas empresas em que os
valores de Estoques, Duplicatas a Receber
e Fornecedores sofram grandes oscilações em
determinadas épocas do ano, os índices de prazos médios
apurados pelos valores médios obtidos pela média aritmética
dos estoques iniciais e finais poderão estar completamente
distorcidos. Neste caso, a análise dos prazos médios
não é adequada, porque não reflete a
realidade.

Em relação às Duplicatas a Receber, que valor utilizar?

O valor de Duplicatas a Receber utilizado no cálculo do PMRV


representa o total das Duplicatas a Receber (constantes no AC e
no ARLP), sem a exclusão dos valores de Provisão para Devedores
Duvidosos e Duplicatas Descontadas.

Em relação às Vendas, qual é o valor a ser utilizado?

Geralmente, o valor das Vendas utilizado no cálculo do PMRV


representa o valor total das Vendas (à vista e a prazo), deduzidas as
devoluções e abatimentos de vendas, assim discriminados:
• Vendas brutas menos devoluções e abatimentos de vendas;
• Receita bruta menos devoluções e abatimentos de vendas;
• Receita operacional bruta menos devoluções e abatimentos de
vendas.

12 CEDERJ
! No cálculo do PMRV somente
se utilizará o valor das vendas brutas a
prazo, deduzidas de suas respectivas devoluções e
abatimentos, quando esses dados estiverem
disponíveis.
Em relação à conta Fornecedores, qual é o valor a ser uti-

11
lizado?

AULA
O valor de Fornecedores utilizado no cálculo do PMPC representa
o total de Fornecedores (constantes no PC e no PELP).

Em relação ao valor de Compras, qual é o valor a ser uti-


lizado?

Em geral, o valor de Compras utilizado no cálculo do PMPC


representa o total de Compras (à vista e a prazo).

! No cálculo do PMPC
somente se utilizará o valor das compras
brutas a prazo, deduzidas de suas respectivas
devoluções e abatimentos, quando o analista
tiver esses dados disponíveis.

Como apurar o valor de Compras?

A determinação do valor de Compras representa uma dificuldade


para o analista externo, pois na DRE esse valor na maioria das vezes
não é destacado, mas incluído no CUSTO DAS VENDAS.
O CUSTO DAS
Na empresa comercial, o valor das compras é apurado através VE N D A S
da seguinte fórmula: É representado:
- na empresa
comercial: CMV
CMV = EI + C – EF - na indústria: CPV
CMV: Custo das mercadorias vendidas - na empresa
EI: Estoque Inicial prestadora de
C: Compras serviços: CSP
EF: Estoque Final (Custo dos Serviços
Prestados).
Os valores de EI e EF são extraídos de Balanços Patrimoniais
sucessivos. O CMV é extraído da DRE.
No caso das indústrias, aumenta ainda mais o grau de dificuldade
para obtenção do valor de compras, uma vez que no Custo dos Produtos
Vendidos não aparecem discriminados em geral os fatores de produção
(MD, MOD e CIF), impossibilitando a aplicação de fórmulas de
apuração CPV, CPA, do CPP e MD consumido para chegar ao valor das

CEDERJ 13
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
III - Índices de atividade

compras do período (você aprenderá a apurar esses valores na disciplina


Contabilidade de Custos).
O valor das compras é apurado através das seguintes fórmulas:
CPV = EIPA + CPA – EFPA
CPA = EIPP + CPP – EFPP
CPP = MD + MOD + CIF
MD = EIMD + C – EFMD

CPV: Custo dos Produtos Vendidos


EIPA: Estoque Inicial de Produtos Acabados
EFPA: Estoque Final de Produtos Acabados
CPA: Custo da Produção Acabada
EIPP: Estoque Inicial de Produtos em Processo
EFPP: Estoque Final de Produtos em Processo
CPP: Custo da Produção do Período
MD: Material Direto
MOD: Mão-de-obra Direta
CIF: Custo Indiretos de Fabricação
EIMD: Estoque Inicial de Material Direto
EFMD: Estoque Final de Material Direto
C: Compras

Diante dessa impossibilidade, o ideal é conseguir o valor de


Compras na empresa.

Qual é o impacto da inflação no cálculo dos prazos mé-


dios?

A inflação provoca inevitáveis distorções. Nesta, mais do que


em qualquer outra análise, é imprescindível usar as demonstrações
financeiras em moeda constante.
Para avaliar os indicadores que serão apresentados a seguir, vamos
utilizar os Balanços Patrimoniais e as Demonstrações dos Resultados dos
Exercícios saneadas da empresa Via Digital S. A. encerrados em 31/12
de X1, X2 e X3, respectivamente.
Como a empresa apresenta uniformidade de vendas e de compras,
nos cálculos dos prazos médios trabalhou-se com os saldos finais de
balanços.
Os índices de atividade relativos aos anos X1 e X2 estão calculados
e interpretados.
Em relação ao ano X3, você terá como atividade apurar e
interpretar os índices, verificando seu comportamento em relação aos
anos anteriores. Isto é, qual a tendência do índice na série histórica em
estudo? Evoluiu? Manteve-se constante? Involuiu? Etc.

14 CEDERJ
!

11
AULA
As demonstrações contábeis
originais encontram-se na Aula 2.

Empresa Via Digital S.A.


Balanços Patrimoniais saneados encerrados em:
em R$
Balanço Patrimonial
APLICAÇÕES 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
Disponibilidades (1) 7.390 2.024 2.849
Direitos Realizáveis a CP (2) 47.218 41.015 53.021
Soma (3) = (1 + 2) 54.608 43.039 55.870
Estoques (4) 33.923 33.411 43.227
ATIVO CIRCULANTE (5) = (3 + 4) 88.531 76.450 99.097
ATIVO REALIZÁVEL A LP (6) - - -
ATIVO PERMANENTE (7) = (8 + 9 + 10) 34.577 65.124 81.531
. Investimentos (8) 3.263 4.106 5.352
. Imobilizado (9) 31.314 59.036 73.000
. Diferido (10) - 1.982 3.179
ATIVO TOTAL (11) = (5 + 6 + 7) 123.108 141.574 180.628

em R$

ORIGENS 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


PASSIVO CIRCULANTE (1) 60.554 48.943 63.376
PASSIVO EXIGÍVEL A LP (2) 14.196 51.291 63.624
PASSIVO EXIGÍVEL (3) 74.750 100.234 127.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (4) 48.358 41.340 53.628
PASSIVO TOTAL (5) = (3 + 4) 123.108 141.574 180.628

CEDERJ 15
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
III - Índices de atividade

Empresa Via Digital S.A.


Demonstrações dos Resultados dos Exercícios saneadas (ajustadas)

em R$
DRE

DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3

R.O.B. 237.401 294.377 313.824


(-) Deduções de Vendas 26.889 35.031 33.624
(=) R.O.L. 210.512 259.346 280.200
(-) C.P.V. 160.385 161.313 174.340
(=) LUCRO BRUTO 50.127 98.033 105.860
(-) Despesas Operacionais
- Vendas 10.218 12.189 13.225
- Administrativas 9.296 8.299 9.078
- Financeiras Líquidas 15.868 71.839 78.932
- Outras Despesas/Receitas - - -
(=) Lucro Operacional 14.745 5.706 4.625
(+) Resultados Não Operacionais 156 76 616
(=) Lucro antes do IR 14.901 5.782 5.241
(-) Provisão para IR 4.797 1.100 1.661
(=) Lucro Líquido 10.104 4.682 3.580

Dados adicionais (extraídos das demonstrações financeiras originais)


em R$

DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
Duplicatas a Receber 48.690 41.895 53.901
Fornecedores 31.996 18.518 24.038

Devoluções e abatimentos sobre vendas 9.823 19.208 11.657

Devoluções e abatimentos sobre compras 133.182 246.396 375.081

Compras 0 0 0

16 CEDERJ
Os prazos médios padrão do ramo de atividade em que a empresa atua:

11
AULA
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
PMRE 74 dias 75 dias 80 dias
PMRV 76 dias 77 dias 75 dias
PMPC 76 dias 75 dias 76 dias

PRINCIPAIS ÍNDICES DE ATIVIDADE

Você já viu que os índices de atividade se expressam em duas


formas: índices de prazos médios e índices de giro. Os principais são:

Prazo médio de renovação de estoques


1) Índices de prazos médios
Prazo médio de renovação de vendas
(expressos em período de tempo)
Prazo médio de pagamento de compras
Giro de Estoques
2) Índices de giro
Giro de Duplicatas a Receber
(expressos em nº de giros ao ano)
Giro de Fornecedores

Prazo médio de renovação de estoques (PMRE)

No caso das empresas industriais


Este índice exprime, em média, quanto tempo a empresa leva desde
o momento da compra da matéria-prima até o da venda do produto final,
passando inclusive pelo período ou tempo de fabricação do produto.
Fórmulas:

PMRE = Estoques x 360 ou


Custo dos produtos vendidos

PMRE = Estoques médios x 360


Custo dos produtos vendidos

CEDERJ 17
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
III - Índices de atividade

Os estoques representam o somatório dos estoques de MP, PP e PA.


O resultado é o número de vezes.
Em princípio, quanto maior for o prazo de renovação dos estoques,
pior para a empresa.
Se o analista quiser determinar os prazos médios de cada item que
compõe os estoques nas indústrias, aplicará as seguintes fórmulas:

a. Prazo médio de estoques de matérias-primas (PMMP):

PMMP = Estoques de máterias-primas x 360


Consumo de matérias-primas no período

ou

PMMP = Estoques de máterias-primas médios x 360


Consumo de matérias-primas no período

b) Prazo médio de estoques de produtos em processo (PMPP):

PMPP = Estoques de produtos em processo x 360


Custo de Produção do período
ou
PMPP = Estoques de produtos em processo médios x 360
Custo de Produção do período

O Custo de Produção do período representa o somatório dos


custos de MP, MOD e CIF ocorridos no período.
MP: Matérias-primas
MOD: Mão-de-obra direta
CIF: Custos indiretos de fabricação

No caso das empresas comerciais

O PMRE é o tempo entre a compra da mercadoria e a data da


venda.
Fórmula:
PMRE = Estoques x 360
Custo das Mercadorias Vendidas

PMRE = Estoques médios x 360


Custo das Mercadorias Vendidas

18 CEDERJ
!

11
AULA
Em todas as fórmulas mencionadas
anteriormente, o resultado é dado em
número de dias, e mostra quantos dias os estoques ficam
armazenados na empresa antes de serem renovados (vendidos ou
consumidos).
- estoques vendidos, no caso de mercadorias ou produtos;
- estoques consumidos, no caso de matérias-primas.

Você sabia que, se a empresa trabalha com produção sob


encomenda, o PMRE é nulo?

Você sabia que, se todas as compras da empresa forem


efetuadas à vista, o PMPC é nulo?

Giro dos estoques (GE)

Este índice demonstra o número de vezes que os estoques são


renovados, em média, ao longo do período.
Este indicador mostra se os estoques são insuficientes (subin-
vestimentos), desejáveis (normais) ou excessivos (superinvestimentos) em
relação ao volume de vendas.

Na empresa industrial
Fórmula:
GE = Custo dos Produtos Vendidos ou GE = 360
Estoques PMRE

? Estoques ou estoques médios.

O resultado é o número de vezes.

CEDERJ 19
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
III - Índices de atividade

Em princípio, quanto maior for o giro dos estoques, mais


eficientemente a empresa estará gerenciando seus estoques.
Se o analista quiser determinar o giro dos estoques de matérias-
primas, deve aplicar a seguinte fórmula:

GE = Consumo de matérias-primas no período


Estoques de matérias-primas
ou
GE = 360
PMMP

? Estoques de matérias-primas ou
estoques de matérias-primas médios.

Se quisesse saber o giro dos estoques de produtos em processo, o


analista deveria aplicar a seguinte fórmula:

GE = Estoques de produtos em processo


Custo de produção do período
ou
GE = 360
PMPP

? Estoques de produtos em
processo ou estoques de produtos em

Na empresa comercial
Fórmula:
GE = CMV ou
processo médios.

GE = 360
Estoques PMRE

20 CEDERJ
?

11
AULA
Estoques ou estoques médios.

! A análise do giro de estoques


deve levar em consideração não só o
dos concorrentes como também os giros
históricos da empresa.

Considerações acerca de Estoques, PMRE e GE:


• O volume de estoques mantidos por uma empresa decorre
basicamente de seu nível de vendas e de sua política de estocagem.
• Estoques elevados exigem maior comprometimento de recursos
da empresa (além do custo de aquisição ou fabricação, transportes,
armazenamento, seguros etc.).
• Não se deve manter estoques elevados à custa de endividamento
bancário.
• Prazos médios altos não serão necessariamente piores para a
empresa, desde que ela consiga recuperar a lucratividade através da
margem de lucro.
• Por outro lado, a empresa pode optar por margens menores, se
tiver condições de renovar seus estoques mais rapidamente.
• Do ponto de vista de análise de risco, o PMRE é do tipo quanto
maior, pior.
• Do ponto de vista de análise gerencial, o GE é do tipo quanto
maior, melhor.

CEDERJ 21
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
III - Índices de atividade

Aplicando os índices de prazos médios de renovação de estoques


e de giro de estoques na empresa Via Digital S.A., você encontra:

FÓRMULA ANO CÁLCULO

PMRE = 33.923 x 360 = 76 dias


160.385
X1
PMRE = Estoques x 360 GE = 360 = 4,7 vezes
CPV 76
PMRE = 33.411 x 360 = 75 dias
ou
161.313
X2
GE = CPV ou 360 GE = 360 = 4,8 vezes
Estoques PMRE 75

PMRE = __________ x 360


X3 GE = _____________

! Dada a uniformidade das


vendas e das compras da empresa,
foram utilizados, para o cálculo do PMRE, os
saldos dos estoques finais de balanços.

Comentários relativos a X1 e X2:


Conforme você já viu, índices de atividade não devem ser
analisados individualmente, mas sim em conjunto. Até o momento, o
PMRE indica que na empresa, nos dois períodos analisados, os estoques
levaram praticamente o mesmo número de dias para se renovarem
(76 dias em X1 e 75 dias em X2), determinando uma rotação em torno
de 4,7 vezes.

22 CEDERJ
Atividade 1

11
AULA
Agora faça uma análise e redija um comentário relativo a X3.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Resposta Comentada
Em relação aos anos anteriores, o PMRE de 89 dias em X3 revela uma demora maior de
renovação dos estoques, determinando um giro de 4,0 vezes, mais lento que nos anos X2
e X1.

Memória de cálculo:

PMRE = 43.227 x 360


174.340

PMRE = 89 dias

GE = 360 = 4,0 vezes


89

Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV)

Este índice exprime, em média, quanto tempo a empresa leva


desde o momento das vendas totais de seus produtos ou mercadorias e
o efetivo recebimento do total de suas Duplicatas a Receber, sendo útil
na avaliação de suas POLÍTICAS DE CRÉDITO. POLÍTICAS DE
CRÉDITO
Fórmula:
São grandes linhas
de orientação que
PMRV = Duplicatas a Receber x 360 norteiam o processo
Vendas brutas - Devoluções e abatimentos s/ vendas de decisão de uma
empresa quanto a
ou
créditos oferecidos.
PMRV = Duplicatas a Receber médias x 360
Vendas brutas - Devoluções e abatimentos s/ vendas

O resultado é o número de dias.


Em princípio, quanto menor for o prazo de recebimento de vendas,
melhor para a empresa.
Para empresa vendedora, o ideal é que esse índice seja o mais
baixo possível.
Um PMRV alto pode ser indício de Duplicatas a Receber em atraso
(imobilização de recursos ainda não convertidos em espécie).

CEDERJ 23
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
III - Índices de atividade

Você sabia que o PMRV também é chamado Prazo Médio


de Cobrança (PMC)?

Você sabia que, se todas as vendas da empresa forem


efetuadas à vista, o PMRV é nulo?

As políticas de crédito influenciam os custos e as receitas da


empresa e, conseqüentemente, a rentabilidade, como você pode ver no
quadro a seguir:

POLÍTICAS DE CRÉDITO

MAIS RÍGIDAS MENOS RÍGIDAS


- Menor investimento em Duplicatas - Maior investimento em Duplicatas
a Receber. a Receber.
- Menos perdas com clientes. - Maiores perdas com clientes.
- Vendas e margens brutas menores. - Vendas e margens brutas maiores.

Os prazos de concessão de crédito aos clientes são definidos em


função de:
- política adotada pelos concorrentes;
- características e risco inerentes ao mercado consumidor;
- natureza do produto vendido;
- desempenho da conjuntura econômica;
- giro de ativo, prazo médio de pagamento, prazo médio de
renovação dos estoques etc.

24 CEDERJ
! Um dos objetivos da
administração financeira das empresas
é reduzir ao máximo o PMRV derivado do
financiamento das vendas.
Giro de Duplicatas a Receber (GDR)

11
AULA
Este índice mede a liquidez das Duplicatas a Receber da
empresa.
Fórmula:
GDR = Vendas brutas - Devoluções e abatimentos s/ vendas
Duplicatas a Receber
ou

GDR = 360
PMRV

? Duplicatas a Receber ou
Duplicatas a Receber médias.

O resultado é o número de vezes.


Em princípio, quanto maior for a rotação das Duplicatas a
Receber, melhor para a empresa.

! Baixa rotatividade (maior prazo médio de


recebimento) pode ter, entre outras causas:
- demasiada liberalidade na concessão de créditos;
- deficiências do departamento de cobrança.

Considerações acerca de Duplicatas a Receber, PMRV e GDR:


• O volume de Duplicatas a Receber (vencíveis a curto e a longo
prazo) é determinado em função do montante de vendas (vendas brutas
menos devoluções e abatimentos de vendas) e do prazo concedido
aos clientes.
• Quando as vendas se elevam, cresce também o volume de
duplicatas a receber e vice-versa.
• Políticas de crédito adotadas pela empresa devem ser adequadas
a seu tipo de atividade.
• Concessão de prazos maiores para clientes podem incrementar
vendas.
CEDERJ 25
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
III - Índices de atividade

• Afrouxamento da exigência na análise de risco de crédito para


obtenção de maior fatia de mercado tende a acarretar maior volume de
contas incobráveis e gastos com cobrança.
• Do ponto de vista de análise de risco, o PMRV é do tipo quanto
maior, pior.
• Do ponto de vista de análise gerencial, o GDR é do tipo quanto
maior, melhor.

!
O fato de uma empresa
demorar mais ou menos tempo para
receber suas vendas a prazo pode ser resultado
de vários fatores, tais como: usos e costumes do ramo
de negócios, políticas de crédito, eficiência do serviço de
cobrança, boa liquidez dos clientes etc.
É necessário agir fortemente sobre os fatores que a
empresa pode influenciar, a fim de encurtar
ao máximo possível esse prazo.

Aplicando os índices de prazos médios de recebimento de vendas


e de giro de Duplicatas a Receber na empresa Via Digital S. A, você
encontra:

FÓRMULA ANO CÁLCULO


PMRV = 48.690 x 360 = 77 dias
237.401 - 9.823
X1
GDR = 360 = 4,7 vezes
PMRV = DR x 360 77
Vendas Brutas - Dev. e abat. s/ vendas
PMRV = 41.995 x 360 = 55 dias
294.377 - 19.208
ou X2
GDR = 360 = 6,5 vezes
55
GDR = Vendas Brutas - Dev. e abat. s/ vendas ou 360
DR PMRV
PMRV = _____________ x 360
X3
GDR = ______________

26 CEDERJ
!

11
AULA
Dada a uniformidade das vendas
e das compras da empresa, foram utilizados,
para o cálculo do PMRV, os saldos das Duplicatas a
Receber finais de balanços.

Comentários relativos a X1 e X2:


O PMRV indica que, em X2, a empresa demorou menos dias
para receber suas vendas, se comparado a X1 (55 dias contra 77),
determinando um maior giro das Duplicatas a Receber (6,5 contra
4,7), o que, em princípio, é melhor para a empresa. Isoladamente, a
diminuição do PMRV e uma maior GDR são fatores positivos. Cabe
ressaltar, mais uma vez, que a análise de prazos médios (PMRE, PMRV
e PMPC) deve ser feita em conjunto, assim como os índices de rotação
(GE, GDR e GF).

Atividade 2
Agora faça uma análise e redija um comentário relativo a X3.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Resposta Comentada
O PMRV de 64 dias, em X3, inverteu a tendência de queda no prazo apresentada no ano
anterior. O GDR passou a ser mais lento, renovando as Duplicatas a Receber 5,6 vezes
por ano. Mais explicações podem ser obtidas quando da análise em conjunto dos demais
prazos médios e de rotação.

Memória de cálculo:

PMRV = 53.901 x 360


313.824 - 11.657

PMRE = 64 dias

GDR = 360 = 5,6 vezes


64

CEDERJ 27
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
III - Índices de atividade

Prazo médio de pagamento de compras (PMPC)

Esse indicador mostra os prazos médios que os fornecedores


concedem à empresa para pagamento de suas compras.
Fórmula:
PMPC = Fornecedores x 360
Compras
ou
PMPC = Fornecedores médios x 360
Compras

O resultado é o número de dias.


Para a empresa, o ideal é que o PMPC seja o maior possível.
Em princípio, deve ser superior ao de recebimento, a fim de permitir a
manutenção de um nível de liquidez adequado aos negócios - solidez
financeira. Em caso contrário, a empresa necessitará de capital de giro
adicional para sustentar suas vendas, criando um ciclo vicioso de difícil
rompimento.

Giro de Fornecedores (GF)

Esse quociente indica o número de vezes em que são renovadas


as dívidas com os fornecedores da empresa.

Fórmula:

GE = Compras Brutas - Devoluções e abatimentos s/ compras


Fornecedores

ou GE = 360
PMPC

? Fornecedores ou Fornecedores médios.

O resultado é o número de vezes.


Em princípio, quanto menor for a rotação de Fornecedores, melhor
para a empresa.

28 CEDERJ
!

11
AULA
Você deve ter observado
que a fórmula de cálculo de giro é o
inverso da fórmula de prazos médios.
O inverso de cada prazo operacional é definido por
giro e indica o número de vezes que ocorreu
determinada fase operacional.

Aplicando os índices de prazos médios de pagamento de compras


e de giro de fornecedores na empresa Via Digital S.A, temos:

FÓRMULA ANO CÁLCULO


PMPC = 31.996 x 360 = 86 dias
133.182
X1
GF = 360 = 4,2 vezes
PMPC = Fornecedores x 360 86
Compras Brutas - Dev. e abat. s/ compras
PMPC = 18.518 x 360 = 27 dias
246.396
ou X2
GF = 360 = 13,3 vezes
27
GDR =Compras Brutas - Dev. e abat. s/ compras ou 360
Fornecedores PMPC
PMPC = _____________ x 360
X3
GF = ______________

! Dada a uniformidade das


vendas e das compras desta empresa,
foram utilizados, para o cálculo do PMPC, os saldos
dos Fornecedores finais de balanços.

CEDERJ 29
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
III - Índices de atividade

Comentários relativos a X1 e X2:


O PMPC indica que, em X2, os fornecedores reduziram
drasticamente o prazo para pagamento de suas compras, se comparado
a X1 (27 dias contra 86). Com isso, os fornecedores giraram mais vezes
(13,3). Isoladamente, a diminuição do PMPC é um fator negativo.
Cabe ressaltar, mais uma vez, que a análise de prazos médios deve
ser feita em conjunto (PMRE, PMRV e PMPC).

Atividade 3
Agora, faça uma análise e redija um comentário relativo a X3.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Resposta Comentada
O PMPC de 23 dias, em X3, mostra cada vez mais a redução do prazo de pagamento
concedido à empresa para pagamento de suas obrigações com os fornecedores. Em outras
palavras, a empresa Via Digital S.A. vem pagando suas compras, em média, 23 dias após a
compra de matérias-primas, fazendo com que os fornecedores girassem aproximadamente
16 vezes ao ano.

Memória de cálculo:
PMPC = 24.038 x 360
375.081

PMPC = 23 dias

GE = 360 = 15,7 vezes


23

! Para fins de análise, é


importante que você saiba que quanto
maior for a velocidade de recebimento de vendas
e de renovação de estoques, melhor. Da mesma
forma, quanto mais lento for o pagamento das
compras, desde que não corresponda
a atrasos, melhor.

30 CEDERJ
! O analista deve se preocupar
com as tendências dos índices calculados e
compará-los com os das empresas do setor.
Ainda em relação ao estudo de prazos médios, cabe destacar

11
o Quociente de Posicionamento Relativo (QPR)

AULA
Através desse quociente, o analista verifica a posição relativa da
empresa em termos de liquidez de sua capacidade de pagamento.

Fórmula:
QPR = PMRE + PMRV
PMPC

Quando QPR < 1, a situação é favorável, pois a empresa pode


vender e receber a mercadoria e depois quitá-la junto ao seu fornecedor,
conforme demonstrado a seguir:
Suponha os seguintes dados:
PMRE = 35 dias; PMRV = 40 dias e PMPC = 85 dias.
Calculando o QPR, teríamos:

QPR = 35 + 40
85

QPR = 0,88 -> posição relativa

O QPR de 0,88 mostra que a empresa terá ainda, em média, uma


folga financeira de 10 dias (85 – 75).

Graficamente, teríamos:

0 0,88 1 QPR

QPR = 1: situação favorável; no entanto, não há folga


financeira.
QPR > 1: a situação fica cada vez mais desfavorável, à medida
que se afasta de 1.
Donde se conclui que as empresas deveriam fazer o possível para
tornar o QPR inferior a 1, a fim de garantir uma posição favorável.
O Gráfico a seguir mostra essas situações, teríamos:

+ afastado a + afastado a
esquerda de 1 direita de 1

0 Melhor 1 Pior QPR

Conjugando os três índices de prazos médios (PMRE, PMRV e


PMPC) tem-se uma visão do ciclo operacional e do ciclo financeiro da
empresa.

CEDERJ 31
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
III - Índices de atividade

Ciclo Operacional (CO)

Indica o tempo decorrido desde a aquisição de matérias-primas/


mercadorias até o recebimento das Duplicatas a Receber.
Mostra o prazo de investimento em capital de giro.

Fórmula:
CO = PMRE + PMRV
Legenda:
CO: Ciclo Operacional
PMRE: Prazo médio de renovação de estoques
PMRV: Prazo médio de renovação de vendas

Quanto mais longo for o ciclo operacional, maiores serão as


necessidades de investimento em giro.
A necessidade de capital de giro de uma empresa pode ser
determinada pela diferença entre os investimentos demandados pelo
ciclo operacional e o montante de seus passivos de funcionamento.

! Você viu, em aulas anteriores,


que o passivo de funcionamento
representa os créditos de fornecedores e outras
obrigações como salários a pagar impostos a
recolhe, contas a pagar etc.

Utilizando os dados numéricos da empresa Via Digital S.A,


podemos representar assim os ciclos operacionais em X1, X2 e X3:

CICLO OPERACIONAL EM X1

Compra Vende Recebe

PMRE PMRV
76 dias 77 dias

CO
153 dias

0 30 60 90 120 150 180


dias

32 CEDERJ
Comentários:

11
Em X1, o ciclo operacional é de 153 dias, ou seja, esse é o prazo

AULA
de investimento em capital de giro.

CICLO OPERACIONAL EM X2

Compra Vende Recebe


PMRE PMRV
75 dias 55 dias

CO
130 dias

0 30 60 90 120 150 180


dias

Comentários:
Em X2, ocorre uma redução no ciclo operacional, se comparado
a X1, passando a 130 dias. Tal redução ocorreu principalmente pela
diminuição bastante significativa do PMRV (75 dias para 55 dias). Isto é,
a empresa concedeu menos dias aos seus clientes, o que é bom para ela.

Atividade 4
Agora faça uma análise gráfica do ciclo operacional e redija um comentário relativo
a X3.

CICLO OPERACIONAL EM X3

0 30 60 90 120 150 180 dias

Comentários:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

CEDERJ 33
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
III - Índices de atividade

Resposta

CICLO OPERACIONAL EM X3

Compra Vende Recebe


PMRE PMRV
89 dias 64 dias

CO
153 dias

0 30 60 90 120 150 180


dias

Comentários:
Em X3, o ciclo operacional volta ao mesmo patamar de X1 (153 dias). No entanto, apresenta-
se diferente, pois o estoque está mais lento (de 76 para 89 dias), o que não é bom para a
empresa; para compensar esse prazo maior, a empresa foi obrigada a reduzir seu prazo
de recebimento (de 77 para 64 dias).

Ciclo Financeiro (CF)

É o tempo decorrido entre o momento do pagamento aos


fornecedores e o recebimento pelas vendas efetuadas.

Fórmulas:
CF = PMRE + PMRV – PMPC ou CF = CO - PMPC

Pela leitura das fórmulas, observa-se que o ciclo financeiro é a


diferença entre o ciclo operacional (PMRE + PMRV) e o prazo médio
de pagamento de compras (PMPC).
A análise do ciclo financeiro tem como objetivo verificar o período
em que a empresa pode necessitar de financiamento complementar do
seu ciclo operacional (ou não necessitar, se ela tiver folga financeira).

O ciclo financeiro é também chamado ciclo de caixa.

34 CEDERJ
Como você já viu, o ciclo operacional indica o prazo de investimento

11
em capital de giro. Concomitantemente ao ciclo operacional, ocorre o

AULA
financiamento concedido pelos fornecedores quando da aquisição dos
estoques. Até o pagamento aos fornecedores, a empresa não precisa
se preocupar com o financiamento do seu ciclo operacional, que é
automático.
Se o PMPC for superior ao PMRE, os fornecedores, além de
financiarem totalmente os estoques, financiam parte das vendas.
Graficamente, teríamos:

Ciclo Operacional

Compra Vende Recebe


PMRE PMRV

Paga
PMPC CF

0 30 60 90 120 150 180


dias

Se o PMPC for inferior ao PMRE, os fornecedores financiam


parte dos estoques.
Graficamente, teríamos:

Ciclo Operacional

Compra Vende Recebe


PMRE PMRV

Paga
PMPC CF

0 30 60 90 120 150 180


dias

CEDERJ 35
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
III - Índices de atividade

Neste caso, há necessidade de financiamento do seu ciclo


financeiro. Normalmente, ele é financiado:
a) pelo capital próprio;
b) por recursos de terceiros onerosos (desconto de duplicatas,
outros empréstimos para capital de giro).

Quanto maior o ciclo financeiro, pior para a empresa, porque ela


utilizará maior tempo de financiamento e, conseqüentemente, elevará
seus custos financeiros.

! A boa gestão empresarial


de uma empresa é revelada pela
competência na administração de seus prazos
médios, expressos através do ciclo
financeiro.

Utilizando os dados numéricos da empresa Via Digital S.A.,


podemos representar assim os ciclos financeiros em X1, X2 e X3:

CICLO FINANCEIRO EM X1

CO = 153 dias

PMRE = 76 dias PMRV = 77 dias

PMPC = 86 dias CF = 67 dias

0 30 60 90 120 150 180


dias

Comentários:
EM X1, o PMPC de 86 dias indica que os fornecedores financiam
totalmente os estoques (76 dias) e parte das vendas (10 dias).

36 CEDERJ
11
CICLO FINANCEIRO EM X2

AULA
CO = 130 dias

PMRE = 75 dias PMRV = 55 dias

PMPC = 27 dias CF = 103 dias

0 30 60 90 120 150 180 dias

Comentários:
Em X2, como o PMRE manteve-se praticamente o mesmo de X1, a
redução drástica do PMPC indica que os fornecedores financiaram apenas
parte do estoque (27 dias), acarretando a necessidade de a empresa obter
financiamentos para o prazo restante em que os estoques permanecem
nela e para financiamento de suas vendas.

CONCLUSÃO

Nesta aula, você teve oportunidade de aplicar indicadores que


revelam a velocidade com que certos elementos patrimoniais (Estoques,
Duplicatas a Receber e Fornecedores) são renovados durante certo
período de tempo.
Aprendeu também que, para aplicar os quocientes de atividade, é
necessário utilizar tanto o Balanço Patrimonial quanto a Demonstração
do Resultado do Exercício.
Você percebeu que é importante conjugar esses indicadores com
outros já apresentados nos índices de liquidez, além de não desconsiderar
a relevância da comparação desses quocientes com os índices-padrão de
outras empresas do mesmo ramo de atividade.

CEDERJ 37
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
III - Índices de atividade

Atividade Final
Agora faça uma análise gráfica do ciclo financeiro e redija um comentário relativo a X3.

CICLO FINANCEIRO EM X3

0 30 60 90 120 150 180 dias

Comentários:
_______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Resposta

CICLO FINANCEIRO EM X3

CO = 153 dias

PMRE = 89 dias PMRV = 64 dias

PMPC = 23 dias CF = 130 dias

0 30 60 90 120 150 180


dias

Comentários:
O ciclo financeiro de X3 é o pior da série histórica analisada. Um PMRE de 89 dias e um PMPC
de apenas 23 dias, além de concederem mais prazo aos seus clientes, obrigam a empresa
a utilizar maior volume de financiamento e, conseqüentemente, a ter maiores custos
financeiros.

38 CEDERJ
!

11
AULA
Na análise dos índices de atividade,
é de fundamental importância que o analista tenha
conhecimento da qualidade dos elementos patrimoniais (existem
estoques obsoletos? Créditos duvidosos? Duplicatas a Receber e
Fornecedores em atraso? etc.). Se não detectados, o resultado
da análise revela-se extremamente enganoso.

!
ÍNDICE
O analista externo deve tomar muito
cuidado na análise dos prazos médios, devendo utilizá-la
somente quando souber que o ramo de atividade oferece
razoável regularidade.

QUADRO RESUMO SOBRE OS ÍNDICES DE ATIVIDADE

FÓRMULA INDICA
Quantos dias a empresa
INTERPRETAÇÃO

Estoques x 360 Quanto maior,


PMRE demora para girar seus
CPV pior.
estoques.

DR x 360 Quantos dias a empresa


Quanto maior,
PMRV Vendas Brutas - Dev. leva para receber de seus
e abat. s/ vendas pior.
clientes.

Fornecedores x 360 Quantos dias a empresa


Quanto maior,
PMPC Compras Brutas - Dev. tem para pagar a seus
e abat. s/ compras melhor.
fornecedores.
Nº de vezes que o
CPV Quanto maior,
GE estoque se renova no
Estoques melhor.
período.
Vendas Brutas - Dev. Nº de vezes que as
Quanto maior,
GDR e abat. s/ vendas Duplicatas a Receber se
melhor.
DR renovam no período.
Nº de vezes que
Fornecedores as dívidas com Quanto menor,
GF Compras Brutas - Dev.
e abat. s/ compras fornecedores se renovam melhor.
no período.
Posição relativa da Quanto mais
empresa em termos próximo de zero
PMRE + PMRV
QPR de liquidez de sua e menor que 1,
PMPC
capacidade de a posição é mais
pagamento. favorável.

CEDERJ 39
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
III - Índices de atividade

Para efeitos didáticos nesta aula, optou-se, primeiramente, por dar


uma visão dos índices de atividade e dos ciclos operacional e financeiro
individualmente e ano a ano. Na Aula 15 será feita uma análise dos índices
de atividade em conjunto, comparando com os do setor em que atua.

RESUMO

Os índices de atividade representam uma categoria de Análise por


Quocientes de grande importância para os analistas interno e externo.
Combinando ou conjugando elementos patrimoniais (BP) e de resultado
(DRE), os quocientes de atividade revelam a velocidade ou o giro da
empresa para receber suas vendas, pagar a seus fornecedores e renovar
seus estoques.
Esses indicadores também seguem os índices-padrão recomendados por
cada atividade empresarial, como já foi visto em outros quocientes.

40 CEDERJ
11
AULA

CEDERJ 41
12
AULA
Práticas sobre
índices de atividade
Metas da aula
Aplicar a técnica de Análise por
Quocientes na modalidade denominada
indicadores de atividade e interpretar tais
índices.
objetivos

Após o desenvolvimento das atividades propostas


nesta aula, esperamos que você esteja apto a:

identificar a importância dos indicadores


1
de atividade;

2 dominar a utilização dos indicadores


de atividade;

interpretar os resultados dos quocientes


3 de atividade, sinalizando algumas conclusões
sobre eles;

Pré-requisitos
Um bom conhecimento dos conteúdos de
Contabilidade I e II será necessário para a
realização das atividades propostas. Além
disso, a utilização de uma calculadora
facilitará sensivelmente a resolução
das questões.
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade

INTRODUÇÃO Nesta aula, você terá oportunidade de aplicar, no Balanço Patrimonial e na


Demonstração do Resultado do Exercício, uma outra modalidade de Análise
por Quociente – os índices de atividade.
Através de exercícios de múltipla escolha e de desenvolvimento prático, você
será capaz de sugerir algumas conclusões sobre a situação financeira das
empresas.

Atividade 1
Os índices de atividade têm como objetivo:
a) ( ) conhecer a política de compra e venda adotada pela empresa;
b) ( ) constatar a eficiência com que os recursos em Estoques, Duplicatas a
Receber e Fornecedores estão sendo administrados;
c) ( ) identificar as necessidades de investimento em giro;
d) ( ) todas as opções estão corretas.

Resposta Comentada
A resposta é a opção d, ou seja, todas as alternativas estão corretas.
Para resolução desta atividade, você deverá ter-se relembrado dos conceitos
relativos à técnica de Análise por Quocientes referentes aos indicadores de
atividade, estudados na Aula 11.

Atividade 2
Quociente de atividade corresponde a:
a) ( ) rotação e prazo médio;
b) ( ) índice de liquidez corrente;
c) ( ) endividamento total;
d) ( ) garantia aos capitais de terceiros.

Resposta Comentada
A opção correta é a a: rotação e prazo médio, uma vez que estes indicadores
são também conhecidos como de rotação (quando expressos em número de
vezes) ou de prazo médio (quando expressos em período de tempo – dia, mês
e ano).
A opção b representa índice de liquidez, e as opções c e d representam índices
de estrutura.

42 CEDERJ
Atividade 3

12
AULA
Faça a correlação:
1) Prazo médio de recebimento de vendas (
) Indica, em média, quantos dias
empresa demora para pagar suas
compras.
2) Giro de Duplicatas a Receber ( ) Indica o número de vezes em
que são renovadas as dívidas com
fornecedores.
3) Prazo médio de pagamento de compras ( ) Indica, em média, quantos dias
a empresa leva para vender seus
estoques.
4) Giro de estoques ( ) Indica o número de vezes em que os
estoques são renovados.
5) Prazo médio de renovação de estoques ( ) Indica, em média, quantos dias a
empresa espera para receber suas
vendas.
6) Giro de fornecedores ( ) Mede a liquidez das duplicatas a
receber.

Resposta
3, 6, 5, 4, 1 e 2.

Resposta Comentada
É importante que você saiba o significado de cada índice. Se sobressaírem
dúvidas, releia a Aula 11.

Atividade 4
Faça a correlação:
1) PMRV ( ) 360
PMRV
2) GDR ( ) Estoques médios x 360
CPV
3) PMRE ( ) 360
PMPC
4) GE ( ) DR médias x 360
Vendas Brutas - Dev. e abat. s/ vendas
5) PMPC ( ) 360
PMRE
6) GF ( ) Fornecedores médios x 360
Compras Brutas - Dev. e abat. s/ compras

CEDERJ 43
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade

!
O correto tecnicamente é utllizar no
denominador da fórmula PMRV, o valor das Vendas Brutas
deduzida das devoluções e abatimentos s/ vendas. No entanto, em alguns
exercícios é comum a utilização somente do valor das Vendas Brutas ou
das vendas, quando não é informado o valor das devoluções e
abatimentos s/ vendas.

! O mesmo ocorre no PMPC. Ao invés de utilizar


compra brutas deduzidas de Devoluções e abatimento s/ compras,
adotam em alguns casos compras brutas ou compras, quando não é
informado o valor das devoluções e abatimentos s/ compras.

Legenda:
DR: Duplicatas a Receber
CPV: Custo dos Produtos Vendidos
GE: Giro de Estoques
GDR: Giro de Duplicatas a Receber
GF: Giro de Fornecedores
PMRE: Prazo médio de renovação de estoques
PMRV: Prazo médio de recebimento de vendas
PMPC: Prazo médio de pagamento de compras

Resposta
2, 3, 6, 1, 4 e 5.

Resposta Comentada
Como você já viu em aulas passadas, o estudo dos indicadores financeiros divide-se
em duas etapas:
1ª etapa: cálculo dos índices através das fórmulas;
2ª etapa: interpretação dos índices, nas suas três formas comparativas:
a. pelo seu significado intrínseco
b. pela análise temporal
c. pela análise interempresarial. De modo a formar conceito sobre o índice : se bom,
razoável, ruim etc.

44 CEDERJ
12
Os índices de atividade têm uma particularidade: eles devem ser analisados em

AULA
conjunto, nunca individualmente. Assim como os demais índices, eles deverão ser
comparados com os índices médios do setor em que a empresa analisada se enquadra,
com os de outras categorias de índices (principalmente os de liquidez e rentabilidade)
e com os índices de atividade de anos anteriores.
As fórmulas são necessárias para atender à 1ª etapa do estudo dos indicadores
financeiros. Ainda nesta aula, você irá utilizar-se da outra etapa mencionada.
Quanto às fórmulas referentes ao giro ou rotação, alguns autores utilizam o inverso das
fórmulas de prazos médios, conforme demonstrado a seguir:

CPV Vendas (*) Compras (*)


GE = GDR = GF =
Estoques Médios DR Médias Fornecedores Médios

Vendas * : Vendas Brutas - Devoluções e abatimentos s/ vendas


Compras *: Compras Brutas - Devoluções e abatimentos s/ compras

Nas expressões de cálculo


dos índices de atividade apresentadas,
considerou-se o uso de média dos estoques, dos

!
valores a receber e dos valores a pagar.
Para o analista interno, o cálculo da média é baseado nos 12
valores mensais constantes do exercício social (pois ele tem facilidade
de obtenção dos dados em bases mensais).
Já o analista externo, por não ter os dados mensais disponíveis, geralmente,
calcula os valores médios pela média aritmética simples dos valores extremos
dos balanços patrimoniais (saldo inicial mais saldo final, dividido por 2).

Valores médios = EI + EF
2

Legenda:
EI: Estoque inicial (representa o saldo do exercício anterior);
EF: Estoque final (representa o saldo do
exercício atual).

CEDERJ 45
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade

!
Atividade 5
Quando as vendas e compras são
uniformes durante o exercício trabalha-se
com os saldos finais de balanços.

Sabendo que o Custo das Mercadorias Vendidas totaliza R$ 106.176,00 e que o


Estoque médio totaliza R$ 6.400,00, o prazo médio de renovação de estoques de
mercadorias é de:
a) ( ) 24 dias b) ( ) 9 dias
c) ( ) 22 dias d) ( ) 35 dias

Resposta Comentada
A opção correta é a c, isto é, 22 dias.
Esta atividade exige a utilização da primeira etapa do estudo dos indicadores
financeiros, ou seja, o cálculo dos índices de prazos médios.
Na empresa comercial, o PMRE é calculado pela seguinte fórmula:

PMRE = Estoques médios x 360


CMV

PMRE = 6.400 x 360


106.176

PMRE = 22 dias, aproximadamente.

46 CEDERJ
6

12
Atividade

AULA
Sabendo que o CMV é igual a R$ 400.000,00 e o PMRE é igual a 135 dias, calcule o
valor de Estoques.

Resposta
R$ 150.000,00

Resposta Comentada
Na resolução desta atividade, você deve ter utilizado a 1ª etapa do estudo dos
indicadores financeiros – o cálculo dos índices.
Nas empresas comerciais, a fórmula para apurar o PMRE é a seguinte:

PMRE = Estoques médios x 360


CMV
135 = Estoques médios x 360
400.000,00

54.000.000 = 360 Estoques


Estoques = R$ 150.000,00

Atividade 7
Se o PMRE da empresa Mesquita for de 45 dias, você pode concluir que:
a) ( ) para um estoque médio de R$ 50.000,00, o custo dos produtos vendidos será
de R$ 80.000,00;
b) ( ) para um custo de produtos vendidos de R$ 500.000,00, o estoque médio
necessário será de R$ 100.000,00;
c) ( ) para um estoque médio de R$ 30.000,00, o custo dos produtos vendidos será
de R$ 240.000,00;
d) ( ) N.R.A.

Resposta Comentada
A opção correta é a c, isto é, para um estoque médio de R$ 30.000,00, o custo
dos produtos vendidos será de R$ 240.000,00. A resolução desta atividade
também requer o uso da 1ª etapa do estudo dos indicadores financeiros – o
cálculo dos índices.
Na empresa industrial, o PMRE é apurado através da fórmula:

PMRE = Estoques médios x 360


CPV

CEDERJ 47
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade

Aplicando a fórmula do PMRE com os dados de cada opção, você verificará


qual delas é a correta (a interrogação indica o valor que você deve conferir
se está correto pelo uso da fórmula do PMRE).

Opção a Opção b Opção c


PMRE = 45 dias PMRE = 45 dias PMRE = 45 dias
Estoque = 50.000,00 Estoque = 100.000 ? Estoque = 30.000,00
CPV = 80.000 ? CPV = 500.000 CPV = 240.000 ?
PMRE = Est médios x 360 PMRE = Est médios x 360 PMRE = Est médios x 360
CPV CPV CPV
45 = 50.000 x 360 45 = Est médios x 360 45 = 30.000 x 360
CPV 500.000 CPV
45 CPV = 18.000.000 22.500.000 = 360 Est. médios 45 CPV = 10.800.000
CPV = 18.000.000 Est médios =22.500.000 CPV =
10.800.000
45 360 45
CPV = 400.000 Est médios = 62.500 CPV = 240.000

Pelos resultados apurados, a opção correta é a c.


Est. = Estoques

Atividade 8
Sabendo-se que a empresa Itaguaí possuía um Estoque de R$ 27.000,00 em 01/01/X3,
que as compras totalizaram R$ 51.000,00 para o período de 01/01/X3 a 31/12/X3, e
que o Estoque em 31/12/X3 era de R$ 33.000,00, pode-se deduzir que:
a) ( ) o custo das vendas foi de R$ 45.000,00;
b) ( ) o prazo médio de renovação de estoques foi de 240 dias;
c) ( ) o custo das vendas foi de R$ 15.000,00;
d) ( ) as opções a e b estão corretas.

Resposta Comentada
A opção d é a correta, isto é, as opções a e b estão corretas. Na resolução desta
atividade, você utilizou a 1ª etapa do estudo dos indicadores financeiros – o
cálculo dos índices.
O valor do custo das vendas foi obtido através da fórmula:
Custo das vendas = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final
Custo das vendas = 27.000 + 51.000 – 33.000 = 45.000

48 CEDERJ
12
Para calcular o PMRE, utiliza-se a seguinte fórmula:

AULA
Estoques médios x 360
PMRE =
Custo das Vendas

27.000 + 33.000
Estoques médios =
45.000

Estoques médios = 30.000

PMRE = 30.000 x 360


45.000

PMRE = 240 dias

Dependendo do tipo de
empresa, a expressão Custo das Vendas é

!
assim denominada:

EMPRESA
DISCRIMINAÇÃO
COMERCIAL INDUSTRIAL SERVIÇOS
Custo das Vendas CMV CPV CSP

Legenda:
CMV: Custo das mercadorias vendidas
CPV: Custo dos produtos vendidos
CSP: Custo dos serviços prestados

Você viu, na Aula 11, que


o PMRE é apurado por meio das

!
seguintes fórmulas:

a) PMRE = Estoques x 360


Custos das vendas

quando os valores dos estoques são uniformes durante o exercício. Ou

b) Estoques médios x 360


PMRE =
Custos das vendas

quando os valores dos estoques não são uniformes, isto é, sofrem pequenas
oscilações durante o exercício.
No caso de ocorrer grandes oscilações de estoques em determinada
época do ano, o índice de PMRE apurado pela média aritmética
dos estoques iniciais e finais poderá estar completamente
distorcido. Neste caso a análise do PMRE não
é adequada, porque não reflete a
realidade.

CEDERJ 49
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade

Atividade 9
A empresa Natividade apresenta um índice de rotação de “3,6x”. Podemos afirmar
que os estoques ficam parados nas prateleiras, em média, durante:
a) ( ) 3 anos e seis meses
b) ( ) 3,6 anos
c) ( ) 100 dias
d) ( ) 3,6 meses, ou 108 dias

Resposta Comentada
A opção c é a correta, ou seja, 100 dias.
Na resolução desta atividade, você utilizou a 1ª etapa do estudo dos indicadores
financeiros – cálculo dos índices.
Você sabe que o índice de rotação ou de giro é apurado através das seguintes
fórmulas:
CPV ou 360
GE = GE =
Estoques médios PMRE

Com os dados do enunciado, aplica-se a fórmula:


GE = 360
PMRE
3,6 = 360
PMRE

3,6 PMRE = 360

PMRE = 360
3,6
PMRE = 100 dias

50 CEDERJ
Atividade 10

12
AULA
O quociente de rotação de estoques de 5,0 significa:
a) ( ) o número de vezes de rotação que o estoque foi inteiramente revendido e
novamente adquirido;
b) ( ) o número de vezes que o estoque foi novamente adquirido sem ter sido
vendido;
c) ( ) que o volume do estoque médio se renovou em 72 dias;
d) ( ) as opções a e c estão corretas.

Resposta Comentada
A opção d é a correta, ou seja: as opções a e c estão corretas.
Para responder a esta atividade, você deverá verificar cada opção proposta.

A opção a: verdadeira.
Você viu na Aula 11 que o índice giro de estoque ou rotação de estoque indica
o número de vezes que o estoque é renovado ao longo do período. Para
renovar o estoque, ele tem de ser vendido (no caso de mercadorias ou produtos
acabados) e adquirido novamente. No caso de matérias-primas, elas têm de
ser consumidas e depois novamente adquiridas.

Opção b: falsa.
Conforme explicado na opção a, para renovar o estoque, ele tem de ser vendido
e novamente adquirido, o que não é dito na opção b: o estoque foi novamente
adquirido sem ter sido vendido.

Opção c: verdadeira.
O giro de rotação de 5,0 significa que o estoque se renovou, em média, 72 dias,
conforme demonstrado a seguir:
360
GE =
PMRE
5,0 = 360
PMRE

5,0 PMRE = 360

360
PMRE =
5
PMRE = 72 dias

Opção d: verdadeira.
Você viu que tanto a opção a como a c estão corretas; portanto, esta é a
resposta desta atividade.

CEDERJ 51
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade

Atividade 11
A empresa Deodoro relatou, em suas demonstrações contábeis de X1 e X2, as
seguintes informações:

DISCRIMINAÇÃO X1 X2
Vendas Brutas 1.200.000
Custo das Mercadorias Vendidas 750.000
Duplicatas a Receber 56.000 72.000
Estoque de Mercadorias 160.000 250.000

O PMRE para X2 da empresa em questão era de _____________ dias.


O PMRV para X2 da empresa em questão era de _____________ dias.

Resposta Comentada
Aplicando as fórmulas do PMRE e PMRV você obterá:
PMRE = Estoques médios x 360
CMV
EI + EF
EM =
2
EM = 160.000 + 250.000
2

EM = 205.000

PMRE = Estoques médios x 360


CMV

205.000 x 360 = 98.40 dias


PMRE =
750.000

Legenda:
EI: Estoque inicial (representa o saldo do exercício anterior).
EF: Estoque final (representa o saldo do exercício atual).

52 CEDERJ
! O saldo do Estoque inicial é o
saldo final do exercício anterior, ou seja,
EI = EF do exercício anterior.
12
Duplicatas a Receber médias x 360

AULA
PMRV =
Vendas
DRI + DRF
DRM =
2
56.000 + 72.000
DRM =
2

DRM = 64.000

64.000 x 360 = 19,20 dias


PMRV =
1.200.000

Concluindo: o PMRE, para X2, da empresa em questão era de, aproximadamente,


98 dias, enquanto o PMRV era de, aproximadamente, 19 dias.

Legenda:
DRI: Duplicatas a Receber (representa o saldo do exercício anterior).
DRF: Duplicatas a Receber (representa o saldo do exercício atual).

! O saldo de Duplicatas a Receber


inicial é o saldo final do exercício anterior, ou
seja, DRI = DRF do exercício anterior.

! Vide comentários da Atividade 4 a


respeito da fórmula de PMRV.

CEDERJ 53
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade

Atividade 12
Sabendo-se que o Estoque médio, para X7, da empresa Aurora era de R$108.000,00,
e que a empresa demora, em média, 90 dias para vender seus estoques e 60 dias
para recebê-los, e que o Custo das Vendas representa 60% das Vendas. Qual será o
valor médio das Duplicatas a Receber?

Resposta Comentada
Aplicando o PMRE, você terá:
Estoques médios x 360
PMRE =
Custo das Vendas
108.000 x 360
90 =
Custo das Vendas

90 Custo das Vendas = 38.880.000

Custo das Vendas = 38.880.000


90
Custo das Vendas = 432.000

Sendo o Custo das Vendas = 60% das Vendas, as Vendas serão de:
Custo das Vendas = 0,60 Vendas
432.000 = 0,60 Vendas

432.000
Vendas =
0.60
Vendas = 720.000

Sendo o PMRV de 60 dias, aplicando a fórmula de PMRV, você obterá o valor


das Duplicatas a receber:

Duplicatas a Receber médias x 360


PMRV =
Vendas
Duplicatas a Receber médias x 360
60 =
720.000

43.200.000 = 360 Duplicatas a Receber médias

!
Duplicatas a Receber médias = 43.200.000
360

Duplicatas a Receber médias = 120.000


Vide comentários da
Atividade 4 a respeito da fórmula
de PMRV.

54 CEDERJ
Atividade 13

12
AULA
Calcule e interprete os quocientes de rotação de Contas a Receber e os prazos
médios de cobrança relativos a X6 e X7, a partir dos dados a seguir:

DISCRIMINAÇÃO X6 X7
Contas a Receber em 31/12 928.072 849.308
Vendas Brutas no ano 4.454.340 3.320.331
Devoluções e abatimentos s/ vendas 62.446 32.748

Resposta
DISCRIMINAÇÃO X6 X7
GDR
GDR = GDR =

PMRV PMRV = x 360 PMRV = x 360

Comentários

_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________

Resposta Comentada
Nesta atividade, você utilizou a primeira etapa do estudo dos indicadores, isto é,
o cálculo dos índices de atividade através das fórmulas:

ANO
FÓRMULA
X6 X7

GDR = 4.454.340 - 62.446 GDR = 3.320.331 - 32.748


928.072 849.308

GDR = Vendas*
DR

GDR = 4.391.894 = 4,73 GDR = 3.287.583 = 3,87


928.072 849.308

PMRV = 928.072 x 360 PMRV = 849.308 x 360


4.391.894 3.287.583

PMRV = DR x 360
Vendas*

PMRV = 76 dias PMRV = 93 dias

(*) Vendas = Vendas brutas – devoluções e abatimentos s/ vendas

CEDERJ 55
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade

Comentários:
No exercício de X7, o giro e Duplicatas a Receber foi 3,87 vezes mais lento,
se comparado ao ano anterior, em decorrência da dilatação de seu prazo de
recebimento ter passado de 76 para 93 dias.

! Nesta atividade, você não


precisou utilizar valores médios na
fórmula, pois não foi fornecido o saldo final de
X5; você pressupôs que os saldos finais de X6 e X7
representam os valores médios durante os exercícios,
ou seja, compras e vendas uniformes, sem
grandes oscilações nos períodos.

! Dependendo do plano de
contas da empresa, os valores a receber
provenientes das vendas a prazo podem ser
contabilizados nas seguintes contas: Duplicatas a
Receber, Contas a Receber ou Clientes.

56 CEDERJ
Atividade 14

12
AULA
A empresa comercial Paraíba do Sul apresentou os seguintes dados extraídos do
Razão:

DISCRIMINAÇÃO R$ MIL
Compras de Mercadorias 20.000
Fretes e Seguros sobre compras 1.000
Devoluções e Abatimentos sobre compras 1.600
Estoque de Mercadorias em 01/01/X1 8.000
Estoque de Mercadorias em 31/01/X1 8.200
Estoque de Mercadorias em 28/02/X1 8.600
Estoque de Mercadorias em 31/03/X1 6.400
Estoque de Mercadorias em 30/04/X1 8.600
Estoque de Mercadorias em 31/05/X1 9.000
Estoque de Mercadorias em 30/06/X1 7.800
Estoque de Mercadorias em 31/07/X1 5.000
Estoque de Mercadorias em 31/08/X1 6.300
Estoque de Mercadorias em 30/09/X1 10.000
Estoque de Mercadorias em 31/10/X1 10.400
Estoque de Mercadorias em 30/11/X1 10.800
Estoque de Mercadorias em 31/12/X1 11.400

Calcular o prazo médio de renovação de estoques e o giro de estoques.

Resposta Comentada
PMRE = 192 dias
GE = 1,88 vez
A diferença entre a resolução desta atividade e a das outras resolvidas
anteriormente diz respeito às fórmulas utilizadas.
Nesta atividade, o analista teve acesso aos valores dos estoques em bases
mensais, o que lhe possibilitou calcular o estoque médio, conforme demonstrado
a seguir:
EM = EI + E2 + E3 +... + E12
12
8.200 + 8.600 + 6.400 + 8.600 + 9.000 + 7.800 + 5.000 + 6.300 + 10.000 + 10.400 + 10.800 + 11.400
EM =
12
EM = 102.500
12
EM = 8.541,67

Como você sabe, o PMRE de uma empresa comercial é calculado pela seguinte fórmula:

Estoques médios x 360


PMRE =
CMV

CEDERJ 57
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade

Como o CMV não foi fornecido, o passo seguinte é apurá-lo assim:

CMV = EI + Compras – EF

O valor de Compras representa o valor das Compras líquidas, isto é, todos os


valores que alterem o valor das Compras (para mais ou para menos).

Compras líquidas = Compras + Fretes e seguros sobre compras – Devoluções


e abatimentos sobre Compras.
Compras líquidas = 20.000 + 1.000 – 1.600
Compras líquidas = 19.400

Substituindo o valor de Compras líquidas na fórmula, temos


CMV = 8.000 + 19.400 – 11.400
CMV = 16.000

Substituindo o valor de CMV na fórmula do PMRE, temos


Estoques médios x 360
PMRE =
CMV
8.541.87 x 360
PMRE =
16.000

PMRE = 192 dias

Para o cálculo do giro de Estoques, a fórmula é a seguinte:

GE = 360
PMRE
Substituindo o valor do PMRE, tem-se
360
192
GE = 1,88 vez A utilização dos saldos
finais de balanços para o cálculo
dos índices de atividades só deve ser feita

!
em empresas que tenham compras e vendas
uniformes no período e atuem em uma economia de
baixa inflação. Em caso contrário, os valores apurados
serão distorcidos.
Repare que, nesta atividade, os valores finais de estoques
mês a mês sofrem variações; portanto, deve-se apurar o
valor médio dos estoques pela média dos
12 meses do exercício.
Numa economia inflacionária, os índices de
atividades só têm valor quando apurados com os
demonstrativos financeiros ajustados para
uma mesma base (inflacionado ou
deflacionado).

58 CEDERJ
Atividade 15

12
AULA
A empresa comercial Maricá Ltda. obteve, no quarto trimestre de X3, um faturamento
de R$ 1.200,00, conforme discriminado a seguir:

40 TRIMESTRE
DISCRIMINAÇÃO
OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO
Vendas 600,00 400,00 200,00

Sabendo-se que o saldo de Duplicatas a Receber, em 31 de dezembro de X3, foi de


R$ 800,00, podemos afirmar que o prazo médio de recebimento de vendas é de,
aproximadamente:
a) ( ) 60 dias
b) ( ) 45 dias
c) ( ) 120 dias
d) ( ) 70 dias

Resposta Comentada
A opção a é a correta, ou seja, 60 dias.
Na resolução desta atividade, você utilizou a 1ª etapa do estudo dos indicadores
financeiros – o cálculo dos índices.
A fórmula para apurar o PMRV é a seguinte:
DR médias x 360
PMRV =
Vendas

A fórmula do PMRV é multiplicada por 360 dias, pois se refere ao tempo de


duração do exercício. Nesta atividade, o período é de 90 dias; portanto, a fórmula
é multiplicada por 90 em vez de 360.
800 x 90
PMRV =
1.200
PMRV = 60 dias

! Quando o enunciado não informa


os valores das vendas brutas, e nem de Devoluções e
abatimentos s/ vendas, trabalha-se na fórmula com o
valor das vendas.

CEDERJ 59
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade

Atividade 16
Com relação ao giro das Duplicatas a Receber, identifique a afirmativa correta.
a) ( ) Um crescimento neste indicador denota maior demora no recebimento das
vendas a prazo.
b) ( ) Quanto maior for este indicador, mais rapidamente a empresa recebe suas
duplicatas a receber.

Resposta Comentada
A opção b é a correta, ou seja, quanto maior for este indicador, mais rapidamente
a empresa recebe suas Duplicatas a Receber.
Você viu, na Aula 11, que o quociente de Giro de Duplicatas a Receber mede a
liquidez das duplicatas a receber da empresa.
Quanto menor o PMRV, maior será o giro das Duplicatas a Receber, conforme
demonstrado a seguir, por exemplo, para 30 dias ou 45 dias.

PMRV = 30 dias PMRV = 45 dias

GDR = 360 GDR = 360


PMRV PMRV

GDR = 360 GDR = 360


30 45

GDR = 12,0 vezes GDR = 8,0 vezes

Atividade 17
A empresa comercial Bom Jesus apresentou, nos três últimos exercícios sociais, os
seguintes quocientes de Giro de Duplicatas a Receber: 1,5; 2,3 e 2,8.
Analisando estes quocientes, podemos concluir que:
a) ( ) a empresa está diminuindo o volume de vendas;
b) ( ) o prazo médio de recebimento de Duplicatas a Receber está diminuindo;
c) ( ) a empresa está concedendo aos clientes maior prazo de pagamento;
d) ( ) os fornecedores da empresa estão concedendo maior prazo de pagamento.

Resposta Comentada
A opção b é a correta, ou seja, o prazo médio de recebimento de Duplicatas a
Receber está diminuindo.
Conforme os comentários da Atividade 16, quanto maior o giro de Duplicatas a
Receber, menor o prazo de recebimento.
Utilizando os giros do enunciado, apura-se o PMRV, para confirmar esta
afirmativa.

60 CEDERJ
12
AULA
GDR = 1,5 GDR = 2,3 GDR = 2,8

GDR = 360 GDR = 360 GDR = 360


PMRV PMRV PMRV

1,5 = 360 2,3 = 360 2,8 = 360


PMRV PMRV PMRV

1,5 PMRV = 360 2,3 PMRV = 360 2,8 PMRV = 360

PMRV = 360 PMRV = 360 PMRV = 360


1,5 2,3 2,8

PMRV = 240 dias PMRV = 157 dias PMRV = 129 dias

Observe que, a cada ano, a empresa está oferecendo prazos de recebimento


menores a seus clientes.

Atividade 18
Os prazos médios de recebimento de vendas nos exercícios de X1, X2 e X3 eram de
60, 75 e 85 dias, respectivamente; no mesmo período, os prazos de pagamento a
fornecedores foram de 70, 60 e 45 dias. Em princípio, a posição mais adequada para
a empresa seria a correspondente à:
a) ( ) do exercício de X1
b) ( ) do exercício de X2
c) ( ) do exercício de X3
d) ( ) dos exercícios de X1 e X2
e) ( ) dos exercícios de X1 e X3
f) ( ) dos exercícios de X2 e X3
g) ( ) de nenhum dos exercícios em questão

Resposta Comentada
A opção a é a correta, isto é, do exercício de X1.
Em princípio, a empresa terá uma posição mais adequada, quando o PMRV for
menor do que o PMPC.
Vejamos:

EXERCÍCIO PMRV PMPC PMRV > PMPC PMRV < PMPC


X1 60 dias 70 dias - 10 dias
X2 75 dias 60 dias 15 dias -
X3 85 dias 45 dias 40 dias -

CEDERJ 61
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade

Interpretando a tabela anterior, em princípio, a posição mais adequada seria a


correspondente à do exercício X1 (folga financeira de 10 dias).
Graficamente, teríamos:

X1 X2 X3
PMRV = 60 dias PMRV = 75 dias PMRV = 85 dias

PMPC = 70 dias PMPC = 60 dias PMPC = 45 dias

folga de 10 dias

Atividade 19

EMPRESA
DISCRIMINAÇÃO
ALFA BETA ZETA
Prazo médio de renovação de estoques 60 dias 90 dias 30 dias
Prazo médio de recebimento de vendas 85 dias 30 dias 50 dias
Prazo médio de pagamento de compras 70 dias 80 dias 60 dias

Marque com um X as questões a seguir:


a)Em qual das empresas os estoques ficam mais tempo parados na prateleira?
Alfa Beta Zeta

b) Qual das empresas concede maior prazo de recebimento a seus clientes?

Alfa Beta Zeta

c) A qual das empresas os fornecedores concedem menor prazo de pagamento?

Alfa Beta Zeta

d) Qual das empresas tem o maior ciclo operacional?

Alfa Beta Zeta

e) Qual das empresas tem o maior ciclo financeiro?

Alfa Beta Zeta

62 CEDERJ
12
Resposta Comentada

AULA
Interpretando os prazos fornecidos e os valores apurados dos ciclos, você
responderá que:
a) a empresa Beta apresenta o maior PMRE: 90 dias.
b) a empresa Alfa apresenta o maior PMRV: 85 dias.
c) a empresa Zeta apresenta o menor PMPC: 60 dias.
d) a empresa Alfa apresenta o maior CO: 145 dias.
e) a empresa Alfa apresenta o maior CF: 75 dias.

Memória de Cálculo:
EMPRESA
DISCRIMINAÇÃO
Alfa Beta Zeta
Ciclo operacional CO = 60 + 85 CO = 90 + 30 CO = 30 + 50
CO = PMRE + PMRV CO = 145 dias CO = 120 dias CO = 80 dias
Ciclo financeiro CF = 145 – 70 CF = 120 – 80 CF = 80 – 60
CF = CO - PMPC CF = 75 dias CF = 40 dias CF = 20 dias

Atividade 20
Se a relação Compras/Fornecedores da empresa Bom Jardim apresentasse em
exercícios sociais sucessivos os índices de 5,0, 7,0 e 9,0, teríamos de concluir que:
a) ( ) A empresa está concedendo maiores prazos a seus clientes.
b) ( ) Os prazos concedidos pelos fornecedores estão sendo dilatados.
c) ( ) As compras da empresa vêm diminuindo acentuadamente.
d) ( ) As vendas da empresa estão sendo muito reduzidas; por isso, qual seu
volume de compras a prazo também diminuiu.
e) ( ) Os financiamentos de fornecedores estão sendo concedidos a prazos
menores.

Resposta Comentada
A opção e é a correta, ou seja, os financiamentos de fornecedores estão sendo
concedidos a prazos menores.
Conforme você viu na Aula 11, a relação Compras representa a fórmula de GF.
Fornecedores
Essa fórmula significa o número de vezes em que são renovadas as dívidas com
os fornecedores da empresa.
Quanto maior for a rotação de Fornecedores, pior para a empresa, pois os
fornecedores estarão oferecendo menor prazo para o pagamento da dívida.
Através da outra fórmula de GF, você pode determinar o PMPC, conforme
demonstrado a seguir:

CEDERJ 63
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade

GF = 5,0 GF = 7,0 GF = 9,0

GF = 360 GF = 360 GF = 360


PMPC PMPC PMPC

360 360 360


5,0 = 7,0 = 9,0 =
PMPC PMPC PMPC

5,0 PMPC = 360 7,0 PMPC = 360 9,0 PMPC = 360

360 360 360


PMPC = PMPC = PMPC =
5,0 7,0 9,0

PMPC = 72 dias PMPC = 51 dias PMPC = 40 dias

Observe que, a cada ano, os fornecedores estão concedendo prazos menores.

Atividade 21
O ciclo operacional de uma empresa comercial é igual ao:
a) ( ) Somatório dos prazos médios de renovação de estoques e de recebimento
de vendas.
b) ( ) Somatório dos prazos médios de renovação de estoques e de pagamento
aos fornecedores.
c) ( ) Somatório dos prazos médios de recebimento de vendas e de pagamento de
compras.
d) ( ) Somatório dos prazos médios de renovação de estoques, de pagamento aos
fornecedores e recebimento de vendas.
e) ( ) Somatório dos prazos médios de pagamento aos fornecedores e de
recebimento de vendas, menos o prazo médio de renovação de estoques.

Resposta Comentada
A opção a é a correta, ou seja, somatório dos prazos médios de renovação de
estoques e de recebimento de vendas.
Algebricamente, o ciclo operacional é calculado pela seguinte fórmula:
CO = PMRE + PMRV

Graficamente, é assim representado:

Ciclo operacional

PMRE PMRV

64 CEDERJ
Atividade 22

12
AULA
Determine o ciclo operacional da empresa Porciúncula, sabendo que o PMRE é igual
a 25 dias e o PMRV é de 40 dias.
a) ( ) 15 dias
b) ( ) 65 dias
c) ( ) 40 dias
d) ( ) 25 dias
e) ( ) N.R.A.

Resposta Comentada
A opção b é a correta, ou seja, 65 dias.
Você viu, na Aula 11, que o ciclo operacional mostra o prazo de investimento em
capital de giro e é calculado pela seguinte fórmula:
CO = PMRE + PMRV
CO = 25 + 40
CO = 65 dias

Atividade 23
O ciclo operacional da empresa Quatis é de 90 dias; o PMPC é igual a 92 dias.
Podemos concluir que:
a) ( ) A empresa terá que se financiar em 2 dias.
b) ( ) Seu ciclo financeiro é de 180 dias.
c) ( ) Apresenta folga financeira de 2 dias.
d) ( ) N.R.A.

Resposta Comentada
A opção c é a correta, ou seja, apresenta folga financeira de 2 dias.
Para resolver esta atividade, você precisa determinar o ciclo financeiro.
O ciclo financeiro é calculado da seguinte forma:
CF = CO – PMPC
CF = 90 – 92
CF = -2 significa que a empresa não precisa buscar financiamento, pois os
fornecedores são mais que suficientes.
Neste caso, a empresa tem uma folga financeira de dois dias, ou seja, após vender
e receber, ela terá dois dias para pagar suas compras aos fornecedores.
Graficamente, teríamos:
Ciclo operacional = 90 dias

PMRE PMRV

PMPC = 92 dias

Folga de 2 dias

CEDERJ 65
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade

Atividade 24
Dados os seguintes indicadores:

Ciclo operacional
PMRE PMRV
PMPC Ciclo financeiro

a) ( ) Os fornecedores financiam totalmente os estoques.


b) ( ) Os fornecedores não financiam os estoques.
c) ( ) Os fornecedores financiam apenas parte dos estoques.
d) ( ) Os fornecedores financiam todo o ciclo operacional.

Resposta Comentada
A opção a é a correta, ou seja, os fornecedores financiam totalmente os
estoques.
Observe no esquema que PMPC = PMRE; portanto, os fornecedores financiam
totalmente os estoques.

Atividade 25
A empresa Quatis apresenta os seguintes indicadores:

PMRE 130 dias


PMRV 100 dias
PMPC 160 dias

Assinale a alternativa correta:


a) ( ) O ciclo operacional é de 230 dias.
b) ( ) O ciclo financeiro é de 70 dias.
c) ( ) O ciclo operacional é de 250 dias.
d) ( ) O ciclo financeiro é de 30 dias.
e) ( ) As alternativas a e b estão corretas.

Resposta Comentada
A alternativa e é a correta, ou seja, as alternativas a e b estão corretas.
Para realizar esta atividade, você deverá apurar o ciclo operacional e o
financeiro.
O ciclo operacional é apurado pela seguinte fórmula:
CO = PMRE + PMRV
CO = 130 + 100
CO = 230 dias

66 CEDERJ
12
Para calcular o CF, você utilizará a seguinte fórmula:

AULA
CF = CO – PMPC
CF = 230 – 160
CF = 70 dias
Analisando os valores apurados, a alternativa correta é a e.

Atividade 26
A indústria Rio Bonito apresenta um prazo médio de renovação de matérias-primas
de 45 dias, sendo que os fornecedores dão um prazo de 30 dias para pagamento
das duplicatas. O processo de fabricação do produto leva, em média, 30 dias, sendo
que os produtos acabados permanecem estocados por 15 dias, à espera de serem
vendidos. O prazo médio de recebimento de vendas é de 60 dias.
A partir desses dados:
a) determine o ciclo operacional e o ciclo financeiro da indústria Rio Bonito,
representando-os graficamente.
b) Demonstre como o ciclo financeiro seria afetado, se a empresa reduzisse seu prazo
médio de renovação de estoques de matérias-primas para 30 dias e de recebimento
de vendas para 45 dias?

Resposta Comentada
a) Determinação do ciclo operacional e financeiro
CO = 150 dias e CF = 120 dias
Conforme você viu na Aula 11, na empresa industrial, o ciclo operacional indica
o tempo decorrido desde a aquisição das matérias-primas até o recebimento
pela venda dos produtos.
Portanto, o ciclo operacional é dado pela seguinte fórmula:
CO = PMRMP + PMRPP + PMRPA + PMRV
CO = 45 + 30 + 15 + 60
CO = 150 dias
Ciclo financeiro é o tempo decorrido entre o momento do pagamento aos
fornecedores e o recebimento pelas vendas efetuadas.
É dado pela seguinte fórmula:
CF = CO – PMPC
CF = 150 – 30
CF = 120 dias

CEDERJ 67
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade

Graficamente, teríamos:

Ciclo operacional = 150 dias

PMRMP = 45 dias PMPP = 30 dias PMRPA = 15 dias PMRV = 60 dias

PMPC = 30 dias Ciclo financeiro = 120 dias

b) Para responder a esta pergunta, basta calcular o ciclo operacional e o ciclo


financeiro com as alterações nos números de dias do PMRMP e do PMRV.
Veja:
CO = PMRMP + PMRPP + PMRPA + PMRV
CO = 30 + 30 + 15 + 45
CO = 120 dias

CF = CO – PMPC
CF = 120 – 30
CF = 90 dias

Pelos cálculos efetuados, podemos afirmar que o ciclo financeiro passaria de


120 para 90 dias.

Legenda:
CO Ciclo Operacional
PMRMP Prazo médio de renovação de matérias-primas
PMRPP Prazo médio de renovação de produtos em processo
PMRPA Prazo médio de renovação de produtos acabados
PMRV Prazo médio de recebimento de vendas
PMPC Prazo médio de pagamento de compras

68 CEDERJ
Atividade 27

12
AULA
A empresa Queimados publicou suas demonstrações contábeis, indicando os
seguintes dados:

DISCRIMINAÇÃO X7 X8 X9
Estoque de Produtos Acabados 30.000 100.000 190.000
Custo dos Produtos Vendidos 6.500.000 7.800.000

O PMRE dessa empresa se processava em __________ dias, no ano de X8, tendo


(aumentado/diminuído), no exercício seguinte, para ___________ dias.

Resposta Comentada
Para solução desta atividade, você deverá utilizar a fórmula do PMRE:
Estoque médio x 360
PMRE =
Custo dos produtos vendidos

O Estoque médio é dado pela seguinte fórmula:


EI + EF
EM =
2
Em X8, o estoque médio será:
30.000 + 100.000
EM =
2
EM = 65.000

Substituindo o EM na fórmula de PMRE, você obterá:


65.000 x 360
PMRE =
6.500.000
PMRE = 3,60 dias

Para o ano de X9, você fará:


100.000 + 190.000
Estoque médio = = 145.000
2

Substituindo os valores na fórmula do PMRE, você obterá:


145.000 x 360
PMRE =
7.800.000
PMRE = 6,69 dias

Concluindo: o PMRE dessa empresa se renovava em, aproximadamente, 4 dias


no ano de X8, tendo aumentado no exercício seguinte para, aproximadamente,
7 dias.

CEDERJ 69
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade

Atividade 28
Dados os seguintes indicadores:

EMPRESA
DISCRIMINAÇÃO
Barra Mansa Volta Redonda
PMPC 48 dias 62 dias
PMRE 52 dias 43 dias
PMRV 60 dias 75 dias

Assinale a alternativa falsa.


a) ( ) Na empresa Barra Mansa, os estoques giram mais rapidamente do que na
empresa Volta Redonda.
b) ( ) A empresa Barra Mansa consegue menor prazo dos fornecedores do que a
empresa Volta Redonda.
c) ( ) A necessidade de financiamento complementar para o giro é maior na
empresa Volta Redonda.
d) ( ) O ciclo financeiro da empresa Barra Mansa é maior do que o da empresa
Volta Redonda..

Resposta Comentada
A opção c é a única falsa, ou seja, a necessidade de financiamento complementar
para o giro é maior na empresa Volta Redonda.
Esta atividade engloba os índices de prazos médios, índices de rotação ou giro,
ciclo operacional e ciclo financeiro.
Para responder às alternativas propostas, você deve calcular o giro dos estoques,
ciclo operacional e o ciclo financeiro, conforme demonstrado a seguir:

EMPRESA
DISCRIMINAÇÃO
Barra Mansa Volta Redonda

GE = 360 360 360


PMRE 48 62

GE = 7,5 vezes GE = 5,8 vezes


CO = 52 + 60 CO = 43 + 75
CO = PMRE + PMRV
CO = 112 dias CO = 118 dias
CF = 112 – 48 CF = 118 – 62
CF = CO - PMPC
CF = 64 dias CF = 56 dias

Analisando os índices de atividade e os ciclos operacionais e financeiros das


empresas, pode-se afirmar que, à exceção da opção c, todas as demais
são verdadeiras.

70 CEDERJ
Atividade 29

12
AULA
Conforme dados da empresa Deodoro, você deverá calcular, para o ano de X4, o
prazo médio de recebimento de vendas a prazo, o prazo médio de pagamento aos
fornecedores e o quociente de posicionamento relativo:

Dados X3 X4
Estoque de Mercadorias 3.600,00 9.600,00
Clientes – Duplicatas a Receber 7.000,00 14.800,00
Vendas brutas 24.200,00 49.800,00
Vendas à vista 7.260,00 17.430,00
Custo das Mercadorias Vendidas 15.200,00 29.200,00
Fornecedores – (Duplicatas a Pagar) 3.800,00 16.600,00
Compras a Prazo ( percentual ) 60% 90%

PMRE

PMRV

PMPC

QPR

Resposta Comentada
PMRE = 81 dias
PMRV = 121 dias
PMPC = 116 dias
QPR = 1,04
Para solução desta atividade, você deverá aplicar as seguintes fórmulas:
Estoques médios x 360
PMRE =
Custo das Vendas

!
EI + EF
GE =
2
3.600 + 9.600
GE = O saldo do Estoque inicial
2
é o saldo final do exercício anterior, ou
GE = 6.600
seja, EI=EF do exercício anterior.
PMRE = 6.600
29.200
PMRE = 81 dias

Legenda:
EI: Estoque inicial (representa o saldo do exercício anterior)
EI: Estoque inicial (representa o saldo do exercício anterior)

CEDERJ 71
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade

Duplicatas a Receber médias x 360


PMRE =
Vendas
Neste caso, você pode usar as vendas a prazo, já que existe informação sobre
vendas à vista. Então, por diferença, você terá:

Vendas a prazo = Vendas brutas - Venda à vista


Vendas a prazo = 49.800 - 17.430
Vendas a prazo = 32.370
DRM = DRI + DRF
2
DRM = 7.000 + 14.800
2
DRM = 10.900

PMRV = 10.900 x 360 = 10.900 x 360 = 121 dias


49.800 - 17.430 32.370
Legenda:
DRI: Duplicatas a Receber (representa o saldo do exercícios anteriores)
DRF: Duplicatas a Receber (representa o saldo do exercícios atual)

!
Fornecedores médios x 360
PMPC =
Compras
O saldo de Duplicatas
Para calcular o valor das compras totais a Receber inicial é o saldo final do
utiliza-se a seguinte fórmula: exercício anterior, ou seja, DRI=DRF.
CMV = EI + Compras - EF do exercíco anterior.
29.200 = 3.600 + Compras – 9.600
Compras = 35.200

Para calcular o valor das compras a prazo, você deve aplicar o percentual de 90% ao valor
das compras totais obtidas da equação:
Então, as compras a prazo totalizaram:
35.200 x 0,90 = 31.680
DPM = DPI + DPF
2
DPM = 3.000 + 16.600
2
DPM = 10.200

Substituindo na fórmula do PMPC, você obtém:

10.200 x 360
PMPC = = 116 dias
31.680
Legenda:
DPI: Duplicatas a pagar (representa o saldo do exercíco anterior)
DRF: Duplicatas a pagar (representa o saldo do exercíco atual)

72 CEDERJ
12
!

AULA
O saldo de Duplicatas
a Pagar inicial é o saldo final do
exercício anterior, ou seja, DPI=DRF.
do exercíco anterior.

Finalmente, o quociente de posicionamento relativo é:

PMRV 121
QPR = = = 1,04
PMPC 116

Atividade 30
A seguir, são fornecidos alguns dados extraídos das demonstrações financeiras da
empresa Campos Ltda.

EXERCÍCIO
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2 X3 X4
Valor médio dos estoques (R$ mil) 2.800 3.790 4.815 7.920
Custo dos produtos vendidos (R$ mil) - 11.460 25.800 58.220

Diante desses dados, calcule o prazo médio de renovação de estoques e a rotação


dos estoques relativos a X2, X3 e X4, trabalhando com o Estoque médio.

EXERCÍCIO
FÓRMULA
X2 X3 X4

EM = EI + EF
2

EXERCÍCIO
FÓRMULA
X2 X3 X4

PMRE = EM x 360
CPV
EM = 360
PMRE

CEDERJ 73
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade

Resposta Comentada
EXERCÍCIO
FÓRMULA
X2 X3 X4

EM = EI + EF 2.800 + 3.790 3.790 + 4.815 4.815 + 7.920


2 2 2 2
EM = 3.295 EM = 4.302,50 EM = 6.367,50

EXERCÍCIO
FÓRMULA
X2 X3 X4

PMRE = EM x 360 = 3.295 x 360 = 4.302,5 x 360 = 6.367,5 x 360


CPV 11.460 25.800 58.220
PMRE= 104 dias PMRE = 60 dias PMRE = 39 dias

EM = 360 = 360 = 360 = 360


PMRE 104 60 39
GE = 3,46 vezes GE = 6,0 vezes GE = 9,23 vezes

Atividade 31
Sabendo-se que a Cia. Nilópolis tinha um Estoque inicial de R$ 120.000,00, Custo
dos Produtos Acabados de R$ 360.000,00, e que o Estoque final era de
R$ 180.000,00, pode-se concluir que:
a) ( ) O custo dos produtos vendidos era de R$ 300.000,00.
b) ( ) O prazo médio de renovação dos estoques era de 120 dias.
c) ( ) O prazo médio de renovação dos estoques era de 180 dias.
d) ( ) As opções a e c estão corretas.

Resposta Comentada
A opção d é a correta, ou seja, as opções a e c estão corretas.
Para resolver esta atividade, você deve calcular o CPV e o PMRE.
Para calcular o CPV, utiliza-se a seguinte fórmula:
CPV = EIPA + CPA – EFPA
CPV = 120.000 + 360.000 – 180.000
CPV = 300.000
Legenda:
EIPA: Estoque Inicial de Produtos Acabados
EFPA: Estoque Final de Produtos Acabados
CPA: Custo dos Produtos Acabados

Para calcular o PMRE, adota-se a seguinte fórmula:

PMRE = Estoques médios x 360


CPV

74 CEDERJ
12
EM = FI + EF

AULA
2
EM = 120.000 + 180.000
2
EM = 150.000

PMRE = 150.000 x 360


PMRE =
300.000
PMRE = 180 dias

Analisando os valores apurados, a opção d é a correta.

Atividade 32
Dados os seguintes indicadores:

Ciclo operacional
PMRE PMRV
PMPC Ciclo financeiro

a) ( ) Os fornecedores financiam totalmente os estoques.


b) ( ) Os fornecedores não financiam os estoques.
c) ( ) Os fornecedores financiam apenas parte dos estoques.
d) ( ) Os fornecedores financiam todo o ciclo operacional.

Resposta Comentada
A opção c é a correta, ou seja, os fornecedores financiam apenas parte dos
estoques.
Observe, no gráfico, que o PMPC é inferior ao PMRE; portanto, os fornecedores
financiam apenas parte dos estoques. Neste caso, há necessidade de
financiamento do seu ciclo financeiro.

CEDERJ 75
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade

Atividade 33
O supermercado Paracambi divulgou suas demonstrações contábeis relativas aos
exercícios de X8 e X9, tendo apresentado as seguintes informações:

X7 X8 X9
Estoque de Mercadorias 700.000 1.400.000 3.200.000
Fornecedores de Mercadorias 1.800.000 3.100.000 5.400.000
Custo das Mercadorias Vendidas - 9.700.000 9.900.000

O PMRE de X8 era de ____________ dias, (aumentando/diminuindo) para__________


____ dias em X9.
O PMPC de X8 era de ____________ dias, (aumentando/diminuindo) para.__________
dias em X9.

Resposta Comentada
PMREx8 = 38,96 dias aumentando PMREx9 = 83,64 dias
PMPCx8 = 84,81 dias aumentando PMPCx9 = 130,77 dias
Observe, no enunciado, que a empresa é do ramo comercial; portanto, a fórmula
do PMRE é:
Estoques médios x 360
PMRE =
CMV
O valor médio de estoques é dado pela seguinte fórmula:
EMx8 = EI + EF EMx9 = EI + EF
2 2
700.000 + 1.400.000 1.400.000 + 3.200.000
EMx8 = EMx9 =
2 2
EMx8 = 1.050.000 EMx9 = 2.300.00

Substituindo na fórmula do PMRE, você encontrará:

PMREx8 = 1.050.000 x 360 = 38.97 PMREx9 = 2.300.000 x 360 = 83.64


9.700.000 9.900.000

Para calcular o PMPC, você utiliza a seguinte fórmula:

Fornecedores médios x 360


PMPC =
Compras

O valor médio de Fornecedores é dado pela seguinte fórmula:


EI + EF EI + EF
FMx8 = FMx9 =
2 2
1.800.000 + 3.100.000 3.100.000 + 5.400.000
FMx8 = FMx9 =
2 2
FMx8 = 2.450.000 FMx9 = 4.250.000

76 CEDERJ
12
As Compras serão obtidas através da fórmula:

AULA
CMV = Estoque Inicial + Compras - Estoque Final
O Estoque Inicial será o saldo de X7 e o Estoque Final será o saldo de X8;
sendo assim, você obtém os seguintes valores de compras:

Em X8:
9.700.000 = 700.000 + Compras – 1.400.000; logo, Compras =
10.400.000.

Em X9:
9.900.000 = 1.400.000 + Compras – 3.200.000; logo, Compras =
11.700.000.

Aplicando na fórmula do PMPC, você obterá:


2.450.000 x 360 4.250.000 x 360
PMPCx8 = = 84.81 PMPCx9 = = 130.77
10.400.000 11.700.000

Você constata que o PMRE de X8 era de aproximadamente 39 dias, tendo


aumentado para aproximadamente 84 dias em X9.
Já o PMPC de X8 era de aproximadamente 85 dias, tendo aumentado para
aproximadamente 131 dias em X9.

CEDERJ 77
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de atividade

Atividade 34
O Balanço Patrimonial da empresa Natividade encerrado em 31/12/X1 está
apresentado a seguir.
em R$ Mil
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE

Caixa 4.000 Fornecedores 10.000


Bancos c/ movimento 2.000 Empréstimos a Pagar 20.000
Duplicatas a Receber 10.000 Dividendos a Pagar 2.000
(-) Duplicatas Descontadas (1.000) Total do PC 32.000

(-) PDD (200)


Estoques de Matérias-Primas 5.000
Estoques de Prod. em Processo 1.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Estoques de Prod. Acabados 8.000 Capital 8.000
Total do AC 28.800 Reserva de Lucro 1.000
Ativo Realizável a Longo Prazo 4.000 Lucros Acumulados 1.800
Ativo Permanente 10.000 Total do PL 10.800
Total Ativo 42.800 Total Passivo 42.800

Calcule o prazo médio de renovação de estoques, o prazo médio de recebimento de


vendas e o prazo médio de pagamento de compras, sabendo que:
a) Vendas brutas do exercício foram de R$ 100.000 mil;
b) Devoluções e abatimentos sobre vendas foram de R$ 20.000 mil;
c) Custo dos Produtos Vendidos é de R$ 67.000 mil;
d) Compras brutas tiveram valor de R$ 30.000 mil;
e) Abatimentos sobre compras tiveram valor de R$ 3. 500 mil.

Resposta Comentada
PMRE = 75 dias
PMRV = 45 dias
PMRE = 136 dias
Nesta atividade, você utilizou a primeira etapa do estudo dos indicadores, isto é,
o cálculo dos índices de atividade através das fórmulas:

FÓRMULA CÁLCULO PRAZO

PMRE = Estoques x 360 PMRE = 14.000 x 360 75 dias


CPV 67.000

PMRV = DR x 360 PMRV = 10.000 x 360


45 dias
Vendas 100.000 - 20.000

PMPC = Fornecedores x 360 PMPC = 10.000 x 360


136 dias
Compras 30.000 - 3.500

78 CEDERJ
12
Observe, nos numeradores das fórmulas de PMRV e PMPC, que os valores

AULA
utilizados para Vendas e Compras foram os valores líquidos, isto é:
Vendas líquidas = Vendas brutas – Abatimentos e devoluções de vendas;
Compras líquidas = Compras brutas - Abatimentos sobre compras.
No cálculo de PMRE, o valor dos estoques representa a soma dos estoques de
MP, PP e PA.

CONCLUSÃO

Por meio da elaboração das tarefas propostas nesta aula, você


aprendeu como aplicar no Balanço Patrimonial e na Demonstração
do Resultado do Exercício a técnica de Análise por Quocientes na
modalidade denominada indicadores de atividade.
Você percebeu a importância de comparar esses indicadores aos
de empresas do mesmo ramo de atividade.
Finalmente, teve oportunidade de tirar algumas conclusões sobre
as empresas analisadas.

INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA AULA

Você estudará, na próxima aula, uma outra modalidade de Análise por Quocientes:
os índices de rentabilidade.

CEDERJ 79
13
AULA
Análise por Quocientes
IV – Índices de rentabilidade
Meta da aula
Apresentar mais uma modalidade de
Análise por Quocientes, esta denominada
índices de rentabilidade, explicando sua
importância como instrumento de análise
dos demonstrativos contábeis.
objetivos

Após o desenvolvimento da teoria de rentabilidade,


esperamos que você seja capaz de:
aplicar os índices de rentabilidade na
1
Demonstração do Resultado do Exercício em
conjunto com o Balanço Patrimonial;
2
identificar os objetivos e a importância desses
indicadores;
analisar os resultados obtidos pelos indicadores
3
de rentabilidade, tirando conclusões sobre
a situação da empresa analisada.

Pré-requisitos
Para acompanhar esta aula com mais facilidade
é essencial, mais uma vez, que você tenha um
bom domínio sobre os principais relatórios
contábeis (Balanço Patrimonial e Demonstração
do Resultado do Exercício) enfatizados em aulas
de Contabilidade Geral I e II; é positivo também
retomar os conceitos utilizados na Análise Vertical
e na Análise Horizontal.
A utilização de uma calculadora facilitará a
realização desta aula.
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
IV - Índices de rentabilidade

INTRODUÇÃO Até o momento você conheceu indicadores que abrangiam os aspectos


financeiros na análise das empresas. Os aspectos econômicos (geração dos
resultados) foram tratados superficialmente, quando era indispensável a
referência a eles, em virtude de suas conexões com os temas financeiros. Esta

ÍNDICES DE aula tratará dos Í N D I C E S DE RENTABILIDADE; a partir destes indicadores, você


RENTABILIDADE concentrará sua atenção nos aspectos econômicos da análise empresarial, ou
Também seja, você deverá estar voltado para a geração dos resultados, conjugando
denominados índices
de lucratividade ou elementos da DRE e do BP.
de retorno.
Certamente o lucro é o principal estímulo do empresário e uma das formas
de avaliação do êxito de um empreendimento. A rentabilidade é reflexo das
políticas e das decisões adotadas pela administração da empresa, expressando
objetivamente o nível de eficiência e o grau do êxito econômico-financeiro
atingido.
Há um grande número de indicadores de rentabilidade, cada um deles
relacionando os retornos da empresa a suas vendas, a seus ativos ou ao seu
Patrimônio Líquido.

ÍNDICES DE RENTABILIDADE

Os índices de rentabilidade têm por finalidade medir o rendimento


econômico obtido pela empresa em certo período, isto é, mensurar a
rentabilidade dos capitais investidos.
Neste grupo de informações sobre rentabilidade encontram-se
dois conjuntos de índices; eles expressam as margens de lucratividade
das vendas e as taxas de retorno sobre os recursos investidos.

INDICADORES DE RENTABILIDADE

MARGEM DE LUCRATIVIDADE DAS VENDAS TAXAS DE RETORNO SOBRE OS


RECURSOS INVESTIDOS
Quando o rendimento é relacionado Quando o rendimento é relacionado
com o volume das vendas, denomina-se com os capitais investidos na empresa,
lucratividade. denomina-se retorno.

Margem Bruta Retorno sobre o Ativo Operacional

Margem Operacional Retorno sobre o Investimento Total

Margem Líquida Retorno sobre o Capital Próprio

Os índices de rentabilidade geralmente são expressos em


percentuais, já que, em termos absolutos, têm utilidade informativa
bastante reduzida.

82 CEDERJ
Veja o que diz o professor S É R G I O I U D Í C I B U S , em seu livro

13
DE
SÉRGIO DE
Curso de contabilidade para não contadores (2000, p.155) sobre a

AULA
IUDÍCIBUS
rentabilidade em termos absolutos: Professor titular do
Departamento de
Afirmar que a General Motors teve um lucro de R$ 5 bilhões ou Contabilidade da
que a Empresa Descamisados teve um lucro de R$ 200 mil, no FEA/USP e presidente
do Conselho
mesmo período, pode impressionar no sentido de que todo mundo Curador da Fipecafi.
vai perceber que a General Motors é uma empresa muito grande e Coordenador e
co-autor do livro
a outra é muito pequena, e só; não refletirá, todavia, qual das duas Contabilidade
deu maior retorno relativo. introdutória
(1998). Autor de
Análise de balanços
(texto e exercícios)
MARGEM DA LUCRATIVIDADE DAS VENDAS (1998), Análise
de custos (1993),
Contabilidade
Uma ferramenta popular usada para avaliar a MARGEM DE gerencial (texto
e exercícios)
LUCRATIVIDADE da empresa em relação às vendas é a análise da DRE (1982,1998), Curso
em termos de participação ou composição dos resultados do Lucro de contabilidade
para não contadores
Bruto, do Operacional e do Líquido, já estudado por você na aula de (exercícios) (2000),
Introdução à teoria
Análise Vertical. da contabilidade
(2006) e Manual
Você verá que, apesar dos esforços constantes para melhorar
de contabilidade
as margens de lucro, comprimindo custos e despesas, e aumentando a para não contadores
(1993), além de ser
eficiência, o lucro pode ser considerado baixo ou alto de acordo com o diretor responsável
pelo Manual de
o tipo de atividade explorada pela empresa. Assim, uma indústria contabilidade das
automobilística normalmente apresenta margens de lucro pequenas e sociedades por ações.

valores monetários de vendas elevados. Já as empresas comerciais, de


modo geral, apresentam valores monetários de vendas menores com
MARGEM DE
margens de lucro melhores.
LUCRATIVIDADE

A margem da
lucratividade das
vendas também pode
Quando você for avaliar ser denominada taxa

!
de lucratividade.
a rentabilidade de uma empresa,
lembre-se de que, para a interpretação dos
indicadores, você deverá compará-los com os:
- índices de rentabilidade de empresas competidoras;
- índices da série histórica da empresa (análise da
tendência);
- índices da média do setor (se o rendimento foi mais alto
ou mais baixo do que a média do setor).
Desse modo, você terá condições de verificar se a
taxa de rentabilidade é satisfatória, normal
ou insuficiente.

CEDERJ 83
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
IV - Índices de rentabilidade

Nós acreditamos que a melhor maneira de você conhecer os índices,


seus significados e fórmulas é praticando.
Para avaliar os índices referentes às margens de lucratividade
das vendas que serão apresentados a seguir, vamos utilizar as
Demonstrações dos Resultados dos Exercícios saneadas, de X1, X2 e
X3, respectivamente.
Os índices referentes à margem de lucratividade das vendas
relativas aos anos X1 e X2 já foram calculados e interpretados.
Você terá como atividade apurar e interpretar os índices em
relação ao ano X3, verificando seu comportamento em relação aos
anos anteriores.
Empresa Via Digital S.A.
Demonstrações dos Resultados dos Exercícios saneadas relativas aos
exercícios de:

DRE
X1 X2 X3
DISCRIMINAÇÃO
VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % % R$ % %
RECEITA OPERACIONAL
237.401 113 100 294.377 114 124 313.824 112 132
BRUTA (1)
(-) Deduções de Vendas (2) 26.889 13 100 35.031 14 130 33.624 12 125
(=) RECEITA OPERACIONAL
210.512 100 100 259.346 100 123 280.200 100 133
LÍQUIDA (3) = (1 – 2)
(-) CUSTO DOS PRODUTOS
160.385 76 100 161.313 62 101 174.340 62 109
VENDIDOS (4)
(=) LUCRO BRUTO (5) = (3 – 4) 50.127 24 100 98.033 38 196 105.860 38 211
(-) Despesas Operacionais (6) = 36
35.382 17 100 92.327 36 261 101.235 286
(7 + 8 + 9 + 10)
. Vendas (7) 10.218 5 100 12.189 5 119 13.225 5 129

. Administrativas (8) 9.296 4 9.078 3 98


100 8.299 3 89
. Financeiras Líquidas (9) 15.868 8 78.932 28 497
100 71.839 28 453
. Outras Despesas/Receitas
- - - - - - - - -
(10)
(=) Lucro Operacional (11) =
14.745 7 100 5.706 2 39 4.625 2 31
(5 – 6)
(+) Resultados Não-
156 - 100 259 - 166 616 - 395
Operacionais (12)
(=) Lucro antes do IR (13) =
14.901 7 100 5.965 2 40 5.241 2 35
(11 + 12)
(-) Provisão para IR (14) 4.797 2 100 1.283 - 27 1.661 1 35
(=) Lucro Líquido (15) =
10.104 5 100 4.682 2 46 3.580 1 35
(13 – 14)

84 CEDERJ
13
Dados relativos a X0

AULA
DISCRIMINAÇÃO R$
Ativo Operacional 108.190,00
Ativo Total 116.549,00
Patrimônio Líquido 42.563,00

DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


IGP – R$ 1,19 1,23 1,30
Fator de conversão para deflacionar os valores
1,000 0,967 0,915
para o ano X1

a. Margem Bruta (MB)


Indica qual o percentual de L U C R O B R U T O obtido pela empresa LUCRO BRUTO
em relação às suas Vendas Líquidas. Também é
chamado de Lucro
Operacional Bruto.
Fórmula:

MB = Lucro Bruto x 100


Vendas Líquidas

Através desse indicador, a empresa irá mensurar a percentagem de


cada real de vendas que sobrará após a dedução do Custo das Vendas.

Interpretação: quanto maior a margem bruta, melhor a situação


econômica da empresa.

! Vendas Líquidas é o mesmo que ROL.

CEDERJ 85
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
IV - Índices de rentabilidade

Em um exemplo, MB = 40% significa que o resultado bruto


correspondeu a 40% do faturamento líquido (ROL) ou, em outras
palavras: em cada real de vendas a empresa obteve 40 centavos de
lucro bruto.
Um aumento na margem bruta significa ou um crescimento das

CUSTO DAS vendas em maior proporção do que o ocorrido no CUSTO DAS VENDAS

VE N D A S ou decréscimo do custo das vendas.


Representado na

!
indústria por CPV,
na empresa comercial
por CMV e na
prestadora de serviço
por CSP.
Normalmente, os analistas não
exprimem a rentabilidade por quocientes
ou razão. Convertem os quocientes em taxa (%),
bastando para isso a multiplicação das
fórmulas por 100.

Alguns aspectos que você deverá observar na análise da margem


bruta:
- somente se compara a margem bruta de uma empresa com as
do mesmo ramo de atividade. Por exemplo, não se deve comparar a
margem bruta de um supermercado (bastante pequena) com a de uma
indústria farmacêutica (bastante elevada);
- quando um acréscimo da margem bruta torna-se significativo, as
causas determinantes devem ser investigadas. Por exemplo, crescimento
dos preços de vendas maior do que do custo das vendas, diluição dos
custos fixos em razão do aumento da quantidade vendida (custo unitário
de produção menor) etc.;
- um decréscimo significativo na margem bruta pode ser provocado
por alguns fatores como: elevação dos custos dos fatores de produção
(matérias-primas, mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação);
do CMV; da perda de eficiência na produção etc.

86 CEDERJ
Aplicando os índices de margem bruta na Empresa

13
Via Digital S.A., temos:

AULA
FÓRMULA ANO CÁLCULO

MB = 50.127 x 100 = 24%


X1
210.512

MB= Lucro Bruto x 100 MB = 98.033 x 100 = 38%


X2
ROL 259.346

X3 MB = _________ x 100 =

Você viu na Aula 6 como eliminar os efeitos da inflação nas


demosntrações contábeis.
Com a homogenerzação da demonstrações (valores convertidos à
moeda de uma mesma data) é possível saber se há variação real.
Fator de conversão de 31/12/X2 para 31/12/X1 = 1,19 = 0,967
1,23
Fator de conversão de 31/12/X3 para 31/12/X1 = 1,19 = 0,915
1,30

Na Empresa Via Digital optou-se por ajustar os valores originais


deflacionando para o ano X1, bastando multiplicar os fatores de
conversão pelos valores originais de X2 e X3.

X2 X1
Fator de
Valores originais Valores deflacionados
DISCRIMINAÇÃO conversão
(em reais) (em reais)
b
a c=axb
ROL 259.346 0,967 250.788
CPV 161.313 0,967 155.990
LB 98.033 0,967 94.798
DO 92.327 0,967 89.280
Despesas com Vendas 12.189 0,967 11.787
Despesas Administrativas 8.299 0,967 8.025
Despesas Financeiras Líquidas 71.839 0,967 69.468
Lucro Operacional 5.706 0,967 5.518
Lucro Líquido 4.682 0,967 4.527
Ativo Operacional Médio 111.104 0,967 107.438
Ativo Total Médio 119.829 0,967 115.875

CEDERJ 87
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
IV - Índices de rentabilidade

X3 Fator de X1
Valores originais conversão Valores
DISCRIMINAÇÃO (em reais) b deflacionados
a (em reais)
c=axb
ROL 280.200 0,915 256.383
CPV 174.340 0,915 159.521
LB 105.860 0,915 96.862
DO 101.235 0,915 92.630
Despesas com Vendas 13.225 0,915 12.101
Despesas Administrativas 9.078 0,915 8.306
Despesas Financeiras Líquidas 78.932 0,915 72.223
Lucro Operacional 4.625 0,915 4.232
Lucro Líquido 3.580 0,915 3.276
Ativo Operacional Médio 127.049 0,915 116.250
Ativo Total Médio 161.101 0,915 147.407

Valores deflacionados para X1

DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
Receita Operacional Líquida – R$ 210.512 250.788 256.383
Análise Horizontal (número-índice) 100% 119% 122%
Custo dos Produtos Vendidos – R$ 160.385 155.990 159.521
Análise Horizontal (número-índice) 100% 97% 99%
Lucro Bruto – R$ 50.127 94.798 96.862
Análise Horizontal (número-índice) 100% 189% 193%
Despesas Operacionais – R$ 35.382 89.280 92.630
Análise Horizontal (número-índice) 100% 252% 262%
Despesas com Vendas – R$ 10.218 11.787 12.101
Análise Horizontal (número-índice) 100% 115% 118%
Despesas Administrativas – R$ 9.296 8.025 8.306
Análise Horizontal (número-índice) 100% 86% 89%
Despesas Financeiras Líquidas – R$ 15.868 69.468 72.223
Análise Horizontal (número-índice) 100% 438% 455%
Lucro Operacional – R$ 14.745 5.518 4.232
Análise Horizontal (número-índice) 100% 37% 29%
Lucro Líquido – R$ 10.104 4.527 3.276
Análise Horizontal (número-índice) 100% 45% 32%
Ativo Operacional Médio 111.104 107.438 116.250
Análise Horizontal (número-índice) 100% 97% 105%
Ativo Total Médio 119.829 115.875 147.407
Análise Horizontal (número-índice) 100% 97% 123%

88 CEDERJ
Comentários relativos a X1 e X2:

13
Os comentários foram realizados nas Aulas 3 (AV) e 5 (AH):

AULA
no ano X1 a Empresa Via Digital obteve uma margem bruta de 24%
em relação à Receita Operacional Líquida, e no ano X2 aumentou sua
participação para 38%.
O acréscimo real da margem bruta, de 89%, ocorreu em função,
principalmente, do acréscimo real das ROL, de 19%, aliado ao
decréscimo real do CPV, de 3%.

Atividade 1
Agora faça uma análise e redija um comentário relativo a X3.
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Resposta Comentada
Em relação a X3, a margem bruta manteve a mesma participação do ano anterior (38%)
em relação à ROL. Em termos reais, observa-se uma tendência crescente da MB no período
analisado. A margem bruta cresceu 93%, em função, principalmente, do acréscimo de 22%
da ROL, aliado ao decréscimo de 1% no CPV.

Memória de cálculo:

MB =105.860 x100 = 38%


280.200

! Você viu na aula de


Análise Horizontal que a variação é
nominal quando utiliza os valores originais das
demonstrações. A variação real é aquela em que
os valores originais são ajustados, isto é,
deflacionados ou inflacionados.

CEDERJ 89
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
IV - Índices de rentabilidade

b. Margem Operacional (MO)


LUCRO Indica qual percentual do L U C R O O P E R A C I O N A L a empresa obteve
OPERACIONAL em relação às suas Vendas Líquidas.
Também é chamado
Lucro Operacional
Líquido. Fórmula:

MO = Lucro Operacional x 100


Vendas Líquidas

Representa a capacidade da empresa de gerar resultado com suas


vendas.
Através desse indicador a empresa irá mensurar a percentagem de
cada real de vendas que sobrará após a dedução dos custos das vendas
e das despesas operacionais (com vendas, administrativas, financeiras
líquidas e outras despesas/receitas operacionais).
Interpretação: quanto maior a margem operacional, melhor a
situação econômica da empresa.

! Vendas Líquidas é o mesmo que ROL.

Em um exemplo: MO = 25% significa que o resultado operacional


correspondeu a 25% das vendas líquidas ou, em outras palavras, em cada
real de vendas a empresa obteve 25 centavos de lucro operacional.
Alguns aspectos que você deverá observar na análise da margem
operacional:
- a elevada margem em função do controle efetivo dos custos;
- o crescimento mais rápido das vendas em relação às despesas
operacionais;
- se a empresa está operando de maneira eficiente ou ineficiente;
- se a empresa deverá (ou não) direcionar esforços para reduzir
as despesas com vendas, administrativas, financeiras etc.
Aplicando os índices de margem operacional na Empresa Via
Digital S.A., você encontra:

90 CEDERJ
13
FÓRMULA ANO CÁLCULO

AULA
MO = 14.745 x 100 = 7%
X1
210.512

MO = Lucro Operacional x 100 MO = 5.706 x 100 = 2%


X2
ROL 259.346

X3 MO = ________ x 100 =

Comentários relativos a X1 e X2:


Como foi mencionado anteriormente, esse índice também já foi
interpretado nas Aulas 3 e 5. Vale a pena relembrá-lo.
A margem operacional (lucro operacional ou lucratividade
operacional) caiu de 7% para 2%, em relação a X1. O principal
responsável por essa queda foi o aumento significativo da participação
das Despesas Operacionais, que passaram de 17% em X1 para 36%,
em relação à ROL. Dentre as Despesas Operacionais, destaque negativo
para as Despesas Financeiras, que cresceram, em termos reais, 338%.
As Despesas Financeiras passaram a representar 73% das Despesas
Operacionais, passando de 8% para 28% em relação à ROL.
Como conseqüência, ocorreu uma queda significativa da
lucratividade operacional, de 63% em termos reais e de 61% em termos
nominais.

CEDERJ 91
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
IV - Índices de rentabilidade

Atividade 2
Agora faça uma análise e redija um comentário relativo a X3.
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Resposta Comentada
Em X3 não ocorreu alteração na lucratividade operacional, mantendo-se o mesmo nível de
X2 (2% da ROL). Muito embora a lucratividade bruta continuasse crescendo se comparada
a X1 (em termos reais 93% contra 89% de X2).
As despesas operacionais também continuaram evoluindo, apresentando um acréscimo real
de 162% se comparada a X1, contra 152% de X2. Mais uma vez as Despesas Financeiras
contribuíram para essa baixa rentabilidade (acréscimo de 355%, em termos reais), representando
28% da ROL. A participação significativa das Despesas Financeiras nos dois últimos exercícios
se deu pelas imobilizações fixas financiadas com recursos de terceiros.

Memória de cálculo:
MO = 4.625 x100 = 2%
280.200

c. Margem Líquida (ML)


Esta margem indica qual a percentagem de Lucro Líquido a
empresa obteve em decorrência de suas vendas. Mostra o ganho final
do lucro da empresa que deverá estar à disposição dos donos do capital
investido (proprietários, acionistas, cotistas).

Fórmula:
ML = Lucro Líquido x 100
Vendas Líquidas

Esse índice mensura a percentagem de cada real proveniente das


vendas que restou após a dedução de todos os custos e despesas.
Interpretação: quanto maior for a margem líquida da empresa,
melhor, já que é uma medida usada para avaliar o sucesso (ou não) da
mesma.

92 CEDERJ
!

13
AULA
Vendas Líquidas é o mesmo que ROL.

Em um exemplo: ML = 10% significa que o resultado das


operações da empresa correspondeu a 10% das vendas líquidas (ROL)
ou, em outras palavras, em cada real de vendas a empresa obteve 10
centavos de lucro.
Alguns aspectos que você deverá observar na análise da margem
líquida:
- cada setor da economia possui valores específicos, não é válido
comparar empresas de segmentos diferentes;
- que percentagem das despesas e receitas não ligadas à atividade
operacional afetaram o resultado líquido.

Aplicando os índices de margem líquida na Empresa Via Digital


S.A., temos:

FÓRMULA ANO CÁLCULO

ML = 10.104 x 100 = 5%
X1
210.512

ML = Lucro Líquido x 100 ML = 4.682 x 100 = 2%


X2
ROL 259.346

X3 ML = _________ x 100 =

Comentários relativos a X1 e X2:


Mais uma vez cabe ressaltar que os índices de lucratividade
(margem de lucro) já foram analisados na Aula 3 – Análise Vertical e a
evolução (ou involução) dessas margens foi objeto da Aula 5 – Análise
Horizontal.

CEDERJ 93
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
IV - Índices de rentabilidade

Como os resultados não-operacionais foram inexpressivos em X2,


a queda constatada na margem operacional não foi revertida. Portanto,
a margem líquida inalterada (2% da ROL) fez com que a Via Digital
piorasse seu desempenho em relação a X1, pois sua lucratividade líquida
(margem líquida) diminuiu, passando de 5% para 2% da ROL. Sua
queda em termos reais foi de 55%, se comparada a X1.

Atividade 3
Agora, faça uma análise e redija um comentário relativo a X3.
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Resposta Comentada
Em X3 a Via Digital alcançou o seu pior desempenho nos exercícios analisados, alcançando
apenas 1% de lucratividade final (margem líquida) em relação à ROL e uma queda
significativa, em termos reais, de 68% se comparado ao ano-base.

Memória de cálculo:
ML = 3.580 x 100 = 1%
280. 200

TAXAS DE RETORNO SOBRE OS RECURSOS INVESTIDOS

Medem o poder de ganho da empresa e/ou dos proprietários


(acionistas ou cotistas) em relação aos recursos aplicados na empresa.
Para avaliar os índices referentes às taxas de retorno sobre os
recursos investidos, que serão apresentados a seguir, vamos utilizar, além
das Demonstrações dos Resultados dos Exercícios de X1, X2 e X3, os
Balanços Patrimoniais encerrados em 31 de dezembro 31/12/X1, X2 e
X3, respectivamente.
Os índices referentes às taxas de retorno sobre os recursos
investidos relativos aos anos X1 e X2 estão calculados e interpretados.
Em relação ao ano X3, você terá como atividade apurar e
interpretar os índices, verificando seu comportamento em relação aos
anos anteriores.

94 CEDERJ
Empresa Via Digital S.A.

13
Balanços Patrimoniais saneados encerrados em:

AULA
Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
APLICAÇÕES VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % % R$ % %
ATIVO CIRCULANTE
7.390 6 100 2.024 1 27 2.849 2 39
Disponibilidades (1)
Direitos Realizáveis a Curto
47.218 38 100 41.015 29 87 53.021 29 112
Prazo (2)
Soma (3) = (1+2) 54.608 44 100 43.039 30 79 55.870 31 102
Estoques (4) 33.923 28 100 33.411 24 98 43.227 24 127
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE
88.531 72 100 76.450 54 86 99.097 55 112
(5) = (3 + 4)
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO
- - - - - - - - -
PRAZO (6)
TOTAL DO ATIVO
PERMANENTE 34.577 28 100 65.124 46 188 81.531 45 236
(7) = (8 + 9 + 10)
. Investimentos (8) 3.263 3 100 4.106 3 126 5.352 3 164
. Imobilizado (9) 31.314 25 100 59.036 42 189 73.000 40 233
. Diferido (10) - - - 1.982 1 - 3.179 2 -
ATIVO TOTAL (11) = (5 + 6 + 7) 123.108 100 100 141.574 100 115 180.628 100 147

Empresa Via Digital S.A.


Balanços Patrimoniais saneados encerrados em:

Balanço Patrimonial
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
ORIGENS VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % % R$ % %
PASSIVO CIRCULANTE (1) 60.554 49 100 48.943 35 81 63.376 35 105
PASSIVO EXIGÍVEL LP (2) 14.196 12 100 51.291 36 361 63.624 35 448
PASSIVO EXIGÍVEL (3) = (1 + 2) 74.750 61 100 100.234 71 134 127.000 70 170
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (4) 48.358 39 100 41.340 29 85 53.628 30 111
PASSIVO TOTAL (5) = (3 + 4) 123.108 100 100 141.574 100 115 180.628 100 147

CEDERJ 95
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
IV - Índices de rentabilidade

a. Taxa de Retorno sobre o Ativo Operacional (TRAO)


TRAO
A TAXA DE RETORNO SOBRE O ATIVO OPERACIONAL mede a rentabilidade
Alguns autores
denominam a Taxa das operações básicas da empresa em face dos recursos aplicados no
de Retorno sobre o
Ativo Operacional
ativo operacional.
(TRAO) de
Retorno sobre o
investimento (return Fórmula:
on investment
– ROI). TRAO = Lucro Operacional x 100
Ativo Operacional
onde: ativo operacional é igual ao Ativo Total (do balanço
saneado) menos os ativos não-operacionais.
Entendem-se como ativos não-operacionais:
a. as aplicações financeiras no AC e no ARLP;
b. as aplicações no Ativo Permanente – Investimentos (exceção
investimentos em coligadas e controladas) ;
c. as aplicações no Ativo Permanente - Imobilizado, referente ao
imobilizado em andamento, ou seja, todas as aplicações de recursos de
imobilizações (bens ou direitos) mas que ainda não estão operando (ainda
não geram receitas). Exemplos: obras em andamento, importações em
andamento de bens do imobilizado etc.
A interpretação do retorno sobre o ativo operacional é no sentido
de que quanto maior melhor.
Em um exemplo: TRAO = 25% significa que o poder de ganho da
empresa é de que há um ganho de R$ 0,25 para cada R$ 1,00 investido no
ativo operacional; em outras palavras, quer dizer que o Lucro Operacional
do exercício representa 25% do ativo operacional da empresa.

!
Sempre que possível adote o Ativo Médio
no denominador da fórmula da TRAO e da TRI, já que
nem o Ativo final nem o Ativo inicial geraram o resultado, mas a média
do Ativo utilizado no ano.
Ativo Médio = Ativo Inicial (saldo do ano anterior) + Ativo Final ( saldo do ano atual)
2

96 CEDERJ
Aplicando os índices de taxa de Retorno sobre Ativo Operacional

13
(TRAO) na Empresa Via Digital S.A., você encontra:

AULA
FÓRMULA ANO CÁLCULO

TRAO = 14.745 x 100 = 13%


X1
111.104

TRAO = Lucro Operacional x 100


TRAO = 5.706 x 100 = 5%
Ativo Operacional X2
116.282

X3 TRAO = _________ x 100

Comentários relativos a X1 e X2:


No Ano X1, a Via Digital apresentou uma TRAO de 13%, tendo
um poder de ganho de R$ 0,13 para cada R$ 1,00 investido no ativo
operacional.
Em X2 ocorreu uma queda drástica na TRAO, passando de 13%
para 5%. Mesmo não tendo os índices médios do setor disponíveis até
o momento, pode-se interpretar que a TRAO de X2 de 5% é baixa
se comparada a outros indicadores, por exemplo, ao rendimento da
caderneta de poupança, que nesse exercício foi também de 5%. A TRAO
de 5% revela que o lucro operacional representa 5% do ativo operacional
da empresa. Uma das razões para a baixa eficiência do ativo operacional
é que o Lucro Operacional foi afetado drasticamente pelas despesas
financeiras (28% da ROL).

Memória de cálculo:
Como já foi mencionado, você deve utilizar o Ativo Total
médio.
Ativo operacional = Ativo Total (do balanço saneado) – ativos
não-operacionais
Ativo não-operacional x1 = ?
dados originais
aplicações financeiras = 5.827 extraídos do BP
Ativo Permanente-Investimentos = 3.263 de 31/12/X1
(Aula 2)

Ativo não-operacional x1 = 5.827 + 3.263


Ativo não-operacional x1 = 9.090

CEDERJ 97
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
IV - Índices de rentabilidade

Ativo operacional x1 = ?
Ativo operacional x1 = 123.108 - 9.090 = 114.018

Após o cálculo do ativo operacional x1, o passo seguinte é apurar


o ativo operacional médio.
Sabendo-se que:
Ativo operacional x0 – 108.190
Ativo operacional x1 = 114.018, tem-se:

Ativo operacional médio x1 = 108.190 + 114.018 = 111.104


2
Ativo operacional x2 = ?
Aplicações financeiras = 1.307 dados originais
Ativo Permanente - Investimento = 4.106 extraídos do BP
de 31/12/X2
Obras em Andamento = 17.615 (Aula 2)

Ativo não-operacional = 1.307 + 4.106 + 17.615


Ativo não-operacional = 23.028
Ativo operacional x2 = 141.574 - 23.028 = 118.546

Ativo operacional x1= 114.018


Ativo operacional médio x2 = 114.018 + 118.546 = 116.282
2

Atividade 4
Agora, faça uma análise e redija um comentário relativo a X3.
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Resposta Comentada
Em X3 observa-se que a TRAO (ROI) decresceu 1 ponto percentual, se comparada a X2,
pelos mesmos motivos apresentados em X2.

Memória de cálculo:
TRAO x3 = 4.625 x 100 = 4%
131.756

onde:
Ativo operacional x3 = 180.628 - (2.033 + 5.352 + 28.278) = 144.965
Ativo operacional médio x3 = 118.546 + 144.965 = 131.756
2

98 CEDERJ
b. Taxa de Retorno sobre Investimentos (TRI) (do ponto de vista

13
TRI
da empresa)

AULA
Alguns autores
A TA X A DE RETORNO SOBRE I N V E S T I M E N T O S evidencia o potencial denominam a Taxa
de Retorno sobre
de geração de lucros por parte da empresa, isto é, quanto a empresa Investimentos de
obteve de lucro líquido para cada real investido no Ativo Total. Retorno sobre o
ativo (return on
assets – ROA) ou
rentabilidade do
Fórmula: ativo.
TRI = Lucro Líquido x 100
Ativo Total
A interpretação do retorno sobre o ativo é de que quanto maior,
melhor.
Em um exemplo: TRI = 20% significa que o poder de ganho da
empresa é de R$ 0,20 para cada R$ 1,00 investido; em outras palavras, quer
dizer que o lucro do exercício representa 20% do Ativo Total da empresa.

Você já viu que o Ativo Total é igual ao Passivo Total; assim, este
índice mede também a rentabilidade de todos os recursos à disposição
da empresa (capital próprio e capital de terceiros).
A interpretação desse quociente também deve ser direcionada para
P AY BACK
verificar o tempo necessário para que haja retorno dos capitais totais
Representa o tempo
investidos na empresa, conhecido como PA Y BACK. médio de retorno dos
O prazo necessário para a empresa recuperar os investimentos investimentos.

feitos no Ativo é calculado fazendo a seguinte regra de três:


Exemplo:
Para uma TRI = 0,20, você terá:
0,20 = retorno de 20% ao ano, ou seja, no 1º ano serão recuperados
20% dos investimentos.
Quantos anos serão necessários para a empresa recuperar todos
os investimentos feitos no Ativo, ou seja, os 100%?
1º ano ------ 20%
X -------- 100%

X = pay back = 100 = 5 anos ou pay back = 100%


20 TRI
Isso significa que, mantido o atual nível de rentabilidade e sem
contar as possíveis reinversões de lucros, a empresa tem uma previsão
de levar cinco anos para recuperar seu investimento total.

CEDERJ 99
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
IV - Índices de rentabilidade

Aplicando os índices de Taxa de Retorno sobre Investimentos


(TRI) e de pay back na Empresa Via Digital S.A., temos:

FÓRMULA ANO CÁLCULO


TRI = 10.104 x 100 = 8%
119.829
X1
Pay back = 100% = 12,5 anos
TRI
TRI = Lucro Líquido x 100 TRI = 4.409 x 100 = 3%
Ativo Total médio 132.341
X2
Pay back = 100% Pay back = 100% = 33,3 anos
TRI 3%

X3 TRI = _______________ x 100

Comentários relativos a X1 e X2:


Em X1 a Via Digital auferiu uma taxa de 8%, significando que,
para cada R$ 100,00 investidos, a empresa ganhou R$ 8,00. Em X2 a taxa
foi de 3%, ocorrendo, portanto, uma apreciável queda na rentabilidade
do Ativo.
Com os dados de X1, a empresa demoraria 12,5 anos (pay back)
para recuperar seu investimento total, apenas com o lucro auferido. Para
X2, a recuperação é ainda mais lenta, levando cerca de 33,3 anos.
Mais adiante, através da análise “Margem” versus “Giro”, você
verá os motivos que levaram à enorme diferença entre o desempenho da
Via Digital nesses dois exercícios.

Memória de cálculo:
Como já foi mencionado, você deve utilizar o Ativo Total
médio.
Ativo Total x0 = 116.549
Ativo Total x1 = 123.108

Ativo Total médio 21 = 116.549 + 123.108 = 119.829


2
Ativo Total x2 = 123.108
Ativo Total x3 = 141.574

Ativo Total médio x2 = 123.108 + 141.574 = 132.341


2

100 C E D E R J
13
!

AULA
Repare que o Ativo
Total médio engloba tanto os
ativos operacionais quanto os não-
operacionais.

Atividade 5
Agora, faça uma análise e redija um comentário relativo a X3.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

Resposta Comentada
Em X3 a TRI foi de 2% e o pay back, de 50 anos. A queda da TRI, se comparada a X2, e o
aumento do prazo para recuperação dos investimentos (pay back) aconteceram em função
dos mesmos motivos ocorridos em X2.

Memória de cálculo:
TRIx3 = 3.580 x 100 = 2%
161.101

onde:
Ativo Total médiox3 = 141.574 + 180.628 = 161.101
2
Pay back = 100% = 50 anos
2%

c. Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (TRPL) (o ponto


de vista dos proprietários)
Esta taxa mede a remuneração dos capitais próprios investidos
na empresa, ou seja, quanto a empresa ganhou de Lucro Líquido para
cada real de capital próprio investido.

Fórmula:
TRPL = Lucro Líquido x 100
Patrimônio Líquido
Interpretação: quanto maior, melhor.

C E D E R J 101
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
IV - Índices de rentabilidade

Em um exemplo: TRPL = 15% significa que o poder de ganho


dos proprietários é de que, para cada R$ 1,00 investido, há um ganho
de R$ 0,15.
Com esse índices, os proprietários levaram, em média, cerca de 7
anos para recuperar seus investimentos (pay back dos proprietários).

! Sempre que possível adote o


Patrimônio Líquido Médio no denominador
da fórmula da TRPL, para comparar com o Lucro Líquido, de
forma a melhor traduzir a rentabilidade do período, já que o Patrimônio
Líquido pode sofrer alterações durante o exercício, como aumento de capital,
distribuição de dividendos, retirada de sócios etc.
PL Médio = PL inicial (saldo do ano anterior) + PL final (saldo do ano atual
2

Além de mostrar o poder de ganho dos proprietários (acionistas


ou cotistas), a TRPL permite verificar se esse rendimento é compatível
com o de outros rendimentos existentes no mercado, como caderneta de
poupança, títulos de renda fixa, CDBs, ações, aluguéis etc; possibilitando
avaliar se a empresa está oferecendo rentabilidade superior ou inferior
a essas aplicações.
A adoção do pay back dos capitais próprios é semelhante ao
estudado no dos Capitais Totais. Através da regra de três simples, você
conhecerá o pay back, dividindo os 100%, que é o percentual máximo
em termos de retorno, pelo percentual obtido ao ano.
Em um exemplo: TRPL = 10% significa que os sócios obtiveram, no
ano, remuneração de 10% sobre o capital investido por eles na empresa.
Seu pay back será de 10 anos, conforme demonstrado a seguir:

X = Pay back = 100 = 10 anos


10

PONTOS IMPORTANTES A SEREM CONSIDERADOS SOBRE


AS TAXAS DE RETORNO (TRI E TRPL)

• quanto maiores forem estas taxas, maior será a lucratividade


obtida pela empresa em relação aos investimentos totais e ao capital
próprio investido;

102 C E D E R J
• trabalhando com capitais de terceiros, na TRI, a empresa

13
obviamente precisará remunerar estes capitais com a lucratividade apurada

AULA
no desenvolvimento de suas atividades normais. Quando isto for possível,
a situação será favorável; se a lucratividade obtida não for suficiente para
remunerar os capitais de terceiros, será preciso buscar outras fontes para
gerar recursos, aumentando o endividamento da empresa.
Aplicando os índices de Taxa de Retorno sobre o Patrimônio
Líquido (TRPL) e de pay back na Empresa Via Digital S.A., você
encontra:

FÓRMULA ANO CÁLCULO

TRPL = 10.104 x 100 = 22%


45.461
X1
Pay back = 100% = 4,6 anos
22%

TRPL = Lucro Líquido x 100


Patrimônio Líquido médio TRPL = 4.682 x 100 = 10%
44.849
Pay back = 100% X2
Pay back = 100% = 10 anos
TRI
10%

X3 TRPL = _______________ x 100

Comentários relativos a X1 e X2:


A TRPL referente ao ano X1, de 22%, mostra que o rendimento
dos capitais próprios, a princípio, foi bastante atraente se comparado
com o de outros rendimentos alternativos no mercado, como Caderneta
de Poupança.
Observa-se que, para cada R$ 100,00 de Capital Próprio investido, a
Via Digital conseguiu R$ 22,00 de lucro e um pay back de 4,6 anos para os
sócios recuperarem através do Lucro Líquido suas aplicações na empresa.
Em X2, apesar da queda significativa da TRPL, passando de
22% para 10%, e um pay back de aproximadamente 10 anos, ainda se
comparado com outras alternativas de aplicação, pode-se concluir que
a TRPL da Via Digital é aceitável, visto que a rentabilidade dos títulos
de renda fixa girava em torno de 7%.
Cabe ressaltar que os investimentos dos sócios na empresa
representam capital de risco, até porque nada garante que a empresa
auferirá lucro, portanto, espera-se que a TRPL seja superior às taxas
oferecidas no mercado.
C E D E R J 103
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
IV - Índices de rentabilidade

Memória de cálculo:
Como já foi mencionado, você deve utilizar o Patrimônio Líquido
médio.
Patrimônio Líquido x0 = 42.563
Patrimônio Líquido x1 = 48.358

Patrimônio Líquido médio x1 = 42.563 + 48.358 = 45.461


2
Patrimônio Líquido x1 = 48.358
Patrimônio Líquido x2 = 41.340

Patrimônio Líquido médio x2 = 48.358 + 41.340 = 44.849


2

Atividade 6
Agora, faça uma análise e redija um comentário relativo a X3.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

Resposta Comentada
A rentabilidade do Patrimônio Líquido decresceu de 10% para 8% em X3, mostrando que
a Via Digital conseguiu nesse exercício uma remuneração modesta do seu capital e um
tempo de 13 anos para que os proprietários recuperem seus investimentos na empresa
através do Lucro Líquido.

Memória de cálculo:
TRPLx3 = 3.580 x 100 = 8%
47.484
onde:
Patrimônio Líquido médiox3 = 41.340 + 53.628 = 47.484
2

Pay back = 100% = 13 anos


8%

GIRO DO ATIVO (GA) OU ROTAÇÃO DO ATIVO (RA)

Embora não represente um índice essencialmente de rentabilidade,


o Giro do Ativo permite o entendimento e a apuração da rentabilidade
do investimento.

104 C E D E R J
O Giro do Ativo mostra a eficiência com que a empresa utiliza

13
seus ativos, com o objetivo de gerar reais de vendas, ou seja, este índice

AULA
demonstra quantas vezes o Ativo Total foi renovado pelas vendas de
seus produtos ou mercadorias.

GA = Vendas brutas - Devoluções e abatimentos s/vendas


Ativo Total

O resultado é número de vezes.

Interpretação: quanto maior, melhor.

! Vendas brutas – Devoluções e


abatimentos s/vendas
é o mesmo que Receitas operacionais brutas –
Devoluções e abatimentos s/vendas.

Por exemplo: GA = 1,4 significa que a empresa vendeu, durante


o exercício, o equivalente a 1,4 vez o valor de seu Ativo.

! Sempre que houver dados de dois Balanços


Patrimoniais consecutivos, você deverá utilizar a média do Ativo
Total para comparar com as Vendas , conforme demonstrado a seguir:
AT Médio = Ativo inicial (saldo do ano anterior) + Ativo final (saldo do ano atual)
2

! O Giro do Ativo na realidade


representa um indicador de atividade;
no entanto, para efeito didático, optamos por
apresentá-lo junto com os índices de
rentabilidade.

C E D E R J 105
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
IV - Índices de rentabilidade

O GIRO DO ATIVO TAMBÉM PODE SER CALCULADO EM


TERMOS DE PRAZOS

GA = Ativo Total x 360


Vendas brutas - Devoluções e abatimentos s/ vendas

Informa quantos dias, em média, a empresa deverá levar para


renovar ou girar seu Ativo em decorrência das Vendas.

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES SOBRE O GIRO DO ATIVO

O sucesso de uma empresa depende, em primeiro lugar, de um


volume de vendas adequado.
Você já aprendeu que o volume de vendas deverá ter relação direta
com o montante de investimentos. Diagnosticar o sucesso ou o fracasso
de uma empresa analisando apenas se as suas vendas são elevadas ou
não pode ser perigoso. Por isso você deve sempre conjugar este elemento
(vendas) com os investimentos feitos no Ativo Total.
Quanto maior for o “giro” do Ativo pelas Vendas, maior será a
taxa de lucro.
Por isso, é aconselhável manter o Ativo em um mínimo neces-
sário. Ativos ociosos, grandes investimentos em Estoques, elevados
valores de Duplicatas a Receber etc. prejudicam o Giro do Ativo e,
conseqüentemente, a rentabilidade.
Um giro lento, dependendo da atividade da empresa, pode ser
justificado em indústrias que produzam ou utilizem equipamentos
pesados, como metrô, siderurgia etc. o que não deve ocorrer num super-
mercado, que tem uma renovação de estoques muito rápida.

VÁRIOS FATORES PODEM PROPICIAR UM QUOCIENTE


ABAIXO DO ESPERADO

• retração do mercado como um todo;


• perda de participação de mercado;
• estratégia da empresa, quando eleva seus preços objetivando uma
venda menor com margem de lucro maior. A vantagem desta estratégia,
quando bem-sucedida, é manter ou aumentar o lucro com muito menor
volume de vendas e, portanto, correndo risco menor.

106 C E D E R J
Aplicando os índices de Giro do Ativo (GA) na Empresa Via

13
Digital S.A., você encontra:

AULA
FÓRMULA ANO CÁLCULO

GA = 227.578 = 1,90 vez


119.829
X1 ou
GA = 119.829 x 360 = 190 dias
227.578

GA = ROB - Dev. e abat. s/ vendas GA = 275.169 = 2,08 vezes


Ativo Total médio 132.341
X2 ou
ou GA = 132.341 x 360 = 173 dias
275.169
GA = Ativo Total médio x 360
ROB - Dev. e abat. s/ vendas
GA = ___________=

X3 ou

GA = ___________ x 360 =

Comentários relativos a X1 e X2:


Em X1 a empresa auferiu um GA de 1,90 vez, significando que
a Via Digital vendeu, durante o exercício, o equivalente a 1,90 vez o
valor de seu Ativo, ou, em outras palavras, cada real investido no Ativo
produziu uma receita líquida correspondente a R$ 1,90.
Em termos de prazo de renovação, a Via Digital obteve um Giro
do Ativo de aproximadamente 190 dias. Para o ramo de atividade desta
empresa, pode ser considerado um prazo aceitável, pois seu Ativo foi
renovado em decorrência das Vendas em um período inferior a 1 ano.
No ano X2, os índices aparecem mais bem posicionados se
comparados a X1 (2,08 vezes e 173 dias).

Memória de cálculo:

Ano X1:
ROB – Devoluções e abatimentos s/Vendas
237.401 – 9.823 = 227.578
Ano X2:
ROB – Devoluções e abatimentos s/Vendas
294.377 – 19.208 = 275.169

C E D E R J 107
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
IV - Índices de rentabilidade

Como já foi mencionado, você deve utilizar o ativo total médio.


Ativo Total x0 = 116.549
Ativo Total x1 = 123.108
AT médio = Ativo inicial (saldo do ano anterior) + Ativo final (saldo do ano atual)
2
Ativo Total médio x1 = 116.549 + 123.108 = 119.829
2

Ativo Total x1 = 123.108


Ativo Total x2 = 141.574
AT médio = Ativo inicial (saldo do ano anterior) + Ativo final (saldo do ano atual)
2
Ativo Total médio x2 = 123.108 + 141.574 = 132.341
2

Atividade 7
! Repare que o Ativo Total médio
engloba tanto os ativos operacionais quanto os
não-operacionais.

Agora, faça uma análise e redija um comentário relativo a X3.


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

Resposta Comentada
Muito embora o Giro do Ativo em X3 tivesse diminuído em relação ao ano anterior (1,88 contra
2,08 de X2) e conseqüentemente o prazo de renovação do Ativo tivesse aumentado (173 para
192 dias), ainda pode ser considerado aceitável, pelos motivos mencionados em X2.

Memória de cálculo:
GA x3 = 302.167 = 1,88 vez
161.101

onde:
Ano X3:
ROB - Devoluções e abatimentos s/ Vendas
313.824 - 11.657 = 302.167
Ativo Total médio x3 = 141.574 + 180.628 = 161.101 ou
2
GA x3 = 161.101 x 360= 192 dias
302.167

108 C E D E R J
ANÁLISE “MARGEM VERSUS GIRO”

13
AULA
Na avaliação do desempenho de uma empresa, não basta analisar
as margens obtidas. Um excessivo volume de recursos aplicados no Ativo
pode dificultar a lucratividade em decorrência dos elevados gastos.
Com o objetivo de analisar o desempenho econômico da empresa,
foi desenvolvido por parte do grupo Du Pont um modelo de análise que
ganhou seu nome: Du Pont.
Este modelo decompõe tanto a Taxa de Retorno sobre Inves-
timentos (TRAO ou ROI) quanto a Taxa de Retorno sobre o Ativo
(TRI ou ROA) no produto de dois índices: margem das Vendas e Giro
do Ativo, conforme demonstrado a seguir:

Retorno sobre Investimento (ROI) = Margem (operacional) x Giro


do Ativo (operacional).

Lucro Operacional = Lucro Operacional x ROL


Ativo Operacional ROL Ativo Operacional

Retorno sobre o Ativo (ROA) = Margem (líquida) x Giro do


Ativo (Total)

Lucro Líquido = Lucro Líquido x ROL


Ativo Total ROL Ativo Total

! Tanto o Lucro operacional quanto


o Ativo operacional podem ser substituídos
pelo Lucro Líquido e Ativo Total, respectivamente,
de acordo com o objetivo da análise.

C E D E R J 109
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
IV - Índices de rentabilidade

A partir da decomposição da TRAO (ROI) e da TRI (ROA),


a empresa poderá saber se os resultados do ROI e do ROA foram
influenciados pela margem ou pelo giro.
Aplicando a fórmula Du Pont na Empresa Via Digital S.A.,
temos:

FÓRMULA ANO CÁLCULO

TRAO ou ROI: TRAO ou ROI

Margem giro LO = 14.745 x 210.512 = 13%


AO 210.512 111.104

LO = LO x ROL LO = 0,070 x 1,895 = 13%


AO ROL AOM AO
X1
TRI ou ROA: TRI ou ROA
Margem giro LL = 10.104 x 210.512 = 8%
AT 210.512 119.829
LL = LL x ROL LL = 0,048 x 1,757 = 8%
AT ROL ATM AT

TRAO ou ROI
LO = 5.706 x 259.346 = 5%
AO 259.346 111.576

LO = 0,022 x 2,230 = 5%
AO
X2

TRI ou ROA
LL = 4.409 x 259.346 = 3%
AT 259.346 132.341

LL = 0,017 x 1,960 = 3%
AT

TRAO ou ROI
LO = __________ x __________ = _____%
AO

LO = __________ x __________ = _____%


AO
X3
TRI ou ROA
LL = __________ x __________ = _____%
AT

LL = __________ x __________ = _____%


AT

110 C E D E R J
Comentários relativos a X1 e X2:

13
Em X1, a Via Digital apresentou TRAO de 13% e TRI de 8%,

AULA
taxas consideradas aceitáveis se comparadas às de outras aplicações,
como por exemplo caderneta de poupança, que em X1 teve rendimento
de 5%, fundos de investimentos (7%) etc.
Em X2, a situação da empresa piorou acentuadamente, apre-
sentando TRAO de 5% e TRI de 3%, taxas essas baixas se comparadas
às de outras aplicações, por exemplo: caderneta de poupança (6%) e
fundos de investimentos (9%).
Aplicando o modelo de Du Pont, observa-se que tal situação
decorreu das diminuições das margens, em face das quedas substanciais
dos Lucros (Operacional e Líquido) de 63% e 55%, em termos reais,
respectivamente, provocadas principalmente pelo comportamento das
despesas financeiras que acresceram 338%, representando 28% da ROL.
A melhora dos Giros dos Ativos não foi suficiente para reverter os fracos
desempenhos provocados pelas margens.

Memória de cálculo:

Como você viu anteriormente, o Ativo operacional médio


Ativo operacional médio x1 = 111.104
Ativo operacional médio x2 = 116.282

Ativo Total médio x1 = 119.829


Ativo Total médio x2 = 132.341

Atividade 8
Agora, faça uma análise e redija um comentário relativo a X3.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Resposta Comentada
Em X3, tanto a TRAO como a TRI continuaram em queda. As margens apresentaram valores
menores do que em X2, sendo as principais responsáveis pelo baixo desempenho da empresa,
pelos fatores abordados em X2. Além da margem, nesse exercício o resultado foi também
influenciado pela diminuição do giro dos ativos.

C E D E R J 111
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
IV - Índices de rentabilidade

Memória de cálculo:

Ativo operacional médio x3 = 130.624


Ativo Total médio x3 = 161.101

TRAO ou ROI
LO = 4.625 x 280.200 = 4%
AO 280.200 130.624

LO = 0,017 x 2,145 = 4%
AO

TRI ou ROA
LL = 3.580 x 280.200 = 4%
AT 280.200 161.101

LL = 0,013 x 1,739 = 2%
AT

RESUMO SOBRE OS PRINCIPAIS ÍNDICES DE RENTABILIDADE

DISCRIMINAÇÃO FÓRMULA SIGNIFICADO INTERPRETAÇÃO

LO x 100 % do LO em relação às Quanto maior,


Margem operacional
VL vendas líquidas (ROL). melhor.
Margem líquida ou
LL x 100 % do LL em relação às Quanto maior,
Lucratividade das
VL Vendas Líquidas (ROL). melhor.
vendas
Mede a rentabilidade das
Taxa de retorno sobre LO x 100 Quanto maior,
operações em relação ao
o ativo operacional AO melhor.
ativo operacional.
Taxa de retorno sobre LL x 100 % de LL em relação ao Quanto maior,
Investimentos AT Ativo Total. melhor.

Taxa de retorno sobre LL x 100 % de LL em relação aos Quanto maior,


o Patrimônio Líquido PL capitais próprios. melhor.
Quantas vezes o Ativo
ROL - Dev.e abat s/ Vendas Quanto maior,
Giro do Ativo Total foi renovado pelas
AT melhor
Vendas.

112 C E D E R J
CONCLUSÃO

13
AULA
Os quocientes ou índices de rentabilidade servem para medir a
capacidade econômica da empresa, isto é, evidenciam o grau de êxito
econômico obtido pelo capital investido na empresa.
São calculados com base em valores extraídos da Demonstração
dos Resultados do Exercício e do Balanço Patrimonial.
A rentabilidade do capital investido na empresa é conhecida
através do confronto entre contas ou grupos de contas da Demonstração
dos Resultados do Exercício ou conjugando-as com grupos de contas
do Balanço Patrimonial.

Atividade Final
A seguir são apresentados alguns dados extraídos das demonstrações financeiras da
Empresa Conservatória S.A.:

DISCRIMINAÇÃO X5 X6 X7
Vendas Líquidas 548.622 789.350 934.220
Lucro Líquido 98.342 100.428 143.262
Ativo Total 934.200 1.080.030 1.145.050
Patrimônio Líquido 232.140 354.200 523.200

Calcule para X6 e X7 os seguintes indicadores de rentabilidade:

DISCRIMINAÇÃO X6 X7

ML = Lucro Líquido x 100


ROL

TRI = Lucro Líquido x 100


Ativo Total médio
TRPL = Lucro Líquido x 100
Patrimônio Líquido médio

C E D E R J 113
Análise das Demonstrações Contábeis | Análise por Quocientes
IV - Índices de rentabilidade

Resposta Comentada
Na apuração dos indicadores de rentabilidade, você deve trabalhar com valores médios do Ativo
e do Patrimônio Líquido.

DISCRIMINAÇÃO X6 X7

ML = LL x 100 ML = 100.428 x 100 = 13% ML = 143.262 x 100 = 15%


ROL 789.350 934.220

TRI = LL x 100 TRI = 100.428 x 100 = 10% TRI = 143.262 x 100 = 13%
ATM 1.007.115 1.112.540
TRPL = LL x 100 TRPL = 100.428 x 100 = 34% TRPL = 143.262 x 100 = 33%
PLM 293.170 438.700

Memória de cálculo:

Ativo Total médio x6 = 934.200 + 1.080.030 = 1.007.115


2
Ativo Total médio x7 = 1.080.030 + 1.145.050 = 1.112.540
2
Patrimônio Líquido médio x6 = 232.140 + 354.200 = 293.170
2
Patrimônio Líquido médio x7 = 354.200 + 523.200 = 438.700
2

RESUMO

Avaliar se é vantajoso ou não continuar em um nicho de mercado, naquela


atividade empresarial, em termos de margens, lucro, taxas de retorno de
lucratividade, é o papel dos indicadores de rentabilidade.
É claro que as empresas nem sempre obtêm os resultados desejados;
contudo, não podem viver por um longo período com taxas de lucratividade
baixas. As empresas, de modo geral, existem para gerar lucro.
Os indicadores de rentabilidade proporcionam uma avaliação da viabilidade
da permanência de uma empresa em um determinado mercado.

INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA

Na Aula 14, você terá oportunidade de aplicar, nos exercícios propostos, os


indicadores de rentabilidade.

114 C E D E R J
14
AULA
Práticas sobre índices de
rentabilidade
Meta da aula
Aplicar a técnica de Análise por Quocientes na
modalidade denominada índices de rentabilidade,
interpretando seus resultados.
objetivos

Após a realização das atividades propostas nesta aula,


esperamos que você esteja apto a:

1 conceituar os índices de rentabilidade;

2 aplicar os indicadores de rentabilidade;

3 interpretar os resultados destes quocientes,


sinalizando algumas conclusões sobre eles.

Pré-requisito
Para acompanhar esta aula e aproveitar todas as atividades
apresentadas, é necessário que você tenha em mente todo o
conteúdo apresentado na Aula 13. Para facilitar, sugerimos
que você tenha em mãos uma calculadora, para execução
mais rápida dos exercícios.
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade

INTRODUÇÃO Os indicadores de rentabilidade são mais uma modalidade da Análise por


Quocientes que, como você já viu na aula passada, se subdivide em Margens
de Lucro e Taxas de Retorno.
Nesta aula, você terá a chance de aplicar esta modalidade de análise na
Demonstração dos Resultados do Exercício e também aplicá-la em conjunto
com o Balanço Patrimonial. Através de exercícios de múltipla escolha e de
desenvolvimento mais extenso, você aprenderá, na prática, as vantagens e
desvantagens desses índices, sugerindo algumas conclusões sobre a situação
econômica das empresas.

Atividade 1
Faça a correlação:
1. Margem Líquida (ML) ( ) mostra a eficiência com que a empre-
sa utiliza seus ativos, com o objetivo
de gerar reais de vendas

2. Taxa de retorno sobre


investimentos (TRI) ( ) mede a remuneração dos capitais
próprios investidos na empresa

3. Pay back ( )
mostra o ganho final do lucro da
empresa à disposição dos donos do
capital investido

4. Taxa de Retorno sobre o


Patrimônio Líquido (TRPL) ( ) representa o tempo médio de retorno
dos investimentos

5. Giro do Ativo (GA) ( ) reflete o quanto a empresa está obten-


do de resultado em relação a seus
investimentos totais

116 C E D E R J
14
Resposta Comentada

AULA
5, 4, 1, 3 e 2.
É importante que você saiba o significado de cada índice. Encontrando
dificuldades para identificá-los, reveja a teoria na Aula 13.

Atividade 2
Relacione a segunda coluna conforme dados apresentados na primeira:

Lucro Líquido
1. Giro do Ativo ( )
Vendas Líquidas

Ativo Total médio x 360


2. Margem Líquida ( )
Vendas Líquidas

Lucro Líquido
3. TRI ( )
Ativo Total médio

Lucro Líquido
4. Margem Bruta ( )
Patrimônio Líquido médio

5. Margem Operacional ( ) Lucro Operacional


Vendas Líquidas

6. TRPL ( ) Lucro Líquido


Vendas Líquidas
Resposta Comentada
2, 1, 3, 6, 5 e 4.
Nesta atividade, você utilizou somente a primeira etapa do estudo dos
indicadores financeiros: cálculo dos índices (Aula 13).

C E D E R J 117
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade

Atividade 3
Marque certo ou errado:
a. A Empresa Quatis obteve um lucro de R$ 1.200.000,00 durante X8; no mesmo período,
a Empresa Mauá obteve um lucro de R$ 10.500.000,00. Com base nessas informações,
podemos afirmar que a Empresa Mauá teve maior retorno que a Empresa Quatis.

( ) certo ( ) errado

b. A TRI mostra o poder de ganho da empresa.

( ) certo ( ) errado

c. A TRPL mostra o poder de ganho dos proprietários.

( ) certo ( ) errado

d. A TRI é obtida por meio da fórmula Lucro Líquido .


Ativo Total médio
( ) certo ( ) errado

e. O Giro do Ativo é calculado pela fórmula Ativo Total médio x 360 .


Lucro Líquido
( ) certo ( ) errado

f. Os índices de rentabilidade têm por objetivo avaliar o desempenho final da empresa.

( ) certo ( ) errado

Resposta
a. errado; b. certo; c. certo; d. certo; e. errado; f. certo.

Resposta Comentada
a. A afirmativa está errada, pois, como você já aprendeu na aula passada, existem
outras variáveis para avaliar o retorno de uma empresa, não só o lucro.
b. Nesta atividade, está correto afirmar que, com a base teórica adquirida na Aula
13, a TRI evidencia o poder de ganho da empresa.
c. O mesmo ocorre com a TRPL: mostra o poder de ganho dos proprietários;
portanto, está correta a afirmativa.
Lucro Líquido
d. Esta taxa pode ser calculada por meio da relação
Ativo Total
ou Lucro Líquido ; portanto, está correto.
Ativo Total médio

118 C E D E R J
14
!

AULA
Sempre que possível, adote na
fórmula o Ativo Total médio no lugar do
Ativo Total.

e. O Giro do Ativo é calculado pela fórmula Ativo Total médio x 360, e não Lucro
Vendas Líquidas
Líquido, como consta no denominador.
f. A afirmativa está certa, pois, como você aprendeu na aula passada, os índices
de rentabilidade têm por objetivo medir o rendimento econômico obtido pela
empresa em certo período, isto é, qual a rentabilidade dos capitais investidos.

Atividade 4
A percentagem do Lucro Líquido obtido sobre as Vendas Líquidas corresponde a um
indicador de ..........................

Resposta
A percentagem obtida da relação entre o Lucro Líquido e as Vendas Líquidas é
um indicador de Margem Líquida.

Atividade 5
O Giro do Ativo indica o prazo necessário para a renovação do Ativo. Para diminuir este
prazo, é necessário aumentar as vendas em maior ou menor proporção?

Resposta Comentada
Tomando por base a fórmula do Giro do Ativo calculada em termos de prazos,
que você estudou na aula passada, para diminuir o prazo é necessário aumentar
as vendas em maior proporção, conforme demonstrado a seguir:
GA = Ativo Total x 360, pois quanto maior o denominador, menor o GA.
Vendas Líquidas

C E D E R J 119
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade

Atividade 6
Mantendo-se constante o volume das Vendas Líquidas e aumentando-se o Ativo, o Giro
do Ativo terá seu prazo aumentado ou diminuído?

Resposta Comentada
Ainda com base no Giro do Ativo, você pode concluir que, mantendo-se
constante o volume das Vendas Líquidas e aumentando-se o Ativo, este prazo
será aumentado, como é demonstrado a seguir:
GA = Ativo Total x 360, pois quanto maior o numerador maior o GA.
Vendas Líquidas

Atividade 7
O gerente do Banco Sapucaia suspendeu um empréstimo de R$ 200.000,00 que seria
concedido ao Supermercado Vencedor. O Patrimônio Líquido do supermercado ultrapassa
R$ 500.000,00, o endividamento é baixo e a Taxa de Retorno sobre Investimentos é de
32%. A razão fundamental é que a Liquidez Seca é de 0,14, enquanto outras empresas,
de diversos ramos de atividade, apresentam este índice superior a 1,00. O gerente agiu
corretamente?

Resposta Comentada
O gerente está errado, pois está comparando os índices do supermercado com
o de outras empresas de ramos de atividade diferentes.

Atividade 8
O índice considerado o mais importante para avaliar o desempenho final de uma
empresa é:
a. ( ) Giro do Ativo c. ( ) Taxa de Retorno sobre Investimentos
b. ( ) Margem Operacional d. ( ) Margem Bruta

Resposta Comentada
A opção correta é a c, já que em termos de rentabilidade esse índice é considerado
o mais importante para avaliar o desempenho final de uma empresa, pois mostra
o poder de ganho da empresa (PGE).

120 C E D E R J
Atividade 9

14
AULA
A Indústria de Brinquedos Arte e Vida publicou informações sobre os Balanços
Patrimoniais e as Demonstrações do Resultado dos Exercícios de X2 e X3:
a. Patrimônio Líquido

31/12/X1 281.298
31/12/X2 662.550
31/12/X3 1.358.052

b. Lucro Líquido

X2 282.050
X3 658.612

A Taxa de Rentabilidade do Patrimônio Líquido atingiu ...............% em X2, tendo


(aumentado/diminuído) para .............% em X3.

Resposta Comentada
Calculando a TRPL de X2, você obtém:

Lucro Líquido x 100


TRPL =
Patrimônio Líquido médio

Patrimônio Líquido médio = PL do ano anterior + PL do ano atual


2

TRPLx2 = 282.050 x 100 = 60% PL médio = 281.298 + 662.550 = 471.924


471.924 2

TRPLx3 = 658.612 x 100 = 65% PL médio = 662.550 + 1.358.052 = 1.010.301


1.010.301 2

Ou seja, a resposta é: a TRPL atingiu 60% em X2, tendo aumentado para 65% em X3.

C E D E R J 121
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade

Atividade 10
Os quocientes que evidenciam a lucratividade obtida pelo capital investido na empresa
são:
a. ( ) Quocientes de Estrutura de Capitais
b. ( ) Quocientes de Liquidez
c. ( ) Quocientes de Rentabilidade
d. ( ) Quocientes de Rotação

Resposta Comentada
Você estudou em aulas anteriores que os Quocientes de Estrutura de Capital,
Liquidez e Rotação não evidenciam a lucratividade ou rentabilidade da empresa;
portanto, a opção correta é a c.

Atividade 11
Você poderia afirmar que a TRPL da empresa Queimados é excelente quando:
a. ( ) for superior à rentabilidade sobre o Capital Circulante;
b. ( ) for superior à rentabilidade sobre o Ativo Imobilizado;
c. ( ) estiver próxima de 10% ao ano;
d. ( ) situar-se em um nível superior à média das empresas do mesmo ramo de sua
atividade.

Resposta Comentada
A opção correta é a d, já que, se a taxa é superior à média das empresas do
mesmo ramo de sua atividade, isso indica uma avaliação positiva.
As opções a e b são incorretas, porque a TRPL não está relacionada com o Capital
Circulante e o Ativo Imobilizado.
Finalmente, a opção c poderia até estar correta, se para o índice setorial estivesse
próximo de 10% ao ano.

122 C E D E R J
12

14
Atividade

AULA
A Empresa Piraí forneceu as seguintes informações:

DISCRIMINAÇÃO X5 X6 X7
Vendas Líquidas 3.500.000 5.800.000 7.200.000
Lucro Líquido 1.200.000 2.700.000 3.300.000
Ativo Permanente 7.372.000 8.970.000 11.300.000
Passivo Circulante 925.000 1.075.000 1.780.000
Exigível a Longo Prazo 161.000 104.000 138.900
Patrimônio Líquido 7.995.000 9.310.000 10.200.000

Calcule a TRI, a TRPL, o Giro do Ativo e a Margem Líquida para X6 e X7.

Resposta Comentada
a. Taxa de Retorno sobre Investimento

Lucro Líquido x 100


TRI =
Ativo Total Médio
2.700.000 x 100 3.300.000 x 100
TRIx6 = = 28% TRIx7 = = 29%
9.785.000 11.303.950

Lembre-se: Ativo Total = Passivo Total = Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo +
Patrimônio Líquido.
Ativo X5 = 9.081.000
Ativo X6 = 10.489.000
Ativo X7 = 12.118.900

Ativo Total médiox6 = 9.081.000 + 10.489.000 = 9.785.000


2
10.489.000 + 12.118.900
Ativo Total médiox7 = = 11.303.950
2

b. Taxa de Retorno sobre Patrimônio Líquido

TRPL = Lucro Líquido x 100


Patrimônio Líquido médio

TRPLx6 = 2.700.000 x 100 = 31% TRPLx7 = 3.300.000 x 100 = 34 %


8.652.500 9.755.000
7.995.000 + 9.310.000
PL médiox6 = = 8.652.500
2
9.310.000 + 10.200.900
PL médiox7 = = 9.755.000
2

C E D E R J 123
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade

c. Giro do Ativo

GA = Ativo Total médio x 360


ROB - Dev. e abat s/ Vendas
9.785.000
GAx6 = x 360 = 607 dias GAx7 = 11.303.950 x 360 = 565 dias
5.800.000 7.200.000

d. Margem Líquida

Lucro Líquido x 100


ML =
Vendas Líquidas
2.700.000 x 100
MLx6 = = 47% MLx7 = 3.300.000 x 100 = 46%
5.800.000 7.200.000

Atividade 13
! Como
não foram fornecidos
os valores da ROB e da Dev. e abat s/
Vendas, considerou-se o valor das
Vendas Líquidas.

Se a Empresa Piranema tiver uma TRI = 0,15 e uma TRPL = 0,25, você pode concluir
que o tempo necessário para ocorrer o retorno dos investimentos feitos no Ativo e o
retorno do Capital investido pelos proprietários será de, aproximadamente:
a. ( ) 66,7 anos e 4 anos c. ( ) 6,7 anos e 400 anos
b. ( ) 6,7 anos e 4 anos d. ( ) 667 anos e 4 anos

Resposta Comentada
A opção correta é a b. Para você calcular o pay back da TRI e da TRPL, basta
aplicar as fórmulas:

Pay back da TRI = 100% Pay back TRPL = 100%


TRI TRPL

Como no enunciado os valores da TRI e da TRPL não foram fornecidos na forma


percentual, basta multiplicá-los por 100, ou seja:
TRI = 0,15 x 100 = 15%
TRPL = 0,25 x 100 = 25%

O pay back então será:

100% 100%
Pay back da TRI = = 6,67 anos Pay back da TRPL = = 4 anos
15% 25%

124 C E D E R J
14

14
Atividade

AULA
A Empresa Paracambi forneceu as seguintes informações sobre seus relatórios
contábeis:

DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
Lucro Líquido 300 400 600
Patrimônio Líquido 1.200 2.000 2.800
Ativo Total 2.400 4.000 5.000
Passivo Circulante 600 1.000 1.500

Você pode concluir que a TRPL:

a. ( ) em X2, foi de 20% c. ( ) em X2, foi de 25%


b. ( ) em X3, foi de 21% d. ( ) em X3, foi de 30%

Resposta Comentada
A opção correta é a c.

TRPL = Lucro Líquido x100


Patrimônio Líquido médio

Sendo o PL médio x2 = 1.200 + 2.000 = 1.600, tem-se que


2

e o PL médiox3 = 2.000 + 2.800 = 2.400


2

TRPLx2 = 400 x 100 = 25% ao ano.


1.600

TRPLx3 = 600 x 100 = 25%.


2.400

Assim, a opção a é incorreta, pois a TRPL para X2 é 25%, e não 20% ao ano.
As opções b e d também não são corretas, pois a TRPLx3 é 25%, e não
21% ou 30%.

Atividade 15
A Taxa de Retorno do Patrimônio Líquido mostra:
a. ( ) rotação do Ativo
b. ( ) lucratividade operacional
c. ( ) rentabilidade do investimento total
d. ( ) rentabilidade dos Capitais Próprios

Resposta Comentada
A opção d é a correta. Como você aprendeu na Aula 13, a TRPL mostra a
rentabilidade dos Capitais Próprios.

C E D E R J 125
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade

Atividade 16
De modo geral, a rentabilidade dos investimentos pode ser conceituada como:
a. ( ) a relação entre o lucro obtido e as aplicações realizadas no Ativo Circulante;
b. ( ) a relação percentual entre as receitas realizadas e o Ativo Permanente;
c. ( ) a relação entre o lucro auferido e os recursos próprios investidos;
d. ( ) o lucro sobre as vendas efetuadas pela empresa em determinado exercício;
e. ( ) a relação entre o lucro obtido e os capitais aplicados na sua obtenção.

Resposta Comentada
Você viu na Aula 13 que a Rentabilidade dos Investimentos ou Retorno sobre
Investimento Total, também conhecido como Taxa de Retorno dos Investimentos
(TRI), ou poder de ganho da empresa (PGE), é o índice de maior destaque de
todos os índices de rentabilidade estudados. Reflete o quanto a empresa obtém
de resultado em relação a seus investimentos totais; portanto, a alternativa
correta é e.

Atividade 17
A Empresa Hexa Brasil apresentou os seguintes indicadores:

Margem operacional 18%


Rentabilidade dos investimentos 36%
Giro do Ativo 2,4 vezes

Para manter a mesma rentabilidade dos investimentos, qual deve ser a margem de lucro
se o giro do ativo cair para 1,8 vez?
a. ( ) 36,0%
b. ( ) 54,0%
c. ( ) 18,0%
d. ( ) 27,0%
e. ( ) 20,0%

Resposta Comentada
A opção e é a correta. Para responder esta atividade, você deve ter utilizado o
modelo de análise chamado Du Pont. Vamos relembrá-lo.

126 C E D E R J
14
AULA
Retorno sobre Investimento (ROI) = Margem (Operacional) x Giro do Ativo (Operacional)

H
Lucro Operacional Lucro Operacional ROL
= x
Ativo Operacional ROL Ativo Operacional

Retorno sobre o Ativo (ROA) = Margem (Líquida) x Giro do Ativo (Total)


H

H
H
Lucro Líquido Lucro Líquido ROL
= x
Ativo Total ROL Ativo Total

! Tanto o Lucro Operacional


como o Ativo Operacional podem ser
substituídos pelo Lucro Líquido e pelo Ativo
Total, respectivamente, de acordo com o
objetivo da análise.

A partir da decomposição do ROI e do ROA, a empresa poderá saber se o resultado


do ROI e o do ROA foram influenciados pela margem ou pelo giro.
Mãos à obra!
Com a queda do Giro do Ativo (2,4 vezes para 1,8 vez), é preciso uma maior
margem operacional, para que a empresa possa manter a mesma rentabilidade
dos investimentos (TRI = 36%), conforme demonstrado a seguir:
Retorno sobre Investimento = Margem Operacional x Giro do Ativo Operacional.
36% = MO x 1,8

36%
= MO
1,8

20% = MO

C E D E R J 127
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade

Atividade 18
O Índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido mostra quanto uma empresa:
a. ( ) ganhou em relação aos capitais de terceiros investidos;
b. ( ) ganhou em relação aos juros pagos a terceiros;
c. ( ) ganhou em relação ao total investido;
d. ( ) ganhou para cada unidade de capital próprio investido;
e. ( ) ganhou em relação ao investimento total em giro.

Resposta Comentada
Você viu na Aula 13 que a Rentabilidade do Patrimônio Líquido representa o
poder de ganho dos proprietários (acionistas ou cotistas) em relação aos recursos
aplicados na empresa; portanto, a alternativa correta é d.

Atividade 19
Dados os seguintes índices, pode-se afirmar:

EMPRESA
DISCRIMINAÇÃO
ALFA BETA GAMA
Margem Líquida 20% 25% 30%
Taxa de Retorno dos Investimentos 40% 35% 20%
Rentabilidade do Patrimônio Líquido 30% 35% 30%

I. A empresa Beta tem a maior capacidade de geração de lucros.


II. A empresa Alfa tem a pior Margem Líquida.
III. A empresa Gama obtém mais lucro em cada unidade vendida.
IV. A empresa Beta oferece a melhor remuneração aos capitais investidos pelos sócios.
V. A empresa Alfa tem a melhor rotatividade do Ativo.

Assinale as afirmativas incorretas:


a. ( ) I e V
b. ( ) II e IV
c. ( ) Somente a V
d. ( ) Somente a I
e. ( ) III e IV

Resposta Comentada
A opção c é a correta.
Para a resolução desta atividade, você deve analisar cada alternativa proposta.

Alternativa I: A empresa Beta tem a maior capacidade de geração de lucros.


Você viu que o índice referente à Taxa de Retorno sobre Investimentos (TRI)
é o que evidencia o potencial de lucros por parte da empresa,

128 C E D E R J
14
ou seja, quanto a empresa obteve de Lucro Líquido para cada real investido

AULA
no Ativo Total.
É do tipo quanto maior, melhor.
Das empresas analisadas, a Alfa possui a maior TRI; portanto, esta alternativa
é falsa.

Alternativa II: A empresa Alfa tem a pior margem líquida.


Por meio da Margem Líquida, você verificará a capacidade da empresa de gerar
resultado com suas vendas, ou seja, mostra o ganho final do lucro da empresa
que deverá estar à disposição dos donos do capital investido (proprietários,
acionistas ou cotistas).
Quanto menor, pior.
Das empresas analisadas, a Alfa possui a menor ML; portanto, esta alternativa
é verdadeira.

Alternativa III: A empresa Gama obtém mais lucro em cada unidade vendida.
Por meio da Margem Líquida, você pode verificar o percentual de Lucro Líquido
que a empresa obteve em decorrência de suas vendas.
A empresa que possuir maior Margem Líquida obtém maior lucro em cada
unidade vendida.
Como a ML da empresa Gama é a maior, a alternativa é verdadeira.

Alternativa IV: A empresa Beta oferece a melhor remuneração aos capitais


investidos pelos sócios.
Você também viu na Aula 13 que a Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido
(TRPL) mede a remuneração dos capitais próprios investidos na empresa.
A empresa que apresenta maior TRPL é a que melhor remunera os capitais
investidos pelos sócios.
Esta alternativa também é verdadeira, haja vista que a empresa Gama apresenta
a maior TRPL.

Alternativa V: A empresa Alfa tem melhor rotatividade do Ativo.


Para responder a esta alternativa, é necessário apurar os índices de rotatividade
(giro) do Ativo das três empresas.
Pelos dados disponíveis, a rotatividade do Ativo é calculada pela Análise de
“Margem versus Giro”, conforme demonstrado a seguir:

EMPRESA TRI = Margem x Giro


40% = 20% x Giro do Ativo
Alfa
Giro do Ativo = 2
35% = 25% x Giro do Ativo
Beta
Giro do Ativo = 1,40
30% = 20% x Giro do Ativo
Gama
Giro do Ativo = 1,5

C E D E R J 129
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade

O índice de Giro do Ativo é daqueles quanto maior, melhor.


Pelos cálculos efetuados, a empresa Alfa tem o pior Giro do Ativo; portanto,
esta alternativa é falsa.
Pelo exposto, você conclui que somente a alternativa V é a incorreta; então, a
resposta é a letra c.

Atividade 20
A empresa Perde Ganha apresentou os seguintes índices:

DISCRIMINAÇÃO X1 X2
TRI 10% 15%
Giro do Ativo 2 3

Qual foi o fator que determinou a melhor rentabilidade da empresa?


a. ( ) a diminuição das despesas comerciais;
b. ( ) o aumento do Giro do Ativo;
c. ( ) o aumento da margem de lucro;
d. ( ) a queda da rotação, com aumento da margem de lucro;
e. ( ) a diminuição dos recursos próprios.

Resposta Comentada
A opção b é a correta.
Esta atividade é resolvida pela análise de “Margem versus Giro”, usando o modelo
chamado Du Pont, ou seja:

TRI = Margem x Giro

Observe que tanto a TRI como o GA tiveram o mesmo crescimento em X2, ou


seja, de 50%, como visto na Aula 5 (Análise Horizontal), conforme demonstrado
a seguir:

Número-índice = X2 x 100
X1
3
TRI = 15% x 100 = 150% GA = x 100 = 150%
10% 2

Você viu que a taxa de crescimento = Número-índice – 100%


A TRI cresceu 50% (150% - 100%) e o GA, também 50% (150% - 100%).
Como o crescimento ocorrido na TRI e no GA foi o mesmo (50%), a Margem
Líquida manteve-se constante; portanto, o aumento da TRI se deu em
função do aumento do Giro do Ativo.

130 C E D E R J
14
AULA
acréscimo acréscimo
de 50% constante
de 50%

TRI = Margem x Giro

Atividade 21
Considere que os indicadores das empresas selecionadas são os seguintes:

EMPRESA
DISCRIMINAÇÃO
Sabor de Mel Tal e Qual Alho e Cebola
Margem Líquida 5 10 30
Rentabilidade dos Investimentos 30 40 20
Rentabilidade do Capital Próprio 30 40 60

Tomando por base esses índices, marque com X a empresa que teve melhor
performance.

EMPRESA
DISCRIMINAÇÃO
Sabor de Mel Tal e Qual Alho e Cebola

Maior capacidade de gerar lucro

Melhor remuneração aos capitais


investidos pelos sócios
Maior grau de rotatividade do
investimento

Resposta Comentada
EMPRESA
DISCRIMINAÇÃO
Sabor de Mel Tal e Qual Alho e Cebola

Maior capacidade de gerar lucro X

Melhor remuneração aos capitais


X
investidos pelos sócios
Maior grau de rotatividade do
X
investimento

C E D E R J 131
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade

Para entender as respostas, reveja os comentários da Atividade 19.


Memória de cálculo de rotatividade:
Cálculo de Margem versus Giro, conforme demonstrado a seguir:

EMPRESA TRI = Margem x Giro (rotatividade)


30% = 5% x Giro do Ativo
Sabor de Mel
Giro do Ativo = 6
40% = 10% x Giro do Ativo
Tal e Qual
Giro do Ativo = 4
20% = 30% x Giro do Ativo
Alho e Cebola
Giro do Ativo = 0,67

Atividade 22
A empresa Barra Leve apresentou nos dois últimos exercícios os seguintes
indicadores:

EMPRESA
DISCRIMINAÇÃO
X1 X2
TRI 24,0% 30,0%
Margem Líquida 4,8% 6,0%

Qual fator determinou a melhor rentabilidade?


a. ( ) Diminuição das despesas administrativas
b. ( ) Aumento do Giro do Ativo
c. ( ) Aumento da Margem de Lucro
d. ( ) Diminuição do Ativo Imobilizado
e. ( ) Queda da Margem de Lucro, com aumento do Giro

Resposta Comentada
A opção c é a correta.
Como você já viu na Atividade 17, esta atividade também é resolvida pela análise
de Margem versus Giro, usando o modelo chamado Du Pont, ou seja:

TRI = Margem x Giro

Observe que tanto a TRI como a ML tiveram o mesmo crescimento em X2, ou


seja, de 25%, conforme demonstrado a seguir:

X2
Número-índice = x 100
X1

132 C E D E R J
14
30% 6,0
TRI = x 100 = 125% ML = x 100 = 125%

AULA
24% 4,8

Você viu que a taxa de crescimento = Número-índice – 100%

A TRI cresceu 25% (125% - 100%) e o GA, também 25% (125% - 100%).
Como o crescimento ocorrido na TRI e na ML foi o mesmo (25%), o GA
manteve-se constante; portanto, o aumento da TRI se deu em função do
aumento da ML.

acréscimo acréscimo
de 25% de 25% constante

TRI = Margem x Giro

Atividade 23
No ano X5, a Empresa Luz do Dia apresentou uma rentabilidade dos investimentos
de 12%. Para X6 a empresa projeta elevá-la para 18%, mantendo a mesma margem
operacional de X5. Você, como analista financeiro, que faria para alcançar a rentabilidade
projetada?
a. ( ) Aumentaria o Giro do Ativo
b. ( ) Diminuiria as despesas financeiras
c. ( ) Diminuiria a rentabilidade dos capitais próprios
d. ( ) Aumentaria os custos dos seus produtos

Resposta Comentada
A opção a é a correta.
Assim como na Atividade 20, você deve utilizar o modelo de análise chamado
Du Pont.
Para manter constante a margem, o aumento da rentabilidade se dará pelo maior
Giro do Ativo, conforme demonstrado a seguir:

Retorno sobre Investimento = Margem Operacional x Giro do Ativo Operacional.


constante
X5: 12% = MO x Giro Por exemplo: -> 12% = 6% x 2
constante
X6: 18% = MO x Giro Por exemplo: -> 18% = 6% x 3

C E D E R J 133
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade

Atividade 24
Como analista financeiro do Banco Precavido, e tomando por base os indicadores
apresentados a seguir, a qual empresa você ofereceria financiamento a longo prazo,
em função de apresentar menor risco?

EMPRESA
DISCRIMINAÇÃO
Topa Tudo Vale Mais Max Mini
Relação Capitais de Terceiros/Capitais
0,40 0,50 0,70
Próprios
Liquidez Corrente 1,50 1,30 1,60
Rentabilidade dos investimentos - 15% 20% 0%

a. ( ) Topa Tudo, porque apresenta maior participação de capitais próprios na estrutura


de capital.
b. ( ) Max Mini, porque apresenta a maior liquidez corrente.
c. ( ) Vale Mais, porque apresenta melhor rentabilidade.
d. ( ) Max Mini, porque apresenta maior índice de capitais de terceiros sobre o Ativo.

Resposta Comentada
Para responder esta atividade, você deve analisar em conjunto os indicadores
propostos.
Como a pergunta se refere a empréstimo de longo prazo, de imediato os dados
de liquidez corrente ficam descartados.
Interpretando isoladamente a relação “Capitais de Terceiros/Capitais Próprios”,
observa-se que somente a empresa Max Mini possui em sua estrutura de capitais
maior participação dos capitais de terceiros, ou seja, para cada R$ 1,00 possui
R$ 0,70 de terceiros, apresentando maior grau de endividamento; por conseguinte,
a empresa Max Mini tem situação desfavorável em relação às outras empresas.
Interpretando somente o índice de rentabilidade dos investimentos, a empresa
Vale Mais apresenta maior rentabilidade (20%); a empresa Topa Tudo auferiu
prejuízo e a Maxi Mini, nulo.
Analisando em conjunto os indicadores, a empresa Vale Mais seria a indicada,
por apresentar melhor rentabilidade.
A empresa Topa Tudo, embora apresente estrutura de capitais equilibrada, fica
prejudicada pela rentabilidade negativa.
A empresa Max Mini é a mais endividada das três, além de não gerar
lucro.

134 C E D E R J
Atividade 25

14
A Indústria Água Limpa apresentou as seguintes dados:

AULA
DISCRIMINAÇÃO X6 X7 X8 X9
Vendas Líquidas 1.400.000 1.500.000 1.600.000 1.700.000
Lucro Bruto 1.150.000 1.080.000 1.320.000 1.430.000
Lucro Operacional 860.000 940.000 860.000 990.000
Lucro Líquido 750.000 830.000 770.000 810.000
Ativo Total 3.500.000 4.200.000 5.100.000 6.300.000
Patrimônio Líquido 1.200.000 1.350.000 1.520.000 1.700.000

1.Calcular:
1.a. Margens: Bruta, Operacional e Líquida;
1.b. Taxas de Retorno sobre Investimentos e Taxas de Retorno do Patrimônio Líquido;
1.c. Giro do Ativo;

2. Comente estes indicadores.


_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

Resposta Comentada
a. Para calcular as Margens de Lucro, você utilizou as seguintes fórmulas:

Lucro Bruto x 100 Lucro Operacional x 100


MB = MO =
Vendas Líquidas Vendas Líquidas
Lucro Líquido x 100
ML =
Vendas Líquidas

Aplicando os valores referentes aos exercícios sociais apresentados, você deve


ter obtido os seguintes resultados:

1.150.000 x 100 1.080.000 x 100


MBX6 = = 82% MBX7 = = 72%
1.400.000 1.500.000
1.320.000 x 100 1.430.000 x 100
MBX8 = = 83% MBX9 = = 84%
1.600.000 1.700.000

860.000 x 100 940.000 x 100


M0X6 = = 61% M0X7 = = 63%
1.400.000 1.500.000
860.000 x 100 990.000 x 100
M0X8 = = 54% M0X9 = = 58%
1.600.000 1.700.000

750.000 x 100 830.000 x 100


MLX6 = = 54% MLX7 = = 55%
1.400.000 1.500.000
770.000 x 100 810.000 x 100
MLX8 = = 48% MLX9 = = 48%
1.600.000 1.700.000

C E D E R J 135
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade

b. e c. Para calcular as taxas de retorno e o Giro do Ativo, você deve ter


utilizado:
TRI = Lucro Líquido x100
Ativo Total médio
Lucro Líquido x 100
TRPL =
Patrimônio Líquido médio
Ativo Total médio
GA = x 360
Vendas Líquidas

Para apurar essas taxas, você terá de iniciar pelo ano X7, já que os valores
médios do Ativo e do Patrimônio Líquido serão obtidos com base no cálculo da
média do ano anterior com o ano atual. Lembre-se de que ATM = Ativo Total
Médio e PLM = Patrimônio Líquido Médio.

3.500.000 + 4.200.000 830.000 x 100


ATM = = 3.850.000 TRIX7 = = 22%
2 3.850.000
4.200.000 + 5.100.000 770.000 x 100
ATM = = 4.650.000 TRIX8 = = 17%
2 4.650.000

ATM = 5.100.000 + 6.300.000 = 5.700.000 TRIX9 = 810.000 x 100 = 14%


2 5.700.000

1.200.000 + 1.350.000 830.000 x 100


PLM = = 1.275.000 TRPLX7 = = 65%
2 1.275.000
1.350.000 + 1.520.000 770.000 x 100
PLM = = 1.435.000 TRPLX8 = = 54%
2 1.435.000
1.520.000 + 1.700.000 810.000 x 100
PLM = = 1.610.000 TRPLX9 = = 50%
2 1.610.000

3.850.000
GA X7 = x 360 = 924 dias GA X8 = 4.650.000 x 360 = 1.046 dias
1.500.000 1.600.000

GA X9 = 5.700.000 x 360 = 1.207 dias


1.700.000

d. Apesar de não conhecermos a atividade desta empresa, de início, as margens de lucro


parecem satisfatórias, você não acha? Apesar de as TRPL estarem bem posicionadas, você
poderá ratificar as taxas de lucro calculando o pay back.
Ao contrário do que ocorreu para a TRPL, a TRI parece, de início, estar abaixo do desejado pela
empresa visto que os rendimentos dos investimentos existentes no mercado, nesse período
eram de 35%. Além disso, apresenta tendência decrescente.
Finalmente, o Giro do Ativo esteve elevadíssimo. Será que esta empresa pertence a um ramo
de atividade de produção de maquinários, de metalurgia etc., ou teria Ativos irrecebíveis
e com difícil realização? Seria importante investigar por que a renovação do Ativo
está ocorrendo em um prazo tão longo.

136 C E D E R J
26

14
Atividade

AULA
Com base no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício
da Empresa Concreta, calcule os indicadores de rentabilidade, sugerindo algumas
conclusões sobre a sua situação econômica.

Empresa Concreta
Balanço Patrimoniais encerrados em 31/12

Em R$ Mil
Balanço Patrimonial
ATIVO X7 X8 X9

CIRCULANTE 1.500 2.000 3.000


Disponível 400 450 500
Duplicatas a Receber 500 800 1.400
Estoques 600 750 1.100
PERMANENTE 2.800 3.200 3.600
Investimentos 1.000 1.200 1.200
Imobilizado 1.500 1.800 2.300
Diferido 300 200 100

TOTAL DO ATIVO 4.300 5.200 6.600

PASSIVO X7 X8 X9
R$
CIRCULANTE 1.200 1.500 1.700
Fornecedores 200 400 500
Empréstimos Bancários 900 1.000 1.100
Salários a Pagar 100 100 100
EXIGÍVEL A LONGO
PRAZO 100 120 1.000
Financiamento 100 120 1.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.000 3.580 3.900
Capital 2.500 2.500 2.500
Lucros Acumulados 500 1.080 1.400

TOTAL DO PASSIVO 4.300 5.200 6.600

C E D E R J 137
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade

Empresa Concreta
Demonstrações dos Resultados dos Exercícios relativas a:
Em R$ Mil
DRE

DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3

RECEITA LíQUIDA 2.500 3.000 3.300


(-) Custo das Mercadorias Vendidas 900 1.100 1.200
LUCRO BRUTO 1.600 1.900 2.100
( - ) Despesas Operacionais
Despesas de Vendas 200 300 350
Despesas Administrativas 150 180 200
Despesas Financeiras 300 400 500
LUCRO OPERACIONAL 950 1.020 1.050
( - ) Despesas Não-operacionais 110 100 120
LUCRO ANTES DO IR 840 920 930
( - ) Provisão para o IR 300 320 320
LUCRO LÍQUIDO 540 600 610

Resposta Comentada
Aplicando as fórmulas de Margem de Lucro, Taxa de Retorno e Giro do Ativo,
você deve ter obtido os seguintes resultados:

1.600 x 100
MBX1 = = 64% MBX2 = 1.900 x 100 = 63%
2.500 3.000
2.100 x 100
MBX3 = = 64%
3.300

950 x 100
M0X1 = = 38% M0X2 = 1.020 x 100 = 34%
2.500 3.000
1.050 x 100
M0X3 = = 32%
3.300

540 x 100
MLX1 = = 22% MLX2 = 600 x 100 = 20%
2.500 3.000

MLX3 = 610 x 100 = 18%


3.300

138 C E D E R J
14
AULA
4.300 + 5.200
Ativo Total médio = = 4.750 TRIX2 = 600 x 100 = 13%
2 4.750
5.200 + 6.600
Ativo Total médio = = 5.900 TRIX3 = 610 x 100 = 10%
2 5.900

3.000 + 3.580 600 x 100


PL médio = = 3.290 TRPLX2 = = 18%
2 3.290
3.580 + 3.900 610 x 100
PL médio = = 3.740 TRPLX3 = = 16%
2 3.740

GAX2 = 4.750 x 360 = 570 dias, onde Ativo Total médio = 4.750, calculado na
3.000
TRI.

GAX3 = 5.900 x 360 = 644 dias, onde Ativo Total médio = 5.900, calculado na
TRI. 3.300

Fazendo uma análise preliminar, desconsiderando o ramo de atividade em que


a Empresa Concreta atua, você pode concluir:
– As Margens Brutas estão bem posicionadas, porém as Margens Operacionais
e Líquidas tiveram uma grande queda; talvez seja viável tentar reduzir as
Despesas Financeiras e as Despesas com Vendas para que haja um resultado
final melhor.
– Com relação às Taxas de Retorno, a situação não parece nada confortável, pois
estas taxas estão baixas, se comparadas às de outros investimentos, que nesse
período eram de 30%.
– Finalmente, o Giro do Ativo apresenta-se com um prazo muito elevado para
renovação do seu Ativo em relação às Vendas Líquidas.
Concluindo: esta empresa não parece bem posicionada em relação aos
Indicadores de Rentabilidade.

CONCLUSÃO

Nesta aula, você deve ter colocado em prática toda a teoria apre-
sentada na aula anterior, percebendo a importância dos indicadores de
rentabilidade, bem como a interpretação dos seus resultados.

C E D E R J 139
Análise das Demonstrações Contábeis | Práticas sobre índices de rentabilidade

INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA

Na próxima aula, você terá oportunidade de aplicar as teorias de análise


estudadas ao longo do curso em uma empresa fictícia, sugerindo um
relatório final.

140 C E D E R J
15
AULA
Praticando análise
Metas da aula
Demonstrar passo a passo, através de caso prático, como analisar
uma empresa sob os aspectos econômico-financeiros, de modo
a diagnosticar sua situação, utilizando as etapas
do estudo dos indicadores.
objetivos

Após a aplicação dos conhecimentos adquiridos, esperamos que você


seja capaz de:

1 descrever o uso dos índices-padrão como referências para análise;

2 relatar a forma de composição dos índices-padrão;

3 descrever procedimentos de análise econômico-financeira;

4 aplicar os procedimentos de análise de uma empresa fictícia;

5 redigir um Relatório de Análise sobre a situação econômico-


financeira da empresa.

Pré-requisitos
Para acompanhar esta aula, você deve ter
domínio das técnicas de análise estudadas nesta
disciplina ao longo do curso. A utilização de uma
calculadora facilitará a realização desta aula.
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise

INTRODUÇÃO Esta aula tratará da última forma de referenciais para análise – a comparação
interempresarial – e irá, por fim, apresentar o Relatório de Análise da Empresa
Via Digital S.A., utilizando as duas etapas de avaliação de um índice.

REFERENCIAIS PARA ANÁLISE

A análise de balanços é fundamentalmente comparativa. Para


formar conceito a respeito de determinado índice – se é bom, regular
ou ruim –, é indispensável que se compare em relação a um parâmetro
para que possamos emitir nosso julgamento.
Essa comparação apresenta-se de três formas:
a) Pelo significado intrínseco: isto é, seu significado, o que ele
representa. Só deve ser utilizada quando não se dispõe das duas outras
formas de comparação, pois é muito limitada.
b) Temporal: envolve resultados de períodos anteriores. Geralmente,
são analisados os três últimos exercícios sociais da empresa, a fim de
compreender a tendência apresentada pelos indicadores de desempenho,
não limitando a avaliação do resultado a um único exercício.
c) Interempresarial: relaciona o desempenho da empresa com os

ÍNDICES-PADRÃO índices-padrão do mercado.

!
São valores médios
obtidos a partir
da análise de
desempenho de
um universo de A análise dos
empresas do mesmo
índices de uma empresa só adquire
ramo, tamanho e
região geográfica. consistência e objetividade quando são
Universo é a comparados com ÍNDICES-PADRÃO.
expressão utilizada
em Estatística para
se referir a um grupo
ou conjunto de
objetos, elementos Até o momento, para facilitar o aprendizado, optamos inicialmente
ou indivíduos
previamente definido.
por interpretar os indicadores na forma intrínseca e temporal, conforme
você viu no estudo da Empresa Via Digital.
A partir de agora, você irá estudar a forma principal e indispensável
de comparação: a Interempresarial.
Este processo comparativo permite definir a empresa analisada
em relação aos índices-padrão.
A fim de facilitar a compreensão deste parâmetro de comparação tão
essencial para a análise, será apresentado a seguir de forma detalhada.

142 C E D E R J
Índice-padrão

15
AULA
Conforme já foi mencionado, os indicadores econômico-
financeiros, se analisados de forma individual e isoladamente, não
produzem informações suficientes para uma correta conclusão.
É indispensável, portanto, que sejam comparados para que se possa
situar o resultado da empresa em relação ao mercado.

! A conceituação dos
resultados obtidos na empresa
só pode ser efetuada quando
compara esses valores com os de
outras empresas, de porte semelhante
e do mesmo ramo de atividade.
Só assim será possível verificar se os problemas
ou sucessos são específicos da empresa
analisada ou do setor.

De modo geral, os índices-padrão são apurados por meio de


método estatístico, que consiste em tabular os dados de determinado
universo de empresas e extrair um referencial para servir como parâmetro
de comparação.

Se você quiser se aprofundar


neste tema, leia o capítulo 7 do livro
Análise financeira de balanços – abordagem
básica e gerencial, de dante C. Matarazzo (2003).
Dante Carmine Matarazzo é graduado em Administração
de Empresas e em Ciências Contábeis pela USP. É mestre em
Contabilidade. Foi professor do Departamento de Contabilidade
da Faculdade de Economia e Administração da USP e também
professor do Programa de Pós-graduação em Contabilidade
da PUC-SP. Exerce suas atividades profissionais como
sócio-diretor das empresas Diagnose – Análise
Empresariais Ltda. e Barroco Construções &
Empreendimentos Ltda.

C E D E R J 143
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise

Na definição deste universo é levado em consideração o ramo


de atividade, o tamanho e a região geográfica onde se situam as
empresas.

Ramo de atividade

O segmento de atuação representa um dos fatores que exerce


maior influência na vida da empresa, determinando maior ou menor
investimento em ativos permanentes, em ativos circulantes, prazos que
irá praticar etc.
Por exemplo, o índice de imobilização do Permanente de 70% é
compatível para uma indústria e elevado para uma empresa comercial,
uma vez que o primeiro opera com grandes volumes de investimentos
no Ativo Permanente, enquanto a segunda, não.

! Só se pode avaliar
bem os indicadores econômico-
financeiros de empresas do mesmo
ramo de atividade.

Quanto ao setor de atividade, as empresas são classificadas em


diferentes setores: indústria, comércio e serviços.
Para concentrar as atividades mais uniformes e específicas,
cada setor pode ser subdividido em ramos, e sub-ramos, conforme
demonstrado a seguir:

Setor Ramo Sub-ramo

Exemplo de subdivisão

Indústria Alimentos Conservas,


SETOR pescados etc.

É definido como o
conjunto que abrange Além de comparar a empresa com outras do mesmo ramo, é
todos os ramos de
atividade. preciso comparar cada ramo com o SETOR em que ela atua, ou seja, com
a indústria como um todo ou com o comércio/serviços como um todo.

144 C E D E R J
Tamanho da empresa

15
AULA
Além do ramo de atividade, na constituição de índices-padrão
leva-se em conta o tamanho das empresas. Empresas de portes diferentes
têm características diferentes. Por exemplo, um supermercado apresenta
necessidade de um nível de estoque elevado, enquanto uma mercearia
trabalha com nível de estoques menor. Embora atuando no mesmo
segmento, assumem comportamentos diferentes.

Região geográfica

Numa visão sistêmica, a empresa é composta de recursos


econômicos, financeiros, humanos, materiais e tecnológicos que exercem
influência sobre ela, e é influenciada pelo meio no qual está inserida.
Fatores econômicos da região, como renda per capita, nível de
industrialização etc.; fatores sociais como costumes, crenças e valores; e
ainda os recursos naturais, como clima e vegetação, afetam a performance
da empresa.
Por outro lado, algumas atividades são menos sensíveis às condições
geográficas: à medida que a empresa vai conquistando novos mercados,
seus clientes agora não são mais apenas da localidade onde está situada,
mas de todas as regiões em que a empresa tem penetração (no município,
no estado, no Brasil ou até mesmo outros países), se aproximando a um
padrão nacional ou internacional, conforme o caso.
Cabe atentar para a existência de vários critérios de classificação
das atividades das empresas, como o utilizado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), pela Centralização de Serviços Bancários
(Serasa), por algumas publicações de revistas especializadas, tais como:
Balanço Anual, do jornal Gazeta Mercantil; Melhores e Maiores, da revista
Exame, Quem é Quem, da Visão etc.

! O analista deve estar atento


às possíveis divergências de critérios de
classificação para efeito de comparação dos índices
na utilização de trabalhos desenvolvidos por instituições
externas e publicações especializadas. Entre outros, quais os
critérios para saneamento das demonstrações financeiras? Qual
a fórmula utilizada para cálculo do ILS? Valor do estoque
ou estoque médio? Essa definição dos critérios
é importante para evitar comparação entre
situações diferentes.

C E D E R J 145
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise

Finalmente, a utilização dos índices-padrão propicia uma medida


objetiva de comparação, eliminando muito da subjetividade da análise
por parte do analista.

Alguns sites que podem ajudar você na análise da empresa são


os seguintes:
www.bacen.gov.br
www.cvm.gov.br
www.anbid.com.br
www.ibcpf.org.br
www.analisefinanceire.com.br
www.ipea.gov.br
www.planalto.gov.br
www.andima.com.br
www.infoinvest.com.br

A seguir, você tem um roteiro com algumas dicas para que possa
efetuar uma análise econômico-financeira de empresa.

I – Antes de iniciar a análise, busque informações acerca da empresa


em questão, seus produtos, seu relacionamento com as instituições
bancárias, sua imagem no mercado etc. Lembre-se de que a qualidade
da análise é diretamente proporcional à qualidade das informações.

II – Procure examinar as notas explicativas que acompanham


as demonstrações financeiras; nelas constarão dados e informações
complementares como critério de avaliação de estoques, taxas de juros etc.

III – Analise pelo menos os últimos três exercícios sociais da


empresa para que você possa ter uma idéia de tendência.

IV – Aplique a técnica de Análise Vertical no Balanço Patrimonial


para que você possa analisar, em termos percentuais, a estrutura do Ativo
e do Passivo, observando:
- se houve aumento ou diminuição da proporção de cada conta
ou grupo de contas, em relação a um determinado total;

146 C E D E R J
- se ocorreram mudanças da política da empresa, quanto à

15
obtenção e à aplicação de recursos;

AULA
- se as contas ou grupos de contas encontram-se em proporções
normais se comparados com padrões do ramo de atividade ou com os
percentuais da própria empresa na série analisada;
- seu comportamento, ao longo do período em estudo: crescente,
decrescente, constante (análise de tendência).

V – Aplique a Análise Vertical na DRE, para que você possa


identificar qual a participação de cada elemento em relação à ROL,
analisando o desempenho da empresa nos exercícios em estudo,
observando:
- se os percentuais obtidos dos CPV, despesas operacionais, lucros,
prejuízos etc. são bons ou ruins se comparados com os das empresas
concorrentes; com índices-padrão ou com os percentuais da própria
empresa;
- seu comportamento, ao longo do período em estudo (análise de
tendência): crescente, decrescente, constante.

VI – Aplique a técnica de Análise Horizontal no BP e na DRE


para que você possa observar o comportamento dos componentes
dessas demonstrações financeiras em relação ao ano-base, considerado
isoladamente:
- se houve evolução (crescimento), involução (decréscimo) ou
nenhuma alteração;
- quais as aplicações que a empresa vem priorizando e quais as
fontes de recursos utilizadas;
- qual o comportamento dos elementos formadores dos resultados
dos exercícios, em relação à ROL.

VII – Utilize a Análise Vertical em conjunto com a Horizontal para


investigar os elementos mais significativos, comparando os crescimentos
ocorridos:
- nos totais do Ativo Permanente e Circulante e dos principais
componentes;
- no Ativo Circulante em relação ao Passivo Circulante;

C E D E R J 147
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise

- no Patrimônio Líquido em relação ao ocorrido no Passivo


Exigível;
- no Patrimônio Líquido mais Passivo Exigível a Longo Prazo
em relação ao ocorrido no Ativo Permanente;
- no CPV em relação ao ocorrido na ROL;
- nos totais das despesas operacionais e de sua composição
(despesas de vendas, administrativas, financeiras etc.);
- nas despesas operacionais em relação ao ocorrido na ROL;
- nas margens (bruta, operacional, líquida) em relação à ROL.

VIII – Aplique a técnica de Análise por Quocientes para realizar


avaliações sobre diferentes aspectos da empresa (liquidez, estrutura,
atividade, rentabilidade etc.).
IX – Leve sempre em consideração a conjuntura econômica e as
perspectivas do setor em que a empresa atua.
X – Por fim, você deve comparar os resultados apurados na
empresa com os dos concorrentes e os padrões de mercado.

RESUMO SOBRE OS PRINCIPAIS INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS

ÍNDICE FÓRMULA SIGNIFICADO INTERPRETAÇÃO


LIQUIDEZ
Corrente (ILC) Para cada R$1,00 Quanto maior,
AC
de dívida de curto melhor.
PC prazo, a empresa
possui R$ X,00
para pagar.
Seca (ILS) Para cada R$ 1,00 Quanto maior,
AC - Estoques de dívida de curto melhor.
PC prazo, a empresa
possui R$ X,00, para
pagar sem realizar
os estoques.
Geral (ILG) Para cada R$ 1,00 Quanto maior,
AC + ARLP de dívida total, a melhor.
PC + PELP empresa possui R$
X,00 para pagar.
ESTRUTURA
Endividamento PE % do ativo total Quanto menor,
total (ET) x 100 financiado com melhor.
AT
recursos de
terceiros.

148 C E D E R J
15
Garantia aos Indica quantos Quanto maior,

AULA
capitais de reais de capitais melhor.
PL
terceiros (GCT) x 100 de terceiros têm
PE capitais próprios
como garantia.
Participação Indica quantos Quanto menor,
de capitais de reais de capitais de melhor.
PE
terceiros (PCT) x 100 terceiros a empresa
PL
captou para cada
real de capital
próprio.
Composição do % da dívida de Quanto menor,
PC
endividamento x 100 curto prazo em melhor.
PE
de curto prazo relação ao total das
(ECP) dívidas.
Imobilização do % dos recursos Quanto menor,
capital próprio AP próprios melhor.
(IPL) x 100 comprometidos
PL
com o Ativo
Permanente.

ATIVIDADE
Prazo médio de Quantos dias a Quanto menor,
Estoques
renovação de x 360 empresa demora melhor.
estoques (PMRE) CPV para girar seus
estoques.
Prazo médio de DR Quantos dias a Quanto menor,
recebimento de x 360 empresa leva para melhor.
Vendas
vendas (PMRV) receber de seus
clientes.
Prazo médio de Quantos dias a Quanto maior,
pagamento de Fornecedores empreza tem melhor.
compra (PMPC) Compras para pagar a seus
fornecedores
GIRO
Indica o número
de vezes que
Giro dos estoques 360 os estoques são Quanto maior,
(GE) PMRE renovados em melhor.
média ao longo do
período.

C E D E R J 149
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise

Giro de Duplicatas Mede a liquidez Quanto maior,


a Receber (GDR) 360 das Duplicatas melhor.
PMRV a Receber da
empresa.
Giro de Indica o número de Quanto menor,
Fornecedores vezes em que são melhor.
360
(GDF) renovadas as dívidas
PMPC com os fornecedores
da empresa.
RENTABILIDADE
Margem LO % do LO em relação Quanto maior,
Operacional (MO) x 100 às vendas líquidas melhor.
AO
(ROL).
Margem líquida % do LL em relação Quanto maior,
LL
ou Lucratividade x 100 às vendas líquidas melhor.
das vendas (ML) AT (ROL).
Taxa de retorno Mede a Quanto maior,
sobre o ativo rentabilidade das melhor.
LL
operacional x 100 operações em
(TRAO) VL relação ao ativo
operacional.
Taxa de % de LL em relação Quanto maior,
LO
Retorno sobre x 100 ao Ativo Total. melhor.
Investimentos VL
(TRI)
Taxa de % de LL em relação Quanto maior,
Retorno sobre LL x 100 aos capitais próprios. melhor.
o Patrimônio PL
Líquido (TRPL)
Giro do Ativo (GA) Quantas vezes Quanto maior,
Vendas Brutas – Dev.
e abat. s/ vendas o Ativo Total foi melhor.
renovado pelas
AT
vendas.

CONCLUSÃO

Como conclusão desta disciplina, será apresentado o Relatório de


Análise da Empresa Via Digital S.A.; desta feita, você verá como foram
emitidos os conceitos a respeito da situação econômico-financeira, se
boa, regular ou ruim, relacionando o desempenho da empresa com os
índices-padrão do mercado.
Na avaliação desses indicadores serão utilizadas as demonstrações
financeiras e os índices-padrão relativos aos anos de X1, X2 e X3.

150 C E D E R J
RELATÓRIO DE ANÁLISE
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise

EMPRESA VIA DIGITAL S.A.

INTRODUÇÃO

Trata-se de uma sociedade anônima fabricante de placas de circuitos eletrônicos


com sede no Estado do Rio de Janeiro. A Via Digital solicita um empréstimo de
R$ 1.000.000,00 ao Banco Confiança para dar continuidade ao seu projeto
de expansão iniciado em X2 e cujo término está previsto para março de X4.
Com base nas demonstrações financeiras em anexo – Balanço Patrimonial e
Demonstração do Resultado do Exercício relativamente aos exercícios de X1,
X2 e X3, efetue a análise econômico-financeira da empresa Via Digital S.A.
para viabilização desta operação de empréstimo.

BALANÇOS PATRIMONIAIS SANEADOS (AJUSTADOS)


ENCERRADOS EM:

31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


APLICAÇÕES VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % % R$ % %
ATIVO CIRCULANTE:
7.390 6 100 2.024 1 27 2.849 2 39
Disponibilidades (1)
Direitos Realizáveis
47.218 38 100 41.015 29 87 53.021 29 112
a Curto Prazo (2)
Soma (3) = (1+2) 54.608 44 100 43.039 30 79 55.870 31 102
Estoques (4) 33.923 28 100 33.411 24 98 43.227 24 127
TOTAL DO ATIVO
CIRCULANTE (5) = 88.531 72 100 76.450 54 86 99.097 55 112
(3 + 4)
ATIVO REALIZÁVEL
A LONGO PRAZO - - - - - - - - -
(6)
TOTAL DO ATIVO
PERMANENTE (7) = 34.577 28 100 65.124 46 188 81.531 45 236
(8 + 9+ 10)
• Investimentos (8) 3.263 3 100 4.106 3 126 5.352 3 164
• Imobilizado (9) 31.314 25 100 59.036 42 189 73.000 40 233
•. Diferido (10) - - 100 1.982 1 - 3.179 2 -
ATIVO TOTAL (11) =
123.108 100 100 141.574 100 115 180.628 100 147
(5 + 6 + 7)

152 C E D E R J
31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3

15
ORIGENS VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH

AULA
R$ % % R$ % % R$ % %
PASSIVO
60.554 49 100 48.943 35 81 63.376 35 105
CIRCULANTE (1)
PASSIVO
14.196 12 100 51.291 36 361 63.624 35 448
EXIGÍVEL LP (2)
PASSIVO EXIGÍVEL
74.750 61 100 100.234 71 134 127.000 70 170
(3) = (1 + 2)
PATRIMÔNIO
48.358 39 100 41.340 29 85 53.628 30 111
LÍQUIDO (4)
PASSIVO TOTAL (5)
123.108 100 100 141.574 100 115 180.628 100 147
= (3 + 4)

DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS DE EXERCÍCIOS


SANEADAS RELATIVAS AOS EXERCÍCIOS DE:

X1 X2 X3
DISCRIMINAÇÃO
VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
R$ % % R$ % % R$ % %
RECEITA OPERACIONAL BRUTA
237.401 113 100 294.377 114 124 313.824 112 132
(1)
(-) Deduções de Vendas (2) 26.889 13 100 35.031 14 130 33.624 12 125
(=) RECEITA OPERACIONAL
210.512 100 100 259.346 100 123 280.200 100 133
LÍQUIDA (3) = (1 – 2)
(-) CUSTO DOS PRODUTOS
160.385 76 100 161.313 62 101 174.340 62 109
VENDIDOS (4)
(=) LUCRO BRUTO (5) = (3 – 4) 50.127 24 100 98.033 38 196 105.860 38 211
(-) Despesas Operacionais (6) = 36
35.382 17 100 92.327 36 261 101.235 286
(7 + 8 + 9 + 10)
• Vendas (7) 10.218 5 100 12.189 5 119 13.225 5 129

• Administrativas (8) 9.296 4 9.078 3 98


100 8.299 3 89
• Financeiras Líquidas (9) 15.868 8 78.932 28 497
100 71.839 28 453
• Outras Despesas/Receitas (10) - - - - - - - - -
(=) Lucro Operacional (11) =
14.745 7 100 5.706 2 39 4.625 2 31
(5 – 6)
(+) Resultados Não-
156 - 100 259 - 166 616 - 395
Operacionais (12)
(=) Lucro antes do IR (13) =
14.901 7 100 5.965 2 40 5.241 2 35
(11 + 12)
(-) Provisão para IR (14) 4.797 2 100 1.283 - 27 1.661 1 35
(=) Lucro Líquido (15) =
10.104 5 100 4.682 2 46 3.580 1 35
(13 – 14)

C E D E R J 153
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise

! Para facilitar a
interpretação das técnicas
de Análise Vertical/Horizontal, você
deve construir histogramas para os Balanços
Patrimoniais e gráficos para as Demonstrações dos
Resultados dos Exercícios, destacando as Receitas
Operacionais Líquidas, as Despesas
Operacionais e os Resultados
Finais (lucro ou prejuízo).

ANÁLISE VERTICAL/HORIZONTAL

31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3

AC PC AC PC AC PC
72% 49% 54% 35% 55% 35%

PELP PELP PELP


12% 36% 35%

PL
AP
39% AP
PL 45% PL
AP 46%
29% 30%
28%

BALANÇOS PATRIMONIAIS

Em X1 a empresa apresentava a maior parte dos recursos aplicados


no Ativo Circulante (72%). Os capitais próprios, embora minoritários
na estrutura de capitais (39%), eram suficientes para garantir todo o
Ativo Permanente e financiar parte do Ativo Circulante, apresentando,
portanto, Capital Circulante Próprio.

154 C E D E R J
Não obstante os capitais de terceiros vencíveis a curto prazo tivessem

15
a maior participação da série histórica analisada (49% contra 35% em X2

AULA
e X3), foi nesse exercício que a Via Digital apresentou a melhor situação
financeira, pois os recursos aplicados no Ativo Circulante são suficientes
para bancar todas as exigibilidades de curto e de longo prazo.
A partir de seu projeto de expansão iniciado em X2 e com
término previsto para março de X4, a empresa Via Digital modificou
totalmente sua política de aplicação e obtenção de recursos. Seu Ativo
total cresceu nominalmente 47% de 31/12/X1 a 31/12/X3. Em termos
reais, o crescimento foi de 34%. Tal crescimento deveu-se ao Ativo
Permanente, que expandiu nominalmente 136% e, em termos reais,
116%, enquanto o Ativo Circulante teve crescimento nominal de 12% e
real de apenas 2%. Como resultado, as aplicações no Ativo Permanente
passaram a responder por 46% e 45% do total do Ativo, com destaque
para a conta “obras em andamento”, que tanto em X2 como em X3
representava 30% e 38%, respectivamente, do Imobilizado.
Os capitais de terceiros vencíveis a longo prazo foram o principal
responsável pelo aumento do Ativo, com evolução real de 310%, relativo
ao período 31/12/X1 a 31/12/X3, uma vez que o PL evoluiu apenas 1% e
o Passivo Circulante decreceu de 4%.
A partir de X2, praticamente a empresa trabalhou com os capitais
de terceiros de curto e de longo prazo, na proporção de 1:1.
Tanto em X2 como em X3 os resultados ocorridos nos Ativos
Circulantes e nos Passivos Circulantes foram sempre favoráveis aos
Ativos Circulantes; em X2, o Ativo Circulante decresceu 16%, em termos
reais, em relação a X1, contra o decréscimo de 22% do Passivo Circulante.
Já em X3, o AC evoluiu somente 2%; no entanto, o PC experimentou um
decréscimo de 4%; portanto, sua situação financeira não ficou prejudicada,
não obstante a maior dependência dos capitais alheios.

C E D E R J 155
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise

DRE
X1
X2 X3

ROL ROL ROL


100% 100% 100%

DO DO
DO
36% 36%
17%

LL 5% LL 2% LL 1%

O crescimento real das vendas, de 22%, inferior ao ocorrido no


Ativo Total (34%) no período analisado, é explicado em função da
elevada participação da rubrica “obras em andamento”.
Os acréscimos reais na ROL nos dois últimos exercícios, de 19%
e 22%, respectivamente, e o bom desempenho dos CPV, que decresceram
em termos reais em 3% e 1%, fizeram com que as margens brutas
crescessem 89% e 93% em X2 e X3, com isso o lucro bruto passou a
representar 38% das ROL, no último exercício.
O aumento de 14 pontos percentuais em X2 e X3 em relação a
X1 é bastante significativo, pois o Lucro Líquido em X1 representou
5% da ROL.
Se em X2 e X3 as Despesas Operacionais não tivessem crescimentos
superiores à ROL, a Via Digital com certeza alcançaria melhor percentual
de Lucro Líquido sobre as ROL se comparado a X1.
Essas Despesas Operacionais, que em X1 representavam 17% da
ROL, passaram a consumir 36% da ROL nos dois últimos exercícios,
fazendo com que o Lucro Operacional participasse com 2% em X2 e
1% em X3) da ROL, contra os 5% de X1.

156 C E D E R J
Em X2 e X3 o Lucro Líquido decresceu, em

15
!
termos reais de 55% e 68%, respectivamente, se

AULA
comparado a X1. Entre as Despesas Operacionais,
o destaque negativo foram as despesas financeiras
que cresceram, em termos reais, nada menos que A memória de
338% e 355% se comparadas a X1, estando em cálculos das variações, em termos
reais, encontra-se no Anexo 6 desta
proporções bastante elevadas para a empresa,
aula, enquanto as variações em
sendo, portanto, a principal causa da redução do termos nominais na Aula 13.
Lucro Líquido.

INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS

! Para facilitar a
interpretação, você deverá
transportar os valores apurados
dos índices (Anexo 3) para o quadro
a seguir, como também verificar a
tendência desses índices no período
em estudo e compará-los
com os índices do setor
disponíveis.

LIQUIDEZ

ÍNDICE EXERCÍCIO TENDÊNCIA


INTERPRETAÇÃO
X1 X2 X3 X1 X2 X3

ILI Quanto menor, melhor, dentro


0,12 0,04 0,04
de certos limites de segurança.
ILC 1,46 1,56 1,56 Maior, melhor

ILS 0,90 0,88 0,88 Maior, melhor

ILG 1,18 0,76 0,78 Maior, melhor

C E D E R J 157
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise

EXERCÍCIO
X1 X2 X3
DISCRIMINAÇÃO
Índice da Índice- Índice da Índice- Índice da Índice-
empresa padrão empresa padrão empresa padrão
LIQUIDEZ
Corrente 1,46 1,47 1,56 1,60 1,56 1,52
Geral 1,18 1,20 0,76 0,77 0,78 0,76

COMENTÁRIOS

A análise retrospectiva dos demonstrativos financeiros relativos


aos exercícios de X1, X2 e X3 revela que, em termos de liquidez,
a Empresa Via Digital S.A. apresentou a cada ano uma boa capa-
cidade financeira de curto prazo, culminando no último exercício
com o indicador superior à média do setor.
A longo prazo, apresentou uma situação financeira insatisfatória,
sob o ponto de vista da tendência decrescente; nos dois últimos exercícios,
foi inferior à unidade. Por outro lado, como os índices-padrão, também
nos dois últimos anos, vêm apresentando tendência de queda e abaixo
da unidade, pode-se concluir que a situação de liquidez a longo prazo
da Via Digital está dentro da normalidade. Ressalta-se que, em X3,
o ILG de X3 da empresa foi superior ao do setor.

! Podemos verificar
a tendência dos índices
comparando o comportamento
do índice sempre em relação
ao ano anterior.

158 C E D E R J
15
ESTRUTURA

AULA
ÍNDICE EXERCÍCIO TENDÊNCIA
INTERPRETAÇÃO
X1 X2 X3
X1 X2 X3
ET 61% 71% 70% Menor, melhor
CE 81% 49% 50% Menor, melhor
ICP 72% 158% 152% Menor, melhor

ESTRUTURA
EXERCÍCIO
X1 X2 X3
DISCRIMINAÇÃO
Índice da Índice- Índice da Índice- Índice da Índice-
empresa padrão empresa padrão empresa padrão
ET 61% 55% 71% 82% 70% 80%
CE 81% 80% 49% 52% 50% 50%
ICP 72% 72% 158% 76% 152% 77%

COMENTÁRIOS

Os índices de endividamento da Via Digital demonstram que


nos dois últimos exercícios a empresa vem recorrendo maciçamente
aos capitais de terceiros. Muito embora seu nível de endividamento
elevado seja típico no ramo, se comparado ao do setor os indicadores da
EVD S.A. apresentam-se mais bem posicionados.
Os indicadores de endividamento de curto prazo mostram que
a empresa melhorou sensivelmente o perfil da dívida, chegando a
dívidas vencíveis a curto prazo no último exercício reduzidas à metade,
acompanhando a tendência e o perfil do setor.
Relativamente à Imobilização do Patrimônio Líquido, a situação
da empresa, que era tranqüila em X1, deixa de existir nos anos X2 e
X3, em face do crescimento elevadíssimo de seu nível de imobilização
(IPL > 1); no entanto, sua saúde financeira não está comprometida, pois
a empresa compensou a falta de recursos próprios para o financiamento
do Ativo Permanente com fontes de recursos de terceiros vencíveis a
longo prazo.
O pior posicionamento do nível de imobilização da empresa
em relação ao setor explica-se em parte pelas imobilizações em
obra em andamento, 27% e 35% em X2 e X3, respectivamente.

C E D E R J 159
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise

ATIVIDADE

EXERCÍCIO TENDÊNCIA
ÍNDICE INTERPRETAÇÃO
X1 X2 X3
X1 X2 X3
PMRE 76 dias 75 dias 89 dias Menor, melhor
PMRV 77 dias 55 dias 64 dias Menor, melhor
PMPC 86 dias 27 dias 23 dias Maior, melhor
CO 153 dias 130 dias 153 dias Menor, melhor
CF 67 dias 103 dias 130 dias Menor, melhor

GIRO

ÍNDICE EXERCÍCIO INTERPRETAÇÃO


X1 X2 X3 Maior, melhor
GE 4,7 vezes 4,8 vezes 4,0 vezes Maior, melhor
GDR 4,7 vezes 6,6 vezes 5,5 vezes
Menor, melhor
GF 4,2 vezes 13,3 vezes 15,7 vezes

EXERCÍCIO
ÍNDICE X1 X2 X3
EMPRESA SETOR EMPRESA SETOR EMPRESA SETOR
PMRE 76 dias 75 dias 75 dias 75 dias 89 dias 77 dias
PMRV 77 dias 78 dias 55 dias 77 dias 64 dias 75 dias
PMPC 86 dias 75 dias 27 dias 75 dias 23 dias 76 dias
CO 153 dias 153 dias 130 dias 152 dias 153 dias 152 dias
CF 67 dias 78 dias 103 dias 77 dias 130 dias 76 dias
QPR 1,78 1,97 4,81 2,03 6,65 2,04
GE 4,7 x (*) 4,8 x (*) 4,0 x (*)
GDR 4,7 x (*) 6,5 x (*) 5,6 x (*)
GF 4,2 x (*) 13,3 x (*) 15,7 x (*)

(*) Valores não disponíveis.

160 C E D E R J
Representação gráfica dos ciclos operacional e financeiro da

15
empresa e do setor, ano a ano

AULA
EMPRESA
Ano X1
CO = 153 dias

PMRE = 76 dias PMRV = 77 dias

PMPC = 86 dias CF = 67 dias

PADRÃO/SETOR

CO = 153 dias

PMRE = 75 dias PMRV = 78 dias

PMPC = 75 dias CF = 78 dias

EMPRESA

Ano X2
CO = 130 dias

PMRE = 75 dias PMRV = 55 dias

PMPC =
27 dias CF = 103 dias

PADRÃO/SETOR

CO = 152 dias

PMRE = 75 dias PMRV = 77 dias

PMPC = 75 dias CF = 77 dias

C E D E R J 161
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise

EMPRESA

Ano X3

CO = 153 dias

PMRE = 89 dias PMRV = 64 dias

PMPC =
23 dias CF = 130 dias

PADRÃO/SETOR

CO = 152 dias

PMRE = 77 dias PMRV = 75 dias

PMPC = 76 dias CF = 76 dias

COMENTÁRIOS

A análise retrospectiva dos índices de atividade e dos ciclos


operacionais e financeiros relativos aos exercícios de X1, X2 e X3 revela
que em X1 a Empresa Via Digital S.A. apresentou a melhor situação
financeira do período analisado. Seu ciclo financeiro era inferior ao do
setor, o que significa que a empresa necessitou de giro por um prazo de
7 dias a menos do que a média do setor. Tal fato se deu praticamente em
função da obtenção de maior prazo médio de pagamento de compras, já
que tanto o PMRE como o PMRV ficaram próximos à média do ramo e
os ciclos operacionais apresentavam o mesmo número de dias (153).

162 C E D E R J
Em X2 a situação se inverteu. A causa da situação desfavorável foi

15
a redução drástica do PMPC, já que praticamente não ocorreu alteração

AULA
no PMRE, girando 4,8 vezes. Aliado à melhoria no giro de Duplicatas
a Receber (6,5 vezes), o ciclo operacional passou de 153 dias para 130,
diminuindo a necessidade da empresa de investimento em giro.
Em X3, a empresa não conseguiu reverter a tendência declinante
observada em X2; pelo contrário, piorou mais. Ocorreram crescimentos
nos PMRE e PMRV e diminuição do PMPC. O destaque negativo vai para
o PMPC, o menor do período em análise, com os fornecedores financiando
as compras apenas 23 dias. Para financiar o ciclo financeiro de 130 dias,
a empresa precisou de financiamento complementar de giro.
Pelo exposto, o problema da EVD S.A. encontra-se no PMRE e,
pricipalmente, no PMPC, pois não houve alteração no ciclo operacional,
que está próximo ao do setor.
Para melhorar a situação financeira, a empresa deverá negociar
com seus fornecedores maiores prazos de pagamento e rever sua política
de estoque. Só através de uma boa gestão dos prazos médios a empresa
poderá melhorar seu ciclo financeiro.

ÍNDICE EXERCÍCIO TENDÊNCIA


INTERPRETAÇÃO
X1 X2 X3
X1 X2 X3
MO 7% 2% 2% Maior, melhor
ML 5% 2% 1% Maior, melhor
TRAO 13% 5% 4% Maior, melhor
TRI 8% 4% 2% Maior, melhor
TRPL 22% 10% 8% Maior, melhor
GA 1,96 vez 2,08 vezes 1,74 vez Maior, melhor

EXERCÍCIO
X1 X2 X3
DISCRIMINAÇÃO
Índice da Índice- Índice da Índice- Índice da Índice-
empresa padrão empresa padrão empresa padrão
ML 5% 5% 2% 1% 1% 1%
TRI 8% 4% 3% 3% 2% 2%
TRPL 22% 9% 10% 13% 8% 11%
GA 1,96 vez 1,62 vez 2,08 vezes 1,10 vez 1,74 vez 1,00 vez

C E D E R J 163
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise

COMENTÁRIOS

A situação econômica da Via Digital piorou nos dois últimos exercícios.


Todos os seus indicadores econômicos involuíram, encontrando-se abaixo
da média do setor. Dentre as principais causas desse fraco desempenho
encontra-se o alto endividamento nos anos X2 e X3, que acarretou crescimento
substancial das despesas financeiras.
A decisão da empresa quanto aos investimentos em “obras em
andamento” em volumes significativos nos dois últimos exercícios,
sem correspondência em termos de vendas, em muito contribuiu para

!
esse resultado.
Espera-se que, a partir de março de X4, com o
término das obras, onde está previsto um
O quadro resumo dos
índices e a representação gráfica dos acréscimo no seu volume de vendas da
ciclos auxiliam o analista a localizar onde ordem de 20% em relação ao faturamento
residem os pontos fortes e fracos da
de X3 e a maturação dos investimentos
empresa, destacando os mais relevantes
e identificando as causas e os efeitos da no Ativo Permanente e outras decisões,
situação financeira da empresa. como melhor controle de seus custos e
despesas e melhores índices de atividades, a
Via Digital S.A. volte, pelo menos, à situação do
ano X1, melhor ano da série analisada.

RESUMO

Utilizando as principais técnicas de Análise de Balanços, nesta última aula


foi possível aplicar toda a teoria apresentada durante a disciplina Análise
das Demonstrações Contábeis na Empresa Via Digital.
Nesta análise, também foi considerado o significado intrínseco da empresa,
o temporal e interempresarial (setorial), com o objetivo de estabelecer
parâmetros a respeito da sua real situação econômico-financeira.
Finalmente, foi elaborado, como sugestão, um relatório conclusivo baseado
nos indicadores estudados e nas informações relevantes disponíveis.
Com este estudo prático concluímos esta disciplina – muito embora haja outros
indicadores que não foram abordados. É importante que você lembre que a
Análise das Demonstrações contábeis tem o objetivo de diagnosticar a situação
econômico-financeira, determinando suas causas e apontando soluções.

164 C E D E R J
ANEXOS

1. Balanços Patrimoniais.
2. Demonstrações de Resultados dos Exercícios.
3. Dados complementares.
4. Memória de cálculo dos indicadores.
5. Memória de cálculo dos valores deflacionados.
6. Memória de cálculo da AH dos valores deflacionados.
7. Memória de cálculo da participação da rúbrica Obras em Andamento
em relação ao Ativo Permanente.
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise

1. BALANÇOS PATRIMONIAIS

Empresa Via Digital S.A.


Balanços Patrimoniais encerrados em:

Balanço Patrimonial
Em R$
ATIVO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
Ativo Circulante
Caixa e Bancos c/ Movimento 1.563 637 816
Aplicações de Liquidez Imediata 5.827 1.487 2.033
Duplicatas a Receber 48.690 41.995 53.901
Duplicatas Descontadas (13.130) (18.079) (23.462)
Provisão para Créditos de Liquidação (1.472) (980) (880)
Duvidosa
Estoque de Produtos Acabados 11.010 19.849 25.734
Estoque de Produtos em Elaboração 4.232 4.644 6.018
Matérias-primas 18.681 8.918 11.475
Total do Ativo Circulante 75.401 58.371 75.635

Ativo Permanente
- Investimentos
- Ações de Outras Empresas 2.730 2.662 3.448
- Obra de Arte 533 1.444 1.904
Total do Investimento 3.263 4.106 5.352

- Imobilizado
- Imóveis 17.290 17.290 17.290
- Máquinas e Equipamentos 12.168 21.345 23.000
- Veículos 6.877 8.280 9.132
- Ferramentas 2.223 2.506 3.500
- Depreciação Acumulada (7.244) (8.000) (8.200)
- Obras em Andamento - 17.615 28.278
Total do Imobilizado 31.314 59.036 73.000

- Diferido
- Despesas com Reorganização - 1.982 3.179
- 1.982 3.179

Total do Diferido 34.577 65.124 81.531


Total do Ativo Permanente
TOTAL DO ATIVO 109.978 123.495 157.166

166 C E D E R J
Em R$
PASSIVO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3

15
Passivo Circulante

AULA
Fornecedores 31.996 18.518 24.038
Encargos Sociais 3.229 2.322 2.464
Impostos a Recolher 5.499 2.458 2.205
Financiamentos 2.457 2.557 7.109
Dividendos a Pagar 1.261 1.400 1.520
Empréstimos Bancários 2.982 3.609 2.578
Total do Passivo Circulante 47.424 30.864 39.914

Passivo Exigível a Longo Prazo


Empréstimos Bancários 14.196 37.658 46.100
Financiamentos - 13.633 17.524
Total do Passivo Exigível a Longo Prazo 14.196 51.291 63.624

Patrimônio Líquido
Capital Social 29.673 23.190 30.119
Reservas de Capital 11.038 11.779 13.446
Reservas de Lucros 505 368 480
Lucros Acumulados 7.142 6.003 9.583
Total do Patrimônio Líquido 48.358 41.340 53.628
TOTAL DO PASSIVO 109.978 123.495 157.166

2. DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS DOS EXERCÍCIOS

Empresa Via Digital S.A

Demonstrações dos Resultados dos Exercícios relativas aos exercícios de:

DRE

Em R$
DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
RECEITA OPERACIONAL BRUTA 237.401 294.377 313.824
(-) Impostos incidentes sobre Vendas 17.066 15.823 21.967
(-) Devoluções e Abatimentos sobre 9.823 19.208 11.657
Vendas
(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 210.512 259.346 280.200
(-) Custo dos Produtos Vendidos 160.385 161.313 174.340
(=) LUCRO BRUTO 50.127 98.033 105.860
(-) DESPESAS OPERACIONAIS:
• Vendas 10.218 12.189 13.225
• Administrativas 9.296 8.299 9.078
• Financeiras 15.868 71.839 78.932

C E D E R J 167
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise

(=) LUCRO OPERACIONAL 14.745 5.706 4.625


(+) Receitas Não-operacionais 256 359 866
(-) Despesas Não-operacionais 100 100 250
(=) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE 14.901 5.965 5.241
RENDA

(-) Provisão para Imposto de Renda 4.797 1.283 1.661


(=) LUCRO LÍQUIDO 10.104 4.682 3.580

LUCRO POR AÇÃO 0,888 0,390 0,420

3. DADOS COMPLEMENTARES

- Empresa
Em R$

DISCRIMINAÇÃO 31/12/X0
Duplicatas a Receber 45.976
Estoques 32.361
Ativo Operacional 108.190
Ativo Total 116.549
Fornecedores 32.504
Patrimônio Líquido 42.563

Em R$

DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
Compras 133.182 246.396 375.081

- Setor

DISCRIMINAÇÃO X1 X2 X3
LIQUIDEZ
- ILC 1,47 1,60 1,52
- ILG 1,20 0,77 0,76
ESTRUTURA
- ET 55% 82% 85%
- ECP 80% 52% 50%
- ICP 72% 76% 77%

168 C E D E R J
15
ATIVIDADE

AULA
- PMRE 75 dias 75 dias 77 dias
- PMRV 78 dias 77 dias 75 dias
- PMPC 76 dias 75 dias 76 dias
- CO 153 152 152
- CF 78 77 76
- GE 4,7 X 4,8 X 4,0 X
- GDR 4,7 X 6,5 X 5,6 X
- GF 4,2 X 13,3 X 15,7 X
- QPR 1,78 4,81 6,65
RENTABILIDADE
- ML 5% 1% 1%
- TRI 4% 3% 2%
- TRPL 9% 13% 11%
- GA 1,62 vez 1,10 vez 1,00 vez

4. MEMÓRIA DE CÁLCULO DOS INDICADORES

DISCRIMINAÇÃO EXERCÍCIO
X1 X2 X3
LIQUIDEZ

ILI =
Disponibilidades 7.390 2.024 2.849
PC = 0,12 = 0,04 = 0,04
60.554 48.943 63.376
AC 88.531 76.450 99.097
ILS =
PC 60.554 = 1,46 48.943 = 1,56 63.376
= 1,56

AC - Estoques 88.531 - 33.923 76.450 - 33.411 99.097 - 43.227


ILS = = 0,90 = 0,88 = 0,88
PC 60.554 48.943 63.376
AC + ARLP 88.531 + 0 76.450 + 0 99.097 + 0
ILG = =1,18 = 0,76 = 0,78
PC + PELP 60.554 + 14.196 48.943 + 51.291 63.376 + 63.624

C E D E R J 169
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise

ESTRUTURA
PE 74.750 100.234 127.000
ET =
AT 123.108 x 100 = 61% 141.574 x 100 =71% x 100 = 70%
180.628
PC 60.554 48.943 63.376
CE = x 100
PE 74.750 x 100 = 81% 100.234 x 100= 49% 127.000
x 100 = 50%

AP 34.577 65.124 81.531


ICP = x 100 x 100 =72% x 100 = 158% x 100 = 152%
PL 48.358 41.340 53.628
ATIVIDADE

Est. 33.923 33.411


PMRE = x 360 x 360 = 76 dias x 360 = 75 dias 43.227 x 360 = 89 dias
CPV 160.385 161.313 174.340

DR 48.690 41.995 53.901


PMRV = x 360 x 360 = 77 dias x 360 = 55 dias x 360 = 64 dias
ROL * 227.578 275.169 302.167

Forn. 31.996 18.518 24.038


PMPC = x 360 x 360 = 86 dias x 360 = 27 dias x 360 = 23 dias
Comp. 133.182 246.396 375.081

CO = PMRE + PMRV 76 + 77 = 153 dias 75 + 55 = 130 dias 89 + 64 = 153 dias

CF = CO – PMPC 153 – 86 = 67 dias 130 – 27 = 103 dias 153 – 23 = 130 dias

GIRO
360 360 360 360
GE =
PMRE 76 = 4,7 vezes 75 = 4,8 vezes 89 = 4,0 vezes
360 360 360 360
GDR =
PMRV 77 = 4,7 vezes 55 = 6,5 vezes 66 = 5,6 vezes
360 360 360 360
GF = = 4.2 vezes = 13,3 vezes = 15,7 vezes
PMPC 86 27 23
RENTABILIDADE
LO 14.745 5.706 4.625
MO =
ROL x 100 210.512
x 100 = 7% 259.346 x 100 = 2% 280.200 x 100 = 2%
LL 10.104 4.682 3.580
ML =
ROL x 100 210.512
x 100 = 5%
259.346
x 100 = 2%
280.280
x 100 = 1%

LO 14.745 5.706 4.625


TRAO =
AOM x 100 111.104 x 100 = 13% 116.282
x 100 = 5%
131.756
x 100 = 4%

LL 10.104 4.682
TRI = 3.580
ATM x 100 119.829 x 100 = 8% 132.341 x 100 = 4%
161.101
x 100 = 2%

LL 10.104 4.682 3.580


TRPL =
PLM x 100 45.461 x 100 = 22% 44.849 x 100 = 10% 47.484
x 100 = 8%

ROL * 225.578 275.169 302.167


GA = = 1,88 vez = 2,08 vezes = 1,88 vez
ATM 119.829 132.341 161.101

170 C E D E R J
- Deduções

15
ROL * = ROB – Devoluções e abatimentos sem vendas

AULA
X1 X2 X3
116.549 + 123.108 123.108 + 141.574 141.574 + 180.628
Ativo total
2 2 2
médio
= 119.829 = 132.341 =161.101

Ativo 108.190 + 114.018 114.018 + 118.546 118.546 + 144.965


operacional 2 2 2
médio = 111.104 = 116.282 = 131.756

42.563 + 48.358 48.358 + 41.340 41.340 + 53.628


Pl médio 2 2 2
= 45.461 = 44.849 = 47.484

5. MEMÓRIA DE CÁLCULO DOS VALORES DEFLACIONADOS

DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3

Fator de conversão 1,000 0,967 0,915

X1
X2 Fator de Valores
Valores originais conversão
DISCRIMINAÇÃO deflacionados
(Em reais)
(Em reais)
a b c=axb
Ativo Circulante 76.450 0,967 73.927
Ativo Permanente 65.124 0,967 62.975
Ativo Imobilizado 59.036 0,967 57.088
Ativo Total 141.574 0,967 136.902
Passivo Circulante 48.943 0,967 47.328
Passivo Exigível a Longo 51.291 0,967 49.598
Prazo
Passivo Exigível Total 100.234 0,967 96.926
Patrimônio Líquido 41.340 0,967 39.976
Receita Operacional
259.346 0,967 250.788
Líquida
Custo dos Produtos
161.313 0,967 155.990
Vendidos

C E D E R J 171
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise

Lucro Bruto 98.033 0,967 94.798


Despesas Operacionais 92.327 0,967 89.280
Despesas com Vendas 12.189 0,967 11.787
Despesas
8.299 0,967 8.025
Administrativas
Despesas Financeiras
71.839 0,967 69.468
Líquidas
Lucro Operacional 5.706 0,967 5.518
Lucro Líquido 4.682 0,967 4.527

X3 X1
Valores originais Valores
Fator de
DISCRIMINAÇÃO (Em reais) deflacionados
conversão
a (Em reais)
b
c=axb
Ativo Circulante 99.097 0,915 90.674
Ativo Permanente 81.531 0,915 74.601
Ativo Imobilizado 73.000 0,915 66.795
Ativo Total 180.628 0,915 165.275
Passivo Circulante 63.376 0,915 57.989
Passivo Exigível a Longo
63.624 0,915 58.216
Prazo
Passivo Exigível Total 127.000 0,915 116.205
Patrimônio Líquido 53.628 0,915 49.070
Receita Operacional
280.200 0,915 256.383
Líquida
Custo dos Produtos
174.340 0,915 159.521
Vendidos
Lucro Bruto 105.860 0,915 96.862
Despesas Operacionais 101.235 0,915 92.630
Despesas com Vendas 13.225 0,915 12.101
Despesas
9.078 0,915 8.306
Administrativas
Despesas Financeiras
78.932 0,915 72.223
Líquidas
Lucro Operacional 4.625 0,915 4.232
Lucro Líquido 3.580 0,915 3.276

172 C E D E R J
6. MEMÓRIA DE CÁLCULO DA AH DOS VALORES DEFLACIONADOS

15
AULA
DISCRIMINAÇÃO 31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3
Ativo Circulante (valores deflacionados) – R$ 88.531 73.927 90.674
Análise Horizontal (número-índice) 100% 84% 102%
Ativo Permanente (valores deflacionados) – R$ 34.577 62.975 74.601
Análise Horizontal (número-índice) 100% 182% 216%
Ativo Imobilizado (valores deflacionados) – R$ 31.314 57.088 66.795
Análise Horizontal (número-índice) 100% 182% 213%
Ativo Total (valores deflacionados) – R$ 123.108 136.902 165.275
Análise Horizontal (número-índice) 100% 111% 134%
Passivo Circulante (valores deflacionados) – R$ 60.554 47.328 57.989
Análise Horizontal (número-índice) 100% 78% 96%
Passivo Exigível a LP (valores deflacionados) – R$ 14.196 49.598 58.216
Análise Horizontal (número-índice) 100% 349% 410%
Passivo Exigível Total (valores deflacionados) – R$ 74.750 96.926 116.205
Análise Horizontal (número-índice) 100% 130% 155%
Patrimônio Líquido (valores deflacionados) – R$ 48.358 39.976 49.070
Análise Horizontal (número-índice) 100% 83% 101%
ROL (valores deflacionados) – R$ 210.512 250.788 256.383
Análise Horizontal (número-índice) 100% 119% 122%
CPV (valores deflacionados) – R$ 160.385 155.990 159.521
Análise Horizontal (número-índice) 100% 97% 99%
LB (valores deflacionados) – R$ 50.127 94.798 96.862
Análise Horizontal (número-índice) 100% 189% 193%
DO (valores deflacionados) – R$ 35.382 89.280 92.630
Análise Horizontal (número-índice) 100% 252% 262%
Despesas com Vendas (valores deflacionados) – R$ 10.218 11.787 12.101
Análise Horizontal (número-índice) 100% 115% 118%
Despesas Administrativas (valores deflacionados) – R$ 9.296 8.025 8.306
Análise Horizontal (número-índice) 100% 86% 89%
Despesas Financeiras Líq.(valores deflacionados) – R$ 15.868 69.468 72.223
Análise Horizontal (número-índice) 100% 438% 455%
Lucro Operacional (valores deflacionados) – R$ 14.745 5.518 4.232
Análise Horizontal (número-índice) 100% 37% 29%
Lucro Líquido (valores deflacionados) – R$ 10.104 4.527 3.276
Análise Horizontal (número-índice) 100% 45% 32%

C E D E R J 173
Análise das Demonstrações Contábeis | Praticando análise

7. MEMÓRIA DE CÁLCULO DA PARTICIPAÇÃO DA RÚBRICA


OBRAS EM ANDAMENTO EM RELAÇÃO AO ATIVO
PERMANENTE

X2 X3

Obras em andamento x 100 =

Ativo Permanente

17.615 28.278
x 100 = 27% x 100 = 35%
65.124 81.531

174 C E D E R J

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